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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM FISIOLOGIA Material elaborado por ...

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<strong>CURSO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CAPACITAÇÃO</strong> <strong>EM</strong> <strong>FISIOLOGIA</strong><br />

<strong>Material</strong> <strong>elaborado</strong> <strong>por</strong> Enf.ª Thaís Soares Grilli<br />

INTRODUÇÃO A <strong>FISIOLOGIA</strong>/ Bases gerais de fisiologia humana<br />

1- ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DO CORPO HUMANO<br />

Fisiologia: do grego, physic- = natureza + logos = estudo, estudo da natureza. É a parte da<br />

ciência que estuda o funcionamento dos seres vivos. Assim, a fisiologia humana se dedica ao<br />

estudo do funcionamento dos diferentes sistemas que compõem o corpo humano.<br />

Os sistemas que vamos estudar são, <strong>por</strong> sua vez, constituídos desses órgãos e, em seu<br />

conjunto, formam o organismo. Torna-se evidente a im<strong>por</strong>tância de um perfeito funcionamento<br />

de todos os órgãos e sistemas do corpo para o que o organismo mantenha-se com saúde.<br />

Qualquer problema/limitação na atividade de um dos órgãos pode produzir alteração na sua<br />

respectiva função, comprometendo a desempenho do respectivo sistema e o estado de saúde do<br />

indivíduo.<br />

2- HOMEOSTASIA<br />

No humano sadio, muitas variáveis são ativamente mantidas dentro de estreitos limites<br />

fisiológicos. A lista das variáveis controladas é longa, incluindo a temperatura cor<strong>por</strong>al, a pressão<br />

sanguínea, a composição iônica do plasma sanguíneo, a concentração sanguínea de glicose, o teor<br />

sanguíneo de oxigênio e de dióxido de carbono, etc. A tendência à manutenção da constância<br />

relativa de determinadas variáveis, mesmo em presença de alterações ambientais significativas, é<br />

conhecida como homeostasia. Assim, podemos dizer que o termo homeostasia é usado para<br />

designar a manutenção das condições constantes do meio interno. Em essência, todos os órgãos e<br />

tecidos do corpo desempenham funções que ajudam a manter a homeostasia.<br />

O corpo é dotado de sistemas de controle que produzem o balanceamento necessário,<br />

sem os quais não conseguiríamos viver. A maior parte dos mecanismos fisiológicos de regulação<br />

do corpo atua <strong>por</strong> meio de feedback negativo ou retroalimentação negativa. Por exemplo: a<br />

elevação da pressão de dióxido de carbono no sangue causa aumento da ventilação pulmonar.<br />

Isso, <strong>por</strong> sua vez, provoca maior eliminação deste gás pelo organismo, reduzindo sua pressão no<br />

sangue. Observa-se que a resposta (diminuição da pressão de CO2) é contrária ao estímulo<br />

(aumento da presssão de CO2).<br />

3- SANGUE<br />

Volemia e hematócrito são relativos ao sangue.<br />

As funções do sangue: balanço iônico e osmótico, nutrição, excreção, trans<strong>por</strong>te de gases<br />

respiratórios, tamponamento (equilíbrio ácidobásico), defesa/proteção e trans<strong>por</strong>te de calor.<br />

3.1- H<strong>EM</strong>ATÓCRITO<br />

O volume total do sangue é a soma do volume celular mais o volume plasmático. A <strong>por</strong>ção<br />

celular é representada <strong>por</strong> 99% de hemácias, sendo o restante ocupado <strong>por</strong> leucócitos e<br />

plaquetas. Dependendo do número de células em suspensão e da composição do plasma, o<br />

sangue será mais ou menos viscoso.


Diz-se que a viscosidade sanguínea depende na maior parte do valor do hematócrito, ou<br />

seja, do percentual de hemácias, basicamente.<br />

O hematócrito varia:<br />

40-50% no homem adulto<br />

35-45% na mulher adulta<br />

35% na criança até 10 anos<br />

60% no recém-nascido<br />

3.2- VOL<strong>EM</strong>IA<br />

Volemia: volume total de sangue. O volume sanguíneo circulante é de cerca de 7-8% do<br />

peso cor<strong>por</strong>al. Exemplo: indivíduo de 80 kg - 6 kg de volume sanguíneo.<br />

Normovolemia: volume sanguíneo normal.<br />

Hipervolemia: volume sanguíneo acima do normal.<br />

Hipovolemia: volume sanguíneo abaixo do normal.<br />

3.3- PLASMA<br />

Muitas substâncias estão dissolvidas no plasma, incluindo eletrólitos, proteínas, lipídios,<br />

glicose, aminoácidos, vitaminas, hormônios, produtos nitrogenados finais do metabolismo (tais<br />

como uréia e ácido úrico), oxigênio, dióxido de carbônico, etc.<br />

As concentrações desses constituintes são influenciadas pela dieta, pelas demandas<br />

metabólicas e pelos níveis de hormônios e vitaminas.<br />

Proteínas: As proteínas constituem componentes im<strong>por</strong>tantes do plasma. No adulto<br />

atingem uma concentração plasmática de 6,5 a 7%. Quimicamente podem ser diferenciadas em<br />

três grandes tipos: albumina, globulinas e fibrinogênio.<br />

Albumina: proteína de menor peso molecular e de maior concentração no plasma;<br />

sintetizada no fígado.<br />

Globulina: segundo tipo mais abundante no plasma, sintetizadas no fígado e no sistema<br />

macrofágico; enquadram-se nesse tipo, as imunoglobulinas.<br />

Fibrinogênio: proteína de alto peso molecular, sintetizada no fígado; fundamental para a<br />

coagulação sanguínea;<br />

3.4- ORIG<strong>EM</strong> DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS<br />

A <strong>por</strong>ção celular do sangue é composta de eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos),<br />

leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (trombócitos). Constituem três linhagens ou séries<br />

diferentes de células que se originam, entretanto, de uma célula-mãe única, denominada célula<br />

pluripotente ou totipotente ou também denominada célula-tronco.<br />

A hemopoiese (formação de células sanguíneas) começa na medula óssea em torno da 20ª<br />

semana de vida fetal. Este processo que está constantemente produzindo células sanguíneas para<br />

serem lançadas no sangue, exceto no início da vida embrionária (até a 20ª semana de gestação),<br />

quando as células sanguíneas são produzidas principalmente pelo fígado e, em menor grau, pelo<br />

baço.<br />

No período pré-natal e ao nascer, há medula óssea formadora de células sanguíneas em<br />

quase todos os ossos. No adulto, a medula óssea formadora de células sanguíneas se localiza nos


ossos esponjosos como esterno, ossos ilíacos e costelas; no adulto jovem, pode ser encontrada<br />

também nas pontas proximais do fêmur e do úmero.<br />

A medula óssea funcionante, produtora de células, é muito vascularizada e <strong>por</strong> isso tem a<br />

cor vermelho-escura ("medula vermelha"). À medida que deixa de ser ativa, vai se tornando<br />

amarela, rica em células gordurosas ("medula amarela").<br />

A produção de células sanguíneas (leucócitos, hemácias e plaquetas) é regulada com<br />

grande precisão nos indivíduos saudáveis, <strong>por</strong> fatores de crescimento hormonais que causam a<br />

proliferação e amadurecimento de uma ou mais das linhagens celulares comprometidas.<br />

O hormônio eritropoietina é formado principalmente <strong>por</strong> células renais e, em menor<br />

parte, <strong>por</strong> células do fígado. A produção de eritropoietina é estimulada sempre que a oxigenação<br />

tecidual diminui. Assim, qualquer condição que cause a diminuição da quantidade de oxigênio<br />

trans<strong>por</strong>tada para os tecidos (hipoxia), produzirá aumento na quantidade de eritropoetina, a qual<br />

causará o aumento na produção e quantidade de hemácias circulantes, para restabelecer o<br />

trans<strong>por</strong>te e oferecimento de oxigênio aos tecidos.<br />

3.5- H<strong>EM</strong>ÁCIAS/ERITRÓCITOS/GLOBULOS VERMELHOS<br />

O número médio de hemácias no sangue é de 4,7 milhões/mm3 na mulher e 5,2 milhões<br />

/mm3 no homem.<br />

Funções: A principal função das hemácias consiste em trans<strong>por</strong>tar a hemoglobina, que <strong>por</strong><br />

sua vez, conduz o oxigênio dos pulmões para os tecidos e gás carbônico dos tecidos aos pulmões;<br />

A hemoglobina também é um excelente tampão ácido-básico, e desse modo, as hemácias são<br />

responsáveis pela maior parte, do poder tampão de todo o sangue;<br />

A coloração vermelha devido à presença, em seu citoplasma, de grande quantidade de<br />

hemoglobina, que é responsável pelo trans<strong>por</strong>te de oxigênio no sangue. As hemácias são células<br />

anucleadas, em forma de discos bicôncavos, bastante maleáveis, podendo passar através de<br />

capilares sanguíneos bastante finos sem que ocorra o rompimento da própria membrana celular.<br />

Para que ocorra uma produção normal de hemoglobina, é necessário o íon ferro no estado<br />

ferroso. Na falta deste íon, a produção de hemoglobina será comprometida afetando o trans<strong>por</strong>te<br />

de oxigênio no sangue. A quantidade total de ferro no organismo é, em média, de 4 a 5g, dos quais<br />

65% aproximadamente estão sob a forma de hemoglobina.<br />

Devido a grande im<strong>por</strong>tância do íon ferro na produção de hemoglobina e devido à<br />

im<strong>por</strong>tância da hemoglobina no trans<strong>por</strong>te de oxigênio no sangue, existe um sistema im<strong>por</strong>tante,<br />

para trans<strong>por</strong>te e armazenamento do ferro em nosso organismo: o ferro, logo após ser absorvido<br />

na parede intestino delgado, se liga a uma proteína presente no plasma, denominada transferrina,<br />

a qual o trans<strong>por</strong>ta na corrente sanguínea. O ferro também permanece durante semanas a meses,<br />

armazenado em nossos tecidos, na forma de ferritina. Para se transformar em ferritina o ferro se<br />

liga a moléculas presentes, principalmente no fígado, chamadas de apoferritina. Esse ferro<br />

armazenado como ferritina é chamado ferro de depósito.<br />

Devido às necessidades contínuas de reposição de hemácias, as células da medula óssea<br />

estão entre aquelas que mais rapidamente crescem e proliferam. A maturação e velocidade de<br />

produção são afetadas pelo estado nutricional do indivíduo.<br />

Há duas vitaminas especialmente im<strong>por</strong>tantes para a produção normal de hemácias, a<br />

vitamina B12 e o ácido fólico.


