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MENINGITES - Direcção-Geral da Saúde

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SARA<br />

Sistema de Alerta e Resposta Apropria<strong>da</strong><br />

<strong>MENINGITES</strong><br />

NORMAS DE PROCEDIMENTO<br />

Ministério <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong><br />

<strong>Direcção</strong>-<strong>Geral</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>


SARA<br />

Sistema de Alerta e Resposta Apropria<strong>da</strong><br />

<strong>MENINGITES</strong><br />

NORMAS DE PROCEDIMENTO<br />

2ª edição<br />

<strong>Direcção</strong>-<strong>Geral</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong><br />

Lisboa, 1999


SARA.Sistema de Alerta e Resposta Apropria<strong>da</strong><br />

Meningites: normas de procedimento. – 2ª edição. - Lisboa: <strong>Direcção</strong>-<strong>Geral</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>,<br />

1999. - 25.p.<br />

ISBN 972 – 9425 – 68 — X<br />

Meningite – prevenção e controlo<br />

Autor<br />

SARA. Divisão <strong>da</strong>s Doenças Transmissíveis<br />

Editor<br />

<strong>Direcção</strong>-<strong>Geral</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong><br />

Alame<strong>da</strong> D. Afonso Henriques, 45 1049 - 005 Lisboa<br />

Telef.21 843 05 00 Fax 21 843 05 30<br />

Capa<br />

Vítor Alves<br />

Composição e impressão<br />

<strong>Direcção</strong>-<strong>Geral</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong><br />

Tiragem<br />

1500 exemplares


Sumário<br />

Meningite Meningocócica .................................... 7<br />

INFECÇÃO .......................................................................... 7<br />

MEDIDAS DE CONTROLO .................................................... 10<br />

Meningite por Haemophilus Influenzae Tipo b ....... 15<br />

INFECÇÃO ........................................................................ 15<br />

Meningite Pneumocócica ................................... 21<br />

Meningites Virais ............................................. 22<br />

MEDIDAS DE CONTROLO .................................................... 24


Meningite Meningocócica<br />

INFECÇÃO<br />

O agente <strong>da</strong> infecção é a Neisseria meningitidis, cuja<br />

disseminação resulta em doença meningocócica invasiva,<br />

geralmente septicemia e/ou meningite. A Neisseria meningitidis é<br />

um diplococo gram negativo, cujos serogrupos mais importantes<br />

são o A, o B e o C e ain<strong>da</strong> o W135, o X, o Y e o Z.<br />

A incidência <strong>da</strong> infecção meningocócica invasiva tende a ser cíclica,<br />

com preferência pelos primeiros meses do ano, podendo<br />

apresentar-se como casos isolados, surtos localizados ou epidemia.<br />

Em Portugal, as infecções meningocócicas, incluindo as meningites,<br />

são doenças de declaração obrigatória. No quinquénio 1991-1995,<br />

o número de notificações anuais de infecções meningocócicas,<br />

excluindo as meningites, oscilou entre 63 (1994) e 101 (1993), num<br />

total de 379 casos nos cinco anos. No mesmo período, foram<br />

notificados 877 casos de meningite meningocócica, sendo o número<br />

máximo registado em 1993 — 222 — e o mínimo em 1995 — 113<br />

(Divisão de Epidemiologia, 1996).<br />

Num estudo português, baseado na casuística hospitalar de<br />

meningites bacterianas agu<strong>da</strong>s, com identificação do agente<br />

(Henrique Lecour, 1992), a distribuição dos casos revelou um<br />

predomínio <strong>da</strong> meningite meningocócica (55% dos casos). Na<br />

reduzi<strong>da</strong> amostra de meningites meningocócicas, cuja<br />

serogrupagem foi efectua<strong>da</strong>, o serogrupo B foi o mais frequente, tal<br />

como se verifica na maioria dos países ocidentais, seguido pelo C.<br />

As infecções meningocócicas invasivas continuam a ser doenças<br />

graves. No entanto, as taxas de letali<strong>da</strong>de, que antes excediam os<br />

50%, apresentam, actualmente, valores inferiores a 10%, graças a<br />

7


diagnósticos mais precoces e terapêuticas mais eficazes. Além do<br />

problema <strong>da</strong> letali<strong>da</strong>de, um número significativo de indivíduos fica<br />

com sequelas <strong>da</strong> doença.<br />

RESERVATÓRIO E FONTE DE INFECÇÃO<br />

O reservatório <strong>da</strong> Neisseria meningitidis, e o foco a partir do qual<br />

se propaga, é a orofaringe humana dos doentes e portadores sãos,<br />

sendo estes últimos a principal fonte de infecção. A colonização<br />

assintomática <strong>da</strong> árvore respiratória superior é frequente, com<br />

