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Atletismo O LANÇAMENTO DO DARDO A história do ... - ADECT

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O <strong>LANÇAMENTO</strong> <strong>DO</strong> DAR<strong>DO</strong><br />

<strong>Atletismo</strong><br />

A <strong>história</strong> <strong>do</strong> lançamento <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>, pode ter sua origem na pré-<strong>história</strong>. Emprega<strong>do</strong>,<br />

inicialmente na caça e, posteriormente na guerra, como arma de combate.<br />

É uma das provas mais antigas <strong>do</strong> atletismo, sen<strong>do</strong> disputada nos Jogos Olímpicos da<br />

Velha Grécia.<br />

Nos Jogos Olímpicos da era moderna, a primeira menção que se tem <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> data de<br />

1886, quan<strong>do</strong> o sueco A. Wiger estabeleceu o primeiro recorde mundial, com a marca de<br />

33.81 metros.<br />

Como esporte internacional seu aparecimento se verificou em 1906, durante os Jogos<br />

Olímpicos de Atenas, onde outro sueco, Eric Kleinning, saiu vence<strong>do</strong>r, com 53,89 metros.<br />

Dentro deste pre<strong>do</strong>mínio passou para os finlandeses, com o surgimento de verdadeiros<br />

campeões, como Eino Pentila e Matti Jarvineu.<br />

Bud Helder foi o primeiro norte americano a estabelecer um recorde mundial, em 1953,<br />

com 80,41 metros.<br />

Ele e seu irmão Dicck em 1952 desenharam um dar<strong>do</strong> com 27% de comprimento a<br />

mais, com relação ao sueco, o qual dava um maior deslizamento.<br />

O vence<strong>do</strong>r olímpico de 1976, húngaro M. Nemeth, obteve a marca de 94,58 metros<br />

(notável em relação aos primeiros recordes) após a normalização <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>.<br />

Hoje também os soviéticos se destacam, além <strong>do</strong>s americanos. Tanto isto é verdade<br />

que o dar<strong>do</strong> foi lança<strong>do</strong> por um russo há mais de 104,00 metros, um feito realmente fantástico<br />

ainda mais consideran<strong>do</strong>-se que marca <strong>do</strong>s 100 metros não seria atingida ainda neste século.<br />

Isto porém trouxe um problema: o perigo que o dar<strong>do</strong> poderia oferecer, devi<strong>do</strong> a demanda de<br />

espaço cada vez mais crescente.<br />

Desta forma, um novo dar<strong>do</strong> foi desenha<strong>do</strong> com uma aerodinâmica que lhe permite<br />

descer mais rápi<strong>do</strong>, atingin<strong>do</strong> obviamente uma distância menor com relação ao antigo.<br />

A TÉCNICA <strong>DO</strong> <strong>LANÇAMENTO</strong> <strong>DO</strong> DAR<strong>DO</strong><br />

Como nas demais provas de campo, a ação total <strong>do</strong> arremesso deve ser realizada como<br />

uma só unidade, que precisa ser ensinada o mais ce<strong>do</strong> possível. Não obstante, a natureza <strong>do</strong><br />

arremesso admite que se enfoque passo por passo, o que permite ganhar tempo. Os detalhes<br />

<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> podem ser dividi<strong>do</strong>s em fases técnicas e descritas da seguinte maneira.<br />

A) EMPUNHADURA: A empunhadura ou pega, é a maneira correta de segurar o dar<strong>do</strong>. É<br />

feita na extremidade posterior <strong>do</strong> encor<strong>do</strong>amento, o que possibilita no lançamento uma<br />

transposição favorável da força atrás <strong>do</strong> centro de gravidade, enquanto que <strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s<br />

encontraram uma melhor resistência e apoio. Existe três tipos de empunhaduras mais<br />

comuns: 1 - Finlandesas, nesta, o polegar e as duas primeiras articulações <strong>do</strong> de<strong>do</strong>


médio encontram-se atrás <strong>do</strong> encor<strong>do</strong>amento. O indica<strong>do</strong>r fica estendi<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong><br />

dar<strong>do</strong>, na sua parte de baixo.<br />

2 - Empunhadura Americana, o polegar e o indica<strong>do</strong>r é que pressionam o dar<strong>do</strong>, atrás<br />

<strong>do</strong> encor<strong>do</strong>amento, enquanto que os demais de<strong>do</strong>s o envolvem.<br />

3 - Empunhadura em "V" ou tenaz, onde o dar<strong>do</strong> é seguro entre o de<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r o<br />

médio<br />

B) CORRIDA DE APROXIMAÇÃO: A 1ª parte, chamada de corrida de aproximação, abrange<br />

cerca de 2/3 da distância total, é uma corrida de aceleração progressiva e retilínea, que<br />

vai levar o atleta a uma velocidade ótima. Pode ter, conforme o atleta, de 7 a 13 passos:<br />

O dar<strong>do</strong> é transporta<strong>do</strong> à altura da testa, não importan<strong>do</strong> se a ponta está um pouco para<br />

cima ou para baixo. Este não é fixa<strong>do</strong> na perpendicular ao eixo <strong>do</strong>s ombros, mas sim<br />

com a ponta voltada um pouco para dentro, o que permite um recuo em linha reta com<br />

maior facilidade.<br />

O braço de lançamento move-se pouco, enquanto que o livre, trabalha ao ritmo da<br />

corrida.


