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COMO REALIZAR UM TRATAMENTO ORTODÔNTICO ... - sboom

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<strong>COMO</strong> <strong>REALIZAR</strong> <strong>UM</strong> <strong>TRATAMENTO</strong> <strong>ORTODÔNTICO</strong> COM QUALIDADE E<br />

CUSTO REDUZIDO – APOSTILA DOS CURSOS DE ORTODONTIA DA<br />

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR<br />

Nelson José Rossi- Especialista, Mestre e Doutor em Ortodontia pela<br />

Universidade de Barcelona, Espanha<br />

Rosa Carrieri Rossi- Especialista e Mestre pela UNIFESP<br />

Nelson José Carrieri Rossi- Mestrando em Ortodontia pela <strong>UM</strong>ESP<br />

INTRODUÇÃO:<br />

Vivemos numa economia de mercado onde as indústrias têm grande<br />

capacidade de produção e a concorrência as obriga a criar estratégias de<br />

venda bastante agressivas. As produtoras de materiais odontológicos não<br />

podem fugir desta realidade e também precisam produzir lucros para<br />

sobreviver.<br />

O primeiro princípio de lucratividade é baseado em três colunas: vender um<br />

produto de grande valor agregado para poucos compradores, vender vários<br />

produtos de menor valor para um mesmo comprador ou vender produtos de<br />

pouco valor para muitos compradores. Cada empresa emprega uma ou mais<br />

estratégias de venda em função da característica de seus compradores.<br />

Vejamos o exemplo do grande conglomerado italiano, proprietário das marcas<br />

FIAT e Ferrari. Apesar de ser um único fabricante, comercializa produtos<br />

diferenciados, desde as valiosíssimas Ferraris até os carros populares da FIAT.<br />

Para o seleto público que tem poder aquisitivo para comprar um esportivo, o<br />

apelo publicitário é feito através do patrocínio de uma poderosa equipe de<br />

competição que exige um investimento altíssimo.<br />

Para vender os populares, a ferramenta de marketing é mostrar o benefício<br />

destes carros em relação ao preço, a possibilidade de levar toda a família com<br />

conforto e economia, além de ser um veículo de uso diário. O conglomerado<br />

obtém lucros tanto vendendo uma Ferrari para poucos privilegiados como<br />

vendendo milhares de carros com valores menores.<br />

Analisando apenas a finalidade de um veículo, no entanto, veremos que ambos<br />

são meios de condução que servem apenas para levar pessoas de um lugar<br />

para o outro, e tanto a caríssima Ferrari quanto o popular da FIAT cumprem<br />

este papel.<br />

Na verdade, a maioria dos proprietários dos primeiros nem têm a oportunidade<br />

de usar estes carros em pistas compatíveis com a sua velocidade e muitos<br />

permanecem confinados em garagens como objetos de adoração, fugindo ao<br />

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propósito primordial de um veículo: levar seu dono e sua família de um ponto<br />

ou outro...<br />

No dia-a dia, a Ferrari exige ruas perfeitamente pavimentadas, sem lombadas<br />

ou valetas, não comporta mais do que duas pessoas, tem um grande ruído<br />

interno e devido ao seu alto preço e visibilidade não pode simplesmente ser<br />

estacionada na rua como os carros populares, sem que o dono não fique<br />

preocupado.<br />

Vejam que o impulso para a compra de um automóvel caro e pouco prático<br />

provém da estratégia de vendas que atribui qualidades ao veículo que não<br />

fazem nenhuma falta no uso prático, mas que criam a impressão de que o<br />

comprador é especial por ter feito tal escolha.<br />

A indústria de materias de ortodontia usa os mesmos critérios que foram<br />

exemplificados acima, quer na obtenção de lucros, quer na estratégia de<br />

vendas. Algumas apostam em materiais muito caros aos quais atribuem<br />

qualidades exageradas, vendendo estes produtos a um pequeno grupo de<br />

profissionais.<br />

Para isto organizam grandes estratégias de marketing com stands nababescos<br />

nos congressos, patrocíno de cursos e conferências, sites interativos na<br />

internet, etc.<br />

Outros preferem cativar um grupo de profissionais e vender a este grupo um<br />

grande número de produtos. A estratégia consiste em fazê-los pensar que para<br />

poder trabalhar direito é preciso usar uma linha de material bastante<br />

diversificada, e que os ortodontistas que não usam estes materiais estão<br />

desatualizados.<br />

Um bom exemplo é o que pode ser visto nos catálogos das fábricas de<br />

braquetes, onde existem dezenas de modelos, torques, formas das peças,<br />

sempre apregoando uma vantagem para este ou aquele braquete e induzindo a<br />

pensar que o êxito do tratamento depende deles.<br />

A ortodontia já passou de cem anos como especialidade e podemos observar<br />

que os ortodontistas antigos conseguiam resultados tão bons ou melhores que<br />

os atuais sem contar com toda a parafernália do mercado atual.<br />

O último recurso de vendas é similar ao carro popular, ou seja, vender um<br />

produto que permita obter os resultados que se precisa por um custo mais<br />

baixo, a um maior número de compradores.<br />

O público alvo é aquele que se interessa apenas na relação entre o custo e o<br />

benefício, sem se importar com a vaidade de usar um determinado tipo de<br />

braquete ou de se impressionar com falsas vantagens que não se revelam na<br />

prática.<br />

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Temos visto a ortodontia por este prisma durante os trinta anos que nos<br />

dedicamos ao consultório. Décadas atrás, os ortodontistas eram um pequeno<br />

grupo que se valia de sua exclusividade e que conseguia obter um bom<br />

rendimento financeiro e custear materiais de consumo dispendiosos.<br />

Criamos o conceito de que o bom material é aquele que está na moda e que<br />

tem ampla visibilidade nos congressos, de preferência que tenha sido<br />

desenvolvido por algum professor bem famoso, de uma instituição de ensino<br />

famosa e de custo maior que os produtos considerados corriqueiros 1,17 .<br />

Ainda melhor quando este material é feito por uma indústria que custeie uma<br />

propaganda forte no sentido de mostrar que seu produto tem qualidades tão<br />

superiores que diferenciam o profissional que o utiliza. Muito parecido com a<br />

compra de uma Ferrari, cujo custo é alto, mas não representa nenhuma<br />

vantagem real para quem precisa simplesmente de um carro para levar os<br />

filhos à escola e ir ao trabalho.<br />

A maior parte de nossos alunos dos cursos de atualização e especialização<br />

encontrou um cenário muito diferente em sua vida profissional. Grande<br />

concorrência, preços aviltantes, pressão dos pacientes pelo resultado e a<br />

necessidade de investir no aperfeiçoamento profissional fazem com que o<br />

ortodontista dos tempos atuais seja obrigado a pensar na relação entre o custo<br />

e o benefício de cada investimento.<br />

Alguns passaram a usar materiais de baixo custo e se sentem diminuídos<br />

quando seus colegas (alguns que usam os mesmos materiais e não admitem),<br />

dizem que aprenderam a usar um braquete ou arco muito superior, daqueles<br />

que funcionam sozinhos, como uma receita de culinária.<br />

Pelo sentimento de inferioridade, muitas vezes deixam de perguntar se<br />

REALMENTE EXISTEM EVIDÊNCIAS de que este novo braquete ou arco é<br />

melhor que os antigos, ou se este colega que usa estas novidades está<br />

simplesmente iludido pela campanha publicitária que envolveu a indústria, o<br />

professor, etc.<br />

Com relação aos braquetes, vivemos uma época em que a moda é usar<br />

braquetes autoligantes, que não necessitam de ligaduras para prendê-los ao<br />

arco (figura 1) e de braquetes individualizados para cada caso, sendo<br />

necessário um estoque de peças diferentes, além da servidão a um tipo de<br />

protocolo de tratamento definido pelos idealizadores destes braquetes.<br />

A sensação é de que os produtores conseguiram finalmente simplificar a<br />

ortodontia a ponto de ser apenas uma simples troca de arcos, enquanto estes<br />

braquetes realizam seus prodígios.<br />

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BRAQUETES AUTOLIGANTES:<br />

Figura 1- Braquete autoligante. Em<br />

vermelho, a tampa que pode ser<br />

aberta para a inserção e remoção do<br />

arco (em amarelo)<br />

Comparo os braquetes autoligantes aos carros esportivos que citamos acima,<br />

são bonitos, impressionantes, tem uma potente estratégia de vendas, mas não<br />

representam nenhuma vantagem na relação custo-benefício.<br />

Em Novembro de 2007, duas das maiores fabricantes de material ortodôntico<br />

dos Estados Unidos patrocinaram congressos com a pretensa finalidade de<br />

discutir as pesquisas com braquetes autoligantes e convidaram professores de<br />

todas as partes do planeta para divulgarem seus resultados com este sistema.<br />

Não é difícil imaginar o desconforto que teriam alguns destes ministradores,<br />

cujas passagens aéreas e estadias em hotéis foram custeadas pelas fábricas,<br />

se tivessem que expor alguma desvantagem de seus produtos. Para os<br />

ouvintes ficou a sensação de que os autoligantes são o futuro da ortodontia.<br />

