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anfioxo: um modelo de estudo e embriologia comparada - ftc ead

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EMBRIOLOGIA<br />

E HISTOLOGIA<br />

COMPARADA<br />

1


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

2<br />

SOMESB<br />

Socieda<strong>de</strong> Mantenedora <strong>de</strong> Educação Superior da Bahia S/C Ltda.<br />

Presi<strong>de</strong>nte ♦<br />

Vice-Presi<strong>de</strong>nte ♦<br />

Superinten<strong>de</strong>nte Administrativo e<br />

Financeiro ♦<br />

Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Extensão ♦<br />

Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Desenvolvimento e>><br />

Planejamento Acadêmico ♦<br />

FTC - EaD<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância<br />

Diretor Geral ♦<br />

Diretor Acadêmico ♦<br />

Diretor <strong>de</strong> Tecnologia ♦<br />

Diretor Administrativo e Financeiro ♦<br />

Gerente Acadêmico ♦<br />

Gerente <strong>de</strong> Ensino ♦<br />

Gerente <strong>de</strong> Suporte Tecnológico ♦<br />

Coord. <strong>de</strong> Softwares e Sistemas ♦<br />

Coord. <strong>de</strong> Telecomunicações e Hardware ♦<br />

Coord. <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Material Didático ♦<br />

EQUIPE DE ELABORAÇÃO/PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO:<br />

♦PRODUÇÃO ACADÊMICA♦<br />

Gerente <strong>de</strong> Ensino ♦ Jane Freire<br />

Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Curso ♦ Letícia Machado dos Santos<br />

Autor (a) ♦ Letícia Machado dos Santos<br />

Supervisão ♦ Ana Paula Amorim<br />

♦PRODUÇÃO TÉCNICA ♦<br />

Revisão Final ♦ Carlos Magno Brito Almeida Santos<br />

Coor<strong>de</strong>nação ♦ João Jacomel<br />

Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,<br />

Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior, Israel Dantas,<br />

Lucas do Vale e Mariucha Ponte.<br />

Editoração ♦ Mariucha Silveira Ponte<br />

Ilustrações ♦ Mariucha Silveira Ponte<br />

Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource<br />

copyright © FTC EaD<br />

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 <strong>de</strong> 19/02/98.<br />

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito,<br />

da FTC EaD - Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância.<br />

www.<strong>ftc</strong>.br/<strong>ead</strong><br />

Gervásio Meneses <strong>de</strong> Oliveira<br />

William Oliveira<br />

Samuel Soares<br />

Germano Tabacof<br />

Pedro Daltro Gusmão da Silva<br />

Wal<strong>de</strong>ck Ornelas<br />

Roberto Fre<strong>de</strong>rico Merhy<br />

Reinaldo <strong>de</strong> Oliveira Borba<br />

André Portnoi<br />

Ronaldo Costa<br />

Jane Freire<br />

Jean Carlo Nerone<br />

Romulo Augusto Merhy<br />

Osmane Chaves<br />

João Jacomel


EMBRIOLOGIA NA ESPÉCIE HUMANA E<br />

PADRÕES DE DESENVOLVIMENTO<br />

EMBRIONÁRIO<br />

REPRODUÇÃO SEXUADA E DESENVOLVIMENTO<br />

EMBRIONÁRIO<br />

SUMÁRIO<br />

SUMÁRIO<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

Reprodução Sexuada: formação dos gametas e Fecundação<br />

Etapas do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário;<br />

os anexos embrionários na espécie h<strong>um</strong>ana<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>um</strong>ano<br />

ANFIOXO: UM MODELO DE ESTUDO E<br />

EMBRIOLOGIA COMPARADA<br />

Características gerais do <strong>anfioxo</strong><br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

Fecundação, segmentação, gastrulação e organogênese em <strong>anfioxo</strong><br />

Embriologia em outros grupos <strong>de</strong> animais<br />

Os anexos embrionários e sua importância como<br />

evidência <strong>de</strong> evolução<br />

○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 52<br />

FUNDAMENTOS DE HISTOLOGIA ○<br />

O SURGIMENTO DA MULTICELULARIDADE E<br />

OS TECIDOS CONJUNTIVOS<br />

07<br />

07<br />

07<br />

21<br />

30<br />

41<br />

41<br />

44<br />

45<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 59<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

59<br />

3


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

4<br />

ASPECTOS MORFO-FUNCIONAIS DOS<br />

TECIDOS NÃO CONJUNTIVOS<br />

Tecidos Epiteliais<br />

Tecido muscular<br />

Tecido nervoso<br />

Ativida<strong>de</strong> Orientada<br />

Glossário<br />

○ ○ ○ ○<br />

Processo <strong>de</strong> formação e estrutura dos tecidos animais 59<br />

Classificação dos tecidos animais<br />

Tecidos Conjuntivos<br />

Referências Bibliográficas<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○60<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

62<br />

72<br />

72<br />

74<br />

76<br />

80<br />

85<br />

89


Apresentação da Disciplina<br />

Caro(a) graduando(a),<br />

A proposta <strong>de</strong> se oferecer a disciplina Embriologia e Histologia Comparada é<br />

<strong>de</strong> envolver, <strong>de</strong> forma combinada, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> conhecimentos teóricos/<br />

científicos da mesma, aliada a conhecimentos práticos contextualizados, que respondam<br />

às necessida<strong>de</strong>s da vida contemporânea. O aprendizado disciplinar do aluno do curso<br />

<strong>de</strong> Licenciatura em Biologia, cujo cenário é a biosfera, constitui <strong>um</strong> todo articulado e<br />

inseparável das <strong>de</strong>mais ciências, daí a importância <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>estudo</strong> contextualizado e<br />

interdisciplinar.<br />

Para o futuro professor <strong>de</strong> Ciências e Biologia é <strong>de</strong> fundamental importância o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências e habilida<strong>de</strong>s que permitam estabelecer relações<br />

entre a parte e o todo <strong>de</strong> <strong>um</strong> processo biológico, analisar informações, compreendê-las,<br />

elaborá-las, refutá-las, quando for o caso, permitir a compreensão <strong>de</strong> importantes<br />

questões éticas e culturais, bem como as limitações que po<strong>de</strong>m advir do uso das novas<br />

tecnologias na área da Embriologia e Fundamentos <strong>de</strong> Histologia. Enfim enten<strong>de</strong>r o<br />

mundo e nele agir com autonomia, fazendo uso dos conhecimentos <strong>de</strong> senso com<strong>um</strong> e<br />

<strong>de</strong> novos conhecimentos que serão construídos nesta disciplina e ao longo do curso <strong>de</strong><br />

licenciatura em Biologia.<br />

Vale ressaltar que apesar <strong>de</strong> a disciplina tentar abranger <strong>um</strong> <strong>estudo</strong> completo<br />

dos temas <strong>de</strong>senvolvidos em Embriologia e Histologia Comparada...<br />

“é recomendável que [...] atenham-se à espécie h<strong>um</strong>ana, focalizando-se as<br />

principais fases embrionárias, os anexos embrionários e a comunicação intercelular no<br />

processo <strong>de</strong> diferenciação. Aqui, cabem duas observações: não é necessário conhecer<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário <strong>de</strong> todos os grupos <strong>de</strong> seres vivos para compreen<strong>de</strong>r e<br />

utilizar a <strong>embriologia</strong> como evidência <strong>de</strong> evolução; importa compreen<strong>de</strong>r como <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

célula – o ovo – se organiza <strong>um</strong> organismo; [...].(PCN do Ensino Médio, v. único, p. 225)<br />

Como nosso curso tem como público-alvo a formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> Ciências<br />

e Biologia para atuarem no Ensino Fundamental e Médio, torna-se necessário frisar<br />

que, <strong>um</strong>a vez em sala <strong>de</strong> aula, não po<strong>de</strong>mos esquecer que o estudante não é <strong>um</strong>a caixa<br />

vazia em relação a conhecimentos; os mesmos possuem os conhecimentos do senso<br />

com<strong>um</strong> que <strong>de</strong>vem ser explorados, para a partir daí unir aos conhecimentos científicos.<br />

Desta forma, os Parâmetros Curriculares Nacionais orienta que “[...] não é essencial,<br />

portanto, no nível médio <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, o <strong>estudo</strong> <strong>de</strong>talhado do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

embrionário dos vários seres vivos.”, assim como <strong>de</strong> qualquer conteúdo trabalhado.<br />

Esse módulo disciplinar possui 72 horas e encontra-se dividido em dois blocos<br />

temáticos, on<strong>de</strong> cada bloco será trabalhado por duas semanas. O primeiro bloco<br />

temático intitula-se “Embriologia na Espécie H<strong>um</strong>ana e Padrões <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Embrionário” e será <strong>de</strong>senvolvido a partir dos temas: “Reprodução<br />

sexuada e Desenvolvimento Embrionário”; e “Anfioxo: Um <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> Estudo e Embriologia<br />

Comparada”. No segundo bloco temático, que recebe o nome <strong>de</strong> “Fundamentos<br />

<strong>de</strong> Histologia H<strong>um</strong>ana” e que abordará os temas “O Surgimento da Multicelularida<strong>de</strong><br />

e os Tecidos Conjuntivos” e “Aspectos Morfo-funcionais dos Tecidos Não Conjuntivos”.<br />

Todo o material didático <strong>de</strong>ssa disciplina foi estruturado para potencializar sua<br />

aprendizagem. Por isso leia, atenta e rigorosamente, todos os textos do material impresso<br />

e virtual, pois os conteúdos se complementam. Realize todas as ativida<strong>de</strong>s propostas, a<br />

fim <strong>de</strong> tirar <strong>um</strong> excelente proveito <strong>de</strong>sse módulo disciplinar e para que seu <strong>estudo</strong> não<br />

fique fragmentado.<br />

Desejamos discernimento, iniciativa e realizações!<br />

Profª. Letícia Machado dos Santos.<br />

5


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

6


EMBRIOLOGIA NA ESPÉCIE HUMANA E<br />

PADRÕES DE DESENVOLVIMENTO<br />

EMBRIONÁRIO<br />

Não po<strong>de</strong>mos começar <strong>um</strong> <strong>estudo</strong> sem antes saber qual o objeto <strong>de</strong> pesquisa da<br />

disciplina em questão. Não é verda<strong>de</strong>? Foi pensando nisto que resolvemos iniciar questionando:<br />

O que é EMBRIOLOGIA?<br />

A <strong>embriologia</strong> é a parte da Biologia que estuda o <strong>de</strong>senvolvimento dos embriões<br />

animais. Há gran<strong>de</strong>s variações, visto que os animais invertebrados e vertebrados<br />

apresentam muitos diferentes aspectos e níveis evolutivos. Lembra-se o que foi estudado<br />

na disciplina Zoologia I?<br />

Em Embriologia o <strong>de</strong>senvolvimento envolve diversos aspectos:<br />

a) multiplicação <strong>de</strong> células, através <strong>de</strong> mitoses sucessivas.<br />

b) crescimento, <strong>de</strong>vido ao a<strong>um</strong>ento do número <strong>de</strong> células e das modificações vol<strong>um</strong>étricas<br />

em cada <strong>um</strong>a <strong>de</strong>las.<br />

c) diferenciação ou especialização celular, com modificações no tamanho e forma das<br />

células que compõem os tecidos. Essas alterações é que tornam as células capazes <strong>de</strong><br />

c<strong>um</strong>prir suas funções biológicas.<br />

Através da fecundação ocorre o encontro do gameta masculino (espermatozói<strong>de</strong>)<br />

com o feminino (óvulo), o que resulta na formação do zigoto ou célula-ovo (2n).<br />

REPRODUÇÃO SEXUADA E DESENVOLVIMENTO<br />

EMBRIONÁRIO<br />

Neste tema iremos trabalhar com 3 (três) conteúdos que contemplam a reprodução<br />

h<strong>um</strong>ana e seu <strong>de</strong>senvolvimento embrionário, que são: reprodução sexuada, <strong>de</strong>stacando a<br />

formação dos gametas; fecundação; as etapas do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário e os anexos<br />

na espécie h<strong>um</strong>ana.<br />

“A informação sexual <strong>de</strong>ve ser gerada através <strong>de</strong> <strong>um</strong> processo científico<br />

e ético e disseminada <strong>de</strong> forma apropriada a todos os níveis sociais”<br />

(Declaração do XIII Congresso Mundial <strong>de</strong> Sexologia, Valência, Espanha, 1997.)<br />

Reprodução Sexuada: Formação <strong>de</strong> Gametas e Fecundação<br />

A reprodução sexuada envolve a união do espermatozói<strong>de</strong> com o óvulo, ambos<br />

haplói<strong>de</strong>s, o que torna possível a mistura dos caracteres genéticos das populações <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

espécie, porém alguns animais também são capazes <strong>de</strong> reproduzir-se <strong>de</strong> forma assexuada,<br />

produzindo indivíduos a partir <strong>de</strong> fragmentos ou divisões do corpo do progenitor.<br />

7


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

8<br />

Durante a formação dos gametas, o número <strong>de</strong> cromossomos é<br />

reduzido à meta<strong>de</strong> por duas divisões meióticas. Lembre-se que você <strong>estudo</strong>u<br />

este conteúdo no Bloco Temático 2, da disciplina Biologia Celular e Molecular.<br />

Essas divisões originam quatro espermáti<strong>de</strong>s oriundas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a única<br />

espermatogônia e cada espermáti<strong>de</strong> é, então, transformada em <strong>um</strong>a célula<br />

pequena, compacta, adaptada para o transporte do material genético para o<br />

óvulo, durante a fecundação. Já na ovogênese, o citoplasma divi<strong>de</strong>-se <strong>de</strong><br />

maneira <strong>de</strong>sigual entre as quatro células filhas <strong>de</strong> modo que <strong>um</strong>a, o óvulo obtém todo o<br />

material vitelínico. A quantida<strong>de</strong> e a distribuição do material vitelínico varia muito nas diferentes<br />

espécies animais.<br />

Vamos pensar...<br />

O texto acima fala sobre a formação dos gametas, originadas <strong>de</strong> divisões<br />

meióticas, processo estudado por você na disciplina ‘Biologia Celular e<br />

Molecular’. Utilize esses conhecimentos e tente esquematizar este processo,<br />

diferenciando o que é haplói<strong>de</strong> e diplói<strong>de</strong>, caso exista.<br />

Gametogênese<br />

As bases da meiose são as mesmas em plantas e animais e em fêmeas e machos.<br />

Porém, a produção <strong>de</strong> gametas envolve mais do que apenas o processo da meiose estudado<br />

anteriormente. Os outros processos necessários variam muito entre os organismos e são<br />

muito diferentes para os óvulos e os espermatozói<strong>de</strong>s.<br />

Nossa discussão sobre a gametogênese concentrar-se-á, principalmente, nos<br />

vertebrados. Tanto o óvulo como o espermatozói<strong>de</strong> iniciam sua formação <strong>de</strong> maneira<br />

semelhante, através da meiose. Ao término <strong>de</strong>ste processo, o óvulo <strong>de</strong> vertebrados está<br />

completamente maduro (e, em alguns casos, até fertilizado), enquanto o espermatozói<strong>de</strong><br />

que completou a meiose está apenas começando sua diferenciação.<br />

Você é capaz. É só pensar <strong>um</strong> pouco! Após esta leitura, em linhas gerais, como você<br />

<strong>de</strong>finiria gametogênese?<br />

Ovogênese ou ovulogênese<br />

Em todos os embriões <strong>de</strong> vertebrados, certas células são selecionadas em estágios<br />

iniciais do <strong>de</strong>senvolvimento como progenitores <strong>de</strong> gametas. Estas células germinativas<br />

primordiais migram para as gônadas em <strong>de</strong>senvolvimento, os quais formarão os ovários<br />

nas fêmeas e os testículos nos machos.<br />

Após <strong>um</strong> período <strong>de</strong> proliferação mitótica, essas células sofrerão meiose e irão<br />

diferenciar-se em gametas maduros, os óvulos ou espermatozói<strong>de</strong>s. Mais tar<strong>de</strong>, a fusão<br />

<strong>de</strong>stes dois tipos, após o acasalamento, iniciará a embriogênese, com a produção<br />

subseqüente <strong>de</strong> <strong>um</strong> embrião com novas células germinativas primordiais, que começarão<br />

o ciclo novamente.<br />

Recapitulando...


Um óvulo em <strong>de</strong>senvolvimento é <strong>de</strong>nominado oócito ou ovócito primário. Sua<br />

diferenciação em óvulo maduro envolve <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> alterações, cujo tempo é ajustado aos<br />

estágios da meiose, na qual a célula germinativa passa pelas duas divisões finais e altamente<br />

especializadas. Os ovócitos, durante a meiose, permanecem inativos na prófase I por<br />

períodos prolongados, enquanto crescem em tamanho, e, em muitos casos, eles permanecem<br />

em metáfase II, enquanto aguardam a fertilização.<br />

Células germinativas primitivas migram para a gônada em <strong>de</strong>senvolvimento, para<br />

tornarem-se ovogônias ou oogônias, as quais proliferam por ciclos celulares comuns antes<br />

da diferenciação em ovócitos ou oócitos primários.<br />

Neste estágio, começa a primeira divisão meiótica: o DNA é replicado, <strong>de</strong> modo<br />

que cada cromossomo consiste em duas cromáti<strong>de</strong>s, os cromossomos homólogos são<br />

emparelhados, e o entrecruzamento ocorre entre as cromáti<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses cromossomos.<br />

Após estes eventos, a célula é retida na prófase I da meiose por períodos que po<strong>de</strong>m<br />

variar <strong>de</strong> dias até vários anos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da espécie. Durante este longo período (ou em<br />

alguns casos, no estabelecimento da maturida<strong>de</strong> sexual), os ovócitos primários sintetizam<br />

o invólucro e os grânulos corticais.<br />

A próxima fase do <strong>de</strong>senvolvimento é chamada<br />

maturação do ovócito e normalmente não ocorre até a<br />

maturida<strong>de</strong> sexual, quando é estimulada por hormônios.<br />

Sob a influencia hormonal, a célula recomeça seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento na divisão meiótica I: os cromossomos<br />

recon<strong>de</strong>nsam, o envelope nuclear é quebrado (geralmente<br />

marca o inicio da maturação), e os cromossomos<br />

homólogos replicados separam-se na anáfase I gerando<br />

dois núcleos, cada <strong>um</strong> contendo a meta<strong>de</strong> do número<br />

original <strong>de</strong> cromossomos.<br />

No término da divisão meiótica I, o citoplasma é<br />

dividido, gerando duas células <strong>de</strong> tamanhos bem<br />

diferentes: <strong>um</strong> pequeno, chamado corpo polar, e outro<br />

gran<strong>de</strong>, o ovócito ou oócito secundário, precursor do óvulo.<br />

Neste estágio, cada <strong>um</strong> dos cromossomos é ainda<br />

composto <strong>de</strong> duas cromáti<strong>de</strong>s, que só serão separadas<br />

na divisão meiótica II, por <strong>um</strong> processo semelhante à<br />

mitose com<strong>um</strong>, gerando duas células individuais.<br />

Após a separação dos cromossomos na anáfase<br />

II, o citoplasma do ovócito secundário gran<strong>de</strong> divi<strong>de</strong>-se<br />

novamente e produz o óvulo maduro e <strong>um</strong> segundo corpo<br />

polar pequeno, cada <strong>um</strong> contendo <strong>um</strong> número haplói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cromossomos. Devido às duas divisões citoplasmáticas<br />

assimétricas, os ovócitos mantêm <strong>um</strong><br />

tamanho gran<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> sofrerem divisões celulares.<br />

Os dois corpos polares são pequenos e geralmente<br />

<strong>de</strong>generam-se.<br />

Na maioria dos vertebrados, a maturação dos ovócitos avança até a metáfase II e<br />

então repousa até a fertilização. Na ovulação, o ovócito secundário em repouso é liberado<br />

do ovário, e se a fertilização ocorrer, o ovócito é estimulado a completar a meiose. Na<br />

ovogênese, cada ovogônia dá origem a <strong>um</strong> óvulo e a três corpos polares.<br />

Agora, observe, atentamente, o esquema a seguir para melhor enten<strong>de</strong>r todo o<br />

processo acima <strong>de</strong>scrito.<br />

9


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

10<br />

Vamos pensar...<br />

No processo da ovogênese, cada ovogônia dá origem a <strong>um</strong><br />

óvulo e a três corpos polares, conforme <strong>de</strong>screve o texto ilustrativo<br />

acima. Tente explicar este acontecimento!<br />

Estágios da ovogênese:<br />

Conforme apren<strong>de</strong>mos, a<br />

ovogênese, correspon<strong>de</strong> ao processo<br />

<strong>de</strong> formação do óvulo e estes são<br />

as células animais mais extraordinárias<br />

que existem: <strong>um</strong>a vez ativados,<br />

po<strong>de</strong>m originar <strong>um</strong> novo<br />

indivíduo completo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dias ou<br />

semanas, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da espécie.<br />

A ativação é geralmente<br />

conseqüência da fertilização, fusão<br />

do espermatozói<strong>de</strong> com o óvulo. O<br />

próprio espermatozói<strong>de</strong>, entretanto,<br />

não é estritamente necessário.<br />

Um óvulo po<strong>de</strong> ser artificialmente<br />

ativado por vários tratamentos<br />

químicos e físicos; <strong>um</strong> óvulo <strong>de</strong> sapo,<br />

por exemplo, po<strong>de</strong> ser ativado pela<br />

sua perfuração com <strong>um</strong>a agulha.<br />

Certos organismos, incluindo<br />

até vertebrados, como alg<strong>um</strong>as<br />

espécies <strong>de</strong> lagartos, normalmente<br />

reproduzem-se através <strong>de</strong> óvulos<br />

ativados na ausência <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>,<br />

fenômeno conhecido por<br />

partenogênese.<br />

Apesar do óvulo ser capaz <strong>de</strong><br />

originar cada tipo celular do organismo<br />

adulto, ou seja, ser totipotente,<br />

ele próprio é <strong>um</strong>a célula altamente<br />

especializada, equipada unicamente<br />

para a função <strong>de</strong> gerar <strong>um</strong> novo<br />

indivíduo.<br />

Provavelmente você já<br />

ouviu o termo TOTIPOTENTE ao<br />

estudar Biologia Celular e Molecular.<br />

Assim, o que você enten<strong>de</strong><br />

quando afirmamos que O ÓVULO<br />

É UMA CÉLULA TOTIPOTENTE?


Os óvulos da maioria dos animais são células gigantes, contendo estoques <strong>de</strong> todos<br />

os componentes necessários para o <strong>de</strong>senvolvimento inicial do embrião, até o estágio on<strong>de</strong><br />

o novo indivíduo possa ser alimentado.<br />

Em geral, os óvulos são esféricos ou ovói<strong>de</strong>s, com <strong>um</strong> diâmetro <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100<br />

milímetros em seres h<strong>um</strong>anos e em ouriços-do-mar; <strong>de</strong> 1 a 2 mm em sapos e peixes, e<br />

muitos centímetros em pássaros e répteis. Uma célula somática típica, em comparação,<br />

tem diâmetro <strong>de</strong> apenas 10 a 20 mm.<br />

O citoplasma do óvulo contém reservas nutritivas na forma <strong>de</strong> gema, que é rica em<br />

lipídios, proteínas e polissacarí<strong>de</strong>os, e é geralmente, contida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> estruturas finas,<br />

<strong>de</strong>nominadas grânulos da gema.<br />

Em alg<strong>um</strong>as espécies, cada grânulo da gema está ligado à membrana, enquanto<br />

em outras espécies não. Em óvulos que irão se <strong>de</strong>senvolver em gran<strong>de</strong>s animais fora do<br />

corpo da mãe, a gema po<strong>de</strong> ocupar mais <strong>de</strong> 95% do vol<strong>um</strong>e da célula, enquanto em<br />

mamíferos, cujos embriões são plenamente nutridos pelas mães, há nenh<strong>um</strong>a ou pouca<br />

reserva.<br />

O invólucro do óvulo, outra peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas células, é <strong>um</strong>a forma especializada<br />

<strong>de</strong> matriz extracelular composta em gran<strong>de</strong> parte por glicoproteínas, alg<strong>um</strong>as secretadas<br />

pelo óvulo, e outras pelas células que o cercam. Em muitas espécies, esse invólucro é <strong>um</strong>a<br />

camada que cerca a membrana plasmática do óvulo; em óvulos <strong>de</strong> animais não-mamíferos,<br />

como ouriços-do-mar e galinhas, ela é chamada <strong>de</strong> camada vitelina, e em mamíferos, é<br />

chamada <strong>de</strong> zona pelúcida.<br />

Essa camada protege o óvulo <strong>de</strong> danos mecânicos e, em muitos casos, também<br />

atua como <strong>um</strong>a barreira, permitindo apenas a entrada <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong> da mesma espécie<br />

ou espécies intimamente relacionadas.<br />

Óvulos <strong>de</strong> animais não-mamíferos normalmente contêm camadas adicionais<br />

recobrindo a camada vitelina que são secretadas por células adjacentes. Os óvulos <strong>de</strong><br />

sapo, por exemplo, à medida que saem do ovário e passam através do oviduto (o tubo que<br />

os conduz para o exterior), são cobertos por várias camadas gelatinosas secretadas pelas<br />

células epiteliais que revestem o oviduto. Do mesmo modo, a parte branca (alb<strong>um</strong>ina) e a<br />

casca dos ovos <strong>de</strong> galinha são adicionadas (após a fertilização) durante a passagem ao<br />

longo do oviduto. A camada vitelina <strong>de</strong> óvulos <strong>de</strong> insetos, por exemplo, é coberta por <strong>um</strong>a<br />

camada espessa e rígida, chamada córion, a qual é secretada pelas células foliculares que<br />

cercam cada óvulo no ovário.<br />

Muitos óvulos (incluindo os <strong>de</strong> mamíferos) contêm vesículas secretoras, os grânulos<br />

corticais, situadas logo abaixo da membrana plasmática, na região externa, ou córtex, do<br />

citoplasma do óvulo. Quando o óvulo é ativado pelo espermatozói<strong>de</strong>, esses grânulos corticais<br />

liberam seu conteúdo por exocitose, este conteúdo altera a cobertura do óvulo para evitar<br />

que mais <strong>de</strong> <strong>um</strong> espermatozói<strong>de</strong> seja fusionado ao óvulo.<br />

Os óvulos são gametas femininos que serão classificados em função das<br />

diferentes quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vitelo (reservas nutritivas) e das suas variadas formas <strong>de</strong><br />

distribuição no interior do citoplasma. Essas duas características <strong>de</strong>terminam aspectos<br />

diferentes no <strong>de</strong>senvolvimento embrionário.<br />

Durante o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento contínuo<br />

<strong>de</strong> nutrientes, permitindo não só a elaboração <strong>de</strong> biomoléculas constituintes das células,<br />

mas também <strong>de</strong> energia. Pelo menos durante as primeiras etapas do <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

esses nutrientes <strong>de</strong>vem ser fornecidos pelo ovo ou zigoto.<br />

11


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

12<br />

O ovo é <strong>um</strong>a célula que contém todas as estruturas necessárias á<br />

formação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a nova vida:<br />

• Núcleo – diplói<strong>de</strong>, resulta da reunião dos núcleos do óvulo e do<br />

espermatozói<strong>de</strong>;<br />

• Protolécito – também <strong>de</strong>signado por vitelo germinativo, é composto<br />

pelo citoplasma ativo da célula (hialoplasma e organelas);<br />

• Deutolécito – também <strong>de</strong>signado por vitelo <strong>de</strong> nutrição, é composto<br />

por nutrientes, nom<strong>ead</strong>amente proteínas, lipí<strong>de</strong>os e glicogênio.<br />

Estes componentes do ovo raramente estão homogeneamente distribuídos, sendo<br />

mais com<strong>um</strong> o ovo apresentar polarida<strong>de</strong>. Esta se reflete no fato <strong>de</strong> existir <strong>um</strong> pólo animal<br />

(zona do protolécito) e <strong>um</strong> pólo vegetativo (zona do <strong>de</strong>utolécito).<br />

Assim, os ovos po<strong>de</strong>m ser classificados segundo a quantida<strong>de</strong> e distribuição do<br />

vitelo que contêm:<br />

Tipos <strong>de</strong> ovos:<br />

• • • Oligolécitos ou isolécitos (oligo = pouco, lecito = vitelo, iso = igual).<br />

Possui pouco vitelo, homogênea ou quase homogeneamente distribuída pelo<br />

citoplasma.<br />

Ocorrência: equino<strong>de</strong>rmos e cefalocordados (<strong>anfioxo</strong>)<br />

• • • Telolécitos incompletos ou heterolécitos (telo = fim, hetero = diferente)<br />

Muito vitelo. Distinção entre pólo animal, que contém o núcleo, e pólo vegetativo,<br />

que contém o vitelo.<br />

Ocorrência: alguns peixes e anfíbios.<br />

• • • Telolécitos completos ou megalécitos (mega = gran<strong>de</strong>)<br />

Óvulos gran<strong>de</strong>s, com muito vitelo no pólo vegetativo. Nítida separação entre o<br />

citoplasma sem vitelo (pólo animal) e o citoplasma rico em vitelo (pólo vegetativo).<br />

Ocorrência: alguns peixes, répteis, aves.<br />

• • Centrolécitos: (centro = meio)<br />

O vitelo ocupa praticamente toda a célula, ficando a porção do citoplasma sem<br />

vitelo reduzido a <strong>um</strong>a pequena região na periferia da célula e junto ao núcleo.<br />

Ocorrência: artrópo<strong>de</strong>s.<br />

• • Alécito (a = sem)<br />

Na maioria dos mamíferos, o óvulo é praticamente <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> vitelo,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser consi<strong>de</strong>rado como <strong>um</strong> óvulo alécito, embora também possa ser<br />

chamado <strong>de</strong> oligo ou isolécitos.<br />

Ocorrência: maioria dos mamíferos.<br />

Tipos <strong>de</strong> clivagem:<br />

• • Holoblástica (total) – Ocorre no ovo todo. Exemplo: Ocorre nos ovos isolécitos,<br />

alécitos e heterolécitos.<br />

• • Meroblástica (Parcial) – Ocorre só em parte do ovo. Exemplo: Ocorre nos ovos<br />

telolécitos.<br />

Vamos pensar...<br />

Determine quais os critérios empregados para classificar os ovos animais.


