Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA - Ibama
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<strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong> <strong>–</strong> <strong>APPA</strong><br />
PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL <strong>–</strong> PCA<br />
DO PORTO DE ANTONINA<br />
Outubro <strong>de</strong> 2010
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
SUMÁRIO<br />
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1<br />
2. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL <strong>–</strong> PGA .............................................. 3<br />
2.1. Objetivo ........................................................................................ 3<br />
2.2. Principais ações .............................................................................. 3<br />
2.3. Aspectos metodológicos e recursos .................................................... 4<br />
2.4. Cronograma ................................................................................... 6<br />
3. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA E DETERMINAÇÃO<br />
DE BIOINDICADORES ............................................................................... 7<br />
3.1. Objetivos ....................................................................................... 7<br />
3.2. Principais ações .............................................................................. 7<br />
3.3. Subprogramas ................................................................................ 8<br />
3.4. Recursos necessários ...................................................................... 38<br />
3.5. Equipe técnica ............................................................................... 38<br />
3.6. Cronograma .................................................................................. 38<br />
4. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS ........................39<br />
4.1. Objetivo ....................................................................................... 39<br />
4.2. Principais Ações ............................................................................. 40<br />
4.3. Metodologia .................................................................................. 40<br />
4.4. Equipe técnica ............................................................................... 46<br />
4.5. Cronograma .................................................................................. 46<br />
5. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS <strong>–</strong> PGRS ..............47<br />
5.1. Introdução .................................................................................... 47<br />
5.2. Objetivos ...................................................................................... 47<br />
5.3. Principais ações ............................................................................. 48<br />
5.4. Metodologia .................................................................................. 49<br />
5.5. Equipe técnica ............................................................................... 51<br />
5.6. Cronograma .................................................................................. 52<br />
6. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EFLUENTES .....................................53<br />
6.1. Introdução .................................................................................... 53<br />
6.2. Objetivos ...................................................................................... 53<br />
6.3. Principais ações ............................................................................. 54<br />
6.4. Metodologia .................................................................................. 54<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - i -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6.5. Recursos necessários ...................................................................... 58<br />
6.6. Cronograma .................................................................................. 59<br />
7. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS ..............60<br />
7.1. Introdução .................................................................................... 60<br />
7.2. Objetivo ....................................................................................... 60<br />
7.3. Principais ações ............................................................................. 60<br />
7.4. Aspectos metodológicos .................................................................. 61<br />
7.5. Recursos necessários ...................................................................... 68<br />
7.6. Cronograma .................................................................................. 69<br />
8. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA EMISSÃO DE RUÍDOS .......................70<br />
8.1. Introdução .................................................................................... 70<br />
8.2. Objetivos ...................................................................................... 71<br />
8.3. Principais ações ............................................................................. 71<br />
8.4. Metodologia .................................................................................. 71<br />
8.5. Recursos necessários ...................................................................... 75<br />
8.6. Cronograma .................................................................................. 76<br />
9. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS ..................77<br />
9.1. Introdução .................................................................................... 77<br />
9.2. Objetivos ...................................................................................... 78<br />
9.3. Metodologia e principais ações ......................................................... 78<br />
9.4. Cronograma .................................................................................. 85<br />
10. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS SEDIMENTOS .......86<br />
10.1. Introdução .................................................................................. 86<br />
10.2. Objetivos .................................................................................... 86<br />
10.3. Aspectos metodológicos ................................................................ 87<br />
10.4. Recursos necessários .................................................................... 91<br />
10.5. Cronograma ................................................................................ 92<br />
11. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA ÁGUA DE LASTRO DOS NAVIOS ........93<br />
11.1. Introdução .................................................................................. 93<br />
11.2. Objetivo ..................................................................................... 95<br />
11.3. Metodologia ................................................................................ 95<br />
