Milho rehidratado - Grupo do Leite
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Universidade Federal de Lavras<br />
Departamento de Zootecnia<br />
MILHO REHIDRATADO E ENSILADO<br />
NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS<br />
Marcos Neves Pereira (Professor Associa<strong>do</strong>)<br />
Junho de 2011<br />
Compreender a estrutura <strong>do</strong> milho é pertinente, já que este é o principal cereal<br />
energético em dietas para vacas leiteiras no Brasil. A semente <strong>do</strong> milho é composta pelo<br />
pericarpo (a camada de fibra envolven<strong>do</strong> a semente), pelo gérmen (rico em proteína e óleo)<br />
e pelo en<strong>do</strong>sperma. O en<strong>do</strong>sperma representa de 75 a 80% da semente e é constituí<strong>do</strong><br />
principalmente de ami<strong>do</strong> e proteínas. Dentre as proteínas <strong>do</strong> en<strong>do</strong>sperma temos albuminas,<br />
globulinas, glutelinas e prolaminas, as últimas de importância na nutrição de ruminantes.<br />
Prolaminas são proteínas associadas ao ami<strong>do</strong> nos grãos de to<strong>do</strong>s os cereais e têm nomes<br />
específicos, como a gliadina <strong>do</strong> trigo, a kafirina <strong>do</strong> sorgo e a zeína <strong>do</strong> milho, por exemplo.<br />
A zeína <strong>do</strong> milho representa de 30 a 60% de toda a proteína presente no grão. As<br />
prolaminas se localizam exteriormente aos grânulos de ami<strong>do</strong> no en<strong>do</strong>sperma. Em milho de<br />
en<strong>do</strong>sperma farináceo os grânulos de ami<strong>do</strong> são esferas dispersas no en<strong>do</strong>sperma, enquanto<br />
que em en<strong>do</strong>sperma vítreo os grânulos de ami<strong>do</strong> são helicoidais e adensa<strong>do</strong>s (Figura 1).<br />
Como a ligação entre os grânulos de ami<strong>do</strong> e as prolaminas é muito forte no en<strong>do</strong>sperma<br />
vítreo, nem água penetra entre os grânulos, e nem as amilases e maltases necessárias para<br />
que ocorra a quebra enzimática <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> a glicose no rúmen ou nos intestinos.<br />
Em formulações dietéticas com baixa inclusão de ami<strong>do</strong> oriun<strong>do</strong> de milho e alta<br />
inclusão de fibra oriunda de forragens ou subprodutos fibrosos, normalmente interessantes<br />
financeiramente, a fermentabilidade <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> no rúmen pode determinar o desempenho<br />
animal. O ganho em produção de proteína microbiana a partir de ami<strong>do</strong> fermentável no<br />
rúmen pode resultar em aumento no fluxo de aminoáci<strong>do</strong>s essenciais de origem microbiana<br />
<strong>do</strong> trato digestivo para o sangue. Por isto, o aumento no teor dietético de ami<strong>do</strong>
fermentável, respeitan<strong>do</strong> limites nutricionais não indutores de aci<strong>do</strong>se ruminal, pode<br />
aumentar a secreção diária e o teor de proteína <strong>do</strong> leite. Aumento na taxa de crescimento<br />
microbiano a partir de ami<strong>do</strong> fermentável também pode aumentar a incorporação de amônia<br />
na proteína microbiana sintetizada no rúmen, capaz de reduzir o teor de nitrogênio uréico<br />
no plasma, uma rota para atuar positivamente sobre a eficiência reprodutiva de vacas<br />
leiteiras.<br />
Existem evidências de que grãos de milho de alta vitreosidade têm menor<br />
fermentabilidade <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> no rúmen que milho de en<strong>do</strong>sperma farináceo. Este fato é<br />
particularmente importante nas condições brasileiras, já que a opção da indústria nacional<br />
de híbri<strong>do</strong>s de milho foi por grãos de textura dura, com alta vitreosidade <strong>do</strong> en<strong>do</strong>sperma.<br />
Grãos de alta vitreosidade têm alta proporção de en<strong>do</strong>sperma vítreo em relação ao<br />
en<strong>do</strong>sperma farináceo, são mais densos que grãos farináceos, têm menor teor de umidade<br />
que farináceos no mesmo estágio de maturação, e têm maior teor de prolamina. Tem si<strong>do</strong><br />