alguns estudos referindo taxas de portadores próximas de 10% no<br />

grupo 0-14 anos, que atingem 30% no grupo 15-20 anos e que<br />

diminuem após estas i<strong>da</strong>des.<br />

Esta situação varia com o aparecimento de um caso de doença.<br />

Assim, na ausência de casos, a taxa de portadores em meio familiar<br />

varia entre 2 e 18%, subindo para 10 a 50% quando surge um caso<br />

no agregado familiar. Verifica-se o mesmo em meio escolar, em que<br />

a taxa de portadores aumenta de 20% para 40% quando aparece<br />

um caso (sendo mais eleva<strong>da</strong> nos colegas de sala com contactos<br />

mais próximos do caso índice).<br />

A duração do estado de portador é longa, desde 5 a 15 semanas<br />

até 9 a 16 meses.<br />

MECANISMO DE TRANSMISSÃO<br />

Considera-se que o contacto directo é o único meio de<br />

transmissão, <strong>da</strong><strong>da</strong> a fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> bactéria fora do organismo<br />

humano. A transmissão faz-se, fun<strong>da</strong>mentalmente, através <strong>da</strong>s<br />

gotículas e secreções rinofaríngeas e é favoreci<strong>da</strong> pela tosse, pelos<br />

espirros, pelos beijos e pela proximi<strong>da</strong>de física. <strong>Geral</strong>mente, a<br />

contaminação pelo meningococo e a colonização resultante são<br />

assintomáticas ou provocam uma faringite inespecífica.<br />

8


PERÍODO DE INCUBAÇÃO<br />

Oscila entre 1 e 10 dias, mas, em geral, não ultrapassa os 4 dias.<br />

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE<br />

Persiste até que o meningococo desapareça <strong>da</strong> rinofaringe. Em<br />

geral, o contágio deixa de existir 24 horas após o início de<br />

terapêutica eficaz.<br />

SUSCEPTIBILIDADE E RESISTÊNCIA<br />

A susceptibili<strong>da</strong>de à doença clínica é pequena e diminui com a<br />

i<strong>da</strong>de. A doença é mais frequente em crianças com menos de 5<br />

anos, com um pico de incidência no primeiro ano de vi<strong>da</strong>. Os<br />

contactos próximos de doentes com doença meningocócica<br />

apresentam um risco maior de desenvolver a infecção invasiva.<br />

Noventa por cento dos portadores sãos desenvolvem anticorpos<br />

protectores contra a estirpe de que são portadores e, por<br />

imunização cruza<strong>da</strong>, 80% deles desenvolvem anticorpos, pelo<br />

menos em relação a uma <strong>da</strong>s outras estirpes. Por esse motivo, a<br />

maior parte dos adultos que esteve em contacto com o<br />

meningococo possui anticorpos que asseguram a sua protecção<br />

contra as estirpes mais frequentes no seu meio.<br />

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA DOENÇA<br />

Caso esporádico: aparece um só caso de doença na comuni<strong>da</strong>de,<br />

sem que tenha relação evidente, no lugar ou no tempo, com outro<br />

caso.<br />

Cluster: aparecem, no prazo de um mês e provocados pelo<br />

mesmo serogrupo, dois ou mais casos relacionados entre si, por<br />

contactos pessoais ou espaços comuns de exposição.<br />

Um caso é secundário quando ocorre, pelo menos, 24 horas<br />

depois do primeiro caso diagnosticado. Se surge antes <strong>da</strong>s 24<br />

9


horas, considera-se caso coprimário.<br />

Surto: verifica-se, numa população defini<strong>da</strong>, um número de casos<br />

superior ao esperado, de acordo com a situação endémica <strong>da</strong> zona,<br />

e pelo menos um dos casos não tem relação pessoal ou de espaço<br />

comum de exposição com o resto dos casos. Define um aumento<br />

<strong>da</strong> transmissão de Neisseria meningitidis na comuni<strong>da</strong>de.<br />

MEDIDAS DE CONTROLO<br />

CONCEITOS GERAIS<br />

Caso suspeito: caso clinicamente compatível.<br />

Caso provável: caso clinicamente compatível, com pesquisa de<br />

antigénios positiva no líquido cefalorraquidiano (LCR), ou púrpura<br />

fulminante, na ausência de hemocultura positiva.<br />

Caso confirmado: caso clinicamente compatível, confirmado pelo<br />

isolamento laboratorial <strong>da</strong> Neisseria meningitidis num produto<br />

biológico normalmente estéril.<br />

Contactos íntimos: pessoas que, nos 10 dias precedentes à<br />

hospitalização de um doente, se encontrem numa <strong>da</strong>s seguintes<br />

situações:<br />

a) conviventes no domicílio do doente, pessoas que tenham<br />

partilhado o mesmo quarto, assim como quaisquer pessoas<br />

expostas às suas secreções orais, nomea<strong>da</strong>mente através dos<br />

beijos, partilha de escovas de dentes ou utensílios de mesa.<br />

b) adultos e crianças que, mesmo não tendo qualquer relação de<br />

proximi<strong>da</strong>de com o doente, tenham frequentado as mesmas<br />

creches, amas ou jardins de infância.<br />

c) indivíduos que tenham tido contacto estreito e frequente com<br />

o doente, em escolas do ensino básico e secundário. Em geral, não<br />

se consideram contactos íntimos os colegas cuja única relação com<br />

o doente é o facto de frequentarem a mesma sala.<br />

10


Em qualquer caso, e perante situações de risco especial, a<br />

definição de contacto íntimo pode ampliar-se, de acordo com<br />

a avaliação específica feita pela Autori<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong>, a<br />

partir <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> população afecta<strong>da</strong>.<br />

