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4 - Acervo Digital da Unesp

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“Bom, se não é possível conhecer a totali<strong>da</strong>de infinita <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, parece possível ao menos conhecer<br />

o sujeito, pois seu princípio gerador se encontra em si mesmo”.<br />

Continuando raciocínio acima, podemos dizer que nas ciências naturais o homem estu<strong>da</strong><br />

algo que lhe é exterior, planetas, animais etc. Nas ciências do espírito, o homem estu<strong>da</strong> a si<br />

mesmo. Entretanto, a vali<strong>da</strong>de desse conhecimento auto-referente pode ser coloca<strong>da</strong> em xeque,<br />

uma vez que, sem objeto, a autonomia do sujeito é uma quimera, não se afirma sobre na<strong>da</strong>.<br />

Agora, outra coisa para a qual chamamos sua atenção reside no fato de que existiram autores<br />

que defenderam haver uma impossibili<strong>da</strong>de de diálogo entre sujeitos. Foi então, como vimos<br />

anteriormente, que Kant introduziu em seu sistema filosófico a facul<strong>da</strong>de do juízo, e encontrou<br />

uma saí<strong>da</strong> contra o isolamento <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de.<br />

Schiller também tentou colaborar para que não se visse a subjetivi<strong>da</strong>de como algo isolado.<br />

Para ele, seria possível estabelecer um critério capaz de sustentar o conhecimento de si e do<br />

mundo propondo como diretriz a ideia de alteri<strong>da</strong>de ancora<strong>da</strong> em sentimentos que escapem ao<br />

determinismo <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong>de, segundo o qual tudo se torna idêntico, sem quali<strong>da</strong>des.<br />

E porque Schiller propôs tal critério?<br />

Bom, como também diriam outros filósofos do período, to<strong>da</strong> reflexão se torna objeto de uma<br />

nova reflexão – e assim por diante, infinitamente – como um espelho diante de outro. O pensar<br />

é matéria do próprio pensar, até que um sentimento imediato, sem razão de ser, detenha esse<br />

movimento identitário.<br />

Depois de Schiller, cursista, outros filósofos como Kierkegaard (1813-1855) e Schopenhauer<br />

(1788-1860) rejeitaram a noção de harmonia proporciona<strong>da</strong> pelo sentimento de beleza estética.<br />

Segundo eles, pela emoção, corre-se o risco de se tornar refém <strong>da</strong> atração física; por outro lado,<br />

o sentimento pode ser mera projeção de conceitos racionais, não representando de fato uma<br />

alternativa à tautologia do sujeito individualizante.<br />

Bem, como você pode notar as tentativas para solucionar o problema do entendimento como<br />

sendo algo que giraria em falso no interior de um sujeito isolado foram muitas, desde o século<br />

XIX.<br />

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TEMAS <strong>Unesp</strong>/Redefor • Módulo IV • Disciplina 07

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