demonstra<strong>do</strong> que a indentação presente no topo da semente não é uma boa medida da<br />
vitreosidade <strong>do</strong> en<strong>do</strong>sperma. Grãos farináceos são denta<strong>do</strong>s, mas pode existir milho<br />
denta<strong>do</strong> cujo en<strong>do</strong>sperma é vítreo. Infelizmente nossa indústria de sementes ainda é pouco<br />
atualizada quanto aos distintos mecanismos genéticos de controle da vitreosidade <strong>do</strong><br />
en<strong>do</strong>sperma e da indentação nas sementes de milho, e continua erroneamente avalian<strong>do</strong> a<br />
textura <strong>do</strong> en<strong>do</strong>sperma pelo escore de indentação da semente, inclusive em materiais<br />
promocionais de híbri<strong>do</strong>s para comercialização.<br />
A fermentação <strong>do</strong> milho, como a que ocorre durante o armazenamento por<br />
ensilagem, pode reduzir o teor de prolamina da semente. Este fato explica o ganho em<br />
digestibilidade que pode ocorrer em silagens de milho armazendas por longo perío<strong>do</strong>,<br />
relativamente à digestibilidade <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> após a colheita <strong>do</strong> grão. Durante a ensilagem<br />
ocorre proteólise por enzimas microbianas da matriz protéica envolven<strong>do</strong> os grânulos de<br />
ami<strong>do</strong>, capaz de atuar positivamente sobre a digestibilidade ruminal <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> em grãos de<br />
alta vitreosidade. Vale também ressaltar que grãos de milho colhi<strong>do</strong>s no estágio maduro de<br />
maturação, normalmente utiliza<strong>do</strong>s para formular concentra<strong>do</strong>s para vacas leiteiras tanto na<br />
fazenda quanto industrialmente, se encontram no ponto de maturidade fisiológica de<br />
máxima vitreosidade e mínima digestibilidade, fazen<strong>do</strong> com que medidas capazes de<br />
aumentar a degradabilidade ruminal <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> sejam mais necessárias.
A ensilagem de grãos colhi<strong>do</strong>s em torno <strong>do</strong> estágio de maturação de linha negra, a<br />
conhecida “silagem de grão úmi<strong>do</strong>”, pode induzir ganho no desempenho de vacas leiteiras<br />
alimentadas com baixo teor dietético de ami<strong>do</strong> oriun<strong>do</strong> de grãos duros. Entretanto, a<br />
colheita <strong>do</strong> grão em estágio de maturação em torno da linha negra, quan<strong>do</strong> a planta<br />
apresenta teor de umidade entre 35 e 40%, pode ser problemática. O pequeno intervalo para<br />
colheita, normalmente realizada no perío<strong>do</strong> chuvoso <strong>do</strong> ano, aumenta a chance de insucesso<br />
no processo, devi<strong>do</strong> à maturação excessiva e à conseqüente perda de umidade <strong>do</strong>s grãos.<br />
Uma alternativa para reduzir o risco na ensilagem de grãos úmi<strong>do</strong>s de milho seria a<br />
prática da rehidratação e ensilagem <strong>do</strong> grão em estágio maduro. A rehidratação <strong>do</strong> grão de<br />
milho consiste em devolver ao grão já seco a umidade adequada para que o mesmo seja<br />
fermenta<strong>do</strong> no silo. O uso desta técnica pode beneficiar os produtores que não possuem<br />
equipamentos para a colheita <strong>do</strong> milho no ponto de maturação em torno da linha negra e<br />
aqueles que não possuem área suficiente para plantar milho para a colheita de grãos, pois<br />
podem comprar o milho grão e ensilá-lo na fazenda. Além disso, a rehidratação pode ser<br />
usada em casos de atraso na colheita, situação em que o teor de matéria seca ultrapassa o<br />
deseja<strong>do</strong> para o processo de ensilagem <strong>do</strong> grão úmi<strong>do</strong>. A ensilagem <strong>do</strong> milho grão na<br />
fazenda, além de potencialmente aumentar a digestibilidade <strong>do</strong> ami<strong>do</strong>, também concentra a<br />
operação de moagem, comparativamente à prática usual de moagem de pequenas<br />
quantidades à medida que mais grão é necessário para alimentar os animais. A rehidratação<br />
e ensilagem também pode reduzir custos de transporte e armazenamento de grãos. Em<br />