ACTUAÇÃO NAS SITUAÇÕES EM QUE HÁ UM CASO OU UM CLUSTER<br />

Identificação do serogrupo <strong>da</strong> Neisseria meningitidis<br />

Vigilância clínica dos contactos íntimos do caso<br />

Todos os contactos íntimos devem ficar sob cui<strong>da</strong>dosa vigilância,<br />

nos 10 dias que se seguem à hospitalização do doente, para<br />

detectar sinais precoces de doença, compatíveis ou suspeitos de<br />

meningite meningocócica. Os contactos que apresentarem febre<br />

devem submeter-se, rapi<strong>da</strong>mente, a uma avaliação médica.<br />

Profilaxia dos contactos íntimos do caso<br />

A quimioprofilaxia está indica<strong>da</strong> nos contactos íntimos de ca<strong>da</strong><br />

doente, administrando-se, preferencialmente, nas primeiras 24<br />

horas que se seguem à hospitalização do doente. Os benefícios<br />

atribuídos à quimioprofilaxia diminuem com o passar dos dias, não<br />

se recomen<strong>da</strong>ndo após o décimo dia de aparecimento do caso<br />

inicial.<br />

Fármaco de eleição<br />

O fármaco de eleição é a Rifampicina, embora seja contraindica<strong>da</strong><br />

nos casos de hipersensibili<strong>da</strong>de à droga, antecedentes de<br />

hepatopatia grave, porfíria e alcoolismo. Na gravidez, a sua contraindicação<br />

é relativa, devendo ser avaliados, em ca<strong>da</strong> caso, os<br />

benefícios e os riscos. Devem ser ti<strong>da</strong>s em atenção as interacções<br />

com o uso de anticoagulantes, anticonceptivos orais e com o uso de<br />

lentes de contacto.<br />

11


A terapêutica com Rifampicina provoca coloração avermelha<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

urina, pelo que os doentes e familiares devem ser alertados para<br />

esse facto, a fim de evitar alarmes injustificados.<br />

O esquema a observar é o seguinte:<br />

Rifampicina<br />

I<strong>da</strong>de < 1 mês — 5 mg / Kg de peso, por via oral, de 12 em 12<br />

horas, durante dois dias.<br />

I<strong>da</strong>de ≥ 1 mês — 10 mg /Kg de peso, até ao máximo de 600<br />

mg por dose, por via oral, de 12 em 12 horas, durante dois<br />

dias.<br />

Adultos — 600 mg, por via oral, de 12 em 12 horas, durante<br />

dois dias.<br />

Fármacos alternativos<br />

Ceftriaxone<br />

< 12 anos — uma só dose de 125 mg, por via<br />

intramuscular<br />

≥12 anos — uma só dose de 250 mg, por via intramuscular<br />

O Ceftriaxone é a droga de eleição na grávi<strong>da</strong>.<br />

Ciprofloxacina<br />

≥ 18 anos — uma só dose de 500 mg, por via oral.<br />

Não se recomen<strong>da</strong> a menores de 18 anos, a grávi<strong>da</strong>s e lactantes.<br />

Esta droga pode ser útil no caso de surtos, em que tem de ser feita<br />

quimioprofilaxia em massa, devido ao risco de aparecimento de<br />

resistência à Rifampicina.<br />

Interrupção <strong>da</strong> transmissão pelo doente<br />

Mesmo depois de ter terminado o tratamento, que em princípio não<br />

inclui Rifampicina, o doente deverá ser medicado com<br />

Rifampicina, segundo o esquema referido, especialmente se vai<br />

reingressar numa instituição (infantário, creche, ama), uma vez que<br />

12


o tratamento nem sempre evita o estado de portador.<br />

Notificação<br />

A meningite meningocócica é uma doença de declaração<br />

obrigatória (DDO) e, assim, qualquer médico que diagnostique<br />

ou suspeite de um caso de meningite meningocócica tem<br />

obrigação de o declarar, de duas formas:<br />

Declaração urgente — por telefone ou por fax para as<br />

autori<strong>da</strong>des de saúde (SARA)<br />

Declaração utilizando o modelo adequado — de acordo com<br />

o que está recomen<strong>da</strong>do para to<strong>da</strong>s as DDO, seguindo as cópias<br />

do referido modelo os circuitos habituais. Sempre que o clínico<br />

tenha conhecimento do serogrupo implicado na infecção, deve<br />

fazer constar essa informação <strong>da</strong> respectiva notificação.<br />

Informação ao público<br />

A valorizar pela Autori<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong> local.<br />

