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Elementos de reflexão acerca da Geografía ensinada no Imperial ...

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mi<strong>no</strong>ria abasta<strong>da</strong> e politicamente forte representa<strong>da</strong> pela elite dirigente. Esses<br />

fatores <strong>de</strong>man<strong>da</strong>ram <strong>da</strong> parte <strong>de</strong> tal elite o emprego <strong>de</strong> <strong>de</strong>masiado esforço<br />

para que um Estado forte, representativo <strong>de</strong> seus interesses, fosse<br />

consoli<strong>da</strong>do.<br />

A emancipação política brasileira <strong>de</strong> Portugal foi exatamente fruto <strong>de</strong> uma<br />

mobilização <strong>de</strong>ssa elite local ávi<strong>da</strong> por interesses específicos; o caso brasileiro<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência, nesse sentido, em na<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> similitu<strong>de</strong> a outros projetos<br />

<strong>de</strong> formação nacionalista: a nação ain<strong>da</strong> não existia; o território sim, embora a<br />

sua não exploração po<strong>de</strong>ria suscitar a sua fragmentação e per<strong>da</strong> <strong>de</strong> soberania<br />

estatal. Como não havia vínculos entre as diversas possessões portuguesas na<br />

América, jamais se po<strong>de</strong>ria falar em uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> nacional comum a to<strong>da</strong>s<br />

elas. Essa tarefa caberia a essa <strong>no</strong>va Corte que ora se formava <strong>no</strong> Estado<br />

<strong>Imperial</strong> e que vai ser <strong>de</strong>cisiva na constituição <strong>de</strong> um Estado nacional mimético<br />

aos padrões civilizatórios europeus, cujo papel <strong>da</strong> instrução era ressaltado.<br />

À construção do Estado nacional: or<strong>de</strong>nar, civilizar e, ao Collegio <strong>de</strong><br />

Pedro II, instruir, eis a sua missão<br />

Pelo me<strong>no</strong>s até a implementação <strong>de</strong> to<strong>da</strong> uma teia bem organiza<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

relações comerciais estabeleci<strong>da</strong>s durante a gestão <strong>de</strong> Marquês <strong>de</strong> Pombal,<br />

então primeiro ministro lusita<strong>no</strong> do Rei D. José I ao longo <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong><br />

do século XVIII, o <strong>no</strong>me mais a<strong>de</strong>quado para o Brasil seria América<br />

Portuguesa, pois, em ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, tratava-se <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> possessões<br />

dispersas <strong>no</strong> Continente Sul-America<strong>no</strong>, sem vínculos consistentes capazes <strong>de</strong><br />

criar um sentimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> nacional em to<strong>da</strong> a colônia. O <strong>no</strong>me Brasil<br />

só foi amplamente usado com a concretização <strong>de</strong> um projeto geopolítico<br />

pombali<strong>no</strong>, que não logrou - e também não tinha intenção <strong>de</strong>... - criar uma<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> entre a população dispersa.<br />

Eram justamente a dispersão, a <strong>de</strong>sarticulação e a ausência <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

her<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong> um passado colonial que geravam gran<strong>de</strong>s receios na elite<br />

dirigente vincula<strong>da</strong> à Corte sedia<strong>da</strong> <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Mas não só isso: a<br />

preservação <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m escravista, ameaça<strong>da</strong> pelas pressões inglesas para a<br />

abolição do tráfico negreiro e pela possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebeliões espontâneas <strong>de</strong><br />

escravos, tornava a construção <strong>de</strong> um Estado imprescindível para a<br />

continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus interesses. Durante to<strong>da</strong> a primeira meta<strong>de</strong> do século XIX

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