grãos maduros a moagem também pode ser mais fina que a realizada em grãos colhi<strong>do</strong>s no<br />
estágio de linha negra, o que pode fisicamente aumentar a digestibilidade <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> no<br />
rúmen. Moagem fina, rehidratação e ensilagem também pode viabilizar o armazenamento<br />
de sorgo grão por ensilagem, já que este grão requer moagem grosseira quan<strong>do</strong> colhi<strong>do</strong><br />
com alto teor de umidade, e portanto pode ter alta perda fecal <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> presente nos grãos<br />
pequenos e inteiros, que inevitalmente passam pela peneira <strong>do</strong> moínho com orifícios de<br />
maior diâmetro que a plausível de utilização na moagem de grãos maduros.<br />
Um detalhe importantíssimo na confecção da silagem de grão <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> é a<br />
homogeneização da àgua ao grão moí<strong>do</strong>. Este processo pode ser realiza<strong>do</strong> através de uma<br />
adaptação no moinho (Figura 2) ou por mistura da àgua ao grão já tritura<strong>do</strong> em um vagão<br />
mistura<strong>do</strong>r. A adaptação no moinho consiste em passar <strong>do</strong>is canos perfura<strong>do</strong>s de 1 polegada
imediatamente abaixo das facas <strong>do</strong> equipamento. Desta maneira, o milho tritura<strong>do</strong> é<br />
imediatamente mistura<strong>do</strong> a àgua e cai no silo perfeitamente homogeneiza<strong>do</strong>. Caso a àgua<br />
seja incorporada ao milho moí<strong>do</strong> por mistura não vigorosa, a hidratação <strong>do</strong> grão não é<br />
perfeita, e pode resultar em perda <strong>do</strong> ensila<strong>do</strong> por crescimento de fungos.<br />
Enfatizar a importância da incorporação perfeita da àgua ao milho moí<strong>do</strong> é<br />
importante. Distintamente da prática de aspergir inoculantes em silagens com o intuito de<br />
atuar positivamente sobre o processo fermentativo no silo, a quantidade de àgua necessária<br />
para trazer o teor de umidade <strong>do</strong> grão maduro para valores adequa<strong>do</strong>s à ensilagem é bem<br />
maior. Avaliamos a incorporação de àgua ao milho maduro para obter teores de umidade na<br />
silagem de 20, 30 ou 40% (Tabela 1). Os resulta<strong>do</strong>s sugerem, com base no pH final das<br />
silagens, que obter teores de umidade <strong>do</strong> ensila<strong>do</strong> acima de 30% da matéria natural foi<br />
adequa<strong>do</strong>. Com base nestes da<strong>do</strong>s a recomendação prática tem si<strong>do</strong> acrescentar de 250 a<br />
300 litros de àgua por tonelada de milho com teor de matéria seca original ao re<strong>do</strong>r de 12%.<br />
Tabela 1: Efeito <strong>do</strong> teor de umidade e de inoculante bacteriano sobre a silagem de grãos de<br />
milho colhi<strong>do</strong> em estágio maduro, <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> e ensila<strong>do</strong>.<br />
Reconstituição Inoculante Umidade<br />
(% da MN)<br />
Densidade<br />
(kg/m 3 )<br />
Perda<br />
(% da MS)<br />
pH N-NH3<br />
(% <strong>do</strong> N)<br />
20 Sim 20,5 835,5 0,5 4,25 0,09<br />
30 Sim 31,2 910,7 1,1 3,73 0,42<br />
40 Sim 41,5 972,5 1,2 3,69 0,62<br />
20 Não 21,1 840,3 1,9 5,35<br />
30 Não 31,7 914,7 1,8 3,98<br />
40 Não 40,9 973,2 1,7 3,80<br />
0,19<br />
0,60<br />
0,66<br />
A densidade <strong>do</strong> ensila<strong>do</strong> é de 900 a 1000 kg/m 3 quan<strong>do</strong> teores de umidade <strong>do</strong><br />
ensila<strong>do</strong> atingem mais de 30% da matéria natural (Tabela 1). Como a profundidade de<br />
desgarga de silagens deve ser de pelo menos 10-15 cm da face em silos tipo trincheira,<br />
visan<strong>do</strong> reduzir perdas por deterioração aeróbica durante o descarregamento, se recomenda<br />
que silos de grão <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> sejam menores que silos utiliza<strong>do</strong>s para ensilagens de planta<br />
inteira de milho, já que tanto a quantidade <strong>do</strong> alimento forneci<strong>do</strong> por vaca quanto a<br />
densidade da silagem são maiores no <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> (Figura 3).
