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Métodos de avaliação do sêmen canino congelado - Colégio ...

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Car<strong>do</strong>so et al. <strong>Méto<strong>do</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong> <strong>canino</strong> congela<strong>do</strong>.<br />

<strong>Méto<strong>do</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> in vitro<br />

A alta taxa <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> é o objetivo principal quan<strong>do</strong> se trabalha com criopreservação <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong>.<br />

Contu<strong>do</strong>, testes <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> apresentarem um alto custo, têm a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> apresentar baixa<br />

confiabilida<strong>de</strong> se poucos animais são usa<strong>do</strong>s (Rota et al., 1999a; Tardif et al., 1999). As análises in vitro têm a<br />

vantagem <strong>de</strong> mostrar quais aspectos da função espermática foram prejudica<strong>do</strong>s ou manti<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> isso <strong>de</strong><br />

especial interesse ao se trabalhar com o aprimoramento <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> <strong>sêmen</strong>, bem como para a<br />

pesquisa fundamental. Várias técnicas in vitro têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>scritas para a <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong>, porém a<br />

combinação <strong>de</strong> diferentes méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> fornece um resulta<strong>do</strong> mais confiável <strong>do</strong> que um único teste<br />

quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>seja prever a fertilida<strong>de</strong> in vivo (Ström, 1999). A seguir, serão <strong>de</strong>scritos alguns méto<strong>do</strong>s que po<strong>de</strong>m<br />

ser usa<strong>do</strong>s para se avaliar o sucesso da criopreservação <strong>de</strong> <strong>sêmen</strong> <strong>canino</strong>.<br />

Motilida<strong>de</strong> e vigor espermático<br />

A <strong>avaliação</strong> da motilida<strong>de</strong> espermática é o parâmetro mais utiliza<strong>do</strong> para a <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong>, <strong>de</strong>finida<br />

como a porcentagem <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s móveis da amostra avaliada imediatamente após a colheita ou após a<br />

criopreservação <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong> (Seager e Fletcher, 1972). A <strong>avaliação</strong> da motilida<strong>de</strong> após a criopreservação tem como<br />

objetivo verificar a proporção <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s que mantiveram a motilida<strong>de</strong> após as injúrias causadas por<br />

esse processo <strong>de</strong> conservação (Peña, 2000). A proporção <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s exibin<strong>do</strong> motilida<strong>de</strong> progressiva é,<br />

geralmente, estimada, subjetivamente, no microscópio óptico <strong>de</strong> contraste <strong>de</strong> fase ou, <strong>de</strong> forma objetiva,<br />

utilizan<strong>do</strong>-se a análise computa<strong>do</strong>rizada (Peña Martinez, 2004).<br />

O vigor espermático é um parâmetro, normalmente, avalia<strong>do</strong> em conjunto com a motilida<strong>de</strong> e é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong><br />

como a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> movimento exibi<strong>do</strong> pelos espermatozói<strong>de</strong>s móveis. Para tanto, faz-se uso <strong>de</strong> uma escala<br />

compreendida numa faixa <strong>de</strong> 0 a 5 (Tab. 1), cujas classificações variam segun<strong>do</strong> os autores Platz e Seager<br />

(1977); Christiansen (1988) e Johnston et al. (2001).<br />

Estu<strong>do</strong>s têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que tanto nos ejacula<strong>do</strong>s frescos (Casey et al., 1993) como nos congela<strong>do</strong>s<br />

(Januskauskas et al., 1996), há uma proporção <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s que são viáveis mesmo estan<strong>do</strong> imóveis,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> adquirir motilida<strong>de</strong> após estimulação com cafeína (Larsson et al., 1976). Portanto, a <strong>avaliação</strong> da<br />

motilida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser usada como uma mensuração <strong>do</strong>s espermatozói<strong>de</strong>s vivos e mortos, mas fornece a<br />

informação <strong>de</strong> um fator que é necessário para a capacida<strong>de</strong> fertilizante da célula espermática, pois ela é a<br />

manifestação da sua competência estrutural e funcional (Peña Martinez, 2004). Embora a motilida<strong>de</strong> esteja,<br />

geralmente, correlacionada à integrida<strong>de</strong> da membrana plasmática (Kumi-Diaka, 1993), relatos <strong>de</strong> correlações<br />

entre a motilida<strong>de</strong> e a fertilida<strong>de</strong> ainda são conflitantes (Kjaestad et al., 1993; Sanchez-Partida et al., 1999;<br />

Tardif et al., 1999).<br />

Tabela 1. Escala utilizada para a classificação <strong>do</strong> vigor <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong> <strong>canino</strong>.<br />

Escala (0-5) Classificação correspon<strong>de</strong>nte<br />

0 To<strong>do</strong>s os espermatozói<strong>de</strong>s sem movimento.<br />

1 Movimentos lentos látero-laterais, sem progressão.<br />

2 Rápi<strong>do</strong>s movimentos látero-laterais, sem progressão.<br />

3 Rápi<strong>do</strong>s movimentos látero-laterais, com ocasional progressão.<br />

4 Lenta e contínua progressão.<br />

5 Rápida e contínua progressão.<br />

Fonte: Christansen (1988).<br />

Morfologia espermática<br />

A morfologia espermática é um parâmetro indispensável na <strong>avaliação</strong> seminal, pois é intrinsecamente<br />

implicada a problemas <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> tanto na espécie canina como em outras espécies animais (Oettlé, 1993).<br />

Oettlé (1993) relatou que à medida que se aumenta o percentual <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s anormais, a fertilida<strong>de</strong> é<br />

reduzida, sen<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> que, quan<strong>do</strong> a proporção <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s morfologicamente normais estava<br />

abaixo <strong>de</strong> 60%, a fertilida<strong>de</strong> foi adversamente afetada.<br />

Vários méto<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s para avaliar a morfologia da célula espermática. Esfregaços<br />

úmi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>sêmen</strong> po<strong>de</strong>m ser examina<strong>do</strong>s por microscopia <strong>de</strong> contraste <strong>de</strong> fase após a fixação com glutaral<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

ou tampão salina formolizada para manter as características celulares e permitir uma observação futura (Manual,<br />

1998). A morfologia também po<strong>de</strong> ser avaliada microscopicamente, após o uso <strong>de</strong> corantes Wright, Rosa <strong>de</strong><br />

Bengala, Diff-Quik, Spermac® (Purswell et al., 1992; Oettlé e Soley, 1985; Ström et al., 1997), Giemsa<br />

(Car<strong>do</strong>so et al., 2003), Hematoxilina-eosina (Silva et al., 2003) e eosina-nigrosina (Peña, 2000).<br />

O acrossoma <strong>do</strong> espermatozói<strong>de</strong> <strong>canino</strong> po<strong>de</strong> ser avalia<strong>do</strong> pela microscopia óptica em esfregaços<br />

Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.29, n.3/4, p.179-187, jul./<strong>de</strong>z. 2005. Disponível em www.cbra.org.br 180

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