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Da Vigilância Epidemiológica à Vigilância em Saúde: o ... - UFSM

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<strong>Da</strong> <strong>Vigilância</strong> <strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong> <strong>à</strong> <strong>Vigilância</strong> <strong>em</strong> <strong>Saúde</strong>: o impacto epid<strong>em</strong>iológico,<br />

técnico e estrutural ocasionado <strong>em</strong> um hospital universitário com o advento da<br />

implantação do Núcleo de <strong>Vigilância</strong> <strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong> Hospitalar.<br />

Autores:<br />

Carlos André Aita Schmitz<br />

Adriana de Castro Rodrigues Krum<br />

Verginia Medianeira <strong>Da</strong>llago Rossato<br />

José Luís Guedes dos Santos<br />

Adelina Giacomelli Prochnow<br />

Natália Garlet<br />

Alexandre Vargas Schwarzbold<br />

Resumo:<br />

Introdução: A <strong>Vigilância</strong> <strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong>–VE esbarra na subnotificação, um probl<strong>em</strong>a<br />

multifatorial atacado com a criação dos Núcleos de <strong>Vigilância</strong> <strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong><br />

Hospitalares-NVEH. Estes necessitam desenvolver ferramentas para vencer a<br />

resistência <strong>à</strong> notificação criando uma identidade de <strong>Vigilância</strong> <strong>em</strong> <strong>Saúde</strong> – VS.<br />

Objetivos: Detalhar as estratégias de implantação do NVEH do Hospital Universitário<br />

de Santa Maria-HUSM, d<strong>em</strong>onstrando o impacto epid<strong>em</strong>iológico, técnico e estrutural.<br />

Métodos: Utilizou-se o conceito de pesquisa-ação para vincular os Serviços de<br />

<strong>Vigilância</strong>-SV através da subnotificação. No processo utilizaram-se passos de<br />

reconhecimento, conhecimento, colaboração, cooperação e associação, os dois<br />

primeiros na forma de quatro oficinas de integração. Divididas <strong>em</strong> Dinâmica de Grupo -<br />

DG, Instrumentalização Teórica - IT e Produção Técnica – PT. Um evento conjunto<br />

final estabeleceu o nível de colaboração, partindo-se para relações de cooperação e<br />

associação. Utilizou-se os dados do SINAN para d<strong>em</strong>onstrar o impacto epid<strong>em</strong>iológico.<br />

Resultados: Impacto epid<strong>em</strong>iológico: o HUSM incr<strong>em</strong>entou as notificações, mais que o<br />

município, <strong>em</strong> 56,19% . Impacto técnico: As DG/IT/PT das oficinas geraram integração<br />

entre os SV e formação de uma rede de VS. Impacto estrutural: a direção do HUSM<br />

criou a Coordenação de <strong>Vigilância</strong> <strong>em</strong> <strong>Saúde</strong>–COVISA, congregando os SV.<br />

Conclusões: Os ganhos atingidos com os impactos epid<strong>em</strong>iológico e estrutural foram<br />

conseqüências diretas do impacto técnico. Investimentos no fator humano e na formação<br />

da rede, tanto incr<strong>em</strong>entaram as notificações da VE como criaram uma identidade de<br />

VS. Houve cooperação com a identificação de um probl<strong>em</strong>a comum. O nível de<br />

associação foi atingido quando a direção formalizou o processo criando a COVISA.<br />

Introdução:<br />

Reconhecidamente importante, a <strong>Vigilância</strong> <strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong> – VE esbarra,<br />

historicamente, na subnotificação. Mesmo a compulsoriedade da notificação (definida<br />

<strong>em</strong> lei de 1977 com previsão de multa), não minimiza o probl<strong>em</strong>a que não pode ser<br />

reduzido <strong>à</strong> simples resistência individual dos profissionais de saúde. Fatores como<br />

d<strong>em</strong>anda massiva, processo de trabalho, quantidade e complexidade das Doenças de<br />

