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plano turístico do museu do homem do nordeste - Área de Gestión ...

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PLANO TURÍSTICO DO MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE<br />

Célia Regina M. R. Guimarães, turismóloga<br />

Maria das Neves A. L. Suassuna, turismóloga<br />

Silvana Barbosa Lira <strong>de</strong> Araújo, socióloga<br />

Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste<br />

Diretoria <strong>de</strong> Documentação<br />

Fundação Joaquim Nabuco<br />

O Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste-MUHNE é um <strong>de</strong>partamento da Diretoria <strong>de</strong><br />

Documentação da Fundação Joaquim Nabuco-Fundaj, vinculada ao Ministério da<br />

Educação. Localiza<strong>do</strong> em Recife, Pernambuco, na região Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil, tem como<br />

missão produzir, acumular e difundir conhecimentos; resgatar e preservar a memória e<br />

promover ativida<strong>de</strong>s científicas e culturais, visan<strong>do</strong> à compreensão e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> país.<br />

Cria<strong>do</strong> em 1979 a partir da reunião <strong>de</strong> três diferentes Museus - Museu <strong>de</strong> Antropologia,<br />

Museu <strong>de</strong> Arte Popular e Museu <strong>do</strong> Açúcar –, o seu acervo é composto por tipologias<br />

diversificadas: arte popular, numismática, mobiliário <strong>de</strong> época, transportes locomotivos,<br />

plumária, arte indígena, arqueologia, indumentária, tapeçaria, imagens sacras, entre<br />

outros.<br />

Motivada e instada a mo<strong>de</strong>rnizar o circuito museológico <strong>do</strong> Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong><br />

Nor<strong>de</strong>ste, a Fundação Joaquim Nabuco <strong>de</strong>u início a revitalização da exposição <strong>de</strong> longa<br />

duração <strong>do</strong> Museu em 2003, a partir <strong>de</strong> obras estruturais realizadas com recursos<br />

próprios e da Financia<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s e Projetos- FINEP.<br />

Durante esse processo <strong>de</strong> reestruturação física, iniciou-se um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> revitalização da<br />

exposição, concluin<strong>do</strong>-se não ser possível <strong>de</strong>volver à socieda<strong>de</strong> o Museu com a mesma<br />

montagem: suportes museográficos ultrapassa<strong>do</strong>s, carência <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> autores<br />

contemporâneos, perío<strong>do</strong>s históricos não representa<strong>do</strong>s, estagnação <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong><br />

Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil, tanto <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista geográfico, quanto cultural. Era imperioso


um projeto <strong>de</strong> revitalização da exposição, que contemplasse estu<strong>do</strong>s e pesquisas<br />

histórico-antropológicas, projetos luminotécnicos, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, museológico,<br />

museográfico, audiovisuais, além <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> novos acervos. Era<br />

necessário ainda conceitualizar e contextualizar a exposição <strong>de</strong>ntro da visão mais<br />

atualizada que se propõe passar <strong>de</strong>sse <strong>homem</strong> <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste: qual a base econômica <strong>de</strong><br />

sua formação? Que outras economias, além <strong>do</strong> açúcar, tiveram influência na região?<br />

Qual a participação <strong>do</strong> sertão em nossa formação geo-econômica e sócio-cultural?<br />

Quais as lutas, resistências, crenças e culturas? Qual a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse Nor<strong>de</strong>ste hoje?<br />

Resultou <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> o projeto museológico da exposição <strong>de</strong> longa duração <strong>do</strong> Museu<br />

<strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste que, em sua nova concepção, passa a se intitular NORDESTE:<br />

TERRITÓRIOS PLURAIS, CULTURAIS E DIREITOS COLETIVOS que, no<br />

momento, se encontra em processo <strong>de</strong> montagem e será <strong>de</strong>volvida à socieda<strong>de</strong> no<br />

próximo dia 17 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />

Museu histórico-antropológico <strong>de</strong>senvolve vários projetos e ativida<strong>de</strong>s permanentes<br />

focadas na educação patrimonial, na manutenção e difusão das manifestações culturais<br />

da região, na geração <strong>de</strong> renda e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo <strong>de</strong> jovens carentes, através da<br />

capacitação na área <strong>de</strong> artesanato. Essas ativida<strong>de</strong>s não pararam ao longo <strong>de</strong>sses últimos<br />

cinco anos, quan<strong>do</strong> da reforma estrutural <strong>do</strong> Museu. Muito pelo contrário, o Museu<br />

continuou vivo, pulsan<strong>do</strong>, com os seus projetos sócio-educativos e culturais se<br />

fortalecen<strong>do</strong>.<br />

O Turismo Cultural é um segmento que tem por objetivo o conhecimento <strong>do</strong>s<br />

monumentos e sítios histórico-artísticos (OMT – 2007). Por sua vez a UNESCO<br />

recomenda um incremento <strong>de</strong> projetos <strong>turístico</strong>s sobre o patrimônio cultural, que além<br />