Espermatogênese<br />

Nos mamíferos, encontram-se as maiores diferenças entre a produção dos óvulos<br />

(ovogênese) e a <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s (espermatogênese).<br />

Em mulheres, por exemplo, a ovogônia prolifera-se apenas no feto, entra em meiose<br />

antes do nascimento e permanece como ovócito na prófase I por vários anos. Os ovócitos<br />

individuais maturam <strong>de</strong>ste estoque limitado e são ovulados em períodos, geralmente <strong>um</strong> <strong>de</strong><br />

cada vez, a partir da puberda<strong>de</strong>. Nas mulheres, a quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> ovócitos é produzida<br />

anterior ao nascimento.<br />

Nos homens, por outro lado,<br />

a meiose e a espermatogênese só<br />

são iniciadas nos testículos a partir<br />

da puberda<strong>de</strong> e daí continuam no<br />

revestimento epitelial dos túbulos<br />

seminíferos. As células germinativas<br />

imaturas, chamadas espermatogônias,<br />

estão localiza-das ao<br />

redor da extremida<strong>de</strong> mais externa<br />

<strong>de</strong>sses túbulos, on<strong>de</strong> proliferam<br />

continuamente por divisão mitótica<br />

com<strong>um</strong>. Alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong>stas célulasfilha<br />

cessam a proliferação, e<br />

diferenciam-se em espermatócitos<br />

primários.<br />

Estas células iniciam a primeira<br />

prófase meióticas, na qual os<br />

cromossomos homólogos emparelhados<br />

participam do entrecruzamento<br />

e progri<strong>de</strong>m na meiose I<br />

produzindo dois espermatócitos<br />

secundários, cada <strong>um</strong> contendo 22<br />

cromossomos autossômicos<br />

duplicados e <strong>um</strong> cromossomo<br />

sexual, X ou Y duplicado.<br />

Os espermatócitos secundários<br />

progri<strong>de</strong>m na meiose II,<br />

produzindo 4 espermáti<strong>de</strong>s, cada<br />

<strong>um</strong>a contendo <strong>um</strong> número haplói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cromossomos. Essas espermáti<strong>de</strong>s<br />

haplói<strong>de</strong>s sofrem diferenciação<br />

morfológica originando os<br />

espermatozói<strong>de</strong>s, que escapam<br />

para a luz dos túbulos seminíferos.<br />

Os espermatozói<strong>de</strong>s passam,<br />

então, para o epidídimo, <strong>um</strong> tubo<br />

enrolado localizado nos testículos,<br />

on<strong>de</strong> são estocados e maturados.<br />

Cada espermatogônia dá origem a<br />

4 espermatozói<strong>de</strong>s.<br />

13


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

14<br />

Vamos pensar...<br />

O que significa a expressão:<br />

“...espermáti<strong>de</strong>s haplói<strong>de</strong>s sofrem diferenciação morfológica...”.<br />

DICA: Utilize o esquema anterior que o ajudará.<br />

Estágios da espermatogênese.<br />

As células germinativas<br />

masculinas falham em<br />

completar a divisão citoplasmática<br />

(citocinese) na mitose<br />

e meiose. Em conseqüência,<br />

gran<strong>de</strong>s clones <strong>de</strong> célulasfilha<br />

em diferenciação,<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes da mesma<br />

espermatogônia em maturação,<br />

permanecem ligadas por<br />

pontes citoplasmáticas, formando<br />

<strong>um</strong> sincício. As pontes<br />

citoplasmáticas persistem até<br />

o final da diferenciação dos<br />

espermatozói<strong>de</strong>s, quando<br />

estes são liberados para a luz<br />

do túbulo.<br />

Ao contrário dos ovócitos,<br />

os espermatozói<strong>de</strong>s<br />

sofrem a maior parte da sua<br />

maturação após o núcleo ter<br />

completado a meiose e tornando-se,<br />

portanto, haplói<strong>de</strong>.<br />

A presença das pontes<br />

citoplasmáticas entre eles<br />

significa que os espermatozói<strong>de</strong>s<br />

haplói<strong>de</strong>s compartilham<br />

<strong>um</strong> único citoplasma com<br />

seus vizinhos, <strong>de</strong> modo que<br />

todos possam receber os<br />

produtos <strong>de</strong> <strong>um</strong> genoma<br />

diplói<strong>de</strong> completo. Assim, o<br />

genoma diplói<strong>de</strong> controla a<br />

diferenciação do espermatozói<strong>de</strong>,<br />

da mesma forma que<br />

o faz na diferenciação do óvulo.<br />

Vamos pensar...<br />

Com base no <strong>de</strong>senho esquemático acima, o que aconteceria caso na<br />

fase <strong>de</strong> diferenciação dos espermatozói<strong>de</strong>s não ocorresse a quebra das pontes<br />

citoplasmáticas? Suponha o acontecimento na espécie h<strong>um</strong>ana.


Espermatozói<strong>de</strong><br />

Os espermatozói<strong>de</strong>s são, normalmente, as menores células do organismo. São células<br />

equipadas com <strong>um</strong> forte flagelo que os impulsionam através <strong>de</strong> <strong>um</strong> meio aquoso, porém<br />

livre <strong>de</strong> organelas citoplasmáticas, tais como ribossomos, retículo endoplasmático ou<br />

complexo <strong>de</strong> Golgi, os quais são <strong>de</strong>snecessários para a tarefa <strong>de</strong> transferir seu DNA ao<br />

óvulo. Por outro lado, os espermatozói<strong>de</strong>s contêm várias mitocôndrias estrategicamente<br />

localizadas para fornecer energia ao flagelo.<br />

Que tal relembrar os conhecimentos adquiridos em Biologia Geral e<br />

Celular e Molecular sobre MITOCÔNDRIAS?<br />

Os espermatozói<strong>de</strong>s geralmente consistem <strong>de</strong> duas regiões diferentes entre si,<br />

morfológica e funcionalmente, que são contidas em <strong>um</strong>a única membrana plasmática: a<br />

cauda, a qual impulsiona o espermatozói<strong>de</strong> ao óvulo e ajuda na sua entrada pelo invólucro<br />

do óvulo, e a cabeça, que contém <strong>um</strong> núcleo haplói<strong>de</strong>. O DNA do núcleo é empacotado <strong>de</strong><br />

maneira compacta, <strong>de</strong> modo que seu vol<strong>um</strong>e seja minimizado para o transporte. Os<br />

cromossomos <strong>de</strong> muitos espermatozói<strong>de</strong>s não possuem as histonas das células somáticas<br />

e são empacotados com proteínas simples, chamada protaminas.<br />

Histonas? Protaminas? Que tal consultar o glossário ou <strong>um</strong> site <strong>de</strong><br />

pesquisa para saber mais sobre estas substâncias?<br />

Na cabeça da maioria dos espermatozói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> animais está <strong>um</strong>a vesícula secretora<br />

especializada, chamada <strong>de</strong> vesícula acrossomal. Esta vesícula contém enzimas hidrolíticas<br />

que auxiliam a penetração do espermatozói<strong>de</strong> no invólucro externo do óvulo. Quando o<br />

espermatozói<strong>de</strong> entra em contato com o óvulo, o conteúdo da vesícula é liberado por<br />

exocitose na chamada reação acrossomal, em alguns espermatozói<strong>de</strong>s, esta reação<br />

também expõe ou libera proteínas específicas que ajudam na fixação do espermatozói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> maneira firme ao óvulo.<br />

A cauda móvel do espermatozói<strong>de</strong> é <strong>um</strong> flagelo longo, cujo axonema central originase<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> corpo basal situado próximo ao núcleo. O axonema consiste <strong>de</strong> dois microtúbulos<br />

centrais simples cercados por nove pares <strong>de</strong> microtúbulos dispostos simetricamente. O<br />

flagelo <strong>de</strong> alguns espermatozói<strong>de</strong>s (incluindo os <strong>de</strong> mamíferos) difere dos outros flagelos<br />

por possuir, além do<br />

<strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> axonema<br />

com<strong>um</strong> <strong>de</strong> 9+2, 9 fibras<br />

extras externas e<br />

<strong>de</strong>nsas, compostas<br />

principalmente <strong>de</strong><br />

queratina. Essas fibras<br />

são rígidas e não<br />

contráteis, e seu papel<br />

na curvatura do flagelo<br />

não está claro, mais é<br />

causado pelo <strong>de</strong>slizamento<br />

dos pares <strong>de</strong><br />

microtúbulos adjacentes<br />

que passam<br />

entre si.<br />

15


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

16<br />

O movimento flagelar é alimentado por proteínas motoras chamadas<br />

dineínas, que usam a energia da hidrólise do ATP para o <strong>de</strong>slizamento dos<br />

microtúbulos, o ATP é gerado pelas mitocôndrias localizadas na parte anterior<br />

da cauda do espermatozói<strong>de</strong>, chamada <strong>de</strong> região mediana (on<strong>de</strong> o ATP é<br />

necessário).<br />

Recapitulando...<br />

Gametogênese:


A fecundação<br />

Ao encontro do gameta masculino com o feminino dá-se o nome <strong>de</strong> Fecundação.<br />

A fecundação compreen<strong>de</strong> todos os eventos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a penetração da membrana do<br />

óvulo pelo acrossomo do espermatozói<strong>de</strong> até a união dos cromossomos do espermatozói<strong>de</strong><br />

e do óvulo em <strong>um</strong> só núcleo, restaurando o número diplói<strong>de</strong> <strong>de</strong> cromossomos.<br />

Muitos animais aquáticos apresentam fecundações externas, que é possível on<strong>de</strong><br />

indivíduos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a espécie reúnem-se durante o período <strong>de</strong> reprodução ou vivem próximos<br />

e os espermatozói<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser transportados até os óvulos pelas correntes aquáticas.<br />

A fecundação interna no interior do corpo da fêmea é característica <strong>de</strong> muitos animais<br />

aquáticos e das espécies terrestres. Ela requer a cópula e diversas modificações das vias<br />

reprodutoras <strong>de</strong> ambos os sexos, tais como <strong>um</strong> órgão copulador (geralmente <strong>um</strong> pênis),<br />

glândulas produtoras <strong>de</strong> sêmen, vesícula seminal, vagina e receptáculo seminal.<br />

As vias reprodutoras dos vertebrados variam muito, o que reflete diferentes<br />

adaptações para a fecundação e ovoposição. Nos mamíferos, o pênis masculino <strong>de</strong>posita<br />

os espermatozói<strong>de</strong>s na vagina e a fecundação ocorre na extremida<strong>de</strong> superior da Trompa<br />

<strong>de</strong> Falópio. O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s liberados a<strong>um</strong>enta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

que alguns possam atravessar o útero e a Trompa <strong>de</strong> Falópio e, coletivamente contribuir<br />

para a dispersão enzimática das células foliculares retidas em torno do óvulo liberado.<br />

A reprodução nos vertebrados em especial apresenta <strong>um</strong> mecanismo complexo que<br />

dispõe <strong>de</strong> <strong>um</strong> mecanismo hormonal que acontece da seguinte forma: As células intersticiais<br />

dos testículos produzem androgênios como a testosterona, por exemplo; estes estimulam o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e a manutenção dos caracteres sexuais masculinos secundários e as<br />

glândulas anexas masculinas, a próstata e a vesícula seminal, por exemplo. Os chifres do<br />

v<strong>ead</strong>o e a crista do galo, as barbelas e a pl<strong>um</strong>agem dos pássaros são controladas pelos<br />

androgênios. Eles também são responsáveis, pelo menos em parte, pelo a<strong>um</strong>ento da libido<br />

em ambos os sexos e pelo <strong>de</strong>senvolvimento do comportamento no acasalamento. A remoção<br />

da hipófise causa a regressão não só das células intersticiais como dos túbulos seminíferos.<br />

Os ovários produzem os hormônios sexuais femininos, progesterona e estradiol. O<br />

estradiol controla as alterações do corpo feminino na época da puberda<strong>de</strong> ou maturida<strong>de</strong><br />

sexual alargando a pelve, <strong>de</strong>senvolvendo os seios, promovendo o crescimento do útero, da<br />

vagina e genitália externa. A progesterona é necessária para completar cada ciclo menstrual,<br />

para a implantação do ovo e para a manutenção da gravi<strong>de</strong>z.<br />

Todas as espécies têm <strong>um</strong> período <strong>de</strong> vida limitado. Portanto, para que <strong>um</strong>a espécie<br />

se mantenha no passar das eras, é necessário que haja <strong>um</strong> mecanismo para a produção<br />

<strong>de</strong> novos indivíduos.<br />

A reprodução h<strong>um</strong>ana ocorre <strong>de</strong> modo semelhante à maioria dos animais: o novo<br />

ser é resultado da união <strong>de</strong> duas células sexuais ou gametas geneticamente diferentes. Os<br />

gametas animais são o óvulo da fêmea e o espermatozói<strong>de</strong> do macho.<br />

17


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

18<br />

Os sistemas reprodutores <strong>de</strong> cada sexo são responsáveis pela união<br />

(fusão) dos gametas, conhecida como fertilização, e o sistema reprodutor<br />

feminino tem a importância <strong>de</strong> permitir o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário e, após<br />

o parto, continuar a nutrir o bebê (amamentação). Os sistemas reprodutores,<br />

intimamente relacionados à psique, também são importantes elementos para<br />

a satisfação sexual do indivíduo. (Schauf et al., 1993, p. 6).<br />

Puberda<strong>de</strong>, adolescência e maturação sexual<br />

As gônadas e os órgãos reprodutores acessórios já estão presentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

nascimento, mas permanecem relativamente pequenos e não funcionais até o início da<br />

puberda<strong>de</strong>, período da vida mais ou menos dos 10 aos 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Nessa época <strong>de</strong><br />

suas vidas, que ocorre entre a infância e a adolescência, machos e fêmeas sofrem diversas<br />

transformações no seu organismo e em suas atitu<strong>de</strong>s e sentimentos.<br />

Qual é a importância <strong>de</strong>ssas transformações?<br />

Em termos biológicos, parte das modifi-cações que ocorrem na puberda<strong>de</strong> está<br />

relacio-nada ao início da ativida<strong>de</strong> sexual e à preparação para a reprodução.<br />

Alg<strong>um</strong>as modificações externas po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong>stacadas: nas mulheres, as mudanças ósseas,<br />

como o a<strong>um</strong>ento da estatura e o alargamento do<br />

quadril, estão relacionadas à gestação e ao parto;<br />

o crescimento das mamas está relacionado à produção<br />

<strong>de</strong> leite para alimentar o bebê; nos homens,<br />

o pênis adquire maior sensibilida<strong>de</strong> e passa a<br />

funcionar como órgão copulatório/reprodutivo.<br />

O termo adolescência tem <strong>um</strong> amplo<br />

significado e inclui o período <strong>de</strong> transição da<br />

infância ao estado adulto em todos os aspectos,<br />

não somente os sexuais.<br />

Em ambos os sexos, as mudanças ocorrem em conseqüência da ativida<strong>de</strong> dos<br />

hormônios. Embora o organismo esteja fisicamente pronto para a ativida<strong>de</strong> sexual após a<br />

puberda<strong>de</strong>, essa ativida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente <strong>de</strong> alterações físicas. Há os fatores<br />

culturais, religiosos, familiares, psicológicos, que também interferem no início da vida sexual.<br />

Aqui, falamos <strong>um</strong> pouco sobre a adolescência (e não aborrecência, como<br />

muitos tratam) esta fase tão conturbada, biologicamente falando. Sabemos que todas<br />

as acorrências <strong>de</strong>scritas no texto acima são resultados dos hormônios sexuais.<br />

Quais são eles? Como atuam no sexo masculino e feminino, respectivamente?<br />

Fertilização<br />

Como a fertilização ocorre normalmente na extremida<strong>de</strong> ovariana da tuba uterina, o<br />

espermatozói<strong>de</strong> precisa percorrer o útero e gran<strong>de</strong> parte da tuba uterina para encontrar<br />

com o óvulo.


Além disso, o espermatozói<strong>de</strong> precisa atravessar<br />

a camada <strong>de</strong> células da granulosa, zona pelúcida e a<br />

membrana celular do oócito.<br />

O acrossomo da cabeça do espermatozói<strong>de</strong><br />

contém enzimas que, ao serem liberadas, dissolvem o<br />

caminho através das camadas que envolvem o oócito.<br />

O oócito reage à entrada do espermatozói<strong>de</strong>,<br />

modificando sua membrana celular que impe<strong>de</strong> a entrada<br />

<strong>de</strong> outros espermatozói<strong>de</strong>s.<br />

Após a fecundação do zigoto, inicia-se o<br />

processo <strong>de</strong> segmentação, isto é a divisão da<br />

célula ovo até a formação <strong>de</strong> células chamada<br />

blastômeros. Na espécie h<strong>um</strong>ana, por volta do<br />

quarto dia após a fecundação, surge a mórula,<br />

<strong>um</strong> maciço celular que contém <strong>de</strong> doze a<br />

<strong>de</strong>zesseis blastômeros.<br />

Partenogênese<br />

Uma forma especial <strong>de</strong> reprodução sexuada!<br />

Quando a cabeça do espermatozói<strong>de</strong> entra em<br />

contato com o oócito, as suas membranas fun<strong>de</strong>m-se e o<br />

núcleo do espermatozói<strong>de</strong> penetra no citoplasma do<br />

oócito. Em seguida, ocorre a segunda divisão meiótica<br />

que estava paralisada em metáfase II, formando o segundo<br />

corpo polar.<br />

O pronúcleo masculino e o pronúcleo feminino se<br />

fun<strong>de</strong>m, originando o núcleo do zigoto. Esta fusão dos<br />

pronúcleos é <strong>de</strong>nominada, cariogamia ou anfimixia.<br />

Em certas espécies, o ovo é capaz <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver sem que <strong>um</strong> gameta macho o<br />

tenha fecundado: Este fenômeno é o da partenogênese natural. Trata-se do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> ovos virgens, não fecundados.<br />

Em n<strong>um</strong>erosas espécies animais, tanto Invertebrados como Vertebrados, o ovo é<br />

capaz <strong>de</strong> se segmentar espontaneamente, sem que este <strong>de</strong>senvolvimento ultrapasse <strong>um</strong><br />

estado pouco avançado: tal é o caso para alguns representantes dos Equino<strong>de</strong>rmos, dos<br />

19


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

20<br />

Moluscos, dos Nemató<strong>de</strong>os, dos Anelí<strong>de</strong>os, dos Coleópteros, Lepidópteros<br />

e Dípteros; também é o caso para certos peixes, batráquios e pássaros.<br />

Até mesmo nos mamíferos este fenômeno intervém freqüentemente e<br />

foi assinalado na espécie h<strong>um</strong>ana. trata-se do que se chama a partenogênese<br />

rudimentar.<br />

Em outros casos, acontece então que as condições normais implicam<br />

que o <strong>de</strong>senvolvimento ovular seja relacionado com a fecundação, que ovos possam, no<br />

entanto <strong>de</strong>senvolver-se completamente por partenogênese. Ela é então dita aci<strong>de</strong>ntal.<br />

Observa-se em espécies dos grupos seguintes: Coccí<strong>de</strong>os, Ortópteros (Acarí<strong>de</strong>os,<br />

fasmi<strong>de</strong>os), Acários, Lepidópteros, Equino<strong>de</strong>rmes, e no Arquianelidio Dinophilus.<br />

Por fim, a partenogênese é susceptível <strong>de</strong> representar <strong>um</strong>a modalida<strong>de</strong> normal e<br />

regular da reprodução. Ela apresenta então vários tipos:<br />

• Se os ovos partenogenéticos dão nascença exclusivamente a machos, trata-se<br />

<strong>de</strong> partenogênese arrhénotoque (Hyménopteros, Coccí<strong>de</strong>os, Acarios,<br />

Rotíferos,...).<br />

• Se eles dão fêmeas, a partenogênese é chamada thélytoque.<br />

• Uma partenogênese <strong>de</strong>utérotoque é aquela que tem por resultado indivíduos<br />

dos dois sexos.<br />

As duas últimas formas afetam particularida<strong>de</strong>s que permitem distinguir <strong>um</strong>a<br />

partenogênese dita cíclica, caracterizada pela alternância mais ou menos regular <strong>de</strong><br />

gerações sexuadas e <strong>de</strong> gerações partenogenéticas (Rotíferos, Cladocères, Pulgões,<br />

Phylloxera, Chermesidios), e <strong>um</strong> tipo dito paedogênese que se aproxima da partenogênese<br />

cíclica porque também está incluída n<strong>um</strong> ciclo, mas que <strong>de</strong>ve sua individualida<strong>de</strong> ao fato<br />

que a partenogênese produz-se na larva e acompanha-se quase sempre do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do feto no organismo larvar, é a vivípara (Cecidomyios, Chironomidios e outros dípteros,<br />

Poliquetes, Tremató<strong>de</strong>os, Coelentereos).<br />

Exemplos <strong>de</strong> partenogênese natural:<br />

• O caso da abelha doméstica oferece <strong>um</strong> tipo clássico <strong>de</strong> partenogênese<br />

arrhénotoque (<strong>de</strong>scoberta do aba<strong>de</strong> Dzierzon em 1845).<br />

Nos himenópteros sociais, a partenogênese arrhénotoque é facultativa, ou seja,<br />

o ovo <strong>de</strong>senvolve-se quer tenha sido fecundado quer não. Se ele se <strong>de</strong>senvolve<br />

partenogeneticamente, dá nascença exclusivamente a machos; se foi fecundado,<br />

dá fêmeas (trabalhadoras ou rainhas segundo o tipo <strong>de</strong> comida que a larva recebe).<br />

• Como segundo exemplo, examinemos o caso dos pulgões; a reprodução c<strong>um</strong>prese<br />

segundo <strong>um</strong> ciclo geralmente anual.<br />

Nos Afidios existem dois tipos <strong>de</strong> fêmeas:<br />

• As fêmeas partenogenéticas dão nascença a fêmeas igualmente partenogenéticas<br />

(partenogênese thélytoque). No fim do verão elas dão, no entanto machos e fêmeas<br />

(partenogênese <strong>de</strong>utérotoque) que são indivíduos sexuados.<br />

• As fêmeas sexuadas produzem “ovos <strong>de</strong> inverno” <strong>de</strong>stinados a ser fecundado<br />

dos quais na primavera nascerão fêmeas ditas “fundadoras”, partenogenéticas,<br />

<strong>de</strong>senvolvedoras <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo ciclo.<br />

• Como último exemplo, a dafnia (Daphnia pulex) reproduz-se, freqüentemente, por<br />

partenogênese cíclica irregular. O ovo <strong>de</strong> resistência, fechado n<strong>um</strong> invólucro<br />

particular, é fecundado.


Vamos pensar...<br />

Que justificativa você daria para convencer <strong>um</strong>a pessoa leiga que a<br />

PARTENOGÊNESE é <strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> reprodução sexuada?<br />

Etapas do Desenvolvimento Embrionário;<br />

Os Anexos Embrionários na Espécie H<strong>um</strong>ana<br />

A ativação do óvulo pela fecundação inicia divisões mitóticas, <strong>de</strong>nominadas clivagem.<br />

Os três tipos mais comuns <strong>de</strong> clivagem são a clivagem radial (equino<strong>de</strong>rmos e vertebrados),<br />

na qual os planos <strong>de</strong> clivagem são paralelos ou em ângulos retos; clivagem espiral (anelí<strong>de</strong>os<br />

e moluscos), na qual os planos <strong>de</strong> clivagem são oblíquos ao eixo polar, e a clivagem superficial<br />

(artrópodos), na qual ocorrem divisões nucleares, mas não citoplasmáticas. A quantida<strong>de</strong> e<br />

a distribuição do vitelo, que impe<strong>de</strong> a clivagem, afetam bastante o tipo <strong>de</strong> clivagem. A<br />

clivagem freqüentemente conduz a <strong>um</strong> estágio multicelular conhecido como blástula, contendo<br />

<strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong> interior, a blastocele. A massa total da blástula é menor do que a do ovo.<br />

A gastrulação converte a blástula em <strong>um</strong> embrião bilateral (gástrula), que possui o<br />

plano básico do adulto. A conversão ocorre através <strong>de</strong> movimentos morfogenéticos das<br />

células embrionárias. Como na clivagem, o <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> da gastrulação é muito afetado pela<br />

quantida<strong>de</strong> e distribuição do vitelo. Os folhetos germinativos: ecto<strong>de</strong>rma, meso<strong>de</strong>rma e<br />

endo<strong>de</strong>rma, tornaram-se evi<strong>de</strong>ntes durante a gastrulação.<br />

Seguindo-se á gastrulação, os rudimentos <strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> <strong>um</strong> ou mais folhetos<br />

germinativos são logo estabelecidos - organogênese. Em todos os animais, o sistema<br />

nervoso, a camada epidérmica da pele e as regiões bucal e anal são <strong>de</strong>rivadas do<br />

ecto<strong>de</strong>rma; o revestimento do intestino e as diversas regiões associadas ao intestino, tais<br />

como o fígado e o pâncreas, são <strong>de</strong>rivados do endo<strong>de</strong>rma as camadas musculares, os<br />

vasos sanguíneos e o tecido conjuntivo são <strong>de</strong>rivados do meso<strong>de</strong>rma.<br />

A posição é o primeiro fator na <strong>de</strong>terminação do <strong>de</strong>stino das células embrionárias e<br />

na regulação do curso do <strong>de</strong>senvolvimento. A posição <strong>de</strong>termina a natureza do meio<br />

citoplasmático e do meio celular circundante, os quais, interagindo com o núcleo, regulam a<br />

ativação seqüencial dos genes e, <strong>de</strong>sse modo, o <strong>de</strong>stino final da célula.<br />

Primeiramente, como em muitos animais marinhos, o <strong>de</strong>senvolvimento inclui <strong>um</strong><br />

estado <strong>de</strong> larva móvel que alimenta (<strong>de</strong>senvolvimento indireto) e é responsável pela<br />

dispersão e pela fonte precoce <strong>de</strong> nutrição fora do ovo. Contudo, as larvas estão sujeitas a<br />

<strong>um</strong>a alta mortalida<strong>de</strong> ou são incompatíveis com certas condições, e têm sido, portanto<br />

suprimidas em muitas espécies marinhas e na maioria das espécies dulcícolas<br />

(<strong>de</strong>senvolvimento direto).<br />

Os ovos cleidóicos, que são sistemas mais ou menos auto-suficientes contidos em<br />

<strong>um</strong>a casca protetora, evoluíram em alguns grupos <strong>de</strong> animais, especialmente os terrestres.<br />

As membranas extra-embrionárias – saco vitelino, âmnio, córion e alantói<strong>de</strong> fornecem<br />

proteção e manutenção para o <strong>de</strong>senvolvimento do embrião <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ovos cleidóicos <strong>de</strong><br />

répteis e aves.<br />

O cuidado paterno, ou incubação dos ovos, seja <strong>de</strong>ntro ou fora do corpo da fêmea, é<br />

<strong>um</strong>a adaptação disseminada que facilita a sobrevivência do embrião. A incubação permite<br />

a redução do número <strong>de</strong> ovos produzidos.<br />

21


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

22<br />

Vamos pensar...<br />

Em <strong>um</strong>a só frase, responda a estas duas perguntas: O que<br />

você enten<strong>de</strong> por clivagem e o que são blastômeros?<br />

Etapas do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário<br />

A segmentação do ovo<br />

Após a fecundação, a célula-ovo ou zigoto entra logo em segmentação ou clivagem<br />

e começa a formar os blastômeros. Inicialmente, eles são 2. Logo a seguir 4,8,16,31,64 etc.<br />

até formar <strong>um</strong> maciço celular, que por sua semelhança com a amora recebeu o nome <strong>de</strong><br />

latino <strong>de</strong> mórula.<br />

A segmentação da célula-ovo apresenta alg<strong>um</strong>as variações, <strong>de</strong> acordo com o tipo<br />

<strong>de</strong> óvulo do qual se originou o zigoto.<br />

Tipos <strong>de</strong> segmentação:<br />

Segmentação total igual<br />

É observada em zigotos oriundos <strong>de</strong> óvulos alécitos e metalécitos. A célula se<br />

segmenta integralmente em 2 blastômeros iguais. Logo, esses se divi<strong>de</strong>m também segundo<br />

<strong>um</strong> plano <strong>de</strong> clivagem perpendicular ao primeiro. Surgem 4 blastômeros. Uma clivagem<br />

n<strong>um</strong> plano meridiano os divi<strong>de</strong> em 8. Daí por diante, as clivagens ocorrem sem planos<br />

organizados, até o aparecimento da mórula. Todos os blastômeros <strong>de</strong>ssa mórula são iguais.<br />

Uma observação interessante: à proporção que os blastômeros se multipliquem, ficam<br />

cada vez menores, porque as mitoses se suce<strong>de</strong>m sem que haja tempo para o a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong><br />

vol<strong>um</strong>e das células. Como conseqüência, a mórula tem <strong>um</strong> vol<strong>um</strong>e aproximadamente igual<br />

ao do zigoto que lhe <strong>de</strong>u origem.<br />

Segmentação total <strong>de</strong>sigual<br />

É observada em zigotos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> óvulos heterolécitos. Como, nesses o vitelo<br />

se encontra misturado com o plasma germinativo (citoplasma) apenas no pólo vegetativo,<br />

ocorre que, nas duas primeiras clivagens, todos os blastômeros possuem <strong>um</strong> pouco <strong>de</strong><br />

vitelo. Mas, da clivagem meridiana (transversal), resultam e blastômeros com vitelo (n<strong>um</strong><br />

hemisfério) e blastômeros com vitelo (no outro hemisfério). Consi<strong>de</strong>rando que a presença<br />

do vitelo prolonga o tempo <strong>de</strong> duração das mitoses, os blastômeros sem vitelo reproduzemse<br />

mais <strong>de</strong>pressa do que os que o possuem. O resultado é <strong>um</strong>a mórula <strong>de</strong>sigual, contendo<br />

<strong>um</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> micrômeros (blastômeros pequenos) n<strong>um</strong> pólo e <strong>um</strong> pequeno número<br />

<strong>de</strong> macrômeros (blastômeros gran<strong>de</strong>s) no restante <strong>de</strong>la.<br />

Segmentação parcial discoidal<br />

É o tipo <strong>de</strong> clivagem que ocorre com zigotos provenientes <strong>de</strong> óvulos telolécitos (aves<br />

e répteis). O vitelo, quando puro, não sofre segmentação. Então, neste tipo <strong>de</strong> zigoto, em<br />

que o vitelo ocupa quase toda a célula, a segmentação é parcial, pois só ocorre na cicatrícula.<br />

E, assim, surge <strong>um</strong>a mórula achatada, discoidal, na superfície da gran<strong>de</strong> massa vitelina,<br />

representada pela gema do ovo.<br />

Segmentação parcial superficial<br />

Po<strong>de</strong> ser observada com zigotos provenientes <strong>de</strong> óvulos centrolécitos, como o das<br />

moscas, por exemplo. Nestes óvulos, o vitelo se localiza no centro, ficando o citoplasma em


sua maior parte situado na periferia. A segmentação, então, ocorre nas porções que envolvem<br />

o vitelo. É bom lembrar que o núcleo é circundado por <strong>um</strong>a pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> citoplasma<br />

e também fica no centro da célula. Assim, quando o núcleo se segmenta várias vezes<br />

seguidas, os novos núcleos vão para a periferia e comandam a segmentação do citoplasma<br />

que ali se encontra. A conseqüência final é que surge <strong>um</strong> corpo multicelular cujas células<br />

estão na periferia, envolvendo a massa vitelina.<br />

Observe os esquemas com os vários tipos <strong>de</strong> segmentação:<br />

· Segmentação Total Igual<br />

· Segmentação Total Desigual<br />

· Segmentação Parcial Discoidal<br />

· Segmentação (Meroblástica) Parcial Superficial<br />

23


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

24<br />

Formação da blástula e da gástrula<br />

A formação da gástrula a partir da blástula apresenta notável diferença<br />

conforme seja estudada n<strong>um</strong> animal inferior (o <strong>anfioxo</strong>, por exemplo) ou no<br />

homem. O <strong>anfioxo</strong> é <strong>um</strong> pequenino animal marinho, com aspecto parecido<br />

com o <strong>de</strong> <strong>um</strong> peixe. Durante sua formação embrionária, a blástula começa a<br />

sofrer invaginação n<strong>um</strong> dos pólos. A invaginação se acentua até que esse<br />

pólo encontre o outro. A essa altura, o corpo multicelular ass<strong>um</strong>e o formato <strong>de</strong> <strong>um</strong> balão,<br />

cuja pare<strong>de</strong> é constituída <strong>de</strong> duas camadas, e dotado <strong>de</strong> <strong>um</strong>a boca. A boca <strong>de</strong>sse “balão”<br />

recebe o nome <strong>de</strong> blastóporo. Esta formada a gástrula.<br />

A formação da gástrula pelo processo visto, é chamada <strong>de</strong> gastrulação por embolia.<br />