Notificação Compulsória - DNC, surtos, diferenças geográficas, DNC de baixa<br />

incidência e falta de informação/formação, também dev<strong>em</strong> ser considerados.<br />

A instituição do Subsist<strong>em</strong>a Nacional de <strong>Vigilância</strong> <strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong> <strong>em</strong> Âmbito<br />

Hospitalar, definida através da portaria GM/MS nº 2529, de 23 de nov<strong>em</strong>bro de 2004,


levou <strong>à</strong> criação dos Núcleos de <strong>Vigilância</strong> <strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong> Hospitalares - NVEH. A VE<br />

hospitalar, que antes pesava sobre as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar -<br />

CCIH e dependia da colaboração espontânea dos profissionais de saúde e da<br />

fiscalização distante das secretarias municipais de saúde, passou a contar com equipes<br />

específicas.<br />

Mas afinal, para que notificar? O que se ganha notificando? O que se perde não<br />

notificando? Em um hospital universitário, as respostas para estas perguntas permeiam<br />

as produções de saúde (questões assistenciais) e científica (questões acadêmicas), num<br />

complexo processo de estruturação administrativa e qualificação profissional.<br />

Distantes do poder da polícia médica al<strong>em</strong>ã (século XVIII) descrita por<br />

Foucault, os NVEH necessitam desenvolver novas ferramentas para vencer uma<br />

culturalmente justificada resistência ao ato de notificar, somada a uma falta de<br />

confiança no resultado do ato de vigiar. Mais do que educar, é preciso engajar,<br />

comprometer, criar uma identidade de <strong>Vigilância</strong> <strong>em</strong> <strong>Saúde</strong> – VS que favoreça a VE.<br />

O trabalho <strong>em</strong> redes t<strong>em</strong> sido apontado como alternativa para a superação do<br />

modelo fragmentado e hierárquico no qual estão baseados muitos dos serviços<br />

assistenciais. A noção de rede refere-se a fluxos, circulações, alianças, movimentos com<br />

o intuito de diss<strong>em</strong>inar informações entre os seus atores, facilitando a sua própria<br />

manutenção. Além disso, as redes estão pautadas no desenvolvimento de ações<br />

cooperativas e solidárias de caráter interdisciplinar, que são fundamentais para o<br />

sucesso das ações de VS.<br />

Na época da criação do NVEH (31/03/2007) o Hospital Universitário de Santa<br />

Maria – HUSM já contava com outros serviços de VS, a saber: a CCIH, a Gerência de<br />

Risco – GR (<strong>Vigilância</strong> Sanitária), a Comissão de Gestão Ambiental – CGA, o Serviço<br />

de <strong>Saúde</strong> e Segurança do Trabalhador – SSST e o Observatório de Violência – OV<br />

(programa estadual).<br />

Com o entendimento da importância de ações comuns e sinérgicas que evitass<strong>em</strong><br />

a redundância e o atravessamento, a equipe do NVEH iniciou um processo de<br />

aproximação, com estes serviços e com o corpo diretivo, pautado na criação de uma<br />

rede de colaboração para a redução da subnotificação epid<strong>em</strong>iológica, mas com um<br />

objetivo final maior que foi a criação de uma identidade institucional de VS.<br />

Objetivos:<br />

Detalhar as estratégias utilizadas na implantação do Núcleo de <strong>Vigilância</strong><br />

<strong>Epid<strong>em</strong>iológica</strong> Hospitalar do Hospital Universitário de Santa Maria, d<strong>em</strong>onstrando o<br />

impacto epid<strong>em</strong>iológico, técnico e estrutural ocasionado na instituição.<br />

