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Download (pdf, 1mb) - Tribunal da Relação de Évora

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incluía 9 divisões, além <strong>de</strong> cocheiras, cavalariças, pica<strong>de</strong>iro e outras divisões, um 1º an<strong>da</strong>r com 19<br />

divisões (incluindo gran<strong>de</strong> cozinha ou cozinhas?), salões, <strong>de</strong>spensas e outras <strong>de</strong>pendências para<br />

serviços vários, um 2º an<strong>da</strong>r com 15 divisões e um 3º an<strong>da</strong>r com 5 cinco divisões. Segundo o projecto<br />

<strong>de</strong> Cinatti, o palácio po<strong>de</strong>rá <strong>da</strong>r-se quase por concluído em finais <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 do século XIX.<br />

Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, Guiseppe Luigi Cinatti, cenógrafo-arquitecto do Teatro <strong>de</strong> S. Carlos<br />

(ópera), ci<strong>da</strong>dão italiano nascido em Siena (1808), que ain<strong>da</strong> viu sua filha Cley<strong>de</strong> Maria Margari<strong>da</strong><br />

Cinatti casar (17/2/1876) com Alfredo Christiano Keil (maestro Alfredo Keil, compositor<br />

do nosso hino nacional, A Portuguesa!), veio a falecer a 23 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1879. No entanto, o cenógrafo-arquitecto<br />

que traçou a Quinta <strong>da</strong>s Laranjeiras e as <strong>de</strong>corações interiores do Palácio <strong>da</strong>s<br />

Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (Lisboa), além <strong>da</strong>s obras que aqui produziu, ain<strong>da</strong> viveu a tempo <strong>de</strong> assistir à louvável<br />

atenção <strong>da</strong> Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, quando presidi<strong>da</strong> por Francisco Barahona, que lhe<br />

ofereceu a me<strong>da</strong>lha <strong>de</strong> ouro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com as armas <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> numa face e, na outra, a legen<strong>da</strong><br />

«Ao artista José Cinatti a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> reconheci<strong>da</strong>».<br />

Com o falecimento <strong>de</strong> José Maria Ramalho Dinis Perdigão (1884) e o casamento<br />

(segun<strong>da</strong>s núpcias) em <strong>Évora</strong> <strong>da</strong> sua viúva (1887), Dª. Inácia Angélica Fernan<strong>de</strong>s Ramalho com o<br />

bacharel em Direito (1866) Francisco Eduardo <strong>de</strong> Barahona Fragoso Cordovil <strong>da</strong> Gama Lobo (filho<br />

do con<strong>de</strong> <strong>da</strong> Esperança), proprietário, lavrador natural e resi<strong>de</strong>nte até então em Cuba, o palácio<br />

erguido à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, no Rossio <strong>de</strong> S. Brás, ganhou uma nova personali<strong>da</strong><strong>de</strong>, avultadíssima<br />

em cabe<strong>da</strong>is artísticos, e outras aquisições <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> monta para a época. Enfim, o casal<br />

não parece ter olhado a gastar para rechear a principesca residência imagina<strong>da</strong> pelo cenógrafoarquitecto<br />

Giuseppe Luigi Cinatti.<br />

Talvez com a paixão a que o moveu o enlace matrimonial ou porque isso estivesse<br />

na raiz <strong>da</strong> sua formação académica e artística, Francisco Barahona (nome naturalmente abreviado<br />

que passou a i<strong>de</strong>ntificá-lo) cujo governo do palácio repousava todo sobre os seus ombros,<br />

<strong>de</strong>ve ter resolvido reeditar as estupen<strong>da</strong>s mutações artísticas e tradições renascentistas que casas<br />

nobres <strong>da</strong> velha ci<strong>da</strong><strong>de</strong> haviam conhecido.<br />

Desta mesma opinião foi António Francisco Barata, que assinou um folheto panegirista<br />

sobre Francisco Barahona (Á Posteri<strong>da</strong><strong>de</strong>,1891) sob pseudónimo <strong>de</strong> D. Bruno <strong>da</strong> Silva.<br />

Aí, no esboço biográfico do homenageado (que acabava <strong>de</strong> doar o «Teatro Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>»<br />

12 | TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE ÉVORA

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