E a gástrula com apenas dois folhetos embrionários (ecto<strong>de</strong>rma e endo<strong>de</strong>rma) é a gástrula<br />

didérmica.<br />

Nos mamíferos, ocorre a gastrulação por epibolia. A blástula (aqui também chamada<br />

blastocisto) mostra-se como <strong>um</strong>a esfera formada <strong>de</strong> <strong>um</strong>a só camada <strong>de</strong> células. Mas n<strong>um</strong><br />

dos pólos <strong>de</strong>ssa blástula encontramos <strong>um</strong> grupamento <strong>de</strong> células voltado para a cavida<strong>de</strong><br />

blastular que recebe o nome <strong>de</strong> embrioblasto. É a partir do embrioblasto que vai originar-se<br />

a gástrula e, por conseguinte, o embrião. A camada <strong>de</strong> células que <strong>de</strong>limita toda a blástula<br />

é chamada <strong>de</strong> trofoblasto. Ao trofoblasto vai competir formar a placenta.<br />

As células do embrioblasto começam a se organizar, formando duas camadas<br />

superpostas: o ecto<strong>de</strong>rma (com células altas) e o endo<strong>de</strong>rma (com células pequenas). As<br />

duas camadas juntas constituem o disco embrionário. Quando vistas <strong>de</strong> cima, revelam<br />

contorno circular ou discói<strong>de</strong>. Acima do disco, fica <strong>um</strong> pequeno espaço sem células, que é<br />

a vesícula. Abaixo, surgirá, em breve, outra cavida<strong>de</strong>, que será a vesícula vitelina.<br />

O recurvamento dos bordos dos discos embrionário para baixo (como <strong>um</strong> disco <strong>de</strong><br />

cera que <strong>de</strong>rretesse sobre <strong>um</strong>a pequena esfera) faz com que ele ass<strong>um</strong>a o formato <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

balão <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s duplas.<br />

O que isso lhe sugere?<br />

Observe, então, que a gástrula, nesse caso formou-se “<strong>de</strong>ntro” do blastocisto ou<br />

blástula e não “a partir” <strong>de</strong>le, como no caso do <strong>anfioxo</strong>.<br />

A gástrula didérmica <strong>de</strong>ve evoluir para gástrula tridérmica. Para isso, <strong>de</strong>verá surgir<br />

<strong>um</strong> terceiro folheto embrionário – o meso<strong>de</strong>rma –, que se situará entre o ecto<strong>de</strong>rma e o<br />

endo<strong>de</strong>rma. A fim <strong>de</strong> que isso ocorra, <strong>um</strong>a região do endo<strong>de</strong>rma, chamada mesento<strong>de</strong>rma,<br />

forma duas evaginações laterais, que acabam por se transformar em duas bolsas. Essas<br />

bolsas, finalmente, se estrangulam e se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>m do mesento<strong>de</strong>rma que lhes <strong>de</strong>u origem.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssas bolsas levará ao aparecimento dos dois folhetos mesodérmicos,<br />

dos quais <strong>um</strong> ficará a<strong>de</strong>rido ao ecto<strong>de</strong>rma, com ele formando o que chamamos <strong>de</strong><br />

somatopleura, e o outro ficará agrupado ao endo<strong>de</strong>rma, formando juntamente com ele a<br />

esplancnopleura. O espaço interior do corpo embrionário <strong>de</strong>limitado pela somatopleura e<br />

pela esplancnopleura recebe o nome <strong>de</strong> celoma.<br />

Enquanto o meso<strong>de</strong>rma se forma, simultaneamente o ecto<strong>de</strong>rma sofre, ao longo do<br />

dorso da gástrula, <strong>um</strong> aprofundamento em forma <strong>de</strong> sulco. Os bordos <strong>de</strong>sse sulco se fecham<br />

e surge <strong>um</strong> canal ou tubo que se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong> do ecto<strong>de</strong>rma que lhe <strong>de</strong>u origem. Essa formação<br />

é o tubo neural. Ao mesmo tempo em que isso se passa o mesento<strong>de</strong>rma também sofre<br />

<strong>um</strong>a evaginação longitudinal, que acaba por dar origem a <strong>um</strong> cordão que <strong>de</strong>le se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>.<br />

Esse cordão longitudinal que se situa entre o tubo neural e o arquêntero é a notocorda,<br />

notocórdio ou cordão dorsal.


Recapitulando...<br />

Segmentação: a<strong>um</strong>ento do número <strong>de</strong> células (blastômeros);<br />

Mórula: grupo <strong>de</strong> células agregadas. Lembra <strong>um</strong>a amora;<br />

Blástula: esfera oca on<strong>de</strong> a camada <strong>de</strong> células <strong>de</strong>nominada blasto<strong>de</strong>rma<br />

envolve a blastocela (cavida<strong>de</strong>);<br />

Gástrula: forma o arquêntero, a mesento<strong>de</strong>rme e a ecto<strong>de</strong>rme;<br />

Nêurula: forma o tubo neural, ocorrendo no final da anterior;<br />

Organogênese: formação dos órgãos.<br />

IMAGENS QUE NÃO PODEMOS ESQUECER:<br />

25


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

26<br />

Os anexos embrionários<br />

Destino dos folhetos embrionários:<br />

Durante todo o seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, o embrião dos vertebrados faz-se<br />

acompanhar <strong>de</strong> <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> anexos que, juntamente com ele, formam-se também da<br />

segmentação do ovo, mas que não farão parte do seu corpo após o nascimento ou eclosão.<br />

É que tais formações se <strong>de</strong>stinam, tão-somente, a servi-lo durante o seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

embrionário. Nos mamíferos, cujo conjunto <strong>de</strong> anexos é o mais completo, percebe-se<br />

nitidamente o quanto essas estruturas significam como proprieda<strong>de</strong> temporária do filho e<br />

não da mãe, <strong>um</strong>a vez que, após o parto, os anexos rejeitados pelo filho são eliminados pela<br />

mãe.


Os principais anexos embrionários são:<br />

• Vesícula vitelina;<br />

• Âmnio ou bolsa amniótica;<br />

• Alantói<strong>de</strong>;<br />

• Córion;<br />

• Placenta;<br />

• Cordão <strong>um</strong>bilical;<br />

• Decídua.<br />

Os anfíbios nem ela possuem. O âmnio, o alantói<strong>de</strong> e o córion, além <strong>de</strong> vesícula<br />

vitelina, já aparecem em répteis, aves e mamíferos. Os mamíferos formam todos os anexos<br />

embrionários, inclusive a placenta, <strong>de</strong>cídua e o cordão <strong>um</strong>bilical.<br />

Vamos ao <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> <strong>de</strong>sses anexos separadamente:<br />

Vesícula vitelina<br />

Tem origem, em parte, no endo<strong>de</strong>rma. A sua função é armazenar substâncias nutritivas<br />

(vitelo) para o embrião durante o seu <strong>de</strong>senvolvimento. Mas, nos mamíferos, isso não é<br />

necessário e, por isso, ela se atrofia gradativamente, até o quase completo <strong>de</strong>saparecimento.<br />

Na época do parto, ela está, juntamente com o alantói<strong>de</strong>, reduzida a vestígios na estrutura<br />

do cordão <strong>um</strong>bilical.<br />

Convém ressaltar, no entanto, que, durante as primeiras semanas do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

embrionário, esse anexo ainda é razoavelmente gran<strong>de</strong> para o concepto (em face das<br />

minúsculas dimensões <strong>de</strong>ste) e se apresenta como o primeiro órgão hematopoético<br />

(formador <strong>de</strong> sangue), pois é ali que vão ser formadas as primeiras hemácias do embrião.<br />

Depois, essa função será <strong>de</strong>legada ao mesênquima; mais tar<strong>de</strong>, ao fígado e ao baço. Após<br />

o nascimento do individuo, esta função é <strong>de</strong>sempenhada exclusivamente pela medula óssea<br />

vermelha.<br />

Nos animais ovíparos, que são provenientes <strong>de</strong> óvulos telolécitos, a vesícula vitelina<br />

é muito gran<strong>de</strong> e presta enorme serviço ao embrião como reserva nutritiva durante todo o<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento. Só os anfíbios, <strong>de</strong>ntre todos os vertebrados, não formam esse anexo,<br />

embora conservem <strong>um</strong>a consi<strong>de</strong>rável quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vitelo no interior <strong>de</strong> células gran<strong>de</strong>s –<br />

os macrômeros -, resultantes da segmentação total e <strong>de</strong>sigual do seu zigoto.<br />

Âmnio ou bolsa amniótica<br />

É <strong>um</strong>a estrutura membranosa <strong>de</strong> origem ectodérmica, em forma <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> bolsa,<br />

que envolve todo o concepto. Essa bolsa ac<strong>um</strong>ula gradativamente <strong>um</strong> líquido claro chamado<br />

líquido amniótico, no qual fica mergulhado o embrião. É <strong>um</strong> anexo <strong>de</strong> proteção que impe<strong>de</strong><br />

não só a infecção do organismo em formação por micróbios provenientes do meio externo,<br />

como atenua qualquer tra<strong>um</strong>atismo que, atingindo o ventre materno, pu<strong>de</strong>sse alcançar o<br />

embrião.<br />

No mecanismo da evolução das espécies, o âmnio veio <strong>de</strong>sempenhar papel <strong>de</strong>cisivo<br />

para a libertação dos vertebrados em relação à água no seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Quando os vertebrados tipicamente terrestres (répteis e aves), seus embriões já se<br />

<strong>de</strong>senvolviam no interior <strong>de</strong> <strong>um</strong>a bolsa cheia <strong>de</strong> liquido, eu lhes dava (<strong>de</strong>ntro do ovo) a<br />

mesma condição que tinham os embriões <strong>de</strong> espécies menos <strong>de</strong>senvolvidas no meio<br />

aquático. Eles ficavam, assim, mergulhado em líquidos, não correndo risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação.<br />

Nos mamíferos, o embrião não se forma <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong> ovo com casaca, mas no<br />

interior do ventre materno. Ainda assim, o âmnio, com o seu líquido, confere-lhe <strong>um</strong> ambiente<br />

<strong>de</strong> certa forma semelhante ao dos seus primitivos precursores na história da Evolução.<br />

27


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

28<br />

Os animais que <strong>de</strong>senvolvem o âmnio durante a sua embriogênese<br />

<strong>de</strong>nominam-se amniotas. Compreen<strong>de</strong>m répteis, aves e mamíferos. Os que<br />

não o formam são chamados anamniotas.<br />

Nos mamíferos, o âmnio se rasga, na ocasião do parto, permitindo a<br />

passagem do feto através <strong>de</strong> si e dos outros anexos embrionários, com os<br />

quais é também eliminado.<br />

Alantói<strong>de</strong><br />

A partir <strong>de</strong> endo<strong>de</strong>rma, <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong> células começa a proliferar, formando <strong>um</strong>a<br />

pequena bolsa que cresce gradualmente e vai se insinuando entre as células do pedúnculo<br />

embrionário.<br />

Isso quer dizer que a minúscula bolsa formada vai se acomodando na estrutura que<br />

originará o cordão <strong>um</strong>bilical. Nas espécies ovíparas (répteis e aves), nas quais não há<br />

cordão <strong>um</strong>bilical nem placenta, essa vesícula cresce bastante até alcançar a casca do ovo.<br />

Ela passa, então, a executar para esses animais importantes funções:<br />

a. Função respiratória<br />

É através do alantói<strong>de</strong> que ocorrem as trocas gasosas (0 2 e CO 2 ) entre o embrião e<br />

o meio. Se você impermeabilizar <strong>um</strong> ovo <strong>de</strong> galinha cobrindo-o com <strong>um</strong> verniz, nele não<br />

ocorrerá, <strong>de</strong> forma alg<strong>um</strong>a, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> embrião.<br />

Tente explicar porque se isolarmos, através <strong>de</strong> impermeabilização, <strong>um</strong><br />

ovo <strong>de</strong> galinha não ocorrerá o <strong>de</strong>senvolvimento do embrião?<br />

b. Função excretora<br />

No saco alantoidiano dos embriões <strong>de</strong> répteis e aves são <strong>de</strong>scarregados os produtos<br />

da excreção nitrogenada, representados notadamente pelo ácido úrico, substância<br />

esbranquiçada e pouco solúvel em água, menos tóxica que a amônia (dos peixes) e a uréia<br />

(dos mamíferos). Durante a permanência do embrião <strong>de</strong>ntro do ovo com casca, o ácido<br />

úrico se mantém confinado <strong>de</strong>ntro do alantói<strong>de</strong>.<br />

c. Transporte <strong>de</strong> cálcio<br />

Através da alantói<strong>de</strong>, <strong>um</strong>a certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cálcio é retirada da casca do ovo e<br />

transportada até o embrião, sendo utilizada na formação dos ossos.<br />

Nos répteis e aves (animais ovíparos) o alantói<strong>de</strong> é bem <strong>de</strong>senvolvido e <strong>de</strong>sempenha<br />

<strong>um</strong> papel muito parecido com o da placenta durante a sua formação embrionária, não<br />

precisam do alantói<strong>de</strong>, o qual, por isso mesmo, neles se apresenta pouco <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Peixes e anfíbios são animais analantidianos, isto é, que não possuem alantói<strong>de</strong><br />

durante a formação embrionária. Répteis, aves e mamíferos já são alantoidianos.<br />

Placenta<br />

É <strong>um</strong> corpo discói<strong>de</strong>, achatado, que possui <strong>um</strong>a face lustrosa, voltada para a feto e<br />

recoberta por membranas. Nesta face se localizam grossos vasos sangüíneos. A placenta<br />

possui ainda outra face, esponjosa, implantada na pare<strong>de</strong> uterina. Nesta face, estão as<br />

vilosida<strong>de</strong>s coriais, cujos vasos (pertencentes à circulação fetal) estão em íntima vizinhança<br />

com os vasos uterinos (pertencentes à circulação materna). A circulação sangüínea da mãe<br />

não se mistura com a circulação sangüínea do filho. Mãe e filho trocam substâncias ao nível<br />

da placenta, mas os elementos figurados do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas)<br />

não são trocados. Cada <strong>um</strong> circula no seu continente. A placenta tem origem trofoblástica<br />

e surge a partir do córion frondoso.


a. Trocas gasosas e metabólicas na relação feto-materno<br />

As substâncias nutritivas, como glicose, aminoácidos, lipídios, vitaminas e sais,<br />

existentes no sangue da mãe atravessam a barreira placentária e alcançam a circulação<br />

fetal, enquanto, em sentido contrário, passam os excretas, como a uréia e outros produtos<br />

<strong>de</strong> metabolismo do feto, que são vertidos na circulação materna. Também os gases, como<br />

oxigênio e dióxido <strong>de</strong> carbono, sofrem essa permuta, em função das diferentes pressões<br />

parciais entre o sangue da mãe e o sangue do filho.<br />

b. Imunização fetal<br />

N<strong>um</strong>erosas moléculas <strong>de</strong> anticorpos formados pela mãe, como gamaglobulinas e<br />

anticorpos específicos, atravessam a placenta e passam para o feto, conferindo a este<br />

último imunida<strong>de</strong> temporária (por cerca <strong>de</strong> seis meses após o nascimento) à maioria das<br />

doenças infecciosas imunizantes, como sarampo, catapora, cax<strong>um</strong>ba, a varíola, difteria etc.<br />

c. Função hormonal<br />

Logo após a nidação do ovo no endométrio, o corpo-lúteo ou corpo-amarelo, que se<br />

forma no ovário após a ovulação, produz progesterona em dose acentuada, tornando-se<br />

vol<strong>um</strong>oso e se estabelecendo como “corpo-lúteo gravídico”. A progesterona por ele produzido<br />

e lançado na circulação provoca no útero <strong>um</strong> estado <strong>de</strong> “indiferença” à presença do embrião,<br />

que, na verda<strong>de</strong>, não passa <strong>de</strong> <strong>um</strong> corpo estranho para ele. No entanto, a partir do quarto<br />

mês, a placenta ass<strong>um</strong>e integralmente essa função, produzindo a progesterona e também<br />

certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estrogênios. Assim, ela mantém o útero na condição <strong>de</strong> “indiferença”<br />

ao feto. Ao fim da gravi<strong>de</strong>z, a placenta envelhecida diminui a sua produção hormonal. Essa<br />

queda <strong>de</strong> produção restitui ao útero a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contração e rejeição do corpo<br />

estranho. O útero passa a contrair-se, visando a expulsão do feto e <strong>de</strong> seus anexos. Iniciase<br />

o período <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> parto.<br />

A placenta representou na evolução das espécies, <strong>um</strong>a contribuição da Natureza<br />

aos mamíferos, permitindo-lhes <strong>de</strong>senvolver suas crias embrionariamente <strong>de</strong>ntro do ventre<br />

materno, com maior segurança. Isso evita o ataque do predador aos ovos (o que ocorre<br />

com os animais ovíparos), que limita muito o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes viáveis. Assim, os<br />

mamíferos po<strong>de</strong>m ter menos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, porém com <strong>um</strong>a viabilida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>stes.<br />

Cordão <strong>um</strong>bilical<br />

É proveniente do pedúnculo embrionário. Atua como estrutura <strong>de</strong> comunicação entre<br />

o embrião e a placenta. Longo, mais ou menos cilíndrico, encerra três grossos vasos: <strong>um</strong>a<br />

veia e duas artérias, embora nas artérias corra sangue venoso (com dióxido <strong>de</strong> carbono) e<br />

na veia corra sangue oxigenado. A estrutura do cordão é preenchida por <strong>um</strong> tecido conjuntivo<br />

gelatinoso conhecido como gelatina <strong>de</strong> Wharton.<br />

Decídua<br />

É <strong>um</strong>a membrana <strong>de</strong>lgada, indistinta do córion liso e do âmnio (as três juntas <strong>de</strong>limitam<br />

a bolsa amniótica). Origina-se a partir da camada <strong>de</strong> endométrio (mucosa uterina) que<br />

ficou recobrindo o ovo após a nidação <strong>de</strong>ste. A <strong>de</strong>cídua tem, também função protetora.<br />

Quando o blascotocisto chega ao útero, penetra na mucosa uterina, incrustando-se<br />

nela à custa <strong>de</strong> enzimas proteolíticas eliminadas pelo trofoblasto. Essa mucosa – o<br />

endométrio – cicatriza em seguida, recobrindo o ovo. Esse fenômeno é chamado <strong>de</strong><br />

“nidação do ovo”. A camada <strong>de</strong> mucosa que reveste o ovo continuará cobrindo todo o<br />

concepto durante a gestação inteira. E não só a ele, mas aos <strong>de</strong>mais anexos embrionários.<br />

Essa fina camada <strong>de</strong> mucosa que se apresenta como <strong>um</strong>a <strong>de</strong>lgada membrana, grudada à<br />

face externa do âmnio, é a <strong>de</strong>cídua. Praticamente é inseparável no âmnio, e com ele será<br />

eliminada, após o parto. tem obviamente função <strong>de</strong> proteção.<br />

29


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

30<br />

Vamos pensar...<br />

Escrever é ainda <strong>um</strong>a das melhores formas <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a enten<strong>de</strong>r.<br />

Então, pegue caneta e papel e vamos resenhar...<br />

Após ler <strong>um</strong> pouco sobre o papel dos anexos embrionários,<br />

principalmente nos mamíferos, faça <strong>um</strong>a resenha <strong>de</strong>stacando o papel<br />

evolutivo dos mesmos nos seres vivos.<br />

O Desenvolvimento H<strong>um</strong>ano<br />

O embrião h<strong>um</strong>ano é incubado no interior do útero, on<strong>de</strong> ele chega sob a forma <strong>de</strong><br />

blástula (blastocisto), seguindo-se à fecundação na parte superior da Tuba <strong>de</strong> Falópio. O<br />

córion e a alantói<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus ancestrais reptilianos adaptaram-se para a troca <strong>de</strong> gases,<br />

alimentos e <strong>de</strong>jetos entre as correntes sangüíneas embrionária e uterinas. As partes do<br />

córion-alantói<strong>de</strong> e da pare<strong>de</strong> uterina relacionada com as trocas constituem a placenta.<br />

A gemulação, ou nascimentos múltiplos, nos mamíferos, resulta da liberação <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> óvulo dos ovários da separação dos blastômeros na clivagem do ovo, ou da formação<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> <strong>um</strong> centro embrionário <strong>de</strong>ntro do blastocisto.<br />

Res<strong>um</strong>o da primeira semana do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>um</strong>ano tem início com a fertilização, mas <strong>um</strong>a série <strong>de</strong> eventos<br />

<strong>de</strong>ve ocorrer antes que esse processo possa se iniciar (gametogênese).<br />

Os ovócitos são produzidos pelo ovário (ovogênese), e são dali expelidos durante a<br />

ovulação. O ovócito é varrido para a trompa uterina, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser fertilizado.<br />

Os espermatozói<strong>de</strong>s são produzidos nos túbulos seminíferos dos testículos<br />

(espermatogênese) e armazenados no epidídimo. A ejaculação durante o ato sexual resulta<br />

no <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s na vagina. Muitos atravessam o útero e<br />

penetram nas trompas uterinas. Várias centenas do ovócito secundário, quando este está<br />

presente.<br />

Quando <strong>um</strong> ovócito secundário entra em contato com <strong>um</strong> espermatozói<strong>de</strong>, ele<br />

completa a segunda divisão meiótica. Em conseqüência, são formados <strong>um</strong> óvulo maduro e<br />

<strong>um</strong> segundo corpo polar. O núcleo do óvulo maduro constitui o pronúcleo feminino.<br />

Após a penetração do espermatozói<strong>de</strong> no citoplasma do óvulo, sua cabeça se separa<br />

da cauda, a<strong>um</strong>enta <strong>de</strong> tamanho e torna-se o pronúcleo masculino. A fertilização completase<br />

quando os cromossomos paternos e maternos se misturam durante a metáfase da<br />

primeira divisão mitótica do zigoto, a célula que dá origem ao ser h<strong>um</strong>ano.<br />

Enquanto percorre a tuba uterina, o zigoto sofre <strong>um</strong>a clivagem (<strong>um</strong>a série <strong>de</strong> divisões<br />

mitóticas), em certo número <strong>de</strong> células pequenas chamadas blastômeros. Cerca <strong>de</strong> três<br />

dias <strong>de</strong>pois da fertilização, <strong>um</strong>a esfera <strong>de</strong> 12 a 16 blastômeros, chamada mórula, penetra<br />

no útero.<br />

Logo se forma <strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong> na mórula, convertendo-a em <strong>um</strong> blastocisto, que<br />

consiste em (1) <strong>um</strong>a massa celular interna, ou embrioblasto, que vai originar o embrião, (2)<br />

<strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong> blastocística e (3) <strong>um</strong>a camada externa <strong>de</strong> células, o trofoblasto, que envolve<br />

a massa celular interna e a cavida<strong>de</strong> blastocística, e forma <strong>de</strong>pois a parte embrionária da<br />

placenta.<br />

De quatro a cinco dias após a fertilização, a zona pelúcida <strong>de</strong>saparece, e o blastocisto<br />

pren<strong>de</strong>-se ao epitélio endometrial. As células do sinciciotrofoblasto inva<strong>de</strong>m, então, o epitélio


endometrial e o seu estroma subjacente. Simultaneamente, o hipoblasto começa a formarse<br />

na superfície profunda da massa celular interna. Ao final da primeira semana, o blastocisto<br />

está superficialmente implantado no endométrio.<br />

Res<strong>um</strong>o da segunda semana do <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>um</strong>ano<br />

A rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto são características importantes<br />

da segunda semana do <strong>de</strong>senvolvimento. Estes processos ocorrem durante a implantação<br />

do blastocisto.<br />

As várias alterações endometriais resultantes da adaptação dos tecidos endometriais<br />

à implantação do blastocisto são conhecidas coletivamente como reação <strong>de</strong>cidual.<br />

Ao mesmo tempo, forma-se o saco vitelino primário, e o meso<strong>de</strong>rma extraembrionário<br />

cresce a partir do citotrofoblasto. O celoma extra-embrionário se forma a partir<br />

dos espaços que se <strong>de</strong>senvolvem no meso<strong>de</strong>rma extra-embrionário. Esse celoma torna-se<br />

a cavida<strong>de</strong> coriônica. O saco vitelino primário vai diminuindo gradativamente, enquanto o<br />

saco vitelino secundário cresce.<br />

Enquanto essas mudanças extra-embrionárias ocorrem, os seguintes<br />

<strong>de</strong>senvolvimentos são reconhecíveis: (1) aparece a cavida<strong>de</strong> amniótica como <strong>um</strong> espaço<br />

entre o citotrofoblasto e a massa celular interna; (2) a massa celular interna diferencia-se<br />

n<strong>um</strong> disco embrionário bilaminar, consistindo no epiblasto, relacionado com a cavida<strong>de</strong><br />

amniótica, e no hipoblasto, adjacente à cavida<strong>de</strong> blastocística; e (3) a placa pré-cordial<br />

<strong>de</strong>senvolve-se como <strong>um</strong> espessamento localizado do hipoblasto, indicando a futura região<br />

cranial do embrião e o futuro sítio da boca.<br />

Res<strong>um</strong>o da terceira semana do <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>um</strong>ano<br />

Gran<strong>de</strong>s mudanças ocorrem no embrião com a sua passagem do disco embrionário<br />

bilaminar para <strong>um</strong> disco embrionário trilaminar, composto <strong>de</strong> três camadas germinativas.<br />

Este processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> camadas germinativas é <strong>de</strong>nominado gastrulação.<br />

A linha primitiva<br />

A linha primitiva aparece no início da terceira semana como <strong>um</strong> espessamento na<br />

linha média do epiblasto embrionário na extremida<strong>de</strong> caudal do disco embrionário. Ela dá<br />

origem a células mesênquimais que migram ventralmente, lateralmente e cranialmente entre<br />

o epiblasto e o hipoblasto.<br />

Tão logo a linha primitiva começa a produzir células mesênquimais, a camada<br />

epiblástica passa a chamar-se ecto<strong>de</strong>rma embrionário, e o hipoblasto, endo<strong>de</strong>rma<br />

embrionário. As células mesênquimais produzidas pela linha primitiva logo se organiza n<strong>um</strong>a<br />

terceira camada germinativa, o meso<strong>de</strong>rma intra-embrionário.<br />

As células migram da linha primitiva para as bordas do disco embrionário, on<strong>de</strong> se<br />

juntam ao meso<strong>de</strong>rma extra-embrionário que recobre o âmnio e o saco vitelino. Ao final da<br />

terceira semana, existe meso<strong>de</strong>rma entre o ecto<strong>de</strong>rma e o endo<strong>de</strong>rma em toda a extensão,<br />

exceto na membrana orofaríngea, na linha média ocupada pela notocorda (<strong>de</strong>rivada do<br />

processo notocordal) e da membrana cloacal.<br />

Formação da notocorda<br />

Ainda no começo da terceira semana, o nó primitivo produz células mesênquimais<br />

que formam o processo notocordal. Este se esten<strong>de</strong> cefalicamente, a partir do nó primitivo,<br />

como <strong>um</strong> bastão <strong>de</strong> células entre o ecto<strong>de</strong>rma e o endo<strong>de</strong>rma. A fosseta primitiva penetra<br />

no processo notocordal para formar o canal notocordal. Quando totalmente formado, o<br />

31


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

32<br />

processo notocordal vai do nó primitivo à placa procordal. Surgem aberturas<br />

no soalho do canal notocordal que logo coalescem, <strong>de</strong>ixando <strong>um</strong>a placa<br />

notocordal. A placa notocordal dobra-se para formar a notocorda. A notocorda<br />

forma o eixo primitivo do embrião em torno do qual se constituirá o esqueleto<br />

axial.<br />

Formação do tubo neural<br />

A placa neural aparece como <strong>um</strong> espessamento na linha média do ecto<strong>de</strong>rma<br />

embrionário, em posição cefálica ao nó primitivo. A placa neural é induzida a formar-se pelo<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da notocorda e do mesênquima que lhe é adjacente. Um sulco neural,<br />

longitudinal forma-se na placa neural; o sulco neural é flanqu<strong>ead</strong>o pelas pregas neurais, que<br />

se juntam e se fun<strong>de</strong>m para originarem o tubo neural. O <strong>de</strong>senvolvimento da placa neural e<br />

o seu dobramento para formar o tubo neural são chamados neurulação.<br />

Formação da crista neural<br />

Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, células neuroectodérmicas<br />

migram ventrolateralmente para constituírem a crista neural, entre o ecto<strong>de</strong>rma superficial e<br />

o tubo neural. A crista neural logo se divi<strong>de</strong> em duas massas que dão origem aos gânglios<br />

sensitivos dos nervos cranianos e espinhais. As células da crista neural dão origem a várias<br />

outras estruturas.<br />

Formação dos somitos<br />

O meso<strong>de</strong>rma <strong>de</strong> cada lado da notocorda se espessa para formar as colunas<br />

longitudinais do meso<strong>de</strong>rma paraxial. A divisão <strong>de</strong>ssas colunas mesodérmicas paraxiais<br />

em pares <strong>de</strong> somitos começa cefalicamente, no final da terceira semana. Os somitos são<br />

agregados compactos <strong>de</strong> células mesenquimais, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> migram células que darão origem<br />

às vértebras, costelas e musculatura axial.<br />

Formação do celoma<br />

O celoma intra-embrionário surge como espaços isolados no meso<strong>de</strong>rma lateral e<br />

no meso<strong>de</strong>rma cardiogênico. Estes espaços celômicos coalescem em seguida para<br />

formarem <strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong> única em forma <strong>de</strong> ferradura, que, no final, dará origem às cavida<strong>de</strong>s<br />

corporais (cavida<strong>de</strong> peritoneal).<br />

Formação do sangue e vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos aparecem primeiro<br />

no saco vitelino em torno da alantói<strong>de</strong> e no córion. Desenvolvem-se no embrião pouco <strong>de</strong>pois.<br />

Aparecem espaços no interior <strong>de</strong> agregados do mesênquima (ilhotas sanguíneas), que<br />

logo ficam forradas por endotélio <strong>de</strong>rivado das células mesenquimais. Estes vasos primitivos<br />

unem-se a outros para constituírem <strong>um</strong> sistema cardiovascular primitivo.<br />

Ao final da terceira semana, o coração está representado por <strong>um</strong> par <strong>de</strong> tubos<br />

endocárdicos ligados aos vasos sanguíneos do embrião e das membranas extraembrionárias<br />

(saco vitelino, cordão <strong>um</strong>bilical e saco coriônico).<br />

As células do sangue primitivas <strong>de</strong>rivam, sobretudo das células endoteliais dos vasos<br />

sanguíneos das pare<strong>de</strong>s do saco vitelino e da alantói<strong>de</strong>.<br />