A indústria de material quer incutir a idéia que os braquetes autoligantes<br />

oferecem menos atrito no arco que os convencionais e por isso fazem o<br />

tratamento ficar muito mais rápido, com menor número de procedimentos,<br />

expandem os arcos e causam menos efeitos colaterais, como a recidiva.<br />

A literatura recente não parece dar suporte a estas afirmações. Numa<br />

avaliação clínica * feita em 60 pacientes, foram colados braquetes Damon em<br />

um lado da arcada inferior e braquetes convencionais no lado oposto da<br />

mesma arcada. Após 10 semanas da instalação do primeiro arco e 10 semanas<br />

do segundo arco, os pacientes foram perguntados sobre o desconforto<br />

produzido pelos braquetes, sobre a aparência estética dos mesmos e<br />

comparados o grau de alinhamento e número de peças caídas.<br />

Os pacientes sentiram maior desconforto com os braquetes convencionais nos<br />

primeiro arco, mas a situação se inverteu no segundo arco. A aparência das<br />

peças Damon foi reprovada pelos pacientes e ocorreu maior queda destes<br />

braquetes do que os convencionais. Para piorar, não houve diferença<br />

significativa no tempo de alinhamento.<br />

* A Clinical Trial of Damon 2 Vs Conventional Twin Brackets during Initial<br />

Alignment.Peter G. Miles; Robert J. Weyant; Luis Rustveld. The Angle<br />

Orthodontist: 2007,Vol. 76, No. 3, pp. 480–485.<br />

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Outro trabalho ** usou 54 pacientes, metade com braquetes Damon e metade<br />

com braquetes convencionais e comparou o tempo de alinhamento com os dois<br />

sistemas.<br />

Na média, o tempo de tratamento com braquetes autoligantes foi de 25 dias a<br />

menos que os convencionais. Além disto, não está bem claro como foi avaliada<br />

a colaboração dos pacientes.<br />

Em um contexto de baixo orçamento, como o vivenciado por uma significativa<br />

parcela dos profissionais brasileiros, uma diminuição de 25 dias no tratamento<br />

não representa uma vantagem tão grande que justifique comprar um conjunto<br />

de braquetes que custa vinte vezes mais que os convencionais com o pretexto<br />

de apressar o tratamento.<br />

Podemos estar generalizando pela nossa realidade, mas também vemos outro<br />

problema de relacionamento com os pacientes brasileiros: eles adoram usar<br />

ligaduras coloridas, chegando a não faltar na consulta apenas para pedir uma<br />

determinada cor de ligadura. Um braquete autoligante tira esta satisfação do<br />

paciente, pois não usa ligadura elástica.Além disto, o primeiro trabalho<br />

demonstrou que os pacientes americanos reprovaram o formato dos braquetes<br />

autoligantes mais famosos do mercado.<br />

Outro conceito bizarro é o de que os braquetes autoligantes não produzem<br />

atrito por não usar ligaduras elásticas, e por isso seu tratamento é mais eficaz.<br />

Se não houver algum atrito entre o fio e o braquete não ocorre movimento<br />

dentário, pois alguma força é necessária para produzí-lo 13,34 .<br />

A única situação em que o atrito é totalmente indesejado é na retração dos<br />

caninos pelo método deslizante, onde os braquetes destes dentes precisam<br />

deslizar pelo arco para provocar o movimento. Qualquer obstáculo ao<br />

deslizamento dos caninos pode significar perda de ancoragem dos<br />

molares 14,15,16,22 .<br />

Os adeptos dos braquetes autoligantes costumam exagerar as suas qualidades<br />

quanto ao deslizamento, pois o trabalho clínico que comparou a quantidade de<br />

retração dos caninos *** usando braquetes convencionais e autoligantes mostrou<br />

média de 1,1mm por mês com os autoligantes smartclip e de 1,2 mm com<br />

braquetes convencionais (diferença de 0,1mm por mês) o que é literalmente<br />

insignificante.<br />

** Pandis N, Polychonopulou A, Eliades T. self-ligating vs conventional brackets<br />

in the treatment of mandibular crowding: A prospective clinical trial of treatment<br />

duration and dental effects. Am J Orthod Dentofac Orthop, 2007, 132:208-15.<br />

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Comparando ambos os conjuntos percebemos que não existe vant vantagem no<br />

quesito de deslizamento, e o preço do braquete autoligante é muitíssimo maior<br />

que os convencionais.<br />

Outra qualidade contestável atribuída aos braquetes autoligantes é de eles<br />

produzem expansão dos aarcos,<br />

evitando extrações. Na prática, qualquer<br />

braquete, quando usado em um caso de apinhamento onde não foram feitas<br />

extrações, , também produz aumento do arco. arco.Figura 2<br />

Figura 2- Ao fazer o alinhamento sem<br />

recuperar espaços, fazer desgastes ou<br />

extrações, os dentes são forçados a<br />

vestibularizar, causando aumento do<br />

arco. Qualquer tipo de braquete produz<br />

este resultado, seja autoligante ou<br />

convencional, nvencional, como o usado no caso ao<br />

lado.<br />

O problema não está na produção desta expansão, mas na MANUT<br />

deste aumento do arco. Durante anos os or<br />

mostrando que a expansão em adultos tende inexoravelmente<br />

recidiva 6,10,12,19,26,28, O problema não está na produção desta expansão, mas na MANUT MANUTENÇÃO<br />

do arco. Durante anos os ortodontistas todontistas realizaram estudos<br />

mostrando que a expansão em adultos tende inexoravelmente à<br />

. Basta avaliar os tra trabalhos balhos sobre estabilidade tardia da<br />

expansão para notar que a recidiva nestes casos já se tornou um paradigma na<br />

especialidade.<br />

Não há como supor que, ssomente<br />

pela forma de ligadura diferenciada, ferenciada, eeste<br />

braquetes criaram a capacidade de expandir os arcos sem recidiva.<br />

Os dois casos mostrados no prospecto do fabricante<br />

de recidiva com braquetes<br />

continuavam com as contenções coladas<br />

inferior, durante todo o período de avaliação<br />

13 para justificar a ausência<br />

de recidiva com braquetes Damon, por exemplo, mostram que os pacientes<br />

m com as contenções coladas, tanto no arco superior como o<br />

durante todo o período de avaliação .<br />

Ora, qualquer paciente não apresenta recidiva enquanto estiver com as<br />

contenções coladas! Precisamos esperar vários anos após a retirada das<br />

contenções para verificar se as exp expansões ansões produzidas pelos braquetes<br />

autoligantes são estáveis.<br />

*** Miles PG. Self-ligating ligating vs conventional twin brackets during em em-masse<br />

space closure with sliding mechanics. Am J Orthod Dentofac Orthop,<br />

2007, 132:223-25.<br />

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Finalmente, se formos analisar qual é o braquete que produz menor atrito na<br />

ligadura, podemos sugerir que é o usado por nós 37,38 , que apresenta canaleta<br />

vertical além da canaleta horizontal de encaixe.<br />

Quando um dente está muito fora de posição, passamos um amarrilho metálico<br />

0,20 pela canaleta vertical até o arco, ficando uma superfície de contato de<br />

menos de um quarto de milímetro. À medida que o arco desloca o dente, o<br />

amarrilho vai sendo apertado até que o arco entre na canaleta horizontal,<br />

sendo que o atrito fica praticamente ausente durante toda esta fase. Figura 3<br />

Como veremos mais tarde, um tratamento completo usando estes braquetes e<br />

arcos produzidos no Brasil custa seis vezes menos que o preço apenas do<br />

conjunto de braquetes autoligantes e produz resultados iguais.<br />

BRAQUETES INDIVIDUALIZADOS<br />

Voltando ao raciocínio das estratégias de venda das empresas, a segunda<br />

forma de obter lucro é cativar um comprador e vender a ele uma gama variada<br />

de produtos. A indústria de cosméticos usa muito esta variante, primeiro<br />

ligando o nome da empresa a um personagem famoso.<br />

Em seguida, apresentam uma grande lista de produtos, cada qual com uma<br />

pequena vantagem. A linha para cabelos, por exemplo, chega a ter um produto<br />

para iniciar a lavagem, outro para hidratar os fios, outro para pré-rinsagem e<br />

um creme rinse final, todos para o mesmo ato: lavar os cabelos.<br />

Usando este expediente para vender braquetes foi criada a imagem de que<br />

necessitamos usar um conjunto diferente para cada paciente. Atualmente,<br />

existe um sistema em que o modelo do paciente passa por um scanner que<br />

reproduz suas faces vestibulares e um computador ligado a uma fresa produz<br />

braquetes sob medida para cada dente **** .<br />

O sistema também disponibiliza que os braquetes venham com dispositivos<br />

que, apoiados na oclusal do dente, posicionam as peças exatamente onde o<br />

computador idealizou. Além disto, arcos são produzidos a laser com a<br />

curvatura exata de cada arcada, fazendo um conjunto de fios diagramados<br />

individualmente.<br />

**** Insígnia,marca registrada da Ormco, USA.<br />

Figura 3- Ligadura à distância pela<br />

canaleta vertical em braquetes Rossi da<br />

ADITEK. O único atrito produzido é o do<br />

fio de amarrilho 0,20 contra o arco de<br />

níquel titânio. Quando o dente estiver<br />

próximo do arco, pode-se inserir na<br />

canaleta horizontal<br />

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Há quem diga que este sistema irá acabar com a necessidade de se<br />

especializar em ortodontia, pois bastaria seguir uma ordem na colagem das<br />

peças e na troca dos fios para obter um resultado excelente.<br />

Quanto ao fim da especialidade, os colegas podem ficar sossegados, pois<br />

existem muitos fatores envolvidos num tratamento além da simples troca de<br />

arcos 1,17 , como veremos a seguir.<br />

1)Imprecisão na colagem:<br />

Mesmo usando todos os cuidados para não falhar, é difícil admitir que alguém<br />

consiga atender vários pacientes sem cometer nenhum êrro na colagem 27 .<br />

Achamos que o êrro não está em colar um braquete fora de posição e sim, não<br />

perceber o êrro e recolar a peça em uma consulta subsequente. Alguns<br />

colegas acham que este problema estaria resolvido com o sistema que citamos<br />

acima, pois os posicionadores não permitiriam o êrro humano.<br />

Basta trabalhar algum tempo no consultório para perceber que em alguns<br />

casos a colagem inicial é inadequada, não pela falta de capacidade do<br />

ortodontista , mas por condições adversas dos dentes.<br />

Dentes com desgastes irregulares, hiperplasia ou recessão gengival, sub ou<br />

supra erupcionados, inclinados, com alterações de forma, com próteses ou<br />

facetas, obrigam que o profissional use a sua intuição clínica para determinar a<br />

posição ideal de colagem 3,8,20,21,31,33,43, .<br />

O caso da figura 4 mostra uma situação na qual a agenesia dos incisivos<br />

laterais superiores teve de ser contornada pela mesialização dos caninos e sua<br />

transformação em incisivos laterais pelo desgaste de esmalte. A posição dos<br />

braquetes dos caninos foi deslocada para cervical para forçar a extrusão e<br />

fazer com que a cervical dos caninos ficasse na altura da cervical dos centrais,<br />

a fim de evitar a desagradável impressão de incisivos laterais muito compridos<br />

no final do tratamento.<br />

Figura 4- Caso não-convencional com várias recolagens<br />

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Alguns dentes apresentavam recessões gengivais, outros estavam inclinados e<br />

rotacionados, foi necessária a extração de apenas um premolar inferior e quase<br />

todos apresentavam desgastes irregulares pela mordida cruzada de um lado e<br />

mordida em tesoura do outro lado.<br />

Na prática, estas peças foram recoladas várias vezes obedecendo a intuição<br />

estética da ortodontista. Duvidamos que seria possível o sistema de braquetes<br />