<strong>de</strong> proteger os monumentos, valorize as comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> se localizam.<br />

O avanço da globalização trouxe conseqüências negativas para a Cultura e o Turismo<br />

como a homogeneização turística, <strong>de</strong>scaracterização cultural, vulgarização das<br />

manifestações tradicionais, <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> patrimônio histórico e massificação da cultura.


Estes pontos, quan<strong>do</strong> direciona<strong>do</strong>s aos costumes e às culturas, trazem resulta<strong>do</strong>s<br />

preocupantes, face à ativida<strong>de</strong> turística que, para dar conta <strong>do</strong>s benefícios <strong>do</strong> Turismo<br />

Cultural, necessita da acolhida das Instituições Culturais e Museológicas para sua<br />

sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

A Museologia e o Turismo po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem trabalhar <strong>de</strong> forma conjunta, agin<strong>do</strong> como<br />

ferramenta na integração cultural <strong>do</strong>s indivíduos, contribuin<strong>do</strong> para uma composição<br />

benéfica para os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s e para a cultura <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral. Os <strong>museu</strong>s constituem fontes<br />

preciosas para o incentivo <strong>do</strong> Turismo Cultural, caracteriza<strong>do</strong> por uma maior<br />

permanência e contato com a comunida<strong>de</strong>, cuja principal motivação é, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com<br />

Andra<strong>de</strong>, os encontros artísticos, científicos, <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong> informação. Faz-se cada<br />

vez mais necessário a elaboração <strong>de</strong> projetos e ações voltadas para o incremento <strong>do</strong><br />

setor, buscan<strong>do</strong> convênios e parcerias com órgãos públicos e priva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a vencer<br />

o <strong>de</strong>safio que é a integração <strong>do</strong> Turismo com Museus.<br />

Saben<strong>do</strong>-se que algumas das características <strong>do</strong> turismo cultural é a valorização e<br />

revitalização <strong>do</strong> patrimônio e das tradições culturais, bem como <strong>do</strong>s bens materiais e<br />

imateriais da comunida<strong>de</strong>, o Museu <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 um trabalho volta<strong>do</strong> para o<br />

Turismo Cultural.<br />

Inicialmente chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Pacote Cultural, o projeto foi pensa<strong>do</strong> como instrumento <strong>de</strong><br />

difusão da imagem <strong>do</strong> Museu e da Fundação como um to<strong>do</strong>. Foram cria<strong>do</strong>s Circuitos <strong>de</strong><br />

visitação com o intuito <strong>de</strong> fazer com que o Museu e os diversos setores da Fundação <strong>de</strong><br />

forma integrada divulgassem seus conteú<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> nos funcionários e público<br />

em geral o interesse em conhecer seus diversos acervos. Os Circuitos <strong>de</strong> visitação<br />

ofereci<strong>do</strong>s ao público incluíam visitas ao Museu e a outros setores da Fundaj, como<br />

Laboratório <strong>de</strong> Restauração, Cinemateca, Fonoteca, Iconografia e, posteriormente, ao<br />

Engenho Massangana, também pertencente a Fundaj – monumento histórico, <strong>do</strong> ciclo<br />

<strong>do</strong> açúcar, on<strong>de</strong> o abolicionista Joaquim Nabuco passou os primeiros anos <strong>de</strong> sua<br />

infância.