Formação das vilosida<strong>de</strong>s coriônicas<br />

As vilosida<strong>de</strong>s coriônicas primárias tornam-se vilosida<strong>de</strong>s coriônicas secundárias,<br />

ao adquirirem <strong>um</strong> eixo central do mesênquima. Antes do fim da terceira semana, ocorre a<br />

formação <strong>de</strong> capilares nas vilosida<strong>de</strong>s, transformando-as em vilosida<strong>de</strong>s coriônicas<br />

terciárias. Prolongamentos citotrofoblasto que saem das vilosida<strong>de</strong>s juntam-se para<br />

formarem <strong>um</strong> revestimento citotrofoblástico externo que ancora as vilosida<strong>de</strong>s pedunculares


e o saco coriônico ao endométrio. O rápido <strong>de</strong>senvolvimento das vilosida<strong>de</strong>s coriônicas<br />

durante a terceira semana a<strong>um</strong>enta muito a área da superfície do cório disponível para a<br />

troca <strong>de</strong> nutrientes e outras substâncias entre as circulações materna e embrionária.<br />

Res<strong>um</strong>o da quarta a oitava semanas<br />

Estas cinco semanas são chamadas com freqüência <strong>de</strong> período embrionário, porque<br />

é <strong>um</strong> tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rápido do embrião. Todos os principais órgãos e sistemas<br />

do corpo são formados durante este período.<br />

No começo da quarta semana, as dobras nos planos mediano e horizontal convertem<br />

o disco embrionário achatado em <strong>um</strong> embrião cilíndrico em forma <strong>de</strong> “C”. A formação da<br />

cabeça, da cauda e as dobras laterais é <strong>um</strong>a seqüência contínua <strong>de</strong> eventos que resulta<br />

n<strong>um</strong>a constrição entre o embrião e o saco vitelino. Durante a flexão, a parte dorsal do saco<br />

vitelino é incorporada ao embrião, e dá origem ao intestino primitivo.<br />

As células do sangue primitivas <strong>de</strong>rivam, sobretudo das células endoteliais dos vasos<br />

sanguíneos das pare<strong>de</strong>s do saco vitelino e da alantói<strong>de</strong>.<br />

Formação das vilosida<strong>de</strong>s coriônicas<br />

As vilosida<strong>de</strong>s coriônicas primárias tornam-se vilosida<strong>de</strong>s coriônicas secundárias,<br />

ao adquirirem <strong>um</strong> eixo central do mesênquima. Antes do fim da terceira semana, ocorre a<br />

formação <strong>de</strong> capilares nas vilosida<strong>de</strong>s, transformando-as em vilosida<strong>de</strong>s coriônicas<br />

terciárias. Prolongamentos citotrofoblasto que saem das vilosida<strong>de</strong>s juntam-se para<br />

formarem <strong>um</strong> revestimento citotrofoblástico externo que ancora as vilosida<strong>de</strong>s pedunculares<br />

e o saco coriônico ao endométrio. O rápido <strong>de</strong>senvolvimento das vilosida<strong>de</strong>s coriônicas<br />

durante a terceira semana a<strong>um</strong>enta muito a área da superfície do cório disponível para a<br />

troca <strong>de</strong> nutrientes e outras substâncias entre as circulações materna e embrionária.<br />

Com a flexão ventral da região cefálica, a cabeça embrionária em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

incorpora parte do saco vitelino como intestino anterior. A flexão da região cefálica também<br />

resulta na membrana oro faríngea e no posicionamento ventral do coração, além <strong>de</strong> colocar<br />

o encéfalo em formação na parte mais cefálica do embrião.<br />

Enquanto a região caudal “flete” ou dobra-se ventralmente, <strong>um</strong>a parte do saco vitelino<br />

é incorporada à extremida<strong>de</strong> caudal do embrião, formando o intestino posterior. A porção<br />

terminal do intestino posterior expan<strong>de</strong>-se para constituir a cloaca. O dobramento da região<br />

caudal também resulta na membrana cloacal, na alantói<strong>de</strong> e na mudança do pedículo do<br />

embrião para a superfície ventral <strong>de</strong>ste.<br />

O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco vitelino como<br />

intestino médio. O saco vitelino permanece ligado ao intestino médio por <strong>um</strong> estreito ducto<br />

vitelino. Durante o dobramento no plano horizontal, são formadas as pare<strong>de</strong>s laterais e<br />

ventrais do corpo.<br />

Ao se expandir, o âmnio envolve o pedículo do embrião, o saco vitelino e a alantói<strong>de</strong>,<br />

formando, então, <strong>um</strong> revestimento epitelial para a nova estrutura chamada cordão <strong>um</strong>bilical.<br />

As três camadas germinativas, <strong>de</strong>rivadas da massa celular interna durante a terceira<br />

semana, diferenciam-se nos vários tecidos e órgãos, <strong>de</strong> modo que, ao final do período<br />

embrionário, os primórdios <strong>de</strong> todos os principais sistemas <strong>de</strong> órgãos já foram estabelecidos.<br />

O aspecto externo do embrião é muito afetado pela formação do encéfalo, coração, fígado,<br />

somitos, membros, ouvidos, nariz e olhos. Com o <strong>de</strong>senvolvimento das estruturas, a<br />

aparência do embrião vai-se alterando, e estas peculiarida<strong>de</strong>s caracterizam o embrião<br />

como inquestionavelmente h<strong>um</strong>ano.<br />

Como os primórdios <strong>de</strong> todas as estruturas internas e externas essenciais são<br />

formados durante o período embrionário, a fase compreendida entre a quarta e a oitava se-<br />

33


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

34<br />

1º mês<br />

manas constitui o período mais crítico do <strong>de</strong>senvolvimento. Distúrbios do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento neste período po<strong>de</strong>m originar gran<strong>de</strong>s malformações<br />

congênitas do embrião<br />

Saiba mais!<br />

Estimativas razoáveis da ida<strong>de</strong> dos embriões po<strong>de</strong>m ser feitas a partir:<br />

(1) do dia que marcou o início do último período menstrual;<br />

(2) da data estimada da fertilização;<br />

(3) <strong>de</strong> medições <strong>de</strong> comprimento;<br />

(4) das características externas do embrião.<br />

IMAGENS QUE NÃO PODEMOS ESQUECER:<br />

O embrião: logo após a fecundação, o ovo começa a se<br />

dividir em mais células. Na terceira semana, apresenta forma<br />

tubular, com esboço da cabeça, coração, tubo neural e <strong>um</strong>a cauda.<br />

Na quarta semana, o embrião é formado por milhões <strong>de</strong> células,<br />

com esboço da maioria dos sistemas vitais. Seu tamanho nesta<br />

etapa é <strong>de</strong> 6mm.<br />

A gestante: as mulheres, em<br />

sua maioria, nem sabe que estão<br />

grávidas. Aguardam o atraso menstrual<br />

para fazer exame. Mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início do primeiro trimestre, a gestante<br />

tem alterações hormonais:<br />

cresce a taxa <strong>de</strong> progesterona.


2º mês<br />

O embrião: na oitava semana,<br />

o embrião transforma-se em feto. Os<br />

principais órgãos estão <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber o esboço <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> rosto. As narinas estão formadas<br />

e os ouvidos, em formação. Os <strong>de</strong>dos,<br />

mais nítidos, ainda estão ligados por<br />

membranas. Braços e pernas a<strong>um</strong>entaram.<br />

Nesta fase, o feto tem 2,5 cm,<br />

o equivalente a <strong>um</strong> morango.<br />

A gestante: ainda não sente<br />

nenh<strong>um</strong> movimento do feto. Mas po<strong>de</strong><br />

estar sofrendo com enjôos, sono excessivo,<br />

a<strong>um</strong>ento da freqüência urinária,<br />

tonturas e alterações <strong>de</strong> apetite.<br />

Esses sintomas, quando aparecem, po<strong>de</strong>m cessar no segundo trimestre.<br />

3º mês<br />

O feto: apesar <strong>de</strong> a cabeça ainda<br />

ser gran<strong>de</strong> em relação ao corpo, e<br />

os membros, curtos, o feto começa a<br />

se parecer mais com <strong>um</strong> bebê. Na 12º<br />

semana, já movimenta os lábios, faz<br />

biquinho e beicinho. Os <strong>de</strong>dos das<br />

mãos e dos pés apresentam unhas.<br />

O intestino é capaz <strong>de</strong> absorver<br />

glicose. A calota craniana completa<br />

sua ossificação. Seu peso é em torno<br />

<strong>de</strong> 13 gramas e altura entre 7 e 9<br />

centímetros.<br />

A gestante: se sentiu aqueles<br />

sintomas <strong>de</strong>sagradáveis do início da<br />

gravi<strong>de</strong>z, po<strong>de</strong> comemorar: tudo começa a passar.<br />

4º mês<br />

O feto: a partir da décima<br />

quarta semana, está sendo nutrido<br />

pela placenta - que equivale ao “enraizamento”<br />

do feto. Por isso diminuem<br />

os riscos <strong>de</strong> aborto espontâneo.<br />

Sobrancelhas e cílios estão crescendo<br />

e a pele é bem fina, <strong>de</strong>ixando<br />

ver as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vasos sanguíneos. Na<br />

décima sexta semana já chupa os<br />

polegares, me<strong>de</strong> 14 centímetros e<br />

pesa 100 gramas.<br />

A gestante: a gravi<strong>de</strong>z começa<br />

a ficar mais visível e a gestante se<br />

sente melhor sem os sintomas do<br />

35


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

36<br />

primeiro trimestre. O feto se mexe bastante, mas nem todas conseguem<br />

perceber os movimentos fetais.<br />

5º mês<br />

O feto: é o período<br />

<strong>de</strong> maior crescimento.<br />

Me<strong>de</strong> em torno<br />

<strong>de</strong> 22 centímetros e pesa 300 gramas.<br />

Na vigésima semana nascem<br />

cabelos. Braços e pernas estão bem<br />

<strong>de</strong>senvolvidos. O feto é bastante ativo<br />

(até reage a ruídos externos), mas<br />

passa por períodos <strong>de</strong> quietu<strong>de</strong>.<br />

A gestante: sente com mais<br />

intensida<strong>de</strong> os movimentos do bebê.<br />

Po<strong>de</strong> começar a ter dores nas costas<br />

ou em outras partes, porque há <strong>um</strong>a<br />

distensão das juntas e dos ligamentos.<br />

6º mês<br />

7º mês<br />

O feto: apele está vermelha e enrugada.<br />

Possui mais papilas gustativas do que terá ao<br />

nascer - seu paladar é muito aguçado. Ainda<br />

não tem surfactante, substância importante<br />

para o funcionamento respiratório. É por isso<br />

que os prematuros necessitam <strong>de</strong> cuidados<br />

especiais. Na vigésima oitava semana o feto<br />

já pesa <strong>um</strong> quilo e me<strong>de</strong> 36 centímetros.<br />

A gestante: po<strong>de</strong> até sentir os pezinhos<br />

do futuro bebê. Problemas ocasionais: azia,<br />

indigestão, câimbras e estrias na barriga.<br />

O feto: ainda não ac<strong>um</strong>ulou<br />

gorduras e está magrinho. As<br />

glândulas sudoríparas estão em<br />

formação. Com os músculos dos<br />

braços e das pernas <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

exercita-se bastante, mas passa por<br />

períodos <strong>de</strong> calmaria. Na vigésima<br />

quarta semana pesa cerca <strong>de</strong> 600<br />

gramas e me<strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> 32<br />

centímetros.<br />

A gestante: é com<strong>um</strong> que<br />

tenha adquirido mais peso. Sente<br />

intensamente os movimentos fetais.


8º mês<br />

O feto: na trigésima segunda<br />

semana, o bebê é praticamente igual<br />

ao que será ao nascer. Já diferencia<br />

claro e escuro. Por falta <strong>de</strong> espaço,<br />

po<strong>de</strong> permanecer sempre com a<br />

cabeça para baixo, em posição para<br />

o parto. Este período, on<strong>de</strong> o feto<br />

me<strong>de</strong> 41 centímetros, é on<strong>de</strong> ganha<br />

mais peso e chega a 1,8 quilos.<br />

A gestante: po<strong>de</strong> sentir <strong>de</strong>sconforto,<br />

como falta <strong>de</strong> ar e vonta<strong>de</strong><br />

freqüentemente <strong>de</strong> fazer xixi - o bebê<br />

cresce e está pressionando os órgãos.<br />

Dormir já não é fácil e po<strong>de</strong><br />

haver incômodo na região pélvica. Está certamente muito ansiosa.<br />

9º mês<br />

O feto: está pronto para vir ao mundo. Um bebê saudável<br />

pesa em média 3,4 quilos e me<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 51 cm.<br />

A gestante: Sente-se irremediavelmente pesada. Está<br />

cheia <strong>de</strong> expectativas em relação ao parto e à saú<strong>de</strong> do bebê.<br />

Deve ter engordado <strong>de</strong> 9 a 11 Kg, vol<strong>um</strong>e consi<strong>de</strong>rado i<strong>de</strong>al.<br />

Nascimento<br />

A data é calculada levando-se em conta <strong>um</strong>a gestação normal <strong>de</strong> 40 semanas, ou<br />

280 dias, tendo como referencial o primeiro dia da última menstruação. Há variações<br />

clinicamente aceitáveis <strong>de</strong> 37 semanas completas a 42 incompletas.<br />

Desenvolvimento embrionário dos sistemas reprodutores<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento dos órgãos reprodutores antes do nascimento po<strong>de</strong> ser dividido<br />

em duas etapas. Na primeira, o sexo genético do feto, <strong>de</strong>terminado pelos cromossomos<br />

sexuais e o fator <strong>de</strong>terminante testicular (TDF), causa o <strong>de</strong>senvolvimento das gônadas<br />

indiferenciadas em testículo ou ovário. A segunda etapa é a formação dos órgãos sexuais<br />

acessórios, o que inclui a genitália externa e a interna. As gônadas indiferenciadas do<br />

embrião têm três tipos celulares:<br />

1- células que vão originar gametas (oogônias ou espermatogônias);<br />

2- precursoras <strong>de</strong> células que nutrem os gametas em <strong>de</strong>senvolvimento (células<br />

granulosas no ovário; células <strong>de</strong> Sertoli no testículo);<br />

3- precursoras <strong>de</strong> células que secretam hormônios sexuais (células tecais no ovário;<br />

células <strong>de</strong> Leydig no testículo). A figura a seguir ilustra os <strong>de</strong>stinos possíveis da<br />

genitália indiferenciada.<br />

Vamos pensar...<br />

É muito com<strong>um</strong> durante os primeiros períodos <strong>de</strong> gestação as mulheres<br />

sentirem alguns sintomas <strong>de</strong>sagradáveis como enjôo. Dê <strong>um</strong>a explicação coerente<br />

para a ocorrência <strong>de</strong>ste fato, utilizando o conteúdo <strong>de</strong>ste módulo.<br />

37


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

38<br />

Saiba mais!<br />

Os sistemas reprodutores masculino e femininos têm a mesma<br />

origem embrionária. Há <strong>um</strong>a correspondência entre as estruturas <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> homem e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a mulher:<br />

Testículo...................ovário<br />

Pênis..........................clitóris<br />

Escroto......................lábios<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Complementares<br />

Complementares<br />

1. Utilizando embasamento científico, explique como a fecundação po<strong>de</strong> ocorrer nos<br />

seres vivos.<br />

2. O esquema ao lado representa <strong>um</strong>a parte<br />

do processo <strong>de</strong> gametogênese animal em fêmeas.<br />

O que representam os processos A e B; e<br />

qual seria sua explicação, tendo em vista a função<br />

da célula 4, dos processos A e B levarem à formação<br />

<strong>de</strong> células tão diferentes em tamanho?<br />

3.Consi<strong>de</strong>re o esquema a seguir do corte transversal <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> embrião,levando-se em conta que I representa a ecto<strong>de</strong>rme,<br />

II - meso<strong>de</strong>rme III - pseudoceloma e IV – endo<strong>de</strong>rme, e sabendo<br />

que os animais triploblásticos po<strong>de</strong>m ser acelomados,<br />

pseudocelomados ou celomados. Qual dos três níveis <strong>de</strong><br />

organização está representado na figura esquemática?<br />

Justifique sua resposta.


4. Leia o texto: “Células-tronco. A medicina do futuro” com atenção!<br />

“Células-tronco. A medicina do futuro”<br />

“Entre os cerca <strong>de</strong> 75 trilhões <strong>de</strong> células existentes em <strong>um</strong> homem adulto são<br />

encontrados em torno <strong>de</strong> 200 tipos celulares distintos. Todos eles <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> células<br />

precursoras, <strong>de</strong>nominadas ‘células-tronco’. A célula-tronco prototípica é o óvulo<br />

fertilizado (zigoto). Essa única célula é capaz <strong>de</strong> gerar todos os tipos celulares<br />

existentes em <strong>um</strong> organismo adulto. [...] As células-tronco embrionárias são estudadas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XIX, mas há 20 anos dois grupos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> pesquisadores<br />

conseguiram imortalizá-las, ou seja, cultivá-las in<strong>de</strong>finidamente em laboratório. Para<br />

isso, utilizaram células retiradas da massa celular interna <strong>de</strong> blastocistos (<strong>um</strong> dos<br />

estágios iniciais dos embriões <strong>de</strong> mamíferos) <strong>de</strong> camundongos.”<br />

(CARVALHO, A. C. C. <strong>de</strong>. “Células-tronco. A medicina do futuro”. CIÊNCIA HOJE, v. 29, n. 172, jun. 2001.)<br />

Com base nas informações <strong>de</strong>ste texto e nos conhecimentos sobre o assunto, que<br />

relação existe entre as células-tronco e o blastocisto? Que importância po<strong>de</strong> ter para a<br />

manutenção da vida?<br />

5. Sabe-se que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento embrionário h<strong>um</strong>ano compreen<strong>de</strong> várias<br />

etapas a partir da formação do zigoto. Esquematize <strong>de</strong> que forma ocorre o surgimento <strong>de</strong><br />

gêmeos dizigóticos, <strong>de</strong>stacando as etapas do processo do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário<br />

(Segmentação, Gastrulação e Organogênese), respeitando a seqüência em que se<br />

<strong>de</strong>senvolvem.<br />

6.<br />

Observe o esquema que representa a fase <strong>de</strong><br />

neurulação <strong>de</strong> <strong>um</strong> embrião <strong>de</strong> cordado. Que estrutura se<br />

originará da porção embrionária apontada pela seta I, e<br />

que <strong>de</strong>nominação receberá, nos mamíferos adultos, a<br />

estrutura indicada na seta II?<br />

39


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

40<br />

7. Leia atentamente a notícia <strong>de</strong> <strong>um</strong>a revista:<br />

LIXO DE PROVETA<br />

“Aproximadamente 3.3000 embriões h<strong>um</strong>anos congelados foram<br />

dissolvidos em água e álcool na Inglaterra.”<br />

(“Veja”, agosto/96)<br />

Os bebês <strong>de</strong> proveta, apesar <strong>de</strong> serem fecundados em frascos <strong>de</strong> vidro, são mais<br />

tar<strong>de</strong> transferidos para o útero da mulher. Qual a estrutura embrionária que funcionará como<br />

órgão <strong>de</strong> respiração e excreção do embrião, permitindo seu <strong>de</strong>senvolvimento? Em seguida,<br />

realize <strong>um</strong> comentário acerca da nota emitida pela revista, com base nos conhecimentos<br />

sobre <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>um</strong>ano.<br />

8. A figura ao lado mostra a técnica da<br />

AMNIOCENTESE. A técnica consiste na remoção<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong>a pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> líquido<br />

amniótico (que banha o feto durante o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

embrionário) para análise.<br />

I<strong>de</strong>ntifique na ilustração os anexos<br />

embrionários presentes, com sua respectiva<br />

função. Em seguida pesquise qual a importância<br />

em se realizar este exame.<br />

9.<br />

Os vários espécimes animais possuem <strong>um</strong>a organização que permite aos zoólogos<br />

os classificar <strong>de</strong> acordo com as características anatômicas e embriológicas, como a simetria<br />

bilateral, presença dos três folhetos embrionários e presença <strong>de</strong> celoma. Responda:<br />

A) Diferencie cada <strong>um</strong>a <strong>de</strong>stas três características.<br />

B) Cite três filos que reúnem as três características.


10. Planeje <strong>um</strong>a aula com as seguintes características:<br />

A) Série: 7ª (3º e 4º ciclo do Ensino Fundamental)<br />

B) Tema: Reprodução sexuada e <strong>de</strong>senvolvimento h<strong>um</strong>ano<br />

C) Objetivo: Promover nos estudantes reflexões acerca <strong>de</strong> seus atos, utilizando<br />

conceitos e noções da Biologia.<br />

D) Tempo: 100 minutos.<br />

ANFIOXO: UM MODELO DE ESTUDO DOS<br />

CORDADOS E EMBRIOLOGIA COMPARADA<br />

Aproveite bastante este <strong>estudo</strong>, pois certamente esta disciplina será <strong>um</strong> subsídio<br />

para que você possa compreen<strong>de</strong>r muitos outros conteúdos <strong>estudo</strong>s na Biologia. Neste<br />

tema iremos dar <strong>de</strong>staque a <strong>um</strong> animal utilizado como <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> para <strong>estudo</strong> dos cordados,<br />

que é o <strong>anfioxo</strong>, trabalhando com quatro conteúdos: características gerais do <strong>anfioxo</strong>;<br />

fecundação, segmentação, gastrulação e Organogênese em <strong>anfioxo</strong>; <strong>embriologia</strong> em outros<br />

grupos <strong>de</strong> animais e os anexos embrionários e sua importância como evidência <strong>de</strong> evolução.<br />

Características gerais do <strong>anfioxo</strong><br />

Os cefalocordados (gr. cephale =<br />

cabeça + chorda = cordão) são <strong>um</strong> pequeno<br />

grupo (cerca <strong>de</strong> 30 espécies) <strong>de</strong> animais<br />

semelhantes a peixes, geralmente <strong>de</strong>signados<br />

<strong>anfioxo</strong>s, e que habitam costas temperadas<br />

e tropicais, on<strong>de</strong> vivem enterrados na<br />

areia apenas com a extremida<strong>de</strong> anterior <strong>de</strong><br />

fora, embora possam nadar vigorosamente.<br />

Estes animais têm gran<strong>de</strong> interesse zoológico, pois apresentam <strong>de</strong> forma simples<br />

as 3 principais características dos cordados, sendo consi<strong>de</strong>rados semelhantes a alg<strong>um</strong><br />

hipotético ancestral <strong>de</strong>ste filo.<br />

Você sabe quais são as três características principais doscordados?<br />

Então cite-as, mostrando sua importância.<br />

Outros autores consi<strong>de</strong>ram,<br />

no entanto, que estes<br />

animais são antes peixes <strong>de</strong>generados,<br />

sendo o ancestral <strong>um</strong><br />

animal do tipo tunicado.<br />

Anfioxos, são organismos<br />

simples, vistos como <strong>um</strong><br />

diagrama <strong>de</strong> vertebrado inicial.<br />

Organismos com morfologia e<br />

fisiologia simples; possuem o<br />

corpo lanceolado ou fusiforme,<br />

on<strong>de</strong> os adultos chegam a medir entre 5 a 6 cm.<br />

41


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

42<br />

Características do corpo - os adultos apresentam características<br />

básicas dos Cordados (notocorda anterior ao tubo nervoso dorsal oco, cauda<br />

pós-anal muscular, gran<strong>de</strong> faringe que ocupa mais da meta<strong>de</strong> do corpo (toda<br />

perfurada com finalida<strong>de</strong> para trocas gasosas e retenção dos alimentos). Vão<br />

apresentar as primeiras nada<strong>de</strong>iras dorsais que não chegam a ser nada<strong>de</strong>iras<br />

radiais, são membranas assim como a nada<strong>de</strong>ira caudal ventral).<br />

Captura <strong>de</strong> alimento e digestão - na estrutura faríngea encontram-se fendas<br />

diagonais (por volta <strong>de</strong> 150 a 200 fendas) on<strong>de</strong> as partículas são retidas; para isso ocorrer,<br />

a musculatura se contrai e relaxa mantendo o fluxo <strong>de</strong> água, salientando o auxílio das peças<br />

bucais. As partículas são retidas por células ciliadas (localizadas na região do endóstilo,<br />

secretor <strong>de</strong> muco e retensor <strong>de</strong> partículas) e muco passando pela goteira que com o batimento<br />

<strong>de</strong> seus cílios levam as partículas para o estômago.<br />

Fosseta <strong>de</strong> Hatschek - células especiais produtoras <strong>de</strong> muco. Órgão da roda - aparato<br />

pré-bucal característico para manter a boca filtrando partículas.<br />

Encontramos então na região ventral o endóstilo, goteira e dorsalmente (sem esôfago)<br />

o tubo digestivo reto com ânus terminal; ao longo do tubo encontram-se dois divertículos<br />

com papel <strong>de</strong> secretar enzimas, são glândulas secretoras que po<strong>de</strong>m ser <strong>comparada</strong>s a<br />

<strong>um</strong> pré-fígado. Toda água que entra, passa pelas fendas a sai pelo atrióporo.<br />

Trocas gasosas - entrada <strong>de</strong> água constante, com gran<strong>de</strong> superfície para trocas<br />

gasosas; manto vascularizado on<strong>de</strong> é realizada troca gasosa cutânea (epitelial), a epi<strong>de</strong>rme<br />

faz trocas gasosas por ser <strong>um</strong> teg<strong>um</strong>ento unicelular. A cesta capta o oxigênio e libera o gás<br />

carbônico.<br />

Circulação - é fechada com apenas <strong>um</strong> alargamento <strong>de</strong> vasos por on<strong>de</strong> o fluxo<br />

sanguíneo drena lentamente, por ser <strong>um</strong> animal se<strong>de</strong>ntário. Não apresenta <strong>um</strong> coração,<br />

mas sim <strong>um</strong> seio venoso. O sangue é simplificado a nível <strong>de</strong> amebócitos e células que vão<br />

fazer o transporte <strong>de</strong> nutrientes. Presença <strong>de</strong> <strong>um</strong> padrão muscular que permanece nos<br />

vertebrados com tecido conjuntivo.<br />

Excreção - não possuem órgãos especializados, po<strong>de</strong>-se dar pelas membranas;<br />

as células flamas que são pequenas coletoras <strong>de</strong> produtos nitrogenados, localizadas<br />

próximas ao tubo digestivo, levam os excretas em direção a cavida<strong>de</strong> atrial, liberando-os<br />

junto com a água via atrióporo.<br />

Sistema nervoso e sensorial - tubo nervoso dorsal sobre a notocorda sem<br />

cefalização, composto por neurônios sensores que recebem a informação do ambiente e<br />

neurônios motores que reagem levando a resposta ao estímulo; apresentam neurônios<br />

gigantes para respostas rápidas e células pigmentares e fotoreceptoras. Encontram-se<br />

células fotossensíveis ao longo do tubo nervoso (estimuladas por l<strong>um</strong>inosida<strong>de</strong>), série <strong>de</strong><br />

tentáculos ciliados impregnados <strong>de</strong> quimioreceptores além <strong>de</strong> células tácteis em toda<br />

epi<strong>de</strong>rme (estimulação táctil).<br />

Reprodução - são dióicos <strong>de</strong> reprodução sexuada;<br />

as gônadas são pares e os gametas são liberados <strong>de</strong>ntro<br />

do átrio e daí via atrióporo on<strong>de</strong> a fecundação ocorre<br />

externamente, não sofrem metamorfose como nas Ascídias.<br />

Os Echino<strong>de</strong>rmatas e Chordatas possuem simetria<br />

bilateral no estágio larval, e simetria radial nos adultos, são<br />

<strong>de</strong>uterostômios; por técnicas mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong>scobriu-se que<br />

a estrutura das proteínas é muito parecida.<br />

Hoje acha-se que <strong>um</strong> ancestral dos echino<strong>de</strong>rmas<br />

tenha originado os chordatas OU CORDADOS, como<br />

mostra o esquema abaixo.