gerados pelo computador simular esta situação.<br />

Um bom observador também usa a sua intuição para exagerar propositalmente<br />

a angulagem horizontal dos braquetes e permitir que um dente seja movido<br />

para uma situação que, embora pareça exagerada, permite melhor<br />

engrenamento com os antagonistas.<br />

O caso da figura 5 mostra que o canino teve que ser bastante verticalizado<br />

para compensar a sua relação de Classe III, sendo que o ortodontista usou sua<br />

intuição para exagerar na angulagem horizontal. Um computador não teria a<br />

capacidade de usar o mesmo expediente e idealizaria a colagem na posição<br />

convencional, que, neste caso, não daria a angulação ideal.<br />

Figura 5- A angulação horizontal do braquete do canino superior foi<br />

propositalmente exagerada para permitir seu engrenamento com os inferiores<br />

Resumo: Um especialista que quer a perfeição não precisa de braquetes<br />

sofisticados, caros e com posicionadores, usa sua intuição para fazer<br />

recolagens ou dobras nos fios até que atinja seus objetivos.<br />

2)Colaboração do paciente:<br />

Mesmo que tenhamos a oportunidade de comprar os braquetes mais<br />

sofisticados do mercado, dotados de posicionadores para a colagem inicial,<br />

estaremos frente a um problema muito frequente no cotidiano do consultório:<br />

os pacientes que derrubam peças 4,24,25,35 .<br />

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Em nossa clínica chamamos jocosamente de Maldição do papel toalha a<br />

situação em que o paciente ao adentrar a sala, após os cumprimentos de<br />

praxe, retira de seu bolso um pedaço de papel com várias peças que derrubou<br />

entre as consultas.<br />

A literatura mundial 4,24,25,35,43 mostra que a média de perda de peças durante<br />

um tratamento é da ordem de 12%, sendo que os braquetes dos premolares<br />

inferiores são perdidos em uma proporção de 30%, enquanto os incisivos<br />

centrais superiores apenas 4%.<br />

Quem já passou por isto sabe que algumas vezes, durante o tempo em que o<br />

arco agiu sobre os dentes que ficaram com as peças, os dentes cujos<br />

braquetes caíram assumem posições piores do que as do início do tratamento.<br />

Por melhor que seja a qualidade do material empregado ou o tipo de braquete<br />

que se esteja usando, o profissional é obrigado a usar a sua intuição para<br />

recolar as peças no melhor local possível.<br />

A propósito, um trabalho que comparou o número de peças derrubadas<br />

mostrou que a porcentagem de braquetes autoligantes perdidos é maior que a<br />

dos convencionais * .<br />

Resumo: Não adianta comprar um sistema de braquetes caro e sofisticado<br />

para tratar um paciente que não colabora com a integridade de um aparelho.<br />

Veremos adiante que na nossa filosofia de tratamento a custo reduzido, a<br />

fábrica vende as peças por dezenas, assim a reposição dos braquetes perdidos<br />

representa menor prejuízo.<br />

3)Anatomia diferenciada dos dentes:<br />

Qualquer aluno de graduação já percebe que pessoas diferentes têm tamanhos<br />

e formas de dentes diferentes 8,20,21,31,42 . Não fosse assim, não haveria a<br />

necessidade de tanta variedade de dentes de estoque para prótese, apenas<br />

um modelo serviria para todos os casos. Figura 6<br />

Alguns ortodontistas simplesmente ignoram esta realidade e afirmam que o<br />

braquete de uma determinada marca serve para todas as bocas e não há<br />

necessidade de fazer nenhuma dobra nos arcos para finalizar bem um caso.<br />

Não temos esta opinião. Admitimos que os braquetes preajustados<br />

proporcionam resultados satisfatórios na maioria dos casos sem a necessidade<br />

de dobras, e que seu uso torna muito mais fácil o tratamento ortodôntico ,2,9,23,30 .<br />

Não podemos deixar de perceber, entretanto, que algumas vezes o ajuste fino<br />

da dentição necessita compensações pela torção dos arcos.<br />

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Figura 6- À esquerda, dentes homólogos mostrando a grande variação de<br />

morfologia entre eles. À direita, as bases anatômicas dos braquetes<br />

preajustados costumam se adaptar bem à maioria das faces vestibulares dos<br />

dentes.<br />

Os braquetes preajustados mais comuns têm bases que se ajustam bem a<br />

cada grupo de dentes, mas têm algumas limitações quando estes dentes são<br />

muito maiores ou menores que a média, têm forma excessivamente triangular,<br />

retangular, ovóide, com a face vestibular muito convexa ou côncava ou em<br />

dentes conóides.<br />

O comprimento e largura das coroas, assim como a extensão de sua face lisa<br />

podem diferir bastante de pessoa a pessoa. Neste quesito, os braquetes<br />

gerados individualmente por computador poderiam evitar algumas das<br />

variáveis acima descritas.<br />

No entanto, há uma condição clínica muito frequente que pode mudar a<br />

anatomia dos dentes DURANTE o tratamento, que é a aplicação de desgastes<br />

interproximais para a obtenção de espaço para o alinhamento.<br />

Não é possível prever a quantidade exata de desgaste que se irá fazer, pois<br />

depende do tamanho do dente, da forma do mesmo, do tamanho da polpa, da<br />

sensibilidade individual e da posição dos dentes. Assim, nenhum sistema é<br />

capaz de prever onde a peça deverá ser colada após o desgaste, apenas o<br />

profissional pode ter esta sensibilidade.<br />

Resumo: O uso de aparelhos preajustados é favorável para o andamento do<br />

tratamento, pois diminui o número de manobras nos arcos. No entanto, dada a<br />

diferença de anatomia dos dentes e da possibilidade de variar a anatomia de<br />

alguns dentes durante o tratamento pelo desgaste interproximal, não existe um<br />

sistema de braquetes que substitua a intuição do ortodontista.<br />

4) Material e fundição do braquete:<br />

Até agora estivemos comparando os braquetes pela relação entre seu custo e<br />

o benefício real que proporcionam, dando a entender que nem todos os<br />

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sistemas custosos são necessariamente bons. Agora iremos inverter esta<br />

lógica, baseados na evidência de que existem no mercado produtos de tão<br />

baixa qualidade que podem levar a sérios riscos no tratamento.<br />

Este tipo de produto deve ser evitado, apesar do baixo custo. Os braquetes<br />

podem ser feitos de aço inoxidável, plástico, plástico reforçado com alumina<br />

(braquetes cerâmicos), plástico reforçado com fibra de carbono, com safira<br />

sintética ou podem ser de plástico com canaleta de metal. Também existem<br />

braquetes feitos de titânio comercialmente puro.<br />

Os braquetes de plástico puro são os mais baratos, porém as quebras<br />

constantes e, pior, o desgaste das canaletas pela troca dos arcos, os torna<br />

praticamente inviáveis.<br />

O aço inoxidável é a alternativa de melhor custo-benefício, pois oferece boas<br />

condições de trabalho e custo reduzido 22, . Devem ser evitados em pacientes<br />

alérgicos ao níquel, presente em sua composição.<br />

É preciso ressaltar que existem vários tipos de aço inoxidável, sendo que<br />

alguns apresentam melhor resistência e capacidade de produção. Algumas<br />

fábricas barateiam seu produto pelo uso de aço de baixa qualidade, o que pode<br />

ser constatado pela mudança de cor das peças, pela deformação das garras,<br />

canaletas e braços de força.Figura 7<br />

Algumas vezes os fios mais grossos nem conseguem penetrar nas canaletas<br />

dos braquetes e dos tubos depois de certo tempo de tratamento pela<br />

deformação das peças e pelo acabamento pobre de sua superfície.<br />

Figura 7 – Braquetes usados neste manual. Possuem bases anatômicas,<br />

marcas de posicionamento, de identificação, canaleta vertical. Base com boa<br />

retenção e são feitos de aço com baixa deformação.<br />

Assim, apesar de existirem braquetes mais baratos, usamos os da marca<br />

ADITEK que, ao nosso ver, têm ótimo rendimento e custo reduzido em relação<br />

aos da mesma qualidade.<br />

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Quase todos os nossos pacientes usam braquetes metálicos. Pelo menos em<br />

nossa percepção, os brasileiros não se importam em mostrar seus dentes com<br />

aparelhos fixos, ao contrário, muitos pedem para manter os aparelhos além do<br />

necessário para permanecer com os braquetes.<br />

No ambulatório de nosso curso já compareceram pessoas que queriam colar<br />

braquetes apenas para simular que estavam em tratamento, inclusive um<br />

portador de prótese total. Obviamente ninguém deve colar braquetes em quem<br />

não precisa, mas isto dá a dimensão da pouca necessidade de usar braquetes<br />

estéticos em nossa cultura.<br />

Especialmente nos Estados Unidos há uma grande pressão dos pacientes para<br />

os braquetes estéticos e até linguais. Entre os braquetes estéticos mais<br />

eficazes estão os que incorporam alumina ou fibra de carbono na composição.<br />

Braquetes de titânio ainda são pouco usados devido ao seu custo. O<br />

tratamento feito com posicionadores de acetato, isento de braquetes, é<br />

comprovadamente inferior aos resultados da ortodontia convencional, além do<br />

custo inacessível à absoluta maioria dos brasileiros.<br />

Resumo: Como o conceito deste manual é apresentar um método de trabalho<br />

que atinja bons resultados com menor custo, daremos preferência aos<br />

braquetes de aço inoxidável de boa qualidade. É bom lembrar que o tratamento<br />

com braquetes estéticos é exatamente igual, mudam apenas as peças.<br />

5)Tipo de tratamento:<br />

O tratamento ortodôntico corretivo pode ser feito com ou sem extrações.<br />

Apenas na hipótese de começar o caso com discrepância zero, ou seja, que<br />

exista o exato espaço nas arcadas para o alinhamento, os dentes irão terminar<br />

com a inclinação vestibulo-lingual (torque), angulagem horizontal e alturas das<br />

cristas marginais perfeitas 19 .<br />

Nos casos com discrepância negativa onde são necessárias extrações ocorre<br />

uma tendência de diminuição dos arcos e de lingualização dos incisivos,<br />

enquanto nos caso sem extrações ocorre aumento do comprimento dos arcos e<br />

vestibularização dos incisivos.<br />

Não há como prever quanto será este aumento ou diminuição dos arcos e nem<br />

quanto os incisivos irão inclinar para vestibular ou lingual. Desta forma, não<br />

adianta contar com um sistema de braquetes preajustados que prometa prever<br />

estas situações antes de começar o tratamento.<br />

Mesmo que estivesse disponível um sistema sofisticado totalmente<br />

individualizado, não há como garantir que o profissional não será obrigado a<br />

fazer desgastes interproximais ou compensações nos fios retangulares para<br />

diminuir uma inclinação que o paciente ache exagerada no final do tratamento.<br />