Numa segunda fase, o Pacote Cultural incluiu no Circuito espaços que abordavam a<br />

religiosida<strong>de</strong> e o folclore, fazen<strong>do</strong> com que os visitantes pu<strong>de</strong>ssem conhecer outros<br />

espaços <strong>de</strong> cultura, contextualizan<strong>do</strong> as informações adquiridas através das exposições<br />

<strong>do</strong> Museu. Neste caso, eram visita<strong>do</strong>s o Sítio <strong>de</strong> Pai Adão, toman<strong>do</strong> contato com a<br />

religião afro-brasileira; e o Espaço Lumiara Zumbi, on<strong>de</strong> acontecem apresentações das<br />

manifestações culturais, como maracatu, bumba-meu-boi, mamulengos, bandas-<strong>de</strong>-<br />

pífanos.<br />

O Projeto também capacitou estudantes universitários das áreas <strong>de</strong> Turismo e História<br />

para serem multiplica<strong>do</strong>res das ações <strong>de</strong>senvolvidas, disponibilizan<strong>do</strong>, inclusive, vários<br />

setores da Diretoria <strong>de</strong> Documentação para dar continuida<strong>de</strong> aos seus estu<strong>do</strong>s. Ainda<br />

<strong>de</strong>ntro da capacitação, fizemos um trabalho <strong>de</strong> divulgação com a criação <strong>de</strong> um Circuito<br />

volta<strong>do</strong> para recepcionistas <strong>de</strong> hotéis, agências <strong>de</strong> turismo e taxistas, on<strong>de</strong> a visitação<br />

incluía a Fundação Gilberto Freyre, Oficina Cerâmica Francisco Brennand, além <strong>do</strong><br />

Museu.<br />

Tivemos, ainda, o Circuito entre Museus, em comemoração ao Dia Internacional <strong>do</strong>s<br />

Museus, 18 <strong>de</strong> maio, que disponibilizava ônibus sain<strong>do</strong> <strong>de</strong> três shoppings <strong>do</strong> Recife e<br />

Olinda para visitar os <strong>museu</strong>s da cida<strong>de</strong>, oferecen<strong>do</strong> seis tipos <strong>de</strong> roteiros diferentes.<br />

Esta ativida<strong>de</strong> aconteceu <strong>de</strong> 2002 a 2006, com a participação inicialmente <strong>de</strong> 25<br />

instituições e, quan<strong>do</strong> da realização <strong>do</strong> último Circuito em 2006, já tínhamos 47<br />

instituições sen<strong>do</strong> visitadas e 10 roteiros diferentes. Para a realização <strong>de</strong>sses Circuitos,<br />

contamos com a valorosa parceria <strong>do</strong>s Shoppings envolvi<strong>do</strong>s, que disponibilizavam<br />

espaços para pequenas mostras <strong>do</strong> que seria encontra<strong>do</strong> em cada Museu, e da Empresa<br />

Metropolitana <strong>de</strong> Transportes Urbanos, que cedia ônibus para condução <strong>do</strong>s visitantes.<br />

Outra experiência aconteceu durante o Festival das Culturas Populares, realiza<strong>do</strong> pelo<br />

Museu anualmente. Em 2005 o Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> São José – o merca<strong>do</strong> público mais<br />

tradicional da cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Recife - fez 130 anos e foi tema <strong>do</strong> Festival. Durante os quatro<br />

dias <strong>do</strong> evento disponibilizamos ônibus para levar os visitantes <strong>do</strong> Museu ao Merca<strong>do</strong> e<br />

trazer os funcionários e <strong>do</strong>nos <strong>de</strong> boxes <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> para vivenciar o Museu.


Observamos que a iniciativa foi satisfatória para os estudantes, mas não houve uma<br />

resposta positiva quanto à comunida<strong>de</strong> local. Percebemos que eles não tinham<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> com o Museu.<br />

Com o propósito <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> às ações <strong>de</strong>senvolvidas no Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong><br />

Nor<strong>de</strong>ste voltadas para o Turismo Cultural, é que instituímos em 2008 o Plano Turístico<br />

<strong>do</strong> Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, visan<strong>do</strong> gerar mecanismos que garantam a<br />

i<strong>de</strong>ntificação e preservação <strong>do</strong>s bens culturais localiza<strong>do</strong>s no Pólo Noroeste da cida<strong>de</strong> e<br />

no entorno <strong>do</strong> Museu.<br />

O Plano Turístico se propõe a buscar soluções e <strong>de</strong>senvolver ações que promovam o<br />

incentivo e divulgação <strong>do</strong> Turismo Cultural na região da cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> está localiza<strong>do</strong> -<br />

Recife, Pernambuco - através da criação <strong>de</strong> um mapa <strong>turístico</strong> e <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> à<br />

região Noroeste da cida<strong>de</strong>, mapean<strong>do</strong> todas as Instituições museais e <strong>de</strong> cultura<br />

envolvidas; e <strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong> um ingresso unifica<strong>do</strong>, chama<strong>do</strong> “Cartão Inter-<br />