ACTUAÇÃO QUANDO OS CASOS OCORREM EM CONTEXTO ESCOLAR<br />

Em situações em que existe algum caso numa escola (à excepção<br />

<strong>da</strong>s creches, jardins de infância e amas, onde, como já foi dito,<br />

to<strong>da</strong>s as crianças são considera<strong>da</strong>s contactos íntimos), mantém-se<br />

a actuação profiláctica descrita anteriormente, considerando quatro<br />

hipóteses:<br />

a) se o caso for único, recomen<strong>da</strong>-se só a profilaxia dos contactos<br />

íntimos. No entanto, e como anteriormente foi referido (pág. 9),<br />

perante situações de risco especial, a autori<strong>da</strong>de de saúde pode<br />

considerar a extensão <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s profilácticas a to<strong>da</strong> a turma;<br />

b) se, no prazo de um mês, aparecerem dois ou mais casos numa<br />

sala/turma, recomen<strong>da</strong>-se a profilaxia de todos os colegas de<br />

turma;<br />

13


c) se, no prazo de um mês, aparecerem dois casos na mesma<br />

escola mas em turmas diferentes, recomen<strong>da</strong>-se a profilaxia de<br />

todos os alunos <strong>da</strong>s duas turmas;<br />

d) se, no prazo de um mês, aparecerem três ou mais casos, em<br />

pelo menos duas turmas diferentes, a Autori<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong><br />

decidirá, de acordo com as características do surto, a quem se<br />

recomen<strong>da</strong> a profilaxia (além dos colegas de turma dos doentes).<br />

A Autori<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong> informará a <strong>Direcção</strong> <strong>da</strong> Escola, que<br />

actuará de acordo com as indicações recebi<strong>da</strong>s, nomea<strong>da</strong>mente em<br />

relação às informações a fornecer aos Encarregados de Educação.<br />

Deve <strong>da</strong>r-se cumprimento à legislação em vigor acerca <strong>da</strong> evicção<br />

escolar (Decreto Regulamentar nº3/95 de 27 de Janeiro).<br />

ACTUAÇÃO EM CASO DE SURTO EPIDÉMICO<br />

Além <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s já menciona<strong>da</strong>s, e que devem incluir a<br />

identificação dos serogrupos <strong>da</strong> Neisseria meningitidis, em caso<br />

de surto devem ser envia<strong>da</strong>s amostras ao laboratório de<br />

referência, a fim de classificar os meningococos, para além<br />

dos serogrupos.<br />

Devem desenvolver-se medi<strong>da</strong>s de vigilância epidemiológica activa,<br />

com atenção à ocorrência de novos casos nos hospitais <strong>da</strong> zona em<br />

que ocorre o surto.<br />

As indicações de profilaxia aconselha<strong>da</strong>s para as situações de<br />

aparecimento de um caso ou de um cluster podem estender-se<br />

para além dos contactos íntimos, se as características do surto o<br />

indicarem.<br />

A avaliação <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de medi<strong>da</strong>s adicionais, nomea<strong>da</strong>mente<br />

vacinação, dependerá do serogrupo envolvido e <strong>da</strong>s características<br />

do surto, sendo sempre <strong>da</strong> competência exclusiva <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des<br />

de saúde.<br />

Nota: as medi<strong>da</strong>s de controlo propostas para as meningites<br />

aplicam-se também à sepsis meningocócica.<br />

14


Meningite por Haemophilus Influenzae tipo b<br />

INFECÇÃO<br />

O Haemophilus influenzae é um cocobacilo Gram negativo,<br />

classificado em seis biotipos (I a VI), podendo dividir-se em<br />

estirpes capsula<strong>da</strong>s, de que se distinguem 6 tipos antigenicamente<br />

diferentes (de “a” a “f”), e estirpes não capsula<strong>da</strong>s, que não são<br />

tipáveis. A doença invasiva é causa<strong>da</strong> por estirpes capsula<strong>da</strong>s,<br />

pertencentes ao tipo b (95% dos casos), <strong>da</strong>s quais a maior parte<br />

são do biótipo I.<br />

A infecção invasiva por Haemophilus influenzae tipo b (Hib) pode<br />

manifestar-se por meningite e outras doenças, como epiglotite,<br />

pneumonia, artrite séptica, celulite, pericardite, empiema ou<br />

osteomielite.<br />

A proporção em que se apresenta ca<strong>da</strong> quadro clínico é muito<br />

variável, conforme as regiões, podendo as meningites representar<br />

37 a 70% dos casos.<br />

A incidência <strong>da</strong> infecção por Hib é sazonal, com preferência pela<br />

Primavera e Outono.<br />

Em Portugal, as infecções meníngeas por Hib são Doenças de<br />

Declaração Obrigatória apenas desde Janeiro de 1999, sendo,<br />

portanto, difícil determinar o número aproximado de casos.<br />

Num estudo português, baseado na casuística hospitalar de<br />

meningites bacterianas agu<strong>da</strong>s com identificação do agente (Prof.<br />