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Veremos adiante que existem sistemas de braquetes que preconizam a<br />

individualização dos braquetes para cada caso, antevendo as consequências<br />

desagradáveis citadas acima. No sistema MBT 5,29 , por exemplo, diz-se que a<br />

inclinação vestibular que aparece nos incisivos inferiores quando se alinha um<br />

caso de apinhamento sem extrações pode ser compensada com o uso de<br />

braquetes com torque negativo nos incisivos inferiores, que inclinariam as suas<br />

coroas para lingual na inserção do arco retangular.<br />

Figura 8- À esquerda, o apinhamento dos incisivos inferiores antes do<br />

alinhamento. À direita, os incisivos foram inclinados para vestibular, pois não<br />

existe outra forma de alinhar sem criar previamente espaço. Para manter este<br />

alinhamento não se pode tentar incliná-los para lingual, pois o apinhamento<br />

voltaria.<br />

Ora, a vestibularização dos incisivos é consequência da falta de espaço, ou<br />

seja, para criar espaço para o alinhamento os dentes se projetam para frente,<br />

pois a parte mais larga dos incisivos é a face incisal. Permanecerem protruídos<br />

é a única maneira de ficarem alinhados. Figura 8<br />

O uso de um braquete com torque negativo como preconizado em MBT levaria<br />

os dentes de volta para a posição original, ou seja, onde não há espaço. Para<br />

nós é mais coerente admitir que os dentes devem terminar labiovertidos e<br />

alinhados ou fazer um desgaste interproximal que crie o espaço necessário<br />

para evitar sua inclinação, sem precisar de um braquete com torque negativo.<br />

Resumo: mais uma vez notamos que a individualização dos casos depende<br />

mais da intuição do ortodontista no final do tratamento do que na busca de um<br />

sistema de braquetes que prometa uma solução para algo que não se pode<br />

antever.<br />

Ao invés de usar um sistema preajustado por computador ou um que tenha<br />

uma receita para cada possível situação, é melhor usar um sistema<br />

convencional e treinar a individualização final pela sua própria intuição.<br />

6) Problema esquelético:<br />

O fato é que não podemos escolher nossos pacientes, temos que atender todo<br />

o tipo de caso. Alguns casos são muito simples, de bom prognóstico e fácil<br />

realização, e qualquer técnica pode resolvê-los.<br />

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Outros envolvem problemas esqueléticos, funcionais, pouca colaboração por<br />

parte do paciente, etc. e os resultados costumam ser muito pobres. Estes<br />

casos são normalmente pouco explorados nos livros, apesar de muito<br />

frequentes.<br />

Note que sempre que alguém quer mostrar a superioridade de um sistema de<br />

braquetes não mostra sua aplicação em casos complicados, apenas em<br />

pacientes cujo maior problema é um grande apinhamento. Qualquer técnica<br />

trata casos com grande apinhamento, o complicado é tratar os problemas<br />

esqueléticos e funcionais.<br />

Para diagnosticar e fazer o prognóstico destes problemas é preciso fazer um<br />

cuidadoso exame clínico, análise de modelos e uma análise cefalométrica. Em<br />

nosso país existe uma tendência de tipificar os pacientes para estabelecer uma<br />

espécie de protocolo-padrão de tratamento que inclui algumas receitas de<br />

braquetes preajustados para cada tipo de paciente.<br />

Em primeiro lugar, é preciso dizer que isto não é nenhuma novidade. A partir<br />

dos estudos de 1963, Bjork 7 determinou sete sinais estruturais que podiam ser<br />

observados em pacientes e que poderiam predizer algumas características<br />

esqueléticas e dentárias que seriam expressas independentemente do tipo de<br />

tratamento realizado.Figura 9<br />

Figura 9- Algumas das sete características estruturais da Classe II descritas<br />

por Bjork. À esquerda, o tipo de crescimento favorável, e à direita, o tipo<br />

defavorável<br />

Usamos estas características em nossos cursos para ensinar, por exemplo,<br />

que tipo de pacientes com Classe II poderiam se beneficiar de aparelhos<br />

ortopédicos ou de arcos extrabucais.<br />

Assim, desde a época de Bjork é possível saber que apenas a relação de<br />

molares de Angle não é suficiente para antever alguns problemas que<br />

encontraremos nos pacientes com problemas esqueléticos.<br />

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Também é muito importante lembrar que Andrews 2 , idealizador do braquete<br />

preajustado, criou uma receita de torques, angulagem horizontal e espessuras<br />

diferenciadas nas peças que permitia que um arco retangular apenas com a<br />

dobra de primeira ordem (curvatura da arcada), fizesse com que os dentes<br />

assumissem as posições ideais nas arcadas ( straight-wire ou arco reto).<br />

Voltando a individualização, Andrews propôs algumas alternativas de torques<br />

para compensar os problemas esqueléticos e até mesmo alterar as inclinações<br />

indesejáveis nos casos com extração ou expansão.<br />

Em um paciente com uma má oclusão de Classe II de fundamento esquelético<br />

(maxila protruída, mandíbula retruída ou a combinação de ambos) seria<br />

possível usar um pouco mais de torque positivo nos incisivos inferiores e de<br />

torque negativo nos superiores a fim de diminuir o trespasse horizontal.<br />

Da mesma forma, um paciente Classe III esquelético (deficiência maxilar,<br />

prognatismo mandibular ou a combinação de ambos), um pouco de torque<br />

negativo nos incisivos inferiores e de torque positivo nos superiores poderia<br />

ajudar a corrigir uma mordida cruzada ou de tôpo.<br />

Fica claro que a individualização de braquetes foi proposta nos anos setenta<br />

por Andrews. Após numerosos estudos clínicos, Roth 39 percebeu que não<br />

havia necessidade de usar tantas prescrições diferentes de braquetes e<br />

desenvolveu um sistema que usava a mesma especificação para todos os<br />

casos.<br />

Figura 10- estatística do trespasse horizontal realizada pelo serviço de saúde<br />

americano com 14000 pacientes brancos, negros e hispânicos entre 1989 e<br />

1994. Fonte:Brunelle JÁ, Bhat M, Lipton JA. Prevalence and distribuition of select<br />

occlusal characteristics in the US population J Dent Res 75:706-13, 1996.<br />

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O maior argumento dos defensores de mudança nos torques de incisivos é que<br />

se poderia melhorar o trespasse horizontal nas mordidas cruzadas anteriores<br />

ou nas sobressaliências através da maior inclinação destes dentes, como<br />

forma de camuflar um problema esquelético.<br />

A figura 10 mostra a estatística que o serviço de saúde dos Estados Unidos<br />

realizou entre 1989 e 1994 para conhecer a porcentagem de más oclusões<br />

naquele país. A amostragem de 14000 pacientes mostrou que<br />

aproximadamente 80% das pessoas apresentam trespasse horizontal entre 0 e<br />

4 milímetros, onde provavelmente não existe necessidade de modificar<br />

drasticamente a inclinação dos incisivos.<br />

Apenas 13 % dos casos apresentavam trespasse horizontal compatível com<br />

mudanças na inclinação dos mesmos. Ainda assim, veremos adiante que estas<br />

mudanças são facilmente obtidas sem usar braquetes com torques<br />

diferenciados. Em outras palavras, não há necessidade de estocar braquetes<br />

além da receita média de Roth.<br />

Somos adeptos às idéias de Roth e iremos mostrar na sequência deste texto.<br />

Entre os argumentos podemos citar o mercadológico. Lembre-se que uma das<br />

estratégias de lucro das empresas é vender o maior número de produtos para<br />

um mesmo comprador.<br />

Assim, se o comprador for convencido que uma indústria detém o direito de<br />

fabricar um sistema de braquetes que é melhor que os outros e ainda por cima<br />

exige que este comprador tenha que escolher entre uma ou outra prescrição<br />

que apenas aquela fábrica produz, terá atingido o objetivo máximo de fidelizar<br />

o comprador.<br />

Usar apenas uma prescrição como fez Roth não é interessante para um<br />

produtor, principalmente se não for preciso pagar pelo uso da invenção e<br />

deixando para cada fabricante determinar o preço das peças pelo mercado.<br />

Voltando ao debate sobre a possibilidade de camuflar os problemas<br />

esqueléticos através da prescrição de prescrições individualizadas de<br />

braquetes, dois sistemas, um americano 29 e outro brasileiro 11 voltaram ao<br />

conceito original de Andrews e defendem o uso de braquetes diferentes em<br />

determinadas situações.<br />

Sem entrar profundamente no mérito, basicamente estes sistemas preconizam<br />

o seguinte:<br />

Nos pacientes Classe II de base, usar um sistema com torque positivo nos<br />

incisivos inferiores pode diminuir o trespasse horizontal, como preconiza<br />

Andrews em sua fórmula original. Figura 11<br />

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Assim, ao invés de usar o braquete de incisivos inferiores de Roth, estes<br />

sistemas preconizam braquetes com maior torque positivo, com o argumento<br />

de que a proclinação destes dentes tenderia a diminuir o trespasse horizontal.<br />