Um dos critérios utilizados para classificar<br />

os cordados refere-se à substituição do<br />

tecido conjuntivo, que forma a notocorda, por<br />

tecido ósseo. Em alguns cordados não ocorre<br />

esta substituição, sendo a notocorda a única<br />

estrutura <strong>de</strong> sustentação do corpo: são<br />

consi<strong>de</strong>rados cordados primitivos e reunidos no<br />

subfilo protochordata. Os cordados em que<br />

ocorre esta substituição - a notocorda ser<br />

substituída pela coluna vertebral - estão reunidos<br />

no subfilo Vertebrata. Os vertebrados são<br />

também <strong>de</strong>nominados craniados, pois a porção<br />

anterior do sistema nervoso central - encéfalo -<br />

fica abrigada no interior <strong>de</strong> <strong>um</strong>a caixa óssea<br />

<strong>de</strong>nominada crânio.<br />

Em oposição, os protocordados que não<br />

possuem crânio são chamados <strong>de</strong> acraniados.<br />

Desenvolvimento embrionário no <strong>anfioxo</strong><br />

O agrupamento <strong>de</strong> organismos tão diversos em <strong>um</strong> único filo baseia-se, principalmente,<br />

em aspectos do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário.<br />

Na fase <strong>de</strong> nêurula todos os cordados exibem o mesmo padrão básico <strong>de</strong><br />

organização do corpo, sendo possível i<strong>de</strong>ntificar as três estruturas que caracterizam o grupo:<br />

notocorda, fendas brânquias e tubo nervoso dorsal.<br />

Notocorda dorsal – estrutura semelhante a <strong>um</strong> bastonete <strong>de</strong> células contendo <strong>um</strong>a<br />

matriz gelatinosa envolvida por tecido conjuntivo fibroso, presente pelo menos durante parte<br />

do ciclo <strong>de</strong> vida. A notocorda é a primeira estrutura <strong>de</strong> sustentação do corpo <strong>de</strong> <strong>um</strong> cordado,<br />

formando-se no embrião acima do intestino primitivo. Esta estrutura é flexível, mas rígida,<br />

sendo sobre ela que os músculos locomotores atuam. Nos vertebrados acaba por ser<br />

substituída pela coluna vertebral; estrutura <strong>de</strong> sustentação, tecido conjuntivo modificado com<br />

fibras colágenas, é <strong>um</strong> tecido não muito rígido, flexível, mas difícil <strong>de</strong> quebrar, as fibras se<br />

movimentam sem partir o tecido. Possuem sistema nervoso formado por <strong>um</strong> tubo nervoso<br />

dorsal oco, apresentam a formação <strong>de</strong> fendas faríngeas perfuradas usadas principalmente<br />

para trocas gasosas e alimentação, além <strong>de</strong> reprodução, servem para a captação <strong>de</strong><br />

oxigênio e limpeza do tubo digestivo; encontra-se <strong>um</strong>a cauda pós-anal muscular em alg<strong>um</strong><br />

período <strong>de</strong> vida do organismo.<br />

Tubo nervoso dorsal – tubo oco, ao contrário dos invertebrados on<strong>de</strong> o cordão<br />

nervoso era maciço, presente pelo menos durante parte do ciclo <strong>de</strong> vida. Forma-se no<br />

embrião jovem na superfície dorsal através <strong>de</strong> <strong>um</strong>a invaginação da ecto<strong>de</strong>rme localizada<br />

acima da notocorda. A sua extremida<strong>de</strong> anterior, principalmente nos vertebrados, diferenciase<br />

em encéfalo, protegido pelos ossos do crânio; tubo <strong>de</strong> origem ectodérmica A partir do<br />

tubo neural <strong>de</strong>senvolve-se o sistema nervoso central dos cordados adultos;<br />

Fendas branquiais – fendas localizadas na região faríngica, geralmente em número<br />

<strong>de</strong> sete, presentes pelo menos durante o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário a partir <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

invaginação da endo<strong>de</strong>rme da faringe e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a invaginação correspon<strong>de</strong>nte da ecto<strong>de</strong>rme<br />

da pare<strong>de</strong> do corpo. As fendas são suportadas e mantidas abertas por arcos esqueléticos<br />

entre elas – arcos branquiais. Em vertebrados superiores, que respiram por pulmões, estas<br />

fendas apenas existem durante o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário. Nos peixes os arcos<br />

43


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

44<br />

branquiais vão originar as brânquias funcionais do adulto, enquanto noutros<br />

vertebrados nunca são funcionais e acabam por fechar e originar estruturas<br />

completamente diferentes, como as da mandíbula, cartilagens da faringe ou<br />

ossículos do ouvido; origem embrionária do sistema respiratório. Nos<br />

cordados aquáticos estas fendas dão origem às brânquias dos adultos. Nos<br />

<strong>de</strong>mais cordados, cujos adultos possuem respiração pulmonar, as fendas<br />

branquiais se fecham durante o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Cauda – todos os embriões cordados apresentam <strong>um</strong>a região do corpo posterior<br />

ao ânus, cujo <strong>de</strong>senvolvimento varia com os diferentes grupos. A cauda po<strong>de</strong> servir para a<br />

locomoção, apoio do corpo, <strong>de</strong>fesa, para agarrar ou para espantar insetos.<br />

Todas estas características aparecem em alg<strong>um</strong>a fase da vida, ou seja, não<br />

necessariamente precisam ser todas aparentes, porém em alg<strong>um</strong>a etapa do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento embrionário o indivíduo apresentou todas as características <strong>de</strong>scritas. Nos<br />

h<strong>um</strong>anos não estão presentes todas estas características, porém estiveram presentes em<br />

alg<strong>um</strong> momento.<br />

Fecundação, Segmentação, Gastrulação e<br />

Organogênese em Anfioxo<br />

Nos <strong>anfioxo</strong>s a fecundação é externa, são animais <strong>de</strong> sexos separados, liberando<br />

seus gametas na água on<strong>de</strong> ocorre a união dos gametas masculino e feminino.<br />

Quanto à segmentação é do tipo holoblástica, sendo que as clivagens prosseguem,<br />

originando à mórula com 32 células, seguindo a blástula com <strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong> interna,<br />

<strong>de</strong>nominada blastocele, findando o estágio <strong>de</strong> segmentação.<br />

O estágio <strong>de</strong> gastrulação no <strong>anfioxo</strong>, ocorre por embolia ou invaginação. Aqui os<br />

macrômeros invaginam-se gradualmente para o interior da blastocele. O ponto <strong>de</strong><br />

invaginação dos macrômeros forma <strong>um</strong> orifício <strong>de</strong>nominado blastóporo, e a cavida<strong>de</strong><br />

interna que se forma é <strong>de</strong>nominada arquêntero.<br />

Durante o estágio <strong>de</strong> gastrulação em <strong>anfioxo</strong> ocorre <strong>um</strong>a mudança <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong><br />

em relação à blástula: o pólo animal sofre <strong>um</strong> giro <strong>de</strong> 120º. A gástrula, aqui, é formada por<br />

duas camadas celulares: A ecto<strong>de</strong>rme e a mesento<strong>de</strong>rme.<br />

A organogênese se caracteriza pela diferenciação <strong>de</strong> órgãos a partir <strong>de</strong> folhetos<br />

embrionários formados na gastrulação. A fase inicial da organogênese é a neurulação,<br />

após esta fase, os folhetos embrionários diferenciam-se originando tecidos especializados<br />

adultos. A ecto<strong>de</strong>rme diferencia-se o tubo neural, a meso<strong>de</strong>rme dá origem aos somitos e à<br />

notocorda. Os somitos são blocos celulares dispostos lateralmente ao embrião e a notocorda<br />

é <strong>um</strong>a estrutura maciça localizada logo abaixo do tubo neural. A meso<strong>de</strong>rme, que forma os<br />

somitos, <strong>de</strong>limita <strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong> chamada celoma.<br />

Em síntese, os folhetos embrionários...<br />

• • Ecto<strong>de</strong>rme: epi<strong>de</strong>rme e tubo neural.<br />

• • Meso<strong>de</strong>rme: somitos e revestimento do celoma.<br />

• • Endo<strong>de</strong>rme: tubo digestório.<br />

Vamos pensar...<br />

Após ter lido as informações acerca do <strong>anfioxo</strong>, faça <strong>um</strong> ESQUEMA ILUS-<br />

TRATIVO da neurulação, i<strong>de</strong>ntificando: tubo neural, canal neural, celoma, ecto<strong>de</strong>rme,<br />

meso<strong>de</strong>rme, notocorda, endo<strong>de</strong>rme e intestino


Embriologia em Outros Grupos Animais<br />

Os mecanismos que operam os diversos sistemas <strong>de</strong> órgãos dos animais refletem<br />

<strong>um</strong>a eficaz adaptação ao meio, bem como <strong>um</strong>a progressiva complexificação estrutural e<br />

funcional. Deste modo, o <strong>estudo</strong> dos diversos sistemas <strong>de</strong> órgãos contribui para <strong>um</strong> correto<br />

conhecimento dos diversos filos <strong>de</strong> animais.<br />

Tudo se inicia com o ovo, ou zigoto, célula que contém toda a informação genética<br />

do novo ser. Des<strong>de</strong> a primeira divisão do ovo, ocorre <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> processos que<br />

culminam com a maturida<strong>de</strong> do organismo – ontogênese – cujos sistemas estão totalmente<br />

formados e funcionais.<br />

A parte do <strong>de</strong>senvolvimento que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fecundação e formação do zigoto<br />

até ao nascimento <strong>de</strong>signa-se embriogênese, e é por aí que se iniciará este <strong>estudo</strong> da<br />

estrutura do organismo animal. Após a embriogênese ocorre o nascimento, o período juvenil<br />

e, por último, a fase adulta, quando o animal tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reproduzir.<br />

Observe parte <strong>de</strong> <strong>um</strong>a embriogênese na figura abaixo:<br />

Embriogênese em alguns animais vertebrados<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento animal é <strong>um</strong> processo contínuo, iniciando-se no zigoto e tendo no<br />

nascimento <strong>um</strong> ponto marcante.<br />

Quando os animais, ao nascer, diferem significativamente dos adultos consi<strong>de</strong>ra-se<br />

que estes apresentam <strong>um</strong> <strong>de</strong>senvolvimento indireto, passando por metamorfoses. Se, pelo<br />

contrário, o animal ao nascer, apresenta mais ou menos a forma <strong>de</strong>finitiva consi<strong>de</strong>ra-se<br />

este <strong>um</strong> <strong>de</strong>senvolvimento direto.<br />

A embriogênese dos vertebrados revela <strong>um</strong>a progressiva adaptação ao meio terrestre:<br />

anfíbios estabelecem a transição do meio aquático para o terrestre, com <strong>de</strong>senvolvimento<br />

aquático, rápido e com metamorfoses.<br />

Nas aves os ovos são extremamente ricos em vitelo e protegidos por <strong>um</strong>a casca,<br />

enquanto nos mamíferos as reservas são reduzidas, pois o <strong>de</strong>senvolvimento ocorre quase<br />

sempre no interior da fêmea, que fornece todas as necessida<strong>de</strong>s da nova vida em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Durante o <strong>de</strong>senvolvimento animal, em geral, ocorrem três fenômenos principais,<br />

não em seqüência, mas inter-relacionados <strong>de</strong> tal modo que cada <strong>um</strong> <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> dominar<br />

<strong>um</strong>a parte do <strong>de</strong>senvolvimento:<br />

45


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

46<br />

• • Divisões celulares – embora existam durante todo o <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

ocorrem em muito maior número no <strong>de</strong>senvolvimento embrionário.<br />

Este processo, realizado por mitoses sucessivas, permite obter <strong>um</strong> elevado<br />

número <strong>de</strong> células com o mesmo patrimônio genético original do zigoto;<br />

• • Morfogênese – movimentos celulares em gran<strong>de</strong> escala, originando<br />

os principais folhetos germinativos (ecto<strong>de</strong>rme, meso<strong>de</strong>rme e endo<strong>de</strong>rme);<br />

• • • Organogênese – a partir <strong>de</strong> células indiferenciadas dos folhetos<br />

germinativos vai ocorrer a diferenciação, formando-se tecidos. Estes vão se<br />

inter-relacionar e formar órgãos e sistemas <strong>de</strong> órgãos.<br />

Fases da embriogênese em outros vertebrados<br />

Toda a embriogênese é <strong>um</strong> processo contínuo, resultando as diversas etapas <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

esforço <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> <strong>estudo</strong> dos complexos fenômenos que aí ocorrem.<br />

As suas principais etapas ocorridas nos animais vertebrados são as mesmas da<br />

espécie h<strong>um</strong>ana:<br />

• • Segmentação – o fenômeno predominante são as divisões celulares, que origina células<br />

progressivamente menores – blastômeros -, <strong>de</strong> modo que o tamanho total do embrião no<br />

final <strong>de</strong>sta fase é quase igual ao tamanho do ovo.<br />

Este fato resulta <strong>de</strong> não existir síntese <strong>de</strong> citoplasma durante estas mitoses, apenas a<br />

distribuição do citoplasma do ovo.<br />

Assim, os blastômeros po<strong>de</strong>m apresentar conteúdos citoplasmáticos diferenciados,<br />

<strong>um</strong> primeiro sinal da diferenciação celular. As mitoses sucessivas originam <strong>um</strong>a bola<br />

maciça <strong>de</strong> células – mórula -, com aspecto <strong>de</strong> <strong>um</strong>a pequena amora.<br />

No fim da etapa, essa bola <strong>de</strong> células tornou-se oca, com <strong>um</strong>a única camada <strong>de</strong> células<br />

– blasto<strong>de</strong>rme – a ro<strong>de</strong>ar a cavida<strong>de</strong> interna – blastocélio – e <strong>de</strong>signa-se blástula.<br />

A quantida<strong>de</strong> e distribuição do vitelo têm gran<strong>de</strong> importância do <strong>de</strong>senrolar <strong>de</strong>sta<br />

etapa, pois este é composto por substâncias <strong>de</strong>nsas, que dificultam a divisão celular.<br />

Assim, a segmentação po<strong>de</strong> ser classificada como na espécie h<strong>um</strong>ana <strong>de</strong> acordo<br />

com a quantida<strong>de</strong> e distribuição do vitelo.<br />

Recapitulando...<br />

Como po<strong>de</strong>mos classificar o ovo <strong>de</strong> acordo com a distribuição do vitelo?<br />

Retorne ao bloco temático 1 que ficará fácil, fácil.


• • Gastrulação – simultaneamente com a divisão celular, ocorrem movimentos celulares,<br />

uns em relação aos outros, pelo que a morfogênese é o fenômeno dominante nesta fase.<br />

Nesta etapa formam-se os dois ou três folhetos germinativos, conforme se trate <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

animal diplo ou triploblástico.<br />

No fim <strong>de</strong>sta fase, o embrião <strong>de</strong>signa-se gástrula e terá duas ou três camadas <strong>de</strong><br />

células a envolver o arquêntero, que abre para o exterior pelo blastóporo.<br />

Este processo é bastante diferente <strong>de</strong> espécie para espécie:<br />

• • Invaginação – também <strong>de</strong>signada embolia, é o processo mais simples, em que a zona<br />

da blasto<strong>de</strong>rme correspon<strong>de</strong>nte ao pólo vegetativo, ou dos macrômeros, se invagina,<br />

afundando-se ativamente até chegar ao contato com a zona oposta. A parte invaginada<br />

forma a endo<strong>de</strong>rme e a externa a ecto<strong>de</strong>rme. Esta situação, consi<strong>de</strong>rada primitiva, ocorre<br />

nos cordados inferiores e nos equino<strong>de</strong>rmes;<br />

• • • Epibolia – neste caso, os macrômeros vão ser ro<strong>de</strong>ados pelos micrômeros, <strong>de</strong>vidos ás<br />

mitoses aceleradas <strong>de</strong>stes. Assim, passivamente, os macrômeros ficam internamente,<br />

formando a endo<strong>de</strong>rme e os micrômeros a ecto<strong>de</strong>rme. Esta situação é típica dos ovos<br />

<strong>de</strong> anfíbio;<br />

• • • Migração – alguns blastômeros isolam-se e migram para o blastocélio, vindo a unir-se e<br />

a originar a endo<strong>de</strong>rme, que ficará ro<strong>de</strong>ada pela ecto<strong>de</strong>rme. Este fenômeno é<br />

característico dos vertebrados superiores;<br />

• • Delaminação – células do blasto<strong>de</strong>rme divi<strong>de</strong>m-se,<br />

segundo <strong>um</strong> plano paralelo á superfície, formando a<br />

endo<strong>de</strong>rme;<br />

• • • Organogênese – por diferenciação celular dos diferentes<br />

folhetos formam-se os tecidos e órgãos do<br />

embrião.<br />

O primeiro sistema a formar-se é o nervoso, sendo<br />

essa etapa da organogênese <strong>de</strong>signada neurulação e<br />

o embrião <strong>de</strong>la resultante neurula.<br />

Nesta etapa o embrião alonga-se, surgindo o plano<br />

básico do vertebrado. O eixo do corpo fica <strong>de</strong>finido pelo<br />

surgimento <strong>de</strong> duas estruturas cilíndricas: tubo neural e<br />

a notocorda.<br />

Embriologia em anfíbios<br />

Nos anfíbios, as fêmeas produzem gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ovos, cobertos por <strong>um</strong>a<br />

substância gelatinosa. Já antes da fecundação, o ovo apresenta polarida<strong>de</strong> externa, pois o<br />

pólo animal é mais pigmentado que o vegetativo.<br />

Com a fecundação, essa pigmentação <strong>de</strong>sloca-se para a zona intermédia entre os<br />

dois pólos, indicando o que será a parte dorsal do animal – crescente cinzento – localizado<br />

exatamente no lado oposto ao ponto <strong>de</strong> entrada do espermatozói<strong>de</strong>.<br />

Ao eixo pólo animal-pólo vegetativo irá correspon<strong>de</strong>r o eixo antero-posterior do<br />

animal, sendo o pólo animal a cabeça.<br />

Dado o ovo anfíbio ser heterolecítico e mesolecítico, a segmentação atinge todo o<br />

ovo, mas forma blastômeros <strong>de</strong> diferente tamanho – segmentação holoblástica <strong>de</strong>sigual.<br />

A blástula resultante apresenta mais <strong>de</strong> <strong>um</strong>a camada <strong>de</strong> células, ro<strong>de</strong>ando <strong>um</strong><br />

blastocélio em posição excêntrica (mais próximo do pólo animal).<br />

A gastrulação inicia-se no crescente cinzento, perto do seu limite inferior, on<strong>de</strong> surge<br />

<strong>um</strong> sulco em forma <strong>de</strong> meia-lua. Esse sulco irá originar o blastóporo e é o local on<strong>de</strong> os<br />

47


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

48<br />

macrômeros se vão <strong>de</strong>slocar para o interior. Além disso, os micrômeros<br />

divi<strong>de</strong>m-se mais rapidamente, envolvendo as células maiores, n<strong>um</strong>a<br />

combinação <strong>de</strong> invaginação e epibolia. O blastóporo forma o ânus e a boca<br />

abre na extremida<strong>de</strong> oposta do embrião – <strong>de</strong>uterostomia.<br />

Na zona dorsal da ecto<strong>de</strong>rme diferencia-se <strong>um</strong>a zona mais ou menos<br />

plana <strong>de</strong>signada placa neural, que irá originar o tubo nervoso. Esta zona<br />

afunda-se ao centro – goteira neural – e os bordos elevados e espessados<br />

acabam por se unir n<strong>um</strong> tubo <strong>de</strong> origem ectodérmica. Por baixo da placa neural, na zona <strong>de</strong><br />

meso<strong>de</strong>rme dorsal, diferencia-se o cordoblasto, que formará a notocorda e as<br />

vértebras. Lateralmente ao cordoblasto surgem blocos celulares – somitos – que originarão<br />

os músculos segmentados. Mais abaixo, a meso<strong>de</strong>rme apresenta dois folhetos, separados<br />

pela cavida<strong>de</strong> celómica, <strong>um</strong> voltado para a ecto<strong>de</strong>rme – folheto parietal – e outro voltado<br />

para a endo<strong>de</strong>rme – folheto visceral.<br />

Embriologia <strong>de</strong> vertebrados terrestres<br />

Nos vertebrados completamente terrestres a embriogênese ocorre fora <strong>de</strong> água,<br />

o que levanta sérios <strong>de</strong>safios a estes animais, que necessitam <strong>de</strong> condições especiais:<br />

• • Fecundação interna – maior eficácia, proteção dos gametas masculinos e economia<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> gametas femininos;<br />

• • • Ovos macrolecíticos – a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vitelo fornece nutrição ao embrião em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento;<br />

• • Camadas <strong>de</strong> proteção – impe<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>ssecação do embrião, fornecem nutrientes e<br />

gases e retiram excreções, chegando ao extremo dos animais vivíparos, em que o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento ocorre no interior do corpo da fêmea.<br />

Embriogênese em Aves<br />

Os ovos das aves, bem<br />

como dos répteis e mamíferos<br />

ovíparos, são telolecíticos e<br />

iniciam a segmentação ainda no<br />

oviducto, antes <strong>de</strong> serem expulsos<br />

pela fêmea para o ninho.<br />

Os principais componentes<br />

do ovo <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ave, em tudo<br />

semelhante ao <strong>de</strong> <strong>um</strong> réptil, são:<br />

• • • Casca - formada por<br />

diversas camadas sobrepostas,<br />

neste caso é <strong>de</strong> natureza calcária,<br />

o que a torna resistente,<br />

mas porosa. O seu exterior é<br />

coberto por <strong>um</strong>a fina película -<br />

cutícula -, cuja função é impedir<br />

a entrada <strong>de</strong> partículas e microorganismos.<br />

Interiormente é revestida por duas membranas da casca (interna e externa), que<br />

apenas po<strong>de</strong>m ser diferenciadas na zona do espaço aéreo (parte mais larga do ovo). A<br />

função <strong>de</strong>stas membranas é controlar a evaporação do conteúdo hídrico do interior do ovo;


• • Clara – também <strong>de</strong>signada por albúmen, é formada por <strong>um</strong> material semi-sólido<br />

ou gelatinoso, com elevado conteúdo hídrico e protéico (alb<strong>um</strong>ina). Esta zona do ovo protege<br />

o embrião dos choques e fornece <strong>um</strong>a reserva <strong>de</strong> água e nutrientes. No seu interior<br />

diferenciam-se dois cordões protéicos - calaza - que manterão a gema no centro da clara,<br />

mas permitindo-lhe girar e oscilar;<br />

• • • Gema – correspon<strong>de</strong> ao óvulo propriamente dito, com gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vitelo<br />

disposto em camadas concêntricas e envolvido por <strong>um</strong>a membrana vitelina.<br />

Neste tipo <strong>de</strong> ovo, a segmentação apenas atinge o protolécito, permanecendo o<br />

<strong>de</strong>utolécito indiviso e separado do blastocisto por <strong>um</strong>a pequena cavida<strong>de</strong> extra-embrionária<br />

– segmentação meroblástica discoidal. Pouco antes da postura, a blasto<strong>de</strong>rme separase<br />

em duas camadas, com o blastocélio entre elas.<br />

A gastrulação inicia-se com a formação <strong>de</strong> <strong>um</strong> sulco ao longo do eixo antero-posterior<br />

do embrião – linha primitiva -, que é equivalente ao blastóporo nos anfíbios, pois é através<br />

<strong>de</strong>sse sulco que células superficiais vão migrar para o interior e formar a meso<strong>de</strong>rme e a<br />

endo<strong>de</strong>rme.<br />

No fim <strong>de</strong>sta etapa, o embrião<br />

está estendido sobre o <strong>de</strong>utolécito<br />

e é composto por três camadas<br />

(ecto<strong>de</strong>rme, meso<strong>de</strong>rme<br />

e endo<strong>de</strong>rme). No entanto, <strong>de</strong> seguida<br />

as orlas do embrião curvamse<br />

para baixo, originando a forma<br />

tubular característica do cordado.<br />

A neurulação <strong>de</strong>senrola-se<br />

<strong>de</strong> modo semelhante ao do anfíbio,<br />

embora os estágios seguintes<br />

sejam bastante diferentes.<br />

Associados ao <strong>de</strong>senvolvimento do embrião propriamente dito, vão surgindo os<br />

anexos embrionários (saco vitelino, âmnio, córion e alantói<strong>de</strong>), os quais são estruturas<br />

temporárias resultantes da extensão dos folhetos germinativos:<br />

• • Saco vitelino – a endo<strong>de</strong>rme e o folheto visceral da meso<strong>de</strong>rme envolvem o <strong>de</strong>utolécito<br />

(gema), formando <strong>um</strong> saco ligado ao intestino do embrião pelo pedúnculo vitelino. Esta<br />

membrana fornece nutrientes ao embrião, que retira do <strong>de</strong>utolécito;<br />

• • Âmnio – adiante da região cefálica do embrião, <strong>um</strong>a dobra da ecto<strong>de</strong>rme e o folheto<br />

parietal da meso<strong>de</strong>rme irá cobrir o embrião. Este fica no centro <strong>de</strong> <strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong><br />

amniótica, preenchida pelo líquido amniótico. Esta membrana protege dos choques,<br />

funcionando como <strong>um</strong>a almofada líquida e impe<strong>de</strong> a <strong>de</strong>ssecação;<br />

• • Córion – em conseqüência da formação do âmnio, a dobra exterior da ecto<strong>de</strong>rme e do<br />

folheto parietal da meso<strong>de</strong>rme <strong>de</strong>senvolve-se, circundando o âmnio e o saco vitelino.<br />

Esta membrana fica em íntimo contacto com as membranas da casca e <strong>de</strong>limita <strong>um</strong><br />

espaço <strong>de</strong>signado celoma extra-embrionário. Devido á sua ligação com a casca, esta<br />

membrana mobiliza minerais para a construção do esqueleto, tal como ajuda na<br />

respiração;<br />

• • Alantói<strong>de</strong> – <strong>um</strong> pequeno divertículo muito vascularizado, da zona posterior do intestino,<br />

da endo<strong>de</strong>rme e do folheto visceral da meso<strong>de</strong>rme forma inicialmente <strong>um</strong> saco e <strong>de</strong>pois<br />

acaba por envolver completamente a cavida<strong>de</strong> amniótica e o saco vitelino, ficando em<br />

49


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

50<br />

contato com o córion pelo lado interior. Estas duas membranas formam o<br />

alantocórion. A alantói<strong>de</strong> tem função respiratória e armazena os produtos <strong>de</strong><br />

excreção do embrião.<br />

Embriogênese em mamíferos<br />

No Homem, tal como em todos os mamíferos vivíparos, os ovos são macrolecíticos,<br />

mas o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário apresenta padrões semelhantes aos dos répteis e<br />

aves. Surge, no entanto, <strong>um</strong>a nova estrutura – placenta – que assegura o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>ntro do útero materno.<br />

Dado que o ovo tem poucas reservas, a segmentação é holoblástica igual e o embrião<br />

chega ao útero na fase <strong>de</strong> mórula.<br />

O blastocisto, nome da blástula dos mamíferos e das aves, é formado por <strong>um</strong>a<br />

camada <strong>de</strong> células – trofoblasto – que ro<strong>de</strong>ia o blastocélio, para on<strong>de</strong> faz saliência <strong>um</strong>a<br />

massa <strong>de</strong> células <strong>de</strong>signada botão embrionário. Nesta fase ocorre a implantação no<br />

endométrio do útero, com a ajuda das células do trofoblasto, que segregam enzimas<br />

digestivas.<br />

Cerca <strong>de</strong> duas semanas após a fecundação, inicia-se a formação do córion, a partir<br />

do trofoblasto. O córion forma vilosida<strong>de</strong>s que mergulham no endométrio preenchido com<br />

sangue materno, terminando a nidação.


No botão embrionário<br />

ocorre a gastrulação,<br />

com as células a<br />

diferenciarem-se em<br />

duas camadas (ecto<strong>de</strong>rme<br />

e endo<strong>de</strong>rme) e a<br />

terceira (meso<strong>de</strong>rme) a<br />

surgir por migração, pelo<br />

que a gastrulação e neurulação<br />

são muito semelhantes<br />

ás <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ave.<br />

Certas células do<br />

botão embrionário vão<br />

formar as membranas<br />

extra-embrionárias (âmnio,<br />

saco vitelino praticamente<br />

sem <strong>de</strong>utolécito e<br />

alantói<strong>de</strong> rudimentar no<br />

caso h<strong>um</strong>ano).<br />

Durante os primeiros<br />

dois meses forma-se<br />

a placenta, em forma <strong>de</strong><br />

disco e com origem<br />

mista (vilosida<strong>de</strong>s do córion<br />

e endométrio materno,<br />

em cujas lacunas as<br />

vilosida<strong>de</strong>s mergulham).<br />

51


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

52<br />

Na zona ventral do embrião forma-se, a partir do âmnio e da<br />

meso<strong>de</strong>rme, o cordão <strong>um</strong>bilical, que liga o embrião á placenta. No cordão<br />

existem duas artérias e <strong>um</strong>a veia que transportam gases, nutrientes,<br />

hormônios, etc. e retiram excreções. A placenta garante, portanto, o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento embrionário n<strong>um</strong> animal em que o <strong>de</strong>utolecito é quase<br />

inexistente, retirando os nutrientes da circulação materna.<br />

Quadro Comparativo <strong>de</strong> Segmentação nos Diversos Grupos Animais:<br />

Os Anexos Embrionários e Sua Importância Como<br />

Evi<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> Evolução<br />

São estruturas <strong>de</strong> fundamental importância na formação do mesmo, sem os anexos<br />

embrionários seria impossível haver o <strong>de</strong>senvolvimento do embrião.<br />

As estruturas embrionárias participam dos processos <strong>de</strong> nutrição, respiração,<br />

excreção e <strong>de</strong> proteção ao embrião, <strong>de</strong>ntre outras.<br />

Porém estas estruturas só têm importância ao embrião durante a gestação, após o<br />

parto todos os anexos são lançados para fora.<br />

Vamos pensar...<br />

Por que será que os anexos embrionários são eliminados após o parto?<br />

Que hipótese você criaria?<br />

Vesícula vitelínica: anexo presente em embriões <strong>de</strong> todos os vertebrados, sendo<br />

especialmente <strong>de</strong>senvolvido nos peixes, répteis e aves. Correspon<strong>de</strong> a <strong>um</strong>a estrutura em<br />

forma <strong>de</strong> saco ligada a região ventral do embrião. Sua principal função é armazenar reservas<br />

nutritivas. Nos mamíferos placentários é reduzida, visto que a nutrição ocorre via placentária.<br />

Nesses, é responsável pela produção das hemácias.<br />

Âmnio: é <strong>um</strong>a fina membrana que <strong>de</strong>limita <strong>um</strong>a bolsa repleta <strong>de</strong> líquido - o líquido<br />

amniótico que tem a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar o ressecamento do embrião e proteger<br />

contra choques mecânicos. O âmnio representa <strong>um</strong>a importante adaptação dos répteis.<br />

Esse anexo permitiu aos répteis avançar em terras secas, e in<strong>de</strong>pendência da água para a<br />

reprodução.


