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As esquizofrenias segundo a classificação das psicoses endógenas ...

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PAULO CLEMENTE SALLET<br />

<strong>As</strong> <strong>esquizofrenias</strong> <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> de<br />

Karl Leonhard e sua correlação com imagens cerebrais por meio de<br />

ressonância magnética (MRI)<br />

Tese apresentada à Faculdade de Medicina<br />

da<br />

Universidade de São Paulo para obtenção<br />

do título de Doutor em Medicina.<br />

Área de concentração: Psiquiatria<br />

Orientador: Prof. Dr. Wagner F. Gattaz<br />

SÃO PAULO<br />

2001<br />

0


DEDICATÓRIA<br />

Dedico este trabalho aos três universos que, ao longo de sua elaboração, constituíram<br />

um referencial inesgotável de inspiração, estímulo e apoio:<br />

Aos pacientes, que deram de si acreditando em uma lógica que, inobstante<br />

transcenda nossas vi<strong>das</strong>, se oferece como redenção do pathos;<br />

investimento.<br />

Aos colegas, que acreditam nisso;<br />

À minha família, especialmente ao Afonso e à Etel, por terem apoiado o<br />

1


AGRADECIMENTOS<br />

Foram tantas as pessoas que de uma maneira ou outra contribuíram na elaboração<br />

deste estudo que, no afobo da editoração, temo esquecer de mencionar algumas.<br />

Talvez, um rememorar cronológico possa coibir tal injustiça.<br />

Em 1997, após dois anos de peregrinações por institutos psiquiátricos italianos, a<br />

então Srta. Etel Gutiérrez incumbiu-se de me repatriar. Eu voltava para o Brasil<br />

entusiasmado com a pesquisa no campo <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong>, mas com uma impressão<br />

bem pálida do que poderia ser feito. O Prof. Bruno Zilberstein e o Dr. José A.<br />

Sallet, curiosamente ambos “praticantes da talha”, acabaram me incentivando a<br />

procurar o IPq-HC-FMUSP, onde a Sra. Eliza Fukushima e a Sra. Rosângela<br />

Machado conspiraram para que eu tivesse um colóquio com o Prof. Wagner F.<br />

Gattaz.<br />

O Prof. Gattaz teve não só a generosidade de aceitar-me sob sua orientação (afinal,<br />

não nos conhecíamos), como também viabilizou-me o acesso às áreas que<br />

nortearam o rumo da pesquisa: a psiquiatria biológica moderna e a<br />

psicopatologia da escola psiquiátrica alemã. Em seguida, o Prof. Hélio Elkis<br />

acolheu-me junto ao grupo de pesquisa do Projeto Esquizofrenia (PROJESQ),<br />

em cujo espaço o trabalho foi desenvolvido. Não somente por isso, mas também<br />

por ter-se colocado disponível durante as diversas fases do estudo, o Prof. Elkis<br />

exerceu uma espécie de co-orientação pela qual sou profundamente grato. Da<br />

mesma forma, o Prof. Cláudio Campi de Castro, do Instituto de Radiologia-HC-<br />

FMUSP, disponibilizou nosso acesso ao serviço de Ressonância Magnética do<br />

INCOR. Minha gratidão ao Prof. Campi e à sua equipe pelo que com eles<br />

2


aprendi e, sobretudo, pela paciência que tiveram com minhas longas horas de<br />

exercício zen-budista na delineação do Gyrification Index.<br />

Ao cabo de alguns meses, escrito o projeto de pesquisa e cumpri<strong>das</strong> as exigências<br />

burocráticas, recebemos o custeio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa<br />

do Estado de São Paulo (FAPESP – Projeto no. 98/10487-2). Gostaria de<br />

salientar que o apoio racional e austero da FAPESP foi de fundamental<br />

importância para a realização da pesquisa.<br />

A bem da verdade, os colegas do PROJESQ são os co-autores deste estudo: A Dra.<br />

Tânia M. Alves e o Psicólogo Isidoro B. Eizenman foram os responsáveis pela<br />

avaliação dos escores psicopatológicos. Os Dr. José R. C. de Oliveira e o Dr.<br />

Erlei Sassi contribuíram com a confiabilidade na mensuração <strong>das</strong> imagens. O<br />

Dr. Jorge Henna Neto forneceu dados referentes à refratariedade dos pacientes à<br />

medicação neuroléptica (argumento da sua dissertação de mestrado). Além<br />

destes que tiveram participação mais direta, os Profs. Mário R. Louzã Neto e<br />

Marco A. Marcolin, os Drs. Moacyr Rosa e Débora P. Bassitt, as Sras. Débora<br />

Zambori e Eli Messias, dentre outros, contribuíram com sua ajuda, conselho e<br />

calor humano.<br />

Minha gratidão aos Profs. Sérgio P. Rigonatti, Homero P. Vallada, Sérgio Nicastri e<br />

Geraldo F. Busatto. O Prof. Busatto colaborou com sua crítica criteriosa na<br />

redação dos artigos com vistas à publicação e com boa parte dos exames de<br />

Ressonância Magnética do grupo controle, também com a colaboração do seu<br />

orientando, o Dr. Antônio Valente.<br />

O tanto que aprendi sobre a <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> de Karl Leonhard,<br />

na verdade um construto clínico-teórico baseado em Wernicke, Kleist e<br />

3


Leonhard, não tería sido possível sem a ajuda do Prof. Helmut Beckmann e de<br />

sua equipe do Instituto de Psiquiatria da Universidade de Würzburg. O Prof.<br />

Beckmann, presidente da <strong>As</strong>sociação Wernicke-Kleist-Leonhard, e seus<br />

assessores, Prof. Schmidtke, Dr. Franzek, Dr. Fallgatter, Dr. Stöber, Dr.<br />

Pfuhlmann, Dr. Jabs e Dr. Bartsch, foram tão generosos quanto tolerantes para<br />

com minhas patéticas invectivas teuto-tupiniquins. O Dr. Bartsch, mais do que<br />

incentivar-me na árdua tarefa, mostrou-me um belo capítulo da alma prussiana.<br />

Também generoso foi o Dr. Derlis R. Centurión Aranda, da Universidade de<br />

<strong>As</strong>sunción, com quem refleti não apenas os tópicos pragmáticos, como também<br />

nossas cismas transumantes.<br />

De volta ao Brasil, o Prof. Júlio César R. Pereira, diretor de pesquisa do Instituto<br />

Dante Pazzanese, mais do que contribuir de forma abnegada ao exame<br />

estatístico dos dados, realizou a peripécia de ter-me deixado um pouco mais à<br />

vontade com esta metodologia.<br />

Não poderia deixar de prestar minha homenagem à draconiana diligência com que o<br />

Sr. Walter Fini e seus assessores conduzem a biblioteca do IPq.<br />

Agradeço ao Prof. Valentin Gentil Filho e ao Prof. Zacarias Ali Borges Ramadan por<br />

terem me acolhido no IPq.<br />

Por fim, uma vez mais agradeço ao Prof. Gattaz por suas idéias inquietantes, pelo<br />

incentivo constante e pelo generoso acolhimento.<br />

Os não citados não foram esquecidos; sobretudo os que a ética me interdita em fazê-<br />

lo, os pacientes.<br />

A tal pletória de viço e generosidade, só me resta agradecer.<br />

4


SUMÁRIO<br />

LISTAS ....................................................................................................................... x<br />

RESUMO ................................................................................................................ xxi<br />

SUMMARY ........................................................................................................... xxiii<br />

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1<br />

2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 7<br />

2.1. Classificação de Leonhard ................................................................................. 7<br />

2.1.1. Histórico ......................................................................................................... 7<br />

2.1.2. Classificação .................................................................................................. 9<br />

2.1.2.1. Psicoses Ciclóides ...................................................................................... 9<br />

2.1.2.1.1. Psicose de Angústia-Felicidade ............................................................ 11<br />

2.1.2.1.2. Psicose Confusional Excitada-Inibida .................................................. 12<br />

2.1.2.1.3. Psicose da Motilidade Hipercinética-Acinética .................................... 13<br />

2.1.2.2. Esquizofrenias Não-Sistemáticas .............................................................. 14<br />

2.1.2.2.1. Parafrenia Afetiva ................................................................................ 15<br />

2.1.2.2.2. Catafasia ou Esquizofasia .................................................................... 16<br />

2.1.2.2.3. Catatonia Periódica .............................................................................. 17<br />

2.1.2.3. Esquizofrenias Sistemáticas ...................................................................... 18<br />

2.1.2.3.1. Formas Catatônicas .............................................................................. 20<br />

2.1.2.3.1.1. Catatonia Paracinética ..................................................................... 20<br />

2.1.2.3.1.2. Catatonia Maneirista ....................................................................... 21<br />

2.1.2.3.1.3. Catatonia Proscinética ..................................................................... 21<br />

2.1.2.3.1.4. Catatonia Negativista ...................................................................... 22<br />

2.1.2.3.1.5. Catatonia Parafêmica ...................................................................... 22<br />

2.1.2.3.1.6. Catatonia Hipofêmica ..................................................................... 23<br />

2.1.2.3.2. Formas Hebefrênicas ........................................................................... 24<br />

2.1.2.3.2.1. Hebefrenia Pueril ............................................................................ 25<br />

2.1.2.3.2.2. Hebefrenia Excêntrica ..................................................................... 25<br />

2.1.2.3.2.3. Hebefrenia Superficial .................................................................... 26<br />

2.1.2.3.2.4. Hebefrenia Autista .......................................................................... 26<br />

2.1.2.3.3. Formas Paranóides ............................................................................... 27<br />

2.1.2.3.3.1. Parafrenia Hipocondríaca ................................................................ 28<br />

2.1.2.3.3.2. Parafrenia Fonêmica ....................................................................... 28<br />

2.1.2.3.3.3. Parafrenia Incoerente ...................................................................... 29<br />

2.1.2.3.3.4. Parafrenia Fantástica ....................................................................... 29<br />

2.1.2.3.3.5. Parafrenia Confabulatória ............................................................... 30<br />

2.1.2.3.3.6. Parafrenia Expansiva ....................................................................... 31<br />

5


2.1.3. Estudos genético-epidemiológicos e marcadores biológicos ....................... 32<br />

2.1.3.1. Fatores ambientais e genéticos .................................................................. 32<br />

2.1.3.1.1. Fatores Ambientais .............................................................................. 34<br />

2.1.3.1.2. <strong>As</strong>pectos Genéticos .............................................................................. 36<br />

2.1.3.2. Estudos da eletrofisiologia cerebral ........................................................... 37<br />

2.1.3.3. Estudos neuropsicológicos ........................................................................ 39<br />

6


2.1.4. Estudos de neuroimagem na <strong>classificação</strong> de Leonhard ............................ 40<br />

2.1.4.1. Estudos com Tomografia Computadorizada (CT) ..................................... 41<br />

2.1.4.2. Estudos com Ressonância Magnética (MRI) ............................................. 47<br />

2.2. Estudos com neuroimagem na esquizofrenia .................................................. 49<br />

2.2.1. Índice de Girificação (GI) ........................................................................... 49<br />

2.2.1.1. Histórico e conceito .................................................................................. 49<br />

2.2.1.2. Teorias acerca do processo de girificação ................................................. 50<br />

2.2.1.3. Índice de Girificação na esquizofrenia ...................................................... 56<br />

2.2.1.3.1. Gênese da córtex cerebral .................................................................... 56<br />

2.2.1.3.2. Estudos neuropatológicos .................................................................... 59<br />

2.2.1.4. Resultados de estudos anteriores ............................................................... 65<br />

2.2.2. Hipocampo (H) ............................................................................................ 68<br />

2.2.2.1. Pressupostos teóricos ................................................................................ 68<br />

2.2.2.2. Estudos do hipocampo na esquizofrenia .................................................... 69<br />

2.2.2.2.1. Estudos neuropatológicos .................................................................... 69<br />

2.2.2.2.2. Estudos com Ressonância Magnética (MRI) ........................................ 69<br />

2.2.2.2.3. Hipocampo e psicopatologia ................................................................ 76<br />

2.2.2.2.4. Relação com duração da doença: neurodesenvolvimento ou<br />

neurodegeneração? .................................................................................................... 78<br />

2.2.3. Planum temporale (PT) ............................................................................... 79<br />

2.2.3.1. Histórico e fundamentos ........................................................................... 79<br />

2.2.3.2. Limites anátomo-funcionais ...................................................................... 80<br />

2.2.3.3. Anatomia do PT em indivíduos normais ................................................... 82<br />

2.2.3.4. Anatomia do PT e variáveis clínico-demográficas ..................................... 84<br />

2.2.3.5. Estudos funcionais do PT .......................................................................... 85<br />

2.2.3.6. PT em dislexias ........................................................................................ 85<br />

2.2.3.7. PT em esquizofrenia ................................................................................. 86<br />

2.2.3.7.1. Estudos neuropatológicos .................................................................... 86<br />

2.2.3.7.2. Estudos com Ressonância Magnética estrutural ................................... 87<br />

2.2.3.7.3. Estudos funcionais do PT em esquizofrenia ......................................... 95<br />

2.2.3.7.4. PT e psicopatologia .............................................................................. 95<br />

2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral ......................................................................... 98<br />

2.2.4.1. Histórico e fundamentos ........................................................................... 98<br />

2.2.4.2. Estudos do sistema ventricular por meio de MRI ...................................... 99<br />

2.2.4.3. Ventrículos e correlatos clínico-demográficos ......................................... 101<br />

2.2.4.3.1. Subtipos, clínica e variáveis neuropsicológicas .................................. 101<br />

2.2.4.3.2. Prognóstico e resposta terapêutica ...................................................... 103<br />

2.2.4.3.3. Diferenças quanto ao gênero sexual ................................................... 104<br />

2.2.4.3.4. Ventrículos e etiopatogenia: lesão estática ou progressiva? ................ 105<br />

2.2.4.3.5. VBR e história familiar de psicose ..................................................... 109<br />

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS ............................................................................ 110<br />

7


3.1. Fase I ............................................................................................................... 110<br />

3.1.1. Composição da amostra ............................................................................ 110<br />

3.1.2. Caracterização clínico-demográfica ......................................................... 111<br />

3.1.3. Diagnóstico psiquiátrico ............................................................................ 111<br />

3.1.3.1. Diagnóstico de acordo com o DSM-IV ................................................... 111<br />

3.2.3.2. Diagnóstico <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> de Leonhard ................................... 112<br />

3.1.4. Avaliação sintomatológica ......................................................................... 113<br />

8


3.2. Fase II ............................................................................................................. 114<br />

3.2.1. Composição da amostra ............................................................................ 114<br />

3.2.2. Ressonância Magnética cerebral ............................................................... 115<br />

3.2.2.1. Técnica e dispositivos de imageamento .................................................. 115<br />

3.2.2.2. Regiões de interesse ................................................................................ 116<br />

3.2.2.2.1. Hipocampo (H) .................................................................................... 117<br />

3.2.2.2.2. Planum temporale (PT) ........................................................................ 119<br />

3.2.2.2.3. Índice de Girificação (GI) .................................................................... 121<br />

3.2.2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR) ....................................................... 122<br />

3.2.2.2.5. Volume Cerebral (VC) ......................................................................... 123<br />

3.3. Análise estatística ........................................................................................... 124<br />

3.3.1. Testes estatísticos utilizados ...................................................................... 124<br />

3.3.1.1. Comparações entre Grupo Controle (GC) e Grupo de Pacientes (GP) ..... 125<br />

3.3.1.2. Comparações entre Grupo Controle (GC) e subgrupos de pacientes ........ 125<br />

3.3.1.3. Correlações entre parâmetros morfométricos e variáveis demográficas ... 125<br />

3.3.1.4. Correlações entre parâmetros morfométricos e escores sintomatológicos 125<br />

3.3.1.5. Análise da confiabilidade <strong>das</strong> medi<strong>das</strong> .................................................... 126<br />

3.3.2. Teste de hipóteses ...................................................................................... 126<br />

4. RESULTADOS ................................................................................................. 128<br />

4.1. Fase I ............................................................................................................... 128<br />

4.1.1. Caracterização clínico-demográfica ......................................................... 128<br />

4.1.2. Classificação diagnóstica ........................................................................... 128<br />

4.1.3. Escores sintomatológicos nos subgrupos diagnósticos ............................. 129<br />

4.1.3.1. Subtipos do DSM-IV .............................................................................. 130<br />

4.1.3.2. Formas e subformas de Leonhard ........................................................... 130<br />

4.2. Fase II ............................................................................................................. 130<br />

4.2.1. Pareamento de variáveis demográficas e Volume Cerebral .................... 130<br />

4.2.1.1. Grupo Controle e Grupo de Pacientes ..................................................... 130<br />

4.2.1.2. Grupo Controle e subtipos do DSM-IV ................................................... 131<br />

4.2.1.3.Grupo Controle e formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard .. 132<br />

4.2.1.4 Grupo Controle e subformas de Leonhard ................................................ 133<br />

4.2.2. Parâmetros morfométricos nos subgrupos diagnósticos .......................... 134<br />

4.2.2.1. Índice de Girificação (GI) ....................................................................... 134<br />

4.2.2.1.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes ................... 134<br />

4.2.2.1.2. Comparação entre Grupo Controle e subtipos do DSM-IV ................. 135<br />

9


4.2.2.1.3. Comparação entre Grupo Controle e formas de Leonhard .................. 136<br />

4.2.2.1.4. Comparação entre Grupo Controle e subformas de Leonhard ............. 137<br />

4.2.2.1.5. Diferenças de GI entre Hemisférios Cerebrais .................................... 138<br />

4.2.2.1.6. Correlações entre GI e variáveis demográficas ................................... 139<br />

4.2.2.1.7. Correlações entre GI e escalas de avaliação sintomatológica .............. 140<br />

4.2.2.2. Hipocampo (H) ....................................................................................... 141<br />

4.2.2.2.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes ................... 141<br />

4.2.2.2.2. Comparação entre Grupo Controle e subtipos do DSM-IV ................. 141<br />

4.2.2.2.3. Comparação entre Grupo Controle e formas de Leonhard .................. 142<br />

10


4.2.2.2.4. Comparação entre Grupo Controle e subformas de Leonhard ............. 143<br />

4.2.2.2.5. Correlações entre Hipocampo e variáveis demográficas ..................... 144<br />

4.2.2.2.6. Correlações entre Hipocampo e escores sintomatológicos .................. 145<br />

4.2.2.3. Planum Temporale (PT) .......................................................................... 147<br />

4.2.2.3.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes ................... 147<br />

4.2.2.3.2. Comparação entre Grupo Controle e subtipos do DSM-IV ................. 148<br />

4.2.2.3.3. Comparação entre Grupo Controle e formas de Leonhard .................. 149<br />

4.2.2.3.4. Comparação entre Grupo Controle e subformas de Leonhard ............. 150<br />

4.2.2.3.5. Correlações do PT com variáveis sócio-demográficas ........................ 151<br />

4.2.2.3.6. Correlações do PT com escores sintomatológicos .............................. 153<br />

4.2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR) .......................................................... 156<br />

4.2.2.4.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes ................... 157<br />

4.2.2.4.2. Comparação entre Grupo Controle e subtipos do DSM-IV ................. 157<br />

4.2.2.4.3. Comparação entre Grupo Controle e formas de Leonhard .................. 159<br />

4.2.2.4.4. Comparação entre Grupo Controle e subformas de. Leonhard ............ 159<br />

4.2.2.4.5. Correlações do VBR com variáveis sócio-demográficas ..................... 161<br />

4.2.2.4.6. Correlações do VBR com variáveis sócio-demográficas nas formas de<br />

Leonhard ................................................................................................................. 162<br />

4.2.2.4.7. Correlações do VBR com escores sintomatológicos ........................... 163<br />

4.2.2.5. Volume Cerebral e Volume de Hemisférios Cerebrais ............................ 166<br />

4.2.2.5.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes ................... 167<br />

4.2.2.5.2. Comparação entre Grupo Controle e subtipos do DSM-IV ................. 167<br />

4.2.2.5.3. Comparação entre Grupo Controle e formas de Leonhard .................. 167<br />

4.2.2.5.4. Comparação entre Grupo Controle e subformas de Leonhard ............. 167<br />

4.2.2.6. Correlações entre parâmetros morfométricos .......................................... 168<br />

4.2.2.7. Análises Multivaria<strong>das</strong> ........................................................................... 169<br />

4.2.2.7.1. Regressão logística comparando-se Grupo Controle e Grupo de<br />

Pacientes ................................................................................................................. 169<br />

4.2.2.7.2. Análise discriminante entre os subtipos do DSM-IV .......................... 169<br />

4.2.2.7.3. Análise discriminante entre as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas<br />

de Leonhard ............................................................................................................ 170<br />

4.2.2.7.4. Análise discriminante entre as subformas de Leonhard ...................... 170<br />

5. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 171<br />

5.1. Índice de Girificação (GI) .............................................................................. 171<br />

5.1.1. Análise do GI no Grupo Controle e Grupo de Pacientes ......................... 171<br />

5.1.2. Análise do GI nos subtipos do DSM-IV .................................................... 174<br />

5.1.3. Análise do GI nas formas e subformas de Leonhard ............................... 174<br />

5.1.4. GI e classificações diagnósticas ................................................................. 175<br />

5.1.5. Diferenças entre Hemisférios Cerebrais ................................................... 175<br />

11


5.1.6. GI, variáveis demográficas e Volume Cerebral ....................................... 186<br />

5.1.7. GI e psicopatologia .................................................................................... 177<br />

5.1.8. Possíveis implicações da redução do pregueamento cortical na<br />

esquizofrenia ......................................................................................................... 177<br />

5.2. Hipocampo (H) ............................................................................................... 182<br />

5.2.1. Hipocampo nos subgrupos estudados ....................................................... 182<br />

5.2.2. Correlações entre Hipocampo e variáveis sócio-demográficas ................ 182<br />

5.2.3. Correlações entre Hipocampo e escalas psicopatológicas ........................ 183<br />

12


5.3. Planum temporale (PT) .................................................................................. 185<br />

5.3.1. PT nos subgrupos estudados ..................................................................... 185<br />

5.3.2. PT e variáveis sócio-demográficas ............................................................ 186<br />

5.3.3. PT e escalas de avaliação sintomatológica ................................................ 188<br />

5.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR) ................................................................ 189<br />

5.4.1. VBR nos subgrupos estudados .................................................................. 189<br />

5.4.2. Correlações entre VBR e variáveis demográficas .................................... 190<br />

5.4.3. Correlações entre VBR e escalas de avaliação sintomatológica ............... 190<br />

5.5. Volume Cerebral e Volumes Hemisféricos .................................................... 191<br />

5.6. Correlações entre parâmetros morfométricos .............................................. 194<br />

6. CONCLUSÕES ................................................................................................. 195<br />

6.1. Índice de Girificação (GI) .............................................................................. 195<br />

6.1.1. Alterações corticais globais ou localiza<strong>das</strong>? ............................................. 195<br />

6.1.2. Alterações degenerativas ou do neurodesenvolvimento? ......................... 195<br />

6.1.3. Alterações corticais lateraliza<strong>das</strong> ou anormalidades globais? ................. 195<br />

6.1.4. A redução de GI tem alguma relevância clínica? ..................................... 196<br />

6.2. Hipocampo (H) ............................................................................................... 196<br />

6.3. Planum temporale (PT) .................................................................................. 197<br />

6.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR) ................................................................ 197<br />

6.5. Distúrbio no processo de lateralização cerebral ............................................ 197<br />

6.6. Conclusões acerca <strong>das</strong> diferenças entre o DSM-IV e a Classificação de<br />

Leonhard ............................................................................................................... 198<br />

7. ANEXOS ........................................................................................................... 199<br />

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 209<br />

APÊNDICE ............................................................................................................ 233<br />

13


D ou R Direito<br />

E ou L Esquerdo<br />

ed. editor<br />

et al. e outros<br />

p. página<br />

v. volume<br />

LISTA DE ABREVIATURAS<br />

14


Am. Amígdala<br />

LISTA DE SIGLAS<br />

BPRS Escala de Avaliação Psiquiátrica Breve<br />

CAGI Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do Índice de Girificação<br />

CAH Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do Hipocampo<br />

CAHf. Coeficiente de <strong>As</strong>simetria dos Hemisférios Cerebrais<br />

CAHip. Complexo Amígdala-Hipocampo<br />

CAPT Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do Planum Temporale<br />

CAVBR Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR<br />

CID Código Internacional de Doenças<br />

CN Controle Normal<br />

CP Catatonia Periódica<br />

CT Tomografia Computadorizada<br />

Dd duração da doença<br />

DLPFC Córtex Frontal Dorso-Lateral<br />

DZ Dizigótico<br />

DSM Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais<br />

ENS Esquizofrenia Não-Sistemática<br />

ES Esquizofrenia Sistemática<br />

e.n.s. estatisticamente não significativo<br />

e.s. estatisticamente significativo<br />

Fr. Frontal<br />

FS Fissura de Silvius<br />

15


GC Grupo Controle<br />

GH Giro de Heschl<br />

GI Índice de Girificação<br />

GIFr. Índice de Girificação Frontal<br />

GITPOc. Índice de Girificação Têmporo-Parieto-Occipital<br />

GP Grupo de Pacientes<br />

GPH Giro Parahipocampal<br />

H Hipocampo<br />

Hf Hemisfério<br />

ICC Coeficiente de Correlação Intraclasse<br />

Id. idade<br />

IU Intra-Útero<br />

LCR Líquido Céfalo-Raquidiano<br />

LF Lobo Frontal<br />

LT Lobo Temporal<br />

MRI Imagem por Ressonância Magnética<br />

MRS Ressonância Magnética Espectroscópica<br />

MZ Monozigótico<br />

NAA N-acetil <strong>As</strong>partato<br />

NSRS Escala de Avaliação de Sintomas Negativos (Iager)<br />

PANSS Escala <strong>das</strong> Síndromes Positiva e Negativa<br />

PC Psicose Ciclóide<br />

PE Pacientes Esquizofrênicos<br />

PEG Pneumoencefalografia<br />

16


PET Tomografia por Emissão de Pósitrons<br />

PT Planum Temporale<br />

PT+ Planum Temporale Plus<br />

QI Quociente de Inteligência<br />

RAFS Ramo <strong>As</strong>cendente da Fissura de Silvius<br />

rCBF Fluxo Sangüíneo Cerebral Regional<br />

ROI Região de Interesse<br />

SANS Escala de Avaliação de Sintomas Negativos<br />

SAPS Escala de Avaliação de Sintomas Positivos<br />

SB Substância Branca<br />

SC Substância Cinzenta<br />

SO Semana Ontogenética<br />

SPECT Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único<br />

STG Giro Temporal Superior<br />

TPOc. Têmporo-Parieto-Occipital<br />

TV Terceiro Ventrículo<br />

UP Unidade Proliferativa<br />

UR Unidade Radial<br />

VBR Índice Ventrículo-Cerebral<br />

VC Volume Cerebral<br />

VL Ventrículo Lateral<br />

ZP Zona Proliferativa<br />

ZV Zona Ventricular<br />

17


- negativo<br />

+ positivo<br />

± mais ou menos<br />

LISTA DE SÍMBOLOS<br />

% porcentagem ou proporção<br />

= igual a<br />

> maior que<br />

< menor que<br />

aumentado<br />

diminuído<br />

F estatística do teste de Levene ou da análise multivariada<br />

LSD menor nível de significância<br />

M:F gênero sexual masculino : feminino<br />

mm milímetro<br />

p nível de significância estatística<br />

r Coeficiente de Correlação (Pearson ou Spearman)<br />

Sig. nível de significância estatística<br />

T Tesla<br />

X² estatística do teste do Qui quadrado<br />

18


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 3.2.2.1. Plano dos cortes coronais ................................................................. 115<br />

Figura 3.2.2.2.1a. Hipocampo: limites anteriores ..................................................... 117<br />

Figura 3.2.2.2.1b. Hipocampo: limites intra-plano ................................................... 117<br />

Figura 3.2.2.2.1c. Hipocampo: limites posteriores ................................................... 118<br />

Figura 3.2.2.2.2a. Limites do Planum temporale ...................................................... 119<br />

Figura 3.2.2.2.2b. Limites do PT e PT (+) ............................................................... 120<br />

Figura 3.2.2.2.3. Índice de Girificação .................................................................... 121<br />

Figura 3.2.2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral ........................................................... 122<br />

Figura 3.2.2.2.5. Volume Cerebral .......................................................................... 123<br />

Figura 5.1.8a. Morfogênese da córtex cerebral ........................................................ 179<br />

Figura 5.1.8b. Esquema demonstrativo <strong>das</strong> características citoarquitetônicas da Esquizofrenia nas<br />

regiões frontal e límbica .............................................................................. 180<br />

19


LISTA DE GRÁFICOS<br />

Gráfico 4.2.2.1.6. “Box plot” do GI nos gêneros masculino e feminino .................... 139<br />

Gráfico 5.1.1a. Pregueamento cortical no Hemisfério Direito de pacientes e controles<br />

................................................................................................................................ 173<br />

Gráfico 5.1.1b. Pregueamento cortical no Hemisfério Esquerdo de pacientes e<br />

controles ................................................................................................................. 173<br />

20


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 2.1.4. Neuroimagem e Psicoses Endógenas <strong>segundo</strong> Leonhard ...................... 42<br />

Tabela 2.2.1.4. Estudos do Índice de Girificação (GI) em indivíduos saudáveis e em<br />

pacientes<br />

esquizofrênicos ............................................................................................. 65<br />

Tabela 2.2.2.2.2. Estudos volumétricos (MRI) de Hipocampo e estruturas límbicas na<br />

Esquizofrenia ............................................................................................................ 71<br />

Tabela 2.2.3.7.2. Estudos do Planum Temporale em Esquizofrenia ........................... 89<br />

Tabela 2.2.4.2. Volumes de Cornos Temporais em Esquizofrenia ........................... 100<br />

Tabela 3.3.1. Testes estatísticos utilizados ............................................................... 124<br />

Tabela 3.3.1.5. Análise da confiabilidade entre avaliadores ..................................... 126<br />

Tabela 4.1.2. Relação entre os diagnósticos <strong>segundo</strong> o DSM-IV e a Classificação de<br />

Leonhard ................................................................................................................. 129<br />

Tabela 4.1.3. Escores sintomatológicos nos subgrupos diagnósticos ........................ 129<br />

Tabela 4.2.1.1. Grupo Controle (GC) e Grupo de Pacientes (GP): relação com<br />

variáveis demográficas. ............................................................................................. 131<br />

Tabela 4.2.1.2. Grupo Controle e subtipos do DSM-IV: relação entre variáveis ....... 131<br />

Tabela 4.2.1.3. Variáveis demográficas entre Grupo Controle e Formas de Leonhard 132<br />

Tabela 4.2.1.4. Variáveis entre Grupo Controle e subformas de Esquizofrenia<br />

<strong>segundo</strong> Leonhard ................................................................................................... 133<br />

Tabela 4.2.2.1.1. Índice de Girificação no Grupo Controle e no Grupo de Pacientes 134<br />

Tabela 4.2.2.1.2. Índice de Girificação nos subtipos do DSM-IV ............................ 135<br />

Tabela 4.2.2.1.2. Índice de Girificação nas formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas<br />

de Leonhard ............................................................................................................ 136<br />

Tabela 4.2.2.1.4. Índice de Girificação nas subformas de Leonhard ........................ 137<br />

Tabela 4.2.2.1.5. GI dos hemisférios cerebrais em pacientes e controles .................. 138<br />

Tabela 4.2.2.1.6. Índice de Girificação e variáveis demográficas ............................. 139<br />

21


Tabela 4.2.2.1.7a. Correlações entre GI e escores sintomatológicos (sem controle<br />

para variáveis<br />

demográficas) .............................................................................................. 140<br />

Tabela 4.2.2.1.7b. GI e escores sintomatológicos (controlando para Idade e Volume<br />

Cerebral) ................................................................................................................. 140<br />

Tabela 4.2.2.2.1. Volumes de Hipocampos no Grupo Controle e Grupo de Pacientes 141<br />

Tabela 4.2.2.2.2. Volumes de Hipocampos nos subtipos do DSM-IV ...................... 142<br />

Tabela 4.2.2.2.3. Volumes de Hipocampo nas formas Não-Sistemáticas e<br />

Sistemáticas de Leonhard ........................................................................................ 142<br />

Tabela 4.2.2.2.4. Volumes de Hipocampo nas subformas de Leonhard .................... 143<br />

Tabela 4.2.2.2.5: Correlações entre Hipocampo e variáveis demográficas ............... 144<br />

Tabela 4.2.2.2.6a: Correlações entre Hipocampo e escalas de avaliação<br />

(desconsiderando-se fatores<br />

sócio-demográficos) .................................................................................... 145<br />

Tabela 4.2.2.2.6b: Correlações entre Hipocampo e escalas de avaliação (controlando<br />

para Lateralidade<br />

Manual e Escolaridade) ............................................................................... 146<br />

Tabela 4.2.2.3.1a. Volumes de PT e PT + nos Grupos Controle e de Pacientes ........ 147<br />

Tabela 4.2.2.3.1b. Relação entre Coeficiente de <strong>As</strong>simetria PT de Controles e<br />

Pacientes ................................................................................................................. 148<br />

Tabela 4.2.2.3.2a. Volumes de PT e PT + nos subtipos do DSM-IV ........................ 148<br />

Tabela 4.2.2.3.2b. Distribuição do Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT nos subgrupos do<br />

DSM-IV .................................................................................................................. 149<br />

Tabela 4.2.2.3.3a. Volumes do PT nas formas de Leonhard ..................................... 149<br />

Tabela 4.2.2.3.3b. Correlação dos Coeficientes de <strong>As</strong>simetria do PT de acordo com<br />

as formas de<br />

Leonhard ..................................................................................................... 150<br />

Tabela 4.2.2.3.4a. Volumes do PT nas subformas de Leonhard ............................... 150<br />

Tabela 4.2.2.3.4b. Correlação dos Coeficientes de <strong>As</strong>simetria do PT de acordo com as subformas de<br />

Leonhard ..................................................................................................... 151<br />

22


Tabela 4.2.2.3.5a. Planum Temporale e variáveis demográficas .............................. 152<br />

Tabela 4.2.2.3.5b. Variáveis Gênero Sexual e Lateralidade Manual nos Grupos<br />

Controle e de<br />

Pacientes ..................................................................................................... 153<br />

Tabela 4.2.2.3.6a. Correlações entre Planum Temporale e escores sintomatológicos<br />

(desconsiderando variáveis demográficas) ........................................................................... 154<br />

Tabela 4.2.2.3.6b. Correlações e.s. entre Planum Temporale e escores sintomatológicos<br />

(controlando para Gênero Sexual, Idade e Lateralidade Manual) .......................................... 156<br />

Tabela 4.2.2.4.1a. Valores do VBR nos Grupos Controle e de Pacientes ................. 157<br />

Tabela 4.2.2.4.1b. Coeficiente de <strong>As</strong>simetria Ordinal do VBR ................................ 157<br />

Tabela 4.2.2.4.2a. VBR nos subtipos do DSM-IV ................................................... 158<br />

Tabela 4.2.2.4.2b. Coeficiente Ordinal de <strong>As</strong>simetria do VBR nos subtipos do DSM-<br />

IV ........................................................................................................................... 158<br />

Tabela 4.2.2.4.3a. VBR nas formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard .. 159<br />

Tabela 4.2.2.4.3b. Distribuição ordinal do CAVBR nas formas de Leonhard ........... 159<br />

Tabela 4.2.2.4.4a. VBR nas subformas de Leonhard ................................................ 160<br />

Tabela 4.2.2.4.4b. Distribuição ordinal do CAVBR nas subformas de Leonhard ..... 160<br />

Tabela 4.2.2.4.5a. Correlações entre VBR e variáveis sócio-demográficas .............. 161<br />

Tabela 4.2.2.4.5.2. VBR e gênero sexual no GC e GP ............................................. 162<br />

Tabela 4.2.2.4.6: VBR e variáveis demográficas nas formas de Leonhard ............... 163<br />

Tabela 4.2.2.4.7a. Correlações entre VBR e escalas de avaliação (sem controle para fatores sócio-<br />

demográficos) .............................................................................................. 164<br />

23


Tabela 4.2.2.4.7b. VBR e escalas de avaliação psicopatológica (controlando Sexo e<br />

Idade como<br />

cofatores) ..................................................................................................... 165<br />

Tabela 4.2.2.5. Volume de hemisférios cerebrais nos subgrupos .............................. 166<br />

Tabela 4.2.2.7.2. Análise discriminante entre os subtipos do DSM-IV ..................... 169<br />

Tabela 5.3.1a. Coeficientes de <strong>As</strong>simetria do PT e PT+ no Grupo Controle e no<br />

Grupo de Pacientes ................................................................................................. 185<br />

Tabela 5.3.1b. Resultados dos estudos envolvendo volumes do PT em pacientes esquizofrênicos e<br />

controles ...................................................................................................... 186<br />

24


LISTA DE QUADROS<br />

Quadro 1. Classificação <strong>das</strong> Psicoses Endógenas <strong>segundo</strong> Karl Leonhard ................. 10<br />

Quadro 2. Cronologia de aparecimento dos sulcos cerebrais ...................................... 53<br />

Quadro 3. Evidências de distúrbio do neurodesenvolvimento na Esquizofrenia ......... 63<br />

25


RESUMO<br />

SALLET, P.C. <strong>As</strong> <strong>esquizofrenias</strong> <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> de Karl<br />

Leonhard e sua correlação com imagens cerebrais por meio de ressonância magnética<br />

(MRI). São Paulo, 2001. 243p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina, Universidade de<br />

São Paulo.<br />

<strong>As</strong> alterações da morfologia cerebral na esquizofrenia constituem evidência bem<br />

documentada, porém inespecíficas e com significativa sobreposição no valor dos parâmetros<br />

morfométricos entre pacientes esquizofrênicos e controles saudáveis. Tais inconsistências nos achados<br />

de neuroimagem podem representar diferentes graus de severidade ao longo de um processo<br />

patogenético único ou <strong>psicoses</strong> com diferenças clínicas e/ou etiopatológicas dentro de um espectro<br />

esquizofrênico. O objetivo deste estudo foi o de investigar a existência de diferentes padrões de<br />

alteração estrutural em diferentes subtipos de esquizofrenia, bem como a relação entre alterações<br />

estruturais e sintomas clínicos.<br />

Quarenta pacientes esquizofrênicos foram comparados a 20 controles saudáveis, pareados<br />

para variáveis sócio-demográficas, quanto a medi<strong>das</strong> de estruturas cerebrais (Hipocampo, Planum<br />

Temporale, Volume Cerebral e de Hemisférios) e índices morfométricos (Índice de Girificação [GI] e<br />

VBR) obtidos por meio de Ressonância Magnética (MRI). Os pacientes foram diagnosticados de<br />

acordo com o DSM-IV e a <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> de Leonhard. A avaliação<br />

psicopatológica foi obtida mediante as escalas PANSS, BPRS e NSRS.<br />

Pacientes apresentaram redução do pregueamento cortical que pode estar relacionada a<br />

anormalidades citoarquitetônicas de origem no neurodesenvolvimento. Este efeito foi mais<br />

pronunciado no subtipo Desorganizado (DSM-IV) e na subforma Hebefrênica (Leonhard) e tendeu à<br />

correlação inversa com sintomas negativos. Por outro lado, o subtipo Paranóide apresentou GI<br />

relativamente preservado, sobretudo no hemisfério direito, o que correlacionou com sintomas<br />

positivos. Os pacientes esquizofrênicos apresentaram o GI do hemisfério esquerdo significativamente<br />

menor do que o GI do hemisfério direito, enquanto que o grupo controle apresentou graus de<br />

pregueamento cortical semelhantes entre os hemisférios cerebrais.<br />

26


Os pacientes apresentaram hipocampo esquerdo significativamente menor do que hipocampo<br />

direito. A redução de hipocampo esquerdo correlacionou com severidade de sintomas positivos e<br />

negativos.<br />

O aumento da assimetria do PT (PT esquerdo > PT direito) correlacionou com a severidade<br />

de delírios e alucinações.<br />

Os pacientes apresentaram um alargamento ventricular com distribuição homogênea nos<br />

subgrupos, sugerindo um parâmetro não específico de determinados subtipos, e de caráter não<br />

progressivo com o decurso da doença.<br />

<strong>As</strong> formas Sistemáticas de Leonhard permitiram identificar casos com menores volumes<br />

relativos de hemisfério esquerdo, doença de início precoce e com maior severidade de sintomas<br />

negativos. Entretanto, não houve diferenças quanto aos demais parâmetros morfométricos entre as<br />

formas de <strong>esquizofrenias</strong> <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> de Leonhard.<br />

Por outro lado, os subtipos do DSM-IV permitiram uma melhor distinção com referência às<br />

anormalidades estruturais: tanto a redução de GI quanto o aumento do VBR mostraram-se mais<br />

robustos nos subtipos Desorganizado e Paranóide, respectivamente.<br />

<strong>As</strong> reduções no pregueamento cortical e no volume de hipocampo foram maiores no<br />

hemisfério esquerdo. Além disso, as tendências para reversão da assimetria do PT e para menores<br />

volumes relativos de hemisfério esquerdo sugerem um maior comprometimento do hemisfério<br />

esquerdo na esquizofrenia, possivelmente implicando distúrbio no processo de lateralização cerebral<br />

com origem no neurodesenvolvimento.<br />

27


SUMMARY<br />

SALLET, P.C. The schizophrenias accordig to Karl Leonhard’s classification of endogenous<br />

psychoses and their correlation with cerebral imaging obtained by magnetic resonance<br />

imaging (MRI). São Paulo, 2001. 243p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Medicina,<br />

Universidade de São Paulo.<br />

Although well documented, brain structural abnormalities in schizophrenia are non-specific<br />

and morphometric parameters show significant overlapping between patients and healthy controls.<br />

Such inconsistencies in neuroimaging findings could represent different levels of severity along a<br />

single pathogenic process or distinct clinical and etiopathological psychoses within a schizophrenic<br />

spectrum. The aim of the present study was the investigation of distinct patterns of brain abnormalities<br />

in different subtypes of schizophrenia, as well as the association between structural abnormalities and<br />

clinical symptoms.<br />

Forty schizophrenic patients were compared with 20 healthy controls, matched for socio-<br />

demographic variables, on measures of cerebral structures (Hippocampus, Planum Temporale, and<br />

Cerebral and Hemispheric Volumes) and morphometric indices (Gyrification Index and VBR)<br />

obtained by Magnetic Resonance Imaging (MRI). The patients were classified according to the<br />

DSM-IV and the classification of endogenous psychoses of Leonhard. The psychopathology was<br />

assessed by PANSS, BPRS, and NSRS scales.<br />

Patients showed a reduced cortical folding, which may be related to<br />

cytoarchitetonic abnormalities of origin in the neurodevelopmental process. This<br />

effect was mainly pronounced in the Disorganized subtype (DSM-IV) and the<br />

Hebephrenic subform (Leonhard), and correlated inversely with negative symptoms.<br />

On other hand, the Paranoid subtype showed a GI relatively preserved, mainly in<br />

right hemisphere, which correlated with positive symptoms. The control group<br />

showed similar degrees of cortical folding between the cerebral hemispheres;<br />

meanwhile the schizophrenic patients showed the GI of left hemisphere significantly<br />

lower than the GI of right hemisphere.<br />

28


The patients showed the left hippocampus significantly smaller than the right<br />

hippocampus. The reduced left hippocampus correlated with the severity of positive<br />

and negative symptoms.<br />

The increased asymmetry of PT (left PT > right PT) correlated with the<br />

severity of symptoms such as delusions and hallucinations.<br />

The patients showed a ventricular enlargement with a normal distribution in<br />

the subgroups, suggesting to be a parameter non-specific of subtypes, and showing<br />

no progression along the course of the disease.<br />

The Systematic forms of Leonhard allowed to identify the cases with the<br />

smallest relative volumes of left hemispheres, early onset of disease, and with a<br />

higher severity of negative symptoms. However, there were no differences between<br />

the schizophrenic forms of Leonhard regarding the other morphometric parameters.<br />

On the other hand, the DSM-IV subtypes allowed a better distinction with<br />

reference to the structural abnormalities. Both the reduced GI and the enlarged VBR<br />

were more robust in the Disorganized and Paranoid subtypes, respectively.<br />

The reduced cortical folding and reduced volume of hippocampus were more<br />

pronounced in the left hemisphere. Moreover, the tendencies toward reversion of the<br />

asymmetry of PT and smaller relative volume of left hemisphere suggest a main<br />

effect on the left hemisphere in schizophrenia, possibly involving abnormalities of<br />

the cerebral lateralization with origin in the neurodevelopment process.<br />

29


1. INTRODUÇÃO<br />

Em estudos postmortem, HECKER („Die Hebephrenie‟, 1871) descreveu alargamento<br />

ventricular em diversos pacientes por ele denominados hebefrênicos.<br />

Também KRAEPELIN (1913) estava convencido de que a dementia praecox constituísse<br />

doença orgânica, mas foi seu colega Alzheimer quem procedeu a estudos neuropatológicos<br />

sistemáticos, o que acabou por levá-lo à caracterização fisiopatológica da demência que hoje leva seu<br />

nome, talvez um dos primeiros indícios de que a neuropatologia <strong>das</strong> mais tarde por BLEULER (1911)<br />

denomina<strong>das</strong> „<strong>esquizofrenias</strong>‟ não seria tarefa fácil.<br />

E foi precisamente com Bleuler que a psiquiatria passou a integrar as concepções<br />

psicoanalíticas de Freud, as quais, embora tenham propiciado um significativo avanço na<br />

compreensão do psiquismo humano, no campo da esquizofrenia chegaram a inspirar alguns excessos,<br />

tais como a hipótese da „mãe esquizofrenogênica‟. Tanto que, na década de 70, PLUM (1972) teria<br />

cunhado a famigerada expressão de que a esquizofrenia é „o cemitério dos neuropatologistas‟. Nessa<br />

época, o principal desafio era o de fundamentar cientificamente, com achados empíricos, o<br />

comprometimento cerebral na esquizofrenia (WEINBERGER, 1995).<br />

Embora alguns estudos com Pneumoencefalografia (PEG) (MOORE et al., 1935; HAUG,<br />

1962; STOREY, 1966) já tivessem demonstrado alterações do sistema ventricular em esquizofrenia,<br />

foi a partir dos estudos com CT, seguidos pelos com MRI e estudos postmortem com técnicas<br />

melhora<strong>das</strong> que se obteve um progresso significativo.<br />

Nas últimas déca<strong>das</strong>, estudos com neuroimagem na esquizofrenia têm acumulado<br />

importantes evidências de que a doença está associada com alteração de estruturas cerebrais. Pelo<br />

menos 50 estudos com Tomografia Computadorizada (CT) confirmaram alargamento ventricular e<br />

redução de parênquima cerebral (LEWIS, 1990). Nos anos 90, os estudos com CT foram em grande<br />

parte substituídos por estudos com Ressonância Magnética (MRI), permitindo que análises de<br />

correlações entre variáveis clínicas e alterações anatômicas, à luz <strong>das</strong> teorias etiopatogênicas, abrissem<br />

um campo promissor à pesquisa. Os achados mais consistentes são:<br />

30


1. Aumento dos ventrículos laterais e III° ( aumento médio de 40%, <strong>segundo</strong> a revisão de LAWRIE<br />

e ABUKMEIL, 1998);<br />

2. Redução do volume cerebral, sobretudo às custas de Substância Cinzenta (SC);<br />

3. Redução do Lobo Temporal e estruturas límbicas tais como Hipocampo, Giro Parahipocampal e<br />

Amígdala;<br />

4. Em relação às estruturas subcorticais, o aumento do Striatum (Caudatum + Putamen)<br />

provavelmente deve-se à medicação neuroléptica (CHAKOS et al., 1994), mas Caudatum e<br />

Tálamo estão reduzidos independente de medicação (BUCHSBAUM et al, 1996; KESHAVAN et<br />

al., 1998).<br />

O tempo em que ocorrem estas alterações tem importantes implicações no seu significado<br />

etiológico: alargamento ventricular e redução do volume cortical, já presentes no primeiro episódio<br />

psicótico (DEGREEF et al., 1992; GUR et al., 1998; ZIPURSKY et al., 1998), e ausência de gliose e<br />

outras características neurodegenerativas (HARRISON, 1997) constituem argumentos favoráveis à<br />

hipótese da esquizofrenia como distúrbio do neurodesenvolvimento. Mais controversa é a questão de<br />

se essas alterações são estáticas (JASKIW et al., 1994; VITA et al., 1997), progressivas (GATTAZ et<br />

al., 1981; DeLISI et al., 1997), se há uma combinação de ambas (GUR et al., 1998), ou se há<br />

processos etiológicos distintos em diferentes subtipos de <strong>esquizofrenias</strong> (NAIR et al., 1997).<br />

Entretanto, os parâmetros morfométricos não são patognomônicos, exibem uma significativa<br />

sobreposição entre pacientes esquizofrênicos e controles saudáveis e, mesmo para os achados mais<br />

robustos, há um significativo número de estudos com resultados negativos (HARRISON, 1999). Aqui<br />

emerge a questão: inconsistências entre achados neurorradiológicos e falta de especificidade<br />

diagnóstica devem-se a diferentes graus de severidade ao longo de um continuum psicótico<br />

(GOLDBERG e WEINBERGER, 1995; ANDREASEN, 1999; etc.) ou as <strong>psicoses</strong> do espectro<br />

esquizofrênico constituem grupos clínicos e etiopatológicos distintos? (TSUANG e FARAONE, 1995;<br />

FRANZEK e BECKMANN, 1998).<br />

Heterogeneidade vs. homogeneidade da esquizofrenia:<br />

A heterogeneidade da apresentação clínica da esquizofrenia sugere a existência de diferentes<br />

subtipos clínicos. Grupamentos sintomatológicos tais como delírios, alucinações, embotamento<br />

afetivo e discurso e comportamento desorganizados, freqüentemente manifestos de forma combinada,<br />

31


constituem evidência de heterogeneidade clínica. Não há entretanto consenso quanto à possibilidade<br />

de que heterogeneidade clínica reflita diferentes etiologias. Os argumentos propostos em torno dessa<br />

questão podem ser agrupados em torno de perspectivas distintas.<br />

ANDREASEN e CARPENTER (1993), sintetizaram os 3 modelos básicos que podem<br />

explicar as relações entre manifestações clínicas da esquizofrenia e seus aspectos etiológicos e<br />

fisiopatológicos:<br />

De um lado tem-se o modelo onde uma única doença ou processo fisiopatológico manifesta-<br />

se clinicamente sob a forma de diferentes sinais e sintomas. Um caso prototípico é o da neurossífilis,<br />

onde um único patógeno manifesta-se numa miríade sintomatológica.<br />

Por outro lado, há o modelo em que doenças ou processos fisiopatológicos múltiplos<br />

confluem para um conjunto de sinais e sintomas relativamente homogêneos. A síndrome do retardo<br />

mental exemplifica este modelo: uma variedade de causas, de genéticas a ambientais, deflagra um<br />

padrão semelhante de défices sociais e cognitivos.<br />

O terceiro modelo ocupa uma posição intermediária, sugerindo que sintomas específicos (ou<br />

conjunto de sintomas) refletem diferentes processos-doença, passíveis de diferentes combinações em<br />

diferentes pacientes.<br />

A grande maioria dos estudos biológicos com esquizofrenia refere-se ao primeiro modelo<br />

(FLAUM et al., 1995). Há entretanto algumas objeções a este modelo: estudos com as mesmas<br />

medi<strong>das</strong> de interesse apresentam resultados inconsistentes; os grupos de pacientes apresentam maior<br />

variabilidade entre si do que os grupos controle; e as medi<strong>das</strong> apresentam superposições entre<br />

controles e pacientes.<br />

A opinião predominante, ou que de forma mais ou menos explícita permeia os sistemas<br />

diagnósticos e tem servido como premissa nas investigações, propõe que a variabilidade clínica reflete<br />

diferentes graus de severidade ao longo de um único processo patogenético. O modelo patogenético<br />

unitário em geral admite que os diferentes tipos de sintomas têm origem em diferentes sistemas<br />

neurais, mas propõe que um único processo patogenético desencadeie uma seqüência de disfunções<br />

com maior ou menor expressão sintomática, <strong>segundo</strong> diferentes graus de severidade e mecanismos<br />

compensatórios (GOLDBERG e WEINBERGER, 1995).<br />

32


Por outro lado, o fato de que diferentes fatores causais (genes, complicações obstétricas e<br />

infecções) estejam implicados na etiologia da esquizofrenia fornece suporte para a hipótese da<br />

heterogeneidade etiológica. Os argumentos em prol dessa hipótese provêm sobretudo dos estudos<br />

citogenéticos implicando alterações cromossômicas em subtipos de esquizofrenia (TSUANG e<br />

FARAONE, 1995; MEYER et al., 2001).<br />

Classificação <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>segundo</strong> Leonhard:<br />

Karl Leonhard desenvolveu sua <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong> baseado nos estudos prévios<br />

de Wernicke e Kleist, enfatizando a associação entre formas particulares de esquizofrenia e alterações<br />

de sistemas cerebrais, em analogia ao substrato anátomo-funcional <strong>das</strong> doenças neurológicas<br />

degenerativas (LEONHARD, 1995). No caso <strong>das</strong> doenças neurológicas degenerativas, mesmo na<br />

ausência dos métodos laboratoriais modernos, foi possível a identificação de síndromes clínicas<br />

regulares relaciona<strong>das</strong> aos diferentes sistemas neurológicos (p. ex., no caso da paralisia espástica, foi<br />

possível identificar uma síndrome clínica relacionada ao Sistema Piramidal). No caso da<br />

esquizofrenia, podemos reconhecer „estados de defeito‟ [Defektzustand Syndrome], constituídos por<br />

complexos sintomatológicos regulares e específicos [Symptomverbände], que apontam para<br />

anormalidades „sistemáticas‟ distintas. Contudo, Leonhard sugere que nas <strong>psicoses</strong> esquizofrênicas<br />

esses sistemas estão em conexão com áreas funcionais mais extensas, de forma que os défices<br />

estruturais seriam demasiado difusos para uma detecção mais óbvia (LEONHARD, 1970). Tais<br />

premissas são particularmente váli<strong>das</strong> para as <strong>esquizofrenias</strong> Sistemáticas, que apresentam início<br />

insidioso, curso progressivo e sintomas bem delimitados.<br />

Por outro lado, as formas Não-Sistemáticas exibem uma multiplicidade de sintomas,<br />

freqüentemente incluindo elementos característicos de outras <strong>psicoses</strong> tais como Psicoses Ciclóides,<br />

Maníaco-Depressivas e outras formas Não-Sistemáticas. Apresentam curso progressivo, com<br />

períodos de crise intercalados por períodos de remissão parcial, e características bipolares a nível de<br />

afeto (Parafrenia Afetiva), curso formal do pensamento (Catafasia) e funções psicomotoras (Catatonia<br />

Periódica). Tais características levaram à especulação de que as formas Não-Sistemáticas teriam seu<br />

distúrbio inicial no âmbito <strong>das</strong> Psicoses Ciclóides (bipolares) e subseqüentemente progrediriam para<br />

os substratos <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong> Sistemáticas (LEONHARD, 1970). Da mesma forma, o curso com<br />

crises periódicas e remissões parciais sugere um evento tóxico periódico (LEONHARD, 1963).<br />

33


Os estudos com neuroimagem envolvendo a <strong>classificação</strong> de Leonhard (encontramos 7<br />

estudos publicados) permitem duas principais assertivas:<br />

1. Psicoses Ciclóides apresentam elevada incidência de alterações morfológicas, incluindo aumento<br />

de LCR ventricular e cortical (FALKAY et al., 1995; BECKER et al., 1995; FRANZEK et al.,<br />

1996);<br />

2. Esquizofrenias Sistemáticas apresentam redução de Lobo Temporal quando compara<strong>das</strong> às Não-<br />

Sistemáticas (SERFLING et al., 1995). Em acordo com o baixo risco genético e a alta incidência<br />

de infecções maternas observa<strong>das</strong> nas formas Sistemáticas (FRANZEK, 1992; FRANZEK E<br />

BECKMANN, 1996; STÖBER et al., 1994, 1997), Serfling e colegas interpretam a redução de<br />

Lobos Temporais nas formas Sistemáticas como evidência de alterações exógenas operando no<br />

neurodesenvolvimento.<br />

Estudos <strong>das</strong> regiões de interesse (ROI):<br />

Usando MRI, diversos autores têm desenvolvido medi<strong>das</strong> padroniza<strong>das</strong> com o intuito de<br />

identificar anormalidades em estruturas (Hipocampo, Planum Temporale) e índices morfométricos<br />

cerebrais (VBR e Índice de Girificação):<br />

Índice de Girificação: ELIAS e SCHWARTZ (1969) definiram o grau de pregueamento<br />

cortical como a razão entre superfície cortical total (incluindo sulcos) e superfície cortical exposta. Em<br />

estudo postmortem de 61 cérebros normais, ZILLES et al. (1988) desenvolveram o chamado Índice de<br />

Girificação (GI) a partir de medi<strong>das</strong> diretas na superfície cortical, tal como vista em cortes coronais.<br />

Em estudo com MRI, KULYNYCH et al. (1997) encontraram redução do GI no hemisfério esquerdo<br />

de 9 pacientes esquizofrênicos. Supõe-se que a redução na complexidade do pregueamento cortical<br />

(ou girificação) represente distúrbio da conectividade neural subjacente (RAKIC, 1988;<br />

ARMSTRONG et al., 1995). Por outro lado, VOGELEY et al. (2000, 2001) encontraram hipergiria<br />

pré-frontal direita em pacientes esquizofrênicos masculinos.<br />

Hipocampo: A redução de hipocampos e estruturas temporais mesiais na esquizofrenia<br />

constitui um achado bem documentado (NELSON et al., 1998) e já foi associada à severidade de<br />

sintomas positivos [suspicácia e desorganização conceitual] (BOGERTS et al., 1993), síndrome<br />

desorganizada [déficit de atenção, comportamento bizarro e distúrbio formal do pensamento]<br />

(FUKUZAKO et al., 1996) e severidade de sintomas positivos e negativos (MARSH et al., 1999).<br />

34


Entretanto, alguns estudos não encontraram diferenças entre pacientes e controles (HOWARD et al.,<br />

1995; TORRES et al., 1997; MARSH et al., 1999), outros relacionaram a síndrome desorganizada<br />

[distúrbio formal do pensamento] com aumento bilateral de estruturas temporais mesiais (CHUA et<br />

al., 1997), ou não encontraram correlações entre sintomas e/ou subtipos clínicos e dimensões de<br />

estruturas temporais mesiais (WHITWORTH et al., 1998; SANFILIPO et al., 2000; GUR et al.,<br />

2000).<br />

Planum Temporale: O PT, região triangular situada no segmento posterior do Giro Temporal<br />

Superior (STG), citoarquitetonicamente consiste em córtex de associação auditivo relacionado com a<br />

integração e processamento da linguagem. Na maioria dos indivíduos destros saudáveis, o PT é maior<br />

no hemisfério esquerdo (LPT > RPT), refletindo a assimetria fisiológica <strong>das</strong> regiões envolvi<strong>das</strong> na<br />

linguagem (GESCHWIND e LEVITSKY, 1968). Diversos estudos com MRI de pacientes<br />

esquizofrênicos têm demonstrado simetria (LPT = RPT) ou reversão da assimetria (LPT < RPT) do<br />

PT, originando a hipótese de que algumas <strong>das</strong> alterações vistas em esquizofrenia poderiam resultar de<br />

distúrbio na lateralização funcional dos hemisférios (KWON et al., 1999; HIRAYASU et al., 2000).<br />

PENFIELD e PEROT (1963) relataram alucinações auditivas complexas resultantes de estimulação<br />

cortical da área de Wernicke. Alguns estudos com neuroimagem de pacientes esquizofrênicos<br />

encontraram correlações entre reversão da assimetria do PT (ou de segmentos do STG) e severidade<br />

de distúrbio do pensamento (SHENTON et al., 1992 [LSTG]; ROSSI et al., 1994; PETTY et al.,<br />

1995); outros, com severidade de alucinações auditivas (BARTA et al., 1990; FLAUM et al., 1995).<br />

Novamente, diversos estudos obtiveram achados negativos, seja em relação à hipótese de<br />

reversão da assimetria (KULYNYCH et al., 1995; O‟LEARY et al., 1995; FRANGOU et al., 1997) ou<br />

quanto a correlações com sintomatologia (DeLISI et al., 1994; KLEINSCHMIDT et al., 1994;<br />

BARTA et al., 1997).<br />

Nossa hipótese inicial é a de que as inconsistências nos achados de neuroimagem reflitam a<br />

heterogeneidade <strong>das</strong> populações estuda<strong>das</strong>. Na suposição de que as diferenças clínicas e genetico-<br />

epidemiológicas postula<strong>das</strong> por Leonhard entre <strong>esquizofrenias</strong> Não-Sistemáticas e Sistemáticas<br />

apontem para diferentes processos fisiopatológicos, a análise estrutural com MRI poderia revelar<br />

diferentes padrões de anormalidades morfológicas entre estas duas formas.<br />

35


2. REVISÃO DA LITERATURA<br />

2.1. Classificação de Leonhard:<br />

2.1.1. Histórico:<br />

A Classificação <strong>das</strong> Psicoses Endógenas de Leonhard poderia mais apropriadamente ser<br />

denominada Classificação de Wernicke-Kleist-Leonhard. Embora entre esses autores haja<br />

discordância quanto a alguns aspectos teóricos, seus fundamentos exibem uma solução de<br />

continuidade que os distingue <strong>das</strong> demais tendências no pensamento psiquiátrico do século XX. A<br />

primazia do enfoque neurobiológico associada às descrições psicopatológicas constitui não só uma<br />

escola psiquiátrica de notável relevância, como também um corpo teórico bastante atraente às<br />

investigações atuais.<br />

A psiquiatria moderna, inicialmente ancorada em concepções filosófico-religiosas, assume<br />

uma direção neuroanatômica com GRIESINGER (1817-1868) (“Die Pathologie und Therapie der<br />

psychischen Krankheiten”, 1845). Griesinger propunha que psiquiatria e neuropatologia falam a<br />

mesma língua e são regi<strong>das</strong> pelas mesmas leis. De formas que o primeiro passo para a compreensão<br />

dos transtornos psíquicos é a sua localização, ou seja, sua compreensão a partir de alterações<br />

patológicas cerebrais. A partir da neuroanatomia de Meynert e da neurofisiologia de Hitzig houve uma<br />

série de descobrimentos baseados na localização cerebral de funções psíquicas mais simples, tais<br />

como afasia e agnosia. Neste contexto surge WERNICKE (1848-1905) com seu construto de uma<br />

psiquiatria anatômico-localizatória e neuropatológica.<br />

KRAEPELIN (1856 – 1925), em parte baseado em KAHLBAUM (1828-1899), propôs um<br />

agrupamento bipartido <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> com ênfase no seu aspecto prognóstico. <strong>As</strong>sim, de um lado<br />

concebeu como Dementia praecox as <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> progressivas e com estado final de defeito<br />

[Defekt]; de outro, os Transtornos Maníaco-Depressivos [manish-depressive Irresein], caracterizados<br />

por formas de curso fásico e potencialmente curáveis.<br />

36


BLEULER (1857-1939) cunhou o termo „grupo <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong>‟ em substituição ao de<br />

„demência precoce‟, conceito que trouxe consigo uma maior abrangência, arrolando sob seu<br />

diagnóstico outras <strong>psicoses</strong> que seriam vistas originalmente por Kraepelin como no âmbito dos<br />

transtornos maníaco-depressivos.<br />

LEONHARD (1904-1988) sugere que esta mudança acabou por comprometer o princípio<br />

prognóstico kraepeliniano, na medida em que algumas <strong>psicoses</strong> defini<strong>das</strong> neste aspecto como<br />

esquizofrênicas apresentavam cura ou remissão completa. Uma vez relativizado o princípio<br />

prognóstico, permanece como alternativa uma <strong>classificação</strong> baseada em sintomas, o que tornaria a<br />

<strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> bem menos consistente (LEONHARD, 1995).<br />

Wernicke rejeitou a <strong>classificação</strong> de seu contemporâneo Kraepelin e propôs uma divisão não<br />

a partir do prognóstico, mas sim do quadro sintomatológico de estado [Zustandbild]. KLEIST (1879 –<br />

1960) adotou seus ensinamentos ao mesmo tempo em que procurou respaldá-los no princípio<br />

prognóstico proposto por Kraepelin. Isto propiciou uma divisão <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> baseada no quadro<br />

sintomatológico <strong>das</strong> formas nosológicas propostas por Wernicke, mas não tão somente na<br />

sintomatologia, como também no seu curso [Verlauf] e resultado final [Ausgang]. Dessa maneira, no<br />

campo <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> surgiram formas autônomas, através <strong>das</strong> quais sobretudo o grupo <strong>das</strong><br />

<strong>esquizofrenias</strong> foi novamente restrito às formas de prognóstico desfavorável.<br />

Ulteriormente, Kleist esforçou-se em delimitar formas específicas no âmbito <strong>das</strong><br />

<strong>esquizofrenias</strong> e <strong>psicoses</strong> maníaco-depressivas. Aqui ele pôde fundamentar-se não somente em<br />

Wernicke, mas também em Kraepelin que, embora tenha visto o agrupamento original de forma<br />

bipartida, também procurou descrever quadros exatos no campo <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong>, principalmente no<br />

que se refere aos estados residuais [Endzustände].<br />

Em suas investigações, LEONHARD (1904 – 1988) parte também dos estados de defeito<br />

[Defektzuständen] esquizofrênicos, portanto seguindo a Kraepelin. Entretanto, quanto à psicopatologia<br />

<strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong>, baseia suas concepções na linha teórica de Wernicke e Kleist. Há entretanto<br />

que se referir algumas distinções entre estas concepções: Kleist concebeu que a cada subforma<br />

corresponderia um distúrbio de sistema neurológico específico, especialmente no caso <strong>das</strong> formas<br />

Sistemáticas. Leonhard, que identificou 19 subformas de esquizofrenia, assume a concepção de que<br />

37


não se tratam de sistemas no sentido morfológico, mas sim funcional. Portanto, em sentido genérico o<br />

que caracteriza as subformas de esquizofrenia Leonhardianas são diferenças genéticas e funcionais.<br />

2.1.2. Classificação:<br />

A seguir, nos limitaremos a uma exposição resumida <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> descritas por Leonhard que<br />

são comumente arrola<strong>das</strong> nos sistemas diagnósticos atuais (CID-10 e DSM-IV) como esquizofrenia ou<br />

<strong>psicoses</strong> do espectro esquizofrênico (Quadro 1).<br />

2.1.2.1. Psicoses Ciclóides [zykloiden Psychosen]:<br />

<strong>As</strong> síndromes psicóticas descritas por Leonhard no âmbito <strong>das</strong> Psicoses Ciclóides (PC)<br />

haviam já sido descritas por WERNICKE (1900) e KLEIST (1928). Leonhard, entretanto, agrupou-as<br />

com algumas diferenças:<br />

Wernicke apresentou a Psicose de Angústia-Felicidade em duas formas separa<strong>das</strong>: de um<br />

lado, a Psicose de Angústia; de outro, a “Autopsicose Expansiva devido a Idéias Autóctones”. Kleist<br />

considerou a Psicose de Angústia [Angstpsychose] e a Psicose de Felicidade [Glückspsychose], que ele<br />

designou como “Psicose de Inspiração” [Eingebungspsychose], como “Psicoses Marginais<br />

Paranóides” [paranoiden Randpsychosen].<br />

O conceito de Psicose da Motilidade, também cunhado por Wernicke, abrangia as <strong>psicoses</strong><br />

posteriormente classifica<strong>das</strong> por Leonhard como Catatonia Periódica, portanto no âmbito <strong>das</strong> formas<br />

esquizofrênicas Não-Sistemáticas. O diagnóstico diferencial em oposição às formas esquizofrênicas<br />

foi estabelecido mais tarde por FÜNFGELD e KLEIST (1936). Wernicke compreendeu ambos os<br />

pólos da doença com a designação “Psicose da Motilidade Cíclica”.<br />

A Psicose Confusional foi por Wernicke apresentada como “Alopsicose Maniacal Periódica”<br />

[periodische maniakalische Allopsychose] ou também como “Confusão Agitada” [agitierte<br />

Verwirrtheit]. A Psicose Confusional Inibida [gehemmte Verwirrtheitspsychose] é reconhecida no seu<br />

conceito de “Acinesia Intrapsíquica” [intrapsychischen Akinese]. Kleist falava neste caso de um<br />

„estupor perplexo‟ [ratlosen Stupor]. O conceito de „confusionalidade‟ [Verwirrtheit] provem de<br />

Meynert. Kleist, por sua vez, definiu ambas Psicose da Motilidade e Psicose Confusional como<br />

“Psicoses Marginais Ciclóides”.<br />

38


Quadro 1. Classificação <strong>das</strong> Psicoses Endógenas <strong>segundo</strong> Karl Leonhard<br />

Classificação <strong>das</strong> Psicoses Endógenas <strong>segundo</strong> K. Leonhard*<br />

1. Psicoses Fásicas (phasischen Psychosen) (exceto as Ciclóides):<br />

1.1. Doença Maníaco-depressiva (manisch-depressive Krankheit);<br />

1.2. Melancolia Pura e Mania Pura:<br />

1.2.1. Melancolia Pura (reine Melancholie);<br />

1.2.2. Mania Pura (reine Manie).<br />

1.3. Depressões Puras e Euforias Puras:<br />

1.3.1. Depressões Puras (reine Depressionen):<br />

1.3.1.1. Depressão Agitada (gehetzte Depression);<br />

1.3.1.2. Depressão Hipocondríaca (hypochondrische Depression);<br />

1.3.1.3. Depressão Auto-torturada (selbsquälerische Depression);<br />

1.3.1.4. Depressão Desconfiada (argwöhnische Depression);<br />

1.3.1.5. Depressão Apática (Fria?) (teilnahmsarme Depression);<br />

1.3.2. Euforias Puras (reine Euphorien):<br />

1.3.2.1. Euforia Improdutiva (unproduktive Euphorie);<br />

1.3.2.2. Euforia Hipocondríaca (hypochondrische Euphorie);<br />

1.3.2.3. Euforia (Exaltada) (schwärmerische Euphorie);<br />

1.3.2.4. Euforia Confabulatória (konfabulatorische Euphorie);<br />

1.3.2.5. Euforia Apática (teilnahmsarme Euphorie);<br />

2. Psicoses Ciclóides (zykloiden Psychosen):<br />

2.1. Psicose de Angústia/Felicidade (Angst-Glück-Psychosen);<br />

2.2. Psicose Confusional Excitada/Inibida (erregt-gehemmte Verwirrtheitspsychose);<br />

2.3. Psicose da Motilidade Hipercinética/Acinética (hyperkinetisch-akinetische Motilitätspsychose).<br />

3. Esquizofrenias Não-Sistemáticas (unsystematischen Schizophrenien):<br />

3.1. Parafrenia Afetiva (affektvolle Paraphrenie);<br />

3.2. Catafasia ou Esquizofasia (Kataphasie oder Schizophasie);<br />

3.3. Catatonia Periódica (periodische Katatonie).<br />

4. Esquizofrenias Sistemáticas (sytematischen Schizophrenien):<br />

4.1. Esquizofrenias Sistemáticas Simples:<br />

4.1.1. Formas Catatônicas (katatonen Formen):<br />

4.1.1.1. Catatonia Paracinética (parakinetische Katatonie);<br />

4.1.1.2. Catatonia Maneirista (manierierte Katatonie);<br />

4.1.1.3. Catatonia Proscinética (proskinetische Katatonie);<br />

4.1.1.4. Catatonia Negativista (negativistische Katatonie);<br />

4.1.1.5. Catatonia Parafêmica (sprechbereite Katatonie);<br />

4.1.1.6. Catatonia Hipofêmica (sprachträge Katatonie);<br />

4.1.2. Formas Hebefrênicas (hebephrenen Formen):<br />

4.1.2.1. Hebefrenia Pueril (läppische Hebephrenie);<br />

4.1.2.2. Hebefrenia Excêntrica (verschrobene Hebephrenie);<br />

4.1.2.3. Hebefrenia Superficial (flache Hebephrenie);<br />

4.1.2.4. Hebefrenia Autística (autistishe Hebephrenie);<br />

4.1.3. Formas Paranóides (paranoide Formen):<br />

4.1.3.1. Parafrenia Hipocondríaca (hypochondrische Paraphrenie);<br />

4.1.3.2. Parafrenia Fonêmica (phonemische Paraphrenie);<br />

4.1.3.3. Parafrenia Incoerente (inkohärente Paraphrenie);<br />

4.1.3.4. Parafrenia Fantástica (phantastische Paraphrenie);<br />

4.1.3.5. Parafrenia Confabulatória (konfabulatorische Paraphrenie);<br />

4.1.3.6. Parafrenia Expansiva (expansive Paraphrenie);<br />

4.2. Esquizofrenias Sistemáticas Combina<strong>das</strong>:<br />

4.2.1. Catatonias Sistemáticas Combina<strong>das</strong>;<br />

4.2.2. Hebefrenias Sistemáticas Combina<strong>das</strong>;<br />

4.2.3. Parafrenias Sistemáticas Combina<strong>das</strong>;<br />

(*) Conforme a última publicação da sua divisão <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong>, em 1986, 7a. edição, 1995.<br />

39


O principal aspecto que distingue as Psicoses Ciclóides <strong>das</strong> formas esquizofrênicas é a sua<br />

completa remissão após cada fase. Evoluções crônicas são muito raras e amiúde correspondem a uma<br />

certa perda da plasticidade interna [inneren Spannkraft] decorrente da institucionalização, sendo<br />

portanto reativas e iatrogênicas. <strong>As</strong> remissões <strong>das</strong> Psicoses Ciclóides foram confirma<strong>das</strong> pelos<br />

acompanhamentos conduzidos por LEONHARD e TROSTORFF (1964). Ulteriormente, PERRIS<br />

(1974) ocupou-se <strong>das</strong> Psicoses Ciclóides e confirmou seu prognóstico favorável.<br />

Embora estes estudos tenham demonstrado uma clara distinção prognóstica, as Psicoses<br />

Ciclóides apresentam um certo parentesco com as formas de Esquizofrenia Não-Sistemáticas no que<br />

se refere à sintomatologia e ao caráter bipolar, mas são diferencia<strong>das</strong> no que tange aos quadros de<br />

estado [Zustandsbild] e evolução [Verlauf], como veremos a seguir.<br />

2.1.2.1.1. Psicose de Angústia-Felicidade [Angst-Glück-Psychosen]<br />

A Psicose de Angústia/Felicidade apresenta-se como uma perturbação básica do afeto. <strong>As</strong>sim<br />

como as demais <strong>psicoses</strong> ciclóides, as <strong>esquizofrenias</strong> não-sistemáticas e o transtorno maníaco-<br />

depressivo, caracteriza-se por apresentar quadros de estado dentro de um espectro bipolar. No pólo<br />

caracterizado por angústia-ansiedade [Angst], a angústia é acompanhada de desconfiança, idéias de<br />

auto-referência [Eigenbeziehungen-], hipocondríacas e de desvalia. Também costumam ocorrer<br />

alterações senso-perceptivas [Sinnestäuschungen], às vezes acompanha<strong>das</strong> de vivências de influência<br />

[Beeinflussungserlebnissen]. No seu pólo oposto, encontra-se uma alteração de humor extático<br />

[ekstatische Verstimmung] e idéias de felicidade [Glücksideen], com as quais costumam estar<br />

associa<strong>das</strong> idéias de referência [Beziehungsideen] e alterações senso-perceptivas.<br />

Estes sintomas básicos, entretanto, não necessariamente aparecem em primeiro plano. Podem<br />

surgir quadros com traços mais ou menos nítidos do transtorno maníaco-depressivo, da psicose<br />

confusional ou da psicose da motilidade. O aspecto sintomatológico multiforme é tão típico da psicose<br />

de angústia-felicidade quanto <strong>das</strong> demais <strong>psicoses</strong> ciclóides.<br />

<strong>As</strong> fases de angústia são mais freqüentes do que as extáticas, podendo ocorrer isoladamente,<br />

enquanto que raramente encontramos quadros isolados de psicose de felicidade. Entretanto, podem<br />

40


ocorrer quadros mistos, com uma rápida ciclagem entre humor angustioso e extático numa mesma<br />

fase. A duração dos estados sintomáticos é semelhante às do transtorno maníaco-depressivo.<br />

Leonhard também sugere que estas <strong>psicoses</strong> costumam apresentar como características de<br />

personalidade pré-psicótica uma tendência à irritabilidade afetiva [Affekterregbarkeit], o que ele<br />

denomina „temperamento exaltado‟ [überschwenglichen Temperamenten] (LEONHARD, 1970b).<br />

2.1.2.1.2. Psicose Confusional Excitada-Inibida [erregt-gehemmte<br />

Verwirrtheitspsychose]<br />

O sintoma central implicado na Psicose Confusional refere-se ao distúrbio do pensamento: na<br />

sua fase excitada ocorre incoerência do pensamento e, na fase inibida, inibição do mesmo. Nos casos<br />

mais leves de excitação do pensamento ocorre o que Leonhard chama uma “incoerência na eleição do<br />

tema” [Inkohärenz der Themenwahl]. A excitação do pensamento costuma estar associada a uma<br />

pressão da fala [Rededrang]. Como alterações do conteúdo, na excitação sobrevêm principalmente<br />

equívocos no reconhecimento <strong>das</strong> pessoas [Personenverkennungen], aos quais freqüentemente estão<br />

associa<strong>das</strong> idéias de referência e alterações senso-perceptivas, sobretudo de natureza acústica.<br />

Por outro lado, na fase inibida, a inibição do pensamento associa-se a um empobrecimento da<br />

fala [Sprachverarmung], que pode chegar ao mutismo. Também agregam-se à „perplexidade‟<br />

[Ratlosigkeit] (ou „reação catastrófica‟) idéias de referência [Beziehungs-] e de significação<br />

[Bedeutungsideen]. Também podem ocorrer alucinações, embora mais raras na fase inibida.<br />

Entretanto, é comum que o quadro de estado [Zustandbild] não se apresente de forma pura,<br />

mas demonstre o caráter multiforme da Psicose Confusional através de traços característicos da<br />

Psicose da Motilidade, da Psicose de Angústia-Felicidade e do Transtorno Maníaco-Depressivo.<br />

O curso [Verlauf] é variável, muitas vezes com o predomínio de apenas um dos pólos,<br />

embora seja bastante freqüente a ciclagem entre ambos.<br />

Leonhard sugere que estes pacientes têm como características pré-psicóticas uma tendência<br />

ao pensamento digressivo [abschweifendes Denken] ou, no pólo contrário, a um pensamento lento<br />

[langsames]. Também refere que estes pacientes apresentariam um predomínio da constituição física<br />

pícnica.<br />

41


1.1.2.1.3. Psicose da Motilidade Hipercinética-Acinética [hyperkinetisch-akinetische<br />

Motilitätspsychose]<br />

Como o nome sugere, a Psicose da Motilidade está diretamente relacionada aos sintomas<br />

motores. Na fase caracterizada por hipercinese [erregten Pol], a Psicose da Motilidade caracteriza-se<br />

por uma inquietação motora [Bewegungsunruhe] que afeta principalmente os movimentos expressivos<br />

e reativos (involuntários). Na fase acinética [gehemmten Pol], também os movimentos expressivos e<br />

reativos estão comprometidos. Os movimentos voluntários [Willkürbewegungen] estarão<br />

comprometidos apenas nos casos em que dependam do componente psicomotor (Leonhard não faz<br />

referência muito precisa ao conceito aqui implicado). Em casos mais leves, ainda com movimentos<br />

voluntários preservados, pode-se reconhecer o quadro a partir da rigidez na postura e na mímica. O<br />

quadro pode evoluir para uma acinese.<br />

Entretanto, é relativamente freqüente ocorrer numa mesma fase uma oscilação circular para<br />

ambos os pólos. <strong>As</strong> acineses são relativamente mais raras e de duração mais longa, podendo até<br />

mesmo prolongar-se por meses. Em contrapartida, as hipercineses costumam ser mais freqüentes e<br />

apresentar duração restrita a poucas semanas.<br />

Junto à síndrome central da Psicose da Motilidade, aparecem freqüentemente traços de uma<br />

<strong>das</strong> outras doenças bipolares. De particular interesse é o diagnóstico diferencial com as Psicoses<br />

Confusionais.<br />

A acinese da Psicose da Motilidade deve ser distinguida do estupor da Psicose Confusional, o<br />

que requer uma investigação acerca de qual dentre os sistemas motores está mais comprometido, se os<br />

movimentos voluntários (Psicose Confusional) ou involuntários (Psicose da Motilidade).<br />

O diagnóstico diferencial com a Psicose Confusional também pode ser complicado na fase<br />

excitada: uma incoerência formal, onde é verbalizada uma forma discursiva incoerente e com<br />

interrupções, é característica da Psicose da Motilidade. Quando a isto vem se somar uma pressão da<br />

fala incoerente [inkohärenter Rededrang], o que é relativamente comum na hipercinese, há uma<br />

sobreposição com as Psicoses Confusionais que torna difícil o seu diagnóstico diferencial.<br />

Também aqui, baseado nas observações de Trostorff, Leonhard refere como constituição pré-<br />

psicótica um “temperamento de movimento” [Bewegungstemperament], com riqueza de movimentos<br />

expressivos e amiúde um talento para a dança, assim como predomínio do tipo físico leptossômico.<br />

42


2.1.2.2. Esquizofrenias Não-Sistemáticas [unsystematischen Schizophrenien]<br />

<strong>As</strong> Esquizofrenias Não-Sistemáticas (ENS) guardam muitas semelhanças com as Psicoses<br />

Ciclóides (PC), o que muitas vezes torna difícil o diagnóstico diferencial. Ambas apresentam<br />

quadros de estado bipolares e a cada uma <strong>das</strong> Psicoses Ciclóides corresponde uma Esquizofrenia<br />

Não-Sistemática, como veremos a seguir: a Psicose de Angústia/Felicidade guarda relação com a<br />

Parafrenia Afetiva , a Psicose de Motilidade com a Catatonia Periódica e a Psicose Confusional<br />

com a Catafasia (ou Esquizofasia).<br />

A distinção entre as formas curáveis <strong>das</strong> PC e as ENS está não somente no fato de que<br />

apresentam quadros de estado sintomatologicamente distintos, mas principalmente porque as ENS<br />

levam a um quadro de defeito.<br />

Precisamente porque tanto às Esquizofrenias Não-Sistemáticas quanto às Sistemáticas<br />

corresponde um estado de defeito, Leonhard conservou a designação Bleuleriana para ambos os<br />

grupos de <strong>psicoses</strong>. Reitera, entretanto, que: “… as Esquizofrenias Sistemáticas e Não-<br />

Sistemáticas em sua essência não têm nada a ver uma com a outra. O nome comum justifica-se<br />

apenas pela tradição: desde Kraepelin e Bleuler tem-se por hábito agrupar to<strong>das</strong> as <strong>psicoses</strong><br />

<strong>endógenas</strong> que levam a um defeito [Defekt] sob o conceito de esquizofrenia.” (LEONHARD,<br />

1995, p.86).<br />

O diagnóstico diferencial entre Não-Sistemáticas e Sistemáticas não costuma ser complicado,<br />

pois em ambas as formas tanto a sintomatologia quanto a evolução são bastante diferentes. <strong>As</strong> formas<br />

Sistemáticas evoluem insidiosa e progressivamente, enquanto que as Não-Sistemáticas exibem<br />

quadros pouco circunscritos e de uma ampla variação sintomatológica, via de regra evoluindo sob a<br />

forma de surtos agudos, e não de maneira insidiosa como se observa nas doenças degenerativas. Esta<br />

evolução, onde alternam-se períodos de remissão com surtos de reagudização psicótica, leva-o a<br />

especular acerca de uma natureza etiológica distinta, possivelmente baseada em um processo orgânico<br />

metabólico que, de tempos em tempos, exerceria um efeito “tóxico” sobre o funcionamento cerebral.<br />

Outro aspecto relevante na diferenciação entre as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas<br />

consiste na predisposição genética: pacientes diagnosticados com as formas Não-Sistemáticas<br />

apresentam um maior número de casos entre familiares, o que não ocorre com as formas Sistemáticas.<br />

43


O caráter remissivo entre os surtos de reagudização e o componente genético implicados nas formas<br />

não-sistemáticas apontaria para uma possível alteração cerebral de natureza metabólica e cíclica. <strong>As</strong><br />

formas Sistemáticas, por outro lado, pelo seu curso insidioso e pela relativa ausência de história<br />

familiar, sugerem outras causas, possivelmente externas, implica<strong>das</strong> na etiopatologia.<br />

2.1.2.2.1. Parafrenia Afetiva [affektvolle Paraphrenie]<br />

A Parafrenia Afetiva pode apresentar um curso remissivo ou insidioso com uma síndrome de<br />

referência [Beziehungssyndrom] como primeira manifestação. Tanto no início quanto no curso mais<br />

tardio ocorrem oscilações afetivas no sentido de angústia [Angst] ou êxtase [Ekstase]. Estes afetos<br />

estão sempre acompanhados de uma construção patológica de idéias: na angústia encontramos auto-<br />

referências [Eigenbeziehungen] e freqüentemente também alucinações; no êxtase também ocorrem<br />

alterações senso-perceptivas, mas predominam idéias de felicidade [Glücksideen].<br />

No início pode ser difícil distinguí-la de uma Psicose de Angústia-Felicidade benigna, mas<br />

em geral as idéias delirantes e alterações senso-perceptivas tornam-se tão ilógicas que não mais<br />

podem ser deduzi<strong>das</strong> a partir do afeto angustioso ou extático. <strong>As</strong> distorções senso-perceptivas<br />

somáticas [körperlichen Mißempfindungen], que na Psicose de Angústia-Felicidade costumam ser<br />

atribuí<strong>das</strong> ao estado anormal (constituem, portanto, pseudoalucinações), na Parafrenia Afetiva desde o<br />

início assumem um caráter alucinatório no sentido de influência externa. Com freqüência, as<br />

oscilações afetivas estão liga<strong>das</strong> a uma irritabilidade que se desenvolve de maneira gradual, via de<br />

regra a partir da angústia. Pode-se então encontrar uma síndrome de referência irritável [gereiztes<br />

Beziehungssyndrom] com um conteúdo menos angustioso e mais relacionado a interpretações hostis<br />

do ambiente. A Parafrenia Afetiva pode permanecer muito tempo neste estágio. Também podem<br />

ocorrer leves alterações de humor extático que permanecem como um estado de longa duração,<br />

resultando num delírio de grandeza crônico. Por fim, ainda mais freqüente é a oscilação patológica da<br />

afetividade para ambos os pólos, de forma que podem ocorrer idéias persecutórias e de grandeza ao<br />

mesmo tempo. Ocasionalmente pode ocorrer uma sistematização <strong>das</strong> idéias delirantes, cuja expressão<br />

remete a um quadro de Paranóia no sentido de Kraepelin.<br />

É freqüente que a Parafrenia Afetiva não permaneça neste estágio, senão que continue<br />

progredindo. O caráter ilógico, que pode ser identificado já no início, evidencia-se sempre mais<br />

44


claramente no quadro delirante, tanto que resulta em francas estruturações fantásticas [phantastischen<br />

Gestaltungen] com idéias de grandeza, falsificações da memória [Erinerungsfälschungen], equívocos<br />

no reconhecimento <strong>das</strong> pessoas [Personenverkennungen], idéias absur<strong>das</strong> e alterações senso-<br />

perceptivas em to<strong>das</strong> as áreas do sentido. Entretanto, estes sintomas não são tão regularmente<br />

expressos como nas formas sistemáticas da Parafrenia Fantástica. Alguns podem estar ausentes,<br />

enquanto que outros podem manifestar-se em maior intensidade. Aqui, a relação com o afeto é chave<br />

no diagnóstico diferencial: enquanto os parafrênicos sistemáticos demonstram pouca vinculação<br />

afetiva com seus conteúdos delirantes e falam deles sem expressão afetiva intensa, os parafrênicos<br />

afetivos ancoram fortemente suas ideações delirantes no afeto. Os pacientes falam de suas idéias com<br />

irritação profunda ou com orgulho e entusiasmo, por mais absurda que seja a ideação delirante.<br />

Entretanto, fora do tema envolvendo seu delírio, os pacientes costumam apresentar embotamento.<br />

2.1.2.2.2. Catafasia ou Esquizofasia [Kataphasie oder Schizophasie]<br />

A Catafasia também ocorre em dois pólos, um excitado e outro inibido. A Catafasia excitada<br />

caracteriza-se por uma pressão de fala confusa que, nos casos severos, constitui verbalizações<br />

incompreensíveis. Embora os doentes em sua maior parte apresentem-se ordenados em suas condutas<br />

e suas atividades estejam preserva<strong>das</strong>, ocorre em compensação um aplainamento afetivo. No estado<br />

inibido, os casos mais severos de Catafasia caracterizam-se por um mutismo, enquanto que nos casos<br />

mais leves ocorre um laconismo [Wortkargheit].<br />

O distúrbio do pensamento, perturbação central da Catafasia, revela seu parentesco com a<br />

perturbação vista na Psicose Confusional, embora na excitação vá além de uma simples incoerência e,<br />

na inibição, além de uma simples inibição do pensamento. Na catafasia excitada encontra-se uma<br />

severa perturbação lógica que também afeta o elemento lingüístico, resultando em confusão de<br />

palavras [Wortverwechslungen], neologismos e uma ordenação gramatical deficitária. Na Catafasia<br />

inibida também ocorrem erros lógicos, mas aqui distingue-se sobretudo a inibição do pensamento que,<br />

tal como na Psicose Confusional, leva a um estado perplexo. Entretanto, pode-se ao mesmo tempo<br />

reconhecer na fisionomia uma apatia interna [innere Stumpfheit]. Além disso, ao invés de responder, o<br />

paciente tende a dirigir um olhar fixo ao entrevistador. Na catafasia excitada freqüentemente ocorrem<br />

45


confabulações e, na forma inibida, idéias de referência. Além <strong>das</strong> Catafasias excitada ou inibida, há<br />

casos com severas perturbações do pensamento e da linguagem que não apresentam loquacidade ou<br />

pobreza de palavras, evidenciando portanto somente o sintoma-defeito [Defektsymptom] central da<br />

doença.<br />

Da mesma forma como vimos na Parafrenia Afetiva, na Catafasia freqüentemente<br />

encontram-se misturados traços de outras Esquizofrenias Não-Sistemáticas e <strong>das</strong> Psicoses Ciclóides.<br />

Freqüentemente encontramos oscilações entre sentimentos angustiosos e extáticos [ängstliche und<br />

ekstatische Gefühlsschwankungen]. O curso da Catafasia pode ser insidioso e progressivo, com<br />

períodos de remissões, ou até mesmo de curso periódico.<br />

2.1.2.2.3. Catatonia Periódica [periodische Katatonie]<br />

A Catatonia Periódica cursa em estados hipercinéticos e acinéticos. Entretanto, são raros os<br />

estados com uma forma pura, sendo mais freqüente a mistura de sintomas pertencentes a ambos os<br />

pólos.<br />

A hipercinese, devido ao acréscimo de traços acinéticos, passa a exibir uma certa rigidez. Os<br />

movimentos perdem a harmonia natural e tornam-se rígidos, curtos e irregulares. Devido a esta<br />

alteração no curso do movimento, o caráter de objetividade que o compunha originalmente muitas<br />

vezes é perdido. Os movimentos reativos não são mais reconhecíveis como tais; ainda mais afetados<br />

são os movimentos expressivos, que perdem sua objetividade [sinnvollen Inhalt]. Os gestos tornam-se<br />

movimentos indefinidos e indecisos [unbestimmte ausfahrende Bewegungen] e a mímica passa a<br />

compor-se de caretas. Estes movimentos, que modificam a naturalidade dos movimentos normais, dão<br />