Este resultado não foi encontrado em um estudo clínico 18 com braquetes<br />

Classe II onde se avaliou a inclinação dos incisivos inferiores antes, durante e<br />

depois do nivelamento. Após a inserção do arco retangular, o estudo mostrou<br />

que os torques não ficaram como o esperado pelo autor de uma destas<br />

prescrições 11 . Figura 12<br />

Voltando aos princípios de Bjork, é evidente que nem todas as Classe II são<br />

iguais. Basicamente o tipo favorável de Classe II é composto por pacientes de<br />

crescimento predominantemente horizontal, com dimensão vertical reduzida,<br />

sobremordida com lingualização dos incisivos inferiores, curva de Spee<br />

profunda e labioversão dos incisivos superiores.Figura 9<br />

O tratamento destes pacientes começa pela elevação da dimensão vertical e<br />

pela reversão da curva de Spee, geralmente com arcos NiTi de curva<br />

reversa.Durante este processo, automaticamente ocorre a labioversão dos<br />

incisivos inferiores e o nivelamento da curva de Spee ajuda a protruí-los, tudo<br />

isto antes de inserir qualquer fio retangular.Figura 13<br />

18<br />

Figura 11- Os adeptos de receitas<br />

diferenciadas preconizam usar maior<br />

torque positivo nos incisivos inferiores<br />

para compensar o trespasse horizontal<br />

mediante a sua labioversão.<br />

Figura 12-A inclinação dos<br />

dentes foi medida com o auxílio<br />

de tomografia computadorizada


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Desta maneira, estes pacientes não precisam de braquetes com maior torque<br />

nos incisivos inferiores, pois os eventos acontecem antes de inserir os arcos<br />

retangulares. Uma vez que esta condição (manter os incisivos proclinados) é<br />

fundamental para camuflar o problema esquelético, é mais coerente evitar usar<br />

arcos retangulares e deixar os incisivos na posição clinicamente desejada.<br />

Note que é possível usar braquetes com qualquer torque, pois não é preciso<br />

usar arcos retangulares na arcada inferior nestes casos, portanto ficamos com<br />

a boa prescrição única de Roth.<br />

O outro tipo de Classe II segundo Bjork (desfavorável) é preconizado pelo<br />

crescimento vertical, no qual a mandíbula roda no sentido horário, sendo<br />

levada para baixo e para trás. A Classe II deste pacientes apresenta mordida<br />

aberta, curva de Spee normal, trespasse horizontal aumentado e<br />

principalmente, labioversão dos incisivos inferiores, como se a natureza já<br />

houvesse tentado procliná-los para diminuir a sobressaliência.Figura 14<br />

Pois bem, se estes pacientes já têm os incisivos labiovertidos, não é coerente<br />

usar uma prescrição de braquetes com maior torque positivo nestes dentes.<br />

19<br />

Figura 13- Em um caso<br />

favorável, o uso de um<br />

arco redondo de curva<br />

reversa já inclina os<br />

incisivosinferiores para<br />

vestibular o suficiente para<br />

melhorar o trespasse<br />

horizontal ANTES de se<br />

inserir o arco retangular.<br />

Não é preciso um braquete<br />

especial para isto.<br />

Figura 14- Notar a inclinação<br />

labial dos incisivos inferiores em<br />

uma Classe II desfavorável<br />

segundo Bjork. O uso de um<br />

braquete Tipo II (mais torque<br />

inferior) seria desastroso.


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Em resumo, quando o caso é favorável não é preciso variar o torque dos<br />

incisivos inferiores, e quando é desfavorável, não adianta variar o torque.<br />

Por isso usamos apenas a receita única de Roth para todos os casos. A<br />

propósito o melhor jeito de saber se o caso é favorável ou não é usar o critério<br />

clínico e a cefalometria. Tanto Bjork como McNamara são bons padrões<br />

cefalométricos para este fim.<br />

Nunca é demais lembrar que grandes problemas esqueléticos não devem ser<br />

camuflados com ortodontia corretiva e sim, pela cirurgia ortognática.<br />

A camuflagem dos casos de Classe III envolve uma outra discussão. Um<br />

sistema de braquetes individualizados muito divulgado no país preconiza<br />

aumentar o torque positivo dos incisivos superiores para inclinar suas coroas<br />

para vestibular e torque negativo nos inferiores para lingualizar suas coroas a<br />

fim de diminuir o trespasse horizontal e provocar o descruzamento da mordida<br />

ou correção da mordida de topo. Figura 15<br />

Voltando a Bjork, existe uma diferença fundamental nas Classes III. A forma<br />

favorável envolve pacientes com predominância de crescimento horizontal,<br />

rotação anti-horária da mandíbula e dimensão vertical diminuída. Os dentes<br />

anteriores cruzados pela lingualização dos incisivos superiores e pela<br />

vestibularização dos inferiores.Figura 16<br />

O tratamento inicia geralmente pelo descruzamento da mordida, que pode ser<br />

feita com aparelho sagital com arco de progenia, plano inclinado, arco de<br />

avanço de Ricketts, etc. Nesta fase inicial, seja qual for o método empregado,<br />

ocorrerá a labioversão dos incisivos superiores e a lingualização dos inferiores.<br />

Ora, se estes são os objetivos que teremos que atingir para camuflar este<br />

problema esquelético, basta terminar o caso com arcos redondos e os incisivos<br />

ficarão nesta posição!<br />

20<br />

Figura 15- Os adeptos de receitas<br />

diferenciadas preconizam usar maior<br />

torque positivo nos incisivos superiores e<br />

torque negativo nos inferiores para<br />

compensar o trespasse horizontal.


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Figura 16- Início do tratamento de um paciente Classe III favorável. Para<br />

descruzar a mordida foi usada uma placa ativa sagital com arco de pprogenia,<br />

que vestibularizou os incisivos superiores e lingualizou os inferiores. Como a<br />

finalidade é camuflar uma Classe II, deve deve-se se manter estas inclinações até o<br />

final do tratamento, terminando o caso com fios redondos.<br />

Lembre-se que não existe ideal nas camuflagens, somos obrigados a usar<br />

apenas o critério clínico. Não adianta usar um arco reta retangular ngular com um braquete<br />

individualizado izado para chegar onde já se havia chegado.<br />

O outro tipo de Classe III é caracterizado pelo crescimento vertical, rotação<br />

horária da mandíbula, dimensão vertical aumentada e ângulo goníaco aberto. A<br />

dentição apresenta mordida aberta anterior, trespasse horizontal acentuado e<br />

labioversão dos incisivos superiores com linguoversão dos inferiores, como se<br />

a natureza houvesse sse tentado compensar o trespasse. Figura 17<br />

Figura 17- Um paciente Classe III<br />

desfavorável inicia o tratamento com os<br />

incisivos superiores labiovertidos e os<br />

inferiores linguovertidos. O uso de um<br />

braquete tipo III é totalmente inútil. O<br />

caso mostrado necessita cirurgia<br />

ortognática<br />

Nestes casos, usar um sistema de braquetes individualizados<br />

para<br />

vestibularizar os incisivos superiores e lingualizar os inferiores é simplesmente<br />

inócuo, uo, pois o paciente já apresenta estas características no começo do caso.<br />

Resumindo, quando a Classe III é favovável favovável, é possível usar braquetes com<br />

qualquer torque e terminar com arcos redondos, e quando o caso é<br />

desfavorável não adianta usar os braquetes individualizados. Podemos ficar<br />

com a boa prescrição única de Roth.<br />

21<br />

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Ainda é preciso dizer que existem inúmeras formas de alterar o torque dos<br />

dentes anteriores sem recorrer a braquetes individualizados, como usar arcos<br />

retangulares com torque setorizado, arcos com alças ativadas para proclinar ou<br />

lingualizar os incisivos, arcos segmentados como os de Ricketts e Connecticut<br />

e outros arcos auxiliares que ensinamos em nossos cursos.Figura 18<br />

Figura 18- Arco de Broussard 40 para torque positivo nos incisivos superiores<br />

Resumo: O argumento de que usar sistemas de braquetes individualizados<br />

para camuflar problemas esqueléticos não se sustenta na prática. É possivel<br />

usar apenas uma prescrição de braquetes e atingir os mesmo objetivos,<br />

principalmente levando em conta que braquetes com prescrição de Roth estão<br />

fartamente disponíveis no mercado.<br />

7) Experiência profissional:<br />

É talvez o mais preponderante dos argumentos para não confiar cegamente no<br />

que é considerado como a invenção definitiva para todos os problemas do<br />

ortodontista.<br />

Já dissemos que ortodontia, como especialidade, tem mais de cem anos.<br />

Durante todos estes anos ouvimos alguém dizer que havia inventado o<br />

braquete definitivo, o arco que funciona sozinho, o sistema de diagnóstico que<br />

pode planejar qualquer caso sem o ortodontista pensar.<br />

A maioria destas novidades acaba no esquecimento, enquanto ainda usamos o<br />

braquete do arco de canto de Angle. Ortodontistas experientes (principalmente<br />

os que se dedicam ao consultório e não apenas às pesquisas universitárias)<br />

costumam ser céticos quanto às verdadeiras vantagens dos produtos, cada vez<br />

mais dispendiosos, que o comércio induz a pensar que são imprescindíveis.<br />

Conhecemos colegas que usam braquetes sem torque embutido, sem<br />

angulagem pré-determinada e sem espessuras diferenciadas e terminam seus<br />

casos lindamente. Por outro lado, infelizmente, conhecemos casos muito mal<br />

conduzidos com materiais de última geração.<br />

É muito fácil induzir um novato a pensar que o seu trabalho não é tão perfeito<br />

porque ele não usa material caro e famoso, porém é mais honesto lembrá-lo<br />

que seu trabalho AINDA não é tão bom porque lhe falta experiência.<br />

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Não é a nossa intenção atacar o progresso e nem fazer a apologia do barato,<br />

apenas adequar o seu orçamento para fazer a melhor ortodontia possível com<br />

o que dispõe. Afinal, o conglomerado FIAT segue produzindo tanto as Ferraris<br />

como os carros populares e sempre haverá público para comprá-los.<br />

JUSTIFICATIVA PARA O <strong>TRATAMENTO</strong> DE BAIXO CUSTO:<br />

Já dissemos que não se pode levar em conta apenas o preço de um produto<br />

sem levar em conta sua qualidade, e há de entender se um produto muito caro<br />

realmente é vantajoso ou apenas tem bons argumentos publicitários de venda.<br />