Destruição das hemácias após os eritrócitos serem liberados pela medula óssea no sangue<br />

circulante, eles vivem cerca de 120 dias antes de serem destruídos. São removidos da corrente<br />

sanguínea pelos macrófagos do baço, medula óssea e fígado.<br />

3.6- LEUCÓCITOS/GLÓBULOS BRANCOS<br />

Os leucócitos são unidades móveis do sistema de proteção do organismo. São formados<br />

em parte na medula óssea (os neutrófilos, eosinófilos, basófilos - granulócitos- e monócitos) e, em<br />

parte, no tecido linfóide (linfócitos). Cada milímetro cúbico de sangue contém aproximadamente<br />

4.000 a 10.000 (média 6.000 a 8.000) leucócitos/mm3 de sangue.<br />

Função: Estas células conferem imunidade e resistência ao organismo humano contra<br />

infecções.<br />

Os linfócitos constituem parte do nosso sistema imunológico.<br />

Os granulócitos e monócitos protegem o organismo contra os organismos invasores,<br />

principalmente <strong>por</strong> fagocitose.<br />

Os eosinófilos são fagócitos fracos, de im<strong>por</strong>tância significativa na proteção contra os<br />

tipos comuns de infecção (parasitárias, reações alérgicas e processos inflamatórios locais).<br />

Os basófilos se assemelham aos mastócitos; contêm histamina (vasodilatador) e heparina<br />

(anticoagulante).<br />

Os monócitos e os macrófagos formam um im<strong>por</strong>tante sistema de defesa de nossos<br />

tecidos contra agentes estranhos, especialmente naquelas áreas onde grandes<br />

quantidades de partículas, toxinas e outras substâncias indesejáveis que devem ser<br />

destruídas.<br />

Os neutrófilos são células maduras que podem atacar e destruir bactérias e vírus.<br />

Os monócitos entram no sangue, provenientes da medula óssea e circulam durante cerca<br />

de 72 horas. Então, entram nos tecidos e se tornam macrófagos teciduais.<br />

3.7- PLAQUETAS<br />

São fragmentos celulares originados de uma célula denominada megacariócito.<br />

No sangue, as plaquetas são encontradas na concentração de 200.000-400.000/mm3 de<br />

sangue. Entre 60 e 75% das plaquetas liberadas da medula óssea, passam para o sangue circulante<br />

e o restante fica, sobretudo, no baço.<br />

As funções das plaquetas estão relacionadas com a hemostasia. Os trombócitos são<br />

componentes fundamentais na prevenção da perda de sangue. Liberam substâncias<br />

vasoconstritoras que provocarão o espasmo vascular reduzindo o fluxo sanguíneo local e<br />

consequentemente a perda; Formam um tampão plaquetário a partir da agregação plaquetária: as<br />

plaquetas em contato com as fibras colágenas do vaso lesado, são ativadas de forma que tendem<br />

a se agregar até constituírem um tampão de plaquetas; Participam ativamente da cascata de<br />

ativação de fatores de coagulação que culmina na formação de um coágulo de sangue;


4- SIST<strong>EM</strong>A RESPIRATÓRIO<br />

FUNÇÕES: captação de O2 da atmosfera e fornecimento deste gás ao sangue, remoção do<br />

CO2 do sangue e eliminação deste gás na atmosfera, participação na manutenção do pH, funções<br />

bioquímicas, fonação, etc.<br />

Durante a inspiração e expiração, o ar passa <strong>por</strong> diversos e diferentes segmentos que<br />

fazem parte do aparelho respiratório:<br />

Nariz: é o primeiro segmento <strong>por</strong> onde, de preferência, passa o ar durante a inspiração. Ao<br />

passar pelo nariz, o ar é filtrado, umidificado e aquecido. Na impossibilidade eventual da<br />

passagem do ar pelo nariz, tal passagem pode acontecer pela boca.<br />

Faringe: após a passagem pelo nariz, antes de atingir a laringe, o ar deve passar pela<br />

faringe, segmento que também serve de passagem para os alimentos.<br />

Laringe: normalmente permite apenas a passagem de ar. Durante a deglutição de algum<br />

alimento, uma pequena membrana (epiglote) obstrui a abertura da laringe, o que dificulta<br />

a passagem fragmentos, que não sejam ar, para as vias respiratórias inferiores. Na laringe<br />

localizam-se também as cordas vocais, responsáveis para produção de nossa voz.<br />

Traquéia: pequeno tubo cartilaginoso que liga as vias respiratórias superiores às inferiores.<br />

Brônquios e bronquíolos: são numerosos e ramificam-se também numerosamente, como<br />

galhos de árvore. Permitem a passagem do ar em direção aos alvéolos. Os bronquíolos são<br />

mais delgados, estão entre os brônquios e os sacos alveolares, de onde saem os alvéolos.<br />

Por toda a mucosa respiratória, desde o nariz até os bronquíolos, existem numerosas<br />

células ciliadas, com cílios móveis, e grande produção de muco. Tudo isso ajuda bastante<br />

na constante limpeza do ar que flui através das vias respiratórias. A adrenalina causa<br />

broncodilatação.<br />

Alvéolos: os alvéolos apresentam certa tendência ao colabamento. Tal colabamento<br />

somente não ocorre normalmente devido à pressão mais negativa presente no espaço<br />

pleural, o que força os pulmões a se manterem expandidos e, pela presença do<br />

surfactante, que diminui a tensão superficial nos alvéolos. O grande fator responsável pela<br />

tendência de colabamento dos alvéolos é um fenômeno chamado tensão superficial, a<br />

qual é minimizada pela presença de uma substância chamada surfactante pulmonar. O<br />

cortisol (hormônio) tem efeito estimulador sobre a produção de surfactante. A grande<br />

im<strong>por</strong>tância do surfactante pulmonar é sua capacidade de reduzir significativamente a<br />

tensão superficial dos líquidos que revestem o interior dos alvéolos e demais vias<br />

respiratórias, facilitando a respiração.<br />

4.1- VOLUMES E CAPACIDA<strong>DE</strong>S PULMONARES<br />

A cada ciclo respiratório que executamos, certo volume de ar é movimentado para dentro<br />

e para fora do aparelho respiratório durante uma inspiração e uma expiração, respectivamente.<br />

Na condição de repouso, em um adulto, aproximadamente 500 ml de ar entram e saem<br />

espontaneamente, a cada ciclo respiratório. Este volume de ar, que inspiramos e expiramos<br />

espontaneamente a cada ciclo, corresponde ao que chamamos de Volume Corrente.<br />

Além do volume corrente, podemos inalar um volume adicional de ar durante uma<br />

inspiração forçada e profunda. Tal volume é chamado de Volume de Reserva Inspiratório e<br />

corresponde a, aproximadamente, 3.000 ml de ar.


Da mesma forma, podemos expirar um volume maior de ar do que o valor expirado<br />

espontaneamente, o qual denominamos de Volume de Reserva Expiratório e corresponde a<br />

aproximadamente 1.100 ml. Mesmo após uma expiração profunda, um considerável volume de ar<br />

ainda permanece no interior de nossas vias aéreas e de nossos alvéolos. Trata-se do Volume<br />

Residual, de aproximadamente 1.200 ml.<br />

O Volume de Reserva Inspiratório somado ao Volume Corrente corresponde ao que<br />

chamamos de Capacidade Inspiratória (cerca de 3.500 ml). O Volume de Reserva Expiratório<br />

somado ao Volume Residual corresponde ao que chamamos de Capacidade Residual Funcional<br />

(cerca de 2.300 ml). O Volume de Reserva Inspiratório somado ao Volume Corrente mais o Volume<br />

de Reserva Expiratório corresponde à Capacidade Vital (cerca de 4.600 ml). Finalmente, a soma<br />

dos Volumes Corrente, de Reserva Inspiratório, de Reserva Expiratório mais o Volume Residual,<br />

corresponde à nossa Capacidade Pulmonar Total (cerca de 5.800 ml).<br />

4.2- VENTILAÇÃO PULMONAR<br />

Nossas células necessitam de um suprimento contínuo de oxigênio para que, no processo<br />

químico de respiração celular, possam gerar a energia necessária para seu perfeito funcionamento<br />

e produção de trabalho. O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera e para captá-lo<br />

necessitamos de nosso aparelho respiratório, através do qual este gás atinge a corrente<br />

sanguínea, pela qual é trans<strong>por</strong>tado até as células. As células liberam gás carbônico que, após ser<br />

trans<strong>por</strong>tado pela mesma corrente sanguínea, é eliminado na atmosfera também pelo mesmo<br />

aparelho respiratório.<br />

Para que seja possível uma adequada difusão de gases através da membrana respiratória é<br />

necessário um processo constante de ventilação pulmonar. A ventilação pulmonar consiste numa<br />

renovação contínua do ar presente no interior dos alvéolos, produzida pelos movimentos<br />

respiratórios (inspiratórios e expiratórios) que pro<strong>por</strong>cionam insuflação e desinsuflação de todos<br />

ou quase todos os alvéolos.<br />

Durante a inspiração, ocorre a expansão pulmonar e da caixa torácica, com diminuição da<br />

pressão alveolar e intra-pleural (em relação a pressão atmosférica) e assim, um determinado<br />

volume de ar atmosférico é inalado pelo aparelho respiratório. A expansão dos pulmões e a caixa<br />

torácica é produzida pelo levantamento das costelas com projeção do osso esterno para frente, e<br />

pelo movimento descendente do diafragma em direção a cavidade abdominal; isto tudo em<br />

função da contração de músculos intercostais externos e diafragma.<br />

Durante a expiração, ocorre a retração pulmonar e da caixa torácica, com aumento da<br />

pressão alveolar e intra-pleural (em relação a pressão atmosférica) e assim, um determinado<br />

volume de ar é eliminada dos pulmões. Para retrairmos os pulmões e a caixa torácica é preciso<br />

que ocorra o rebaixamento das costelas e relaxamento do diafragma; isto acontece graças ao<br />

relaxamento natural dos músculos inspiratórios. Em algumas situações, como durante atividade<br />

física, necessitamos de uma expiração mais intensa e, para que isso ocorra, podemos necessitar<br />

também de músculos expiratórios que, ao se contrair promovem maior retração da caixa torácica<br />

e pressão das vísceras abdominais contra o diafragma, causando a saída adicional de ar do sistema<br />

respiratório para o ar atmosférico.<br />

Assim, em condições de repouso, a contração dos músculos inspiratórios produz a<br />

inspiração e o relaxamento dos mesmos músculos produz a expiração.