à excitação da Catatonia Periódica um caráter paracinético.<br />

Na acinese percebe-se de forma ainda mais inequívoca a atividade intrínseca do pólo oposto.<br />

Apesar de uma genérica rigidez da postura e da mímica, podem ocorrer movimentos despropositados<br />

de uma extremidade, na maioria <strong>das</strong> vezes com um caráter uniforme, estereotipado. Da mesma forma,<br />

nas estereotipias da postura [Haltugsstereotypien] sobrevêm estados que, apesar da pobreza de<br />

movimentos, sempre mais ativamente assumem determina<strong>das</strong> posturas. Em outra forma, traços<br />

hipercinéticos misturam-se à acinese, de maneira tal que a escassez de movimento pode dar lugar a<br />

ações impulsivas freqüentemente relaciona<strong>das</strong> com agressividade. Além disso, alguns pacientes<br />

46


elativamente destituídos de impulso [antriebsarme] exibem repentinas explosões de um riso<br />

exagerado.<br />

Após os surtos agudos catatônicos sobrevêm períodos de remissão. Estados hipercinéticos<br />

têm um prognóstico relativamente bom. Mesmo após diversas crises, os estados de defeito são<br />

relativamente pouco pronunciados. <strong>As</strong> acineses evoluem mais rapidamente para defeitos residuais.<br />

Quando os defeitos manifestam-se de forma leve ocorre uma genérica lentificação (ou déficit de<br />

movimento) [Lahmheit], principalmente psicomotora, mas a afetividade também está comprometida.<br />

Em graus mais severos pode-se falar de um embotamento [Stumpfheit]. Em todos os casos pode<br />

permanecer uma irritabilidade [Reizberkeit] que facilmente leva à agressão. Também nos estados<br />

finais observam-se sintomas de ambos os pólos da doença justapostos. Junto ao empobrecimento do<br />

impulso [Antriebsarmut] ocorrem movimentos faciais em forma de caretas, movimentos impulsivos e<br />

às vezes também uma impulsividade verbal que pode resultar numa fala tangencial e desconexa<br />

[Vorbeireden].<br />

Em casos mais leves, a doença pode temporariamente imitar uma Psicose da Motilidade. O<br />

quadro de estado pode também apresentar-se em referência tanto às <strong>psicoses</strong> fásicas multiformes<br />

quanto a ambas as outras Esquizofrenias Não-Sistemáticas.<br />

2.1.2.3. Esquizofrenias Sistemáticas [sytematischen Schizophrenien]:<br />

<strong>As</strong> <strong>esquizofrenias</strong> Sistemáticas, grupo que Leonhard também designa como nuclear,<br />

diferenciam-se <strong>das</strong> Não-Sistemáticas a princípio pela nitidez (ou pelo caráter circunscrito) de sua<br />

forma sintomatológica. Enquanto na Catatonia Periódica, Catafasia e Parafrenia Afetiva há sempre um<br />

caráter multiforme [Vielgestaltigkeit] que não permite uma delimitação exata, nas formas sistemáticas<br />

encontramos quadros claramente circunscritos.<br />

Leonhard compara as <strong>esquizofrenias</strong> Sistemáticas com as formas puras <strong>das</strong> Psicoses Fásicas<br />

(Depressão e Mania) no sentido de que ambas implicam áreas funcionais circunscritas, o que lhes<br />

confere delimitação sintomatológica constante. Contudo, as áreas funcionais comprometi<strong>das</strong> seriam<br />

diferentes: nas depressões e euforias puras trata-se de um adoecimento na região timopsíquica [im<br />

Bereich der Thymopsyche] relacionada à área nervosa vegetativa; enquanto que nas <strong>esquizofrenias</strong><br />

47


Sistemáticas há comprometimento dos estratos superiores relacionados aos processos do pensamento e<br />

da volição, filogeneticamente mais recentes (LEONHARD, 1970a). Tal como Kleist, Leonhard supõe<br />

que estas áreas funcionais específicas constituem sistemas (associações celulares com seus respectivos<br />

feixes nervosos) cuja lesão leva a estados de defeito específicos. Nas <strong>esquizofrenias</strong> Não-Sistemáticas<br />

estes sistemas estão afetados de maneira distinta, externamente, já que envolvem diferentes domínios<br />

funcionais (sintomas acessórios). Nas formas Sistemáticas, o processo patológico encontra-se<br />

primariamente no sistema respectivo ao estado de defeito, claramente identificável nos estágios finais<br />

da doença. Entretanto, nos estágios iniciais <strong>das</strong> formas sistemáticas encontram-se misturados sintomas<br />

acessórios (oscilações de humor, auto-referências e alterações senso-perceptivas) que caracterizam o<br />

início de to<strong>das</strong> as <strong>psicoses</strong>, em parte também devidos a reações psicológicas ante o exórdio psicótico<br />

(p. ex., vivências catastróficas, humor disfórico e idéias explicativas). Independente disso, a síndrome<br />

de defeito [Defektsyndrome] surge desde o início e se manifesta de modo crescente, de modo que já<br />

permita um diagnóstico acurado. O fato de que se trata de uma forma sistemática pode já via de regra<br />

ser identificado pelo início insidioso e relativamente pobre de sintomas de processo<br />

[Prozeßsymptomen]. 1<br />

Esquizofrenias Sistemáticas Simples:<br />

Na maioria dos casos, apenas um dos sistemas psíquicos é afetado, resultando nas formas<br />

patológicas que constituem a síndrome de base na qual evoluem as <strong>esquizofrenias</strong> sistemáticas, ou<br />

seja, não numa mistura indistinta de sintomas isolados, mas em associações de sintomas específicos<br />

[Symptomenverbänden]. Leonhard acentua a importância da associação de sintomas: “ … suponho<br />

tratar-se de uma esquizofrenia fonêmica não necessariamente porque o fonema aparece em primeiro<br />

plano no quadro clínico, mas apenas quando tratar-se de uma determinada forma de vozes, as quais<br />

vêm acompanha<strong>das</strong> de uma afetividade e um distúrbio do pensamento característicos. A determinação<br />

1 “Defektsymptomen” ou „sintomas de defeito‟, referem-se ao estado psíquico deficitário, estável e irreversível,<br />

decorrente da evolução da doença. Na literatura alemã descreve-se „defeito‟ como empobrecimento do impulso,<br />

indiferença, incapacidade de vinculação afetiva e empatia com os outros, confusão do pensamento, inatividade e<br />

isolamento social. Os sintomas de defeito devem ser diferenciados dos „sintomas de processo‟<br />

[Prozeßsymptomen], sintomas esquizofrênicos agudos que, ao longo do curso da doença, gradualmente diminuem<br />

de intensidade, assim permitindo uma expressão mais clara dos sintomas de defeito (LEONHARD, 1948, p.119).<br />

Reações catastróficas [Ratlosigkeit], idéias explicativas [Erklärungsideen] e reações psicológicas ao exórdio<br />

psicótico amiúde constituem os sintomas de processo.<br />

48


de uma forma específica depende justamente de que se possa sempre verificar uma exata associação<br />

de sintomas antes de o diagnóstico ser determinado.” (LEONHARD, 1995, p.121).<br />

2.1.2.3.1. Formas Catatônicas [katatonen Formen]:<br />

O caráter „sistemático‟ <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong> nucleares torna-se evidente sobretudo nas<br />

Catatonias. Tal como na Coréia ou no Parkinsonismo, nas Catatonias ocorre o comprometimento de<br />

sistemas, embora aqui os sistemas afetados estejam mais superiormente integrados [Anschlußsysteme<br />

nach oben], ou seja, sistemas de um significado não apenas neurológico mas já tributários de<br />

significação psíquica. Também o caráter de oposição [Gegensätzlichkeit] da síndrome argumenta em<br />

favor de uma origem sistemática: no sistema nervoso encontramos com regularidade pares de sistemas<br />

com funções antagônicas que regulam uma função.<br />

2.1.2.3.1.1. Catatonia Paracinética [parakinetische Katatonie]:<br />

A hipercinese da Catatonia Paracinética caracteriza-se pela maneira singular em que os<br />

movimentos são realizados: movimentos voluntários são executados de forma rude, sem a harmonia<br />

natural; os movimentos involuntários estão ainda mais afetados. Há uma genérica perda da<br />

coordenação entre os movimentos: um movimento é deflagrado, pode parar por um instante, quando<br />

surge repentinamente o próximo movimento.<br />

Sobretudo os movimentos involuntários apresentam movimentos reativos desfigurados e<br />

movimentos expressivos nos quais toma parte uma face com caretas vívi<strong>das</strong>. Os movimentos mais<br />

simples lembram a Coréia. <strong>As</strong> paracineses são variáveis nos estados de defeito, mas algumas<br />

apresentam-se como gesticulações bizarras que se repetem. A particular perturbação do movimento<br />

exprime-se também nas verbalizações: as palavras tornam-se entrecorta<strong>das</strong>, como que “dispara<strong>das</strong>” [in<br />

einzelnen Stößen], constituindo frases curtas e agramaticais. Tanto na expressão oral como na escrita,<br />

os doentes alternam afirmações ora adequa<strong>das</strong>, ora desconexas e carentes de qualquer sentido. Ao<br />

contrário <strong>das</strong> demais formas sistemáticas, Leonhard encontrou diversos casos de Catatonia<br />

Paracinética com história familiar.<br />

49


2.1.2.3.1.2. Catatonia Maneirista [manierierte Katatonie]:<br />

A Catatonia Maneirista manifesta-se por um empobrecimento crescente da motricidade<br />

involuntária, ao ponto de produzir-se uma rigidez na postura. A este quadro sobrevêm os<br />

maneirismos, que no início costumam ser mais evidentes do que a rigidez.<br />

Ao longo da evolução, a motricidade restringe-se cada vez mais às formas de movimento<br />

repeti<strong>das</strong> e estereotípicas, maneirismos que podem comprometer a maioria dos movimentos. O<br />

empobrecimento motor torna-se ainda mais pronunciado quando os “maneirismos motores”<br />

retrocedem e o quadro passa a ser dominado por “maneirismos de omissão”. Então pode manifestar-se<br />

um empobrecimento motor particularmente severo no qual o doente encontra-se sempre no mesmo<br />

lugar, numa postura e mímica rígi<strong>das</strong>. Uma terapia ocupacional adequada pode coibir este quadro<br />

severo, na medida em que as formas de movimentos que são repetidamente executa<strong>das</strong> tendem a ser<br />

preserva<strong>das</strong>.<br />

2.1.2.3.1.3. Catatonia Proscinética [proskinetische Katatonie]:<br />

Quando interpelados, os catatônicos proscinéticos dirigem-se ao entrevistador com uma<br />

expressão facial que, embora destituída de mímica, indica um certo interesse. Quando estimulados, os<br />

doentes podem apresentar um murmúrio incompreensível que assume a forma discursiva singular de<br />

uma verbigeração. Nos casos mais leves, há uma fala monótona, com respostas às vezes desconexas e<br />

repetitivas, embora ainda compreensíveis. Quando estimulado, o paciente mexe e manipula objetos,<br />

puxa as roupas, esfrega a pele e assim por diante. Pode-se constatar um automatismo impulsivo<br />

[Anstoßautomatie] mediante experiências de sugestão: quando o entrevistador estende a mão, o<br />

paciente a segura repeti<strong>das</strong> vezes [Gegengreifen]; uma leve pressão em qualquer parte do corpo<br />

produz um acompanhamento ativo do estímulo [Mitgehen], de forma que a parte do corpo é levada a<br />

qualquer posição, por mais desconfortável que seja. Quando se dá ao paciente uma contra-sugestão, os<br />

automatismos de segurar e acompanhar são temporariamente suspensos, mas basta que haja desvio da<br />

atenção e o paciente os recomeça automaticamente.<br />

A iniciativa dos pacientes proscinéticos encontra-se severamente restrita, tanto que apesar de<br />

sua disposição motora eles apresentam uma conduta pobre em movimentos. Entretanto, quando<br />

externamente estimulados os pacientes conseguem ocupar-se de forma relativamente adequada.<br />

50


A afetividade encontra-se severamente achatada, em sua maior parte sob a forma de um<br />

contentamento despreocupado [sorglosen Zufriedenheit]. Em alguns doentes sobrevêm alterações do<br />

humor [Verstimmungen] que podem ser libera<strong>das</strong> sob a forma de xingamentos e agressividade.<br />

Nos estágios mais adiantados, quando os pacientes apenas murmuram verbigerações, o<br />

pensamento não é mais passível de avaliação. Quando os doentes ainda conseguem responder, pode-se<br />

comprovar que suas respostas são incompletas, embora não ilógicas.<br />

2.1.2.3.1.4. Catatonia Negativista [negativistische Katatonie]:<br />

A Catatonia Negativista é caracterizada por uma resistência [Widerstreben] aos estímulos,<br />

não necessariamente como negação, pois o negativismo manifesta-se predominantemente sob a forma<br />

de uma omissão [Unterlassen]. Ao ser pressionado, o paciente mostra-se disfórico e assim evidencia<br />

mais claramente a resistência: o doente puxa a mão para trás quando se tenta pegá-la, afasta-se, produz<br />

sons de irritação, foge e torna-se agressivo. Quando se contraria a resistência de forma mais severa,<br />

facilmente pode-se desencadear uma excitação negativista, amiúde de caráter bastante violento.<br />

Também na ausência de causa externa podem surgir nos doentes estados de excitação, em sua maior<br />

parte de curta duração e freqüentemente relacionados a ações violentas. A totalidade da motricidade<br />

apresenta-se algo impulsiva e grosseira, “aos arranques” [ruckartig]. Freqüentemente o doente<br />

apresenta uma postura singularmente contorcida. Em conexão com o elevado grau de empobrecimento<br />

da motricidade voluntária, surge uma excitabilidade anormal dos mecanismos motores mais<br />

profundos, resultando em um automatismo impulsivo.<br />

Os catatônicos negativistas apresentam comprometimento do pragmatismo e da afetividade,<br />

embora conservem uma impulsividade veemente, comumente manifesta na sua avidez pela<br />

alimentação e por tendências eróticas. O pensamento não está demasiado comprometido.<br />

2.1.2.3.1.5. Catatonia Parafêmica [sprechbereite Katatonie]:<br />

O sintoma essencial da Catatonia Parafêmica constitui o chamado „Vorbeireden‟, espécie de<br />

alteração formal da linguagem caracterizada por um „falar sem sentido‟ ou „falar a esmo‟. O<br />

„Vorbeireden‟ pode ser provocado quando se questiona o paciente de maneira breve e concisa, ocasião<br />

em que as respostas surgem também breves mas destituí<strong>das</strong> de sentido. Com freqüência, os doentes<br />

ainda oferecem respostas corretas a perguntas mais simples; porém, na medida em que as perguntas<br />

51


tornam-se mais difíceis e afetivamente acentua<strong>das</strong>, os doentes passam a dar respostas<br />

incompreensíveis. Uma análise mais acurada irá revelar uma espécie de curto-circuito na fala<br />

[Kurzschlüssigkeit im Sprechen]: a questão formulada não é racionalmente decodificada pelo paciente,<br />

senão que será respondida com o que estiver mais ou menos disponível no seu pensamento. Com<br />

freqüência o paciente repete as palavras que se lhe diz em um contexto completamente inadequado,<br />

resultando em um quadro aparente de perseveração. Também é freqüente que associações externas<br />

completamente aleatórias, às vezes até mesmo de tipo „klang‟, determinem o conteúdo da resposta. Às<br />

vezes, é possível verificar tais associações também sob a forma de neologismos. Cada pergunta é<br />

respondida apenas por um curto impulso de fala que logo se extingue, de tal forma que as respostas<br />

em sua maioria são curtas, fragmenta<strong>das</strong> e expressas de forma agramática. <strong>As</strong> respostas são entretanto<br />

sempre ofereci<strong>das</strong>, independente de quantas vezes se pergunte. Nisto confirma-se a presteza à fala<br />

[sprechbereit]. Entretanto, não existe qualquer pressão de fala e os doentes, quando não estimulados,<br />

costumam ser descritos como em mutismo.<br />

Iniciativa e afetividade encontram-se embota<strong>das</strong>. A motricidade revela-se algo<br />

comprometida. A mímica é particularmente vazia, inexpressiva, tanto que não pode dizer muito dos<br />

processos psíquicos internos do paciente. Além disso, a deficiência acentua-se por meio de um<br />

autismo pronunciado, no qual o paciente parece nunca estar interessado no ambiente, conquanto não<br />

seja diretamente estimulado à expressão verbal.<br />

2.1.2.3.1.6. Catatonia Hipofêmica [sprachträge Katatonie]:<br />

Nos estágios iniciais, os catatônicos hipofêmicos costumam responder de modo indolente;<br />

nos estados tardios praticamente não respondem: olham distraídos de um lado para outro, amiúde com<br />

movimentos labiais de sussurro. De tempos em tempos podem tornar-se fortemente excitados, quando<br />

falam alto consigo próprios ou apresentam excitações pronuncia<strong>das</strong>, durante as quais voltam-se para si<br />

próprios e xingam contra as vozes, gesticulando visivelmente.<br />

Nos estágios iniciais, as declarações dos doentes demonstram que eles padecem de muitas<br />

alucinações: apresentam confabulações fantásticas que provavelmente também ocorrem nos estados<br />

finais, embora não mais se possa comprovar devido à inacessibilidade dos doentes. Nos estados finais,<br />

os catatônicos hipofêmicos encontram-se retardados não apenas nas verbalizações, mas também em<br />

suas outras reações. Entretanto, visto que eles falam muito e demonstram uma motricidade vívida<br />

52


durante as excitações, é de se supor que suas reações indolentes decorram de sua permanente<br />

distratibilidade [Abgelenktheit], em conseqüência da qual eles pouco atendem aos estímulos vindos de<br />

fora.<br />

A iniciativa encontra-se apagada, de formas que um impulso próprio é percebido somente em<br />

relação às alterações senso-perceptivas. Também o afeto é observado somente nas discussões<br />

excita<strong>das</strong> contra as vozes. Devido à incomunicabilidade, é difícil estimar o pensamento dos<br />

„catatônicos distraídos‟ [abgelenkten Katatonen], embora este pareça ser expresso sobretudo por<br />

incoerência.<br />

2.1.2.3.2. Formas Hebefrênicas [hebephrenen Formen]:<br />

O conceito leonhardiano de Hebefrenia implica essencialmente o rebaixamento afetivo,<br />

tal como nas concepções de KLEIST (1934) e HECKER (1871). É importante salientar que o<br />

diagnóstico de Hebefrenia em Leonhard difere marcadamente do diagnóstico baseado na tradição<br />

Bleuleriana, com sintomatologia polimorfa e distúrbio formal do pensamento. Como nas demais<br />

<strong>esquizofrenias</strong> sistemáticas, a Hebefrenia é caracterizada também por um curso insidioso.<br />

Hebefrenias e Catatonias compartilham de inícios relativamente precoces.<br />

<strong>As</strong> Hebefrenias <strong>segundo</strong> Leonhard têm apresentação clínica simples, o que torna o seu<br />

diagnóstico mais difícil na medida em que as alterações afetivas não são tão facilmente adverti<strong>das</strong>,<br />

ou pelo menos não tão explícitas quanto os sintomas catatônicos ou paranóides. Os quadros<br />

residuais fornecem os sintomas específicos de forma mais clara, enquanto que nos estágios iniciais<br />

estes podem estar ainda encobertos por sintomas de processo inespecíficos. Os episódios de<br />

alteração de humor [Verstimmung] depressivo e eufórico ocorrem com freqüência. Especialmente<br />

nos estágios iniciais, podem surgir estados acompanhados de excitação e inibição que lembram a<br />

Catatonia. Também podem sobrevir excitações violentas acompanha<strong>das</strong> de irritação e<br />

agressividade. Especialmente no início dos sintomas, as alterações afetivas são freqüentemente<br />

acompanha<strong>das</strong> de delírios e alucinações.<br />

53


2.1.2.3.2.1. Hebefrenia Pueril [läppische Hebephrenie]:<br />

A Hebefrenia Pueril caracteriza-se por embotamento afetivo acompanhado de um estado de<br />

humor contente ou até mesmo elevado. Nos estágios iniciais, os hebefrênicos pueris demonstram uma<br />

tendência para brincadeiras infantis [kindischen Streichen] maldosas, o que sugere um embotamento<br />

ético. Essas atitudes maldosas, em geral no confronto de outros pacientes, podem também resultar de<br />

alterações de humor que transformam temporariamente o estado de contentamento despreocupado em<br />

humor irritável. Uma genérica tendência ao riso é bastante característica, evidenciando-se a cada<br />

estímulo externo.<br />

Nos estágios agudos da doença é freqüente que haja alterações de humor da mais variada<br />

forma: eufórico, depressivo e irritável. Juntamente com o embotamento afetivo, restringe-se também a<br />

atividade. Os doentes perdem cada vez mais sua iniciativa e passam o dia todo inativos. Nos estados<br />

finais mais severos, o empobrecimento do afeto e do impulso podem lembrar a Catatonia. Entretanto,<br />

a postura e os movimentos não têm nada em si de catatônicos, enquanto que o riso continua sempre<br />

sugerindo o aspecto hebefrênico.<br />

2.1.2.3.2.2. Hebefrenia Excêntrica (verschrobene Hebephrenie):<br />

A Hebefrenia Excêntrica começa freqüentemente com sintomas obsessivo-compulsivos<br />

[Zwangserscheinungen] que podem gradualmente passar a maneirismos.<br />

Mais tarde, encontramos uma fala monótona e uma tendência ao comportamento querelante<br />

que dão a impressão de maneirismos ou excentricidades. Quanto ao humor, os doentes em sua maioria<br />

apresentam-se algo tristes. Entretanto, prevalece o achatamento afetivo e, mesmo durante as querelas,<br />

não se observam emoções mais profun<strong>das</strong>.<br />

<strong>As</strong>sociado a isto ocorre também um embotamento ético. No início da doença, juntamente<br />

com o crescente achatamento afetivo, com freqüência observam-se estados de alteração afetiva<br />

[Verstimmungszustände] que podem estar associados a excitações irritáveis. Em estágios posteriores,<br />

apenas oscilações afetivas mais leves são características da Hebefrenia Excêntrica.<br />

Embora o pensamento esteja empobrecido, a performance cognitiva encontra-se<br />

relativamente preservada.<br />

54


2.1.2.3.2.3. Hebefrenia Superficial [flache Hebephrenie]:<br />

A Hebefrenia Superficial manifesta-se como embotamento afetivo. Em conversas simples,<br />

desaparecem as flutuações no tom afetivo, ficando evidente a falta de comoção profunda dos doentes<br />

para com temas que normalmente deveriam provocá-la. Com isto, os pacientes permanecem<br />

superficialmente acessíveis e responsivos, podendo-se com eles entabular conversações de cunho<br />

prático. O achatamento afetivo leva à falta de interesse e redução na iniciativa, embora os doentes<br />

adaptem-se às atividades do dia-a-dia, ainda que sem motivação própria. Em geral, o humor<br />

manifesta-se como uma espécie de contentamento despreocupado. Este estado permanente, em que a<br />

deficiência de afeto parece ser o único sintoma, será de tempos em tempos interrompido por curtos<br />

estados de humor alterado nos quais os doentes apresentam-se irritáveis, angustiados ou, mais<br />

raramente, eufóricos. Durante a irritabilidade eles estão propensos a idéias de referência e podem<br />

tornar-se excitados e agressivos.<br />

<strong>As</strong> alterações senso-perceptivas [Trugwahrnehmungen] também são características na<br />

alteração de humor e podem abranger to<strong>das</strong> as áreas do sentido, embora prevaleçam as alucinações<br />

auditivas. Entretanto, ainda que na excitação os doentes possam xingar contra as vozes, tal como os<br />

doentes paranóides, posteriormente eles sempre demonstram um claro juízo do caráter patológico <strong>das</strong><br />

mesmas, de formas que aqui Leonhard fala de pseudoalucinações.<br />

2.1.2.3.2.4. Hebefrenia Autista [autistische Hebephrenie]:<br />

Os hebefrênicos autistas vivem para si, não se apegam a ninguém e parecem não serem<br />

afetados pelos acontecimentos do ambiente. Sua fisionomia acentua a impressão de autismo, parece<br />

impenetrável, não permite saber o que acontece no íntimo do doente. Apesar disso, pode-se dizer que<br />

são afetivamente embotados e empobrecidos quanto à sua vida interior, pois perdem o interesse e a<br />

iniciativa. Apenas em estados de alteração do humor, que surgem de tempos em tempos, evidencia-se<br />

um afeto irritável que facilmente transforma-se em agressividade.<br />

O exame da inteligência revela uma insuficiência, que de resto não é muito pronunciada<br />

quando o doente está disposto a responder as questões formula<strong>das</strong>: respondem de forma lacônica e<br />

desinteressada.<br />

A iniciativa encontra-se prejudicada, embora os pacientes possam ser instruídos em<br />

atividades que requeiram uma certa independência de ações.<br />

55


O humor em geral caracteriza-se por traços mal-humorados e um aspecto de desânimo. Eles<br />

lembram a condição afetiva dos hebefrênicos excêntricos e contrastam com o contentamento<br />

despreocupado dos hebefrênicos pueris e superficiais.<br />

2.1.2.3.3. Formas Paranóides [paranoide Formen]:<br />

<strong>As</strong> Parafrenias se caracterizam por delírios [Wahnvorstellungen] e alucinações<br />

[Sinnestäuschungen]. O distúrbio do pensamento constitui a alteração de base nas parafrenias de<br />

Leonhard: quanto mais severo o distúrbio do pensamento, tanto mais expressivos os sintomas<br />

paranóides. A Parafrenia Incoerente, com o mais grave transtorno do pensamento exibe ao mesmo<br />

tempo as formas mais graves de alucinações. Nos estágios agudos <strong>das</strong> parafrenias freqüentemente<br />

ocorrem sintomas acessórios: perturbações afetivas, sobretudo de caráter angustioso/ansioso; estados<br />

de „perplexidade‟ [Ratlosigkeit] e idéias de referência [Beziehungsideen].<br />

Estas manifestações podem aparecer em primeiro plano, de modo que os sintomas<br />

específicos ainda não são evidentes, embora via de regra sejam já demonstráveis.<br />

Entretanto, não são comuns sintomas situados fora do contexto paranóide. <strong>As</strong> oscilações<br />

afetivas mais profun<strong>das</strong> são pouco habituais e fazem pensar muito mais numa forma inicial de<br />

Parafrenia Afetiva do que numa forma sistemática. O diagnóstico é tão mais questionável quanto mais<br />

agudo for o início da psicose, pois o início agudo é muito mais característico <strong>das</strong> Esquizofrenias Não-<br />

Sistemáticas.<br />

No início, as Parafrenias Sistemáticas freqüentemente cursam de maneira tão insidiosa que os<br />

sintomas de processo [Prozeßsymptome] não são advertidos, sendo identificados apenas os sintomas<br />

de defeito [Defektsymptome], ainda que pouco manifestos.<br />

Nas Catatonias e Hebefrenias, Leonhard descreve pares de estados sintomatológicos<br />

antagônicos [antagonistischen Zustandsbildern]. Esta analogia não é possível nas Parafrenias ou pelo<br />

menos não pode tão facilmente ser deduzida do quadro clínico. Portanto Leonhard classifica as<br />

Parafrenias a partir de suas características externas.<br />

56


2.1.2.3.3.1. Parafrenia Hipocondríaca [hypochondrische Paraphrenie]:<br />

A Parafrenia Hipocondríaca caracteriza-se sobretudo por sensações de caráter alucinatório<br />

que em geral se relacionam com órgãos internos. A isto acrescentam-se alucinações auditivas,<br />

preferencialmente de conteúdo insultuoso, embora o paciente sinta-se menos importunado pelo<br />

conteúdo do que pelo aparecimento <strong>das</strong> vozes em si. Parecem tratar-se de formas discursivas<br />

entrecorta<strong>das</strong> sem um sentido reconhecível, pois o doente pouco se fixa no seu conteúdo.<br />

Entretanto, o conteúdo <strong>das</strong> vozes costuma apresentar relação íntima com os pensamentos do<br />

doente, podendo resultar no sintoma do pensamento audível [Gedankenlautwerden]. Mais do que as<br />

vozes, as sensações são percebi<strong>das</strong> pelo doente como ainda mais molestas. Eles freqüentemente<br />

queixam-se e reclamam disso de maneira querelante. O fundamento para isto parece ser o humor de<br />

fundo triste e mal-humorado [freudlos-mißmutige Grundstimmung] que caracteriza a Parafrenia<br />

Hipocondríaca.<br />

Mais do que nas outras formas, no início encontram-se estados depressivos. A afetividade<br />

está bem preservada, tanto quanto o interesse nos familiares.<br />

O pensamento está perturbado quanto à forma, pois os doentes dificilmente se fixam e estão<br />

propensos a descarrilamentos da fala, condição que Leonhard designa como pensamento<br />

desconcentrado [unkonzentrierten Denken].<br />

2.1.2.3.3.2. Parafrenia Fonêmica [phonemische Paraphrenie]:<br />

A Parafrenia Fonêmica na maioria <strong>das</strong> vezes começa já com alucinações auditivas, às<br />

quais podem juntar-se também outros sintomas, tais como alterações afetivas e idéias de<br />

referência. Aqui as vozes se diferenciam daquelas da Parafrenia Hipocondríaca: se ajustam<br />

estreitamente ao pensamento dos doentes, sendo mais carrega<strong>das</strong> de afeto [gefühlsnahe]. Seu<br />

conteúdo é francamente desagradável e sentido pelo doente como importunante. Nos estágios<br />

agudos podem também ocorrer sensações, mas representam apenas sintomas acessórios que mais<br />

tarde diminuem de intensidade. Com freqüência, os doentes queixam-se de suas alucinações com<br />

palavras indigna<strong>das</strong>, embora aqui não haja o caráter torturante visto nos parafrênicos<br />

hipocondríacos. O humor parece mais equilibrado. Também a afetividade está preservada.<br />

Em geral, o pensamento parece não estar perturbado nas conversas do dia-a-dia.<br />

Entretanto, ao serem propostas tarefas de inteligência, ocorrem alterações regulares nas quais os<br />

57


doentes não seguem um pensamento objetivo de maneira lógica, senão que fazem digressões<br />

imprecisas, vagas, em torno dos assuntos propostos, espécie de tangencialidade que Leonhard<br />

designa como pensamento vago [verschwommenen Denken].<br />

2.1.2.3.3.3. Parafrenia Incoerente [inkohärente Paraphrenie]:<br />

A Parafrenia Incoerente exibe alucinações pronuncia<strong>das</strong> que, no início, ainda podem estar<br />

associa<strong>das</strong> a sensações anormais, embora mais tarde sejam quase tão somente de natureza acústica. A<br />

fisionomia e o olhar indicam que esses pacientes estão sempre voltados para o seu interior: sussurram<br />

consigo próprios, de tempos em tempos caem em excitações alucinatórias, nas quais xingam e falam<br />

com as vozes. O comportamento dos pacientes sugere que eles alucinam quase que de modo<br />

ininterrupto, inclusive durante as entrevistas. Isto os distingue <strong>das</strong> outras parafrenias alucinatórias.<br />

A nível interpessoal, não demonstram nenhum interesse ou iniciativa, senão que parecem<br />

embotados e pobres de impulso. Quando questionados, dão respostas lacônicas, geralmente algo<br />

superficiais e em baixo tom de voz. Suas verbalizações revelam um severo distúrbio do pensamento,<br />

com freqüente associação entre incoerência e contaminações do pensamento.<br />

2.1.2.3.3.4. Parafrenia Fantástica [phantastische Paraphrenie]:<br />

Leonhard descreve a Parafrenia Fantástica como uma forma de esquizofrenia onde delírios e<br />

alucinações manifestam-se em proporções semelhantes. <strong>As</strong> sensações, geralmente descritas de forma<br />

grotesca, estão sempre presentes. Alucinações auditivas e visuais também fazem parte do quadro<br />

clínico. <strong>As</strong> experiências cênicas [szenische Erlebnisse] são especialmente características da Parafrenia<br />

Fantástica: nelas predomina o aspecto visivo, embora seja freqüente o acréscimo de manifestações<br />

acústicas e somatopsíquicas. Com freqüência os doentes alucinam coisas assustadoras, como tortura e<br />

assassinato de pessoas, o que já sugere um traço fantástico.<br />

De semelhante caráter ilógico são os equívocos no reconhecimento <strong>das</strong> pessoas<br />

[Personenverkennungen]: o doente confunde as pessoas do ambiente, preferencialmente com<br />

personalidades famosas. <strong>As</strong> idéias de grandeza [Größenideen] também têm um caráter absurdo, na<br />

medida em que os doentes elevam-se de maneira desmedida. Entretanto, os delírios de grandeza não<br />

repercutem demasiadamente no comportamento dos pacientes.<br />

58


A afetividade dos doentes é superficial: quando as pessoas riem de suas idéias ou se os<br />

provoca, freqüentemente irritam-se um pouco, mas o afeto nunca é profundo. Por outro lado, eles<br />

mantém um certo interesse nos acontecimentos do ambiente e nas suas famílias. Permanecem naturais<br />

em sua postura mais geral. Quando apresentam suas idéias fantásticas, em geral parecem algo<br />

confusos, mas com perguntas adequa<strong>das</strong> pode-se trazer clareza ao curso do pensamento. Em exames<br />

com a ajuda de testes de inteligência verifica-se que a característica do seu distúrbio do pensamento é<br />

o descarrilamento [Entleitung].<br />

2.1.2.3.3.5. Parafrenia Confabulatória [konfabulatorische Paraphrenie]:<br />

O quadro clínico da Parafrenia Confabulatória é dominado por delírios mnésicos<br />

[Erinnerungstäuschungen] 2 que aparecem sob a forma de vivências interconecta<strong>das</strong>. Têm em geral um<br />

caráter fantástico e relacionam-se a países, continentes ou até mesmo outros planetas. Parece que as<br />

desenfrea<strong>das</strong> e crescentes representações assumem o caráter de sensações físicas que se mostram<br />

como lembranças. O ambiente circunstante não está incluído nas confabulações, sendo<br />

adequadamente apreciado. A crítica do paciente presumivelmente faz com que as confabulações se<br />

apliquem somente a outros lugares. Deve-se em parte também à crítica o fato de que alguns pacientes<br />

descrevam a vivência dos acontecimentos fantásticos pretendidos como estados oníricos ou de transe.<br />

<strong>As</strong> falsificações senso-perceptivas [Wahrnehmungsfälschungen] podem ser explica<strong>das</strong> pela<br />

simbolização <strong>das</strong> representações. Nas confabulações sempre ocorrem idéias de grandeza, que<br />

freqüentemente assumem proporções desmedi<strong>das</strong>. Elas são acompanha<strong>das</strong> por um humor algo<br />

elevado, característico da Parafrenia Confabulatória. Esse humor elevado provavelmente participa dos<br />

estados emergentes de coloração fantástica, favorecendo o caráter sensacional <strong>das</strong> confabulações. Em<br />

geral há uma forma singular de perturbação do pensamento abstrato: os pacientes mantêm a crítica<br />

para os acontecimentos do dia-a-dia e mostram-se adequados, mas falham nas tarefas que exigem<br />

abstração, revelando o que Leonhard designa como forma de pensamento plástico (pictórico)<br />

[bildhafte Form des Denkens].<br />

2 “Erinnerungstäuschung” [Erinnerung - recordação, lembrança, memória; Täuschung - engano, ilusão]. Diz-se<br />

do suposto rememorar (lembrar) de acontecimentos do passado que na realidade nunca aconteceram, mas sua<br />

lembrança é vivida com convicção delirante.<br />

59


2.1.2.3.3.6. Parafrenia Expansiva [expansive Paraphrenie]:<br />

A Parafrenia Expansiva pode apresentar-se com alucinações no início, mas com o<br />

desaparecimento dos sintomas acessórios permanece um quadro clínico puramente delirante. O delírio<br />

tende a ser expansivo. Em geral, as idéias de grandeza mantêm-se limita<strong>das</strong> ao seu conteúdo, mas os<br />

doentes empenham-se continuamente em viver seu delírio de grandeza também exteriormente.<br />

Enquanto os pacientes fantásticos e confabulatórios apenas falam de sua elevada posição, sem se<br />

comportar de modo expansivo, os pacientes expansivos procuram demonstrar continuamente por meio<br />

de sua conduta que são superiores. O conjunto da personalidade é aqui, portanto, bem mais afetado<br />

pelo delírio de grandeza. O doente faz-se de importante na postura e movimentos, no trato com outras<br />

pessoas, no modo de vestir, em escritos cheios de segredo e assim por diante.<br />

Em geral, suas atividades expansivas são muito uniformes e com isto revelam sua pobreza de<br />

idéias, o que de novo contrasta com a riqueza de idéias dos pacientes fantásticos e confabulatórios.<br />

Quando os doentes falam de seu delírio de grandeza, apresentando seus motivos e queixas e<br />

reclamando dos outros pacientes, freqüentemente o fazem com uma certa loquacidade. Também<br />

ocupam-se de seus costumes expansivos com um certo zelo. Entretanto, demonstram pouca iniciativa<br />

e interesse.<br />

Em geral apresentam comprometimento da verbalização, com muitos erros de gramática e de<br />

construção de palavras. Na sua perturbação do pensamento, os pacientes empregam conceitos que não<br />

são de todo errados, mas mostram-se inexatos, pouco precisos, condição que Leonhard designa como<br />

inexatidão do pensamento (ou pensamento impreciso) [Vergröberung des Denkens].<br />

Esquizofrenias Sistemáticas Combina<strong>das</strong>:<br />

Leonhard também descreve casos em que há combinações de sintomas de diferentes<br />

subformas, embora sejam raros os casos de combinação entre formas. <strong>As</strong>sim, descreve Catatonias<br />

Sistemáticas Combina<strong>das</strong>, Hebefrenias Sistemáticas Combina<strong>das</strong> e Parafrenias Sistemáticas<br />

Combina<strong>das</strong>.<br />

60


2.1.3. Estudos genético-epidemiológicos e marcadores biológicos:<br />

Um dos aspectos bastante enfatizados por Leonhard diz respeito à heterogeneidade <strong>das</strong><br />

<strong>esquizofrenias</strong>. Os diferentes subtipos clínicos seriam decorrentes de processos fisiopatológicos<br />

interessando diferentes funções psíquicas e seria um erro proceder à investigação biológica de forma<br />

genérica, negligenciando as particularidades de cada síndrome no que se refere às múltiplas condições<br />

psicobiológicas implica<strong>das</strong>.<br />

Esta crítica é exaustivamente reiterada por uma série de estudos no âmbito da psiquiatria<br />

biológica que tomaram esta asserção como hipótese de trabalho, portanto, classificando os grupos de<br />

pacientes de acordo com Leonhard.<br />

Com o objetivo de constituir um corpo teórico a partir de estudos já existentes, faremos uma<br />

breve revisão dos achados.<br />

2.1.3.1. Fatores ambientais e genéticos:<br />

A suficiente variabilidade de traços como objeto de estudo mostra-se de grande utilidade nas<br />

investigações genéticas, de formas que a Classificação <strong>das</strong> Psicoses Endógenas apresenta-se como<br />

objeto de abordagens possíveis. O conjunto <strong>das</strong> evidências sugere que fenômenos psíquicos<br />

manifestam-se com base a múltiplos componentes neurobiológicos sob controle poligênico,<br />

constituindo um sistema genético provavelmente envolvendo mutações gênicas e combinações<br />

capazes de organizar as pré-condições biológicas para o surgimento de <strong>psicoses</strong> que, então, podem ser<br />

mais ou menos provoca<strong>das</strong> por circunstâncias ambientais. Em tais circunstâncias, não podemos<br />

esperar que haja alguma condição de herdabilidade monogênica simples (LANGE, 1995).<br />

No seu tratado sobre a <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong>, LEONHARD (1986) descreve<br />

uma série de distribuições fenotípicas em famílias, gêmeos e grupos populacionais que pode ser<br />

comparada aos valores esperados nas diferentes formas de transmissão genética e testados para níveis<br />

de conformidade. Com relação a isto, LANGE (1995) revisou os achados de Leonhard à luz da<br />

genética molecular. Trataremos em seguida de resumir os aspectos essenciais:<br />

61


Psicoses Fásicas:<br />

<strong>As</strong> <strong>psicoses</strong> maníaco-depressivas são apresenta<strong>das</strong> com uma taxa de morbidade relativamente<br />

alta entre pais (18,3%) e irmãos (20%) de pacientes, o que sugere envolvimento de um gene principal<br />

dominante. Entretanto, um modelo autossômico dominante cursaria com aproximadamente 50% de<br />

morbidade, portanto acima dos valores relatados, de formas que aqui não pode ser descartada uma<br />

condição de natureza poligênica. Esse autor (LANGE, 1983) conduziu um estudo com pacientes<br />

bipolares que revelou 46,4% de morbidade, típica de um padrão autossômico dominante.<br />

No que se refere às depressões unipolares, Leonhard descreve uma morbidade de 7,8% para<br />

os pais e de 4,5% para os irmãos de pacientes afetados, índices indicativos de determinação<br />

poligênica.<br />

<strong>As</strong> <strong>psicoses</strong> ciclóides (PC) apresentaram taxas de morbidade entre irmãos de 15,4% (quando<br />

pais também afetados) a 3,1% (pais não afetados), constituindo evidência de caráter poligênico com<br />

possível efeito limiar. Lange calculou um quociente de hereditariedade em torno de 59% (H = 0.588)<br />

para as séries estatísticas de Leonhard, sugerindo que fatores etiológicos ambientais provavelmente<br />

exercem um efeito substancial nas PC.<br />

Esquizofrenias Não-Sistemáticas (ENS):<br />

<strong>As</strong> ENS apresentam uma tendência à determinação monogênica.<br />

Na Catatonia Periódica, Leonhard propôs um modo de transmissão dominante<br />

(LEONHARD, 1975). Verificou taxas de morbidade de 22% entre pais e de 21,2% entre irmãos de<br />

pacientes afetados, o que sugere um efeito de gene autossômico dominante, embora a morbidade seja<br />

bastante inferior aos 50% esperados para este tipo de transmissão. Leonhard tentou contornar o<br />

problema argumentando que se fossem levados em conta sintomas limítrofes entre os familiares de<br />

pacientes afetados, o índice de morbidade seria mais compatível.<br />

Nas Catafasias, a princípio Leonhard relatou morbidades de 15,3% para os pais e de 14,8%<br />

para irmãos e Von TROSTORFF (1981) observou transmissão direta do traço em 9 famílias ao longo<br />

de 3 gerações, o que sugere um modo de transmissão autossômico dominante. Contudo, achados<br />

adicionais demonstraram que o número de irmãos psicóticos de pacientes catafásicos com pais<br />

afetados era duas vezes maior (26,8%) do que pacientes com pais normais (11,3%), sugerindo um<br />

modelo de herança poligênico.<br />

62


LEONHARD (1975) propôs que as Parafrenias Afetivas apresentavam um modo de<br />

transmissão recessivo, com uma elevada taxa de irmãos afetados (13,3%) e baixa freqüência de pais<br />

psicóticos (2,2%). Entretanto, a taxa de irmãos afetados está abaixo dos esperados 25%,<br />

característicos do modo recessivo. Dever-se-ia, portanto, considerar a possibilidade de envolvimento<br />

de um gene principal recessivo com controle poligênico na Parafrenia Afetiva.<br />

Esquizofrenias Sistemáticas (ES):<br />

Leonhard encontrou taxas de morbidade baixas nas ES: pais de pacientes com 1,4 a 2,7 % e<br />

irmãos com 1,2 a 3,5 %. Também não houve um caso sequer na sua série de 45 gêmeos MZ com<br />

<strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong>. Entretanto, foram observados 11 casos de ES dentre 47 pares de gêmeos DZ com<br />

<strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong>. Estes fatos o levaram à suposição de que fatores psicossociais, tais como pobre<br />

contato interpessoal, estariam envolvidos na gênese <strong>das</strong> ES.<br />

LANGE (1989) também investigou diferentes marcadores séricos nas <strong>psicoses</strong>, dentre os<br />

quais a distribuição do Gc (Componente Grupo Específico), cujo tipo 1-1 foi encontrado alterado nas<br />

ES (n = 221) e não nas demais <strong>psicoses</strong>. Dentre outras funções, as proteínas Gc são capazes de ligação<br />

e transporte da vitamina D3. A vitamina D está implicada no processo de mielinização e de maturação<br />

neuronial. Sua alteração poderia provocar alterações micro-estruturais responsáveis pela<br />

suscetibilidade genética que, embora com reduzida carga, está relacionada às ES. Considerando-se<br />

esta hipótese, poderíamos esperar que ES apresentassem redução do pregueamento cortical em<br />

comparação com as formas de ENS, já que o comprometimento da circuitaria neuronial, como<br />

veremos posteriormente, presumivelmente afeta o índice de girificação.<br />

2.1.3.1.1. Fatores Ambientais:<br />

STÖBER (1998), em estudo retrospectivo, relatou que 20% <strong>das</strong> mães de pacientes<br />

esquizofrênicos crônicos referiram ter padecido de doenças infecciosas durante a gestação (foram<br />

compara<strong>das</strong> entrevistas com 80 mães de pacientes esquizofrênicos e 80 mães de indivíduos normais).<br />

O aparecimento de infecções maternas durante o <strong>segundo</strong> trimestre de gestação, especialmente no 5o.<br />

mês, mostrou-se significativamente mais elevado. Doenças infecciosas no período intermediário da<br />

63


gestação mostraram-se significativamente associa<strong>das</strong> com as ES (história familiar de <strong>psicoses</strong> pouco<br />

pronunciada, curso crônico, não remissivo).<br />

Em pacientes com Psicoses Ciclóides (história familiar pouco pronunciada, evolução fásica,<br />

surtos agudos e remissivos) as entrevistas revelaram a presença de infecções maternas no 1o. trimestre<br />

de gestação, sob a forma de influenza ou outros quadros gripais febris (STÖBER et al., 1997).<br />

Por outro lado, nas ENS e Psicoses Maníaco-Depressivas (ambas com elevada carga<br />

genética) não houve qualquer aumento na freqüência de infecções gestacionais maternas ou<br />

complicações durante o parto.<br />

Os achados apontam, portanto, para a delimitação de diferentes fases de vulnerabilidade pré-<br />

natal implica<strong>das</strong> no aparecimento de subgrupos específicos de <strong>psicoses</strong>.<br />

assim resumido:<br />

O conjunto dos achados implicando efeitos ambientais nas <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> pode ser<br />

1. Existe uma associação entre o nascimento nos meses de inverno/primavera e a prevalência de<br />

doenças infecciosas, principalmente epidemias de influenza, mas também pneumonia e bronquite<br />

(STÖBER et al., 1994).<br />

2. Pacientes com <strong>psicoses</strong> esquizofrênicas nasceram predominantemente nos meses tardios de<br />

inverno e na primavera, não apenas no hemisfério norte como também nos países subtropicais<br />

(FRANZEK e BECKMANN, 1996);<br />

3. Esquizofrenias sistemáticas estão associa<strong>das</strong> com doenças infecciosas maternas no 2o. trimestre<br />

de gestação, principalmente no 5o. mês, portanto após o término da migração neuronial (embora<br />

os autores especulem acerca de distúrbio da migração neuronial). (STÖBER et al., 1994);<br />

4. <strong>As</strong> <strong>psicoses</strong> ciclóides estão associa<strong>das</strong> com doenças infecciosas no 1o. trimestre, o que leva os<br />

autores (STÖBER et al., 1997) a especulações em torno de possíveis perturbações na gênese<br />

celular, hipótese pouco provável na medida em que uma lesão datada deste período mais<br />

provavelmente conduziria a desfechos abortivos ou lesões grosseiras (RAKIC, 88);<br />

5. Esquizofrenias não-sistemáticas e <strong>psicoses</strong> maníaco-depressivas não demonstram prevalência de<br />

infecções gestacionais ou complicações durante o parto (STÖBER et al., 1997).<br />

64


2.1.3.1.2. <strong>As</strong>pectos Genéticos:<br />

STÖBER et al. (1995), em estudo com 139 pacientes catatônicos, relataram que a Catatonia<br />

Periódica (CP) exibe um risco de morbidade de 26,9% entre parentes de 1o. grau e responde por<br />

aproximadamente 60% dos subtipos catatônicos <strong>segundo</strong> o DSM-III-R. A elevada carga familiar<br />

associada ao predomínio de transmissão vertical (mais pais do que irmãos afetados) sugere um modo<br />

de herança dominante. Além do que, o fenômeno de antecipação (aumento da severidade e/ou início<br />

mais precoce nas gerações subseqüentes) foi observado em 27 <strong>das</strong> 29 famílias com CP.<br />

O modo de herança dominante associado ao fenômeno de antecipação é sugestivo de que<br />

genes com expansões repeti<strong>das</strong> de trinucleotídeos, ou outros elementos repetitivos instáveis afetando a<br />

expressão gênica, possam constituir a etiologia da CP. Entretanto, LESCH et al. (1994) investigaram<br />

triplets repetidos no locus DRPLA (B37 CAG repeat) e não encontraram associação. Da mesma<br />

forma, BINGEL et al. (1998) analisaram o locus repetido B33 CTG no cromossoma 3 em 45 pacientes<br />

com CP comparados a 43 controles normais, não encontrando qualquer anormalidade.<br />

Entretanto, mutações dinâmicas devido a expansão repetida de trinucleotídeos têm fornecido<br />

explicação para uma série de distúrbios genéticos neuropsiquiátricos que exibem antecipação, tais<br />

como na doença de Huntington, distrofia miotônica, síndromes do X-frágil, ataxias espinocerebelares,<br />

ataxia de Friedreich, etc. É possível que em alguns subtipos de esquizofrenia e doenças afetivas<br />

possam estar implicados mecanismos semelhantes.<br />

Por outro lado, o estudo de STÖBER et al. (1995) obteve as informações referentes à<br />

primeira crise a partir da data da primeira internação no prontuário clínico, o que poderia<br />

indiretamente refletir apenas diferenças nas condições de acesso a atendimento médico. Os autores<br />

consideram esta possibilidade improvável, pois o exórdio da CP costuma apresentar-se com uma tal<br />

urgência de sintomas que dificilmente passaria despercebida.<br />

Outro ponto problemático seria o de que indivíduos precocemente afetados teriam menos<br />

chance de constituir prole.<br />

Ainda que pesem estes fatores, os achados da CP parecem bastante robustos: um risco de<br />

morbidade de 26,9% comparado ao de 4,6% nas catatonias sistemáticas.<br />

Os estudos genéticos na catatonia têm resultados discordantes na literatura. Estudos<br />

anteriores (SLATER e COWIE, 1971; SCHARFETTER e NUESPERLI, 1980) relataram aumento na<br />

65


incidência de catatonias com agregação familiar em comparação com subtipos hebefrênicos e<br />

paranóides. Já estudos mais recentes (MAIER et al., 1993; KENDLER et al., 1993) referem baixa<br />

agregação familiar nas catatonias. Estas discordâncias podem refletir a existência de diferentes<br />

subtipos de catatonia.<br />

NEUMÄRKER et al. (1995) realizaram estudo de linkage em 7 famílias com CP descritas na<br />

série original de Von TROSTORFF (1981). A análise da associação entre CP e DRD³ (relacionado ao<br />

receptor dopaminérgico D³, predominantemente expresso em estruturas límbicas) revelou um LOD<br />

score não-significante (-0,15).<br />

Recentemente, MEYER et al. (2001) identificaram o locus 13 do cromossoma 22q (12<br />

exons) relacionado com Catatonia Periódica em uma única família. O gene, chamado WKL1, parece<br />

estar envolvido na codificação de um subtipo de canal iônico, provavelmente correspondendo à<br />

porção transmembrana do canal catiônico. Nesta família, 7 de 17 membros heterozigóticos para a<br />

mutação apresentaram CP, enquanto que nenhum dos 6 familiares homozigóticos foi afetado. Embora<br />

com um LOD score de 1.85, tal achado reveste-se de grande importância na medida em que há forte<br />

co-segregação entre mutação gênica e síndrome clínica. Entretanto, como não todos os indivíduos<br />

com o alelo mutante manifestam a doença, outros fatores genéticos ou ambientais devem também<br />

estar envolvidos.<br />

2.1.3.2. Estudos da eletrofisiologia cerebral:<br />

A redução da amplitude de onda de potenciais evocados com P300 tem sido um achado<br />

bastante comum em subpopulações de pacientes esquizofrênicos, embora boa parte dos estudos não<br />

tenham replicado esta alteração.<br />

STRIK et al. (1993) aplicaram o paradigma “odd-ball” em 18 pacientes com diagnóstico de<br />

esquizofrenia de acordo com o DSM-III-R, comparando-os com um grupo controle pereado para sexo<br />

e idade. Não houve diferenças significativas entre os grupos no que se refere às amplitudes e os<br />

desvios da máxima e mínima no mapa topográfico. Entretanto, quando os pacientes foram<br />

reclassificados <strong>segundo</strong> Leonhard em 11 esquizofrênicos (sistemáticos e não-sistemáticos) e 7<br />

pacientes com psicose ciclóide, apareceram diferenças significativas:<br />

66


1. pacientes com esquizofrenia apresentaram menor amplitude do que controles e pacientes com<br />

<strong>psicoses</strong> ciclóides (que não diferiu do grupo controle);<br />

2. as máximas e mínimas no mapa do campo elétrico foram significativamente desloca<strong>das</strong> para a<br />

direita no grupo de pacientes esquizofrênicos, enquanto que os pacientes com <strong>psicoses</strong> ciclóides<br />

apresentaram um perfil intermediário, não estatisticamente significativo.<br />

Em relação ao 1o. achado, os autores especulam acerca de que o resultado obtido poderia<br />

decorrer de duas possibilidades: representar uma mera variabilidade estado-dependente, refletindo as<br />

diferenças entre os estados residuais dos pacientes esquizofrênicos e a relativa plena remissão clínica<br />

dos pacientes com PC; ou a baixa amplitude poderia refletir um marcador (traço) do grupo de<br />

pacientes esquizofrênicos.<br />

Outra possibilidade, não mencionada no estudo, consiste em que tais diferenças poderiam<br />

simplesmente refletir o estado medicamentoso dos pacientes, já que pacientes com PC costumam ser<br />

manejados sem medicação na fase de remissão (dois dos 7 estavam sem medicação), embora haja<br />

estudos demonstrando que medicação neuroléptica não afeta a atividade elétrica cerebral.<br />

Quanto ao <strong>segundo</strong> achado, os autores especulam acerca da possibilidade de que o<br />

deslocamento da atividade elétrica à direita observado no grupo de esquizofrênicos poderia refletir<br />

atividade funcional reduzida do hemisfério esquerdo, embora as medi<strong>das</strong> de atividade elétrica a partir<br />

do escalpo craniano não permitam uma localização exata dos geradores intracerebrais.<br />

Os autores replicaram o estudo (STRIK et al., 1993) envolvendo pacientes esquizofrênicos<br />

residuais, confirmando os picos de P300 lateralizados à direita e amplitudes levemente menores neste<br />

grupo.<br />

Em outro estudo, STRIK et al. (1995) estudaram um grupo de 22 pacientes com catatonia<br />

periódica, comparando-os com 31 indivíduos normais. Encontraram uma máxima positividade do<br />

P300 deslocada à direita no grupo de pacientes, embora a localização dos valores mínimos não tenha<br />

sido diferente da dos controles.<br />

Com relação às <strong>psicoses</strong> ciclóides, STRIK et al. (1996) replicaram o estudo de 1993 com um<br />

grupo de 18 pacientes com PC e observaram amplitudes P300 maiores do que o normal. Interpretaram<br />

o achado como indicativo de um elevado nível de ativação cortical nas PC.<br />

67


WARKENTIN et al. (1992) estudaram com PET um grupo de 8 pacientes com PC e<br />

relataram aumento do fluxo sangüíneo cortical no grupo de pacientes durante a fase aguda, com<br />

retorno ao normal após o término do surto (regressão dos sintomas). Tal resultado parece indicar que a<br />

alteração tenha decorrido da excitação psicovegetativa da fase aguda.<br />

Entretanto, no estudo de STRIK et al. (1996), os pacientes foram submetidos ao exame na<br />

fase de remissão, após “no mínimo 2 semanas de estável estado pós-psicótico”, ou seja, psicopatologia<br />

e dose de psicofármacos estabilizados. Como os registros de elevação da amplitude P300 foram<br />

realizados após a fase aguda, existe a possibilidade de que o aumento da amplitude constitua um<br />

marcador da PC. Não encontramos um estudo de seguimento que pudesse esclarecer a controvérsia.<br />

Contudo, DORMAN et al. (1995) estudaram 22 pacientes com PC e 22 com <strong>esquizofrenias</strong><br />

não-sistemáticas, comparando as atividades elétricas cerebrais espontânea e evento-relacionada.<br />

Quanto à atividade elétrica espontânea, não houve diferenças entre PC e ENS, mas sim diferenças na<br />

apresentação da banda alfa entre as <strong>psicoses</strong> com déficit nas distintas áreas primárias (afeto,<br />

pensamento e motilidade), indiferente do grupo nosológico a que pertenciam. Quanto à atividade com<br />

potencial evocado, nenhum dos grupos apresentou diferença, o que está em dissonância com os<br />

resultados dos estudos de Strik e colegas.<br />

Em síntese, os achados de potencial evocado acústico com P300 parecem apontar para<br />

diferentes mecanismos neurofisiológicos em subgrupos de <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong>: hiper-excitação em PC<br />

e um possível déficit funcional no hemisfério esquerdo <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong>. Do ponto de vista clínico,<br />

eleva<strong>das</strong> amplitudes de P300 estão relaciona<strong>das</strong> com PC e, portanto, com bom prognóstico. Por outro<br />

lado, baixas amplitudes e desvio à direita no mapa topográfico sugerem mau prognóstico e são<br />

características <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong> que levam a um quadro de defeito (STRICK e FALLGATTER,<br />

1998).<br />

2.1.3.3. Estudos neuropsicológicos:<br />

HEIDRICH e FRANZEK (1995) investigaram grupos de pacientes com PC (n = 10) e<br />

Catatonia Periódica (n = 11), comparando-os a 8 indivíduos normais. Aplicaram testes<br />

neuropsicológicos de concentração e inteligência verbal específicos no intuito de avaliar performances<br />

68


cerebrais regionais: NCL (Non-Spacial Condicional Learnig, sensível a lesões do Lobo Frontal),<br />

SCAL (Spatial Conditional <strong>As</strong>sociative Learning, sensível a lesões frontais e têmporo-hipocampais<br />

direitas), NCAL (Non-Spatial Conditional <strong>As</strong>sociative Learning, sensível a lesões frontais e têmporo-<br />

hipocampais esquer<strong>das</strong>) e PA-v/a (Verbal/Abstract Paired <strong>As</strong>sociates, sensível a lesões temporais<br />

direitas e esquer<strong>das</strong>).<br />

Não houve diferenças significativas entre controles e pacientes com PC. Entretanto, pacientes<br />

com Catatonia Periódica revelaram impedimentos estatisticamente significativos no NCAL (Frontal e<br />

Temporal esquer<strong>das</strong>) e PA-v/a (Temporais bilaterais). Como o NCL (específico para Frontal) não<br />

revelou diferenças entre controles e pacientes (p = 0.36), os autores concluíram que os resultados<br />

podem indicar disfunção têmporo-hipocampal esquerda em pacientes catatônicos periódicos.<br />

Salientam que o resultado não pode ter sido decorrente de um impedimento cognitivo genérico no<br />

grupo de esquizofrênicos, pois estes apresentaram performance normal nos testes cognitivos. O<br />

resultado também está em consonância com os estudos de P300, que indicam déficit funcional em<br />

hemisfério esquerdo de pacientes com esquizofrenia.<br />

2.1.4. Estudos de neuroimagem na <strong>classificação</strong> de Leonhard:<br />

Os estudos de neuroimagem <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> de Wernicke-<br />

Kleist-Leonhard datam da Pneumoencefalografia. Em nosso meio, destaca-se a figura do Prof. Aníbal<br />

Silveira, fortemente influenciado pela psiquiatria biológica alemã, particularmente pelas teorias<br />

„localizatórias‟ de Kleist e sua <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> (SILVEIRA, A., 1959).<br />

SILVEIRA et al. (1945) realizaram estudo pneumoencefalográfico com 40 pacientes<br />

psicóticos do Hospital de Juquerí. Os autores concluem pela “concordância integral” entre diagnóstico<br />

clínico e achados pneumoencefalográficos. Entretanto, “para que se possa julgar devidamente a<br />

finalidade do pneumoencefalograma como recurso localizatório em psiquiatria é mister que o<br />

diagnóstico psiquiátrico se norteie pelo significado topográfico dos sintomas e não pelo aspecto<br />

nosológico apenas” (p.76). Nos casos em que o quadro psiquiátrico „localizatório‟ apresenta sintomas<br />

associados, portanto envolvendo outros domínios cerebrais, o pneumoencefalograma pôde revelar<br />

alterações ou somente na região inicialmente alterada ou também nas regiões secundariamente<br />

69


atingi<strong>das</strong>, situação que exigiria a observância de um <strong>segundo</strong> critério de análise: o cronológico. Por<br />

fim, concluem os autores que “ a presença <strong>das</strong> aludi<strong>das</strong> alterações não deve significar de per si que<br />

todos os sintomas psiquiátricos em apreço sejam de ordem lesional, podendo haver fenômenos à<br />

distância, como repercussão funcional <strong>das</strong> lesões demonstra<strong>das</strong> pelo pneumoencefalograma. Portanto,<br />

o fato de não se encontrarem alterações pneumoencefalográficas não exclui a possibilidade de o<br />

quadro clínico „localizatório‟ ser correto, uma vez que este pode ser de ordem dinâmica”.<br />

Portanto, em que pese o pioneirismo e a acurácia <strong>das</strong> observações clínicas por parte dos<br />

autores, uma análise crítica desse estudo não tão facilmente poderia identificar em quais situações<br />

encontraríamos um resultado negativo.<br />

2.1.4.1. Estudos com Tomografia Computadorizada (CT):<br />

A Tabela 2.1.4 apresenta um resumo dos estudos de neuroimagem envolvendo pacientes<br />

classificados <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> de Leonhard.<br />

HÖFFLER e BRÄUNIG (1992) realizaram um estudo tomográfico com 50 pacientes de 1o.<br />

surto subdivididos em Psicoses Ciclóides (n=15), Esquizoafetivos (n=16) e Esquizofrênicos (n=19),<br />

comparando-os com grupo controle de 50 indivíduos normais (não há referência para ajuste<br />

sóciodemográfico). A partir de um corte axial a nível de Terceiro Ventrículo, investigaram as áreas<br />

contendo Líquido Céfalo-Raquidiano (LCR) a nível central (Terceiro Ventrículo, Índice de Cela<br />

Média de Evans, Índice de Huckman, CVI bifrontal e bicaudado) e cortical.<br />

Em relação às medi<strong>das</strong> centrais, pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos apresentaram<br />

significativo alargamento de Terceiro Ventrículo, aumento do Índice de Cela Média e Bicaudado CVI.<br />

Não houve diferenças entre pacientes com <strong>psicoses</strong> ciclóides e grupo controle. Quanto às alterações<br />

corticais, os pacientes esquizoafetivos exibiram tendência para o alargamento dos sulcos frontais e da<br />

Fissura de Silvius (FS) à esquerda. Também os pacientes esquizofrênicos apresentaram esta tendência,<br />

embora em menor grau. A única diferença entre pacientes com PC e controles foi que estes<br />

apresentaram em 20% dos casos um discreto alargamento da FS à esquerda.<br />

70


Tabela 2.1.4. Neuroimagem e Psicoses Endógenas <strong>segundo</strong> Leonhard:<br />

Autores Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

1. Höffler e 50 PE (1a. crise; Id:32,5; CT Axial (1 corte). Esquizofrenia e Esquizo- Déficit Sub- e Cortical em Apenas 1 corte tomográfico.<br />

Bräunig, 1992 M:F- 29:21).<br />

VBR, 3o. Ventrículo, Afetiva: 3o. Ventrículo e Esquizofrenias.<br />

Não referem pareamento<br />

15 Psicose Ciclóide;<br />

16 Esquizo-Afetiva;<br />

19 Esquizofren.(DSM-III).<br />

Índices.<br />

LCR Cortical.<br />

Cela Média. Tendência de <br />

Sulcos Frontais e FS à esq.<br />

PC semelhante a Controles.<br />

PC não apresenta alterações<br />

morfológicas.<br />

sócio-demográfico.<br />

2. Höffler e col., 37 PE / 37 CN<br />

CT Axial<br />

Não houve diferenças entre PC Achados morfológicos Grupo Controle constituído<br />

1995<br />

PC 1o. surto- (n=15, M:F- (idem estudo anterior) e NC.<br />

diferem entre PC e Psicoses por pessoas com sintomas<br />

6:9, Id. 30).<br />

Maior VBR em PC de longa de mau prognóstico<br />

neurológicos (cefaléia,<br />

PC longa evolução (n=22,<br />

M:F-4:18, Id. 47a).<br />

evolução e NC devido a idade. (Esquizofrenias)<br />

concussão, etc).<br />

3. Falkai e col., PC (n=27)<br />

CT Axial (10 cortes). PC e Esquizofrênicos com mais O estudo contraria a hipótese Predomínio de pacientes<br />

1995<br />

Esquizofrênicos Crônicos VBR, 3o.Ventrículo, alterações morfológicas. de que pacientes com pior femininas (7:20).<br />

(n=27)<br />

LCR Cortical. PC com maior VBR do que prognóstico tenham mais<br />

CN (n=27).<br />

Esquizofrênicos.<br />

alterações morfológicas.<br />

4. Becker e col., PCPP (n=19)<br />

CT Axial Qualitativa: Alterações não-focais mais Psicoses Ciclóides<br />

1995 a. PCNPP (n=12)<br />

(atrofias, Ventrículos freqüentes entre os pacientes. Postpartum não apresentam<br />

PMDNPP (n=17)<br />

e FS).<br />

Não houve diferenças entre os padrão morfológico<br />

Controles (n=19).<br />

Quantitativa: (VBR). subgrupos de pacientes. específico.<br />

5. Becker e col., TP (n=23, 9:14, 31a). Idem PC(75%) e PMD(53%) com PC: “<strong>esquizofrenias</strong>” (DSM- Não houve pareamento para<br />

1995 b. PMD (n=34, 19:15, 29a).<br />

mais alterações: alargamento de III) com déficit frontal. sexo ou idade.<br />

PC (n=31, 11:20, 31a).<br />

Sulcos Frontais.<br />

SS: dois grupos (um com Sem grupo controle.<br />

ENS (n=39, 17:22, 31a).<br />

Curso bipolar e internação alterações, outro normal).<br />

ES (n=16, 12:4, 31a).<br />

precoce com predomínio de Início tardio com poucas<br />

alterações morfológicas. alterações morfológicas.<br />

6. Serfling e col., 45 PE masculinos: MRI: 18 cortes ES e ENS com reduções ES com redução de LT CN sem pareamento para<br />

1995.<br />

(32 ENS; 13 ES). coronais, axiais e bilaterais de LF e CC.<br />

(lesão exógena?)<br />

lateralidade e escolaridade.<br />

31 CN.<br />

sagitais.<br />

ES com LTD do que ENS<br />

Slices parciais.<br />

VBR total e lateral;<br />

Vol. LF, LP e LT.<br />

CC. BPRS e SANS.<br />

(tendência também c/ LTE).<br />

Tendência para Ventrículos<br />

em Sintomas Negativos.<br />

7. Franzek e col., 56 Pacientes psiquiátricos CT axial<br />

Predomínio de PCs no grupo PCs: anomalias ventriculares Inclusão de pacientes não<br />

1996.<br />

(excluindo-se alterações Polidiagnóstico: com AV (16 pac, 57%) de provável etiopatogenia pré psicóticos. Sem controles<br />

neurológicas).<br />

DSM-III-R, CID-10, comparado ao grupo CTN (3 e/ou perinatal.<br />

normais.<br />

28 AV<br />

Leonhard.<br />

pac, 11%).<br />

28 CTN.<br />

DSM e CID não permitiram<br />

reconhecer esta distinção.<br />

PE = Paciente esquizofrênico; CN = Controles Normais; PC = Psicose Ciclóide; Id = Idade; (M:F) = relação masculino:feminino; LCR = Líquido Céfalo-Raquidiano; FS = Fissura de Sylvius;<br />

PCPP = Psicose Ciclóide Pós-Parto; PCNPP = PC Não Pós-Parto; PMD = Psicose Maníaco-Depressiva; ENS = Esquizofrenia Não-Sistemática; ES = Esquizofrenia Sistemática; TP = Transtorno<br />

de Personalidade; LF = Lobo Frontal; LP = Lobo Parietal; LT = Lobo Temporal; CC = Corpo Caloso; AV = Alterações Ventriculares; CTN = CT Normal.<br />

71


Os autores concluem que o estudo aponta para a existência de déficit de substância cortical e<br />

subcortical em pacientes esquizofrênicos e esquizoafetivos de 1o. surto, enquanto que pacientes com<br />

PC não diferiram da normalidade.<br />

O estudo, entretanto, apresenta alguns problemas: foi realizado em apenas um corte<br />

tomográfico (criando problemas evidentes se considerarmos as alterações possivelmente advin<strong>das</strong> de<br />

posicionamento do crânio e altura do corte); e não há referência quanto ao pareamento do grupo<br />

controle.<br />

Um novo estudo foi realizado (HÖFFLER et al., 1995) com pacientes apresentando Psicose<br />

Ciclóide em diferentes estágios da doença. Um 1o. grupo de pacientes de 1o. surto (n=15) foi<br />

comparado a um 2o. grupo de pacientes de longa evolução (± 16 anos; n=22), bem como com um<br />

grupo controle de 37 indivíduos com achados radiológicos normais (embora pertencentes a uma<br />

população clínica apresentando cefaléia, distúrbios visuais e auditivos e concussão cerebral), pareados<br />

por sexo e idade. <strong>As</strong> estruturas medi<strong>das</strong> foram as mesmas do 1o. estudo. Em concordância com o<br />

estudo anterior, os autores não encontraram diferenças entre pacientes com psicose ciclóide e grupo<br />

controle. Embora os pacientes com longo curso da doença tenham apresentado aumento ventricular<br />

em relação aos pacientes de 1o. surto, esta diferença desapareceu quando foram comparados ao grupo<br />

controle pareado para idade, sugerindo ser a alteração decorrente da idade. Estes achados estão em<br />

concordância com estudos eletrofisiológicos e neuropsicológicos nas Psicoses Ciclóides, os quais<br />

falham em mostrar alterações nas fases de remissão.<br />

FALKAI et al. (1995), em estudo com TC investigaram a hipótese de que pacientes<br />

psicóticos com curso desfavorável apresentem maiores alterações neuroradiológicas se comparados<br />

aqueles de melhor prognóstico. 27 pacientes apresentando <strong>psicoses</strong> ciclóides foram comparados a 27<br />

pacientes esquizofrênicos crônicos e com um grupo de controles normais, pareados quanto às<br />

variáveis sócio-demográficas. Realizaram 10 secções axiais e determinaram as áreas centrais e<br />

corticais contendo LCR. Ambos os grupos de pacientes quando comparados ao grupo controle<br />

revelaram um aumento significativo do espaço liqüórico a nível central, frontal e temporal. Entretanto,<br />

não foram encontra<strong>das</strong> diferenças entre o grupo de esquizofrênicos crônicos e o dos pacientes com<br />

psicose ciclóide, exceto pelo fato de que estes últimos exibiram um significativo aumento do VBR,<br />

portanto contrariando as expectativas de que pacientes severamente afetados (pior prognóstico)<br />

apresentassem alargamento ventricular em relação aos de melhor prognóstico (LUCHINS e<br />

72


MELTZER, 1986; MUNDT et al., 1988). Esta hipótese também foi ao menos em parte refutada por<br />

diversos estudos que descreveram pacientes severamente afetados com alterações ventriculares<br />

mínimas ou ausentes (JERNIGAN et al., 1982; PFEFFERBAUM et al., 1988; KEEFE et al., 1987).<br />

amostra.<br />

Os autores entretanto atribuem a inconsistência dos resultados ao pequeno número da<br />

BECKER et al. (1995) realizaram dois estudos tomográficos retrospectivos envolvendo<br />

alterações qualitativas (atrofias frontais, supra- e infratentoriais, alargamento e assimetria<br />

ventriculares e atrofia da Fissura de Silvius) e quantitativas (sistema ventricular com os índices de<br />

corno frontal e cela média).<br />

No 1o. estudo, envolvendo pacientes com psicose ciclóide postpartum (n=19), pacientes com<br />

psicose ciclóide (não postpartum) (n=12), pacientes com psicose maníaco-depressiva (não<br />

postpartum) (n=17) e 19 controles neurológicos, os autores encontraram alterações não-focais<br />

significativamente mais freqüentes no grupo de pacientes quando comparado ao grupo controle.<br />

Entretanto, não houve diferenças significativas entre os subgrupos de pacientes. Portanto, a hipótese<br />

de que pacientes com psicose ciclóide postpartum apresentassem um padrão radiológico específico foi<br />

infirmada.<br />

No 2o. estudo, envolvendo pacientes de ambos os sexos, 23 com transtornos de<br />

personalidade, 34 com distúrbio maníaco-depressivo, 31 com psicose ciclóide, 39 com ENS e 16 com<br />

ES (sem um grupo controle), Becker e colegas encontraram predomínio de alterações no grupo de<br />

pacientes com <strong>psicoses</strong> ciclóides, constituí<strong>das</strong> principalmente por alargamento dos sulcos frontais<br />

(70% dos casos). O índice de cela média demonstrou dimensões ventriculares mais amplas em<br />

pacientes com psicose ciclóide quando comparados com ENS. Outro aspecto de relevância consiste no<br />

fato de que as anormalidades tomográficas foram predominantes em pacientes com internações<br />

psiquiátricas precoces (antes dos 20 anos) e com cursos de doença mono- ou bifásicos, comparados<br />

respectivamente aos pacientes com internações tardias (depois dos 30 anos) e aos pacientes de curso<br />

sintomatológico crônico. Dentre os 31 pacientes com diagnóstico de psicose ciclóide, 30 apresentaram<br />

diagnósticos no espectro <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong> <strong>segundo</strong> o DSM-III-R, o que faz os autores especularem<br />

sobre a possibilidade de que PC constituam as <strong>esquizofrenias</strong> (<strong>segundo</strong> o DSM-III-R) implica<strong>das</strong> em<br />

alterações frontais. Os pacientes com diagnóstico de ES apresentaram achados sugerindo a existência<br />

73


de 2 subgrupos distintos: um com uma combinação de alterações radiológicas e outro com um padrão<br />

normal.<br />

Tal como descritas por Leonhard, as Psicoses Ciclóides (PC) embora apresentem surtos<br />

psicóticos cuja sintomatologia se sobrepõe aos sintomas do espectro esquizofrênico, tais como<br />

descritos nas classificações internacionais (DSM e CID), apresentam um curso favorável sem<br />

sintomatologia residual severa. Por outro lado, as descrições clínicas originais e posteriores revisões<br />

<strong>das</strong> PC apontam para uma baixa incidência genética e uma elevada incidência de complicações<br />

perinatais, tais como partos múltiplos, baixo peso ao nascer, asfixia, etc. (LEONHARD, 1976).<br />

Também outros estudos enfatizaram o predomínio de alterações ventriculares em pacientes<br />

esquizofrênicos isentos de história genética (LEWIS et al., 1987; SCHWARTZKOPF et al., 1991).<br />

Como um dos achados neurorradiológicos mais freqüentes em pacientes com lesões pré- e<br />

perinatais é o alargamento e/ou assimetria ventricular, FRANZEK et al. (1996) investigaram a<br />

hipótese de que pacientes com PC apresentem predomínio de alterações ventriculares quando<br />

comparados com outros pacientes psiquiátricos. Para tal, selecionaram uma amostra de 28 pacientes<br />

com alterações ventriculares (VA) e compararam-na com um grupo controle de 28 pacientes<br />

psiquiátricos, pareados para sexo e idade, com CTs normais (NCT) (aqui também foram incluídos<br />

pacientes psiquiátricos com distúrbios não psicóticos). A avaliação radiológica demonstrou que:<br />

1. Não houve diferenças significativas quando os diagnósticos foram baseados no DSM-III-R e<br />

CID-10;<br />

2. Quanto ao diagnóstico <strong>segundo</strong> Leonhard, houve um predomínio de PC no grupo com alterações<br />

ventriculares (16 pacientes, 57%) quando comparado com o grupo sem alterações (3 pacientes,<br />

10,7%).<br />

Os autores concluem que as <strong>psicoses</strong> ciclóides estão estreitamente relaciona<strong>das</strong> com<br />

anormalidades ventriculares e, na ausência de patologias cerebrais evidentes, a causa mais plausível<br />

para explicar o achado remete a lesões pré- e perinatais.<br />

Entretanto, estudos mais recentes suportam a hipótese de que as alterações estruturais vistas<br />

na esquizofrenia podem constituir um marcador da predisposição genética (HARRISON, 1999).<br />

74


Comentário relativo aos estudos com CT:<br />

Os estudos envolvendo CT e <strong>psicoses</strong> classifica<strong>das</strong> de acordo com Leonhard mostram<br />

resultados em parte contraditórios. Enquanto alguns sugerem que as Psicoses Ciclóides apresentariam<br />

um padrão radiológico não distinto da normalidade (HÖFFLER e BRÄUNIG, 1992; HÖFFLER et al.,<br />

1995), outros (FALKAI et al., 1995; BECKER et al., 1995; FRANZEK et al., 1996), ao contrário,<br />

revelaram alterações radiológicas mais freqüentes em pacientes com Psicoses Ciclóides, inclusive<br />

quando comparados aos pacientes classificados como esquizofrênicos Sistemáticos ou Não-<br />

Sistemáticos.<br />

Estes achados devem ser considerados com precaução por uma série de motivos técnicos: a<br />

<strong>classificação</strong> em numerosos subgrupos comporta um efeito de diminuição amostral, com conseqüente<br />

redução do poder estatístico; os estudos com CT mostram-se limitados quanto à análise direta <strong>das</strong><br />

estruturas cerebrais, restringindo-se a inferências indiretas a partir do espaço liqüórico cortical e<br />

subcortical; considerando-se o efeito deletério de exposição à radiação, os grupos controle em sua<br />

maior parte estão constituídos de pacientes com queixas neurológicas várias, o que provavelmente<br />

interfere na análise comparativa (SMITH e IACONO, 1988).<br />

2.1.4.2. Estudos com Ressonância Magnética (MRI):<br />

SERFLING et al. (1995) partiram da hipótese de que as ES teriam como causa uma<br />

degeneração do sistema envolvido e as ENS mais provavelmente resultariam de algum processo<br />

cerebral tóxico. Considerando-se a hipótese de que diferentes causas possam estar refleti<strong>das</strong> em<br />

alterações da estrutura cerebral, realizaram estudo com MRI de 45 pacientes esquizofrênicos<br />

masculinos (32 ENS e 13 ES), comparando-os com 31 indivíduos normais (na verdade, estudantes da<br />

faculdade de medicina da Universidade de Humbolt), pareados para idade. A volumetria foi obtida a<br />

partir de 18 secções nos planos coronal, axial e sagital (que não abrangeu o cérebro em toda sua<br />

dimensão). Não houve diferenças quanto as dimensões dos cérebros entre os subgrupos de pacientes e<br />

controles.<br />

Os dados morfológicos de relevância estatística (p 0,05) estão resumidos no que segue:<br />

Ambos ES e ENS apresentaram redução bilateral de volume do lobo temporal quando<br />

comparados com controles;<br />

75


Pacientes ES, comparados com pacientes ENS, apresentaram menor volume de lobo temporal<br />

direito e uma tendência, embora não estatisticamente significativa, em exibir menor lobo<br />

temporal também à esquerda;<br />

Ambos ES e ENS apresentaram redução bilateral de volume dos lobos fronto-parietais quando<br />

comparados ao grupo controle;<br />

Ambos ES e ENS apresentaram redução do volume do corpo caloso quando comparados ao grupo<br />

controle.<br />

Quanto aos índices psicométricos, embora não estatisticamente significativo, pacientes com<br />

sintomas negativos pronunciados tenderam ao aumento de ventrículos laterais.<br />

Na opinião dos autores, o achado de menores dimensões dos lobos temporais em pacientes<br />

ES pode estar relacionado à hipótese de Leonhard <strong>segundo</strong> a qual as <strong>esquizofrenias</strong> sistemáticas, com<br />

menor predisposição genética, teriam como fator causal uma lesão de origem exógena afetando o<br />

neurodesenvolvimento. Com relação a este aspecto, o estudo de FRANZEK (1992) demonstrou em<br />

pacientes ES um predomínio de partos na primavera, o que poderia estar relacionado com maior<br />

incidência de doenças infecciosas durante o <strong>segundo</strong> trimestre de gestação.<br />

Uma análise crítica do estudo sugere que, como as secções não abrangeram a totalidade do<br />

cérebro e apresentaram distância excessiva em suas seqüências, a acurácia da volumetria pode ter sido<br />

comprometida. O grupo controle é composto por médicos graduados e estudantes de medicina, de<br />

formas que o grau de escolaridade pode ser responsável pelo aumento de volume observado nos lobos<br />

cerebrais (DeMYER et al., 1988; ANDREASEN et al., 1990).<br />

76


2.2. Estudos com neuroimagem na esquizofrenia:<br />

Nesta seção pretende-se discorrer acerca <strong>das</strong> regiões e índices utilizados no estudo<br />

morfométrico. Inicialmente, procuramos descrever de forma sucinta os fundamentos pelos quais as<br />

respectivas estruturas e índices interessam ao estudo da esquizofrenia. Em seguida procedemos à<br />

revisão dos resultados que constam na literatura indexada.<br />

2.2.1. Índice de Girificação (GI):<br />

2.2.1.1. Histórico e conceito:<br />

O padrão na disposição de giros e sulcos do cérebro humano tem recebido atenção desde o<br />

início deste século. Inicialmente, como descrições qualitativas de inspiração frenológica (SPITZKA,<br />

1907) e tentativas de medir a área da superfície cerebral (BRODMANN, 1909; HENNEBERG, 1910).<br />

Mais recentemente, o interesse na girificação cerebral foi retomado no contexto da paleontologia e<br />

neuroanatomia comparativas (ELIAS e SCHWARTZ, 1969, 1971; PROTHERO e SUNDSTEN,<br />

1984), bem como em estudos que procuraram verificar as relações entre estrutura e função (WELKER<br />

e CAMPOS, 1963; SANIDES, 1972).<br />

ELIAS e SCHWARTZ (1969) definiram o grau de girificação como a razão entre a<br />

superfície total do córtex (incluindo sulcos) e a superfície cortical exposta. Para tal, propuseram um<br />

modelo estereológico de medida. Secionaram os cérebros de diferentes espécies de mamíferos,<br />

incluindo o homem, e obtiveram a medida da superfície cerebral a partir do número de pontos em que<br />

o córtex fazia interseção com as linhas paralelas de uma placa translúcida sobreposta aos cortes.<br />

Aplicando a fórmula de Hennig (S = 2P x h x t [onde S= Superfície total; P= número de interseções;<br />

h= distância entre as linhas; t= espessura do slice]), determinaram a superfície cerebral total <strong>das</strong><br />

espécies estuda<strong>das</strong>. No cérebro humano, encontraram uma superfície média de 2275 cm², sem<br />

diferenças significativas entre gêneros sexuais. Observaram uma relação estrita entre o volume<br />

cerebral total e a superfície cortical. O método também lhes permitiu estabelecer uma razão entre o<br />

número de pontos do córtex em interseção com as linhas da placa, <strong>segundo</strong> estivessem localizados na<br />

superfície cortical como um todo ou somente na superfície externa do córtex. Este índice já havia sido<br />

proposto por Von BONIN (1941), sendo designado como índice de pregueamento cortical. No estudo,<br />

77


os autores determinaram o índice de pregueamento de 20 cérebros humanos, encontrando uma<br />

variação de 2,25 a 3,07, com uma média de 2,86.<br />

2.2.1.2. Teorias acerca do processo de girificação:<br />

RICHMAN et al. (1975), sugerem que o pregueamento cortical decorra de princípios<br />

estruturais específicos relacionados à organização intracortical. <strong>As</strong>sim, um alto grau de pregueamento<br />

cortical pode ser interpretado como refletindo a evolução progressiva <strong>das</strong> funções sensoriais, motoras<br />

e de associação humanas quando compara<strong>das</strong> com aquelas de primatas não-humanos. Os autores<br />

propuseram um modelo biomecânico capaz de explicar o desenvolvimento <strong>das</strong> circunvoluções<br />

cerebrais a partir do crescimento diferencial <strong>das</strong> cama<strong>das</strong> corticais. <strong>As</strong> circunvoluções do cérebro<br />

humano, especialmente as circunvoluções terciárias, surgem a partir do 5o. mês de gestação,<br />

desenvolvendo-se ao longo do 1o. ano de vida, em coincidência com o período de aumento máximo<br />

do volume cortical. Uma vez que o processo de migração celular em direção ao córtex encontra-se<br />

completo no final do 5o. mês de gestação, este fator não seria determinante no processo de formação<br />

<strong>das</strong> circunvoluções, mas sim outros, tais como a proliferação <strong>das</strong> células da glia, o crescimento e<br />

diferenciação dos neurônios individuais e o influxo <strong>das</strong> fibras aferentes.<br />

Há também outros modelos que tentaram explicar o desenvolvimento <strong>das</strong> circunvoluções.<br />

SANIDES (1972), p. ex., propõe que os sulcos resultem da ligação entre diferentes campos<br />

arquitetônicos corticais. CLARK (1945), sugeriu que o processo dependesse de estruturas vizinhas<br />

não deformáveis, como a base do crânio, gânglios da base e corpo caloso. Entretanto, o estudo de<br />

BARRON (1950) demonstrou que os eventos intracorticais são os determinantes primários do<br />

pregueamento cortical. Ele isolou cirurgicamente a córtex cerebral de fetos de ovinos <strong>das</strong> estruturas<br />

considera<strong>das</strong> não flexíveis, precisamente após o término da migração celular, e observou que não<br />

houve diferença no padrão de giros e sulcos no que tange ao desenvolvimento.<br />

RICHMAN et al. (1975) partiram da análise de cérebros de fetos humanos apresentando<br />

microgiria (com aumento do número de sulcos e giros, mas diminuição do volume destes) e, no<br />

extremo oposto, lisencefalia (onde os giros secundários e terciários estão marcadamente diminuídos,<br />

com a córtex de aspecto liso). Comparado ao cérebro normal, a microgiria apresenta uma substancial<br />

diminuição do número de células nas cama<strong>das</strong> do 2o. estrato, especialmente camada V e um relativo<br />

aumento no número de neurônios do 1o. estrato (cama<strong>das</strong> II e III); na lisencefalia ocorre o contrário: o<br />

número de células <strong>das</strong> cama<strong>das</strong> II e IV está severamente reduzido ou até mesmo ausente e há uma<br />

78


ampla coleção de neurônios no interior da substância branca, presumivelmente representando uma<br />

parada no processo migratório para a córtex. Tomando por base estas duas patologias em suas<br />

diferentes disposições celulares ao longo <strong>das</strong> cama<strong>das</strong> corticais, os autores propõem o chamado<br />

modelo biomecânico do desenvolvimento <strong>das</strong> circunvoluções: imagine-se uma esfera elástica<br />

constituída por duas cama<strong>das</strong> externas sobrepostas liga<strong>das</strong> ao centro da esfera. O fator mecânico que<br />

determina o surgimento ou não de circunvoluções depende <strong>das</strong> diferentes tensões nas respectivas<br />

cama<strong>das</strong> (estrato I, com as cama<strong>das</strong> I, II e III, e estrato 2, com as cama<strong>das</strong> IV, V e VI). Como a tensão<br />

mecânica no caso resulta do crescimento diferencial entre as cama<strong>das</strong>, de modo simplificado, o<br />

predomínio de neurônios no primeiro extrato vai favorecer o surgimento de circunvoluções (1 2 <br />

0), fenômeno visto de forma exacerbada na microgiria. O inverso ocorre na lisencefalia. Em última<br />

análise, o crescimento diferencial entre as cama<strong>das</strong> é o fator determinante da formação de<br />

circunvoluções.<br />

Aplicando-se um modelo matemático, pode-se estimar que no cérebro normal a extensão da<br />

circunvolução será de aproximadamente 8 vezes a espessura da córtex ( 8 x 1 mm 8 mm). O<br />

modelo, portanto, é mais adequado em explicar a formação <strong>das</strong> circunvoluções terciárias, sendo que as<br />

circunvoluções primárias e secundárias estejam na dependência de fatores externos ou então<br />

relacionados a correlações entre campos arquitetônicos. Entretanto, ao escopo do estudo interessa que<br />

as circunvoluções terciárias, por serem mais numerosas, representam o fator mais influente na<br />

extensão da superfície cerebral e refletem aspectos relacionados à migração celular, à proliferação de<br />

células da glia, ao crescimento e diferenciação neuronial e ao influxo de fibras aferentes, aspectos<br />

presumivelmente implicados na fisiopatogênese da esquizofrenia.<br />

Por outro lado, WELKER (1990) propõe um modelo de girogênese implicando diversos<br />

fatores além da tensão diferencial entre cama<strong>das</strong> corticais.<br />

ARMSTRONG et al. (1991) determinaram o índice de girificação (GI) dos cérebros de 12<br />

macacos Rhesus e os compararam com análise quantitativa de fotomicrografias distribuí<strong>das</strong> ao longo<br />

da córtex. Obtiveram como resultado que as regiões póstero-parietal e ântero-occipital, onde o GI<br />

atingiu maiores índices, são compostas por córtex com um predomínio dimensional <strong>das</strong> cama<strong>das</strong><br />

supra-granulares (lâminas I, II e III) sobre as infra-granulares (lâminas IV, V e VI). O contrário<br />

ocorreu no córtex rostral, onde o GI foi menor. Concluíram, portanto, que no macaco Rhesus as<br />

quantidades relativas de pregueamento cortical diferem regionalmente e que estas diferenças estão<br />

79


associa<strong>das</strong> com a razão entre os estratos corticais internos e externos, tal como proposto pela hipótese<br />

mecânica do pregueamento cortical, originalmente formulada por Richman e colegas. Quanto à<br />

hipótese de que as conexões córtico-corticais e córtico-subtalâmicas apresentem um papel<br />

prevalecente na formação de giros e sulcos (como veremos a seguir), o estudo não constatou<br />

correlação entre área de substância branca (parâmetro de densidade axônica) e valores do GI,<br />

constituindo portanto em argumento contrário a esta hipótese.<br />

ZILLES et al. (1988) realizaram estudo postmortem do índice de girificação em 61 humanos<br />

saudáveis. Verificaram que os resultados obtidos na média dos GIs em cortes coronais de 1 mm não é<br />

significativamente distinto de quando se o mede a intervalos de 4 mm (erro menor do que 5%),<br />

importando na medida de aproximadamente 40 cortes por hemisfério. Desta forma, o GI permite<br />

atribuir um valor médio não só à totalidade do cérebro como também à análise de diferentes regiões<br />

cerebrais. Encontraram GIs médios de 2,55 no hemisfério direito e de 2,57 no hemisfério esquerdo,<br />

sem diferenças significativas entre sexo, idade (32 a 91 anos), peso corporal, hemisférios, peso ou<br />

volume cerebrais. Observaram índices máximos de GI no córtex frontal, região de maior disparidade<br />

quando cérebros humanos são comparados aos de símios, e córtex de associação parieto-occipito-<br />

temporal (índices mais altos do que os frontais).<br />

Mais tarde (ARMSTRONG et al., 1995), os autores ampliaram a amostra para 97 cérebros,<br />

incluindo 36 cérebros com idades gestacionais e neonatais compreendi<strong>das</strong> entre a 11a. e a 208a.<br />

semanas ontogenéticas (SO). Os autores partem da hipótese de que as circunvoluções corticais<br />

resultem de forças ou processos internos à córtex. O processo pode ser em parte explicado pela<br />

hipótese mecânica de Richman, mas não exclusivamente. Numa hipótese alternativa proposta por<br />

