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Padrões de consumo de substâncias psicoativas na população

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PADRÕES DE CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS<br />

PSICOATIVAS NA POPULAÇÃO ESTUDANTIL DO<br />

CONCELHO DE GUIMARÃES<br />

Relatório apresentado à Câmara Municipal <strong>de</strong> Guimarães<br />

2010


<strong>Padrões</strong> <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong> <strong>na</strong> <strong>população</strong> estudantil do Concelho<br />

<strong>de</strong> Guimarães<br />

Autor: Jorge Negreiros<br />

Relatório Fi<strong>na</strong>l apresentado à Câmara Municipal <strong>de</strong> Guimarães<br />

Fevereiro <strong>de</strong> 2010<br />

2


Agra<strong>de</strong>cimentos:<br />

A elaboração do estudo apresentado neste Relatório contou com a colaboração das seguintes<br />

instituições às quais gostaríamos <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer:<br />

- Câmara Municipal <strong>de</strong> Guimarães<br />

- Conselhos executivos, professores e alunos das seguintes escolas básicas e<br />

secundárias do Concelho <strong>de</strong> Guimarães:<br />

o EB23 <strong>de</strong> Abação<br />

o EB23 com ensino secundário Santos Simões<br />

o EB23 <strong>de</strong> Briteiros<br />

o EB23 João <strong>de</strong> Meira<br />

o EB23 Fer<strong>na</strong>ndo Távora<br />

o ESEC com 3º ciclo Martins Sarmento<br />

o ESEC com 3º ciclo Francisco <strong>de</strong> Holanda<br />

o EB23 Abel Salazar<br />

o EB23 <strong>de</strong> Pevidém<br />

3


Índice<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos…………………………………………......………………….……………………….. 3<br />

Apresentação ……………………………………………………….….….………………………………. 5<br />

1. Aspectos metodológicos gerais e caraterização da amostra<br />

1.1 Elaboração do questionário......................................................…………………………… 6<br />

1.2 Contactos com as escolas e aplicação do questionário ......………………………. 9<br />

1.3 Seleção e caraterísticas da amostra.......................................………………………. 10<br />

2. <strong>Padrões</strong> <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong><br />

2.1 Tabaco..............................................………………………………………………………………. 15<br />

2.2 Álcool.....................................................................………………………………………………. 20<br />

2.3 Drogas ilícitas.............................................................................…………………………...... 33<br />

3. Conhecimentos e atitu<strong>de</strong>s sobre o tabaco, álcool e drogas ilícitas<br />

3.1 Perceção do risco ..........................……………………………………………………………. 37<br />

3.2.Facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção...................................................................................................... 43<br />

3.3 Perceção do <strong>consumo</strong> pelos amigos............................................................................ 45<br />

3.4 Reprovação social do <strong>consumo</strong><br />

pelos amigos.....................….....................……………………………............................................ 48<br />

4. Conclusões<br />

4.1 <strong>Padrões</strong> <strong>de</strong> <strong>consumo</strong>.............................................................…………….......................... 52<br />

4.2 Conhecimentos e perceções........................……………………………………………..... 55<br />

Bibliografia........................................................................……………………………………………… 57<br />

Anexo A: Questionário.........................……………………………………………………………….. 56<br />

4


Apresentação<br />

O presente relatório <strong>de</strong>screve os resultados <strong>de</strong> um estudo <strong>na</strong> <strong>população</strong> estudantil do<br />

concelho <strong>de</strong> Guimarães, tendo recolhido informação sobre os padrões <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong><br />

álcool, tabaco e drogas nos estudantes que se encontravam a frequentar, no ano letivo<br />

2009/2010, do 7º ao 12º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, em diversas escolas EB23 e secundárias.<br />

Para além <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver os padrões <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool, tabaco e drogas ilícitas, esta<br />

investigação centrou-­‐se ainda em dimensões relacio<strong>na</strong>das com os conhecimentos e<br />

atitu<strong>de</strong>s dos jovens em relação ao uso <strong>de</strong>stas <strong>substâncias</strong>. Especificamente, foram<br />

exami<strong>na</strong>das questões que se pren<strong>de</strong>m com a perceção do risco, a perceção da prevalência<br />

do uso <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> pelos amigos, a perceção da acessibilida<strong>de</strong> das <strong>substâncias</strong> e o grau<br />

<strong>de</strong> reprovação em relação à utilização das mesmas. Foi ainda recolhida informação acerca<br />

do modo como o jovem percecio<strong>na</strong> os problemas provocados pelo <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco,<br />

álcool e drogas ilícitas.<br />

5


1. ASPECTOS METODOLÓGICOS GERAIS E<br />

CARATERIZAÇÃO DA AMOSTRA<br />

Neste capítulo proce<strong>de</strong>-­‐se a uma <strong>de</strong>scrição da abordagem metodológica <strong>de</strong>ste estudo.<br />

Tal <strong>de</strong>scrição visa, essencialmente, fornecer um enquadramento geral da estratégia <strong>de</strong><br />

investigação e dos respetivos procedimentos metodológicos .<br />

Especificamente, serão indicados os procedimentos adotados <strong>na</strong> elaboração do<br />

instrumento que serviu <strong>de</strong> base ao estudo, assim como o método que conduziu à seleção da<br />

amostra. Por último, serão apresentadas as principais caraterísticas sócio-­‐<strong>de</strong>mográficas da<br />

amostra.<br />

1.1 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO<br />

A primeira fase do presente estudo incluiu a elaboração <strong>de</strong> um instrumento<br />

especificamente <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do a respon<strong>de</strong>r aos objectivos que foram <strong>de</strong>lineados para esta<br />

investigação (Anexo A). Importa sublinhar que o questionário permite não só caracterizar<br />

os padrões <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool e drogas dos estudantes que se encontram a frequentar<br />

escolas do ensino básico e secundário do Concelho <strong>de</strong> Guimarães, como esta informação<br />

po<strong>de</strong> ser comparada com a <strong>de</strong> outras investigações, centradas nos mesmos objectivos, mas<br />

conduzidas em outras zo<strong>na</strong>s do país ou mesmo no estrangeiro (Negreiros, 2001).<br />

Com efeito, a formulação dos itens do questionário obe<strong>de</strong>ceu a critérios <strong>de</strong>finidos por<br />

instâncias inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, integrando, nomeadamente, as propostas avançadas pelo Grupo<br />

Pompidou do Conselho da Europa. Assim, o presente questionário adota um número<br />

6


significativo <strong>de</strong> recomendações no âmbito do projecto European School Survey Project on<br />

Alcohol and Other Drugs (ESPAD, 2009), uma iniciativa do Grupo Pompidou do Conselho<br />

da Europa. Tais propostas referem-­‐se, particularmente, à utilização <strong>de</strong> uma metodologia<br />

comum e à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> áreas específicas relativas à informação a recolher sobre os<br />

padrões <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool e drogas.<br />

Foram , assim, incluídas as seguintes variáveis:<br />

a) Tabaco: Cigarros<br />

b) Álcool:<br />

Qualquer bebida<br />

Bebidas específicas<br />

(cerveja,vinho,<br />

bebidas <strong>de</strong>stiladas)<br />

Consumo excessivo<br />

Intoxicação alcoólica<br />

c) Tranquilizantes ou sedativos (uso não<br />

prescrito)<br />

• Prevalência ao longo da vida (PLV)<br />

• Prevalência no último mês (PUM)<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

• Prevalência ao longo da vida<br />

• Prevalência no último ano<br />

• Prevalência no último mês<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

• Prevalência ao longo da vida<br />

• Prevalência no último ano<br />

• Prevalência no último mês<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

• Prevalência no último mês<br />

• Prevalência ao longo da vida<br />

• Prevalência no último ano<br />

• Prevalência no último mês<br />

• Prevalência ao longo da vida<br />

d) Drogas ilícitas Marijua<strong>na</strong> ou haxixe • Prevalência ao longo da vida<br />

• Prevalência no último ano<br />

• Prevalência no último mês<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

7


e) Variáveis relacio<strong>na</strong>das com o álcool e<br />

drogas<br />

LSD • Prevalência ao longo da vida<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

Heroí<strong>na</strong> • Prevalência ao longo da vida<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

Cocaí<strong>na</strong> • Prevalência ao longo da vida<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

Crack • Prevalência ao longo da vida<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

Ecstasy • Prevalência ao longo da vida<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

I<strong>na</strong>lantes • Prevalência ao longo da vida<br />

• Prevalência no último ano<br />

• Prevalência no último mês<br />

• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciação<br />

• Droga <strong>de</strong> iniciação<br />

• Problemas causados pelo álcool<br />

• Perceção da acessibilida<strong>de</strong><br />

• Perceção do risco <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> diferentes<br />

<strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong><br />

O questionário inclui ainda variáveis relativas aos contextos <strong>de</strong> iniciação ao uso <strong>de</strong><br />

tabaco e álcool, perceção da prevalência do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool e drogas pelos amigos,<br />

perceção das atitu<strong>de</strong>s dos amigos face ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool e drogas, perceção do risco <strong>de</strong><br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco, álcool e outras drogas e perceção da disponibilida<strong>de</strong> da oferta das<br />

diferentes <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong>.<br />

Foram ainda integradas no questionário diversas questões <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das a obter<br />

informação sócio -­‐ <strong>de</strong>mográfica como a ida<strong>de</strong>, sexo, nível <strong>de</strong> instrução dos pais e número <strong>de</strong><br />

elementos do agregado familiar. A situação escolar também foi abordada, tendo sido<br />

solicitada informação aos inquiridos sobre o grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> que se encontram a<br />

frequentar e o número <strong>de</strong> reprovações.<br />

8


1.2 CONTACTOS COM AS ESCOLAS E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO<br />

Os contactos com as escolas evoluíram em duas fases distintas. Numa primeira fase,<br />

foram contactadas escolas básicas e secundárias <strong>de</strong> todas as freguesias do Concelho <strong>de</strong><br />

Guimarães. O contacto inicial com as escolas teve como objectivo informar os respetivos<br />

conselhos executivos acerca dos objectivos gerais da investigação. Este momento serviu<br />

igualmente para solicitar autorização para a realização do estudo e a colaboração para a<br />

programação da passagem dos questionários <strong>na</strong>s escolas.<br />

A investigação foi genericamente <strong>de</strong>scrita como visando obter um conhecimento da<br />

situação do Concelho <strong>de</strong> Guimarães no que se refere ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco, álcool e outras<br />

drogas e suas consequências <strong>na</strong> <strong>população</strong> estudantil dos ensinos básico e secundário. A<br />

realização do estudo era ainda <strong>de</strong>scrita como sendo da responsabilida<strong>de</strong> da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Psicologia e <strong>de</strong> Ciências da Educação da Universida<strong>de</strong> do Porto, por solicitação da Câmara<br />

Municipal <strong>de</strong> Guimarães. Este primeiro contacto com as escolas serviu igualmente para<br />

obter uma listagem das turmas e do número <strong>de</strong> alunos a frequentar os diferentes<br />

estabelecimentos <strong>de</strong> ensino que participaram nesta investigação.<br />

Uma vez inventariado o universo populacio<strong>na</strong>l, proce<strong>de</strong>u-­‐se à segunda fase dos contactos<br />

com as escolas. Com as amostras já constituídas, foi estabelecido um novo contacto com os<br />

órgãos <strong>de</strong> gestão das escolas para informar os responsáveis das instituições acerca das<br />

turmas/discipli<strong>na</strong>s que foram sorteadas para integrar as amostras do estudo.<br />

Paralelamente, foram <strong>de</strong>finidas, com cada escola, as datas referentes à aplicação do<br />

questionário.<br />

A aplicação do questionário <strong>de</strong>correu durante o mês <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2009. Os questionários<br />

foram administrados durante um tempo letivo por psicólogos pertencentes à equipa <strong>de</strong><br />

investigação. A <strong>na</strong>tureza geral do estudo foi <strong>de</strong>scrita aos alunos no início <strong>de</strong> cada sessão <strong>de</strong><br />

recolha <strong>de</strong> dados. Foi ainda solicitada autorização aos encarregados <strong>de</strong> educação para que<br />

os alunos pu<strong>de</strong>ssem participar nesta investigação. Salientava-­‐se que os dados obtidos<br />

visavam obter um melhor conhecimento das necessida<strong>de</strong>s e problemas dos jovens.<br />

Aquando da aplicação dos questionários sublinhou-­‐se o carácter confi<strong>de</strong>ncial e anónimo<br />

dos dados a recolher e a importância <strong>de</strong> as respostas ao questionário serem dadas com<br />

objectivida<strong>de</strong> e rigor para que os resultados pu<strong>de</strong>ssem ter interesse efectivo. Os elementos<br />

9


da equipa <strong>de</strong> investigação esclareceram ainda eventuais dúvidas sobre a interpretação <strong>de</strong><br />

itens específicos do questionário.<br />

1.3 SELEÇÃO E CARATERÍSTICAS DA AMOSTRA<br />

Foi selecio<strong>na</strong>da uma amostra aleatória <strong>de</strong> alunos que frequentavam, no ano letivo <strong>de</strong><br />

2009/10, escolas básicas e secundárias situadas no Concelho <strong>de</strong> Guimarães. No total, foram<br />

nove as escolas envolvidas neste projecto, contribuindo para a amostra total <strong>na</strong>s<br />

percentagens <strong>de</strong>scritas no Quadro 1.<br />

Quadro 1.1 - Escolas do Concelho <strong>de</strong> Guimarães que participaram no estudo (n=887)<br />