Henrique Lecour 1992), as meningites por Hib representaram 12%<br />

(94) do total de casos estu<strong>da</strong>dos.<br />

Cerca de 5% dos casos de meningite por Hib são mortais (3% no<br />

estudo do Professor Henrique Lecour) e cerca de 15 a 30% dos<br />

doentes podem apresentar sequelas neurológicas graves.<br />

A incidência <strong>da</strong> doença invasiva por Hib apresentou um decréscimo<br />

15


adical nos mais de 60 países que incluíram, a partir de 1990, a<br />

vacinação sistemática contra o Hib no seu calendário vacinal.<br />

RESERVATÓRIO E FONTE DE INFECÇÃO<br />

O reservatório do Haemophilus influenzae é o tracto respiratório<br />

superior do homem. A colonização com estirpes não capsula<strong>da</strong>s é<br />

frequente (60 a 90% <strong>da</strong>s crianças estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s). No entanto, só se<br />

isola o Hib em 2 a 5% <strong>da</strong>s crianças, embora esta percentagem<br />

aumente, consideravelmente, nas que tiveram contacto recente com<br />

um doente. A proporção de crianças coloniza<strong>da</strong>s tornou-se menor<br />

depois <strong>da</strong> introdução <strong>da</strong> vacinação generaliza<strong>da</strong>.<br />

MECANISMO DE TRANSMISSÃO<br />

A infecção transmite-se por contacto directo, de pessoa a pessoa,<br />

através de gotículas e secreções nasofaríngeas de doentes ou<br />

portadores assintomáticos (tosse, espirros, beijos e proximi<strong>da</strong>de<br />

física). A porta de entra<strong>da</strong> mais comum é a nasofaringe.<br />

PERÍODO DE INCUBAÇÃO<br />

Desconhecido, mas provavelmente curto, de 2 a 4 dias.<br />

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE<br />

Enquanto o microrganismo estiver presente, o que pode<br />

corresponder a um período de longa duração. Em geral, deixa de<br />

ser transmissível ao fim de 24 a 48 horas após o início de<br />

terapêutica eficaz.<br />

SUSCEPTIBILIDADE E RESISTÊNCIA<br />

A susceptibili<strong>da</strong>de é universal, sendo mais comum em crianças dos<br />

3 meses aos 3 anos de i<strong>da</strong>de e rara depois dos 5 anos.<br />

O recém-nascido possui anticorpos anticapsulares para o Hib, mas<br />

estes diminuem rapi<strong>da</strong>mente, mantendo-se baixos entre os 5 e os<br />

12 meses, i<strong>da</strong>de em que se manifestam a maior parte dos casos,<br />

tornando a subir a partir desta i<strong>da</strong>de, talvez pelo contacto com<br />

16


com microrganismos que estimulam, por reacção cruza<strong>da</strong>, a<br />

produção de anticorpos anticapsulares. Aos 2 anos de i<strong>da</strong>de, o<br />

nível de anticorpos já é superior ao do recém-nascido e aos 4 anos<br />

de i<strong>da</strong>de os títulos são semelhantes aos do adulto.<br />

A anemia de células falciformes, a asplenia e doenças que causam<br />

imunodeficiência, incluindo a infecção por VIH, são factores que<br />

predispõem, também, à doença invasiva por Hib.<br />

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA DOENÇA<br />

A doença apresenta-se geralmente sob a forma de casos isolados<br />

(são os casos primários ou endémicos), em que a transmissão se<br />

efectuou a partir dum portador assintomático. No entanto, podem<br />

ocorrer casos secundários, em que a transmissão se efectuou a<br />

partir de outro caso, e mesmo surtos (creches, infantários, amas).<br />

As crianças que convivem, no domicílio, com doentes têm um risco<br />

maior de virem a sofrer de doença secundária, especialmente<br />

durante a 1ª semana de doença do caso primário. É mais<br />

controversa a possibili<strong>da</strong>de de que o contacto com um caso no<br />

infantário ou creche aumente o risco <strong>da</strong> doença secundária.<br />

MEDIDAS DE CONTROLO<br />

CONCEITOS GERAIS<br />

Caso provável: um caso clinicamente compatível, com pesquisa<br />

de antigénios positiva no LCR.<br />

Caso confirmado: um caso clinicamente compatível, confirmado<br />

pelo isolamento laboratorial do Haemophilus influenzae tipo b<br />

num produto biológico normalmente estéril.<br />

Contacto domiciliário: indivíduo que resi<strong>da</strong> com o doente ou<br />

tenha convivido em sua casa quatro ou mais horas diárias durante 5<br />

dos 7 dias anteriores ao internamento.<br />

Contacto numa instituição infantil (infantários, creches, amas):<br />

colegas e funcionários <strong>da</strong> instituição frequenta<strong>da</strong> pelo doente.<br />