Métodos:<br />

Além dos aspectos descritivos, este trabalho valeu-se do conceito de pesquisaação<br />

para alcançar seus objetivos. Para Thiolent (1987):<br />

“a pesquisa-ação trata-se de um tipo de pesquisa social com base <strong>em</strong>pírica<br />

que é concebida e realizada <strong>em</strong> estreita associação com uma ação ou com a<br />

resolução de um probl<strong>em</strong>a coletivo e no qual os pesquisadores e os<br />

participantes da situação ou do probl<strong>em</strong>a estão envolvidos de modo<br />

cooperativo ou participativo.”<br />

Num primeiro momento a equipe do NVEH detectou que não havia a<br />

consciência de um probl<strong>em</strong>a coletivo que integrasse todos os serviços de VS. Sendo


uma equipe neófita e instituinte e, de modo a respeitar (e aprender com) a experiência<br />

dos serviços já instituídos, o NVEH optou pela criação de vínculos intersetoriais.<br />

Segundo Feuerwerker (2000), a unidade básica do vínculo é a relação entre<br />

sujeitos e o vínculo se desenvolve <strong>em</strong> diferentes níveis de complexidade:<br />

reconhecimento, conhecimento, colaboração, cooperação e associação. Ou seja,<br />

reconhecimento: ver o outro, como par, como interlocutor, com direito a existir e a<br />

<strong>em</strong>itir opiniões; conhecimento: qu<strong>em</strong> é o outro e como ele vê o mundo, o que ele é<br />

capaz de fazer e produzir; colaboração: estabelecimento de vínculos de reciprocidade;<br />

cooperação: processo mais complexo, implica a existência ou a identificação de um<br />

probl<strong>em</strong>a comum e uma forma sist<strong>em</strong>ática e estável de atividades; associação:<br />

contratos ou acordos e utilização conjunta de recursos.<br />

A etapa do conhecimento e do reconhecimento foi vencida com uma estratégia<br />

simples: Por ser influenciado por critérios multifatoriais de ord<strong>em</strong> tanto técnica quanto<br />

subjetiva, por estar dentro da governabilidade do NVEH e pela notificação ser um<br />

instrumento comum a todos os serviços de VS do HUSM, o probl<strong>em</strong>a da subnotificação<br />

foi eleito como ponto inicial de interlocução entre estes serviços e o NVEH.<br />

Desta forma, foi definida uma programação de quatro oficinas de integração,<br />

organizadas pelo NVEH (jul-out/07), entre os serviços de VS e com a participação da<br />

direção e de setores de apoio do HUSM. As oficinas contaram com três t<strong>em</strong>pos:<br />

Dinâmica de Grupo - DG, Instrumentalização Teórica - IT e Produção Técnica – PT.<br />

A proposta previa um evento conjunto institucional ao final das oficinas (nível<br />

de colaboração), a partir do qual seriam iniciadas as relações de cooperação e,<br />

finalmente, associação.<br />

Como o NVEH, devido ao processo de depuração do aplicativo SINAN NET,<br />

ainda não dispõe de digitação local, foram utilizados os dados do Sist<strong>em</strong>a Nacional de<br />

Agravos de Notificação – SINAN, fornecidos pela VE municipal. Foi desenvolvido um<br />

Banco de <strong>Da</strong>dos - BD no aplicativo Access, capaz de importar e tratar <strong>em</strong> conjunto os<br />

dados de todas as DNC, tanto do SINANW quanto do SINAN NET.<br />

O aplicativo Excell foi utilizado para a tabulação dos dados. O BD foi utilizado<br />

para d<strong>em</strong>onstrar o impacto epid<strong>em</strong>iológico das ações comparando as séries históricas do<br />

HUSM antes e depois da implantação do NVEH e o seu peso no quantitativo de<br />

notificações municipais.<br />

Resultados:<br />

Impacto epid<strong>em</strong>iológico: <strong>em</strong> 2006 e 2007, enquanto o município de Santa<br />

Maria manteve estável o número de notificações, o HUSM teve um salto de 56,19%,<br />

havendo também um aumento no número de DNC vigiadas (Tabelas 1 e 2). Nos anos<br />

anteriores a 2007 a razão de casos notificados entre HUSM e Santa Maria ficou abaixo<br />

de 20%, saltando para 31,51% <strong>em</strong> 2007 (Tabela 3).