Em primeiro lugar é preciso situar qual é a parcela de despesa que a compra<br />

de material representa em um tratamento completo. Um levantamento feito em<br />

Dezembro de 2007 mostra que o custo total é de 110 Reais para um caso sem<br />

extrações e de 140 Reais num caso com quatro extrações, usando os produtos<br />

que serão mostrados a seguir.<br />

Estão aquí incluídos braquetes de boa qualidade, fios e molas de níquel titànio,<br />

arcos de TMA, elásticos e todos os outros materioais necessários para um bom<br />

resultado.Assim, num tempo médio de dois anos para um tratamento sem<br />

extrações, o custo mensal do material é da ordem de 4,58 Reais, enquanto um<br />

tratamento com extrações (tempo médio de 36 meses) o custo mensal cai para<br />

3,90 Reais.<br />

Ficam claros dois aspectos pertinentes a estes valores: Não se pode justificar o<br />

preço do tratamento pelo custo do material nacional e não existe justificativa<br />

plausível para usar materiais de baixíssima qualidade alegando que sua<br />

cobrança é muito baixa..<br />

A maior parcela da despesa que um paciente acarreta é indireta, ou seja, o<br />

custeio do consultório. As taxas federais, estaduais e municipais, despesas<br />

com funcionários, material descartável, reposição de equipamentos danificados<br />

pelo uso, etc, são os verdadeiros vilões da lucratividade.<br />

Levantamento feito a nosso pedido por uma auditoria mostrou que, mesmo<br />

antes de sentar na cadeira, um paciente do Município de São Paulo custa em<br />

torno de 30 Reais por mês para o Dentista. Somando ao custo de material,<br />

qualquer cobrança abaixo de 35 Reais representa prejuízo em uma consulta.<br />

Infelizmente, alguns oportunistas alegam que conseguem oferecer tratamento<br />

ortodôntico com valor próximo a este, nivelando por baixo os preços praticados<br />

pelos profíssionais honestos.<br />

Em nosso entender, o valor do tratamento depende mais da capacitação do<br />

profissional do que do material que utiliza, desde que evite usar os materiais<br />

high tech que estão fora do padrão de pagamento de nossa população.<br />

Experiência e especialização profissional, investimento nas condições de<br />

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trabalho e fatores regionais são o que realmente fazem diferença no valor que<br />

merece ser cobrado.<br />

Coloque-se na posição de uma pessoa que precise de uma complicada cirurgia<br />

cardíaca. Com certeza ela escolheria ser atendida por um especialista<br />

experiente que atende um hospital com boas instalações e não por um clínico<br />

geral com conhecimentos em cirurgia que atua num hospital sem estrutura<br />

física, mesmo que ambos usassem o mesmo material durante a cirurgia.<br />

O que não significa que este clínico geral não possa seguir se especializando<br />

até que chegue a sua vez de oferecer melhores condições aos pacientes. É<br />

obvio que ao atingir um nível melhor, o profissional que investiu pesado em sua<br />

formação merece um ressarcimento financeiro por sua capacidade profissional<br />

através do aumento do valor de suas consultas.<br />

Na ortodontia, a justificativa para a cobrança deve ser a qualidade do<br />

tratamento e não o uso de material sofisticado. Nossa intenção neste manual é<br />

permitir que os iniciantes em ortodontia possam investir na sua formação sem<br />

se preocupar tanto com os custos e, enquanto evoluem, possam trabalhar com<br />

lucratividade e qualidade.<br />

Aos experientes, não é preciso cair na armadilha de justificar sua remuneração<br />

pela adoção de materiais Hig Tech que conduzem aos mesmos resultados.<br />

Aumentar a remuneração através de um bom trabalho realizado com materiais<br />

de baixo custo irá apenas premiar o investimento no aperfeiçoamento<br />

profissional.<br />

Uma realidade perversa que grassa em nosso meio é a cobrança apenas de<br />

uma taxa mensal a propósito de manutenção do tratamento. Os próprios<br />

pacientes já especulam o preço desta manutenção como se a ortodontia fosse<br />

um artigo de prateleira, que qualquer um faz igual.<br />

O profissional deveria saber que aquele que cobra uma taxa inicial está, na<br />

verdade, cobrando pelo que investiu em escolaridade até poder realizar o<br />

planejamento do caso, além dos custos com o espaço físico que já devem<br />

estar disponíveis quando o paciente chega ao consultório.<br />

Infelizmente, temos que encarar a realidade de que os profissionais iniciantes<br />

têm muita dificuldade de cobrar uma taxa inicial e são obrigados a sobreviver<br />

apenas da manutenção mensal. A orientação que virá a seguir visa mostrar<br />

que a escolha do material correto associada à capacitação profissional são a<br />

melhor estratégia para se destacar neste sistema.<br />

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BRAQUETES USADOS NO <strong>TRATAMENTO</strong>:<br />

Na primeira parte deste material mostramos que damos preferência ao uso de<br />

braquetes de aço inoxidável, embora a sequência de tratamento seja a mesma<br />

com peças estéticas.<br />

Também foi dito que usamos braquetes preajustados, com torques embutidos e<br />

espessuras diferenciadas (in-out), para facilitar o ajuste final dos dentes sem a<br />

necessidade de muitas dobras nos arcos.<br />

A prescrição que usamos é a de Roth, por sua ampla utilização mundial e<br />

excelentes resultados, ressalvando que é preciso fazer algumas dobras nos<br />

fios ou colagem de braquetes em posições diferenciadas para obter o melhor<br />

engrenamento, em uma pequena parcela dos casos.<br />

Buscamos a melhor qualidade possível dentro de um preço aceitável, assim é<br />

importante recordar alguns aspectos importantes que devem estar presentes<br />

em um braquete preajustado:<br />

1)Bases anatômicas:<br />

Alguns dentes têm a morfologia da face vestibular que apresenta curvatura<br />

bastante diferenciada na porção mesial e distal. Desde que Andrews<br />

desenvolveu a técnica de Arco Reto, para se incluir na categoria de braquete<br />

preajustado é preciso que a peça seja desenhada de maneira a se adaptar<br />

precisamente na vestibular e permitir que seu encaixe fique perfeitamente<br />

nivelado com os dos dentes vizinhos.Figura 19<br />

Figura 19- As bases anatômicas devem se adaptar perfeitamente às faces<br />

vestibulares dos dentes, daí a necessidade de existir uma forma diferente para<br />

os incisivos e caninos de cada lado. Os encaixes devem ser perfeitamente<br />

paralelos entre sí quando os dentes forem nivelados.<br />

Os incisivos e caninos superiores, por exemplo, devem ter uma base<br />

anatômica diferente para cada um dos lados da boca, sendo necessária uma<br />

forma diferente em cada quadrante.<br />

Os caninos inferiores também diferem em relação ao lado. No entanto, os<br />

quatro incisivos inferiores são idênticos, podendo ser facilmente intercambiados<br />

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entre sí. O mesmo ocorre com os premolares superiores, que têm o mesmo<br />

torque e angulação em ambos os lados da boca.<br />

Os primeiros premolares inferiores são iguais em ambos os lados, assim como<br />

os segundos premolares, a única coisa que varia é o torque. Assim pode-se<br />

usar os braquetes dos premolares inferiores em ambos os lados, tomando o<br />

cuidado de usar os torques corretos.<br />

Para permitir os desvios dos laterais superiores (in-set), dos caninos (rotação)<br />

e o posicionamento artístico, os aparelhos preajustados são compostos por<br />

braquetes que têm espessuras diferentes, a fim de evitar dobras de segunda<br />

ordem nos arcos. Figura 20<br />

Figura 20- Espessuras diferenciadas que permitem o uso de arco com as<br />

dobras de primeira ordem apenas (arco reto)<br />

Nossos braquetes são dotados destas características que minimizam o número<br />

de dobras nos arcos, que comumente chamamos de arco reto.<br />

2)Sistema de comercialização<br />

Os sistemas comuns de braquetes Roth, para facilitar a comercialização, vêm<br />

normalmente acondicionados em conjuntos de vinte peças diferentes, uma<br />

para cada dente, que formam uma única boca. Caso o paciente perca uma<br />

peça é preciso recorrer à outra boca ou comprar a reposição que é vendida em<br />

dezenas de braquetes iguais.<br />

Como já vimos acima, os braquetes que são mais perdidos são os premolares<br />

inferiores, seguidos dos incisivos inferiores, caninos inferiores, premolares<br />

superiores, caninos superiores, incisivos laterais superiores e incisivos centrais<br />

superiores. Quando abrimos embalagens inteiras de bocas para usar como<br />

fonte de peças de reposição, após algum tempo temos um grande estoque de<br />

braquetes de incisivos superiores e nenhum de premolares inferiores.<br />

Nossa proposta é fazer um estoque inicial composto por dezenas de peças e ir<br />

repondo os braquetes à medida que este estoque vai terminando. A economia<br />

com a reposição é muito maior, pois compramos apenas as peças que caem<br />

mais.<br />

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Voltando à necessidade das bases anatômicas, podemos fazer um estoque de<br />

peças de maneira a aproveitar as que podem ser usadas sem problema em<br />

ambos os lados da boca e ter assim um menor número de braquetes como<br />

inventário.<br />

Entre as fábricas nacionais, a indústria ADITEK disponibiliza um sistema de<br />

compra de peças por dezenas, facilitando sobremaneira a reposição. O<br />

profissional compra um estoque inicial vai repondo apenas os braquetes que<br />

estiverem em falta. Figura 21<br />

Figura 21- Esquema dos braquetes ADITEK preconizados neste manual<br />

A princípio teremos que estocar osbraquetes cujos códigos vêm a seguir:<br />

Uma dezena de braquetes para incisivos centrais superiores direitos com<br />

torque +12 o base anatômica para este dente.código ADITEK 12.42.011<br />

Uma dezena de braquetes para incisivos centrais superiores esquerdos com<br />

torque +12 o , base anatômica para este dente. código 12.42.021<br />

Uma dezena de braquetes para incisivos laterais superiores direitos com torque<br />

+8 o , base anatômica para este dente. código 12.42.012.<br />

Uma dezena de braquetes para incisivos laterais superiores esquerdos com<br />

torque +8 o , base anatômica para este dente.Ambos os incisivos laterais<br />

apresentam um in-set de 0,5mm em relação aos centrais. código 12.42.022.<br />

Uma dezena de braquetes para os caninos superiores direitos (torque 0 o ), com<br />

base anatômica para este dente e braço de força. código 12.42.113<br />

Uma dezena de braquetes para os caninos superiores esquerdos (torque 0 o ),<br />

com base anatômica para este dente. Ambos os caninos possuem o corpo<br />

mesial ligeiramente menor que o distal para permitir a rotação correta destes<br />

dentes, além destas peças apresentarem um braço de força no corpo distocervical.<br />

código 12.42.123<br />

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Uma dezena de braquetes para os premolares superiores com torque -7<br />

servem tanto para o lado direito qu quanto para o lado esquerdo. código 12.42.014<br />

o , que<br />

código 12.42.014<br />

Uma dezena de braquetes universais para os quatro incisivos centrais<br />

inferiores (torque 0 o Uma dezena de braquetes universais para os quatro incisivos centrais<br />