WELKER (1990), a chamada “girogênese”, o processo de girificação é visto como um processo ativo<br />

regulado por forças que ancoram os sulcos enquanto outros processos de crescimento movem as<br />

cama<strong>das</strong> e giros para o exterior, sem que haja predomínio de uma força apenas.<br />

Quadro 2.<br />

Os resultados do estudo postmortem de ARMSTRONG et al. (1995) estão resumido no<br />

80


Quadro 2. Cronologia de aparecimento dos sulcos cerebrais.<br />

Origem dos sulcos cerebrais na espécie humana <strong>segundo</strong> Armstrong e colegas (1995).<br />

Sulcos Primários:<br />

16a. semana ontogenética (SO) (± 3,7 mês IU): Fissura Lateral, Sulco do Cíngulo, Sulco Olfatório,<br />

Sulco Calcarino e Sulco Parieto-Occipital.<br />

21a. SO (± 4,8 mês IU): Sulco Central e Sulco Temporal Superior.<br />

Entre as 25a. e 28a. SO (5,7 – 6,4 mês IU), um período de rápido desenvolvimento da córtex,<br />

aparecem: Sulcos Circular da Ínsula, Frontal Superior, Intraparietal, Pré-Central e Orbital.<br />

29a. SO (± 6,7 mês IU): Sulcos Pós-Central, Frontal Inferior e Temporal Inferior.<br />

Sulcos Secundários:<br />

Apresentam um grau moderado de variação interindividual na forma e orientação.<br />

Iniciam na 32a. SO (± 7,4 mês IU): Sulco Temporal Transverso.<br />

Sulcos Terciários:<br />

Altamente variáveis.<br />

Começam a aparecer na 36a. SO (± 8,3 mês IU).<br />

Os autores identificaram a cronologia do pregueamento cortical: o GI atinge 5% da variação<br />

na 22,4 SO (± 5o. mês IU); 50% da variação na 34,6 SO (± 8o. mês IU); 95% da variação na 42,3 SO<br />

(± 23 dias PN) e 105% da variação na 44,6 SO (± 40 dias PN). O valor máximo do GI (± 3,03), 118%<br />

da média normal para adultos (± 2,56), ocorre na 77,8 SO (± 9o. mês PN). Após este pico aos 9 meses<br />

de idade, o GI retorna gradualmente aos valores adultos normais, em torno da 1229a. SO (± 23 anos<br />

de idade).<br />

Os valores do GI mantêm-se relativamente estáveis após o nascimento, ainda que o cérebro<br />

tenha sua dimensão mais do que duplicada. Isto sugere que a córtex continua o processo de<br />

pregueamento, compensando com o aumento do volume cerebral.<br />

Na medida em que o GI varia em função da dimensão cerebral, quando então estabiliza<br />

independentemente do aumento desta, pode ser inferido que outras variáveis estejam implica<strong>das</strong> na<br />

girificação. Os autores comparam as variações no GI com os diferentes estágios no desenvolvimento<br />

cortical:<br />

1. O aumento contínuo do GI tem início a partir da 22a. SO (± 5o. mês IU), portanto após o término<br />

da migração neuronial para a córtex (1,3o. – 4o. mês).<br />

2. A taxa de maior acréscimo no GI coincide com a formação dos sulcos secundários e início dos<br />

sulcos terciários (± 7o. ao 9o. mês).<br />

3. O desenvolvimento de sinapses corticais é observado a partir da 19a. ou 23a. SO (4,3 a 5,3 mês<br />

IU), ocorrendo aumento na densidade até 1 ou 2 anos e, em seguida, um decréscimo. GI e<br />

sinaptogênese coincidem quanto à cronologia de início, mas ao pico de GI na 78a. SO (± 18,2<br />

81


mês) não corresponde qualquer conhecida alteração no padrão sináptico, o que desqualifica a<br />

possibilidade do desenvolvimento sináptico como causa direta da girificação.<br />

4. A presença da lâmina cortical também é proposta como possibilidade. Foi observado em<br />

mamíferos que os giros são precocemente laminados em comparação com os sulcos. Entretanto,<br />

no córtex frontal, p. ex., o processo de laminação começa na 25a. SO (± 5,8 mês IU) e estabiliza<br />

na 34a. SO (± 7,8 mês IU) e o GI frontal começa em torno da 22a. e estabiliza na 48a. SO (5o.<br />

mês IU ao 2o. mês de idade).<br />

5. O processo de mielinização também é improvável, uma vez que no córtex o processo começa a<br />

partir dos 2 meses de idade (pós-natal), quando o GI já está quase completo.<br />

6. O Subestrato apresenta maior coincidência cronológica com o GI. No lobo frontal, o subestrato<br />

muda de uma forma bilaminar para uma estrutura única, mais homogênea, no período entre a 19a.<br />

e a 23a. SO (4,3 a 5,3 mês IU), que coincide com a 21,6a. SO (± 5o. mês IU), período de rápido<br />

desenvolvimento <strong>das</strong> circunvoluções frontais. O subestrato ainda está presente ao nascimento,<br />

mas diminui rapidamente de dimensões, o que coincide com os valores de GI próximos da média<br />

adulta após o nascimento.<br />

Em estudo anterior (ARMSTRONG et al., 1991), os autores constataram que o nível de<br />

pregueamento cortical em macacos Rhesus esteve relacionado com a razão entre o subestrato e o<br />

estrato corticais. Humanos e primatas não-humanos apresentam quocientes estrato/subestrato<br />

aproximados precisamente na região caudal, onde os GIs apresentam índices máximos. Portanto, o<br />

processo de girificação parece estar associado à razão entre as cama<strong>das</strong> supragranular e granular-<br />

infragranular, que decorrem dos dois estratos fetais, estrato cortical e subestrato.<br />

<strong>As</strong> células do subestrato projetam principalmente para as cama<strong>das</strong> média e superficial, “o que<br />

poderia prover as tensões mecânicas responsáveis pelo pregueamento, tanto como as dimensões<br />

relativas dos estratos corticais no cérebro adulto”, concluem os autores.<br />

Van ESSEN (1997) propõe um modelo alternativo baseado nas tensões resultantes da<br />

morfogênese e compactação da circuitaria neuronial. Embora especulativa, a teoria baseada na tensão<br />

toma por base estudos empíricos acerca <strong>das</strong> características mecânicas dos feixes nervosos: o<br />

crescimento neuronial gera tensão mecânica e comporta-se de modo relativamente previsível quanto<br />

82


às suas propriedades visco-elásticas passivas e ativas, no sentido de assegurar um equilíbrio de tensões<br />

compatível com sua proliferação.<br />

A estrutura morfogenética estaria à mercê de 3 fatores principais:<br />

1. a tensão local gerada pelo crescimento e migração celular;<br />

2. as propriedades mecânicas do tecido circunjacente;<br />

3. as demais forças extrínsecas decorrentes de tensão ou pressão à distância (tais como líqüor ou<br />

dura mater).<br />

De modo simplificado, o crescimento celular seria favorecido ao longo de vias com menor<br />

resistência, portanto tangenciais à superfície cortical. Sendo assim, as circunvoluções aumentam<br />

primariamente porque a expansão da lâmina cortical ultrapassa a área mínima necessária para o<br />

desenvolvimento.<br />

Ao contrário <strong>das</strong> teorias anteriores que enfatizam os mecanismos intrínsecos da substância<br />

cinzenta cortical, Van Essen argumenta que as lesões pré-natais produzem alterações dramáticas no<br />

padrão de girificação e, portanto, indicam que fatores extrínsecos são importantes.<br />

A tensão ao longo dos axônios localizados na substância branca, portanto, deveria constituir<br />

a força predominante do pregueamento cortical por 2 principais indícios:<br />

1. a lâmina cortical, em princípio ancorada apenas pelos processos gliais radiais, é<br />

subseqüentemente sustentada pelas conexões intra-corticais (subestrato) e conexões com os<br />

núcleos subcorticais;<br />

2. as projeções córtico-corticais são estabeleci<strong>das</strong> bastante precocemente, ainda durante o processo<br />

de migração neuronial para a periferia.<br />

Desta forma, as tensões orienta<strong>das</strong> ao longo <strong>das</strong> trajetórias axonais gerariam forças<br />

determinantes do pregueamento, <strong>segundo</strong> localizações especificamente conecta<strong>das</strong> com outras áreas.<br />

Áreas com circuitaria mais compacta, com maior número de conexões e, portanto, maior<br />

tensão aproximativa, tenderiam a encurtar a distância entre si, passando a constituir giros. Áreas mais<br />

pobres em conexão neurônica, por outro lado, com a relativa menor força coesiva, tenderiam a alongar<br />

os feixes nevosos, constituindo os sulcos.<br />

Estas estimativas são corrobora<strong>das</strong> por estudos que o autor realizou em primatas,<br />

demonstrando que áreas com conexões mais fortes apresentam entre si um giro (pregueamento<br />

83


externo), ao passo que áreas com conexões tênues apresentam um sulco (pregueamento interno) entre<br />

si.<br />

Tão especulativa quanto a hipótese de Richman, a hipótese da tensão morfogenética e<br />

compactação da circuitaria aparentemente oferece um modelo mais adequado em explicar uma<br />

possível alteração do pregueamento cortical na esquizofrenia. Como veremos a seguir, os estudos<br />

neuropatológicos não indicam achados de redução no número de neurônios em pacientes<br />

esquizofrênicos, mas a deficiência na circuitaria, principalmente a nível frontal e límbico, constitui um<br />

achado bastante robusto.<br />

2.2.1.3. Índice de Girificação na esquizofrenia:<br />

Como medida quantitativa direta in vivo do grau de pregueamento cortical (complexidade ou<br />

grau de girificação), baseado na hipótese de que o padrão de giros e sulcos reflita as anormalidades<br />

corticais implica<strong>das</strong> na esquizofrenia, o GI pode ser um instrumento útil na investigação da<br />

patogênese da esquizofrenia, aportando conclusões acerca de diferentes aspectos:<br />

1. Trata-se de lesão de origem no neurodesenvolvimento ou atrófica progressiva?<br />

2. Pode o GI ser um instrumento útil em esclarecer a controvérsia entre alterações corticais globais<br />

ou focais?<br />

3. Tratam-se de alterações corticais lateraliza<strong>das</strong> (CROW et al., 1989; SUDDATH et al., 1989,<br />

1990; BARTA et al., 1990; SHENTON et al., 1992) ou de anormalidades corticais globais<br />

(PFEFFERBAUM et al., 1988; ZIPURSKY et al., 1994)?<br />

Para endereçar estas questões, faremos um apanhado do estado atual de conhecimento no<br />

âmbito <strong>das</strong> teorias da corticogênese e <strong>das</strong> evidências neuropatológicas obti<strong>das</strong> na esquizofrenia.<br />

2.2.1.3.1. Gênese da córtex cerebral:<br />

Segundo a Teoria da Unidade Radial (RAKIC, 1988), os neurônios corticais na espécie<br />

humana originam-se a partir do 40o. dia gestacional e sua produção continua até aproximadamente o<br />

125o. dia (± 4o. mês). Todos os neurônios do neocórtex originam-se na zona proliferativa (ZP) em<br />

torno do ventrículo cerebral. A ZP é dividida por septos gliais em colunas de células precursoras<br />

chama<strong>das</strong> unidades proliferativas (UP). No macaco Rhesus, p. ex., a partir do 40o. dia gestacional as<br />

84


UP começam a produzir os neurônios pós-mitóticos que migrarão para áreas e lâminas pré-<br />

especifica<strong>das</strong> no córtex, seguindo colunas de células gliais específicas radialmente dispostas.<br />

Estudos com primatas por meio de técnicas neurobiológicas avança<strong>das</strong> (microscopia<br />

eletrônica, imunocitoquímica, autorradiografia de receptor e H3-Timidina e manipulações cirúrgicas e<br />

genéticas) permitem afirmar certas correlações regulares na gênese cortical:<br />

1. A posição de um determinado neurônio quanto à área citoarquitetônica e mapa topográfico<br />

depende da distribuição espacial da respectiva célula precursora na UP;<br />

2. A posição laminar e o fenótipo do neurônio dentro da coluna ontogenética depende do período em<br />

que este foi originado, pois, tal como suspeitado por anatomistas clássicos como Ramón y Cajal e<br />

confirmado por estudos com autorradiografia com H3-Timidina, no estrato cortical os neurônios<br />

se posicionam em ordem inversa de chegada, ou seja, os mais recentes „ultrapassam‟ os<br />

antecessores justapondo-se à zona marginal. Na espécie humana, o período de migração neuronal<br />

para a córtex seria do 40o. até o 125o. dia gestacional (1,3 – 4 mês);<br />

3. O subestrato contém células intersticiais e fibras aferentes tanto <strong>das</strong> radiações talâmicas quanto<br />

<strong>das</strong> conexões córtico-corticais ipsi- e contralaterais.<br />

Em relação ao 1o. tópico, um número restrito de moléculas complementares com propriedade<br />

gliofílica pode ser responsável por todo o processo de migração radial. Há também evidências de<br />

translocações neuroniais ao longo dos fascículos gliais, aspecto que encontra-se ainda em investigação<br />

quanto às suas implicações.<br />

No que se refere ao 3o. tópico, o subestrato contém aferências de outras populações<br />

neuroniais prévias aos neurônios migrantes. Aqui, a presença de sinapses, neurotransmissores e<br />

neuromoduladores transitórios sugere alguma forma de interação ainda desconhecida, mas de segura<br />

relevância na corticogênese.<br />

Há evidências de que a expansão da superfície cortical ocorre com uma espessura constante<br />

do córtex. A hipótese da unidade radial sugere que o tamanho <strong>das</strong> áreas citoarquitetônicas individuais<br />

seja conseqüência do número de unidades proliferativas nela implica<strong>das</strong>, enquanto que a espessura<br />

depende do número de neurônios produzidos em cada unidade. Inicialmente, a proliferação de células<br />

na ZV se dá por divisão simétrica. Isto implica que uma simples divisão mitótica antes do 40o. dia<br />

gestacional faz com que dobre o número de unidades proliferativas e, em conseqüência, o número de<br />

colunas ontogenéticas e o número de células no córtex. Por outro lado, a partir do 40o. dia gestacional,<br />

85


o tipo de divisão celular passa a ser assimétrico, significando que a cada divisão haverá o acréscimo<br />

de somente 1 neurônio, levando a um reduzido acréscimo na espessura do córtex. Portanto, uma<br />

determinada área no protomapa ventricular pode ser duplicada mediante apenas uma divisão antes da<br />

fase de produção neuronial.<br />

Propõe-se que dois conjuntos de genes regulam estas atividades: um deles forneceria<br />

instruções para as mudanças e duplicações do protomapa ventricular, portanto influenciando na<br />

dimensão <strong>das</strong> áreas citoarquitetônicas; outro conjunto de genes controlaria a especificação dos<br />

diversos fenótipos neuroniais na UP, portanto regulando as variações na composição <strong>das</strong> colunas<br />

ontogenéticas de acordo com modalidades específicas.<br />

Uma possibilidade alternativa à hipótese da unidade radial é a chamada teoria da tábula rasa,<br />

que prescinde da necessidade de um mapa na superfície ventricular (qualquer neurônio pode assumir<br />

qualquer fenótipo) e sugere que a especificidade da área cortical é determinada exclusivamente pelo<br />

complemento <strong>das</strong> fibras aferentes que cada área receba após o término da migração neuronial.<br />

Entretanto, as evidências sugerem que inputs axonais não podem ser os únicos determinantes da<br />

organização e parcelamento citoarquitetônico.<br />

A teoria da unidade radial tenta conciliar o input aferente nos seguintes termos: as UP<br />

produzem coortes de neurônios que têm um certo nível de funcionamento área-competente durante a<br />

migração para o córtex, mas o número de colunas ontogenéticas destina<strong>das</strong> à determinada área pode<br />

ser posteriormente regulado pelas aferências subcortais e corticais de outras áreas. Esta regulação<br />

poderia ocorrer na zona do subestrato, quando os neurônios migratórios interagem com as aferências<br />

ou, mais tarde, por influência do processo de morte celular. Este modelo envolve fatores genéticos e<br />

epigenéticos na regulação do parcelamento citoarquitetônico, de resto em consonância com os<br />

conceitos que estão na base do processo de formação sináptica.<br />

A hipótese da unidade radial sugere que a patogênese de algumas malformações corticais<br />

podem ser classifica<strong>das</strong> em duas categorias:<br />

1. Malformações em que o número de UR no córtex encontra-se reduzido enquanto que o número de<br />

neurônios em cada coluna ontogenética permanece relativamente normal. Neste caso, o defeito<br />

resultaria de um evento precoce que altere o número de UPs na época em que estas estejam sendo<br />

forma<strong>das</strong>, o que na espécie humana corresponde às primeiras 6 semanas de gestação, antes do<br />

início da corticogênese. Nesta categoria de alteração, o córtex teria uma área superficial menor,<br />

86


com espessura normal e ectopias neuroniais, características observa<strong>das</strong> por exemplo na<br />

lisencefalia e paquigiria.<br />

2. Malformações em que a formação <strong>das</strong> UR não seria afetada, mas o número de neurônios nas<br />

colunas ontogenéticas estaria reduzido. O defeito portanto ocorreria depois da 6a. semana de<br />

gestação, quando as UP já estariam completas. <strong>As</strong> causas possíveis envolvem interferências na<br />

proliferação celular de natureza extrínseca (irradiação ou infecção viral) ou intrínseca (genética),<br />

resultando em diminuição do número de neurônios dentro <strong>das</strong> colunas ontogenéticas e, portanto,<br />

no afinamento do córtex. Também pode ocorrer diminuição no número de neurônios por morte<br />

celular ou por falha na migração. Este fenômeno pode ser observado na polimicrogiria.<br />

2.2.1.3.2. Estudos neuropatológicos:<br />

Como uma abordagem mais extensa da literatura neuropatológica excederia o escopo do<br />

estudo, nos limitaremos em sintetizar os aspectos que mais interessam no esclarecimento <strong>das</strong> relações<br />

entre o padrão de giros e sulcos e a estrutura cortical. Para tal, usaremos como fio condutor a revisão<br />

crítica de HARRISON (1999) acerca dos achados neuropatológicos até o momento implicados na<br />

esquizofrenia.<br />

Os estudos macroscópicos por meio de autópsia em grande parte corroboram os achados in<br />

vivo obtidos com CT e MRI. <strong>As</strong>sim, há relatos de diminuição do peso, comprimento e volume<br />

cerebrais. Também são descritas alterações regionais como aumento de ventrículos laterais,<br />

diminuição de volume de estruturas temporais, redução de volume do tálamo e aumento dos gânglios<br />

basais. Da mesma forma que nos estudos por neuroimagem, aos achados positivos também<br />

correspondem inúmeros relatos negativos.<br />

Alguns estudos relatam uma alta proporção de anormalidades degenerativas focais, tais como<br />

pequenos infartos e alterações da substância branca. Estes achados, entretanto, são tidos como de<br />

pouca relevância, podendo representar simplesmente uma coleção de artefatos ou o fato de que, em<br />

conjunção com o uso de neurolépticos, o cérebro esquizofrênico seja mais suscetível a alterações<br />

vasculares e degenerativas. É também digno de nota que 3-5% dos casos diagnosticados como<br />

esquizofrenia constituem apresentações atípicas de doenças neurológicas tais como epilepsia do lobo<br />

temporal, sífilis, doença de Wilson e leucodistrofia metacromática.<br />

87


Em relação à presença de gliose, embora o estudo de STEVENS (1982) tenha encontrado um<br />

elevado percentual de casos (70%) com gliose fibrilar (astrocitose reativa) nas regiões periventricular<br />

e subependimárias do diencéfalo, estudos subseqüentes não reproduziram tal achado. A gliose não<br />

parece ser prevalecente na esquizofrenia e sua presença ocorre em casos com anormalidades<br />

neuropatológicas sobrepostas ou coincidentes, tais como alterações de etiologia infecciosa, isquêmica,<br />

auto-imune ou processos degenerativos (BRUTON et al., 1990). A existência ou não de gliose na<br />

esquizofrenia tem sua relevância sobretudo no debate acerca da etiopatogenia: como a resposta<br />

inflamatória que desencadeia a gliose ocorre somente a partir do 3o. trimestre gestacional (FRIEDE,<br />

1989), a relativa ausência de gliose na esquizofrenia é vista como um forte argumento em favor da<br />

hipótese do neurodesenvolvimento, onde as alterações ocorreriam até o fim do 2o. trimestre, portanto,<br />

argumentando contra a possibilidade de um processo degenerativo progressivo. Contudo, uma<br />

conclusão neste sentido parece precipitada: a resposta glial ainda não foi suficientemente investigada<br />

para permitir conclusões definitivas, pode ser regionalmente variável e nem sempre é demonstrável ou<br />

permanente após lesões pós-natais; a apoptose, p. ex., constitui um processo de morte celular sem<br />

gliose e pode estar envolvida; a natureza <strong>das</strong> alterações morfológicas pode não ser suficiente para<br />

desencadear gliose ou outros signos degenerativos.<br />

Diante destas dificuldades, o autor sugere que a relativa ausência de gliose na esquizofrenia<br />

em si não significa distúrbio do neurodesenvolvimento pré-natal, embora constitua um argumento<br />

considerável para esta conclusão.<br />

No que se refere aos achados citoarquitetônicos na esquizofrenia, as regiões de maior<br />

interesse têm sido as compreendi<strong>das</strong> pelo sistema límbico (versão extensa): hipocampo, córtex pré-<br />

frontal dorso-lateral (DLPFC) e giro do cíngulo.<br />

A nível de córtex entorinal, o estudo de JACOB e BECKMAN (1986) demonstrando a perda<br />

do arranjo normal <strong>das</strong> células pré- na lâmina II, além de dificuldades técnicas com a heterogeneidade<br />

da citoarquitetura, não obteve replicações comprobatórias. (AKIL e LEWIS, 1997).<br />

Há controvérsias quanto ao desarranjo dos neurônios piramidais no hipocampo. Embora<br />

alguns estudos tenham demonstrado alterações do alinhamento “em paliçada” dos neurônios no corno<br />

de Amon, isto não foi confirmado nos estudos subseqüentes.<br />

Localização de neurônios corticais subestrato: os neurônios do subestrato desempenham um<br />

papel (embora ainda obscuro) certamente importante na formação do córtex. Alguns deles persistem<br />

88


como neurônios intersticiais na substância branca subcortical e contribuem nos circuitos córtico-<br />

corticais e córtico-talâmicos, sendo portanto seu estudo bastante atraente à hipótese de distúrbio na<br />

migração neuronal. AKBARIAN et al. (1993a, 1993b) encontraram neurônios do subestrato mais<br />

profundamente situados na sustância branca <strong>das</strong> regiões frontal e temporal. Os autores replicaram o<br />

estudo, confirmando número reduzido de neurônios intersticiais na superfície da substância branca a<br />

nível de DLPFC (AKBARIAN et al., 1996). Entretanto, a falta de consistência de alguns achados<br />

posteriores e o reduzido número de estudos não permitem afirmar definitivamente a má distribuição<br />

dos neurônios subestrato e a alteração da migração neuronial como características estabeleci<strong>das</strong> na<br />

esquizofrenia.<br />

Substância Branca (SB): em estudo com MRI, SANFILIPO et al. (2000) encontraram uma<br />

forte correlação entre redução de volume da substância branca e sintomas negativos (n = 53). O déficit<br />

foi mais pronunciado na região órbito-frontal (pré-frontal). Também WIBLE et al. (1995) já haviam<br />

encontrado tal correlação.<br />

No que se refere às alterações morfológicas do neurônio, embora alguns estudos tenham<br />

sugerido diminuição do volume médio de neurônios piramidais no hipocampo, estudos subseqüentes<br />

não conseguiram replicar o achado. Entretanto, RAJKOWSKA et al. (1998) relataram redução do<br />

tamanho neuronial no DLPFC, especialmente nos grandes neurônios da lâmina IIIc, o que não foi<br />

verificado em outras regiões como córtex visual e córtex motor. Tal achado mostra-se bastante<br />

robusto.<br />

Também foi relatada diminuição do número de neurônios no núcleo dorsomedial do tálamo,<br />

que projeta principalmente para o córtex pré-frontal (PAKKENBERG, 1990). DANOS et al. (1998)<br />

aportaram outra evidência dessa relação: redução no número de neurônios a nível de núcleo<br />

anteroventral, também principalmente conectado com a região pré-frontal.<br />

Em síntese, diminuição do tamanho e aumento da densidade neuronial, especialmente em<br />

hipocampo e DLPFC, além de diminuição do número de neurônios talâmicos que fazem conexão com<br />

a córtex frontal são achados bastante robustos na esquizofrenia.<br />

No que se refere a sinapses e dendritos, estudos envolvendo a dosificação de proteínas<br />

sinápticas (p. ex., sinaptofisina, complexinas I e II) revelam diminuição do número e possivelmente<br />

remodelação menos ativa no hipocampo e giro parahipocampal, envolvendo preferencialmente as vias<br />

excitatórias do sistema glutamatérgico.<br />

89


No neocórtex, a sinaptofisina parece estar reduzida a nível de DLPFC, significando<br />

diminuição de terminais pré-sinápticos, o que entra em consonância com relatos de diminuição da<br />

densidade de espinhas dendríticas (topografia <strong>das</strong> sinapses) nos neurônios piramidais da camada III.<br />

Este perfil parece ser exclusivo da região pré-frontal, já que tais alterações não foram observa<strong>das</strong> nos<br />

córtices parietal e occipital.<br />

O giro do cíngulo parece estar diferencialmente afetado: mostra um aumento de<br />

sinaptofisina, com elevado número de axônios glutamatérgicos e sinapses axospínicas, ao mesmo<br />

tempo em que há déficit de neurônios inibitórios. Tais achados sugerem um padrão de alteração<br />

sugestivo de hiperatividade.<br />

O Tálamo também exibe um perfil de diminuição na proteína sináptica „rab3a‟, o que, em<br />

associação com os dados morfológicos, torna-o bastante atrativo à investigação, embora a ressalva de<br />

que estas regiões estão altera<strong>das</strong> em parte devido ao uso crônico de neurolépticos.<br />

O autor resume os estudos sinápticos no seguinte (HARRISON, 1999):<br />

Hipocampo e DLPFC mostram decréscimo nos marcadores pré-sinápticos e provavelmente<br />

também nos pós-sinápticos, refletindo redução nos contatos sinápticos aferentes e eferentes às<br />

áreas e/ou composição anormal <strong>das</strong> vesículas sinápticas e/ou alteração na transcrição genética <strong>das</strong><br />

proteínas sinápticas;<br />

<strong>As</strong> alterações suportam a hipótese de excessivo „pruning‟ sináptico nestas áreas;<br />

<strong>As</strong> populações sinápticas encontram-se afeta<strong>das</strong> de forma diferenciada: alteração de sinapses<br />

glutamatérgicas em hipocampo e DLPFC e alterações GABAérgicas no giro do cíngulo.<br />

No que se refere ao hipocampo e DLPFC, há um corpo de evidências bastante convincente:<br />

além <strong>das</strong> alterações sinápticas, há diminuição do soma neuronal e aumento da densidade de<br />

neurônios. Outra evidência em suporte é constituída pelos estudos espectroscópicos da região,<br />

demonstrando redução de sinal para o marcador NAA (N-acetil-aspartato), observado também em<br />

pacientes não medicados de 1o. surto (DEICKEN et al., 1997).<br />

Hipótese do neurodesenvolvimento:<br />

Os achados neuropatológicos até o momento implicados na esquizofrenia sugerem que a<br />

hipótese do neurodesenvolvimento constitui o modelo mais adequado em explicar a patogenia da<br />

doença. Considerando-se que uma alteração intra-útero precoce (antes do 4o. mês), portanto alterando<br />

90


a neurogênese, acarretaria em acentua<strong>das</strong> anormalidades estruturais, uma patogênese datada no 1o.<br />

trimestre parece improvável. Por outro lado, a ausência de gliose sugere que a alteração não tenha<br />

ocorrido depois do início do 3o. trimestre gestacional (Quadro 3).<br />

Quadro 3. Evidências de distúrbio do neurodesenvolvimento na Esquizofrenia.<br />

Evidências de distúrbio do neurodesenvolvimento na Esquizofrenia<br />

Evidência neuropatológica:<br />

Aumento ventricular e diminuição do volume cortical presentes no início dos sintomas, ou mesmo<br />

antes;<br />

Presença e tipos de anormalidades citoarquitetônicas;<br />

Ausência de gliose e outras características neurodegenerativas;<br />

Outras evidências:<br />

Os fatores de risco ambientais são principalmente as complicações obstétricas (Geddes e Lawrie,<br />

1995);<br />

Crianças que desenvolverão esquizofrenia na idade adulta apresentam distúrbios neuromotores,<br />

comportamentais e intelectuais (Jones, 1997b);<br />

Maior incidência de dermatóglifos anormais e anomalias físicas (Buckley, 1998);<br />

Lesões neonatais experimentais apresentam efeitos tardios no que se refere ao comportamento e<br />

índices bioquímicos.<br />

Adaptado de Harrison, PJ: The neuropathology of schizophrenia, Brain, 122: 593-624, 1999.<br />

Os argumentos contrários a esta hipótese, ou que pelo menos a relativizam, constituem:<br />

1. Como já vimos, ausência de gliose não necessariamente implica ausência de neurodegeneração: é<br />

possível que a fisiopatologia seja de outra natureza, tais como alterações da adesão celular,<br />

mielinização ou „pruning‟ sináptico excessivo;<br />

2. Alguns dos tipos de alterações citoarquitetônicas propostos (desarranjo e heterotopias neuroniais)<br />

sugerem alterações da migração neuronial, que se dá no 1o. trimestre;<br />

3. Outras alterações citoarquitetônicas, como tamanho neuronial e organizações sinápticas e<br />

dendríticas poderiam ter uma origem posterior, sofrer influências ambientais, do envelhecimento<br />

e talvez até genéticas;<br />

4. Não pode ser excluída a possibilidade de uma combinação de fatores maturacionais e<br />

degenerativos.<br />

<strong>As</strong>simetria Cerebral:<br />

A suposição de que haja relação entre esquizofrenia e alterações na assimetria cerebral tem<br />

como primeira referência o estudo de CRICHTON-BROWNE (1879). O interesse nesta questão<br />

surgiu com o fato de que <strong>psicoses</strong> semelhantes à esquizofrenia são mais comuns em epilepsias<br />

temporais com foco no hemisfério esquerdo (FLOR-HENRY, 1969), acrescido de observações de<br />

91


diminuição da espessura do giro parahipocampal esquerdo (BROWN et al., 1986) e aumento do corno<br />

temporal esquerdo (CROW et al., 1989).<br />

Uma série de estudos mais recentes entram em consonância com estes achados, sugerindo<br />

perda ou reversão da assimetria entre os hemisférios e implicando principalmente o hemisfério<br />

cerebral esquerdo. Em nosso meio, MARCHETTI (1998) relatou associação entre esclerose temporal<br />

mesial em hemisfério esquerdo e surgimento de psicose em 36 pacientes epilépticos estudados com<br />

MRI.<br />

Há duas hipóteses correntes que tentam explicar o fenômeno:<br />

A teoria evolutiva de Crow sugere que esquizofrenia, dominância cerebral, lateralidade<br />

manual e linguagem são fenômenos intimamente relacionados e possivelmente decorrentes da<br />

expressão de um único gene (CROW, 1990, 1997).<br />

Outra teoria (BRACHA, 1991; ROBERTS, 1991) sugere que a alteração da assimetria na<br />

esquizofrenia deve-se a epifenômenos intra-uterinos que interferem na lateralização subseqüente.<br />

Dentre as certezas e dúvi<strong>das</strong> envolvendo a neuropatologia da esquizofrenia, HARRISON<br />

(1999) resume os estudos da seguinte forma:<br />

No que se refere aos achados macroscópicos, aumento dos ventrículos laterais e terceiro e<br />

diminuição do volume cortical são fatos incontestes e confirmados por estudos de metanálise. Há<br />

também evidências robustas de que estas alterações estejam presentes já nos casos de 1o. episódio. Há<br />

fortes evidências de que o aumento dos gânglios da base seja devido à medicação anti-psicótica.<br />

Diminuição do volume talâmico e da substância cinzenta com preservação do volume da substância<br />

branca são também achados bem documentados.<br />

A nível histológico, constituem evidências incontestes, com estudos metanalíticos<br />

comprobatórios, a ausência de gliose como característica intrínseca, o reduzido volume dos neurônios<br />

corticais e hipocâmpicos e a redução do seu número no núcleo talâmico dorsal. Há boas evidências de<br />

redução de marcadores sinápticos e dendríticos no hipocampo e evidências modera<strong>das</strong> de má<br />

distribuição de neurônios na substância branca. Displasia de córtex entorinal, diminuição do número<br />

de neurônios na córtex e hipocampo, além de desarranjo na disposição de neurônios hipocâmpicos<br />

constituem evidências fracas e devem ser vistas como especulativas.<br />

No que tange a outros aspectos, é fato consumado que a doença de Alzheimer não é mais<br />

comum na esquizofrenia e há boas evidências de que a patologia interaja com a assimetria cerebral.<br />

92


2.2.1.4. Resultados de estudos anteriores:<br />

A Tabela 2.2.1.4 apresenta um resumo dos estudos envolvendo o Índice de Girificação (GI).<br />

Tabela 2.2.1.4. Estudos do Índice de Girificação (GI) em indivíduos saudáveis e em pacientes<br />

esquizofrênicos.<br />

Autor Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

1. Elias e<br />

Schwartz, 1969.<br />

2. Zilles et al.,<br />

1988<br />

3. Kulynych et al.,<br />

1997.<br />

4. Vogeley et al.,<br />

2000.<br />

5. Vogeley et al.,<br />

2001.<br />

20 humanos (9:11)<br />

11 cetáceos<br />

6 carnívoros,<br />

5 marsupiais.<br />

61 indivíduos<br />

saudáveis (29:36;<br />

32 a 91a);<br />

Média Idade = 64a.<br />

9 PE masculinos,<br />

destros.<br />

9 CN pareados.<br />

24 PE<br />

24 CN pareados<br />

para gênero sexual<br />

e idade.<br />

12 pares fraternos<br />

discordantes;<br />

PE (7:5); CN (5:7).<br />

Postmortem,<br />

estereológico,<br />

cortes coronais e<br />

sagitais.<br />

Postmortem<br />

GI secções de 1mm<br />

fotografa<strong>das</strong>,<br />

medida direta.<br />

MRI<br />

Coronais de 4 mm<br />

Somente HfE.<br />

Traçado manual.<br />

Postmortem.<br />

Apenas 3 cortes<br />

pré-frontais, intervalos<br />

de 2 mm.<br />

MRI<br />

3 cortes pré-frontais<br />

+ 2 frontais.<br />

Em humanos,<br />

GI = 2,86.<br />

HfD = 2,55;<br />

HfE = 2,57;<br />

Não houve d.e.s.<br />

com relação a<br />

gênero sexual,<br />

idade, Hf ou<br />

volumes cerebrais.<br />

GI PE (2,6) menor<br />

que GI NC (2,8).<br />

Sexo, idade e<br />

duração da doença<br />

não correlacionam<br />

com GI.<br />

„Hipergiria‟ préfrontal<br />

direita em<br />

PE masculinos.<br />

Replicação do<br />

achado anterior.<br />

Superfície cortical<br />

relacionada ao<br />

volume cerebral.<br />

GI maior em<br />

regiões Pré-Frontal<br />

e Parieto-Occipito-<br />

Temporal.<br />

Intervalos de 4 mm<br />

permitem acurácia<br />

<strong>das</strong> medi<strong>das</strong>.<br />

GI provavel/<br />

relacionada com<br />

distúrbio do neurodesenvolvimento.<br />

GI pode constituir<br />

marcador de distúrbio<br />

na conectividade<br />

neural (neurodesenvolvimento).<br />

Alteração do neurodesenvolvimento<br />

na<br />

patogênese da<br />

esquizofrenia.<br />

93<br />

Interesse<br />

antropológico.<br />

Não há referências<br />

qto. à escolaridade<br />

e lateralidade<br />

manual.<br />

Restrito ao HfE.<br />

Medições em<br />

apenas 3 cortes<br />

(excluíram os 2<br />

primeiros).<br />

Apenas 3 cortes;<br />

Inclusão de 2<br />

cortes com intervalo<br />

de 10 mm.<br />

(M:F) = Relação masculino:feminino; HfD = Hemisfério Direito; HfE = Hemisfério Esquerdo; d.e.s. = diferença<br />

estatística significativa; PE = Pacientes Esquizofrênicos; CN = Controles Normais;<br />

KULYNYCH et al. (1997) investigaram a hipótese de que pacientes esquizofrênicos<br />

apresentassem anormalidades do desenvolvimento cortical utilizando o índice de girificação (GI)<br />

obtido por meio de ressonância magnética, consistindo no quociente entre o contorno total <strong>das</strong><br />

circunvoluções corticais e o seu contorno externo. Adaptando a técnica para o estudo in vivo,<br />

compararam quantitativamente o nível de pregueamento cortical no hemisfério esquerdo (implicado<br />

nos estudos de CROW et al., 1989; SUDDATH et al., 1989, 1990; e SHENTON et al., 1992) de 9<br />

pacientes esquizofrênicos com predomínio de sintomas positivos, masculinos e fortemente destros,<br />

com 9 controles saudáveis, pareados para idade, volume cerebral e preferência no uso da mão. Com o<br />

uso do traçador manual (mouse), efetuaram os traçados dos contornos total e externo (ou<br />

superficialmente exposto) em aproximadamente 40 secções coronais do hemisfério esquerdo. <strong>As</strong><br />

secções coronais de 2 mm foram medi<strong>das</strong> alternadamente, portanto, a intervalos de 4 mm, sendo o GI<br />

obtido a partir da razão entre a soma dos contornos de toda a superfície sobre a soma dos contornos<br />

externos. O volume cerebral foi determinado pela soma dos pixels nas secções seria<strong>das</strong>, convertida<br />

em mm², e multiplicada pela espessura do corte.


A superfície cortical foi dividida em duas regiões: frontal, do corte mais anterior até o corte<br />

com o 1 o . aparecimento de lobo temporal (na verdade, trata-se da região pré-frontal); córtex posterior,<br />

incluindo o lobo temporal, até o segmento mais caudal.<br />

A confiabilidade entre 2 avaliadores foi de 0.93 nos contornos internos e 0.95 nos externos,<br />

obtida através da medida de 5 hemisférios.<br />

Os pixels foram processados como unidades de distância (no caso, pelo programa NIH<br />

Image) e desse modo obtiveram os índices representativos do grau de complexidade <strong>das</strong><br />

circunvoluções ou “grau de girificação”. Basearam-se na hipótese de que pacientes esquizofrênicos<br />

exibiriam um GI médio inferior ao dos controles, refletindo alterações do desenvolvimento cortical na<br />

esquizofrenia.<br />

Dados evolutivos e baseados em lesão no cérebro de primatas mostram correlação direta<br />

entre pregueamento cortical e complexidade do desenvolvimento cortical, sendo que o defeito do<br />

desenvolvimento cortical visto na esquizofrenia poderia estar associado com “complexidade” cortical<br />

diminuída (ZILLES, 1988; WEINBERGER, 1995).<br />

Como resultado, os autores encontraram redução significativa do GI no grupo de pacientes<br />

em ambas as regiões anterior e posterior. Controles apresentaram maior GI (média = 2,801) do que<br />

pacientes (média = 2,641), com variação entre 2,4 e 3,2. Em ambos os grupos, o GI foi menor em<br />

regiões frontais e maior em parietal posterior e occipital anterior. Como no estudo de ZILLES (1988),<br />

não houve correlação significativa entre GI e volume cerebral. Tampouco idade e duração da doença<br />

explicam a variação do GI. Visto que a idade e a duração da doença não se mostraram preditivas da<br />

variação do GI, os autores sugerem que a redução no pregueamento resulte de anormalidades do<br />

neurodesenvolvimento cortical e não de algum processo atrófico ativo. Entretanto, mostram-se<br />

reservados em excluir a hipótese neurodegenerativa. Também um processo atrófico progressivo<br />

poderia influir no GI, aumentando-o por aumento da largura dos sulcos e, em conseqüência, do<br />

contorno interno. No caso de redução do volume cerebral, o GI poderia tanto estar diminuído quanto<br />

preservado, estando o alargamento atrófico dos sulcos contrabalançando proporcionalmente a redução<br />

da superfície cortical. Mas, neste caso, também a idade estaria influenciando a proporção, o que não<br />

foi verificado no estudo.<br />

VOGELEY et al. (1999) realizaram estudo postmortem com 24 pacientes esquizofrênicos<br />

(DSM III-R) pareados para gênero (11 masculinos e 13 femininos) e idade com 24 controles normais.<br />

94


Mediram secções coronais seria<strong>das</strong> (2 mm) da região pré-frontal (pólo frontal até o genus do corpo<br />

caloso). Entretanto, o GI foi calculado somente no 3o., 4o. e 5o. cortes, sendo os 2 primeiros<br />

ignorados já que iriam “alterar desproporcionadamente” o GI. Portanto, o GI foi efetivamente medido<br />

numa porção de ± 1cm na região pré-frontal (3 slices de 2 mm de espessura + intervalos de 2 mm<br />

entre os cortes). O GI foi calculado bilateralmente nestes 3 cortes, após captação da imagem em PC,<br />

delineamento manual <strong>das</strong> superfícies e análise automatizada dos pixels. A mesma técnica foi utilizada<br />

para determinar a área pré-frontal, porém esta estendeu-se até o corpo caloso.<br />

Como resultado, a região pré-frontal do hemisfério direito do cérebro de pacientes<br />

masculinos (n = 11) revelou hipergiria quando comparada ao grupo controle, o que sugere uma<br />

anormalidade do desenvolvimento afetando esta região em pacientes masculinos.<br />

O estudo apresenta alguns problemas técnicos. Além de a porção considerada no cálculo do<br />

GI ter sido restrita a 1 cm de espessura, não parece ter sido considerada a possibilidade de que<br />

diferentes conformações estruturais da região, decorrentes de variações anatômicas normais (tais<br />

como cérebros dolico- ou braquicéfalos) poderiam alterar substancialmente os pontos relativos em que<br />

o GI foi medido entre diferentes cérebros.<br />

Com o objetivo de replicar o achado, VOGELEY et al. (2001) estudaram com MRI 12 pares<br />

de irmãos discordantes em famílias multiplamente afeta<strong>das</strong> por esquizofrenia. Os irmãos afetados<br />

foram diagnosticados de acordo com o DSM-IV: 6 casos de esquizofrenia e 6 esquizoafetivos (7<br />

homens e 5 mulheres). O estudo foi realizado com MRI de 1,5 T em cortes coronais de 1,17 mm e as<br />

medições seguiram o mesmo procedimento do estudo postmortem (3 slices coronais pré-frontais), com<br />

o acréscimo de mais 2 cortes à distância de 10 e 20 mm, respectivamente, anteriores ao joelho do<br />

corpo caloso. O GI foi medido bilateralmente por avaliadores independentes (ICC = 0,84).<br />

Como resultado, o GI médio do lado direito mostrou-se significativamente maior nos irmãos<br />

afetados do que nos não-afetados (GI pacientes = 2,30 ± 0,11; GI controles = 2,19 ± 0,14), mesmo<br />

covariando com lateralidade manual. Não houve diferenças quanto ao GI do hemisfério esquerdo.<br />

Os autores concluem portanto na replicação do achado anterior: hipergiria pré-frontal direita<br />

em pacientes esquizofrênicos (diferença de aproximadamente 5%) e sugerem que as alterações da<br />

girificação na esquizofrenia estejam relaciona<strong>das</strong> a anormalidades na maturação e conectividade<br />

neurais.<br />

95


2.2.2. Hipocampo (H):<br />

2.2.2.1. Pressupostos teóricos:<br />

Estudos de lesões em humanos e animais (SCOVILLE e MILNER, 1957; MILNER, 1972;<br />

MISHKIN e APPENZELLER, 1987) indicaram o hipocampo como uma <strong>das</strong> principais estruturas no<br />

sistema temporomédio-diencéfalo-mesencefálico (tronco cerebral) relacionada à consolidação da<br />

memória, de memória recente ou anterógrada (short-term) para memória pregressa ou retrógrada<br />

(long-term), permitindo dessa maneira a aquisição e retenção de informações novas (SQUIRE e<br />

ZOLA-MORGAN, 1991).<br />

O fato de que estudos neuropsicológicos tenham revelado distúrbios seletivos na memória e<br />

capacidade de aprendizado de pacientes esquizofrênicos (SAYKIN et al., 1991, 1994; GOLD et al.,<br />

1992) torna o estudo do hipocampo de particular interesse na esquizofrenia.<br />

Outros investigadores sugerem que não a memória, mas sim as funções executivas frontais<br />

estejam associa<strong>das</strong> com as alterações observa<strong>das</strong> em estruturas límbicas de pacientes esquizofrênicos.<br />

BILDER et al. (1995) investigaram a hipótese de correlação entre funcionamento neuropsicológico e<br />

volume de estruturas mesiotemporais. Encontraram redução volumétrica bilateral específica da<br />

formação hipocâmpica anterior (mas não com amígdala, hipocampo posterior ou lobo temporal) em<br />

pacientes esquizofrênicos com défices neuropsicológicos relacionados ao controle executivo e motor,<br />

que são considerados índices de função do lobo frontal. Este resultado converge com o estudo de<br />

WEINBERGER et al. (1992) demonstrando que o volume anterior do hipocampo correlaciona-se com<br />

ativação cortical pré-frontal em tarefas neuropsicológicas (Wisconsin Card Sorting Test) em gêmeos<br />

monozigóticos discordantes.<br />

Em consonância com esta hipótese, estudos com primatas (BEAUREGARD et al., 1992;<br />

BACHEVALIER, 1995) demonstraram que lesões precoces da formação hipocâmpica tendem a se<br />

manifestar mais tarde, não como déficit de memória, mas como anormalidades comportamentais e<br />

psicofarmacológicas semelhantes às observa<strong>das</strong> em lesões de lobo frontal. Tais achados podem ser<br />

interpretados em analogia à hipótese patofisiológica da esquizofrenia: distúrbio do<br />

neurodesenvolvimento neuronial com manifestação clínica na adolescência ou início da idade adulta.<br />

<strong>As</strong> estruturas límbicas e paralímbicas do lobo temporal medial constituem redes neuroniais<br />

intimamente conecta<strong>das</strong> que exercem uma função central na associação supramodal superior e<br />

96


integração da informação sensorial, bem como na seleção dos inputs sensoriais significativos.<br />

Constituem a chamada porta sensorial, com funcionamento associado à atenção e ao controle<br />

neuronial dos impulsos e emoções básicos. Portanto, as anormalidades anatômicas e neuroquímicas<br />

afetando um sistema modulador de funções corticais e subcorticais podem estar associa<strong>das</strong> aos<br />

sintomas positivos e negativos observados na esquizofrenia (BOGERTS et al., 1989).<br />

2.2.2.2. Estudos do hipocampo em esquizofrenia:<br />

2.2.2.2.1. Estudos neuropatológicos:<br />

Estudos neuropatológicos postmortem encontraram alterações morfológicas sutis na<br />

esquizofrenia. Os resultados, entretanto, são controversos: há estudos demonstrando redução de<br />

volumes de hipocampo (BOGERTS et al., 1985, 1990; JESTE e LOHR, 1989) e giro parahipocampal<br />

(GPH) (BROWN et al., 1986; COLTER et al., 1987; ALTSHULER et al., 1990; WALKER et al.,<br />

1998), alterações citoarquitetônicas (JAKOB e BECKMANN, 1986; FALKAI et al., 1988; CONRAD<br />

et al., 1991) e aumento de volume dos cornos temporais (CROW et al., 1989). Alguns estudos,<br />

entretanto, não encontraram alterações a nível de hipocampo (COLTER et al., 1987; ALTSHULER et<br />

al., 1990) ou estruturas límbicas (HECKERS et al., 1990a, 1990b).<br />

Pode-se observar que dentre os 7 estudos neuropatológicos envolvendo volumes de<br />

hipocampo em pacientes esquizofrênicos, apenas 3 relataram redução volumétrica.<br />

Em estudo mais recente, WALKER et al. (1998) empregaram o método estereológico, o que<br />

reduz a possibilidade de falhas técnicas relaciona<strong>das</strong> às diferentes topografias do hipocampo. Em<br />

amostra composta de 31 pacientes esquizofrênicos comparados a 27 controles normais, os autores não<br />

encontraram diferença volumétrica entre hipocampos, mas sim uma redução do GPH esquerdo em<br />

pacientes esquizofrênicos.<br />

2.2.2.2.2. Estudos com Ressonância Magnética (MRI):<br />

Com o surgimento da MRI, diversos estudos in vivo encontraram alterações em estruturas<br />

temporolímbicas de pacientes esquizofrênicos, enquanto que um número relativamente menor de<br />

estudos não replicou tal achado.<br />

97


A Tabela 2.2.2.2.2 apresenta um resumo dos estudos morfométricos relativos às estruturas<br />

límbicas na esquizofrenia.<br />

Dentre os 37 estudos com MRI de hipocampo e/ou estruturas temporolímbicas revisados<br />

(1315 pacientes), 21 deles (740 pacientes) relatam redução de hipocampo e/ou complexo amígdala-<br />

hipocampo (CAHip.); enquanto que 14 estudos (575 pacientes) não encontraram diferenças<br />

volumétricas entre hipocampos de pacientes esquizofrênicos e de controles normais.<br />

Possíveis causas da desconformidade de resultados podem ser imputa<strong>das</strong> às diferentes<br />

técnicas emprega<strong>das</strong>, à heterogeneidade clínica <strong>das</strong> populações estuda<strong>das</strong> e dificuldades com o<br />

pareamento de variáveis demográficas.<br />

No que se refere às técnicas de imageamento, é digno de nota o fato de que dentre os 11<br />

estudos que conduziram volumetria com cortes de espessura menor ou igual a 1,5mm, apenas 3 deles<br />

tiveram resultados negativos, indício de que a acurácia técnica é necessária à identificação de<br />

alterações volumétricas mais sutis.<br />

NELSON et al. (1998) realizaram metanálise envolvendo 18 estudos com MRI de hipocampo<br />

e amígdala, totalizando 522 pacientes e 426 controles normais. Os autores desenharam o estudo no<br />

intuito de investigar duas questões chave: por um lado, concluir se os por vezes contraditórios<br />

resultados de estudos volumétricos permitem afirmar a associação entre redução de hipocampos e<br />

esquizofrenia; por outro, identificar quais fatores técnicos (espessura dos slices, qualidade do<br />

imageamento, correção volumétrica, confiabilidade, etc.) ou sócio-demográficos estariam implicados<br />

na possível distorção de resultados.<br />

Em relação à primeira questão, concluem que a esquizofrenia está associada a uma redução<br />

bilateral de hipocampos de aproximadamente - 4%. A inclusão da amígdala nas medi<strong>das</strong> eleva esta<br />

diferença para uma redução de aproximadamente - 8% do volume encontrado em controles normais.<br />

No que se refere aos fatores que poderiam provocar vieses nos resultados, nenhum deles parece ter<br />

interferido de forma relevante. Entretanto, estudos com resultados negativos estão mais propensos a<br />

não serem publicados. Os autores sugerem que a redução de hipocampos pode estar relacionada aos<br />

défices de memória verbal (SAYKIN et al., 1991) e visual (SAYKIN et al., 1994) observados em<br />

pacientes esquizofrênicos.<br />

98


Tabela 2.2.2.2.2. Estudos volumétricos (MRI) de hipocampo e estruturas límbicas na Esquizofrenia.<br />

Referências Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

1. DeLisi et al.,<br />

1988<br />

Schizophr Bull.<br />

2. Kelsoe et al.,<br />

1988<br />

Arch Gen<br />

Psychiatry<br />

3. Barta et al.,<br />

1990<br />

Am J Psychiatry<br />

4. Becker et al.,<br />

1990<br />

Eur Neuropsychopharmacol.<br />

5. Bogerts et al.,<br />

1990<br />

Psychiatry Res.<br />

6. Dauphinais et al.,<br />

1990<br />

Psychiatry Res.<br />

7. Suddath et al.,<br />

1990<br />

N. Eng. J. Med.<br />

8. DeLisi et al.,<br />

1991<br />

Biol. Psychiatry<br />

9. Young et al.,<br />

1991<br />

Br. J. Psychiatry<br />

10. Breier et al.,<br />

1992<br />

Arch Gen<br />

Psychiatry<br />

11. Hoff et al.,<br />

1992<br />

Schizophr. Bull.<br />

12. Shenton et al.,<br />

1992<br />

N. Eng. J. Med.<br />

13. Swayze et al.,<br />

1992<br />

Biol. Psychiatry<br />

14. Bogerts et al.,<br />

1993<br />

Biol Psychiatry<br />

24 PE crônicos<br />

18 CN<br />

24 PE (Id: ±29a )<br />

14 CN<br />

15 PE♂ (Id: ±<br />

31a)<br />

15 CN pareados<br />

10 PE (Id: ± 26a)<br />

10 CN<br />

34 PE (1o.<br />

episódio; Id: ± 25<br />

a)<br />

25 CN<br />

28 PE (Id: ± 32a;<br />

Dd: ± 13a)<br />

28 CN (Id: ± 36a)<br />

15 PE MZ<br />

discord.<br />

(Id: ± 32a; Dd:<br />

±10a)<br />

7 CN MZ<br />

discord.<br />

30 PE (Id: ± 27a)<br />

15 PE (Id: ± 33a)<br />

20 CN (Id: ± 29a)<br />

31 PE (Id: ±30a;<br />

Dd: ± 6a )<br />

33 CN<br />

44 PE (Id: ±36a;<br />

Dd: ± 14a)<br />

29 CN (Id: ± 34a)<br />

43 PE (1o.<br />

episódio; Id: ±<br />

43a)<br />

15 PE♂<br />

(crônicos,<br />

destros)<br />

15 CN pareados<br />

(gênero., idade e<br />

lateralização)<br />

53 PE (Id: ± 33a;<br />

Dd: ± 12a).<br />

48 P<br />

D.Afet.Bipolar<br />

47 CN<br />

19 PE ♂ (Id:<br />

±28a; crônicos,<br />

refratários)<br />

18 CN pareados<br />

MRI slices de 10<br />

mm.<br />

CAH.<br />

MRI 0,5 T<br />

Cortes de 10 mm.<br />

CAH<br />

MRI 1,5 T<br />

Coronais de 3<br />

mm<br />

STG, Am., LT e<br />

3o.Ventrículo<br />

MRI 1,5 T.<br />

Slices de 4 mm.<br />

MRI 1,0 T.<br />

Slices 3,1 mm.<br />

CAH<br />

MRI Slices de 10<br />

mm.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 5 mm.<br />

Áreas com 3<br />

slices.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes 5mm com<br />

intervalos de<br />

2mm.<br />

CAH e GPH<br />

MRI: 8 cortes de<br />

12 mm.<br />

Medida de área.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 3 mm.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 5 mm,<br />

intervalos de<br />

2mm. Hipoc. e<br />

Amígdala.<br />

MRI (3D)<br />

Cortes de 1,5<br />

mm.<br />

CAH, STG, SFG.<br />

SAPS e SANS.<br />

MRI 0,5 T.<br />

Cortes de 10 mm.<br />

Hipocampo e<br />

Amígdala.<br />

MRI 1,0 T.<br />

Cortes de 3,1<br />

mm.<br />

CAH.<br />

BPRS e SANS.<br />

Redução bilateral da<br />

área do CAHip.<br />

PE tenderam a<br />

apresentar maiores<br />

CAHip.<br />

Redução de STG e<br />

Amígdala esquerda.<br />

Redução bilateral<br />

n.e.s. de Hipocampo<br />

e GPH.<br />

Redução de<br />

Hipocampo e CAHip<br />

à Esquerda.<br />

CAHip. e GPH<br />

reduzidos à Direita.<br />

Redução de HD nos<br />

slices 1 e 2 e de HE<br />

no slice 3.<br />

Nenhuma diferença<br />

em CAHip. ou GPH.<br />

Redução de GPH à<br />

Esquerda.<br />

Redução bilateral de<br />

Amígdala e de HE.<br />

Redução de HE.<br />

Tendência para<br />

redução de HD.<br />

PE com aumento de<br />

Corno Temporal Esq.<br />

e<br />

redução CAHip. ant.<br />

(-19%), GPH (-13%)<br />

e STG (-15%), todos<br />

à esquerda.<br />

Nenhuma diferença<br />

entre grupos.<br />

PE com redução de<br />

HE (-20%) e HD (-<br />

15%).<br />

BPRS positivo (r= -<br />

0,61; p= 0,01).<br />

99<br />

(+) Cortes de 10 mm.<br />

Medi<strong>das</strong> de área.<br />

(-)<br />

Nenhuma<br />

diferença<br />

significativa.<br />

(*) Redução de<br />

STG esquerdo<br />

associado com<br />

alucinações<br />

auditivas.<br />

(-)<br />

Nenhuma<br />

diferença<br />

significativa.<br />

(+) PE<br />

masculinos de<br />

1o.episódio<br />

apresentam<br />

déficit límbico à<br />

esquerda.<br />

Cortes de 10 mm.<br />

Volumes<br />

absolutos.<br />

Hipocampo e<br />

GPH não foram<br />

medidos.<br />

Cortes de 4 mm.<br />

Cortes de 3,1<br />

mm.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

(+) Cortes de 10 mm.<br />

(+) Espessura de 5<br />

mm e somente 3<br />

slices medidos.<br />

Não ajustado<br />

para VC.<br />

(-) Slices de 5mm<br />

com gap de 2mm.<br />

(+) Medida de área<br />

com cortes de 12<br />

mm.<br />

(+) Cortes de 3 mm.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

(+) Cortes de 5mm<br />

com intervalos de<br />

2 mm.<br />

(+) Alteração<br />

rede neuronal<br />

implicada no<br />

armazenamento e<br />

evocação <strong>das</strong><br />

memórias<br />

semântica e<br />

auditiva.<br />

ROIs delimitados<br />

por estruturas<br />

extrínsecas<br />

(Corpos<br />

Mamilares,<br />

Fórnix, etc.).<br />

(-) Cortes de 10 mm.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

(+) PE com<br />

redução de CAH<br />

relacionado a<br />

sintomas<br />

positivos (não<br />

com negativos)<br />

Cortes de 3,1<br />

mm.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

(continua)


Tabela 2.2.2.2.2. Estudos volumétricos (MRI) de hipocampo e estruturas límbicas (continuação).<br />

Referências Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

15. Kawasaki et<br />

al., 1993<br />

Eur Arch Psych<br />

Clin Neurosci<br />

16. McCarley et<br />

al., 1993<br />

Arch Gen<br />

Psychiatry<br />

17. Marsh et al.,<br />

1994<br />

Schizophr Res<br />

18. Rossi et al.,<br />

1994<br />

Psychiatry Res<br />

19. Zipursky et al.,<br />

1994<br />

Biol Psychiatry<br />

20. Bilder et al.,<br />

1995<br />

Schizophr Res<br />

21. Flaum et al.,<br />

1995<br />

Am J Psychiatry<br />

22. Howard et al.,<br />

1995<br />

Psychol Medicine<br />

23. Becker et al.,<br />

1996<br />

Psychiatry Res<br />

24. Fukuzako et<br />

al., 1996<br />

Biol Psychiatry<br />

25. Chua et al.,<br />

1997<br />

Br J Psychiatry<br />

26. Fukuzako et<br />

al., 1997<br />

Eur Arch Psych<br />

Clin Neurosci<br />

27. Luchins et al.,<br />

1997<br />

Biol Psychiatry<br />

20 PE (Id: ±<br />

28,5a; Dd: ± 7a)<br />

15 PE (Id: ± 38a;<br />

Dd: ± 16a)<br />

CN ?<br />

33 PE (Id: ± 31a;<br />

Dd: ± 11,5a)<br />

41 CN (Id: ±<br />

33a)<br />

19 PE (Id: ± 33a;<br />

Dd: ± 12a)<br />

14 CN (Id: ±<br />

31a)<br />

22 PE crônicos<br />

(Id: ± 34a; Dd: ±<br />

11a)<br />

20 CN<br />

29 PE (18:11)<br />

(Id: ±25a; Dd: ±<br />

1,5a)<br />

Testagem<br />

neuropsicológica<br />

102 PE (Id: ±<br />

32a; Dd: ± 10a)<br />

47 Parafrenia<br />

Tardia (Id: ±<br />

80a)<br />

33 CN (Id: ±<br />

79,5a)<br />

20 PE (Id: ± 27;<br />

Dd: ± 4a).<br />

18 PE ♂ (Id: ±<br />

38a; Dd: ± 14a)<br />

18 CN pareados<br />

12 PE masc.<br />

crônicos (Id: ±<br />

37a)<br />

30 PE<br />

28 PE (Id: ± 37a;<br />

Dd: ± 15a)<br />

28 CN (Id: ±<br />

37a)<br />

13 PE (Id: ± 34a;<br />

7 PE<br />

polidípsicos).<br />

10 CN (Id: ±33a)<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 5 mm.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 1,5<br />

mm.<br />

STG e CAH.<br />

P300.<br />

MRI<br />

Cortes de 10mm.<br />

Medi<strong>das</strong> de área.<br />

MRI 0,25 T.<br />

Cortes de 5 mm,<br />

intervalos de 1<br />

mm. CAH.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 3 mm.<br />

MRI 1T.<br />

Cortes de 3,1<br />

mm.<br />

Am.,<br />

Hipocampo.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 3 mm,<br />

intervalos 1,5<br />

mm.<br />

MRI<br />

Cortes de 5 mm<br />

com intervalo de<br />

0,5 mm<br />

MRI 1,5 T.<br />

Slices de 4mm.<br />

CAHip.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes contínuos<br />

de 1 mm.<br />

SANS e SAPS<br />

MRI 1,0 T.<br />

Resolução 12<br />

mm. PET<br />

Analyze, SPM<br />

software.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 1 mm.<br />

MRI<br />

Cortes de 3mm<br />

com intervalos<br />

de 1 mm.<br />

PE com tendência<br />

e.n.s. de aumento<br />

bilateral de<br />

Hipocampos.<br />

Redução bilateral de<br />

CAHip. Redução de<br />

STG esquerdo.<br />

PE com redução<br />

bilateral de<br />

Amígdalas e<br />

Hipocampos.<br />

PE com redução<br />

bilateral de CAHip,<br />

principalmente à<br />

esquerda.<br />

Nenhuma diferença<br />

e.s. entre grupos<br />

quanto ao<br />

Hipocampo<br />

Redução bilateral de<br />

Hipocampo anterior<br />

relacionada com<br />

baixos escores nas<br />

funções executivas e<br />

motoras (Lobo<br />

Frontal).<br />

Tendência e.n.s. de<br />

redução bilateral de<br />

Hipocampos em PE.<br />

Não houve diferença<br />

de volumes entre os<br />

grupos.<br />

PE com redução<br />

bilateral de CAHip.<br />

PE com redução na<br />

extensão e volumes<br />

de HD e HE.<br />

Correlações<br />

negativas com<br />

atenção, compto.<br />

bizarro e dist. formal<br />

do pensamento.<br />

Correlação entre<br />

déficit psicomotor e<br />

redução Pré-Frontal<br />

Esquerda.<br />

Distúrbio formal do<br />

pensamento com<br />

aumento bilateral de<br />

Hipocampo, GPH e<br />

Giro Fusiforme.<br />

PE com redução<br />

bilateral de<br />

Hipocampos.<br />

Redução bilateral de<br />

Hipocampos em PE<br />

polidípsicos<br />

(hiposmolares).<br />

100<br />

(-) Cortes de 5 mm.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

(+)<br />

Anormalidades<br />

de P300<br />

associa<strong>das</strong> com<br />

redução de STG<br />

à esquerda.<br />

Amostra<br />

relativamente<br />

pequena.<br />

(+) Cortes de 10<br />

mm.<br />

Medi<strong>das</strong> de área.<br />

(+) Cortes de 5 mm.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

(-) Cortes de 3 mm.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

(+) Defeito no<br />

sist. funcional<br />

integrado LF –<br />

Sist. Límbico.<br />

(Controle Fronto-<br />

Límbico).<br />

Cortes de 3,1<br />

mm.<br />

(-) Cortes de 3 mm<br />

com gap de 1,5<br />

mm.<br />

(-) Cortes de 5 mm.<br />

Parafrenia<br />

Tardia.<br />

(+) Cortes de 4 mm.<br />

(+) Síndrome<br />

desorganizada<br />

relacionada com<br />

redução bilateral<br />

de Hipocampos.<br />

(*) Redução de<br />

rCBF (PET)<br />

correspondeu à<br />

redução de<br />

Substância<br />

Cinzenta Pré-<br />

Frontal<br />

Esquerda.<br />

(+) Perda da assimetria<br />

normal de<br />

Hipocampos em<br />

PE de início<br />

precoce.<br />

(*) PE normosmolares<br />

não apresentamredução<br />

de Hipoc.<br />

Níveis de<br />

escolaridade não<br />

considerados.<br />

Amostra relativa/<br />

pequena.<br />

Níveis de<br />

escolaridade não<br />

considerados.<br />

Amostra<br />

pequena. Cortes<br />

de 3 mm com<br />

gap de 1mm.<br />

(continua)


Tabela 2.2.2.2.2. Estudos volumétricos (MRI) de hipocampo e estruturas límbicas (continuação).<br />

Referências Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

28. Torres et al.,<br />

1997<br />

Biol Psychiatry<br />

29. Woodruff et<br />

al., 1997<br />

Psychol Medicine<br />

30. Whitworth et<br />

al., 1998<br />

Schizophr Res<br />

31. Razi et al.,<br />

1999<br />

Br J Psychiatry<br />

31. Marsh et al.,<br />

1999<br />

Biol Psychiatry<br />

32. Velakoulis et<br />

al., 1999<br />

Arch Gen<br />

Psychiatry<br />

33. Deicken et al.,<br />

1999<br />

Schizophr. Res<br />

34. Sanfilipo et al.,<br />

2000<br />

Arch Gen<br />

Psychiatry<br />

20 PE (Id: ± 25<br />

a; Dd: ± 4,5)<br />

20 CN (Id: ±<br />

29a) pareados.<br />

Testes memória<br />

remota.<br />

42 PE (Id: <<br />

55a).<br />

43 CN (Id: <<br />

55a).<br />

41 PE 1o. surto<br />

(Id: ± 24,5a)<br />

30 PE crônicos<br />

(Id: ±28a)<br />

32 CN<br />

(Id: ± 30,5a)<br />

Todos masculinos,<br />

pareados<br />

para escolaridade<br />

e peso.<br />

13 PE 1o. surto<br />

(Id: ± 23a; Dd: ±<br />

0,6a)<br />

27 PE crônicos<br />

(Id: ± 30a; Dd: ±<br />

6a)<br />

31 CN (Id: ±<br />

30a) pareados<br />

44 PE sintomas<br />

leves (Id: ± 38a)<br />

56 PE sint.<br />

severos (Id: ±<br />

36a)<br />

52 CN (Id: ±<br />

37a) masculinos<br />

BPRS, CGI<br />

46 PE crônicos<br />

(Id: ± 34a)<br />

32<br />

P(Esq.+Afetivos)<br />

(Id: ± 21a)<br />

140 CN (Id: ±<br />

30a)<br />

23 PE (24:6; Id:<br />

± 38,5a)<br />

18 CN (12:6; Id:<br />

± 36a)<br />

Todos destros<br />

53 PE♂ (Id: ±<br />

39a; Dd: ± 14a)<br />

29 CN♂ (Id: ±<br />

36a) pareados<br />

para lateralidade<br />

e escolaridade.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 1 mm.<br />

Hipocampos,<br />

Vol. Cerebral e<br />

Lobo Temporal<br />

MRI<br />

Cortes de 3 mm.<br />

MRI 1,5 T<br />

Cortes de 1 mm.<br />

CAHip,<br />

Ventrículos e<br />

VC.<br />

PANSS<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes 1,5 mm<br />

Hipocampo,<br />

Amígdala e GPH<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 3 mm.<br />

LF, LT, STG,<br />

Hipocampo,<br />

Ventrículos e<br />

LCR.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 1,5<br />

mm.<br />

VC e<br />

Hipocampos.<br />

MRI/MRSI 1,5 T<br />

Cortes de 1,4<br />

mm<br />

Hipocampos e<br />

concentração de<br />

N-Acetil<br />

<strong>As</strong>partato<br />

(NAA).<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 2,8<br />

mm<br />

SC e SB Préfrontal<br />

e<br />

Temporal<br />

BPRS, SANS<br />

PE com HD > HE,<br />

mas sem relação<br />

com memória a<br />

longo prazo.<br />

Sem d.e.s. entre PE e<br />

CN.<br />

PE com redução de<br />

Hipocampo<br />

esquerdo.<br />

PE com redução de<br />

segmento posterior<br />

do CAHip. e<br />

Ventrículos.<br />

PE crônicos com<br />

menor VC.<br />

Sem correlação com<br />

PANSS.<br />

PE crônicos com<br />

redução de GPH<br />

Esq. e mulheres com<br />

redução bilateral de<br />

Hipocampos.<br />

PE 1o. surto não<br />

diferem de CN.<br />

Redução de SC, LF e<br />

LT em ambos os<br />

grupos de PE.<br />

LTEsq. reduzido nos<br />

PE com sintomas<br />

leves.<br />

Hipocampos sem<br />

d.e.s. entre os<br />

grupos.<br />

Aumento ventricular<br />

em ambos, mas<br />

maior nos PE<br />

severos.<br />

PE + Afetivos com<br />

redução bilateral de<br />

Hipocampos.<br />

PE crônicos HD<br />

assoc. à duração da<br />

doença.<br />

PE com NAA<br />

bilateral.<br />

Não há d.e.s. entre<br />

grupos quanto ao<br />

volume de<br />

Hipocampos.<br />

PE com HE < HD.<br />

PE SC pré-frontal<br />

e temporal.<br />

Hipocampo e GPH<br />

sem d.e.s. entre os<br />

grupos.<br />

SB pré-frontal<br />

associado a Sintomas<br />

(-)<br />

(-) Não houve<br />

correlação entre<br />

memória e volume<br />

de hipocampos,<br />

ao menos<br />

em indivíduos<br />

jovens.<br />

Valores<br />

absolutos.<br />

101<br />

(+) Cortes de 3 mm.<br />

(+) Redução do<br />

CAHip. está<br />

presente no<br />

início da doença<br />

e não se<br />

correlaciona com<br />

psicopatologia ou<br />

subtipos.<br />

(+) Redução<br />

temporo-límbica<br />

associada à<br />

cronicidade,<br />

ausente no 1o.<br />

episódio.<br />

(-) Alterações<br />

morfológicas ao<br />

longo de um<br />

continuum de<br />

severidade.<br />

(+) Dist. do<br />

neurodesenvolvimento.<br />

Hipocampo no<br />

início da doença,<br />

não específica de<br />

esquizofrenia.<br />

(*) NAA pode<br />

ser um marcador<br />

mais sensível<br />

para lesão<br />

neuronal do que<br />

MRI<br />

volumétrica.<br />

(-) Decréscimo<br />

na SB pré-frontal<br />

pode estar<br />

associado à<br />

hipótese da<br />

„desconexão‟ na<br />

etiologia de<br />

sintomas<br />

negativos<br />

Não há<br />

referências<br />

quanto à<br />

escolaridade.<br />

Cortes de 3 mm.<br />

Controles com<br />

maior<br />

escolaridade e<br />

diferentes<br />

lateralidades.<br />

Não há referência<br />

à escolaridade.<br />

Predomínio de<br />

mulheres no GC.<br />

Problemas com<br />

pareamento<br />

(sexo,<br />

escolaridade?).<br />

Córtex de 2,8<br />

mm.<br />

(continua)


Tabela 2.2.2.2.2. Estudos volumétricos (MRI) de hipocampo e estruturas límbicas (continuação).<br />

Referências Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

35. Gur et al.,<br />

2000<br />

Arch Gen<br />

Psychiatry<br />

36. Kegeles et al.,<br />

2000<br />

Psychiatry Res.<br />

Neuroimaging<br />

37. Niemann et al.,<br />

2000<br />

Psychiatry Res.<br />

Neuroimaging<br />

PE 100 (58:42;<br />

Id: ± 29a; Dd: ±<br />

6,5a)<br />

110 CN (51:59;<br />

Id: ± 26a)<br />

Todos destros.<br />

10 PE♂ (Id: ±<br />

28a; Dd: ± 8a)<br />

10 CN♂ (Id: ±<br />

29a).<br />

Destros.<br />

20 PE♂ (Id: ±<br />

27a; 1o.<br />

episódio)<br />

20 CN♂ (Id: ±<br />

28a)<br />

Destros.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Cortes de 1 mm.<br />

Hipocampo.,<br />

Amígdala, STG,<br />

Pólo Temporal.<br />

SANS, SAPS.<br />

Testagem<br />

neurocognitiva.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Coronais<br />

contínuos de 1,5<br />

mm;<br />

MRS: NAA,<br />

Glutamato,<br />

Glutamina e<br />

GABA;<br />

PANSS e BPRS.<br />

MRI 1,5 T.<br />

Coronais<br />

contínuos de 2,2<br />

mm.<br />

Hipoc.,<br />

Amígdala, Lobo<br />

Temporal e<br />

Corno Temporal.<br />

SANS.<br />

PE♂ com reduções<br />

de HD, HE e<br />

Amígdala.<br />

PE femininas com<br />

aumento de<br />

Amígdala.<br />

PE com redução de<br />

STG.<br />

Vol. de hipocampo<br />

relaciona com<br />

melhor memória nos<br />

2 grupos.<br />

PE apresentaram<br />

excesso de GABA<br />

em HD.<br />

Não houve<br />

diferenças<br />

volumétricas.<br />

Não houve<br />

diferenças entre PE e<br />

CN.<br />

Ambos apresentaram<br />

HE<br />

significativamente<br />

menor do que HD.<br />

(+) Redução de<br />

SC<br />

temporolímbica,<br />

em pacientes de<br />

1o. surto,<br />

relacionada com<br />

performance<br />

cognitiva mas<br />

não com<br />

severidade de<br />

sintomas.<br />

(-) Lateralização<br />

anormal do<br />

GABA é<br />

consistente com<br />

relatos de<br />

assimetria<br />

neuroquímica no<br />

LT de PE.<br />

(-) PE e CN<br />

apresentam<br />

reduções de<br />

Hipocampo e<br />

Corno Temporal<br />

em hemisfério<br />

esquerdo<br />

(comparado com<br />

hemisfério<br />

direito).<br />

Controles com<br />

maior<br />

escolaridade.<br />

PE= Pacientes Esquizofrênicos; CN= Controles Normais; HD= Hipocampo Direito; HE= Hipocampo Esquerdo;<br />

Am.= Amígdala; CAHip.= Complexo Amígdala-Hipocampo; GPH= Giro Parahipocampal; STG= Giro Temporal<br />

Superior; LT= Lobo Temporal; LF= Lobo Frontal; SC= Substância Cinzenta; SB= Substância Branca; LCR=<br />

Líqüor Céfalo-Raquidiano; VC= Volume Cerebral; n.e.s.= não estatisticamente significativo; Id= Idade; Dd=<br />

Duração da doença; (+)= resultados positivos; (-)= resultados negativos.<br />

102<br />

Entretanto, TORRES et al. (1997) investigaram o suposto substrato neural da memória<br />

remota (delayed) em pacientes esquizofrênicos (10 pacientes esquizofrênicos [PE] com elevados<br />

escores na evocação de memória pregressa, verbal e não-verbal, e 10 PE com baixos escores) e<br />

controles saudáveis (10 com escores elevados e 9 com escores baixos). A integração dos resultados<br />

com estudos da senilidade normal e doença de Alzheimer comporta um modelo sugerindo que o<br />

tamanho do hipocampo pode ser um indicador da capacidade de memória remota, mas apenas na<br />

medida em que as suas dimensões reflitam a senilidade e atrofia degenerativa do mesmo. Ou seja, se<br />

as medi<strong>das</strong> do hipocampo refletem diferenças individuais de volume antes do início da atrofia<br />

hipocampal no processo normal de envelhecimento, então o tamanho do hipocampo não parece ser um<br />

preditor da capacidade de memória remota. Não houve correlação significativa entre memória remota<br />

e volumes, seja do lobo temporal ou hipocampo, resultado em consonância com outros estudos em<br />

esquizofrenia (DeLISI et al., 1991; COLOMBO et al., 1993; NESTOR et al., 1993; BILDER et al.,<br />

1995).


103<br />

Por outro lado, há estudos demonstrando esta associação no envelhecimento normal<br />

(GOLOMB et al., 1994) e na demência de Alzheimer (DeWEER et al.,1995; LAAKSO et al., 1995),<br />

sugerindo que, se as dimensões do hipocampo estão relaciona<strong>das</strong> à capacidade de memória, isto só<br />

ocorre após o início da atrofia relacionada ao envelhecimento.<br />

TORRES et al., (1997) sugerem que o modelo “quanto maior melhor” pode ser mais<br />

apropriado para estruturas que se tornaram funcionalmente bem desenvolvi<strong>das</strong> e subseqüentemente<br />

foram afeta<strong>das</strong> por processos atróficos neurodegenerativos. Além disso, a morfometria do hipocampo<br />

pode ser pouco confiável na estimativa da capacidade funcional do mesmo, especialmente em<br />

condições não degenerativas. A nível funcional, estas alterações talvez só possam ser rastrea<strong>das</strong> a<br />

nível microscópio (p. ex., alteração de células piramidais).<br />

De fato, inferir a fisiologia a partir de achados morfológicos pode constituir um modelo<br />

empírico limitado e passível de equívocos. Em relação ao hipocampo, DEICKEN et al., (1999)<br />

conduziram estudo com Ressonância Magnética Espectroscópica (MRS) medindo concentrações de<br />

N-acetil-aspartato (NAA) e MRI quantitativa de hipocampos em 23 PE crônicos e 18 controles<br />

normais (CN). O NAA, aminoácido constituinte de neurônios e axônios, é considerado um marcador<br />

específico dessas estruturas a nível cortical, sendo imputado como marcador da função neuronial<br />

(diminuição da concentração de NAA está possivelmente associada à disfunção e/ou deficiência de<br />

neurônios). Alguns estudos com MRS já haviam relatado redução da concentração de NAA no<br />

hipocampo de pacientes esquizofrênicos (NASRALLAH et al., 1994; BERTOLINO et al., 1998;<br />

DEICKEN et al., 1998). BERTOLINO et al. (1998) examinaram concentrações de NAA e volumes de<br />

hipocampos. Encontraram decréscimo na concentração de NAA em pacientes esquizofrênicos<br />

comparado a controles, embora na ausência de diferenças volumétricas entre os esses grupos.<br />

Tampouco houve correlação entre volume e concentração de NAA nos hipocampos.<br />

O estudo de DEICKEN et al. (1999) demonstrou que pacientes esquizofrênicos apresentaram<br />

significativa redução bilateral de NAA e nenhuma diferença volumétrica significativa, comparando-se<br />

com o grupo controle. Concluem os autores que a concentração de NAA hipocâmpico pode ser mais<br />

sensível à perda neuronal do que as variações de volume, constituindo portanto num método mais<br />

adequado à avaliação da disfunção/lesão neuronal.<br />

Processos neurodegenerativos estão associados à proliferação de células da glia, o que<br />

volumetricamente compensa a perda neuronial. Como não se observa uma proliferação glial


significativa no hipocampo de pacientes esquizofrênicos, é provável que a redução de NAA reflita<br />

disfunção neuronal, e não perda de tecido.<br />

104<br />

Outro aspecto diz respeito à possibilidade de que outras estruturas também estejam<br />

relaciona<strong>das</strong>, tais como giro parahipocampal, córtex de associação, etc.<br />

2.2.2.2.3. Hipocampo e psicopatologia:<br />

BOGERTS et al. (1993), em estudo com 19 PE masculinos crônicos comparados a controles<br />

encontraram diminuição do complexo amígdala-hipocampo (CAH), com maior efeito a nível de<br />

hipocampo: hipocampo direito (HD) = -20% e HE = -15%. A severidade de sintomas positivos,<br />

avaliados pela BPRS, demonstrou correlação negativa (r= -0,61; p= 0,01) com volume de hipocampos<br />

(especialmente suspicácia, desorganização conceitual [CAH esquerdo] e conteúdo incomum do<br />

pensamento; não houve correlação significativa com sintomas negativos (SANS e BPRS fator<br />

anergia). Os autores sugerem que sintomas negativos estariam mais relacionados com lobo frontal e<br />

ventrículos. Para fins de posterior comparação com nossos achados, ressalta-se que o grupo controle<br />

apresentou maior escolaridade (p < 0,01). Análise da covariância, controlando para nível de educação<br />

e peso corporal, manteve resultados significativos. Como os autores utilizaram volumes absolutos, não<br />

corrigidos para volume cerebral (VC), é possível que as diferenças encontra<strong>das</strong> no estudo decorram<br />

em parte da diferença de VC entre controles e pacientes.<br />

Há estudos referindo nível de escolaridade como fator relacionado ao volume de estruturas<br />

frontais (DeMYER et al., 1988; ANDREASEN et al., 1990b). Entretanto, como há evidências de que<br />

alterações cognitivo-comportamentais antecedem a fase psicótica propriamente dita, BOGERTS e<br />

colegas (1993) sugerem que por trás desta relação haveria uma variável relacionada à doença.<br />

Portanto, o pareamento para nível de escolaridade poderia, por um lado, selecionar indivíduos normais<br />

com dificuldades sócioculturais e cognitivas; e, por outro, pacientes esquizofrênicos com formas mais<br />

leves da doença. Com o intuito de evitar a exclusão de variáveis que possam ter relações<br />

etiopatogênicas, os autores propõem incluir somente sexo e idade como variáveis a serem controla<strong>das</strong>.<br />

FUKUZAKO et al. (1996) encontraram redução volumétrica da formação hipocâmpica em<br />

relação ao GC (HD= -11%; HE= -9%). A redução correlacionou significativamente com déficit de<br />

atenção, comportamento bizarro e distúrbio formal do pensamento (síndrome desorganizada). O<br />

estudo limita-se a indivíduos destros, masculinos e com médias de idade aproxima<strong>das</strong> (± 38 anos),


além de ter sido feito correção dos volumes absolutos em volumes relativos aos respectivos<br />

hemisférios. Níveis de escolaridade, entretanto, não foram considerados.<br />

105<br />

Num estudo posterior com 28 pacientes (FUKUZAKO et al., 1997), os autores replicaram o<br />

achado de redução de volume do hipocampo e encontraram que, no grupo controle, volumes de HD<br />

excederam significativamente os volumes do HE. O mesmo não foi observado nos pacientes, que<br />

apresentaram HD e HE com volumes semelhantes, levando os autores à especulação de distúrbio na<br />

lateralização.<br />

Por outro lado, CHUA et al. (1997), investigando os correlatos estruturais <strong>das</strong> síndromes<br />

psicopatológicas na esquizofrenia, encontraram correlações positivas entre severidade da síndrome de<br />

desorganização (distúrbio formal do pensamento) e aumento bilateral de volumes de hipocampo, GPH<br />

e giro fusiforme. Os 12 pacientes já haviam sido investigados com PET, o que permitiu comparações<br />

entre correlatos funcionais e estruturais. Pacientes com predomínio de sintomas negativos exibiram<br />

redução de rCBF pré-frontal esquerdo, consistente com o déficit estrutural da mesma região.<br />

MARSH et al. (1999) examinaram 44 PE com menor severidade sintomática (melhor<br />

resposta terapêutica, melhor história pré-mórbida e início relativamente tardio), 56 PE severamente<br />

afetados (cronicamente institucionalizados, com sintomas psicóticos persistentes e má resposta<br />

terapêutica) e 52 controles masculinos normais. Ambos os grupos de pacientes apresentaram redução<br />

de substância cinzenta (SC) em regiões temporal e frontoparietal, além de aumento ventricular e de<br />

sulcos temporais. Nenhum dos grupos apresentou diferenças significativas quanto ao volume de<br />

hipocampos.<br />

SANFILIPO et al. (2000), em amostra constituída de 53 PE masculinos e 29 controles,<br />

embora tenham encontrado redução significativa da SC pré-frontal e temporal em pacientes<br />

esquizofrênicos, não encontraram diferenças significativas entre os grupos quanto aos volumes de<br />

GPH e hipocampos. Tampouco houve correlações significativas entre escalas sintomatológicas<br />

(SANS, BPRS) e o volume destas estruturas.<br />

GUR et al. (2000) estudaram 100 PE comparados a 110 CN quanto às SB e SC em regiões<br />

temporolímbicas (hipocampo e amígdala) e neocorticais (STG e pólo temporal). Encontraram redução<br />

bilateral de hipocampos (masculino = -7%; feminino = -8,5%) no grupo de pacientes. A amígdala<br />

apareceu diminuída nos pacientes masculinos (-8%) e aumentada nas pacientes femininas (+ 10,5%).


Maiores volumes de Hipocampo correlacionaram com melhor performance de memória em ambos os<br />

grupos.<br />

2.2.2.2.4. Relação com duração da doença: neurodesenvolvimento ou neurodegeneração?<br />

106<br />

WHITWORTH et al. (1998) estudaram 41 PE masculinos de 1o. episódio, 30 crônicos e 32<br />

controles normais. Encontraram significativa redução de volumes cerebrais (VC) no grupo de<br />

pacientes crônicos, enquanto que alargamento de ventrículos laterais e redução do complexo<br />

amígdala-hipocampo (CAH) foram observados tanto no grupo de 1o. episódio (CAHE= -13,2%;<br />

CAHD= -12,05%) quanto no de pacientes crônicos (CAHE= -10,6; CAHD= -10,5%). <strong>As</strong> alterações<br />

não se correlacionaram com psicopatologia, subtipo diagnóstico, história familiar ou idade de início<br />

da doença. Os autores concluem que a diminuição do CAH já está presente quando no início dos<br />

sintomas.<br />

RAZI et al. (1999) também procuraram comparar pacientes de 1o. episódio (n = 13) com<br />

pacientes crônicos (n = 27) quanto ao volume de giro parahipocampal, amígdala e hipocampo, com o<br />

objetivo de investigar qual fase da doença estaria relacionada ao déficit estrutural. O resultado<br />

demonstrou que pacientes de 1o. surto não diferem de controles normais quanto ao volume de<br />

estruturas temporo-límbicas. Entretanto, no grupo de pacientes crônicos, pacientes femininas<br />

apresentaram redução bilateral de hipocampos.<br />

VELAKOULIS et al. (1999) examinaram 46 PE crônicos e 32 pacientes psicóticos de 1o.<br />

episódio, comparando-os a grupo controle de 140 indivíduos normais. Dentre os pacientes de 1o. surto<br />

estiveram incluídos pacientes com distúrbio afetivo bipolar. Como resultado, obtiveram:<br />

1. Pacientes crônicos (HD= -8,1%; HE= -7,6%) e de 1o. episódio (HD= -5,5%; HE= -8,1%)<br />

apresentaram redução de hipocampos em relação aos controles, sugerindo que a redução de<br />

hipocampo está presente no início da doença;<br />

2. No grupo de 1o. episódio, tanto esquizofrênicos quanto psicóticos afetivos apresentaram redução<br />

de hipocampo esquerdo comparados aos controles, o que argumenta no sentido de que a alteração<br />

não seja específica da esquizofrenia;<br />

3. Pacientes crônicos apresentaram significativa redução de HD associada com a idade e duração da<br />

doença. Tais achados sugerem duas possibilidades: ou há um subseqüente processo degenerativo,<br />

após o início da doença; ou redução bilateral de hipocampos é preditiva de cronicidade.


2.2.3. Planum temporale (PT):<br />

2.2.3.1. Histórico e fundamentos:<br />

107<br />

O Planum temporale (PT) é constituído por córtex de associação auditiva altamente<br />

organizado, ao qual desde os autores clássicos tem sido imputado um papel central na função<br />

lingüística, refletindo a assimetria <strong>das</strong> áreas envolvi<strong>das</strong> na integração e processamento da linguagem.<br />

Em termos anatômicos, a área conhecida como Planum temporale está situada na superfície<br />

póstero-superior do Giro Temporal Superior (STG), tendo como limite anterior o Giro de Heschl<br />

(mais precisamente, o Sulco de Heschl) e como limite posterior o ponto mais caudal do segmento<br />

horizontal da Fissura de Silvius. A princípio, tais limites foram estabelecidos a partir dos estudos<br />

mielogenéticos de FLECHSIG (1908) e dos estudos citoarquitetônicos do coniocórtex auditivo de<br />

PFEIFER (1920).<br />

O PT, juntamente com o córtex pré-frontal dorso-lateral (DLPFC) e o lóbulo parietal inferior,<br />

constituem o chamado córtex de associação heteromodal.<br />

No hemisfério esquerdo, o PT juntamente com o Giro Auditivo Transverso (Heschl) e<br />

superfície latero-posterior do STG constituem a chamada área de Wernicke, implicada nos distúrbios<br />

afásicos.<br />

A denominada afasia de Wernicke compreende dois elementos principais: (1) prejuízo na<br />

compreensão da fala (incapacidade de diferenciar fonemas ou componentes de palavras, falados ou<br />

escritos), refletindo o envolvimento <strong>das</strong> áreas de associação auditivas ou sua separação do córtex<br />

auditivo primário (Giro Transverso de Heschl); (2) produção de uma fala parafásica, fluentemente<br />

articulada, supostamente decorrente do fato de que a área motora da linguagem não mais está sob o<br />

controle da área de associação auditiva, onde a memória de palavras visual, táctil e auditiva são<br />

integra<strong>das</strong>.<br />

Na afasia de Wernicke, via de regra a lesão localiza-se na região perissilviana posterior<br />

(compreendendo os giros temporal póstero-superior, opercular supra-marginal, angular e insular<br />

posterior), devido comumente à oclusão embólica ou trombótica da divisão inferior da artéria cerebral<br />

média esquerda. É dita afasia fluente, ao contrário da afasia de condução ou de Broca. (ADAMS e<br />

VICTOR, 1993).<br />

Os aspectos funcionais portanto atribuídos ao PT são os de compreensão e produção da fala.


