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Este espaço se destina ao estudo e à difusão da Psicologia ...

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<strong>Este</strong> <strong>espaço</strong> <strong>se</strong> <strong>destina</strong> <strong>ao</strong> <strong>estudo</strong> e <strong>à</strong> <strong>difusão</strong> <strong>da</strong> <strong>Psicologia</strong><br />

Analítica, de Carl Gustav Jung.<br />

Esta iniciativa tem por ba<strong>se</strong> a necessi<strong>da</strong>de de partilhar, produzir e<br />

construir conhecimento, estruturando-<strong>se</strong> em valores universais,<br />

capazes de colaborar com o de<strong>se</strong>nvolvimento individual e <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de.<br />

Pensamos que o corpo teórico <strong>da</strong> <strong>Psicologia</strong> Analítica guar<strong>da</strong> em si<br />

esta capacitação e por isso acreditamos neste chamado que chegou,<br />

insistiu e <strong>ao</strong> qual respondemos, colocando-nos a <strong>se</strong>u <strong>se</strong>rviço.<br />

Como to<strong>da</strong> construção, começamos pelo alicerce, pela<br />

fun<strong>da</strong>mentação.


Dividiremos este <strong>estudo</strong> em três partes principais a <strong>se</strong>rem<br />

apre<strong>se</strong>nta<strong>da</strong>s <strong>se</strong>para<strong>da</strong>mente, quais <strong>se</strong>jam:<br />

Introdução<br />

Natureza e Estrutura <strong>da</strong> Psique<br />

Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> <strong>Psicologia</strong> Analítica<br />

Parte I<br />

As leis do processo psíquico, de acordo com Jung<br />

Libido vs. Energia Psíquica<br />

Conclusão<br />

Os opostos<br />

Formas de movimento <strong>da</strong> libido<br />

Movimento <strong>da</strong> energia e Freud<br />

Parte II<br />

Movimento <strong>da</strong> energia e os processos físicos<br />

Progressão e Regressão <strong>da</strong> libido<br />

Consciente e Inconsciente<br />

O Inconsciente<br />

Conclusão<br />

Conteúdos do inconsciente<br />

As figures internas <strong>da</strong> psique<br />

A Persona<br />

O Arquétipo<br />

O complexo<br />

Anima e Animus<br />

A Sombra<br />

O Self<br />

O processo de individuação<br />

Conclusão final<br />

Parte III


Parte I<br />

Começo este artigo sobre os Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> <strong>Psicologia</strong> Analítica voltando no<br />

tempo, <strong>à</strong> época de minha experiência pessoal no Mestrado e Doutorado em<br />

Ciências Biológicas, com foco em Neurofarmacologia.<br />

O ambiente científico onde eu me de<strong>se</strong>nvolvia não me permitia qualquer<br />

especulação a respeito <strong>da</strong> psique.<br />

O cérebro e as sinap<strong>se</strong>s foram, e são ain<strong>da</strong> o objeto <strong>da</strong>s pesquisas mais<br />

proeminentes.<br />

Eu nem sabia bem as causas de minha angústia. Do ponto de vista do ego, tudo<br />

estava certo, no lugar certo, mas intuitivamente o caminho apontava em direção<br />

a algum lugar além dos órgãos. A comuni<strong>da</strong>de científica <strong>à</strong> qual eu pertencia<br />

estava interessa<strong>da</strong> nos <strong>estudo</strong>s de partes do corpo. Não havia interes<strong>se</strong> na alma<br />

que era entendi<strong>da</strong> apenas como um assunto pertencente <strong>à</strong> Religião.<br />

Quando eu li Jung pela primeira vez, eu tive uma surpresa porque tudo fazia<br />