C) CORRIDA PREPARATÓRIA: Ao atingir a marca intermediária, inicia-se a segunda parte<br />

da corrida, que podemos chamar de corrida preparatória (Fig. 10b). Esta parte da corrida<br />

é de fundamental importância, porque é dela que depende o maior ou menor sucesso <strong>do</strong><br />

lançamento, no aspecto técnico.<br />

Dos ritmos de passadas conhecidas nesta fase (três, cinco ou sete) vamos a<strong>do</strong>tar o<br />

segun<strong>do</strong>, por ser o mais emprega<strong>do</strong>. O início é delimita<strong>do</strong> pela marca intermediária, a<br />

qual é alcançada pela perna esquerda (para os atletas destros, o ritmo das cinco<br />

passadas é o seguinte: esquerda-direito-esquerda-direito-esquerda e lançamento).<br />

Esta fase é a preparação para o arremesso propriamente dito e compreende:<br />

Figura. 10<br />

1 - O recuo <strong>do</strong> implemento.<br />

O dar<strong>do</strong> inicia seu recuo logo após o atleta atingir a marca intermediária para se<br />

completar no terceiro passo.<br />

- Isto deve acontecer gradativamente e durante esse tempo, o tronco executa uma<br />

rotação para a direita, sen<strong>do</strong> que o braço é leva<strong>do</strong> atrás em alinhamento com o eixo <strong>do</strong>s<br />

ombros. A palma da mão encontra-se voltada para cima, no prolongamento <strong>do</strong>


antebraço. A corrida mantém-se no seu alinhamento, sen<strong>do</strong> que as pernas e o quadril<br />

continuam volta<strong>do</strong>s para a direção da corrida, o braço esquer<strong>do</strong> acompanhan<strong>do</strong> a<br />

rotação <strong>do</strong> tronco, vai para a frente <strong>do</strong> peito, ligeiramente flexiona<strong>do</strong>. (Figura 10b a 10e)<br />

2 - O passo impulsor<br />

Segun<strong>do</strong> as técnicas mais modernas, é necessário que o quarto passo seja rápi<strong>do</strong> e<br />

ativo, porém rasante.<br />

A perna esquerda impele o :corpo de mo<strong>do</strong> rasante na execução <strong>do</strong> quarto passo,<br />

evitan<strong>do</strong> que o centro de gravidade se eleve durante o contanto <strong>do</strong> pé direito, cuja perna<br />

é flexionada, ao receber o peso <strong>do</strong> corpo. Agora sim, o eixo <strong>do</strong>s quadris e o pé direito<br />

giram para o la<strong>do</strong> direito acompanhan<strong>do</strong> a rotação <strong>do</strong> tronco, já existente. É o chama<strong>do</strong><br />

passo cruza<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> de um apoio <strong>do</strong>s pés, com a perna esquerda à frente,<br />

terminan<strong>do</strong> assim a corrida e forman<strong>do</strong> a nova fase técnica que passamos a ver em<br />

seguida. (Figura 10f e 10g)<br />

D) POSIÇÃO DE <strong>LANÇAMENTO</strong>: A posição de lançamento verifica-se no momento em que<br />

ambas as pernas fizeram o contato com o solo, brecan<strong>do</strong> a corrida, o peso <strong>do</strong> corpo<br />

recai sobre a perna direita flexionada e o tronco inclina<strong>do</strong> para trás.<br />

O pé esquer<strong>do</strong> toca o solo, primeiro com o calcanhar, alguns centímetros para a<br />

esquerda da linha de direção <strong>do</strong> lançamento, com sua ponta ligeiramente voltada para<br />

dentro ou para frente.<br />

O braço direito e o dar<strong>do</strong> não mudam de posição durante o passo impulsor nem durante<br />

a posição de lançamento. Nesta fase, é importante que a mão esteja perfeitamente no<br />

prolongamento <strong>do</strong> antebraço e não poderá haver flexão absolutamente nenhuma <strong>do</strong><br />

pulso. (Figura 10g)<br />

E) <strong>LANÇAMENTO</strong> PROPRIAMENTE DITO: O lançamento começa com uma extensão para a<br />

frente e para cima da perna direita, pelas articulações <strong>do</strong> tornozelo e <strong>do</strong> joelho,<br />

conduzin<strong>do</strong> à frente o la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> quadril, enquanto que a perna esquerda, um pouco<br />

fletida, assentada primeiramente pelo calcanhar ten<strong>do</strong> primeiro uma ação de apoio e<br />

depois de elevação, bloqueia o la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> quadril.<br />