2.2.3.2. Limites anátomo-funcionais:<br />

108<br />

Nos primeiros estudos acerca da assimetria do PT, os textos de PFEIFER (1920) e Von<br />

ECONOMO e HORN (1930) descrevem a distribuição normal da anatomia do PT como consistindo<br />

em um Giro Transverso (ou Giro de Heschl) à esquerda e dois Giros Transversos à direita. Este<br />

padrão, entretanto, pôde ser encontrado em somente 50% dos cérebros estudados por Von Economo e<br />

Horn e os estudos subseqüentes demonstram que a anatomia do PT é bastante variável, com o<br />

aparecimento de muitos Giros Transversos em ambos os lados do cérebro (SHAPLESKE et al., 1999).<br />

O delineamento do PT pode apresentar-se problemático em decorrência destas variações<br />

anatômicas, tornando imperativo o uso de critérios bem definidos no que se refere à determinação dos<br />

limites da estrutura.<br />

Borda Anterior:<br />

PFEIFER (1920) definiu o Sulco de Heschl, de origem retroinsular e imediatamente posterior<br />

ao Giro Transverso, como a borda anterior do PT. Entretanto, a existência de mais de um Giro de<br />

Heschl pode complicar esta definição. Há casos em que o Giro Transverso se desdobra em duas<br />

circunvoluções separa<strong>das</strong> pelo chamado Sulco Intermédio de Beck (que pode ser reconhecido por não<br />

apresentar origem na região retro-insular); há outros casos em que ocorrem múltiplos Giros<br />

Transversos (H1, H2, H3…), situação em que o sulco imediatamente posterior ao primeiro Giro<br />

Transverso que tem origem medialmente na região posterior à Ínsula é usado como limite anterior.<br />

A distinção entre Sulco Transverso de Heschl e Sulco Intermédio de Beck reveste-se de<br />

crucial importância na medida em que determina se os giros supranumerários devem ou não ser<br />

incluídos nas medi<strong>das</strong> do PT. Por exemplo, se a anatomia mais freqüentemente encontrada consiste de<br />

dois Giros Transversos à direita e um à esquerda, a exclusão dos giros supranumerários irá subestimar<br />

as dimensões do PT à direita. Pfeifer era da opinião de que os Giros Transversos mais posteriores<br />

devessem ser incluídos, pois os estudos mielogenéticos de Flechsig e dele próprio determinaram<br />

como limite posterior da área acústica primária (coniocórtex) precisamente o terço médio do primeiro<br />

Giro Transverso, enquanto que os Giros mais posteriores estão constituídos já por córtex auditivo de<br />

associação (paraconiocórtex).<br />

Uma fonte adicional de controvérsia diz respeito ao fato de que o córtex de associação<br />

auditivo não é de todo circunscrito à área do PT. O estudo original de Von ECONOMO e HORN


(1930) sugeriu que a assimetria do PT corresponde à assimetria do córtex de associação auditivo.<br />

Também os estudos de GALABURDA et al. (1978) e de GALABURDA e SANIDES (1980), embora<br />

restritos a um número de 4 cérebros, determinaram que a assimetria do PT corresponde à assimetria<br />

histológica da área por eles denominada Tpt, que representa uma transição entre o córtex de<br />

associação auditivo e o córtex do lóbulo parietal inferior.<br />

109<br />

A despeito <strong>das</strong> controvérsias referentes aos limites anatômicos, seguimos a sugestão de<br />

BARTA et al. (1995) de que o Sulco de Heschl (sulco imediatamente posterior ao Giro Transverso,<br />

com origem retro-insular) constitua o limite anterior do PT. Este procedimento está em consonância<br />

com a maioria dos autores, permite medi<strong>das</strong> mais confiáveis e passíveis de comparação entre os<br />

diferentes estudos.<br />

Borda Posterior:<br />

Em relação ao limite posterior do PT, a maioria dos autores estabelece como ponto arbitrário<br />

a bifurcação da Fissura de Silvius (FS) nos Ramos <strong>As</strong>cendente Posterior (RAP) e Descendente<br />

Posterior (RDP).<br />

RUBENS et al. (1976) realizaram estudo de 36 cérebros de indivíduos destros e verificaram<br />

assimetria da FS em 69% dos casos. Em geral, a FS é mais extensa no hemisfério esquerdo e termina<br />

num curto RAP ou em uma simples bifurcação; à direita, a FS tende a apresentar um segmento<br />

horizontal mais curto e em continuidade com um longo RAP. WITELSON et al. (1995) realizaram<br />

estudo citoarquitetônico da parede posterior do RAP e verificaram existência de córtex de associação<br />

auditivo nesta topografia. Também o estudo de GALABURDA et al. (1978) confirma a inclusão do<br />

RAP no conceito de PT.<br />

Como conseqüência, a não inclusão do RAP pode levar à subestimação da área do PT à<br />

direita. Dos dois estudos com MRI que comparam os resultados da inclusão ou exclusão do RAP na<br />

medida do PT, ambos encontraram um PT maior à esquerda quando o RAP foi excluído e simetria<br />

quando este foi incluído (STEINMETZ et al., 1990; KULYNYCH et al., 1993).<br />

Para testar esta hipótese, estabelecemos duas medi<strong>das</strong> para o PT: o PT propriamente dito,<br />

tendo como limite posterior a bifurcação da FS; e PT+, com a inclusão do RAP (mas exclusão de<br />

RDP).


110<br />

Os limites lateral e medial são de fácil reconhecimento. A borda medial em geral é<br />

constituída pela confluência dos limites anterior e posterior, sendo que em alguns casos o limite é<br />

constituído pela contiguidade com a própria Ínsula. A margem lateral, assim como nos estudos dos<br />

demais autores, é representada pela margem supero-lateral do Giro Temporal Superior.<br />

SHAPLESKE et al. (1999), numa revisão crítica dos estudos acerca do PT, sugerem que a<br />

técnica ideal ao estudo desta estrutura deveria obedecer aos seguintes critérios:<br />

1. Cortes com espessura mínima de 1,5 mm, o que permite boa resolução entre as substâncias branca<br />

e cinzenta, bem como do LCR;<br />

2. Uso preferencial de cortes coronais;<br />

3. Utilização de um programa (software) que permita a visualização simultânea da estrutura nos 3<br />

planos anatômicos (axial, sagital e coronal);<br />

4. Análise volumétrica, ou seja, inclusão da espessura cortical nas medi<strong>das</strong>.<br />

O fato de que nosso estudo contemple integralmente estas diretrizes constitui um bom indício<br />

da confiabilidade e validade dos resultados.<br />

2.2.3.3. Anatomia do PT em indivíduos normais:<br />

GESCHWIND e LEVITSKY (1968) realizaram estudo quantitativo postmortem da<br />

assimetria do PT em 100 cérebros de indivíduos normais. Encontraram que o PT apresenta maior área<br />

à esquerda em 65% dos casos, maior à direita em 11% dos casos, com os restantes 24% tendo áreas<br />

semelhantes. Embora não fossem conhecidos os dados referentes a gênero sexual, dominância no uso<br />

da mão e hemisfério cerebral da linguagem, a assunção de que aproximadamente 93% da população<br />

apresenta lateralidade manual direita e 96% apresenta dominância cerebral para a fala à esquerda<br />

permite ser extrapolada para a amostra referida. Este resultado corroborou a idéia de assimetria<br />

funcional da linguagem, que já havia sido inferida desde BROCA (1861) e WERNICKE (1874),<br />

baseados nas alterações da linguagem decorrentes de infartos e tumores no hemisfério esquerdo.<br />

Este achado foi replicado pela maioria dos estudos postmortem que se seguiram, tanto nas<br />

medi<strong>das</strong> de superfície quanto nas medi<strong>das</strong> de área (SHAPLESKE et al., 1999).<br />

STEINMETZ et al. (1991) revisaram os estudos postmortem existentes e concluíram que 73,5% dos<br />

532 cérebros examinados apresentavam assimetria do PT à esquerda.<br />

O surgimento da MRI tornou possível o estudo do PT in vivo.


111<br />

LARSEN et al. (1989) desenvolveram um método para estudar a assimetria do PT em<br />

humanos por meio de MRI, tentando reconstruir as dimensões do PT a partir de secções coronais na<br />

superfície do lobo temporal em 13 cérebros (imagens pesa<strong>das</strong> em T1, 14 cortes de 3 mm, intervalos de<br />

0,3 mm). Os autores limitaram-se a medi<strong>das</strong> de superfície e classificaram a assimetria em 3 níveis:<br />

Consideravelmente maior (+ de 1 cm de diferença); Maior (entre 1 e 0,5 cm de diferença); e<br />

Aproximadamente igual (diferença de 0,5 cm ou menos). <strong>As</strong> imagens foram compara<strong>das</strong> com a<br />

inspeção direta do PT nos cérebros fixados com formalina. A análise dos resultados revelou que as<br />

dimensões do PT medi<strong>das</strong> por inspeção direta não corresponderam precisamente às medi<strong>das</strong> por MRI,<br />

em parte devido à curvatura da Fissura de Silvius, que não permite sejam feitos cortes coronais de 90°<br />

em toda a extensão.<br />

A variação na anatomia cortical desta região representou a principal causa de dificuldades:<br />

(1) a curvatura caudal da Fissura de Silvius, freqüentemente em degraus, algumas vezes dificultou a<br />

delimitação da borda posterior, especialmente no lado direito. (2) O topo do Giro Auditivo Transverso<br />

(Heschl), referência para a borda anterior do PT, em alguns casos apresentou-se dividido, constituindo<br />

um parâmetro não facilmente delimitável. A confiabilidade foi avaliada nos 13 cérebros, inicialmente<br />

com MRI e depois pela inspeção direta. Em 3 casos não foi possível decidir a dimensão do PT, devido<br />

às variações anatômicas. Dentre os 10 restantes, a assimetria foi corretamente avaliada em 9 casos.<br />

Em 9 dos 13 cérebros, a <strong>classificação</strong> da assimetria <strong>segundo</strong> as MRI e as inspeções diretas foram<br />

correspondentes.<br />

SHAPLESKE et al. (1999) revisaram 35 estudos morfométricos enfocando área e superfície<br />

do PT, perfazendo um total de 1252 cérebros de humanos adultos normais. <strong>As</strong> dimensões médias do<br />

PT à Esquerda (LPT) apresentaram-se maiores do que à Direita (RPT) em todos os estudos, exceto no<br />

de VLADAR et al. (1993), que utilizaram como controles gêmeos MZ de pacientes esquizofrênicos.<br />

Aqui resumimos os resultados da revisão de Shapleske e colegas (1999):<br />

Área: (21 estudos, 607 cérebros, variação de 220-1161 mm²). LPT = 561,6 ± 195,3 mm². RPT = 430 ±<br />

196,5 mm². Portanto, a área média do LPT apresentou-se significativamente maior (t = 7,19; p <br />

0,001).<br />

Superfície: A extensão média do LPT foi de 391,7 ± 121,3 mm (6 estudos, 147 cérebros). A superfície<br />

média do RPT foi de 256 mm. Portanto, também a extensão do LPT foi significativamente maior (t =<br />

5,46; p 0,003).


<strong>As</strong>simetria: Dentre os 22 estudos analisados, o LPT foi maior em 78,3% dos cérebros. Em 8,1% houve<br />

simetria (LPT=RPT) e em 13,72% dos casos o RPT foi maior do que o LPT.<br />

Coeficiente de <strong>As</strong>simetria (CA): A média do CA nos 31 estudos foi de -0,32 (LPTRPT).<br />

2.2.3.4. Anatomia do PT e variáveis clínico-demográficas:<br />

Influência da preferência manual na assimetria do PT:<br />

112<br />

Há relativo consenso em que a preferência no uso da mão relacione-se com a lateralização<br />

funcional da linguagem. Pessoas com uso preferencial da mão esquerda apresentam maior tendência<br />

em dominância hemisférica da linguagem bilateral ou direita (HÉCAEN et al., 1981). A maioria dos<br />

estudos indica que indivíduos destros apresentam um significativo desvio à esquerda na assimetria do<br />

PT quando comparados com indivíduos sinistros, os quais mais freqüentemente apresentam simetria<br />

ou mesmo assimetria do PT à direita (STEINMETZ et al., 1991; FOUNDAS et al., 1994; JANCKE et<br />

al., 1994; HABIB et al., 1995).<br />

A hipótese de uma base genética no fenômeno da preferência manual é controversa.<br />

STEINMETZ et al. (1991) demonstraram que o grau de assimetria do PT à esquerda seria<br />

predominante em destros, seguido por sinistros sem história familiar e, por último, sinistros com<br />

história familiar de lateralidade manual esquerda. Posteriormente, o mesmo grupo (STEINMETZ et<br />

al., 1995) examinou o efeito de história familiar no uso da mão em 10 pares de gêmeos monozigóticos<br />

destros concordantes para lateralidade manual e 10 pares MZ discordantes para a mesma.<br />

Independente do grupo a que pertenciam, houve assimetria do PT à esquerda em todos os destros;<br />

enquanto que os sinistros apresentaram tendência à simetria do PT. Portanto, ainda que teoricamente<br />

os indivíduos partilhassem da mesma carga genética, a correlação da assimetria do PT com a<br />

preferência manual manteve o padrão encontrado na população em geral.<br />

Não parece haver uma correlação direta entre os diferentes graus de lateralidade manual (ou<br />

quocientes de lateralidade) quantificados por baterias de testes tais como o Inventário de Edimburgo e<br />

o grau de assimetria do PT, mas há uma correlação significativa com a simples avaliação dicotômica<br />

destro/sinistro (HABIB et al., 1995).<br />

Influência do gênero sexual na assimetria do PT:<br />

SHAPLESKE et al. (1999) revisaram estudos com dados referentes às dimensões do PT em<br />

relação ao gênero sexual. Em 7 estudos (160 cérebros), as mulheres apresentaram a área do LPT de


645 mm² e do RPT de 541,8 mm². Em 10 estudos (246 cérebros), homens apresentaram área do LPT =<br />

661,49 mm² e área do RPT = 539 mm².<br />

A média dos Coeficientes de Lateralidade nas mulheres foi de -0,23 e, nos homens, de -0,25.<br />

113<br />

Os autores concluem que, embora os homens apresentem tendência para maior assimetria à<br />

esquerda e mulheres apresentem uma maior variação na área do PT à direita, estas diferenças não são<br />

estatisticamente significativas.<br />

2.2.3.5. Estudos funcionais do PT:<br />

Estudos com PET envolvendo o processamento da linguagem em indivíduos normais<br />

demonstraram o envolvimento do segmento posterior do STG. PETTERSEN et al. (1989) relataram<br />

ativação do córtex têmporo-parietal esquerdo quando foram apresentados pares de palavras evocando<br />

decisão de rima. Os autores concluíram que a região seria um centro da codificação fonológica da<br />

palavra escrita. WISE et al. (1991) realizaram estudo com 6 voluntários normais envolvendo<br />

condições auditivas, fonológicas e semânticas, além de evocação ativa de palavras a partir do léxico<br />

semântico (geração de verbos). Os autores encontraram ativação bilateral do STG envolvendo tanto<br />

tarefas com pares de palavras reais (decisão semântica) quanto apresentação de palavras sem sentido<br />

(nonwords). Entretanto, durante a tarefa de geração de verbos apropriados aos nomes apresentados, a<br />

única região temporal ativada foi o córtex de associação temporal esquerdo (Área de Wernicke). A<br />

despeito dos diversos problemas envolvendo conceitos de processamento da linguagem e paradigmas<br />

de estudo, os autores concluem que a compreensão e evocação (retrieval) de simples palavras ativam<br />

diversas regiões corticais, mas a área de Wernicke demonstrou ser a única engajada em ambos os<br />

processos, além de participar (juntamente com as demais regiões envolvi<strong>das</strong> na vocalização: Giro<br />

Frontal Ínfero-Posterior Esquerdo [área de Broca], Giro Frontal Médio Posterior Esquerdo e área<br />

motora suplementar) na geração silenciosa de palavras.<br />

2.2.3.6. PT em dislexias:<br />

A dislexia caracteriza-se por uma perturbação no aprendizado da leitura que, <strong>segundo</strong> HYND<br />

e SEMRUD-CLICKMAN (1989), atinge 5 a 10% <strong>das</strong> crianças em idade escolar. O processamento da<br />

linguagem encontra-se especificamente afetado no que se refere à consciência fonológica,<br />

caracterizando-se por dificuldade em manipular sons e palavras em sílabas e sílabas em fonemas<br />

(LUNDBERG e HOIEN, 1989).


114<br />

O PT e o Giro de Heschl são estruturas de interesse nas dislexias por estarem relaciona<strong>das</strong> ao<br />

mapeamento de fonemas auditivos em grafemas visuais. Estudos postmortem têm demonstrado que a<br />

simetria do PT na dislexia não é um achado ocasional, mas constitui um acompanhamento da<br />

síndrome (GALABURDA, 1988).<br />

No que se refere especificamente ao PT, diversos estudos demonstraram reversão da<br />

assimetria ou simetria em pacientes disléxicos (SEMRUD-CLICKMAN et al., 1991).<br />

Entretanto, dois estudos subseqüentes que empregaram critérios técnicos mais apurados, como<br />

exclusão de comorbidades e pareamentos paciente/controle mais estritos (SCHULTZ et al., 1994;<br />

RUMSEY et al., 1997) resultaram em nenhuma diferença entre pacientes disléxicos e controles quanto<br />

à assimetria do PT.<br />

Em análise destes estudos, SHAPLESKE et al. (1999) concluem que os achados discrepantes<br />

podem refletir meramente o baixo poder estatístico <strong>das</strong> amostras, o efeito de inclusão de<br />

comorbidades (alterações de QI, p. ex.) e dificuldades técnicas no desenho dos estudos. De forma que<br />

a alteração da simetria do PT em dislexias não pôde ser inequivocamente confirmada.<br />

2.2.3.7. PT em esquizofrenia:<br />

2.2.3.7.1. Estudos neuropatológicos:<br />

FALKAI et al. (1992) mediram a assimetria da Fissura de Silvius em cérebros de 35 PE e 33<br />

controles não psiquiátricos. Partiram da hipótese de que a redução da assimetria normal da Fissura de<br />

Silvius (LFS > RFS) em esquizofrenia poderia refletir distúrbios anatômicos e funcionais na<br />

lateralização cerebral. Os autores efetivamente encontraram diminuição da assimetria da FS em<br />

pacientes, principalmente no sexo masculino, às custas de um menor segmento da FS à esquerda, já<br />

que a extensão da FS à direita não foi diferente entre os grupos. Uma vez que a assimetria fisiológica<br />

da FS pode já ser identificada entre a 29a. e 31a. semanas de gestação, os autores concluem que a<br />

esquizofrenia pode ser conseqüência de um distúrbio precoce na lateralização do neocórtex.<br />

Num estudo posterior (FALKAI et al., 1995), com 24 cérebros de PE e 24 CN, os autores<br />

encontraram uma redução volumétrica de 20% no PT Esquerdo dos pacientes. O PT Direito mostrou-<br />

se com tendência ao aumento em pacientes masculinos (+22%) e à diminuição em pacientes femininas<br />

(-6%). Além do volume, o diâmetro ântero-posterior do PT apresentou redução em Hemisfério


Esquerdo (-20%) e normal no Direito. Coeficientes de <strong>As</strong>simetria (CA) do volume do córtex e<br />

diâmetro ântero-posterior do PT foram diferentes entre pacientes e controles. Nas medi<strong>das</strong> de volume,<br />

especialmente em pacientes masculinos, houve significativa redução da assimetria (CAPE masc. =<br />

0,25 e CACN masc.= -0,17). No sexo feminino esta diferença foi menor (CAPE fem.= -0,03; CACN<br />

fem.= -0,18). Quanto ao CA do diâmetro ântero-posterior, a alteração na assimetria também foi maior<br />

em pacientes masculinos ( PE masc.= 0,30; CN masc.= -0,18) do que em pacientes femininas (média<br />

PE fem.= -0,07; média CN fem.= -0,24).<br />

115<br />

Nas medi<strong>das</strong> de área, entretanto, não houve diferenças entre pacientes e controles. Embora os<br />

autores não tenham discutido este aspecto, a ausência de diferenças nas medi<strong>das</strong> de área associada às<br />

diferenças de volume sugere uma redução da espessura do córtex auditivo de associação à esquerda<br />

(ou aumento à direita?) em pacientes esquizofrênicos.<br />

Tais resultados apoiam a hipótese de distúrbio da lateralização cerebral na esquizofrenia.<br />

2.2.3.7.2. Estudos com Ressonância Magnética estrutural:<br />

Tabela 2.2.3.7.2.<br />

Os estudos envolvendo medi<strong>das</strong> do PT em pacientes esquizofrênicos foram resumidos na<br />

BARTA et al. (1990) estudaram 15 pacientes esquizofrênicos masculinos comparados a<br />

controles normais, individualmente pareados para variáveis somáticas e sócio-demográficas. Baseados<br />

em estudos neuropatológicos (BOGERTS et al., 1985; JAKOB e BECKMANN, 1986) e estudos<br />

prévios com MRI (ROSSI et al., 1988; SUDDATH et al., 1989, 1990; JOHNSTONE et al., 1989), os<br />

autores hipotetizaram que estruturas do lobo temporal deveriam ser menores em pacientes<br />

esquizofrênicos. Como dado adicional, PANFIELD e PEROT (1963) observaram alucinações<br />

auditivas complexas estimulando eletricamente o STG de pacientes epilépticos, especialmente LSTG.<br />

O resultado do estudo demonstrou diminuição de volume do STG esquerdo e bilateralmente da<br />

Amígdala, além de uma correlação positiva entre severidade de alucinações auditivas (SAPS) e<br />

diminuição volumétrica do LSTG (segmento anterior), área também relacionada com o córtex de<br />

associação auditiva.<br />

ROSSI et al. (1990) mediram o volume dos lobos temporais e VBR de 17 pacientes jovens<br />

comparados a 13 controles. Encontraram redução bilateral de Lobo Temporal (LT), especialmente à<br />

esquerda. Não houve diferenças quanto ao VBR. Os autores especularam a possibilidade de haver dois


subgrupos distintos de pacientes: pacientes jovens, com evolução por surtos, com alterações<br />

temporais; e pacientes crônicos, com diversos estudos relatando aumento de VBR.<br />

116<br />

SHENTON et al. (1992) realizaram estudo com MRI de 15 PE masculinos crônicos<br />

comparados a 15 CN pareados. Pacientes apresentaram significativo aumento do Corno Temporal do<br />

Ventrículo Lateral esquerdo (+180%), redução de volume do Complexo Amígdala-Hipocampo<br />

(CAHip) à esquerda (-19%), Giro Parahipocampal (GPH) esquerdo (-13%) e Giro Temporal Superior<br />

(STG) esquerdo (-15%). Além disso, houve forte correlação negativa entre escores totais de distúrbio<br />

do pensamento e volume do STG posterior.<br />

Os autores concluem que a redução de estruturas anatomicamente contíguas (CAHip., GPH e<br />

STG) refletem a alteração de uma rede interconectada, funcionalmente importante no armazenamento<br />

e evocação da memória semântica e auditiva, em consonância com as teorias implicando Hipocampo<br />

(tal como vimos na sessão anterior) e Planum Temporale nestas funções. A perda neuronal poderia ser<br />

decorrente de desregulação no sistema do neurotransmissor excitatório N-metil-D-Ácido <strong>As</strong>pártico<br />

(NMDA), levando à excessiva ativação neuronal e conseqüente “excitotoxicidade”.<br />

O primeiro estudo com MRI enfocando especificamente o PT em esquizofrenia parece ter<br />

sido o de ROSSI et al. (1992). A hipótese dos autores toma como referência os estudos anteriores<br />

demonstrando alterações temporais à esquerda e “se há uma lesão difusa do LT esquerdo, o PT, sendo<br />

maior à esquerda, deveria ser uma região primariamente afetada”, sobretudo por ser constituída de<br />

córtex auditivo de associação. Os autores de fato encontraram reversão da assimetria fisiológica do PT<br />

nos pacientes esquizofrênicos (áreas de LPT maiores do que de RPT). Discutem o achado à luz da<br />

“hipótese da lateralização” de Crow et al. (1989), mas também propõe que a alteração do LPT poderia<br />

estar relacionada a um mecanismo causando alteração no desenvolvimento cerebral na segunda<br />

metade da gestação, já que o desenvolvimento do córtex temporal esquerdo é cronologicamente<br />

posterior ao do direito (ROBERTS, 1991).<br />

Em estudo posterior (ROSSI et al., 1994), os autores partiram da hipótese de que<br />

anormalidades na assimetria do PT pudessem estar relaciona<strong>das</strong> ao distúrbio do pensamento. Mediram<br />

a área do PT em 22 pacientes e 23 voluntários normais, todos destros. Avaliaram os sintomas com a<br />

escala Manchester (K-MS) e subdividiram o grupo de pacientes <strong>segundo</strong> apresentassem distúrbio do<br />

pensamento (n = 10) ou não (n = 12). Utilizaram técnica MRI 3-D e delinearam a área do PT a partir


117<br />

Tabela 2.2.3.7.2. Estudos do Planum Temporale em Esquizofrenia<br />

Referência Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

1. Barta et al.,<br />

1990.<br />

Am J<br />

Psychiatry<br />

2. Rossi et al.,<br />

1990.<br />

Biol<br />

Psychiatry<br />

3. Shenton et<br />

al., 1992.<br />

N Eng J Med<br />

4. Rossi et al.,<br />

1992.<br />

Schizophr.<br />

Res.<br />

5. Falkai et al.,<br />

1992.<br />

Schizophr.<br />

Res.<br />

6. Rossi et al.,<br />

1994.<br />

Schizophr.<br />

Res.<br />

7. DeLisi et<br />

al., 1994.<br />

Schizophr.<br />

Res.<br />

8.Kleinschmidt<br />

et al., 1994.<br />

9. Kulynych et<br />

al., 1995.<br />

Br. J.<br />

Psychiatry<br />

15 PE♂ 30 a<br />

15 CN pareados.<br />

17 PE (10:7, <br />

26a, poucos sintomas<br />

negativos)<br />

13 CN pareados.<br />

15 PE♂<br />

crônicos, destros.<br />

15 CN pareados<br />

(gên., id. e lat.).<br />

17 PE (14:3,<br />

32a destros).<br />

11 CN (8:3,<br />

pareados também<br />

para escolaridade<br />

35 PE (14:21,<br />

53a).<br />

33 CN (20:13,<br />

57a).<br />

23 PE (13:10, <br />

30a., destros).<br />

22 CN, pareados.<br />

85 PE (50:35, <br />

27a, 11<br />

sinistros).<br />

PE 1o. surto, esquizofreniforme.<br />

40 CN (24:16, <br />

27a, 6 sinistros).<br />

26 PE (13:13),<br />

30 a, 1o. surto,<br />

destros.<br />

26 CN 25 a,<br />

estudantes parea-<br />

dos gênero e LM.<br />

12 EP♂ ( 29a,<br />

predom. Sint. + ).<br />

12 CN♂ ( 26a).<br />

Todos destros.<br />

MRI (SC 3mm)<br />

Alucinações<br />

(SAPS)<br />

MRI (8 CA, 7 CG<br />

8 mm).<br />

Volumes de LT e<br />

VBR.<br />

MRI (3D) CC 1,5<br />

mm.<br />

CAH, STG, SFG.<br />

Avaliação com<br />

SAPS e SANS.<br />

MRI CC (3mm +<br />

1mm gap.).<br />

Área do PT<br />

(Larsen, 89).<br />

Postmortem. Medida<br />

do comprimento<br />

da FS.<br />

MRI(3D), área do<br />

PT no plano axial.<br />

Aval. Distúrbio do<br />

Pensamento (K-<br />

MS)<br />

MRI (CC 5mm,<br />

gap =2mm).<br />

Áreas do PT e<br />

STG.<br />

Avaliação de dist.<br />

do pensamento e<br />

alucinações.<br />

MRI (CS 1.17mm).<br />

Área e CA do PT.<br />

DSM-III-R,<br />

BPRS, GAS,<br />

SAPS, SANS.<br />

MRI (3-D, CS, 1,5<br />

mm).<br />

Áreas de GH, PT e<br />

CA.<br />

vol. LSTG anterior e<br />

Amígdala bilateralmente.<br />

LSTG relacionada com<br />

severidade alucinatória.<br />

PE com vol. bilateral<br />

de LT, especialmente LT<br />

esquerdo.<br />

Não houve diferenças<br />

quanto ao VBR.<br />

PE com Corno Temporal<br />

Esquerdo, CAH<br />

anterior (-19%), GPH(-<br />

13%) e STG (-15%) à<br />

esquerda.<br />

LSTG posterior relacionado<br />

a dist. pensamento.<br />

PE (LPT = 4.91,<br />

RPT = 5.36)<br />

CN (LPT = 5.59,<br />

RPT = 4.93)<br />

Reversão da assimetria<br />

fisiológica do PT em PE.<br />

FS à esquerda em PE<br />

(♂ = -1.1cm e ♀= -<br />

0.8cm).<br />

Nenhuma ≠ na FS à<br />

direita.<br />

Não houve ≠ no CA<br />

entre CN (-0.27) e PE (-<br />

0.26).<br />

Mas: PE com Dist. Pen-<br />

samento com perda da<br />

assimetria do PT (-0.02).<br />

Apenas PE♀ apresentaram<br />

redução da assimetria.<br />

Não houve ≠ entre<br />

grupos, nem covariação<br />

com alt. do pensamento e<br />

alucinações.<br />

Não houve ≠ no CA<br />

entre CN (♂= -0.29, ♀=<br />

-0.33). PE (♂ = -0.31,<br />

♀= -0.27).<br />

Não houve correlação<br />

entre CA e escores<br />

psicométricos.<br />

Área LPT foi > que RPT<br />

em ambos os grupos.<br />

CA entre PE (-0.37) e CN<br />

(-0.25) não diferentes.<br />

Áreas GH = entre grupos.<br />

Córtex de <strong>As</strong>sociação<br />

Auditiva à esq.<br />

pode estar implicado<br />

nas alucinações<br />

auditivas.<br />

Alterações de LT e<br />

VBR podem distinguir,respectivamente,<br />

PE com<br />

evolução por surtos<br />

(LT) e PE<br />

crônicos.<br />

Alteração da rede<br />

neuronal implicada<br />

no armazenamento<br />

e evocação da memória<br />

semântica e<br />

auditiva.<br />

Hipótese da lateralização<br />

(Crow, 89).<br />

Alteração no desenvolvimento<br />

do<br />

LPT durante a<br />

gestação ?<br />

Diminuição da assimetria<br />

da FS em<br />

PE sugere distúrbio<br />

precoce da lateralização<br />

do neocórtex.<br />

Distúrbio da linguagem<br />

associado<br />

com anormalidade<br />

na lateralização<br />

/desenvolvimento<br />

do CAA.<br />

Improvável que Esquizofrenia<br />

esteja<br />

relacionada à assimetria;<br />

Melhor<br />

remissão de PE♀<br />

pode refletir menor<br />

lateralização.<br />

Pacientes de 1o.<br />

surto sem diferenças<br />

na assimetria<br />

do PT ou diferenças<br />

quanto à psicopatologia.<br />

(heterogeneidade?)<br />

Resultados não<br />

apoiam hipótese de<br />

anormalidade temporal.<br />

STG em 3 slices a<br />

nível da Amígdala.<br />

Mediram vol. LT<br />

em 2 slices de<br />

8mm e VBR em 1<br />

slice.<br />

ROIs delimitados<br />

por estruturas extrínsecas.<br />

Não há referência<br />

exata às dimensões<br />

do PT.<br />

Cortes com 3 mm<br />

de espessura e<br />

intervalo de 1 mm.<br />

Pacientes crônicos.<br />

Não há referência à<br />

lateralidade manual.<br />

Medida de área<br />

negligencia fatores<br />

como circunvoluções<br />

e espessura do<br />

CAA.<br />

Não há delimitação<br />

precisa dos limites<br />

do PT.<br />

Espessura e gap<br />

inadequados (protocolo<br />

de 1987).<br />

Diferentes idades e<br />

escolaridade entre<br />

PE e CN.<br />

Cortes sagitais dificultamvisualização<br />

de bor<strong>das</strong> late-<br />

rais.<br />

Amostra relativamente<br />

pequena.<br />

(continua)


118<br />

Tabela 2.2.3.7.2. Estudos do Planum Temporale em Esquizofrenia (continuação).<br />

Referência Amostra Método Resultados Conclusões Comentários<br />

10. Falkai et<br />

al., 1995.<br />

Schizophr. Res.<br />

11. Petty et al.,<br />

1995.<br />

Am. J.<br />

Psychiatry<br />

12. O‟Leary et<br />

al., 1995.<br />

Schizophr.<br />

Res.<br />

13. Barta et<br />

al., 1997.<br />

Am. J.<br />

Psychiatry<br />

14. Frangou et<br />

al., 1997.<br />

Br. J.<br />

Psychiatry<br />

15. Kwon et<br />

al., 1999.<br />

Arch. Gen.<br />

Psychiatry<br />

16. Hirayasu<br />

et al., 2000.<br />

Arch. Gen.<br />

Psychiatry<br />

24 PE<br />

(10:14; 55a)<br />

24 CN<br />

(12:12; 55a)<br />

DSM-III-R<br />

14 PE<br />

(9:5, destros, <br />

36a).<br />

14 CN pareados.<br />

Avaliação de<br />

sintomas<br />

(SAPS).<br />

10 PE<br />

10 CN<br />

28 PE<br />

(21:7, 42a 5<br />

Não-destros).<br />

32 CN<br />

(23:9, 44a, 3<br />

Não-destros).<br />

32 PE<br />

(21:11; 37a;<br />

55 parentes<br />

(24:31; 46a).<br />

39 CN<br />

(19:20; 33a).<br />

16 PE<br />

masculinos,<br />

crônicos,<br />

destros.<br />

16 CN pareados<br />

(gênero, idade,<br />

lateralid. manual).<br />

Pacientes de 1o.<br />

episódio:<br />

20 PE.<br />

24 PMD.<br />

22 CN.<br />

Postmortem SC<br />

20 m, escolheram<br />

20-30<br />

secções, planimetria.<br />

Superfície,<br />

Volume e<br />

Diâmetro A-P.<br />

MRI (CC, 1.5mm,<br />

medi<strong>das</strong> de área ).<br />

1.Mét. de Steinmetz;<br />

2. Parcelação 3-D.<br />

Coef. de<br />

<strong>As</strong>simetria.<br />

MRI 3-D CS<br />

1mm. PT, GH,<br />

RAFS.<br />

PET tarefas verbais.<br />

MRI (CC 1.5mm).<br />

(= Petty et al,<br />

1995).<br />

Área PT.<br />

Volume SC PT.<br />

Espessura PT.<br />

SAPS.<br />

MRI 3-D<br />

CC 1.5mm<br />

Medi<strong>das</strong> volumétricassemi-automatiza<strong>das</strong><br />

(Measure, 97).<br />

STG, GH, PT e<br />

CA.<br />

MRI 3D<br />

(volumes)<br />

Giro de Heschl<br />

PT + (incluindo<br />

RAFS).<br />

Coronais de 1.5<br />

mm.<br />

SAPS e SANS.<br />

MRI 1.5 T. CC de<br />

1,5 mm.<br />

Método semiauto-matizado.<br />

HG e PT(+).<br />

BPRS.<br />

Diam AP e Vol (-<br />

20%) do LPT em PE.<br />

Vol RPT PE ♂<br />

(+22%).<br />

CA nas medi<strong>das</strong> de área<br />

não diferiu entre CN e<br />

EP.<br />

CAVol.♂ (EP=0.25;<br />

CN= -0.17; p=0.016).<br />

CA Vol.♀ (EP= -0.03;<br />

CN= -0.18; p=0.35).<br />

Ambos os métodos<br />

demonstraram reversão<br />

da assimetria em PE.<br />

Houve correlação entre<br />

reversão do CA e Distúrbio<br />

do Pensamento,<br />

não com Alucinações<br />

ou Delírios.<br />

Vol. de PT não foram ≠<br />

entre grupos (mesmos<br />

CA).<br />

Grande variações<br />

individuais no rCBF.<br />

Área: RPTPE ><br />

RPTCN; LPTPE <<br />

LPTCN. C<strong>As</strong>s. CN= -<br />

0,364; PE= 0,358.<br />

Vol.:<br />

RPTPE


de reconstrução axial, utilizando os critérios de SEINMETZ et al. (1989) como definição dos limites.<br />

Quando compararam o grupo controle ao grupo de pacientes, não encontraram diferenças<br />

significativas quanto às medi<strong>das</strong> de área e coeficientes de assimetria (CN = -0,27; PE = -0,26),<br />

portanto não replicando os achados de seu estudo anterior (diferenças na técnica e/ou no perfil<br />

psicopatológico da amostra?). Entretanto, quando comparam pacientes com ou sem distúrbio do<br />

pensamento, encontraram significativa diferença no coeficiente de assimetria do PT (PE com Dist. de<br />

Pensamento = - 0,02; PE sem Dist. de Pensamento = - 0,46). Os autores concluíram que a ausência da<br />

assimetria fisiológica entre R e LPT poderia indicar anormalidade no desenvolvimento e/ou<br />

lateralização do córtex auditivo de associação em pacientes com severo distúrbio da linguagem.<br />

119<br />

KLEINSCHMIDT et al. (1994) estudaram a área do PT em 26 pacientes de 1o. surto,<br />

comparando-os com 26 voluntários. Submeteram o grupo de pacientes a avaliações com escalas<br />

clínicas no intuito de identificar diferenças relaciona<strong>das</strong> ao perfil psicopatológico. O resultado,<br />

entretanto, não demonstrou qualquer diferença entre controles normais e pacientes. Tampouco<br />

pacientes com predomínio de distúrbio de pensamento e/ou alucinações diferiram dos demais. Tal<br />

resultado, em discordância com os anteriores, pode ser decorrente de fatores como a técnica<br />

empregada ou mesmo da heterogeneidade da esquizofrenia. Há problemas quanto ao pareamento dos<br />

grupos: voluntários são mais jovens e têm mais anos de estudo, embora não sejam conheci<strong>das</strong> as<br />

relações entre estas variáveis e áreas do PT.<br />

DeLISI et al. (1994) realizaram estudo com 85 pacientes de 1o. surto, também incluindo<br />

distúrbios esquizofreniformes, comparando-os a grupo controle de 40 indivíduos. <strong>As</strong> dimensões do PT<br />

não foram diferentes entre os grupos e a única diferença significativa demonstrou que pacientes<br />

esquizofrênicas apresentaram diminuição da assimetria do STG (área e volume) e do PT (área),<br />

achado que as autoras sugerem estar relacionado à melhor recuperação de pacientes femininas no que<br />

se refere à sintomatologia (menor assimetria, maior capacidade de compensação contra-lateral?).<br />

Também não encontraram qualquer associação entre o PT ou STG e alucinações ou distúrbios do<br />

pensamento. <strong>As</strong> autoras concluem julgando improvável o envolvimento da assimetria do PT como<br />

característica primária da esquizofrenia.<br />

O‟LEARY et al. (1995) também encontraram o mesmo padrão de assimetria entre 10<br />

pacientes e 10 controles. Utilizaram MRI 3-D e também compararam os grupos quanto a tarefas<br />

verbais e auditivas utilizando PET, que demonstrou grande variação interindividual. <strong>As</strong> informações


entretanto são restritas na medida em que tivemos acesso somente ao abstract e não há notícias de que<br />

o estudo tenha sido publicado em versão integral.<br />

120<br />

KULYNYCH et al. (1995) utilizaram MRI com slices de 1.5 mm e software capaz de<br />

reproduzir a superfície cortical do plano temporal superior. Em uma amostra de 12 pacientes e 12<br />

controles masculinos destros, verificaram as áreas do Giro de Heschl (GH) e do PT. Encontraram<br />

áreas de LPT significativamente maiores que RPT em ambos os grupos, portanto, sem diferenças entre<br />

esquizofrênicos e normais seja quanto à área ou coeficientes de assimetria. O GH mostrou-se<br />

simétrico em ambos os grupos.<br />

PETTY et al. (1995) (grupo de Barta e colegas – John Hopkins) avaliaram a superfície do PT<br />

de 14 pacientes e 14 controles utilizando um método alternativo: desenvolveram um programa (Voxel<br />

View) capaz de construir uma representação tridimensional do PT por meio de triângulos orientados<br />

longitudinalmente com a superfície cortical. A idéia seria a de tornar as medi<strong>das</strong> sensíveis às<br />

convoluções anatômicas da região estudada. Entretanto, os resultados basicamente não diferiram entre<br />

os dois métodos: os pacientes apresentaram reversão da assimetria. Os autores sugerem que o RPT de<br />

pacientes apresentou-se não apenas maior como também mais pregueado, enquanto que o LPT<br />

apresentou-se menor. Encontraram correlação entre reversão no padrão de assimetria do PT e<br />

severidade de alteração do pensamento (SAPS), mas não com alucinações ou delírios. Concluem que a<br />

reversão no padrão de assimetria pode indicar distúrbio no neurodesenvolvimento do processo<br />

fisiológico de assimetria, seja por lesão exógena ou alteração genética.<br />

BARTA et al. (1997) já haviam encontrado em estudo prévio (PETTY et al., 1995) reversão<br />

do padrão normal de assimetria da superfície do PT em pacientes esquizofrênicos. Neste estudo,<br />

realizado com MRI de alta resolução, incluíram a série de pacientes já descrita em uma amostra mais<br />

ampla: 28 pacientes esquizofrênicos e 32 controles normais. Além da medida da área superficial do<br />

PT, os autores incluíram medi<strong>das</strong> do volume da substância cinzenta subjacente ao PT e de sua<br />

espessura.<br />

Os resultados podem ser assim resumidos:<br />

Área superficial do PT (mm²): CN (LPT= 870,8; RPT= 602,3). PE (LPT= 713,4; RPT=<br />

1024,3). PE apresentaram áreas do RPT significativamente maiores e áreas do LPT significativamente<br />

menores do que controles. Os autores calcularam o CA pela fórmula (L-R)/0,5(L+R) (diferente da que<br />

usamos: 2(R-L)/(R+L)) e encontraram reversão da assimetria em PE. Usando a fórmula de Galaburda


(1987) encontramos CN área = -0,364 e PE área = 0,358. Portanto, PE apresentaram reversão da<br />

assimetria normal nas medi<strong>das</strong> de área. Não houve correlação entre severidade de distúrbio formal do<br />

pensamento e CA em qualquer <strong>das</strong> medi<strong>das</strong>.<br />

121<br />

Volume da SC subjacente ao PT (cm³): CN (LPT= 2,97; RPT= 3,12); PE (LPT= 2,82; RPT=<br />

2,58). O artigo refere os seguintes valores quanto ao CA: CN= 0,03 e PE= 0,06. Entretanto, aplicando-<br />

se a fórmula: (LPT - RPT ) / 0.5 x (RPT + LPT), tal como proposto pelos autores, os resultados<br />

seriam: CN= 0,05 e PE= -0,09 (parece ter havido problemas, seja na elaboração ou impressão dos<br />

dados apresentados no artigo). Concluem os autores que, embora pacientes tenham apresentado<br />

relativamente menores volumes, especialmente em RPT, não houve diferenças significativas.<br />

Tampouco o CA foi diferente.<br />

Espessura da Substância Cinzenta (mm): CN (LPT= 1,78; RPT= 2,92); PE (LPT= 2,10;<br />

RPT= 1,46). A espessura da SC subjacente ao RPT de PE foi aproximadamente 50% menor do que<br />

controles.<br />

Em síntese, no que se refere à área, pacientes masculinos e femininos apresentaram reversão<br />

da assimetria normal do PT quando comparados ao grupo controle. <strong>As</strong> medi<strong>das</strong> de volume não<br />

apresentaram assimetria, seja em voluntários ou em pacientes. Os pacientes esquizofrênicos<br />

apresentaram redução bilateral do volume de Substância Cinzenta, sendo que no RPT esta redução<br />

correspondeu a 50% do valor do grupo controle (embora a área superficial do RPT tenha sido maior<br />

nos pacientes, o volume de SC está reduzido em relação aos controles).<br />

Os autores concluem que o modelo do estudo não permite esclarecer precisamente as<br />

correlações entre área e volume encontra<strong>das</strong>. O método de interpolação de triângulos (tesselating) é<br />

referido como de excelentes validade e confiabilidade nas medi<strong>das</strong> de superfície, sendo portanto<br />

sensível às circunvoluções. Os autores efetivamente relatam um aumento qualitativo na “rugosidade”<br />

no RPT dos pacientes. Acreditam que estas anormalidades possam representar o resultado final de um<br />

processo que envolve “migração neuronal fetal e/ou distúrbios na diferenciação, seguidos por poda<br />

neuronal anômala na adolescência”, um modelo sem dúvida bastante conciliador.<br />

FRANGOU et al. (1997) realizaram estudo para verificar a hipótese de uma ligação genética<br />

entre esquizofrenia e anormalidade na assimetria do PT. Investigaram 32 pacientes esquizofrênicos,<br />

juntamente com 55 parentes de 1°. grau não esquizofrênicos em famílias com no mínimo dois casos<br />

de esquizofrenia (portanto, doenças com forte influência genética), comparando-os com grupo


controle de 39 indivíduos normais. Os autores mediram exclusivamente volumes de PT, Giro de<br />

Heschl (GH) e STG, sem medi<strong>das</strong> de área. O resultado não demonstrou qualquer diferença<br />

significativa entre os 3 grupos, todos apresentando assimetria do PT à esquerda, sendo que os<br />

pacientes e familiares de pacientes tenderam a apresentar maior assimetria à esquerda que os controles<br />

saudáveis. Os autores concluem infirmando a hipótese do efeito do “gene de dominância cerebral”<br />

alterado na esquizofrenia (CROW, 1989). Por outro lado, como não foram realiza<strong>das</strong> medi<strong>das</strong> de área,<br />

não excluem a possibilidade de que esta esteja alterada, tampouco de que haja alteração na espessura<br />

da córtex subjacente ao PT.<br />

122<br />

KWON et al. (1999) encontraram redução do volume de substância cinzenta (- 28,2%) no<br />

LPT de 16 pacientes masculinos crônicos comparados a controles normais (p


Este resultado sugere que a redução de LPT independe do uso de medicação neuroléptica e da<br />

cronicidade da doença, ademais apresentando-se como alteração específica da esquizofrenia.<br />

2.2.3.7.3. Estudos funcionais do PT em esquizofrenia:<br />

123<br />

Alguns estudos funcionais com pacientes esquizofrênicos sugerem associação entre a região<br />

do PT e alucinações auditivas.<br />

SUZUKI et al. (1993) realizaram estudo com SPECT de pacientes esquizofrênicos e<br />

esquizofreniformes com alucinações auditivas persistentes. O acúmulo de I-IMP 123 no STG esquerdo<br />

(1o. exame) desapareceu com a remissão <strong>das</strong> alucinações auditivas (2o. exame). Achados semelhantes<br />

já haviam sido relatados por dois estudos prévios (MATSUDA et al., 1989; NOTARDO et al., 1989).<br />

Entretanto, CLEGHORN et al. (1990), em estudo com SPECT, não encontraram diferenças<br />

entre pacientes com ou sem alucinações auditivas. Não está claro se as anormalidades anatômicas<br />

levam a hipo ou hiperatividade funcional, mas os autores encontraram que 2 dos 5 pacientes<br />

apresentavam redução do volume de lobos temporais. Os autores concluíram que as alucinações<br />

auditivas podem estar envolvi<strong>das</strong> com hiperatividade funcional nos pacientes com alterações<br />

anatômicas do STG.<br />

2.2.3.7.4. PT e psicopatologia:<br />

A heterogeneidade dos sintomas observados na esquizofrenia pode refletir diferentes<br />

mecanismos fisiopatológicos. Portanto, a tentativa de correlacionar achados morfológicos e funcionais<br />

com diferentes padrões sintomatológicos pode fornecer uma base empírica para a compreensão destes<br />

mecanismos.<br />

O PT está relacionado à lateralização de uma <strong>das</strong> funções fundamentais do comportamento<br />

humano: a linguagem. Esta, por sua vez, está conceitualmente implicada nas alterações básicas da<br />

esquizofrenia.<br />

Alucinações auditivas:<br />

A suposição de que o LT estaria envolvido na esquizofrenia devido à proeminência de<br />

distúrbios da linguagem e alucinações auditivas remonta a KRAEPELIN („Dementia praecox und<br />

Paraphrenie, 1919).


124<br />

O estudo de PENFIELD e PEROT (1963) parece constituir uma <strong>das</strong> primeiras evidências<br />

empíricas relacionando STG e alucinações. Os autores demonstraram que a estimulação elétrica do<br />

STG, especialmente à esquerda, provoca alucinações complexas.<br />

BARTA et al. (1990), em estudo com MRI, encontraram diminuição de volume do STG<br />

esquerdo e amígdala esquerda em 15 pacientes esquizofrênicos jovens. Os autores relataram uma<br />

forte correlação entre severidade <strong>das</strong> alucinações auditivas (SAPS) e a diminuição volumétrica do<br />

LSTG (segmento anterior), área também relacionada com córtex de associação auditivo.<br />

Em uma análise exploratória de 166 pacientes com <strong>psicoses</strong> do espectro esquizofrênico,<br />

FLAUM et al. (1995) relacionaram a volumetria de diferentes estruturas com clusters<br />

sintomatológicos (SAPS e SANS). Encontraram redução de LSTG relacionada à intensidade de<br />

alucinações, mas não ao delírio. Não houve qualquer relação entre volume de STG e distúrbio formal<br />

do pensamento.<br />

Distúrbio do pensamento:<br />

SHENTON et al. (1992) encontraram forte correlação inversa entre volume do LSTG<br />

(segmento posterior e incluindo apenas SC) e intensidade de distúrbio formal do pensamento (SAPS: r<br />

= -0,81; p= 0,001) em 13 pacientes masculinos crônicos.<br />

No estudo de ROSSI et al. (1994) (23 pacientes) os autores não replicaram o achado anterior<br />

de perda da assimetria fisiológica do PT em pacientes esquizofrênicos (ROSSI et al., 1992).<br />

Entretanto, os pacientes com severos escores de distúrbio do pensamento, conforme avaliado pelo<br />

item “Incoerência e irrelevância da fala” da Krawiecka Manchester Scale (K-MS), apresentaram perda<br />

da assimetria do PT (área – mm²) quando comparados com os pacientes sem esta alteração.<br />

PETTY et al. (1995) verificaram reversão da assimetria do PT em 14 pacientes<br />

esquizofrênicos. Observaram uma correlação positiva entre o grau de reversão da assimetria e<br />

distúrbio formal do pensamento (SAPS), mas não com severidade de alucinações ou delírios.<br />

VITA et al. (1995) investigaram com MRI um grupo de 19 pacientes esquizofrênicos jovens<br />

com a TLC (Thought, Language and Communication Scale). Encontraram que quanto maior a<br />

reversão de assimetria do STG (quanto menor o STG esquerdo e maior STG direito), mais severas<br />

foram as disfunções do pensamento e da linguagem.<br />

O estudo de BARTA et al. (1997), envolvendo 28 pacientes, encontrou correlação entre<br />

redução de LPT e severidade de distúrbio do pensamento (SAPS).


Sintomas positivos:<br />

125<br />

MARSH et al. (1997) estudaram 56 pacientes masculinos com esquizofrenia de início<br />

precoce (idade de início = 16,6 anos) e 52 CN pareados. Os pacientes apresentaram significativa<br />

redução volumétrica de SC a nível de Lobo Temporal, STG e regiões fronto-parietais. Os autores<br />

também encontraram correlações significativas entre escores de sintomas psicóticos (Comportamento<br />

Alucinatório, Conteúdo Incomum do Pensamento e Desorganização Conceitual - BPRS) e redução<br />

volumétrica do STG posterior esquerdo (r = -0,37; p < 0,01) e direito (r = -0,28; p < 0,05). De modo<br />

semelhante, o alargamento do ventrículo esquerdo mostrou-se preditivo de sintomas psicóticos. Os<br />

autores concluem sugerindo que as alterações do STG contribuem seletivamente para os sintomas<br />

psicóticos.<br />

KWON et al. (1999) encontraram correlação entre o subitem suspicácia/persecutoriedade da<br />

PANSS e redução volumétricas de LPT em pacientes crônicos.<br />

Resultados contrários ou negativos:<br />

DeLISI et al. (1994), não encontraram diferenças na assimetria do PT quando compararam<br />

pacientes (85 pacientes de 1o. surto) de acordo com a presença de alucinações visuais e auditivas e<br />

distúrbios do pensamento. É digno de nota que as pacientes femininas apresentaram redução da<br />

assimetria, o que levou os autores à hipótese de que uma melhor evolução da doença poderia estar<br />

relacionada à menor lateralização <strong>das</strong> áreas implica<strong>das</strong> no processamento da linguagem. Esta hipótese<br />

remete aos achados de HOFF et al. (1992).<br />

HOFF et al. (1990, 1992) observaram que pacientes esquizofrênicos com reversão da<br />

assimetria da FS (R>L) apresentavam funções cognitivas mais preserva<strong>das</strong>. Os autores sugerem que<br />

quanto maior a reversão da assimetria ( ou quanto maior a simetria), tanto maior seria a capacidade<br />

cerebral em compensar o processo-doença.<br />

Também o estudo de KLEINSCHMIDT et al. (1994), com 26 pacientes de 1o. surto, não<br />

encontrou diferenças entre pacientes e controles quanto ao coeficiente de assimetria do PT, nem<br />

correlações entre índice de lateralização e escores psicométricos (BPRS, SAPS, SANS).<br />

Embora os estudos de BARTA et al. (1997) e HYRAYASU et al. (2000) tenham relatado<br />

reversão da assimetria do PT, respectivamente, em medi<strong>das</strong> de área e de volume, não foram<br />

observa<strong>das</strong> correlações entre índice de lateralização e escores sintomatológicos.


2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR):<br />

2.2.4.1. Histórico e fundamentos:<br />

126<br />

O estudo postmortem de HECKER (“Die Hebefrenie”, 1871) tem sido imputado como o<br />

primeiro relato de aumento ventricular em pacientes esquizofrênicos.<br />

<strong>As</strong> alterações ventriculares em pacientes esquizofrênicos vêm sendo registra<strong>das</strong> in vivo desde<br />

os estudos com a Pneumoencefalografia (PEG) (MOORE et al., 1935; HAUG, 1962; STOREY,<br />

1966). Foi entretanto a partir do estudo de JOHNSTONE et al. (1976), que as dimensões ventriculares<br />

passaram a ser estuda<strong>das</strong> em esquizofrenia por meio de Tomografia Computadorizada (CT). Estes<br />

autores observaram significativo aumento ventricular num grupo de pacientes esquizofrênicos<br />

crônicos. O achado foi mais tarde replicado por WEINBERGER et al. (1979), que encontraram<br />

alargamento de ventrículos laterais em 58 pacientes esquizofrênicos crônicos comparados com 56<br />

controles saudáveis.<br />

Desde então, diversos estudos com CT procuraram investigar o aumento ventricular, suas<br />

relações com défices neuropsicológicos e possíveis significados etiopatológicos, a maioria deles<br />

servindo-se de medi<strong>das</strong> do Índice Ventrículo-Cerebral ou VBR (Ventricular Brain Ratio). O VBR, tal<br />

como proposto por SYNECK e REUBEN (1976), consiste no percentual de área ventricular<br />

compreendido na área total do cérebro, tal como demonstrado no corte axial onde o sistema<br />

ventricular apresenta-se mais amplo.<br />

Van HORN e McMANUS (1992) realizaram metanálise envolvendo 39 estudos com CT. Os<br />

autores concluíram que efetivamente há diferenças de VBR entre pacientes e controles, o que é de<br />

relevante interesse à etiopatogenia da esquizofrenia. Entretanto, estas diferenças seriam demasiado<br />

sutis para que assumissem significância prática no diagnóstico ou na diferenciação de subtipos de<br />

esquizofrenia.<br />

Os riscos da radiação ionizante representaram talvez a maior dificuldade nos estudos com<br />

CT. SMITH et al. (1988) argumentaram que os achados de alargamento ventricular na esquizofrenia<br />

deviam-se em grande parte à escolha do grupo controle e não simplesmente a alterações características<br />

da doença. O artefato não seria devido às diferenças de idade, sexo ou número de controles, mas sim<br />

ao fato de que os pacientes clínicos escolhidos como grupo controle tendem a exibir mais alterações<br />

ventriculares do que os indivíduos da população em geral. Algumas situações podem provocar


alargamento dos ventrículos, tais como hidrocefalia, alcoolismo, enxaqueca e o uso de<br />

corticosteróides; outras condições, tais como edema cerebral, traumatismo crânio-encefálico e<br />

vasoespasmo, cursam com diminuição do volume ventricular.<br />

127<br />

Os autores (SMITH et al., 1988) revisaram a literatura da época procurando esclarecer a<br />

consistência dos diferentes achados:<br />

Ventrículos Laterais: o alargamento não fora encontrado em boa parte dos estudos. Alguns<br />

estudos haviam empregado medi<strong>das</strong> lineares dos ventrículos, técnica não muito acurada porque pouco<br />

sensível às diferenças de dimensão mais sutis. Os autores preferiram considerar os estudos baseados<br />

no VBR. Dentre os 26 estudos analisados, 18 demonstraram alargamento e 8 não. Para os pacientes<br />

esquizofrênicos houve um VBR médio de 6,49 ± 3,81 nos casos de achados positivos e de 6,60 ± 3,04<br />

nos casos em que não foram verifica<strong>das</strong> diferenças estatisticamente significativas com o grupo<br />

controle; nos grupos controle, os estudos positivos mostraram um VBR médio de 3,97 ± 2,65 e os<br />

negativos de 6,03 ± 2.76. Estes dados sugerem que o resultado dos estudos deveu-se mais à dimensão<br />

ventricular dos casos controle do que da dimensão ventricular dos pacientes esquizofrênicos.<br />

Terceiro Ventrículo: dos 14 estudos considerados, 10 demonstraram alargamento do Terceiro<br />

Ventrículo, 3 dos quais na ausência de alargamento de Ventrículos Laterais.<br />

2.2.4.2. Estudos do sistema ventricular por meio de MRI:<br />

Uma revisão sistemática dos estudos envolvendo sistema ventricular e MRI constituiria<br />

tarefa demasiado extensa aos objetivos do nosso estudo, tal é o elevado número de publicações que, de<br />

forma específica ou em associação com outras estruturas, abordam o volume de Líquido Céfalo-<br />

Raquidiano (LCR) intracerebral e cortical na esquizofrenia. Nos limitaremos portanto à análise de<br />

duas revisões relativamente recentes (LAWRIE e ABUKMEIL, 1998; McCARLEY et al., 1999) para<br />

em seguida abordar os estudos que relacionaram o sistema ventricular com as variáveis clínicas e<br />

hipóteses etiopatogênicas da esquizofrenia.<br />

Os Ventrículos Laterais (VL) são mais freqüentemente implicados em alterações estruturais,<br />

com relatos de redução de Ventrículo Lateral Esquerdo (VLE) em pacientes masculinos. Uma<br />

comparação entre os 16 estudos analisados por Lawrie e Abukmeil sugere que pacientes masculinos<br />

apresentam aumento em torno de + 32% e pacientes femininas de + 12%. Quanto às subdivisões dos<br />

VL, aumentos mais expressivos são descritos a nível de Corpo do VL, tanto em amostras de ambos os


sexos quanto em paciente masculinos. Quatro estudos também relatam alargamento de Cornos<br />

Frontais e três estudos referem aumento também de Cornos Occipitais. Dos 10 estudos com Cornos<br />

Temporais, 4 encontraram aumento em ambos os gêneros e em pacientes masculinos; enquanto 3<br />

deles relatam aumentos estatisticamente não significativos. Três estudos encontraram aumentos de<br />

Cornos Temporais apenas em pacientes femininas, sobretudo do lado esquerdo (Tabela 2.2.4.2).<br />

Tabela 2.2.4.2. Volumes de Cornos Temporais em Esquizofrenia<br />

Cornos Temporais e Pacientes Masculinos Pacientes Femininas<br />

Gênero Sexual Direito Esquerdo Direito Esquerdo<br />

Bogerts et al., 1990. + 10 % + 15 % + 9 % + 32 %<br />

Dauphinais et al., 1990. + 10 % - 7,5 % + 5 % + 10 %<br />

Flaum et al., 1995. + 2,5 % + 3 % + 11 % + 17 %<br />

128<br />

Também os estudos de NASRALLAH et al. (1990) e GUR et al. (1994) encontraram<br />

dilatação ventricular significativa apenas no sexo feminino.<br />

Portanto, ao contrário da costumeira ênfase no alargamento de Cornos Temporais esquerdos<br />

em pacientes masculinos (provavelmente porque foram mais estudados), os aumentos mais<br />

significativos são registrados a nível de Corpo Ventricular (+ 50-70%) e Cornos Occipitais (+ 30%).<br />

McCARLEY et al. (1999) analisaram 43 estudos com MRI, 77% dos quais relatam<br />

alargamento de VL, o que está conforme a revisão de estudos com CT (75%).<br />

Também o Terceiro Ventrículo (TV) apresenta evidências de alargamento. Na revisão de<br />

LAWRIE e ABUKMEIL (1998) observou-se aumento em 21% dos pacientes masculinos e 5% <strong>das</strong><br />

pacientes femininas. McCARLEY et al. (1999) apuraram que 16 (67%) dos 24 estudos revisados<br />

relatam alargamento de TV.<br />

Dos 3 estudos que analisaram o Quarto Ventrículo (QV) nenhum encontrou diferenças<br />

significativas com o grupo controle.


2.2.4.3. Ventrículos e correlatos clínico-demográficos:<br />

2.2.4.3.1. Subtipos, clínica e variáveis neuropsicológicas:<br />

Relatos de aumento do VBR relacionado à severidade de sintomas negativos:<br />

129<br />

CROW (1985) sugeriu a hipótese de que a esquizofrenia constituísse uma doença com duas<br />

síndromes fenomenológicas distintas: Tipo I, caracterizada por predomínio de sintomas positivos,<br />

hiperatividade dopaminérgica central, melhor resposta aos neurolépticos e ventrículos de dimensões<br />

normais; e Tipo II, caracterizada por predomínio de sintomas negativos, refratariedade aos<br />

neurolépticos e alterações da estrutura cerebral incluindo alargamento ventricular. De fato, uma série<br />

de estudos já haviam relatado correlações significativas entre sintomas negativos e aumento de<br />

volume ventricular (JOHNSTONE et al., 1976; ANDREASEN et al., 1982; PEARLSON et al., 1984;<br />

WILLIAMS et al., 1985).<br />

ANDREASEN et al. (1990a) observaram alargamento ventricular em amostra de 55<br />

pacientes. Embora as limitações técnicas (MRI 0,5 T; 8 slices coronais de 1 cm) os autores<br />

observaram que pacientes com sintomas negativos proeminentes apresentavam dimensões<br />

ventriculares significativamente maiores do que pacientes com sintomatologia positiva ou mista.<br />

DEGREEF et al. (1992) (MRI 1T; cortes de 3,1mm; 40 PE e 25 CN) relataram correlações<br />

significativas entre volume de Cornos Temporais posteriores esquerdos e prevalência de sintomas<br />

positivos (Spearman = 0,45; p= 0,01) e negativos (Spearman = 0,57; p= 0,001).<br />

GUR et al. (1994) (MRI 1,5 T; cortes de 5mm; 81 PE e 81 CN) não replicaram os achados de<br />

estudo anterior (BUCHANAM et al., 1993) onde foram observa<strong>das</strong> diferenças quanto às alterações<br />

estruturais em <strong>esquizofrenias</strong> com déficit e sem déficit. Entretanto, encontraram correlações com um<br />

agrupamento sintomatológico distinto: pacientes com predomínio de sintomas negativos apresentaram<br />

VBR e volume do LCR cortical aumentados; pacientes com predomínio de sintomas de tipo<br />

Schneideriano (delírios e alucinações) apresentaram VBR aumentado e volume do LCR cortical<br />

semelhante aos controles; pacientes do subtipo paranóide apresentaram VBR normal e uma tendência<br />

oposta quanto ao volume do LCR cortical (menor do que controles). Os autores concluem que<br />

pacientes com sintomatologia negativa apresentam alterações estruturais compatíveis com atrofia<br />

(devida a fatores ambientais?); enquanto que pacientes com sintomas Schneiderianos (que<br />

apresentaram redução de Volume Cerebral sem aumento de volume do LCR) sugerem alterações no<br />

neurodesenvolvimento (disgenesia).


130<br />

FLAUM et al., 1995, (grupo de Iowa, Andreasen e colegas) estudaram com MRI 166<br />

pacientes do espectro esquizofrênico (118 deles com esquizofrenia <strong>segundo</strong> o DSM-III-R). De acordo<br />

com o CASH (Comprehensive <strong>As</strong>sesment of Symptoms and History), um desdobramento <strong>das</strong> SANS e<br />

SAPS, classificaram os pacientes <strong>segundo</strong> três fatores sintomatológicos: psicótico (delírios e<br />

alucinações), negativo (achatamento afetivo, empobrecimento da fala, avolição e anedonia) e<br />

desorganizado (fala e comportamento desorganizados e afeto inapropriado). Este padrão de<br />

agrupamento sintomatológico foi obtido com estudos analíticos fatoriais de amostras de pacientes<br />

esquizofrênicos, revisados por ANDREASEN et al. (1995). Os autores realizaram uma análise<br />

exploratória da correlação entre o volume de diversas estruturas e a severidade de sintomas agrupados<br />

<strong>segundo</strong> estas 3 dimensões sintomatológicas.<br />

De um modo geral, aumento ventricular e redução de volume temporal (Hipocampo, STG e<br />

LT) relacionaram-se com maior severidade sintomatológica. A dimensão psicótica correlacionou<br />

principalmente com STG, Terceiro Ventrículo e Cornos Temporais (p < 0,01), seguido de LT,<br />

Ventrículos Laterais e Hipocampos (p < 0,05). A dimensão negativa correlacionou com Terceiro<br />

Ventrículo, LT e Hipocampos. A dimensão desorganizada não correlacionou com nenhum dos<br />

parâmetros morfométricos.<br />

MARSH et al. (1999) procuraram investigar a associação entre severidade sintomática e<br />

alterações estruturais, hipotetizando prevalência de alterações estruturais em pacientes mais graves, tal<br />

como sugerido pelos estudos prévios com CT. Foram examinados 44 pacientes com menor<br />

severidade sintomática (melhor resposta terapêutica, melhor história pré-mórbida e início<br />

relativamente tardio), 56 pacientes severamente afetados (cronicamente institucionalizados, com<br />

sintomas psicóticos persistentes e má resposta terapêutica) e 52 controles masculinos normais. Ambos<br />

os grupos de pacientes apresentaram redução de Substância Cinzenta (SC) em regiões temporal e<br />

frontoparietal, além de aumento de ventrículos e de sulcos temporais. Entretanto, os autores<br />

observaram maiores volumes de Líquido Céfalo-Raquidiano (LCR) no subgrupo com sintomas mais<br />

severos. Observaram também uma tendência (p= 0,07) em pacientes do subtipo Desorganizado<br />

apresentarem dilatação de ventrículo lateral esquerdo.<br />

Concluem que a diferença de severidade entre os grupos refletiu-se somente no grau de<br />

alteração morfológica, já que ambos apresentaram redução de SC cortical e dilatação do espaço<br />

liqüórico ventricular e cortical. Os resultados sugerem que as anormalidades estruturais observa<strong>das</strong> na


esquizofrenia ocorrem ao longo de um continuum de severidade, contrariando a hipótese de que<br />

diferentes populações clínicas sejam decorrentes de diferentes processos-doença.<br />

Relatos com achados negativos:<br />

131<br />

Por outro lado, diversos estudos com CT falharam em replicar a correlação entre alargamento<br />

ventricular e sintomas negativos (NASRALLAH et al., 1983; OWENS et al., 1985; PANDURANGI<br />

et al., 1988; KEILP et al., 1988). Outros estudos encontraram correlações entre aumento ventricular e<br />

sintomas positivos (NASRALLAH et al., 1982; FARMER et al., 1987).<br />

WILMS et al. (1992) investigaram com CT um grupo de 42 pacientes crônicos comparado-os<br />

a 42 controles clínicos. O resultado confirmou o alargamento ventricular no grupo de pacientes, mas<br />

não houve correlação com sintomas clínicos obtidos com a PANSS ou com sintomas extrapiramidais<br />

neuroléptico-induzidos (que poderiam influenciar na avaliação de sintomas negativos, tal como<br />

sugerido por OWENS et al., 1985).<br />

Em estudo mais recente, SANFILIPO et al. (2000) (MRI 1,5 T; coronais de 2,8 mm; 73 PE<br />

masculinos crônicos e 29 CN) encontraram aumento ventricular no grupo de pacientes (especialmente<br />

Corno Temporal direito posterior e porções centrais e posteriores dos Ventrículos Lateral e Terceiro).<br />

No entanto, não houve qualquer correlação significativa entre volumes ventriculares e variáveis<br />

clínicas, neuropsicológicas ou subtipos de esquizofrenia. Os autores concluem que a ausência de<br />

regiões específicas de alargamento ventricular e a não correlação com subtipos sugerem um único<br />

processo-doença levando a alterações multifocais da estrutura cerebral.<br />

2.2.4.3.2. Prognóstico e resposta terapêutica:<br />

Alargamento ventricular associado a pior prognóstico:<br />

De LISI et al. (1981) descreveram aumento na concentração de serotonina sérica de pacientes<br />

esquizofrênicos crônicos com alargamento ventricular. Por outro lado, POTKIN et al. (1983),<br />

encontraram correlações inversas entre níveis de metabólito serotonérgico (ácido 5-hidroxiindol<br />

acético) no LCR e aumento ventricular em pacientes esquizofrênicos.<br />

Tais achados levaram à suposição de que o alargamento ventricular estivesse associado com<br />

alguma forma de distúrbio no metabolismo central da 5-HT2 . Entretanto, procurando investigar uma<br />

possível diferença de resposta a neurolépticos com ação serotonérgica (risperidona) ou não


(haloperidol), WILMS et al. (1992) encontraram que pacientes com maiores VBR tenderam a<br />

melhores respostas terapêuticas, independente do neuroléptico que receberam.<br />

132<br />

GATTAZ et al. (1988), (CT, 30 PE, 30 CN) observaram que pacientes com alterações<br />

ventriculares apresentaram pior resposta ao haloperidol quando comparados aos pacientes sem<br />

alterações à CT.<br />

DeLISI et al. (1992), (MRI, 50 pacientes de 1o. episódio e 30 controles) em estudo de<br />

seguimento de 50 pacientes esquizofreniformes, observaram que os pacientes que mais tarde foram<br />

diagnosticados como esquizofrênicos (n = 31) apresentavam redução de volume ventricular esquerdo.<br />

Tal achado parece confirmar o estudo anterior de VITA et al. (1991), que também descreveram<br />

dilatação ventricular em pacientes esquizofreniformes como preditiva de um subseqüente diagnóstico<br />

de esquizofrenia.<br />

Alargamento ventricular associado a melhor prognóstico:<br />

WILMS et al. (1992) observaram que pacientes com maiores VBR “surpreendentemente”<br />

apresentaram tendência para melhor resposta terapêutica ao haloperidol e à risperidona.<br />

É possível que aspectos como a heterogeneidade <strong>das</strong> populações estuda<strong>das</strong> contribua para a<br />

inconsistência dos achados. Isto é sugerido, p. ex., no estudo de FRANZEK et al. (1996) (28 pacientes<br />

psiquiátricos com alterações ventriculares e 28 pacientes psiquiátricos sem alterações ventriculares à<br />

CT). Os autores aplicaram uma <strong>classificação</strong> polidiagnóstica incluindo CID-10, DSM-III-R e a<br />

<strong>classificação</strong> de Leonhard. Encontraram elevada prevalência de Psicoses Ciclóides (16:3) no grupo<br />

com alterações ventriculares (alargamento de ventrículos ou sulcos e assimetria). <strong>As</strong> Psicoses<br />

Ciclóides, comumente classifica<strong>das</strong> pelos sistemas internacionais como <strong>psicoses</strong> do espectro<br />

esquizofrênico, constituem uma sub<strong>classificação</strong> diagnóstica Leonhardiana caracterizada por remissão<br />

completa entre as crises e, portanto, representam <strong>psicoses</strong> de bom prognóstico.<br />

2.2.4.3.3. Diferenças quanto ao gênero sexual:<br />

Sexo masculino:<br />

Em amostra de 55 pacientes, ANDREASEN et al. (1990a) observaram que o alargamento<br />

ventricular deveu-se quase exclusivamente aos pacientes do sexo masculino, enquanto que as<br />

mulheres não diferiram significativamente do grupo controle. Este achado corroborou seu estudo<br />

anterior com CT envolvendo 108 pacientes esquizofrênicos (ANDREASEN et al., 1990b). GUR et al.


(1991) (MRI 1,5 T.; cortes de 5 mm; 42 PE e 43 CN) também encontraram diferenças significativas<br />

entre volumes do LCR cortical apenas em pacientes masculinos.<br />

133<br />

Em estudo mais recente, BUCKLEY et al. (1999) (MRI 1,5 T; cortes de 2 mm; 20 PE e 20<br />

CN) encontraram deformidades localiza<strong>das</strong> no sistema ventricular (Corno Temporal e Forame de<br />

Monro) apenas em pacientes do sexo masculino.<br />

Sexo feminino:<br />

Há entretanto pelo menos 3 estudos que encontraram aumentos de Cornos Temporais apenas<br />

em pacientes femininas, sobretudo no hemisfério esquerdo (BOGERTS et al., 1990; DAUPHINAIS et<br />

al., 1990; e FLAUM et al., 1995). Também os estudos de NASRALLAH et al. (1990) e GUR et al.<br />

(1994) encontraram dilatação ventricular significativa apenas no sexo feminino.<br />

2.2.4.3.4. Ventrículos e etiopatogenia: lesão estática (neurodesenvolvimento) ou progressiva<br />

(degeneração)?<br />

Os aspectos etiológicos e fisiopatológicos subjacentes ao alargamento ventricular observado<br />

na esquizofrenia permanecem desconhecidos. Como vimos, o VBR de pacientes esquizofrênicos exibe<br />

uma significativa sobreposição com as dimensões encontra<strong>das</strong> em controles normais. O alargamento<br />

ventricular também não é específico da esquizofrenia, podendo ser encontrado em condições clínicas<br />

tais como hidrocefalia, infecção por HIV (GRANT et al., 1987; SONNERBERG et al., 1990),<br />

alcoolismo crônico (FOX et al., 1976; RON et al., 1980), enxaqueca e uso de corticosteróides (SMITH<br />

e IACONO, 1988). Há também relatos de aumento ventricular em doenças como Distúrbio Afetivo<br />

Bipolar (ELKIS et al., 1995; ROS et al., 1998), Transtorno Esquizotípico de Personalidade<br />

(BUCHSBAUM et al., 1997) e Doença de Alzheimer (FOX et al., 1975; ROBERTS et al., 1976).<br />

SYMONDS et al. (1999) realizaram estudo com o intuito de definir, em diferentes<br />

patologias, quais áreas cerebrais estão relaciona<strong>das</strong> com redução tissular correspondente ao aumento<br />

do espaço liqüórico cortical e ventricular. Estudaram com MRI (1,5 T; cortes axiais de 5 mm) 4<br />

grupos de patologias com aumento ventricular: Demência de Alzheimer (58 pacientes, 29 masculinos<br />

e 29 femininos), Alcoolismo crônico (52 pacientes masculinos), indivíduos HIV-seropositivos (52<br />

pacientes masculinos) e Esquizofrenia (62 pacientes, 40 masculinos e 22 femininos). Os grupos foram<br />

independentemente comparados a um grupo controle de 63 indivíduos saudáveis idosos (± 65 anos, 29<br />

homens e 34 mulheres). Volumes de LCR Ventricular e LCR Cortical foram comparados por meio de<br />

regressões múltiplas com volumes de Substância Cinzenta Cortical, Substância Branca Total,


Gânglios Basais (Caudatum + Putamen) e Tálamo. Os pacientes esquizofrênicos apresentaram<br />

significativo aumento de LCR Cortical e Ventricular, além de significativa redução volumétrica da SC<br />

Cortical e tendência para redução volumétrica do Tálamo. O alargamento ventricular em pacientes<br />

esquizofrênicos não mostrou-se preditivo de déficit em SC Cortical ou SC Subcortical (Gânglios<br />

Basais ou Tálamo), mas tendeu à correlação com déficit de Substância Branca (p= 0,07). O déficit<br />

talâmico no grupo de pacientes esquizofrênicos correlacionou mais com aumento do LCR Cortical do<br />

que com aumento do LCR Ventricular. Possíveis explicações para este resultado, de certa forma<br />

surpreendente, são a dimensão relativamente pequena do Tálamo (conseqüentemente, com pouca<br />

repercussão no aumento de volume ventricular) e as relações anatômicas e funcionais do Tálamo com<br />

a córtex cerebral (quase to<strong>das</strong> as fibras nervosas periféricas que alcançam a córtex passam pelo<br />

Tálamo).<br />

134<br />

SANFILIPO et al. (2000) sugerem tratar-se provavelmente de um único processo<br />

interessando a SC de forma difusa. A ampla gama de efeitos patofisiológicos faz antever o<br />

comprometimento de conexões neurais entre distintas regiões, além de disfunções localiza<strong>das</strong> no Lobo<br />

Temporal Médio. Com base nos dados da literatura, não se pode determinar se o processo atinge<br />

regiões de forma seletiva ou de forma casual. Os autores sugerem que o aumento de Terceiro<br />

Ventrículo, p. ex., poderia indicar perda da integridade nas conexões cortico-estriato-hipotalâmicas,<br />

hipótese em consonância com achados funcionais (BUCHSBAUM et al., 1996) e estruturais<br />

(ANDREASEN et al., 1994) no Tálamo de pacientes esquizofrênicos.<br />

Aumento ventricular antecede o início dos sintomas psicóticos:<br />

ANDREASEN et al. (1990b), em estudo com CT de 108 pacientes, encontraram alargamento<br />

ventricular em pacientes de 1o. surto, o que indica que esta alteração antecede o início dos sintomas<br />

psicóticos. Também observaram que, comparado a grupo controle de 75 indivíduos, o aumento<br />

ventricular ao longo da idade não é maior em esquizofrênicos. Outros estudos também relatam<br />

presença de dilatação ventricular em pacientes de 1o. episódio (DEGREEF et al., 1992; GUR et al.,<br />

1994).<br />

JASKIW et al. (1994) estudaram 10 pacientes durante um 1o. surto psicótico<br />

esquizofreniforme. Sete anos mais tarde, os 7 pacientes que foram diagnosticados como<br />

esquizofrênicos não apresentavam progressão do alargamento ventricular.


135<br />

NOPOULOS et al. (1995), (MRI 1,5 T; cortes de 1,5mm; 24 PE 1° surto e 24 CN; medi<strong>das</strong><br />

automatiza<strong>das</strong>), encontraram redução significativa de LCR no grupo de pacientes, tanto a nível<br />

ventricular quanto cortical. Não houve diferenças quanto ao volume cerebral (VC), exceto que<br />

pacientes apresentaram redução volumétrica de Lobo Frontal. Os autores discutem estes achados à luz<br />

da hipótese do neurodesenvolvimento. Um mecanismo atuando no processo de desenvolvimento<br />

cerebral pode estar na base <strong>das</strong> alterações estruturais observa<strong>das</strong> já em pacientes de 1° surto.<br />

Entretanto, o aparecimento dos sintomas psicóticos não necessariamente representa o início da<br />

doença. Tampouco esta hipótese representa um achado muito elucidativo: a esquizofrenia pode<br />

resultar de uma variedade de processos que vão desde a gestação (p. ex., disgenesia, alteração da<br />

migração neuronal, retardo do crescimento) até o início da vida adulta (p. ex., alterações no processo<br />

de mielinização e poda sináptica, apoptose, etc).<br />

VITA et al. (1997) estudaram o VBR de 21 PE (CT, 42 CN) em intervalos aproximados de 4<br />

anos. Na ocasião do 1° exame, os pacientes tinham uma média de 5 anos de duração da doença. Os<br />

resultados confirmaram os achados obtidos anteriormente pelo mesmo grupo (VITA et al., 1991): em<br />

um período de ± 4 anos de evolução, não houve variação do VBR em pacientes esquizofrênicos. Os<br />

autores também estudaram 9 PE com remissão de um primeiro episódio psicótico (desaparecimento<br />

dos sintomas do critério A e persistência de pelo menos um sintoma residual – DSM-III-R): 30 meses<br />

mais tarde, a 2a. série de scans não revelou qualquer alteração do VBR. Portanto, tanto nos pacientes<br />

esquizofrênicos que se recuperaram após o 1° episódio quanto naqueles sem remissão<br />

sintomatológica, não houve alargamento ventricular progressivo. A integração desses dados sugeriu<br />

aos autores uma estabilidade do VBR antes, durante e após o início dos sintomas, o que infirma a<br />

possibilidade de um processo neuropatológico progressivo a partir <strong>das</strong> primeiras manifestações<br />

clínicas da doença.<br />

Evidências de alargamento ventricular progressivo:<br />

O estudo pneumoencefalográfico de MOORE et al. (1935) constitui uma <strong>das</strong> primeiras<br />

evidências sugestivas de expansão ventricular progressiva na esquizofrenia. A partir da década de 70,<br />

diversos estudos relataram aumento progressivo <strong>das</strong> dimensões ventriculares em pacientes<br />

esquizofrênicos (WEINBERGER et al., 1979; GATTAZ et al., 1981; KEMALI et al., 1989; WOODS<br />

et al., 1990; WILMS et al., 1992; DeLISI et al., 1992a, 1995, 1997).


136<br />

DeLisi e colegas aportaram uma série de evidências sugerindo a existência de um processo<br />

cerebral cronicamente ativo na esquizofrenia. Em estudo inicial com 50 pacientes apresentando<br />

distúrbio esquizofreniforme e comparados a grupo controle (n= 20), os autores não encontraram<br />

alargamento ventricular (DeLISI et al., 1992a). Em follow-up de 1 ano da mesma amostra, observaram<br />

que os pacientes que receberam diagnóstico definitivo de esquizofrenia já apresentavam dilatação<br />

ventricular de hemisfério esquerdo na época do 1° episódio (efeito diluído na amostra inicial), mas<br />

não apresentavam a redução de volume do Lobo Temporal observada após 1 ano (DeLISI et al.,<br />

1992b). Este achado, em acordo com as impressões de Vita e colegas (VITA et al., 1991), levou à<br />

conclusão de que o alargamento ventricular em pacientes esquizofreniformes seria preditivo de pior<br />

prognóstico. Em uma nova análise (DeLISI et al., 1995), os autores não encontraram alargamento<br />

ventricular progressivo, mas sim redução volumétrica em diversas estruturas corticais. Uma análise<br />

posterior da amostra (DeLISI et al., 1997b: [MRI 1,5 T; coronais de 2 mm; 50 PE e 20 CN]) revelou<br />

que o sistema ventricular esquerdo dos pacientes esquizofrênicos apresentou um aumento significativo<br />

ao longo da evolução da doença. Os autores concluem haver continuação de um processo cerebral<br />

sutilmente ativo durante os primeiros anos após o 1° episódio, causando uma deterioração cortical<br />

maior do que o envelhecimento normal.<br />

NAIR et al. (1997), (MRI 1,5T; slices de 1,95mm; 18 PE e 5 CN) avaliaram a taxa de<br />

aumento ventricular (RVE: Rate of Ventricular Expansion) de 18 pacientes com <strong>psicoses</strong> do espectro<br />

esquizofrênico comparada à RVE de 5 controles saudáveis, num período de 2 a 3 anos. Os pacientes<br />

dividiram-se em dois grupos: um semelhante aos controles (n= 10) e outro com uma taxa de aumento<br />

ventricular significativamente maior. Embora a reduzida amostra, os autores concluem sugerindo que<br />

haveria pelo menos dois processos etiológicos distintos na esquizofrenia, um deles expresso como<br />

lesão relativamente estática no início da psicose, e outro com aumento progressivo de ventrículos.<br />

GARVER et al. (1997) realizaram uma análise de clusters da série de DeLisi e colegas,<br />

identificando uma distribuição bipartida: 60 a 75% daqueles pacientes com espectro esquizofrênico<br />

apresentaram um padrão de atrofia cerebral e expansão ventricular em tempos semelhantes aos<br />

controles; enquanto que em 25 a 40% dos pacientes houve rápida redução de volume cerebral e<br />

expansão ventricular. Os autores, também à luz de evidências clínicas, sugerem que estas duas<br />

populações podem representar diferentes processos etiológicos.


137<br />

SAIJO et al. (2001), (MRI 1,5 T; 15 PE e 12 CN) mediram volumes de Ventrículos Laterais<br />

por ocasião do 1o.surto e após 10 anos de evolução. Houve significativo aumento de volumes de<br />

Ventrículo Lateral nos pacientes (+ 22,9%), mas não nos controles (+ 5,1%). Os autores concluem que<br />

tal achado, embora não exclua a hipótese do neurodesenvolvimento, constitui forte evidência de que<br />

há uma progressiva redução cerebral na esquizofrenia, mesmo no seu estágio de cronicidade.<br />

Portanto, os achados concernentes ao aumento ventricular em pacientes esquizofrênicos<br />

sugere que tal alteração antecede os primeiros sintomas psicóticos. Entretanto, os diferentes achados<br />

com respeito à questão de se o aumento ventricular progride ou não ao longo da evolução da doença<br />

são mais controversos. Tais inconsistências podem decorrer de processos fisiopatológicos distintos nas<br />

populações estuda<strong>das</strong>.<br />

2.2.4.3.5. VBR e história familiar de psicose:<br />

NASRALLAH et al. (1983) encontraram associação entre aumento de VBR e história de<br />

psicose em parentes de 1o. grau. Entretanto, diversos estudos não replicaram tal achado (WILMS et<br />

al., 1992; VITA et al., 1994; DeQUARDO et al., 1996).


3. CASUÍSTICA E MÉTODOS<br />

O presente estudo desenvolveu-se em duas fases:<br />

A Fase I (fase clínica) consistiu no estudo de caracterização clínico-demográfica, com desenho<br />

experimental descritivo, retrospectivo, transversal e não controlado.<br />

Na Fase II (fase de avaliação morfométrica), os pacientes foram comparados ao grupo controle<br />

(voluntários saudáveis) quanto ao volume de estruturas e índices cerebrais. O desenho da Fase II<br />

foi de observação, caso-controle, transversal, simples cego e com balanceamento para variáveis<br />

sócio-demográficas.<br />

3.1. Fase I:<br />

3.1.1. Composição da amostra:<br />

138<br />

A população amostral está constituída por um grupo de 40 pacientes com diagnóstico de<br />

esquizofrenia atendidos a nível ambulatorial no PROJESQ (Projeto Esquizofrenia), Instituto de<br />

Psiquiatria da FMUSP. Os pacientes em sua maioria foram encaminhados de serviços de saúde da<br />

rede pública de São Paulo e cidades vizinhas, com histórias de resposta insatisfatória à medicação<br />

anti-psicótica tradicional. Portanto, a amostra caracteriza-se por maior prevalência de pacientes com<br />

relativa severidade de sintomas e refratariedade ao tratamento com neurolépticos.<br />

Os critérios de inclusão foram:<br />

1. Idade entre 18 e 60 anos;<br />

2. Diagnóstico de Esquizofrenia (DSM-IV – APA, 1994);<br />

3. Ausência de história prévia ou atual de dependência de álcool e/ou drogas;<br />

4. Ausência de história prévia ou atual de hidrocefalia, traumatismo crânio-encefálico, doenças<br />

neurológicas degenerativas e uso prolongado de corticosteróides.


3.1.2. Caracterização clínico-demográfica:<br />

139<br />

Os dados clínicos e demográficos foram colhidos durante as entrevistas com o paciente<br />

(acompanhado de familiar ou responsável capaz de fornecer informações confiáveis) pelo autor e por<br />

médica psiquiatra colaboradora (ALVES, T.M.).<br />

Os dados demográficos constam de: 1. gênero sexual; 2. idade do paciente (em anos); 3.<br />

estado civil; 4. escolaridade (anos de estudo com aprovação final em instituição regular); 5. condição<br />

laboral atual e pregressa.<br />

Os dados clínicos obtidos constam de: 1. idade de início dos sintomas psicóticos; 2. duração<br />

da doença; 3. número de internações; 4. idade da primeira internação; 5.antecedentes familiares de<br />

psicose; 6. complicações gestacionais; 7. complicações neonatais; 8. desenvolvimento<br />

neuropsicomotor; 9. doenças da infância; 10. doenças incomuns; 11. menarca; 12. alterações<br />

menstruais; 13. consumo de drogas; 14. doenças clínicas prévias e 15. tratamento medicamentoso.<br />

A avaliação da lateralidade manual foi obtida por meio do Inventário de Lateralidade Manual<br />

de BRIGGS e NEBES (1975). (Apêndice A).<br />

3.1.3. Diagnóstico psiquiátrico:<br />

Os diagnósticos foram obtidos por meio de questionários estruturados durante entrevistas<br />

com os pacientes. No caso de limitação destes em fornecer informações confiáveis ou ainda como<br />

informação complementar, foram obti<strong>das</strong> informações a partir de familiares ou responsáveis. Como<br />

fonte adicional de informação, procedemos à revisão dos prontuários clínicos dos pacientes com o<br />

objetivo de confirmar as informações obti<strong>das</strong> a partir <strong>das</strong> entrevistas e substanciar a caracterização<br />

clínica dos mesmos.<br />

3.1.3.1. Diagnóstico de acordo com o DSM-IV:<br />

O diagnóstico de esquizofrenia foi estabelecido <strong>segundo</strong> os critérios do DSM-IV (APA,<br />

1994). Como instrumento de decisão diagnóstica de esquizofrenia e dos seus respectivos subtipos foi<br />

utilizada a “Entrevista clínica estruturada para o DSM-IV – Transtornos do eixo I (SCID-I/P)” (FIRST<br />

et al., 1996).


3.1.3.2. Diagnóstico <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> de Leonhard:<br />

140<br />

O diagnóstico <strong>segundo</strong> a <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> <strong>endógenas</strong> de Leonhard foi firmado a<br />

partir <strong>das</strong> diretrizes descritas por Leonhard no livro “Aufteilung der endogenen Psychosen und ihre<br />

differenzierte Ätiologie” (LEONHARD, 1995).<br />

Leonhard reitera<strong>das</strong> vezes desaconselhou o uso de “catálogos de sintomas” (LEONHARD,<br />

1990) para estabelecer seu diagnóstico, sob a justa alegação de que a <strong>classificação</strong> proposta envolve a<br />

apreciação não só de características descritivas gerais, mas também do curso longitudinal da doença,<br />

dos estados residuais e da regularidade no aparecimento de complexos sintomatológicos.<br />

Entretanto, levados pela parca experiência nesse tema, inicialmente utilizamos como<br />

instrumento diagnóstico o “Guia para <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>esquizofrenias</strong> de Leonhard” (BAN, 1982). A<br />

tradução do instrumento aplicado pode ser vista no Apêndice B. A decisão diagnóstica foi<br />

inicialmente embasada nas características gerais do quadro (início, sintomas a nível de pensamento,<br />

afeto, senso-percepção e motricidade, evolução, pragmatismo e estado de defeito); em seguida<br />

procuramos assentar o diagnóstico em torno de um quadro clínico descritivo com um conjunto de<br />

sintomas específicos (Apêndice B).<br />

Em geral, os sintomas psicopatológicos e o curso da doença distinguem as formas<br />

Sistemáticas ou Típicas <strong>das</strong> formas Não-Sistemáticas ou Atípicas. <strong>As</strong> Não-Sistemáticas apresentam<br />

características bipolares e evolução periódico-intermitente. <strong>As</strong> Sistemáticas em geral apresentam o<br />

curso deteriorante <strong>das</strong> demências orgânicas. Os estados finais determinam as subformas (Leonhard<br />

identificou 19 subformas).<br />

<strong>As</strong> exacerbações psicóticas agu<strong>das</strong> são ti<strong>das</strong> como dissociações entre três estruturas<br />

psicopatológicas (cognitivo-perceptual, afetivo-emocional e adaptativo-motora), caracterizando<br />

regressão de um nível de funcionamento mais elevado para um nível mais baixo. Leonhard pressupõe<br />

uma gênese específica para cada subforma, o que teria implicações terapêuticas e prognósticas.<br />

Se há dúvi<strong>das</strong> quanto ao diagnóstico, pela sua variação e sobreposição de sintomas, é<br />

provável que se trate de uma forma Não-Sistemática. Embora nas Não-Sistemáticas possam ocorrer<br />

estados de defeito severos, especialmente na catatonia periódica, os pacientes têm um afeto mais<br />

preservado e menos deterioro da personalidade.