_______________________________________________________________________________________________________<br />

EB23 <strong>de</strong> Abação – 10,6%<br />

EB23 com ensino secundário Santos Simões – 13,8%<br />

EB23 <strong>de</strong> Briteiros – 8,9%<br />

EB23 João <strong>de</strong> Meira – 8,0%<br />

EB23 Fer<strong>na</strong>ndo Távora – 7,2%<br />

ESEC com 3º ciclo Martins Sarmento – 13,6%<br />

ESEC com 3º ciclo Francisco <strong>de</strong> Holanda – 8,8%<br />

EB23 Abel Salazar – 21,9%<br />

EB23 <strong>de</strong> Pevidém – 7,2<br />

____________________________________________________________________________________________________<br />

No total, a amostra era constituída por 887 alunos, sendo a repartição em função do sexo<br />

a que está ilustrada <strong>na</strong> Figura 1.1.<br />

10


Feminino<br />

Masculino<br />

49,7<br />

49,4 49,5 49,6 49,7 49,8 49,9 50 50,1 50,2 50,3<br />

Figura 1.1 - Distribuição em função do sexo (%)<br />

A percentagem <strong>de</strong> alunos que se encontra a frequentar os diversos anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

oscila entre os 9,1% para o 12º ano e os 25,5% para o 8º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (Figura 1.2).<br />

50,3<br />

Figura 1. 2 - Distribuição por ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

11


O Quadro 1.2 sumariza informação diversa sobre as caraterísticas sócio -­‐ <strong>de</strong>mográficas<br />

da amostra que serviu <strong>de</strong> base a este estudo.<br />

Quadro 1.2 - Caraterísticas sócio - <strong>de</strong>mográficas da amostra<br />

Sexo (% da amostra)<br />

Masculino 50,3<br />

Feminino 49,7<br />

Ida<strong>de</strong><br />

Média 15,4<br />

Desvio-­‐padrão 1,83<br />

Rendimento escolar (% da amostra)<br />

Nunca reprovou 69<br />

Já reprovou pelo menos uma vez 31<br />

Situação conjugal dos pais (% da amostra)<br />

Juntos 86,3<br />

Separados (morte e/ou divórcio) 13,7<br />

Nacio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> da mãe (% da amostra)<br />

Portuguesa 95,3<br />

Outra 4,7<br />

Com quem vive<br />

Com o pai 84,3<br />

Com a mãe 91,5<br />

Com os irmãos 76,9<br />

Com o padrasto 4,4<br />

Com a madrasta 1,4<br />

Com os avós 11,2<br />

Nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> do pai (% da amostra)<br />

Completou a primária 34<br />

Completou o 6º ano 28<br />

Completou o 9º ano 18<br />

Completou o 12º ano 14<br />

Completou um curso técnico-­‐profissio<strong>na</strong>l 2<br />

Completou um curso superior 4<br />

A média das ida<strong>de</strong>s dos alunos é <strong>de</strong> 15,4 anos. Como se po<strong>de</strong> observar, a percentagem<br />

<strong>de</strong> alunos que se encontra a frequentar o 7º, 8º e 9 anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> representa cerca <strong>de</strong><br />

12


70% dos sujeitos que integram a presente amostra. Os restantes 30% dos alunos distribuem-­‐<br />

se <strong>de</strong> forma quase equitativa pelo 10º, 11º e 12º anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />

Cerca <strong>de</strong> 30% dos alunos já tinham reprovado pelo menos uma vez. As reprovações são<br />

mais frequentes no 1º e 3º ciclo, respectivamente 32% e 37% dos alunos que referem terem<br />

reprovado pelo menos uma vez. Além disso, os jovens inquiridos vivem <strong>na</strong> sua vasta maioria<br />

com ambos os pais e irmãos. Cerca <strong>de</strong> 98% dos progenitores do sexo masculino e 95,3% das<br />

mães são <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> portuguesa. Por último, os estudantes que integram a amostra são<br />

provenientes <strong>de</strong> famílias maioritariamente <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> portuguesa e com um nível <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong> médio/baixo.<br />

13


2. PADRÕES DE CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS<br />

PSICOATIVAS<br />

Neste capítulo exami<strong>na</strong>m-­‐se diferentes aspectos relacio<strong>na</strong>dos com os padrões <strong>de</strong><br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool, tabaco e outras drogas. A informação sobre estas <strong>substâncias</strong> irá <strong>de</strong>ter-­‐se<br />

<strong>na</strong> avaliação da frequência com que foram consumidas as diferentes <strong>substâncias</strong>.<br />

Para dar resposta a essa questão, foram calculadas diferentes prevalências <strong>de</strong> <strong>consumo</strong>,<br />

distinguindo-­‐se, consoante o tipo <strong>de</strong> substância, entre a prevalência ao longo da vida, a<br />

prevalência nos últimos doze meses e a prevalência nos últimos trinta dias.<br />

A prevalência ao longo da vida refere-­‐se a pelo menos um <strong>consumo</strong> ao longo da vida do<br />

sujeito e é um indicador da existência <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> <strong>consumo</strong>; a prevalência nos últimos<br />

doze meses diz respeito ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da droga pelo menos uma vez durante<br />

o ano que prece<strong>de</strong>u a sua resposta ao questionário e é um indicador <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> recente; a<br />

prevalência nos últimos 30 dias refere-­‐se ao uso <strong>de</strong> drogas pelo menos uma vez durante os 30<br />

dias que antece<strong>de</strong>ram as respostas ao questionário e é um indicador <strong>de</strong> um <strong>consumo</strong> actual.<br />

O cálculo da percentagem <strong>de</strong> cada prevalência utiliza, assim, como critério incluir os<br />

sujeitos que consumiram pelos menos uma vez ao longo da vida (prevalência ao longo da<br />

vida), nos últimos doze meses (prevalência nos últimos doze meses) e nos últimos trinta dias<br />

que prece<strong>de</strong>ram o inquérito (prevalência nos últimos trinta dias) os diferentes tipos <strong>de</strong><br />

<strong>substâncias</strong>.<br />

Relativamente ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool, foi ainda recolhida informação sobre o número <strong>de</strong><br />

intoxicações e episódios <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> excessivo. Apresentam-­‐se, por último, os resultados<br />

relacio<strong>na</strong>dos com as ida<strong>de</strong>s e contextos <strong>de</strong> iniciação.<br />

14


2.1 TABACO<br />

Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco<br />

Para o cálculo da percentagem <strong>de</strong> cada prevalência utilizou-­‐se como critério incluir os<br />

sujeitos que consumiram pelo menos uma vez tabaco, respectivamente, ao longo da vida<br />

(prevalência ao longo da vida) e no mês que prece<strong>de</strong>u a realização do inquérito (prevalência<br />

nos últimos trinta dias).<br />

Cerca <strong>de</strong> 53% dos alunos das escolas básicas e secundárias do Concelho <strong>de</strong> Guimarães<br />

que participaram neste estudo referem ter consumido tabaco pelo menos uma vez ao longo da<br />

vida (Figura 2.1).<br />

Já fumou<br />

Fumou no último mês<br />

Figura 2.1- Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco<br />

Esta percentagem inclui um número in<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do <strong>de</strong> adolescentes que consumiram<br />

39,5<br />

tabaco sem, no entanto, terem adquirido o hábito <strong>de</strong> fumar.<br />

52,9<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

15


A prevalência nos últimos 30 dias é um indicador <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> actual (valor mais<br />

próximo do <strong>consumo</strong> habitual). A taxa <strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> tabaco no último mês para esta<br />

amostra <strong>de</strong> estudantes foi <strong>de</strong> 39,5%. Comparando as percentagens obtidas pelos rapazes e<br />

pelas raparigas, para os dois tipos <strong>de</strong> prevalência, verifica-­‐se que as taxas <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> são<br />

sempre mais elevadas nos alunos do sexo masculino (Figura 2.2)<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

58,1<br />

46,8<br />

45,3<br />

29,9<br />

Rapazes Raparigas<br />

Figura 2.2 - Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco em função do sexo<br />

Consumo diário <strong>de</strong> tabaco<br />

Ao longo da vida<br />

Último mês<br />

No total da amostra, 19,1% dos alunos relatam um <strong>consumo</strong> diário <strong>de</strong> tabaco, nos 30<br />

dias que prece<strong>de</strong>ram a aplicação do questionário (Figura 2.3). A repartição do <strong>consumo</strong> diário<br />

16


<strong>de</strong> tabaco em função do género mostra que são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> as diferenças já que 29%<br />

dos rapazes e 7,9% das raparigas fazem <strong>consumo</strong>s diários <strong>de</strong> tabaco.<br />

Não fumei<br />

Menos <strong>de</strong> 1 cigarro/sema<strong>na</strong><br />

Menos <strong>de</strong> 1 cigarro/dia<br />

1-­‐5 cigarros/dia<br />

6-­‐10 cigarros dia<br />

11-­‐20 cigarros/dia<br />

Figura 2.3 - Frequência do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco (últimos 30 dias)<br />

Se aten<strong>de</strong>rmos à distribuição dos consumidores diários <strong>de</strong> tabaco em função do ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong> (Figura 2.4), verifica-­‐se que 7,5% dos alunos a frequentar 7º ano têm um<br />

<strong>consumo</strong> diário <strong>de</strong> tabaco; no 8º ano a percentagem é <strong>de</strong> 16,1%; no 9º ano é <strong>de</strong> 13,7%; no 10º<br />

ano é <strong>de</strong> 24,6%; no 11º ano é <strong>de</strong> 30,1% e no 12º ano é <strong>de</strong> 35,3%.<br />

No geral, verifica-­‐se um aumento da percentagem <strong>de</strong> consumidores diários <strong>de</strong> tabaco<br />

com o aumento da escolarida<strong>de</strong>.<br />

4,7<br />

3,3<br />

6,5<br />

13<br />

11,1<br />

60,5<br />

0 10 20 30 40 50 60 70<br />

17


12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

7,5<br />

13,7<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40<br />

Figura 2.4 - Frequência do <strong>consumo</strong> diário <strong>de</strong> tabaco em função do ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong><br />

Ida<strong>de</strong>s e contextos <strong>de</strong> iniciação<br />

Os dados sobre as ida<strong>de</strong>s e contextos <strong>de</strong> iniciação ao uso <strong>de</strong> tabaco, álcool e drogas<br />

revestem-­‐se <strong>de</strong> uma clara importância para a elaboração <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> prevenção. Com<br />

efeito, essa informação po<strong>de</strong> revelar-­‐se útil ao permitir i<strong>de</strong>ntificar o período da vida do<br />

indivíduo em que, predomi<strong>na</strong>ntemente, po<strong>de</strong>m ocorrer os primeiros <strong>consumo</strong>s, permitindo,<br />

16,1<br />

24,6<br />

30,1<br />

35,3<br />

18


assim, i<strong>de</strong>ntificar o momento mais a<strong>de</strong>quado para aplicar uma intervenção preventiva. Tal<br />

informação possibilita ainda i<strong>de</strong>ntificar os contextos on<strong>de</strong> ocorreram os primeiros <strong>consumo</strong>s.<br />

No que se refere aos contextos <strong>de</strong> iniciação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco, os resultados obtidos<br />

confirmam um dado recorrente em estudos sobre os fatores <strong>de</strong> iniciação ao uso <strong>de</strong> tabaco<br />

(e.g., Beck & Legleye, 2003; Muscat et al., 2007): a importância do grupo <strong>de</strong> pares (Figura 2.5).<br />

Figura 2.5 - Com quem começaste a fumar?<br />

Com efeito, 78% dos inquiridos refere que o início dos <strong>consumo</strong>s <strong>de</strong> tabaco ocorreu <strong>na</strong><br />

presença <strong>de</strong> um ou mais amigos. A influência <strong>de</strong> outros contextos (e.g., pais, <strong>na</strong>morado/a)<br />

afigura-­‐se, <strong>de</strong>ste modo, pouco relevante.<br />

O estudo incluiu ainda uma questão que visava i<strong>de</strong>ntificar as ida<strong>de</strong>s em que os alunos<br />

referiam ter fumado o primeiro cigarro. A Figura 2.6 mostra os resultados obtidos à questão<br />

“Quando consumiste o teu primeiro cigarro?”. Como se verifica, as primeiras experiências com<br />

19


o tabaco ocorrem predomi<strong>na</strong>ntemente a partir dos 12-­‐13 anos. Assim, cerca <strong>de</strong> 1 em cada<br />

quatro dos alunos inquiridos refere ter consumido o primeiro cigarro <strong>na</strong> faixa etária dos 12-­‐<br />

13 anos.<br />

Figura 2.6 - Ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iniciação/<strong>consumo</strong> do primeiro cigarro (n=192)<br />

Este resultado reforça a posição segundo a qual os esforços preventivos <strong>de</strong>vem<br />

<strong>de</strong>senvolver-­‐se antes dos 11-­‐12 anos, <strong>de</strong> forma a evitar que um <strong>consumo</strong> ocasio<strong>na</strong>l possa<br />

evoluir para um padrão <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> mais regular.<br />

2.2 ÁLCOOL<br />

Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool<br />

Cerca <strong>de</strong> 74% dos alunos inquiridos consumiram bebidas alcoólicas pelo menos uma vez<br />

<strong>na</strong>s suas vidas (Figura 2.7). A percentagem <strong>de</strong> alunos que refere ter consumido bebidas<br />

alcoólicas no último ano é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 67%. A prevalência do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool nos últimos<br />