). código 12.42.041<br />

Uma dezena de braquetes para os caninos inferiores direitos (torque -11<br />

base anatômica para est este dente. código 12.42.143<br />

o ), com<br />

Uma dezena de braquetes para os caninos inferiores esquerdos (torque -11<br />

com base anatômica para este dente. Ambos os caninos possuem o corpo<br />

mesial ligeiramente menor que o distal para permitir a rotação correta destes<br />

dentes, além destas peças apresentarem um braço de força no corpo disto<br />

cervical. código 12.42.133<br />

o ),<br />

com base anatômica para este dente. Ambos os caninos possuem o corpo<br />

mesial ligeiramente menor que o distal para permitir a rotação correta destes<br />

além destas peças apresentarem um braço de força no corpo disto-<br />

Uma dezena de braquetes universais para os primeiros premolares inferiores,<br />

que servem para ambos os lados (torque -17 o Uma dezena de braquetes universais para os primeiros premolares inferiores,<br />

). código 12.42.044<br />

Uma dezena de braquetes universais para os segundos premolares inferiores,<br />

que servem para ambos os lados (torque -22 o universais para os segundos premolares inferiores,<br />

). código 12.42.045<br />

IDENTIFICAÇÃO DAS PEÇAS:<br />

Os incisivos cisivos e caninos superiores sã são identificados tificados por ter uma marca red redonda<br />

em baixo relêvo na disto disto-cervical. Quando do são novos, estas marcas são<br />

cobertas rtas com tinta vermelha, que desaparece com a escovação.<br />

Figura 22-À À esquerda, o braquete do incisivos central superior esquerdo, com<br />

sua marca para disto-cervical. cervical. No centro, o aspecto das retenções, que<br />

permitem boa aderência ncia da resina.À direita, o braquete do canino inferior<br />

esquerdo, com sua marca na disto disto-cervical e braço de força.<br />

Os premolares superiores têm duas marcas, na cervical, também circulares e<br />

vemelhas. Os incisivos inferiores não são dotados de mar marcas, cas, mas basta<br />

acompanhar a forma da base para colar de maneira correta, pois a parte que<br />

para cervical é arredondada e a incisal é reta. reta.Figura 22<br />

Os caninos inferiores têm uma marca em baixo relêvo em forma de linha reta<br />

na disto cervical, coberta com tin tinta ta preta quando são novos. Os primeiros<br />

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premolares têm duas marcas iguais e os segundos premolares têm duas<br />

marcas cobertas em amarelo.<br />

Sugerimos que, ao comprar os braquetes em dezenas, o ortodontista use uma<br />

caixa com separações com a identificação de cada braquete, mas seguindo a<br />

orientação acima é impossível confundir as peças.<br />

Lembramos que alguns braquetes nacionais um pouco mais baratos que os<br />

mostrados aquí não têm nem mesmo marcas de identificação permanente,<br />

apenas uma pinta de tinta que some rapidamente<br />

.Existem caixas pequenas com doze compartimentos que permitem inclusive<br />

que os braquetes possam ser levados à autoclave quando se deseja.<br />

BRAÇOS DE FORÇA NOS PREMOLARES:<br />

Para que os braquetes dos premolares possam ser usados em ambos os<br />

lados, abolimos os braços de força destas peças, mantendo-os apenas nos<br />

caninos. Isto é vantajoso em algumas fases do tratamento.<br />

A figura 23 mostra que, quando se usa uma mola fechada de níquel-titânio para<br />

retrair um canino, o braço de força do premolar pode enroscar a mola,<br />

dificultando a sua ação e empurrando a mesma em direção à gengiva.Nesta<br />

fase, seria ideal que este braquete não tivesse braço de força.<br />

Figura 23- A seta vermelha mostra o braço de força atrapalhando a ação da<br />

mola de níquel-titânio, a seta verde mostra o braquete sem braço de força<br />

Somente na hora de usar elásticos de intercuspidação o braço de força dos<br />

premolares pode fazer falta. Os profissionais que usam braquetes sem este<br />

dispositivo costumam usar amarrilhos Kobayashi para substituí-los.<br />

Como nosso braquete tem canaleta vertical, quando for necessário o braço de<br />

força basta fazer uma peça com fio de aço 0,016 como mostrado na figura. Ao<br />

inserir por cervical e dobrar a ponta oclusal, se obtém um apoio para os<br />

elásticos tão bom como se fosse incorporado ao braquete.Figura 24<br />

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Figura 24- Forma de fazer um braço de força com fio de aço 0,016 e sua<br />

inserção na canaleta vertical<br />

2) Angulagens horizontais:<br />

Com o inventário inicial teremos torque embutido em cada braquete além dos<br />

desvios lateral e canino, e cada dente receberá um braquete com as<br />

características preajustadas como Roth.<br />

Quanto às angulagens horizontais, necessárias para que os dentes tenham o<br />

correto contato das cristas marginais e o paralelismo radicular, basta seguir o<br />

protocolo de colagem que será descrito a seguir.<br />

Sabemos que os dentes possuem a face distal ligeiramente mais curta, no<br />

sentido cérvico-oclusal, que as faces mesiais. Para estabelecer o contato com<br />

o dente vizinho é preciso que as raízes de alguns dentes fiquem ligeiramente<br />

anguladas em relação ao vizinho (paralelismo radicular).<br />

Os sistemas preajustados normais trazem braquetes cuja canaleta horizontal<br />

tem incorporada uma angulação em relação à base, para que os arcos possam<br />

inclinar as raízes em sua correta posição.<br />

A prescrição da ADITEK prevê angulagem de +5 o nos incisivos centrais<br />

superiores, de +9 o nos laterais superiores, +11 o nos caninos superiores e de 0 o<br />

nos premolares superiores.<br />

No arco inferior, os incisivos têm de angulagem de 0 o , os caninos de +5 o e os<br />

premolares de 0 o<br />

Uma vez que as peças têm a marca central de posicionamento, o profissional<br />

pode simplesmente colar o braquete com esta marca coincidindo com o eixo<br />

vertical da coroa do dente, e a angulagem estará automaticamente<br />

expressa.Figura 25<br />

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Figura 25- Os braquetes possuem marca de posicionamento que devem<br />

simplesmente ser coladas na direção do eixo vertical da coroa para exprimir a<br />

angulagem horizontal<br />

Os incisivos inferiores e premolares que têm peças que podem ser usadas em<br />

ambos os lados são beneficiados porque não precisam de angulagem<br />

horizontal.<br />

Além disto costumamos usar muitas maneiras diferenciadas de colagem que<br />

possibilitam dar o toque pessoal na angulagem horizontal a fim de obter melhor<br />

engrenamento.<br />

Em nossos cursos ensinamos colagens variadas para os casos de dentes<br />

desgastados, com recessão ou hiperplasia gengival, dentes conóides,etc., em<br />

que a angulagem horizontal pode ser modificada com sucesso.<br />

3)Canaleta vertical:<br />

Usamos braquetes com canaleta vertical desde 1986, quando lançamos o<br />

primeiro braquete brasileiro 37 com torque embutido na canaleta (ver braquetes<br />

Rossi,no catálogo da Morelli). Deixamos de usar estas peças em 1996, quando<br />

a ADITEK se disponibilizou a fazer as peças Roth com canaleta vertical, muito<br />

mais tecnológicas, que mostramos neste manual.Figura 26<br />

Figura 26- Canaletas verticais<br />

Seria impossível descrever neste texto todas as vantagens de ter uma canaleta<br />

vertical além da horizontal, pois em nossos cursos, para cada manobra<br />

ensinada, existe uma forma de usar a canaleta horizontal e outra de usar<br />

também a canaleta vertical, sempre mais fácil e eficaz.<br />

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O propósito deste manual é apenas orientar o uso de material apropriado para<br />

trabalhar bem e com economia. Neste ponto,os braquetes com canaleta<br />

vertical são ligeiramente mais caros que os comuns. Vinte peças com canaleta<br />

vertical custavam algo em torno de 51 Reais em Dezembro de 2007, enquanto<br />

os braquetes mais baratos do mercado giravam em torno de 28 Reais.<br />

Isto dá uma diferença de apenas <strong>UM</strong> real por mês no custo total dos<br />

tratamento, sem levar em conta a qualidade do aço utilizado, o acabamento e<br />

o menor número de peças caídas que se verifica ao usar material melhor.<br />

Nos casos com extração de premolares, ao comprar as peças em dezenas<br />

iremos usar apenas 16 braquetes, com um custo de 40 Reais, contra os<br />

mesmos 28 Reais de uma boca completa.<br />

Vamos mostrar apenas algumas aplicações da canaleta vertical:<br />

a)Diminuição do atrito na ligadura<br />

Os braquetes autoligantes são aclamados por alguns profissionais porque, ao<br />

não utilizarem ligaduras de borracha, geram menor atrito com o arco do que os<br />

convencionais, e isto poderia diminuir os efeitos colaterais.<br />

No entanto, um dente que se encontre muito para cervical, por exemplo, ao ter<br />

o arco inserido mesmo num braquete autoligante irá ser submetido a uma força<br />

onde fatalmente ocorrerá contato com a parte inferior da canaleta horizontal.<br />

Na figura 27 podemos verificar os efeitos colaterais que esta força causaria. A<br />

seta verde mostra a diração de movimento do canino. As setas amarelas e<br />

vermelhas mostram a resultante de forças que irão forçar o premolar e o<br />

incisivo lateral, causando sua intrusão, inclinação para o espaço do canino e<br />

fechamento deste espaço.<br />

Figura 27<br />

Amarrar o dente através de um fio de amarrilho 0,20mm passando pela<br />

canaleta vertical faz com que o atrito no arco se torne insignificante, já que este<br />

escorrega dentro da canaleta e no contato com o arco. A cada três semanas o<br />

amarrilho é torcido até que o arco possa ser inserido na canaleta horizontal.<br />

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Este procedimento pode ser feito também em um braquete sem canaleta<br />

vertical, mas, ao amarrar o fio em volta do braquete para que não escape, criase<br />

um ponto onde não ocorre deslizamento. Na canaleta vertical o fio desliza<br />

livremente enquanto o dente é movimentado (muito melhor que autoligante!).<br />

b)Limitadores de movimento:<br />

Levando em conta a mesma situação do canino elevado, ao inserir o arco nos<br />

estágios iniciais do nivelamento, os dentes vizinhos ao que se deseja extruir<br />

seriam indesejavelmente movimentados.<br />

Ambos os dentes vizinhos seriam forçados a intruir e se inclinar em direção ao<br />

espaço do canino. O uso de braquetes com canaleta vertical pode diminuir<br />

drasticamente estes efeitos, como podemos ver na figura 28.<br />

Um limitador feito com fio de aço 0,016 deve ser passado pela canaletas<br />

verticais de ambos os dentes vizinhos, impedindo que os mesmos inclinem ou<br />

se aproximem, enquanto a deflexão do arco age apenas no dente que se<br />

deseja mover.<br />

Figura 28- As setas vermelhas mostram os efeitos colaterais de inclinação dos<br />

dentes vizinhos ao canino e o fechamento do espaço durante a extrusão do<br />

mesmo. Um limitador de aço inserido nas canaletas verticais de ambos os<br />

dentes vizinhos evita a inclinação e matém o espaço, enquanto o arco de<br />

níquel titânio continua a forçar o canino para a posição ideal (setas verdes).<br />