Museus”, váli<strong>do</strong> entre três a cinco dias, permitin<strong>do</strong> visita aos Museus que compõem o<br />

Pólo Noroeste, a serem comercializa<strong>do</strong>s nos boxes <strong>de</strong> informações turísticas, aeroporto,<br />

ro<strong>do</strong>viária, terminal marítimo e nos próprios Museus envolvi<strong>do</strong>s, fortalecen<strong>do</strong> a cultura<br />

patrimonial da região.<br />

O objetivo estratégico <strong>de</strong>ste Plano é, com esta experiência piloto, expandir suas ações<br />

nas diversas regiões <strong>do</strong> município, a partir <strong>de</strong> parcerias com os órgãos municipais,<br />

estaduais e fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> cultura e turismo. Como primeiro passo rumo a uma política<br />

pública, em 2008 o Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste foi seleciona<strong>do</strong> para integrar o<br />

grupo <strong>do</strong>s sete <strong>museu</strong>s brasileiros que fazem parte <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Qualificação <strong>de</strong><br />

Museus para o Turismo, <strong>do</strong>s Ministérios da Cultura e <strong>do</strong> Turismo. Através <strong>de</strong>ste<br />

Programa o Museu receberá incentivo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 200 mil para investir na melhor<br />

qualificação para atendimento ao turista: aquisição <strong>de</strong> equipamentos, impressão <strong>de</strong><br />

material educativo, confecção <strong>de</strong> produtos para venda na loja <strong>do</strong> <strong>museu</strong>, aparelhamento<br />

para recepção <strong>de</strong> porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais, tradução <strong>do</strong>s textos para Braille<br />

e línguas estrangeiras, treinamento <strong>de</strong> pessoal para atendimento qualifica<strong>do</strong>. Com este


incentivo o Museu trabalhará to<strong>do</strong> o exercício <strong>de</strong> 2009 volta<strong>do</strong> para a acessibilida<strong>de</strong> e<br />

melhor atendimento <strong>de</strong> seus usuários.<br />

O Projeto tem duas linhas <strong>de</strong> atuação:<br />

1ª LINHA - Turismo Cultural no Pólo Noroeste <strong>do</strong> Recife que, entre outras ações, visa<br />

a qualificação <strong>do</strong> Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste para o atendimento ao turista, com a<br />

criação <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Cultura-Turismo e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

trabalho <strong>de</strong> Turismo Cultural envolven<strong>do</strong> os Museus e Instituições da região, através <strong>de</strong><br />

ações integradas com a socieda<strong>de</strong>, em busca da ampliação da oferta turística.<br />

Este trabalho será <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em parceria com outras instituições culturais que<br />

compõem o Pólo Noroeste, com a Prefeitura da Cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Recife, Empresa<br />

Pernambucana <strong>de</strong> Turismo - EMPETUR, Secretaria <strong>de</strong> Turismo - SETUR e Recife<br />

Convention & Visitors Bureau. Com a implantação <strong>de</strong> uma Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Colaboração<br />

formada pelos parceiros, fortaleceremos a educação patrimonial da região. Esta etapa<br />

consistirá <strong>do</strong> mapeamento das instituições, <strong>do</strong>s postos <strong>de</strong> serviço, pousadas, hotéis,<br />

bares e restaurantes, shoppings, lojas <strong>de</strong> artesanato, casas noturnas que ofereçam<br />

espetáculos regionais, cinemas, teatros, serviço <strong>de</strong> transportes, to<strong>do</strong>s os atrativos e<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um turista para que ele se hospe<strong>de</strong> nos bairros da região. Para tanto,<br />

estamos selecionan<strong>do</strong> estudantes <strong>de</strong> História e Turismo para, no início <strong>de</strong> 2009,<br />

proce<strong>de</strong>r to<strong>do</strong> levantamento que, será compila<strong>do</strong> em publicação para distribuição em<br />

hotéis, centros <strong>de</strong> informações turísticas e <strong>museu</strong>s. Registramos, aqui, que não se trata<br />