<strong>se</strong>ntido para as minhas questões existenciais.<br />

Jung afirma no <strong>se</strong>u importante O Homem Moderno em Busca <strong>da</strong> Alma 1, que<br />

aquele cujo pensar é diferenciado do de <strong>se</strong>us contemporâneos <strong>se</strong> torna, muitas vezes,<br />

ilegítimo e perturbador para o indivíduo que estará estupi<strong>da</strong>mente na<strong>da</strong>ndo contra a<br />

corrente <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de vigente. Jung acusava, já naqueles tempos, que a Ciência,<br />

mesmo em de pesquisas avança<strong>da</strong>s, vê a mente como um epifenômeno <strong>da</strong><br />

matéria como do cérebro, dos hormônios ou ain<strong>da</strong> dos instintos. Ele argumenta<br />

contra a onipotência <strong>da</strong> Biologia e <strong>da</strong> Física, dizendo que nós nos iludimos a nós<br />

mesmos com o pensamento de que sabemos muito sobre a matéria, super<br />

estimando as causas físicas e, o pior, acreditando que apenas isto nos garante a<br />

explicação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, muito mais do que a mente metafísica.


Natureza e Estrutura <strong>da</strong> Psique<br />

A psique <strong>se</strong> constitui es<strong>se</strong>ncialmente de imagens 2 .<br />

Pela mu<strong>da</strong>nça do foco epistemológico <strong>da</strong> <strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de para o <strong>da</strong><br />

imagem psíquica, Jung formulou um novo entendimento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de psíquica.<br />

A psique cria reali<strong>da</strong>de a todo o momento e todos os dias. A única expressão<br />

que eu posso usar para esta ativi<strong>da</strong>de e “fantasia”. Fantasia parece para mim a mais<br />

clara expressão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de específica <strong>da</strong> psique. Os mundos, interno e externo, <strong>se</strong><br />

apre<strong>se</strong>ntam juntos através <strong>da</strong>s imagens psíquicas, e dão <strong>ao</strong> indivíduo o <strong>se</strong>ntido <strong>da</strong><br />

conexão viva para os dois mundos. A fantasia é a ponte entre o que é subjetivo e o que é<br />

objetivo.<br />

Assim, a experiência <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de é um produto <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

psique de imaginar e é a essência do <strong>se</strong>r humano.<br />

Com esta mu<strong>da</strong>nça ontológica, imagem mental cessa de <strong>se</strong>r vista<br />

como apenas uma reprodução e assume não apenas o papel de criador de<br />

significado, mas também o de <strong>se</strong>nso de existência e reali<strong>da</strong>de.<br />

Jacobi discute a respeito de como Jung vê a psique e o corpo 3 . Ela diz,<br />

para Jung, a psique não é menos que o corpo. No entanto, apesar de que esta não pode<br />

<strong>se</strong>r toca<strong>da</strong>, medi<strong>da</strong> ou pesa<strong>da</strong>, ela pode <strong>se</strong>r ob<strong>se</strong>rva<strong>da</strong>. A psique é um mundo em si<br />

mesmo, governado por leis, estruturado e dotado de <strong>se</strong>us próprios meios de expressão.


As leis do processo psíquico de acordo com Jung<br />

Iniciamos pelo conceito de libido 4<br />

De acordo com Jung, o conceito de libido vai além <strong>da</strong> <strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de,<br />

mesmo no <strong>se</strong>u <strong>se</strong>ntido mais amplo. Ele vê neste termo um conceito de natureza<br />

desconheci<strong>da</strong>, uma hipotética energia de vi<strong>da</strong>, que <strong>se</strong> ocupa, não somente <strong>da</strong><br />

<strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de, mas também <strong>da</strong>s várias manifestações fisiológicas e psicológicas<br />

tais como o crescimento, o de<strong>se</strong>nvolvimento, a fome, e to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des e<br />

interes<strong>se</strong>s humanos.<br />

Libido versus Energia Psíquica<br />

Apesar de reconhecer o instinto primário <strong>da</strong> reprodução como a ba<strong>se</strong><br />

de muitas funções e <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des diárias <strong>da</strong> espécie humana, Jung repudia a<br />

idéia de considerá-la apenas <strong>se</strong>xual. Jung vê a <strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de e suas várias


manifestações como uma dos mais importantes canais ocupados pela libido,<br />

mas não o único através do qual ela flui.<br />

A libido, esta energia de vi<strong>da</strong>, é um poder vivo usado indistintamente<br />