Na INSPIRAÇÃO: entrada do ar no sistema respiratório; movimento ativo produzido pela<br />

contração de músculos respiratórios inspiratórios, entre os quais destacam-se o diafragma e os<br />

intercostais externos. Tem duração de 2 segundos.<br />

Na EXPIRAÇÃO: saída do ar do sistema respiratório; tem duração de 3 segundos. - em<br />

repouso: ocorre movimento passivo, produzido pelo relaxamento dos músculos respiratórios<br />

inspiratórios; - quando forçada ou em exercício: além do relaxamento dos músculos inspiratórios,<br />

ocorre a contração de músculos respiratórios expiratórios, destacando-se os músculos da parede<br />

abdominal e os intercostais internos.<br />

Se considerarmos que cada ciclo respiratório (inspiração e expiração) tem duração<br />

aproximada de 5 segundos, podemos concluir que durante um minuto realizamos 12 ciclos<br />

respiratórios, ou seja, apresentamos uma freqüência respiratória de 12 mrpm. O indivíduo adulto,<br />

em condições de repouso, apresenta normalmente uma frequência respiratória de 12 a 18 mrpm.<br />

4.3- TROCAS GASOSAS<br />

A passagem dos gases através da barreira alvéolo-capilar (membrana respiratória),<br />

acontece <strong>por</strong> difusão simples:<br />

O2: difunde-se do alvéolo para sangue<br />

CO2:difunde-se do sangue para alvéolo<br />

Se houver redução na área de trocas, aumento na espessura da membrana respiratória e<br />

diminuição do gradiente de pressão, haverá uma redução no processo de trocas, comprometendo<br />

a oxigenação do sangue e a eliminação do gás carbônico.<br />

4.4- REGULAÇÃO DO pH<br />

A participação do sistema respiratório na manutenção do pH sanguínea se dá em função<br />

da eliminação do CO2, pois, o aumento da ventilação produz maior eliminação CO2, o que produz<br />

menor concentração de CO2 no sangue e, consequentemente aumenta o pH sanguíneo (alcalose<br />

respiratória); a diminuição da ventilação produz menor eliminação CO2 , o que aumenta a pressão<br />

de CO2 no sangue e, consequentemente diminui o pH (acidose respiratória).<br />

4.5- REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO<br />

Controle neural da respiração:<br />

Voluntário: localiza-se no córtex cerebral (impulsos nervosos transmitidos <strong>por</strong> neurônios<br />

motores para os músculos respiratórios).<br />

Automático: localiza-se no tronco encefálico (ponte e bulbo).<br />

No tronco cerebral, na base do cérebro, possuímos um conjunto de neurônios<br />

encarregados de controlar a cada instante a nossa respiração. Trata-se do CENTRO RESPIRATÓRIO.<br />

O Centro Respiratório é dividido em várias áreas ou zonas com funções específicas cada uma:<br />

Zona inspiratória: é a zona responsável <strong>por</strong> nossa inspiração. Apresenta células<br />

autoexcitáveis que, a cada 5 segundos aproximadamente, se excitam e fazem com que,<br />

durante aproximadamente 2 segundos, nós inspiremos. Desta zona parte um conjunto de<br />

fibras nervosas (via inspiratória) que descem através da medula espinhal e, se dirigem aos<br />

diversos neurônios motores responsáveis pelo controle e excitação dos músculos<br />

inspiratórios, excitando-os e assim provocando sua contração.<br />

Zona expiratória: quando ativada, emite impulsos que descem através de uma via<br />

expiratória e que se dirige aos diversos neurônios motores responsáveis pelo controle e


excitação dos nossos músculos da expiração. Durante uma respiração em repouso a zona<br />

expiratória permanece constantemente em repouso, mesmo durante a expiração. Em<br />

repouso não necessitamos utilizar nossos músculos expiratórios, apenas relaxamos os<br />

músculos da inspiração e a expiração acontece passivamente.<br />

Centro pneumotáxico: constantemente em atividade, tem como função principal inibir (ou<br />

limitar) a inspiração. Emite impulsos inibitórios à zona inspiratória e, dessa forma, limita a<br />

duração da inspiração. Portanto, quando em atividade aumentada, a inspiração torna-se<br />

mais curta e a FR aumenta.<br />

A hipóxia (baixa pressão de oxigênio no sangue) também excita o centro respiratório, mas<br />

de uma outra maneira: quando a pressão de oxigênio no sangue se torna mais baixa do que a<br />

desejável, ou seja, a pressão de gás carbônico no sangue aumenta, receptores da artéria aorta são<br />

mais intensamente excitados e enviam sinas ao centro respiratório, aumentando a ventilação<br />

pulmonar.<br />

Assim, normalmente, as alterações ocorridas na pressão dos gases e no pH poderão ser<br />

corrigidas e seus valores no sangue serão mantidos normais e dentro de limites fisiológicos.<br />

5- SIST<strong>EM</strong>A CARDIOVASCULAR<br />

5.1- O CORAÇÃO<br />

O coração é composto de quatro cavidades, os átrios direito e esquerdo e os ventrículos<br />

direito e esquerdo. Este órgão tem como função a ejeção de sangue na circulação pulmonar e<br />

sistêmica e é responsável <strong>por</strong> gerar a força que produz o movimento do sangue através do sistema<br />

circulatório.<br />

As paredes atriais e ventriculares são constituídas de fibras musculares estriadas, as quais<br />

se contraem de forma semelhante as fibras musculares esqueléticas, ou seja, encurtamento dos<br />

sarcômeros (unidades contráteis), causado pelo mecanismo de deslizamento dos filamentos de<br />

actina e miosina.<br />

O potencial de ação, que causa a excitação das fibras musculares cardíacas, é produzido<br />

pela abertura de dois tipos de canais, os canais de sódio e de cálcio (mais lentos); nestas fibras,<br />

<strong>por</strong>tanto, a despolarização é produzida pelo influxo de sódio e de cálcio. Assim, na ausência de<br />

sódio o coração não é excitável e não bate, <strong>por</strong>que o potencial de ação (despolarização) das fibras<br />

miocárdicas depende do sódio extracelular. A retirada do cálcio do líquido extracelular diminui a<br />

força contrátil e acaba <strong>por</strong> causar parada cardíaca (em diástole), enquanto que, o aumento da<br />

concentração extracelular de cálcio aumenta a força contrátil, mas, concentração muito elevada<br />

de cálcio provoca parada cardíaca (em sístole).<br />

O excesso de potássio no líquido extracelular faz o coração ficar extremamente dilatado e<br />

flácido e lentifica a frequência cardíaca, pois uma concentração elevada de potássio no líquido<br />

extracelular causa uma diminuição do potencial de membrana em repouso nas fibras musculares<br />

cardíacas, o que diminui a intensidade do potencial de ação. Além das fibras musculares atriais e<br />

ventriculares, o coração apresenta as fibras excitatórias e condutoras, que são capazes de gerar<br />

espontaneamente os potencias de ação ou denominados impulsos cardíacos, que são<br />

responsáveis pela estimulação das fibras musculares dos átrios e ventrículos. Portanto, o coração<br />

é auto-excitável, ou seja, apresenta a propriedade de automatismo.