<strong>de</strong> uma agenda cultural e sim <strong>de</strong> um guia informativo apenas da região noroeste da<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> se pensa em visitar o Recife, o turista visualiza as praias e bares da zona Sul da<br />

cida<strong>de</strong>, muitas vezes per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer outros aparelhos culturais<br />

por pura falta <strong>de</strong> informação. Por outro la<strong>do</strong>, os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Pólo Noroeste da cida<strong>de</strong><br />

ainda não têm o sentimento <strong>de</strong> pertencimento, <strong>de</strong> apropriação <strong>do</strong> patrimônio cultural<br />

em seu entorno. Muitos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro on<strong>de</strong> está localiza<strong>do</strong> o Museu nunca


visitaram o circuito. O apelo das praias é muito maior quan<strong>do</strong> a família <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> fazer<br />

lazer nos finais <strong>de</strong> semana. Po<strong>de</strong>mos apontar vários fatores para que isso ocorra: o valor<br />

<strong>do</strong>s ingressos é muito alto; existe a falta <strong>de</strong> divulgação <strong>do</strong>s aparelhos culturais; o<br />

transporte é <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>, dificultan<strong>do</strong> a visita às exposições e aos ambientes<br />

<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à cultura.<br />

Este Plano Turístico vem minimizar os problemas <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s na referida região, através<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias que possam difundir os atrativos existentes, ampliar a<br />

estadia <strong>do</strong> turista na nossa cida<strong>de</strong> e sensibilizar a população a usufruir o potencial<br />

existente promoven<strong>do</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e ampliação <strong>do</strong> conhecimento.<br />

2ª LINHA - Desenvolver um trabalho <strong>de</strong> Turismo Cultural junto à comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Morro da Conceição, localiza<strong>do</strong> no entorno <strong>do</strong> Museu, visan<strong>do</strong> levantar as<br />

potencialida<strong>de</strong>s turísticas da comunida<strong>de</strong>, inserin<strong>do</strong>-a na agenda cultural da região<br />

noroeste. O bairro seleciona<strong>do</strong> é on<strong>de</strong> acontece a maior festa religiosa da cida<strong>de</strong>, que<br />

acontece no dia 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, dia <strong>de</strong> Nossa Senhora da Conceição, feria<strong>do</strong> municipal<br />

da cida<strong>de</strong>. Conforme o censo <strong>do</strong> IBGE/2000 a comunida<strong>de</strong> possui uma população <strong>de</strong><br />

10.142 habitantes. Seu nome atual data <strong>de</strong> 1904, quan<strong>do</strong> chegou à imagem <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora da Conceição <strong>de</strong> Portugal, em comemoração ao cinqüentenário <strong>do</strong> <strong>do</strong>gma da<br />

Imaculada Conceição. Em 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1904, com a inauguração <strong>do</strong> monumento,<br />

houve uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> fiéis e, a partir <strong>de</strong>sta data, passou a ser um local <strong>de</strong><br />

romarias e pagamento <strong>de</strong> promessas.<br />

Além <strong>do</strong> potencial religioso, encontramos grupos <strong>de</strong> arte e cultura, como o<br />

Grupo Cultural Crescen<strong>do</strong> no Morro e a Escola <strong>de</strong> Samba Galeria <strong>do</strong><br />

Ritmo. Também há grupos <strong>de</strong> folgue<strong>do</strong>s populares e restaurantes com<br />

excelente gastronomia regional. Outro ponto <strong>de</strong> relevância a ser <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> é o<br />

potencial para comércio <strong>de</strong> artigos religiosos volta<strong>do</strong>s à peregrinação <strong>do</strong>s fiéis em<br />

<strong>de</strong>voção à santa, <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> um maior interesse nos espaços <strong>do</strong> entorno, tanto para a<br />

<strong>de</strong>voção como para o la<strong>do</strong> não religioso.


No <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> se trabalhar sustentavelmente com a Cultura, buscamos inserir no<br />

cotidiano <strong>do</strong> Museu a expansão das suas ações. Mostran<strong>do</strong> a importância <strong>de</strong> um trabalho<br />

conjunto entre áreas <strong>de</strong> Museu, Cultura e Turismo para a continuida<strong>de</strong> da preservação e<br />

conservação da memória. A nossa perspectiva <strong>de</strong> duração <strong>de</strong>ste projeto é <strong>de</strong><br />

aproximadamente três anos, para tanto, contamos com a ampliação da equipe,<br />

contratan<strong>do</strong> profissionais especializa<strong>do</strong>s na área e abrin<strong>do</strong> vagas novas para estágios<br />