30 dias é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 44%.<br />

20


Figura 2.7 - Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool<br />

Observam-­‐se diferenças em relação ao género no que diz respeito aos vários tipos <strong>de</strong><br />

prevalências. Assim, nos rapazes a percentagem que refere ter já consumido bebidas<br />

alcoólicas atinge 77,7%, enquanto <strong>na</strong>s raparigas é <strong>de</strong> 67,1%. Para a prevalência referente ao<br />

último ano, os valores obtidos são <strong>de</strong> 70,9% e 60,6%, respectivamente para os rapazes e as<br />

raparigas. Por último, as taxas <strong>de</strong> prevalência do último mês são <strong>de</strong> 59,2% para os rapazes e<br />

<strong>de</strong> 36,2% para as raparigas.<br />

A Figura 2.8 mostra as prevalências do <strong>consumo</strong> (último mês) <strong>de</strong> álcool em função do<br />

ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />

21


12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

Figura 2.8 - Prevalência do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool (último mês) em função do<br />

ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

Como se observa, a percentagem <strong>de</strong> alunos que refere ter consumido bebidas alcoólicas<br />

nos 30 dias que antece<strong>de</strong>ram a administração do questionário aumenta consistentemente<br />

com a ida<strong>de</strong> (ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>), oscilando entre um valor <strong>de</strong> 20,3% para os alunos do 7º<br />

ano e <strong>de</strong> 78,2% para os alunos do 12º ano.<br />

Consumo <strong>de</strong> cerveja, vinho e bebidas <strong>de</strong>stiladas<br />

Este estudo examinou ainda os padrões <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool em função do tipo <strong>de</strong><br />

bebida alcoólica.<br />

20,3<br />

27,2<br />

0 10 20 30 40 50 60 70 80<br />

No que se refere ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cerveja, 38,9% dos alunos referem ter consumido esta<br />

bebida alcoólica nos últimos 30 dias. Tratando-­‐se do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> vinho, a percentagem <strong>de</strong><br />

alunos que referem <strong>consumo</strong>s no último mês é <strong>de</strong> 35,6%; o valor mais elevado foi obtido em<br />

relação às bebidas <strong>de</strong>stiladas (shots, whisky, vodka, tequilla, aguar<strong>de</strong>nte, brandy, rum, etc.) já<br />

que 52,4% dos jovens inquiridos refere ter consumido este tipo <strong>de</strong> bebida nos últimos 30 dias.<br />

55,7<br />

57,8<br />

67<br />

78,2<br />

22


Diferenças marcantes po<strong>de</strong>m ainda ser observadas em relação às taxas <strong>de</strong> prevalências<br />

do <strong>consumo</strong> dos diferentes tipos <strong>de</strong> bebidas em função do género (Figura 2.9).<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Figura 2.9 - Prevalências do <strong>consumo</strong> dos diferentes tipos <strong>de</strong> bebidas em função do<br />

género (último mês)<br />

De notar que as diferenças entre géneros são particularmente evi<strong>de</strong>ntes em relação ao<br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cerveja, atingindo uma magnitu<strong>de</strong> bastante inferior quando se trata do <strong>consumo</strong><br />

<strong>de</strong> vinho e <strong>de</strong> bebidas <strong>de</strong>stiladas, sendo, mesmo assim, sempre mais elevadas nos alunos do<br />

sexo masculino.<br />

49,1<br />

24,7<br />

40,6<br />

Cerveja Vinho Bebidas <strong>de</strong>stiladas<br />

As Figuras 2.10, 2.11 e 2.12 mostram a as taxas <strong>de</strong> prevalência do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cerveja,<br />

vinho e bebidas <strong>de</strong>stiladas (último mês) segundo a ida<strong>de</strong> (ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>).<br />

30,7<br />

55,5<br />

47,3<br />

Rapazes<br />

Raparigas<br />

23


Em relação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cerveja, os valores mais elevados observam-­‐se nos alunos do<br />

9º e 10º anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, observando-­‐se taxas <strong>de</strong> prevalência superiores a 40% nos<br />

alunos do 9º ano e perto dos 50% nos alunos a frequentar o 10º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />

12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />

Figura 2.10 - Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cerveja (último mês) segundo o ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong><br />

Em relação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> vinho, as prevalências mais elevadas <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong>sta<br />

bebida alcoólica observam-­‐se nos alunos do 9º e 12º anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (Figura 2.11).<br />

32,9<br />

31,8<br />

35,6<br />

39,5<br />

42,2<br />

47,6<br />

24


Figura 2.11 - Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> vinho (último mês) segundo o ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong><br />

Fi<strong>na</strong>lmente, em relação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> bebidas <strong>de</strong>stiladas, continua a ser no 9º e 10 º<br />

anos on<strong>de</strong> se observam taxas <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> bebida alcoólica mais elevadas (Figura<br />

2.12).<br />

12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45<br />

24,7<br />

31,8<br />

32<br />

33,6<br />

41,2<br />

44,7<br />

25


12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />

Figura 2.12 - Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> bebidas <strong>de</strong>stiladas (último mês)<br />

segundo o ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

Intoxicações<br />

As intoxicações provocadas pelo <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool representam um indicador<br />

largamente utilizado para avaliar a extensão <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> problemático <strong>de</strong> álcool<br />

nos jovens (Johnston et al., 2008). No presente estudo foram recolhidas informações relativas<br />

a três tipos <strong>de</strong> prevalência relacio<strong>na</strong>das com as intoxicações alcoólicas: a) Ao longo da vida; b)<br />

No último ano e; c) Nos últimos 30 dias. A Figura 2.13 mostra os resultados obtidos.<br />

32,9<br />

31,8<br />

35,6<br />

39,5<br />

42,2<br />

47,6<br />

26


Figura 2.13 - Prevalências dos estados <strong>de</strong> intoxicação alcoólica<br />

As diferenças entre rapazes e raparigas no que se refere às prevalências ao longo da vida<br />

e no último mês <strong>de</strong> intoxicações alcoólicas são muito acentuadas. Como mostra a Figura<br />

2.14, cerca <strong>de</strong> 15% dos rapazes inquiridos referiram terem-­‐se embriagado no mês anterior;<br />

<strong>na</strong>s raparigas o valor obtido foi inferior a 10%. A magnitu<strong>de</strong> das diferenças em relação à<br />

prevalência dos estados <strong>de</strong> intoxicação alcoólica ao longo da vida em função do género é<br />

ainda mais acentuada .<br />

27


Figura 2.14 - Prevalências dos estados <strong>de</strong> intoxicação alcoólica segundo o sexo<br />

Exami<strong>na</strong>mos ainda a relação entre ida<strong>de</strong> (ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>) e a prevalência <strong>de</strong><br />

estados <strong>de</strong> intoxicação alcoólica, consi<strong>de</strong>rando um tipo <strong>de</strong> prevalência que reflete um<br />

padrão <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> mais habitual, a prevalência no último mês.<br />

Os resultados obtidos po<strong>de</strong>m observar-­‐se <strong>na</strong> Figura 2.15. Verifica-­‐se um padrão<br />

consistente <strong>de</strong> aumento dos episódios <strong>de</strong> intoxicação alcoólica à medida que aumenta a<br />

ida<strong>de</strong>. Por exemplo, estes episódios apresentam uma prevalência <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5% nos alunos<br />

do 7º e 8ºanos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, aumentando para mais do dobro no 9º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />

De registar ainda a elevada percentagem <strong>de</strong> alunos a frequentar o 12º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>,<br />

a qual ultrapassa os 27%, que referem estados <strong>de</strong> intoxicação alcoólica durante o último<br />

mês.<br />

28


Figura 2.15 - Prevalências dos estados <strong>de</strong> intoxicação alcoólica segundo o ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong><br />

Episódios <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> excessivo<br />

Outra medida que fornece indicações sobre episódios <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> excessivo <strong>de</strong> álcool<br />

baseia-­‐se <strong>na</strong> frequência <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cinco ou mais bebidas numa única ocasião, nos<br />

últimos 30 dias. O objectivo <strong>de</strong>sta questão consiste em medir um padrão <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong><br />

álcool suscetível <strong>de</strong> conduzir a uma intoxicação duma forma mais estandardizada e menos<br />

subjetiva recorrendo justamente ao conceito <strong>de</strong> “episódios <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> excessivo” (ESPAD,<br />

2009).<br />

12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

5<br />

5,4<br />

7,3<br />

12,3<br />

0 5 10 15 20 25 30<br />

No presente estudo, foi <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 31% a percentagem <strong>de</strong> alunos que referiram ter<br />

consumido 5 ou mais bebidas numa única ocasião, nos últimos 30 dias. A comparação dos<br />

resultados em função do género mostra que os rapazes exce<strong>de</strong>m as raparigas no número <strong>de</strong><br />

13,7<br />

27,5<br />

29


episódios <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> excessivo <strong>de</strong> álcool já que a percentagem é <strong>de</strong> 38,6% para os rapazes e<br />

<strong>de</strong> 23,1% para as raparigas.<br />

A relação dos episódios <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> excessivo <strong>de</strong> álcool em função do ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong> é apresentada <strong>na</strong> Figura 2.16.<br />

Figura 2.16 - Percentagem <strong>de</strong> alunos que referem ter consumido 5 ou mais bebidas<br />

numa única ocasião, no último mês, em função do ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

Como se verifica, a percentagem <strong>de</strong> alunos que refere <strong>consumo</strong>s episódicos excessivos<br />

no último mês duplica do 7º para o 9º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. Acresce que este padrão <strong>de</strong><br />

<strong>consumo</strong> atinge um pico no 10º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, com cerca <strong>de</strong> 43% dos inquiridos a<br />

referirem ter consumido 5 ou mais bebidas alcoólicas numa única ocasião durante o último<br />

mês.<br />

12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45<br />

Ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iniciação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> bebidas alcoólicas<br />

A Figura 2.17 mostra os resultados obtidos relativos às ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iniciação ao <strong>consumo</strong><br />

<strong>de</strong> cerveja, vinho e bebidas <strong>de</strong>stiladas.<br />

15,4<br />

24,4<br />

31,9<br />

35,4<br />

40,8<br />

43,2<br />

30


A propósito <strong>de</strong>stes resultados, importa sublinhar dois aspectos. O primeiro diz respeito<br />

ao facto <strong>de</strong> uma vasta maioria <strong>de</strong> jovens iniciar os seus <strong>consumo</strong>s <strong>de</strong> bebidas alcoólicas<br />

durante o período dos 12-­‐15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. O outro aspecto pren<strong>de</strong>-­‐se com os resultados<br />

obtidos para cada tipo <strong>de</strong> bebida alcoólica. Como se po<strong>de</strong> observar, o vinho e a cerveja<br />

obe<strong>de</strong>cem a um padrão idêntico em termos das ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iniciação, verificando-­‐se que cerca<br />

<strong>de</strong> 30% dos alunos se iniciam no <strong>consumo</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> bebidas muito precocemente (aos 11<br />

ou menos anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>).<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

28,7<br />

30,4<br />

9,2<br />

11 ou menos 12-­‐13 anos 14-­‐15 anos 16 ou mais<br />

Figura 2.17 - Ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iniciação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cerveja, vinho e bebidas <strong>de</strong>stiladas<br />

Tratando-­‐se do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> bebidas <strong>de</strong>stiladas, as ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iniciação concentram-­‐se <strong>na</strong><br />

faixa etária dos 12-­‐15 anos, ou seja, relativamente aos outros tipos <strong>de</strong> bebidas alcoólicas, os<br />

primeiros <strong>consumo</strong>s <strong>de</strong> bebidas com elevado teor alcoólico (i.e., bebidas <strong>de</strong>stiladas)<br />

ocorrem mais tardiamente.<br />

41,3<br />

34,4<br />

34,5<br />

34,5<br />

26,7<br />

42,5<br />

7,9<br />

Cerveja<br />

Vinho<br />

8,3<br />

3,6<br />

31<br />

Bebidas <strong>de</strong>stiladas


Problemas origi<strong>na</strong>dos pelo <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool<br />

Neste estudo os alunos foram ainda inquiridos acerca <strong>de</strong> eventuais problemas que<br />

tenham tido em consequência do abuso <strong>de</strong> álcool. Os problemas indicados incluíram: a)<br />

Discussão ou conflito; b) Problemas com os pais; c) Aci<strong>de</strong>nte ou ferimento(s); d) Problemas<br />

com o <strong>na</strong>morado(a); e) Quebra no rendimento escolar e; f) Problemas com a polícia. Os<br />

resultados obtidos indicam-­‐se <strong>na</strong> Figura 2.18.<br />

Figura 2.18 - Problemas provocados pelo <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool<br />

Os conflitos interpessoais e os problemas com os pais representam o tipo <strong>de</strong><br />

consequência negativa mais referida pelos alunos como estando relacio<strong>na</strong>da com o abuso <strong>de</strong><br />

álcool.<br />

32


2.3 DROGAS ILÍCITAS<br />

Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas ilícitas<br />

Nesta secção apresentam-­‐se as prevalências <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas ilícitas bem como o<br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tranquilizantes ou sedativos (sem prescrição médica) e estimulantes (sem<br />

prescrição médica). As drogas ilícitas incluem o can<strong>na</strong>bis, LSD, crack, cocaí<strong>na</strong>, heroí<strong>na</strong> e o<br />

ecstasy.<br />

Só serão indicadas as prevalências ao longo da vida, no último ano e no último mês para<br />

o can<strong>na</strong>bis. No que se refere às outras drogas, <strong>de</strong>screvem-­‐se unicamente as prevalências ao<br />

longo da vida.<br />

Can<strong>na</strong>bis<br />

Uma percentagem reduzida <strong>de</strong> alunos (6.4%) “nunca ouviu falar” <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />

substância. A maioria (53,2%) já ouviu falar mas <strong>de</strong>sconhece os efeitos do <strong>consumo</strong><br />

associados à utilização <strong>de</strong>sta droga. Cerca <strong>de</strong> 40% dos inquiridos admitem que conhecem a<br />

droga e os seus efeitos. No entanto, uma elevada percentagem <strong>de</strong> alunos (41,2%) refere<br />