Simultaneamente à avaliação <strong>do</strong> teor mais adequa<strong>do</strong> de umidade, foi avalia<strong>do</strong> o<br />
efeito da inoculação microbiana da silagem de grão <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> (Tabela 1). Os menores<br />
valores de perda de matéria seca e pH nas silagens inoculadas sugerem que o investimento<br />
neste tipo de produto é recomendável. Apesar da ensilagem ocorrer mesmo sem o uso <strong>do</strong><br />
inoculante, o alto valor financeiro por unidade <strong>do</strong> milho grão ensila<strong>do</strong>, comparativamente a<br />
uma silagem de planta inteira, faz com a prática de inoculação seja justificável, como forma<br />
de garantir um melhor perfil fermentativo e reduzir a perda de alimento durante a<br />
estocagem no silo.<br />
Um aspecto importante é o potencial de se obter ganho em digestibilidade <strong>do</strong> milho<br />
pela ensilagem. O ganho em digestibilidade induzi<strong>do</strong> pela ensilagem, proporcionalmente ao<br />
mesmo híbri<strong>do</strong> em estágio maduro finamente moí<strong>do</strong>, foi maior em milho duro <strong>do</strong> que em<br />
milho farináceo (Figura 3). Apesar de milho farináceo ter si<strong>do</strong> mais digestível que o milho<br />
duro, a digestibilidade <strong>do</strong> duro ensila<strong>do</strong> foi maior que a <strong>do</strong> farináceo finamente moí<strong>do</strong>. Este<br />
resulta<strong>do</strong> enfatiza o potencial da ensilagem de grãos como forma de atuar sobre a baixa<br />
digestibilidade <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> nos híbri<strong>do</strong>s de milho brasileiros. Quanto maior o tempo de<br />
estocagem, teoricamente maior é o efeito da ensilagem sobre a digestibilidade <strong>do</strong> ami<strong>do</strong>.<br />
Na prática, é recomendável manter qualquer milho ensila<strong>do</strong> por não menos que 3-4 meses<br />
até a abertura <strong>do</strong> silo, obviamente se o inventário de alimentos da fazenda permitir que este<br />
perío<strong>do</strong> de armazenamento seja respeita<strong>do</strong>. Em silagens de planta inteira, onde pode ocorrer<br />
a presença de grãos inteiros ou parcialmente danifica<strong>do</strong>s na silagem, o efeito <strong>do</strong> tempo de<br />
estocagem sobre a digestibilidade <strong>do</strong>s grãos pode ser facilmente avalia<strong>do</strong> pela resistência<br />
<strong>do</strong>s grãos a esmagamento manual ou pela observação visual da presença de grãos inteiros<br />
nas fezes <strong>do</strong>s animais.<br />
A ensilagem <strong>do</strong> milho, além de reduzir o teor de prolamina <strong>do</strong> en<strong>do</strong>sperma por<br />
degradação enzimática, também aumenta o teor de umidade <strong>do</strong> grão, o que pode reduzir o<br />
tempo entre a ingestão e o início da digestão no trato digestivo. Antes de ser<br />
enzimaticamente degrada<strong>do</strong>, partículas alimentares necessitam ser hidratadas no trato<br />
digestivo, o que é mensura<strong>do</strong> em nutrição como taxa de hidratação. Além da hidratação e<br />
da degradação enzimática de prolaminas, a possibilidade de usar moagem fina em milho<br />
maduro, algo não permissível em milho colhi<strong>do</strong> no estágio de linha negra, faz com que<br />
milho maduro <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> e ensila<strong>do</strong> induza resposta em digestão e desempenho animal
similar ao observa<strong>do</strong> com silagem de grão úmi<strong>do</strong>, mesmo com en<strong>do</strong>sperma menos vítreo no<br />