141<br />

A decisão diagnóstica em relação às subformas é baseada na identificação de uma associação<br />

de características da doença cuidadosamente selecionada. Além disso, certos sintomas<br />

psicopatológicos são de significância patognomônica.<br />

Como fonte adicional de confiabilidade nos diagnósticos <strong>segundo</strong> Leonhard, os casos de<br />

maior dificuldade diagnóstica foram transcritos para a língua alemã e supervisionados durante estágio<br />

com colegas da equipe do Prof. Helmut Beckmann na Universidade de Würzburg – Alemanha<br />

(PFUHLMANN, B.; JABS, B.; e BARTSCH, A.J.).<br />

3.1.4. Avaliação sintomatológica:<br />

Os sintomas psicopatológicos foram avaliados na fase inicial do estudo por meio de<br />

entrevistas estrutura<strong>das</strong> com as três escalas sintomatológicas cita<strong>das</strong> a seguir. <strong>As</strong> entrevistas contaram<br />

com informações adicionais obti<strong>das</strong> de familiares e/ou acompanhantes. Todos os pacientes vinham<br />

recebendo doses terapêuticas de neurolépticos típicos.<br />

A Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica – BPRS (OVERALL e GORHAM, 1962), versão<br />

ancorada (WOERNER et al., 1988), traduzida e validada para a língua portuguesa (ROMANO e<br />

ELKIS, 1986; ELKIS et al., 1999), foi aplicada por uma médica psiquiatra (Dra. Tânia M. Alves) e<br />

um psicólogo (Dr. Isidoro B. Einzenman). A escala (Apêndice C) consta de 18 itens avaliados de 0 a 6<br />

e ancorados em quatro dimensões (distúrbio do pensamento, retraimento/retardo psicomotor,<br />

hostilidade/desconfiança e ansiedade/depressão). A confiabilidade (coeficiente de correlação<br />

intraclasse) da BPRS-A foi de 0,74.<br />

A Escala de Sintomas Positivos e Negativos – PANSS (KAY et al., 1987) compõe-se <strong>das</strong><br />

subescalas positiva (7 itens), negativa (7 itens) e de psicopatologia geral (16 itens), com escores de 1 a<br />

7. A PANSS foi aplicada por médica psiquiatra (Dra. Tânia M. Alves). (Apêndice D).<br />

A Escala de Avaliação de Sintomas Negativos – NSRS (IAGER et al., 1985) foi adotada com<br />

o objetivo de uma avaliação mais detalhada dos sintomas deficitários em quatro grupos de funções<br />

psíquicas (processo de pensamento, cognição, volição e afeto). A tradução da escala e os critérios de<br />

avaliação estão no Apêndice E.


3.2. Fase II:<br />

3.2.1. Composição da amostra:<br />

fase I.<br />

142<br />

Os critérios de inclusão para o grupo de pacientes na fase II foram os mesmos descritos na<br />

O grupo controle foi constituído por 20 indivíduos saudáveis de acordo, com os seguintes<br />

critérios de inclusão:<br />

1. Idade entre 18 e 60 anos;<br />

2. Ausência de história de abuso ou dependência de álcool e/ou drogas;<br />

3. Ausência de história de doenças clínicas ou psiquiátricas de qualquer natureza.<br />

Dentre os 20 controles saudáveis, 16 foram obtidos a partir de uma amostra de controles de<br />

um estudo prévio (BUSATTO et al., 2000), caracterizada por grau de escolaridade relativamente<br />

elevado. Os outros 4 controles voluntariamente recrutados apresentaram um menor nível de<br />

escolaridade (operários da construção civil).


3.2.2. Ressonância Magnética cerebral:<br />

3.2.2.1. Técnica e dispositivos de imageamento:<br />

143<br />

Pacientes (n = 40) e voluntários normais (n = 20) foram escaneados em toda a extensão<br />

cerebral com aparelho de ressonância magnética Gyroscan Phillips S15 – ACS, 1.5 Tesla (Philips<br />

Medical Systems, Eindhoven, Holanda). <strong>As</strong> imagens foram pesa<strong>das</strong> em T1-FFE, FOV = 240, matriz<br />

= 256 x 256, com tempos de repetição de 18,1 ms, echo time de 9,0 ms, inversion time de 0.0 ms. <strong>As</strong><br />

imagens coronais foram orienta<strong>das</strong> perpendicularmente a uma linha imaginária entre as comissuras<br />

anterior e posterior (Figura 3.2.2.1.) 3 .<br />

Figura 3.2.2.1. Plano dos cortes coronais.<br />

Linha<br />

Intercomissural<br />

Cortes<br />

Cortes<br />

coronais<br />

coronais<br />

3 Lamentavelmente, as imagens aqui exibi<strong>das</strong> apresentam definição qualitativamente inferior às imagens em que<br />

foram processa<strong>das</strong> as medi<strong>das</strong>. Isso resulta do fato de que, pra fins de editoração, as imagens do programa gráfico<br />

do Gyroview foram converti<strong>das</strong> para um programa PC compatível.


144<br />

Dentre os 60 exames, 36 foram realizados com cortes de espessura igual a 1,2 mm e 24 com<br />

espessuras de 1,0 mm, sem intervalos entre os cortes. O motivo destas diferentes espessuras deveu-se<br />

a um equívoco técnico durante o andamento do protocolo, sem prejuízos para as medições<br />

volumétricas, pois a área dos cortes foi multiplicada pelas suas respectivas espessuras.<br />

<strong>As</strong> imagens foram armazena<strong>das</strong> em discos ópticos e, por ocasião <strong>das</strong> medições, transferi<strong>das</strong><br />

para uma estação de trabalho (SUN workstation). Durante o processo, a identificação do exame foi<br />

substituída por senhas que garantiram medições “cegas” por parte do examinador quanto ao status<br />

diagnóstico ou grupo de origem do exame.<br />

<strong>As</strong> regiões de interesse foram manualmente delinea<strong>das</strong> com auxílio do mouse e processa<strong>das</strong><br />

por meio do programa Gyroview-HR (high resolution imaging workstation – Philips Medical System,<br />

1993, versão 2.1). Este programa também permitiu reconstruções nos planos axial e sagital, o que foi<br />

de particular importância na acurácia da delineação <strong>das</strong> regiões de interesse (ROIs), especialmente do<br />

Planum Temporale.<br />

To<strong>das</strong> as medições foram realiza<strong>das</strong> por um investigador (SALLET, P.C.), enquanto que dois<br />

investigadores levaram a cabo um número de medições necessárias para avaliação da confiabilidade:<br />

Planum Temporale e Índice de Girificação (SASSI, E.); Hipocampos e Ventrículos (OLIVEIRA,<br />

J.R.).<br />

3.2.2.2. Regiões de interesse:<br />

To<strong>das</strong> as medições foram realiza<strong>das</strong> no plano coronal, no sentido ântero-posterior.<br />

Hipocampo e Planum Temporale foram medidos em cortes contínuos (espessuras de 1,2<br />

mm). Os volumes de Hemisférios e Ventrículos Cerebrais, bem como do Índice de Girificação, foram<br />

medidos em intervalos de 3,6 mm (a cada 3 cortes, constituindo cerca de ± 50 cortes por hemisfério).<br />

Os volumes foram obtidos mediante multiplicação da área dos cortes por suas respectivas espessuras.<br />

Os volumes absolutos de Hipocampo e Planum Temporale foram corrigidos mediante o seguinte<br />

algoritmo:<br />

Volume Corrigido = Volume Absoluto / Volume Cerebral x 1000.


3.2.2.2.1. Hipocampo (H):<br />

145<br />

A borda anterior do Hipocampo foi caracterizada ao nível do corte mais anterior exibindo o<br />

Pes hipocampus, separado superiormente da Amígdala pelo Álveus, lateralmente pela emergência do<br />

Corno Temporal do Ventrículo Lateral, látero-inferiormente pela interface entre Subículum<br />

(Substância Cinzenta, incluído nas medi<strong>das</strong>) e Substância Branca do Giro Parahipocampal (excluído)<br />

(Figura 3.2.2.2.1a).<br />

Figura 3.2.2.2.1a. Hipocampo: limites anteriores.<br />

Legenda: HD (Hipocampo Direito); HE (Hipocampo Esquerdo); CT (Corno Temporal);<br />

Am (Amígdala); Pes H (Pes Hipocampus).<br />

Figura 3.2.2.2.1b. Hipocampo: limites intra-plano.<br />

HD<br />

CT Pes H<br />

Am<br />

HD<br />

GPH<br />

Controle<br />

HE<br />

HE<br />

HD HE<br />

Paciente<br />

Legenda: HD (hipocampo Direito); HE (Hipocampo Esquerdo); GPH (Giro Parahipocampal).


146<br />

Ao longo do eixo hipocâmpico, a borda medial foi designada arbitrariamente por uma linha<br />

média perpendicular à curvatura formada pelo Subículo (Hipocampo) e Giro Parahipocampal. Os<br />

demais limites seguiram o contorno anatômico da formação hipocâmpica: inferiormente pela SB do<br />

GPH, latero-superiormente pelo contorno do Álveus (Figura 3.2.2.2.1b).<br />

O limite posterior foi designado ao nível do Esplênio do Corpo Caloso, no 1 o . corte (sentido<br />

antero-posterior) em que se pôde visualizar a total extensão do Álveus e da Fímbria, situados látero-<br />

superiormente ao bloco de Substância Cinzenta (formado pelos Giros Subesplênicos [Fasciolar,<br />

Dentado e Retroesplênico] e Subículo) e dirigindo-se para constituir o Fórnix (Figura 3.2.2.2.1c). Os<br />

limites aqui estabelecidos se basearam no estudo de NAIDICH et al. (1988).<br />

Além dos volumes corrigidos dos Hipocampo Direito (HD) e Esquerdo (HE), calculamos<br />

coeficientes de assimetria do Hipocampo (CAH) mediante o seguinte algoritmo:<br />

CAH = 2 x (HD – HE) / (HD + HE).<br />

Figura 3.2.2.2.1c. Hipocampo: limites posteriores.<br />

HD<br />

CC<br />

Controle<br />

HE<br />

F<br />

Legenda: HD (Hipocampo Direito); HE (Hipocampo Esquerdo); CC (Corpo Caloso); F (Fórnix);<br />

T (segmento posterior do Tálamo).<br />

F<br />

T<br />

Paciente


3.2.2.2.2. Planum temporale (PT):<br />

147<br />

Definimos a borda anterior do PT <strong>segundo</strong> os critérios de Pfeifer (Von ECONOMO e<br />

HORN, 1930): 1 a . secção coronal (sentido A-P) onde a origem do Giro de Heschl (GH) ou Giro<br />

Auditivo Transverso é claramente visível, próximo à borda externa da Fissura de Silvius (em geral,<br />

cerca de 5 mm posteriormente à Comissura Anterior) (Figura 3.2.2.2.2a). Na identificação do GH,<br />

utilizamos o chamado critério de Pfeifer (o Giro Transverso tem origem retro-insular). <strong>As</strong> medi<strong>das</strong><br />

foram inicia<strong>das</strong> a partir do Sulco de Heschl, imediatamente posterior ao giro de mesmo nome. Nos<br />

casos em que houve desdobramento do GH, procuramos identificar o Sulco Intermédio de Beck (cuja<br />

origem não se situa próximo à Ínsula) e iniciamos as medi<strong>das</strong> a partir do sulco retro-insular<br />

imediatamente posterior. Seguindo as orientações dos estudos citoarquitetônicos, acreditamos que este<br />

procedimento permitiu a medida do córtex de associação auditiva, excluindo-se o córtex auditivo<br />

primário, cujo limite posterior é geralmente descrito como correspondendo ao terço médio do Giro<br />

Auditivo Transverso.<br />

Figura 3.2.2.2.2a. Limites do Planum temporale.<br />

A<br />

RPT<br />

GH<br />

I<br />

STG<br />

Legenda: RPT (PT Direito); LPT (PT Esquerdo); GH (Giro de Heschl ou Giro Auditivo Transverso);<br />

STG (Giro Temporal Superior); I (Ínsula). A. Limites anteriores do PT; B. Limites intra-plano do PT.<br />

Os limites posteriores foram definidos de acordo com as orientações de STEINMETZ et al.<br />

(1990). O Planum Temporale propriamente dito (PT) teve como limite posterior a bifurcação da<br />

Fissura de Silvius (FS), portanto compreendendo o ramo horizontal da mesma. O PT não incluiu os<br />

B<br />

Ramos <strong>As</strong>cendente ou Descendente da FS (Figura 3.2.2.2.2b).<br />

RPT<br />

LPT


148<br />

O Planum Temporale Plus (PT+) teve como limite posterior o segmento mais caudal do<br />

Ramo <strong>As</strong>cendente da FS. Os demais limites coincidem com os limites do assoalho da Fissura de<br />

Silvius (limites medial e lateral). Em cada corte, procedemos com a medida da área de substância<br />

cinzenta, delimitada com traçado manual. A razão de termos calculado os volumes do PT e do PT+<br />

encontra-se descrita no tópico sobre os limites anatômicos do PT (p. 83).<br />

Com o intuito de avaliar a assimetria do PT (CAPT), utilizamos o chamado coeficiente de<br />

assimetria de Galaburda (GALABURDA et al., 1978): CAPT = 2 x (PTD - PTE) / (PTD + PTE).<br />

Figura 3.2.2.2.2b. Limites do PT e PT (+).<br />

A B<br />

C<br />

RPT<br />

GH<br />

RAFS<br />

PT<br />

PT+<br />

LPT<br />

RPT+<br />

LPT+<br />

Legenda: PT (Planum Temporale); PT+ (Planum Temporale Plus); GH (Giro de Heschl); RAFS (Ramo<br />

<strong>As</strong>cendente da Fissura de Silvius); RPT (PT Direito); LPT (PT Esquerdo); RPT+ (PT Plus Direito);<br />

LPT+ (PT Plus Esquerdo).<br />

A. Corte sagital no Hemisfério Esquerdo; B. Corte Coronal anterior;<br />

C. Corte coronal com segmento médio do PT; D. Corte coronal com segmento posterior do PT (PT+).<br />

D


3.2.2.2.3. Índice de Girificação (GI):<br />

149<br />

O GI constitui a razão entre o contorno total (incluindo o contorno interno dos sulcos) e o<br />

contorno externo da superfície cortical (ELIAS e SCHWARTZ, 1969; ZILLES et al., 1988;<br />

KULYNYCH et al., 1997). <strong>As</strong> medi<strong>das</strong> foram determina<strong>das</strong> com a mensuração linear <strong>das</strong> extensões<br />

coronais em cada secção: o contorno total da córtex, incluindo os sulcos (numerador); e o contorno da<br />

superfície cortical exposta (denominador); (Figura 3.2.2.2.3).<br />

Figura 3.2.2.2.3. Índice de Girificação.<br />

A<br />

B<br />

A.Controle: GI Frontal (segmento anterior); B.Controle: GI Têmporo-Parieto-Occipital (segmento posterior);<br />

C.Paciente: GI Frontal (segmento anterior); D.Paciente: GI Têmporo-Parieto-Occipital (segmento posterior).<br />

Linha amarela = contorno cortical total; Linha branca = superfície cortical exposta.<br />

Para fins de análise regional, o segmento anterior (GIFr: Índice de Girificação Frontal) foi<br />

determinado a partir do 1o. corte frontal (sentido A-P) até o corte imediatamente anterior ao segmento<br />

no qual o Lobo Temporal exibe solução de continuidade com o restante do telencéfalo, tal como visto<br />

no plano coronal; o segmento posterior (GITPOc: Índice de Girificação Têmporo-Parieto-Occipital)<br />

teve início ao nível da secção índice (Lobo Temporal contíguo ao restante do Telencéfalo), seguindo<br />

C<br />

D


até o corte mais caudal exibindo SC. <strong>As</strong> medições foram feitas em intervalos de 3,6 mm (à distância<br />

de 2 cortes de 1,2 mm), perfazendo uma média de 50 cortes por hemisfério cerebral. O segmento<br />

anterior do Lobo Temporal (anterior à secção índice) não foi incluído nas medi<strong>das</strong>. Os GIs foram<br />

calculados separadamente para Hemisfério Direito (GID) e Esquerdo (GIE).<br />

150<br />

Da mesma forma que nas estruturas anteriormente cita<strong>das</strong>, foram calculados os Coeficientes<br />

de <strong>As</strong>simetria do GI (CAGI) mediante a seguinte fórmula: CAGI = 2 x (GID – GIE) / (GID + GIE).<br />

3.2.2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR):<br />

Os volumes ventriculares foram medidos a cada 3,6 mm nos cortes coronais. Com o objetivo<br />

de investigar diferenças entre hemisférios, foram calculados VBRs de cada hemisfério separadamente.<br />

Os índices VBR foram calculados <strong>segundo</strong> os seguintes critérios:<br />

VBR Direito (VBRD) = Volume Sistema Ventricular Direito 4 / Volume do Hemisfério<br />

Direito x 100.<br />

VBR Esquerdo (VBRE) = Volume do Sistema Ventricular Esquerdo / Volume do<br />

Hemisfério Esquerdo x 100.<br />

VBR Total = (Volume do Sistema Ventricular Direito + Volume do Sistema Ventricular<br />

Esquerdo) / Volume Cerebral x 100.<br />

Figura 3.2.2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral.<br />

A B<br />

VL<br />

TV<br />

CT<br />

Legenda: VL = Ventrículo Lateral; TV = Terceiro Ventrículo; CT = Corno Temporal do VL.<br />

A.Paciente; B.Controle.<br />

4 A denominação „Sistema Ventricular‟ refere-se aos Ventrículos Laterais e Terceiro, tal como observados no<br />

plano coronal, separados em direito e esquerdo pelo Septum pellucidum (Ventrículos Laterais) e pelo traçado de<br />

uma linha média ao nínel do Terceiro Ventrículo.


O Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR foi calculado mediante a fórmula:<br />

CAVBR = 2 x (VBR Direito – VBR Esquerdo) / (VBR Direito + VBR Esquerdo).<br />

3.2.2.2.5. Volume Cerebral (VC):<br />

O VC resultou da soma dos Volumes Hemisféricos (VHf), <strong>segundo</strong> os seguintes critérios:<br />

Segmento anterior: limite anatômico compreendido pela córtex cerebral;<br />

Segmento médio: foram incluídos os Ventrículos Laterais e Terceiro (dividido na linha média).<br />

151<br />

<strong>As</strong> estruturas mesencefálicas (Pedúnculo Cerebral) e metencefálicas (Ponte e Cerebelo) foram<br />

excluí<strong>das</strong> mediante uma linha reta traçada do vértice inferior do Terceiro Ventrículo à angulação<br />

supero-medial do Giro Parahipocampal, próximo da Fissura Hipocâmpica (Figura 3.2.2.2.5);<br />

Segmento posterior: limite anatômico compreendido pelo parênquima cerebral, excluindo-se o<br />

Cerebelo e Tenda Cerebelar.<br />

Figura 3.2.2.2.5. Volume Cerebral.<br />

A B<br />

C D<br />

Legenda: A, B, C e D = Traçados <strong>das</strong> medi<strong>das</strong> de volume hemisférico direito (linha branca) e esquerdo (linha<br />

amarela), no sentido ântero-posterior.


152<br />

O Lobo Temporal, reiteramos, foi incluído somente a partir do corte em que houve solução<br />

de continuidade entre a Substância Branca temporal e aquela telencefálica. O Pólo Temporal foi<br />

arbitrariamente excluído por dois motivos: 1. Para abreviar o esforço despendido, utilizamos a mesma<br />

medida do contorno externo do GI para calcular os volumes hemisféricos; e 2. Evitar efeito de<br />

artefato nas medi<strong>das</strong> de GI da Região Frontal. Este aspecto, portanto, deve ser considerado quando na<br />

comparação dos volumes cerebrais obtidos neste estudo com aqueles referidos na literatura.<br />

3.3. Análise estatística:<br />

<strong>As</strong> análises estatísticas foram conduzi<strong>das</strong> através do programa estatístico “Statistical Package<br />

for the Social Sciences” (SPSS), versão 10.0 para Windows (1999), em um computador pessoal.<br />

forma.<br />

Os dados são apresentados como Média ± Desvio Padrão, exceto quando indicado de outra<br />

Níveis de significância com 0,1 p > 0,05 foram designados como tendência<br />

estatisticamente não-significativa (e.n.s.) e com p 0,05 como diferença estatisticamente significativa.<br />

3.3.1. Testes estatísticos utilizados:<br />

<strong>As</strong> diferenças entre grupos foram avalia<strong>das</strong> mediante testes paramétricos ou não-<br />

paramétricos, conforme apropriado à distribuição dos dados, verificada por meio do teste de<br />

Kolmogorov-Smirnov (Tabela 3.3.1).<br />

Tabela 3.3.1. Testes estatísticos utilizados.<br />

Comparações Paramétricos Não-Paramétricos<br />

Grupo Controle<br />

T-teste para amostras independentes<br />

v.s.<br />

(LSD)<br />

Mann-Whitney U<br />

Grupo Pacientes<br />

Modelo Linear Multivariado<br />

(controle de variáveis e Bonferroni)<br />

Grupo Controle<br />

ANOVA One-way<br />

v.s.<br />

(LSD)<br />

Kruskal-Wallis H<br />

Subgrupos<br />

Modelo Linear Multivariado<br />

(controle de variáveis e Bonferroni)<br />

Parâmetros morfométricos<br />

Correlação Bivariada (Spearman)<br />

v.s.<br />

e<br />

Escores sintomatológicos Correlação Parcial (controle de variáveis sócio-demográficas)


3.3.1.1. Comparações entre Grupo Controle (GC) e Grupo de Pacientes (GP):<br />

153<br />

Nas comparações entre o GC e o Grupo de Pacientes como um todo (GP) foi inicialmente<br />

utilizado o Teste t para amostras independentes. Dados com distribuição não-paramétrica foram<br />

analisados por meio do teste de Mann-Whitney. Com o objetivo de analisar as diferenças entre grupos<br />

controlando para variáveis sócio-demográficas, utilizamos o Modelo Linear Geral (GLM: General<br />

Linear Model) com variáveis inter-grupo como covariantes (gênero sexual, idade, lateralidade manual,<br />

volume cerebral e escolaridade) e com correção de Bonferroni.<br />

3.3.1.2. Comparações entre Grupo Controle (GC) e subgrupos de pacientes:<br />

Inicialmente foi utilizada análise da variância (ANOVA One-way) com o nível estatístico da<br />

menor diferença significante (LSD: least significant difference ). Em seguida, utilizamos o Modelo<br />

Linear Geral (GLM) controlando para as variáveis demográficas e Volume Cerebral, com correção de<br />

Bonferroni. Dados com distribuição não-paramétrica foram analisados com o teste de Kruskal-Wallis.<br />

Nas comparações envolvendo as subformas diagnósticas de Leonhard, foram computados<br />

somente os subgrupos cujo n permitiu análise estatística (Parafrenias Afetivas, Parafrenias<br />

Sistemáticas e Hebefrenias).<br />

3.3.1.3. Correlações entre parâmetros morfométricos e variáveis demográficas:<br />

Com o objetivo de identificar possíveis correlações que pudessem implicar fatores<br />

demográficos na variação dos parâmetros morfométricos, analisamos separadamente o GC (n = 20), o<br />

GP (n = 40) e a amostra total (n = 60). De formas que cada parâmetro morfométrico foi testado nos<br />

diferentes grupos, seja com o Modelo Geral Multivariado (variáveis nominais: gênero sexual e<br />

lateralidade manual), ou com Correlações Parciais (variáveis contínuas: idade, volume cerebral,<br />

escolaridade e duração da doença), em ambos os testes com controle para os demais fatores<br />

demográficos.<br />

3.3.1.4. Correlações entre parâmetros morfométricos e escores sintomatológicos:<br />

A análise de correlações entre parâmetros morfométricos e escalas de sintomas foi feita<br />

inicialmente por meio de Correlações Bivaria<strong>das</strong> com coeficiente de correlação de Spearman. A<br />

seguir, com o objetivo de controlar as possíveis influências de variáveis sócio-demográficas, foram<br />

utiliza<strong>das</strong> Correlações Parciais.


154<br />

Níveis de significância com p 0,05 foram adotados como estatisticamente significativos,<br />

embora no caso destas correlações, cujo elevado número aumenta as chances de erro tipo I (falso<br />

positivo), níveis de significância com p 0,01 sejam considerados mais confiáveis.<br />

3.3.1.5. Análise da confiabilidade <strong>das</strong> medi<strong>das</strong>:<br />

Para assegurar delineações confiáveis, to<strong>das</strong> as estruturas e índices utilizados no estudo<br />

foram medidos por um avaliador (P.C.S.), enquanto que dois outros avaliadores (Dr. Erlei Sassi: GI e<br />

PT; Dr. José R. Oliveira: H e VBR) realizaram um número de medi<strong>das</strong> necessárias para a<br />

determinação da confiabilidade estatística (Tabela 3.3.1.5). Entretanto, a análise da confiabilidade do<br />

estudo falseia um dos preceitos paradigmáticos na análise da confiabilidade: em algumas estruturas,<br />

especialmente na delineação do PT, as medi<strong>das</strong> de confiabilidade nem sempre foram independentes,<br />

quando dois avaliadores discutiram acerca dos limites anatômicos. To<strong>das</strong> as medi<strong>das</strong> foram realiza<strong>das</strong><br />

sob condição „cega‟ para o diagnóstico.<br />

Tabela 3.3.1.5. Análise da confiabilidade entre avaliadores.<br />

Regiões / Índices No. de medi<strong>das</strong> Coeficiente de<br />

Correlação Intraclasse<br />

(Single – Average)<br />

RGI<br />

Contorno Externo<br />

Contorno Interno<br />

LGI<br />

Contorno Externo<br />

Contorno Interno<br />

5 exames ( ± 50 cortes)<br />

5 exames ( ± 50 cortes)<br />

5 exames ( ± 50 cortes)<br />

5 exames ( ± 50 cortes)<br />

5 exames ( ± 50 cortes)<br />

5 exames ( ± 50 cortes)<br />

0,73 - 0,84<br />

0,85 - 0,92<br />

0,83 - 0,90<br />

0,76 - 0,86<br />

0,85 - 0,92<br />

0,83 - 0,91<br />

Nível de<br />

Significância<br />

0,050<br />

0,015<br />

0,021<br />

0,040<br />

0,015<br />

0,021<br />

Hipocampo Direito 18 exames 0,85 - 0,92 0,000<br />

Hipocampo Esquerdo 18 exames 0,84 - 0,91 0,000<br />

PT Direito 17 exames 0,84 - 0,91 0,000<br />

PT Esquerdo 17 exames 0,91 - 0,95 0,000<br />

Ventrículo Direito 14 exames 0,98 - 0,99 0,000<br />

Ventrículo Esquerdo 14 exames 0,98 - 0,99 0,000<br />

3.3.2. Testes de hipóteses:<br />

<strong>As</strong> hipóteses (Ho) principais investiga<strong>das</strong> pelo estudo podem ser assim resumi<strong>das</strong>:<br />

1. Não há diferenças significativas entre pacientes esquizofrênicos e controles saudáveis quanto aos<br />

valores dos diferentes parâmetros morfométricos estudados (GI, Hipocampo, PT, VBR e VC);<br />

2. Não há diferenças significativas entre as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas da <strong>classificação</strong><br />

de Leonhard no que se refere aos valores dos parâmetros morfométricos estudados;


3. Não há diferenças significativas entre os subtipos diagnósticos do DSM-IV quanto aos valores<br />

dos parâmetros morfométricos estudados;<br />

4. Não há correlações significativas entre os valores dos parâmetros morfométricos e o predomínio<br />

dos diferentes sintomas clínicos avaliados conforme as escalas BPRS-A, PANSS e NSRS.<br />

155


4. RESULTADOS<br />

4.1. Fase I:<br />

4.1.1. Caracterização clínico-demográfica:<br />

156<br />

O grupo de pacientes (GP), constituído por 40 indivíduos (24 do sexo masculino e 16 do sexo<br />

feminino), apresentou:<br />

Duração média da doença = 15,8 ± 8,4 anos;<br />

Idade média de início dos sintomas psicóticos = 18,0 ± 4,2 anos;<br />

Idade média da primeira internação = 19,6 ± 3,4 anos;<br />

Número médio de internações = 3,9 ± 3,3.<br />

No grupo de pacientes, 30 apresentaram história familiar de psicose e 10 não referiram<br />

história de psicose em parentes de 1o. grau.<br />

História de uso de drogas: dos 40 pacientes, 31 (77,5%) não apresentavam história de uso de<br />

drogas ilícitas. Dentre os 9 pacientes restantes (22,5%), 4 referiram ter tido alguma experiência (uso<br />

„recreativo‟) com canabis (10%), 2 com cocaína (5%) e 3 com a associação destas e/ou outras drogas<br />

(7,5%).<br />

História de doenças clínicas: um paciente masculino apresentava história de Diabete Melitus<br />

tipo I e uma paciente feminina apresentava história de Epilepsia, com início <strong>das</strong> convulsões aos 15<br />

anos e subseqüente exórdio psicótico de severa gravidade.<br />

4.1.2. Classificação diagnóstica:<br />

Dentre os 40 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia <strong>segundo</strong> o DSM-IV, 27<br />

preencheram os critérios para o subtipo Paranóide, 8 para o subtipo Desorganizado e 5 para o subtipo<br />

Residual.


157<br />

De acordo com o sistema diagnóstico de Leonhard, 18 pacientes apresentaram formas Não-<br />

Sistemáticas (16 Parafrenias Afetivas, 1 Catafasia e 1 Catatonia Periódica) e 22 pacientes<br />

apresentaram formas Sistemáticas (13 Parafrenias, 8 Hebefrenias e 1 Catatonia).<br />

O resultado de ambas as classificações diagnósticas está resumido na Tabela 4.1.2.<br />

Tabela 4.1.2. Relação entre os diagnósticos <strong>segundo</strong> o DSM-IV e a Classificação de Leonhard<br />

Leonhard Esquizofrenias Não-Sistemáticas Esquizofrenias Sistemáticas<br />

-<br />

DSM-IV<br />

Parafrenia<br />

Afetiva<br />

Catafasia Catatonia<br />

Periódica<br />

Parafrenia Hebefrenia Catatonia<br />

Paranóide<br />

(n = 27)<br />

15 - - 9 3 -<br />

Desorganizada<br />

(n = 8)<br />

1 1 1 3 1 1<br />

Residual<br />

(n = 5)<br />

- - - 1 4 -<br />

4.1.3. Escores sintomatológicos nos subgrupos diagnósticos:<br />

A Tabela 4.1.3 apresenta os escores sintomatológicos avaliados de acordo com as escalas<br />

PANSS (Positive and Negative Symptoms Scale), BPRS (Brief Psychiatric Rating Scale) e NSRS<br />

(Negative Symptoms Rating Scale) no Grupo de Pacientes e nos diferentes subgrupos diagnósticos.<br />

Tabela 4.1.3. Escores sintomatológicos nos subgrupos diagnósticos.<br />

Escore de sintomas PANSS PANSS PANSS PANSS<br />

Total Positiva Negativa Geral<br />

BPRS NSRS<br />

Grupo de Pacientes<br />

(n = 40)<br />

73,1 ± 23,5 17,8 ± 6,7 20,0 ± 8,8 35,5 ± 11,4 24,6 ± 12,5 -14,2 ± 9,2<br />

Paranóide<br />

(n = 27)<br />

71,0 ± 22,7 17,7 ± 6,7 § 18,1 ± 7,4 * 35,6 ± 11,7 23,8 ± 12,8 -10,5 ± 6,2 **/*<br />

Desorganizado<br />

(n = 8)<br />

86,4 ± 28,4 § 21,5 ± 6,7 * 25,5 ± 11,5 * 39,4 ± 12,4 30,7 ± 13,0 § -24,0 ± 10,9 **<br />

Residual<br />

(n = 5)<br />

63,0 ± 11,1 § 12,2 ± 0,4 §/* 21,6 ± 8,4 29,2 ± 6,4 18,6 ± 6,7 § -18,4 ± 7,9 *<br />

Não-Sistemáticas<br />

(n = 18)<br />

70,8 ± 21,9 17,9 ± 6,4 17,6 ± 8,5 § 35,3 ± 10,3 23,3 ± 12,2 -10,3 ± 8,1*<br />

Sistemáticas<br />

(n = 22)<br />

75,0 ± 25,1 17,7 ± 7,1 22,1 ± 8,6 § 35,7 ± 12,6 25,6 ± 12,9 -17,4 ± 9,0*<br />

Parafrenias Afetivas<br />

(n = 16)<br />

66,7 ± 19,6 § 17,0 ± 6,2 * 15,7 ± 6,9 § 34,1 ± 9,6 21,1 ± 11,2 -7,8 ± 3,7 **<br />

Catafasia<br />

(n = 1)<br />

98,0<br />

27,0<br />

35,0<br />

36,0<br />

41,0<br />

-25,0<br />

Catatonia Periódica<br />

(n = 1)<br />

108,0<br />

23,0<br />

30,0<br />

55,0<br />

40,0<br />

-35,0<br />

Parafrenia<br />

(n = 13)<br />

79,8 ± 23,6 §/* 20,1 ± 5,8 ** 21,3 ± 8,2 § 38,3 ± 12,2 § 28,1 ± 12,6 § -14,4 ± 7,4 **/§<br />

Hebefrenia<br />

(n = 8)<br />

60,4 ± 14,4 * 11,7 ± 2,9 */** 20,9 ± 7,4 29,0 ± 9,8 § 18,7 ± 9,6 § -19,5 ± 7,7 **/§<br />

Catatonia<br />

(n = 1)<br />

130,0<br />

33,0<br />

41,0<br />

56,0<br />

48,0<br />

-39,0<br />

Abreviações: PANSS: Escala de Sintomas Positivos e Negativos; BPRS: Escala de Avaliação Psiquiátrica Breve;<br />

NSRS: Escala de Avaliação de Sintomas Negativos.<br />

Segundo Teste t ou ANOVA: (§)Tendência estatística com p 0,1; (*)Significante a nível de p 0,05;<br />

(**)Significante a nível de p 0,001.


4.1.3.1. Subtipos do DSM-IV:<br />

158<br />

Os escores totais da PANSS e BPRS mostraram-se maiores no subtipo Desorganizado,<br />

seguindo-se o subtipo Paranóide e o subtipo Residual. O subtipo Desorganizado apresentou maiores<br />

escores em ambos os sintomas positivos e negativos.<br />

4.1.3.2. Formas e subformas de Leonhard:<br />

<strong>As</strong> formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas não diferiram significativamente no que se refere<br />

aos escores de sintomas totais e positivos. Entretanto, as formas Não-Sistemáticas apresentaram<br />

escores de sintomas negativos mais elevados do que as formas Não-Sistemáticas (NSRS: p = 0,014).<br />

A subforma Parafrenia apresentou escores sintomatológicos totais maiores do que a subforma<br />

Hebefrenia (PANSS: p= 0,04) e a subforma Parafrenia Afetiva (PANSS: p= 0,09).<br />

O escore total de sintomas positivos mostrou-se maior na subforma Parafrenia, com diferença<br />

significativa em relação à subforma Hebefrenia (p = 0,002) e tendência em relação à subforma<br />

Parafrenia Afetiva (p = 0,13). <strong>As</strong> Parafrenias Afetivas também apresentaram maior severidade de<br />

sintomas positivos do que as Hebefrenias (p= 0,035).<br />

De acordo com a subescala de sintomas negativos da PANSS, a subforma Parafrenia<br />

apresentou maior severidade de sintomas negativos do que a subforma Parafrenia Afetiva (p= 0,052).<br />

Entretanto, <strong>segundo</strong> a NSRS, a severidade de sintomas negativos foi maior na subforma Hebefrenia,<br />

seja em relação às Parafrenias Afetivas (p= 0,001), seja em relação às Parafrenias Sistemáticas (p=<br />

0,07). <strong>As</strong> Parafrenias Sistemáticas apresentaram maior severidade de sintomas negativos do que as<br />

Parafrenias Afetivas (p= 0,007).<br />

4.2. Fase II:<br />

4.2.1. Pareamento de variáveis demográficas e volume cerebral:<br />

4.2.1.1. Grupo Controle (GC) e Grupo de Pacientes (GP):<br />

A amostra constitui-se de 20 indivíduos normais (12 homens e 8 mulheres) e 40 pacientes<br />

esquizofrênicos (24 homens e 16 mulheres). Os dados relevantes ao pareamento entre GC e GP<br />

encontram-se resumidos na Tabela 4.2.1.1.


159<br />

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre GC e GP quanto às variáveis<br />

demográficas e ao volume cerebral, de formas que o pareamento entre os grupos mostrou-se<br />

satisfatório.<br />

Tabela 4.2.1.1. Grupo Controle (GC) e Grupo de Pacientes (GP): relação entre variáveis<br />

demográficas.<br />

Variáveis Gênero (1)<br />

(M:F)<br />

Idade (2) Lateralidade<br />

Manual (3)<br />

(R:L)<br />

Volume Cerebral<br />

(4)<br />

(mm³)<br />

Escolaridade (anos)<br />

(5)<br />

Grupo Controle (12:8) 31,5 ± 10,8 (16:4) 1113,3 ± 102 11 ± 8<br />

(n = 20)<br />

Grupo de Pacientes (24:16) 34,0 ± 8,0 (34:4) 1069,1 ± 136 8 ± 3<br />

(n = 40)<br />

Estatística p = 0,094 p = 0,422 p = 0,205 p = 0,421<br />

(*)Teste de normalidade: Idade do GC (S-W= 0,858; Sig.= 0,010) e Escolaridade do GC (S-W= 0,870; Sig.= 0,011) e GP (S-<br />

W= 0,904; Sig.= 0,010) apresentaram distribuição não-normal.<br />

(1) Gênero sexual: Teste do X²: Pearson = 0,000; Sig.= 1,000.<br />

(2) Idade: Mann-Whitney: Sig.= 0,094.<br />

(3) Lateralidade manual (R:L): Teste exato de Fisher: Sig.= 0,422.<br />

(4) Volume cerebral: T-teste: Sig.= 0,205. Análise univariada da variância (UNIANOVA), controlando para gênero, idade e<br />

escolaridade, e com correção de Bonferroni (F = 1,01; Sig. = 0,319).<br />

(5) Escolaridade: Mann-Whitney: Sig.= 0,421.<br />

4.2.1.2. Grupo Controle (GC) e subtipos do DSM-IV:<br />

O subtipo Desorganizado apresentou menor VC do que o Grupo Controle e o subtipo<br />

Paranóide, com nível de significância estatística (Tabela 4.2.1.2).<br />

Embora não estatisticamente significativo, o subtipo Desorganizado também apresentou<br />

idade relativamente maior do que o GC e o subtipo Paranóide.<br />

Tabela 4.2.1.2. Grupo Controle e subtipos do DSM-IV: relação entre variáveis.<br />

Variáveis / Gênero (1) Idade (2) Lateralidade (3) Volume Cerebral (4)<br />

DSM-IV (M:F)<br />

(R:L)<br />

(mm³)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

(12:8) 31,5 ± 10,8 (16:4) 1113,3 ± 102,2 (1) 10,4 ± 8,6<br />

Paranóide<br />

(n = 27)<br />

(16:11) 32,6 ± 7,6 (25:2) 1096,1 ± 124,7 (2) 8,2 ± 3,4<br />

Desorganizado<br />

(n = 8)<br />

(5:3) 37,5 ± 9 (7:1) 938,1 ± 74,9 (1, 2) 8,1 ± 3,0<br />

Residual<br />

(n = 5)<br />

(3:2) 36 ± 7,7 (4:1) 1060,8 ± 126,6 6,6 ± 4,0<br />

Estatística p= 0,999 p= 0,203 P= 0,618<br />

(1)<br />

p= 0,014<br />

(2)<br />

p= 0,026<br />

p= 0,721<br />

Escolaridade (5)<br />

(*)Teste de normalidade: Idade e Escolaridade com distribuições assimétricas.<br />

(1) Gênero sexual: X² (Pearson = 0,27; Sig.= 0,999).<br />

(2) Idade: Kruskal-Wallis (X²= 4,601; Sig.= 0,203).<br />

(3) Lateralidade manual: X² (Pearson = 1,787; Sig.= 0,618).<br />

(4) Volume cerebral: (Anova Oneway: F= 2,335; Sig. = 0,084). LSD revela VC significativamente reduzido no subtipo<br />

Desorganizado em relação ao GC (Sig.= 0,014) e ao subtipo Paranóide (Sig.= 0,026). A diferença não é detectada pelo Teste de<br />

Scheffé: subtipo Desorganizado em relação ao GC (Sig.= 0,104) e em relação ao subtipo Paranóide (Sig.= 0,168).<br />

(5) Escolaridade: Kruskal-Wallis (X²= 1,334; Sig.= 0,721).


4.2.1.3.Grupo Controle (GC) e formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard:<br />

160<br />

Quanto ao gênero sexual, nas ENS houve mais mulheres do que homens (Tabela 4.2.1.3). A<br />

literatura referente aos índices de lateralidade hemisférica sugere que mulheres costumam apresentar<br />

menor simetria. Portanto, a prevalência do sexo feminino pode ter favorecido a diminuição dos<br />

coeficientes de assimetria nas ENS. Por outro lado, as ES tem um número proporcionalmente maior<br />

de homens, o que <strong>segundo</strong> a literatura favoreceria o aumento da assimetria.<br />

Quanto à lateralidade manual, não houve sinistros nas ENS. Entretanto, se nas ENS a<br />

prevalência do sexo feminino teoricamente favorece índices menos lateralizados (sexo feminino está<br />

relacionado à tendência em diminuição da assimetria normal do PT), por outro lado, a ausência de<br />

indivíduos sinistros (com maior tendência de reversão da assimetria normal) parece contrabalançar o<br />

possível efeito de gênero, compensando as disparidades no pareamento.<br />

Tabela 4.2.1.3. Variáveis demográficas entre Grupo Controle e Formas de Leonhard.<br />

Formas de<br />

Gênero (1) Idade (2) Lateralidade (3) Volume Cerebral (4) Escolaridade (5)<br />

Leonhard<br />

(M:F)<br />

(D:E)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

(12:8) 31,5 ± 10,8 (16:4) 1113,28 ± 102 10,4 ± 9<br />

E. Não-Sistemáticas<br />

(n = 18)<br />

(8:10) 35,6 ± 7,6 (18:0) 1052,34 ± 120 8,6 ± 4<br />

E. Sistemáticas<br />

(n = 22)<br />

(16:6) 32,7 ± 8,3 (18:4) 1082,80 ± 149 7,5 ± 3<br />

Estatística p= 0,192 P= 0,112 p= 0,136 p= 0,143 p= 0,504<br />

(1) Gênero sexual: O grupo <strong>das</strong> ENS apresenta predominância de mulheres quando comparado ao GC e grupo <strong>das</strong> ES.<br />

Entretanto, Teste X² (Pearson = 3,300; Sig.= 0,192).<br />

(2) Idade: Kruskal-Wallis (X²= 4,382; Sig.= 0,112).<br />

(3) Lateralidade manual: GC e ES aparecem adequadamente pareados. Entretanto, as ENS não apresentaram nenhum indivíduo<br />

sinistro. X² (Pearson = 3,986; Sig.= 0,136).<br />

(4) Volume cerebral: Anova one-way (F= 1,102; Sig.= 0,339). Embora o GC tenha apresentado maiores VC, LSD (GC-ENS:<br />

Sig.= 0,143) e Scheffè não revelam diferenças significativas.<br />

(5) Escolaridade: Kruskal-Wallis: X²= 1,369; Sig.= 0,504.<br />

<strong>As</strong> formas Não-Sistemáticas apresentaram (média ± DP): Duração da doença = 15,22 ± 7,22;<br />

Idade de início dos sintomas psicóticos = 19,83 ± 4,26; Idade da primeira internação = 20,5 ± 3,6;<br />

Número de internações = 3 ± 3,2; Antecedentes familiares de psicose: 14 (78%); Antecedentes<br />

familiares de esquizofrenia = 6 (33%).<br />

<strong>As</strong> formas Sistemáticas apresentaram: Duração da doença = 16,23 ± 9,43; Idade de início dos<br />

sintomas psicóticos = 16,45 ± 3,54; Idade da primeira internação = 18,95 ± 3,12; Número de<br />

internações = 4,68 ± 3,36; Antecedentes familiares de psicose: 16 (73%); Antecedentes familiares de<br />

esquizofrenia = 13 (59%).


4.2.1.4. Grupo Controle e subformas de Leonhard:<br />

161<br />

Na Parafrenia Afetiva predominaram pacientes femininas (6:10), enquanto que na Parafrenia<br />

Sistemática predominaram pacientes masculinos (10:3). Em tese, isto pode favorecer assimetria à<br />

direita no grupo <strong>das</strong> Parafrenias Afetivas e assimetria à esquerda no grupo Parafrenia Sistemática, o<br />

que novamente contrabalança com a ausência de indivíduos sinistros na Parafrenia Afetiva.<br />

No GP, apenas Parafrenias Sistemáticas apresentaram indivíduos sinistros (2 fortemente<br />

sinistros e 2 sinistros). Os demais grupos são compostos exclusivamente de indivíduos destros. Em<br />

termos práticos, esta diferença pode favorecer o predomínio de assimetria à esquerda em parafrênicos<br />

afetivos.<br />

Tabela 4.2.1.3. Variáveis entre Grupo Controle e subformas de Esquizofrenia <strong>segundo</strong> Leonhard<br />

Subformas de Gênero (1) Idade (2) Lateralidade (3) Volume Cerebral<br />

Leonhard<br />

(M:F)<br />

(D:E)<br />

(4)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

(12:8) 31,5 ± 11 (16:4) 1113,28 ± 102 10,4 ± 8,6<br />

Parafrenia Afetiva<br />

(n = 16)<br />

(6:10) 35,7 ± 7,5 (16:0) 1057,15 ± 126 8,9 ± 3,6<br />

Catafasia<br />

(n = 1)<br />

(1:0) 43 1 destro 1071,94 7<br />

Catatonia Periódica<br />

(n = 1)<br />

(1:0) 26 1 destro 955,65 6<br />

Parafrenia Sistemática<br />

(n = 13)<br />

(10:3) 32 ± 8 (9:4) 1111,53 ± 134 7,5 ± 3<br />

Hebefrenia<br />

(n = 8)<br />

(5:3) 33 ± 9 (8:0) 1036,06 ± 178 7,1 ± 3,6<br />

Catatonia<br />

(n = 1)<br />

(1:0) 33 1 destro 1083,21 10<br />

Escolaridade (5)<br />

Estatística p= 0,326 p= 0,272 p= 0,214 p= 0,156 p= 0,915<br />

(*)Para fins de análise estatística, os subgrupos com apenas 1 indivíduo foram suprimidos.<br />

(1) Gênero sexual: Teste X²(Pearson = 6,947; Sig.= 0,326).<br />

(2) Idade: Kruskal-Wallis (X² = 7,559; Sig.= 0,272).<br />

(3) Lateralidade manual: Teste X² (Pearson = 8,343; Sig.= 0,214).<br />

(4) Volume cerebral: Anova oneway (F= 1,146.Sig.= 0,339). LSD: GC/Heb.: Sig.= 0,156; GC/P.Afetiva: Sig.= 0,198).<br />

(5) Escolaridade: Kruskal-Wallis (X² = 2,053; Sig.= 0,915).


4.2.2. Parâmetros morfométricos nos subgrupos diagnósticos:<br />

4.2.2.1. Índice de Girificação (GI):<br />

4.2.2.1.1. Comparação entre Grupo Controle (GC) e Grupo de Pacientes (GP):<br />

162<br />

Pacientes apresentaram redução bilateral de GI em relação ao GC, como demonstrado por<br />

teste t simples (Tabela 4.2.2.1). Entretanto, controlando para os fatores sócio-demográficos<br />

demográficos, a redução permanece significativa apenas no hemisfério esquerdo, com efeito mais<br />

pronunciado nos segmentos posteriores do cérebro. Os pacientes também apresentaram GIs maiores<br />

em hemisfério direito, embora a diferença nos coeficientes de assimetria entre GP e GC não tenha<br />

alcançado diferença estatisticamente significativa.<br />

Tabela 4.2.2.1.1. Índice de Girificação no Grupo Controle e no Grupo de Pacientes<br />

Grupos RGI (1) RGIFr (2) RGITPOc (3) LGI (4) LGIFr (5) LGITPOc (6) CAGI (7)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

Grupo Pacientes<br />

(n = 40)<br />

2,56 ± 0,11 2,20 ± 0,13 2,70 ± 0,10 2,56 ± 0,09 2,19 ± 0,11 2,71 ± 0,11 0,003 ± 0,02<br />

2,48 ± 0,15 2,12 ± 0,15 2,60 ± 0,17 2,44 ± 0,13 2,08 ± 0,15 2,58 ± 0,14 0,014 ± 0,03<br />

Estatística (a) p= 0,025 (a) p= 0,062 (a) p= 0,006 (a) p= 0,001 (a) p= 0,007 (c) p= 0,003 (a) p= 0,151<br />

(b) p= 0,086 (b) p= 0,163 (b) p= 0,059 (b) p= 0,003 (b) p= 0,018 (b) p= 0,002 (b) p= 0,083<br />

(*)Teste de normalidade: LGITPOc é o único dado não-simétrico (K-S: Sig.= 0,006; S-W: Sig.= 0,012).<br />

(a) Teste t para amostras independentes.<br />

(b) Modelo Linear Geral (GLM), com variáveis demográficas como cofatores e correção de Bonferroni.<br />

(c) Teste não-paramétrico de Mann-Whitney.<br />

(1) RGI (Índice de Girificação Direito): (a) Levene (F= 1,773; Sig.= 0,188). T-teste: Sig.= 0,025. (b) GLM: Idade (Sig.=<br />

0,036), Volume Cerebral (Sig.= 0,009) e Escolaridade (Sig.= 0,902): F= 3,125; Sig.= 0,086.<br />

(2) RGIFr (Índice de Girificação Direito Frontal): (a) Levene (F= 0,057; Sig.= 0,812). T-teste: Sig.= 0,062. (b)GLM: Idade<br />

(Sig.= 0,053), Volume Cerebral (Sig.= 0,008) e Escolaridade (Sig.= 0,534): F= 1,997; Sig.= 0,163.<br />

(3) RGITPOc (Índice de Girificação Direito Temporo-Parieto-Occipital): (a) Levene (F= 6,590; Sig.= 0,013). T-teste: Sig.=<br />

0,006. (b) GLM: Idade (Sig.= 0,065), Volume Cerebral (Sig.= 0,003) e Escolaridade (Sig.= 0,469): F= 3,731; Sig.= 0,059.<br />

(4) LGI (Índice de Girificação Esquerdo): (a) Levene (F= 2,352; Sig.= 0,131). T-teste: Sig.= 0,001. (b) GLM: Idade (Sig.=<br />

0,016), Volume Cerebral (Sig.= 0,101) e Escolaridade (Sig.= 0,659): F= 9,444; Sig.= 0,003.<br />

(5) LGIFr (Índice de Girificação Esquerdo Frontal): (a) Levene (F= 0,909; Sig.= 0,344). T-teste: Sig.= 0,007. (b)GLM:<br />

Idade (Sig.= 0,013), Volume Cerebral (Sig.= 0,226) e Escolaridade (Sig.= 0,470): F= 5,968; Sig.= 0,018.<br />

(6) LGIPTOc (Índice de Girificação Esquerdo Temporo-Parieto-Occipital): (c) Mann-Whitney: Sig.= 0,003. (b)GLM:<br />

Idade (Sig.= 0,025), Volume Cerebral (Sig.= 0,025) e Escolaridade (Sig.= 0,202): F= 10,526; Sig.= 0,002.<br />

(7) CAGI (Coeficiente de assimetria do GI): (a) Levene (F= 2,420; Sig.= 0,125). T-teste: Sig.= 0,151. (b) GLM: Gênero<br />

(Sig.= 0,633), Idade (Sig.= 0,824), Lateralidade (Sig.= 0,351), Volume Cerebral (Sig.= 0,061) e Escolaridade (Sig.= 0,560): F=<br />

3,118; Sig.= 0,083.


4.2.2.1.2. Comparação entre GC e subtipos do DSM-IV:<br />

163<br />

O subtipo Desorganizado apresentou redução bilateral de GI em relação Grupo Controle<br />

(Tabela 4.2.2.1.2). O subtipo Paranóide apresentou GI semelhante ao do Grupo Controle no<br />

hemisfério direito, mas tendência para menor GI no hemisfério esquerdo. Em relação ao GC, o subtipo<br />

Paranóide apresentou desvio da assimetria do GI para a direita, embora a covariação e correção de<br />

Bonferroni tenham resultado em níveis estatísticos não significativos.<br />

Embora a redução do GI tenha predominado na região posterior do cérebro, tal efeito<br />

apresentou-se ao longo de toda a córtex cerebral, pois ambos GIFr e GITPOc apresentaram-se<br />

reduzidos.<br />

Tabela 4.2.2.1.2. Índice de Girificação nos subtipos do DSM-IV<br />

Grupos RGI (1) RGIFr (2) RGITPOc (3) LGI (4) LGIFr (5) LGITPOc (6) CAGI (7)<br />

Grupo Controle 2,56 ± 0,11 2,20 ± 0,13 2,70 ± 0,10 2,56 ± 0,09 2,19 ± 0,11 2,71 ± 0,11 0,003 ± 0,02<br />

(n = 20)<br />

Paranóide 2,52 ± 0,13 2,16 ± 0,15 2,64 ± 0,12 2,47 ± 0,12 2,11 ± 0,14 2,61 ± 0,13 0,021 ± 0,03<br />

(n = 27)<br />

Desorganizado 2,36 ± 0,17 2,01 ± 0,15 2,48 ± 0,19 2,35 ± 0,14 2,00 ± 0,17 2,47 ± 0,15 0,004 ± 0,04<br />

(n = 8)<br />

Residual 2,45 ± 0,12 2,08 ± 0,07 2,59 ± 0,13 2,46 ± 0,12 2,09 ± 0,12 2,60 ± 0,12 -0,004 ± 0,02<br />

(n = 5)<br />

Estatística (a) p= 0,000 (a) p= 0,002 (a) p= 0,001 (a) p= 0,000 (a) p= 0,002 (b) p= 0,004 (a) p= 0,038<br />

(b) p= 0,037 (b) p= 0,116 (b) p= 0,106 (b) p= 0,006 (b) p= 0,112 (c) p= 0,004 (b) p= 0,224<br />

(a) Anova-Oneway (Least-Significant Difference - LSD);<br />

(b) Modelo Linear Geral (GLM) covariando com fatores demográficos e com correção de Bonferroni;<br />

(c) Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis).<br />

(1) RGI: (a) ANOVA (F = 5,431; Sig.= 0,002). LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,000), Paranóide/Desorganizado (Sig.=<br />

0,003), GC/Residual (Sig.= 0,070). (b) GLM: [Gênero (p= 0,403), Idade (p= 0,084), Lateralidade (p= 0,992), Volume Cerebral<br />

(p= 0,256) e Escolaridade (p= 0,881)]. F= 2,905; Sig.= 0,044: GC/Desorganizado (Sig.= 0,037), Paranóide/Desorganizado<br />

(Sig.= 0,153).<br />

(2) RGIFr: (a) ANOVA (F= 4,174; Sig.= 0,010). LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,002), Paranóide/Desorganizado (Sig.=<br />

0,006). (b) GLM: [Gênero (p= 0,329), Idade (p= 0,122), Lateralidade (p= 0,635), Volume Cerebral (p= 0,264) e Escolaridade<br />

(p= 0,685)]. F= 2,229; Sig.= 0,096: GC/Desorganizado (Sig.= 0,116), Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,261).<br />

(3) RGITPOc: (a) ANOVA (F= 4,201; Sig.= 0.009). LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,001); Paranóide/Desorganizado (Sig.=<br />

0,014). (b) GLM [Gênero (p= 0,440), Idade (p= 0,124), Lateralidade (p= 0,882), Volume Cerebral (p= 0,109) e Escolaridade<br />

(p= 0,650)]. F= 2,138; Sig.= 0,107: GC/Desorganizado (Sig.= 0,106); Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,685).<br />

(4) LGI: (a) ANOVA (F = 6,533; Sig.= 0,001). LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,012); GC/Desorganizado (Sig.= 0,000);<br />

Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,013). (b) GLM [Gênero (p= 0,315), Idade (p= 0,038), Lateralidade (p= 0,639), Volume<br />

Cerebral (p= 0,779) e Escolaridade (p= 0,876)]. F= 4,516; Sig.= 0,007: GC/Desorganizado (Sig.= 0,006); GC/Paranóide (Sig.=<br />

0,112); Paranóide/Desorganizado: (Sig.= 0,313).<br />

(5) LGIFr: (a) ANOVA (F= 3,936; Sig.= 0,013). LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,046); GC/Desorganizado (Sig.= 0,002). (b)<br />

GLM [Gênero (p= 0,927), Idade (p= 0,025), Lateralidade (p= 0,838), Volume Cerebral (p= 0,559) e Escolaridade (p= 0,563)].<br />

F= 2,364; Sig.= 0,084: GC/Desorganizado (Sig.= 0,112); GC/Paranóide (Sig.= 0,358).<br />

(6) LGITPOc: (c) Kruskal-Wallis: X²= 13,304; Sig.= 0,004. (b) GLM [Gênero (p= 0,341), Idade (p= 0,055), Lateralidade (p=<br />

0,888), Volume Cerebral (p= 0,418) e Escolaridade (p= 0,340)]. F= 4,941; Sig.= 0,004: GC/Desorganizado (Sig.= 0,004);<br />

GC/Paranóide (Sig.= 0,072); Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,302).<br />

(7) CAGI: (a) ANOVA (F= 2,166; Sig.= 0,102). LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,038). (b) GLM [Gênero (p= 0,809), Idade (p=<br />

0,672), Lateralidade (p= 0,463), Volume Cerebral (p= 0,142) e Escolaridade (p= 0,574)]. F= 1,835; Sig.= 0,153: GC/Paranóide<br />

(Sig.= 0,224).


4.2.2.1.3. Comparação entre GC e formas de Leonhard:<br />

164<br />

Ambas as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas apresentaram redução de GI (Tabela<br />

4.2.2.1.2). Entretanto, com controle para fatores demográficos, somente as ES apresentaram redução<br />

de LGI com nível de significância estatística. <strong>As</strong> ES também apresentaram tendência para o desvio do<br />

CAGI à direita.<br />

Tabela 4.2.2.1.2. Índice de Girificação nas formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard<br />

Formas de<br />

Leonhard<br />

RGI (1) RGIFr. (2) RGITPOc (3) LGI (4) LGIFr. (5) LGITPOc (6) CAGI (7)<br />

Grupo Controle 2,56 ± 0,11 2,20 ± 0,13 2,70 ± 0,10 2,56 ± 0,09 2,19 ± 0,11 2,71 ± 0,11 0,003 ± 0,02<br />

(n = 20)<br />

Não-Sistemáticas 2,47 ± 0,17 2,11 ± 0,18 2,58 ± 0,21 2,44 ± 0,14 2,09 ± 0,18 2,58 ± 0,15 0,010 ± 0,04<br />

(n = 18)<br />

Sistemáticas 2,48 ± 0,13 2,13 ± 0,13 2,61 ± 0,14 2,44 ± 0,13 2,08 ± 0,13 2,58 ± 0,14 0,018 ± 0,02<br />

(n = 22)<br />

Estatística (a) p= 0,038 (a) p= 0,076 (a) p= 0,016 (a) p= 0,003 (a) p= 0,013 (c) p= 0,003 (a) p= 0,100<br />

(b) p= 0,329 (b) p= 0,527 (b) p= 0,236 (b) p= 0,011 (b) p= 0,053 (b) p= 0,008 (b) p= 0,129<br />

(a) Anova-Oneway (Least-Significant Difference - LSD);<br />

(b) General Linear Model (GLM) covariando com fatores demográficos e com correção de Bonferroni;<br />

(c) Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis).<br />

(1) RGI: (a) Anova (F = 2,687; Sig.= 0,077). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,038); GC/ES (Sig.= 0,067). (b) GLM [Gênero (Sig.=<br />

0,784), Idade (Sig.= 0,042), Lateralidade (Sig.= 0,866), Volume Cerebral (Sig.= 0,045) e Escolaridade (Sig.= 0,931)]. F= 1,521;<br />

Sig.= 0,228: GC/ENS (Sig.= 0,567); GC/ES (Sig.= 0,329).<br />

(2) RGIFr: (a) Anova (F = 1,862; Sig.= 0,165). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,076); GC/ES (Sig.= 0,143). (b) GLM [Gênero (Sig.=<br />

0,621); Idade (Sig.= 0,062); Lateralidade (Sig.= 0,752); Volume Cerebral (Sig.= 0,056) e Escolaridade (Sig.= 0,548)]. F=<br />

1,005; Sig.= 0,373: GC/ENS (Sig.= 1,00); GC/ES (Sig.= 0,527).<br />

(3) RGITPOc: (a) Anova (F = 3,220; Sig.= 0,047). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,016); GC/ES (Sig.= 0,095). (b) GLM [Gênero<br />

(Sig.= 0,774); Idade (Sig.= 0,085); Lateralidade (Sig.= 0,729); Volume Cerebral (Sig.= 0,021) e Escolaridade (Sig.= 0,565)]. F=<br />

1,919; Sig.= 0,157: GC/ENS: (Sig.= 0,236); GC/ES: (Sig.= 0,379).<br />

(4) LGI: (a) Anova (F = 5,915; Sig.= 0,005). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,006); GC/ES (Sig.= 0,003). (b) GLM [Gênero (Sig.=<br />

0,505); Idade (Sig.= 0,017); Lateralidade (Sig.= 0,590); Volume Cerebral (Sig.= 0,307) e Escolaridade (Sig.= 0,621)]. F =<br />

4,848; Sig.= 0,012: GC/ENS (Sig.= 0,143); GC/ES: (Sig.= 0,011); ENS/ES: (Sig.= 1,000).<br />

(5) LGIFr: (a) Anova (F = 3,811; Sig.= 0,028). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,033); GC/ES (Sig.= 0,013). (b) GLM [Gênero (Sig.=<br />

0,959); Idade (Sig.= 0,013); Lateralidade (Sig.= 0,736); Volume Cerebral (Sig.= 0,283) e Escolaridade (Sig.= 0,403)]. F =<br />

3,067; Sig.= 0,055: GC/ENS (Sig.= 0,441); GC/ES (Sig.= 0,053).<br />

(6) LGITPOc: (a) Anova (F = 5,979; Sig.= 0,004). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,005); GC/ES (Sig.= 0,004). (c) Kruskal-Wallis: X²=<br />

9,065; Sig.= 0,003. (b) GLM [Gênero (Sig.= 0,562); Idade (Sig.= 0,027); Lateralidade (Sig.= 0,850); Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,115) e Escolaridade (Sig.= 0,211)]. F= 5,318; Sig.= 0,008: GC/ENS (Sig.= 0,085); NC/ES (Sig.= 0,008).<br />

(7) CAGI: (a) Anova (F= 1,396; Sig.= 0,256). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,44); GC/ES (Sig.= 0,10). (b) GLM [Gênero (Sig.=<br />

0,488); Idade (Sig.= 0,735); Lateralidade (Sig.= 0,246); Volume Cerebral (Sig.= 0,055) e Escolaridade (Sig.= 0,478)]. F=<br />

2,163; Sig.= 0,125: GC/ENS (Sig.= 1,000); GC/ES (Sig.= 0,129); ENS/ES (Sig.= 0,837).


4.2.2.1.4. Comparação entre GC e subformas de Leonhard:<br />

165<br />

Compara<strong>das</strong> ao GC, as Hebefrenias apresentaram redução e.s. de LGI e tendência para<br />

redução de RGI (Tabela 4.2.2.1.4). <strong>As</strong> subformas Parafrenia Afetiva e Parafrenia Sistemática<br />

apresentaram tendência para redução de LGI.<br />

Tabela 4.2.2.1.4. Índice de Girificação nas subformas de Leonhard<br />

Subformas<br />

de Leonhard<br />

RGI (1) RGIFr. (2) RGITPOc (3) LGI (4) LGIFr. (5) LGITPOc (6) CAGI (7)<br />

Grupo Controle 2,56 ± 0,11 2,20 ± 0,13 2,70 ± 0,10 2,56 ± 0,09 2,19 ± 0,11 2,71 ± 0,11 0,003 ± 0,02<br />

(n = 20)<br />

Parafrenia Afetiva 2,49 ± 0,15 2,13 ± 0,17 2,60 ± 0,19 2,46 ± 0,13 2,11 ± 0,17 2,60 ± 0,14 0,013 ± 0,04<br />

(n = 16)<br />

Catafasia<br />

2,46 2,14 2,60 2,43 2,07 2,57 0,011<br />

(n = 1)<br />

Catatonia Periódica 2,08 1,80 2,20 2,17 1,75 2,32 -0,044<br />

(n = 1)<br />

Parafr. Sistemática 2,51 ± 0,15 2,14 ± 0,16 2,65 ± 0,15 2,47 ± 0,14 2,09 ± 0,15 2,62 ± 0,15 0,015 ± 0,02<br />

(n = 13)<br />

Hebefrenia<br />

2,44 ± 0,10 2,10 ± 0,08 2,56 ± 0,13 2,40 ± 0,09 2,05 ± 0,14 2,52 ± 0,10 0,019 ± 0,02<br />

(n = 8)<br />

Catatonia<br />

2,53 2,20 2,65 2,40 2,10 2,53 0,051<br />

(n = 1)<br />

Estatística (a) p= 0,031 (a) p= 0,123 (a) p= 0,029 (a) p= 0,002 (a) p= 0,018 (c) p= 0,002 (a) p= 0,198<br />

(b) p= 0,340 (b) p= 0,921 (b) p= 0,281 (b) p= 0,020 (b) p= 0,151 (b) p= 0,009 (b) p= 0,741<br />

(a) Anova-Oneway (LSD);<br />

(b) General Linear Model (GLM), controlando fatores demográficos e com correção de Bonferroni;<br />

(c) Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis).<br />

(1) RGI: (a) Anova (F = 1,900; Sig.= 0,141). LSD: GC/Hebefrenias (Sig.= 0,031). (b) GLM [Gênero (Sig.= 0,209), Idade<br />

(Sig.= 0,006), Lateralidade (Sig.= 0,837), Volume Cerebral (Sig.= 0,259), Escolaridade (Sig.= 0,847)]. F= 1,579; Sig.= 0,207:<br />

GC/Par.Afetiva (Sig.= 1,000), GC/Par.Sistemática (Sig.= 0,830), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,340).<br />

(2) RGIFr: (a) Anova (F = 1,124; Sig.= 0,348). LSD: GC/Hebefrenias (Sig.= 0,123). (b) GLM [Gênero (Sig.= 0,277), Idade<br />

(Sig.= 0,021), Lateralidade (Sig.= 0,660), Volume Cerebral (Sig.= 0,194), Escolaridade (Sig.= 0,462)]. F = 0,919; Sig.= 0,439 :<br />

GC/Par.Afetiva (Sig.= 1,000), GC/Par.Sistemática (Sig.= 0,921), GC/Hebefrenia (Sig.= 1,000).<br />

(3) RGITPOc: (a) Anova (F = 2,320; Sig.= 0,086). LSD: GC/Par.Afetivas (Sig.= 0,044); GC/Hebefrenias (Sig.= 0,029). (b)<br />

GLM [Gênero (Sig.= 0,298), Idade (Sig.= 0,024), Lateralidade (Sig.= 0,606), Volume Cerebral (Sig.= 0,134), Escolaridade<br />

(Sig.= 0,519)]. F = 1,558; Sig.= 0,212 : GC/Par.Afetiva (Sig.= 1,000), GC/Par.Sistemática (Sig.= 1,000), GC/Hebefrenia (Sig.=<br />

0,281).<br />

(4) LGI: (a) Anova (F = 4,140; Sig.= 0,010). LSD: GC/Par.Afetiva (Sig.= 0,020), GC/Par.Sistemática (Sig.= 0,043),<br />

GC/Hebefrenia (Sig.= 0,002). (b) GLM [Gênero (Sig.= 0,122), Idade (Sig.= 0,004), Lateralidade (Sig.= 0,701), Volume<br />

Cerebral (Sig.= 0,918), Escolaridade (Sig.= 0,597)]. F = 4,050; Sig.= 0,012 : GC/Par.Afetiva (Sig.= 0,793),<br />

(GC/Par.Sistemática (Sig.= 0,090), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,020); Par.Afetiva/Hebefrenia (Sig.= 0,442).<br />

(5) LGIFr: (a) Anova (F = 2,538; Sig.= 0,066). LSD: GC/Par.Sistemáticas (Sig.= 0,057), GC/Hebefrenias (Sig.= 0,018). (b)<br />

GLM [Gênero (Sig.= 0,450), Idade (Sig.= 0,002), Lateralidade (Sig.= 0,708), Volume Cerebral (Sig.= 0,783), Escolaridade<br />

(Sig.= 0,331)]. F = 2,704; Sig.= 0,056 : GC/Par.Afetiva (Sig.= 1,000), GC/Par.Sistemática (Sig.= 0,151), (GC/Hebefrenia (Sig.=<br />

0,160); Par.Afetiva/Hebefrenia (Sig.= 0,799).<br />

(6) LGITPOc: (a) Anova (F = 4,418; Sig.= 0,008). LSD: GC/Par.Afetiva (Sig.= 0,014), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,002). (c)<br />

Kruskal-Wallis: X²= 14,924; Sig.= 0,021. (b) GLM [Gênero (Sig.= 0,170), Idade (Sig.= 0,008), Lateralidade (Sig.= 0,933),<br />

Volume Cerebral (Sig.= 0,486), Escolaridade (Sig.= 0,200)]. F = 4,412; Sig.= 0,008 : GC/Par.Afetiva (Sig.= 0,435),<br />

GC/Par.Sistemática (Sig.= 0,123), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,009). Par.Afetiva/Hebefrenia (Sig.= 0,429).<br />

(7) CAGI: (a) Anova. LSD: GC/Hebefrenia (Sig.= 0,198). (b) GLM [Gênero (Sig.= 0,695), Idade (Sig.= 0,956), Lateralidade<br />

(Sig.= 0,371), Volume Cerebral (Sig.= 0,111), Escolaridade (Sig.= 0,582)]. F = 1,163; Sig.= 0,333 : GC/Par.Afetiva (Sig.=<br />

1,000), GC/Par.Sistemática (Sig.= 0,987), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,741).<br />

Sumário dos resultados referentes ao Índice de Girificação:<br />

GC / Pacientes:<br />

1. T-testes demonstraram redução bilateral de GI no GP (RGI: p=0,025; LGI: p=0,001). Entretanto,<br />

análise linear multivariada controlando para covariáveis que influenciaram o GI (idade e volume<br />

cerebral) demonstrou redução significativa apenas no LGI do GP (p=0,003). Embora o efeito de


166<br />

redução do LGI tenha sido mais pronunciado na região posterior, observa-se que a redução é<br />

difusa ao longo do córtex.<br />

2. Em relação ao Coeficiente de <strong>As</strong>simetria, os pacientes tenderam para maiores índices relativos de<br />

GI no hemisfério direito.<br />

GC / subtipos do DSM-IV:<br />

1. O subtipo Desorganizado apresentou GI significativamente reduzido em ambos os<br />

hemisférios quando comparado ao GC.<br />

2. Quanto ao Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do GI, o subgrupo Paranóide apresentou tendência para<br />

desvio da assimetria à direita (RGI > LGI).<br />

GC / Formas de Leonhard:<br />

1. ES apresentaram LGI significativamente menor do que LGI do GC. ENS também<br />

apresentaram tendência estatisticamente não significativa de menor LGI em relação aos<br />

controles.<br />

2. ES apresentaram tendência para maiores índices de GI no hemisfério direito.<br />

GC/Subformas Leonhard:<br />

1. Hebefrenias apresentaram redução significativa de LGI em relação aos controles. Parafrenias<br />

Sistemáticas apresentaram tendência para o mesmo efeito.<br />

4.2.2.1.5. Diferenças de GI entre Hemisférios Cerebrais:<br />

A comparação do pregueamento cortical entre os hemisférios direito e esquerdo nos mesmos<br />

sujeitos revela que, diferente do que ocorreu no GC, pacientes apresentaram LGI significativamente<br />

menor do que RGI (Tabela 4.2.2.1.6).<br />

Tabela 4.2.2.1.5. GI dos hemisférios cerebrais em pacientes e controles<br />

GI Grupo Controle (20) Grupo Pacientes (40)<br />

RGI 2,56 ± 0,11 2,48 ± 0,15 *<br />

LGI 2,56 ± 0,09 2,44 ± 0,13 *<br />

T-teste p = 0,555 p = 0,007<br />

CAGI 0,003 ± 0,02 0,014 ± 0,03<br />

GLM p = 0,083<br />

1. No GC, RGI e LGI não apresentam diferença estatística significativa. T-teste pareado (t= -0,601; Sig.= 0,555).<br />

2. No GP, o RGI mostrou-se significativamente maior do que o LGI. T-teste amostras parea<strong>das</strong>: (T = -2,859; Sig.= 0,007).<br />

3. Quanto ao Coeficiente de <strong>As</strong>simetria, houve tendência de o GP apresentar acentuação da assimetria do GI para o lado<br />

direito. GLM: Gênero (Sig.= 0,633), Idade (Sig.= 0,824), Lateralidade (Sig.= 0,351), Volume Cerebral (Sig.= 0,061) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,560). Bonferroni (F= 3,118; Sig.= 0,083).


GI no Hemisfério Direito<br />

4.2.2.1.6. Correlações entre GI e variáveis demográficas:<br />

167<br />

A variável Idade apresentou uma correlação negativa com o LGI do GC (p= 0,029) e, embora<br />

fraca e estatisticamente não significativa, com o RGI do GP. Somados os efeitos nos dois subgrupos,<br />

ambos R e LGI apresentaram diminuição com o aumento da Idade (Tabela 4.2.2.1.5).<br />

O aumento do Volume Cerebral correlacionou com aumento do RGI, efeito observado<br />

sobretudo no grupo de pacientes, embora não estatisticamente significativo (p= 0,092).<br />

Gênero Sexual, Escolaridade, Duração da Doença e Lateralidade Manual não mostraram<br />

correlações significativas com o Índice de Girificação em nenhum dos grupos.<br />

Tabela 4.2.2.1.6. Índice de Girificação e variáveis demográficas<br />

Variáveis RGI LGI CAGI<br />

Grupo Controle (n= 20)<br />

1.Gênero (1) F= 0,500; p= 0,490 F= 0,863; p= 0,367 F= 0,000; p= 0,996<br />

2.Idade (2) r = -0,281; p= 0,259 r = -0,513; p= 0,029 * r = 0,341; p= 0,167<br />

3.Lateralidade (3) F= 0,211; p= 0,653 F= 0,131; p= 0,723 F= 0,138; p= 0,716<br />

4.Volume Cerebral (4) r = 0,260; p= 0,298 r = 0,231; p= 0,357 r = 0,174; p= 0,491<br />

5.Escolaridade (5) r = 0,017; p= 0,949 r = 0,061; p= 0,815 r = -0,056; p= 0,830<br />

Grupo Pacientes (n= 40)<br />

1.Gênero (1) F= 0,516; p= 0,477 F= 1,368; p= 0,250 F= 0,539; p= 0,468<br />

2.Idade (2) r = -0,236; p= 0,154 r = -0,171; p= 0,304 r = -0,117; p= 0,483<br />

3.Lateralidade (3) F= 0,091; p= 0,764 F= 0,905; p= 0,384 F= 1,032; p= 0,317<br />

4.Volume Cerebral (4) r = 0,277; p= 0,092 r = 0,129; p= 0,440 r = 0,266; p= 0,106<br />

5.Escolaridade (5) r = 0,017; p= 0,921 r = -0,165; p= 0,330 r = 0,300; p= 0,071<br />

6.Duração da doença (5) r = -0,225; p= 0,193 r = -0,156; p= 0,371 r = -0,134; p= 0,443<br />

7.Idade de início (3) r = -0,053; p= 0,743 r = -0,104; p= 0,525 r = 0,116; p= 0,476<br />

8.Idade 1a.internação(3) r = 0,067; p= 0,700 r = -0,064; p= 0,709 r = 0,253; p= 0,136<br />

9.No. de internações (3) r = -0,102; p= 0,531 r = -0,022; p= 0,892 r = -0,057; p= 0,728<br />

10.Ant. familiares (3) r = -0,118; p= 0,470 r = -0,150; p= 0,355 r = -0,110; p= 0,499<br />

Ambos os grupos (n= 60)<br />

1.Gênero (1) F= 0,003; p= 0,956 F= 0,004; p= 0,850 F= 0,102; p= 0,751<br />

2.Idade (2) r = -0,291; p= 0,027 * r = -0,322; p= 0,014 * r = 0,050; p= 0,708<br />

3.Lateralidade (3) F= 0,002; p= 0,967 F= 0,394; p= 0,533 F= 1,230; p= 0,272<br />

4.Volume Cerebral (4) r = 0,314; p= 0,016 * r = 0,198; p= 0,135 r = 0,228; p= 0,085<br />

5.Escolaridade (5) r = 0,021; p= 0,875 r = 0,009; p= 0,949 r = 0,031; p= 0,821<br />

(1)Modelo Linear Multivariado com Idade e Volume Cerebral como covariáveis.<br />

(2)Correlação Parcial, controlando para Gênero e Volume Cerebral.<br />

(3)Modelo Linear Multivariado, covariando com Gênero, Idade, Volume Cerebral e Escolaridade.<br />

(4)Correlação Parcial, controlando para Gênero e Idade.<br />

(5)Correlação Parcial, controlando para Gênero, Idade e Volume Cerebral.<br />

(6)Correlação Parcial, controlando para Gênero, Idade, Lateralidade, Volume Cerebral e Escolaridade.<br />

Gráfico 4.2.2.1.6. “Box plot" do GI nos gêneros masculino e feminino<br />

3,0<br />

2,8<br />

2,6<br />

2,4<br />

2,2<br />

2,0<br />

N =<br />

63<br />

12<br />

Controles (n = 20)<br />

8 24<br />

15<br />

GI no Hemisfério Esquerdo<br />

16<br />

Pacientes (n = 40)<br />

Gênero<br />

masculino<br />

feminino<br />

3,0<br />

2,8<br />

2,6<br />

2,4<br />

2,2<br />

2,0<br />

N =<br />

12<br />

Controles (n = 20)<br />

8 24<br />

16<br />

52<br />

Pacientes (n = 40)<br />

Gênero<br />

masculino<br />

feminino


4.2.2.1.7. Correlações entre GI e escalas de avaliação sintomatológica:<br />

168<br />

O Anexos A e B apresentam o resultado <strong>das</strong> correlações entre valores do GI e escores<br />

sintomatológicos. Na Tabela 4.2.2.1.7a encontram-se as correlações com significância estatística. Em<br />

geral, sintomas positivos tenderam a correlações positivas com o GI, especialmente com RGI. Por<br />

outro lado, alguns sintomas deficitários tenderam a correlações inversas (negativas) com o GI.<br />

Tabela 4.2.2.1.7a. Correlações entre GI e escores sintomatológicos (sem controle para variáveis<br />

demográficas)<br />

Escalas GI Direito GI Esquerdo<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,322; p= 0,043* r = 0,270; p= 0,092<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,400; p= 0,010** r = 0,360; p= 0,023*<br />

1. Delírios r = 0,327; p= 0,040* r = 0,313; p= 0,049*<br />

3.Comportamento alucinatório r = 0,502; p= 0,001** r = 0,394; p= 0,012*<br />

6.Desconfiança/perseguição r = 0,501; p= 0,001** r = 0,431; p= 0,006**<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,329; p= 0,038* r = 0,276; p= 0,085<br />

1.Preocupação somática r = 0,297; p= 0,063 r = 0,379; p= 0,016*<br />

2.Ansiedade r = 0,332; p= 0,036* r = 0,263; p= 0,101<br />

15.Preocupação r = 0,451; p= 0,004** r = 0,385; p= 0,014*<br />

16.Esquiva social ativa r = 0,334; p= 0,035* r = 0,196; p= 0,226<br />

BPRS (escore total) r = 0,350; p= 0,027* r = 0,322; p= 0,042*<br />

1.Preocupação somática r = 0,328; p= 0,039* r = 0,400; p= 0,011*<br />

2.Ansiedade r = 0,293; p= 0,067 r = 0,247; p= 0,124<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,509; p= 0,003** r = 0,476; p= 0,007**<br />

9.Humor depressivo r = 0,329; p= 0,038* r = 0,325; p= 0,041*<br />

11.Desconfiança r = 0,509; p= 0,001** r = 0,429; p= 0,006**<br />

12.Comportamento alucinatório r = 0,463; p= 0,003** r = 0,364; p= 0,021*<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = 0,321; p= 0,044 * r = 0,292; p= 0,068<br />

NSRS (escore total) r = -0,207; p= 0,200 r = -0,140; p= 0,389<br />

4.Atenção r = -0,434; p= 0,005** r = -0,377; p= 0,016*<br />

5.Orientação r = -0,385; p= 0,014* r = -0,297; p= 0,063<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho).<br />

(*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed);<br />

(**) Correlação significante a nível 0,01 (2-tailed).<br />

Entretanto, a simples correlação entre GI e escores sintomatológicos não exclui a<br />

possibilidade de que outros fatores estejam influenciando a correlação, motivo pelo qual aplicamos<br />

Correlação Parcial controlando para o efeito de uma ou mais variáveis adicionais pertinentes. No caso<br />

do GI, decidimos controlar para as variáveis que, dentro do GP, apresentaram correlações relevantes<br />

com o GI (Idade e Volume Cerebral). Os resultados <strong>das</strong> correlações com controle para esses fatores<br />

estão na Tabela 4.2.2.1.7b.<br />

Tabela 4.2.2.1.7b. GI e escores sintomatológicos (controlando para Idade e Volume Cerebral).<br />

Escalas GI Direito GI Esquerdo<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,226; p= 0,173 r = 0,193; p= 0,246<br />

6.Desconfiança/persecutoriedade r = 0,416; p= 0,009** r = 0,363; p= 0,026*<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,043; p= 0,799 r = 0,021; p= 0,898<br />

10.Desorientação r = -0,410; p= 0,011* r = -0,302; p= 0,065<br />

BPRS (escore total) r = 0,163; p= 0,329 r = 0,176; p= 0,291<br />

1.Preocupação somática r = 0,332; p= 0,042* r = 0,327; p= 0,045*<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,439; p= 0,017* r = 0,394; p= 0,035*<br />

11.Desconfiança r = 0,424; p= 0,008** r = 0,374; p= 0,021*<br />

18.Desorientação r = -0,626; p= 0,000** r = -0,501; p= 0,006**<br />

NSRS (escore total) r = -0,291; p= 0,076 r = -0,247; p= 0,136<br />

4.Atenção r = -0,276; p= 0,093 r = -0,321; p= 0,049*<br />

5.Orientação r = -0,271; p= 0,099 r = -0,222; p= 0,180<br />

7.Motivação r = -0,307; p= 0,061 r = -0,302; p= 0,065<br />

Correlação Parcial, controlando para Idade e Volume Cerebral;<br />

(*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed);<br />

(**) Correlação significante a nível 0,001 (2-tailed).


4.2.2.2. Hipocampo (H):<br />

169<br />

Para fins de comparação entre casos, os valores absolutos dos Hipocampos foram corrigidos<br />

de acordo com os respectivos Volumes Cerebrais, mediante a seguinte fórmula:<br />

[ Hipocampo Corrigido = Hipocampo Absoluto / Volume Cerebral x 1000 ].<br />

4.2.2.2.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes:<br />

Embora o GP tenha apresentado tendência à diminuição de HE (-3,2%) e ligeiro aumento de<br />

HD (+0,4%) em relação ao GC, as diferenças não são estatisticamente significativas. (Tabela<br />

4.2.2.2.1).<br />

A comparação entre HD e HE no GP revelou que pacientes esquizofrênicos apresentaram HE<br />

significativamente menor do que HD (T-teste pareado = -3,617; p= 0,001).<br />

Tabela 4.2.2.2.1. Volumes de Hipocampos no Grupo Controle e Grupo de Pacientes<br />

Hipocampos<br />

GC vs.GP<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

Hipocampo Direito (HD) (1) Hipocampo Esquerdo (HE) (2) Coeficiente de<br />

<strong>As</strong>simetria (3)<br />

Absoluto Corrigido Absoluto Corrigido<br />

3,73 ± 0,51 3,35 ± 0,35 3,64 ± 0,55 3,29 ± 0,40 0,02 ± 0,08<br />

Grupo de Pacientes 3,57 ± 0,49 3,36 ± 0,41 3,38 ± 0,48 3,18 ± 0,40 0,05 ± 0,09<br />

(n = 40)<br />

(a) p = 0,249 (a) p = 0,905 (a) p = 0,065 (a) p = 0,336 (b) p = 0,240<br />

(c) p = 0,849<br />

(c) p = 0,248 (c) p = 0,377<br />

Teste para normalidade: CAH do GC apresenta distribuição não-normal (S-W: Sig.= 0,012).<br />

(a) T-teste para amostras independentes (LSD);<br />

(b) Teste Não-Paramétrico (Mann-Whitney).<br />

(c) Modelo Linear Geral (GLM), covariando com Idade, Lateralidade, Volume Cerebral e Escolaridade e com correção de<br />

Bonferroni.<br />

(1) HD: (a) Levene (F= 0,856; Sig.= 0,359). T-teste = -0,120; Sig.= 0,905. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,284), Lateralidade (Sig.=<br />

0,095), Volume Cerebral (Sig.= 0,006) e Escolaridade (Sig.= 0,011). F= 0,037; Sig.= 0,849: GC/GP (Sig.= 0,849).<br />

(2) HE: (a)Levene (F= 0,355; Sig.= 0,554). T-teste = 0,970; Sig.= 0,336. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,402), Lateralidade (Sig.=<br />

0,491), Volume Cerebral (Sig.= 0,018) e Escolaridade (Sig.= 0,036). F= 1,365; Sig.= 0,248: GC/GP (Sig.= 0,248).<br />

(3) CAH: (a)Levene (F=0,375; Sig.= 0,543). T-teste = -1,182; Sig.= 0,242. (c) Mann-Whitney U (Z= -1,176; Sig.= 0,240).<br />

(c)GLM: Idade (Sig.= 0,621), Lateralidade (Sig.= 0,308), Volume Cerebral (Sig.= 0,804) e Escolaridade (Sig.= 0,907). F=<br />

0,795; Sig.= 0,377: GC/GP (Sig.= 0,377).<br />

4.2.2.2.2. Comparação entre GC e subtipos do DSM-IV:<br />

A análise dos volumes de Hipocampo corrigidos para o Volume Cerebral demonstra que não<br />

houve diferenças significativas entre o GC e os subtipos do DSM-IV (Tabela 4.2.2.2.2). O subtipo<br />

Desorganizado apresentou tendência para maior HD em relação ao GC (HD = + 1,8%) e ao subtipo<br />

Paranóide (HD = + 2,6%). O subtipo Paranóide apresentou tendência para menor HE em relação ao<br />

subtipo Residual e ao GC (HE = - 4,2%).<br />

Também não houve diferenças significativas entre os subtipos quanto ao Coeficiente de<br />

<strong>As</strong>simetria do Hipocampo.


Tabela 4.2.2.2.2. Volumes de Hipocampos nos subtipos do DSM-IV<br />

Hipocampos<br />

DSM-IV<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

Paranóide<br />

(n = 27)<br />

Desorganizado<br />

(n = 8)<br />

Residual<br />

(n = 5)<br />

Hipocampo Direito (HD) (1) Hipocampo Esquerdo (HE) (2) Coeficiente de<br />

<strong>As</strong>simetria (3)<br />

Absoluto Corrigido Absoluto Corrigido<br />

3,73 ± 0,51 3,35 ± 0,35 3,64 ± 0,55 3,29 ± 0,40 0,02 ± 0,08 (b)<br />

3,61 ± 0,46 3,32 ± 0,39 (a) 3,44 ± 0,44 3,15 ± 0,38 (a) 0,05 ± 0,08<br />

3,35 ± 0,49 3,41 ± 0,48 (a) 3,13 ± 0,47 3,19 ± 0,48 0,07 ± 0,12 (b)<br />

3,68 ± 0,50 3,36 ± 0,39 3,50 ± 0,68 3,32 ± 0,40 (a) 0,06 ± 0,13<br />

(a) p= 0,074 (a) p= 0,416 (a) p= 0,017 (a) p= 0,267 (b) p= 0,272<br />

(c) p= 0,999<br />

(c) p= 0,999 (c) p= 0,999<br />

(a)ANOVA-Oneway (LSD);<br />

(b)Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis).<br />

(c)Modelo Linear Geral (GLM), covariando com Idade, Lateralidade, Volume Cerebral e Escolaridade e níveis de significância<br />

com correção de Bonferroni.<br />

(1)HD: (a) Anova (F= 0,382; Sig.= 0,766). Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,416). (c) GLM: Gênero (Sig.= 0,559), Idade<br />

(Sig.= 0,345), Lateralidade (Sig.= 0,079), Volume Cerebral (Sig.= 0,061), Escolaridade (Sig.= 0,012). F= 0,535; Sig.= 0,660:<br />

GC/Paranóide/GED (Sig.= 1,000 ).<br />

(2)HE: (a) Anova (F= 0,553; Sig.= 0,648). Residual/Paranóide (Sig.= 0,267). (c) GLM: Gênero (Sig.= 0,671), Idade (Sig.=<br />

0,432), Lateralidade (Sig.= 0,455), Volume Cerebral (Sig.= 0,084), Escolaridade (Sig.= 0,036). F= 0,841; Sig.= 0,478:<br />

GC/Paranóide/Residual (Sig.= 1,000).<br />

(3)CAHip: (a)Anova (F= 0,540; Sig.= 0,657). LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,261); GC/Residual (Sig.= 0,507);<br />

GC/Paranóide (Sig.= 0,364). (b) Não-Paramétrico (Mann-Whitney): Sig.= 0,272. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,718), Idade (Sig.=<br />

0,706), Lateralidade (Sig.= 0,300), Volume Cerebral (Sig.= 0,908), Escolaridade (Sig.= 0,971). F= 0,345; Sig.= 0,793:<br />

GC/Paranóide/Desorganizado (Sig.= 1,000).<br />

4.2.2.2.3. Comparação entre GC e formas de Leonhard:<br />

170<br />

Não houve diferenças e.s. entre GC e formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas (Tabela<br />

4.2.2.2.3). <strong>As</strong> ENS apresentaram tendência para menor HD (HD = - 2,6%) quando compara<strong>das</strong> às ES.<br />

Tabela 4.2.2.2.3. Volumes de Hipocampo nas formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard<br />

Hipocampos<br />

Formas de Leonhard<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

Não-Sistemáticas<br />

(n = 18)<br />

Hipocampo Direito (1) Hipocampo Esquerdo (2) Coeficiente de<br />

Absoluto Corrigido Absoluto Corrigido <strong>As</strong>simetria (3)<br />

3,73 ± 0,51 3,35 ± 0,35 3,64 ± 0,55 3,29 ± 0,40 0,02 ± 0,08 (b, c)<br />

3,46 ± 0,44 3,31 ± 0,39 3,28 ± 0,40 3,14 ± 0,38 0,05 ± 0,08<br />

Sistemáticas 3,66 ± 0,52 3,40 ± 0,43 3,47 ± 0,53 3,22 ± 0,41 0,05 ± 0,10 (b, c)<br />

(n = 22)<br />

(a) p= 0,104 (a) p= 0,480 (a) p= 0,030 (a) p= 0,245 (b)p= 0,190<br />

(c) p= 0,105<br />

(c) p= 0,209 (c)p= 0,947<br />

(a)ANOVA-Oneway (LSD);<br />

(b)Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis).<br />

(c)Modelo Linear Geral (GLM), covariando com Gênero, Idade, Lateralidade, Volume Cerebral e Escolaridade e níveis de<br />

significância com correção de Bonferroni.<br />

(1)HD: (a)Anova: (F = 0,260; Sig.= 0,772). LSD: ENS/GES (Sig.= 0,480); GC/GES (Sig.= 0,665). (c)GLM: Gênero (Sig.=<br />

0,275), Idade (Sig.= 0,204), Lateralidade (Sig.= 0,031), Volume Cerebral (Sig.= 0,054), Escolaridade (Sig.= 0,006). F= 2,355;<br />

Sig.= 0,105: GC/ENS (Sig.= 0,583); GC/ES (Sig.= 1,00); ENS/ES (Sig.= 0,105).<br />

(2)HE: (a)Anova: (F.= 0,691; Sig.= 0,505). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,245). (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,362), Idade (Sig.= 0,332),<br />

Lateralidade (Sig.= 0,285), Volume Cerebral (Sig.= 0,104), Escolaridade (Sig.= 0,028). F = 1,998; Sig.= 0,146: GC/ENS (Sig.=<br />

0,209); GC/ES (Sig.= 1,00); ENS/ES (Sig.= 0,311).<br />

(3)CAHip: (a)Anova (F= 0,689; Sig.= 0,506). LSD: GC/ENS (Sig.= 0,345); GC/ES (Sig.= 0,289). (b) Kruskal Wallis: X²=<br />

3,325; Sig.= 0,190. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,735), Idade (Sig.= 0,608), Lateralidade (Sig.= 0,276), Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,962), Escolaridade (Sig.= 0,890). F= 0,513; Sig.= 0,602: GC/ENS (Sig.= 1,00); GC/ES (Sig.= 0,947).