17


ACTUAÇÃO NAS SITUAÇÕES EM QUE HÁ UM CASO<br />

Vigilância clínica<br />

Contactos domiciliários<br />

Todos os contactos domiciliários com i<strong>da</strong>de inferior a 6 anos<br />

devem ficar sob vigilância. Aqueles que apresentarem febre, quer<br />

estejam ou não imunizados contra o Hib, devem submeter-se a<br />

rápi<strong>da</strong> avaliação médica.<br />

Contactos em instituições (infantários, creches, amas)<br />

Os contactos com i<strong>da</strong>de inferior a 6 anos, que apresentem febre,<br />

devem ser submetidos a avaliação médica.<br />

Profilaxia<br />

Contactos domiciliários<br />

A Rifampicina erradica o Hib <strong>da</strong> faringe em, aproxima<strong>da</strong>mente,<br />

95% <strong>da</strong>s situações, mas não há consenso acerca <strong>da</strong> diminuição do<br />

risco de doença invasiva secundária nos contactos domiciliários.<br />

Apesar de tudo, está indica<strong>da</strong> a quimioprofilaxia, que deve ser<br />

inicia<strong>da</strong> tão precocemente quanto possível, até sete dias após o<br />

diagnóstico do caso inicial.<br />

Se no domicílio do doente viver uma criança com menos de 12<br />

meses, vacina<strong>da</strong> ou não, todos os contactos domiciliários<br />

devem fazer quimioprofilaxia.<br />

Se no domicílio do doente viverem crianças entre os 12 e os 48<br />

meses de i<strong>da</strong>de, não vacina<strong>da</strong>s correctamente (to<strong>da</strong>s as doses<br />

recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s para a i<strong>da</strong>de) ou vacina<strong>da</strong>s correctamente mas<br />

imunodeprimi<strong>da</strong>s, todos os contactos domiciliários,<br />

independentemente <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, devem fazer quimioprofilaxia.<br />

Se as crianças, entre os 12 e os 48 meses de i<strong>da</strong>de, sem<br />

imunodeficiências, estiverem correctamente vacina<strong>da</strong>s, não é<br />

necessária quimioprofilaxia dos contactos.<br />

18


Contactos em instituições (infantários, creches, amas)<br />

É controversa a conveniência de administrar quimioprofilaxia nestes<br />

contactos quando só ocorreu um caso. No entanto, recomen<strong>da</strong>-se<br />

que nas instituições com crianças de i<strong>da</strong>de inferior a 2 anos, não<br />

vacina<strong>da</strong>s contra o Hib, e quando o contacto é superior a 25<br />

horas/semana, se faça quimioprofilaxia a todos os contactos.<br />

Nas instituições com crianças de i<strong>da</strong>de igual ou superior a 2<br />

anos, independentemente de estas estarem ou não vacina<strong>da</strong>s, não<br />

é necessária a quimioprofilaxia.<br />

Fármaco de eleição<br />

Rifampicina<br />

O esquema a observar é o seguinte:<br />

I<strong>da</strong>de < 1 mês - 10 mg /Kg de peso, por via oral, de 24 em 24<br />

horas, durante quatro dias.<br />

I<strong>da</strong>de ≥ 1 mês - 20 mg /Kg de peso, até ao máximo de 600 mg<br />

por dose, por via oral, de 24 em 24 horas, durante quatro dias.<br />

Adultos - 600 mg, por via oral, de 24 em 24 horas, durante<br />

quatro dias.<br />

Nas grávi<strong>da</strong>s não está aconselha<strong>da</strong> a quimioprofilaxia.<br />

Interrupção <strong>da</strong> transmissão pelo doente<br />

Mesmo depois de ter terminado o tratamento, que em princípio não<br />

inclui Rifampicina, o doente deverá ser medicado com<br />

Rifampicina, segundo o esquema referido no ponto anterior,<br />

especialmente se vai reingressar numa instituição (infantário, creche,<br />

ama), uma vez que o tratamento nem sempre evita o estado de<br />

portador.<br />

19


Vacinação<br />

Indica<strong>da</strong> em crianças entre os 2 meses e os 5 anos de i<strong>da</strong>de,<br />

principalmente as incluí<strong>da</strong>s nos seguintes grupos:<br />

Crianças com asplenia, anemia falciforme ou imunodeficientes.<br />

Crianças infecta<strong>da</strong>s com VIH, assintomáticos ou sintomáticos.<br />

Notificação<br />

A meningite por Hib é uma doença de declaração obrigatória<br />

(DDO) e, assim, qualquer médico que diagnostique ou suspeite de<br />

um caso de meningite por Hib tem obrigação de o declarar, de duas<br />

formas:<br />

Declaração urgente - por telefone ou por fax para as<br />

autori<strong>da</strong>des de saúde (SARA).<br />

Declaração utilizando o modelo adequado - de acordo com o<br />

que está recomen<strong>da</strong>do para to<strong>da</strong>s as DDO, seguindo as cópias<br />

do referido modelo os circuitos habituais. Sempre que o clínico<br />

tenha conhecimento do serogrupo implicado na infecção, deve<br />

fazer constar essa informação <strong>da</strong> respectiva notificação.<br />

Informação ao público<br />

A valorizar pela Autori<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong> local.<br />