pela espécie humana em todos os <strong>se</strong>us processos automáticos de<br />

funcionamento.<br />

A motivação e as transformações do indivíduo feitas pela sua vocação<br />

individual e também pelo <strong>se</strong>u entendimento e sua inteligência fornecem a este<br />

indivíduo o poder de, conscientemente, guiar a sua libido para caminhos<br />

definidos e de<strong>se</strong>jáveis.<br />

<strong>Este</strong> é o conceito energético, e deste ponto de vista, a hipotética<br />

energia de vi<strong>da</strong> - libido - é um poder vital usado indistintamente pelo homem<br />

em todos os processos automáticos de funcionamento, <strong>se</strong>jam eles, biológicos,<br />

psicológicos e também espirituais.<br />

Ao de<strong>se</strong>nvolver o conceito energético de libido e <strong>se</strong>pará-lo <strong>da</strong><br />

definição <strong>se</strong>xual de Freud, Jung provê um conceito de interes<strong>se</strong> para o todo <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong>de humana e não especificamente para as vias <strong>da</strong> <strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de e as<br />

derivações desta. Se o indivíduo de<strong>se</strong>nvolve uma falta de interes<strong>se</strong> pela sua<br />

vi<strong>da</strong> e/ou ativi<strong>da</strong>des, pode-<strong>se</strong> entender que a sua libido <strong>se</strong> retirou deste objeto<br />

e, em con<strong>se</strong>quência, o objeto em si não parece <strong>se</strong>r mais atraente, visto que, de<br />

fato, o objeto é uma mera formali<strong>da</strong>de. Em outras palavras, a libido investi<strong>da</strong><br />

em um objeto é o que o torna atrativo e interessante. Por outro lado, quando um<br />

indivíduo exibe interes<strong>se</strong> exagerado ou coloca muita ênfa<strong>se</strong> numa situação ou<br />

idéia, podemos afirmar que isto <strong>se</strong> deve a um quantum exagerado de libido<br />

dispensado, e que uma depleção <strong>da</strong> mesma libido ocorrerá em outras<br />

instâncias.<br />

Isto leva diretamente a um <strong>se</strong>gundo aspecto <strong>da</strong> diferença entre os<br />

pontos de vista de Freud e Jung e diz respeito <strong>à</strong>s manifestações infantis,<br />

praticamente universais, <strong>da</strong> <strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de chama<strong>da</strong> por Freud de polimorfo<br />

perversa, devido <strong>à</strong> similari<strong>da</strong>de com aquelas anormali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> <strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de que<br />

ocorrem nos adultos e que são chama<strong>da</strong>s de perversões.<br />

Jung vê, por outro lado, nas várias manifestações <strong>da</strong> infância como os<br />

precursores <strong>da</strong> <strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de totalmente de<strong>se</strong>nvolvi<strong>da</strong> posterior, e <strong>ao</strong> invés de<br />

considerá-la perversa, ele a considera as expressões preliminares de uma<br />

<strong>se</strong>xuali<strong>da</strong>de altamente saudável.<br />

Jung divide a vi<strong>da</strong> humana em três estágios:<br />

• O estágio pré-<strong>se</strong>xual: do nascimento até os três ou quatro anos,<br />

quando a energia psíquica está dirigi<strong>da</strong> <strong>à</strong> nutrição e<br />

crescimento;<br />

• Estágio pré púbere: desta i<strong>da</strong>de até a puber<strong>da</strong>de;<br />

• Tempo de maturi<strong>da</strong>de ou maturação: o período <strong>da</strong> puber<strong>da</strong>de<br />

até o fim <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Entretanto, no decurso do movimento <strong>da</strong> libido <strong>da</strong> função de nutrição para a<br />

função <strong>se</strong>xual, esta pode <strong>se</strong>r captura<strong>da</strong> e retar<strong>da</strong><strong>da</strong> em <strong>se</strong>u funcionamento.<br />

Então, uma fixação pode resultar e poderá resultar, assim, um distúrbio no<br />

de<strong>se</strong>nvolvimento.


