Destaque bio-bibliográfico - Câmara Municipal da Póvoa de Varzim
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Evocação <strong>da</strong> <strong>Póvoa</strong> <strong>de</strong> <strong>Varzim</strong><br />
[…]<br />
Entre as tais coisas que para mim são extremamente importantes, está o Comércio <strong>da</strong> <strong>Póvoa</strong>. Foi nas suas oficinas que contactei<br />
pela primeira vez tinha 5 anos quando a minha incipiente memória registou o facto com os chamados tipos. Meu pai era,<br />
à <strong>da</strong>ta (1935), encarregado <strong>da</strong> tipografia do Comércio o contacto ajudou-me a apren<strong>de</strong>r a ler e a escrever, <strong>de</strong> tal modo que, aos<br />
6 anos, quando fui frequentar umas aulas que o prof. Leopoldino Loureiro <strong>da</strong>va em sua casa, já eu navegava por entre os<br />
“sinaizinhos mágicos”; aos 7 anos fui para a 1.ª classe <strong>da</strong> Escola Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ferreira, no Largo <strong>da</strong>s Dores, on<strong>de</strong> o Prof. Loureiro<br />
me aturava (ou eu o aturava a ele…) e já lia bem a minha língua; aos 8/9 anos (1939) seguia atentamente a chama<strong>da</strong> 2.ª Guerra<br />
Mundial, pelos mapas que o Primeiro <strong>de</strong> Janeiro publicava e que o meu “tio” Armando (sapateiro na esquina <strong>da</strong> rua <strong>da</strong>s Hortas,<br />
na intersecção com a Aveni<strong>da</strong>, casado com uma <strong>da</strong>s primas directas <strong>da</strong> minha mãe), me emprestava, pois nós não dispúnhamos<br />
<strong>da</strong> c’roa para compra do jornal.<br />
Cheguei a ver o meu saudoso mestre (que não <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> ser, <strong>de</strong> vez em quando, um tanto bruto), <strong>de</strong> componedor na mão,<br />
a “escrever” alguns dos seus artigos para o jornal. O meu pai punha-me, eventualmente, quando o jornal saía (parece-me que<br />
à sexta-feira), atrás <strong>da</strong> malfa<strong>da</strong><strong>da</strong> Marinoni, <strong>de</strong> volante movimentado pela minha avó ou por uma sobrinha, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras escravas<br />
do século vinte, a “aparar” as folhas do jornal, para isso pondo-me um caixote por baixo, para que eu a elas pu<strong>de</strong>sse chegar.<br />
Pela primeira vez na minha ain<strong>da</strong> curta vi<strong>da</strong> senti que através <strong>da</strong>s folhas do jornal por mim mesmo manuseado havia laços fortes<br />
entre os seres, naquele caso entre mim, o meu pai, o Agonia Frasco, o prof. Loureiro, os “colaboradores”, os tipógrafos, os<br />
assinantes e por aí fora, inseridos todos em alguma coisa maior do que o meu beco (o Beco <strong>da</strong>s Hortas), uma coisa <strong>de</strong>finível<br />
como Vila <strong>da</strong> <strong>Póvoa</strong> <strong>de</strong> <strong>Varzim</strong>. […]<br />
Carta <strong>de</strong> Manuel Silva a Manuel Lopes em 17 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2004<br />
Manuel Silva na sua terra natal<br />
1983<br />
Assessoria técnica, <strong>de</strong> propagan<strong>da</strong> e <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> sistemas avançados <strong>de</strong> fotocomposição, a firmas<br />
representa<strong>da</strong>s na FILGRÁFICA <strong>de</strong> Lisboa<br />
1984<br />
Estágio na IMPRINTA, Dusseldorf, Alemanha visando estudo do equipamento SCANTEX, tecnologia <strong>de</strong> ponta para tratamento<br />
<strong>de</strong> texto<br />
1988<br />
Escreve o livro “A Propósito <strong>da</strong> Revisão Tipográfica…”, obra não edita<strong>da</strong><br />
1990<br />
Dá uma lição intitula<strong>da</strong> “Uma História <strong>da</strong> Letra”, na Escola Superior <strong>de</strong> Comunicação Social<br />
1991<br />
