O Estado moderno, em sua lógica de dominação, traz consigo ...
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visto como máquina e que respon<strong>de</strong> satisfatoriamente, b<strong>em</strong> exercitado, são<br />
necessários métodos que irão constituir, no mesmo, docilida<strong>de</strong> e utilida<strong>de</strong>:<br />
“É dócil um corpo que po<strong>de</strong> ser submetido, que po<strong>de</strong> ser utilizado, que po<strong>de</strong> ser<br />
transformado e aperfeiçoado” (FOUCAULT, 1999, p.118).<br />
Os métodos utilizados são as disciplinas. Estas marcam seu momento na<br />
história com o surgimento <strong>de</strong> uma arte do corpo humano, e seu escopo é formar<br />
uma relação conseqüencial entre obediência e utilida<strong>de</strong> e vice-versa. É através da<br />
disciplina que o corpo é trabalhado <strong>de</strong>talhadamente, pois ela utilizará mecanismos<br />
que irão vigiá-lo <strong>de</strong> forma incessante, não querendo – somente – resultados<br />
satisfatórios, mas para que oper<strong>em</strong> como se quer:<br />
“A disciplina aumenta as forças do corpo (<strong>em</strong> termos econômicos <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>) e<br />
diminui essas mesmas forças do corpo (<strong>em</strong> termos políticos <strong>de</strong> obediência)”<br />
(FOUCAULT, 1999, p. 119).<br />
Já na meta<strong>de</strong> do século XVIII surge uma nova tecnologia <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, porém,<br />
esta não exclui o po<strong>de</strong>r disciplinar. Pelo contrário, ela o utiliza para po<strong>de</strong>r<br />
impl<strong>em</strong>entar seus novos mecanismos, mas o modifica parcialmente, o integra, o<br />
fixa. Diferent<strong>em</strong>ente do po<strong>de</strong>r disciplinar, esta nova técnica vai centralizar seus<br />
esforços no hom<strong>em</strong> espécie e dirigir a multiplicida<strong>de</strong> dos homens que se<br />
constitu<strong>em</strong> <strong>em</strong> uma massa global. A biopolítica trata <strong>de</strong> eventos característicos <strong>de</strong><br />
uma população vista como um probl<strong>em</strong>a político. São probl<strong>em</strong>as como a<br />
natalida<strong>de</strong>, longevida<strong>de</strong>, saú<strong>de</strong> pública, habitação, somadas a questões do seu<br />
meio <strong>de</strong> existência, questões geográficas, climáticas, hidrográficas. É mais<br />
precisamente a relação <strong>de</strong>ste novo personag<strong>em</strong>, a população, com o seu meio<br />
ambiente.<br />
Outra questão que sofrerá interferência da biopolítica são probl<strong>em</strong>as<br />
referentes a incapacida<strong>de</strong>s, como por ex<strong>em</strong>plo, a velhice (que advém da<br />
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