As células musculares cardíacas encontram-se ligadas em série umas às outras formando<br />

um sincício de maneira que, quando uma delas é estimulada o potencial de ação espalhase/dissemina-se<br />

<strong>por</strong> todas as outras, estimulando-as. O coração é constituído <strong>por</strong> dois sincícios: o<br />

atrial, que forma as paredes dos átrios e, o ventricular, que forma as paredes dos ventrículos. Os<br />

potenciais de ação do músculo cardíaco só podem ser conduzidos do sincício atrial para o<br />

ventricular através do sistema especializado do coração.<br />

5.1.1- Excitação rítmica do coração:<br />

O coração é provido de um sistema especializado para a geração de impulsos rítmicos e<br />

para a condução rápida desses impulsos <strong>por</strong> todo o coração, o que lhe confere as propriedade de<br />

automatismo e ritmicidade.<br />

No nodo sinoatrial, ou sinusal, é onde é gerado o impulso cardíaco. Cada impulso gerado<br />

no nodo SA espalha-se <strong>por</strong> todo o músculo cardíaco e produz sua contração (batimento).<br />

Considerado o marcapasso cardíaco. Sua frequência de descarga é de 70 a 80 impulsos cardíacos<br />

<strong>por</strong> minuto, determinando uma frequência de 70 a 80 contrações cardíacas <strong>por</strong> minuto, ou seja,<br />

70-80 batimentos <strong>por</strong> minuto (bpm) no indivíduo adulto jovem, na condição de repouso.<br />

5.1.2- Ciclo cardíaco:<br />

Os eventos cardíacos que ocorrem do início de cada batimento até o começo do seguinte<br />

compõem o chamado ciclo cardíaco. Cada ciclo é desencadeado pela geração espontânea de um<br />

potencial de ação. Todo o ciclo cardíaco apresenta duas fases: uma fase de sístole, período de<br />

contração muscular no qual ocorre bombeamento de sangue e uma fase de diástole, período de<br />

relaxamento muscular durante o qual as câmaras cardíacas se enchem de sangue.<br />

Durante a sístole ventricular, grande quantidade de sangue acumula-se nos átrios, pois as<br />

válvulas atrioventriculares (AV), tricúspide e mitral, estão fechadas. Quando termina a sístole<br />

ventricular, as válvulas AV se abrem permitindo que o sangue flua dos átrios para os ventrículos,<br />

enchendo-os de sangue. Antes do final da diástole ventricular ocorre a sístole atrial, bombeando<br />

uma quantidade adicional de sangue para os ventrículos, aumentado a pressão no interior destes,<br />

fazendo com que as válvulas AV se fechem novamente impedindo o refluxo de sangue dos<br />

ventrículos para os átrios; tem início novamente a sístole ventricular (momento de diástole atrial).<br />

Quando a pressão no interior dos ventrículos for suficientemente intensa para forçar as<br />

válvulas aórtica e pulmonar abrindo-as, ocorre o bombeamento de sangue, ou seja, a ejeção de<br />

sangue dos ventrículos para as artérias. É im<strong>por</strong>tante ressaltar que o enchimento ventricular<br />

acontece principalmente quando os ventrículos relaxam e o sangue, acumulado nos átrios, passa<br />

então, para as câmaras ventriculares.<br />

Débito ou volume sistólico: quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada sístole<br />

ventricular. O aumento da força de contração cardíaca provoca elevação do volume sistólico.<br />

Débito cardíaco: quantidade de sangue bombeada pelo coração, <strong>por</strong> minuto. É<br />

determinado pela frequência cardíaca e pelo volume sistólico;<br />

DC= FC x VS ⇒ Ex.: DC= 70bpmx70ml ⇒ DC= 4.900ml/min<br />

Quando uma pessoa está em repouso o coração bombeia de 4 a 6 litros de sangue <strong>por</strong><br />

minuto; <strong>por</strong>ém, em algumas ocasiões, o coração pode bombear muito mais do que este volume de<br />

repouso.<br />

Retorno venoso: quantidade de sangue que retorna ao coração (AD) pelas veias.


5.1.3- Regulação do bombeamento cardíaco<br />

“ Dentro de limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que chega até ele, sem<br />

permitir acúmulo excessivo de sangue nas veias". Podemos dizer que, em condições fisiológicas, o<br />

débito cardíaco é aumentado ou diminuído conforme o volume de sangue que retorna ao coração.<br />

Um aumento do volume de sangue que retorna ao coração causa maior estiramento das<br />

paredes cardíacas, produzindo uma resposta contrátil mais vigorosa, ou seja, maior volume de<br />

sangue nas câmaras cardíacas provoca maior força de contração. Devemos lembrar que o<br />

aumento da força de contração causa aumento do volume sistólico.<br />

O controle da atividade cardíaca pelo sistema nervoso autônomo ocorre de duas formas:<br />

Efeito da estimulação simpática: a descarga simpática sobre o coração produz a liberação<br />

dos neurotransmissores noradrenalina e adrenalina. Estes neurotransmissores causam<br />

elevação da frequência cardíaca e da força de contração cardíaca, produzindo aumento da<br />

atividade cardíaca e maior débito cardíaco;<br />

Efeito da estimulação parassimpática: as fibras nervosas parassimpáticas liberam o<br />

neurotransmissor acetilcolina, o qual causa principalmente, a diminuição da frequência<br />

cardíaca e a lentificação da transmissão do impulso cardíaco, diminuindo a atividade<br />

cardíaca e a quantidade de sangue bombeada pelo coração.<br />

Efeito da adrenalina secretada pelas glândulas supra-renais: a descarga simpática sobre as<br />

glândulas supra-renais produz a liberação de adrenalina <strong>por</strong> estas glândulas, no sangue. Esse<br />

hormônio atinge o coração pela corrente sanguínea e provoca aumento da atividade cardíaca, ou<br />

seja, causa aumento da frequência e da força de contração cardíacas, elevando o débito cardíaco.<br />

Além das substâncias citadas acima, devemos lembrar que outros fatores podem alterar a<br />

atividade cardíaca, como <strong>por</strong> exemplo, a temperatura do corpo, a quantidade de hormônio<br />

tiroxina, atividade física intensa, etc.<br />

6- CIRCULAÇÃO SISTÊMICA<br />

A função da circulação é atender às necessidades dos tecidos – trans<strong>por</strong>tar nutrientes e<br />

oxigênio para os tecidos, trans<strong>por</strong>tar os produtos finais do metabolismo celular, conduzir<br />

hormônios de uma parte do corpo para outra e, em geral, manter um ambiente adequado nos<br />

líquidos teciduais, para a sobrevida e funcionamento das células.<br />

A circulação sanguínea subdivide-se em circulação pulmonar, onde acontece a hematose<br />

e, em circulação sistêmica, onde acontece a devida irrigação, nutrição e oxigenação dos<br />

tecidos/órgãos que constituem nosso organismo.<br />

6.1- MECANISMOS <strong>DE</strong> REGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO<br />

Um dos princípios mais fundamentais da função circulatória consiste na capacidade de<br />

cada tecido controlar seu próprio fluxo sanguíneo local de acordo como as suas necessidades<br />

metabólicas.<br />

O tônus vascular arteriolar pode ser aumentado ou diminuído, causando alteração na<br />

resistência ao fluxo e consequentemente, no fluxo sanguíneo:<br />

Aumento do tônus/contração muscular<br />

Vasoconstrição<br />

aumento da resistência ao fluxo


diminuição do fluxo sanguíneo pelas arteríolas atingidas<br />

Diminuição do tônus/relaxamento muscular<br />

Vasodilatação<br />

diminuição da resistência ao fluxo<br />

aumento do fluxo sanguíneo pelas arteríolas atingidas<br />

6.1.1- Controle neural: a maioria das arteríolas recebe abundante inervação de origem simpática<br />

adrenérgica. A inervação simpática para a maioria das arteríolas é do tipo vasoconstritora, já que o<br />

principal neurotransmissor liberado é a noradrenalina.<br />

6.1.2- Controle humoral/hormonal: várias substâncias produzidas no organismo afetam o tônus<br />

vascular; os estímulos humorais podem ser do tipo vasoconstritor ou vasodilatador:<br />

Substâncias com efeito vasoconstritor:<br />

adrenalina: secretada pelas glândulas supra-renais; pode produzir vasoconstrição quando<br />

age sobre receptores alfa adrenérgicos;<br />

noradrenalina: secretada principalmente <strong>por</strong> fibras pós-ganglionares simpáticas e também<br />

secretada também pela medula adrenal, produz vasoconstrição pois, age<br />

preferencialmente sobre receptores alfa adrenérgicos;<br />

angiotensina II: efetor final do sistema renina-angiotensina, essa substância é o mais<br />

potente vasoconstritor conhecido;<br />

vasopressina ou ADH: hormônio produzido no hipotálamo e secretado pela neuro-hipófise<br />

tem diversas ações entre elas a vasoconstrição seletiva em determinados territórios<br />

vasculares;<br />

endotelina: vasoconstritor encontrado nas células endoteliais dos vasos sanguíneos,<br />

liberado quando há lesão do endotélio.<br />

Substâncias com efeito vasodilatador:<br />

adrenalina: quando essa catecolamina age sobre receptores beta-adrenérgicos, como nas<br />

arteríolas do músculo, produz vasodilatação.<br />

acetilcolina: mediador químico das fibras simpáticas pré-ganglionares e das fibras<br />

parassimpáticas vasodilatadoras;<br />

bradicinina: várias substâncias denominadas cininas, que podem causar vasodilatação<br />

intensa, são formadas no sangue e nos líquidos teciduais de alguns órgãos; uma dessas<br />

substâncias é a bradicinina;<br />

histamina: vasodilatador cuja principal ação fisiológica é a secreção de ácido clorídrico,<br />

pela mucosa gástrica. É liberada em praticamente todos os tecidos do corpo, em casos de<br />

lesão, inflamação e reação alérgica;<br />

prostaglandinas: apesar de algumas prostaglandinas produzirem vasoconstrição, a maioria<br />

delas parecem atuar como vasodilatadores.<br />

6.1.3- Controle local: ocorre em resposta ao metabolismo tecidual; o aumento do metabolismo<br />

produz um aumento do fluxo sanguíneo sempre que houver aumento da pressão de gás<br />

carbônico, queda da pressão de oxigênio, queda do pH, aumento da osmolaridade e aumento da<br />

concentração de adenosina, AMP e ADP.<br />

6.1.4- Trocas nos capilares: constituem o principal ponto de trocas entre o sangue e os demais<br />

tecidos; ali acontecem as trocas de líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios e outras


substâncias. O fluxo de sangue que percorre os capilares faz trocas com o meio intersticial sendo<br />

conhecido como fluxo nutricional.<br />

As trocas entre o sangue e o meio intersticial efetuam-se <strong>por</strong> três processos diferentes:<br />

difusão, filtração/reabsorção e pinocitose. Se a substância for lipossolúvel ela pode se difundir<br />

diretamente, através das membranas celulares do capilar, sem ter que passar pelos <strong>por</strong>os ou<br />

fendas intercelulares. Por outro lado, muitas substâncias necessárias aos tecidos, são solúveis em<br />