Desta forma, o tronco é impeli<strong>do</strong> para frente, originan<strong>do</strong> a tensão em arco, através da<br />

qual é possível o emprego da força de ambas as pernas, tronco e braço de lançamento.<br />

Primeiramente, a perna de apoio é levemente fletida e em seguida, fortemente esticada<br />

(ação de apoio e alavanca). A perna de trás desliza e no ato <strong>do</strong> lançamento, encontra-se<br />

apoiada pela ponta <strong>do</strong>s de<strong>do</strong>s, na sua lateral direita. O peso <strong>do</strong> corpo já passou da<br />

perna de trás para a perna da frente.<br />

Quan<strong>do</strong> o braço lança<strong>do</strong>r começa a atuar, é levantamento a nível da cabeça, aponta<strong>do</strong><br />

no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> lançamento, palma da mão para cima.<br />

Nesta altura o braço e antebraço estão em ângulo reto e o dar<strong>do</strong> já sofreu a ação <strong>do</strong>s<br />

quadris e da rotação <strong>do</strong> tronco.<br />

Exatamente no momento em que o la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> corpo ultrapassa o esquer<strong>do</strong>, o braço<br />

esquer<strong>do</strong> que se encontra fleti<strong>do</strong> na altura <strong>do</strong> peito, tem o seu movimento para trás<br />

bloquea<strong>do</strong>.


O lançamento tem lugar mais ou menos de saída de 31º a 36º. (Figura 10g a 10j)<br />

F) REVERSÃO: Não tem influência direta no resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> lançamento. Sua finalidade é brecar<br />

a velocidade <strong>do</strong> atleta e recuperar o equilíbrio, impedin<strong>do</strong> que ele transponha o limite<br />

regulamentar. Consiste depois de soltar o dar<strong>do</strong>, como num salto, inverter a posição das<br />

pernas, sen<strong>do</strong> que o pé direito deve assentar transversalmente à direção <strong>do</strong><br />

lançamento, com a perna fletida. O tronco deve inclinar-se para adiante, o que causará o<br />

abaixamento <strong>do</strong> centro de gravidade. A perna esquerda deve ser levantada e puxada<br />

para trás.<br />

Para tal, é necessária uma distância de 1,5 a 2 metros <strong>do</strong> arco. (figura 10i a 10m)<br />

CARACTERÍSTICAS <strong>DO</strong> LANÇA<strong>DO</strong>R DE DAR<strong>DO</strong><br />

Enquanto que o arremessa<strong>do</strong>r de peso necessita de força máxima, o lança<strong>do</strong>r de dar<strong>do</strong><br />

precisa, principalmente de desenvolver a força explosiva (força rápida). Ela é a qualidade<br />

física fundamental, decisiva para a eficácia <strong>do</strong> atleta nesta prova.<br />

A velocidade de um especialista <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> é importante, mas não pode ser avaliada<br />

exclusivamente nos 100 metros rasos. O que determina o resulta<strong>do</strong> é a capacidade <strong>do</strong> atleta<br />

acelerar nos primeiros 30 metros e obter a velocidade ótima.<br />

A agilidade, importante em todas as provas de lançamento, mas no dar<strong>do</strong> e no martelo,<br />

é maior.<br />

Como a primeira parte da corrida é um movimento cíclico e a segunda (ritmo <strong>do</strong>s cinco<br />

passos) é acíclica, há modificação <strong>do</strong> ritmo, o que exige <strong>do</strong> atleta um alto grau de agilidade.<br />

No lançamento <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>, a mobilidade é a capacidade de utilizar completamente os<br />

movimentos de articulações <strong>do</strong>s quadris e <strong>do</strong>s ombros.<br />

Das provas de lançamento, os especialistas <strong>do</strong> lançamento <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>, são os mais leves.<br />

A estatura também é menor, porém to<strong>do</strong>s estes atletas são <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de velocidade na<br />

aplicação da força e com boa agilidade e mobilidade. São estes atletas possui<strong>do</strong>res destas<br />

características físicas os que têm consegui<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s de nível mundial.<br />

O quadro abaixo mostra os valores médios de idade, estatura e peso <strong>do</strong>s seis melhores<br />

atletas <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>, nos Jogos Olímpicos de 1972.<br />

Masculino Feminino<br />

IDADE (anos) 26.6 23.3<br />

ESTATURA (m) 1.80 1.76<br />

PESO (kg) 89.9 69.0<br />

Prof. Ms. Jéferson Vianna (ufjf)<br />

Jeferson_vianna@uol.com.br<br />

Organiza<strong>do</strong>r WEB – Prof. Mestran<strong>do</strong> Vinicius Damasceno<br />

Vinicius-damasceno@bol.com.br

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