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Os mesmos limitadores podem ser usados após a abertura de espaços com<br />

molas abertas e após desgastes interproximais, sempre com a finalidade de<br />

preservar a posição de dentes que não podem ser movidos no início do<br />

nivelamento. Figura 29<br />

Figura 29- Alguns livros dizem que uma mola aberta de níquel titânio consegue<br />

manter o espaço criado entre dois dentes enquanto se puxa um outro sente<br />

para o espaço 29 . À esquerda, podemos ver que o arco sofre uma deflexão<br />

durante a movimentação do canino MESMO com a mola na posição, o que<br />

causa a rotação dos dentes vizinhos e o fechamento do espaço. Um limitador<br />

inserido nas canaletas verticais (centro) segura ambos os dentes vizinhos,<br />

enquanto o arco vestibulariza o canino sem efeitos colaterais (esquerda).<br />

Em nossos cursos mostramos ainda muitas outras aplicações para os<br />

limitadores de movimento, como nos distalizadores de molares.<br />

c)Molas de verticalização e rotação:<br />

Begg foi o autor de uma técnica cujos braquetes usavam canaletas verticais e<br />

deixou um legado de acessórios muito úteis nas fases iniciais do alinhamento e<br />

para finalizar alguns casos mais complicados 40 .<br />

Braquetes que têm ambas as canaletas são ainda mais versáteis, pois há<br />

possibilidade de tirar vantagem destes acessórios.Figura 30<br />

Figura 30- Mola de verticalização (esquerda) e rotação (direita), que ajudam<br />

sobremaneira na fase de alinhamento, pois auxiliam os arcos de níquel-titânio<br />

nestes movimentos difíceis.<br />

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d)Semiarcos de retração e verticalização de caninos:<br />

Uma situação muito comum na prática diária é a ocorrência de caninos<br />

remontados sobre os incisivos laterais, necessitando um movimento que faça a<br />

sua extrusão acompanhada da verticalização do seu eixo.<br />

Para evitar efeitos sobre os dentes vizinhos e perda de ancoragem durante a<br />

sua retração, alguns profissionais preferem fazer uma retração destes caninos<br />

com arcos segmentados, e achamos esta idéia muito plausível.<br />

Quando o braquete tem canaleta vertical é possível fazer um semiarco de<br />

retração com fio TMA 0,018 que, ao mesmo tempo, retrai, extrui e verticaliza o<br />

canino (semiarco de Rossi), pois o extremo que entra na canaleta vertical é ao<br />

mesmo tempo uma mola de verticalização. Figura 31<br />

Figura 31- Arco de retração de Rossi (TMA 0,018) que retrai, abaixa e<br />

verticaliza o canino ao mesmo tempo, enquanto um outro arco NITI passa<br />

pelas canaletas dos outros dentes na fase de alinhamento.<br />

Resumo: O uso dos braquetes recomendados não eleva significativamente o<br />

custo do tratamento. A qualidade do material, a forma de comercialização, a<br />

possibilidade de usar os recursos da canaleta vertical e o menor número de<br />

peças perdidas recomendam sua aplicação.<br />

<strong>TRATAMENTO</strong> CORRETIVO:<br />

Em nossos cursos ensinamos que não existe uma técnica que reine absoluta<br />

sobre as outras, todas têm procedimentos bons e ruins. Nossa filosofia é a de<br />

seguir objetivos de tratamento e usar o procedimento mais eficaz e com<br />

menores efeitos deletérios.<br />

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Existem casos que podem ser tratados sem extrações, outros que podem ser<br />

feitos com quatro extrações, duas extrações, extrações de incisivos, molares,<br />

etc. Não cabe neste manual a explicação de como planejar cada caso, o que<br />

só pode ser feito em um curso teório-prático.<br />

Para cumprir a finalidade de expor o material usado na filosofia de tratamento<br />

de baixo custo com qualidade, podemos resumir o que é utilizado em algumas<br />

fases do mesmo.<br />

1)Alinhamento: costumamos usar duas modalidades de nivelamento, a forma<br />

de arco contínuo quando o caso é mais simples e de arco segmentado quando<br />

alguns dentes se encontarm muito fora de suas posições normais.<br />

Como a finalidade do alinhamento é corrigir as inclinações e rotações,<br />

costumamos seguir, na forma de arco contínuo, uma sequência de arco NITI<br />

até o 0,016. Não é preciso usar arcos de formato superior e inferior, pois estes<br />

arcos não têm carga-deflexão que consiga coordenar as arcadas.<br />

Costumamos usar apenas o formato para o arco inferior da ADITEK ou<br />

Tecnident ou o formato opcional da Morelli. Lembramos que nesta fase usamos<br />

inúmeros acessórios, inclusive na canaleta vertical, que só podem ser<br />

explicados em um curso prático.<br />

Quando usamos a técnica segmentada, iniciamos com os semiarcos de<br />

retração dos caninos de fio TMA 0,018 e um arco de Connecticut (TMA) nos<br />

dentes anteriores.<br />

2)Retração dos caninos:Pode ser feita com arco contínuo ou segmentado. No<br />

primeiro caso é preciso fazer este movimento durante o uso do fio 0,016 para<br />

evitar a perda de ancoragem devido ao atrito do braquete do canino no arco.<br />

Podemos fazer a retração pela torção de fio de amarrilho, com molas de<br />

retração de níquel titânio, elástico de classe, etc. A melhor conduta depende de<br />

cada caso e é necessária uma explicação que não cabe no contexto deste<br />

manual.<br />

3)Coordenação dos arcos: Como é muito difícil obter arcos de NITI que se<br />

adaptem a todas as formas de boca, preferimos diagramar uma sequência de<br />

arcos feitos com TMA 0,018 e 0,020. Neste momento observamos<br />

principalmente o nivelamento das cristas marginais 32 , pois os fios mais grossos<br />

irão nivelar as canaletas horizontais e determinarão a sua relação.<br />

É comum fazer recolagens nesta fase para obter o melhor resultado. A<br />

diagramação é feita usando como base o modelo inicial do paciente, pois a<br />

literatura mostra que os arcos tendem a voltar para a sua forma original,<br />

qualquer que tenha sido o diagrama empregado na coordenação 12,19,28 .<br />

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4)Torque: Usamos uma sequência de arcos TMA que inicia com o 0,016 X<br />

0,022 e vai até o 0,019 X 0,025, diagramados pelo modelo incial 38<br />

4)Torque: Usamos uma sequência de arcos TMA que inicia com o 0,016 X<br />

38<br />

.<br />

Na prescrição que descrevemos acima existem pequenas variações em<br />

relação à original de Roth. A mudança de dois graus para mai mais ou para menos<br />

não influencia o resultado do tratamento, inclusive a maior parte dos<br />

ortodontistas não usa os arcos mais grossos que cabem<br />

horizontais para exprimir todo o torque no final do tratamento 15 prescrição que descrevemos acima existem pequenas variações em<br />

s ou para menos<br />

a maior parte dos<br />

nas canaletas<br />

.<br />

Na maior parte dos casos o torque expresso pelos braquetes preajustados é<br />

satisfatório, no entanto existem situações onde é necessário um ajuste em um<br />

dente ou um grupo de dentes. A técnica MBT<br />

variação de torques para os caninos em<br />

proeminência dos caninos, de extrações, da sobremordida, da expansão rápida<br />

da maxila e do fechamento de espaços em agenesias de late<br />

29 Na maior parte dos casos o torque expresso pelos braquetes preajustados é<br />

satisfatório, no entanto existem situações onde é necessário um ajuste em um<br />

, por exemplo, preconiza a<br />

variação de torques para os caninos em função da forma das arcadas da<br />

proeminência dos caninos, de extrações, da sobremordida, da expansão rápida<br />

da maxila e do fechamento de espaços em agenesias de laterais. rais.<br />

Para estabelecer o torque dos braquetes nestes casos existe um intrincado<br />

sistema de arranjos e combinações que obriga o profissional a advinhar<br />

algumas situações do tratamento e manter um estoque de peças diferentes.<br />

Preferimos esperar o final do caso e, na rara eventualidade da necessidade de<br />

alterar o torque de algum dente (inclusive os caninos), fazer uma dobra de<br />

terceira ordem( figura 32 ) ou um arco de aço redondo com alças na mesial e<br />

distal dos dentes cuja ativação inclina a coroa para vesti vestibular bular ou lingual.<br />

Figura 32- Notar a mudança no torque dos caninos inferiores para diminuir a<br />

labioversão e reduzir a recessão gengival.A dobra de terceira ordem foi feita<br />

com alicates de torque individualizado, de maneira muito simples.<br />

Outros materiais, como os elásticos, molas de níquel níquel-titânio, titânio, gurins, etc. podem<br />

ser encontrados nos catálogos das produtoras nacionais ADITEK, Morelli,<br />

Tecnident e AbZil. Usando estes materiais poderemos fazer um ótimo<br />

tratamento dentro dos valores que foram cit citados anteriormente.<br />

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AGRADECIMENTOS:<br />

Agradecemos aos colegas Alexandre e Dilza Lopes, da ADITEK, pelo apoio na<br />

elaboração do sistema de braquetes mostrado neste manual. Aos professores<br />

que nos incentivaram e deram sugestões preciosas.<br />

Josep Duran Von Arx e Jose Maria Ustrell Torrent, da Universidade de<br />

Barcelona, Espanha.<br />

Os professores das mini-residências das Universidades de Washington,<br />

Connecticut e Nova Southeastern University, USA, frequentadas pelos autores,<br />

em especial ao Dr Ravindra Nanda.<br />

A todos os colegas dos cursos de atualização e especialização que<br />

ministramos, pela confiança em nosso trabalho e pelo crédito que demonstram<br />

em nossas idéias. Esperamos poder continuar ensinando uma ortodontia<br />

honesta e realista.<br />

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Orthop.vol117,n.5,p.604-6,2000.<br />

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