água e não podem passar através das membranas lipídicas das células endoteliais. Desta forma<br />

são trans<strong>por</strong>tadas do sangue para o meio intersticial através das fendas intercelulares, de acordo<br />

com os princípios da difusão.<br />

Outro mecanismo im<strong>por</strong>tante de trocas é a filtração/ reabsorção através dos <strong>por</strong>os<br />

endoteliais. Neste tipo de movimento, a água flui através das fendas ao longo de um gradiente de<br />

pressão. As substâncias dissolvidas na água movimentam-se juntamente com a água, guardando<br />

suas respectivas concentrações.<br />

A pressão do capilar (hidrostática) tende a forçar líquido e suas substâncias em solução a<br />

passar pela parede fenestrada do capilar sanguíneo atingindo o espaço intersticial. Ao contrário, a<br />

pressão oncótica exercida pelas proteínas plasmáticas tende a promover o movimento de líquido<br />

do espaço intersticial de volta para o sangue, evitando o acúmulo de líquido no interstício ou a<br />

queda do volume sanguíneo.<br />

Além disso, o sistema linfático contribui também, recolhendo e devolvendo à circulação as<br />

pequenas quantidades de líquido não reabsorvido e proteínas que vazaram dos capilares. Uma<br />

pequena quantidade de substâncias é transferida através das células endoteliais na forma de<br />

pequenas vesículas, ditas pinocíticas. As vesículas podem atravessar o citoplasma da célula<br />

endotelial nas duas direções e, serem liberadas no lado oposto em que se formaram. A pinocitose<br />

pode ser o único meio de trans<strong>por</strong>te disponível para grandes moléculas insolúveis em lipídios.<br />

As veias funcionam como condutos para o trans<strong>por</strong>te de sangue dos tecidos de volta ao<br />

coração, mas são im<strong>por</strong>tantes também <strong>por</strong> atuarem como principal reservatório de sangue,<br />

considerando que aproximadamente 65% do volume sanguíneo total encontram-se normalmente<br />

nas veias.<br />

7- PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA<br />

A pressão arterial sistêmica é a pressão exercida pelo sangue no interior das artérias<br />

sistêmicas. A pressão arterial sistêmica (PA) oscila, durante o ciclo cardíaco, entre um valor<br />

máximo e um valor mínimo. O valor máximo corresponde à pressão arterial sistólica (PAS) e, o<br />

valor mínimo corresponde a pressão arterial diastólica (PAD). Normalmente, a pressão do sangue<br />

nas artérias atinge um valor máximo de cerca de 120 mmHg e um valor mínimo de cerca de 80<br />

mmHg. A oscilação do valor da pressão arterial durante o ciclo cardíaco deve-se a variação no<br />

volume de sangue nas artérias (volume arterial), produzido pela ejeção de sangue no sistema<br />

arterial e pelo escoamento sanguíneo periférico. Quando o coração ejeta o sangue no sistema<br />

arterial, durante a sístole ventricular, ocorre um incremento do volume arterial e com isso o<br />

aumento da pressão arterial, passando de um valor diastólico de 80 mmHg para um valor sistólico<br />

de 120 mmHg. Durante a diástole não há bombeamento de sangue pelo coração e, devido ao<br />

escoamento do sangue arterial em direção as arteríolas e aos capilares sanguíneos, ocorre a


edução do volume arterial e, consequentemente, a diminuição da pressão arterial, passando de<br />

um valor sistólico para um valor diastólico.<br />

A pressão arterial sistêmica é gerada e mantida pela interação entre a força propulsora<br />

cardíaca, a capacidade de dilatação elástica das artérias e a resistência ao fluxo exercida,<br />

predominantemente, pelas arteríolas sistêmicas.<br />

A pressão arterial sistólica (PAS) depende principalmente de fatores que determinam a<br />

desempenho sistólico cardíaco, dentre eles a contratilidade cardíaca intrínseca, o retorno venoso<br />

(que influencia o grau de estiramento das fibras miocárdicas e o volume de sangue presente no<br />

ventrículo esquerdo, previamente à contração), a resistência contra a qual o coração ejeta o<br />

sangue e a frequência cardíaca. Assim, o nível da PAS reflete a frequência e a força de contração<br />

cardíaca, a elasticidade e o volume arterial.<br />

A pressão arterial diastólica (PAD) reflete basicamente a resistência ao fluxo. A resistência<br />

periférica total é afetada <strong>por</strong> fatores locais, neurais e hormonais que regulam principalmente o<br />

tônus arteriolar, produzindo vasoconstrição ou vasodilatação.<br />

8- SIST<strong>EM</strong>A GASTRINTESTINAL/DIGESTÓRIO<br />

O sistema gastrintestinal é responsável pelo recebimento, armazenamento e digestão dos<br />

alimentos (além dos fármacos) ingeridos <strong>por</strong> via oral (boca), que serão, posteriormente,<br />

absorvidos pelo sangue. O conteúdo alimentar é movimentado ao longo do tubo gastrintestinal e<br />

misturado com as secreções digestivas graças aos movimentos gastrintestinais, propulsivos e de<br />

mistura.<br />

O sistema gastrintestinal é constituído do tubo gastrintestinal (boca-esôfagoestômagointestino<br />

delgado e grosso) e de órgãos que secretam seus produtos no interior do tubo<br />

gastrintestinal (fígado/vesícula biliar-pâncreas).<br />

A circulação sanguínea que atinge o sistema gastrintestinal constitui a circulação<br />

esplâncnica, que compreende a circulação sanguínea para o fígado, tubo gastrintestinal, baço, e<br />

pâncreas. Em condições de repouso, o fluxo sanguíneo pela circulação esplâncnica é cerca de 25%<br />

do débito cardíaco.<br />

A drenagem venosa do estômago, baço, pâncreas e intestino é realizada em série pela veia<br />

<strong>por</strong>ta que conduz esse sangue diretamente para o fígado (70% do fluxo sanguíneo hepático). A<br />

principal função desse sistema <strong>por</strong>ta consiste no a<strong>por</strong>te direto de nutrientes para o fígado, que é<br />

capaz de armazená-los ou ressintetizá-los.<br />

Apesar do alto fluxo sanguíneo durante o repouso, em condições de queda de volume<br />

sanguíneo ou de exercício, pode ocorrer uma redução significativa pela circulação esplâncnica. Por<br />

outro lado, durante o período de ingestão e digestão dos alimentos, ocorre um aumento do fluxo<br />

sanguíneo pelo trato gastrintestinal.<br />

8.1- CONTROLE DA ATIVIDA<strong>DE</strong> DO TRATO GASTRINTESTINAL<br />

O trato gastrintestinal é inervado pelo sistema nervoso autonômico e também possui um<br />

sistema nervoso próprio, denominado de sistema nervoso entérico.<br />

As condições no interior/lúmen do tubo gastrintestinal são monitoradas <strong>por</strong> receptores<br />

sensoriais, especialmente sensíveis a estímulos químicos e mecânicos, localizados no próprio tubo<br />

gastrintestinal. As informações produzidas pelos respectivos estímulos são transmitidas aos


neurônios locais (do sistema nervoso entérico) e ao SNC. Os sinais eferentes causam, então,<br />

alteração devida na atividade gastrintestinal.<br />

Os neurônios do sistema nervoso entérico recebem informações a partir dos receptores<br />

sensoriais do trato gastrintestinal e também, recebem sinais do SNC, <strong>por</strong> meio de fibras nervosas<br />

simpáticas e parassimpáticas. Produzem um controle local da atividade gastrintestinal.<br />

A descarga simpática e parassimpática afeta de forma im<strong>por</strong>tante a atividade do sistema<br />

digestório, regulando o fluxo sanguíneo ao trato gastrintestinal e a atividade secretora e motora<br />

do sistema digestório. Os neurotransmissores das fibras nervosas simpáticas que inervam os<br />

órgãos do sistema digestório, são as catecolaminas adrenalina e noradrenalina. Em geral, elas<br />

causam diminuição da atividade motora e secretora no sistema digestório. O neurotransmissor<br />

das fibras nervosas parassimpáticas que inervam os órgãos do sistema digestório, é a acetilcolina.<br />

Em geral, ela causa aumento da atividade motora e secretora no sistema digestório.<br />

A atividade gastrintestinal (motilidade e secreção) e o fluxo sanguíneo local também são<br />

regulados <strong>por</strong> hormônios e outros mediadores químicos, produzidos no próprio sistema<br />

digestório.<br />

Entre eles podemos citar a colecistocinina (CCK), a secretina, o peptídio inibidor gástrico,<br />

produzidos no intestino delgado, a gastrina e a histamina, produzidas no estômago. Os efeitos<br />

desses e outros mensageiros químicos serão abordados posteriormente.<br />

8.2- MOVIMENTOS GASTRINTESTINAIS E SUA REGULAÇÃO<br />

Existem dois tipos de movimentos gastrintestinais básicos: os movimentos de mistura e os<br />

movimentos propulsivos. Os movimentos de mistura mantêm o conteúdo<br />

(alimento/resíduos/secreções) luminal sempre misturado e, os movimentos propulsivos,<br />

promovem a progressão ou o trânsito do conteúdo luminal ao longo do trato gastrintestinal.<br />

O movimento propulsivo básico denomina-se peristaltismo, que se caracteriza <strong>por</strong> um anel<br />

contrátil que se desenvolve na víscera, na região cefálica do conteúdo alimentar e, a seguir, move<br />

se para adiante no sentido caudal. Entre os fatores que desencadeiam/intensificam o peristaltismo<br />

podemos citar como principal a distensão da víscera, que acontece na presença do alimento.<br />

A mastigação promove a quebra mecânica do alimento em pedaços que são mais<br />

facilmente deglutidos.<br />

A deglutição é o processo de engolir o alimento:<br />

-controle voluntário: a língua propele o bolo alimentar na direção da faringe<br />

–controle pelo centro da deglutição (tronco encefálico): fechamento da nasofaringe/vias aéreas e<br />

envio do bolo alimentar ao esôfago;<br />

-progressão do alimento ao longo do esôfago <strong>por</strong> ondas peristálticas, produzidas <strong>por</strong> sinais<br />

nervosos gerados no centro da deglutição.<br />

- relaxamento do esfíncter esofágico inferior: passagem do alimento para o estômago.<br />

O esvaziamento do estômago é regulado <strong>por</strong> fatores neurais e endócrinos. De forma geral<br />

podemos dizer que o esvaziamento gástrico é mais rápido quanto mais fluido estiver o quimo,<br />

quanto menor a quantidade de quimo no intestino delgado, e quanto menor for a acidez e o teor<br />

de gordura do quimo no intestino delgado. Assim, podemos concluir que o esvaziamento gástrico<br />

é controlado, de modo que a liberação do quimo no intestino delgado aconteça com uma<br />

velocidade apropriada para que seja adequadamente processado (digestão/absorção).