Um contraste é, então, criado entre as manifestações <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> emocional e as<br />

necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> material. Aqui temos o alicerce para, ou o<br />

de<strong>se</strong>nvolvimento de uma neuro<strong>se</strong> definitiva ou <strong>da</strong>quelas fraquezas de caráter,<br />

com distúrbios sintomáticos, os quais não são suficientemente sérios para <strong>se</strong>rem<br />

chamados de neuro<strong>se</strong>s.<br />

A terceira grande diferença entre as interpretações de Freud e Jung diz respeito<br />

<strong>à</strong> influência passa<strong>da</strong> dos pais sobre o indivíduo.<br />

Porque os pais são os primeiros objetos do de<strong>se</strong>nvolvimento do amor infantil, e<br />

são capazes <strong>da</strong>s primeiras manifestações de satisfação e de prazer para a<br />

criança, eles <strong>se</strong> tornam os modelos para todos os esforços posteriores, como<br />

Freud verificou.<br />

Jung definitivamente reconheceu que há muitos neuróticos que, claramente<br />

exibem na infância as tendências neuróticas que são exacerba<strong>da</strong>s<br />

posteriormente. Verificou também que um efeito esmagador, opressivo sobre o<br />

destino destas crianças é exercido pela influência dos pais, como por exemplo,<br />

freqüente ansie<strong>da</strong>de ou, <strong>ao</strong> contrário, exagera<strong>da</strong> ternura, ou ain<strong>da</strong> falta de<br />

entendimento e compreensão.<br />

Em outras palavras, as complexas reações parentais sobre a criança produzem<br />

amor, admiração, medo, ódio e revolta. A maior ou menor <strong>se</strong>nsibili<strong>da</strong>de e<br />

impressionabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criança <strong>se</strong>rão <strong>se</strong>la<strong>da</strong>s dentro do ambiente familiar.<br />

O indivíduo inconscientemente tentará encontrar na reali<strong>da</strong>de do mundo o<br />

modelo do <strong>se</strong>u pequeno mundo com todos os prazeres e satisfações, como<br />

também os desapontamentos e infelici<strong>da</strong>des com os quais ele foi suprido.<br />

Entretanto, muitas idéias e <strong>se</strong>ntimentos são conectados <strong>ao</strong>s dos pais, e a análi<strong>se</strong><br />

destes revela que, muito freqüentemente, tais idéias e <strong>se</strong>ntimentos são<br />

simplesmente subjetivos e que, na reali<strong>da</strong>de, eles carregam pouca <strong>se</strong>melhança<br />

com o passado do próprio sujeito. Então, Jung não fala do pai e mãe reais, mas<br />

usa o termo IMAGO, ou imagem, para repre<strong>se</strong>ntá-los, porque os <strong>se</strong>ntimentos e<br />

fantasias freqüentemente não dizem respeito <strong>ao</strong>s pais reais, mas, sim, <strong>à</strong> imagem<br />

interna, distorci<strong>da</strong> pelo sujeito.<br />

Desta forma, Jung usando a mesma palavra que Freud para a<br />

interpretação do fenômeno, fornece a concepção energética <strong>da</strong> libido claramente<br />

mais ampla porque esta interpretação é capaz de explicar e conceber to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong><br />

do indivíduo.<br />

Conduzido por esta distinção, Jung vê o complexo de Édipo de Freud, apenas<br />

como um SÍMBOLO para o de<strong>se</strong>jo infantil <strong>ao</strong>s pais e para o conflito que ele<br />

evoca.<br />

Dieckman 5 enfatiza que <strong>ao</strong> menos no parricídio, no incesto mãe-filho a na<br />

sub<strong>se</strong>qüente auto castração como punição, Freud elevou o complexo de Édipo<br />