4.2.2.2.4. Comparação entre GC e subformas de Leonhard:<br />

171<br />

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre as subformas de Leonhard e o<br />

Grupo Controle (Tabela 4.2.2.2.4). A subforma hebefrênica apresentou tendência para aumento de HD<br />

(+ 4,7%) em relação ao GC.<br />

Tabela 4.2.2.2.4. Volumes de Hipocampo nas subformas de Leonhard<br />

Subformas de Leonhard Hipocampo Direito (HD) (1) Hipocampo Esquerdo (HE) (2) Coeficiente de<br />

Absoluto Corrigido Absoluto Corrigido <strong>As</strong>simetria (3)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

3,73 ± 0,51 3,35 ± 0,35 (a) 3,64 ± 0,55 3,29 ± 0,40 (a, c) 0,02 ± 0,08<br />

Parafrenia Afetiva<br />

(n = 16)<br />

3,50 ± 0,41 3,34 ± 0,39 (c) 3,30 ± 0,40 3,15 ± 0,40 (a, c) 0,06 ± 0,08<br />

Catafasia<br />

(n = 1)<br />

3,70 3,45 3,43 3,20 0,75<br />

Catatonia Periódica<br />

(n = 1)<br />

2,62 2,74 2,74 2,86 -0,43<br />

Parafrenia Sistemática<br />

(n = 13)<br />

3,69 ± 0,53 3,34 ± 0,43 (c) 3,51 ± 0,55 3,17 ± 0,40 0,05 ± 0,08<br />

Hebefrenia<br />

(n = 8)<br />

3,61 ± 0,57 3,52 ± 0,46 (a) 3,38 ± 0,56 3,29 ± 0,47 0,07 ± 0,14<br />

Catatonia<br />

(n = 1)<br />

3,60 3,32 3,59 3,3150 0,002<br />

(a) p= 0,323<br />

(a) p= 0,315 (b) p= 0,565<br />

(a)ANOVA-Oneway (LSD);<br />

(c) p= 0,653<br />

(c) p= 0,587 (c) p= 0,999<br />

(b)Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis).<br />

(c)Modelo Linear Geral (GLM), covariando com Gênero, Idade, Lateralidade, Volume Cerebral e Escolaridade e níveis de<br />

significância com correção de Bonferroni.<br />

(1)HD: (a)Anova: (F= 0,430; Sig.= 0,732). LSD: GC/Hebefrenia (Sig.= 0,323). (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,470), Idade (Sig.=<br />

0,347), Lateralidade (Sig.= 0,039), Volume Cerebral (Sig.= 0,032), Escolaridade (Sig.= 0,007). F= 1,139; Sig.= 0,343 :<br />

GC/P.Afetiva (Sig.= 1,0), GC/P.Sistemática (Sig.= 1,0), GC/Hebefrenia (Sig.= 1,0), P.Afetiva/P.Sistemática (Sig.= 0,653),<br />

P.Afetiva/Hebefrenia (Sig.= 0,925).<br />

(2)HE: (a)Anova: (F= 0,496; Sig.= 0,687). LSD: GC/Par.Afetivas (Sig.= 0,315); GC/Par.Sistemáticas (Sig.= 0,419).<br />

(c)GLM: Gênero (Sig.= 0,435), Idade (Sig.= 0,427), Lateralidade (Sig.= 0,326), Volume Cerebral (Sig.= 0,112), Escolaridade<br />

(Sig.= 0,036). F= 1,057; Sig.= 0,376: GC/P.Afetiva (Sig.= 0,587), GC/P.Sistemática (Sig.= 1,0), GC/Hebefrenia (Sig.= 1,0).<br />

(3) CAHip: (b)Kruskal Wallis: X²= 4,838; Sig.= 0,565. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,959), Idade (Sig.= 0,745), Lateralidade (Sig.=<br />

0,287), Volume Cerebral (Sig.= 0,753), Escolaridade (Sig.= 0,865). Subformas (F= 0,356; Sig.= 0,785): to<strong>das</strong> as correlações<br />

com Sig.= 1,0.<br />

Sumário dos resultados referentes ao volume de Hipocampos:<br />

GC versus GP:<br />

Não houve diferença e.s. entre GC e GP. Pacientes apresentaram tendência à diminuição de<br />

HE (-3,2%) e ligeiro aumento de HD (+0,4%). No grupo de pacientes, o HE (-5,4%) apresentou-se<br />

significativamente menor do que o HD.<br />

GC versus subtipos do DSM-IV:<br />

Não houve diferenças e.s. entre GC e subgrupos do DSM-IV. Contudo, o subtipo<br />

Desorganizado apresentou tendência para aumento de HD em relação ao GC (+1,8%) e ao subtipo<br />

Paranóide (+2,6%).


GC versus formas de Leonhard:<br />

172<br />

Não houve diferenças e.s. entre GC e as formas de Leonhard. Entretanto, ES apresentaram<br />

tendência para maior HD (+2,6%) quando compara<strong>das</strong> às ENS. <strong>As</strong> formas Não-Sistemáticas tenderam<br />

à redução bilateral de Hipocampos.<br />

GC versus subformas de Leonhard:<br />

Quanto às subformas, não houve diferença e.s., embora a subforma Hebefrenia tenham<br />

apresentado tendência para aumento de HD (+ 4,7%) em relação ao GC.<br />

4.2.2.2.5. Correlações entre Hipocampo e variáveis demográficas:<br />

O nível de escolarização apresentou correlação e.s. positiva fraca com volumes de ambos os<br />

Hipocampos, com efeito mais pronunciado no grupo de controles saudáveis (Tabela 4.2.2.2.5).<br />

O Volume Cerebral tendeu à correlação inversa com o volume de Hipocampos,<br />

particularmente no grupo de pacientes. Entretanto, essa correlação pode ser explicada pelo efeito de os<br />

valores do Hipocampo terem sido corrigidos para o volume cerebral.<br />

Quanto à lateralidade no uso da mão, indivíduos não-destros (n= 8) tenderam a apresentar<br />

menores HD [r= 0,227; p= 0,093], com efeito prevalecente no GP.<br />

Tabela 4.2.2.2.5: Correlações entre Hipocampo e variáveis demográficas<br />

Variáveis Hipocampo Direito Hipocampo Esquerdo Coef. de <strong>As</strong>simetria<br />

Grupo Controle (n = 20)<br />

1.Gênero (1) F= 0,047; p= 0,831 F= 0,061; p= 0,809 F= 0,017; p= 0,899<br />

2.Idade (2) r = -0,025; p= 0,928 r = 0,063; p= 0,817 r = -0,005; p= 0,985<br />

3.Lateralidade (1) F= 1,193; p= 0,293 F= 0,077; p= 0,786 F= 0,837; p= 0,376<br />

4.Volume Cerebral (2) r = -0,146; p= 0,589 r = -0,203; p= 0,450 r = 0,112; p= 0,680<br />

5.Escolaridade (2) r = 0,367; p= 0,162 r = 0,384; p= 0,142 r = -0,126; p= 0,642<br />

Grupo Pacientes (n = 40)<br />

1.Gênero (1) F= 0,250; p= 0,620 F= 0,136; p= 0,715 F= 0,061; p= 0,806<br />

2.Idade (2) r = 0,213; p= 0,213 r = 0,163; p= 0,343 r = 0,050; p= 0,770<br />

3.Lateralidade (1) F= 2,066; p= 0,160 F= 0,446; p= 0,509 F= 0,419; p= 0,522<br />

4.Volume Cerebral (2) r = -0,266; p= 0,117 r = -0,213; p= 0,213 r = -0,042; p= 0,807<br />

5.Escolaridade (2) r = 0,247; p= 0,147 r = 0,130; p= 0,451 r = 0,096; p= 0,576<br />

6.Duração da doença (2) r = 0,139; p= 0,425 r = 0,121; p= 0,488 r = 0,010; p= 0,954<br />

7.Idade de início (3) r = 0,195; p= 0,228 r = 0,172; p=0,289 r = 0,004; p= 0,981<br />

8.Idade 1a.internação(3) r = 0,175; p= 0,308 r = 0,142; p= 0,410 r = 0,091; p= 0,599<br />

9.No. de internações (3) r = 0,065; p= 0,690 r = 0,081; p=0,620 r = -0,034; p= 0,834<br />

10.Ant. familiares (3) r = 0,010; p= 0,951 r = -0,045; p=0,783 r = 0,090; p= 0,581<br />

Ambos os grupos (n = 60)<br />

1.Gênero (1) F= 0,446; p= 0,507 F= 0,468; p= 0,497 F= 0,027; p= 0,870<br />

2.Idade (2) r = 0,138; p= 0,309 r = 0,095; p= 0,488 r = 0,075; p= 0,582<br />

3.Lateralidade (1) F= 2,932; p= 0,093 (§) F= 0,344; p= 0,560 F= 1,270; p= 0,265<br />

4.Volume Cerebral (2) r = -0,265; p= 0,049* r = -0,208; p= 0,124 r = -0,025; p= 0,853<br />

5.Escolaridade (2) r = 0,332; p= 0,013* r = 0,288; p= 0,032* r = -0,005; p= 0,973<br />

(1)Modelo Linear Multivariado com demais fatores demográficos como covariáveis.<br />

(2)Correlação Parcial, controlando para demais fatores.<br />

(3)Correlação Bivariada (Spearman rho).<br />

(§)Tendência estatisticamente não significativa. (*)Correlação significativa a nível de p < 0,05.


173<br />

Não houve correlações significativas entre volumes de Hipocampos e Idade de início da<br />

psicose, Idade da 1a. internação, Número de internações prévias ou Antecedentes familiares de<br />

psicose.<br />

4.2.2.2.6. Correlações entre Hipocampo e escores sintomatológicos:<br />

Os resultados da correlação entre volume de Hipocampo e todos os subitens <strong>das</strong> escalas de<br />

avaliação sintomatológica encontram-se nos Anexos C (sem controle de fatores demográficos) e D<br />

(controlando para lateralidade manual e escolaridade).<br />

A análise por correlação bivariada (Spearmann) evidenciou correlações negativas fracas (r <<br />

0,5; p < 0,05) entre severidade de sintomas (PANSS [Total, Geral, Positiva e Negativa (HD)] e BPRS<br />

Total) e volume de Hipocampo e em ambos os hemisférios (Tabela 4.2.2.2.6a).<br />

Tabela 4.2.2.2.6a: Correlações entre Hipocampo e escalas de avaliação (desconsiderando-se fatores<br />

sócio-demográficos).<br />

Escalas Hipocampo Direito Hipocampo Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = -0,377; p= 0,017* r = -0,390; p= 0,013* r = 0,074; p= 0,649<br />

PANSS Positiva (escore total) r = -0,306; p= 0,054§ r = -0,345; p= 0,029* r = 0,102; p= 0,531<br />

1. Delírios r = -0,266; p= 0,098 r = -0,315; p= 0,047* r = 0,032; p= 0,844<br />

2.Desorganização conceitual r = -0,175; p= 0,279 r = -0,320; p= 0,050* r = 0,071; p= 0,664<br />

3.Comportamento alucinatório r = -0,330; p= 0,038* r = -0,220; p= 0,173 r = 0,071; p= 0,661<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,377; p= 0,016* r = -0,303; p= 0,057§ r = -0,064; p= 0,397<br />

3.Sentimento de culpa r = -0,341; p= 0,031* r = -0,198; p= 0,220 r = -0,149; p= 0,359<br />

6.Depressão r = -0,381; p= 0,015* r = -0,183; p= 0,259 r = -0,209; p= 0,196<br />

10.Desorientação r = -0,293; p= 0,066§ r = -0,299; p= 0,061§ r = 0,034; p= 0,834<br />

13.Ambivalência volitiva r = -0,346; p= 0,029* r = -0,232; p= 0,149 r = -0,143; p= 0,379<br />

14.Pobre controle de impulsos r = -0,338; p= 0,033* r = -0,172; p= 0,289 r = -0,205; p= 0,205<br />

16.Esquiva social ativa r = -0,313; p= 0,049* r = -0,098; p= 0,548 r = -0,203; p= 0,209<br />

BPRS (escore total) r = -0,316; p= 0,047* r = -0,339; p= 0,033* r = 0,092; p= 0,574<br />

3.Distanciamento afetivo r = -0,158; p= 0,330 r = -0,321; p= 0,043* r = 0,211; p= 0,190<br />

5.Sentimentos de culpa r = -0,368; p= 0,019* r = -0,233; p= 0,149 r = -0,152; p= 0,348<br />

7.Manerismos e postura r = -0,360; p= 0,023* r = -0,405; p= 0,010** r = 0,000; p= 0,999<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,086; p= 0,647 r = -0,104; p= 0,578 r = 0,370; p= 0,041*<br />

9.Humor depressivo r = -0,303; p= 0,057§ r = -0,125; p= 0,442 r = -0,161; p= 0,320<br />

12.Comportamento alucinatório r = -0,319; p= 0,045* r = -0,208; p= 0,199 r = 0,075; p= 0,645<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = -0,258; p= 0,108 r = -0,314; p= 0,049* r = 0,035; p= 0,829<br />

18.Desorientação r = -0,292; p= 0,067§ r = -0,302; p= 0,058§ r = 0,040; p= 0,807<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,196; p= 0,225 r = -0,326; p= 0,040* r = 0,261; p= 0,104<br />

3.Contato pobre r = -0,090; p= 0,580 r = -0,249; p= 0,122 r = 0,321; p= 0,044*<br />

4.Retr. social passivo/apático r = -0,269; p= 0,093 r = -0,325; p= 0,040* r = 0,212; p= 0,189<br />

NSRS (escore total) r = -0,013; p= 0,936 r = -0,119; p= 0,465 r = 0,060; p= 0,715<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,218; p= 0,176 r = -0,336; p= 0,034* r = 0,037; p= 0,821<br />

6.Apresentação r = -0,319; p= 0,045* r = -0,311; p= 0,051 § r = -0,023; p= 0,886<br />

7.Motivação r = -0,132; p= 0,415 r = -0,309; p= 0,052 § r = 0,149; p= 0,357<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho).<br />

(*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed);<br />

(**) Correlação significante a nível 0,01 (2-tailed).<br />

(§) Tendência estatisticamente não significativa (p 0,1).<br />

Quanto aos sintomas positivos, a maior prevalência de Delírios (PANSS e BPRS) e<br />

Desorganização Conceitual (PANSS) correlacionou com redução de HE. Comportamento<br />

Alucinatório (PANSS e BPRS) correlacionou com redução de HD. Maneirismo e Postura (BPRS)<br />

correlacionaram com redução bilateral de Hipocampos.


174<br />

Dentre os sintomas deficitários: Distanciamento Afetivo (BPRS), Retraimento Social<br />

(passivo/apático) (PANSS) e défices em Julgamento e Motivação (NSRS) correlacionaram com<br />

redução de HE; Esquiva Social Ativa (PANSS), Sentimento de Culpa (PANSS e BPRS), Depressão<br />

(PANSS), Ambivalência Volitiva (PANSS) e Pobre Controle de Impulsos (PANSS) correlacionaram<br />

com redução de HD; Desorientação (PANSS e BPRS) e Apresentação (NSRS) tenderam a correlações<br />

negativas com redução bilateral de Hipocampos.<br />

Correlação Parcial, controlando para lateralidade e escolaridade, manteve correlações<br />

negativas fracas (r < -0,5; p < 0,05) entre severidade de sintomas (PANSS [Total e Positiva] e BPRS<br />

Total) e volume de Hipocampo, mas apenas com HE (Tabela 4.2.2.2.6b).<br />

Quanto aos sintomas positivos, Delírio (PANSS e BPRS) manteve correlação com redução<br />

de HE. Comportamento Alucinatório (PANSS e BPRS) correlacionou com redução bilateral de<br />

Hipocampos.<br />

Quanto aos sintomas deficitários: Retraimento Social (passivo/apático) (PANSS) e Contato<br />

Pobre (PANS Negativa) mantiveram correlação com redução de HE; Esquiva Social Ativa (PANSS<br />

[tendência]) e Ambivalência Volitiva (PANSS) mantiveram correlações negativas com redução de<br />

HD.<br />

Tabela 4.2.2.2.6b: Correlações entre Hipocampo e escalas de avaliação (controlando para Lateralidade<br />

Manual e Escolaridade).<br />

Escalas Hipocampo Direito Hipocampo Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = -0,251; p= 0,129 r = -0,324; p= 0,047* r = 0,089; p= 0,596<br />

PANSS Positiva (escore total) r = -0,256; p= 0,121 r = -0,335; p= 0,040* r = 0,099; p= 0,552<br />

1. Delírios r = -0,261; p= 0,113 r = -0,325; p= 0,046* r = 0,071; p= 0,673<br />

3.Comportamento alucinatório r = -0,389; p= 0,016* r = -0,341; p= 0,036* r = -0,062; p= 0,712<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,300; p= 0,067§ r = -0,238; p= 0,150 r = -0,088; p= 0,601<br />

13.Ambivalência volitiva r = -0,339; p= 0,041* r = -0,228; p= 0,169 r = -0,146; p= 0,380<br />

16.Esquiva social ativa r = -0,303; p= 0,065§ r = -0,135; p= 0,418 r = -0,245; p= 0,138<br />

BPRS (escore total) r = -0,289; p= 0,128 r = -0,372; p= 0,047* r = 0,114; p= 0,554<br />

7.Manerismos e postura r = -0,310; p= 0,102 r = -0,352; p= 0,061§ r = 0,057; p= 0,770<br />

12.Comportamento alucinatório r = -0,378; p= 0,019* r = -0,331; p= 0,042* r = -0,061; p= 0,715<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = -0,258; p= 0,118 r = -0,335; p= 0,039* r = 0,089; p= 0,594<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,128; p= 0,444 r = -0,303; p= 0,064§ r = 0,218; p= 0,189<br />

3.Contato pobre r = -0,023; p= 0,892 r = -0,286; p= 0,082 r = 0,327; p= 0,045*<br />

4.Retr. social passivo/apático r = -0,226; p= 0,172 r = -0,387; p= 0,016* r = 0,194; p= 0,243<br />

NSRS (escore total) r = -0,025; p= 0,883 r = -0,055; p= 0,743 r = 0,041; p= 0,807<br />

10.Relacionamento expressivo r = -0,178; p= 0,286 r = -0,285; p= 0,083 r = 0,126; p= 0,450<br />

Correlação Parcial, controlando para lateralidade manual e escolaridade.<br />

(**) Correlação significante a nível 0,01 (2-tailed); (*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed); (§) Tendência<br />

estatisticamente não significativa (p 0,1).


4.2.2.3. Planum temporale (PT):<br />

Os valores absolutos de PT e PT(+) foram corrigidos mediante a fórmula:<br />

PT Corrigido = PT Absoluto / Volume Cerebral x 1000.<br />

175<br />

Foram calculados volumes bilaterais do PT e PT(+), bem como seus respectivos Coeficientes<br />

de <strong>As</strong>simetria usando-se a fórmula: CA = 2 x (RPT - LPT) / (RPT + LPT).<br />

Para fins de comparação entre grupos, os índices de lateralidade foram classificados de<br />

acordo com as seguintes categorias:<br />

Lateralização à Esquerda: CA < - 0.05 (-1).<br />

Simetria: -0.05 CA + 0.05 (0).<br />

Lateralização Direita: CA > + 0.05 (+1).<br />

4.2.2.3.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes:<br />

Não houve diferenças e.s. entre os grupos (Tabela 4.2.2.3.1a).<br />

Tabela 4.2.2.3.1a. Volumes de PT e PT + nos Grupos Controle e de Pacientes<br />

Grupos RPT (1) RPT + (4) LPT (2) LPT + (5) CAPT (3)<br />

Absoluto Corrigido Absoluto Corrigido<br />

Grupo Controle 2,16 ± 0,80 1,93 ± 0,61 2,23 ± 0,64 2,20 ± 0,64 1,98 ± 0,54 2,41 ± 0,58 -0,03 ± 0,29<br />

(n = 20)<br />

Grupo Pacientes 2,18 ± 0,73 2,02 ± 0,64 2,25 ± 0,59 2,07 ± 0,61 1,92 ± 0,46 2,37 ± 0,49 0,04 ± 0,25<br />

(n = 40)<br />

Estatística (b)p= 0,301 (b)p= 0,718<br />

(b)p= 0,718 (b)p= 0,875 (a)p= 0,344<br />

(c)p= 0,325 (c)p= 0,622<br />

(c)p= 0,745 (c)p= 0,751 (c)p= 0,353<br />

Testes de normalidade: RPT do GC, LPT, RPT +, LPT + e CAPT + do GP apresentaram distribuição assimétrica.<br />

(a)T-testes para amostras independentes;<br />

(b)Teste Não-Paramétrico de Mann-Whitney;<br />

(c)Modelo Linear Geral (GLM), controlando variáveis e com correção de Bonferroni.<br />

(1) Planum Temporale Direito (RPT): (a)Levene: F= 0,007; Sig.= 0,935. T-teste = -0,627; Sig.= 0,533. (b)Mann-Whitney:<br />

Sig.= 0,301. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,251), Lateralidade (Sig.= 0,049), Volume Cerebral (Sig.= 0,104) e Escolaridade (Sig.=<br />

0,344). Teste: F= 0,988; Sig.= 0,325: GC/GP (Sig.= 0,325).<br />

(2) Planum Temporale Esquerdo (LPT): (a)Levene: F = 0,455; Sig.= 0,503. T-teste = 0,412; Sig.= 0,682. (b)Teste Não-<br />

Paramétrico de Mann-Whitney: Sig.= 0,718. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,184), Lateralidade (Sig.= 0,121), Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,416) e Escolaridade (Sig.= 0,907). Teste: F= 0,107; Sig.= 0,745: GC/GP (Sig.= 0,745).<br />

(3) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT (CAPT): (a)Levene: F = 1,194; Sig.= 0,279. T-teste = -0,954; Sig.= 0,344. (c)GLM:<br />

Idade (Sig.= 0,717), Lateralidade (Sig.= 0,742), Volume Cerebral (Sig.= 0,999) e Escolaridade (Sig.= 0,502). Teste: F= 0,879;<br />

Sig.= 0,353: GC/GP (Sig.= 0,353).<br />

(4) Planum Temporale Direito Plus (RPT+): (a)Levene: F= 0,080; Sig.= 0,778. T-Teste = -113; Sig.= 0,911. (b)Teste de<br />

Mann-Whitney: Sig.= 0,718. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,154), Lateralidade (Sig.= 0,080), Volume Cerebral (Sig.= 0,280) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,229). Teste: F= 0,246; Sig.= 0,622: GC/GP (Sig.= 0,622).<br />

(5) Planum Temporale Esquerdo Plus (LPT+): (a)Levene: F = 0,681; Sig.= 0,413. T-teste = 0,290; Sig.= 0,773. (b)Teste de<br />

Mann-Whitney: Sig.= 0,875. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,636), Lateralidade (Sig.= 0,049), Volume Cerebral (Sig.= 0,252) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,915). Teste: F= 0,101; Sig.= 0,751: GC/GP (Sig.= 0,751).<br />

(6) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT+ (CAPT+): (a)Levene: F = 0,001; Sig.= 0,975. T-teste = -0,370; Sig.= 0,713.<br />

(b)Teste de Mann-Whitney: Sig.= 0,661. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,629), Lateralidade (Sig.= 0,937), Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,945) e Escolaridade (Sig.= 0,468). Teste: F= 0,289; Sig.= 0,593: GC/GP (Sig.= 0,593).<br />

O GP apresentou discreta tendência em assimetria à direita quando somente o PT foi medido.<br />

Quando as medi<strong>das</strong> incluíram o Ramo <strong>As</strong>cendente da FS (RAFS), o efeito deslocou-se para a


esquerda, aproximando-se do GC. Pacientes esquizofrênicos parecem ter apresentado o RAFS mais<br />

extenso à esquerda (Tabela 4.2.2.3.1b).<br />

Tabela 4.2.2.3.1b. Relação entre Coeficiente de <strong>As</strong>simetria PT de Controles e Pacientes:<br />

Coef. de <strong>As</strong>simetria PT Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Grupo Controle (n = 20) 10 (50%) 3 (15%) 7 (35%)<br />

Pacientes (n = 40) 14 (35%) 7 (17,5%) 19 (47,5%)<br />

Coef. de <strong>As</strong>simetria do PT(+) Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Grupo Controle (n = 20) 11 (55%) 2 (10%) 7 (35%)<br />

Pacientes (n = 40)<br />

PT (Mann-Whitney: Sig.= 0,276).<br />

PT(+) (Mann-Whitney: Sig.= 0,909).<br />

21 (52,5%) 5 (12,5%) 14 (35%)<br />

4.2.2.3.2. Comparação entre GC e subtipos do DSM-IV:<br />

Não houve diferenças e.s. entre os subtipos do DSM-IV e o GC (Tabela 4.2.2.3.2a).<br />

176<br />

Tabela 4.2.2.3.2a. Volumes de PT e PT + nos subtipos do DSM-IV<br />

DSM-IV RPT (1) RPT + (4) LPT (2) LPT + (5) CAPT (3)<br />

Absoluto Corrigido Absoluto Corrigido<br />

Grupo Controle 2,16 ± 0,80 1,93 ± 0,61 2,23 ± 0,64 2,20 ± 0,64 1,98 ± 0,54 2,41 ± 0,58 -0,03 ± 0,29<br />

(n = 20)<br />

Paranóide 2,21 ± 0,72 1,99 ± 0,54 2,21 ± 0,59 2,14 ± 0,58 1,94 ± 0,45 2,42 ± 0,48 0,01 ± 0,29<br />

(n = 27)<br />

Desorganizado 2,07 ± 0,74 2,09 ± 0,62 2,31 ± 0,62 1,84 ± 0,49 1,86 ± 0,39 2,22 ± 0,48 0,08 ± 0,12<br />

(n = 8)<br />

Residual 2,20 ± 0,66 2,08 ± 0,51 2,40 ± 0,63 2,05 ± 0,89 1,93 ± 0,70 2,32 ± 0,61 0,10 ± 0,18<br />

(n = 5)<br />

(b)p= 0,740 (a)p= 0,597<br />

(b)p= 0,824 (b)p= 0,597 (a)p= 0,302<br />

(c)p= 0,999 (c)p= 0,999<br />

(c)p= 0,999 (c)p= 0,999 (c)p= 0,999<br />

Distribuições não-normais: RPT do GC, LPT e LPT + do subtipo Residual.<br />

(a)ANOVA-Oneway (LSD);<br />

(b)Teste Não-Paramétrico de Kruskal-Wallis;<br />

(c)Modelo Linear Geral (GLM), controlando para fatores demográficos e com correção de Bonferroni.<br />

(1) RPT: (a)Anova: F= 0,203; Sig.= 0,894. LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,506). (b)Kruskal-Wallis: X² = 1,254; Sig.= 0,740.<br />

(c)GLM: Gênero (Sig.= 0,559), Idade (Sig.= 0,345), Lateralidade (Sig.= 0,079), Volume Cerebral (Sig.= 0,061) e Escolaridade<br />

(Sig.= 0,012). Teste: F= 0,535; Sig.= 0,660. Bonferroni: (Todos Sig.= 1,000).<br />

(2) LPT: (a)Anova: F= 0,118; F Prob.= 0,949. LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,557). (b)Kruskal-Wallis: X² = 0,907; Sig.=<br />

0,824. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,671), Idade (Sig.= 0,432), Lateralidade (Sig.= 0,455), Volume Cerebral (Sig.= 0,084) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,036). Teste: F= 0,841; Sig.= 0,478. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

(3) CAPT: (a)Anova: F = 0,543; Sig.= 0,655. LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,579), GC/Desorganizado (Sig.= 0,302),<br />

GC/Residual (Sig.= 0,340). (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,080), Idade (Sig.= 0,660), Lateralidade (Sig.= 0,711), Volume Cerebral<br />

(Sig.= 0,365) e Escolaridade (Sig.= 0,352). Teste: F= 0,313; Sig.= 0,816. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

(4) RPT(+): (a)Anova: F = 0,177; Sig.= 0,912. LSD: GC/GED: Sig.= 0,773; GC/GER: Sig.= 0,579.<br />

(c)GLM: Gênero (Sig.= 0,930), Idade (Sig.= 0,111), Lateralidade (Sig.= 0,057), Volume Cerebral (Sig.= 0,298) e Escolaridade<br />

(Sig.= 0,235). Teste: F= 0,852; Sig.= 0,472. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

(5) LPT(+): (a)Anova: F = 0,336; Sig.= 0,800. LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,396). (b)Kruskal-Wallis: X² = 1,884; Sig.=<br />

0,597. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,153), Idade (Sig.= 0,568), Lateralidade (Sig.= 0,050), Volume Cerebral (Sig.= 0,105) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,773). Teste: F= 0,011; Sig.= 0,998. Bonferroni: (Todos Sig.= 1,000).<br />

(6) CAPT(+): GC(n=20): Média= -0,07 ± 0,243. Paranóide (n=27): Média= -0,07 ± 0,329. Desorganizado (n=8): Média= 0,03<br />

± 0,125. Residual (n=5): Média= 0,02 ± 0,159. (a)Anova: F = 0,422; Sig.= 0,738. LSD: GC/Desorganizado (Sig.= 0,404);<br />

GC/Residual (Sig.= 0,516); Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,364). (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,124), Idade (Sig.= 0,317),<br />

Lateralidade (Sig.= 0,358), Volume Cerebral (Sig.= 0,744) e Escolaridade (Sig.= 0,079). Teste: F= 0,563; Sig.= 0,642.<br />

Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

A análise dos coeficientes de assimetria <strong>segundo</strong> as categorias revela tendência<br />

estatisticamente não significativa em Desorganizados e Residuais apresentarem desvio do PT à direita<br />

quando comparados ao GC (Tabela 4.2.2.3.2b).


Tabela 4.2.2.3.2b. Distribuição do Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT nos subgrupos do DSM-IV<br />

CAPT e<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Subtipos do DSM-IV<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n= 20) 10 (50%) 3 (15%) 7 (35%)<br />

Paranóide (n= 27) 12 (44%) 4 (15%) 11 (41%)<br />

Desorganizado (n= 8) 1 (12,5%) 2 (25%) 5 (62,5%)<br />

Residual (n= 5) 1(20%) 1 (20%) 3 (60%)<br />

CAPT (+) e<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Subtipos do DSM-IV<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n= 20) 11 (55%) 2 (10%) 7 (35%)<br />

Paranóide (n= 27) 17 (63%) 2 (7%) 8 (30%)<br />

Desorganizado (n= 8) 2 (25%) 2 (25%) 4 (50%)<br />

Residual (n= 5) 2 (40%) 1 (20%) 2 (40%)<br />

CAPT: Kruskal-Wallis (X² = 3,772; Sig.= 0,287).<br />

CAPT(+): Kurskal-Wallis (X² = 2,889; Sig.= 0,409).<br />

4.2.2.3.3. Comparação entre GC e formas de Leonhard:<br />

177<br />

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre volumes do PT nas formas Não-<br />

Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard (Tabela 4.2.2.3.3a).<br />

Tabela 4.2.2.3.3a. Volumes do PT nas formas de Leonhard<br />

Formas de<br />

RPT (1) RPT (+) LPT (2) LPT (+)<br />

Leonhard Absoluto Corrigido (4) Absoluto Corrigido (5)<br />

CAPT (3)<br />

Grupo Controle 2,16 ± 0,80 1,93 ± 0,61 2,23 ± 0,64 2,20 ± 0,64 1,98 ± 0,54 2,41 ± 0,58 -0,03 ± 0,29<br />

(n = 20)<br />

Não-Sistemáticas 2,23 ± 0,83 2,08 ± 0,63 2,30 ± 0,68 2,10 ± 0,65 1,98 ± 0,51 2,48 ± 0,50 0,03 ± 0,31<br />

(n = 18)<br />

Sistemáticas 2,14 ± 0,58 1,97 ± 0,46 2,21 ± 0,51 2,04 ± 0,58 1,88 ± 0,43 2,28 ± 0,47 0,04 ± 0,18<br />

(n = 22)<br />

(b)p= 0,385 (b)p= 0,623<br />

(b)p= 0,812 (b)p= 0,311 (a)p= 0,372<br />

(c)p= 0,844 (c)p= 0,844<br />

(c)p= 0,741 (c)p= 0,741 (c)p= 0,745<br />

Distribuições não-normais: RPT, LPT, RPT(+) e LPT(+).<br />

(a)ANOVA-Oneway (LSD);<br />

(b)Teste Não-Paramétrico de Kruskal-Wallis;<br />

(c)Modelo Linear Geral (GLM), controlando para variáveis demográficas.<br />

(1) RPT: (a)Anova: F = 0,377; Sig.= 0,687. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,398); GC/ES (Sig.= 0,786). (b)Kruskal-Wallis: X² = 1,909;<br />

Sig.= 0,385. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,637), Idade (Sig.= 0,162), Lateralidade (Sig.= 0,114), Volume Cerebral (Sig.= 0,516) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,241). Teste: F= 0,171; Sig.= 0,844. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

(2) LPT: (a)Anova: F = 0,272; Sig.= 0,763. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,987); GC/ES (Sig.= 0,520). (b)Kruskal-Wallis: X²= 0,415;<br />

Sig.= 0,812. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,184), Idade (Sig.= 0,504), Lateralidade (Sig.= 0,075), Volume Cerebral (Sig.= 0,079) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,694). Teste: F= 0,302; Sig.= 0,741. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

(3) CAPT: (a)Anova: F = 0,456; Sig.= 0,636. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,471); GC/ES (Sig.= 0,372). (c)GLM: Gênero (Sig.=<br />

0,064), Idade (Sig.= 0,616), Lateralidade (Sig.= 0,781), Volume Cerebral (Sig.= 0,293) e Escolaridade (Sig.= 0,366). Teste: F=<br />

0,296; Sig.= 0,745. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

(4) RPT(+): (a)Anova: F = 0,102; Sig.= 0,903. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,743); GC/ES (Sig.= 0,918). (b)Kruskal-Wallis: X²=<br />

0,946; Sig.= 0,623. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,637), Idade (Sig.= 0,162), Lateralidade (Sig.= 0,114), Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,516) e Escolaridade (Sig.= 0,241). Teste: F= 0,171; Sig.= 0,844. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

(5) LPT(+): (a)Anova: F = 0,813; Sig.= 0,449. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,674); GC/ES (Sig.= 0,408). (b)Kruskal-Wallis: X²=<br />

2,334; Sig.= 0,311. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,184), Idade (Sig.= 0,504), Lateralidade (Sig.= 0,075), Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,079) e Escolaridade (Sig.= 0,694). Teste: F= 0,302; Sig.= 0,741. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

6.CAPT(+): GC(n=20): Média= -0,20 ± 0,95. ENS(n=18): Média= -0,06 ± 1,00. ES(n=22): Média= -0,27 ± 0,88.<br />

(a)Anova: F = 0,073; Sig.= 0,930. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,802); GC/ES (Sig.= 0,710). (b)Kruskal-Wallis: X²= 0,311; Sig.=<br />

0,856. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,201), Idade (Sig.= 0,693), Lateralidade (Sig.= 0,981), Volume Cerebral (Sig.= 0,440) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,390). Teste: F= 0,095; Sig.= 0,910. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).


Em relação aos coeficientes de assimetria, também não houve diferenças e.s. entre formas<br />

Não-Sistemáticas e Sistemáticas (Tabela 4.2.2.3.3b).<br />

Tabela 4.2.2.3.3b. Correlação dos Coeficientes de <strong>As</strong>simetria do PT de acordo com as formas de<br />

Leonhard:<br />

CAPT e<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Formas de Leonhard<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n=20) 10 (50%) 3 (15%) 7 (35%)<br />

Não-Sistemáticas(n= 18) 7 (39%) 1 (6%) 10 (56%)<br />

Sistemáticas (n=22) 7 (32%) 6 (27%) 9 (41%)<br />

CAPT(+) e<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Formas de Leonhard<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n=20) 11 (55%) 2 (10%) 7 (35%)<br />

Não-Sistemáticas(n= 18) 9 (50%) 1 (6%) 8 (44%)<br />

Sistemáticas (n=22) 12 (54,5%) 4 (18%) 6 (27%)<br />

PT: Kruskal-Wallis (X²= 1,263; Sig.= 0,532).<br />

PT(+):Kruskal-Wallis (X²= 0,450; Sig.= 0,799).<br />

4.2.2.3.4. Comparação entre GC e subformas de Leonhard:<br />

Não houve diferenças e.s. entre as subformas de Leonhard e o GC (Tabela 4.2.2.3.4a).<br />

Tabela 4.2.2.3.4a. Volumes do PT nas subformas de Leonhard<br />

Subtipos de<br />

RPT (1) RPT (+) LPT (2) LPT (+)<br />

Leonhard<br />

Absoluto Corrigido (4) Absoluto Corrigido (5)<br />

178<br />

CAPT (3)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

2,16 ± 0,80 1,93 ± 0,61 2,23 ± 0,65 2,20 ± 0,64 1,98 ± 0,54 2,41 ± 0,58 -,03 ± 0,29<br />

Parafrenia Afetiva<br />

(n = 16)<br />

2,19 ± 0,81 2,030 ± 0,580 2,24 ± 0,63 2,09 ± 0,65 1,96 ± 0,50 2,47 ± 0,46 0,02 ± 0,33<br />

Catafasia<br />

(n = 1)<br />

3,53 3,290 3,56 2,88 2,68 3,27 0,10<br />

Catatonia Periódica<br />

(n = 1)<br />

1,67 1,745 1,91 1,49 1,56 1,80 0,11<br />

Parafrenia Sistemática<br />

(n = 13)<br />

2,06 ± 0,63 1,84 ± 0,50 2,08 ± 0,54 2,05 ± 0,53 1,84 ± 0,39 2,25 ± 0,52 -,01 ± 0,18<br />

Hebefrenia<br />

(n = 8)<br />

2,20 ± 0,52 2,12 ± 0,36 2,39 ± 0,45 2,02 ± 0,72 1,94 ± 0,52 2,34 ± 0,44 0,10 ± 0,16<br />

Catatonia<br />

(n = 1)<br />

2,73 2,52 2,59 2,12 1,96 2,033 0,25<br />

(b)p= 0,128 (b)p= 0,237<br />

(b)p= 0,783 (b)p= 0,335 (a)p= 0,238<br />

(c)p= 0,554 (c)p= 0,685<br />

(c)p= 0,980 (c)p= 0,951 (c)p= 0,735<br />

(a)ANOVA-Oneway (LSD); (b)Teste Não-Paramétrico de Kruskal-Wallis; (c)Modelo Linear Geral (GLM), controlando para<br />

fatores demográficos.<br />

(1) RPT: (a)Anova: F = 0,534; Sig.= 0,661. LSD: GC/Par. Afetiva (Sig.= 0,580); GC/Parafrenia (Sig.= 0,669); GC/Hebefrenia<br />

(Sig.= 0,403). (b)Kruskal-Wallis: X²= 9,928; Sig.= 0,128. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,658), Idade (Sig.= 0,108), Lateralidade<br />

(Sig.= 0,163), Volume Cerebral (Sig.= 0,261), Escolaridade (Sig.= 0,396). Subformas: (F= 0,705; Sig.= 0,554). Bonferroni:<br />

(Todos: Sig.= 1,0).<br />

(2) LPT: (a)Anova: F = 0,223; Sig.= 0,880. LSD: GC/Par. Afetiva (Sig.= 0,900); GC/Parafrenia (Sig.= 0,435); GC/Hebefrenia<br />

(Sig.= 0,843). (b)Kruskal-Wallis: X²= 3,202; Sig.= 0,783. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,064), Idade (Sig.= 0,074), Lateralidade<br />

(Sig.= 0,175), Volume Cerebral (Sig.= 0,105), Escolaridade (Sig.= 0,696). Subformas: (F= 0,062; Sig.= 0,980). Bonferroni:<br />

(Todos: Sig.= 1,0).<br />

(3) CAPT: (a)Anova: F = 0,512; Sig.= 0,676. LSD: GC/Par. Afetiva (Sig.= 0,561); GC/Parafrenia (Sig.= 0,839);<br />

GC/Hebefrenia (Sig.= 0,238). (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,094), Idade (Sig.= 0,660), Lateralidade (Sig.= 0,986), Volume Cerebral<br />

(Sig.= 0,399), Escolaridade (Sig.= 0,442). Subformas: (F= 0,426; Sig.= 0,735). Bonferroni: (Sig.= 1,0).<br />

(4) RPT(+): (a)Anova: F = 0,488; Sig.= 0,692. LSD: GC/Par. Afetiva (Sig.= 0,955); GC/Parafrenia (Sig.= 0,461);<br />

GC/Hebefrenia (Sig.= 0,527). (b)Kruskal-Wallis: X²= 8,020; Sig.= 0,237. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,857), Idade (Sig.= 0,063),<br />

Lateralidade (Sig.= 0,212), Volume Cerebral (Sig.= 0,431), Escolaridade (Sig.= 0,262). Subformas: (F= 0,499; Sig.= 0,685).<br />

(5) LPT(+): (a)Anova: F = 0,472; Sig.= 0,703. LSD: GC/Par. Afetiva (Sig.= 0,711); GC/Parafrenia (Sig.= 0,399);<br />

GC/Hebefrenia (Sig.= 0,762). (b)Kruskal-Wallis: X²= 6,844; Sig.= 0,335. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,192), Idade (Sig.= 0,298),<br />

Lateralidade (Sig.= 0,089), Volume Cerebral (Sig.= 0,119), Escolaridade (Sig.= 0,720). Subformas: (F= 0,114; Sig.= 0,951).<br />

6. CAPT(+): (a)Anova: F = 0,173; Sig.= 0,914. LSD: GC/Par. Afetiva (Sig.= 0,936); GC/Parafrenia (Sig.= 0,884);<br />

GC/Hebefrenia (Sig.= 0,541). (b)Kruskal-Wallis: X²= 3,952; Sig.= 0,683. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,308), Idade (Sig.= 0,658),<br />

Lateralidade (Sig.= 0,819), Volume Cerebral (Sig.= 0,597), Escolaridade (Sig.= 0,468). Subformas: (F= 0,215; Sig.= 0,886).


179<br />

No que se refere aos coeficientes de assimetria do PT (Tabela 4.2.2.3.4b), não houve<br />

diferenças e.s. nas subformas.<br />

Tabela 4.2.2.3.4b. Correlação dos Coeficientes de <strong>As</strong>simetria do PT de acordo com as subformas de<br />

Leonhard:<br />

CAPT e<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Subformas de Leonhard<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n=20) 10 (50%) 3 (15%) 7 (35%)<br />

Parafrenia Afetiva (n=16) 7 (44%) 1 (6%) 8 (50%)<br />

Catafasia (n= 1) 1<br />

Catatonia Periódica (n=1) 1<br />

Parafrenia Sistemática (n= 13) 4 (31%) 6 (46%) 3 (23%)<br />

Hebefrenia Sistemática (n= 7) 3 (37,5%) 0 5 (62,5%)<br />

Catatonia Sistemática (n= 1) 1<br />

CAPT(+) e<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Subformas de Leonhard<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n=20) 11 (55%) 2 (10%) 7 (35%)<br />

Parafrenia Afetiva NS (n=15) 9 (56%) 1 (6%) 6 (37,5%)<br />

Catafasia (n= 1) 1<br />

Catatonia Periódica (n=1) 1<br />

Parafrenia Sistemática (n= 13) 9 (69,2%) 2 (15,4%) 2 (15,4%)<br />

Hebefrenia Sistemática (n= 7) 3 (37,5%) 2 (25%) 3 (37,5%)<br />

Catatonia Sistemática (n= 1) 1<br />

PT: Kruskal-Wallis: X²= 4,832; Sig.= 0,566.<br />

PT(+):Kruskal-Wallis: X²= 6,861; Sig.= 0,334.<br />

Sumário dos resultados referentes aos volumes do Planum Temporale:<br />

Nenhum dos subgrupos diferiu significativamente. Houve discreta tendência para reversão da<br />

assimetria do PT em pacientes esquizofrênicos (Sig.= 0,35), sobretudo devido ao aumento de RPT<br />

(Sig.= 0,32).<br />

Em relação à <strong>classificação</strong> diagnóstica do DSM-IV, esta tendência deveu-se sobretudo ao<br />

subtipo Desorganizado e Residual, sendo que o subtipo Paranóide apresentou valores intermediários<br />

entre estes subgrupos e o grupo controle.<br />

Em relação à <strong>classificação</strong> de Leonhard, ambas as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas<br />

tenderam à inversão da assimetria, sobretudo as Sistemáticas. Tal efeito deveu-se principalmente às<br />

Hebefrenias, seguido <strong>das</strong> Parafrenias Afetivas. <strong>As</strong> Parafrenias Sistemáticas apresentaram coeficientes<br />

de assimetria do PT semelhantes ao do GC.<br />

4.2.2.3.5. Correlações do PT com variáveis sócio-demográficas:<br />

Pacientes masculinos apresentaram RPT maior e LPT menor do que pacientes femininas,<br />

constituindo reversão do padrão normal de assimetria do PT. O contrário foi observado nas pacientes,<br />

onde houve acentuação da assimetria fisiológica à esquerda (Tabela 4.2.2.3.5a).


180<br />

No GP, indivíduos destros apresentaram RPT maior do que indivíduos não-destros, um<br />

achado contrário às referências na literatura em relação a indivíduos normais.<br />

Pacientes com Antecedentes familiares de psicose (n = 30) tenderam a apresentar maiores<br />

volumes de RPT (RPT = 2,107 ± 0,471) do que pacientes sem antecedentes familiares (RPT = 1,775 ±<br />

0,670), (T-teste = -1,731; Sig.= 0,092).<br />

Em relação à Idade, observa-se que indivíduos normais tenderam à redução volumétrica<br />

bilateral do PT (RPT: r = -0,393; p= 0,133; LPT: r = -0,231; p= 0,389) com o aumento da idade.<br />

Pacientes esquizofrênicos exibiram igual tendência no que se refere ao LPT (r = -0,257; p= 0,130),<br />

mas o RPT não diminuiu com a idade (r = 0,046; p= 0,788).<br />

De fato, o CAPT demonstra que nos pacientes esquizofrênicos o aumento da idade se<br />

correlaciona com a reversão no padrão de assimetria fisiológico (r = 0,335; p= 0,046). Embora a<br />

análise de correlações não implique causalidade, o fato de os pacientes manterem volumes constantes<br />

do RPT (ao contrário da discreta redução ao longo da idade observada bilateralmente em controles e<br />

no LPT de pacientes) pode refletir um padrão anormal de lateralização do córtex de associação<br />

auditivo manifestando-se ao longo da idade.<br />

Tabela 4.2.2.3.5a. Planum Temporale e variáveis demográficas:<br />

Variáveis RPT LPT CAPT<br />

Grupo Controle (n = 20)<br />

1.Gênero (1) F= 0,103; p= 0,753 F= 0,504; p= 0,490 F= 0,010; p= 0,921<br />

2.Idade (2) r = -0,393; p= 0,133 r = -0,231; p= 0,389 r = -0,143; p= 0,597<br />

3.Lateralidade (1) F= 0,649; p= 0,434 F= 1,377; p= 0,260 F= 0,280; p= 0,605<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,319; p= 0,229 r = 0,219; p= 0,415 r = 0,117; p= 0,667<br />

5.Escolaridade (2) r = -0,025; p= 0,927 r = -0,227; p= 0,398 r = 0,175; p= 0,517<br />

Grupo Pacientes (n = 40)<br />

1.Gênero (1) F= 1,138; p= 0,294 F= 2,992; p= 0,093 § F= 5,890; p= 0,021 *<br />

2.Idade (2) r = 0,046; p= 0,788 r = -0,257; p= 0,130 r = 0,335; p= 0,046 *<br />

3.Lateralidade (1) (b) F= 4,839; p= 0,035 * F= 1,333; p= 0,256 F= 1,387; p= 0,247<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,134; p= 0,437 r = 0,213; p= 0,213 r = -0,162; p= 0,345<br />

5.Escolaridade (1) r = 0,169; p= 0,324 r = 0,199; p= 0,246 r = -0,199; p= 0,246<br />

6.Duração da doença (2) r = -0,088; p= 0,616 r = -0,020; p= 0,908 r = -0,059; p= 0,738<br />

7.Idade de início (3) r = -0,122; p= 0,453 r = 0,122; p= 0,454 r = -0,065; p= 0,688<br />

8.Idade 1a.internação(3) r = -0,036; p= 0,833 r = 0,300; p= 0,076 r = -0,259; p= 0,128<br />

9.No. de internações (3) r = 0,044; p= 0,790 r = -0,102; p= 0,530 r = 0,055; p= 0,735<br />

10.Ant. familiares (3) (c) r = 0,315; p= 0,048 * r = 0,055; p= 0,736 r = 0,095; p= 0,560<br />

Ambos os grupos (60)<br />

1.Gênero (1) F= 0,599; p= 0,442 F= 3,500; p= 0,067 F= 4,100; p= 0,048 *<br />

2.Idade (2) r = -0,138; p= 0,310 r = -0,206; p= 0,128 r = 0,080; p= 0,557<br />

3.Lateralidade (1) (b) F= 4,435; p= 0,040 * F= 2,713; p= 0,105 F= 0,153; p= 0,697<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,120; p= 0,380 r = 0,231; p= 0,087 r = -0,159; p= 0,241<br />

5.Escolaridade (2) r = 0,124; p= 0,362 r = -0,046; p= 0,735 r = 0,114; p= 0,401<br />

(1) Modelo Linear Multivariado com demais fatores demográficos como covariáveis.<br />

(2) Correlação Parcial, controlando para os outros fatores demográficos.<br />

(*) Diferença significativa com p< 0,05. (§) Tendência e.n.s., com p 0,1.


181<br />

Embora pacientes do sexo masculino tenham apresentado maiores RPT e desvio do CAPT<br />

para a direita em relação aos controles masculinos, as diferenças não são estatisticamente<br />

significativas (Tabela 4.2.2.3.5b).<br />

Embora o reduzido „n‟, pacientes não-destros (n= 4) apresentaram significativa redução de<br />

RPT e aumento da assimetria do CAPT à esquerda em comparação com controles não-destros (n= 4).<br />

Tabela 4.2.2.3.5b. Variáveis Gênero Sexual e Lateralidade Manual nos Grupos Controle e de<br />

Pacientes<br />

Variáveis e Grupo Controle RPT LPT CAPT<br />

Gênero sexual Masculino (n= 12) 1,98 ± 0,72 1,93 ± 0,45 0,005 ± 0,34<br />

Feminino (n= 8) 1,85 ± 0,44 2,06 ± 0,67 -0,088 ± 0,21<br />

Lateralidade manual Destros (n= 16) 1,95 ± 0,68 2,05 ± 0,56 -0,061 ± 0,30<br />

Sinistros (n= 4) 1,83 ± 0,20 1,69 ± 0,32 0,084 ± 0,29<br />

Variáveis e Grupo de Pacientes RPT LPT CAPT<br />

Gênero sexual Masculino (n= 24) 2,15 ± 0,54 1,89 ± 0,37 0,082 ± 0,21<br />

Feminino (n= 16) 1,84 ± 0,49 1,97 ± 0,58 -0,032 ± 0,28<br />

Lateralidade manual Destros (n= 36) 2,08 ± 0,54 1,94 ± 0,48 0,055 ± 0,251<br />

Sinistros (n= 4) 1,52 ± 0,03 1,74 ± 0,29 -0,125 ± 0,167<br />

Análise <strong>das</strong> diferenças entre pacientes e controles do sexo masculino:<br />

(1) RPT: (a)Levene: F= 0,289; Sig.= 0,594. T-teste = -0,785; Sig.= 0,438. (b)Mann-Whitney: Sig.= 0,177. (c)GLM: Idade<br />

(Sig.= 0,608), Lateralidade (Sig.= 0,033), e Escolaridade (Sig.= 0,016). Teste: F= 1,012; Sig.= 0,322. Bonferroni: (GC/GP:<br />

Sig.= 0,322).<br />

(2) LPT: (a)Levene: F = 0,338; Sig.= 0,565. T-teste = 0,225; Sig.= 0,823. (b)Teste Não-Paramétrico de Mann-Whitney: Sig.=<br />

0,704. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,542), Lateralidade (Sig.= 0,463), e Escolaridade (Sig.= 0,429). Teste: F= 0,334; Sig.= 0,568.<br />

Bonferroni: (GC/GP: Sig.= 0,568).<br />

(3) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria PT: (a)Levene: F = 4,643; Sig.= 0,038. T-teste = -0,716; Sig.= 0,485. (c)GLM: Idade (Sig.=<br />

0,854), Lateralidade (Sig.= 0,121), e Escolaridade (Sig.= 0,003). Teste: F= 1,975; Sig.= 0,170. Bonferroni: GC/GP (Sig.=<br />

0,170).<br />

Análise <strong>das</strong> diferenças entre pacientes e controles não-destros:<br />

(1) RPT: (a)Levene: F= 4,533; Sig.= 0,077. T-teste = 2,994; Sig.= 0,024. (b)Mann-Whitney: Sig.= 0,021. (c)GLM: Idade (Sig.=<br />

0,032), Gênero (Sig.= 0,246), e Escolaridade (Sig.= 0,133). Teste: F= 39,593; Sig.= 0,008. Bonferroni: GC/GP (Sig.= 0,008).<br />

(2) LPT: (a)Levene: F = 4,759; Sig.= 0,072. T-teste = 3,431; Sig.= 0,014. (b)Teste Não-Paramétrico de Mann-Whitney: Sig.=<br />

0,021. (c)GLM: Idade (Sig.= 0,103), Gênero (Sig.= 0,985), e Escolaridade (Sig.= 0,231). Teste: F= 28,252; Sig.= 0,013.<br />

Bonferroni: GC/GP (Sig.= 0,013).<br />

(3) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria PT: (a)Levene: F = 3,0894; Sig.= 0,129. T-teste = 1,249; Sig.= 0,258.<br />

(c)GLM: Idade (Sig.= 0,128), Gênero (Sig.= 0,328) e Escolaridade (Sig.= 0,170). Teste: F= 6,204; Sig.= 0,013. Bonferroni:<br />

(NC/GP: Sig.= 0,088).<br />

4.2.2.3.6. Correlações do PT com escores sintomatológicos:<br />

Os resultados da análise de correlações entre volumes do PT e todos os subitens <strong>das</strong> escalas<br />

de avaliação estão nos Anexos E e F.<br />

Correlações Bivaria<strong>das</strong> demonstraram tendência de correlação entre sintomas positivos da<br />

PANSS e LPT (r = 0,294; p= 0,066) (Tabela 4.2.2.3.6a).<br />

Quanto aos subitens:<br />

LPT correlacionou positivamente (p < 0,05) com Comportamento Alucinatório (PANSS),<br />

Desconfiança/Persecutoriedade (PANSS e BPRS), Idéias de Grandeza (BPRS) e Esquiva Social<br />

(PANSS). Também houve tendência de correlação com o subitem Delírios (PANSS [r = 0,291; p=<br />

0,069] e BPRS [r = 0,305; p= 0,056]).


182<br />

RPT correlacionou positivamente (p < 0,05) com Excitação (PANSS e BPRS) e exibiu igual<br />

tendência com déficit de Memória (NSRS [r = 0,304; p= 0,056]).<br />

No que se refere ao Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT, pacientes com maior assimetria à<br />

esquerda (valores negativos do CAPT) apresentaram predomínio (p < 0,05) de Comportamento<br />

Alucinatório (PANSS e BPRS) e Esquiva Social (PANSS). Igual tendência foi observada para os<br />

sintomas Delírios (PANSS [r = -0,288; p= 0,071] e BPRS [r = -0,270; p= 0,092]),<br />

Desconfiança/Persecutoriedade (PANSS [r = -0,282; p= 0,078] e BPRS [r = -0,270; p= 0,092]).<br />

Pacientes com desvio da assimetria, com valores positivos do CAPT (RPT > LPT),<br />

apresentaram predomínio dos sintomas Excitação (BPRS) e déficit de Memória (NSRS) (p < 0,05).<br />

Uma tendência semelhante foi observada no subitem Julgamento/Decisão (NSRS [r = 0,268; p=<br />

0,095]).<br />

Tabela 4.2.2.3.6a. Correlações entre Planum Temporale e escores sintomatológicos<br />

(desconsiderando variáveis demográficas):<br />

Escalas PT Direito PT Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,118; p= 0,470 r = 0,214; p= 0,185 r = -0,185; p= 0,252<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,119; p= 0,464 r = 0,294; p= 0,066 (§) r = -0,257; p= 0,109<br />

1. Delírios r = 0,059; p= 0,717 r = 0,291; p= 0,069 (§) r = -0,288; p= 0,071 (§)<br />

2.Desorganização conceitual r = 0,212; p= 0,190 r = -0,021; p= 0,898 r = 0,177; p= 0,275<br />

3.Comportamento alucinatório r = 0,045; p= 0,781 r = 0,326; p= 0,040 * r = -0,427; p= 0,006 **<br />

4.Excitação r = 0,321; p= 0,043 * r = 0,231; p= 0,152 r = 0,101; p= 0,535<br />

6.Desconfiança/perseguição r = 0,099; p= 0,542 r = 0,333; p= 0,036 * r = -0,282; p= 0,078 (§)<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,104; p= 0,524 r = 0,206; p= 0,202 r = -0,249; p= 0,121<br />

16.Esquiva social ativa r = 0,080; p= 0,623 r = 0,379; p= 0,016 * r = -0,373; p= 0,018 *<br />

BPRS (escore total) r = 0,211; p= 0,191 r = 0,242; p= 0,132 r = -0,130; p= 0,424<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,262; p= 0,155 r = 0,462; p= 0,009** r = -0,212; p= 0,251<br />

11.Desconfiança r = 0,090; p= 0,581 r = 0,362; p= 0,022 * r = -0,267; p= 0,096 (§)<br />

12.Comportamento alucinatório r = 0,122; p= 0,453 r = 0,305; p= 0,056 (§) r = -0,382; p= 0,015 *<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = 0,108; p= 0,508 r = 0,305; p= 0,056 (§) r = -0,270; p= 0,092 (§)<br />

17.Excitação r = 0,356; p= 0,024 * r = -0,004; p= 0,979 r = 0,313; p= 0,049 *<br />

PANS Negativa (escore total) r = 0,142; p= 0,383 r = 0,147; p= 0,365 r = 0,061; p= 0,710<br />

NSRS (escore total) r = 0,005; p= 0,429 r = -0,057; p= 0,729 r = 0,144; p= 0,376<br />

2.Julgamento/decisão r = 0,110; p= 0,499 r = -0,106; p= 0,517 r = 0,268; p= 0,095 (§)<br />

3.Memória r = 0,304; p= 0,056 (§) r = 0,063; p= 0,700 r = 0,365; p= 0,020 *<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho).<br />

* Correlação significativa a nível 0,05 (2-tailed);<br />

** Correlação significativa a nível 0,01 (2-tailed);<br />

(§) Tendência estatisticamente não significativa.<br />

Gênero sexual (LPT [p= 0,093]), Idade (LPT [p= 0,130]) e Lateralidade (RPT [p= 0,035])<br />

foram as variáveis que mais se correlacionaram com volumes do PT. Correlações Parciais,<br />

controlando para estas variáveis (Tabela 4.2.2.3.6b), mantiveram a tendência de correlação entre<br />

sintomas positivos da PANSS e LPT (r = 0,311; p= 0,061). Observa-se também tendência ao<br />

predomínio de sintomas negativos da PANSS em pacientes com maiores volumes bilaterais do PT<br />

(RPT [r = 0,285; p= 0,087], LPT [r = 0,284; p= 0,088]).<br />

Quanto aos subitens:


183<br />

LPT manteve correlação positiva (p < 0,05) com Comportamento Alucinatório (PANSS),<br />

Idéias de Grandeza (BPRS) e Esquiva Social (PANSS-Geral), além de Pensamento Estereotipado<br />

(PANSS-Negativa). Houve tendência não-significativa também com Desconfiança/Persecutoriedade<br />

(PANSS [r = 0,270; p= 0,106]), Distanciamento Afetivo (BPRS [r = 0,341; p= 0,076]) e Retraimento<br />

Social (PANSS-Negativa [r = 0,277; p= 0,097]), mas não mais com o subitem Delírios (PANSS [r =<br />

0,232; p= 0,166]).<br />

RPT correlacionou positivamente (p < 0,01) somente com déficit de Memória (NSRS [r =<br />

0,450; p= 0,005]). Manteve, entretanto, tendência de correlação positiva com Excitação (PANSS [r =<br />

0,289; p= 0,083]) e exibiu igual tendência com Falta de Cooperação (PANSS-Geral [r = 0,321; p=<br />

0,053]) e Dificuldade com Pensamento Abstrato (PANSS-Negativa [r = 0,285; p= 0,087]).<br />

Com relação ao Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT, pacientes com maior assimetria à esquerda<br />

(valores negativos do CAPT) mantiveram correlação (p < 0,05) com Comportamento Alucinatório<br />

(BPRS), além de Alteração no Conteúdo do Pensamento/Delírios (BPRS [r = -0,436; p= 0,020],<br />

PANSS [r = -0,311; p= 0,061]), mas não mais com Esquiva Social (PANSS [r = -0,242; p= 0,148]).<br />

Pacientes com reversão da assimetria, com valores positivos do CAPT (RPT > LPT)<br />

mantiveram correlação (p < 0,05) com déficit de Memória (NSRS), além de Julgamento/Decisão<br />

(NSRS). Entretanto, não se manteve correlação significativa com Excitação (BPRS [r = 0,299; p=<br />

0,122]).<br />

A única correlação com p < 0,01 foi entre RPT e o subitem Memória (NSRS [r = 0,450; p=<br />

0,005]): pacientes com maiores volumes de RPT apresentaram baixos escores na evocação de 5<br />

palavras após 10 minutos.


Tabela 4.2.2.3.6b. Correlações e.s. entre Planum Temporale e escores sintomatológicos<br />

(controlando para Gênero Sexual, Idade e Lateralidade Manual).<br />

Escalas PT Direito PT Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,208; p= 0,217 r = 0,303; p= 0,068 (§) r = -0,087; p= 0,610<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,191; p= 0,258 r = 0,311; p= 0,061 (§) r = -0,184; p= 0,276<br />

1. Delírios r = 0,011; p= 0,947 r = 0,232; p= 0,166 r = -0,311; p= 0,061 (§)<br />

3.Comportamento alucinatório r = 0,128; p= 0,450 r = 0,350; p= 0,034* r = -0,300; p= 0,071<br />

4.Excitação r = 0,289; p= 0,083 (§) r = 0,147; p= 0,385 r = 0,143; p= 0,399<br />

6.Desconfiança/perseguição r = 0,066; p= 0,698 r = 0,270; p= 0,106 r = -0,243; p= 0,147<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,079; p= 0,643 r = 0,211; p= 0,210 r = -0,180; p= 0,287<br />

8.Falta de cooperação r = 0,321; p= 0,053 (§) r = 0,204; p= 0,225 r = 0,182; p= 0,280<br />

16.Esquiva social ativa r = 0,072; p= 0,674 r = 0,381; p= 0,020* r = -0,242; p= 0,148<br />

BPRS (escore total) r = -0,038; p= 0,846 r = 0,202; p= 0,303 r = -0,245; p= 0,208<br />

3.Distanciamento afetivo r = 0,233; p= 0,232 r = 0,341; p= 0,076 (§) r = 0,041; p= 0,836<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,095; p= 0,631 r = 0,479; p= 0,010** r = -0,211; p= 0,281<br />

12.Comportamento alucinatório r = -0,035; p= 0,858 r = 0,313; p= 0,105 r = -0,386; p= 0,042 *<br />

14.Falta de cooperação r = 0,327; p= 0,089 (§) r = 0,182; p= 0,355 r = 0,195; p= 0,321<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = -0,258; p= 0,185 r = 0,137; p= 0,487 r = -0,436; p= 0,020*<br />

PANS Negativa (escore total) r = 0,285; p= 0,087 (§) r = 0,284; p= 0,088 (§) r = 0,141; p= 0,405<br />

4.Retr. social passivo/apático r = 0,104; p= 0,541 r = 0,277; p= 0,097 (§) r = -0,045; p= 0,790<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = 0,285; p= 0,087 (§) r = 0,112; p= 0,511 r = 0,190; p= 0,259<br />

7.Pensamento estereotipado r = 0,212; p= 0,209 r = 0,342; p= 0,038* r = -0,093; p= 0,586<br />

NSRS (escore total) r = -0,013; p= 0,939 r = -0,102; p= 0,549 r = 0,193; p= 0,252<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,021; p= 0,903 r = -0,205; p= 0,223 r = 0,330; p= 0,046*<br />

3.Memória r = 0,450; p= 0,005** r = 0,119; p= 0,483 r = 0,325; p= 0,049*<br />

Correlação Parcial, controlando para gênero, idade e lateralidade manual;<br />

(*) Significante a nível 0,05;<br />

(**) Significante a nível 0,01.<br />

(§) Tendência de correlação (p 0,1).<br />

4.2.2.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR):<br />

Os índices foram calculados <strong>segundo</strong> os seguintes critérios:<br />

VBR Direito (VBRD) = Volume Sistema Ventricular Direito* / Volume do Hemisfério Direito x<br />

100.<br />

VBR Esquerdo (VBRE) = Volume do Sistema Ventricular Esquerdo* / Volume do Hemisfério<br />

Esquerdo x 100.<br />

VBR Total = (Volume do Sistema Ventricular Direito + Volume do Sistema Ventricular<br />

Esquerdo) / Volume Cerebral x 100.<br />

184<br />

(*) A denominação „Sistema Ventricular‟ refere-se aos Ventrículos Laterais e Terceiro, tal<br />

como observados no plano coronal, separados em direito e esquerdo pelo Septum pellucidum<br />

(Ventrículos Laterais) e pelo traçado de uma linha média (Terceiro Ventrículo).<br />

O Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR foi calculado mediante a fórmula:<br />

CAVBR = (VBR Direito – VBR Esquerdo) / (0,5 x [VBR Direito + VBR Esquerdo]).<br />

Para fins de comparação, o CAVBR foi também calculado em intervalos ordinais (CAVBR<br />

Ordinal): Direito: CA < -0,05; Simétrico: -0,05 CA 0,05; Esquerdo: CA > 0,05.


4.2.2.4.1. Comparação entre GC e Grupo de Pacientes:<br />

185<br />

O GP apresentou significativo aumento de ventrículos em comparação ao GC em ambos os<br />

hemisférios, com efeito discretamente mais pronunciado em hemisfério esquerdo (Tabela 4.2.2.4.1a).<br />

Tabela 4.2.2.4.1a. Valores do VBR nos Grupos Controle e de Pacientes.<br />

VBR VBR Direito (1) VBR Esquerdo (2) VBR Total (3) Coef. de <strong>As</strong>simetria<br />

(4)<br />

Grupo Controle 1,53 ± 0,76 * 1,66 ± 0,74 * 1,59 ± 0,74 * -0,08 ± 0,19<br />

(n = 20)<br />

Grupo de Pacientes 2,11 ± 0,83 * 2,32 ± 0,95 * 2,22 ± 0,86 * -0,09 ± 0,17<br />

(n = 40)<br />

(b) p= 0,002 (b) p= 0,005 (a) p= 0,007 (a) p= 0,812<br />

(c) p= 0,017 (c) p= 0,010 (c) p= 0,010 (c) p= 0,711<br />

Teste de Normalidade: VBRD (K-S = 0,003) e VBRE (K-S = 0,012) apresentam distribuição assimétrica.<br />

(a)T-testes para amostras independentes;<br />

(b)Teste Não-Paramétrico (Mann-Whitney);<br />

(c)GLM: controlando para variáveis sócio-demográficas e com correção de Bonferroni.<br />

(1) VBRD: (a)Teste de Levene: F= 0,567; Sig.= 0,455. T-teste = -2,613; Sig.= 0,011. (b)Mann-Whitney: Sig.= 0,002.<br />

(c)GLM: Gênero (Sig.= 0,961), Idade (Sig.= 0,005), Lateralidade (Sig.= 0,808) e Escolaridade (Sig.= 0,428). Teste: F= 6,010;<br />

Sig.= 0,017. Bonferroni: GC/GP (Sig.= 0,017).<br />

(2) VBRE: (a)Levene: F= 0,833; Sig.= 0,365. T-teste = -2,716; Sig.= 0,009. (b)Mann-Whitney: Sig.= 0,005. (c)GLM: Gênero<br />

(Sig.= 0,747), Idade (Sig.= 0,009); Lateralidade (Sig.= 0,835) e Escolaridade (Sig.= 0,154). Teste: F= 7,042; Sig.= 0,010.<br />

Bonferroni: GC/GP (Sig.= 0,010).<br />

(3) VBRTotal: (a)Levene: F= 0,956; Sig.= 0,332. T-teste = -2,778; Sig.= 0,007. (b)Mann-Whitney: Sig.= 0,002.<br />

(c)GLM: Gênero (Sig.= 0,873), Idade (Sig.= 0,005), Lateralidade (Sig.= 0,979) e Escolaridade (Sig.= 0,470). Teste: F= 7,139;<br />

Sig.= 0,010. Bonferroni: GC/GP (Sig.= 0,010).<br />

(4) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR: (a)Teste de Levene: F= 0,029; Sig.= 0,864. T-teste = 0,239; Sig.= 0,812. (b)Mann-<br />

Whitney: Sig.= 0,551. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,692), Idade (Sig.= 0,585), Lateralidade (Sig.= 0,214), Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,390) e Escolaridade (Sig.= 0,311). Teste: F= 0,139; Sig.= 0,711. Bonferroni: GC/GP (Sig.= 0,711).<br />

Embora nos pacientes o VBR tenha se mostrado relativamente maior no Hemisfério<br />

Esquerdo, a diferença não é significativa (Tabela 4.2.2.4.1b).<br />

Tabela 4.2.2.4.1b. Coeficiente de <strong>As</strong>simetria Ordinal do VBR<br />

CA Ordinal do VBR Esquerda Simetria<br />

(CA < -0,05) (-0,05 CA 0,05)<br />

Grupo Controle<br />

9<br />

7<br />

(n=20)<br />

(45%)<br />

(35%)<br />

Grupo de Pacientes<br />

24<br />

10<br />

(n=40)<br />

(60%)<br />

(25%)<br />

Mann-Whitney: Sig.= 0,303.<br />

4.2.2.4.2. Comparação entre GC e subtipos do DSM-IV:<br />

Direita<br />

(CA > 0,05)<br />

4<br />

(20%)<br />

6<br />

(15%)<br />

Pacientes esquizofrênicos com o subtipo Paranóide apresentaram os índices mais elevados de<br />

aumento ventricular, sendo seguidos pelos pacientes do subtipo Desorganizado e pelos pacientes do<br />

subtipo Residual. O aumento de ventrículos ocorreu em ambos os hemisférios cerebrais (Tabela<br />

4.2.2.4.2a).


Tabela 4.2.2.4.2a. VBR nos subtipos do DSM-IV<br />

Subtipos do DSM-IV VBR Direito (1) VBR Esquerdo (2) VBR Total (3) Coef. de <strong>As</strong>simetria (4)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

1,53 ± 0,76 1,66 ± 0,74 1,59 ± 0,74 -0,08 ± 0,19<br />

Paranóide<br />

(n = 27)<br />

2,06 ± 0,72 2,31 ± 0,93 2,18 ± 0,79 -0,11 ± 0,17<br />

Desorganizado<br />

(n = 8)<br />

2,31 ± 1,33 2,44 ± 1,20 2,38 ± 1,25 -0,07 ± 0,16<br />

Residual<br />

(n = 5)<br />

Estatística<br />

2,07 ± 0,43 2,19 ± 0,74 2,13 ± 0,57 -0,03 ± 0,19<br />

(b)p= 0,022<br />

(c)p= 0,179<br />

(b)p= 0,045<br />

(c)p= 0,083<br />

(a)p= 0,019<br />

(c)p= 0,093<br />

(a)p= 0,573<br />

(c)p= 0,999<br />

(a)Anova (LSD);<br />

(b)Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis);<br />

(c)GLM: controlando para variáveis sócio-demográficas e com correção de Bonferroni.<br />

(1) VBRD: (a)Anova: F = 2,422; Sig.= 0,075. LSD: GC/Paranóide: (Sig.= 0,033); GC/Desorganizado: (Sig.=<br />

0,027); GC/Residual: (Sig.= 0,198). (b)Kruskal-Wallis: X²= 9,674; Sig.= 0,022. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,954),<br />

Idade (Sig.= 0,008), Lateralidade (Sig.= 0,799) e Escolaridade (Sig.= 0,454). Teste: F= 1,989; Sig.= 0,127.<br />

Bonferroni: GC/Paranóide (Sig.= 0,179); GC/Desorganizado (Sig.= 0,451); GC/Residual (Sig.= 1,000);<br />

Paranóide/Desorganizado (Sig.= 1,000).<br />

(2) VBRE: (a)Anova: F = 2,470; Sig.= 0,071. LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,018); GC/Desorganizado (Sig.=<br />

0,042); GC/Residual (Sig.= 0,244). (b)Kruskal-Wallis: X²= 8,050; Sig.= 0,045. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,759),<br />

Idade (Sig.= 0,010), Lateralidade (Sig.= 0,877) e Escolaridade (Sig.= 0,173). Teste: F= 2,331; Sig.= 0,085.<br />

Bonferroni: GC/Paranóide (Sig.= 0,083), GC/Desorganizado (Sig.= 0,564), GC/Residual (Sig.= 1,000),<br />

Paranóide/Desorganizado (Sig.= 1,000).<br />

(3) VBRTotal: (a)Anova: F = 2,640; Sig.= 0,058. LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,019); GC/Desorganizado (Sig.=<br />

0,027); GC/Residual (Sig.= 0,203). (b)Kruskal-Wallis: X²= 9,229; Sig.= 0,026. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,875),<br />

Idade (Sig.= 0,006), Lateralidade (Sig.= 0,951) e Escolaridade (Sig.= 0,277). Teste: F= 2,353; Sig.= 0,083.<br />

Bonferroni: GC/Paranóide (Sig.= 0,093), GC/Desorganizado (Sig.= 0,427), GC/Residual (Sig.= 1,000).<br />

(4) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR: (a)Anova: F= 0,355; Sig.= 0,786. LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,573),<br />

GC/Desorganizado (Sig.= 0,872), GC/Residual (Sig.= 0,582). (b)Kruskal-Wallis: X²= 1,011; Sig.= 0,799.<br />

(c)GLM: Gênero (Sig.= 0,773), Idade (Sig.= 0,536), Lateralidade (Sig.= 0,260), Volume Cerebral (Sig.= 0,502) e<br />

Escolaridade (Sig.= 0,330). Teste: F= 0,211; Sig.= 0,888. Bonferroni: (Todos: Sig.= 1,000).<br />

186<br />

Embora não e.s., nos pacientes houve relativo predomínio de aumento ventricular à esquerda<br />

(Tabela 4.2.2.4.2b).<br />

Tabela 4.2.2.4.2b. Coeficiente Ordinal de <strong>As</strong>simetria do VBR nos subtipos do DSM-IV.<br />

CA Ordinal do VBR <strong>As</strong>sim. à Esquerda Simetria <strong>As</strong>sim. à Direita<br />

Subtipos do DSM-IV (CA < -0,05) (-0,05 CA +0,05) (CA > +0,05)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

9 (45%) 7 (35%) 4 (20%)<br />

Paranóide<br />

(n = 27)<br />

17 (63%) 7 (26%) 3 (11%)<br />

Desorganizada<br />

(n = 8)<br />

4 (50%) 2 (25%) 2 (25%)<br />

Residual<br />

(n = 5)<br />

3 (60%) 1 (20%) 1 (20%)<br />

Kruskal-Wallis: X²= 1,729; Sig.= 0,631.


4.2.2.4.3. Comparação entre GC e formas de Leonhard:<br />

187<br />

Ambas formas de ENS e ES apresentaram significativo aumento de ventrículos<br />

bilateralmente em relação aos controles (Tabela 4.2.2.4.3a).<br />

Tabela 4.2.2.4.3a. VBR nas formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard.<br />

Formas de Leonhard VBR Direito (1) VBR Esquerdo (2) VBR Total (3) Coef. de <strong>As</strong>simetria (4)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

1,53 ± 0,76 1,66 ± 0,74 1,59 ± 0,74 -0,08 ± 0,19<br />

Não-Sistemáticas<br />

(n = 18)<br />

2,18 ± 0,97 2,45 ± 1,14 2,32 ± 1,01 -0,11 ± 0,19<br />

Sistemáticas<br />

(n = 22)<br />

Estatística<br />

2,06 ± 0,72 2,22 ± 0,77 2,14 ± 0,73 -0,07 ± 0,15<br />

(b) p=0,008<br />

(c) p= 0,116<br />

(b) p= 0,017<br />

(c) p= 0,072<br />

(a) p= 0,009<br />

(c) p= 0,076<br />

(a) p= 0,582<br />

(c) p= 0,999<br />

(a)Anova-Oneway;<br />

(b)Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis);<br />

(c)GLM: controlando para variáveis sócio-demográficas.<br />

(1) VBRDireito: (a)Anova: F.= 3,474; Sig.= 0,038. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,018); GC/ES (Sig.= 0,041). (b)Kruskal-Wallis: X²=<br />

9,602; Sig.= 0,008. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,975), Idade (Sig.= 0,006), Lateralidade (Sig.= 0,802) e Escolaridade (Sig.=<br />

0,442). Teste: F= 2,952; Sig.= 0,061. Bonferroni: GC/ENS (Sig.= 0,136), GC/ES (Sig.= 0,116), ENS/ES (Sig.= 1,000).<br />

(2) VBREsquerdo: (a)Anova: F= 4,004; Sig.= 0,024. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,009); GC/ES (Sig.= 0,048). (b)Kruskal-Wallis:<br />

X²= 8,176; Sig.= 0,017. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,800), Idade (Sig.= 0,010), Lateralidade (Sig.= 0,889) e Escolaridade (Sig.=<br />

0,172). Teste: F= 3,496; Sig.= 0,037. Bonferroni: GC/ENS (Sig.= 0,072), GC/ES (Sig.= 0,094), ENS/ES (Sig.= 1,000).<br />

(3) VBRTotal: (a)Anova: F.= 4,055; Sig.= 0,023. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,009); GC/ES (0,037). (b)Kruskal-Wallis: X²= 9,231;<br />

Sig.= 0,010. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,912), Idade (Sig.= 0,005), Lateralidade (Sig.= 0,942) e Escolaridade (Sig.= 0,273).<br />

Teste: F= 3,526; Sig.= 0,036. Bonferroni: GC/ENS (Sig.= 0,076), GC/ES (Sig.= 0,085), ENS/ES (Sig.= 1,000).<br />

(4) CA do VBR: (a)Anova: F.= 0,275; Sig.= 0,760. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,565); GC/ES (Sig.= 0,909). (b)Kruskal-Wallis: X²=<br />

1,084; Sig.= 0,582. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,742), Idade (Sig.= 0,610), Lateralidade (Sig.= 0,257), Volume Cerebral (Sig.=<br />

0,400) e Escolaridade (Sig.= 0,334). Teste: F= 0,104; Sig.= 0,901. Bonferroni: (Sig.= 1,000).<br />

Não houve diferenças significativas entre coeficientes de assimetria do VBR do GC e formas<br />

de Leonhard (Tabela 4.2.2.4.3b).<br />

Tabela 4.2.2.4.3b. Distribuição ordinal do CAVBR nas formas de Leonhard<br />

CAVBR e<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Formas de Leonhard<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n=20) 9 (45%) 7 (35%) 4 (20%)<br />

Não-Sistemáticas (n= 18) 12 (67%) 3 (17%) 3 (17%)<br />

Sistemáticas (n=22) 12 (54,5%) 7 (32%) 3 (14%)<br />

Kruskal-Wallis: X²= 1,338; Sig.= 0,512.<br />

4.2.2.4.4. Comparação entre GC e subformas de Leonhard:<br />

O aumento ventricular observado nas subformas de Leonhard mostrou-se não específico de<br />

qualquer subgrupo e de significância estatística limítrofe (Tabela 4.2.2.4.4a).


188<br />

Tabela 4.2.2.4.4a. VBR nas subformas de Leonhard<br />

Subformas de Leonhard VBR Direito (1) VBR Esquerdo (2) VBR Total (3) Coef. de <strong>As</strong>simetria (4)<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

1,53 ± 0,76 (c) 1,66 ± 0,74 (c) 1,59 ± 0,74 -0,08 ± 0,19<br />

Parafrenia Afetiva<br />

(n = 16)<br />

2,05 ± 0,70 2,40 ± 1,06 (c) 2,23 ± 0,85 -0,14 ± 0,18<br />

Catafasia<br />

(n = 1)<br />

4,97 4,37 4,69 0,13<br />

Catatonia Periódica<br />

(n = 1)<br />

1,41 1,29 1,35 0,08<br />

Parafrenia Sistemática<br />

(n = 13)<br />

2,14 ± 0,84 (c) 2,20 ± 0,85 2,17 ± 0,83 (c) -0,03 ± 0,15<br />

Hebefrenia<br />

(n = 8)<br />

2,04 ± 0,45 2,37 ± 0,63 2,20 ± 0,51 -0,14 ± 0,16<br />

Catatonia<br />

(n = 1)<br />

Estatística<br />

1,09 1,20 1,146 -0,09<br />

(b) p= 0,023<br />

(c) p= 0,076<br />

(b) p= 0,030<br />

(c) p= 0,235<br />

(a) p= 0,017<br />

(c) p= 0,122<br />

(b) p= 0,167<br />

(c) p= 0,999<br />

(a) Anova (LSD);<br />

(b) Teste Não-Paramétrico (Kruskal-Wallis);<br />

(c) GLM: controlando para variáveis sóciodemográficas e com correção de Bonferroni.<br />

(1) VBRD: (a)Anova: F.= 2,499; Sig.= 0,70. LSD: GC/Parafrenia Afetiva (Sig.= 0,039); GC/Parafrenias (Sig.= 0,022);<br />

GC/Hebefrenias (Sig.= 0,103). (b)Kruskal-Wallis: X²= 14,624; Sig.= 0,023. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,550), Idade (Sig.=<br />

0,011), Lateralidade (Sig.= 0,985) e Escolaridade (Sig.= 0,291). F= 2,571; Sig.= 0,065. Bonferroni: GC/P.Afetiva (Sig.= 0,696),<br />

GC/Parafrenia (Sig.= 0,076), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,633).<br />

(2) VBRE: (a)Anova: F.= 2,730; Sig.= 0,053. LSD: GC/Parafrenias Afetivas (Sig.= 0,013); GC/Parafrenias (Sig.= 0,081);<br />

GC/Hebefrenias (Sig.= 0,054). (b)Kruskal-Wallis: X²= 14,008; Sig.= 0,030. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,683), Idade (Sig.=<br />

0,025), Lateralidade (Sig.= 0,849) e Escolaridade (Sig.= 0,140). F= 2,524; Sig.= 0,068. Bonferroni: GC/P.Afetiva (Sig.= 0,235);<br />

GC/Parafrenia (Sig.= 0,261); GC/Hebefrenia (Sig.= 0,298).<br />

(3) VBRTotal: (a)Anova: F.= 2,760; Sig.= 0,051. LSD: GC/Par.Afetivas (Sig.= 0,017); GC/Parafrenias (Sig.= 0,038);<br />

GC/Hebefrenias (Sig.= 0,62). (b)Kruskal-Wallis: X²= 14,968; Sig.= 0,021. (c)GLM: Gênero (Sig.= 0,638), Idade (Sig.= 0,012),<br />

Lateralidade (Sig.= 0,929) e Escolaridade (Sig.= 0,191). F= 2,693; Sig.= 0,056. Bonferroni: GC/P.Afetiva (Sig.= 0,263),<br />

GC/Parafrenia (Sig.= 0,122), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,355).<br />

(4) CA do VBR: (a)Anova: F = 1,140; Sig.= 0,341. LSD: diferenças não e.s. (b)Kruskal-Wallis: X²= 9,124; Sig.= 0,167.<br />

(c)GLM: Gênero (Sig.= 0,857), Idade (Sig.= 0,628), Lateralidade (Sig.= 0,468), Volume Cerebral (Sig.= 0,508), Escolaridade<br />

(Sig.= 0,405). F= 0,769; Sig.= 0,517. Bonferroni: (Sig.= 1,0).<br />

Embora as subformas Hebefrenia e Parafrenia Afetiva tenham apresentado predomínio de<br />

aumento ventricular em hemisfério esquerdo, as diferenças não assumem nível de significância<br />

estatística (Tabela 4.2.2.4.4b).<br />

Tabela 4.2.2.4.4b. Distribuição ordinal do CAVBR nas subformas de Leonhard<br />

CA do VBR Ordinal<br />

Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

Subformas de Leonhard<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Controle Normal (n=20) 9 (45%) 7 (35%) 4 (20%)<br />

Parafrenia Afetiva (n=16) 12 (75%) 3 (19%) 1 (6%)<br />

Catafasia (n= 1) 1<br />

Catatonia Periódica (n=1) 1<br />

Parafrenia Sistemática (n= 13) 5 (38,5%) 6 (46%) 2 (15,5%)<br />

Hebefrenia Sistemática (n= 7) 6 (75%) 1 (12,5%) 1 (12,5%)<br />

Catatonia Sistemática (n= 1) 1<br />

Kruskal-Wallis: X²= 11,036; Sig.= 0,087.


Sumário dos achados referentes ao VBR:<br />

189<br />

O grupo de pacientes como um todo apresentou aumento bilateral de ventrículos quando<br />

comparado ao grupo controle.<br />

O aumento ventricular parece constituir uma alteração difusa nos subgrupos estudados. No<br />

DSM-IV, o grau de aumento ventricular foi maior no subgrupo Paranóide, seguido do Desorganizado.<br />

O subtipo Residual apresentou VBR intermediário entre GC e os outros subgrupos. Na <strong>classificação</strong><br />

de Leonhard, Não-Sistemáticas e Sistemáticas apresentaram graus semelhantes de aumento<br />

ventricular. A subforma Parafrenia Sistemática apresentou os maiores índices VBR, sendo seguida da<br />

subformas Parafrenia Afetiva e Hebefrênica, respectivamente.<br />

4.2.2.4.5. Correlações do VBR com variáveis sócio-demográficas:<br />

O aumento da Idade correlacionou significativamente com o aumento do VBR, com efeito<br />

mais pronunciado no Grupo Controle (Tabela 4.2.2.4.5a).<br />

Tabela 4.2.2.4.5a. Correlações entre VBR e variáveis sócio-demográficas<br />

VBR Direito VBR Esquerdo VBR Total<br />

Grupo Controle (20)<br />

1.Gênero (1) F= 0,094; p= 0,763 F= 0,156; p= 0,699 F= 0,008; p= 0,929<br />

2.Idade (2) r = 0,538; p= 0,032 * r = 0,617; p= 0,011 * r = 0,595; p= 0,015 *<br />

3.Lateralidade (1) F = 0,102; p= 0,755 F= 0,557; p= 0,468 F= 0,258; p= 0,620<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,144; p= 0,594 r = 0,058; p= 0,831 r = 0,099; p= 0,716<br />

5.Escolaridade (2) r = 0,155; p= 0,566 r = 0,255; p= 0,341 r = 0,206; p= 0,444<br />

Grupo Pacientes (40)<br />

1.Gênero (1) F= 0,376; p= 0,544 F= 2,410; p= 0,130 § F= 1,302; p= 0,262<br />

2.Idade (2) r = 0,274; p= 0,105 r = 0,214; p= 0,211 r = 0,252; p= 0,138<br />

3.Lateralidade (1) F= 0,306; p= 0,584 F= 0,000; p= 0,997 F= 0,072; p= 0,791<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,157; p= 0,361 r = 0,259; p= 0,128 r = 0,218; p= 0,201<br />

5.Escolaridade (2) r = -0,021; p= 0,904 r = 0,146; p= 0,395 r = 0,070; p= 0,687<br />

6.Duração da doença (2) r = 0,032; p= 0,857 r = 0,115; p= 0,513 r = 0,074; p= 0,671<br />

7.Idade de início (3) r = -0,033; p= 0,842 r = 0,049; p= 0,765 r = -0,015; p= 0,926<br />

8.Idade 1a.internação(3) r = 0,033; p= 0,847 r = 0,144; p= 0,401 r = 0,075; p= 0,662<br />

9.No. de internações (3) r = 0,161; p= 0,320 r = 0,079; p= 0,630 r = 0,140; p= 0,389<br />

10.Ant. familiares (3) r = 0,065; p= 0,690 r = 0,178; p= 0,273 r = 0,125; p= 0,442<br />

Ambos os grupos (60)<br />

1.Gênero (1) F= 0,196; p= 0,659 F= 0,932; p= 0,339 F= 0,493; p= 0,486<br />

2.Idade (2) r = 0,393; p= 0,003** r = 0,385; p= 0,003** r = 0,404; p= 0,002**<br />

3.Lateralidade (1) F= 0,006; p= 0,937 F= 0,327; p= 0,570 F= 0,109; p= 0,742<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,114; p= 0,405 r = 0,187; p= 0,168 r = 0,156; p= 0,252<br />

5.Escolaridade (2) r = 0,017; p= 0,902 r = 0,074; p= 0,589 r = 0,045; p= 0,741<br />

(1) Modelo Linear Multivariado com demais fatores demográficos como covariáveis.<br />

(2) Correlação Parcial, controlando para demais fatores demográficos.<br />

(3) Correlação Bivariada (Spearman rho).<br />

(*) Significante a nível p < 0,05.<br />

(**) Significante a nível p < 0,01.<br />

(§) Tendência estatisticamente não-significativa (p 0,1).