Cria um catálogo para a TRAMA Artes Gráficas, exemplar consi<strong>de</strong>rado significativo na história <strong>da</strong> tipografia portuguesa<br />
1991-1993<br />
Publica, até esta altura, 2 traduções e 8 originais <strong>de</strong> uma colecção <strong>de</strong> folhetos - catálogos sobre artes gráficas, tipografia<br />
e história <strong>da</strong> letra<br />
Estes documentos e o catálogo acima referido estão representados em bibliotecas internacionais<br />
1994-Maio<br />
Edita o 1º número <strong>da</strong> 2ª Série <strong>de</strong> Folhetos Espécime <strong>de</strong> Tipos intitulado “Joaquim Ibarra, Impressor”<br />
1994-Agosto<br />
Atribuição <strong>de</strong> subsídio <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Calouste Gulbenkian para estudo <strong>da</strong>s questões relativas aos caracteres antigos, ten<strong>de</strong>ntes<br />
à sua digitalização para serem utilizados como fontes digitais<br />
1994-1997<br />
Trabalha para Richard Ramer, livreiro <strong>de</strong> Nova Iorque, como responsável gráfico na impressão dos seus catálogos<br />
<strong>bibliográfico</strong>s exportados para os E.U.A.<br />
1995<br />
Inicia a recriação <strong>de</strong> fontes digitais a partir <strong>de</strong> tipos antigos tais como as fontes Andra<strong>de</strong>, estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre a obra <strong>de</strong><br />
Manuel Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Figueiredo calígrafo português do séc. XVIII<br />
1995-1996<br />
Finaliza a recriação <strong>da</strong> fonte “Rotun<strong>da</strong>: um semigótico redondo” e respectivos estudos teóricos sobre o tema<br />
1997<br />
Prepara e realiza os trabalhos gráficos inerentes à Exposição intitula<strong>da</strong> “A memória e o carácter I – “Rotun<strong>da</strong>: um semigótico<br />
redondo”, realiza<strong>da</strong> na Biblioteca <strong>Municipal</strong> Rocha Peixoto, <strong>Póvoa</strong> <strong>de</strong> <strong>Varzim</strong>, entre Outubro e Dezembro<br />
Neste âmbito organiza e apresenta conferências sobre o tema e sobre outros aspectos <strong>da</strong> história <strong>da</strong> letra e <strong>da</strong> tipografia<br />
1997-Agosto e Setembro<br />
Colabora com a revista GRAFpress que publica os seus artigos: “Gutenberg/prototipógrafo”; “Aloísio Senefel<strong>de</strong>r<br />
e a litografia”; “João Baskerville <strong>de</strong> Birmingham”; “Christophori Plantini/ Labore et Constantia”<br />
1998-Abril-27<br />
Participa na “Comemoração do Dia Internacional do Livro – Conferências Ibéricas”, apresentando uma comunicação<br />
intitula<strong>da</strong> “A Tipografia em Portugal”, na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Belas Artes, Porto<br />
1999<br />
É professor em cursos <strong>de</strong> formação profissional <strong>da</strong> disciplina <strong>de</strong> História <strong>da</strong> Tipografia, na “Alquimia <strong>da</strong> Cor”, Porto<br />
2000-2002<br />
Cria 6 fontes digitais J. Ventura<br />
2003<br />
Cria a fonte Fontanela e 3 fontes Tialira<br />
2003-Abril<br />
Prepara e realiza os trabalhos gráficos inerentes à Exposição: “A memória e o carácter – II: Exposição <strong>de</strong> Caracteres<br />
Romanos criados no início do século XVIII pelo calígrafo português M. Andra<strong>de</strong> Figueiredo”, que <strong>de</strong>corre na Casa <strong>da</strong><br />
Cultura <strong>da</strong> Terceira, Açores. Sobre o tema realiza uma conferência<br />
2004<br />
Cria 6 fontes digitais MBarata e 8 fontes JVilleneuve<br />
2005<br />
Cria 4 fontes digitais Elzevir<br />
2006<br />
Cria 4 fontes digitais Lusía<strong>da</strong>s<br />
2007-2008<br />
Trabalha no livro “A memória e o carácter - 500 anos <strong>de</strong> tipografia e caligrafia” sua última obra (ain<strong>da</strong> inédita)<br />
2008-Maio-16<br />
Falecimento em Lisboa