Tabela 1 – DNC no HUSM <strong>em</strong> 2006: quantitativo e qualitativo.<br />

AGRAVO<br />

MESES<br />

Percentuais<br />

ANO<br />

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total Acum.<br />

AIDS ADULTO 12 11 4 9 4 5 6 8 4 7 8 6 84 34,71 34,71<br />

GESTANTE HIV 2 11 1 2 4 3 7 2 3 8 1 44 18,18 52,89<br />

LEPTOSPIROSE 3 4 6 1 3 5 3 4 2 1 32 13,22 66,12<br />

MENINGITE 1 2 1 7 2 4 2 5 1 5 30 12,40 78,51<br />

ACIDENTE POR ANIMAIS PEÇONHENTOS 5 4 2 2 1 1 3 2 2 1 3 26 10,74 89,26<br />

HEPATITES VIRAIS 4 5 5 2 1 17 7,02 96,28<br />

AIDS CRIANÇA 1 1 2 0,83 97,11<br />

COQUELUCHE 1 1 2 0,83 97,93<br />

SÍFILIS CONGÊNITA 1 1 2 0,83 98,76<br />

DENGUE 1 1 0,41 99,17<br />

HANTAVIROSE 1 1 0,41 99,59<br />

TÉTANO ACIDENTAL 1 1 0,41 100,00<br />

Total geral 27 34 14 14 18 19 30 17 21 20 15 13 242<br />

Tabela 2 – DNC no HUSM <strong>em</strong> 2007: quantitativo e qualitativo.<br />

AGRAVO<br />

MESES<br />

Percentuais<br />

ANO<br />

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total Acum.<br />

AIDS ADULTO 8 5 9 9 12 14 8 10 16 14 17 8 130 34,39 34,39<br />

HEPATITES VIRAIS 3 3 3 13 7 8 9 5 5 4 60 15,87 50,26<br />

MENINGITE 2 1 4 2 5 5 4 6 2 5 3 39 10,32 60,58<br />

GESTANTE HIV 4 3 2 4 3 2 3 5 3 4 1 2 36 9,52 70,11<br />

LEPTOSPIROSE 4 2 4 3 4 2 2 6 2 4 33 8,73 78,84<br />

ACIDENTE POR ANIMAIS PEÇONHENTOS 3 7 2 1 4 2 1 1 2 4 3 1 31 8,20 87,04<br />

INTOXICAÇÃO EXÓGENA 1 3 2 5 3 2 16 4,23 91,27<br />

ACIDENTE GRAVE 3 4 4 2 13 3,44 94,71<br />

TUBERCULOSE 1 6 7 1,85 96,56<br />

AIDS CRIANÇA 2 1 1 4 1,06 97,62<br />

GESTANTE COM SÍFILIS 1 1 1 3 0,79 98,41<br />

SÍFILIS CONGÊNITA 1 1 2 0,53 98,94<br />

DENGUE 1 1 0,26 99,21<br />

FEBRE MACULOSA 1 1 0,26 99,47<br />

COQUELUCHE 1 1 0,26 99,74<br />

HANTAVIROSE 1 1 0,26 100,00<br />

Total geral 17 22 20 26 39 34 35 37 33 42 42 31 378<br />

Tabela 3 – Série histórica da razão<br />

de notificações entre HUSM e<br />

Santa Maria.<br />

Ano<br />

Notificações<br />

HUSM Santa Maria<br />

Razão<br />

2000 127 967 13,13<br />

2001 140 1.295 10,81<br />

2002 189 1.281 14,75<br />

2003 355 1.839 19,30<br />

2004 258 1.464 17,62<br />

2005 238 1.506 15,80<br />

2006 242 1.282 18,88<br />

2007 391 1.241 31,51<br />

Impacto técnico: apesar do caráter não convocatório e partindo o convite do<br />