<strong>de</strong>sconhecer se o can<strong>na</strong>bis provoca ou não <strong>de</strong>pendência. De registar ainda que 12,4% dos<br />

sujeitos são <strong>de</strong> opinião que o uso <strong>de</strong>sta substância não provoca <strong>de</strong>pendência.<br />

Na Figura 2.19, indicam-­‐se as taxas <strong>de</strong> prevalência do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis (longo da<br />

vida; último ano; e último mês) em função do sexo dos alunos. No total da amostra, cerca <strong>de</strong><br />

27% já consumiu esta droga pelo menos uma vez ao longo da vida (PLV) 10% apresentam um<br />

padrão <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> regular <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis, expresso <strong>na</strong> prevalência no último mês (PUM).<br />

Exami<strong>na</strong>ndo as diferenças em função do género, verifica-­‐se que as prevalências do<br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong>sta substância são acentuadamente mais elevadas nos alunos do sexo masculino<br />

do que nos alunos do sexo feminino. Por exemplo, a proporção <strong>de</strong> consumidores <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis<br />

no último mês é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> três rapazes para uma rapariga.<br />

Para se ter uma noção do aumento do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong>sta substância em função do ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong> (ida<strong>de</strong>), importa referir que, no 7º ano, somente 1 aluno refere ter consumido<br />

can<strong>na</strong>bis. No 8º ano, este número aumenta para 10 alunos; no 9º ano é <strong>de</strong> 41 alunos; no 10º<br />

ano <strong>de</strong> 33 alunos; no 11º ano <strong>de</strong> 37 e no 12º ano <strong>de</strong> 42 alunos.<br />

33


30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Figura 2.19 - Prevalências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis segundo o sexo<br />

No que se refere às ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iniciação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis, 2 alunos referem ter<br />

começado a consumir com 11 anos ou menos; 10 alunos aos 12 anos; 16 alunos aos 13 anos;<br />

29 alunos aos 14 anos; 35 aos 15 anos; 34 aos 16 anos e; 11 aos 17 ou mais anos. Deste<br />

modo, somente 12 alunos referem ter experimentado can<strong>na</strong>bis aos 13 ou menos anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>.<br />

27,1<br />

13,8<br />

20,3<br />

Outras drogas: prevalências ao longo da vida<br />

A Figura 2.20 mostra as prevalências ao longo da vida <strong>de</strong> diferentes <strong>substâncias</strong><br />

<strong>psicoativas</strong>. A lista <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> incluía os tranquilizantes, estimulantes, LSD/Ácidos,<br />

cocaí<strong>na</strong>, heroí<strong>na</strong> e ecstasy.<br />

23,6<br />

8,5<br />

16,2<br />

16,6<br />

5,3<br />

PLV PUA PUM<br />

11<br />

Rapazes<br />

Raparigas<br />

Total amostra<br />

34


Percentagem<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

4,7<br />

Figura 2.20 - Consumo <strong>de</strong> outras <strong>substâncias</strong><br />

As prevalências são, dum modo geral, muito baixas. Por exemplo, somente 3 alunos<br />

referem ter consumido ecstasy; o mesmo número <strong>de</strong> alunos refere ter consumido drogas<br />

estimulantes, heroí<strong>na</strong> e LSD/ácidos. Do conjunto das <strong>substâncias</strong>, só os tranquilizantes<br />

apresentam uma taxa <strong>de</strong> prevalência nitidamente mais elevada em relação às outras<br />

<strong>substâncias</strong>, com 16 sujeitos a referir ter consumido este tipo <strong>de</strong> substância pelo menos uma<br />

vez ao longo da vida.<br />

0,3 0,3<br />

Tranq. Estimul. LSD/<br />

Ácidos<br />

0,8<br />

0,3 0,3<br />

Cocaí<strong>na</strong> Heroí<strong>na</strong> Ecstasy<br />

35


3. Conhecimentos e atitu<strong>de</strong>s sobre o tabaco, álcool e<br />

drogas ilícitas<br />

Apresentam-­‐se nesta secção os resultados obtidos relativos a um conjunto <strong>de</strong> variáveis<br />

que a investigação tem <strong>de</strong>monstrado exercer uma influência <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte nos padrões <strong>de</strong><br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco, álcool e drogas ilícitas. Essas variáveis representam, no essencial,<br />

julgamentos ou perceções do indivíduo acerca das drogas, englobando uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aspectos como a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas produzir consequências pessoais<br />

específicas, os níveis <strong>de</strong> risco para a saú<strong>de</strong> atribuídos ao uso <strong>de</strong> drogas ou as perceções acerca<br />

do apoio social para usar drogas por parte <strong>de</strong> amigos ou familiares.<br />

Duas questões essenciais serão aqui a<strong>na</strong>lisadas. A primeira, refere-­‐se, genericamente, ao<br />

modo como o indivíduo percepcio<strong>na</strong> as drogas e, particularmente, os seus efeitos. Diversos<br />

mo<strong>de</strong>los sobre comportamentos aditivos reconhecem que as perceções acerca dos efeitos do<br />

uso <strong>de</strong> drogas, <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>das por expetativas, constituem <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes fundamentais da<br />

motivação e uso <strong>de</strong>ssas <strong>substâncias</strong> (Leventhal & Schmitz, 2006; Lundahl & Lukas, 2006;<br />

Demmel, Nicolai, & Gregorzik, 2006). Com efeito, tais crenças aparecem associadas à iniciação,<br />

frequência e quantida<strong>de</strong> do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas quer em crianças quer em adultos.<br />

A segunda questão diz respeito ao modo idiossincrático como o indivíduo percepcio<strong>na</strong><br />

as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outros significativos face ao uso <strong>de</strong> drogas. Esta dimensão tem sido muitas<br />

vezes teorizada com base no conceito <strong>de</strong> “crenças normativas” (Dennis et al, 2005). O exame<br />

<strong>de</strong>ssas crenças permite, por exemplo, avaliar o grau <strong>de</strong> aceitação social percepcio<strong>na</strong>do pelo<br />

indivíduo relativamente ao uso <strong>de</strong> drogas. O estudo das crenças normativas tem-­‐se centrado<br />

36


<strong>na</strong>s perceções do indivíduo acerca <strong>de</strong> aspectos relacio<strong>na</strong>dos, por exemplo, com a prevalência<br />

do uso <strong>de</strong> drogas pelos amigos ou o grau <strong>de</strong> aceitação das drogas pelos amigos.<br />

Em função do exposto, foram selecio<strong>na</strong>das as seguintes variáveis mediadoras (ESPAD,<br />

2008): a) perceção do risco associado ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool e drogas; b) perceção da<br />

acessibilida<strong>de</strong> às drogas; c) perceções acerca da prevalência do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas pelos<br />

amigos; d) perceção do grau <strong>de</strong> reprovação social associado ao uso <strong>de</strong> diferentes <strong>substâncias</strong><br />

<strong>psicoativas</strong>.<br />

3.1 PERCEÇÃO DO RISCO<br />

O exame <strong>de</strong>sta questão foi efectuado com base <strong>na</strong> inclusão no questionário <strong>de</strong> uma<br />

questão formulada nos seguintes termos: “Que risco correm as pessoas <strong>de</strong> se prejudicarem<br />

(fisicamente ou <strong>de</strong> outra maneira) se: a) fumarem cigarros ocasio<strong>na</strong>lmente; b) fumarem um<br />

ou dois maços <strong>de</strong> cigarros por dia”, etc. A questão incluía itens relacio<strong>na</strong>dos com cigarros,<br />

álcool e drogas e sugeria diferentes níveis <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>na</strong> utilização daquelas <strong>substâncias</strong>.<br />

As categorias <strong>de</strong> resposta eram as seguintes: “Nenhum risco”, “Um risco baixo”, “Um risco<br />

mo<strong>de</strong>rado”, “Um risco elevado” e “Não sei”. Foi ainda incluída uma categoria <strong>de</strong> resposta “Não<br />

sei” no sentido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecimento dos inquiridos acerca dos efeitos das<br />

diferentes <strong>substâncias</strong>.<br />

Consumo <strong>de</strong> tabaco<br />

Consumir cigarros ocasio<strong>na</strong>lmente é percepcio<strong>na</strong>do como um comportamento <strong>de</strong> risco<br />

elevado para cerca <strong>de</strong> 15% dos alunos (Figura 3.1), enquanto fumar um ou dois maços <strong>de</strong><br />

cigarros por dia significa um risco elevado para cerca <strong>de</strong> 71% dos alunos (Figura 3.2). De<br />

notar que cerca <strong>de</strong> 16% dos inquiridos admitem que fumar dois maços <strong>de</strong> cigarros por dia<br />

envolve um risco mo<strong>de</strong>rado para o indivíduo.<br />

37


40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Figura 3.1- Que riscos correm as pessoas <strong>de</strong> se prejudicarem (fisicamente ou <strong>de</strong> outra<br />

maneira) se fumarem cigarros ocasio<strong>na</strong>lmente?<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

8,3<br />

Nenhum<br />

risco<br />

2,9<br />

Nenhum<br />

risco<br />

34,6<br />

35,2<br />

Baixo risco Mo<strong>de</strong>rado<br />

risco<br />

3,8<br />

15,8<br />

Baixo risco Mo<strong>de</strong>rado<br />

risco<br />

15,1<br />

Elevado<br />

risco<br />

71,4<br />

Elevado<br />

risco<br />

Não sei<br />

Figura 3.2 - Que riscos correm as pessoas <strong>de</strong> se prejudicarem (fisicamente ou <strong>de</strong> outra<br />

maneira) se fumarem um ou dois maços <strong>de</strong> cigarros?<br />

A percentagem <strong>de</strong> alunos do sexo feminino que percecio<strong>na</strong> o uso <strong>de</strong> tabaco como um<br />

comportamento <strong>de</strong> risco elevado é ligeiramente inferior à dos alunos do sexo masculino,<br />

6,8<br />

5,9<br />

Não sei<br />

38


quer se trate <strong>de</strong> um <strong>consumo</strong> ocasio<strong>na</strong>l ou <strong>de</strong> um <strong>consumo</strong> excessivo (Figura 3.3). Deste<br />

modo, as raparigas têm tendência, por comparação com os rapazes, a percecio<strong>na</strong>r menos<br />

riscos associados ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco.<br />

Fumar um ou dois<br />

maços por dia<br />

Fumar cigarros<br />

ocasio<strong>na</strong>lmente<br />

13,4<br />

16<br />

0 10 20 30 40 50 60 70 80<br />

Figura 3.3 - Perceção do risco <strong>de</strong> consumir tabaco: percentagem <strong>de</strong> inquiridos que<br />

respon<strong>de</strong>ram “risco elevado”<br />

Consumo <strong>de</strong> álcool<br />

Consumir uma ou duas bebidas diariamente é visto como um comportamento <strong>de</strong> alto<br />

risco para 16,1% dos alunos. Quando se trata <strong>de</strong> avaliar o risco envolvido no <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> 4 ou<br />

5 bebidas todos os dias, 60% dos alunos são <strong>de</strong> opinião que tal comportamento <strong>de</strong> bebida<br />

comporta um alto risco. No entanto, beber cinco ou mais bebidas uma ou duas vezes em cada<br />

65,7<br />

76,8<br />

Raparigas<br />

Rapazes<br />

39


fim-­‐<strong>de</strong>-­‐sema<strong>na</strong> é percepcio<strong>na</strong>do como um comportamento que envolve um risco elevado para<br />

cerca <strong>de</strong> 43,6%.<br />

A Figura 3.4 apresenta os resultados obtidos nesta variável em função do sexo.<br />

Beber 5 ou mais<br />

bebidas uma ou 2<br />

vezes em cada xim <strong>de</strong><br />

sema<strong>na</strong><br />

Beber 4 ou 5 bebidas<br />

todos os dias<br />

Beber uma ou duas<br />

bebidas por dia<br />

14,4<br />

16<br />

0 10 20 30 40 50 60 70<br />

Figura 3.4 - Perceção do risco <strong>de</strong> consumir álcool: percentagem <strong>de</strong> alunos que<br />

respon<strong>de</strong>ram “risco elevado”<br />

Como se verifica, as diferenças <strong>de</strong> género são virtualmente inexistentes. Somente<br />

quando são instados a manifestaram o nível <strong>de</strong> risco em relação a beber 4 ou 5 bebidas todos<br />

os dias, os indivíduos do sexo feminino têm tendência, numa percentagem claramente<br />

superior à dos rapazes, a consi<strong>de</strong>rar que esse padrão <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> comporta um risco elevado.<br />

42,8<br />

42,9<br />

54,5<br />

63,8<br />

Raparigas<br />

Rapazes<br />

40


Can<strong>na</strong>bis<br />

Consumir can<strong>na</strong>bis uma ou duas vezes constitui um risco elevado para 32,2% dos<br />

alunos. Não se observaram diferenças em função do sexo dos alunos já que esta posição é<br />

partilhada por 30,7% das raparigas e por 32,4% dos rapazes.<br />

Se o <strong>consumo</strong> <strong>de</strong>sta substância for regular, a percentagem <strong>de</strong> alunos que consi<strong>de</strong>ram<br />

estar associado a um alto risco é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 61,8%. Uma percentagem mais elevada <strong>de</strong><br />

raparigas do que <strong>de</strong> rapazes ten<strong>de</strong> a associar um <strong>consumo</strong> regular <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis a um risco<br />

elevado. Assim, 54,1% das raparigas e 45,9% dos rapazes admitem que o <strong>consumo</strong> regular<br />