190<br />

A Tabela 4.2.2.4.5b. apresenta os valores do VBR nos sexos masculino e feminino dos<br />

Grupos Controle e de Pacientes.<br />

Tabela 4.2.2.4.5.2. VBR e gênero sexual no GC e GP<br />

VBR e gênero sexual VBRD VBRE VBR Total CAVBR<br />

Controles Masculinos (n= 12) 1,58 ± 0,54 1,78 ± 0,62 1,68 ± 0,55 -0,11 ± 0,23<br />

Pacientes Masculinos (n = 24) 2,02 ± 0,90 2,16 ± 0,83 2,09 ± 0,84 -0,08 ± 0,17<br />

Nível de significância estatística (a) p= 0,130 (a) p= 0,178 (a) p= 0,143 (a) p= 0,649<br />

(b) p= 0,117 (b) p= 0,136 (b) p= 0,117 (b) p= 0,702<br />

Controles Femininos (n= 8) 1,46 ± 1,05 1,48 ± 0,91(§) 1,45 ± 0,98(§) -0,04 ± 0,12(§)<br />

Pacientes Femininos (n = 16) 2,25 ± 0,73 2,57 ± 1,08(§) 2,41 ± 0,87(§) -0,11 ± 0,17(§)<br />

Nível de significância estatística (a) p= 0,042 (a) p= 0,024 (a) p= 0,024 (a) p= 0,272<br />

(b) p= 0,191 (b) p= 0,075 (b) p= 0,096 (b) p= 0,068<br />

(a)Teste-t. (b)Modelo Linear Multivariado (GLM), controlando para idade e com correção de Bonferroni.<br />

Comparação entre Controles e Pacientes do sexo masculino:<br />

VBRD: (a)F = 0,87; Sig.= 0,357. t = -1,55; p= 0,130. (b)GLM: Idade (p= 0,261). F= 2,60; Bonferroni (p= 0,117).<br />

VBRE: (a)F = 0,29; Sig.= 0,591. t = -1,38; p= 0,178. (b)GLM: Idade (p= 0,054). F= 2,34; Bonferroni (p= 0,136).<br />

VBRTotal: (a)F = 0,99; Sig.= 0,327. t = -1,50; p= 0,143. (b)GLM: Idade (p= 0,116). F= 2,59; Bonferroni (p= 0,117).<br />

CAVBR: (a)F = 0,33; Sig.= 0,568. t = -0,46; p= 0,649. (b)GLM: Idade (Sig.= 0,075). F= 0,15; Bonferroni (p= 0,702).<br />

Comparação entre Controles e Pacientes do sexo feminino:<br />

VBRD: (a)F = 0,02; Sig.= 0,897. t = -2,16; p= 0,042. (b)GLM: Idade (p= 0,010). F= 1,83; Bonferroni (p= 0,191).<br />

VBRE: (a)F = 0,37; Sig.= 0,552. t = -2,43; p= 0,024. (b)GLM: Idade (p= 0,217). F= 3,51; Bonferroni (p= 0,075).<br />

VBRTotal: (a)F = 0,03; Sig.= 0,855. t = -2,43; p= 0,024. (b)GLM: Idade (p= 0,056). F= 3,03; Bonferroni (p= 0,096).<br />

CAVBR: (a)F = 0,20; Sig.= 0,662. t = 1,13; p= 0,272. (b)GLM: Idade (p= 0,036). F= 3,70; Bonferroni (p= 0,068).<br />

Embora o aumento de VBR tenha sido observado em pacientes de ambos os gêneros sexuais,<br />

a diferença foi mais acentuada entre controles e pacientes do sexo feminino.<br />

Pacientes do sexo feminino (n=16) tenderam a apresentar maiores VBR esquerdos em<br />

comparação aos controles femininos (n= 8) (p= 0,068) e aos pacientes masculinos (n= 24) (p = 0,176).<br />

4.2.2.4.6. Correlações do VBR com variáveis sócio-demográficas nas formas Não-Sistemáticas e<br />

Sistemáticas de Leonhard:<br />

No intuito de investigar possíveis diferenças entre as formas ENS e ES quanto às variáveis<br />

clínico-demográficas, correlacionamos ambos os grupos separadamente com os fatores em questão.<br />

Nenhuma <strong>das</strong> formas apresentou correlação significativa com as variáveis clínico-demográficas<br />

(Tabela 4.2.2.4.6).<br />

<strong>As</strong> formas Não-Sistemáticas apresentaram (média ± DP): Duração da doença = 15,22 ± 7,22;<br />

Idade de início dos sintomas psicóticos = 19,83 ± 4,26; Idade da primeira internação = 20,5 ± 3,6;<br />

Número de internações = 3 ± 3,2; Antecedentes familiares de psicose: 14 (78%).<br />

<strong>As</strong> formas Sistemáticas apresentaram: Duração da doença = 16,23 ± 9,43; Idade de início dos<br />

sintomas psicóticos = 16,45 ± 3,54; Idade da primeira internação = 18,95 ± 3,12; Número de<br />

internações = 4,68 ± 3,36; Antecedentes familiares de psicose: 16 (73%).


Tabela 4.2.2.4.6: VBR e variáveis demográficas nas formas de Leonhard:<br />

Formas de Leonhard VBR Direito VBR Esquerdo VBR Total<br />

Esquizofrenias<br />

Não-Sistemáticas (n = 18)<br />

1.Gênero (1) F= 0,002; p= 0,961 F= 1,132; p= 0,307 F= 0,364; p= 0,557<br />

2.Idade (2) r= 0,415; p= 0,124 r = 0,206; p= 0,461 r = 0,317; p= 0,250<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,275; p= 0,321 r = 0,374; p= 0,169 r = 0,336; p= 0,220<br />

5.Escolaridade (2) r = -0,047; p= 0,867 r = 0,068; p= 0,810 r = 0,016; p= 0,955<br />

6.Duração da doença (2) r = -0,050; p= 0,866 r = 0,033; p= 0,912 r = -0,008; p= 0,979<br />

7.Idade de início (3) r = -0,161; p= 0,524 r = -0,112; p= 0,658 r = -0,160; p= 0,525<br />

8.Idade 1a.internação(3) r = 0,100; p= 0,722 r = 0,111; p= 0,693 r = 0,113; p= 0,688<br />

9.No. de internações (3) r = 0,321; p= 0,194 r = 0,184; p= 0,464 r = 0,245; p= 0,328<br />

10.Ant. familiares (3) r = 0,129; p= 0,611 r = 0,258; p= 0,302 r = 0,206; p= 0,412<br />

Esquizofrenias<br />

Sistemáticas (n = 22)<br />

1.Gênero (1) F= 1,221; p= 0,285 F= 1,339; p= 0,264 F= 1,364; p= 0,260<br />

2.Idade (2) r = 0,156; p= 0,523 r = 0,300; p= 0,212 r = 0,239; p= 0,323<br />

3.Lateralidade (1) F= 0,468; p= 0,504 F= 0,032; p= 0,861 F= 0,195; p= 0,665<br />

4.Volume Cerebral (2) r = 0,144; p= 0,557 r = 0,198; p= 0,416 r = 0,178; p= 0,467<br />

5.Escolaridade (2) r = -0,039; p= 0,872 r = 0,079; p= 0,746 r = 0,195; p= 0,937<br />

6.Duração da doença (2) r = 0,102; p= 0,687 r = 0,198; p= 0,432 r = 0,151; p= 0,549<br />

7.Idade de início (3) r = 0,089; p= 0,693 r = 0,157; p= 0,487 r = 0,112; p= 0,621<br />

8.Idade 1a. internação(3) r = -0,101; p= 0,662 r = 0,141; p= 0,542 r = 0,020; p= 0,930<br />

9.No. de internações (3) r = 0,130; p= 0,565 r = 0,091; p= 0,688 r = 0,129; p= 0,567<br />

10.Ant. familiares (3) r = 0,032; p= 0,887 r = 0,097; p= 0,669 r = 0,064; p= 0,776<br />

(1) Modelo Linear Multivariado com demais fatores demográficos como covariáveis.<br />

(2) Correlação Parcial, controlando para demais fatores demográficos.<br />

(3) Correlação Bivariada (Spearman rho).<br />

4.2.2.4.7. Correlações do VBR com escores sintomatológicos:<br />

Anexos G e H.<br />

191<br />

<strong>As</strong> correlações entre o VBR e todos os itens <strong>das</strong> escalas psicopatológicas encontram-se nos<br />

A análise por Correlação Bivariada (sem controle para variáveis sócio-demográficas) não<br />

demonstrou correlações com nível de significância estatística entre o VBR e os escores totais <strong>das</strong><br />

escalas psicopatológicas (Tabela 4.2.2.4.7a).<br />

Tomando-se isoladamente os subitens, observa-se que pacientes com alargamento ventricular<br />

bilateral exibem tendência para défices no cuidado pessoal e apresentação (NSRS: r = 0,308; p=<br />

0,053); enquanto que pacientes com integridade de dimensões ventriculares exibem maiores escores<br />

de Ansiedade (BPRS e PANSS: r = -0,370; p= 0,019).<br />

Quanto ao Coeficiente de <strong>As</strong>simetria, a integridade de ventrículos no hemisfério esquerdo<br />

correlacionou com Excitação (PANSS: r = -0,356; p= 0,024); enquanto que a prevalência de aumento<br />

ventricular no hemisfério direito correlacionou com déficit de Orientação (NSRS: r = 0,322; p=<br />

0,043).


192<br />

Tabela 4.2.2.4.7a. Correlações entre VBR e escalas de avaliação (sem controle para fatores sócio-<br />

demográficos).<br />

Escalas VBR Direito VBR Esquerdo VBR Total Coef. <strong>As</strong>sim. VBR<br />

PANSS Total (escore total) r = -0,102; p= 0,532 r = -0,078; p= 0,631 r = -0,080; p= 0,624 r = -0,086; p= 0,597<br />

PANSS Positiva (escore total) r = -0,025; p= 0,879 r = -0,027; p= 0,867 r = -0,019; p= 0,909 r = -0,018; p= 0,912<br />

4.Excitação r = -0,263; p= 0,101 r = -0,194; p= 0,231 r = -0,219; p= 0,174 r = -0,356; p= 0,024*<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,168; p= 0,301 r = -0,111; p= 0,495 r = -0,145; p= 0,371 r = -0,175; p= 0,280<br />

2.Ansiedade r = -0,369; p= 0,019* r = -0,341; p= 0,032* r = -0,370; p= 0,019* r = -0,085; p= 0,601<br />

15.Preocupação r = -0,276; p= 0,085 r = -0,239; p= 0,137 r = -0,270; p= 0,092 r = -0,174; p= 0,282<br />

16.Esquiva social ativa r = -0,275; p= 0,085 r = -0,257; p= 0,109 r = -0,275; p= 0,086 r = -0,131; p= 0,420<br />

BPRS (escore total) r = -0,002; p= 0,989 r = 0,035; p= 0,828 r = 0,019; p= 0,910 r = -0,092; p= 0,572<br />

2.Ansiedade r = -0,369; p= 0,019* r = -0,298; p= 0,062 r = -0,351; p= 0,026* r = -0,179; p= 0,270<br />

Escalas de Sintomas<br />

Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,006; p= 0,969 r = 0,016; p= 0,922 r = 0,020; p= 0,905 r = -0,017; p= 0,919<br />

NSRS (escore total) r = 0,156; p= 0,335 r = 0,091; p= 0,575 r = 0,135; p= 0,405 r = 0,226; p= 0,161<br />

5.Orientação r = 0,133; p= 0,413 r = 0,037; p= 0,820 r = 0,076; p= 0,641 r = 0,322; p= 0,043*<br />

6.Apresentação r = 0,318; p= 0,046* r = 0,281; p= 0,079 r = 0,308; p= 0,053 r = 0,146; p= 0,367<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho).<br />

(*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed);<br />

(**) Correlação significante a nível 0,01 (2-tailed).<br />

Gênero sexual e idade constituíram as variáveis sócio-demográficas de maior influência no<br />

VBR. Portanto, analisamos os escores psicopatológicos controlando para a possível influência destas<br />

variáveis por meio de Correlação Parcial (Tabela 4.2.2.4.7b).<br />

O aumento de ventrículo esquerdo apresentou uma discreta tendência de correlação com<br />

sintomas positivos (PANSS Positiva: r = 0,223; p= 0,178) e com o escore total do BPRS (r = 0,233;<br />

p= 0,160).<br />

Bivariada:<br />

No que se refere aos subitens, em geral mantiveram-se os níveis de correlações da Análise<br />

Alargamento ventricular bilateral correlacionou com déficits no cuidado pessoal e<br />

apresentação (NSRS: r = 0,394; p= 0,014).<br />

Aumento ventricular direito tendeu a correlações com Desorientação (PANSS: r = 0,290; p=<br />

0,077) e déficit no Relacionamento expressivo (NSRS: r = 0,285; p= 0,083).<br />

Aumento ventricular esquerdo correlacionou com Falta de cooperação (PANSS: r = 0,376;<br />

p= 0,020. BPRS: r = 0,408; p= 0,011).<br />

Pacientes com integridade de dimensões ventriculares mantiveram correlação com Ansiedade<br />

(BPRS: r = -0,339; p= 0,037. PANSS: r = -0,357; p= 0,028).


193<br />

O coeficiente de assimetria do VBR (CAVBR) correlacionou inversamente com<br />

Embotamento Afetivo (PANSS: r = -0,382; p= 0,041) e tendeu à correlação com Excitação (PANSS: r<br />

= -0,302; p= 0,065), Humor depressivo (BPRS: r = -0,309; p= 0,059), Retardo motor (BPRS: r = -<br />

0,296; p= 0,071) e Falta de espontaneidade na fala (PANSS: r = -0,350; p= 0,063). Ou seja,<br />

comparando-se ambos os hemisférios cerebrais, pacientes com maior alargamento ventricular<br />

esquerdo tenderam à maior prevalência de sintomas tais como embotamento afetivo, excitação, humor<br />

depressivo, retardo motor e falta de espontaneidade no discurso.<br />

Tabela 4.2.2.4.7b. VBR e escalas de avaliação psicopatológica (controlando Sexo e Idade como<br />

cofatores).<br />

Escalas VBR Direito VBR Esquerdo VBR Total Coef. <strong>As</strong>sim. VBR<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,077; p= 0,646 r = 0,163; p= 0,329 r = 0,130; p= 0,436 r = -0,155; p= 0,352<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,159; p= 0,339 r = 0,223; p= 0,178 r = 0,203; p= 0,220 r = -0,116; p= 0,489<br />

4.Excitação r = -0,250; p= 0,130 r = -0,077; p= 0,646 r = -0,163; p= 0,328 r = -0,302; p= 0,065§<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,068; p= 0,687 r = 0,052; p= 0,755 r = -0,002; p= 0,992 r = -0,205; p= 0,217<br />

2.Ansiedade r = -0,336; p= 0,039* r = -0,353; p= 0,030* r = -0,357; p= 0,028* r = -0,021; p= 0,898<br />

8.Falta de cooperação r = 0,175; p= 0,293 r = 0,376; p= 0,020* r = 0,294; p= 0,073 r = -0,275; p= 0,095<br />

10.Desorientação r = 0,290; p= 0,077§ r = 0,132; p= 0,428 r = 0,216; p= 0,192 r = 0,263; p= 0,111<br />

BPRS (escore total) r = 0,137; p= 0,410 r = 0,233; p= 0,160 r = 0,198; p= 0,233 r = -0,198; p= 0,232<br />

2.Ansiedade r = -0,344; p= 0,035* r = -0,315; p= 0,054§ r = -0,339; p= 0,037* r = -0,139; p= 0,406<br />

9.Humor depressivo r = -0,210; p= 0,207 r = -0,060; p= 0,719 r = -0,134; p= 0,421 r = -0,309; p= 0,059§<br />

13.Retardo motor r = -0,049; p= 0,770 r = 0,096; p= 0,565 r = 0,029; p= 0,861 r = -0,296; p= 0,071§<br />

14.Falta de cooperação r = 0,222; p= 0,180 r = 0,408; p= 0,011* r = 0,335; p= 0,040* r = -0,238; p= 0,151<br />

18.Desorientação r = 0,291; p= 0,076§ r = 0,150; p= 0,367 r = 0,227; p= 0,171 r = 0,232; p= 0,160<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,029; p= 0,883 r = 0,132; p= 0,493 r = 0,067; p= 0,731 r = -0,238; p= 0,272<br />

1.Embotamento afetivo r = -0,040; p= 0,835 r = 0,148; p= 0,443 r = 0,070; p= 0,717 r = -0,382; p= 0,041*<br />

6.Falta espontaneidade na fala r = -0,133; p= 0,491 r = 0,100; p= 0,604 r = 0,002; p= 0,992 r = -0,350; p= 0,063§<br />

NSRS (escore total) r = 0,192; p= 0,247 r = 0,094; p= 0,573 r = 0,146; p= 0,382 r = 0,191; p= 0,251<br />

5.Orientação r = 0,164; p= 0,324 r = 0,008; p= 0,963 r = 0,084; p= 0,615 r = 0,273; p= 0,098<br />

6.Apresentação r = 0,424; p= 0,008** r = 0,341; p= 0,036* r = 0,394; p= 0,014* r = 0,135; p= 0,418<br />

10.Relacionamento expressivo r = 0,285; p= 0,083§ r = 0,229; p= 0,166 r = 0,266; p= 0,107 r = 0,120; p= 0,472<br />

Correlações Parciais controlando para as variáveis sócio-demográficas Gênero Sexual e Idade.<br />

(*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed);<br />

(**) Correlação significante a nível 0,01 (2-tailed);<br />

(§) Tendência e.n.s. (p 0,1).


4.2.2.5. Volume Cerebral (VC) e Volume de Hemisférios Cerebrais (VHf):<br />

194<br />

<strong>As</strong> comparações entre os respectivos valores de Volumes Cerebrais e Volumes de<br />

Hemisférios no GC e subgrupos de pacientes encontram-se na Tabela 4.2.2.5.<br />

Tabela 4.2.2.5. Volume de hemisférios cerebrais nos subgrupos<br />

Volume de Hemisf. Vol. Cerebral Hemisf. Direito Hemisf. Esquerdo<br />

Cerebral Subgrupos (mm³) (1) (mm³) (2) (mm³) (3)<br />

Coeficiente de <strong>As</strong>simetria<br />

Grupo Controle<br />

(n = 20)<br />

1113,3 ± 102 * 555,2 ± 50,0 558,0 ± 52,6 * -0,0011 ± 0,0042 §<br />

Grupo de Pacientes<br />

(n = 40)<br />

1069,1 ± 136 535,3 ± 67,9 533,6 ± 68,6<br />

0,0009 ± 0,0039 §<br />

Paranóide<br />

(n = 27)<br />

1096,1 ± 125 * 548,3 ± 62,0 * 547,4 ± 63,4 *<br />

0,0005 ± 0,004<br />

Desorganizado<br />

(n = 8)<br />

938,1 ± 75 * 493,7 ± 39,6 * 489,9 ± 36,3 *<br />

0,0019 ± 0,004 §<br />

Residual<br />

(n = 5)<br />

1060,8 ± 127 532,0 ± 112,3 528,8 ± 110,8<br />

0,0014 ± 0,004<br />

Não-Sistemáticas<br />

(n = 18)<br />

1052,3 ± 120 526,0 ± 60,6 526,5 ± 60,2<br />

-0,0002 ± 0,004<br />

Sistemáticas<br />

(n = 22)<br />

1082,8 ± 149 543,0 ± 73,8 539,4 ± 75,6<br />

0,0018 ± 0,004 *<br />

Parafrenias Afetivas<br />

(n = 16)<br />

1057,1 ± 126 528,0 ± 63,1 529,2 ± 62,8<br />

-0,0006 ± 0,0036<br />

Catafasia<br />

(n = 1)<br />

1071,9<br />

543,6<br />

532,3<br />

0,0052<br />

Catatonia Periódica<br />

(n = 1)<br />

955,6<br />

477,9<br />

477,8<br />

0,00005<br />

Parafrenia<br />

(n = 13)<br />

1111,5 ± 134 556,8 ± 65,8 554,0 ± 68,9<br />

0,0014 ± 0,0039 §<br />

Hebefrenia<br />

(n = 8)<br />

1036,1 ± 178 520,1 ± 89,3 515,9 ± 89,3<br />

0,0020 ± 0,0045 §<br />

Catatonia<br />

(n = 1)<br />

1083,2<br />

546,1<br />

537,1<br />

0,0041<br />

(a) Teste t para amostras independentes; (b) Anova: LSD; (c) GLM: controlando para Gênero Sexual, Idade e Escolaridade,<br />

com correção de Bonferroni.<br />

GC versus GP:<br />

(1) VC: (a) Teste t : F= 2,65; Sig.= 0,109. t = 1,28; Sig.= 0,205. (c) GLM: GC/GP (Sig.= 0,319).<br />

(2) Hf. Direito: (a) Teste t : F= 3,25; Sig.= 0,076. t = 1,16; Sig.= 0,250. (c) GLM: GC/GP (Sig.= 0,409).<br />

(3) Hf. Esquerdo: (a) Teste t : F= 2,21; Sig.= 0,143. t = 1,40; Sig.= 0,167. (c) GLM: GC/GP (Sig.= 0,244).<br />

(4) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria dos Hemisférios: (a)Teste t = -1,83; p= 0,072.<br />

GC versus subtipos DSM-IV:<br />

(1) VC: (b) Anova: F= 2,33; Sig.= 0,084. LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,637), GC/Desorganizado (Sig.= 0,014), GC/Residual<br />

(Sig.= 0,395), Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,026). (c) GLM: GC/Desorganizado (Sig.= 0,039), Paranóide/Desorganizado<br />

(Sig.= 0,037).<br />

(2) Hf. Direito: (b) Anova: F= 2,12; Sig.= 0,108. LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,701), GC/Desorganizado (Sig.= 0,019),<br />

GC/Residual (Sig.= 0,586), Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,031). (c) GLM: GC/Desorganizado (Sig.= 0,067),<br />

Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,050).<br />

(3) Hf. Esquerdo: (b) Anova: F= 2,47; Sig.= 0,071. LSD: GC/Paranóide (Sig.= 0,564), GC/Desorganizado (Sig.= 0,011),<br />

GC/Residual (Sig.= 0,540), Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,025). (c) GLM: GC/Desorganizado (Sig.= 0,027),<br />

Paranóide/Desorganizado (Sig.= 0,034).<br />

(4) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria dos Hemisférios: (b) Anova – LSD: GC/Desorganizado (p= 0,080).<br />

GC versus formas de Leonhard:<br />

(1) VC: (b) Anova: F= 1,10; Sig.= 0,339. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,143), GC/ES (Sig.= 0,439), ENS/ES (Sig.= 0,451). (c) GLM:<br />

GC/ES (Sig.= 0,996).<br />

(2) Hf. Direito: (b) Anova: F= 1,03; Sig.= 0,363. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,157), GC/ES (Sig.= 0,528), ENS/ES (Sig.= 0,400).<br />

(c) GLM: GC/ENS/ES (Sig.= 1,0).<br />

(3) Hf. Esquerdo: (b) Anova: F= 1,17; Sig.= 0,318. LSD: GC/ENS (Sig.= 0,136), GC/ES (Sig.= 0,350), ENS/ES (Sig.= 0,530).<br />

(c) GLM: GC/ES (Sig.= 0,714).<br />

(4) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria dos Hemisférios: (b) Anova - LSD: GC/ES (p= 0,021); ENS/ES (p= 0,117); Bonferroni: GC/ES<br />

(p= 0,062). (c) GLM - Bonferroni: GC/ES (p= 0,029); ENS/ES (p= 0,333).<br />

GC versus subformas de Leonhard:<br />

(1) VC: (b) Anova: F= 1,15; Sig.= 0,339. LSD: GC/Par.Afetiva (Sig.= 0,198), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,156),<br />

Par.Afetiva/Parafrenia (Sig.= 0,261). (c) GLM: GC/Hebefrenia (Sig.= 0,946).<br />

(2) Hf. Direito: (b) Anova: F= 1,09; Sig.= 0,361. LSD: GC/Par.Afetiva (Sig.= 0,207), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,193),<br />

Par.Afetiva/Parafrenia (Sig.= 0,231). (c) GLM: Todos (Sig.= 1,0).<br />

(3) Hf. Esquerdo: (b) Anova: F= 1,18; Sig.= 0,326. LSD: GC/Par.Afetiva (Sig.= 0,192), GC/Hebefrenia (Sig.= 0,128),<br />

Par.Afetiva/Parafrenia (Sig.= 0,312). (c) GLM: GC/Hebefrenia (Sig.= 0,710).<br />

(4) Coeficiente de <strong>As</strong>simetria dos Hemisférios: (b) Anova – LSD: GC/Parafrenia (p= 0,078); GC/Hebefrenia (p= 0,065).


4.2.2.5.1. Comparação entre Grupo Controle e Grupo de Pacientes:<br />

cerebral.<br />

195<br />

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre GC e GP quanto ao volume<br />

O Coeficiente de <strong>As</strong>simetria dos hemisférios cerebrais revelou tendência do GP em<br />

apresentar Hemisférios Direitos maiores do que Hemisférios Esquerdos (p= 0,072) em comparação ao<br />

GC (que apresentou efeito contrário).<br />

4.2.2.5.2. Comparação entre GC e subtipos do DSM-IV:<br />

O subtipo Desorganizado apresentou Volume Cerebral menor do que o GC e o subtipo<br />

Paranóide. Tal efeito deveu-se principalmente à redução de Hemisfério Esquerdo. De fato, o<br />

coeficiente de assimetria do Subtipo Desorganizado apresentou tendência (p= 0,080) para maiores<br />

volumes relativos de Hemisfério Direito em comparação com GC.<br />

4.2.2.5.3. Comparação entre GC e formas de Leonhard:<br />

Não houve diferenças e.s. de Volume Cerebral ou de Hemisférios Cerebrais entre o GC e as<br />

formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard.<br />

<strong>As</strong> formas Sistemáticas apresentaram Hemisférios Direitos maiores do que Hemisférios<br />

Esquerdos (Teste t para amostras parea<strong>das</strong>: t = -1,916; df= 21; Sig.= 0,07), enquanto que as formas<br />

Não-Sistemáticas apresentaram volumes hemisféricos semelhantes (t= 0,251; df= 17; Sig.= 0,805).<br />

No que se refere às diferenças demográficas entre Não-Sistemáticas e Sistemáticas, a disparidade mais<br />

relevante seria a proporção masculino : feminino (8:10 nas Não-Sistemáticas e 16:6 nas Sistemáticas).<br />

Entretanto, não houve influência significativa de gênero sexual em volumes de hemisférios (HfD: F=<br />

0,010; p= 0,921. HfE: F= 0,005; p= 0,946).<br />

Pode-se portanto afirmar que as formas Sistemáticas aglutinaram os casos de esquizofrenia<br />

com redução volumétrica de Hemisfério Esquerdo, com valores do coeficiente de assimetria dos<br />

hemisférios significativamente maiores do que no GC (p= 0,021).<br />

4.2.2.5.4. Comparação entre GC e subformas de Leonhard:<br />

Não houve diferenças significativas entre as subformas de Leonhard e o GC no que se refere<br />

ao volume cerebral.


196<br />

Os coeficientes de assimetria demonstram que as subformas Hebefrenia (p= 0,065) e<br />

Parafrenia (p= 0,078) apresentaram tendências para redução relativa de Hemisférios Esquerdos,<br />

quando compara<strong>das</strong> ao GC.<br />

4.2.2.6. Correlações entre parâmetros morfométricos:<br />

<strong>As</strong> correlações entre índices e volumes de estruturas estão dispostas, respectivamente, na<br />

tabela 4.2.2.6.1 (Anexo I) em relação ao Grupo Controle (GC) e tabela 4.2.2.6.2 (Anexo J) em relação<br />

ao Grupo de Pacientes (GP).<br />

O GP apresentou uma correlação inversa (r = -0,32; p = 0,048) entre GI Direito (RGI) e<br />

volume de Hipocampo Esquerdo (HE), o que não foi observado no GC. Portanto, pacientes com<br />

maiores índices de pregueamento cortical à direita apresentaram menores volumes de HE (o que está<br />

em consonância com as correlações entre estes parâmetros morfométricos e o predomínio de sintomas<br />

positivos).<br />

No que se refere aos índices de assimetria, pacientes com pregueamento cortical<br />

relativamente maior no hemisfério direito (maior CAGI) apresentaram maiores volumes de PT<br />

Esquerdo (LPT) (r = 0,34; p = 0,031).<br />

Pacientes com índice de pregueamento cortical relativamente maior à direita (maior CAGI)<br />

apresentaram VBR relativamente maior no hemisfério esquerdo (menor CAVBR) (r = -0,42; p =<br />

0,008). No GC ocorreu o contrário, indivíduos com relativo maior pregueamento cortical à direita<br />

(maiores CAGI) tenderam para o predomínio de aumento ventricular também no hemisfério direito<br />

(maiores CAVBR) (r = 0,35; p = 0,125).<br />

No GP, o aumento ventricular no hemisfério esquerdo (menores CAVBR) também<br />

correlacionou com maiores volumes de RPT (r = -0,32; p= 0,042) e LPT (r = -0,35; p = 0,026).<br />

4.2.2.7. Análises Multivaria<strong>das</strong>:<br />

Com o objetivo de avaliar o poder preditivo dos diferentes parâmetros morfométricos em<br />

discriminar entre pacientes e controles, utilizamos um modelo de regressão logística multivariada.<br />

Com o objetivo de avaliar os sistemas diagnósticos do DSM-IV e da Classificação de<br />

Leonhard quanto aos diferentes parâmetros morfométricos, empregamos o modelo de análise<br />

multivariada conhecido como análise discriminante.


4.2.2.7.1. Regressão Logística comparando-se Grupo Controle e Grupo de Pacientes:<br />

197<br />

<strong>As</strong> variáveis morfométricas incluí<strong>das</strong> no modelo foram o LGI, o VBR Total, o RGI, o<br />

Coeficiente de <strong>As</strong>simetria dos Hemisfério Cerebrais e o Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do GI. Estas<br />

variáveis foram seleciona<strong>das</strong> com base nas análises univaria<strong>das</strong> realiza<strong>das</strong> preliminarmente. Apesar<br />

de essas variáveis terem mostrado diferenças significativas entre pacientes e controles na análise<br />

preliminar, a única variável que mostrou poder preditivo foi o LGI. A razão de odds média para o<br />

LGI (multiplicada por 10) foi de 0,4218 (cada 0,1 unidades a menos no valor de LGI corresponde a<br />

2,37 vezes mais chances do indivíduo ser paciente). Ainda assim, a precisão do modelo foi baixa: o<br />

intervalo de confiança de 95% para a razão de odds do LGI foi de 0,237 e 0,750.<br />

4.2.2.7.2. Análise discriminante entre os subtipos do DSM-IV:<br />

Seguindo a sugestão de LACHENBRUCH (1977, apud ALTMAN, 1991, p.359), a saber, de<br />

que o número de sujeitos por grupo seja no mínimo 5 vezes maior do que o número de variáveis<br />

utiliza<strong>das</strong> na análise, empregamos somente as 2 variáveis com maior poder discriminante entre os<br />

subgrupos do DSM-IV (RGI e LGI).<br />

Contudo, a única variável que apresentou influência na função discriminante foi o RGI (F=<br />

4,44; p = 0,019). Essa função discriminante classificou corretamente 75 % dos casos inicialmente<br />

definidos em seus respectivos subgrupos (Tabela 4.2.2.7.2).<br />

Tabela 4.2.2.7.2. Análise discriminante entre os subtipos do DSM-IV<br />

Subtipos do DSM-IV Estimativa de pertinência ao subgrupo<br />

Paranóide Desorganizado Residual<br />

Paranóide (n = 27) 27 (100 %) 0 0<br />

Desorganizado (n = 8) 5 (62,5 %) 3 (37,5 %) 0<br />

Residual (n = 5) 5 (100 %) 0 0<br />

Entretanto, considerando-se as desigualdades na distribuição da amostra (o n do subtipo<br />

Paranóide superou em 3 a 5 vezes o n dos demais subgrupos), qualquer modelo que consiga identificar<br />

o subtipo Paranóide terá no máximo 32,5% de erro. Como o erro encontrado no modelo em questão<br />

foi de 25%, pode-se concluir que a função capaz de discriminar entre os subtipos do DSM-IV tem um<br />

fraco poder discriminante.


4.2.2.7.3. Análise discriminante entre as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard:<br />

198<br />

<strong>As</strong> variáveis com maiores diferenças entre as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas foram<br />

o Coeficiente de <strong>As</strong>simetria Hemisférico e o Volume do Hemisfério Direito.<br />

Entretanto, nenhuma <strong>das</strong> variáveis mostrou-se qualificada para a análise. Tal resultado indica<br />

que, com base nos parâmetros morfométricos, não foi possível distinguir as formas Não-Sistemáticas<br />

e Sistemáticas entre si.<br />

4.2.2.7.4. Análise discriminante entre as subformas de Leonhard:<br />

Os Coeficientes de <strong>As</strong>simetria Hemisférico e do VBR foram as variáveis com maiores<br />

diferenças entre as subformas de Leonhard. Contudo, à semelhança do que ocorreu na análise<br />

discriminante entre as formas de Leonhard, nenhuma variável mostrou-se qualificada para a análise.<br />

<strong>As</strong>sim, não foi possível estimar uma função discriminante entre elas.<br />

Estes resultados sugerem que a <strong>classificação</strong> de Leonhard, tanto no agrupamento <strong>das</strong> formas<br />

quanto <strong>das</strong> subformas, não apresenta diferenças que possam ser respalda<strong>das</strong> pelas variações nos<br />

parâmetros morfométricos.


5. DISCUSSÃO<br />

5.1. Índice de Girificação (GI):<br />

5.1.1. Análise do GI no Grupo Controle (GC) e Grupo de Pacientes (GP):<br />

199<br />

O GP apresentou redução bilateral de GI (RGI = - 3,34%; LGI = - 4,48%) em comparação ao<br />

GC. Entretanto, com controle para as diferentes variáveis demográficas e volume cerebral, somente<br />

as diferenças de pregueamento no hemisfério esquerdo (LGI) permaneceram estatisticamente<br />

significativas. Pode-se concluir, portanto, que o grupo de pacientes apresentou significativa redução<br />

de LGI em relação ao grupo controle.<br />

Comparando-se o GI nas regiões anterior e posterior do cérebro, pode-se dizer que a redução<br />

do pregueamento cortical, embora mais pronunciada nos segmentos posteriores (região temporo-<br />

parieto-occipital), mostrou-se difusamente distribuída ao longo da córtex cerebral dos pacientes<br />

esquizofrênicos.<br />

Tais achados estão em acordo com a redução do pregueamento cortical no hemisfério<br />

esquerdo de 9 pacientes esquizofrênicos jovens e com predomínio de sintomas positivos, referida por<br />

KULYNYCH et al. (1997). Tal como em nosso estudo, Kulynych e colegas encontraram redução do<br />

pregueamento tanto na região cortical anterior quanto na região posterior.<br />

Por outro lado, nossos resultados aparentemente vão de encontro aos achados relatados por<br />

VOGELEY et al. (2000, 2001). Esses autores encontraram hipergiria pré-frontal direita em estudo<br />

postmortem de 11 cérebros de pacientes esquizofrênicos masculinos comparados a 11 cérebros de<br />

controles masculinos (não houve diferença significativa no sexo feminino [n= 13]). No <strong>segundo</strong><br />

estudo, os autores replicaram o achado in vivo (MRI) em 12 pacientes esquizofrênicos, tendo seus<br />

irmãos não-afetados como controles. Resulta difícil comparar nossos achados com aqueles referidos<br />

pelo grupo de Vogeley, já que os autores limitaram suas medi<strong>das</strong> à região pré-frontal.<br />

No primeiro estudo (VOGELEY et al., 2000), somente 3 cortes foram medidos (espessura de<br />

20 m, intervalos de 2 mm), pois os autores excluíram os dois cortes mais anteriores sob a alegação<br />

de que estes “alteram desproporcionadamente” o GI. Pode-se portanto concluir que excluíram os 8<br />

mm anteriores e mediram efetivamente 1,2 cm da região pré-frontal.


200<br />

No <strong>segundo</strong> estudo (VOGELEY et al., 2001), além dos 3 cortes numa topografia semelhante<br />

ao estudo postmortem, os autores incluíram mais 2 cortes a distâncias determina<strong>das</strong> arbitrariamente de<br />

10 e 20 mm, respectivamente, do corpo caloso.<br />

Nosso estudo incluiu todos os cortes ao longo da superfície cerebral (aproximadamente 50<br />

cortes por hemisfério), desde que fosse possível visualizar claramente os contornos corticais, em<br />

intervalos de 3,6 mm (Gráficos 5.1.1a. e 5.1.1b.). No segmento anterior ao slice índice (corte coronal<br />

onde os Lobos Temporais tornam-se contínuos ao restante do telencéfalo), foram medidos<br />

aproximadamente 20 cortes correspondentes à região frontal, o que chamamos o GI Frontal (GIFr). O<br />

GIFr de ambos os hemisférios foram menores no grupo de pacientes, o que aparentemente contraria os<br />

resultados de Vogeley e colegas.<br />

Entretanto, o gráfico obtido a partir do cálculo do GI ao longo da superfície cortical do<br />

hemisfério direito demonstra que nos primeiros 5 cortes há efetivamente um pregueamento cortical<br />

maior no grupo de pacientes esquizofrênicos, numa topografia que corresponde aquela medida pelo<br />

estudo postmortem dos autores alemães (± 18 mm do pólo frontal) (Gráfico 5.1.1a).<br />

No que se refere ao <strong>segundo</strong> estudo, o acréscimo de somente 2 cortes com intervalos de 10<br />

mm parece ser insuficiente para avaliar efetivamente o pregueamento da região frontal. De fato,<br />

ZILLES et al. (1988) verificaram haver uma margem de erro aceitável (menor do que 5%) quando o<br />

intervalo entre as medi<strong>das</strong> não excede 4 mm. Como também observamos, as medi<strong>das</strong> do GI em<br />

intervalos maiores dão origem a valores bastante díspares da média. Por conseguinte, acreditamos que<br />

a inclusão dos 2 cortes com intervalos de 10 mm no estudo de VOGELEY et al. (2001) não reflete<br />

adequadamente o pregueamento cortical da região frontal.<br />

Por outro lado, a observação do gráfico do RGI permite admitir que nossos achados não<br />

contradizem os relatos de Vogeley e colegas. De fato, calculando-se as diferenças de RGI nos cortes<br />

3o., 4o. e 5o., tal como fizeram aqueles autores no 1o. estudo, obtivemos que o RGI [3, 4, 5] do GP<br />

(média ± SD = 2,03 ± 0,07) foi significativamente maior (t = -3,28; df = 4; p= 0,03) do que RGI [3, 4,<br />

5] do GC (média ± SD = 1,81 ± 0,1). (Gráfico 5.1.1a).


Média<br />

Média<br />

Gráfico 5.1.1a. Pregueamento cortical no Hemisfério Direito de pacientes e controles.<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

3<br />

6<br />

9<br />

Hemisfério Direito<br />

12 15 18 21 24 27<br />

Cortes (sentido ântero-posterior)<br />

Gráfico 5.1.1b. Pregueamento cortical no Hemisfério Esquerdo de pacientes e controles.<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

5<br />

8<br />

11<br />

30<br />

33<br />

36<br />

39<br />

42<br />

Hemisfério Esquerdo<br />

14<br />

17<br />

20<br />

23<br />

26<br />

29<br />

32<br />

35<br />

Cortes (sentido ântero-posterior)<br />

38<br />

41<br />

45<br />

44<br />

48<br />

47<br />

51<br />

50<br />

RGI Controles<br />

(n = 20)<br />

RGI Pacientes<br />

(n = 40)<br />

LGI Controles<br />

(n = 20)<br />

LGI Pacientes<br />

(n = 40)<br />

201


202<br />

Entretanto, nosso estudo não foi desenhado para reconhecer diferenças sutis nessa topografia.<br />

Na ordenação comparativa dos slices ao longo da córtex dos diferentes indivíduos, utilizamos como<br />

ponto de ancoragem o corte coronal mais anterior exibindo solução de continuidade entre o Lobo<br />

Temporal e o restante do telencéfalo (Lobo Parietal). De tal forma que, dependendo <strong>das</strong> dimensões<br />

cerebrais e variáveis antropomórficas peculiares a diferentes indivíduos (p. ex., indivíduos braqui- ou<br />

dolicocéfalos), especialmente os cortes localizados nas extremidades anterior ou posterior do cérebro<br />

não tiveram suas medi<strong>das</strong> sobrepostas ao segmento topográfico correspondente nos demais cérebros.<br />

Some-se isto ao fato de que nosso estudo verificou um efeito semelhante na extremidade occipital<br />

(vide gráficos), é bastante provável que o fenômeno observado seja apenas um artefato <strong>das</strong> diferentes<br />

dimensões cerebrais entre indivíduos.<br />

5.1.2. Análise do GI nos subtipos do DSM-IV:<br />

O subtipo Desorganizado apresentou redução estatisticamente significativa de ambos os GIs<br />

em relação aos controles e ao subtipo Paranóide. Controlando para os fatores demográficos e volume<br />

cerebral, o subtipo Desorganizado manteve diferença significativa apenas em relação ao GC.<br />

O subtipo Paranóide apresentou valores de LGI intermediários entre Desorganizados e GC,<br />

enquanto que o RGI do subtipo Paranóide mostrou-se semelhante ao GC.<br />

5.1.3. Análise do GI nas formas e subformas de Leonhard:<br />

Ambas as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas apresentaram menor GI do que o GC.<br />

Entretanto, controlando para variáveis demográficas e volume cerebral, somente as Esquizofrenias<br />

Sistemáticas apresentaram redução significativa de LGI em relação ao grupo controle.<br />

No que se refere às subformas, as Hebefrenias apresentaram significativa redução bilateral de<br />

GI em relação ao grupo controle, com Parafrenias Afetivas e Parafrenias Sistemáticas apresentando<br />

valores intermediários (não significativos). Entretanto, controlando para variáveis demográficas e<br />

volume cerebral, somente Hebefrenias apresentaram significativa redução de LGI em relação ao grupo<br />

controle.


5.1.4. GI e classificações diagnósticas:<br />

203<br />

Não podemos assumir que a redução de GI seja característica exclusiva do subtipo<br />

Desorganizado ou da subforma Hebefrênica. Na verdade, os outros subtipos apresentaram GI com<br />

valores intermediários, sugerindo que qualquer que seja a dimensão fenomenológica implicada na<br />

redução do GI (na condição de que de fato haja uma), esta teria se mostrado prevalecente nos<br />

pacientes com diagnósticos desorganizado ou hebefrênico. O mesmo pode ser dito em relação às<br />

diferenças regionais no mesmo hemisfério: a redução de LGI foi significativamente maior na região<br />

têmporo-parieto-occipital, mas o GI frontal apresentou valores intermediários beirando significância<br />

estatística.<br />

A semelhança mais evidente entre Hebefrenias de Leonhard e o subtipo Desorganizado do<br />

DSM-IV é o comprometimento afetivo, já que Leonhard agrupa a desorganização formal do<br />

pensamento na dimensão parafrênica. Entretanto, como veremos a seguir, nenhum dos subitens<br />

relacionados ao comprometimento afetivo exibiu sequer tendência de correlação negativa com o GI.<br />

Houve porém uma tendência geral para correlações negativas com os subitens da escala NSRS<br />

(Negative Symptom Rating Scale), sendo que os subitens Atenção, Orientação e Motivação<br />

apresentaram correlações mais expressivas.<br />

5.1.5. Diferenças entre Hemisférios Cerebrais:<br />

À diferença do que foi observado no Grupo Controle, onde não houve diferença nos valores<br />

do GI entre hemisférios cerebrais, os índices de pregueamento cortical do hemisfério direito (RGI) no<br />

Grupo de Pacientes foram significativamente maiores do que os índices do hemisfério esquerdo (LGI)<br />

(T-teste: p= 0,007). Este efeito mostrou-se igualmente distribuído entre pacientes masculinos e<br />

femininos. Tal efeito reflete-se na tendência para maior Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do GI no Grupo de<br />

Pacientes (p = 0,083).<br />

Além disso, com exceção do subtipo Desorganizado, to<strong>das</strong> as outras diferenças significativas<br />

de GI entre o GP e o GC referem-se ao hemisfério esquerdo. Pode-se portanto afirmar que as<br />

anormalidades do GI na esquizofrenia têm um efeito maior a nível de hemisfério esquerdo. Se a<br />

redução do pregueamento cortical efetivamente reflete alteração da conectividade neural, tal como<br />

sugerido por ZILLES et al. (1988), RAKIC (1988) e outros, então nossos resultados estão em acordo


com uma vasta gama de achados na literatura implicando anormalidades na lateralização e disfunção<br />

do hemisfério esquerdo na esquizofrenia.<br />

5.1.6. GI, variáveis demográficas e Volume Cerebral:<br />

204<br />

O estudo demonstrou que gênero sexual, lateralidade manual, escolaridade e duração da<br />

doença não influenciam significativamente os valores do GI, tanto no Grupo Controle quanto no<br />

Grupo de Pacientes.<br />

Entretanto, idade (com efeito mais pronunciado no LGI de controles [r = -0,513; p= 0,029]) e<br />

volume cerebral (efeito mais pronunciado no RGI de pacientes [r = 0,277; p= 0,092]) apresentaram<br />

correlações significativas com os valores do GI: quanto maior a idade, menores os valores do GI;<br />

quanto maior o volume cerebral, maior o valor do RGI. Tais resultados estão em desacordo com os<br />

achados de ZILLES et al. (1988) e KULYNYCH et al. (1997). Estes autores referiram que nenhuma<br />

variável demográfica ou volume cerebral correlacionou significativamente com os valores do GI.<br />

Em nosso estudo, o RGI dos pacientes apresentou certa tendência à redução com o aumento<br />

da idade (r = -0,236; p= 0,154), duração da doença (r = -0,225; p= 0,193) e redução do volume<br />

cerebral (r = 0,277; p= 0,092). Estes efeitos, embora isoladamente não tenham assumido níveis de<br />

significância estatística, poderiam sugerir um processo neurodegenerativo. Mas este efeito pode ser<br />

explicado pelo fato <strong>das</strong> pacientes femininas terem apresentado R e LGI significativamente reduzidos<br />

em comparação com os pacientes masculinos. Elas também apresentaram menores volumes cerebrais<br />

e maior idade, fatores relacionados à diminuição do GI. Ademais, controles e pacientes demonstraram<br />

redução do GI com o aumento da idade e redução do volume cerebral (tendência), indicações de que o<br />

fenômeno observado é fisiológico. Tais indícios são sugestivos de que o observado relativo<br />

decréscimo do GI ao longo da duração da doença deve-se mais à fisiologia do envelhecimento e<br />

diferenças na amostra (gênero, VC e idade) do que a fatores que possam implicar um processo<br />

dismórfico ativo durante a fase sintomática da doença.<br />

Pode-se portanto concluir que a redução do GI no grupo de pacientes infirma a hipótese de<br />

um processo neurodegenerativo, o que remete à teoria alternativa da doença como distúrbio no<br />

neurodesenvolvimento.


5.1.7. GI e psicopatologia:<br />

205<br />

Os sintomas positivos tenderam a correlações positivas com os Índices de Girificação (GI),<br />

especialmente com RGI, enquanto que alguns sintomas deficitários tenderam a correlações inversas<br />

com o GI.<br />

Os artigos publicados envolvendo análises de correlação não apresentam diretrizes de<br />

consenso quanto ao nível de corte (cut-off) na apreciação dos resultados. O grande número de<br />

comparações aumenta o risco de erros estatísticos do tipo I, motivo pelo qual estabelecer o ponto de<br />

corte com p < 0,01 (ao invés de p < 0,05) parece mais prudente.<br />

Observamos que sintomas geralmente agrupados em torno da dimensão paranóide<br />

(comportamento alucinatório, desconfiança/persecutoriedade, preocupação e idéias de grandeza) estão<br />

associados com aumento do pregueamento cortical em relação aos demais pacientes. Esta associação<br />

corrobora o fato de pacientes do subtipo paranóide terem apresentado maiores índices de<br />

pregueamento cortical se comparados aos demais subtipos, embora o GI desses pacientes tenha sido<br />

inferior ao GI do grupo controle. Por outro lado, déficit de atenção covariou negativamente com o GI.<br />

Correlações parciais, controlando para idade e volume cerebral, mantiveram níveis de<br />

significância (p < 0,01) nos sintomas desconfiança e persecutoriedade, mas não quanto a<br />

comportamento alucinatório e delírios. O subitem desorientação covariou de forma negativa com o<br />

GI.<br />

Portanto, aplicando-se um ponto de corte restritivo, pode-se afirmar que os pacientes com<br />

maior índice de pregueamento cortical apresentaram maior prevalência dos sintomas desconfiança e<br />

persecutoriedade. Por outro lado, a maior prevalência de sintomas deficitários como falta de atenção,<br />

desorientação e falta de motivação esteve associada com menores índices de pregueamento cortical.<br />

5.1.8. Possíveis implicações da redução do pregueamento cortical na esquizofrenia:<br />

A “hipogiria” observada em pacientes esquizofrênicos pode ser explicada com base nos<br />

estudos morfogenéticos e neuropatológicos envolvendo a formação da córtex cerebral, cujos tópicos já<br />

foram referidos na revisão bibliográfica.<br />

Há basicamente duas hipóteses implica<strong>das</strong> na origem de giros e sulcos:<br />

A hipótese biomecânica (RICHMAN et al., 1975) sugere que o nível de pregueamento<br />

cortical decorra <strong>das</strong> diferentes tensões resultantes do crescimento <strong>das</strong> cama<strong>das</strong> supra-granular


(cama<strong>das</strong> I, II e III) e infra-granular (cama<strong>das</strong> IV, V e VI). O suporte empírico para essa hipótese<br />

provém da histologia de cérebros com microgiria (predomínio de neurônios na camada supra-<br />

granular) e lisencefalia (predomínio de neurônios na camada infra-granular). Entretanto, alterações<br />

dessa natureza claramente implicam distúrbio da migração neuronial e um nível de desarranjo<br />

citoarquitetônico bastante distinto <strong>das</strong> sutis alterações neuropatológicas observa<strong>das</strong> na esquizofrenia.<br />

ARMSTRONG et al. (1991), em estudo com primatas não-humanos, demonstraram que há um<br />

predomínio dimensional da camada supra-granular nas regiões de maior pregueamento cortical<br />

(regiões póstero-parietal e ântero-occipital), enquanto que o contrário ocorre em regiões de menor<br />

pregueamento (região frontal). No entanto, a teoria <strong>das</strong> diferentes tensões entre as cama<strong>das</strong> corticais<br />

fornece uma explicação plausível na formação dos giros, mas não dos sulcos cerebrais.<br />

206<br />

Complementar à primeira hipótese, a teoria morfogenética baseada na tensão ao longo de<br />

axônios, dendritos e processos gliais (Van ESSEN, 1997) sugere que a tensão gerada pelos axônios da<br />

substância branca exerce a força predominante no pregueamento cortical. Os estudos da morfogênese<br />

cortical dão um suporte teórico bastante consistente a este modelo:<br />

1. A lâmina cortical, em princípio apenas ancorada pelos processos radiais gliais, é<br />

subseqüentemente sustentada pelas conexões intra-corticais e conexões com os Núcleos<br />

Subcorticais, processo no qual o Subestrato tem papel crucial;<br />

2. <strong>As</strong> projeções córtico-corticais são estabeleci<strong>das</strong> bastante precocemente, ainda durante o processo<br />

de migração neuronial para a periferia.<br />

Dessa forma, considerando-se as propriedades visco-elásticas do axônio, as áreas com<br />

circuitaria mais compacta (maior número de conexões e maior tensão aproximativa) tendem a encurtar<br />

a distância entre si, passando a constituir giros; enquanto que zonas mais pobres em conexão<br />

neurônica (menor força coesiva) tendem a alongar os feixes nevosos, constituindo os sulcos.<br />

O Subestrato, estrutura fetal transitória, contém células intersticiais e fibras aferentes tanto<br />

<strong>das</strong> radiações talâmicas quanto <strong>das</strong> conexões córtico-corticais (Figura 5.1.8a). Portanto, o Subestrato<br />

contém aferências de outras populações neuronais prévias aos neurônios migrantes, com os quais<br />

estabelecem sinapses transitórias envolvendo neurotransmissores e neuromoduladores ainda pouco<br />

conhecidos, mas de segura relevância na morfogênese cortical (RAKIC, 1988).<br />

Figura 5.1.8a. Morfogênese da córtex cerebral.


Abreviaturas: CC = Conexões Córtico-Corticais; TR = Radiações Talâmicas; E = Dia Embriônico; MZ = Zona<br />

Marginal; CP = Estrato Cortical; SP = Subestrato; IZ = Zona Intermediária; VZ = Zona Ventricular; RG =<br />

Processos Gliais Radiais; MN = Neurônio Migrante.<br />

(Extraído de RAKIC, P. Science, v.241, p.171, 1988).<br />

207<br />

ARMSTRONG et al. (1995) ocuparam-se em determinar a cronologia do processo de<br />

pregueamento cortical em relação aos eventos neurogenéticos possivelmente envolvidos.<br />

O aumento contínuo do pregueamento cortical tem início a partir da 22a. Semana<br />

Ontogenética (SO) (± 5o. mês de gestação), tem seu período de máximo aumento durante a formação<br />

dos sulcos secundários e início dos terciários (do 7o. ao 9o. mês) e tende a estabilizar na 45a. SO (±<br />

1,5 mês pós-natal), embora haja um pico transitório entre os meses pós-natais 5o. e 6o.<br />

O Subestrato apresenta cronologia bastante semelhante: passa a constituir uma camada<br />

monolaminar homogênea entre a 19a. e a 23a. SO (aproximadamente 4,3 a 5,3 meses de gestação) e<br />

decresce rapidamente de dimensões nos primeiros meses após o nascimento. Os autores concluem<br />

sugerindo que o subestrato pode prover as tensões mecânicas responsáveis pela formação de giros e<br />

sulcos, especialmente através <strong>das</strong> conexões córtico-corticais, que projetam principalmente para as<br />

cama<strong>das</strong> média e superficial da córtex.<br />

A revisão dos estudos neuropatológicos na esquizofrenia permite aduzir argumentos<br />

concordantes com o modelo. Segundo a revisão de HARRISON (1999), os achados citoarquitetônicos<br />

a nível de córtex pré-frontal e sistema límbico podem ser assim resumidos (Figura 5.1.8b):


1. A substância cinzenta apresenta neurônios piramidais mais densos e de menor volume;<br />

2. A córtex mostra-se mais fina, especialmente nas lâminas II e III;<br />

3. O reduzido volume nessa topografia reflete anormalidades afetando a arborização de axônios e<br />

dendritos, sugerindo haver redução (ou desarranjo) <strong>das</strong> conexões sinápticas forma<strong>das</strong> pelas fibras<br />

208<br />

aferentes córtico-corticais, que de resto foram modula<strong>das</strong> pelas células intersticiais do Subestrato<br />

durante a corticogênese.<br />

Figura 5.1.8b. Esquema demonstrativo <strong>das</strong> características citoarquitetônicas da Esquizofrenia nas<br />

regiões frontal e límbica.<br />

A SC mantém o mesmo número de neurônios, mas os neurônios piramidais (triângulos) são menores e<br />

mais densos. A córtex é mais fina, especialmente nas cama<strong>das</strong> II e III. Aumento da densidade e<br />

redução do volume dos neurônios refletem anormalidades na arborização de axônios (cor verde) e<br />

dendritos (cor vermelha).<br />

(Extraído de HARRISON, P.J. Brain, v.122, p.605, 1999).<br />

Alguns neurônios do Subestrato persistem como neurônios intersticiais na substância branca<br />

subcortical, constituindo os circuitos córtico-corticais e córtico-talâmicos. AKBARIAN et al. (1993a,<br />

1993b) encontraram neurônios do subestrato mais profundamente situados na sustância branca <strong>das</strong><br />

regiões frontal e temporal. O achado foi replicado, confirmando número reduzido de neurônios<br />

intersticiais na superfície da substância branca a nível de DLPFC (AKBARIAN et al., 1996).<br />

Entretanto, alguns estudos posteriores falharam em replicar e o reduzido número de estudos não<br />

permitem afirmar definitivamente o desarranjo na distribuição destes neurônios.<br />

Em relação à substância branca (SB), é possível que a redução de volume reflita déficit de<br />

conectividade, embora estudos com MRI espectroscópica tenham demonstrado que alteração<br />

funcional não necessariamente implica redução volumétrica (LIM et al., 1999). A maioria dos estudos


elata redução de substância cinzenta no cérebro de pacientes esquizofrênicos, sendo que a SB está<br />

relativamente preservada. Entretanto, SANFILIPO et al. (2000) encontraram associação (r = -0,42; p=<br />

0,002; n= 53) entre redução de volume da substância branca e sintomas negativos (subescalas da<br />

SANS). O déficit foi mais pronunciado na região órbito-frontal. WIBLE et al.(1995) também haviam<br />

encontrado associação entre sintomas negativos e déficit de SB na região pré-frontal esquerda. Além<br />

da região pré-frontal, CANNON et al. (1998) encontraram redução de SB nas regiões posteriores.<br />

SIGMUNDSON et al. (2001) encontraram redução de SB (-13%) no hemisfério esquerdo (lobos<br />

temporal, parietal, frontal e Cápsula Interna) em 27 pacientes com sintomas negativos proeminentes.<br />

209<br />

O fato de que tenhamos encontrado menores índices de GI nos pacientes com predomínio de<br />

sintomas deficitários (subtipo Desorganizado e Hebefrenias de Leonhard) estaria portanto em<br />

conformidade com os estudos anteriormente citados (WIBLE et al., 1995; SANFILIPO et al., 2000),<br />

na hipótese de que redução de SB reflita redução de axônios, menor tensão visco-elástica e menor<br />

pregueamento cortical. No entanto, estas conjeturas têm caráter meramente especulativo na medida<br />

em que não temos evidências empíricas da possível correlação entre pregueamento cortical e volume<br />

ou disfunção de SB.<br />

Por outro lado, a hipótese de que alterações do pregueamento cortical representem distúrbio<br />

da conectividade neuronial subjacente encontra respaldo nos estudos já referidos (ZILLES et al.,<br />

1988; RAKIC, 1988; ARMSTRONG et al., 1991, 1995). <strong>As</strong> alterações citoarquitetônicas observa<strong>das</strong><br />

na esquizofrenia são bastante sugestivas de um processo relacionado ao desarranjo <strong>das</strong> conexões<br />

sinápticas, especialmente nas cama<strong>das</strong> média e superficial da córtex, para onde as fibras do subestrato<br />

projetam predominantemente. Além disso, o subestrato guarda correlação cronológica com o período<br />

de rápido pregueamento cortical (sulcos secundários e terciários).<br />

A suposição de que as tensões mecânicas ao longo de axônios e dendritos da circuitaria<br />

córtico-cortical e córtico-subcortical constituam os fatores determinantes do pregueamento cortical<br />

pode explicar a redução de GI observada nos pacientes esquizofrênicos, desta forma implicando<br />

alterações da corticogênese durante o período gestacional.


5.2. Hipocampo (H):<br />

5.2.1. Hipocampo nos subgrupos estudados:<br />

210<br />

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos no que se refere aos<br />

volumes de Hipocampos e Coeficientes de <strong>As</strong>simetria.<br />

Comparando-se o Grupo Controle (GC) com o Grupo de Pacientes (GP) como um todo, os<br />

pacientes apresentaram maiores médias de HD (+ 0,4%) e menores médias de HE (-3,2%).<br />

Nos subgrupos do DSM-IV, a tendência em apresentar maiores HD pode ser atribuída ao<br />

subtipo Desorganizado (+1,8%); enquanto que a tendência em apresentar redução de HE foi maior no<br />

subtipo Paranóide (- 4,0%).<br />

Quanto às formas de Leonhard, as Esquizofrenias Sistemáticas (ES) apresentaram tendência<br />

para maior HD (+ 2,6%) quando compara<strong>das</strong> às Esquizofrenias Não-Sistemáticas (ENS) (p= 0,105).<br />

Este efeito deveu-se às subformas Hebefrênicas (HD= + 4,7%). <strong>As</strong> ENS apresentaram menores<br />

médias de HE (- 4,3%) do que Controles, às custas <strong>das</strong> subformas Parafrênicas Afetivas (HE= -<br />

4,2%), cujo efeito foi parcialmente devido à prevalência do sexo feminino, com menores VC e<br />

maiores idades.<br />

5.2.2. Correlações entre Hipocampo e variáveis sócio-demográficas:<br />

A análise <strong>das</strong> variáveis sócio-demográficas revelou correlações significativas com os<br />

volumes do Hipocampo.<br />

Indivíduos com maiores Volumes Cerebrais apresentaram menores HD (r = -0,265; p=<br />

0,049) e tenderam a apresentar menores HE (r = -0,208; p= 0,124). Este efeito, entretanto, deveu-se ao<br />

fato de que para fins de cálculo utilizamos valores de Hipocampo corrigidos (Hip. Corrigido = Hip.<br />

Absoluto / Volume Cerebral x 1000).<br />

Escolaridade correlacionou com HD (r = 0,332; p= 0,013) e HE (r = 0,288; p= 0,032),<br />

sugerindo que indivíduos com maior escolaridade tendem a apresentar maiores Hipocampos. Outros<br />

estudos já relataram nível de escolaridade como fator relacionado ao volume de estruturas frontais<br />

(DeMYER et al., 1988; ANDREASEN et al., 1990). GUR et al. (2000) referiram correlações<br />

positivas entre volumes de Hipocampo e melhor performance da memória em ambos os grupos<br />

controle e de pacientes. BOGERTS et al. (1993) sugeriram que a redução de Hipocampos estaria<br />

relacionada à menor escolaridade por efeito da doença, p. ex., na performance cognitiva. Estes autores<br />

desaconselham o pareamento dos grupos para a escolaridade sob o argumento de que, de uma parte, se


estariam selecionando pacientes com síndromes menos severas e, de outra, controles com<br />

performances abaixo da média.<br />

211<br />

Nosso estudo contraria esta hipótese na medida em que a correlação positiva de volumes com<br />

escolaridade foi mais pronunciada no Grupo Controle. Portanto, o achado de correlação entre<br />

escolaridade e volumes de Hipocampo sugere que as diferenças de volume entre pacientes<br />

esquizofrênicos e controles descritas na literatura podem, ao menos em parte, ser explica<strong>das</strong> pelos<br />

diferentes graus de escolaridade entre os grupos.<br />

5.2.3. Correlações entre Hipocampo e escalas psicopatológicas:<br />

A análise dos perfis psicopatológicos em relação aos volumes de Hipocampo revelou<br />

correlações negativas fracas com a severidade de sintomas obtida a partir <strong>das</strong> escalas de avaliação. Os<br />

escores da PANSS (Total, Geral e Positiva) e da BPRS foram maiores em pacientes com redução<br />

bilateral de Hipocampos; enquanto que o escore total da PANSS Negativa correlacionou<br />

significativamente apenas com redução de HE.<br />

Dentre os sintomas positivos, Delírios e Desorganização Conceitual correlacionaram com<br />

redução de HE (p < 0,05); Alucinações correlacionaram com HD (p < 0,05); e Maneirismo e Postura<br />

correlacionou com redução de ambos HD (p= 0,02) e HE (p= 0,01).<br />

Sintomas deficitários, tais como Apresentação e Desorientação tenderam a correlações com<br />

redução bilateral de Hipocampos. Redução de HD correlacionou com Depressão, Sentimento de<br />

Culpa, Ambivalência volitiva, Esquiva Social e Pobre Controle de Impulsos; enquanto que redução<br />

de HE correlacionou com Retraimento social, Distanciamento Afetivo e déficits de<br />

Julgamento/Decisão e Motivação [tendência: p= 0,052].<br />

A análise destes resultados deve entretanto ser vista com cautela:<br />

1. Os coeficientes de correlação observados são relativamente modestos (Spearman rho < 0,4),<br />

caracterizando correlações fracas;<br />

2. O elevado número de análises aumenta substancialmente o risco de correlações ao acaso (erro<br />

tipo I), de tal forma que um nível de significância p < 0,01 seria mais apropriado. Neste caso, a<br />

única correlação significativa seria entre redução de HE e o sintoma Maneirismo e Postura [r = -<br />

0,405; p= 0,01].<br />

3. Variáveis externas, tais como diferenças interindividuais e sócio-demográficas, poderiam estar<br />

influenciando os resultados.


212<br />

De fato, correlações parciais com a inclusão dos fatores lateralidade manual e escolaridade<br />

como covariáveis (cujos efeitos se mostraram mais influentes nas medi<strong>das</strong> de volume do Hipocampo)<br />

manteve diferenças estatisticamente significativas para um número mais restrito de correlações:<br />

Redução bilateral de Hipocampos (p < 0,05): Comportamento Alucinatório (PANSS e BPRS);<br />

Redução de HD: Esquiva Social Ativa [r = -0,303; p= 0,065] e Ambivalência Volitiva [r = -0,339;<br />

p= 0,041];<br />

Redução de HE (p < 0,05): severidade de sintomas (PANSS [Total e Positiva] e BPRS Total),<br />

Delírios (PANSS e BPRS), Retraimento Social e Contato Pobre (PANSS).<br />

BOGERTS et al. (1993) relataram correlação entre redução bilateral de Hipocampos e<br />

severidade de sintomas positivos (BPRS: suspicácia, desorganização conceitual e conteúdo incomum<br />

do pensamento), mas não houve correlação com sintomas negativos. FUKUZAKO et al. (1996)<br />

encontraram correlações entre déficit estrutural bilateral de Hipocampos e distúrbios na atenção,<br />

comportamento bizarro e distúrbio formal do pensamento (síndrome desorganizada).<br />

Entretanto, CHUA et al. (1997) encontraram um resultado discrepante: severidade de<br />

distúrbio formal do pensamento esteve associada ao aumento volumétrico bilateral de estruturas<br />

límbicas. Além disso, os estudos de WITHWORTH et al. (1998) e GUR et al. (2000) não<br />

encontraram correlações significativas entre severidade de sintomas psicopatológicos e volumes de<br />

estruturas mesiotemporais.<br />

Nosso estudo conflui parcialmente com os resultados do estudo de BOGERTS et al. (1993).<br />

Ainda que não na proporção encontrada por aqueles autores (r= -0,61; p= 0,01), também encontramos<br />

associação entre severidade de sintomas positivos e redução de Hipocampos. A associação entre<br />

severidade de sintomas negativos e redução volumétrica não foi observada naquele estudo, enquanto<br />

que encontramos uma correlação fraca também entre sintomas negativos e redução de HE,<br />

especialmente com Retraimento Social e Contato Pobre (PANSS).<br />

Quanto à síndrome desorganizada, pode-se dizer apenas que houve tendências de correlação<br />

entre Desorganização conceitual (BPRS) e redução de HE (r = -0,265; p= 0,098) e entre<br />

Desorientação e redução bilateral de Hipocampos (HD: r = -0,292; p= 0,067; HE: r = -0,302; p=<br />

0,058).


5.3. Planum temporale (PT):<br />

5.3.1. PT nos subgrupos estudados:<br />

213<br />

<strong>As</strong> comparações entre Grupo Controle (GC) e pacientes esquizofrênicos não apresentaram<br />

diferenças estatisticamente significativas, seja no Grupo de Pacientes (GP) como um todo ou nos<br />

subtipos <strong>das</strong> classificações diagnósticas.<br />

Embora no GP os volumes do RPT tenham prevalecido sobre os volumes do LPT, os<br />

Coeficientes de <strong>As</strong>simetria não diferem significativamente dos valores do GC (CAGC= -0,03 ± 0,29;<br />

CAGP= 0,04 ± 0,25).<br />

Quando as medi<strong>das</strong> do PT incluíram o Ramo <strong>As</strong>cendente da Fissura de Silvius (RAFS),<br />

constituindo o denominado PT(+), o Coeficiente de <strong>As</strong>simetria (CAPT) do GP deslocou-se para a<br />

esquerda, aproximando-se do CAPT do GC (Tabela 5.3.1a). Tal achado parece indicar que pacientes<br />

esquizofrênicos tenham o RAFS mais extenso à esquerda e que, portanto, as medi<strong>das</strong> que incluírem<br />

esta área estarão propensas a não identificar diferenças de assimetria do PT entre controles saudáveis e<br />

pacientes.<br />

Tabela 5.3.1a. Coeficientes de <strong>As</strong>simetria do PT e PT+ no Grupo Controle e no Grupo de Pacientes.<br />

Coeficiente de Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

<strong>As</strong>simetria do PT<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Grupo Controle (n = 20) 10 (50%) 3 (15%) 7 (35%)<br />

Grupo de Pacientes (n = 40) 14 (35%) 7 (17,5%) 19 (47,5%)<br />

Coeficiente de Lateralização Esquerda Simetria Lateralização Direita<br />

<strong>As</strong>simetria do PT(+)<br />

(CA < -0,05) (-0,05 < CA < +0,05) (CA > +0,05)<br />

Grupo Controle (n = 20) 11 (55%) 2 (10%) 7 (35%)<br />

Grupo de Pacientes (n = 40) 21 (52,5%) 5 (12,5%) 14 (35%)<br />

PT (Mann-Whitney: Sig.= 0,276); PT(+) (Mann-Whitney: Sig.= 0,909).<br />

Os pacientes apresentaram maiores médias de RPT (RPT= + 4,7 %; Sig.= 0,325) e menores<br />

médias de LPT (- 2,8 %; Sig.= 0,745) do que o GC.<br />

Comparando nossos resultados com os 4 estudos já publicados relacionando volumes do PT,<br />

temos os seguintes dados (Tabela 5.3.1b):


Tabela 5.3.1b. Resultados dos estudos envolvendo volumes do PT em pacientes esquizofrênicos e<br />

controles.<br />

PT Volumes<br />

RPT LPT CAPT (§)<br />

Absolutos (cm³) Pacientes Controles Pacientes Controles Pacientes Controles<br />

Barta et al., 1997<br />

(PE= 28; CN= 32)<br />

2,58 ± 1,32 3,12 ± 1,82 2,82 ± 1,52 2,97 ± 1,54 -0,09 0,05<br />

Frangou et al., 1997<br />

(PE= 32; CN= 39)<br />

4,7 ± 1,9 5,2 ± 1,8 5,9 ± 2,2 6,1 ± 1,4 -0,23 -0,16<br />

Kwon et al., 1999<br />

(PE= 16; CN= 16)<br />

2,00 ± 0,58 1,92 ± 0,60 1,91 ± 0,50 * 2,66 ± 0,44 * 0,05 * -0,32 *<br />

Hirayasu et al., 2000<br />

(PE= 20; CN= 22)<br />

2,01 ± 0,48 1,88 ± 0,48 1,88 ± 0,39 * 2,40 ± 0,63 * 0,07 * -0,24 *<br />

Sallet et al., 2001<br />

(PE= 40; CN= 20)<br />

2,18 ± 0,70 2,16 ± 0,80 2,07 ± 0,61 2,20 ± 0,64 0,04 ± 0,25 -0,03 ± 0,29<br />

Abreviaturas: PT= Planum Temporale; RPT= PT Direito; LPT= PT Esquerdo; CAPT= Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT.<br />

(§) No cálculo do CAPT utilizamos a fórmula de Galaburda: CAPT = (RPT – LPT) / 0,5 x (RPT + LPT);<br />

(*) Diferenças estatisticamente significativas.<br />

214<br />

Dentre os 4 estudos volumétricos do PT em esquizofrenia, 2 deles (KWON et al., 1999; e<br />

HIRAYASU et al., 2000) encontraram significativa reversão do padrão de assimetria do PT em<br />

pacientes esquizofrênicos, sobretudo às custas de redução volumétrica do LPT no grupo de pacientes.<br />

Entretanto, embora a um nível estatístico não significativo, os estudos de FRANGOU et al. (1997) e<br />

BARTA et al. (1997) demonstraram tendências opostas no que se refere ao coeficiente de assimetria<br />

do PT, com os pacientes apresentando aumento da assimetria à esquerda em relação aos controles. Ao<br />

observarmos a Tabela 5.3.1.2. fica evidente que as diferenças estatisticamente significativas foram<br />

mais um produto da variação dos coeficientes de assimetria do PT no grupo controle do que no grupo<br />

de pacientes.<br />

Nosso estudo não revelou diferenças significativas, mas as tendências apontam para reversão<br />

do padrão de assimetria do PT no GP, tal como nos estudos de KWON et al. (1999) e HIRAYASU et<br />

al. (2000).<br />

Em relação à <strong>classificação</strong> diagnóstica do DSM-IV, este efeito deveu-se sobretudo aos<br />

subtipos Desorganizado e Residual, sendo que o subtipo Paranóide apresentou valores intermediários<br />

entre estes subgrupos e o grupo controle.<br />

No que se refere à <strong>classificação</strong> de Leonhard, ambas as formas Não-Sistemáticas e<br />

Sistemáticas apresentaram tendência para a reversão da assimetria. Tal efeito deveu-se<br />

principalmente às Hebefrenias. Parafrenias Afetivas e Parafrenias Sistemáticas apresentaram<br />

coeficientes de assimetria do PT semelhantes aos do Grupo Controle.<br />

5.3.2. PT e variáveis sócio-demográficas:<br />

Nenhuma <strong>das</strong> variáveis sócio-demográficas apresentou correlações significativas com<br />

medi<strong>das</strong> do PT no Grupo Controle.


215<br />

Entretanto, no Grupo de Pacientes houve correlações significativas envolvendo as seguintes<br />

variáveis demográficas:<br />

1. Gênero Sexual: Pacientes masculinos apresentaram RPT maior e LPT menor do que pacientes<br />

femininas, constituindo reversão do padrão normal de assimetria do PT. O contrário foi observado<br />

nas pacientes, onde houve acentuação da assimetria fisiológica à esquerda. Como os controles<br />

masculinos também apresentaram RPT discretamente maior do que LPT, a diferença entre<br />

pacientes e controles do sexo masculino não atingiu nível de significância estatística (p= 0,170).<br />

2. Lateralidade Manual: No GP, indivíduos destros (n = 36) apresentaram RPT maior do que<br />

indivíduos não-destros (n = 4). Este achado diverge dos resultados na literatura, onde indivíduos<br />

destros normais têm acentuação da assimetria fisiológica do PT em relação a indivíduos não-<br />

destros. Comparados ao Grupo Controle, pacientes não-destros (n= 4) apresentaram significativa<br />

redução de RPT (p= 0,008) e RPT(+) (p= 0,013), além de aumento da assimetria do CAPT à<br />

esquerda (p= 0,088) em comparação com controles normais não-destros (n= 4).<br />

3. Antecedentes Familiares de Psicose: Pacientes com antecedentes familiares de psicose tenderam a<br />

apresentar maiores volumes de RPT (RPTc.a.f.p.= 2,11 ± 0,47; n = 30) do que pacientes sem<br />

antecedentes familiares de psicose (RPTs.a.f.p.= 1,77 ± 0,67; n=10) (T-teste = -1,7; Sig.= 0,092).<br />

4. Em relação à Idade, observa-se que indivíduos normais tenderam à redução volumétrica bilateral<br />

do PT (RPT: r = -0,393; p= 0,133; LPT: r = -0,231; p= 0,389) com o aumento da idade. Pacientes<br />

esquizofrênicos exibiram igual tendência no que se refere ao LPT (r = -0,257; p= 0,130), mas o<br />

RPT não diminuiu com a idade (r = 0,046; p= 0,788). De fato, o CAPT demonstra que nos<br />

pacientes esquizofrênicos o aumento da idade se correlaciona com a reversão no padrão de<br />

assimetria fisiológico (r = 0,335; p= 0,046). Embora a análise de correlações não implique<br />

causalidade, o fato de os pacientes manterem volumes constantes do RPT (ao contrário da<br />

discreta redução ao longo da idade observada bilateralmente em controles e no LPT de pacientes)<br />

poderia refletir um padrão anormal de lateralização do córtex de associação auditivo<br />

manifestando-se ao longo da idade. Entretanto, a correlação é fraca (r = 0,3; p= 0,046) e não<br />

houve correlação significativa com Duração da Doença, argumentos que refutam a hipótese de a<br />

suposta alteração na lateralização da linguagem estar associada a um processo ativo de caráter<br />

neurodegenerativo.


5.3.3. PT e escalas de avaliação sintomatológica:<br />

216<br />

A comparação entre os resultados deste estudo e os da literatura envolvendo correlações do<br />

PT com psicopatologia torna-se complicada pelo fato de que a maioria destes estudos foi realizada<br />

com medi<strong>das</strong> de área e não de volume do PT ( ROSSI et al., 1994 [reversão do CAPT = distúrbio<br />

formal do pensamento]; PETTY et al., 1995 [reversão do CAPT = distúrbio formal do pensamento]).<br />

Ainda outros referem correlações com volumes de segmentos do STG ( BARTA et al., 1990 [redução<br />

de LSTG = alucinações auditivas]; SHENTON et al., 1992 [redução de LSTG post.= distúrbio formal<br />

do pensamento]; FLAUM et al., 1995 [redução de LSTG = alucinações auditivas]; VITA et al., 1995<br />

[reversão da assimetria do STG = distúrbio formal do pensamento]; MARSH et al., 1997 [redução de<br />

LSTG post.= sintomas positivos: alucinações, delírios e desorganização]).<br />

Dentre os estudos envolvendo volumes do PT:<br />

BARTA et al.(1997) relataram correlação significativa entre redução volumétrica de LPT e<br />

severidade de distúrbio do pensamento (SAPS) (os autores não referiram os valores estatísticos da<br />

correlação).<br />

KWON et al.(1999) encontraram correlação entre redução volumétrica de LPT e o subitem<br />

Suspicácia/Persecutoriedade da PANSS (r = -0,5; p < 0,05).<br />

O estudo de HIRAYASU et al. (2000) não encontrou qualquer diferença entre escores totais<br />

e subitens do BPRS e volumes do PT.<br />

Nossos resultados foram contrários às tendências em geral referi<strong>das</strong> na literatura. O aumento<br />

volumétrico do LPT tendeu à correlação com sintomas positivos da PANSS (r = 0,31; p= 0,06),<br />

especialmente com Alucinações Auditivas. De fato, pacientes com aumento da assimetria „normal‟ do<br />

PT (LPT > RPT) apresentaram maiores escores nos subitens Comportamento Alucinatório (BPRS) e<br />

Alteração no Conteúdo do Pensamento/Delírios (BPRS) (p < 0,05). Tais resultados são mais<br />

compatíveis com a hipótese de que pacientes esquizofrênicos com menor assimetria cerebral tenham<br />

maior capacidade em compensar défices hemisféricos com a participação do hemisfério contra-lateral<br />

(HOFF et al., 1990; 1992). Por outro lado, pacientes com reversão da assimetria „normal‟ do PT<br />

apresentaram maiores escores de gravidade nos subitens déficit de Memória e de Julgamento/Decisão<br />

da NSRS (p < 0,05).


217<br />

Na apreciação destes resultados convém salientar que os níveis estatísticos <strong>das</strong> correlações<br />

foram relativamente fracos. De formas que a possibilidade de erros tipo I não pode ser excluída. A<br />

única correlação com p < 0,01 ocorreu entre o subitem déficit de Memória e aumento do RPT.<br />

Outra ressalva diz respeito ao fato de que tenhamos utilizado, para fins de comparação<br />

interindividual, os valores do PT corrigidos para o volume cerebral, enquanto que os autores em geral<br />

utilizaram medi<strong>das</strong> absolutas. A análise <strong>das</strong> correlações com volumes absolutos do PT não alterou<br />

substancialmente os resultados aqui descritos.<br />

5.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR):<br />

5.4.1. VBR nos subgrupos estudados:<br />

O Grupo de Pacientes apresentou significativo aumento de ventrículos em comparação com o<br />

Grupo Controle (teste t: p = 0,007). Ambos pacientes e controles tenderam a apresentar ventrículos<br />

relativamente maiores à esquerda e não houve diferenças significativas entre os grupos quanto ao<br />

Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR.<br />

Todos os subtipos do DSM-IV apresentaram aumento ventricular em relação ao Grupo<br />

Controle. Tal como no estudo de MARSH et al. (1999), em nosso estudo o subtipo Desorganizado<br />

aparentemente apresentou a maior média de VBR. Entretanto, controlando para a variável idade, o<br />

subtipo Paranóide apresentou índices VBR mais elevados (sobretudo devido ao aumento do VBR<br />

Esquerdo), seguido do subtipo Desorganizado.<br />

Quanto à <strong>classificação</strong> de Leonhard, <strong>esquizofrenias</strong> Não-Sistemáticas e Sistemáticas<br />

apresentaram aumento de VBR em proporções semelhantes. Nenhuma <strong>das</strong> formas Não-Sistemáticas<br />

ou Sistemáticas apresentaram correlações significativas com as variáveis idade e duração da doença.<br />

Pode-se portanto concluir que, na suposição de que haja subpopulações distintas quanto ao<br />

alargamento estático ou progressivo do VBR, as formas de Leonhard não são entre si distintas.<br />

A subforma Parafrenia Sistemática apresentou os maiores índices VBR, sendo seguida <strong>das</strong><br />

subformas Parafrenia Afetiva e Hebefrenia, respectivamente. Parafrenias Afetivas e Hebefrenias<br />

apresentaram aumentos ventriculares mais expressivos no hemisfério esquerdo (Kruskal-Wallis: p=<br />

0,087).<br />

Tais resultados sugerem um aumento difuso e inespecífico do VBR nos subgrupos estudados,<br />

sendo compatíveis com a hipótese de um continuum psicótico relacionado à alteração estrutural


(GOLDBERG e WEINBERGER, 1995; MARSH et al., 1999). Evidentemente, no que se refere às<br />

subformas de Leonhard esta afirmação é válida somente para os subgrupos cujo „n‟ permitiu análise<br />

estatística.<br />

5.4.2. Correlações entre VBR e variáveis demográficas:<br />

218<br />

Em ambos os grupos (60 casos), a variável Idade apresentou correlação positiva com o<br />

aumento do VBR em ambos os hemisférios (r = 0,40; p= 0,002). Tal efeito foi mais pronunciado no<br />

Grupo Controle (r = 0,59; p= 0,015) do que no Grupo de Pacientes (r = 0,25; p= 0,138). Esse achado<br />

sugere que as alterações de VBR nestes pacientes não são progressivas, portanto infirmando a<br />

hipótese neurodegenerativa.<br />

No que se refere ao Gênero Sexual, embora o aumento de VBR tenha ocorrido em ambos os<br />

sexos, as diferenças foram maiores entre indivíduos do sexo feminino, sobretudo devido ao aumento<br />

do VBR no hemisfério esquerdo <strong>das</strong> pacientes.<br />

5.4.3. Correlações entre VBR e escalas de avaliação sintomatológica:<br />

Não foram verifica<strong>das</strong> correlações significativas entre escalas de sintomas negativos<br />

(PANSS-Negativa e NSRS) e VBR, um achado portanto em discordância com a hipótese de que<br />

pacientes com maior prevalência de sintomas negativos apresentem maiores dimensões ventriculares<br />

(CROW, 1985; ANDREASEN et al., 1990; GUR et al., 1994).<br />

Na verdade, o escore total da PANSS-Positiva apresentou-se mais propenso em correlacionar<br />

com o aumento do VBR, especialmente com VBR Esquerdo.<br />

A análise de correlações com controle para as variáveis idade e gênero sexual revelou<br />

algumas poucas correlações com os subitens <strong>das</strong> escalas:<br />

Alargamento ventricular bilateral correlacionou com défices nos Cuidados Pessoais e<br />

Apresentação (NSRS: r = 0,394; p= 0,014);<br />

Aumento ventricular direito tendeu a correlações com Desorientação (PANSS: r = 0,290; p=<br />

0,077) e déficit no Relacionamento Expressivo (NSRS: r = 0,285; p= 0,083);<br />

Aumento ventricular esquerdo correlacionou com Falta de Cooperação (PANSS: r = 0,376; p=<br />

0,020. BPRS: r = 0,408; p= 0,011).<br />

Pacientes com integridade de dimensões ventriculares apresentaram correlação com<br />

Ansiedade (BPRS: r = -0,339; p= 0,037. PANSS: r = -0,357; p= 0,028). Este achado parece indicar


que a ansiedade está relacionada com capacidade cognitiva e morfologia relativamente preserva<strong>das</strong>,<br />

características da fase inicial da doença.<br />

219<br />

Quanto ao Coeficiente de <strong>As</strong>simetria, pacientes com maior alargamento ventricular relativo à<br />

esquerda tenderam ao predomínio de sintomas tais como Embotamento Afetivo (PANSS: r = -0,382;<br />

p= 0,041), Humor Depressivo (BPRS: r = -0,309; p= 0,059), Retardo Motor (BPRS: r = -0,296; p=<br />

0,071), falta de Espontaneidade na Fala (PANSS: r = -0,350; p= 0,063) e Excitação (PANSS: r = -<br />

0,302; p= 0,065).<br />

De um modo geral, dentre os parâmetros morfométricos estudados, o VBR apresentou os<br />

níveis de correlação menos consistentes com a sintomatologia. É possível que a relação entre o VBR<br />

(relativamente estático) e o caráter flutuante da sintomatologia clínica seja demasiado sutil para que<br />

um estudo com avaliação transversal possa apresentar resultados mais conclusivos.<br />

5.5. Volume Cerebral e Volumes Hemisféricos:<br />

Embora o Grupo de Pacientes tenha apresentado a média dos volumes cerebrais inferior à<br />

média do Grupo Controle, a diferença não é estatisticamente significativa. Os pacientes do subtipo<br />

Desorganizado apresentaram volumes cerebrais significativamente menores do que o Grupo Controle<br />

(p= 0,014) e o subtipo Paranóide (p= 0,026).<br />

Observamos que o Grupo Controle tendeu a apresentar volumes de Hemisfério Esquerdo<br />

maiores do que volumes de Hemisfério Direito (HfE > HfD), enquanto que o Grupo de Pacientes<br />

tendeu para um efeito inverso (HfD > HfE). De fato, os coeficientes de assimetria inter-hemisféricos<br />

de pacientes e controles evidenciaram uma diferença beirando nível de significância estatística (p=<br />

0,07).<br />

A análise desta diferença nos subgrupos de pacientes demonstrou que as formas Sistemáticas<br />

de Leonhard reuniram os casos com maiores coeficientes de assimetria inter-hemisférica (HfD > HfE),<br />

diferindo significativamente do GC (controlando para gênero, idade e escolaridade e com correção de<br />

Bonferroni: p= 0,029). Por outro lado, as formas Não-Sistemáticas apresentaram coeficientes de<br />

assimetria inter-hemisférica semelhantes aos do GC.<br />

Correlações Parciais (controlando para gênero, idade, lateralidade manual e escolaridade)<br />

demonstraram correlações significativas entre o coeficiente de assimetria dos volumes hemisféricos e<br />

os escores de sintomas negativos (PANSS Negativa: r= 0,38; p= 0,024; e NSRS: r= 0,34; p= 0,045).


220<br />

Portanto, os pacientes com volumes de Hemisfério Esquerdo relativamente menores do que<br />

volumes de Hemisfério Direito (HfE < HfD) apresentaram maior severidade de sintomas negativos:<br />

PANSS Negativa: Embotamento Afetivo (r= 0,34; p= 0,040), Contato Pobre (r= 0,43; p= 0,009);<br />

Dificuldade com Pensamento Abstrato (r= 0,38; p= 0,023); e Falta de Espontaneidade na Fala (r=<br />

0,032; p= 0,053).<br />

NSRS: Conteúdo da Fala (r= 0,33; p= 0,049); Orientação (r= 0,38; p= 0,024); Motivação (r=<br />

0,29; p= 0,083); e Movimento (r= 0,33; p= 0,048).<br />

Tais achados permitem inferir que a distinção Leonhardiana entre formas Não-Sistemáticas e<br />

Sistemáticas foi o instrumento diagnóstico que melhor permitiu distinguir os casos com menor volume<br />

relativo de hemisfério esquerdo e com maior severidade de sintomas negativos, o que de resto<br />

encontra-se respaldado conceitualmente na definição fenomenológica <strong>das</strong> síndromes.<br />

O fato de o hemisfério esquerdo apresentar um período maturacional mais prolongado do que<br />

o hemisfério direito torna-o mais vulnerável a insultos potenciais durante o 2o. trimestre da gestação<br />

(BRACHA, 1991). CROW et al. (1989b) relataram uma associação entre a perda do torque anti-<br />

horário fisiológico 5 dos hemisférios cerebrais e início precoce da doença, o que coincide com uma <strong>das</strong><br />

características <strong>das</strong> formas Sistemáticas descritas por Leonhard e observada na nossa amostra.<br />

Em estudo com MRI envolvendo 32 pacientes com Esquizofrenia Não-Sistemática, 13 com<br />

Esquizofrenia Sistemática e 45 controles saudáveis, SERFLING et al. (1995) encontraram os menores<br />

volumes de Lobo Temporal e de Lobos Fronto-Parietais esquerdos nas formas Sistemáticas. <strong>As</strong><br />

diferenças entretanto não atingiram níveis de significância estatística, em parte devido ao fato de que<br />

naquele estudo também o grupo controle apresentou volumes de Hemisfério Direito maiores do que de<br />

Hemisfério Esquerdo.<br />

A responsividade dos pacientes ao tratamento neuroléptico parece constituir um outro<br />

argumento em favor da distinção entre as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas.<br />

Em dissertação de mestrado, HENNA, J. (2000) aplicou os critérios de KANE et al. (1988)<br />

na determinação da refratariedade ao tratamento neuroléptico nos 40 pacientes do nosso estudo.<br />

Segundo tais critérios, os casos são definidos como refratários pelo critério histórico (no mínimo 3<br />

5 Nos indivíduos saudáveis, especialmente nos destros, há uma protrusão fisiológica do lobo frontal direito além<br />

da linha média (petália frontal direita) associada a uma protusão do lobo occipital esquerdo além da linha média<br />

(petália occipital esquerda). Tal fenômeno é geralmente designado como torque anti-horário ou Yakovleviano.


tratamentos prévios com duração mínima de 2 meses, envolvendo drogas de 2 classes distintas em<br />

doses equivalentes a 1 g de clorpromazina e manutenção do escore do BPRS acima de 27) e pelo<br />

critério atual (20 mg de haloperidol por 2 meses, sem uma redução de no mínimo 20 % do BPRS).<br />

221<br />

Dentre as Esquizofrenias Não-Sistemáticas (n = 18) houve 12 casos de refratariedade (67 %)<br />

e 6 casos de resposta satisfatória ao tratamento neuroléptico (33 %). <strong>As</strong> formas Sistemáticas (n= 22),<br />

por sua vez, apresentaram 19 casos refratários (86 %) e somente 3 casos com boa resposta (14 %) (X²<br />

= 2,2; p= 0,138) .<br />

Na literatura há dados sugestivos de que a medicação neuroléptica apresente um efeito<br />

„lateralizado‟. Pacientes não medicados apresentam baixas performances em testes neuropsicológicos<br />

envolvendo predominantemente o hemisfério direito. Quando medicados, o tratamento parece reverter<br />

o lado do déficit, o que sugere que os anti-psicóticos apresentam uma ação preponderante na inibição<br />

funcional do hemisfério direito (TOMER e FLOR-HENRY, 1989; PETTY, 1999).<br />

Portanto, os achados de que as formas Sistemáticas apresentam menores volumes de<br />

hemisfério esquerdo e predomínio de pacientes refratários, além de maior severidade de sintomas<br />

negativos, sugerem um maior comprometimento do hemisfério esquerdo neste subgrupo.<br />

No entanto, a análise dos demais parâmetros morfométricos parece não corroborar a distinção<br />

bipartida <strong>das</strong> <strong>psicoses</strong> proposta pela <strong>classificação</strong> de Leonhard. <strong>As</strong> formas Sistemáticas não diferiram<br />

<strong>das</strong> Não-Sistemáticas no que se refere aos volumes de estruturas (Hipocampo e Planum Temporale) e<br />

índices (GI e VBR) morfométricos. Também as análises discriminantes mostraram resultados<br />

negativos quanto à capacidade de as variáveis morfométricas discriminarem entre as formas e<br />

subformas da <strong>classificação</strong> de Leonhard.<br />

Outro achado do nosso estudo resultou inconsistente com a proposição Leonhardiana de<br />

menor suscetibilidade genética nas formas Sistemáticas. A assertiva diz respeito à hipótese de que o<br />

hemisfério esquerdo, em função do período maturacional tardio, apresente uma maior „janela‟ de<br />

suscetibilidade para lesões gestacionais de causa exógena (p. ex., de causa infecciosa) e que este<br />

mecanismo fisiopatológico esteja diferencialmente implicado nas formas Sistemáticas (distinguindo-<br />

as <strong>das</strong> formas Não-Sistemáticas, de maior carga genética). Entretanto, na amostra estudada<br />

observamos que as Esquizofrenias Sistemáticas apresentaram história familiar de esquizofrenia em<br />

59% dos casos, enquanto que as Esquizofrenias Não-Sistemáticas apresentaram história familiar de<br />

esquizofrenia em apenas 33% dos casos.


seguintes:<br />

222<br />

Portanto, as inconsistências aqui referi<strong>das</strong> não autorizam outras conclusões além <strong>das</strong><br />

1. <strong>As</strong> formas Sistemáticas apresentaram tendência para menor volume relativo de hemisfério<br />

esquerdo em relação ao Grupo Controle;<br />

2. <strong>As</strong> formas Sistemáticas apresentaram maior severidade de sintomas negativos em relação às Não-<br />

Sistemáticas;<br />

3. <strong>As</strong> formas Sistemáticas tenderam a apresentar um maior número de casos refratários ao<br />

tratamento neuroléptico em comparação às formas Não-Sistemáticas.<br />

5.6. Correlações entre parâmetros morfométricos:<br />

A correlação entre os parâmetros morfométricos estudados revelou que os pacientes com<br />

maiores índices de pregueamento cortical no hemisfério direito também apresentaram menores<br />

volumes de Hipocampo esquerdo e maiores volumes do Planum Temporale esquerdo. O predomínio<br />

relativo do GI direito sobre o GI esquerdo (RGI > LGI) também correlacionou com aumento relativo<br />

do VBR esquerdo sobre o VBR direito (VBRD < VBRE).<br />

Como vimos, aumento de RGI, redução de Hipocampo esquerdo e aumento do PT esquerdo<br />

estiveram correlacionados com maior severidade de sintomas, especialmente de sintomas positivos.<br />

Ademais, o subtipo Paranóide do DSM-IV constituiu o subgrupo com perfil mais adequado a este<br />

padrão morfométrico.<br />

Seria portanto lícito assumir que os pacientes paranóides apresentaram um padrão de<br />

alterações morfológicas distinto dos demais pacientes, com estruturas mais preserva<strong>das</strong> no hemisfério<br />

direito e comprometimento do hemisfério esquerdo. Entretanto, as maiores reversões no padrão<br />

fisiológico de assimetria entre volumes de hemisférios cerebrais ocorreram no subtipo Desorganizado<br />

e na subforma Hebefrenia, o que infirma a proposição anterior.