NVEH, um excelente nível de participação foi atingido nas oficinas, tanto pelos d<strong>em</strong>ais<br />

serviços de vigilância quanto pela direção do HUSM e serviços de apoio (laboratório,<br />

farmácia, pronto-socorro e informática). As seguintes etapas de DG, IT e PT<br />

distribuíram-se ao longo das quatro oficinas:<br />

DG: uma dinâmica de cadeia de transmissão do HIV foi utilizada para<br />

fundamentar a importância da vigilância. Através de uma DG de apresentação operou-se


a fase de reconhecimento de forma pessoal e informal. DG de confiança (queda livre e<br />

João-bobo) serviram para compl<strong>em</strong>entar esta etapa.<br />

Foi realizada uma DG do caos, onde representantes dos serviços de vigilância,<br />

da direção e dos serviços de apoio só podiam se comunicar através de poucos<br />

mensageiros (três) enquanto eram interpelados por seis outros atores distribuídos nos<br />

papéis de usuários, administradores e profissionais de saúde. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, um<br />

probl<strong>em</strong>atizador <strong>em</strong>itia notícias de várias ocorrências (surtos, fechamento de leitos,<br />

acidentes de trabalho, epid<strong>em</strong>ias) que gradativamente pioravam.<br />

IT: através da direção, foram reforçados os conceitos relativos ao Sist<strong>em</strong>a Único<br />

de <strong>Saúde</strong>, na seqüência, “Redes: conceitos e experiências” com a participação de um<br />

sanitarista da rede básica. Por fim, cada serviço apresentou suas especificidades.<br />

PT: através da discussão <strong>em</strong> grupo foi elaborado um consenso para os conceitos<br />

que permeiam a ação de todos os grupos como conceito, objeto e ferramentas de<br />

vigilância. A seguir foi definido um desenho da rede interna de vigilância no HUSM e<br />

suas relações externas (Figura 1).<br />

As oficinas resultaram <strong>em</strong> reuniões mensais entre os serviços, e num evento<br />

conjunto no qual, através da assessoria do Curso de Bacharelado <strong>em</strong> Artes Cênicas, um<br />

grupo de 12 alunos dos cursos de enfermag<strong>em</strong>, farmácia e medicina, devidamente<br />

caracterizados, encenou, <strong>em</strong> meio ao público, a simulação de situações graves referentes<br />

a cada um dos serviços.<br />

Impacto estrutural: com o advento das oficinas, a direção iniciou a criação da<br />

Coordenação de <strong>Vigilância</strong> <strong>em</strong> <strong>Saúde</strong> – COVISA, para congregar todos os serviços de<br />

vigilância numa área física comum, definindo um compromisso institucional (direção<br />

do HUSM e reitoria da <strong>UFSM</strong>) <strong>em</strong> termos de recursos humanos e insumos. No tocante<br />

ao NVEH, a área física ocupada passará de 13m 2 <strong>em</strong> 2007 para 26m 2 <strong>em</strong> 2008 com<br />

maior disponibilização de equipamentos.<br />

Figura 1 – Primeiro esboço da rede de vigilância.<br />

Arquivo<br />

Estatística<br />

Geral<br />

Contas<br />

pacientes<br />

não<br />

Administrativa<br />

Direção<br />

Enfermag<strong>em</strong><br />

LAC Farmácia<br />

Observatório<br />

de Violência<br />

Clínica<br />

Gestão<br />

Ambiental<br />

Ensino e<br />

Pesquisa<br />

NVEH<br />

Acad<strong>em</strong>ia<br />

<strong>Vigilância</strong><br />

Hospitalar<br />

CCIH<br />

<strong>Saúde</strong> do<br />

Trabalhador<br />

Gerência<br />

de Risco<br />

Coord. Enfermag<strong>em</strong><br />

Informática<br />

CIPA<br />

CPAD<br />

Secretaria<br />

Municipal<br />

de <strong>Saúde</strong><br />

4ªCRS<br />

A espessura das linhas de agrupamento dá idéia do nível da rede, ou seja, níveis mais externos = linhas<br />

mais espessas; CPAD=Comissão de Padronização de Materiais.