último, em decorrência da colheita em estágio de maturação mais precoce.<br />
Outro caminho para atuar positivamente sobre a digestibilidade de híbri<strong>do</strong>s duros<br />
seria o processamento térmico, como a floculação, a extrusão ou a laminação, a<strong>do</strong>tável<br />
desde que exista disponibilidade deste tipo de ingrediente a custo compatível. Nosso grupo<br />
de pesquisa avaliou o efeito da rehidratação e ensilagem de milho duro finamente moí<strong>do</strong> ou<br />
da extrusão sobre o desempenho de vacas leiteiras alimentadas com alto teor de polpa<br />
cítrica. Os tratamentos foram: milho finamente moí<strong>do</strong>, milho <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> e ensila<strong>do</strong>, ou<br />
milho extrusa<strong>do</strong>. Um híbri<strong>do</strong> de milho com textura dura <strong>do</strong> en<strong>do</strong>sperma foi colhi<strong>do</strong> em<br />
estágio maduro de maturação, moí<strong>do</strong> em peneira de 2 mm, e <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> e ensila<strong>do</strong> com<br />
inoculante microbiano. O perío<strong>do</strong> de ensilagem, compreendi<strong>do</strong> entre o fechamento <strong>do</strong> silo e<br />
a abertura realizada no primeiro dia <strong>do</strong> experimento, foi de 327 dias. O teor de umidade na<br />
silagem obtida foi de 43,7% da matéria natural. O mesmo híbri<strong>do</strong> foi moi<strong>do</strong> no mesmo<br />
moinho e com o mesmo tamanho de partícula no tratamento milho finamente moí<strong>do</strong>. Outra<br />
partida <strong>do</strong> mesmo híbri<strong>do</strong> foi extrusa<strong>do</strong> industrialmente. A composição média das dietas foi<br />
(% da matéria seca): Silagem de milho (41,5); farelo de soja (21,5), polpa cítrica (17,5),<br />
proteína bruta (17,3), fibra em detergente neutro (30,9). O teor dietético de milho ensila<strong>do</strong><br />
foi 16,7%, de moí<strong>do</strong> foi 17,4% e de extrusa<strong>do</strong> foi 17,7%. A produção de leite foi 33,3 kg/d.<br />
O milho extrusa<strong>do</strong> deprimiu a secreção de energia e de gordura no leite e a ingestão de<br />
matéria seca e tendeu a aumentar o teor de proteína <strong>do</strong> leite. Houve tendência de aumento<br />
na digestibilidade da matéria orgânica no tratamento com milho ensila<strong>do</strong>. Tanto a extrusão<br />
quanto a ensilagem tenderam a aumentar a relação entre a produção de leite e o consumo de<br />
matéria seca, resultan<strong>do</strong> portanto em ganho na eficiência alimentar.<br />
Projeto financia<strong>do</strong> pela Fapemig: CVZ 1945/06
Figura 1: Microscopia eletrônica de grânulos de ami<strong>do</strong> no en<strong>do</strong>sperma de milho farináceo<br />
(a) e de milho duro (b).<br />
a)<br />
b)
Figura 2: Canos adapta<strong>do</strong>s abaixo das facas <strong>do</strong> moinho para propiciar a hidratação perfeita<br />
<strong>do</strong> milho durante a moagem <strong>do</strong> grão maduro para ensilagem
Figura 3: Silo de grão <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> e ensila<strong>do</strong> enfatizan<strong>do</strong> a baixa altura adequada ao baixo<br />
volume de descarga diária de alimento. Fatias de no mínimo 15 cm devem ser retiradas a<br />
cada descarga.
Figura 4: Degradabilidade efetiva no rúmen (% da matéria seca <strong>do</strong> grão) de milho maduro<br />
com textura dura ou farinácea <strong>do</strong> en<strong>do</strong>sperma; moí<strong>do</strong> ou <strong>rehidrata<strong>do</strong></strong> e ensila<strong>do</strong>.