ACTUAÇÃO NAS SITUAÇÕES DE SURTO NUMA INSTITUIÇÃO<br />

Quando ocorrerem 2 ou mais casos de doença invasiva por Hib,<br />

em alunos <strong>da</strong> mesma instituição, num prazo de 60 dias, deverá<br />

administrar-se Rifampicina a to<strong>da</strong>s as crianças e aos<br />

funcionários encarregados <strong>da</strong> sua supervisão. As doses<br />

recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s são as descritas anteriormente, mantendo-se to<strong>da</strong>s<br />

as outras recomen<strong>da</strong>ções.<br />

20


Meningite Pneumocócica<br />

A infecção por Streptococus pneumoniae é também causa<br />

importante de meningite.<br />

A doença é mais frequente em lactentes e idosos e apresenta uma<br />

eleva<strong>da</strong> taxa de letali<strong>da</strong>de. O reservatório é o homem, e a<br />

distribuição do microrganismo é universal.<br />

Transmite-se por contacto directo, através de gotículas, ou por<br />

contacto indirecto, através de objectos contaminados com<br />

secreções <strong>da</strong>s vias respiratórias.<br />

Estas meningites apresentam-se, geralmente, como casos isolados,<br />

e não se recomen<strong>da</strong> nenhuma medi<strong>da</strong> profiláctica aos contactos do<br />

doente.<br />

Em caso de surto numa instituição fecha<strong>da</strong> (quartéis, internatos,<br />

asilos, etc.), pode ponderar-se a utilização <strong>da</strong> vacina polivalente,<br />

excepto quando se sabe que a vacina não inclui o tipo de<br />

polissacárido do pneumococo que causou o surto.<br />

21


Meningites Virais<br />

Embora se tenha demonstrado que numerosos vírus podem causar<br />

meningite, em cerca de 50 a 70% dos casos de meningite<br />

linfocitária agu<strong>da</strong> não é possível isolar o agente. Salienta-se que<br />

nem to<strong>da</strong>s as meningites linfocitárias agu<strong>da</strong>s são de origem viral. Em<br />

períodos epidémicos, o vírus <strong>da</strong> parotidite é causa de mais de 25%<br />

dos casos conhecidos de meningites virais, embora a sua<br />

frequência tenha diminuído com a vacinação.<br />

Em Portugal, nos últimos 2 anos, a parotidite foi a primeira causa<br />

de meningites virais. Além <strong>da</strong>s meningites por vírus <strong>da</strong> parotidite, há<br />

a salientar as meningites por enterovírus.<br />

Estas orientações centram-se nas meningites virais causa<strong>da</strong>s pelos<br />

enterovírus e pelo vírus <strong>da</strong> parotidite, não só pela importância<br />

que estes têm como causadores de doença meníngea, mas também<br />

pela possibili<strong>da</strong>de de ocorrerem em surto, provocando inquietação<br />

social.<br />

Os enterovírus pertencem ao grupo Picornaviri<strong>da</strong>e. Ain<strong>da</strong> que<br />

todos possam provocar doença, só são isolados, com certa<br />

regulari<strong>da</strong>de no LCR, os vírus Coxsackie B (6 tipos) e certos vírus<br />

Echo.<br />

O vírus <strong>da</strong> parotidite pertence ao grupo Paramyxoviri<strong>da</strong>e. A<br />

meningite provoca<strong>da</strong> por este vírus evolui espontaneamente para a<br />

cura sem deixar sequelas.<br />

RESERVATÓRIO E FONTE DE INFECÇÃO<br />

Enterovírus: o homem<br />

Vírus <strong>da</strong> parotidite: o homem<br />

22


MECANISMO DE TRANSMISSÃO<br />

Enterovírus: a transmissão faz-se por via fecal-oral e,<br />

possivelmente, oral-oral. A transmissão é favoreci<strong>da</strong> por condições<br />

deficitárias de higiene e de salubri<strong>da</strong>de. Nos climas temperados, o<br />

seu aparecimento é mais frequente no Verão e começo do Outono.<br />

Vírus <strong>da</strong> parotidite: a transmissão faz-se pela disseminação de<br />

gotículas ou por contacto directo com a saliva de pessoas<br />

infecta<strong>da</strong>s (espirro, tosse e beijo). O seu aparecimento é mais<br />

frequente no Inverno e na Primavera.<br />

PERÍODO DE INCUBAÇÃO<br />

Enterovírus: de 3 a 6 dias<br />

Parotidite: de 12 a 25 dias, com um pico aos 16, 18 dias.<br />

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE<br />

Enterovírus: durante a fase agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> doença até várias semanas<br />

depois do início <strong>da</strong> infecção, pois a excreção de vírus nas fezes<br />

persiste, mesmo na presença de altos níveis de anticorpos séricos.<br />

Parotidite: 6 a 7 dias antes do início <strong>da</strong> doença até 9 dias depois.<br />