Alantói<strong>de</strong>: surge <strong>de</strong> <strong>um</strong>a evaginação da parte posterior do intestino do embrião.<br />

Nos répteis e aves funciona como órgão da respiração e da excreção. Absorve os minerais<br />

presentes nas cascas dos ovos, promovendo a partir daí a formação do esqueleto. Esse<br />

processo facilita o rompimento da casca por ocasião do nascimento. Nos mamíferos associase<br />

ao córion para formar a placenta e o cordão <strong>um</strong>bilical.<br />

Córion: película <strong>de</strong>lgada que envolve os outros anexos embrionários. Tem função<br />

respiratória em aves e répteis. Nos mamíferos vai formar as vilosida<strong>de</strong>s coriônicas, que<br />

formará mucosa uterina, participando junto com o alantói<strong>de</strong> para a formação da placenta.<br />

Placenta: é <strong>um</strong>a estrutura <strong>de</strong> origem mista, exclusiva dos mamíferos. Permite a troca<br />

<strong>de</strong> substâncias entre o organismo materno e o fetal. Nos primeiros meses <strong>de</strong> gestação, a<br />

placenta trabalha produzindo hormônios, além <strong>de</strong> substâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, nutrição, respiração<br />

e excreção. Na espécie h<strong>um</strong>ana é eliminada durante o parto.<br />

Para saber mais sobre Embriologia e visualizar os vários tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

embrionário nas espécies, recomendamos o complemento <strong>de</strong> seu <strong>estudo</strong> através do material<br />

virtual da disciplina Embriologia e Fundamentos <strong>de</strong> Histologia do curso <strong>de</strong> Biologia da FTC<br />

EaD, além do site:<br />

www.med.upenn.edu/me<strong>de</strong>d/public/berp<br />

Recapitulando...<br />

Distribuição dos Anexos em alguns grupos <strong>de</strong> animais:<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Complementares<br />

Complementares<br />

1.<br />

Após analisar o quadro comparativo acima, faça alg<strong>um</strong>as reflexões sobre a evolução<br />

dos vertebrados, tendo como cerne os anexos embrionários. A quais conclusões você<br />

conseguiu chegar?<br />

53


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

54<br />

2.<br />

Leia o texto: OVO FOI O GRANDE SALTO DA VIDA<br />

O arqueólogo T. R. Smithson, do Cambridge Regional College,<br />

anunciou no mês passado ter <strong>de</strong>senterrado o mais velho fóssil <strong>de</strong> réptil até<br />

agora encontrado, com 338 milhões <strong>de</strong> anos. Isso po<strong>de</strong> parecer sem muita<br />

importância porque não temos consi<strong>de</strong>ração pelos répteis – as cobras,<br />

lagartos, tartarugas e jacarés. Proce<strong>de</strong>ndo assim estamos cometendo <strong>um</strong>a<br />

injustiça.<br />

Há 450 milhões <strong>de</strong> anos a Terra já tinha 4 bilhões e a vida existia há 3 bilhões. Mas<br />

ela era encontrada apenas na água. O solo era completamente estéril. Subitamente as<br />

primeiras plantas começaram a aparecer no litoral e a área <strong>de</strong> arrebentação começou a<br />

ficar esver<strong>de</strong>ada. Os mais antigos vegetais não tinham raízes nem folhas, que apareceram<br />

por pressão da evolução. Somente há 400 milhões <strong>de</strong> anos as primeiras florestas<br />

apareceram na Terra.<br />

Por que levou tanto tempo para a vida espalhar-se no solo seco? A Terra é <strong>um</strong><br />

ambiente hostil, com forte atração gravitacional, com variações extremas <strong>de</strong> temperatura<br />

e a eventual possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secas. Foram precisos centenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> anos para a<br />

vida <strong>de</strong>senvolver dispositivos para enfrentar essas dificulda<strong>de</strong>s. Durante 50 milhões <strong>de</strong><br />

anos a vida vegetal viveu isolada na Terra. Os animais saíram da água somente <strong>de</strong>pois.<br />

As plantas forneceram comida abundante e qualquer animal que resolveu seus problemas<br />

<strong>de</strong> adaptação pô<strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> condições para se reproduzir à vonta<strong>de</strong>.<br />

Os primeiros animais que emergiram na terra eram aranhas primitivas, escorpiões,<br />

lesmas e eventualmente insetos. Eram todo pequenos para enfrentar a força da gravida<strong>de</strong>,<br />

problema menor <strong>de</strong>ntro d’água. Para o aparecimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s criaturas terrestres era<br />

preciso ainda esperar o aparecimento <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> sustentação, como os ossos. Em<br />

res<strong>um</strong>o, era preciso aparecer o vertebrado. Há 400 milhões <strong>de</strong> anos eles existiam em<br />

gran<strong>de</strong> número, mas somente <strong>de</strong>ntro d’água. Eram os peixes, que dominavam os oceanos.<br />

Alguns <strong>de</strong>les tinham nada<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>licadas, com utilida<strong>de</strong> apenas na movimentação<br />

aquática. Mas outros tinham nada<strong>de</strong>iras mais espessas e fortes, ao ponto <strong>de</strong> parecerem<br />

pernas. Para os peixes, isso não é gran<strong>de</strong> vantagem, mas para os que se adaptaram ao<br />

regime <strong>de</strong> lagoas era fundamental. Em caso <strong>de</strong> seca ou diminuição da água podiam<br />

literalmente saltar <strong>de</strong> poça em poça para sobreviver. Aos poucos foram selecionados os<br />

que tinham habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> permanecer mais tempo em terra seca antes <strong>de</strong> achar outra<br />

poça. Desenvolveram pulmões primitivos que os permitiam respirar fora da água. Eram<br />

os anfíbios, que apareceram há 370 milhões <strong>de</strong> anos.<br />

Foram as primeiras criaturas gran<strong>de</strong>s na terra seca. Alguns tinham a aparência<br />

dos mo<strong>de</strong>rnos crocodilos. Tinham <strong>um</strong> <strong>de</strong>feito importante, no entanto. Tinham <strong>de</strong> pôr os<br />

ovos na água e nela permanecer com a forma parecida com a dos peixes até quase a<br />

ida<strong>de</strong> adulta. O exemplo mo<strong>de</strong>rno disso são os sapos. Seus ovos viram girinos<br />

saracoteando <strong>de</strong>ntro d’água e somente na ida<strong>de</strong> adulta dão pinotes na terra. Eles não<br />

eram verda<strong>de</strong>iramente animais terrestres.<br />

Então apareceram os répteis que <strong>de</strong>senvolveram <strong>um</strong>a nova espécie <strong>de</strong> ovos, que<br />

continham membranas embrionárias amnióticas complexas. Elas <strong>de</strong>ixavam o ar entrar e<br />

sair, mas não a água. Essa embalagem da vida vinha com o suprimento <strong>de</strong> líquido<br />

necessário para o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário. O ovo amniótico podia ser botado em<br />

terra, fazendo dos répteis os primeiros vertebrados terrestres verda<strong>de</strong>iros. Durante 250<br />

milhões <strong>de</strong> anos eles dominaram o planeta, produzindo as mais formidáveis criaturas<br />

que já existiram, os dinossauros.<br />

É importante lembrar que os pássaros são apenas répteis modificados. Têm sangue<br />

quente e penas, mas botavam ovos reptilianos amnióticos. Os mamíferos também são


épteis modificados. Têm sangue quente e pêlos, mas quando apareceram pela primeira<br />

vez, há 200 milhões <strong>de</strong> anos, botavam os inevitáveis ovos aminióticos reptilianos.<br />

Pássaros e mamíferos não conseguiram ser bem-sucedidos enquanto os répteis<br />

dominavam a Terra. Eles eram muito pequenos e passavam praticamente <strong>de</strong>spercebidos,<br />

<strong>um</strong>a das únicas razões pelas quais sobreviviam. Não passavam <strong>de</strong> pequenos papagaios<br />

e camundongos vivendo à sombra dos gran<strong>de</strong>s répteis. Se os dinossauros não tivessem<br />

sido varridos da existência, possivelmente por <strong>um</strong> meteoro, há 60 milhões <strong>de</strong> anos,<br />

pássaros e mamíferos continuariam sendo insignificantes.<br />

Foi o <strong>de</strong>senvolvimento do ovo amniótico que possibilitou tudo o que existe<br />

atualmente, inclusive o ser h<strong>um</strong>ano. Portanto, voltando ao começo, achando o mais antigo<br />

réptil, po<strong>de</strong>mos ter em mãos, possivelmente, a criatura que inventou o ovo terrestre, que<br />

teve importância suprema.<br />

(ASIMOV, Isaac. Ovo foi o gran<strong>de</strong> salto da vida. O Estado <strong>de</strong> São Paulo, 31 <strong>de</strong>z. 1989.)<br />

RESPONDA:<br />

“Quem surgiu primeiro: o ovo ou a galinha?”<br />

Estamos acost<strong>um</strong>ados com <strong>um</strong>a pergunta que parece brinca<strong>de</strong>ira: “Quem surgiu<br />

primeiro: o ovo ou a galinha?” Po<strong>de</strong>mos interpretar a frase da seguinte maneira: quem<br />

surgiu primeiro na evolução dos vertebrados: o ovo ou as aves? Responda com arg<strong>um</strong>entos<br />

do texto. Aproveite a oportunida<strong>de</strong> e utilize o texto para construir <strong>um</strong> mapa conceitual,<br />

mostrando a evolução dos vertebrados, tendo como ponto <strong>de</strong> partida o ovo.<br />

3.As figuras representam embriões <strong>de</strong> anfíbios, aves e mamíferos.<br />

Que critério você usaria para i<strong>de</strong>ntificar o embrião <strong>de</strong> cada <strong>um</strong>a das classes<br />

mencionadas? I<strong>de</strong>ntifique cada <strong>um</strong> dos embriões.<br />

55


4.<br />

Leia e analise o texto: CLONAGEM DE MAMÍFEROS<br />

Os animais vertebrados não se reproduzem assexuadamente em<br />

Embriologia condições normais; entretanto, admite-se que eles possam ser “clonados”.<br />

e Histologia Clonagem – a produção <strong>de</strong> <strong>um</strong>a cópia <strong>de</strong> individuo – é <strong>um</strong>a forma assexuada<br />

Comparada <strong>de</strong> reprodução porque requer somente genes <strong>de</strong> <strong>um</strong>a célula genitora. As células<br />

dos vertebrados são totipotentes, isto é, cada célula tem todos os genes<br />

básicos <strong>de</strong> sua espécie. Entretanto, durante o <strong>de</strong>senvolvimento, certos genes são<br />

“<strong>de</strong>sligados”, à medida que as células se especializam. Células musculares, por exemplo,<br />

especializam-se na contração; células nervosas especializam-se em conduzir impulsos<br />

nervosos; células glandulares especializam-se em secretar. A clonagem <strong>de</strong> <strong>um</strong> vertebrado<br />

adulto requer que todos os genes da célula escolhida possam ser “ligados” novamente.<br />

Pensava-se que isso não fosse possível.<br />

Apesar dos formidáveis obstáculos, os pesquisadores nunca <strong>de</strong>sistiram. Até então,<br />

sapos e mesmos macacos já haviam sido clonados, em certas circunstâncias. Em sapos,<br />

por exemplo, podia-se extrair o núcleo da célula intestinal <strong>de</strong> <strong>um</strong> girino e transplantá-lo para<br />

<strong>um</strong> ovo <strong>de</strong> sapo cujo núcleo havia sido removido. Em alguns experimentos, conseguiu-se<br />

obter sapos adultos. Em macacos extraíram-se os núcleos <strong>de</strong> células <strong>de</strong> embriões muitos<br />

jovens, com apenas alg<strong>um</strong>as células. Somente nesses casos, em que a diferenciação entre<br />

as células era mínima, obtiveram-se alguns sucessos, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> macaco<br />

completo. Porém, seria preferível usar núcleos adultos, porque só assim seria possível<br />

conhecer bem as características do individuo que se <strong>de</strong>seja clonar.<br />

Em março <strong>de</strong> 1997, Ian Wilmut, do Instituto Rosling <strong>de</strong> Edimburgo, Escócia, anunciou<br />

que ele e seus colegas haviam clonado <strong>um</strong>a ovelha a partir da célula <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ovelha adulta.<br />

Para conseguir esse feito memorável, eles usaram <strong>um</strong> procedimento <strong>de</strong>scrito na figura a<br />

seguir. A célula doadora foi retirada do úbere (glândula mamária) <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ovelha <strong>de</strong> raça<br />

Finn Dorset, e as células-ovo receptoras eram provenientes <strong>de</strong> ovelhas Blackface. Em 29<br />

clonagens realizadas, apenas <strong>um</strong>a – chamada Dolly – teve sucesso. Em que os procedimentos<br />

<strong>de</strong> Wilmut e sua equipe diferiam <strong>de</strong> outros que haviam sido tentados, sem sucesso?<br />

Os pesquisadores privaram <strong>de</strong> alimento as células doadoras, fazendo-as literalmente<br />

“passar fome”. Isso fez com que elas parassem <strong>de</strong> se dividir e entrassem em <strong>um</strong> estado <strong>de</strong><br />

repouso, o que tornou seus núcleos mais sensíveis aos sinais enviados pelo citoplasma do<br />

ovo para iniciar o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Os cientistas estão observando se Dolly ten<strong>de</strong> a envelhecer mais rapidamente do<br />

que <strong>um</strong>a outra ovelha normal. Afinal, ela foi produzida a partir <strong>de</strong> <strong>um</strong> núcleo 2n que já tinha 6<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Seria Dolly mais suscetível a doenças, o que po<strong>de</strong>ria encurtar sua vida?<br />

Se as dificulda<strong>de</strong>s forem superadas, haverá vantagens em clonar animais. Por<br />

exemplo, <strong>um</strong>a experiência em que usássemos animais clonados e, portanto, geneticamente<br />

muito semelhantes, permitiria eliminar a “variação genética”, que tanto prejudica os<br />

experimentos científicos. A clonagem, usada em conjunto com os métodos <strong>de</strong> Engenharia<br />

Genética, po<strong>de</strong>ria ajudar a criar organismos transgênicos. Po<strong>de</strong>ria, também, salvar espécies<br />

ameaçadas <strong>de</strong> extinção, e muito mais.<br />

O publico é fascinado pela idéia <strong>de</strong> ser possível clonar seres h<strong>um</strong>anos. Isso levou o<br />

presi<strong>de</strong>nte americano Bill Clinton a publicar <strong>um</strong> <strong>de</strong>creto que impe<strong>de</strong> a aplicação <strong>de</strong> fundos<br />

fe<strong>de</strong>rais para financiamento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> clonagem em seres h<strong>um</strong>anos. Os biólogos<br />

querem ter certeza <strong>de</strong> que o publico realmente compreen<strong>de</strong> que <strong>um</strong> clone não seria <strong>um</strong>a<br />

copia exata da pessoa que foi clonada. O clone começaria a vida como criança, viveria em<br />

outra família e em condições muito diferentes das que viveu o “original”. Seres h<strong>um</strong>anos,<br />

além <strong>de</strong> tudo, são não apenas o produto da expressão <strong>de</strong> seus genes, mas também do<br />

ambiente em que vivem.<br />

56<br />

(Traduzido <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>r Sylvia S., Biology 6th edition, Boston, WCB/McGraw-Hill, 1998, p. 897.)


Após a leitura do texto acima, analise atentamente o <strong>de</strong>senho esquemático para<br />

respon<strong>de</strong>r as questões. Com a fusão das células retiradas das ovelhas Finn Dorset e<br />

Blackface aconteceram alguns fenômenos embriológicos.<br />

a) Esquematize na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> acontecimento esses fenômenos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fusão das<br />

células até a formação do organismo adulto.<br />

b) Lembre-se dos conhecimentos construídos ao estudar a disciplina Genética para<br />

respon<strong>de</strong>r este item. O organismo resultante <strong>de</strong>sta fusão terá quais características genéticas:<br />

a ovelha Finn Dorset ou da Blackface? Justifique sua resposta.<br />

5. As figuras abaixo mostram as fases iniciais do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário do<br />

<strong>anfioxo</strong>:<br />

I<strong>de</strong>ntifique essas fases e, em seguida, <strong>de</strong>screva as diferenças <strong>de</strong> cada <strong>um</strong>a <strong>de</strong>las<br />

em relação à fase anterior.<br />

6.<br />

Apren<strong>de</strong>mos que os animais po<strong>de</strong>m ser classificados <strong>de</strong> acordo com a estrutura em<br />

que se transforma o blastóporo. Aplique este conhecimento realizando a classificação da<br />

espécie animal a qual pertence a questão 3.<br />

57


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

58<br />

6. Caracterize blástula, empregando os termos blasto<strong>de</strong>rma e blastocela.<br />

7. O que significa dizer que a segmentação é meroblástica?<br />

8.<br />

Responda, em <strong>um</strong>a só frase, a estas duas perguntas:<br />

O que é clivagem?<br />

O que são blastômeros?


FUNDAMENTOS DE HISTOLOGIA<br />

Este bloco temático dará inicio ao <strong>estudo</strong> dos tecidos animais, com suas<br />

particularida<strong>de</strong>s, como possuir células especiais para funções <strong>de</strong>terminadas. Será formado<br />

por dois temas: o surgimento da multicelularida<strong>de</strong> e os tecidos conjuntivos e o tema 4 que<br />

abordará os aspectos morfo-funcionais dos tecidos não conjuntivos. Mergulhe <strong>de</strong> cabeça<br />

na ciência dos tecidos!<br />

O SURGIMENTO DA MULTICELULARIDADE E<br />

OS TECIDOS CONJUNTIVOS<br />

HISTOLOGIA – a palavra tem origem do grego hydton, que significa tecido. Assim<br />

cost<strong>um</strong>a-se <strong>de</strong>finir Histologia, como a parte da biologia que estuda os tecidos biológicos.<br />

Mas, o que é Tecido?<br />

As <strong>de</strong>finições para tecidos são inúmeras, como você po<strong>de</strong> verificar:<br />

“Tecido é <strong>um</strong>a especialização morfológica, físico-químico e fisiológico <strong>de</strong> células”<br />

(GRASSE).<br />

“Tecido é <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> células da mesma natureza, diferenciadas em<br />

<strong>de</strong>terminado sentido para po<strong>de</strong>rem realizar a sua função própria”<br />

(SCHUMACHER).<br />

“Tecido é <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong> células que apresentam a mesma função própria”<br />

O que tem em com<strong>um</strong> esses três conceitos?<br />

(MENEGOTTO).<br />

Só para <strong>de</strong>ixá-los tranqüilos, todos os conceitos acima estão corretos. Os tecidos<br />

do corpo dos animais vertebrados <strong>de</strong>sempenham variadas funções que por sua vez são<br />

formados por células especializadas. No corpo dos animais pluricelulares, exceto<br />

espongiários, são constituídos por células agrupadas e organizadas, formando os tecidos.<br />

Precisa-se <strong>de</strong> requisito para termos <strong>um</strong> tecido que seja composto <strong>de</strong> <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong><br />

células, que <strong>de</strong>vera apresentar a mesma função.<br />

Vamos pensar...<br />

Agora, você já é capaz <strong>de</strong> construir <strong>um</strong> conceito para tecido?<br />

Então, mãos à obra!<br />

Processos <strong>de</strong> Formação e Estrutura dos Tecidos Animais<br />

Um indivíduo adulto possui trilhões <strong>de</strong> células oriundas da célula-ovo, por isso todas<br />

as células do organismo possuem o mesmo conjunto <strong>de</strong> genes (genoma). O que diferencia<br />

<strong>um</strong>a célula da outra é o fato <strong>de</strong> que alguns genes encontram-se ativos em <strong>um</strong>as células e<br />

inativos em outras, apesar <strong>de</strong> terem se formado <strong>de</strong> <strong>um</strong> mesmo zigoto e as células<br />

apresentarem a mesma informação genética. Essa ativida<strong>de</strong> diferencial explica a diversida<strong>de</strong><br />

59


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

60<br />

celular dos organismos. A medida que as células embrionárias se multiplicam,<br />

modificam-se por meio <strong>de</strong> diferenciação celular. As células apresentam formas<br />

e tamanhos variados, implicando na sua funcionabilida<strong>de</strong>.<br />

Vamos pensar...<br />

Como você enten<strong>de</strong>u esta última frase a respeito dos tecidos,<br />

no tocante a sua funcionabilida<strong>de</strong>?<br />

Um tecido animal, além das células, possui também o material fabricado por elas<br />

<strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> substância intercelular ou intersticial, que às vezes funciona somente como<br />

ligação entre as células e às vezes <strong>de</strong>sempenha <strong>um</strong> papel importante na função do tecido.<br />

Existe também <strong>um</strong> líquido que sai dos vasos sangüíneos, <strong>de</strong>nominado líquido intersticial ou<br />

intercelular cuja função é levar ao tecido: alimento, oxigênio e hormônios e remover <strong>de</strong>le o<br />

gás carbônico e os resíduos do metabolismo.<br />

Os seres mais complexos, como os vertebrados possuem <strong>um</strong>a organização do corpo<br />

inicialmente simples, partindo <strong>de</strong> <strong>um</strong>a célula especial, o zigoto, que a partir dos folhetos<br />

germinativos ou embrionários (ecto<strong>de</strong>rme, meso<strong>de</strong>rme e endo<strong>de</strong>rme) sofrem diferenciações<br />

originando os tecidos, órgãos, sistemas até formar o organismo ou indivíduo.<br />

A partir <strong>de</strong> cada folheto embrionário ocorrerá a formação <strong>de</strong> estruturas específicas,<br />

observe:<br />

ECTODERME: este folheto embrionário dará origem ao sistema nervoso, órgãos dos<br />

sentidos, epi<strong>de</strong>rme e estruturas correlatas como os pêlos, penas, unhas,<br />

cornos, escamas;<br />

MESODERME: este folheto dará origem aos ossos e cartilagens que formam nosso<br />

esqueleto, músculos, sistema circulatório, reprodutor, excretor e a <strong>de</strong>rme;<br />

ENDODERME: e por fim este folheto embrionário formará as seguintes glândulas anexas<br />

do sistema digestório: fígado e pâncreas, epitélios <strong>de</strong> revestimento dos<br />

sistemas excretor e repiratório, e o próprio sistema respiratório.<br />

Classificação dos Tecidos Animais<br />

Como pu<strong>de</strong>mos observar os tecidos diferenciam-se através da forma <strong>de</strong> suas células,<br />

dimensão e estrutura. Desta forma suas funções po<strong>de</strong>m ser as mais diversas como:<br />

• • • Revestir a superfície do próprio tecido, órgãos e organismos;<br />

• • Proteger o corpo;<br />

• • Absorver as substâncias do meio intracelular e extracelular, entre outras.<br />

As células que formam os tecidos biológicos possuem: <strong>um</strong>a vida média curta, estando<br />

o tecido em constante renovação; em alguns seres, são impermeabilizadas por queratina,<br />

evitando a <strong>de</strong>sidratação; apresentam microvilosida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>smossomos;<br />

hemi<strong>de</strong>smossomos e apresentam ainda as zonas <strong>de</strong> oclusão.<br />

As principais características que nos permite classificar os tecidos são a presença<br />

ou não <strong>de</strong>: células fortemente a<strong>de</strong>ridas <strong>um</strong>as as outras, havendo especializações para isso;<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substância intercelular representada pelas glicoproteínas; presença <strong>de</strong><br />

junções celulares; apoio sobre <strong>um</strong>a camada <strong>de</strong> tecido conjuntivo subjacente, a lâmina própria;<br />

entre a lâmina própria e o epitélio encontra-se <strong>um</strong>a camada acelular, constituída <strong>de</strong> proteínas<br />

e glicoproteínas, a membrana basal.<br />

Desta forma po<strong>de</strong>-se classificar os tecidos animais <strong>de</strong> <strong>um</strong>a forma geral em:


• • Conjuntivo: preenchimento, sustentação, transporte e <strong>de</strong>fesa;<br />

• • Epitelial: revestimento e secreção;<br />

• • • Muscular: movimentação;<br />

• • Nervoso: recepção e condução <strong>de</strong> estímulos.<br />

Verifique na ilustração ao<br />

lado, como estes tecidos po<strong>de</strong>m<br />

sofrer diferenciações e se especializarem<br />

em vários tipos diferentes<br />

para aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s dos<br />

vertebrados, subdividindo-se em.<br />

Nos invertebrados estes<br />

tipos <strong>de</strong> tecido são basicamente os<br />

mesmos, porém com organizações<br />

mais simples.<br />

Saiba mais!<br />

Para o <strong>estudo</strong> criterioso dos tecidos po<strong>de</strong>m ser utilizados os instr<strong>um</strong>entos<br />

clássicos como: o bloco <strong>de</strong> parafina (fixação), os corantes biológicos,<br />

o micrótomo e o microscópio óptico; mais recentemente temos os seguintes<br />

instr<strong>um</strong>entos: a microscopia electrônica, a imunofluorescência e o corte por<br />

congelação que permitiram, nas duas últimas décadas, <strong>um</strong> enorme avanço no<br />

ramo científico. Com estas novas técnicas, a aparência dos tecidos po<strong>de</strong> ser<br />

examinada, permitindo a comparação entre tecidos saudáveis e doentes, o que<br />

é bastante importante para a eficiência dos diagnósticos e prognósticos clínicos.<br />

Recapitulando...<br />

A maioria dos tecidos, além <strong>de</strong> serem compostos <strong>de</strong> células, apresenta<br />

entre elas substâncias intracelulares ou intersticiais.<br />

Para saber mais sobre Histologia e visualizar os vários tipos <strong>de</strong> tecidos,<br />

recomendamos o complemento <strong>de</strong> seu <strong>estudo</strong> através do material virtual <strong>de</strong> Histologia do<br />

curso <strong>de</strong> Biologia da FTC EaD, além dos sites:<br />

www.pucrs.br/igg/geronto/atlasvirtual/<br />

www.acd.ufrj.br/labhac/virtual.htm<br />

61


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

62<br />

Tecidos Conjuntivos<br />

Esse tecido forma o arcabouço que sustenta as partes moles do corpo,<br />

apoiando e ligando os outros tipos <strong>de</strong> tecido. Caracterizam-se pela gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material intracelular e pelo distanciamento das suas células e<br />

fibras. Por fim, os tecidos <strong>de</strong> sustentação participam ativamente nas funções<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do organismo.<br />

Todos esses tecidos <strong>de</strong> sustentação têm a mesma origem embrionária: origem<br />

mesodérmica.<br />

Os tecidos <strong>de</strong> sustentação divi<strong>de</strong>m-se em vários grupos <strong>de</strong>ntre eles os principais<br />

são: Tecidos conjuntivos, adiposos, cartilaginosos e ósseos.<br />

Têm como principal função o preenchimento <strong>de</strong> espaços e ligação <strong>de</strong> outros tecidos<br />

e órgãos. Material intracelular é abundante e as células se mantêm bem afastadas <strong>um</strong>as da<br />

outras.Material intracelular compreen<strong>de</strong> <strong>um</strong>a matriz on<strong>de</strong> se encontram fibras colágenas,<br />

reticulares e elásticas.<br />

A matriz é <strong>um</strong>a massa amorfa, <strong>de</strong> aspecto gelatinoso e transparente. É constituída<br />

principalmente por água e glicoproteínas. São encontradas abaixo do epitélio e tem a função<br />

<strong>de</strong> sustentar e nutrir tecidos não vascularizados. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>nso ou frouxo.<br />

As fibras colágenas são grossas, flexíveis e resistentes; são formados por <strong>um</strong>a<br />

proteína <strong>de</strong>nominada colágenos.<br />

As fibras elásticas são mais finas que as colágenas, têm gran<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e são<br />

formadas por <strong>um</strong>a proteína <strong>de</strong>nominada elastina.<br />

O tecido conjuntivo apresenta <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> células, que <strong>de</strong>sempenham<br />

funções importantes:<br />

• • Fibroblastos – possuem forma fusiforme e são responsáveis pela produção <strong>de</strong><br />

fibras colagenas, elásticas e reticulares. Estas fibras estão envolvidas no processo <strong>de</strong><br />

envelhecimento da pele. São os fibroblastos responsáveis pela perda da elasticida<strong>de</strong> da<br />

pele, durante o processo <strong>de</strong> envelhecimento, pois nesta fase irá ocorrer <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento na<br />

produção <strong>de</strong> fibras do tipo colágenas, em <strong>de</strong>trimento das elásticas. Outra função <strong>de</strong>sta<br />

célula é a <strong>de</strong> produzir material intracelular;<br />

• • Macrófagos – são células <strong>de</strong>rivadas do tecido sanguíneo que migram para o tecido<br />

conjuntivo e atuam na <strong>de</strong>fesa do corpo, pois são fagocitárias.<br />

• • Plasmocitos – são também células <strong>de</strong>rivadas do tecido sanguineo, mais<br />

especificamente dos linfócitos B, atuando na <strong>de</strong>fesa do corpo, <strong>de</strong>sta forma estão ligados a<br />

fabricação <strong>de</strong> anticorpos.<br />

• • Mastócitos – são células que liberam <strong>um</strong>a substância <strong>de</strong>nominada histamina<br />

durante <strong>um</strong>a resposta alérgica e inflamatória, além <strong>de</strong> produzir <strong>um</strong>a substância<br />

anticoagulante – a histamina.<br />

• • Mesenquimatosas – são consi<strong>de</strong>radas células totipotentes, pois são<br />

indiferenciadas, po<strong>de</strong>ndo gerar qualquer <strong>um</strong> dos tipos <strong>de</strong> células conjuntivas, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />

da necessida<strong>de</strong> do organismo.<br />

A matriz do tecido conjuntivo po<strong>de</strong> apresentar gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fibras colágenas<br />

e elásticas, em diferentes proporções e <strong>um</strong>a substância gelatinosa constituída por água,<br />

proteínas (colágeno e elastina) e polissacarí<strong>de</strong>o – o ácido hialurônico.<br />

As fibras <strong>de</strong>ste tecido po<strong>de</strong>m ser do tipo colágenas, elásticas ou reticulares. As fibras<br />

colágenas são encontradas nos tendões, ligamentos e outras estruturas e se caracterizam<br />

por serem resistentes, formadas por colágeno do tipo I. As fibras elásticas são encontradas<br />

na <strong>de</strong>rme, além <strong>de</strong> revestir os tendões, se caracterizam por serem longas e elásticas,


formadas pela proteína elastina. Já as fibras reticulares se localizam formando o arcabouço<br />

<strong>de</strong> órgãos, como o baço e tem como característica estarem arr<strong>um</strong>adas em semelhança a<br />

<strong>um</strong>a re<strong>de</strong> e são formadas por colágeno do tipo III.<br />

Vamos pensar...<br />

As informações acima <strong>de</strong>terminam as funções das células conjuntivas.<br />

Desenvolva sua criativida<strong>de</strong> construindo <strong>um</strong>a “história” ilustrativa em que<br />

mostre alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong>ssas células <strong>de</strong>monstrando suas funções.<br />

Tecido conjuntivo frouxo<br />

Há varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tecidos conjuntivos, assim como<br />

o tecido frouxo que tem seus componentes igualmente<br />

distribuídos: células, fibras e material intracelular. Ele<br />

preenche os espaços entre feixes musculares e serve <strong>de</strong><br />

apoio aos tecidos epiteliais, encontrando-se na pele, nas<br />

mucosas e nas glândulas. É encontrado, praticamente,<br />

em todos os órgãos do corpo, ele, por exemplo, forma a<br />

<strong>de</strong>rme, a camada mais interna da pele, e o tecido<br />

subcutâneo, ainda mais interno que a <strong>de</strong>rme.<br />

Tecido conjuntivo <strong>de</strong>nso<br />

É rico em fibras colagens que orientadas na mesma direção fazem com que esse<br />

tecido seja pouco flexível, muito resistente ao estiramento, formam tendões e aponeuroses<br />

que unem os músculos aos ossos.<br />

Tecido conjuntivo adiposo<br />

É constituído principalmente por células adiposas ou adipócitos e pouca fibra<br />

colágena. A célula adiposa caracteriza-se por possuir <strong>um</strong> vacúolo, que ocupa quase todo o<br />

citoplasma celular, <strong>de</strong>ntro do qual ac<strong>um</strong>ula-se gotículas <strong>de</strong> lipídios ou gordura. São acúmulos<br />

<strong>de</strong> tecido adiposo localizado sob a pele ou nas membranas que revestem os órgãos internos,<br />

por exemplo, no tecido subcutâneo do abdome e das ná<strong>de</strong>gas, ele funciona como reservatório<br />

<strong>de</strong> gordura, amortecedor <strong>de</strong> choques e contribuiu para o equilíbrio térmico dos organismos.<br />

As células adiposas são, também, encontradas no tecido conjuntivo frouxo e ao longo dos<br />

vasos. Este tecido apresenta distribuição diferenciada no corpo do homem e no corpo da<br />

mulher, e isto está ligado as características sexuais secundárias. Observe <strong>um</strong> corte<br />

histológico, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos observar as células do tecido adiposo intercalado com fibras<br />

musculares estriadas.<br />

Existem 2 varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tecidos adiposos:<br />

• • Tecido adiposo unilocular – também conhecido<br />

como tecido adiposo amarelo, nele os adipócitos armazenam<br />

o lipídio em <strong>um</strong>a gotícula única, que ocupa quase todo o espaço<br />

celular, são sustentados por <strong>um</strong>a trama <strong>de</strong> fibras reticulares e<br />

envolvidos por <strong>um</strong>a re<strong>de</strong> vascular <strong>de</strong>senvolvida. Os adipócitos<br />

não se divi<strong>de</strong>m n<strong>um</strong> indivíduo adulto, o crescimento do tecido<br />

63


Embriologia • • Tecido adiposo multilocular – também conhecido como tecido<br />

e Histologia adiposo pardo. Este tipo <strong>de</strong> tecido adiposo, ao contrário da gordura amarela<br />

Comparada que po<strong>de</strong> ser encontrada espalhada no organismo, só é observado em fetos<br />

h<strong>um</strong>anos recém-nascidos ou com certa abundância em animais hibernantes.<br />

As células adiposas da gordura parda ac<strong>um</strong>ulam lipídios na forma <strong>de</strong> várias gotículas<br />

espalhadas pelo citoplasma, e cercada por <strong>um</strong>a quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> citoplasma, quando<br />

<strong>comparada</strong> ao adipócito unilocular. Uma outra característica importante é a abundância em<br />

mitocôndrias, que são as responsáveis pela coloração parda <strong>de</strong>ste tecido.<br />

A principal função <strong>de</strong>ste tecido é gerar calor, pois possui <strong>um</strong>a proteína específica<br />

nas mitocôndrias <strong>de</strong>stes adipócitos, on<strong>de</strong> a energia gerada pela ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> elétrons e que<br />

produz ATP (trifosfato <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nosina) em outras situações, aqui é convertida em calor, que<br />

servirá para aquecer os recém nascidos ou acordar os animais hibernantes.<br />

64<br />

se dá principalmente pelo acúmulo <strong>de</strong> lipídio nas células adiposas já existentes<br />

e formadas durante a vida embrionária e n<strong>um</strong> período curto após o nascimento.<br />

Saiba mais!<br />

Você sabia que pesquisas recentes apontam o tecido adiposo como <strong>um</strong>a<br />

glândula endócrina? Então, leia o res<strong>um</strong>o abaixo <strong>de</strong> <strong>um</strong> artigo científico que tenta<br />

explicar esta nova <strong>de</strong>scoberta.<br />

Artigo: Tecido Adiposo como Glândula Endócrina<br />

O CONCEITO DE QUE OS ADIPÓCITOS SÃO CÉLULAS secretoras surgiu nos<br />

últimos anos. Os adipócitos sintetizam e liberam <strong>um</strong>a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os e nãopeptí<strong>de</strong>os,<br />

bem como expressam outros fatores além <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>positar<br />

e mobilizar triglicerí<strong>de</strong>os, retinói<strong>de</strong>s e colesterol. Estas proprieda<strong>de</strong>s permitem <strong>um</strong>a<br />

interação do tecido adiposo com outros órgãos, bem como com outras células<br />

adiposas. A observação importante <strong>de</strong> que os adipócitos secretam leptina como o<br />

produto do gene ob estabeleceu o tecido adiposo como <strong>um</strong> órgão endócrino que se<br />

comunica com o sistema nervoso central.<br />

Tecido hematopoiético ou sangüíneo<br />

Tem este nome hemapoiético (hematos,<br />

sangue; poiese, formação), sua função é produção<br />

<strong>de</strong> células do sangue. Localizado principalmente na<br />

medula dos ossos, recebendo nome <strong>de</strong> tecido<br />

mielói<strong>de</strong> (mielos = medula). Nesse tecido<br />

encontram-se células sangüíneas sendo produzidas,<br />

em diversos estágios <strong>de</strong> maturação. Veja a figura<br />

abaixo:<br />

Há duas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse tecido: o linfói<strong>de</strong>,<br />

encontrado no baço, timo e gânglios linfáticos, e o<br />

mielói<strong>de</strong>, que forma a medula óssea.<br />

O tecido linfói<strong>de</strong> produz alguns tipos <strong>de</strong><br />

leucócitos e o tecido mielói<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> vários tipos<br />

<strong>de</strong> leucócitos, produz hemácias (ou glóbulos vermelhos)<br />

e plaquetas.<br />

(WAJCHENBERG, bernardo Léo. Arq Bras Endocrinol Metab 2000.)