Motilidade no intestino delgado se dá através da agitação suave e a propulsão são<br />

produzidas <strong>por</strong> contrações de segmentação. A velocidade com que essas contrações acontecem ao<br />

longo do intestino varia, sendo maior no duodeno e menor no íleo terminal. No intestino delgado<br />

o quimo tende a se mover lentamente e gradualmente em direção caudal. Devemos lembrar que o<br />

intestino delgado é o principal local de digestão dos alimentos e absorção de nutrientes e<br />

reabsorção das secreções digestivas.<br />

O peristaltismo no intestino delgado é programado pelo sistema nervoso entérico e é<br />

iniciado <strong>por</strong> estímulos detectados <strong>por</strong> mecanorreceptores e <strong>por</strong> quimiorreceptores.<br />

Já a motilidade no intestino grosso se dá através de cerca de 1,5 litro de quimo/dia chegando no<br />

intestino grosso, progredindo ao longo desse órgão. O conteúdo do cólon ascendente e a maior<br />

parte do cólon transverso é líquido mas, no cólon descendente o conteúdo torna-se mais sólido, à<br />

medida que é transformado em fezes. Nos momentos apropriados, as fezes devem ser eliminadas<br />

pela defecação. Os movimentos de mistura favorecem a formação, no lúmen do cólon, das fezes<br />

ou matérias fecais.<br />

REFLEXO DA <strong>DE</strong>FECAÇÃO: Propulsão das fezes ao reto⇒ distensão do reto⇒ ativação de<br />

sinais sensoriais do plexo mioentérico⇒ atividade peristáltica e relaxamento do esfíncter interno<br />

do ânus. O músculo estriado do esfíncter anal externo permanece contraído até que, em<br />

circunstâncias adequadas, seja relaxado sob controle voluntário. Para favorecer a eliminação das<br />

fezes ocorre contração de músculos abdominais que assim, causam aumento da pressão intra<br />

abdominal. Esse reflexo é reforçado pela atividade reflexa na medula espinhal e fibras<br />

parassimpáticas. Se a defecação voluntária não acontecer, a urgência em defecar desaparece, o<br />

esfíncter interno se contrai e o peristaltismo reverso esvazia o conteúdo do reto de volta ao cólon.<br />

8.3- SECREÇÕES GASTRINTESTINAIS:<br />

As secreções digestivas apresentam as funções de preparar o alimento para a digestão, de<br />

digerir os alimentos e, também de promover adequadamente a absorção. Os sucos digestivos são<br />

secretados em todo o sistema gastrintestinal, incluindo órgãos como fígado, vesícula biliar e<br />

pâncreas exócrino. A seguir serão apresentadas as secreções de cada parte do sistema digestório e<br />

suas principais características.<br />

Boca – Secreção salivar: As glândulas salivares submandibulares, sublinguais e parótidas<br />

produzem em torno de 1,5 litros de saliva/dia.<br />

G. sub mandibulares: produz 70% da secreção; saliva mista; tem todos os constituintes.<br />

G parótidas: produz 25%; saliva serosa; contém eletrólitos e enzimas; pouco muco.<br />

G. sub linguais: produz 5%; saliva rica em muco; contém antígenos e anticorpos.<br />

Composição básica: íons (eletrólitos), proteínas, muco, água e a enzima amilase (ptialina).<br />

Funções:<br />

- manutenção dos tecidos orais saudáveis (saúde da boca): mantém a mucosa oral úmida e<br />

lubrificada, evitando ulcerações e infecções; limita/regula o crescimento bacteriano, evitando as<br />

cáries.<br />

-facilita a deglutição: umedece o alimento facilitando a mastigação e a deglutição;<br />

-digestão de amidos: a digestão de amidos começa na boca <strong>por</strong> ação da enzima amilase salivar<br />

(ptialina).


Estômago- Secreção gástrica: No estômago o alimento deglutido é transformado em<br />

quimo <strong>por</strong> ação da secreção gástrica Composição básica: ácido clorídrico, enzimas tipo pepsina;<br />

muco e bicarbonato, além do fator intrínseco.<br />

Funções dos componentes da secreção gástrica:<br />

-ácido clorídrico: mantém o pH do estômago extremamente ácido, normalmente entre 1 e 2.<br />

O meio ácido é im<strong>por</strong>tante para degradação do alimento (formação do quimo semi líquido), para<br />

desinfetar o alimento, hidrolisar as gorduras e o amido.<br />

-enzimas tipo pepsina: juntamente com o ácido elas provocam a digestão das proteínas dos<br />

alimentos; essas enzimas são secretadas na forma inativa (pepsinogênio) e são transformadas na<br />

forma ativa (pepsina) pela ação do ácido.<br />

-Muco e bicarbonato: protegem a mucosa gástrica da digestão pelas secreções gástricas, pois<br />

formam uma camada de líquido viscoso sobre a mucosa com pH alto.<br />

-Fator intrínseco: essencial para a absorção da vitamina B12 nos intestinos.<br />

Regulação da secreção: A secreção de ácido é deflagrada pela presença de mensageiros<br />

químicos como gastrina, acetilcolina e histamina:<br />

-Hormônio gastrina: secretada pelas células G; chega até as células parietais através do sangue;<br />

sua secreção é estimulada <strong>por</strong> proteínas, álcool, ácidos orgânicos (ácido acético ou butírico); a<br />

diminuição do pH inibe a secreção de gastrina e o aumento do pH estimula a secreção de gastrina.<br />

-Neurotransmissor acetilcolina: secretada pelas fibras nervosas parassimpáticas, atua em<br />

receptores muscarínicos (bloqueados <strong>por</strong> atropina) provoca aumento da secreção gástrica ácida<br />

estimulando diretamente as células parietais e indiretamente <strong>por</strong> estimular a secreção do<br />

hormônio gastrina, que <strong>por</strong> sua vez estimula a secreção ácida (como vimos no item anterior).<br />

-Mediador químico histamina: secretada pelas células ECL (semelhantes a enterocromafins), sob<br />

estímulo da gastrina e da acetilcolina. A histamina exerce função parácrina sobre as células<br />

parietais estimulando a secreção ácida e, também age como vasodilatador local, aumentando o<br />

fluxo sanguíneo para as células secretoras.<br />

A secreção gástrica é evocada <strong>por</strong> mecanismos neurais mesmo antes do alimento chegar<br />

ao estômago, ou seja, já inicia quando o alimento é detectado pela primeira vez, pela visão, olfato<br />

ou outros sinais associados a ele.<br />

Depois que ocorreu o esvaziamento gástrico, os hormônios como secretina, CCK e o<br />

peptídio inibidor gástrico (GIP), suprimem a liberação de gastrina e consequentemente provocam<br />

diminuição da secreção ácida. A secreção de pepsinogênio é controlada <strong>por</strong> mecanismos<br />

semelhantes aos da regulação da secreção ácida, principalmente <strong>por</strong> fibras parassimpáticas. A<br />

secretina e a CCK estimulam a liberação de pepsinogênio.<br />

Intestino delgado e suas funções:<br />

-Líquido viscoso, rico em muco e alcalino, im<strong>por</strong>tante para a proteção da mucosa duodenal contra<br />

o ácido do quimo esvaziado pelo estômago, até que este ácido seja neutralizado pelas secreções<br />

pancreáticas e hepáticas.<br />

-Água e eletrólitos, especialmente íons cloreto, sódio e bicarbonato- im<strong>por</strong>tantes para a absorção<br />

de nutrientes(sódio/glicose; sódio/aminoácidos)e neutralização do ácido do quimo.<br />

-Enzimas digestivas como as peptidases e dissacaridases- digestão de peptídios e dissacarídeos<br />

(sacarose/lactose).