<strong>de</strong>sta droga po<strong>de</strong>rá comportar um risco elevado.<br />

A percentagem <strong>de</strong> alunos que <strong>de</strong>sconhecem os riscos envolvidos no uso ocasio<strong>na</strong>l (uma<br />

ou duas vezes) <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis atinge 18,7%, sendo <strong>de</strong> 19% tratando-­‐se <strong>de</strong> um <strong>consumo</strong> regular.<br />

Drogas ilícitas<br />

O <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas ilícitas é, dum modo geral, percepcio<strong>na</strong>do pelos inquiridos como<br />

estando associado a níveis elevados <strong>de</strong> risco. Na Figura 3.5 apresentam-­‐se as percentagens<br />

obtidas no que se refere a esta variável, indicando-­‐se igualmente a percentagem <strong>de</strong> alunos que<br />

refere <strong>de</strong>sconhecer os riscos associados ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong>ssas <strong>substâncias</strong>.<br />

Como se po<strong>de</strong> observar, cocaí<strong>na</strong>, heroí<strong>na</strong> e ecstasy figuram como as <strong>substâncias</strong> cujo<br />

<strong>consumo</strong> é percepcio<strong>na</strong>do como estando associado a riscos mais elevados. Com efeito, a<br />

percentagem <strong>de</strong> sujeitos que consi<strong>de</strong>ra que o <strong>consumo</strong> regular <strong>de</strong>stas drogas provoca, com<br />

uma elevada probabilida<strong>de</strong>, consequências negativas para o indivíduo ultrapassa, em relação<br />

a essas três <strong>substâncias</strong>, os 60%.<br />

De notar ainda a elevada percentagem <strong>de</strong> alunos que refere <strong>de</strong>sconhecer os efeitos das<br />

diferentes <strong>substâncias</strong> a qual atinge valores acima dos 30% para a maioria das drogas<br />

consi<strong>de</strong>radas neste estudo.<br />

41


Percentagem<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

29,3<br />

31,9<br />

LSD 1 ou<br />

2 x<br />

Risco elevado Desconhecem efeitos<br />

57,6<br />

30,2<br />

LSD<br />

regular/<br />

26<br />

33,6<br />

Anfet. 1<br />

ou 2 x<br />

55,9<br />

31,8<br />

Anfet.<br />

regular/<br />

29,3<br />

Cocaí<strong>na</strong><br />

1 ou 2 x<br />

Cocaí<strong>na</strong><br />

regular/<br />

Ecstasy 1<br />

ou 2 x<br />

Ecstasy<br />

regular/<br />

Figura 3.5 - Perceção do risco <strong>de</strong> consumir drogas. Percentagem <strong>de</strong> alunos que respon<strong>de</strong>ram<br />

"Risco elevado" e "Não sei"<br />

24,6<br />

65,9<br />

23<br />

26,5<br />

29,6<br />

61,2<br />

28,3<br />

42<br />

28,2<br />

27,1<br />

Heroí<strong>na</strong><br />

1 ou 2x<br />

64<br />

25,8<br />

Heroí<strong>na</strong><br />

reg.


3.2 FACILIDADE DE OBTENÇÃO DAS DROGAS<br />

A perceção da maior ou menor facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> drogas representa uma variável<br />

com implicações importantes para a compreensão dos múltiplos e inter-­‐actuantes fatores<br />

sócio -­‐ cognitivos envolvidos no uso <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong>. Assim, uma perceção <strong>de</strong><br />

elevada acessibilida<strong>de</strong> estará associada a níveis igualmente mais elevados <strong>de</strong> <strong>consumo</strong>.<br />

Para avaliar este aspecto, incluiu-­‐se no questionário uma questão formulada nos<br />

seguintes termos: ”Em que medida seria difícil obter as seguintes <strong>substâncias</strong>, caso estivesses<br />

interessado/a?”. Seguia-­‐se uma lista <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> relacio<strong>na</strong>das com o álcool e drogas. As<br />

categorias <strong>de</strong> resposta eram as seguintes: “Impossível”, “Muito difícil”, “Algo difícil”, “Fácil”,<br />

“Muito fácil” e “Não sei ”.<br />

Bebidas alcoólicas<br />

Dum modo geral, a perceção da facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> bebidas alcoólicas caracteriza-­‐<br />

se por ser bastante elevada. Assim, é <strong>de</strong> 74,9% a percentagem <strong>de</strong> alunos que reconhecem ser<br />

“algo fácil” ou “muito fácil” obter cerveja. O vinho regista uma percentagem <strong>de</strong> 72,5% e as<br />

bebidas <strong>de</strong>stiladas uma percentagem <strong>de</strong> 56%.<br />

Can<strong>na</strong>bis<br />

A percentagem <strong>de</strong> alunos que consi<strong>de</strong>ram ser “fácil” ou “muito fácil” adquirir can<strong>na</strong>bis é<br />

<strong>de</strong> 25,5%. Por outro lado, a percentagem <strong>de</strong> rapazes que consi<strong>de</strong>ram ser fácil ou muito fácil a<br />

obtenção <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis é <strong>de</strong> 26,9% e <strong>de</strong> 16,2% <strong>na</strong>s raparigas.<br />

Na Figura 3.6 indicam-­‐se resultados do cruzamento <strong>de</strong>sta variável com a ida<strong>de</strong> (ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong>). Como se po<strong>de</strong> observar <strong>na</strong> Figura 3.6, a percentagem <strong>de</strong> alunos que consi<strong>de</strong>ram<br />

ser “fácil” ou “muito fácil” adquirir can<strong>na</strong>bis vai aumentando <strong>de</strong> forma consistente à medida<br />

que aumenta a escolarida<strong>de</strong>, oscilando entre um valor <strong>de</strong> 2,7% nos alunos a frequentar o 7º<br />

ano e um valor máximo <strong>de</strong> 63,2% para os alunos que frequentam o 12º ano.<br />

43


12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

2,7<br />

11,3<br />

0 10 20 30 40 50 60 70<br />

Figura 3.6 - Percentagem <strong>de</strong> alunos que percepcio<strong>na</strong>m o can<strong>na</strong>bis como “Fácil” ou<br />

Muito fácil” <strong>de</strong> obter em função do ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

Regista-­‐se, assim, uma tendência clara para percepcio<strong>na</strong>r estas <strong>substâncias</strong> como mais<br />

acessíveis à medida que se avança <strong>na</strong> escolarida<strong>de</strong>. Particularmente relevante é a verificação<br />

segundo a qual é a partir do 9º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> que aumenta <strong>de</strong> forma substancial a<br />

percentagem <strong>de</strong> adolescentes que consi<strong>de</strong>ram ser fácil a obtenção <strong>de</strong>sta substância psicoativa.<br />

Outras drogas<br />

Na Figura 3.7 apresentam-­‐se as percentagens <strong>de</strong> alunos que percepcio<strong>na</strong>m as diferentes<br />

drogas como fáceis ou muito fáceis <strong>de</strong> obter.<br />

37,2<br />

36,2<br />

41,3<br />

63,2<br />

44


Percentagem<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Figura 3.7 - Percentagem <strong>de</strong> alunos que avalia as diferentes <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong><br />

ilícitas como "Fáceis" ou "Muito fáceis" <strong>de</strong> obter<br />

Dum modo geral, as diferentes <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong> são percepcio<strong>na</strong>das como pouco<br />

acessíveis. Com efeito, os valores observados oscilam entre 6,3 para os estimulantes e 14,8<br />

para o LSD/Ácidos.<br />

6,6 6,3<br />

14,8<br />

Tranq. Estimul. LSD/Ácidos Cocaí<strong>na</strong> Heroí<strong>na</strong> Ecstasy<br />

3.3 PERCEÇÃO DO CONSUMO DE DROGAS PELOS AMIGOS<br />

A perceção do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas pelos amigos foi avaliada através da seguinte questão:<br />

“Quantos amigos teus achas que fumam cigarros, etc.” As categorias <strong>de</strong> resposta eram as<br />

seguintes: “Nenhum”, “Poucos”, “Alguns” “Muitos” e “Não sei”. Nos resultados que a seguir se<br />

apresentam, será indicada a percentagem <strong>de</strong> sujeitos que respon<strong>de</strong>ram “Muitos”, em relação<br />

11,3<br />

ao tabaco e ao álcool, e “Alguns” e “Muitos”, em relação a outras drogas.<br />

9,8<br />

8<br />

45


Consumo <strong>de</strong> tabaco<br />

A percentagem <strong>de</strong> alunos que referem que “muitos” dos seus amigos fumam cigarros é<br />

<strong>de</strong> 37,6%. Registaram-­‐se diferenças entre os sexos no que diz respeito à percentagem <strong>de</strong><br />

rapazes e raparigas, <strong>na</strong> medida em que a percentagem obtida nesta variável foi, nos rapazes,<br />

<strong>de</strong> 39,5% e, <strong>na</strong>s raparigas, <strong>de</strong> 32,4%.<br />

Diferenças importantes emergem igualmente quando se exami<strong>na</strong>m os resultados<br />

obtidos nesta variável em função do ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (Figura 3.8).<br />

12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

0 5 10 15 20 25 30<br />

Figura 3.8 - Perceção do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco pelos amigos, segundo o ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong><br />

As percentagens mais baixas observam-­‐se nos alunos a frequentar o 7º ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong>. No 9º ano registam-­‐se as percentagens mais elevadas já que cerca <strong>de</strong> 26% dos<br />

adolescentes inquiridos admite que “muitos” dos seus amigos consomem tabaco. A partir do<br />

9º ano, os valores estabilizam em torno dos 16-­‐17%.<br />

8,8<br />

15,7<br />

16<br />

16,6<br />

17,2<br />

25,7<br />

46


Consumo <strong>de</strong> álcool<br />

A percentagem <strong>de</strong> alunos que consi<strong>de</strong>ram que muitos dos seus amigos bebem bebidas<br />

alcoólicas é <strong>de</strong> 39,2%. A percentagem <strong>de</strong> rapazes que referem que muitos dos seus amigos<br />

consomem bebidas alcoólicas é <strong>de</strong> 52.4%; <strong>na</strong>s raparigas a percentagem é <strong>de</strong> 47,6%.<br />

A Figura 3.9 mostra as percentagens resultantes do cruzamento <strong>de</strong>sta variável com o<br />

ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />

12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

Figura3.9 - Perceção do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool pelos amigos, segundo o ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong><br />

Como se constata, é a partir do 9º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> que se registam as percentagens<br />

mais elevadas.<br />

8,7<br />

10,5<br />

19,8<br />

0 5 10 15 20 25<br />

19,8<br />

20,1<br />

21<br />

47


Outras <strong>substâncias</strong><br />

A Figura 3.10 mostra as percentagens referentes à perceção do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> outras<br />

<strong>substâncias</strong> ilícitas pelos amigos (“Alguns” e “Muitos”).<br />

Ecstasy<br />

Heroí<strong>na</strong><br />

Cocaí<strong>na</strong><br />

Tranquil<br />

Anfet.<br />

Can<strong>na</strong>bis<br />

2,6<br />

2,8<br />

3,9<br />

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18<br />

Figura 3.10 - Perceção do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> outras <strong>substâncias</strong> pelos amigos (“Alguns e<br />

Muitos”)<br />

As percentagens obtidas são, dum modo geral, baixas, se exceptuarmos a perceção do<br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis. Em relação a esta substância, verifica-­‐se que 18% dos alunos consi<strong>de</strong>ra<br />

que é utilizada por “alguns” ou “muitos” dos seus amigos.<br />

3,7<br />

3.4 REPROVAÇÃO SOCIAL DO CONSUMO DE DROGAS PELOS AMIGOS<br />

Incluiu-­‐se ainda uma questão <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da a avaliar a perceção do grau <strong>de</strong> reprovação<br />

social do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong> pelos amigos. A questão foi formulada nos<br />

8,4<br />

18<br />

48


seguintes termos: “ Que acham os teus amigos das pessoas da tua ida<strong>de</strong> … fumarem cigarros,<br />

beberem bebidas alcoólicas, etc. As categorias <strong>de</strong> resposta eram as seguintes: “Acham muito<br />

bem”, “Acham bem”, “Nem bem nem mal”, “Acham mal” e “Acham muito mal”.<br />

Nos resultados que a seguir se apresentam será indicada a percentagem <strong>de</strong> alunos que<br />

respon<strong>de</strong>ram “Acham mal” e “Acham muito mal”.<br />

Consumo <strong>de</strong> tabaco<br />

A percentagem <strong>de</strong> alunos que consi<strong>de</strong>ram que os seus amigos acham mal ou muito mal<br />

fumar cigarros é <strong>de</strong> 33,1%. Destes, 31,7% pertencem ao sexo masculino e 34,2% ao sexo<br />

feminino. Na Figura 3.11 mostra-­‐se o resultado do cruzamento <strong>de</strong>sta variável com a ida<strong>de</strong><br />

(ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>).<br />

12º ano<br />

11º ano<br />

10º ano<br />

9º ano<br />

8º ano<br />

7ºano<br />

14,3<br />

21,5<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />

Figura 3.11 - Reprovação do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco pelos amigos (Acham mal ou muito<br />

mal) segundo o ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

23,3<br />

25,5<br />

43,6<br />

49<br />

48,9


Dum modo geral, a percentagem <strong>de</strong> alunos que refere que os seus amigos acham mal<br />

ou muito mal fumar cigarros diminui à medida que aumenta a escolarida<strong>de</strong>. O valor mais<br />

elevado observa-­‐se nos alunos a frequentar o 7º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, com 49% dos sujeitos a<br />

admitirem que os amigos reprovam o <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco. O valor mais baixo, regista-­‐se nos<br />

alunos a frequentar o 11º ano, dos quais somente 14,3% reconhecem que os amigos po<strong>de</strong>rão<br />

reprovar o <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco.<br />

Consumo <strong>de</strong> álcool<br />

Cerca <strong>de</strong> 28% dos alunos do ensino básico e secundário inquiridos neste estudo<br />

reconhecem que os amigos acham mal ou muito mal consumir bebidas alcoólicas. As<br />

diferenças entre sexos são praticamente inexistentes, já que a percentagem <strong>de</strong> rapazes é <strong>de</strong><br />

27, 6% e a <strong>de</strong> raparigas <strong>de</strong> 29,7%.<br />

Exami<strong>na</strong>ndo as respostas em função da ida<strong>de</strong> dos alunos (ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>) observa-­‐se<br />

a já aludida tendência registada a propósito do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco para os alunos<br />

percepcio<strong>na</strong>rem uma percentagem progressivamente mais baixa <strong>de</strong> amigos que apresentam<br />

atitu<strong>de</strong>s negativas face ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> bebidas alcoólicas à medida que aumenta a<br />

escolarida<strong>de</strong>. (Figura 3.12).<br />

50<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

48,4<br />

41,9<br />

22,4<br />

8,1 7,6<br />

7ºano 8º ano 9º ano 10º ano 11º ano 12º ano<br />

Figura 3.12 - Reprovação do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> bebidas alcoólicas pelos amigos (Acham mal<br />

ou muito mal) segundo o ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

8,9<br />

50


Outras drogas<br />

A Figura 3.13 mostra a perceção dos inquiridos acerca das atitu<strong>de</strong>s dos amigos em<br />

relação ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> diferentes drogas.<br />

As percentagens são no geral bastante elevadas, evi<strong>de</strong>nciando posições atitudi<strong>na</strong>is<br />

bastante <strong>de</strong>sfavoráveis ao uso <strong>de</strong>ssas <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong>.<br />

Ecsatsy<br />

Heroí<strong>na</strong><br />

Cocaí<strong>na</strong><br />

Tranqui.<br />

Anfetami<strong>na</strong>s<br />

Can<strong>na</strong>bis<br />

65,9<br />

60 62 64 66 68 70 72 74 76<br />

Figura 3.13 - Reprovação do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas ilícitas pelos amigos (Acham mal e<br />

muito mal)<br />

Como dado mais saliente, refira-­‐se o facto <strong>de</strong> o <strong>consumo</strong> do can<strong>na</strong>bis ser percepcio<strong>na</strong>do<br />

como censurável pelos amigos por uma menor percentagem <strong>de</strong> alunos relativamente às<br />

outras <strong>substâncias</strong>, evi<strong>de</strong>nciando, assim, uma maior aceitação social junto dos inquiridos.<br />

72,4<br />

73,8<br />

74,4<br />

74,9<br />

75,7<br />

51


4. CONCLUSÕES<br />

Nas conclusões que se seguem <strong>de</strong>stacam-­‐se os principais resultados obtidos neste<br />

estudo, tendo por base os dados referentes às diferentes <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong> lícitas e<br />

ilícitas no que se refere aos padrões <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> e aos conhecimentos e atitu<strong>de</strong>s.<br />

4.1 PADRÕES DE CONSUMO<br />

Tabaco<br />

Os dados relativos ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco permitem <strong>de</strong>stacar as seguintes conclusões:<br />

- Mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> dos alunos inquiridos consumiram pelo menos um cigarro ao longo<br />

das suas vidas;<br />

- Cerca <strong>de</strong> 19 % dos alunos relatam um <strong>consumo</strong> diário <strong>de</strong> tabaco;<br />

- A proporção <strong>de</strong> consumidores diários <strong>de</strong> tabaco aumenta com a ida<strong>de</strong>, variando<br />

entre 7,5% nos alunos a frequentar o 7º ano e os cerca <strong>de</strong> 35%, nos alunos a<br />

frequentar o 12º ano;<br />

- Do 7º para o 8º ano, a percentagem <strong>de</strong> consumidores diários <strong>de</strong> tabaco duplica,<br />

passando <strong>de</strong> 7,5% para 16,1%;<br />

52


- Estes dados corroboram os resultados <strong>de</strong> outros estudos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,<br />

sugerindo que os esforços preventivos <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver-­‐se preferencialmente<br />

antes do 7º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />

- Os rapazes apresentam prevalências mais elevadas <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco do que as<br />

raparigas;<br />

- As primeiras experiências com o tabaco ocorrem predomi<strong>na</strong>ntemente a partir dos<br />

12-­‐13 anos;<br />

- 78% dos inquiridos refere que o início dos <strong>consumo</strong>s <strong>de</strong> tabaco ocorreu <strong>na</strong><br />

presença <strong>de</strong> um ou mais amigos.<br />

Álcool<br />

Em relação aos padrões e tendências <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool <strong>de</strong>stacam-­‐se as seguintes<br />

conclusões:<br />

- Cerca <strong>de</strong> 3 em cada 4 alunos inquiridos consumiram bebidas alcoólicas pelo menos<br />

uma vez <strong>na</strong>s suas vidas;<br />

- A prevalência nos últimos 30 dias do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool, um indicador <strong>de</strong> um<br />

<strong>consumo</strong> actual, foi <strong>de</strong> 44%;<br />

- O <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool aumenta com a ida<strong>de</strong> (ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>), tendo oscilado<br />

entre um valor <strong>de</strong> 20,3% para os alunos do 7º ano e <strong>de</strong> 78,2% para os alunos do<br />

12º ano (<strong>consumo</strong> nos últimos 30 dias);<br />

- Os rapazes evi<strong>de</strong>nciam níveis mais elevados <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool em relação às<br />

raparigas;<br />

- Dos três tipos <strong>de</strong> bebidas alcoólicas (vinho, cerveja e bebidas <strong>de</strong>stiladas), as bebidas<br />

<strong>de</strong>stiladas apresentam as taxas <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> mais elevadas, verificando-­‐se que<br />

mais <strong>de</strong> 50% dos alunos referem ter consumido este tipo <strong>de</strong> bebida nos últimos 30<br />

53


dias. Os valores obtidos para o <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> cerveja e <strong>de</strong> vinho foram <strong>de</strong> 38,9% e<br />

35,6%, respectivamente.<br />

- Cerca <strong>de</strong> 11% dos alunos refere pelo menos um episódio <strong>de</strong> intoxicação alcoólica<br />

(bebe<strong>de</strong>ira) nos 30 dias que antece<strong>de</strong>ram a administração do questionário;<br />

- Verifica-­‐se um padrão consistente <strong>de</strong> aumento da percentagem <strong>de</strong>stes episódios <strong>de</strong><br />

intoxicação alcoólica à medida que aumenta a ida<strong>de</strong>;<br />

- A percentagem <strong>de</strong> alunos do ensino superior que consumiram 5 ou mais bebidas<br />

alcoólicas numa única ocasião, nos últimos 30 dias, foi superior a 30%;<br />

- A maioria dos jovens inquiridos inicia os seus <strong>consumo</strong>s <strong>de</strong> bebidas alcoólicas entre<br />

os 12-­‐15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>;<br />

- Os conflitos interpessoais e os problemas com os pais representam o tipo <strong>de</strong><br />

consequência negativa mais referida pelos alunos como estando relacio<strong>na</strong>da com o<br />

abuso <strong>de</strong> álcool.<br />

Can<strong>na</strong>bis e outras <strong>substâncias</strong><br />

Os resultados referentes aos padrões e tendências <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas ilícitas<br />

evi<strong>de</strong>nciam as seguintes conclusões:<br />

- Cerca <strong>de</strong> 27% dos inquiridos já consumiu can<strong>na</strong>bis pelo menos uma vez ao longo da<br />

vida;<br />

- 10% apresentam um padrão <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> regular <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis, expresso <strong>na</strong><br />

prevalência no último mês;<br />

- A maioria dos alunos iniciaram-­‐se no <strong>consumo</strong> <strong>de</strong>sta substância <strong>na</strong> faixa etária dos<br />

13-­‐14 anos<br />

- O <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis regista um aumento acentuado a partir do 9º ano <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong>;<br />

54


- O <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> outras <strong>substâncias</strong> ilícitas como o ecstasy, a cocaí<strong>na</strong> ou a heroí<strong>na</strong><br />

atinge prevalências muito baixas.<br />

4.2 CONHECIMENTOS E PERCEÇÕES<br />

Tabaco<br />

Os resultados relativos aos conhecimentos e perceções dos alunos acerca do tabaco<br />

permitem <strong>de</strong>stacar as seguintes conclusões:<br />

- Fumar um ou dois maços <strong>de</strong> cigarros por dia significa um risco elevado para cerca<br />

<strong>de</strong> 71% dos alunos;<br />

- Em comparação com os sujeitos do sexo masculino, as raparigas têm tendência, a<br />

percepcio<strong>na</strong>r menos riscos associados ao <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> tabaco;<br />

- A percentagem <strong>de</strong> alunos que referem que “muitos” dos seus amigos fumam<br />

cigarros é <strong>de</strong> 37,6%;<br />

- A percentagem <strong>de</strong> alunos que refere que os seus amigos acham mal ou muito mal<br />

fumar cigarros diminui à medida que aumenta a escolarida<strong>de</strong>.<br />

Álcool<br />

Os resultados obtidos em relação ao álcool, no que se refere aos conhecimentos e<br />

perceções sobre esta substância, permitem <strong>de</strong>stacar as seguintes conclusões:<br />

- Verifica-­‐se uma tendência para uma <strong>de</strong>svalorização dos riscos <strong>de</strong> consumir<br />

importantes quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bebidas alcoólicas nos jovens inquiridos.<br />

- Os alunos não <strong>de</strong>finem como <strong>de</strong> risco elevado beber cinco ou mais bebidas uma ou<br />

duas vezes em cada fim-­‐<strong>de</strong>-­‐sema<strong>na</strong>.<br />

55


- As raparigas têm tendência para percepcio<strong>na</strong>r maiores riscos associados ao<br />

<strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool.<br />

- As raparigas têm tendência a percepcio<strong>na</strong>r os diferentes tipos <strong>de</strong> bebidas alcoólicas<br />

como menos acessíveis por comparação com os rapazes;<br />

- Cerca <strong>de</strong> 28% dos alunos reconhecem que os amigos acham mal ou muito mal<br />

consumir bebidas alcoólicas.<br />

Can<strong>na</strong>bis e outras drogas<br />

Os resultados obtidos em relação ao can<strong>na</strong>bis e outras <strong>substâncias</strong> ilícitas, no que se<br />

refere aos conhecimentos e perceções sobre estas <strong>substâncias</strong>, permitem <strong>de</strong>stacar as<br />

seguintes conclusões:<br />

- A percentagem <strong>de</strong> alunos que <strong>de</strong>sconhecem os riscos envolvidos no uso ocasio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> marijua<strong>na</strong> ou haxixe é <strong>de</strong> 8,1%, sendo <strong>de</strong> 6,8% tratando-­‐se <strong>de</strong> um <strong>consumo</strong><br />

regular;<br />

- Consumir can<strong>na</strong>bis uma ou duas vezes constitui um risco elevado para 32,2% dos<br />

alunos inquiridos;<br />

- Cerca <strong>de</strong> 19% dos alunos <strong>de</strong>sconhecem os riscos envolvidos no uso ocasio<strong>na</strong>l ou<br />

regular <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis;<br />

- Um em cada quatro alunos admite ser fácil ou muito fácil a obtenção <strong>de</strong> can<strong>na</strong>bis;<br />

- A percentagem <strong>de</strong> alunos que consi<strong>de</strong>ram ser “fácil” ou “muito fácil” adquirir<br />

can<strong>na</strong>bis aumenta com a ida<strong>de</strong>;<br />

- As drogas ilícitas são, dum modo geral, percepcio<strong>na</strong>das como pouco acessíveis;<br />

- Uma elevada percentagem <strong>de</strong> alunos refere <strong>de</strong>sconhecer os efeitos das diferentes<br />

<strong>substâncias</strong> ilícitas, com valores acima dos 30% para a maioria das drogas.<br />

56


Bibliografia<br />

Beck, f. & Legleye, S. (2003). Drogues et adolescents. Usages <strong>de</strong> drogues et contexts d’usage<br />

entre 17 et 19 ans, evolutions récentes, ESCAPAD (2002). Paris: OFDT.<br />

The 2007 ESPAD Report: Substance use among stu<strong>de</strong>nts in 35 European countries.<br />

www.espad.org.<br />

Demmel, R., Nicolai, J. & Gregorzik, S. (2006). Alcohol expectancies and current mood state in<br />

social drinkers. Addictive Behaviors, 31, 859-­‐867.<br />

Muscat, R., Bjar<strong>na</strong>sson, T., Beck, F. & Peretti-­‐Watel, P. (2007). Risk factors in adolescent drug<br />

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Europe Publishing.<br />

Johnston, L. D., O’Malley, P. M., Bachman, J. G. & Shulenberg, J. E. (2008). Monitoring the Future<br />