<strong>ao</strong> mais alto nível de significância para todo <strong>se</strong>r humano e o fez como o<br />

complexo central do de<strong>se</strong>nvolvimento humano.<br />

É justamente contra esta última as<strong>se</strong>rtiva que a <strong>Psicologia</strong> Analítica levanta<br />

objeções. Destacamos duas delas:<br />

• Mesmo na nossa cultura, o complexo de Édipo é um dos complexos entre<br />

muitos que podem <strong>se</strong>r constelados no curso do de<strong>se</strong>nvolvimento<br />

psíquico do indivíduo;


• O complexo de Édipo não é válido para to<strong>da</strong>s as culturas e só é específico<br />

para a nossa cultura ocidental. Robert Stein 6, contrariando Lewis Strauss,<br />

pontua que há muitas socie<strong>da</strong>des tribais que não têm o tabu do incesto.<br />

Como Stein afirmou não <strong>se</strong> podem denegrir estas socie<strong>da</strong>des como <strong>se</strong>ndo<br />

socie<strong>da</strong>des primitivas e pré-edípica, como aconteceu no último século. Os<br />

<strong>estudo</strong>s etnológicos eluci<strong>da</strong>m que, os assim chamados povos primitivos, não<br />

eram assim na<strong>da</strong> primitivos, e de<strong>se</strong>nvolveram áreas diferentes <strong>da</strong>s ciências<br />

naturais e <strong>da</strong> tecnologia <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des ditas modernas.<br />

Conclusão:<br />

. Libido e energia psíquica no <strong>se</strong>ntido junguiano é a fun<strong>da</strong>ção e o regulador <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong> psíquica. O conceito é indispensável para a descrição dos processos<br />

psíquicos e <strong>da</strong>s relações entre eles.<br />

O propósito junguiano é investigar a psique como um órgão com o qual nós<br />

apreendemos o mundo para ob<strong>se</strong>rvarmos e descrevermos os <strong>se</strong>us fenômenos e<br />

arranjá-los em uma ordem significativa.<br />

Jung nominou a sua ciência de “<strong>Psicologia</strong> Profun<strong>da</strong>” que ob<strong>se</strong>rva além <strong>da</strong><br />

superfície, enquanto que a psicologia acadêmica vê apenas o que é<br />

racionalmente explicável.<br />

Além disto, Jung convi<strong>da</strong> para uma concepção alarga<strong>da</strong> do conceito de libido<br />

ou energia psíquica, a uma abor<strong>da</strong>gem mais simbólica dos sonhos e um<br />

movimento reconheci<strong>da</strong>mente avançado (teleológico) <strong>da</strong> interpretação.<br />

Freud, apesar de <strong>se</strong> mover em áreas profun<strong>da</strong>s <strong>da</strong> psique, a compreendeu com<br />

estreiteza o que o impediu de mais entendimento do que ele mesmo viu. Jung<br />

objetivou <strong>se</strong>r aberto e receptivo <strong>à</strong> possibili<strong>da</strong>de de que há forças que governam<br />

psiquicamente o futuro do indivíduo, assumindo que não apenas o passado<br />

de<strong>se</strong>mpenha um papel na personali<strong>da</strong>de, mas to<strong>da</strong> a trajetória <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> com as<br />

suas experiências.


Referências Bibliográficas<br />

1) JUNG, C. G.: Modern Man in <strong>se</strong>arch of a soul. 1° edition, Harcourt, Brace<br />

and Company editor, New York, 1933.<br />

2) JUNG, C. G.: CW 8 - On the Nature of the Psyche, par. 618. Bollingen<br />

Series, Princeton University Press, 1977.<br />

3) JACOBI, J.: The Psychology of C. G. Jung. Introduction, pg i, 4° edition,<br />

Yale University Press editor, USA, 1973.<br />

4) ________: CW 10 - Psychology of the unconscious, pg xxvi. Dover<br />

Publications, Inc, New York, 2002<br />

5) DIECKMANN, H.: Complexes: Diagnosis and Therapy in Analytical<br />

Psychology, Chapter 9, Chiron Publications, Illinois, 1996.<br />

6) STEIN, R.: Incest and Human Love. Spring Publications Inc., 1974.

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