Prestando contas e planejando o futuro Plantando vida - Reserva ...

notas
Futuros monitores ambientais
visitam o Instituto Butantan
No dia 24 de março os alunos do curso de
monitores ambientais visitaram o Instituto
Butantan, na zona oeste da cidade de São Paulo.
A visita se inseriu dentro da abordagem temática
de animais peçonhentos e não-peçonhentos.
Orientados pela educadora ambiental e professora
do curso, Flávia Gimenez, a experiência
agregou conhecimento e também trouxe
diversão a todos. “Foi um dia muito gratificante,
pois os alunos puderam observar de perto
algumas espécies de serpentes e aracnídeos,
inclusive algumas espécies que são encontradas
na fauna da Reserva Ibirapitanga”, conta Flávia.
Os alunos aprenderam também que o
Instituto Butantan é um centro que promove
População de
capivaras monitorada
Desde setembro de 2011 biólogos estão
monitorando a população de capivaras da
Reserva: crescimento dos filhotes, deslocamento
dos animais, etc. A medida busca evitar e
controlar possíveis focos de febre maculosa,
doença transmitida pelo carrapato-estrela, que
tem como principal vetor a capivara.
O fato de muitos trabalhadores e pesquisadores
já terem sido picados por carrapatos e nenhum
Manutenção do lago
Está sendo realizada uma manutenção no
lago da Reserva, que prevê o conserto da
estrutura de comportas de nível. Instalado pelos
várias pesquisas científicas importantíssimas
para a saúde humana. Vinculado à Secretaria
de Estado da Saúde de São Paulo, é hoje um
dos maiores centros de pesquisa biomédica
do mundo, responsável por mais de 93% do
total de soros e vacinas produzidas no Brasil,
entre elas, vacina contra difteria, tétano,
coqueluche, hepatite B e H1N1.
A visita ao Instituto Butantan foi a primeira realizada
no curso até agora e a intenção é ampliar
o número de atividades como essa. “A idéia do
curso é também fazer com que os alunos troquem
experiências em outros lugares, com outras
pessoas e outras culturas, melhorando ainda
mais o trabalho desenvolvido”, conclui Flávia.
caso de febre maculosa ter sido registrado em
Ibirapitanga indica que muito provavelmente
as capivaras não estão contaminadas. Mesmo
assim, a divisão de meio ambiente está atenta
à questão, adotando medidas adequadas. Já foi
fechada uma parceria com a SUCEN (Superintendência
de Controle de Endemias, órgão do
Governo Estadual), e com a Secretaria de Saúde
de Santa Isabel e, em breve, será iniciada a coleta
e análise periódica de sangue destes animais.
empreendedores ainda durante a implantação do
loteamento, o sistema mostrou-se inadequado e
recebe agora a devida melhoria.
karen francis foto reprodução foto reprodução
entrevista
O engenheiro agrônomo Marcelo
Noronha é especialista no cultivo de
alimentos orgânicos e no estudo de
ervas condimentares e medicinais.
Formado em Agronomia pela
Universidade de Pinhal (em Espírito
Santo do Pinhal, SP), fez especialização
em Gestão Ambiental e, depois de
trabalhar durante alguns anos com
agricultura convencional, decidiu
concentrar esforços naquilo que
realmente acredita: o cultivo, a
produção e a certificação de
produtos sem agrotóxicos.
Hoje é membro da Associação de Agricultura
Orgânica de São Paulo e da Feira Orgânica
da Água Branca. Ministrou o curso “Horta
Caseira, Orgânica, Brotos e Compostagem” em
Ibirapitanga, no último mês de março, e agora
conta um pouco mais sobre seu trabalho na
entrevista a seguir.
Qual é o conceito de horta orgânica?
O cultivo orgânico é basicamente todo plantio
realizado sem o uso de agrotóxicos. Mas, para
além desse conceito, o entendimento de orgânicos
é muito mais amplo. A agricultura orgânica
é praticada há 2 mil anos, enquanto a agricultura
moderna, como a conhecemos hoje, nasceu
após a Segunda Guerra Mundial, objetivando
quantidade, em vez de qualidade. Os métodos
dessa agricultura recente promovem um trabalho
a partir da morte das plantas, enquanto a
agricultura orgânica respeita e ajuda os ciclos da
Plantando
vida
Engenheiro agrônomo
Marcelo Noronha
8 www.ibirapitanga.com SAUÁ IBIRAPITANGA - Dezembro / Janeiro / Fevereiro 2012 9
arquivo pessoal
natureza. A preocupação com recursos naturais,
melhores práticas sociais e a não-utilização de
sementes transgênicas também fazem parte dos
princípios da milenar cultura orgânica.
É possível ter uma horta
orgânica em casa?
Quais são os requisitos básicos?
Mais do que possível, a horta orgânica em casa já
é uma realidade para muitas pessoas. A prática
é possível mesmo em apartamentos. A dica é
focar em temperos. Folhosas são sempre mais
difíceis pois ocupam mais espaço e levam mais
tempo para produzir, porque possuem um ciclo
maior. Mas isso depende do espaço disponível:
às vezes, quando a pessoa é bem cuidadosa, dá
pra cultivar rúcula e alface. Já em casas, onde é
possível fazer canteiros no chão, é viável cultivar
desde folhosas (almeirão, rúcula, alface, agrião,
couve-manteiga, etc.) a legumes (cenoura,
beterraba, brócolis, tomate).
Qual o tempo médio de crescimento
de ervas, temperos e hortaliças?
Varia muito de planta para planta. Já forneço
mudas com 30 dias após a germinação. Um pé
de alface, por exemplo, após os transplantes,
pode ser consumido de 20 a 40 dias depois. Já
uma erva como o manjericão, uns 15 dias - é
assim com a maioria dos temperos.
A agricultura orgânica
respeita e ajuda os
ciclos da natureza.
foto reprodução