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UTILIZAÇÃO DE CORANTES NATURAIS NO TINGIMENTO DE ...

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<strong>UTILIZAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CORANTES</strong> <strong>NATURAIS</strong> <strong>NO</strong> <strong>TINGIMENTO</strong> <strong>DE</strong> SUBSTRATOS<br />

TÊXTEIS 1<br />

Use of natural dyes in dyeing of textile substrates<br />

Janice Accioli Ramos Rodrigues – Bacharelanda em Moda - Universidade da Amazônia<br />

janiceaccioli@gmail.com<br />

RESUMO<br />

O presente artigo propõe-se a discutir a utilização dos corantes naturais no tingimento de<br />

substratos têxteis como uma alternativa viável dentro da sustentabilidade, sendo que para<br />

verificar a possibilidade desta viabilidade fez-se necessário haver um processo de três<br />

etapas, ou seja, obtenção dos corantes naturais, escolha dos substratos têxteis e<br />

tingimento dos tecidos com a técnica do tye dye, marmorização e estamparia com a guta.<br />

Palavras – Chave: Corantes Naturais. Sustentabilidade. Moda.<br />

ABSTRACT<br />

This article aims to discuss the use of natural dyes in the dyeing of textile substrates as a<br />

viable alternative within the sustainability, and to verify the possibility of this feasibility was<br />

necessary to have a three-step process, in other words, obtaining dyes natural, choice of<br />

textile substrates and dyeing of fabrics with the technique of tye dye, marbling, and printing<br />

with the gutta.<br />

Keywords: Natural Dyes. Sustainability. Fashion.<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

Os produtos naturais vegetais estão trazendo um valor incalculável para a sociedade<br />

e a economia do Brasil. Os fármacos, fitoterápicos, cosméticos, perfumes, corantes para<br />

1 Artigo feito sob a orientação da Prof. Msc. Vera Lúcia Dias da Silva – Universidade da Amazônia.


alimentos extraídos das plantas brasileiras, de fato, estão penetrando num mercado já<br />

existente e muito vasto. Porém, a introdução na produção de corantes naturais para o<br />

tingimento de produtos como papel ecológico, biojóias, tecidos, novos polímeros e couro<br />

vegetal ainda é pouco investigada.<br />

Os corantes sintéticos apresentam alta estabilidade e baixa degradabilidade, por<br />

outro lado, o caráter tóxico acentuado dos mesmos tem estimulado o desenvolvimento de<br />

tecnologias adequadas para seu emprego.<br />

A tendência mundial crescente da busca por produtos naturais é quase irreversível e<br />

tem feito aumentar o consumo de corantes naturais, porém a certificação de seu uso<br />

ainda é fonte de pesquisa, principalmente quando da exposição em condições ambientais,<br />

podendo não apresentar boa estabilidade e serem suscetíveis a oxidação, levando a<br />

formação de produtos de degradação do corante, tornando-se, então relevante avaliar<br />

estes pontos.<br />

A moda no cenário amazônico se impõe como importante foco de pesquisa na<br />

medida em que os recursos naturais, como os corantes e as fibras, passam a ser usados<br />

e conhecidos no mundo todo pela sua exuberante flora.<br />

A agregação de valor a esses produtos via incorporação da tecnologia e da<br />

capacidade empreendedora, dinamizará alguns setores da economia e poderá<br />

impulsionar o desenvolvimento sustentável da Amazônia.<br />

A otimização do uso de corantes naturais no tingimento dos tecidos para a produção<br />

de artigos do vestuário é o objetivo geral. As condições de aplicação desses corantes<br />

naturais, bem como, a investigação da resistência aos agentes externos que possam<br />

influenciar na alteração da cor sob diferentes condições de tingimento e lavagem dos<br />

tecidos e quais os mordentes mais eficazes para isto, além do estímulo ao interesse dos<br />

estudantes de moda amazônicos às questões voltadas ao desenvolvimento regional são<br />

os objetivos específicos e os pontos relevantes da pesquisa em questão, visto que serve<br />

para impulsionar o tingimento em outros materiais, como sementes, couro, papel, dentre<br />

outros. Além do desejo de criar moda com identidade regional para levar os estilistas e<br />

artesãos a investir na busca de novas fontes de materais para a produção de roupas e<br />

acessórios que primam pela manutenção das referências regionais.