Conclusões:<br />

Presentes no dia-a-dia da Atenção Primária <strong>em</strong> <strong>Saúde</strong> - APS, como estratégias<br />

de educação e promoção de saúde, as DG parec<strong>em</strong> não encontrar espaço na rotina<br />

terciária. Foi grande o estranhamento dos integrantes das oficinas, que esperavam uma<br />

projeção de slides frente a cadeiras alinhadas, quando encontraram cadeiras dispostas<br />

num círculo de probl<strong>em</strong>atização (Freire,1987) e, além disso, foram convidados a<br />

circular e a trocar abraços na DG de rede de transmissão do HIV. Estranharam mais<br />

ainda quando avisados que os abraços representavam relações sexuais e que um dos<br />

“abraçantes” estava infectado.<br />

Mais do que fundamentar a importância da vigilância, esta DG iniciou uma<br />

aproximação quase promíscua entre trabalhadores acostumados a clausura de seus<br />

nichos assépticos. Então, um pouco mais humanizados e acolhidos, os participantes<br />

passaram para a DG de apresentação, onde cada serviço teve que eleger um<br />

representante que apresentasse os d<strong>em</strong>ais, sendo utilizado um tom simples, informal e<br />

b<strong>em</strong>-humorado dado estrategicamente pelo primeiro grupo a se apresentar (NVEH).<br />

Além de gerar mais aproximação, esta DG também possibilitou a detecção de<br />

tensões internas e probl<strong>em</strong>as de comunicação a ser<strong>em</strong> trabalhados. Por fim, as DG de<br />

confiança, com as brincadeiras de queda livre e joão-bobo (a pessoa fecha os olhos e se<br />

deixa cair, certa que os componentes de seu grupo irão segurá-la) mostraram que, se era<br />

possível rir e brincar juntos, também o seria trabalhar e produzir juntos.<br />

Realizada na segunda oficina, após a IT sobre SUS e antes da IT de redes, a DG<br />

do caos evidenciou o desconhecimento, por parte de vários atores chave, dos fluxos de<br />

encaminhamento, tanto <strong>em</strong> situações mais corriqueiras quanto <strong>em</strong> casos mais graves e a<br />

necessidade da formação de uma rede interna de vigilância.<br />

Neste ponto, o contato com a experiência da APS, onde as redes acontec<strong>em</strong><br />

quase que espontaneamente, trazida por um sanitarista, foi de suma importância, pois<br />

visualizadas as deficiências foram apresentadas as ferramentas de resolução. O desenho<br />

da rede de VS do HUSM, produzido na seqüência e após a apresentação de cada<br />

serviço, ocorreu de forma natural e fácil.<br />

O vínculo entre pessoas (e serviços), estava formado. Reconhecimento e<br />

conhecimento feitos partiu-se para a colaboração. A apresentação dos seis serviços de<br />

VS do HUSM ao seu público alvo (acadêmicos, professores e profissionais) foi<br />

realizada na forma de uma mesa redonda interativa, inserida num evento de abrangência<br />

municipal organizado pelo Pronto Socorro, tendo como bônus a integração dos alunos<br />

ao processo.<br />

Os ganhos atingidos com os impactos epid<strong>em</strong>iológico e estrutural foram<br />

conseqüências diretas do impacto técnico. O investimento no fator humano e na<br />

formação da rede, tanto incr<strong>em</strong>entaram as notificações da VE como criaram uma<br />

identidade de VS no hospital, ou seja, houve cooperação, pois um probl<strong>em</strong>a comum<br />

havia sido identificado. O nível de associação foi atingido quando o corpo diretivo<br />

formalizou o processo com a criação da COVISA.

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