Regulação da secreção: os reflexos produzidos pelo sistema nervoso entérico, a inervação<br />

colinérgica (mediada <strong>por</strong> acetilcolina), a bracidinina e outros mediadores químicos<br />

(neuroimunológicos), provocam a liberação de muco, eletrólitos, água e enzimas pelas células do<br />

intestino delgado.<br />

Uma característica do intestino delgado é que ele recebe im<strong>por</strong>tantes secreções<br />

pancreáticas e hepática/biliar, para que o conteúdo intestinal seja corrigido quanto à acidez e<br />

osmolaridade, já que o quimo que vem do estômago é hipertônico e ácido.<br />

Pâncreas- secreção pancreática: O pâncreas é um glândula mista que apresenta um<br />

componente endócrino (secreta insulina e glucagon, no sangue) e um componente exócrino, que<br />

produz e libera secreções im<strong>por</strong>tantes em direção ao intestino delgado.<br />

Composição básica:<br />

-Solução isotônica, rica em bicarbonato;<br />

-Solução rica em enzimas: tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidase, amilase, lípases e outras.<br />

Funções:<br />

- Secreção alcalina: neutralização do ácido do quimo<br />

- Secreção de enzimas: -tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase: enzimas proteolíticas;<br />

-amilase pancreática: continua a digestão de amidos (iniciada na boca);<br />

-lipases: digerem as gorduras.<br />

Regulação da secreção:<br />

-Regulação da secreção de enzimas: a descarga parassimpática (mediada <strong>por</strong> acetilcolina) e o<br />

hormônio intestinal colecistocinina estimulam a secreção de enzimas pelo pâncreas.<br />

-Regulação da secreção de suco alcalino: o hormônio intestinal secretina é o principal estimulador<br />

da secreção de suco alcalino pelo pâncreas.<br />

Fígado/Vesícula Biliar- secreção biliar: funções metabólicas: armazenamento,<br />

transformação e fornecimento de substratos energéticos; síntese proteica, suprimento de<br />

vitaminas e minerais, defesa e produção da secreção biliar.<br />

Além de muitas outras funções (metabólicas, suprimento de vitaminas, etc) o fígado é<br />

responsável <strong>por</strong> produzir uma im<strong>por</strong>tante secreção digestiva, a bile; Por dia são produzidos cerca<br />

de 700-1.200ml de bile.<br />

A bile é produzida pelo fígado, armazenada e concentrada na vesícula biliar e liberada no<br />

intestino delgado.<br />

Composição e função da secreção biliar:<br />

-Ácidos biliares- derivados hidrossolúveis do colesterol, que são reabsorvidos em grande parte<br />

pelo intestino delgado e retornam ao fígado pela veia <strong>por</strong>ta hepática (circulação ênterohepática);<br />

pigmentos biliares como a bilirrubina- formada pela degradação do heme da hemoglobina; água e<br />

eletrólitos,principalmente bicarbonato; outros como colesterol, fosfolipídeos, proteínas.<br />

-Emulsificação da gordura: os ácidos biliares são responsáveis pela emulsificação das gorduras no<br />

intestino delgado, favorecendo a ação enzimática/digestiva das lípases. -Absorção de ácidos<br />

graxos: os ácidos biliares formam micelas que solubilizam os produtos finais da digestão das<br />

gorduras no meio aquoso do lúmen intestinal, trans<strong>por</strong>tando-os até as células epiteliais, para que<br />

sejam absorvidos.


-A bile é um veículo para excreção de produtos do metabolismo, produzidos no fígado e em outros<br />

locais.<br />

Regulação da secreção biliar: A produção de secreção biliar isotônica e alcalina é estimulada pelo<br />

hormômio secretina. A liberação da bile pela vesícula biliar é regulada principalmente pelo<br />

hormônio colecistocinina. A CCK provoca contração do músculo da vesícula biliar e relaxa o<br />

esfíncter no ducto biliar, favorecendo a liberação da bile da vesícula, no intestino delgado.<br />

É no intestino grosso que ocorre secreção de muco, água e eletrólitos.<br />

FEZES: 30% de resíduos sólidos, que incluem bactérias, sais inorgânicos e resíduos<br />

orgânicos constituídos <strong>por</strong> celulose, lipídeos e proteínas; 70% água.<br />

ODOR DAS FEZES: produzidos <strong>por</strong> produtos bacterianos como indol, escatol e o ácido<br />

sulfídrico.<br />

COR DAS FEZES: é atribuída sistematicamente à presença de um pigmento biliar, a<br />

estercobilina.<br />

8.4- DIGESTÃO<br />

Resumo da digestão dos alimentos:<br />

CARBOIDRATOS (amido, sacarose, lactose)<br />

Enzimas amilases (salivar e pancreática)<br />

Enzimas intestinais(maltases, isomaltases, sacarase, lactase)<br />

PRODUTOS FINAIS DA DIGESTÃO:<br />

glicose (de amido/sacarose/lactose)<br />

frutose (de sacarose)<br />

galactose (de lactose)<br />

GORDURAS<br />

Bile (não digere, emulsifica)<br />

Lipases<br />

PRODUTOS FINAIS DA DIGESTÃO:<br />

Ácidos graxos e monoglicerídeos<br />

PROTEÍNAS<br />

Pepsina<br />

Tripsina, quimiotripsina,carboxipeptidas<br />

Peptidases intestinais<br />

PRODUTOS FINAIS DA DIGESTÃO:<br />

Aminoácidos e dipeptídeos<br />

8.5- ABSORÇÃO<br />

A maior parte da absorção ocorre no intestino delgado; a superfície de absorção do<br />

intestino delgado é aumentada pelas vilosidades e microvilosidades. O intestino delgado absorve<br />

água, eletrólitos, açucares (glicose, galactose e frutose), aminoácidos e dipeptídeos, vitaminas e<br />

gorduras.<br />

Existem duas vias disponíveis para a absorção luminal: a transcelular (atravessando a<br />

célula) e, paracelular (passando entre as células).<br />

A absorção no intestino delgado ocorre <strong>por</strong> difusão, difusão facilitada e trans<strong>por</strong>te ativo.<br />

A água pode ser absorvida ao longo de todo o intestino e essa absorção está ligada à de


solutos, principalmente íons sódio: absorção de solutos⇒ diminuição da osmolaridade do fluido<br />

luminal⇒criação do gradiente osmótico que produz a absorção de água.<br />

Volume de água no trato gastrintestinal diariamente: 5-10 litros (alimentos, bebidas e<br />

secreções do trato gastrintestinal);<br />

Volume de água excretado nas fezes diariamente: 100-200 ml.<br />

Cálcio: o cálcio é absorvido <strong>por</strong> um trans<strong>por</strong>tador ou <strong>por</strong> canal. Sua absorção é estimulada<br />

pela vitamina D ativa (1,25 (OH)2 D3). A absorção de cálcio pode ser limitada <strong>por</strong> vários fatores<br />

como a sua ligação a substâncias que dificultam a sua absorção.<br />

Ferro: o ferro na forma ferrosa pode se ligar a várias substâncias no intestino, limitando<br />

sua absorção. A maioria do ferro está na forma férrica (não absorvível) que pode ser convertida<br />

pela ação de secreções gástricas. É absorvido <strong>por</strong> proteína trans<strong>por</strong>tadora.<br />

Glicose: absorvida no epitélio luminal pelo mecanismo de co-trans<strong>por</strong>te de sódio. É levada<br />

pelo sangue primeira e diretamente para o fígado, onde parte da glicose é armazenada.<br />

Absorção de aminoácidos e dipeptídeos: muitos aminoácidos são absorvidos <strong>por</strong><br />

mecanismo de trans<strong>por</strong>te dependente de sódio e outros, <strong>por</strong> trans<strong>por</strong>te facilitado. Os dipeptídeos<br />

são absorvidos <strong>por</strong> co-trans<strong>por</strong>tadores.<br />

As vitaminas hidrossolúveis são absorvidas no intestino delgado <strong>por</strong> diferentes<br />

mecanismos: <strong>por</strong> difusão (piridoxina), trans<strong>por</strong>te ativo (ácido ascórbico e tiamina), difusão<br />

facilitada (riboflavina, ácido fólico), co-trans<strong>por</strong>te de sódio (biotina) e endocitose (vitamina B12 c/<br />

fator intrínseco). Os ácidos nucléicos são digeridos até nucleosídeos, absorvidos <strong>por</strong> difusão.<br />

9- SIST<strong>EM</strong>A URINÁRIO/RENAL<br />

9.1- REVISÃO SOBRE OS LÍQUIDOS CORPORAIS<br />

A água é o componente mais abundante do organismo. Constitui aproximadamente 60%<br />

do peso cor<strong>por</strong>al. A pro<strong>por</strong>ção do peso cor<strong>por</strong>al representada pela água pode variar de 45 a 75%.<br />

A variação deste percentual, entre os indivíduos depende do seu teor de gordura, do seu sexo e de<br />

sua idade. Indivíduos mais jovens e mais magros têm maior teor de água. A diferente quantidade<br />

de tecido adiposo nos dois sexos e entre os indivíduos do mesmo sexo faz com que a pro<strong>por</strong>ção de<br />

água seja maior em homens e em indivíduos magros do que nas mulheres e indivíduos obesos. Os<br />

demais componentes do organismo estão dissolvidos neste meio, ou então constituem fases<br />

separadas, como as gorduras.<br />

A água cor<strong>por</strong>al está distribuída em compartimentos, o compartimento intracelular e o<br />

extracelular. Esses compartimentos são limitados pela membrana celular. O líquido extracelular<br />

corresponde à água do organismo que se encontra fora das células, sendo encontrado no<br />

compartimento intravascular, como plasma e, no compartimento extravascular, como líquido<br />

intersticial e transcelular. O volume de fluido extracelular representa cerca de 25% do peso<br />

cor<strong>por</strong>al, constituído do fluido intersticial (19%), da água plasmática (4,5%) e do fluido transcelular<br />

(1,5%). O fluido intersticial banha todas as células do organismo, correspondendo ao chamado<br />

meio interno, isto é, ao meio em que as células vivem.<br />

O volume do fluido intracelular corresponde à cerca de 35% do peso cor<strong>por</strong>al,<br />

constituindo assim o maior dos compartimentos líquidos do organismo. A composição do meio<br />

intracelular é essencialmente diferente daquela do meio extracelular, principalmente no que se


efere à concentração das substâncias. O fluido intracelular, <strong>por</strong> exemplo, tem alta concentração<br />

de potássio e baixa concentração de sódio e cloreto. Por outro lado, o fluido extracelular é<br />

constituído predominantemente de cloreto de sódio, contendo baixa concentração de potássio. O<br />

fluido intersticial difere do plasmático praticamente pela diferença na concentração de proteínas.<br />

O plasma apresenta maior concentração de proteínas do que o fluido intersticial.<br />