<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l survey results on drug use, 1975-­‐2007. Volume I. Secondary school stu<strong>de</strong>nts<br />

and Volume II. College stu<strong>de</strong>nts and adults 19-­‐45. NIH Publication No 08-­‐6418 A B.<br />

Bethesda, MD.<br />

Leventhal, A. & Schmitz (2006). The role of drug use outcome expectancies in substance abuse<br />

risk: An interactio<strong>na</strong>l–transformatio<strong>na</strong>l mo<strong>de</strong>l. Addictive Behaviors, 31, 2038–2062.<br />

Lundahl, L. & Lukas, S. (2006). Negative cocaine effect expectancies are associated with<br />

subjective response to cocaine challenge in recreatio<strong>na</strong>l cocaine users. Addictive<br />

Behaviors, 32, 1262-­‐1271.<br />

Negreiros, J. (2001). <strong>Padrões</strong> e consequências do <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> drogas em Matosinhos:<br />

Resultados <strong>na</strong> <strong>população</strong> estudantil e em consumidores problemáticos. Matosinhos:<br />

Câmara Municipal <strong>de</strong> Matosinhos.<br />

Thombs, D, Ray-­‐Tomasek, J, Osborn, C. Olds, S (2005). The Role of sex-­‐specific normative<br />

beliefs in un<strong>de</strong>rgraduate alcohol use. Am J Health Behav. 29, 342-­‐351.<br />

57


58<br />

ANEXO A: QUESTIONÁRIO


ANTES DE COMEÇAR, POR FAVOR, LÊ ISTO<br />

Este questionário faz parte <strong>de</strong> um estudo sobre <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> álcool, drogas e tabaco entre<br />

alunos do ensino básico e secundário. O inquérito irá abranger os estudantes que se encontram<br />

a frequentar as escolas <strong>de</strong> ensino situadas no Concelho <strong>de</strong> Guimarães e é da responsabilida<strong>de</strong><br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Psicologia e <strong>de</strong> Ciências da Educação da Universida<strong>de</strong> do Porto.<br />

O que te pedimos é que penses um pouco sobre cada questão e respondas com o máximo<br />

<strong>de</strong> rigor e objectivida<strong>de</strong>. Como queremos saber o que realmente pensas, é importante que<br />

respondas às várias questões com honestida<strong>de</strong>. Só assim os resultados terão interesse efectivo.<br />

O questionário é anónimo – em nenhuma parte terás o teu nome ou qualquer outra<br />

informação que permita i<strong>de</strong>ntificar-te individualmente. Para que o anonimato das respostas possa<br />

ser garantido, não escrevas o teu nome em qualquer folha <strong>de</strong>ste questionário. As respostas são<br />

voluntárias. Se consi<strong>de</strong>rares, por qualquer razão, que alguma pergunta não é a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>ixe-a<br />

em branco.<br />

Isto não é um teste. Não há respostas certas ou erradas. Por favor, segue as instruções <strong>de</strong><br />

preenchimento das respostas e preenche o que consi<strong>de</strong>rares mais apropriado.<br />

Des<strong>de</strong> já agra<strong>de</strong>cemos a tua participação.<br />

PODES COMEÇAR!<br />

59


Questionário nº:<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

Escola:_________________________________________<br />

Data:___________________________________________<br />

Ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>: _____________________________<br />

1. Sexo<br />

2. Ano <strong>de</strong> <strong>na</strong>scimento<br />

3. Nacio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong><br />

4. Nacio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> dos Pais<br />

5. Já reprovaste alguma vez?<br />

6. Se SIM, em que ano(s):<br />

Masculino <br />

Feminino <br />

Portuguesa ……………… <br />

Outra…………………….. <br />

Secundário (10º, 11º)…... <br />

3º ciclo (7º, 8º, 9º)………. <br />

2º ciclo (5º e 6º)…………. <br />

1º ciclo (1º, 2º, 3º, 4º)…... <br />

Por favor preenche correctamente o inquérito:<br />

Bem preenchido: <br />

Mal preenchido:<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

Pai Portuguesa……… <br />

Outra……………. <br />

Mãe Portuguesa …….. <br />

Outra…………….. <br />

Sim………………………... <br />

Não………………………. <br />

60


7. Como têm sido as tuas notas nesta escola?<br />

Muito boas…………… <br />

Boas………………….. <br />

Nem boas nem más… <br />

Más……………………. <br />

Muito más……………. <br />

As questões seguintes referem-se a cigarros, bebidas alcoólicas e várias outras drogas.<br />

Abordam igualmente aspectos relacio<strong>na</strong>dos com as relações sociais. Procura respon<strong>de</strong>r com<br />

objectivida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong> às várias questões apresentadas. Lembra-se que as respostas<br />

são anónimas e confi<strong>de</strong>nciais.<br />

As questões seguintes são sobre o CONSUMO DE CIGARROS<br />

8. Quantas vezes <strong>na</strong> tua vida fumaste cigarros?<br />

Nenhuma …………….<br />

1-2 vezes……………..<br />

3-5 vezes……………..<br />

6-9 vezes……………..<br />

10-19 vezes………….<br />

20-39 vezes………….<br />

(se nunca fumaste cigarros passa<br />

para a questão nº 11)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

40 ou mais…………… <br />

9. Com que frequência fumaste cigarros nos últimos 30 dias?<br />

Não fumei……………………………………….<br />

Menos <strong>de</strong> um cigarro por sema<strong>na</strong> …………<br />

Menos <strong>de</strong> um cigarro por dia………………….<br />

1-5 cigarros por dia…………………………….<br />

6-10 cigarros por dia…………………...………<br />

11-20 cigarros por dia …………………………<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Mais <strong>de</strong> 20 cigarros por dia…………………… <br />

61


10.<br />

Quando começaste a fumar, foi com alguma das seguintes pessoas? (assi<strong>na</strong>la todas as situações que<br />

interessam)<br />

Nunca fumei………………….............................<br />

Com o (a) <strong>na</strong>morado (a)…………………………<br />

Com amigos (as)…………….............................<br />

Com um familiar………………………………….<br />

Sozinho…………………….……………………...<br />

11. Se tu fumasses cigarros no próximo mês, achas que podia acontecer:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Muito<br />

provável<br />

Provável<br />

As questões seguintes são sobre BEBIDAS ALCOÓLICAS<br />

(incluindo cerveja, vinho e bebidas <strong>de</strong>stiladas ou fortes)<br />

12. Quantas vezes tomaste bebidas alcoólicas? (assi<strong>na</strong>la ape<strong>na</strong>s uma resposta em cada linha)<br />

Número <strong>de</strong> vezes<br />

Pouco<br />

provável<br />

0 1 – 2 3 - 5 6 – 9 10 - 19 20 – 39 40 ou +<br />

a) Ao longo da vida………….. <br />

b) Nos últimos 12 meses……. <br />

c) Nos últimos 30 dias……….. <br />

62<br />

Nada Provável<br />

a) Ter problemas com os pais/ o pai/ a mãe…… <br />

b) Ter problemas com os amigos……………….. <br />

c) Tor<strong>na</strong>r-me viciado/a…………………………… <br />

d) Ter problemas com dinheiro…………………. <br />

e) Sentir-me mais relaxado/a…………………… <br />

f) Divertir-me mais……………………………….. <br />

g) Tor<strong>na</strong>r-me mais popular……………………… <br />

h) Ser mais confiante e expansivo/a……………


13. Se tu bebesses álcool no próximo mês, achas que podia acontecer:<br />

Muito<br />

provável<br />

Provável<br />

Pouco<br />

provável<br />

Nada<br />

Provável<br />

a) Ter problemas com a polícia………………... <br />

b) Ter maus resultados <strong>na</strong> escola……………. <br />

c) Ter problemas com os pais/ o pai/ a mãe…. <br />

d) Ser expulso da escola……………………….. <br />

e) Ter problemas com os amigos……………… <br />

f) Tor<strong>na</strong>r-me viciado……………………………. <br />

g) Ter problemas em arranjar trabalho……….. <br />

h) Ter problemas com dinheiro………………… <br />

i) Sentir-me mais relaxado…………………….. <br />

j) Ter mais amigos……………………………… <br />

k) Divertir-me mais……………………………… <br />

l) Tor<strong>na</strong>r-me mais popular…………………….. <br />

m) Esquecer os meus problemas……………… <br />

n) Ser mais confiante e expansivo…………….. <br />

14. Quantas vezes bebeste uma bebida alcoólica?<br />

Nunca…………………………............................. (Se nunca bebeste álcool passa para a questão nº 22)<br />

Uma ou menos vezes ao mês …………………. <br />

De 2 a 4 vezes ao mês …................................. <br />

De 2 a 3 vezes <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> …………………..… <br />

4 ou mais vezes <strong>na</strong> sema<strong>na</strong>.…………………...<br />

<br />

15. Pensa no que aconteceu nos últimos 30 dias. Quantas vezes tomaste as seguintes bebidas?<br />

(assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

Número <strong>de</strong> vezes<br />

0 1 – 2 3 - 5 6 – 9 10 - 19 20 – 39 40 ou +<br />

63


Cerveja…………..…………………. <br />

Vinho (branco, tinto, espumante)... <br />

Bebidas <strong>de</strong>stiladas (*).……………. <br />

(*) Ex.:<br />

shots, whisky, vodka, tequila, aguar<strong>de</strong>nte, brandy, rum, etc.<br />

16. A última vez que consumiste bebidas alcoólicas, bebeste cerveja? Em caso afirmativo, qual foi a<br />

quantida<strong>de</strong>?<br />

Nunca bebo cerveja …………………………....................................<br />

Não bebi cerveja <strong>na</strong> última vez que bebi bebidas alcoólicas………<br />

Menos que uma garrafa ou lata (< 33 cl)……………………………..<br />

1 – 2 garrafas ou latas (33 – 66 cl)………………………….....………<br />

3 – 4 garrafas ou latas (99 – 132 cl)…………………………………..<br />

5 ou mais garrafas ou latas (> 132 cl)……………………………….. <br />

17. A última vez que consumiste bebidas alcoólicas, bebeste vinho ou espumante? Em caso<br />

afirmativo, qual foi a quantida<strong>de</strong>?<br />

Nunca bebo vinho/espumante……………….............................................<br />

Não bebi vinho/espumante <strong>na</strong> última vez que bebi bebidas alcoólicas….<br />

Menos que um copo (< 10 cl)………………………………………………...<br />

1 – 2 copos (10 – 20 cl)………………………………….………….....………<br />

Meia garrafa (37 cl)……………………………………………………………<br />

Uma garrafa ou mais (> 75 cl)……………………………………………….. <br />

18. A última vez que consumiste bebidas alcoólicas, bebeste bebidas <strong>de</strong>stiladas (shots, whisky,<br />

vodka, etc.)? Em caso afirmativo, qual foi a quantida<strong>de</strong>?<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

64


Nunca bebo bebidas <strong>de</strong>stiladas………….............................................<br />

Não bebi bebidas <strong>de</strong>stiladas <strong>na</strong> última vez que bebi bebidas alcoólicas<br />

Menos que uma bebida (< 5 cl)……………………………………………..<br />

1 - 2 bebidas (5 – 10 cl)……….……………………………………………..<br />

3 – 5 bebidas (11 – 25 cl)……………………………………………………<br />

6 bebidas ou mais (> 30 cl)…………………………………………………. <br />

19. Pensa no que aconteceu nos últimos 30 dias. Quantas vezes tomaste 5 (cinco) ou mais bebidas<br />

seguidas? (Uma bebida é um copo <strong>de</strong> vinho, uma garrafa <strong>de</strong> cerveja ou um shot <strong>de</strong> uma bebida<br />

<strong>de</strong>stilada)<br />

Nenhuma …...................................................... <br />

1 vez ……………………………………………… <br />

2 vezes…………………………………………… <br />

3-5 vezes…………………………………………. <br />

6-9 vezes …………………………………………<br />

20. Quantas vezes ficaste embriagado? (assi<strong>na</strong>la com uma resposta em cada linha)<br />

<br />

Número <strong>de</strong> vezes<br />

0 1 - 2 3 - 5 6 – 9 10 - 19 20 – 39 40 ou +<br />

a) Ao longo da vida………….. <br />

b) Nos últimos 12 meses……. <br />

c) Nos últimos 30 dias……….. <br />

21. Alguma vez <strong>na</strong> tua vida o <strong>consumo</strong> <strong>de</strong> bebidas alcoólicas provocou os seguintes problemas?<br />

(assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

Número <strong>de</strong> vezes<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

65<br />

Nunca 1 vez 2 xs 3 ou +<br />

a) Discussão ou conflito……………………………………………………………… <br />

b) Problemas <strong>na</strong>s relações com os seus pais……………………………………… <br />

c) Um aci<strong>de</strong>nte ou ferimento………………………………………………………… <br />

d) Problemas <strong>na</strong>s relações com os seus amigos………………………................. <br />

e) Problemas <strong>na</strong> relação com o (a) seu (sua) <strong>na</strong>morado (a)………………………


f) Reduziu o seu rendimento escolar………………………………………………… <br />

g) Fez com que conduzisse uma motorizada ou carro sob influência do álcool… <br />

h) Problemas com a polícia……………………………………………………………. <br />

As questões que se seguem são sobre OUTRAS DROGAS<br />

22. Da lista <strong>de</strong> <strong>substâncias</strong> <strong>psicoativas</strong> (drogas), assi<strong>na</strong>la a resposta a<strong>de</strong>quada em cada linha.<br />