curriculares.<br />

Os Museus possuem um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> atração turística, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> constituir-se<br />

como contribuintes váli<strong>do</strong>s e parceiros no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Turismo Cultural em<br />

comunida<strong>de</strong>s. O Turismo quan<strong>do</strong> bem planeja<strong>do</strong> po<strong>de</strong> contribuir <strong>de</strong> forma positiva para<br />

melhoria da realida<strong>de</strong> cultural, social e econômica da população local. Além disso,<br />

auxilia na captação <strong>de</strong> novos públicos, no incremento <strong>de</strong> novos projetos museológicos e<br />

po<strong>de</strong> cooperar para a fixação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social, estimulan<strong>do</strong> nas comunida<strong>de</strong>s o<br />

sentimento <strong>de</strong> apropriação <strong>do</strong> patrimônio.<br />

As instituições museológicas <strong>de</strong>vem fornecer um diálogo interdisciplinar, sobretu<strong>do</strong><br />

porque têm um papel importante em relação ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>do</strong><br />

Turismo Cultural na dimensão da conservação. Um <strong>de</strong> seus objetivos consiste em<br />

minimizar os impactos negativos <strong>do</strong> Turismo sobre o Patrimônio Cultural da<br />

comunida<strong>de</strong> receptora. O nosso papel nesse processo é garantir que a população não só<br />

se aproprie, mas passe a valorizar sua comunida<strong>de</strong>, buscan<strong>do</strong> o entendimento <strong>do</strong> meio<br />

em que vive conservan<strong>do</strong> o patrimônio e evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> uma maior compreensão das<br />

questões relacionadas com a sua cultura.<br />

Na fase inicial realizamos um diagnóstico para estabelecer as necessida<strong>de</strong>s, interesses e<br />

aspirações da população. Para isso contamos com a colaboração <strong>de</strong> três pesquisa<strong>do</strong>ras,<br />

estudantes <strong>de</strong> história e turismo. Reuniões, mesas re<strong>do</strong>ndas, questionários, mini-cursos e<br />

visitas à comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Morro da Conceição estão sen<strong>do</strong> realizadas para facilitar o<br />

envolvimento e a participação da mesma. Por outro la<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o


Turismo no local temos que levar em consi<strong>de</strong>ração a proteção da privacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus<br />

mora<strong>do</strong>res.<br />

Outra questão importante que vem sen<strong>do</strong> estudada é em relação <strong>de</strong> como os resi<strong>de</strong>ntes<br />

po<strong>de</strong>m ter um papel ativo na gestão e operação <strong>do</strong> Turismo Cultural, a fim <strong>de</strong> reduzir os<br />

impactos negativos. Para isso criamos um Comitê Gestor, a fim <strong>de</strong> que os membros<br />

possam dar continuida<strong>de</strong> aos trabalhos que vem sen<strong>do</strong> implanta<strong>do</strong>s. Após a seleção <strong>do</strong>s<br />

membros gestores, passamos a ministrar mini-cursos com a participação <strong>de</strong> estudantes e<br />

pesquisa<strong>do</strong>ras envolvidas no processo, estagiários <strong>do</strong> Museu e o Museólogo da<br />

Instituição. Estes mini-cursos abordam os seguintes temas: Noções <strong>de</strong> Patrimônio,<br />

Educação Patrimonial, Inventário Turístico, Preservação da Memória, Noções <strong>de</strong><br />

Turismo e Meio Ambiente.<br />

Visitas Técnicas foram realizadas à comunida<strong>de</strong> on<strong>de</strong>, <strong>de</strong> fato, fomos perceben<strong>do</strong> a<br />

realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> local. Os mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>monstraram curiosida<strong>de</strong> e interesse no nosso<br />

trabalho e vem participan<strong>do</strong> das reuniões <strong>de</strong> sensibilização. A princípio eles viam o<br />

Museu como órgão <strong>de</strong> elite e <strong>de</strong> difícil acesso, são poucos os que já o visitaram. Daí<br />

observamos a importância <strong>de</strong> levar os resi<strong>de</strong>ntes para conhecerem o Museu <strong>do</strong> Homem<br />

<strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – Fundação Joaquim Nabuco.<br />