2 METODOLOGIA<br />

A metodologia abrange três etapas:<br />

1 a etapa: Obtenção de corantes naturais a partir de partes das plantas de interesse na<br />

produção dos extratos orgânicos. Esses extratos serão avaliados quanto a solubilidade e<br />

identificação de pigmentos.<br />

2 a etapa: Corresponde a escolha dos substratos têxteis vegetais. As fibras serão<br />

analisadas de acordo com a afinidade corante versus fibra. Análise da potencialidade de<br />

aplicação dos corantes nos substratos estudados.<br />

3 a etapa: Tingimento dos tecidos com os corantes obtidos utilizando a técnica do tie dye e<br />

marmorização, bem como a estamparia pela técnica da guta.<br />

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Dentre os corantes analisados, como o açaí, urucum, mangustão e romã,<br />

observou-se que os mesmos apresentaram uma melhor extração à quente numa relação<br />

de uma parte da amostra para quatro de solvente. Quanto a solubilidade verificou-se uma<br />

intensidade na cor em meio alcalino com hidróxido de sódio a 0,1M (NaOH); em meio<br />

alcoólico, com álcool etílico (etanol), uma cor mais suave e com água uma diminuição na<br />

absorção do corante. A tabela 1 mostra os resultados em amostras tingidas no tempo de<br />

30 minutos à frio.<br />

Tabela 1 – Resultados das amostras de tecidos tingidas<br />

Solventes<br />

Água<br />

Tecido de algodão tingido<br />

Urucum Açaí


Etanol<br />

NaOH<br />

Água<br />

NaOH<br />

Romã Mangustão<br />

A avaliação da afinidade corante versus fibra foi verificada com o corante de<br />

urucum em comparativo com tecido sintético de poliéster, observando um melhor<br />

resultado na absorção com as fibras naturais de algodão, ver figura 1.<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 1 – Amostras tingidas com urucum em tecido de algodão, a esquerda, e poliéster, a direita em (a)<br />

água; (b) etanol e (c) NaOH<br />

A figura 2 mostra o resultado do tingimento à quente dos tecidos com os corantes<br />

de urucum e açaí por 20 minutos obtidos pelas técnicas do tie dye e marmorização, bem<br />

como a estamparia pela técnica da guta.<br />

(c)


Figura 2 – (a) Tie dye com urucum; (b) Marmorização com urucum; (c) Guta com açaí<br />

Em vista da futura reprodutividade, os resultados possibilitam uma visão geral de<br />

produção em série com base nos conhecimentos técnicos e métodos sensíveis de<br />

investigação para geração de resultados inovadores e de objeto de reflexão quanto as<br />

questões ecológicas. Neste contexto o designer pode optar por diferentes tipos de<br />

processos de criação e produção com viabilidade técnica e adequação às demandas de<br />

mãos de obra qualificadas, bem como avaliar as relações custos benefícios.<br />

4 REFERÊNCIAS<br />

ABRANTES, J. S. Bio (sócio) diversidade e empreendedorismo ambiental na<br />

Amazônia. Garamond, 116 p., 2002.<br />

FECHINE, G. J. M.; RABELLO, M. S.; SOUTO-MAIOR, R. M.; Polym. Degrad. Stab. 75,<br />

153, 2002.<br />

ZA<strong>NO</strong>NI, Maria Valnice Boldrin Zanoni; CARNEIRO, Patrícia Alves. O Descarte dos<br />

corantes têxteis. Revista Ciência Hoje. p. 61-64. ago. 2001.<br />

DALLAGO, Rogério Marcos; SMANIOTTO, Alessandro; OLIVEIRA, Luiz Carlos Alves de<br />

Oliveira. Resíduos sólidos de curtumes como absorventes para a remoção de<br />

corantes em meio aquoso. Revista “Química Nova”, vol. 28, nº 3, SP, Mai/Jun 2005.


FREITAS, Kátya Regina de. Caracterização e reuso de efluentes do processo de<br />

beneficiamento da indústria têxtil. 2002. 151p. Dissertação (Mestrado em Engenharia<br />

Química). Universidade Federal de Santa Catarina. 2002.<br />

MEN<strong>DE</strong>S, Marina Cecatto. Desenvolvimento Sustentável. Disponível em:<br />

. Acesso em: 25 mar. 2009.

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