Nunca ouvi falar Já ouvi falar mas<br />

não conheço os<br />

efeitos<br />

Conheço os<br />

efeitos do<br />

<strong>consumo</strong><br />

a) Tabaco……………………………………………………………… <br />

b) Álcool………………………………………………………………….. <br />

c) Can<strong>na</strong>bis (haxixe, erva,…)…………………………………………. <br />

d) Ecstasy (pastilhas, rodas, MDMA,…)...…………………………… <br />

e) Cocaí<strong>na</strong> (branca, ….)..……………………………………………... <br />

f) Heroí<strong>na</strong> (castanha, cavalo, ….)…………………………………….. <br />

g) Ácidos, LSD...………………………………………………………... <br />

h) Cogumelos mágicos..………………………………………………. <br />

i) Esterói<strong>de</strong>s a<strong>na</strong>bolizantes……………………………………………. <br />

j) Psicofármacos (calmantes, comprimidos para dormir).…………. <br />

k) I<strong>na</strong>lantes (colas, sprays, diluentes).………………………………. <br />

23. Da lista <strong>de</strong> frases seguinte, diz-nos o que achas… (assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

Concordo Discordo<br />

a) As drogas são todas ilegais………………………………………… <br />

b) O álcool é uma substância estimulante…………………………… <br />

c) Consumir haxixe não causa <strong>de</strong>pendência………………………… <br />

d) O ecstasy causa sonolência………………………………………... <br />

e) O tabaco não é uma droga…………………………………………. <br />

f) A heroí<strong>na</strong> é uma droga que cria <strong>de</strong>pendência……………………. <br />

g) A cocaí<strong>na</strong> aumenta a energia física e mental……………………. <br />

Não sei<br />

h) As drogas alteram o funcio<strong>na</strong>mento do sistema nervoso………. <br />

66


i) A mesma susbtância po<strong>de</strong> ter efeitos diferentes em pessoas<br />

diferentes<br />

<br />

24. Diz-nos o que achas acerca das seguintes afirmações. (assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

a) Consumir drogas dá prazer……………………………. ….<br />

b) Os jovens nunca <strong>de</strong>veriam experimentar drogas………..<br />

c) Usar drogas é divertido……………………………………..<br />

d) Há muitas coisas mais perigosas do que consumir<br />

drogas<br />

e) Os jovens consomem drogas porque têm mau ambiente<br />

familiar<br />

f) Os jovens consomem drogas porque há muita oferta <strong>de</strong><br />

drogas<br />

g) As leis sobre as drogas <strong>de</strong>viam ser mais rígidas<br />

h) As drogas ajudam as pessoas a ter uma vida mais<br />

preenchida<br />

i) As escolas <strong>de</strong>vem contribuir com informação sobre os<br />

perigos do uso <strong>de</strong> drogas<br />

j) A polícia <strong>de</strong>via vigiar os jovens que consomem drogas<br />

k) Os jovens consomem drogas para não serem rejeitados<br />

pelos amigos que as tomam<br />

l) Os jovens consomem drogas porque são influenciados<br />

pelos amigos<br />

Discordo<br />

totalmente<br />

25. Qual foi a droga que experimentaste pela primeira vez?<br />

a) Nunca experimentei qualquer das <strong>substâncias</strong> abaixo referidas….. <br />

b) Tranquilizantes ou sedativos sem indicação do médico……………. <br />

c) Marijua<strong>na</strong> ou haxixe (ganza ou charros)……………………………… <br />

d) LSD (ácidos)…………………………………………………………….. <br />

e) Anfetami<strong>na</strong>s (speeds)………………………………………………….. <br />

Discordo Não<br />

concordo<br />

nem<br />

discordo<br />

67<br />

Concordo Concordo<br />

totalmente


f) Relevim…………………………………………………………………… <br />

g) Cocaí<strong>na</strong>…………………………………………………………………... <br />

h) Heroí<strong>na</strong>…………………………………………………………………… <br />

i) Colas ou diluentes <br />

j) Ecstasy……………………………………………………………………. <br />

k) Cogumelos mágicos…………………………………………………….. <br />

68<br />

(Se nunca experimentaste nenhuma<br />

<strong>de</strong>stas drogas passa para a questão<br />

29)<br />

26. Quantas vezes consumiste marijua<strong>na</strong>/haxixe/ganza/charros? (assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

Número <strong>de</strong> vezes<br />

0 1 - 2 3 - 5 6 – 9 10 - 19 20 - 39 40 ou +<br />

a) Ao longo da vida………….. <br />

b) Nos últimos 12 meses……. <br />

c) Nos últimos 30 dias……….. <br />

27. Quantas vezes cheiraste <strong>de</strong>moradamente <strong>substâncias</strong> como colas, vernizes e solventes por causa<br />

dos seus efeitos? (assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

Número <strong>de</strong> vezes<br />

0 1 - 2 3 - 5 6 – 9 10 - 19 20 – 39 40 ou +<br />

a) Ao longo da vida………….. <br />

b) Nos últimos 12 meses……. <br />

c) Nos últimos 30 dias……….. <br />

28. Quantas vezes usaste as seguintes drogas? (assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

a) Cocaí<strong>na</strong>…………………………………….<br />

b) Estimulantes, anfetami<strong>na</strong>s ou speeds …..<br />

(sem indicação médica)<br />

Número <strong>de</strong> vezes<br />

Nunca 1 - 2 3 – 5 6 - 9 10 - 19 20 - 39 40 ou +<br />

<br />

<br />

Nunca 1 - 2 3 – 5 6 - 9 10 - 19 20 - 39 40 ou +


c) LSD, ácidos ou cogumelos mágicos …….<br />

d) Tranquilizantes, “drunfos” ou sedativos …<br />

(sem indicação médica)<br />

e) Heroí<strong>na</strong>……………………………………..<br />

f) Relevim……………………………………..<br />

g) Ecstasy; MDMA ……….………………….<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

h) I<strong>na</strong>lantes (colas, solventes)……………… <br />

29. Com que ida<strong>de</strong> começaste a fazer as seguintes coisas? (assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

a) Beber cerveja………………………………<br />

(pelo menos um copo)<br />

b) Beber vinho……………...…………………<br />

(pelo menos um copo)<br />

c) Beber bebida <strong>de</strong>stilada……………………<br />

(pelo menos um copo)<br />

d) Fumar o 1º cigarro ……………………….<br />

e) Fumar cigarros diariamente……………..<br />

f).Experimentar anfetami<strong>na</strong>s………………...<br />

g) Experimentar tranquilizantes ……………..<br />

ou sedativos<br />

h) Experimentar marijua<strong>na</strong> ou haxixe………<br />

i) Experimentar LSD …………………………<br />

ou outros alucinogénios<br />

j) Experimentar cocaí<strong>na</strong>……………………..<br />

k) Experimentar relevim…………………..…<br />

l) Experimentar heroí<strong>na</strong>…………….………<br />

Experimentar ecstasy…….…………….<br />

Experimentar n) Experimentar ecstasy…….…………….<br />

i<strong>na</strong>lantes (cola, etc.)<br />

pelos efeitos…………………………………..<br />

nunca 11 ou<br />

-<br />

12 13 14 15 16 17 ou<br />

+<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

69


30. Quantos amigos teus achas que … (assi<strong>na</strong>la ape<strong>na</strong>s uma resposta em cada linha)<br />

a) Fumam cigarros……………………….………………….<br />

b) Bebem bebidas<br />

alcoólicas……..……………………..…..<br />

c) Ficam embriagados pelo menos uma ………………….<br />

vez por sema<strong>na</strong><br />

d) Fumam marijua<strong>na</strong> ou haxixe …………………………….<br />

e) Usam LSD………………………….. …………………….<br />

f) Usam anfetami<strong>na</strong>s ou outros estimulantes…………….<br />

g) Usam tranquilizantes ou sedativos …………………….<br />

h) Usam cocaí<strong>na</strong> ……………………………………………<br />

i) Usam ecstasy ……………………………………………..<br />

j) Usam heroí<strong>na</strong> ……………………………………………..<br />

k) Usam relevim……………………………………………..<br />

Nenhum<br />

Poucos Alguns Muitos Não sei<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

l) Usam i<strong>na</strong>lantes (colas, etc.)…………………………….. <br />

31. Em que medida seria difícil obteres as seguintes <strong>substâncias</strong>, caso estivesses interessado(a)?<br />

(assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

Impossível Muito<br />

difícil<br />

Difícil Fácil Muito fácil Não sei<br />

a) Cerveja…………………………. <br />

b) Vinho/ Espumante……………… <br />

c) Bebidas <strong>de</strong>stiladas……………... <br />

d) Marijua<strong>na</strong>/ Haxixe……………… <br />

e) LSD/Ácidos…………………….. <br />

f) Anfetami<strong>na</strong>s……………………... <br />

g) Tranquilizantes………………… <br />

h) Cocaí<strong>na</strong>…………………………. <br />

i) Heroí<strong>na</strong> ………………………….. <br />

j) Relevim………………………….. <br />

k) Ecstasy/MDMA…………………. <br />

70


l) Cogumelos mágicos……………. <br />

m) I<strong>na</strong>lantes……………………….. <br />

32. Que risco correm as pessoas <strong>de</strong> se prejudicarem (fisicamente ou <strong>de</strong> outra maneira) se…<br />

(assi<strong>na</strong>la ape<strong>na</strong>s um a resposta em cada linha)<br />

a) Fumarem cigarros ocasio<strong>na</strong>lmente……………….<br />

b) Fumarem um ou dois maços <strong>de</strong> cigarros por dia..<br />

c) Beberem uma ou duas bebidas todos os dias…...<br />

d) Beberem 4 ou 5 bebidas todos os dias……………<br />

e) Beberem 5 ou mais bebidas uma ou………………<br />

duas vezes em cada fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong><br />

f) Experimentarem marijua<strong>na</strong> ou haxixe……………….<br />

uma ou duas vezes<br />

g) Fumarem marijua<strong>na</strong> ou haxixe regularmente………<br />

h) Experimentarem LSD uma ou duas vezes…………<br />

i) Experimentarem LSD regularmente…………………<br />

j) Experimentarem anfetami<strong>na</strong>s uma ou duas vezes..<br />

k) Experimentarem anfetami<strong>na</strong>s regularmente………<br />

l) . Experimentarem cocaí<strong>na</strong> uma ou duas vezes……<br />

m) Experimentarem cocaí<strong>na</strong> regularmente…………..<br />

n) Experimentarem ecstasy uma ou duas vezes…….<br />

o) Experimentarem ecstasy regularmente……………<br />

p) Experimentarem heroí<strong>na</strong> uma ou duas vezes…….<br />

q) Experimentarem heroí<strong>na</strong> regularmente……………<br />

Nenhum Baixo<br />

risco<br />

Mo<strong>de</strong>rado<br />

risco<br />

Elevado<br />

risco<br />

Não<br />

sei<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

71


) Experimentarem relevim uma ou duas vezes……..<br />

s) Experimentarem relevim regularmente……………<br />

t) Experimentarem i<strong>na</strong>lantes (colas, etc.) ……………<br />

uma ou duas vezes<br />

u) Experimentarem i<strong>na</strong>lantes (colas, etc.) ……………<br />

regularmente<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

33. O que acham os teus amigos das pessoas da tua ida<strong>de</strong> … (assi<strong>na</strong>la uma resposta em cada linha)<br />

a) Fumarem cigarros…………………….………………<br />

b) Beberem bebidas alcoólicas……………………..…..<br />

c) Ficarem embriagadas uma vez por sema<strong>na</strong>……….<br />

d) Fumarem marijua<strong>na</strong> ou haxixe ………………………<br />

e) Usarem LSD ou outros alucinógenos ………………<br />

f) Usarem anfetami<strong>na</strong>s ou outros estimulantes……….<br />

g) Usarem tranquilizantes ou sedativos ……………….<br />

h) Usarem cocaí<strong>na</strong> ………………………………………<br />

i) Usarem ecstasy ………………………………………..<br />

j) Usarem heroí<strong>na</strong> ………………………………………..<br />

k) Usarem relevim………………………………………..<br />

l) Usarem i<strong>na</strong>lantes (colas, etc.)………………………..<br />

Acham<br />

muito<br />

bem<br />

Acham<br />

bem<br />

Nem<br />

bem nem<br />

mal<br />

Acham<br />

mal<br />

Acham<br />

muito<br />

mal<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

72


As questões que se seguem são sobre a tua FAMÍLIA<br />

34. Qual foi o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> mais elevado que os teus PAIS atingiram?<br />

Sem instrução ……………………………………<br />

Não completou a primária………………………<br />

Completou a primária……………………………<br />

Completou o 6º ano……………………………...<br />

Completou o 9º ano……………………………...<br />

Completou o 12º ano…………………………....<br />

Completou um curso técnico-profissio<strong>na</strong>l……..<br />

Completou um curso superior…………………..<br />

PAI MÃE<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Não sei…………………………………………… <br />

35. Os teus pais… (assi<strong>na</strong>la a resposta que interessa)<br />

Vivem juntos………………………….<br />

Estão separados…………………….<br />

Um <strong>de</strong>les faleceu ……………………<br />

Ambos faleceram ……………………<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

36. Que pessoas vivem contigo lá em casa? (assi<strong>na</strong>la uma resposta em todas as situações que interessam)<br />

Pai………………..……………………<br />

Padrasto…………. ……………….....<br />

Mãe……………………………………<br />

Madrasta………..……………………<br />

Irmão (s)…………. ………………….<br />

Avós……………………………...……<br />

Outros familiares………………...…..<br />

Não familiares………………………..<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

OBRIGADO PELA TUA COLABORAÇÃO!<br />

73

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