Sangue é <strong>um</strong> tipo especial <strong>de</strong> tecido que se movimenta por todo o corpo, servindo<br />

como meio <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> materiais entre as células. É formado por <strong>um</strong>a parte líquida, o<br />

plasma, e por diversos tipos <strong>de</strong> célula. O plasma contém inúmeras substâncias dissolvidas:<br />

aproximadamente 90% <strong>de</strong> água e 10% sais (Na, Cl, Ca, etc.), glicose, aminoácidos,<br />

colesterol, uréia, hormônios, anticorpos etc.<br />

As hemácias apresentam, dissolvido no seu citoplasma, importante para o transporte<br />

do oxigênio. As hemácias dos mamíferos têm a forma disco bicôncavo e não apresentam<br />

núcleo nem organelas, e os <strong>de</strong>mais vertebrados têm hemácias esféricas ou elipsói<strong>de</strong>s,<br />

nucl<strong>ead</strong>as e com organelas, e sua forma facilita a penetração e saída <strong>de</strong> oxigênio, o que é<br />

importante para a função <strong>de</strong>ssas células, que é transportar oxigênio.<br />

Os leucócitos são células incolores nucl<strong>ead</strong>as e com os <strong>de</strong>mais organói<strong>de</strong>s celulares,<br />

tendo quase o dobro do tamanho das hemácias. Encarregados da <strong>de</strong>spesa do organismo,<br />

eles produzem anticorpos e fagocitam microorganismos invasores e partículas estranhas.<br />

Apresentam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passar pelas pare<strong>de</strong>s dos vasos sangüíneos para o<br />

tecido conjuntivo, sem rompê-los, fenômeno este <strong>de</strong>nominado diape<strong>de</strong>se. Distribuem-se<br />

em dois grupos: granulócitos e agranulócitos, conforme tenham ou não, granulações<br />

específicas no citoplasma.<br />

Os leucócitos granulócitos são:<br />

• • Neutrófilos: o núcleo é polimórfico e apresentam-se dividido em segmentos unidos<br />

entre si por <strong>de</strong>licados filamentos. São os leucócitos mais abundantes do sangue circulante<br />

(65%); realizam diape<strong>de</strong>se, indo fazer a <strong>de</strong>fesa através da fagocitose.<br />

• • • Eosinófilos: apresentam geralmente dois segmentos ligados ou não por <strong>um</strong> filamento<br />

<strong>de</strong>licado e material nuclear. Também realizam diape<strong>de</strong>se e fagocitose.<br />

• • • Basófilos: apresentam núcleo parcialmente dividido em dois segmentos, encerram<br />

meta<strong>de</strong> da histamia existe no sangue circulante e possuem também heparina. Estão<br />

relacionados com reações alérgicas.<br />

Os leucócitos agranulados são:<br />

• • Linfócitos: apresentam núcleo arredondado e citoplasma escasso. Os linfócitos B passam<br />

para o Tecido conjuntivo e se transformam em plasmócitos que produzem anticorpos. Os<br />

linfócitos T produzidos no timo, também estão relacionados com a <strong>de</strong>fesa imunitária;<br />

• • Monócitos: são as maiores células do sangue circulante normal; o citoplasma é abundante,<br />

o núcleo é arredondado, oval ou uniforme. Em células mais velhas o núcleo po<strong>de</strong> apresentar<br />

a forma <strong>de</strong> ferradura. Os monócitos têm capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emitir e retrair pseudópodos;<br />

são, portanto, móveis e ten<strong>de</strong>m a abandonar a corrente sangüínea e ingressar nos tecidos<br />

on<strong>de</strong> fagocitam e são <strong>de</strong>nominados macrófagos. Representam 6% dos leucócitos.<br />

• • As plaquetas (ou trombócitos): são pequenos corpúsculos que resultam da fragmentação<br />

<strong>de</strong> células especiais produzidas pela medula óssea. Elas <strong>de</strong>têm as hemorragias, pois<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia o processo <strong>de</strong> coagulação do sangue que é o fenômeno da maior<br />

importância para os animais vertebrados: quando há <strong>um</strong> ferimento, externo ou interno,<br />

forma-se <strong>um</strong> coágulo, que age como <strong>um</strong> tampão para <strong>de</strong>ter a hemorragia. Apesar <strong>de</strong><br />

aparentemente simples, sabe-se atualmente que a coagulação é controlada por inúmeros<br />

fatores, incluindo-se aí fatores genéticos.<br />

Vamos pensar...<br />

Agora é com você!<br />

Consulte <strong>um</strong> site <strong>de</strong> pesquisa e busque informações sobre os fatores<br />

genéticos que atuam controlando a coagulação sanguínea.<br />

65


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

66<br />

Tecido cartilaginoso<br />

O tecido cartilaginoso tem consistência menos rígida que os tecidos<br />

ósseos, sendo flexível. Ele forma as cartilagens dos esqueletos dos<br />

vertebrados, como, por exemplo, as orelhas, a extremida<strong>de</strong> do nariz, a laringe,<br />

a traquéia, os brônquios e as extremida<strong>de</strong>s ósseas. Conforme <strong>estudo</strong> no bloco<br />

temático 1 <strong>de</strong>ste material, verificamos que os seres h<strong>um</strong>anos, durante o estágio<br />

embrionário, tem seu esqueleto formado por cartilagens que <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

passa a ser substituído por ossos.<br />

As células <strong>de</strong>ste tecido, os condrócitos ficam mergulhadas n<strong>um</strong>a<br />

matriz <strong>de</strong>nsa e não se comunicam, ficando em espaços <strong>de</strong>nominados<br />

lacunas ou condroplastos. A matriz po<strong>de</strong> apresentar gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fibras colágenas e elásticas, em diferentes proporções, que lhe<br />

conferem maior rigi<strong>de</strong>z ou maior elasticida<strong>de</strong> e <strong>um</strong>a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

substância amorfa contendo colágeno e mucopo-lissacarí<strong>de</strong>o. Esta<br />

substância é produzida pelos condroblastos, que são células jovens que<br />

ao amadurecerem transformam-se em condrócitos.<br />

Saiba mais!<br />

O tecido cartilaginoso não possui<br />

vasos sanguíneos ou nervos, assim seu<br />

processo <strong>de</strong> nutrição ocorre por difusão a<br />

partir do pericôndrio, assim como o oxigênio<br />

como a oxigenação é muito <strong>de</strong>ficiente, os<br />

condrócitos necessitam realizar a fermentação<br />

lática, processo estudado na disciplina<br />

Biologia Geral, para suprir as suas necessida<strong>de</strong>s<br />

energéticas. A figura ao lado mostra<br />

o tecido cartilaginoso, com <strong>de</strong>staque para o<br />

pericôndrio.<br />

Como <strong>um</strong>a das funções do tecido cartilaginoso é formar as cartilagens, que<br />

acompanham os seres h<strong>um</strong>anos durante toda a vida adulta, vamos verificar os tipos <strong>de</strong><br />

cartilagens existentes:<br />

• Cartilagem hialina – possuem poucas fibras colágenas, sendo o tipo <strong>de</strong> cartilagem<br />

mais com<strong>um</strong>, pois reveste a extremida<strong>de</strong> dos ossos longos, com atuação importante na<br />

articulação dos ossos;<br />

• Cartilagem elástica – possui fibras colágenas, como também fibras elásticas em maior<br />

quantida<strong>de</strong>, dando maior elasticida<strong>de</strong>. São encontradas no pavilhão auricular ou orelha;<br />

• Cartilagem fibrosa - tem ambos os tipos <strong>de</strong> fibra, com predomínio das colágenas, por<br />

isto é mais rígida, resistente, suportando mais tensões. São encontradas nos discos<br />

intervertebrais, tendões e ligamentos.<br />

Vamos pensar...<br />

DESAFIO: FIQUE DE OLHO NA SUA ORELHA...<br />

Pesquise sobre o uso do piercing no pavilhão auditivo e se este uso<br />

po<strong>de</strong> afetar <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a forma a estrutura e função <strong>de</strong>sse tecido ou <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a<br />

parte do corpo.


Tecido ósseo<br />

É o tecido <strong>de</strong> sustentação que apresenta maior rigi<strong>de</strong>z, forma os ossos dos esqueletos<br />

dos vertebrados. É constituído pelas células ósseas e por <strong>um</strong>a matriz compacta e resistente,<br />

formada por sais <strong>de</strong> cálcio, colágeno, glicoproteínas e proteoglicanas, esta composição é<br />

o que <strong>de</strong>termina a rigi<strong>de</strong>z óssea.<br />

Existem três tipos <strong>de</strong> célula óssea:<br />

• Osteoblastos: que são células jovens que dão origem aos osteócitos. Estas células<br />

possuem prolongamentos citoplasmáticos que sintetizam material intercelular ao seu<br />

redor.<br />

• Osteócitos: po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que são os osteoblastos maduros, sendo responsáveis<br />

pelo metabolismo ósseo.<br />

• Osteoclastos: são células que <strong>de</strong>stroem as áreas envelhecidas do osso, sendo assim<br />

são as responsáveis pela renovação do osso e papel fundamental na reconstrução do<br />

osso quando lesado, ou seja, em caso <strong>de</strong> fraturas e <strong>de</strong>sgastes.<br />

Os osteócitos são dispostos ao redor <strong>de</strong> canais formando os sistemas <strong>de</strong> Havers<br />

ou canais centrais, por on<strong>de</strong> passam vasos sangüíneos e nervos. As células se acham<br />

alojadas em cavida<strong>de</strong>s na matriz e se comunicam <strong>um</strong>as com as outras por meio <strong>de</strong><br />

prolongamentos finos. Os sistemas ou canais <strong>de</strong> Havers comunicam-se entre si e com o<br />

meio exterior através <strong>de</strong> canais perpendiculares, <strong>de</strong>nominados canais <strong>de</strong> Volkmann ou canais<br />

perfurantes.<br />

Externamente, os ossos são revestidos pelo periósteo, como mostra a figura abaixo.<br />

A matriz é constituída por gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fibras colágenas, dispostas em feixes, entre os<br />

quais se <strong>de</strong>positam cristais, principalmente <strong>de</strong> fosfato<br />

<strong>de</strong> cálcio. A gran<strong>de</strong> resistência do tecido ósseo<br />

resulta <strong>de</strong>ssa associação <strong>de</strong> fibras colágenas com o<br />

fosfato <strong>de</strong> cálcio. A figura abaixo mostra em <strong>de</strong>staque<br />

as células ósseas, os osteocitos.<br />

Os ossos possuem na sua parte central, a medula óssea,<br />

que po<strong>de</strong> ser vermelha ou amarela. A medula óssea vermelha é<br />

formada por tecido hematopoético e tem função <strong>de</strong> originar as<br />

células sanguíneas. Já a medula óssea amarela é formada por<br />

tecido adiposo, conhecido popularmente <strong>de</strong> tutano.<br />

Para o processo <strong>de</strong> formação dos ossos existem duas<br />

formas <strong>de</strong> ocorrência: a ossificação intramembranosa e a endocondral. Na ossificação<br />

intramembranosa, o osso se forma <strong>de</strong> <strong>um</strong>a membrana conjuntiva, é o que ocorre com a<br />

formação do osso do crânio, a fontanela ou a conhecida “moleira” dos recém-nascidos.<br />

Neste processo as células mesenquimatosas diferenciam-se em osteoblastos, que por sua<br />

vez passam pelo processo <strong>de</strong> amadurecimento transformando-se em células maduras, os<br />

osteócitos. Na formação do osso pelo processo endocondral ocorrerá substituição da<br />

cartilagem pelo osso, é o que ocorre no período da adolescência, on<strong>de</strong> há o crescimento<br />

dos ossos, <strong>de</strong>saparecendo a cartilagem <strong>de</strong> conjugação, permitindo que os ossos cresçam<br />

67


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

68<br />

em extensão. Neste processo os condrócitos ( células do tecido cartilaginoso)<br />

fabricam a enzima fosfatase alcalina que <strong>de</strong>posita sais <strong>de</strong> cálcio na matriz<br />

óssea, acabando por matar os próprios condrócitos <strong>de</strong>vido a mineralização<br />

da matriz. As lacunas <strong>de</strong>ixadas pelos condrócitos serão ocupadas pelos<br />

osteoblastos e em seguida pelos osteócitos, que acabam por completar a<br />

mineralização <strong>de</strong>sta matriz.<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Complementares<br />

Complementares<br />

1.Por que <strong>um</strong> indivíduo gordo sente menos frio que <strong>um</strong> indivíduo magro? Apresente<br />

<strong>um</strong>a justificativa com base nas informações a respeito do tecido adiposo.<br />

Leia o artigo científico abaixo e responda as questões 2 a 5.<br />

Leptina: o Diálogo entre Adipócitos e Neurônios<br />

O termo LEPTINA apareceu em 3.500 artigos <strong>de</strong> revistas in<strong>de</strong>xadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua<br />

<strong>de</strong>scoberta até a presente revisão. Um artigo isolado, no qual é <strong>de</strong>scrita a i<strong>de</strong>ntificação do<br />

gene da leptina, já foi citado mais <strong>de</strong> 2.070 vezes. Esses números atestam o quanto<br />

avançaram as áreas <strong>de</strong> investigação ao redor <strong>de</strong>ste novo hormônio. Os trabalhos iniciais<br />

sobre leptina versavam sobre seus efeitos biológicos mais evi<strong>de</strong>ntes: diminuição do peso<br />

e da ingestão alimentar. Posteriormente, <strong>de</strong>scobriu-se que a leptina atuava em sistemas<br />

fisiológicos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do controle <strong>de</strong> energia. Recentemente, ensaios clínicos com<br />

leptina recombinante fecharam <strong>um</strong> ciclo <strong>de</strong> investigações que começaram com <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s<br />

animais <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong> e chega-ram até o tratamento da obesida<strong>de</strong> em h<strong>um</strong>anos. Nesta<br />

revisão daremos ênfase a dois<br />

papéis fundamentais que esta<br />

fascinante molécula <strong>de</strong>sempenha<br />

no organismo.<br />

N<strong>um</strong> primeiro plano, a<br />

leptina é <strong>um</strong> componente integral<br />

do complexo sistema fisiológico<br />

que regula o armazenamento, o<br />

equilíbrio e o uso <strong>de</strong> energia pelo<br />

organismo. Além <strong>de</strong>ste papel, a<br />

leptina sinaliza e modula o estado<br />

nutricional do organismo para<br />

outros sistemas fisiológicos. Este<br />

segundo aspecto é evi<strong>de</strong>nte<br />

diante dos seus efeitos inibitórios


sobre o conjunto <strong>de</strong> alterações neuroendócrinas secundárias à privação alimentar. Outro<br />

papel da leptina que vai além da sua ativida<strong>de</strong> na regulação do peso corporal é a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la ser o sinal bioquímico que informa o cérebro que as reservas energéticas<br />

são suficientes para sustentar o início da puberda<strong>de</strong> e a reprodução. (...)<br />

Pacientes com anorexia nervosa são extremamente magras, recusam-se<br />

obstinadamente a comer e são amenorréicas. Diante <strong>de</strong>ste quadro, vários pesquisadores<br />

investigaram a ativida<strong>de</strong> da leptina neste transtorno. Pacientes com anorexia nervosa<br />

acompanhadas durante recuperação <strong>de</strong> peso tiveram a leptina medida no plasma e no<br />

liquor. As concentrações <strong>de</strong> leptina nos dois compartimentos foram diretamente<br />

relacionados com índice <strong>de</strong> massa corpórea (IMC). Observou-se nesse <strong>estudo</strong> que a<br />

relação da leptina no liquor e no plasma foi alta nos estágios <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> peso, e<br />

mais, pacientes com anorexia nervosa tiveram seus níveis <strong>de</strong> leptina normalizados antes<br />

que seu IMC voltasse ao normal. Os autores postulam que a recuperação precipitada da<br />

leptina plasmática po<strong>de</strong> explicar a resistência a ganho <strong>de</strong> peso observada em pacientes<br />

em tratamento, em particular, nas fases em que os pacientes estão próximos ao peso<br />

alvo. (...)<br />

NEGRÃO, André B. LICINIO, Julio. Artigo publicado no Arq Bras Endocrinol Metab vol.44 no. 3 São Paulo<br />

Junho 2000. (Artigo adaptado por Profª Letícia Machado dos Santos).<br />

2.Após ler o texto sobre alg<strong>um</strong>as ações da leptina, estabeleça a relação existente<br />

entre o <strong>de</strong>senvolvimento do tecido adiposo e a atuação da leptina.<br />

3. Qual a importância da <strong>de</strong>scoberta do hormônio leptina para o mundo contemporâneo?<br />

4.<br />

Utilize o <strong>de</strong>senho esquemático que aparece no artigo “Leptina: o Diálogo entre<br />

Adipócitos e Neurônios” e faça <strong>um</strong> res<strong>um</strong>o sobre as relações entre o sistema nervoso, o<br />

sistema hormonal e o tecido adiposo.<br />

69


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

70<br />

5. I<strong>de</strong>ntifique todas as células que aparecem no texto e seu respectivo<br />

tecido.<br />

6. Consi<strong>de</strong>re a classificação do tecido conjuntivo para preencher o esquema a seguir:<br />

7. Leia o seguinte trecho da música “Partido Alto”, <strong>de</strong> Chico Buarque:<br />

“...Deus me <strong>de</strong>u mãos <strong>de</strong> veludo pra fazer carícia<br />

Deus me <strong>de</strong>u muitas sauda<strong>de</strong>s e muita preguiça<br />

Deus me <strong>de</strong>u pernas compridas e muita malícia<br />

Pra correr atrás <strong>de</strong> bola e fugir da polícia<br />

Um dia ainda sou notícia (...)<br />

Deus me fez <strong>um</strong> cara fraco, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntado e feio<br />

Pele e osso simplesmente quase sem recheio (...)”<br />

(Trecho da música “Partido Alto”, <strong>de</strong> Chico Buarque).<br />

Analisando alguns trechos da canção sob o ponto <strong>de</strong> vista da histologia:<br />

a) Que tipo <strong>de</strong> dieta <strong>de</strong>ve ser realizada pelo “eu lírico” da canção para que o mesmo<br />

não se tornasse “<strong>um</strong> cara fraco, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntado” ?<br />

b) Que tipo <strong>de</strong> tecido está faltando e o autor faz <strong>um</strong>a referência implicita na frase:<br />

“Pele e osso simplesmente quase sem recheio”?


8. Leia e analise histologicamente o seguinte trecho da música “Flores”, da banda Titãs:<br />

“...os punhos e os pulsos cortados e o resto do meu corpo inteiro<br />

há flores cobrindo o telhado e embaixo do meu travesseiro<br />

há flores por todos os lados<br />

há flores em tudo que vejo<br />

a dor vai curar estas lástimas o soro tem gosto <strong>de</strong> lágrimas<br />

as flores têm cheiro <strong>de</strong> morte<br />

a dor vai fechar esses cortes<br />

flores, flores, as flores <strong>de</strong> plástico não morrem...”<br />

(“Flores”, do grupo “Titãs” Charles Gavin, Tony Bellotto, Paulo Miklos e Sérgio Britto).<br />

O trecho da música “Flores” refere-se a: “os punhos e os pulsos cortados”. Nesta<br />

situação que (ais) tecidos foram atingidos? Como este(s) tecido(s) po<strong>de</strong>(m) ser recuperados<br />

pelo organismo?<br />

9. Para <strong>de</strong>tectar alg<strong>um</strong>a anormalida<strong>de</strong> no sangue cost<strong>um</strong>a-s solicitar do paciente <strong>um</strong><br />

exame <strong>de</strong>nominado hemograma completo, on<strong>de</strong> faz-se <strong>um</strong>a análise da quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong><br />

eritrócitos e leucócitos no organismo. Entretanto, alguns médicos ao <strong>de</strong>sconfiar <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a<br />

anormalida<strong>de</strong> relacionada aos glóbulos brancos, solicitam apenas o leucograma que<br />

correspon<strong>de</strong> a contagem do número <strong>de</strong> leucócitos por milímetro cúbico <strong>de</strong> sangue. Calculase<br />

o número relativo <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> leucócito, e a porcentagem obtida dos diferentes tipos<br />

é chamada “contagem diferencial”. No adulto normal, o número total <strong>de</strong> leucócitos é <strong>de</strong><br />

7.500 por milímetro cúbico e a contagem diferencial <strong>de</strong> <strong>um</strong> adulto normal é:<br />

neutrófilos ————— 62%<br />

linfócitos —————— 30%<br />

monócitos ————— 5%<br />

eosinófilos ————— 2%<br />

basófilos —————— 1%<br />

Por que e como a contagem <strong>de</strong> leucócitos ajuda na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> doenças?<br />

10.<br />

Em relação ao tecido conjuntivo cartilaginoso, como po<strong>de</strong>mos diferenciar a<br />

cartilagem hialina da cartilagem elástica? On<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser encontrados estes tipos <strong>de</strong><br />

cartilagem?<br />

71


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

72<br />

ASPECTOS MORFO-FUNCIONAIS DOS TECIDOS<br />

NÃO CONJUNTIVOS<br />

Vamos finalizar nosso <strong>estudo</strong> sobre os tecidos com três conteúdos<br />

referentes aos tecidos não conjuntivos: tecidos epiteliais, tecidos musculares<br />

e o tecido nervoso. Não pense que este <strong>estudo</strong> <strong>de</strong>ve ser encerrado aqui ou<br />

quando a disciplina for concluída, agora é que você <strong>de</strong>ve fazer as suas<br />

<strong>de</strong>scobertas acerca <strong>de</strong> tudo que foi abordado neste módulo disciplinar. Vamos<br />

em frente!<br />

Tecidos Epiteliais<br />

Tecido que se compõe quase exclusivamente <strong>de</strong><br />

células, apresenta pouca substancia intersticial a cimentar<br />

as células (do grego, epithelein = construir sobre <strong>um</strong><br />

suporte).<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista fisiológico, o tecido epitelial tem<br />

por função atapetar superfícies. Na função especifica,<br />

existem três tipos <strong>de</strong> tecidos, mas para nós só interessa<br />

dois:<br />

• Tecido epitelial <strong>de</strong> revestimento;<br />

• Tecido epitelial glandular.<br />

Tecido epitelial <strong>de</strong> revestimento ou epitélio <strong>de</strong> revestimento<br />

A superfície externa do corpo e as cavida<strong>de</strong>s corporais internas dos animais são<br />

revestidas por este tecido sendo constituídas as glândulas. Sua principal característica é<br />

ser formada por células justapostas, isto é, bem encaixado entre si <strong>de</strong> modo a não <strong>de</strong>ixar<br />

espaços entre elas, a fim <strong>de</strong> evitar penetração <strong>de</strong> microrganismos, e expresso (com muitas<br />

camadas <strong>de</strong> células, e, a fim <strong>de</strong> evitar a perda excessiva <strong>de</strong> água, e impermeabilizado por<br />

queratina. Nos epitélios nunca se encontram vasos sangüíneos).<br />

Quanto ao n<strong>um</strong>ero <strong>de</strong> camadas celulares os tecido epitelial <strong>de</strong> revestimento são<br />

classificados em:<br />

1. Simples ou uniestratificados - formados por <strong>um</strong>a única camada <strong>de</strong> células. Po<strong>de</strong>m ser<br />

encontrados on<strong>de</strong> a proteção mecânica é pouco necessária como nos alvéolos<br />

pulmonares, revestindo os vasos sanguíneos e linfáticos;<br />

2. Estratificado, composto ou multiestratificada - formado por várias camadas <strong>de</strong> células.<br />

A função <strong>de</strong>sse epitélio é basicamente proteção mecânica e proteção contra a perda <strong>de</strong><br />

água. Po<strong>de</strong> ser encontrada na pele, nas mucosas bucal e vaginal;<br />

3. Pseudo-estratificado - <strong>um</strong>a só camada <strong>de</strong> células com alturas diferentes, dando falso<br />

aspecto <strong>de</strong> estratificado. Po<strong>de</strong> ser encontrados nas fossas nasais, traquéia e brônquios.<br />

Os epitélios <strong>de</strong> revestimento po<strong>de</strong>m ter diversas origens embrionárias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

<strong>de</strong> sua localização, e o epitélio que reveste internamente o intestino tem origem endodérmica,<br />

e o que reveste o coração tem origem mesodérmica.O tecido epitelial <strong>de</strong> revestimento<br />

forma em primeiro lugar a pele, também forma as mucosas (membranas que formam as<br />

órgãos ocos) e sua superfície é muito úmida <strong>de</strong>vida a secreção <strong>de</strong> mucinógenos, que, ao<br />

hidratar-se transforma-se em muco que produz e forma <strong>um</strong>a camada protetora, é encontrada<br />

no tubo digestivo, urinário genital, fossas nasais, boca, etc.


Os epitélios ainda po<strong>de</strong>m ser classificados quanto<br />

a forma <strong>de</strong> suas células as quais variam alguns casos as<br />

células são cúbicas (epitélios cúbicos ocorrendo no ovário);<br />

outros achatados como os <strong>de</strong> <strong>um</strong> pavimento (epitélio<br />

pavimentoso, ocorrendo no Endotélio (revestimento dos<br />

vasos sangüíneos); Mesotélio reveste as serosas: pleura<br />

(pulmão), pericárdio (coração), peritônio (estômago), etc;<br />

outros ainda são prismáticas (epitélios prismáticos).<br />

Tecido epitelial glandular ou secretor<br />

É o segundo tipo <strong>de</strong> tecido epitelial, sua função além <strong>de</strong> ser revestidora forma<br />

glândulas, produzem e eliminam substâncias necessárias nas superfícies do tecido. Estas<br />

glândulas po<strong>de</strong>m ser exócrinas (exo = fora), que tem origem através <strong>de</strong> <strong>um</strong> canal ou ducto<br />

e lança o produto <strong>de</strong> secreção na superfície, ou seja, eliminam suas secreções para fora do<br />

corpo ou para a cavida<strong>de</strong> dos órgãos, tais como: as sudoríparas, as lacrimais;<br />

Outras conduzem a secreção para <strong>um</strong> órgão oco como as salivares e o pâncreas.<br />

No aspecto morfológico, as glândulas exócrinas po<strong>de</strong>m ser tubulosas como as<br />

glândulas do aparelho digestivo; as acinosas como as glândulas salivares, e as túbuloacinosa<br />

como as glândulas parótidas; E as alveolares como as glândulas mamárias.<br />

As glândulas também po<strong>de</strong>m ser endócrinas (endo = <strong>de</strong>ntro), não há formação <strong>de</strong><br />

canal ou <strong>de</strong> ducto e a glândula não po<strong>de</strong> lançar produtos <strong>de</strong> secreção na superfície do<br />

epitélio <strong>de</strong> origem, mas elimina a secreção diretamente nos vasos sangüíneos. Estas<br />

glândulas são geneticamente <strong>de</strong>nominadas hormônios, pôr exemplo: são a tireói<strong>de</strong>, que<br />

produz e libera no sangue o hormônio tiroxina, e a hipófise, que libera, entre outros, o hormônio<br />

<strong>de</strong> crescimento (somatotrofina). No aspecto morfológico as glândulas endócrinas po<strong>de</strong>m<br />

ser cordonais ou vesiculares.<br />

As glândulas se formam ainda no estágio embrionário, a partir <strong>de</strong> superfícies<br />

epiteliais. Glândulas exócrinas e endócrinas formam-se <strong>de</strong> maneira parecida: células da<br />

superfície epitelial multiplicam-se e aprofundam-se nos tecidos mais internos, formando <strong>um</strong><br />

cordão celular.<br />

Existem ainda glândulas que possuem ao<br />

mesmo tempo <strong>um</strong>a parte exócrina, tais como mistas<br />

ou mesócrinas ou anfícrinas, possuem funções<br />

exócrinas e endócrinas ao mesmo tempo, como é o<br />

caso do pâncreas. As unida<strong>de</strong>s glandulares<br />

chamadas ácinos pancreáticos que liberam no<br />

intestino o suco pancreático (função exócrina),<br />

enquanto outras unida<strong>de</strong>s secretoras, as ilhotas <strong>de</strong><br />

Langherans, secretam os hormônios insulina e<br />

glucagon na corrente sangüínea (função endócrina).<br />

Vamos pensar...<br />

Liste as PRINCIPAIS diferenciações que po<strong>de</strong>m ocorrer na superfície<br />

livre das células epiteliais.<br />

73


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

74<br />

Tecido Muscular<br />

O tecido muscular é constituído por células alongadas, em forma <strong>de</strong><br />

fibras, que se dispõe agrupadas em feixes. Essas células são capazes <strong>de</strong> se<br />

contrair e conferem ao tecido muscular a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentar o corpo.<br />

As células do tecido muscular, <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> fibras musculares ou miócitos<br />

são <strong>de</strong> origem mesodérmica, que se diferenciaram em fibras contráteis,<br />

formada por duas proteínas: a miosina e a actina. A fibra muscular é formada por miofibrilas.<br />

A figura abaixo mostra <strong>um</strong>a célula múscular com todos os seus componentes: as miofibrilas<br />

são envolvidas por reticulo endoplasmático, chamado reticulo sarcoplasmático, que é<br />

especializado em armazenar cálcio (Ca ++ ), como mostra a ilustração abaixo. A membrana<br />

plasmática da célula muscular é chamado sarcolema, que ocasionalmente dobra-se dando<br />

origem a tubos, <strong>de</strong>nominados túbulos T. A ilustração mostra ainda, a sarcômero, conjunto<br />

<strong>de</strong> miofibrilas constituído <strong>de</strong> miofibrilas finas (actina) e miofibrilas grossas (miosina, dispostas<br />

longitudinalmente, <strong>de</strong>limitado por duas linhas, as linhas Z.<br />

Há três varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tecido muscular: liso, estriado e cardíaco.<br />

• O tecido muscular liso tem células mononucl<strong>ead</strong>as, alongadas, <strong>de</strong> formato<br />

fusiforme, com extremida<strong>de</strong>s afiladas. O citoplasma apresenta miofibrilas (mio = músculo,<br />

fibrila = pequena fibra), dispostas longitudinalmente, formadas por proteínas contráteis<br />

(miosina e actina) Sua célula possui <strong>um</strong> único núcleo, central. É <strong>um</strong> tecido que têm contração<br />

lenta, com movimentos involuntários, comandado pelo sistema nervoso autônomo, é<br />

encontrado formando as pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vários órgãos, como intestino, vasos sangüíneos, bexiga<br />

etc.<br />

• O tecido muscular estriado é capaz <strong>de</strong> contrações<br />

rápidas, sob o controle da vonta<strong>de</strong> (voluntário), <strong>de</strong>nominado<br />

esquelético, por se pren<strong>de</strong>r aos ossos, seus movimentos são<br />

comandados pelo sistema nervoso periférico. Suas células são<br />

alongadas cilíndricas e multinucl<strong>ead</strong>as, com núcleos periféricos<br />

Apresentam estrias transversais típicas, formadas pela<br />

disposição paralela e regular das miofibrilas no citoplasma. Essas<br />

miofibrilas são constituídas por duas proteínas contráteis: a actina<br />

forma filamentos finos e a miosina filamentos mais grossos. Este<br />

tipo <strong>de</strong> tecido é encontrado nos músculos comuns.