Os glomérulos renais secretam a conhecida renina (enzima que converte o angiotensinogênio em<br />

angiotensina I) e eritropoetina (hormônio estimulador da produção de eritrócitos). A estrutura<br />

formada <strong>por</strong> células justaglomerulares.<br />

A função do néfron é limpar ou aclarar ou depurar o plasma sanguíneo. Esta função é<br />

desempenhada pelos néfrons graças aos processos de filtração e secreção.<br />

9.2- FILTRAÇÃO GLOMERULAR E SUA REGULAÇÃO<br />

Na região cortical do rim existem milhares de glomérulos. Cada glomérulo é formado de<br />

um conjunto de capilares, os capilares glomerulares. O sangue que flui no interior de tais capilares<br />

chega aos mesmos, proveniente de uma arteríola denominada arteríola aferente. Este mesmo<br />

sangue, após fluir pelos capilares glomerulares, se dirige para a arteríola eferente, de onde flui<br />

para uma rede de capilares peritubulares, que envolvem os túbulos renais. O plasma que flui pelos<br />

capilares glomerulares sofre filtração. Aproximadamente 20%-25% do débito cardíaco fluem <strong>por</strong><br />

minuto através dos rins, o que corresponde a cerca de 1.100ml/min a 1.300ml/min de fluxo<br />

sanguíneo renal.<br />

A cada minuto, aproximadamente, são filtrados cerca de 120-125 ml de plasma, formando<br />

o filtrado ou ultrafiltrado glomerular. A quantidade de filtrado produzida determina o ritmo de<br />

filtração glomerular (RFG). No processo de ultrafiltração glomerular, o plasma atravessa a<br />

membrana filtrante (do glomérulo), a qual permite a filtração de água e solutos de pequeno<br />

tamanho e restringe a passagem de moléculas maiores. É permitido a passagem, geralmente, de<br />

moléculas de baixo peso molecular, mas, íons com carga negativa são mais restringidos, visto que<br />

a barreira tem carga negativa, que repele os ânions.<br />

Conforme visto anteriormente o fluxo sanguíneo renal (FSR) é de aproximadamente 1100<br />

a 1300ml/min, <strong>por</strong>tanto, o fluxo plasmático renal (FPR) é de aproximadamente 600 a 700ml/min.<br />

Considerando que, são filtrados cerca de 120ml/min, podemos dizer que 20% do volume de<br />

plasma que chega aos rins são filtrados nos glomérulos, sendo que o restante irá circular pelos<br />

vasos peritubulares. A razão entre o ritmo de filtração glomerular e o fluxo plasmático renal é<br />

denominado de fração de filtração (FF).<br />

9.3- REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR e SUA REGULAÇÃO<br />

A formação da urina envolve três processos básicos: (ultra) filtração do plasma nos<br />

glomérulos, reabsorção de água e solutos do ultrafiltrado e secreção de solutos selecionados para<br />

o fluido tubular. Embora cerca de 180 litros de líquido essencialmente livre de proteínas sejam<br />

filtrados pelos glomérulos humanos <strong>por</strong> dia, somente 1 a 2% da água, menos de 1% de sódio<br />

filtrado e quantidades variáveis de outros solutos são excretados na urina. Pelos processos de<br />

reabsorção e secreção, os túbulos renais modulam o volume e a composição da urina.<br />

A secreção tubular consiste na passagem de substâncias dos capilares peritubulares para o<br />

lúmen tubular, ou seja, são adicionadas ao filtrado que passa pelo sistema tubular. Poucas<br />

substâncias são ativamente secretadas do sangue para o lúmen tubular, pelo epitélio tubular,


entre as quais podemos citar íons potássio e hidrogênio. Ao passar pelo interior deste segmento,<br />

cerca de 100% da glicose é reabsorvida através da parede tubular e retornando, <strong>por</strong>tanto, ao<br />

sangue que circula no interior dos capilares peritubulares. Ocorre também, neste segmento,<br />

reabsorção de 100% dos aminoácidos e das proteínas (que <strong>por</strong>ventura tenham passado através da<br />

parede dos capilares glomerulares). Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos<br />

aproximadamente 70% de NaCl. A reabsorção de NaCl faz com que um considerável volume de<br />

água, <strong>por</strong> mecanismo de osmose, seja também reabsorvido. Neste segmento ocorre reabsorção<br />

isotônica de mais da metade do filtrado. Podem ser secretados íons hidrogênio e reabsorvidas<br />

quantidades variáveis de potássio, bicarbonato, cálcio, magnésio, fosfatos, uréia e ácido úrico.<br />

O segmento inicial do túbulo distal é relativamente impermeável à água. Sua <strong>por</strong>ção final<br />

responde ao hormônio antidiurético (ADH – produzido no hipotálamo e liberado pela hipófise<br />

posterior), exibindo permeabilidade na presença deste hormônio e impermeabilidade na sua<br />

ausência, ou seja, na presença do ADH a membrana do túbulo distal se torna bastante permeável<br />

à água, possibilitando sua reabsorção.<br />

A quantidade de íons sódio (consequentemente de água) no túbulo distal depende<br />

bastante do nível plasmático do hormônio aldosterona, secretado pelas glândulas suprarrenais.<br />

Quanto maior for o nível de aldosterona, maior será a reabsorção de íons sódio, cloreto e água e,<br />

maior também será a excreção de potássio, pois a aldosterona estimula a secreção renal de<br />

potássio.<br />

Neste segmento também são encontrados receptores para o hormônio paratormônio<br />

(PTH), o qual estimula a reabsorção renal do íon cálcio.<br />

No ducto coletor ocorre também reabsorção de íons Na+ e Cl-, acompanhados de água,<br />

como ocorre no túbulo distal. A reabsorção de sódio depende muito do nível do hormônio<br />

aldosterona e a reabsorção de água depende do nível do ADH. Há reabsorção de uréia e pode<br />

haver secreção de íons hidrogênio.<br />

9.4- REGULAÇÃO HORMONAL DA REABSORÇÃO E SECREÇÃO TUBULAR RENAL<br />

Hormônio antidiurético: é sintetizado pelo hipotálamo e secretado pela neurohipófise, em<br />

resposta ao aumento da osmolaridade do plasma. Este hormônio chega aos rins,<br />

trans<strong>por</strong>tado pelo sangue, e age no sistema tubular dos néfrons, aumentando a<br />

permeabilidade dos túbulos distal e coletor à água. Isto causará maior reabsorção tubular<br />

de água e consequentemente, conservação de água no organismo e diminuição da<br />

excreção de água.<br />

Aldosterona: é um hormônio secretado pelo córtex das glândulas supra-renais e que<br />

estimula a reabsorção renal de sódio e a secreção renal de potássio. Estas ações da<br />

aldosterona permitem ao organismo conservar sódio e eliminar o excesso de potássio. A<br />

concentração sanguínea de sódio aumenta e a de potássio diminui.<br />

Angiotensina II: é produzida a partir da angiotensina I sob ação da enzima conversora de<br />

angiotensina. Estimula diretamente a reabsorção renal de sódio e, consequentemente de<br />

água. Além disso, estimula a secreção do hormônio aldosterona.<br />

Peptídio natriurético atrial: é produzido pelos átrios em resposta ao aumento de volume<br />

de sangue aos átrios. Ele inibe a reabsorção renal de sódio e água, causando, <strong>por</strong>tanto, um<br />

aumento da natriurese e da diurese.


Paratormônio: é um hormônios secretado pelas glândulas paratireóides em resposta a<br />

diminuição da calcemia. Estimula a reabsorção renal de cálcio e magnésio, promovendo a<br />

conservação de cálcio no organismo.<br />

9.5 -PARTICIPAÇÃO DA MANUTENÇÃO DO pH<br />

O pH da urina pode variar de 4,5 até 8,0, entretanto, geralmente encontra-se em valores<br />

entre 5,0 e 7,0.<br />

CORREÇÃO RENAL DA ACIDOSE: Reabsorção total de íons bicarbonato e excreção<br />

aumentada de íons hidrogênio.<br />

CORREÇÃO RENAL DA ALCALOSE: Diminuição da secreção tubular de íons hidrogênio e<br />

Aumento da excreção de íons bicarbonato<br />

9.6- MICÇÃO<br />

Enchimento da bexiga→Excitação de receptores de estiramento na parede da bexiga→Sinais<br />

neurais são transmitidos para a medula espinhal e encéfalo→São inibidos durante os Sinais<br />

neurais eferentes são transmitidos <strong>por</strong> fibras→enchimento da bexiga parassimpáticas até a bexiga<br />

(excitação do parassimpático e inibição do simpático)→Contração muscular (m.<br />

detrusor)→Aumenta a pressão vesical→Abertura do esfíncter interno→Abertura do esfíncter<br />

externo (controle voluntário)→A contração dos músculos abdominais e o abaixamento do<br />

diafragma favorecem o processo de eliminação da urina<br />

· Sinais inibitórios do encéfalo ao esfíncter externo, impedem a passagem da urina e,<br />

consequentemente a micção.<br />

· Sinais transmitidos <strong>por</strong> fibras nervosas simpáticas provocam o relaxamento do músculo detrusor<br />

e fechamento do esfíncter interno.<br />

REFERÊNCIAS<br />

AIRES, M. M. Fisiologia, 2. ed. Ed. Guanabara Koogan, 1999.<br />

CINGOLANI, H.E., HOUSSAY A.B. & COLS. Fisiologia Humana de Houssay, 7.ed., Ed. Artmed,<br />

2004.<br />

DAVIES, A., BLAKELEY, A.G.H., KIDD, C. Fisiologia Humana, Editora Artmed, 2002.<br />

DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia Aplicada à Ciência da Saúde, 4.ed., Editora Robe<br />

Editorial Ltda, 1999-2000.<br />

GUYTON, Arthur, C. e HALL, John E. Fundamentos de Guyton Tratado de Fisiologia Médica,<br />

10ª ed., Ed. Guanabara-Koogan, 2002.<br />

JOHNSON, L. R. Fundamentos de Fisiologia Médica, 2. ed., Editora Guanabara Koogan,<br />

2000.<br />

SILBERNAGL, S. e <strong>DE</strong>SPOPOULOS, A. Fisiologia Texto e Atlas, 5.ed., Editora Artmed, 2003.<br />

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial, SBH, SBN, SBC, 2006.

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