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Elementos de reflexão acerca da Geografía ensinada no Imperial ...

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Assim, nesse <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato, os saquaremas caracterizaram a própria Coroa<br />

(representa<strong>da</strong> pela figura do Imperador, Dom Pedro II) em partido e se<br />

constituíram em principais formuladores <strong>de</strong> políticas públicas durante o tempo<br />

em questão.<br />

Parte <strong>da</strong> aparelhagem estatal foi constituí<strong>da</strong> nesse período, conforme foi<br />

o caso <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção do <strong>Imperial</strong> Collegio <strong>de</strong> Pedro II em 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

1837, tendo em vista a estruturação administrativa do projeto <strong>de</strong> expansão dos<br />

interesses <strong>da</strong> classe dirigente, travestidos <strong>de</strong> interesses <strong>da</strong> Coroa, centraliza<strong>da</strong><br />

<strong>no</strong> Município <strong>da</strong> Corte (Rio <strong>de</strong> Janeiro). Conforme dissemos, tal constituição<br />

fazia parte do conjunto <strong>de</strong> ações que procuravam estabelecer e manter uma<br />

i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses entre as mais diversas representações políticas<br />

regionais, ain<strong>da</strong> que forjassem uma hierarquia entre tais interesses.<br />

Entre esses interesses, a manutenção <strong>de</strong> um território u<strong>no</strong> e indivisível<br />

ocupava posição central. Para Demétrio Mag<strong>no</strong>li 18 e Antonio Carlos Robert<br />

Moraes 19 , o território é a própria razão <strong>de</strong> ser dos Estados in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

passado colonial.<br />

Nisso, a esse tempo, o território condizente ao Brasil, que não se<br />

<strong>de</strong>sagregou, era patrimônio her<strong>da</strong>do do período colonial. Segundo Moraes 20 , a<br />

própria continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> monarquia bragantina permitiu o uso do argumento <strong>da</strong><br />

soberania dinástica na legitimação do Novo Estado e <strong>de</strong> seu domínio sobre o<br />

território colonial. Mesmo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, "o Brasil permanecia como parte do<br />

patrimônio territorial <strong>da</strong> Casa <strong>de</strong> Bragança" 21 .<br />

A <strong>no</strong>va se<strong>de</strong> do Império Lusita<strong>no</strong>, o Município <strong>da</strong> Corte localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, testemunhou um acelerado crescimento, articulando-se às<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas <strong>de</strong> outros locais, como Minas Gerais, São Paulo e as<br />

províncias do sul; ou seja, estabeleciam-se relações mais próximas entre<br />

províncias do Centro Sul com a então ci<strong>da</strong><strong>de</strong> erigi<strong>da</strong> à condição <strong>de</strong> capital do<br />

Império. Em meio a esse processo, fica evi<strong>de</strong>nte a ampla disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

18<br />

Cf. MAGNOLI, Demétrio O Estado em Busca do Seu Território. Terra Brasilis, Rio <strong>de</strong> Janeiro, A<strong>no</strong>s III-IV,<br />

N. 4-5 - Território, 2002-2003, 27-44.<br />

19<br />

Cf. MORAES, Antonio C. R. Território e História <strong>no</strong> Brasil.São Paulo: Annablume, 2008.<br />

20<br />

Cf. MORAES, Antonio C. R. Nação e Território: I<strong>de</strong>ologias Geográficas na Formação Histórica do Brasil.<br />

In. V.A. Rumos <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. São Paulo: Instituto Prometeus, 2009.<br />

21<br />

Ib<strong>de</strong>m. P. 3

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