• O tecido muscular cardíaco é <strong>um</strong> tecido<br />

estriado especial, cujas células apresentam estrias<br />

como as do tecido esquelético, mas têm apenas <strong>um</strong><br />

ou dois núcleos e são mais curtas. Além disso, as fibras<br />

se fun<strong>de</strong>m <strong>um</strong>as com as outras pelas extremida<strong>de</strong>s. É<br />

encontrado apenas no músculo cardíaco (miocárdio).<br />

Este tecido caracteriza-se, ainda por ter contração<br />

rápida, involuntário e seu controle é realizado pelo<br />

sistema nervoso autônomo.<br />

Movimentos musculares<br />

As células do músculo esquelético apresentam centenas <strong>de</strong> miofibrilas formadas<br />

por duas proteínas contráteis: a actina e a miosina, como po<strong>de</strong> ser verificado na figura<br />

abaixo. Estas proteínas se organizam par formar o sarcômero, que constitui a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

contração muscular. Esta unida<strong>de</strong> funcional dos músculos possui regiões claras (isotrópicas)<br />

e regiões escuras (anisotrópicas).<br />

Verifique através da utilização da figura, como <strong>um</strong> sarcômero está organizado:<br />

Esta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contração muscular é formada por duas regiões: a região clara e a<br />

região escura. A região clara constitui a banda I, é a região on<strong>de</strong> existe somente actina,<br />

possuindo fina lâmina central <strong>de</strong>nominada linha Z. A região escura forma a banda A, que é<br />

<strong>um</strong>a região on<strong>de</strong> se encontra tanto a actina quanto a miosina, que possui no centro <strong>um</strong>a<br />

lamina clara, a banda H ou linha H, que correspon<strong>de</strong> a parte do sarcômero on<strong>de</strong> existe<br />

somente miosina. A região localizada entre duas linhas Z constitui o sarcômero.<br />

Agora verifique como <strong>um</strong> sarcômero funciona <strong>de</strong><br />

acordo com o estado do músculo:<br />

Para que a contração muscular ocorra, é preciso<br />

<strong>um</strong>a or<strong>de</strong>m do cérebro, que por <strong>um</strong> impulso nervoso para<br />

a fibra muscular, faz com que o reticulo sarcoplasmático<br />

libere cálcio para <strong>de</strong>ntro do citoplasma. Quando ocorre a<br />

liberação <strong>de</strong>sta substância, por atuação do ATP, liga-se<br />

com a troponina, mudando sua estrutura. Por sua vez a<br />

troponina ao sofrer modificação <strong>de</strong>sloca a molécula <strong>de</strong><br />

tropomiosina, permitindo o <strong>de</strong>slizamento da actina sobre<br />

a miosina, ocorrendo assim a contração muscular. Quando<br />

o estimulo nervoso pára, o calci é bomb<strong>ead</strong>o <strong>de</strong> volta ao<br />

reticulo sarcoplasmatico e o músculo relaxa.<br />

Músculo relaxado – neste estado do músculo é on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos verificar todos os<br />

componentes do sarcômero, <strong>um</strong>a vez que seus componentes encontram-se <strong>de</strong>limitados<br />

tomando toda dimensão do músculo.<br />

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Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

76<br />

Músculo contraído – durante a contração muscular, os filamentos <strong>de</strong><br />

actina <strong>de</strong>slizam sobre os filamentos espessos <strong>de</strong> miosina, assim o sarcômero<br />

diminui quando as linhas Z se aproximam. Ao mesmo tempo, a zona H diminui<br />

ou <strong>de</strong>saparece completamente e a faixa A permanece constante.<br />

Tecido Nervoso<br />

O tecido nervoso forma os órgãos dos sistemas nervosos central, periférico e<br />

autônomo. Ele tem por função coor<strong>de</strong>nar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diversos órgãos, receber<br />

informações do meio externo e respon<strong>de</strong>r aos estímulos recebidos. É constituído por células<br />

nervosas ou neurônios e células <strong>de</strong> apoio ou células da glia.<br />

As células nervosas ou neurônios que são células altamente diferenciadas, <strong>de</strong> ciclo<br />

vital longo, sem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> divisão e <strong>de</strong> regeneração, têm prolongamentos ramificados,<br />

os <strong>de</strong>ndritos, e <strong>um</strong> cilindro-eixo, o axônio, geralmente mais longos que os <strong>de</strong>ndritos. Muitas<br />

vezes o axônio é protegida por <strong>um</strong> envoltório <strong>de</strong>nominado bainha <strong>de</strong> mielina.<br />

Os neurônios têm <strong>um</strong>a forma especial <strong>de</strong> reação, que consiste no impulso nervoso,<br />

produzido sempre na mesma direção: dos <strong>de</strong>ntritos que são prolongados e partem do corpo<br />

celular, recolhendo impulsos nervosos e <strong>de</strong>ste para o axônio.<br />

Os neurônios relacionam-se uns com os outros pelas<br />

extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suas ramificações, que não se tocam, mas<br />

ficam bem próximas. Essas áreas <strong>de</strong> conexão são<br />

<strong>de</strong>nominadas sinapses. Através das sinapses que o impulso<br />

passa do axônio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a célula para os <strong>de</strong>ntritos <strong>de</strong> outra.<br />

Feixes <strong>de</strong> axônios revestidos por tecido conjuntivo<br />

formam os nervos. Conforme os axônios apresentam ou não<br />

a bainha <strong>de</strong> mielina, os nervos são classificados em mielínicos<br />

(nervos brancos) e a amielínicos (nervos cinzentos).<br />

Encaixadas entre os neurônios, com função <strong>de</strong> apoio<br />

e preenchimento, encontram-se células especiais que<br />

constituem a neuroglia.<br />

Vamos pensar...<br />

QUE TAL FAZER ALGUMAS SINAPSES?<br />

Faça <strong>um</strong> esquema representando a direção <strong>de</strong> <strong>um</strong> impulso nervoso,<br />

i<strong>de</strong>ntificando a ocorrência da sinapse.


Ativida<strong>de</strong>s<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Complementares<br />

Complementares<br />

1.Sabendo-se que a pele é o maior órgão do corpo h<strong>um</strong>ano, tendo como função revestir<br />

toda a sua superfície e protegê-la contra as radiações solares, particularmente o raio<br />

ultravioleta, Apresente na sua resposta <strong>um</strong>a justificativa plausível sobre indivíduos <strong>de</strong> pele<br />

clara e escura expostas <strong>de</strong>masiadamente ao sol, tem maior probabilida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver<br />

câncer <strong>de</strong> pele. Além disso, indique quais os tecidos que compõem a pele com suas<br />

respectivas origens embriológicas.<br />

2.Leia o trecho do artigo abaixo:<br />

“Ciência ajuda a natação a evoluir”<br />

“Os técnicos brasileiros cobiçam a estrutura dos australianos: a comissão<br />

médica tem 6 fisioterapeutas, nenh<strong>um</strong> atleta <strong>de</strong>ixa a piscina sem levar <strong>um</strong> furo<br />

na orelha para o teste do lactato e a Olimpíada virou <strong>um</strong> laboratório para <strong>estudo</strong>s<br />

biomecânicos – tudo o que é filmado embaixo da água vira análise <strong>de</strong><br />

movimento”.<br />

(Jornal O Estado <strong>de</strong> São Paulo, 18/09/2000).<br />

Recentemente no Jornal Nacional, da TV Globo, sexta-feira (07/02/04) no horário<br />

das 20 horas, comentou-se sobre a adoção dos técnicos brasileiros da tecnologia australiana<br />

acima citada. Demonstre a relação do teste realizado nos atletas e os movimentos<br />

musculares.<br />

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Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

78<br />

3.Leia, atentamente, <strong>um</strong> trecho da obra <strong>de</strong> Dias Gomes,<br />

“O pagador <strong>de</strong> promessas”.<br />

“(...) Zé-do-Burro... pousa sua cruz, equilibrando-a na base e n<strong>um</strong><br />

dos braços... Está exausto. Enxuga o suor da testa...<br />

- An<strong>de</strong>i sessenta léguas - meu pé tem calo d’água... (N<strong>um</strong> ricto <strong>de</strong><br />

dor, <strong>de</strong>spe <strong>um</strong>a das mangas do paletó.) - Acho que meus ombros estão<br />

em carne viva... Eu prometi trazer a cruz nas costas, como Jesus...”<br />

(GOMES, Dias. O pagador <strong>de</strong> promessas. 38. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.)<br />

Esse texto faz referência a diferentes tecidos que constituem nosso organismo, os<br />

quais <strong>de</strong>sempenham funções específicas. Sob o ponto <strong>de</strong> vista histológico, responda:<br />

a) quais os tipos <strong>de</strong> tecidos que irão atuar para que Zé-do-Burro possa andar sessenta<br />

léguas e carregar a cruz?<br />

b) A frase: “Acho que meus ombros estão em carne viva”. Que tecido foi atingido?<br />

Explique.<br />

4.A boa forma física é <strong>um</strong>a das maiores preocupações no mundo mo<strong>de</strong>rno e<br />

principalmente no mundo da moda, <strong>de</strong>ixando o fator saú<strong>de</strong> em segundo plano.<br />

Suponha que você esteja participando <strong>de</strong> <strong>um</strong>a mesa redonda sobre o tema: “A boa<br />

forma física e os tecidos musculares” e seus participantes emitiram as seguintes afirmações:<br />

Participante A - O tecido muscular estriado esquelético constitui a maior parte da<br />

musculatura do corpo h<strong>um</strong>ano, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sexo.<br />

Participante B - O tecido muscular liso é responsável direto pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos glúteos e coxas, por isto <strong>de</strong>ve-se fazer musculação para seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Participante C - O tecido muscular estriado cardíaco, por ser <strong>de</strong> contração<br />

involuntária, não se altera com o uso <strong>de</strong> esterói<strong>de</strong>s anabolizantes, possibilitando seu uso<br />

<strong>de</strong> forma indiscriminada.<br />

Utilize os conhecimentos sobre Histologia e posicione-se em relação às afirmações<br />

dos participantes A, B e C.


5. Analise o esquema ao lado e em seguida responda as questões:<br />

a) I<strong>de</strong>ntifique na figura o sarcômero.<br />

b) O que ocorre na faixa C quando ocorre <strong>um</strong>a contração muscular? Explique.<br />

c) Qual o comportamento da actina e miosina quando o músculo está contraído?<br />

6. I<strong>de</strong>ntifique o tipo <strong>de</strong> tecido a partir das seguintes características:<br />

TECIDO I: —————————————————-<br />

Células com função e formatos variados, separadas por gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material<br />

intercelular líquido.<br />

TECIDO II: —————————————————-<br />

Células que possuem extensos prolongamentos e liberam substâncias<br />

neurotransmissoras.<br />

TECIDO III: —————————————————<br />

Células com formato fusiforme que apresentam em seu citoplasma inúmeros<br />

microfilamentos constituídos por actina e miosina.<br />

TECIDO IV: ————————————————-<br />

Células justapostas e unidas por pouca quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material intercelular.<br />

7. Caracterize os tipos <strong>de</strong> células musculares presentes nos vertebrados, enfatizando<br />

seu tipo <strong>de</strong> ação.<br />

8.<br />

Sabe-se que o tecido nervoso tem a peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar sinapses. Esquematize<br />

a ocorrência <strong>de</strong> <strong>um</strong>a sinapse nervosa, i<strong>de</strong>ntificando seus componentes.<br />

79


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

80<br />

Caro (a) graduando (a),<br />

Etapa 1<br />

Ativida<strong>de</strong><br />

Ativida<strong>de</strong><br />

Orientada<br />

Orientada<br />

Esta ativida<strong>de</strong> orientada é <strong>um</strong> passo a mais no acompanhamento e avaliação do<br />

processo <strong>de</strong> <strong>estudo</strong> e aprendizagem da disciplina Embriologia Comparada e Histologia,<br />

componente da matriz curricular do curso <strong>de</strong> Licenciatura em Biologia da FTC EaD e tem<br />

como proposta fazer com que os conhecimentos científicos acerca da formação e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do ser vivo, com a conseqüente formação <strong>de</strong> seus vários tecidos que são<br />

construídos na sala <strong>de</strong> aula se integrem com o conhecimento do senso com<strong>um</strong>, dando <strong>um</strong>a<br />

verda<strong>de</strong>ira significação a aprendizagem.<br />

Nossa proposta <strong>de</strong> trabalho consta <strong>de</strong> 03 (três) etapas, <strong>de</strong>vendo ser <strong>de</strong>senvolvida<br />

no <strong>de</strong>correr da disciplina, sob assistência e orientação do tutor, no ambiente <strong>de</strong> tutoria.<br />

Esperamos que você, GRADUANDO, aproveite o máximo. Lembre-se! É melhor<br />

avançar <strong>um</strong> pouco a cada dia do que <strong>de</strong>ixar tudo para o final. A sua opção por <strong>um</strong> curso a<br />

distância necessita <strong>de</strong> sua parte: maturida<strong>de</strong>, motivação e autodisciplina.<br />

Construção <strong>de</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento embrionário – Equipe<br />

Esta primeira etapa consiste na elaboração <strong>de</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

embriões que caracterizem as etapas <strong>de</strong> mórula, blástula, gástrula e nêurula, conforme os<br />

esquemas propostos. Para tanto, os discentes <strong>de</strong>verão formar 04 (quatro) equipes com<br />

mesmo número <strong>de</strong> componentes para a elaboração <strong>de</strong> <strong>um</strong>a ficha res<strong>um</strong>o, contendo as<br />

principais características <strong>de</strong> cada etapa e o que irá dar origem cada estrutura. O tutor <strong>de</strong>verá<br />

realizar <strong>um</strong> sorteio, <strong>de</strong> acordo com as etapas abaixo, em sala para que as equipes efetivem<br />

suas pesquisas iniciais. Ao final do trabalho, as equipes irão apresentar seus trabalhos<br />

para os <strong>de</strong>mais grupos, realizando <strong>um</strong>a avaliação participativa.<br />

· Mórula<br />

· Blástula<br />

· Gástrula<br />

· Nêurula<br />

Para a construção <strong>de</strong>sses <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>s sugere-se que sejam utilizadas pequenas bolas<br />

<strong>de</strong> isopor; contas <strong>de</strong> diferentes tamanhos e cores, além <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar para que<br />

sejam <strong>de</strong>vidamente representados e i<strong>de</strong>ntificados os tipos celulares presentes em cada<br />

etapa do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos embriões.


Etapa 2<br />

Construção <strong>de</strong> <strong>um</strong> jogo operatório – o dominó didático – Equipe<br />

Para esta etapa você <strong>de</strong>verá compor a mesma equipe da etapa anterior e <strong>de</strong>verá<br />

utilizar os seguintes conteúdos: <strong>de</strong>senvolvimento embrionário em <strong>anfioxo</strong> e os anexos<br />

embrionários em h<strong>um</strong>anos. Para a confecção <strong>de</strong>sta etapa você <strong>de</strong>verá utilizar papel duplex<br />

ou cartolina, régua, caneta hidrocor, papel contacte ou fita a<strong>de</strong>siva larga.<br />

“Os jogos operatórios permitem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências no âmbito<br />

da: comunicação, das relações interpessoais, da li<strong>de</strong>rança, no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

cognitivo e do trabalho em equipe, fazendo uso da competição como <strong>um</strong> contexto<br />

formativo. O interessante <strong>de</strong>sse trabalho não é usar jogos prontos, nos quais as<br />

regras e os procedimentos já estão <strong>de</strong>terminados e sim estimular a criação, pelos<br />

alunos, <strong>de</strong> jogos relacionados com os temas discutidos no contexto da sala <strong>de</strong> aula.<br />

As regras para se jogar po<strong>de</strong>m ser as mesmas <strong>de</strong> <strong>um</strong> jogo com<strong>um</strong> <strong>de</strong> dominó,<br />

porém os alunos ou o professor po<strong>de</strong>m criar outras regras para o mesmo, inclusive<br />

utilizando-o como <strong>um</strong>a avaliação em equipes, como já fora mencionado”.<br />

Como se jogar e construir o dominó didático:<br />

(Orientações Curriculares Estaduais para o Ensino Médio/BA, 2005.)<br />

Devem ser feitos 28 retângulos <strong>de</strong> qualquer material e traçada <strong>um</strong>a reta no meio <strong>de</strong><br />

cada <strong>um</strong> <strong>de</strong>les. N<strong>um</strong>a das meta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os retângulos escreve-se questionamentos<br />

referentes ao tema estudado e, nas outras meta<strong>de</strong>s, as respostas. Devem-se tomar dois<br />

cuidados:<br />

81


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

82<br />

1. Não escrever no mesmo retângulo a questão e a sua resposta,<br />

fazendo as combinações possíveis entre todos os retângulos.<br />

2. A questão <strong>de</strong>ve ser curta, permitindo também <strong>um</strong>a resposta objetiva.<br />

Pronto! Este é <strong>um</strong> dos jogos mais atraentes e antigos que a h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong><br />

conhece.<br />

O número <strong>de</strong> participantes <strong>de</strong>ve variar entre dois (2) e quatro (4) adversários. Cada<br />

jogador recebe sete (7) peças, que mantém escondidas do adversário. A forma <strong>de</strong> iniciar o<br />

jogo, fica a critério do professor ou <strong>de</strong> quem o confeccionou. A partir <strong>de</strong> quem iniciou o jogo,<br />

cada jogador, no sentido horário, colocará <strong>um</strong>a peça que se encaixe em <strong>um</strong>a das “pontas”<br />

da ca<strong>de</strong>ia que vai se formando. Se alguém não tiver peça a colocar, vai ao “monte” e “compra”<br />

<strong>um</strong>a peça até conseguir <strong>um</strong>a que sirva. Caso não exista tal peça, o jogador “passa” sua vez<br />

ao jogador seguinte. O vencedor é aquele que se “livrar” <strong>de</strong> todas as suas peças. No caso<br />

<strong>de</strong> o jogo ficar “travado”, isto é, se não houver possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combinações, contam-se as<br />

peças nas mãos <strong>de</strong> cada jogador. Vence aquele que tiver menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças.<br />

Quando se joga para avaliar por pontos, po<strong>de</strong>-se usar a seguinte tabela:<br />

Veja, parte <strong>de</strong> <strong>um</strong> jogo construído por alunos do Ensino Médio:


Observe <strong>um</strong>a seqüência lógica, utilizando-se as peças acima:<br />

Etapa 3<br />

Elaboração e apresentação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Paródia – Equipe<br />

Nesta última etapa, as equipes <strong>de</strong>verão elaborar <strong>um</strong>a paródia utilizando o tema<br />

Histologia Animal. A paródia <strong>de</strong>verá ser apresentada para toda a turma e entregues ao<br />

professor a música original, com a <strong>de</strong>vida i<strong>de</strong>ntificação dos autores e cantores e a letra da<br />

paródia anexada. Para avaliação o tutor <strong>de</strong>verá observar a criativida<strong>de</strong>, o conteúdo explorado<br />

e a musicalida<strong>de</strong> da letra da paródia. Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> observar a animação e<br />

comprometimento do grupo.<br />

Alegria pessoal!<br />

83


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

Actina – proteína relacionada com o movimento celular; está presente em gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> nos músculos, sendo responsável pela contração muscular associada a troponina<br />

e à tropomiosina.<br />

Anexo embrionário – nome genérico <strong>de</strong> <strong>um</strong>a estrutura formada durante o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do embrião e a ele ligada; os anexos embrionários estão presentes nos<br />

répteis, aves e mamíferos.<br />

Arquêntero – gastrocela ou intestino primitivo; cavida<strong>de</strong> presente na gástrula, que<br />

correspon<strong>de</strong> à futura cavida<strong>de</strong> digestiva.<br />

Alantói<strong>de</strong> – anexo embrionário membranoso ligado ao arquêntero; sua função é<br />

armazenar as excreções do embrião até o nascimento.<br />

84<br />

Glossário<br />

Glossário<br />

Assexuada – sem sexo; refere-se à reprodução que não envolve fusão dos gametas.<br />

Blastocisto – <strong>um</strong> dos estágios iniciais dos embriões <strong>de</strong> mamíferos, ou ainda,<br />

correspon<strong>de</strong> à fase <strong>de</strong> blástula no mamífero e contém células capazes <strong>de</strong> originar diferentes<br />

tipos celulares.<br />

Blastóporo – abertura que comunica o intestino primitivo do embrião (arquêntero)<br />

com o meio externo.<br />

Blástula – estágio do <strong>de</strong>senvolvimento em que o embrião tem o aspecto <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

bola oca <strong>de</strong> células; suce<strong>de</strong> o estágio <strong>de</strong> mórula.<br />

Célula totipotente – célula indiferenciada que po<strong>de</strong>rá originar células dos diversos<br />

tecidos.<br />

Célula-flama – célula responsável pela excreção <strong>de</strong> substâncias nitrogenadas dos<br />

platelmintos <strong>de</strong> vida livre.<br />

Celoma – é <strong>um</strong>a cavida<strong>de</strong> inteiramente limitada pela meso<strong>de</strong>rme, correspon<strong>de</strong> a<br />

cavida<strong>de</strong> interna do corpo <strong>de</strong> certos animais.<br />

Colágeno – principal proteína componente da pele, do tecido conjuntivo propriamente<br />

dito, das cartilagens, dos ossos, dos tendões e dos ligamentos.<br />

Cordados – animal triblástico, celomado, com notocorda, aquático ou terrestre,<br />

pertencente ao filo Chordata.<br />

Cromossomos autossômicos – diz-se <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> dos cromossomos presentes<br />

tanto em machos quanto em fêmeas; na espécie h<strong>um</strong>ana, por exemplo, homens e mulheres<br />

têm 22 pares <strong>de</strong> autossomos em suas células.


Desmossomos – reforços entre as células com o objetivo <strong>de</strong> a<strong>um</strong>entar a a<strong>de</strong>são<br />

entre células vizinhas.<br />

Deuterostomia – <strong>de</strong>signação do animal triblástico em que a boca forma-se<br />

posteriormente ao ânus.<br />

Diape<strong>de</strong>se – ato <strong>de</strong> atravessar as pare<strong>de</strong>s dos capilares sanguíneas, executado<br />

por células como leucócitos e macrófagos.<br />

Embriogênese – processo <strong>de</strong> formação do embrião. Na espécie h<strong>um</strong>ana, o estagio<br />

<strong>de</strong> embrião vai <strong>de</strong>, aproximadamente, três semanas a três meses. A partir do terceiro mês,<br />

é chamado feto.<br />

Endócrina – relativo as glândulas <strong>de</strong> secreção interna, que produzem e lançam<br />

hormônios no sangue.<br />

Espermáti<strong>de</strong> – célula haplói<strong>de</strong> formada durante a espermatogênese, que irá se<br />

diferenciar no espermatozói<strong>de</strong>.<br />

Espermatogônia – célula resultante da multiplicação das células germinativas<br />

primordiais masculinas; após o crescimento, <strong>um</strong>a espermatogônia transforma-se em <strong>um</strong><br />

espermatócito.<br />

Exocitose – saída <strong>de</strong> macromoléculas através da membrana plasmática. As vesículas<br />

<strong>de</strong> exocitose ou corpos residuais colocam-se próximos à membrana, pelo lado interno, e se<br />

abrem, eliminando seu conteúdo para o exterior.<br />

Fertilização – Processo <strong>de</strong> união e fusão <strong>de</strong> <strong>um</strong> par <strong>de</strong> gametas originando o ovo<br />

ou zigoto.<br />

Fibroblasto – célula do tecido conjuntivo responsável pela produção <strong>de</strong> fibras.<br />

Gastrulação – estágio do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário on<strong>de</strong> se forma o intestino<br />

primitivo (arquêntero); é a fase que suce<strong>de</strong> à blástula.<br />

Genoma – lote completo <strong>de</strong> genes, típico da espécie; <strong>um</strong>a célula haplói<strong>de</strong> tem <strong>um</strong><br />

genoma; <strong>um</strong>a diplói<strong>de</strong> tem dois.<br />

Gônadas – Órgão on<strong>de</strong> ocorre a produção <strong>de</strong> gametas.<br />

Haplói<strong>de</strong>s – célula que apresenta apenas <strong>um</strong> cromossomo <strong>de</strong> cada tipo, isto é, não<br />

apresenta cromossomos homólogos; o número <strong>de</strong> tipos cromossômicos é representado<br />

por n.<br />

Hematopoético – formador <strong>de</strong> sangue.<br />

Hemi<strong>de</strong>smossomos – estruturas semelhantes aos <strong>de</strong>smossomos, porém menores<br />

e com o objetivo <strong>de</strong> fixar o tecido a membrana basal..<br />

85


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

86<br />

Holoblástica – segmentação total; tipo <strong>de</strong> segmentação em que o<br />

ovo é dividido completamente em blastômero.<br />

Meroblástica – segmentação parcial; tipo <strong>de</strong> segmentação em que<br />

<strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do vitelo, o ovo é parcialmente segmentado.<br />

Meso<strong>de</strong>rma – tecido situado entre o ecto<strong>de</strong>rma e o endo<strong>de</strong>rma, presente somente<br />

em embriões triblásticos; <strong>um</strong> dos três folhetos germinativos <strong>de</strong>sses animais.<br />

Mesento<strong>de</strong>rma – camada celular na gástrula do <strong>anfioxo</strong>, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> terá origem o<br />

meso<strong>de</strong>rma e o endo<strong>de</strong>rma.<br />

Microvilosida<strong>de</strong>s – projeções da membrana para a<strong>um</strong>entar a absorção das<br />

mesmas, como acontece com as células intestinais.<br />

Mórula – bola maciça <strong>de</strong> células resultante das primeiras divisões do zigoto; estágio<br />

inicial da embriogênese.<br />

Neurulação – estágio do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário caracterizado pela formação<br />

do tubo neural ou nervoso.<br />

Nidação – implantação da célula-ovo no útero.<br />

Notocorda – bastão <strong>de</strong> células semi-rígido, localizado sob o tubo nervoso; constitui<br />

o primeiro eixo <strong>de</strong> sustentação do embrião dos cordados; nos vertebrados é substituído<br />

pela coluna vertebral.<br />

Organogênese – formação e <strong>de</strong>senvolvimento dos órgãos, que acontece durante o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento embrionário, suce<strong>de</strong>ndo a histogênese.<br />

Ovíparos – diz-se do animal que pôe ovos; os embriões se <strong>de</strong>senvolvem fora do<br />

organismo materno; o termo ovíparo é mais empregado para os vertebrados; são ovíparos<br />

certos peixes, os anfíbios, certos répteis, as aves e poucos mamíferos.<br />

Ovogênese – processo pelo qual as células germinativas das fêmeas diferenciamse<br />

em gametas femininos (óvulos).<br />

Partenogênese – <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> óvulo sem que haja fecundação.<br />

Progesterona – hormônio produzido pelo corpo amarelo do ovário e também pela<br />

placenta; seu efeito é preparar o organismo feminino para o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário;<br />

entre outros efeitos, causa o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do endométrio.<br />

Queratina – proteína fibrosa presente nos animais vertebrados; é <strong>um</strong> material que<br />

constitui as unhas, garras e pelos e que impregna a superfície da epi<strong>de</strong>rme.<br />

Segmentação – divisão <strong>de</strong> células vegetais e animais.<br />

Sincício – estrutura multinucl<strong>ead</strong>a resultante da fusão <strong>de</strong> várias células; a fibra<br />

muscular estriada, por exemplo, é <strong>um</strong> sincício.


Túbulos seminíferos – cada <strong>um</strong> dos milhares <strong>de</strong> túbulos presentes no testículo dos<br />

mamíferos, em cujas pare<strong>de</strong>s formam-se os espermatozói<strong>de</strong>s.<br />

Trofoblástica – camada externa e <strong>de</strong>lgada do embrião que origina parte da placenta.<br />

Vitelo – substâncias nutritivas; conjunto <strong>de</strong> substância <strong>de</strong> reserva presentes no<br />

citoplasma dos ovos; sua função é alimentar o embrião durante as primeiras fases <strong>de</strong> seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Vertebrados – subfilo do filo Chordata; reúne os animais que apresentam vértebras.<br />

Zonas <strong>de</strong> oclusão – pontos <strong>de</strong> contato entre membranas <strong>de</strong> células adjacentes<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>um</strong>entar a união.<br />

87


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

88<br />

Referências<br />

Referências<br />

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Anotações<br />

91


Embriologia<br />

e Histologia<br />

Comparada<br />

92<br />

FTC - EaD<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tecnologia e Ciências - Educação a Distância<br />

Democratizando a Educação.<br />

www.<strong>ftc</strong>.br/<strong>ead</strong>

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