Nosso objetivo é realizar uma integração entre Museu e Comunida<strong>de</strong>, fazen<strong>do</strong> com que<br />

a Instituição sirva <strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong> difusão <strong>do</strong> conhecimento, disponibilizan<strong>do</strong> a sua<br />

potencialida<strong>de</strong>. É importante que a localida<strong>de</strong> tenha acesso á educação patrimonial, no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> gerar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural, levan<strong>do</strong> a valorização e preservação os bens<br />

que estão a sua volta.<br />

Os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Morro da Conceição estão inseri<strong>do</strong>s diretamente no processo <strong>de</strong>sse<br />

Plano, com entrevistas e pesquisas, levantan<strong>do</strong> os potenciais Histórico, Cultural e<br />

Turístico para a implantação <strong>de</strong> um “Centro <strong>de</strong> Informação Cultura – Turismo”, como<br />

também uma classificação sobre os eventos e acontecimentos existentes, para a<br />

elaboração <strong>de</strong> um calendário a ser divulga<strong>do</strong> junto aos mora<strong>do</strong>res, visitantes e tra<strong>de</strong>


<strong>turístico</strong>. Em uma etapa posterior, buscaremos construir um acervo fotográfico e oral <strong>do</strong><br />

Morro da Conceição para recuperar a memória <strong>do</strong> bairro. Esse acervo produzi<strong>do</strong><br />

auxiliará na construção <strong>de</strong> um espaço para exposições on<strong>de</strong> teremos uma mostra <strong>do</strong><br />

crescimento e potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> bairro.<br />

A principal função <strong>do</strong>s Museus é a conservação e a preservação <strong>do</strong> Patrimônio Cultural<br />

e da sua autenticida<strong>de</strong>, no entanto, é importante que os Museus estejam abertos para a<br />

diversida<strong>de</strong> Cultural, para sua própria sustentabilida<strong>de</strong> e também da socieda<strong>de</strong>. A<br />

integração <strong>do</strong> Turismo através <strong>do</strong>s Museus na realida<strong>de</strong> atual vem sen<strong>do</strong> um <strong>de</strong>safio,<br />

sem dúvida é urgente que os mesmos reconheçam o seu papel.<br />

Preten<strong>de</strong>mos com esse trabalho difundir a atuação <strong>do</strong> Museu <strong>do</strong> Homem <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste,<br />

envolven<strong>do</strong> vários <strong>de</strong>partamentos da Fundação Joaquim Nabuco através <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento social, sensibilizan<strong>do</strong> outras Instituições Culturais <strong>do</strong> Pólo Noroeste a<br />

abraçar as comunida<strong>de</strong>s que as envolvem.<br />

Referêncial Teórico<br />

ANDRADE, José Vicente, Fundamentos e Dimensões <strong>do</strong> Turismo, Belo Horizonte.<br />

Editora Ática, 8 ed, 1976.<br />

DE CASTRO, Ana Lúcia Siaines. Museu e Turismo: uma relação <strong>de</strong>licada. VIII<br />

ENANCIB – Encontro Nacional <strong>de</strong> Pesquisa em Ciência da Informação. Outubro. 2007.<br />

Salva<strong>do</strong>r - BA.<br />

GONÇALVES, Alexandra Rodrigues. O <strong>de</strong>senvolvimento sustenta<strong>do</strong> da relação entre<br />

os <strong>museu</strong>s e o turista. Disponível em: http://www.dgturismo.pt/Acesso em: maio. 2008.<br />

PÉREZ, Xerar<strong>do</strong> Pereiro. Turismo Cultural: Leitura da Antropologia. UTAD. Portugal


PIPPI, Gladis. Turismo e Patrimônio Cultural nas Missões Jesuíticas <strong>do</strong> RGS. 1º<br />

Encontro Nacional <strong>de</strong> Turismo e Patrimônio Cultural. Pelotas. 2008.<br />

SANTOS, Rafael José <strong>do</strong>s. Turismo e Patrimônio Cultural: uma trama complexa. 1º<br />

Encontro Nacional <strong>de</strong> Turismo e Patrimônio Cultural. Pelotas. 2008.<br />

THEOBALDO, William F. Turismo Global. Senac. São Paulo. 2002<br />

VASCONCELLOS, Camilo <strong>de</strong> Mello. Turismo e Museus. Coleção ABC <strong>do</strong> turismo.<br />

São Paulo. 2006.<br />

CODEPE – FIDEM: http://www.con<strong>de</strong>pefi<strong>de</strong>m.pe.gov.br/<br />

BANDUCCI, Álvaro e BARRETO, Margarida. Turismo e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> local.

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