6. CONCLUSÕES<br />

6.1. Índice de Girificação (GI):<br />

223<br />

Com relação ao pregueamento cortical, nossos resultados podem endereçar argumentos em<br />

torno de algumas questões que têm sido foco de debate na literatura:<br />

6.1.1. Alterações corticais globais ou localiza<strong>das</strong>?<br />

No que se refere à controvérsia entre alterações corticais globais ou focais, observamos que o<br />

decréscimo do GI distribui-se difusamente ao longo da córtex cerebral, indicando tratar-se de uma<br />

alteração não localizada.<br />

6.1.2. Alterações degenerativas ou do neurodesenvolvimento?<br />

No grupo de pacientes, não houve correlação significativa entre duração da doença e redução<br />

do pregueamento cortical (RGI: r = -0,22; p= 0,19; LGI: r = -0,16; p= 0,37). Além disso, a idade<br />

apresentou correlação negativa com o GI no Grupo Controle (RGI: r = -0,28; p= 0,26; LGI: r = -0,51;<br />

p= 0,03), mas não no Grupo de Pacientes (RGI: r = -0,24; p= 0,15; LGI: r = -0,17; p= 0,30). Tais<br />

resultados infirmam a hipótese de uma lesão atrófica progressiva durante a fase sintomática da doença<br />

e, acrescidos do provável envolvimento do Subestrato, constituem argumentos em favor da hipótese<br />

de alteração no processo de neurodesenvolvimento.<br />

6.1.3. Alterações corticais lateraliza<strong>das</strong> ou anormalidades globais?<br />

Embora o estudo tenha revelado diminuições bilaterais no GI dos pacientes em relação ao GI<br />

dos controles, a diferença mais pronunciada e com significância estatística deu-se no hemisfério<br />

esquerdo. Em comparação com os controles, os pacientes apresentaram tendência de desvio do<br />

coeficiente de assimetria para a direita. Além disso, vimos que em ambos os gêneros sexuais os<br />

pacientes apresentaram LGI significativamente menor do que RGI, fenômeno que não foi observado<br />

no Grupo Controle. Estes dados permitem afirmar que a redução do pregueamento cortical em<br />

pacientes esquizofrênicos apresenta efeito mais pronunciado à esquerda.<br />

Contudo, a análise do GI nos subtipos do DSM-IV sugere que o padrão descrito<br />

anteriormente adequa-se ao subtipo Paranóide. Os subtipos Desorganizado e Residual apresentaram


valores de GI semelhantes em ambos os hemisférios cerebrais, o que parece indicar um padrão distinto<br />

de comprometimento bilateral dos hemisférios nestes subtipos.<br />

6.1.4. A redução do GI tem alguma relevância clínica?<br />

224<br />

Tal como os demais achados envolvendo neuroanatomia da esquizofrenia, o GI dos pacientes<br />

apresenta diferenças sutis com controles saudáveis. Mesmo o subtipo Desorganizado e as Hebefrenias<br />

de Leonhard, subgrupos nos quais foram registrados os menores índices de girificação, apresentam<br />

sobreposição parcial com indivíduos saudáveis. Foi no entanto verificado que o predomínio de<br />

sintomas positivos tendeu a correlacionar com os maiores índices de GI, o que pode ser verificado<br />

também no fato de pacientes paranóides apresentarem GIs semelhantes aos do Grupo Controle. Por<br />

outro lado, pacientes com predomínio de sintomas deficitários (Desorganizados e Hebefrênicos)<br />

apresentaram menores GIs. Diante desses resultados, é tentadora a suposição de que os sintomas<br />

positivos estejam associados a uma circuitaria neuronial mais preservada; enquanto que aos sintomas<br />

deficitários corresponderia um maior desarranjo de neurônios, sinapses e dendritos, estruturas que<br />

fornecem a tensão visco-elástica necessária ao pregueamento cortical.<br />

Entretanto, o GI é apenas uma medida indireta de um processo neuropatológico ainda<br />

desconhecido. São necessárias investigações empíricas com o objetivo de determinar como o<br />

pregueamento cortical é afetado em distúrbios do neurodesenvolvimento em humanos e que tipos de<br />

alterações citoarquitetônicas estariam relaciona<strong>das</strong> com a redução no índice de pregueamento cortical.<br />

6.2. Hipocampo (H):<br />

A morfometria de Hipocampos não revelou diferenças significativas entre controles e<br />

pacientes ou entre os subgrupos de pacientes.<br />

O achado de maiores volumes de Hipocampo em indivíduos com maior escolaridade sugere<br />

que o fator escolaridade deva ser considerado no pareamento entre pacientes esquizofrênicos e<br />

controles saudáveis nos estudos morfométricos desta estrutura. Esta associação não parece constituir<br />

um traço da doença, mas sim um fenômeno relacionado ao grau de instrução em ambos os grupos de<br />

pacientes e controles.<br />

A redução volumétrica do Hipocampo Esquerdo mostrou estar associada com maior<br />

severidade sintomatológica, na medida em que apresentou correlações significativas com os escores


totais da PANSS e do BPRS. A severidade de sintomas alucinatórios em ambas as escalas<br />

correlacionou com a redução bilateral de Hipocampos.<br />

6.3. Planum Temporale (PT):<br />

225<br />

Embora os pacientes tenham apresentado tendência para o desvio da assimetria fisiológica do<br />

Planum Temporale (RPT > LPT), não foram observa<strong>das</strong> diferenças significativas entre pacientes e<br />

controles no que se refere aos volumes e coeficientes de assimetria do PT.<br />

Em dissonância com a literatura, que refere associações entre reversão do padrão de<br />

assimetria fisiológico do PT e severidade de sintomas, nossos resultados apresentaram correlações<br />

entre o aumento da assimetria fisiológica do PT (PT Esquerdo > PT Direito) e maior severidade de<br />

sintomas positivos, especialmente de sintomas alucinatórios.<br />

6.4. Índice Ventrículo-Cerebral (VBR):<br />

O grupo de pacientes apresentou índices VBR significativamente maiores do que o grupo<br />

controle. A análise do aumento ventricular nos subgrupos estudados mostrou-se inespecífica,<br />

sugerindo que essa alteração estrutural encontra-se distribuída nos subtipos diagnósticos.<br />

A variável idade apresentou correlações positivas com o VBR em ambos pacientes e<br />

controles. Como este efeito mostrou-se mais pronunciado no grupo controle, pode-se afirmar que a<br />

amostra de pacientes estudados não apresenta progressão do aumento ventricular, o que infirma a<br />

hipótese neurodegenerativa.<br />

O VBR não apresentou correlações significativas com os escores totais <strong>das</strong> escalas ou<br />

subescalas da PANSS e do BPRS, o que infirma a hipótese de que pacientes com predomínio de<br />

sintomatologia negativa apresentem maiores índices VBR.<br />

6.5. Distúrbio no processo de lateralização cerebral:<br />

Os pacientes apresentaram pregueamento cortical no Hemisfério Esquerdo significativamente<br />

menor do que no Hemisfério Direito. Eles também apresentaram volumes de Hipocampo Esquerdo<br />

significativamente menores do que volumes de Hipocampo Direito. Além disso, a volumetria de<br />

Hipocampo Esquerdo correlacionou inversamente com a severidade de sintomas negativos e positivos.


226<br />

Os pacientes também apresentaram tendência para menores volumes relativos de Hemisfério<br />

Esquerdo. Este efeito mostrou-se associado com maior severidade de sintomas negativos, doença de<br />

início precoce e maior refratariedade ao tratamento neuroléptico, características compartilha<strong>das</strong> pelo<br />

subtipo Desorganizado do DSM-IV e pelas formas Sistemáticas de Leonhard.<br />

Tais achados apontam para um maior comprometimento do hemisfério esquerdo em<br />

pacientes esquizofrênicos.<br />

6.6. Conclusões acerca <strong>das</strong> diferenças entre o DSM-IV e a Classificação de Leonhard:<br />

Nossos resultados sugerem que os subtipos do DSM-IV permitiram uma melhor distinção<br />

com referência às anormalidades estruturais observa<strong>das</strong> do que as formas de Leonhard. Tanto a<br />

redução de GI, quanto o aumento do VBR mostraram-se mais robustos, respectivamente, nos subtipos<br />

Desorganizado e Paranóide.<br />

Por outro lado, a distinção entre as formas Não-Sistemáticas e Sistemáticas de Leonhard<br />

permitiu identificar um padrão distinto nas Esquizofrenias Sistemáticas: menor volume relativo de<br />

hemisfério esquerdo, início precoce, maior severidade de sintomas negativos e maior refratariedade ao<br />

tratamento neuroléptico. No entanto, em contraste com a proposição de Leonhard, as formas<br />

Sistemáticas de nossa amostra tenderam a apresentar maior carga genética do que as formas Não-<br />

Sistemáticas. Além disso, à exceção dos coeficientes de assimetria inter-hemisféricos, as formas Não-<br />

Sistemáticas e Sistemáticas apresentaram parâmetros morfométricos similares, sugerindo que as<br />

supostas diferenças envolvendo anormalidades fisiopatológicas distintas nessas formas (na suposição<br />

de que existam) não parecem estar associa<strong>das</strong> com padrões anatômicos distintos.


227<br />

7. ANEXOS


ANEXO A: GI e escalas de avaliação (sem controle de variáveis)<br />

Escalas RGI LGI CAGI<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,322; p= 0,043* r = 0,270; p= 0,092 r = 0,084; p= 0,608<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,400; p= 0,010** r = 0,360; p= 0,023* r = 0,101; p= 0,535<br />

1. Delírios r = 0,327; p= 0,040* r = 0,313; p= 0,049* r = 0,054; p= 0,740<br />

2.Desorganização conceitual r = 0,135; p= 0,407 r = 0,134; p= 0,410 r = 0,049; p= 0,765<br />

3.Comportamento alucinatório r = 0,502; p= 0,001** r = 0,394; p= 0,012* r = 0,228; p= 0,158<br />

4.Excitação r = 0,228; p= 0,156 r = 0,102; p= 0,530 r = 0,157; p= 0,334<br />

5.Grandiosidade r = 0,146; p= 0,370 r = -0,014; p= 0,932 r = 0,257; p= 0,110<br />

6.Desconfiança/perseguição r = 0,501; p= 0,001** r = 0,431; p= 0,006** r = 0,216; p= 0,181<br />

7.Hostilidade r = -0,021; p= 0,895 r = 0,007; p= 0,966 r = -0,075; p= 0,644<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,329; p= 0,038* r = 0,276; p= 0,085 r = 0,106; p= 0,516<br />

1.Preocupação somática r = 0,297; p= 0,063 r = 0,379; p= 0,016* r = 0,046; p= 0,777<br />

2.Ansiedade r = 0,332; p= 0,036* r = 0,263; p= 0,101 r = 0,110; p= 0,499<br />

3.Sentimento de culpa r = 0,162; p= 0,319 r = 0,133; p= 0,414 r = 0,160; p= 0,323<br />

4.Tensão r = 0,140; p= 0,388 r = 0,089; p= 0,587 r = 0,015; p= 0,925<br />

5.Maneirismo e postura r = 0,115; p= 0,481 r = 0,061; p= 0,706 r = 0,072; p= 0,661<br />

6.Depressão r = 0,149; p= 0,358 r = 0,118; p= 0,470 r = 0,101; p= 0,536<br />

7.Retardo motor r = 0,262; p= 0,102 r = 0,110; p= 0,500 r = 0,246; p= 0,126<br />

8.Falta de cooperação r = 0,067; p= 0,681 r = 0,241; p= 0,135 r = -0,268; p= 0,094<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = 0,155; p= 0,338 r = 0,184; p= 0,256 r = -0,036; p= 0,826<br />

10.Desorientação r = -0,303; p= 0,058 r = -0,250; p= 0,120 r = -0,163; p= 0,313<br />

11.Atenção pobre r = -0,132; p= 0,416 r = -0,017; p= 0,918 r = -0,116; p= 0,475<br />

12.Falta de julgamento/insight r = 0,155; p= 0,341 r = 0,150; p= 0,355 r = 0,020; p= 0,901<br />

13.Ambivalência volitiva r = 0,197; p= 0,222 r = 0,054; p= 0,741 r = 0,165; p= 0,309<br />

14.Pobre controle de impulsos r = 0,150; p= 0,354 r = 0,065; p= 0,690 r = 0,132; p= 0,417<br />

15.Preocupação r = 0,451; p= 0,004** r = 0,385; p= 0,014* r = 0,166; p= 0,306<br />

16.Esquiva social ativa r = 0,334; p= 0,035* r = 0,196; p= 0,226 r = 0,201; p= 0,214<br />

BPRS (escore total) r = 0,350; p= 0,027* r = 0,322; p= 0,042* r = 0,063; p= 0,700<br />

1.Preocupação somática r = 0,328; p= 0,039* r = 0,400; p= 0,011* r = 0,034; p= 0,834<br />

2.Ansiedade r = 0,293; p= 0,067 r = 0,247; p= 0,124 r = 0,051; p= 0,753<br />

3.Distanciamento afetivo r = 0,125; p= 0,441 r = 0,184; p= 0,256 r = -0,100; p= 0,539<br />

4.Desorganização conceitual r = 0,216; p= 0,180 r = 0,183; p= 0,259 r = 0,083; p= 0,611<br />

5.Sentimentos de culpa r = 0,136; p= 0,402 r = 0,104; p= 0,523 r = 0,144; p= 0,376<br />

6.Tensão r = 0,273; p= 0,088 r = 0,166; p= 0,307 r = 0,103; p= 0,527<br />

7.Manerismos e postura r = 0,174; p= 0,283 r = 0,095; p= 0,560 r = 0,122; p= 0,452<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,509; p= 0,003** r = 0,476; p= 0,007** r = 0,143; p= 0,442<br />

9.Humor depressivo r = 0,329; p= 0,038* r = 0,325; p= 0,041* r = 0,025; p= 0,876<br />

10.Hostilidade r = -0,027; p= 0,869 r = 0,002; p= 0,990 r = -0,068; p= 0,677<br />

11.Desconfiança r = 0,509; p= 0,001** r = 0,429; p= 0,006** r = 0,206; p= 0,203<br />

12.Comportamento alucinatório r = 0,463; p= 0,003** r = 0,364; p= 0,021* r = 0,209; p= 0,195<br />

13.Retardo motor r = 0,262; p= 0,103 r = 0,111; p= 0,497 r = 0,248; p= 0,122<br />

14.Falta de cooperação r = -0,110; p= 0,499 r = -0,063; p= 0,700 r = -0,260; p= 0,106<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = 0,321; p= 0,044 * r = 0,292; p= 0,068 r = 0,062; p= 0,703<br />

16.Afeto embotado r = 0,069; p= 0,671 r = 0,106; p= 0,513 r = -0,022; p= 0,895<br />

17.Excitação r = 0,232; p= 0,149 r = 0,112; p= 0,491 r = 0,202; p= 0,212<br />

18.Desorientação r = -0,306; p= 0,055 r = -0,249; p= 0,122 r = -0,171; p= 0,293<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = 0,105; p= 0,521 r = 0,091; p= 0,576 r = 0,055; p= 0,734<br />

1.Embotamento afetivo r = 0,005; p= 0,976 r = -0,073; p= 0,656 r = 0,120; p= 0,462<br />

2.Retraimento emocional r = 0,101; p= 0,536 r = 0,117; p= 0,473 r = 0,055; p= 0,736<br />

3.Contato pobre r = 0,013; p= 0,938 r = 0,106; p= 0,515 r = -0,104; p= 0,523<br />

4.Retr. social passivo/apático r = 0,278; p= 0,083 r = 0,232; p= 0,150 r = 0,058; p= 0,722<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = -0,143; p= 0,380 r = -0,103; p= 0,526 r = -0,029; p= 0,858<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = 0,150; p= 0,356 r = 0,219; p= 0,175 r = -0,134; p= 0,410<br />

7.Pensamento estereotipado r = 0,054; p= 0,739 r = -0,047; p= 0,771 r = 0,176; p= 0,278<br />

NSRS (escore total) r = -0,207; p= 0,200 r = -0,140; p= 0,389 r = -0,145; p= 0,373<br />

1.Conteúdo da fala r = -0,116; p= 0,477 r = -0,039; p= 0,810 r = -0,021; p= 0,897<br />

2.Julgamento/decisão r = 0,048; p= 0,771 r = 0,024; p= 0,881 r = -0,050; p= 0,761<br />

3.Memória r = -0,253; p= 0,115 r = -0,235; p= 0,145 r = -0,113; p= 0,489<br />

4.Atenção r = -0,434; p= 0,005** r = -0,377; p= 0,016* r = -0,099; p= 0,544<br />

5.Orientação r = -0,385; p= 0,014* r = -0,297; p= 0,063 r = -0,169; p= 0,298<br />

6.Apresentação r = -0,079; p= 0,630 r = -0,105; p= 0,518 r = 0,017; p= 0,918<br />

7.Motivação r = -0,156; p= 0,337 r = -0,158; p= 0,331 r = -0,028; p= 0,865<br />

8.Movimento r = -0,188; p= 0,245 r = -0,083; p= 0,610 r = -0,162; p= 0,317<br />

9.Resposta emocional r = -0,152; p= 0,348 r = -0,175; p= 0,279 r = 0,041; p= 0,802<br />

10.Relacionamento expressivo r = -0,131; p= 0,420 r = 0,000; p= 0,999 r = -0,208; p= 0,198<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho). (*) p 0,05 (2-tailed); (**) p 0,01 (2-tailed).<br />

228


ANEXO B: GI e escalas de avaliação (controlando para Idade e Volume Cerebral).<br />

Escalas RGI LGI CAGI<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,080; p= 0,631 r = 0,062; p= 0,710 r = 0,012; p= 0,942<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,226; p= 0,173 r = 0,193; p= 0,246 r = 0,045; p= 0,790<br />

1. Delírios r = 0,152; p= 0,362 r = 0,181; p= 0,277 r = -0,062; p= 0,713<br />

2.Desorganização conceitual r = 0,017; p= 0,918 r = -0,015; p= 0,927 r = 0,026; p= 0,878<br />

3.Comportamento alucinatório r = 0,165; p= 0,323 r = 0,101; p= 0,545 r = 0,103; p= 0,540<br />

4.Excitação r = 0,151; p= 0,366 r = 0,062; p= 0,710 r = 0,152; p= 0,363<br />

5.Grandiosidade r = 0,122; p= 0,465 r = -0,059; p= 0,726 r = 0,290; p= 0,078<br />

6.Desconfiança/persecutoriedade r = 0,416; p= 0,009** r = 0,363; p= 0,026* r = 0,100; p= 0,549<br />

7.Hostilidade r = -0,083; p= 0,622 r = -0,013; p= 0,938 r = -0,107; p= 0,524<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,043; p= 0,799 r = 0,021; p= 0,898 r = 0,013; p= 0,938<br />

1.Preocupação somática r = 0,313; p= 0,056 r = 0,298; p= 0,069 r = 0,030; p= 0,857<br />

2.Ansiedade r = 0,215; p= 0,195 r = 0,190; p= 0,252 r = 0,039; p= 0,822<br />

3.Sentimento de culpa r = 0,147; p= 0,377 r = 0,081; p= 0,629 r = 0,084; p= 0,616<br />

4.Tensão r = 0,004; p= 0,982 r = -0,056; p= 0,740 r = 0,111; p= 0,505<br />

5.Maneirismo e postura r = -0,020; p= 0,904 r = 0,013; p= 0,936 r = -0,068; p= 0,686<br />

6.Depressão r = 0,049; p= 0,768 r = -0,007; p= 0,965 r = 0,081; p= 0,630<br />

7.Retardo motor r = 0,073; p= 0,664 r = -0,155; p= 0,352 r = 0,385; p=0,017*<br />

8.Falta de cooperação r = 0,089; p= 0,594 r = 0,198; p= 0,234 r = -0,165; p= 0,322<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = -0,036; p= 0,832 r = 0,026; p= 0,878 r = -0,120; p= 0,475<br />

10.Desorientação r = -0,410; p= 0,011* r = -0,302; p= 0,065 r = -0,212; p= 0,202<br />

11.Atenção pobre r = -0,186; p= 0,262 r = -0,083; p= 0,622 r = -0,190; p= 0,252<br />

12.Falta de julgamento/insight r = -0,004; p= 0,979 r = -0,007; p= 0,964 r = -0,016; p= 0,926<br />

13.Ambivalência volitiva r = -0,142; p= 0,394 r = -0,195; p= 0,241 r = 0,065; p= 0,700<br />

14.Pobre controle de impulsos r = -0,098; p= 0,558 r = -0,136; p= 0,414 r = 0,061; p= 0,717<br />

15.Preocupação r = 0,295; p= 0,072 r = 0,241; p= 0,145 r = 0,083; p= 0,621<br />

16.Esquiva social ativa r = 0,093; p= 0,578 r = 0,042; p= 0,800 r = 0,074; p= 0,658<br />

BPRS (escore total) r = 0,163; p= 0,329 r = 0,176; p= 0,291 r = -0,033; p= 0,845<br />

1.Preocupação somática r = 0,332; p= 0,042* r = 0,327; p= 0,045* r = 0,019; p= 0,910<br />

2.Ansiedade r = 0,184; p= 0,267 r = 0,194; p= 0,243 r = -0,016; p= 0,926<br />

3.Distanciamento afetivo r = -0,049; p= 0,771 r = 0,091; p= 0,588 r = -0,240; p= 0,147<br />

4.Desorganização conceitual r = 0,098; p= 0,559 r = 0,047; p= 0,780 r = 0,058; p= 0,728<br />

5.Sentimentos de culpa r = 0,056; p= 0,737 r = 0,011; p= 0,948 r = 0,053; p= 0,751<br />

6.Tensão r = 0,089; p= 0,594 r = 0,020; p= 0,906 r = 0,129; p= 0,440<br />

7.Manerismos e postura r = 0,020; p= 0,907 r = 0,045; p= 0,788 r = -0,049; p= 0,771<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,439; p= 0,017* r = 0,394; p= 0,035* r = 0,091; p= 0,640<br />

9.Humor depressivo r = 0,150; p= 0,369 r = 0,137; p= 0,411 r = 0,018; p=0,916<br />

10.Hostilidade r = -0,085; p= 0,612 r = -0,033; p= 0,842 r = -0,077; p= 0,645<br />

11.Desconfiança r = 0,424; p= 0,008** r = 0,374; p= 0,021* r = 0,095; p= 0,571<br />

12.Comportamento alucinatório r = 0,111; p= 0,508 r = 0,066; p= 0,692 r = 0,071; p= 0,670<br />

13.Retardo motor r = 0,050; p= 0,763 r = -0,148; p= 0,375 r = 0,333; p=0,041*<br />

14.Falta de cooperação r = -0,087; p= 0,654 r = 0,011; p= 0,956 r = -0,167; p= 0,388<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = 0,233; p= 0,225 r = 0,274; p= 0,150 r = -0,074; p= 0,702<br />

16.Afeto embotado r = 0,023; p= 0,904 r = 0,089; p= 0,646 r = -0,118; p= 0,540<br />

17.Excitação r = 0,056; p= 0,771 r = 0,015; p= 0,937 r = 0,071; p= 0,714<br />

18.Desorientação r = -0,626; p= 0,000** r = -0,501; p= 0,006** r = -0,289; p= 0,128<br />

Escalas de Sintomas Negativos r = 0,; p= 0,<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,018; p= 0,916 r = -0,016; p= 0,922 r = -0,014; p= 0,935<br />

1.Embotamento afetivo r = -0,051; p= 0,760 r = -0,138; p= 0,409 r = 0,130; p= 0,438<br />

2.Retraimento emocional r = 0,047; p= 0,780 r = 0,071; p= 0,672 r = -0,044; p= 0,792<br />

3.Contato pobre r = -0,110; p= 0,510 r = 0,006; p= 0,973 r = -0,199; p= 0,230<br />

4.Retr. social passivo/apático r = 0,118; p= 0,480 r = 0,101; p= 0,547 r = 0,027; p= 0,873<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = -0,176; p= 0,290 r = -0,165; p= 0,322 r = -0,029; p= 0,861<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = 0,028; p= 0,870 r = 0,137; p= 0,412 r = -0,182; p= 0,273<br />

7.Pensamento estereotipado r = 0,057; p= 0,736 r = -0,071; p= 0,672 r = 0,186; p= 0,263<br />

NSRS (escore total) r = -0,291; p= 0,076 r = -0,247; p= 0,136 r = -0,090; p= 0,590<br />

1.Conteúdo da fala r = -0,162; p= 0,330 r = -0,127; p= 0,447 r = -0,073; p= 0,664<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,137; p= 0,411 r = -0,107; p= 0,522 r = -0,063; p= 0,707<br />

3.Memória r = -0,225; p= 0,174 r = -0,202; p= 0,224 r = -0,047; p= 0,781<br />

4.Atenção r = -0,276; p= 0,093 r = -0,321; p= 0,049* r = 0,057; p= 0,732<br />

5.Orientação r = -0,271; p= 0,099 r = -0,222; p= 0,180 r = -0,097; p= 0,561<br />

6.Apresentação r = -0,099; p= 0,552 r = -0,140; p= 0,401 r = 0,059; p= 0,726<br />

7.Motivação r = -0,307; p= 0,061 r = -0,302; p= 0,065 r = -0,024; p= 0,888<br />

8.Movimento r = -0,215; p= 0,195 r = -0,156; p= 0,350 r = -0,102; p= 0,543<br />

9.Resposta emocional r = -0,208; p= 0,209 r = -0,225; p= 0,174 r = 0,014; p= 0,934<br />

10.Relacionamento expressivo r = -0,262; p= 0,112 r = -0,126; p= 0,452 r = -0,236; p= 0,153<br />

Correlação Parcial, controlando para Idade e Volume Cerebral; (*) p 0,05 (2-tailed); (**) p 0,01 (2-tailed).<br />

229


ANEXO C: Correlações entre Hipocampo e escalas de avaliação (desconsiderando-se os fatores<br />

sócio-demográficos).<br />

Escalas Hipocampo Direito Hipocampo Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = -0,377; p= 0,017* r = -0,390; p= 0,013* r = 0,074; p= 0,649<br />

PANSS Positiva (escore total) r = -0,306; p= 0,054§ r = -0,345; p= 0,029* r = 0,102; p= 0,531<br />

1. Delírios r = -0,266; p= 0,098 r = -0,315; p= 0,047* r = 0,032; p= 0,844<br />

2.Desorganização conceitual r = -0,175; p= 0,279 r = -0,320; p= 0,050* r = 0,071; p= 0,664<br />

3.Coportamento alucinatório r = -0,330; p= 0,038* r = -0,220; p= 0,173 r = 0,071; p= 0,661<br />

4.Excitação r = 0,246; p= 0,127 r = -0,002; p= 0,990 r = 0,158; p= 0,330<br />

5.Grandiosidade r = -0,104; p= 0,523 r = -0,104; p= 0,523 r = 0,035; p= 0,832<br />

6.Desconfiança/perseguição r = -0,167; p= 0,303 r = -0,175; p= 0,280 r = 0,099; p= 0,545<br />

7.Hostilidade r = -0,058; p= 0,720 r = -0,195; p= 0,229 r = 0,151; p= 0,352<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,377; p= 0,016* r = -0,303; p= 0,057§ r = -0,064; p= 0,397<br />

1.Preocupação somática r = -0,045; p= 0,782 r = 0,127; p= 0,433 r = -0,146; p= 0,367<br />

2.Ansiedade r = -0,125; p= 0,441 r = 0,049; p= 0,763 r = -0,303; p= 0,057§<br />

3.Sentimento de culpa r = -0,341; p= 0,031* r = -0,198; p= 0,220 r = -0,149; p= 0,359<br />

4.Tensão r = 0,010; p= 0,950 r = 0,146; p= 0,369 r = -0,178; p= 0,272<br />

5.Maneirismo e postura r = -0,241; p= 0,134 r = -0,291; p= 0,068§ r = -0,017; p= 0,918<br />

6.Depressão r = -0,381; p= 0,015* r = -0,183; p= 0,259 r = -0,209; p= 0,196<br />

7.Retardo motor r = -0,127; p= 0,434 r = 0,075; p= 0,648 r = -0,129; p= 0,428<br />

8.Falta de cooperação r = 0,134; p= 0,410 r = -0,017; p= 0,917 r = 0,254; p= 0,113<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = -0,181; p= 0,264 r = -0,232; p= 0,150 r = 0,029; p= 0,861<br />

10.Desorientação r = -0,293; p= 0,066§ r = -0,299; p= 0,061§ r = 0,034; p= 0,834<br />

11.Atenção pobre r = 0,034; p= 0,834 r = -0,033; p= 0,842 r = 0,124; p= 0,446<br />

12.Falta de julgamento/insight r = -0,197; p= 0,223 r = -0,259; p= 0,106 r = 0,035; p= 0,831<br />

13.Ambivalência volitiva r = -0,346; p= 0,029* r = -0,232; p= 0,149 r = -0,143; p= 0,379<br />

14.Pobre controle de impulsos r = -0,338; p= 0,033* r = -0,172; p= 0,289 r = -0,205; p= 0,205<br />

15.Preocupação r = -0,233; p= 0,149 r = -0,148; p= 0,362 r = -0,067; p= 0,681<br />

16.Esquiva social ativa r = -0,313; p= 0,049* r = -0,098; p= 0,548 r = -0,203; p= 0,209<br />

BPRS (escore total) r = -0,316; p= 0,047* r = -0,339; p= 0,033* r = 0,092; p= 0,574<br />

1.Preocupação somática r = -0,052; p= 0,751 r = 0,076; p= 0,643 r = -0,106; p= 0,515<br />

2.Ansiedade r = -0,124; p= 0,448 r = 0,055; p= 0,738 r = -0,291; p= 0,068<br />

3.Distanciamento afetivo r = -0,158; p= 0,330 r = -0,321; p= 0,043* r = 0,211; p= 0,190<br />

4.Desorganização conceitual r = -0,120; p= 0,460 r = -0,265; p= 0,098 r = 0,104; p= 0,521<br />

5.Sentimentos de culpa r = -0,368; p= 0,019* r = -0,233; p= 0,149 r = -0,152; p= 0,348<br />

6.Tensão r = -0,205; p= 0,205 r = -0,052; p= 0,752 r = -0,234; p= 0,146<br />

7.Manerismos e postura r = -0,360; p= 0,023* r = -0,405; p= 0,010** r = 0,000; p= 0,999<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,086; p= 0,647 r = -0,104; p= 0,578 r = 0,370; p= 0,041*<br />

9.Humor depressivo r = -0,303; p= 0,057§ r = -0,125; p= 0,442 r = -0,161; p= 0,320<br />

10.Hostilidade r = -0,055; p= 0,734 r = -0,187; p= 0,247 r = 0,145; p= 0,372<br />

11.Desconfiança r = -0,118; p= 0,469 r = -0,141; p= 0,384 r = 0,084; p= 0,605<br />

12.Comportamento alucinatório r = -0,319; p= 0,045* r = -0,208; p= 0,199 r = 0,075; p= 0,645<br />

13.Retardo motor r = -0,128; p= 0,431 r = 0,074; p= 0,652 r = -0,128; p= 0,432<br />

14.Falta de cooperação r = 0,000; p= 0,999 r = -0,197; p= 0,223 r = 0,191; p= 0,237<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = -0,258; p= 0,108 r = -0,314; p= 0,049* r = 0,035; p= 0,829<br />

16.Afeto embotado r = -0,196; p= 0,225 r = -0,176; p= 0,278 r = 0,065; p= 0,689<br />

17.Excitação r = -0,011; p= 0,946 r = -0,031; p= 0,851 r = -0,094; p= 0,564<br />

18.Desorientação r = -0,292; p= 0,067§ r = -0,302; p= 0,058§ r = 0,040; p= 0,807<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,196; p= 0,225 r = -0,326; p= 0,040* r = 0,261; p= 0,104<br />

1.Embotamento afetivo r = -0,121; p= 0,459 r = -0,251; p= 0,118 r = 0,240; p= 0,136<br />

2.Retraimento emocional r = -0,175; p= 0,281 r = -0,191; p= 0,237 r = 0,173; p= 0,285<br />

3.Contato pobre r = -0,090; p= 0,580 r = -0,249; p= 0,122 r = 0,321; p= 0,044*<br />

4.Retr. social passivo/apático r = -0,269; p= 0,093 r = -0,325; p= 0,040* r = 0,212; p= 0,189<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = -0,096; p= 0,555 r = -0,246; p= 0,126 r = 0,125; p= 0,443<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = -0,140; p= 0,390 r = -0,215; p= 0,183 r = 0,242; p= 0,133<br />

7.Pensamento estereotipado r = -0,095; p= 0,560 r = -0,076; p= 0,639 r = -0,089; p= 0,587<br />

NSRS (escore total) r = -0,013; p= 0,936 r = -0,119; p= 0,465 r = 0,060; p= 0,715<br />

1.Conteúdo da fala r = -0,131; p= 0,420 r = -0,061; p= 0,707 r = -0,099; p= 0,542<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,218; p= 0,176 r = -0,336; p= 0,034* r = 0,037; p= 0,821<br />

3.Memória r = 0,219; p= 0,175 r = 0,115; p= 0,481 r = 0,004; p= 0,982<br />

4.Atenção r = 0,157; p= 0,334 r = 0,148; p= 0,362 r = -0,118; p= 0,468<br />

5.Orientação r = 0,037; p= 0,822 r = 0,086; p= 0,596 r = -0,081; p= 0,620<br />

6.Apresentação r = -0,319; p= 0,045* r = -0,311; p= 0,051 § r = -0,023; p= 0,886<br />

7.Motivação r = -0,132; p= 0,415 r = -0,309; p= 0,052 § r = 0,149; p= 0,357<br />

8.Movimento r = -0,020; p= 0,901 r = -0,044; p= 0,790 r = -0,046; p= 0,778<br />

9.Resposta emocional r = -0,146; p= 0,370 r = -0,214; p= 0,185 r = 0,097; p= 0,550<br />

10.Relacionamento expressivo r = -0,112; p= 0,492 r = -0,227; p= 0,159 r = 0,149; p= 0,359<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho). (*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed); (**) Correlação<br />

significante a nível 0,01 (2-tailed). (§) Tendência estatisticamente não significativa (p 0,1)<br />

230


231<br />

ANEXO D: Correlações entre Hipocampo e escalas de avaliação (controlando para Lateralidade<br />

Manual e Escolaridade).<br />

Escalas Hipocampo Direito Hipocampo Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = -0,251; p= 0,129 r = -0,324; p= 0,047* r = 0,089; p= 0,596<br />

PANSS Positiva (escore total) r = -0,256; p= 0,121 r = -0,335; p= 0,040* r = 0,099; p= 0,552<br />

1. Delírios r = -0,261; p= 0,113 r = -0,325; p= 0,046* r = 0,071; p= 0,673<br />

2.Desorganização conceitual r = -0,080; p= 0,635 r = -0,201; p= 0,226 r = 0,155; p= 0,353<br />

3.Coportamento alucinatório r = -0,389; p= 0,016* r = -0,341; p= 0,036 r = -0,062; p= 0,712<br />

4.Excitação r = 0,167; p= 0,317 r = 0,064; p= 0,702 r = 0,137; p= 0,413<br />

5.Grandiosidade r = -0,095; p= 0,569 r = -0,091; p= 0,585 r = 0,009; p= 0,955<br />

6.Desconfiança/perseguição r = -0,167; p= 0,303 r = -0,175; p= 0,280 r = 0,099; p= 0,545<br />

7.Hostilidade r = -0,072; p= 0,667 r = -0,166; p= 0,320 r = 0,140; p= 0,400<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,300; p= 0,067§ r = -0,238; p= 0,150 r = -0,088; p= 0,601<br />

1.Preocupação somática r = -0,060; p= 0,722 r = 0,034; p= 0,841 r = -0,118; p= 0,479<br />

2.Ansiedade r = -0,160; p= 0,336 r = 0,059; p= 0,725 r = -0,264; p= 0,109<br />

3.Sentimento de culpa r = -0,182; p= 0,275 r = -0,153; p= 0,358 r = -0,035; p= 0,834<br />

4.Tensão r = -0,072; p= 0,669 r = 0,076; p= 0,650 r = -0,180; p= 0,280<br />

5.Maneirismo e postura r = -0,249; p= 0,132 r = -0,287; p= 0,080 r = 0,041; p= 0,806<br />

6.Depressão r = -0,271; p= 0,100 r = -0,212; p= 0,202 r = -0,083; p= 0,619<br />

7.Retardo motor r = -0,128; p= 0,443 r = 0,005; p= 0,976 r = -0,179; p= 0,282<br />

8.Falta de cooperação r = 0,084; p= 0,616 r = -0,059; p= 0,727 r = 0,202; p= 0,224<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = -0,165; p= 0,322 r = -0,220; p= 0,185 r = 0,057; p= 0,735<br />

10.Desorientação r = -0,217; p= 0,190 r = -0,218; p= 0,189 r = 0,007; p= 0,967<br />

11.Atenção pobre r = 0,088; p= 0,598 r = -0,091; p= 0,589 r = 0,224; p= 0,176<br />

12.Falta de julgamento/insight r = -0,224; p= 0,175 r = -0,275; p= 0,094 r = 0,071; p= 0,671<br />

13.Ambivalência volitiva r = -0,339; p= 0,041* r = -0,228; p= 0,169 r = -0,146; p= 0,380<br />

14.Pobre controle de impulsos r = -0,166; p= 0,320 r = -0,043; p= 0,798 r = -0,150; p= 0,367<br />

15.Preocupação r = -0,223; p= 0,178 r = -0,158; p= 0,343 r = -0,093; p= 0,578<br />

16.Esquiva social ativa r = -0,303; p= 0,065§ r = -0,135; p= 0,418 r = -0,245; p= 0,138<br />

BPRS (escore total) r = -0,289; p= 0,128 r = -0,372; p= 0,047* r = 0,114; p= 0,554<br />

1.Preocupação somática r = 0,109; p= 0,573 r = 0,055; p= 0,777 r = -0,095; p= 0,624<br />

2.Ansiedade r = -0,070; p= 0,717 r = 0,127; p= 0,510 r = -0,257; p= 0,178<br />

3.Distanciamento afetivo r = -0,081; p= 0,677 r = -0,277; p= 0,146 r = 0,264; p= 0,167<br />

4.Desorganização conceitual r = -0,195; p= 0,310 r = -0,114; p= 0,557 r = -0,119; p= 0,537<br />

5.Sentimentos de culpa r = -0,301; p= 0,112 r = -0,299; p= 0,116 r = -0,008; p= 0,967<br />

6.Tensão r = -0,333; p= 0,078§ r = -0,172; p= 0,372 r = -0,203; p= 0,290<br />

7.Manerismos e postura r = -0,310; p= 0,102 r = -0,352; p= 0,061§ r = 0,057; p= 0,770<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,227; p= 0,237 r = -0,041; p= 0,834 r = 0,241; p= 0,208<br />

9.Humor depressivo r = -0,162; p= 0,401 r = -0,227; p= 0,237 r = 0,090; p= 0,644<br />

10.Hostilidade r = -0,104; p= 0,592 r = -0,107; p= 0,580 r = 0,012; p= 0,951<br />

11.Desconfiança r = -0,059; p= 0,763 r = -0,221; p= 0,249 r = 0,227; p= 0,237<br />

12.Comportamento alucinatório r = -0,378; p= 0,019* r = -0,331; p= 0,042* r = -0,061; p= 0,715<br />

13.Retardo motor r = -0,144; p= 0,388 r = 0,002; p= 0,989 r = -0,201; p= 0,226<br />

14.Falta de cooperação r = 0,002; p= 0,988 r = -0,135; p= 0,417 r = 0,198; p= 0,232<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = -0,258; p= 0,118 r = -0,335; p= 0,039* r = 0,089; p= 0,594<br />

16.Afeto embotado r = -0,070; p= 0,676 r = -0,117; p= 0,482 r = 0,052; p= 0,759<br />

17.Excitação r = -0,148; p= 0,376 r = -0,086; p= 0,608 r = -0,072; p= 0,667<br />

18.Desorientação r = -0,217; p= 0,192 r = -0,226; p= 0,172 r = 0,019; p= 0,908<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,128; p= 0,444 r = -0,303; p= 0,064§ r = 0,218; p= 0,189<br />

1.Embotamento afetivo r = -0,059; p= 0,724 r = -0,232; p= 0,161 r = 0,218; p= 0,189<br />

2.Retraimento emocional r = -0,145; p= 0,384 r = -0,268; p= 0,104 r = 0,146; p= 0,382<br />

3.Contato pobre r = -0,023; p= 0,892 r = -0,286; p= 0,082 r = 0,327; p= 0,045*<br />

4.Retr. social passivo/apático r = -0,226; p= 0,172 r = -0,387; p= 0,016* r = 0,194; p= 0,243<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = -0,021; p= 0,901 r = -0,182; p= 0,275 r = 0,218; p= 0,189<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = -0,098; p= 0,559 r = -0,234; p= 0,157 r = 0,167; p= 0,316<br />

7.Pensamento estereotipado r = -0,135; p= 0,420 r = -0,097; p= 0,564 r = -0,053; p= 0,753<br />

NSRS (escore total) r = -0,025; p= 0,883 r = -0,055; p= 0,743 r = 0,041; p= 0,807<br />

1.Conteúdo da fala r = -0,031; p= 0,851 r = -0,016; p= 0,922 r = -0,064; p= 0,704<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,147; p= 0,379 r = -0,193; p= 0,246 r = 0,056; p= 0,738<br />

3.Memória r = 0,154; p= 0,354 r = 0,143; p= 0,391 r = 0,032; p= 0,850<br />

4.Atenção r = 0,153; p= 0,358 r = 0,215; p= 0,195 r = -0,069; p= 0,679<br />

5.Orientação r = 0,036; p= 0,832 r = 0,078; p= 0,640 r = -0,046; p= 0,786<br />

6.Apresentação r = -0,257; p= 0,119 r = -0,257; p= 0,119 r = -0,021; p= 0,900<br />

7.Motivação r = -0,102; p= 0,541 r = -0,229; p= 0,166 r = 0,153; p= 0,360<br />

8.Movimento r = -0,008; p= 0,962 r = -0,023; p= 0,890 r = -0,008; p= 0,964<br />

9.Resposta emocional r = -0,066; p= 0,694 r = -0,171; p= 0,304 r = 0,115; p= 0,490<br />

10.Relacionamento expressivo r = -0,178; p= 0,286 r = -0,285; p= 0,083 r = 0,126; p= 0,450<br />

Correlações Parciais controlando para lateralidade e escolaridade. (*) Correlação significante a nível 0,05 (2-<br />

tailed); (**) Correlação significante a nível 0,01 (2-tailed); (§) Tendência estatística não significativa (p 0,1).


ANEXO E: Planum temporale e escalas de avaliação (desconsiderando-se variáveis demográficas).<br />

Escalas PT Direito PT Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,118; p= 0,470 r = 0,214; p= 0,185 r = -0,185; p= 0,252<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,119; p= 0,464 r = 0,294; p= 0,066 r = -0,257; p= 0,109<br />

1. Delírios r = 0,059; p= 0,717 r = 0,291; p= 0,069 r = -0,288; p= 0,071<br />

2.Desorganização conceitual r = 0,212; p= 0,190 r = -0,021; p= 0,898 r = 0,177; p= 0,275<br />

3.Coportamento alucinatório r = 0,045; p= 0,781 r = 0,326; p= 0,040 * r = -0,427; p= 0,006 **<br />

4.Excitação r = 0,321; p= 0,043 * r = 0,231; p= 0,152 r = 0,101; p= 0,535<br />

5.Grandiosidade r = 0,076; p= 0,640 r = -0,076; p= 0,640 r = 0,125; p= 0,443<br />

6.Desconfiança/perseguição r = 0,099; p= 0,542 r = 0,333; p= 0,036 * r = -0,282; p= 0,078<br />

7.Hostilidade r = -0,045; p= 0,785 r = -0,024; p= 0,883 r = 0,018; p= 0,912<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,104; p= 0,524 r = 0,206; p= 0,202 r = -0,249; p= 0,121<br />

1.Preocupação somática r = 0,014; p= 0,934 r = 0,222; p= 0,168 r = -0,183; p= 0,260<br />

2.Ansiedade r = 0,155; p= 0,341 r = 0,029; p= 0,859 r = -0,037; p= 0,822<br />

3.Sentimento de culpa r = -0,035; p= 0,829 r = -0,163; p= 0,315 r = -0,006; p= 0,969<br />

4.Tensão r = 0,098; p= 0,549 r = 0,176; p= 0,277 r = -0,098; p= 0,546<br />

5.Maneirismo e postura r = 0,035; p= 0,832 r = 0,004; p= 0,981 r = -0,066; p= 0,688<br />

6.Depressão r = -0,098; p= 0,549 r = 0,009; p= 0,956 r = -0,194; p= 0,231<br />

7.Retardo motor r = 0,031; p= 0,848 r = 0,082; p= 0,615 r = -0,109; p= 0,502<br />

8.Falta de cooperação r = 0,106; p= 0,517 r = 0,183; p= 0,258 r = 0,031; p= 0,850<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = 0,024; p= 0,883 r = 0,062; p= 0,704 r = -0,103; p= 0,527<br />

10.Desorientação r = 0,013; p= 0,938 r = -0,200; p= 0,217 r = 0,231; p= 0,152<br />

11.Atenção pobre r = 0,111; p= 0,495 r = 0,033; p= 0,841 r = 0,076; p= 0,640<br />

12.Falta de julgamento/insight r = 0,234; p= 0,146 r = 0,154; p= 0,343 r = -0,011; p= 0,946<br />

13.Ambivalência volitiva r = 0,130; p= 0,425 r = 0,178; p= 0,272 r = -0,214; p= 0,185<br />

14.Pobre controle de impulsos r = 0,076; p= 0,642 r = -0,050; p= 0,759 r = 0,004; p= 0,982<br />

15.Preocupação r = 0,075; p= 0,646 r = 0,068; p= 0,677 r = -0,147; p= 0,364<br />

16.Esquiva social ativa r = 0,080; p= 0,623 r = 0,379; p= 0,016 * r = -0,373; p= 0,018 *<br />

BPRS (escore total) r = 0,211; p= 0,191 r = 0,242; p= 0,132 r = -0,130; p= 0,424<br />

1.Preocupação somática r = 0,038; p= 0,816 r = 0,159; p= 0,327 r = -0,064; p= 0,695<br />

2.Ansiedade r = 0,208; p= 0,197 r = -0,013; p= 0,935 r = 0,082; p= 0,615<br />

3.Distanciamento afetivo r = 0,176; p= 0,278 r = 0,136; p= 0,402 r = 0,053; p= 0,745<br />

4.Desorganização conceitual r = 0,194; p= 0,231 r = -0,017; p= 0,919 r = 0,112; p= 0,491<br />

5.Sentimentos de culpa r = -0,053; p= 0,744 r = -0,193; p= 0,233 r = 0,009; p= 0,956<br />

6.Tensão r = 0,224; p= 0,164 r = 0,188; p= 0,245 r = -0,094; p= 0,565<br />

7.Manerismos e postura r = 0,022; p= 0,894 r = -0,053; p= 0,747 r = -0,077; p= 0,639<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,262; p= 0,155 r = 0,462; p= 0,009** r = -0,212; p= 0,251<br />

9.Humor depressivo r = -0,034; p= 0,834 r = 0,079; p= 0,628 r = -0,123; p= 0,448<br />

10.Hostilidade r = -0,049; p= 0,766 r = -0,032; p= 0,845 r = 0,021; p= 0,895<br />

11.Desconfiança r = 0,090; p= 0,581 r = 0,362; p= 0,022 * r = -0,267; p= 0,096<br />

12.Comportamento alucinatório r = 0,122; p= 0,453 r = 0,305; p= 0,056 r = -0,382; p= 0,015 *<br />

13.Retardo motor r = 0,021; p= 0,895 r = 0,081; p= 0,617 r = -0,118; p= 0,468<br />

14.Falta de cooperação r = 0,104; p= 0,522 r = 0,099; p= 0,543 r = -0,022; p= 0,891<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = 0,108; p= 0,508 r = 0,305; p= 0,056 r = -0,270; p= 0,092<br />

16.Afeto embotado r = 0,050; p= 0,757 r = -0,083; p= 0,611 r = 0,140; p= 0,389<br />

17.Excitação r = 0,356; p= 0,024 * r = -0,004; p= 0,979 r = 0,313; p= 0,049 *<br />

18.Desorientação r = 0,010; p= 0,950 r = -0,205; p= 0,205 r = 0,232; p= 0,150<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = 0,142; p= 0,383 r = 0,147; p= 0,365 r = 0,061; p= 0,710<br />

1.Embotamento afetivo r = 0,115; p= 0,480 r = 0,119; p= 0,464 r = 0,030; p= 0,856<br />

2.Retraimento emocional r = 0,078; p= 0,633 r = 0,123; p= 0,449 r = 0,001; p= 0,994<br />

3.Contato pobre r = 0,078; p= 0,631 r = 0,077; p= 0,637 r = 0,065; p= 0,692<br />

4.Retr. social passivo/apático r = 0,041; p= 0,799 r = 0,142; p= 0,383 r = -0,121; p= 0,455<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = 0,134; p= 0,409 r = -0,061; p= 0,710 r = 0,206; p= 0,201<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = 0,214; p= 0,184 r = 0,125; p= 0,442 r = 0,125; p= 0,441<br />

7.Pensamento estereotipado r = 0,225; p= 0,163 r = 0,261; p= 0,104 r = -0,027; p= 0,868<br />

NSRS (escore total) r = 0,005; p= 0,429 r = -0,057; p= 0,729 r = 0,144; p= 0,376<br />

1.Conteúdo da fala r = -0,056; p= 0,732 r = -0,119; p= 0,463 r = 0,117; p= 0,472<br />

2.Julgamento/decisão r = 0,110; p= 0,499 r = -0,106; p= 0,517 r = 0,268; p= 0,095<br />

3.Memória r = 0,304; p= 0,056 r = 0,063; p= 0,700 r = 0,365; p= 0,020 *<br />

4.Atenção r = -0,003; p= 0,984 r = -0,022; p= 0,894 r = 0,096; p= 0,556<br />

5.Orientação r = -0,076; p= 0,640 r = -0,107; p= 0,512 r = 0,135; p= 0,408<br />

6.Apresentação r = 0,069; p= 0,674 r = 0,064; p= 0,696 r = -0,126; p= 0,439<br />

7.Motivação r = -0,123; p= 0,449 r = -0,114; p= 0,484 r = 0,056; p= 0,730<br />

8.Movimento r = -0,086; p= 0,598 r = -0,077; p= 0,635 r = 0,041; p= 0,803<br />

9.Resposta emocional r = -0,068; p= 0,676 r = -0,169; p= 0,297 r = 0,174; p= 0,284<br />

10.Relacionamento expressivo r = -0,129; p= 0,429 r = -0,220; p= 0,174 r = 0,143; p= 0,378<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho). (*) Correlação significativa a nível 0,05 (2-tailed); (**) Correlação<br />

significativa a nível 0,01 (2-tailed).<br />

232


ANEXO F: Planum temporale e escalas de avaliação (controlando para Gênero, Idade e<br />

Lateralidade):<br />

Escalas PT Direito PT Esquerdo Coef. <strong>As</strong>simetria<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,208; p= 0,217 r = 0,303; p= 0,068 r = -0,087; p= 0,610<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,191; p= 0,258 r = 0,311; p= 0,061 r = -0,184; p= 0,276<br />

1. Delírios r = 0,011; p= 0,947 r = 0,232; p= 0,166 r = -0,311; p= 0,061<br />

2.Desorganização conceitual r = 0,254; p= 0,129 r = 0,162; p= 0,338 r = 0,094; p= 0,579<br />

3.Comportamento alucinatório r = 0,128; p= 0,450 r = 0,350; p= 0,034* r = -0,300; p= 0,071<br />

4.Excitação r = 0,289; p= 0,083 r = 0,147; p= 0,385 r = 0,143; p= 0,399<br />

5.Grandiosidade r = -0,015; p= 0,928 r = -0,048; p= 0,778 r = 0,064; p= 0,708<br />

6.Desconfiança/perseguição r = 0,066; p= 0,698 r = 0,270; p= 0,106 r = -0,243; p= 0,147<br />

7.Hostilidade r = 0,122; p= 0,470 r = -0,088; p= 0,605 r = 0,191; p= 0,257<br />

PANSS Geral (escore total) r = 0,079; p= 0,643 r = 0,211; p= 0,210 r = -0,180; p= 0,287<br />

1.Preocupação somática r = -0,087; p= 0,610 r = 0,098; p= 0,562 r = -0,295; p= 0,077<br />

2.Ansiedade r = 0,053; p= 0,755 r = -0,122; p= 0,470 r = -0,081; p= 0,632<br />

3.Sentimento de culpa r = -0,123; p= 0,468 r = 0,108; p= 0,524 r = -0,174; p= 0,302<br />

4.Tensão r = 0,234; p= 0,163 r = 0,159; p= 0,348 r = 0,104; p= 0,542<br />

5.Maneirismo e postura r = -0,143; p= 0,398 r = 0,007; p= 0,969 r = -0,096; p= 0,572<br />

6.Depressão r = -0,097; p= 0,567 r = 0,209; p= 0,214 r = -0,189; p= 0,261<br />

7.Retardo motor r = 0,046; p= 0,786 r = 0,215; p= 0,201 r = -0,082; p= 0,628<br />

8.Falta de cooperação r = 0,321; p= 0,053 r = 0,204; p= 0,225 r = 0,182; p= 0,280<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = -0,044; p= 0,796 r = 0,037; p= 0,827 r = -0,188; p= 0,265<br />

10.Desorientação r = 0,101; p= 0,552 r = -0,023; p= 0,892 r = 0,116; p= 0,494<br />

11.Atenção pobre r = 0,163; p= 0,336 r = 0,136; p= 0,421 r = 0,137; p= 0,419<br />

12.Falta de julgamento/insight r = 0,189; p= 0,262 r = 0,189; p= 0,261 r = -0,028; p= 0,871<br />

13.Ambivalência volitiva r = 0,063; p= 0,711 r = 0,107; p= 0,528 r = -0,074; p= 0,661<br />

14.Pobre controle de impulsos r = 0,107; p= 0,528 r = -0,065; p= 0,704 r = 0,081; p= 0,633<br />

15.Preocupação r = -0,084; p= 0,622 r = -0,008; p= 0,961 r = -0,182; p= 0,281<br />

16.Esquiva social ativa r = 0,072; p= 0,674 r = 0,381; p= 0,020* r = -0,242; p= 0,148<br />

BPRS (escore total) r = -0,038; p= 0,846 r = 0,202; p= 0,303 r = -0,245; p= 0,208<br />

1.Preocupação somática r = -0,047; p= 0,812 r = 0,143; p= 0,467 r = -0,280; p= 0,149<br />

2.Ansiedade r = 0,105; p= 0,595 r = -0,298; p= 0,124 r = 0,082; p= 0,678<br />

3.Distanciamento afetivo r = 0,233; p= 0,232 r = 0,341; p= 0,076 r = 0,041; p= 0,836<br />

4.Desorganização conceitual r = -0,014; p= 0,945 r = 0,015; p= 0,938 r = -0,094; p= 0,635<br />

5.Sentimentos de culpa r = -0,228; p= 0,243 r = -0,004; p= 0,983 r = -0,162; p= 0,411<br />

6.Tensão r = 0,182; p= 0,354 r = 0,014; p= 0,943 r = 0,141; p= 0,474<br />

7.Manerismos e postura r = -0,182; p= 0,353 r = 0,046; p= 0,818 r = -0,272; p= 0,161<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,095; p= 0,631 r = 0,479; p= 0,010** r = -0,211; p= 0,281<br />

9.Humor depressivo r = -0,085; p= 0,666 r = 0,203; p= 0,301 r = -0,098; p= 0,619<br />

10.Hostilidade r = 0,063; p= 0,751 r = -0,116; p= 0,555 r = 0,180; p= 0,359<br />

11.Desconfiança r = -0,089; p= 0,653 r = 0,191; p= 0,329 r = -0,219; p= 0,263<br />

12.Comportamento alucinatório r = -0,035; p= 0,858 r = 0,313; p= 0,105 r = -0,386; p= 0,042<br />

13.Retardo motor r = 0,069; p= 0,728 r = 0,232; p= 0,235 r = -0,047; p= 0,811<br />

14.Falta de cooperação r = 0,327; p= 0,089 r = 0,182; p= 0,355 r = 0,195; p= 0,321<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = -0,258; p= 0,185 r = 0,137; p= 0,487 r = -0,436; p= 0,020*<br />

16.Afeto embotado r = 0,211; p= 0,280 r = 0,110; p= 0,577 r = 0,181; p= 0,357<br />

17.Excitação r = 0,229; p= 0,241 r = -0,037; p= 0,852 r = 0,299; p= 0,122<br />

18.Desorientação r = -0,235; p= 0,228 r = -0,254; p= 0,192 r = 0,076; p= 0,700<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = 0,285; p= 0,087 r = 0,284; p= 0,088 r = 0,141; p= 0,405<br />

1.Embotamento afetivo r = 0,229; p= 0,173 r = 0,234; p= 0,163 r = 0,138; p= 0,415<br />

2.Retraimento emocional r = 0,220; p= 0,190 r = 0,243; p= 0,146 r = 0,120; p= 0,477<br />

3.Contato pobre r = 0,219; p= 0,193 r = 0,215; p= 0,202 r = 0,149; p= 0,379<br />

4.Retr. social passivo/apático r = 0,104; p= 0,541 r = 0,277; p= 0,097 r = -0,045; p= 0,790<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = 0,285; p= 0,087 r = 0,112; p= 0,511 r = 0,190; p= 0,259<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = 0,265; p= 0,113 r = 0,188; p= 0,265 r = 0,208; p= 0,217<br />

7.Pensamento estereotipado r = 0,212; p= 0,209 r = 0,342; p= 0,038* r = -0,093; p= 0,586<br />

NSRS (escore total) r = -0,013; p= 0,939 r = -0,102; p= 0,549 r = 0,193; p= 0,252<br />

1.Conteúdo da fala r = -0,013; p= 0,941 r = -0,042; p= 0,806 r = 0,115; p= 0,497<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,021; p= 0,903 r = -0,205; p= 0,223 r = 0,330; p= 0,046*<br />

3.Memória r = 0,450; p= 0,005** r = 0,119; p= 0,483 r = 0,325; p= 0,049*<br />

4.Atenção r = 0,014; p= 0,935 r = -0,018; p= 0,916 r = 0,110; p= 0,517<br />

5.Orientação r = -0,015; p= 0,930 r = -0,163; p= 0,334 r = 0,164; p= 0,332<br />

6.Apresentação r = 0,057; p= 0,738 r = 0,064; p= 0,708 r = 0,001; p= 0,997<br />

7.Motivação r = -0,102; p= 0,546 r = -0,112; p= 0,511 r = 0,060; p= 0,726<br />

8.Movimento r = -0,073; p= 0,668 r = -0,106; p= 0,531 r = 0,083; p= 0,623<br />

9.Resposta emocional r = -0,113; p= 0,506 r = -0,084; p= 0,619 r = 0,177; p= 0,295<br />

10.Relacionamento expressivo r = -0,198; p= 0,240 r = -0,176; p= 0,296 r = 0,120; p= 0,481<br />

Correlação Parcial, controlando para gênero, idade e lateralidade manual; (*) 0,05; (**) 0,01.<br />

233


ANEXO G: VBR e escalas de avaliação (desconsiderando-se fatores sócio-demográficos).<br />

Escalas VBR Direito VBR Esquerdo VBR Total Coef. <strong>As</strong>sim. VBR<br />

PANSS Total (escore total) r = -0,102; p= 0,532 r = -0,078; p= 0,631 r = -0,080; p= 0,624 r = -0,086; p= 0,597<br />

PANSS Positiva (escore total) r = -0,025; p= 0,879 r = -0,027; p= 0,867 r = -0,019; p= 0,909 r = -0,018; p= 0,912<br />

1. Delírios r = -0,018; p= 0,914 r = -0,034; p= 0,834 r = -0,021; p= 0,899 r = 0,030; p= 0,856<br />

2.Desorganização conceitual r = 0,085; p= 0,600 r = 0,005; p= 0,975 r = 0,074; p= 0,650 r = 0,166; p= 0,305<br />

3.Comportamento alucinatório r = -0,136; p= 0,402 r = -0,098; p= 0,547 r = -0,133; p= 0,413 r = -0,123; p= 0,450<br />

4.Excitação r = -0,263; p= 0,101 r = -0,194; p= 0,231 r = -0,219; p= 0,174 r = -0,356; p= 0,024*<br />

5.Grandiosidade r = -0,104; p= 0,523 r = -0,104; p= 0,523 r = -0,118; p= 0,469 r = -0,076; p= 0,640<br />

6.Desconfiança/perseguição r = -0,067; p= 0,683 r = -0,012; p= 0,941 r = -0,036; p= 0,824 r = -0,133; p= 0,413<br />

7.Hostilidade r = 0,208; p= 0,198 r = 0,156; p= 0,338 r = 0,213; p= 0,187 r = -0,028; p= 0,865<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,168; p= 0,301 r = -0,111; p= 0,495 r = -0,145; p= 0,371 r = -0,175; p= 0,280<br />

1.Preocupação somática r = -0,193; p= 0,232 r = -0,194; p= 0,230 r = -0,210; p= 0,193 r = 0,046; p= 0,778<br />

2.Ansiedade r = -0,369; p= 0,019* r = -0,341; p= 0,032* r = -0,370; p= 0,019* r = -0,085; p= 0,601<br />

3.Sentimento de culpa r = -0,138; p= 0,396 r = -0,101; p= 0,535 r = -0,158; p= 0,329 r = -0,030; p= 0,856<br />

4.Tensão r = 0,099; p= 0,542 r = 0,081; p= 0,617 r = 0,111; p= 0,495 r = -0,111; p= 0,495<br />

5.Maneirismo e postura r = 0,024; p= 0,882 r = 0,078; p= 0,632 r = 0,070; p= 0,668 r = -0,150; p= 0,356<br />

6.Depressão r = -0,080; p= 0,622 r = 0,008; p= 0,959 r = -0,043; p= 0,791 r = -0,158; p= 0,330<br />

7.Retardo motor r = -0,147; p= 0,364 r = -0,092; p= 0,574 r = -0,117; p= 0,472 r = -0,174; p= 0,283<br />

8.Falta de cooperação r = -0,086; p= 0,597 r = -0,075; p= 0,644 r = -0,086; p= 0,597 r = -0,154; p= 0,344<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = -0,044; p= 0,787 r = -0,083; p= 0,609 r = -0,053; p= 0,744 r = 0,102; p= 0,531<br />

10.Desorientação r = 0,163; p= 0,314 r = 0,107; p= 0,513 r = 0,133; p= 0,412 r = 0,221; p= 0,170<br />

11.Atenção pobre r = -0,088; p= 0,588 r = -0,080; p= 0,625 r = -0,081; p= 0,618 r = 0,022; p= 0,895<br />

12.Falta de julgamento/insight r = 0,052; p= 0,750 r = 0,035; p= 0,828 r = 0,055; p= 0,736 r = -0,205; p= 0,204<br />

13.Ambivalência volitiva r = -0,147; p= 0,364 r = -0,105; p= 0,518 r = -0,129; p= 0,427 r = -0,205; p= 0,204<br />

14.Pobre controle de impulsos r = -0,203; p= 0,210 r = -0,182; p= 0,262 r = -0,176; p= 0,277 r = -0,155; p= 0,339<br />

15.Preocupação r = -0,276; p= 0,085 r = -0,239; p= 0,137 r = -0,270; p= 0,092 r = -0,174; p= 0,282<br />

16.Esquiva social ativa r = -0,275; p= 0,085 r = -0,257; p= 0,109 r = -0,275; p= 0,086 r = -0,131; p= 0,420<br />

BPRS (escore total) r = -0,002; p= 0,989 r = 0,035; p= 0,828 r = 0,019; p= 0,910 r = -0,092; p= 0,572<br />

1.Preocupação somática r = -0,210; p= 0,194 r = -0,218; p= 0,176 r = -0,224; p= 0,165 r = 0,039; p= 0,809<br />

2.Ansiedade r = -0,369; p= 0,019* r = -0,298; p= 0,062 r = -0,351; p= 0,026* r = -0,179; p= 0,270<br />

3.Distanciamento afetivo r = -0,111; p= 0,497 r = -0,045; p= 0,781 r = -0,071; p= 0,664 r = -0,197; p= 0,224<br />

4.Desorganização conceitual r = 0,160; p= 0,324 r = 0,076; p= 0,642 r = 0,132; p= 0,418 r = 0,193; p= 0,234<br />

5.Sentimentos de culpa r = -0,129; p= 0,426 r = -0,084; p= 0,605 r = -0,146; p= 0,369 r = -0,049; p= 0,766<br />

6.Tensão r = 0,064; p= 0,693 r = 0,053; p= 0,747 r = 0,076; p= 0,642 r = -0,109; p= 0,502<br />

7.Manerismos e postura r = 0,022; p= 0,893 r = 0,066; p= 0,686 r = 0,066; p= 0,685 r = -0,112; p= 0,492<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,004; p= 0,983 r = 0,052; p= 0,781 r = 0,020; p= 0,916 r = -0,160; p= 0,391<br />

9.Humor depressivo r = -0,256; p= 0,111 r = -0,133; p= 0,413 r = -0,202; p= 0,211 r = -0,243; p= 0,131<br />

10.Hostilidade r = 0,215; p= 0,183 r = 0,165; p= 0,310 r = 0,221; p= 0,170 r = -0,029; p= 0,859<br />

11.Desconfiança r = -0,173; p= 0,286 r = -0,099; p= 0,543 r = -0,131; p= 0,419 r = -0,212; p= 0,189<br />

12.Comportamento alucinatório r = -0,099; p= 0,542 r = -0,079; p= 0,628 r = -0,097; p= 0,553 r = -0,104; p= 0,522<br />

13.Retardo motor r = -0,148; p= 0,363 r = -0,086; p= 0,596 r = -0,115; p= 0,480 r = -0,183; p= 0,259<br />

14.Falta de cooperação r = 0,010; p= 0,950 r = -0,020; p= 0,903 r = -0,001; p= 0,993 r = -0,128; p= 0,430<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = -0,022; p= 0,891 r = -0,047; p= 0,772 r = -0,026; p= 0,873 r = 0,040; p= 0,808<br />

16.Afeto embotado r = -0,022; p= 0,892 r = 0,003; p= 0,984 r = -0,007; p= 0,965 r = 0,004; p= 0,982<br />

17.Excitação r = 0,008; p= 0,963 r = 0,023; p= 0,890 r = 0,039; p= 0,811 r = -0,187; p= 0,248<br />

18.Desorientação r = 0,168; p= 0,300 r = 0,114; p= 0,482 r = 0,139; p= 0,392 r = 0,215; p= 0,182<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,006; p= 0,969 r = 0,016; p= 0,922 r = 0,020; p= 0,905 r = -0,017; p= 0,919<br />

1.Embotamento afetivo r = 0,025; p= 0,876 r = 0,121; p= 0,457 r = 0,082; p= 0,615 r = -0,140; p= 0,390<br />

2.Retraimento emocional r = 0,075; p= 0,645 r = 0,064; p= 0,695 r = 0,078; p= 0,632 r = 0,055; p= 0,734<br />

3.Contato pobre r = 0,043; p= 0,794 r = 0,052; p= 0,751 r = 0,053; p= 0,745 r = 0,017; p= 0,916<br />

4.Retr. social passivo/apático r = -0,028; p= 0,862 r = -0,011; p= 0,944 r = -0,020; p= 0,905 r = -0,030; p= 0,855<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = -0,025; p= 0,880 r = -0,094; p= 0,563 r = -0,027; p= 0,868 r = 0,202; p= 0,212<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = -0,121; p= 0,457 r = -0,105; p= 0,518 r = -0,121; p= 0,458 r = -0,041; p= 0,801<br />

7.Pensamento estereotipado r = 0,050; p= 0,760 r = 0,009; p= 0,956 r = 0,050; p= 0,761 r = 0,044; p= 0,790<br />

NSRS (escore total) r = 0,156; p= 0,335 r = 0,091; p= 0,575 r = 0,135; p= 0,405 r = 0,226; p= 0,161<br />

1.Conteúdo da fala r = 0,140; p= 0,390 r = 0,079; p= 0,627 r = 0,111; p= 0,495 r = 0,217; p= 0,179<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,032; p= 0,844 r = -0,060; p= 0,715 r = -0,028; p= 0,864 r = 0,017; p= 0,918<br />

3.Memória r = -0,191; p= 0,238 r = -0,210; p= 0,194 r = -0,197; p= 0,222 r = 0110,; p= 0,501<br />

4.Atenção r = 0,157; p= 0,334 r = 0,114; p= 0,483 r = 0,134; p= 0,411 r = 0,224; p= 0,165<br />

5.Orientação r = 0,133; p= 0,413 r = 0,037; p= 0,820 r = 0,076; p= 0,641 r = 0,322; p= 0,043*<br />

6.Apresentação r = 0,318; p= 0,046* r = 0,281; p= 0,079 r = 0,308; p= 0,053 r = 0,146; p= 0,367<br />

7.Motivação r = 0,076; p= 0,641 r = 0,056; p= 0,731 r = 0,076; p= 0,639 r = 0,167; p= 0,302<br />

8.Movimento r = 0,191; p= 0,238 r = 0,100; p= 0,538 r = 0,143; p= 0,379 r = 0,153; p= 0,347<br />

9.Resposta emocional r = 0,129; p= 0,427 r = 0,134; p= 0,410 r = 0,135; p= 0,407 r = 0,029; p= 0,861<br />

10.Relacionamento expressivo r = 0,234; p= 0,146 r = 0,170; p= 0,294 r = 0,209; p= 0,195 r = 0,198; p= 0,222<br />

Correlação Bivariada (Spearman rho). (*) Correlação significante a nível 0,05 (2-tailed); (**) Correlação<br />

significante a nível 0,01 (2-tailed)<br />

234


ANEXO H: VBR e escalas de avaliação psicopatológica (controlando para Sexo e Idade).<br />

Escalas VBR Direito VBR Esquerdo VBR Total Coef. <strong>As</strong>sim. VBR<br />

PANSS Total (escore total) r = 0,077; p= 0,646 r = 0,163; p= 0,329 r = 0,130; p= 0,436 r = -0,155; p= 0,352<br />

PANSS Positiva (escore total) r = 0,159; p= 0,339 r = 0,223; p= 0,178 r = 0,203; p= 0,220 r = -0,116; p= 0,489<br />

1. Delírios r = 0,154; p= 0,357 r = 0,166; p= 0,320 r = 0,168; p= 0,313 r = -0,025; p= 0,880<br />

2.Desorganização conceitual r = 0,222; p= 0,180 r = 0,176; p= 0,291 r = 0,207; p= 0,212 r = 0,091; p= 0,586<br />

3.Comportamento alucinatório r = 0,047; p= 0,780 r = 0,143; p= 0,392 r = 0,104; p= 0,533 r = -0,150; p= 0,370<br />

4.Excitação r = -0,250; p= 0,130 r = -0,077; p= 0,646 r = -0,163; p= 0,328 r = -0,302; p= 0,065<br />

5.Grandiosidade r = -0,111; p= 0,507 r = -0,074; p= 0,659 r = -0,095; p= 0,572 r = -0,072; p= 0,666<br />

6.Desconfiança/perseguição r = 0,074; p= 0,659 r = 0,170; p= 0,308 r = 0,132; p= 0,431 r = -0,181; p= 0,275<br />

7.Hostilidade r = 0,146; p= 0,383 r = 0,121; p= 0,470 r = 0,138; p= 0,407 r = 0,019; p= 0,909<br />

PANSS Geral (escore total) r = -0,068; p= 0,687 r = 0,052; p= 0,755 r = -0,002; p= 0,992 r = -0,205; p= 0,217<br />

1.Preocupação somática r = -0,065; p= 0,697 r = -0,091; p= 0,585 r = -0,082; p= 0,625 r = 0,049; p= 0,769<br />

2.Ansiedade r = -0,336; p= 0,039* r = -0,353; p= 0,030* r = -0,357; p= 0,028* r = -0,021; p= 0,898<br />

3.Sentimento de culpa r = -0,200; p= 0,229 r = -0,106; p= 0,526 r = -0,156; p= 0,350 r = -0,134; p= 0,422<br />

4.Tensão r = 0,140; p= 0,401 r = 0,180; p= 0,280 r = 0,167; p= 0,316 r = -0,063; p= 0,706<br />

5.Maneirismo e postura r = 0,093; p= 0,580 r = 0,259; p= 0,116 r = 0,188; p= 0,257 r = -0,256; p= 0,120<br />

6.Depressão r = -0,117; p= 0,483 r = -0,001; p= 0,995 r = -0,058; p= 0,731 r = -0,202; p= 0,224<br />

7.Retardo motor r = -0,051; p= 0,763 r = 0,078; p= 0,643 r = 0,018; p= 0,913 r = -0,244; p= 0,139<br />

8.Falta de cooperação r = 0,175; p= 0,293 r = 0,376; p= 0,020* r = 0,294; p= 0,073 r = -0,275; p= 0,095<br />

9.Cont. incomum do pensamento r = 0,105; p= 0,531 r = 0,072; p= 0,668 r = 0,093; p= 0,580 r = 0,038; p= 0,823<br />

10.Desorientação r = 0,290; p= 0,077 r = 0,132; p= 0,428 r = 0,216; p= 0,192 r = 0,263; p= 0,111<br />

11.Atenção pobre r = -0023,; p= 0,890 r = -0,033; p= 0,844 r = -0,028; p= 0,868 r = -0,009; p= 0,958<br />

12.Falta de julgamento/insight r = 0,233; p= 0,159 r = 0,254; p= 0,124 r = 0,256; p= 0,121 r = -0,055; p= 0,744<br />

13.Ambivalência volitiva r = -0,114; p= 0,496 r = 0,0163; p= 0,923 r = -0,045; p= 0,787 r = -0,201; p= 0,227<br />

14.Pobre controle de impulsos r = -0,223; p= 0,177 r = -0,167; p= 0,315 r = -0,201; p= 0,227 r = -0,141; p= 0,399<br />

15.Preocupação r = -0,235; p= 0,156 r = -0,110; p= 0,512 r = -0,174; p= 0,297 r = -0,231; p= 0,163<br />

16.Esquiva social ativa r = -0,191; p= 0,251 r = -0,079; p= 0,637 r = -0,135; p= 0,419 r = -0,124; p= 0,458<br />

BPRS (escore total) r = 0,137; p= 0,410 r = 0,233; p= 0,160 r = 0,198; p= 0,233 r = -0,198; p= 0,232<br />

1.Preocupação somática r = -0,095; p= 0,569 r = -0,126; p= 0,452 r = -0,115; p= 0,491 r = 0,057; p= 0,734<br />

2.Ansiedade r = -0,344; p= 0,035* r = -0,315; p= 0,054 r = -0,339; p= 0,037* r = -0,139; p= 0,406<br />

3.Distanciamento afetivo r = -0,015; p= 0,927 r = 0,118; p= 0,480 r = 0,060; p= 0,718 r = -0,255; p= 0,122<br />

4.Desorganização conceitual r = 0,256; p= 0,121 r = 0,207; p= 0,213 r = 0,240; p= 0,146 r = 0,084; p= 0,616<br />

5.Sentimentos de culpa r = -0,196; p= 0,239 r = -0,091; p= 0,585 r = -0,146; p= 0,383 r = -0,162; p= 0,331<br />

6.Tensão r = 0,143; p= 0,393 r = 0,154; p= 0,357 r = 0,153; p= 0,357 r = -0,011; p= 0,947<br />

7.Manerismos e postura r = 0,074; p= 0,660 r = 0,213; p= 0,199 r = 0,154; p= 0,357 r = -0,189; p= 0,254<br />

8.Idéias de grandeza r = 0,046; p= 0,813 r = 0,096; p= 0,619 r = 0,078; p= 0,688 r = -0,064; p= 0,742<br />

9.Humor depressivo r = -0,210; p= 0,207 r = -0,060; p= 0,719 r = -0,134; p= 0,421 r = -0,309; p= 0,059<br />

10.Hostilidade r = 0,157; p= 0,348 r = 0,115; p= 0,492 r = 0,140; p= 0,400 r = 0,034; p= 0,839<br />

11.Desconfiança r = -0,009; p= 0,959 r = 0,106; p= 0,527 r = 0,057; p= 0,736 r = -0,235; p= 0,155<br />

12.Comportamento alucinatório r = 0,057; p= 0,735 r = 0,149; p= 0,373 r = 0,112; p= 0,503 r = -0,155; p= 0,352<br />

13.Retardo motor r = -0,049; p= 0,770 r = 0,096; p= 0,565 r = 0,029; p= 0,861 r = -0,296; p= 0,071<br />

14.Falta de cooperação r = 0,222; p= 0,180 r = 0,408; p= 0,011* r = 0,335; p= 0,040* r = -0,238; p= 0,151<br />

15.Alt. conteúdo do pensamento r = 0,136; p= 0,415 r = 0,148; p= 0,376 r = 0,149; p= 0,370 r = -0,025; p= 0,881<br />

16.Afeto embotado r = 0,032; p= 0,846 r = 0,089; p= 0,593 r = 0,067; p= 0,689 r = -0,089; p= 0,594<br />

17.Excitação r = 0,017; p= 0,921 r = 0,112; p= 0,501 r = 0,070; p= 0,675 r = -0,176; p= 0,291<br />

18.Desorientação r = 0,291; p= 0,076 r = 0,150; p= 0,367 r = 0,227; p= 0,171 r = 0,232; p= 0,160<br />

Escalas de Sintomas Negativos<br />

PANS Negativa (escore total) r = -0,029; p= 0,883 r = 0,132; p= 0,493 r = 0,067; p= 0,731 r = -0,238; p= 0,272<br />

1.Embotamento afetivo r = -0,040; p= 0,835 r = 0,148; p= 0,443 r = 0,070; p= 0,717 r = -0,382; p= 0,041*<br />

2.Retraimento emocional r = 0,066; p= 0,732 r = 0,203; p= 0,291 r = 0,150; p= 0,436 r = -0,251; p= 0,189<br />

3.Contato pobre r = -0,019; p= 0,923 r = 0,138; p= 0,476 r = 0,074; p= 0,703 r = -0,258; p= 0,177<br />

4.Retr. social passivo/apático r = 0,055; p= 0,776 r = 0,182; p= 0,343 r = 0,133; p= 0,491 r = -0,123; p= 0,526<br />

5.Dific. no pensamento abstrato r = -0,154; p= 0,424 r = -0,240; p= 0,210 r = 0,211; p= 0,272 r = 0,211; p= 0,273<br />

6.Falta de espontaneidade na fala r = -0,133; p= 0,491 r = 0,100; p= 0,604 r = 0,002; p= 0,992 r = -0,350; p= 0,063<br />

7.Pensamento estereotipado r = 0,151; p= 0,434 r = 0,182; p= 0,344 r = 0,175; p= 0,363 r = -0,004; p= 0,983<br />

NSRS (escore total) r = 0,192; p= 0,247 r = 0,094; p= 0,573 r = 0,146; p= 0,382 r = 0,191; p= 0,251<br />

1.Conteúdo da fala r = 0,225; p= 0,174 r = 0,118; p= 0,479 r = 0,176; p= 0,291 r = 0,206; p= 0,215<br />

2.Julgamento/decisão r = -0,031; p= 0,855 r = -0,007; p= 0,964 r = -0,018; p= 0,915 r = -0,017; p= 0,917<br />

3.Memória r = -0,090; p= 0,592 r = -0,092; p= 0,583 r = -0,92; p= 0,583 r = -0,041; p= 0,807<br />

4.Atenção r = 0,151; p= 0,365 r = 0,029; p= 0,861 r = 0,089; p= 0,594 r = 0,223; p= 0,179<br />

5.Orientação r = 0,164; p= 0,324 r = 0,008; p= 0,963 r = 0,084; p= 0,615 r = 0,273; p= 0,098<br />

6.Apresentação r = 0,424; p= 0,008** r = 0,341; p= 0,036* r = 0,394; p= 0,014* r = 0,135; p= 0,418<br />

7.Motivação r = 0,139; p= 0,403 r = 0,054; p= 0,745 r = 0,099; p= 0,554 r = 0,139; p= 0,407<br />

8.Movimento r = 0,119; p= 0,475 r = 0,091; p= 0,585 r = 0,107; p= 0,520 r = 0,127; p= 0,449<br />

9.Resposta emocional r = 0,061; p= 0,717 r = 0,112; p= 0,503 r = 0,091; p= 0,586 r = -0,076; p= 0,651<br />

10.Relacionamento expressivo r = 0,285; p= 0,083 r = 0,229; p= 0,166 r = 0,266; p= 0,107 r = 0,120; p= 0,472<br />

Correlações Parciais controlando para as variáveis sócio-demográficas Gênero Sexual e Idade. (*) Correlação<br />

significante a nível 0,05 (2-tailed); (**) Correlação significante a nível 0,01 (2-tailed); (§) Tendência (p 0,1).<br />

235


ANEXO I<br />

Tabela 4.2.2.6.1. Correlações entre os diferentes parâmetros morfométricos no Grupo Controle<br />

HD HE CAH RPT LPT CAPT VBRD VBRE VBRTo CAVBR<br />

RGI r= 0,10; p= 0,676 r= -,18; p= 0,444 r= 0,38; p= 0,102 r= 0,53; p= 0,016* r= 0,34; p= 0,137 r= 0,12; p= 0,623 r= 0,03; p= 0,901 r= -,10; p= 0,672 r= -,04; p= 0,861 r= 0,31; p= 0,179<br />

LGI r= 0,20; p= 0,401 r= -,09; p= 0,703 r= 0,33; p= 0,161 r= 0,54; p= 0,013* r= 0,41; p= 0,077 r= 0,12; p= 0,616 r= -,24; p= 0,307 r= -,31; p= 0,186 r= -,28; p= 0,239 r= 0,14; p= 0,506<br />

CAGI r= -,14; p= 0,555 r= -,20; p= 0,400 r= 0,19; p= 0,430 r= 0,11; p= 0,646 r= -,01; p= 0,984 r= 0,01; p= 0,952 r= 0,49; p= 0,028* r= 0,35; p= 0,134 r= 0,41; p= 0,073 r= 0,35; p= 0,125<br />

HD r= 1,00<br />

HE r= 0,74; p= 0,000 r= 1,00<br />

CAH r= 0,14; p= 0,559 r= -,55; p= 0,012* r= 1,00<br />

RPT r= 0,17; p= 0,467 r= 0,09; p= 0,697 r= 0,04; p= 0,857 r= 1,0<br />

LPT r= 0,29; p= 0,208 r= 0,17; p= 0,483 r= 0,04; p= 0,866 r= 0,44; p= 0,054 r= 1,0<br />

CAPT r= -,18; p= 0,453 r= -,07; p= 0,756 r= -,06; p= 0,801 r= 0,54; p= 0,013* r= -,48; p= 0,032* r= 1,0<br />

VBRD r= -,16; p= 0,494 r= 0,03; p= 0,898 r= -,07; p= 0,762 r= -,06; p= 0,812 r= -,36; p= 0,120 r= 0,33; p= 0,159 r= 1,0<br />

VBRE r= -,13; p= 0,578 r= 0,02; p= 0,930 r= -,06; p= 0,804 r= -,07; p= 0,783 r= -,27; p= 0,253 r= 0,27; p= 0,250 r= 0,91; p= 0,000 r= 1,0<br />

VBRTo r= -,16; p= 0,508 r= 0,02; p= 0,923 r= -,07; p= 0,768 r= -,06; p= 0,791 r= -,32; p= 0,170 r= 0,30; p= 0,194 r= 0,98; p= 0,000 r= 0,98; p= 0,000 r= 1,0<br />

CAVBR r= -,10; p= 0,666 r= -,01; p= 0,953 r= -0,05; p= 0,832 r= 0,03; p= 0,912 r= -,21; p= 0,373 r= 0,12; p= 0,602 r= 0,18; p= 0,454 r= -,23; p= 0,319 r= -,03; p= 0,898 r= 1,0<br />

Correlação Bivariada (Pearson, 2-tailed). RGI = Índice de Girificação Direito; LGI = Índice de Girificação Esquerdo; CAGI = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do GI; HD = Hipocampo Direito; HE =<br />

Hipocampo Esquerdo; CAH = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do Hipocampo; RPT = PT Direito; LPT = PT Esquerdo; CAPT = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT; RVBR = VBR Direito; LVBR =<br />

VBR Esquerdo; VBRTo = VBR Total; CAVBR = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR.<br />

ANEXO J<br />

Tabela 4.2.2.6.2. Correlações entre os diferentes parâmetros morfométricos no Grupo de Pacientes<br />

HD HE CAH RPT LPT CAPT VBRD VBRE VBRTo CAVBR<br />

RGI R= -,23; p= 0,157 r= -,32; p= 0,048* r= 0,10; p= 0,529 r= 0,14; p= 0,381 r= 0,28; p= 0,084 r= -,25; p= 0,121 r= -,18; p= 0,271 r= -,11; p= 0,488 r= -,15; p= 0,360 r= -,16; p= 0,323<br />

LGI R= -,20; p= 0,226 r= -,25; p= 0,124 r= 0,06; p= 0,732 r= 0,01; p= 0,891 r= 0,10; p= 0,543 r= -,15; p= 0,342 r= -,16; p= 0,323 r= -,18; p= 0,254 r= -,18; p= 0,269 r= 0,07; p= 0,679<br />

CAGI R= -,09; p= 0,600 r= -,16; p= 0,312 r= 0,10; p= 0,536 r= 0,22; p= 0,167 r= 0,34; p= 0,031* r= -,20; p= 0,217 r= -,06; p= 0,720 r= 0,105; p= 0,518 r= 0,03; p= 0,858 r= -,42; p= 0,008**<br />

HD R= 1,0<br />

HE R= 0,69; p= 0,000 r= 1,0<br />

CAH R= 0,40; p= 0,011 r= -,38; p= 0,016 r= 1,0<br />

RPT R= 0,18; p= 0,273 r= 0,15; p= 0,371 r= 0,04; p= 0,797 r= 1,0<br />

LPT R= 0,24; p= 0,141 r= 0,03; p= 0,872 r= 0,26; p= 0,104 r= 0,54; p= 0,000 r= 1,0<br />

CAPT R= 0,06; p= 0,716 r= 0,21; p= 0,190 r= -,19; p= 0,245 r= 0,41; p= 0,009 r= -,40; p= 0,011 r= 1,0<br />

VBRD R= -,10; p= 0,530 r= -,16; p= 0,332 r= 0,09; p= 0,599 r= 0,05; p= 0,753 r= 0,07; p= 0,686 r= -,07; p= 0,651 r= 1,0<br />

VBRE R= -,03; p= 0,856 r= -,15; p= 0,370 r= 0,16; p= 0,320 r= 0,15; p= 0,363 r= 0,23; p= 0,152 r= -,09; p= 0,594 r= 0,86; p= 0,000 r= 1,0<br />

VBRTo R= -,07; p= 0,685 r= -,16; p= 0,331 r= 0,13; p= 0,419 r= 0,11; p= 0,505 r= 0,16; p= 0,325 r= -,08; p= 0,615 r= 0,96; p= 0,000 r= 0,97; p= 0,000 r= 1,0<br />

CAVBR R= -,17; p= 0,286 r= -,01; p= 0,978 r= -,21; p= 0,195 r= -,32; p= 0,042* r= -,35; p= 0,026* r= -,04; p= 0,823 r= 0,21; p= 0,205 r= -,28; p= 0,080 r= -,06; p= 0,735 r= 1,0<br />

Correlação Bivariada (Pearson, 2-tailed). RGI = Índice de Girificação Direito; LGI = Índice de Girificação Esquerdo; CAGI = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do GI; HD = Hipocampo Direito; HE =<br />

Hipocampo Esquerdo; CAH = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do Hipocampo; RPT = PT Direito; LPT = PT Esquerdo; CAPT = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do PT; RVBR = VBR Direito; LVBR =<br />

VBR Esquerdo; VBRTo = VBR Total; CAVBR = Coeficiente de <strong>As</strong>simetria do VBR.<br />

236


8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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