SUSCEPTIBILIDADE E RESISTÊNCIA<br />

Enterovírus: a susceptibili<strong>da</strong>de à infecção é universal. A<br />

imuni<strong>da</strong>de adquire-se, provavelmente, depois <strong>da</strong> infecção clínica ou<br />

subclínica, desconhecendo-se a sua duração.<br />

Parotidite: a susceptibili<strong>da</strong>de à infecção é geral, mas cerca de um<br />

terço dos casos não chegam a manifestar-se clinicamente. Os sinais<br />

meníngeos podem ocorrer em até 15% dos casos de parotidite. A<br />

meningite pode manifestar-se sem evidência clínica de parotidite,<br />

precedê-la, antecedê-la ou manifestar-se em simultâneo.<br />

23


FORMAS DE APRESENTAÇÃO<br />

Tanto os enterovírus como os vírus <strong>da</strong> parotidite podem ocasionar<br />

casos isolados ou surtos.<br />

MEDIDAS DE CONTROLO<br />

CONCEITOS GERAIS<br />

Caso: as meningites devi<strong>da</strong>s a enterovírus e vírus <strong>da</strong> parotidite são,<br />

pelo menos de início, classifica<strong>da</strong>s como “meningites linfocitárias”<br />

ou como “meningites virais”. A etiologia pode ser indicia<strong>da</strong> por<br />

factores gerais, como a sazonali<strong>da</strong>de ou a situação epidémica (por<br />

exemplo, é raro que o vírus <strong>da</strong> parotidite produza um surto de<br />

meningite na ausência de casos de parotidite clínica) e por factores<br />

clínicos (alguns vírus Coxackie e Echo caracterizam-se por<br />

apresentar uma erupção similar à <strong>da</strong> rubéola; também podem<br />

aparecer vesículas e petéquias).<br />

Nos surtos, é particularmente importante identificar o vírus<br />

responsável.<br />

Caso por enterovírus: isolamento do vírus nas fezes ou aumento<br />

do título de anticorpos em duas amostras de sangue, sendo a<br />

primeira colhi<strong>da</strong> no começo <strong>da</strong> doença e a segun<strong>da</strong> quatro semanas<br />

depois.<br />

Caso por vírus <strong>da</strong> parotidite: isolamento do vírus na urina,<br />

exsu<strong>da</strong>do faríngeo, LCR ou sangue, sendo as provas serológicas<br />

úteis para a confirmação do diagnóstico.<br />

PREVENÇÃO DE CASOS SECUNDÁRIOS<br />

Meningite por enterovírus<br />

Caso isolado: informação à Autori<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong> (SARA),<br />

reforçar as medi<strong>da</strong>s de higiene individual e geral, incluindo uma boa<br />

24


ventilação <strong>da</strong>s habitações, e evitar as aglomerações.<br />

Surto epidémico: as mesmas medi<strong>da</strong>s referi<strong>da</strong>s para o caso<br />

isolado.<br />

Meningite por vírus <strong>da</strong> parotidite<br />

Caso isolado: informação à Autori<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong> (SARA),<br />

evicção escolar - DR nº. 3/95 de 27 de Janeiro - e vacinação dos<br />

contactos não vacinados. To<strong>da</strong>s as parotidites deverão ser<br />

notifica<strong>da</strong>s através do sistema de notificação <strong>da</strong>s DDO.<br />

Surto epidémico: As mesmas medi<strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s para os<br />

casos isolados. As Autori<strong>da</strong>des de <strong>Saúde</strong> valorizarão a<br />

conveniência de recomen<strong>da</strong>r que os contactos susceptíveis não<br />

vacinados sejam sujeitos a evicção escolar. Não são<br />

considerados susceptíveis todos aqueles que estejam<br />

adequa<strong>da</strong>mente vacinados ou em que haja confirmação<br />

clínica de terem sofrido a doença.<br />

INFORMAÇÃO AO PÚBLICO<br />

A valorizar pela Autori<strong>da</strong>de <strong>Saúde</strong> local.<br />

25


BIBLIOGRAFIA<br />

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Infeccious Diseases. 24 th ed. Elk Grove Village, IL: American Academy of<br />

Pediatricas; 1997.<br />

Benenson A S, ed. 1995. Control of Communicable Diseases Manual. 16th<br />

ed. Washington : American Public Health Association; 1995.<br />

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surveillance. MMWR 1990; 39 (No. RR-13).<br />

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meningococcal disease and Control and prevention of serogroup C<br />

meningococcal disease: evaluation and management of suspected<br />

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Practices (ACIP). MMWR 1997; 46 (No. RR-5).<br />

Dirección Xeral de <strong>Saúde</strong> Pública - Servicio Galego de <strong>Saúde</strong>. Meninxite<br />

infecciosa: protocolos de actuación fronte ás infeccións que son a causa <strong>da</strong><br />

meirande parte <strong>da</strong>s meninxites agu<strong>da</strong>s no noso medio. Guias de <strong>Saúde</strong><br />

Publica; serie I:seccion Meninxite. Informe1.<br />

WHO. WHO Recommended Surveillance Stan<strong>da</strong>rds. WHO/EMC/ /DIS/<br />

97.1.<br />

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