11.4. Cronograma ................................................................................ 96<br />
12. PROGRAMA DE AUDITORIA AMBIENTAL ................................................97<br />
12.1. Introdução .................................................................................. 97<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - ii -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
12.2. Objetivos .................................................................................... 97<br />
12.3. Principais ações ........................................................................... 97<br />
12.4. Aspectos metodológicos ................................................................ 97<br />
12.5. Equipe técnica ............................................................................. 98<br />
12.6. Cronograma ................................................................................ 98<br />
13. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ................................................99<br />
13.1. Introdução .................................................................................. 99<br />
13.2. Objetivos .................................................................................... 99<br />
13.3. Principais ações ......................................................................... 100<br />
13.4. Aspectos metodológicos .............................................................. 100<br />
13.5. Recursos necessários .................................................................. 102<br />
13.6. Cronograma .............................................................................. 102<br />
14. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................... 103<br />
14.1. Introdução ................................................................................ 103<br />
14.2. Objetivos .................................................................................. 103<br />
14.3. Principais ações ......................................................................... 103<br />
14.4. Aspectos metodológicos .............................................................. 105<br />
14.5. Recursos necessários .................................................................. 106<br />
14.6. Cronograma .............................................................................. 106<br />
15. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROLIFERAÇÃO DE VETORES ................... 107<br />
15.1. Pombos (Columba livia)............................................................... 107<br />
15.2. Ratazana (Rattus norvegicus), rato <strong>de</strong> telhado (Rattus rattus) e<br />
camundongos (Mus musculus) ....................................................... 111<br />
16. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ATIVIDADE PESQUEIRA ................ 120<br />
16.1. Introdução ................................................................................ 120<br />
16.2. Objetivos .................................................................................. 121<br />
16.3. Aspectos metodológicos .............................................................. 122<br />
16.4. Equipe técnica ........................................................................... 142<br />
16.5. Cronograma .............................................................................. 142<br />
17. PROGRAMAS COMPLEMENTARES DE MONITORAMENTO DURANTE AS<br />
OBRAS DE DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO ................................................. 143<br />
17.1. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática Durante as Obras <strong>de</strong><br />
Dragagem .................................................................................. 143<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - iii -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.2. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas Durante as<br />
Obras <strong>de</strong> Dragagem ..................................................................... 148<br />
17.3. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> Ambiental <strong>dos</strong> Sedimentos<br />
Durante as Obras <strong>de</strong> Dragagem ..................................................... 151<br />
17.4. Programa <strong>de</strong> Monitoramento do Volume Dragado ............................ 157<br />
17.5. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos e<br />
<strong>dos</strong> Parâmetros Oceanográficos ...................................................... 160<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - iv -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
LISTA DE FIGURAS<br />
Figura 1. Ciclo do PDCA a ser adota para a operacionalização do Programa <strong>de</strong><br />
Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA. .......................................................................... 4<br />
Figura 2. Estrutura organizacional do PGA. .................................................. 5<br />
Figura 3. Figura <strong>de</strong> localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> plâncton (fito, zoo e<br />
ictio). ................................................................................................... 10<br />
Figura 4. Re<strong>de</strong> cônica com malha <strong>de</strong> 20 µm, que <strong>de</strong>verá ser utilizada para<br />
amostragem qualitativa <strong>de</strong> fitoplâncton. ..................................................... 12<br />
Figura 5. Garrafa amostradora do tipo van Dorn (A); procedimento <strong>de</strong> coleta<br />
<strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> água a partir do emprego <strong>de</strong> garrafa amostradora (B). ............. 12<br />
Figura 6. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton com malha <strong>de</strong> 220 m <strong>de</strong> abertura. ...................... 14<br />
Figura 7. Fluxômetro mecânico instalado no centro da boca da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
plâncton. ............................................................................................... 14<br />
Figura 8. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo inconsolidado... 20<br />
Figura 9. Amostrador do tipo van Veen, com área amostras <strong>de</strong> 0,022 m². ....... 21<br />
Figura 10. Acondicionamento <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> sedimento para avaliação<br />
bêntica <strong>de</strong> fundo inconsolidado. ................................................................ 21<br />
Figura 11. Malha amostral para o diagnóstico da bentofauna <strong>de</strong> fundo<br />
consolidado. .......................................................................................... 26<br />
Figura 12. Metodologia da amostragem <strong>de</strong> bentofauna <strong>de</strong> fundo consolidado,<br />
em um costão rochoso. ........................................................................... 27<br />
Figura 13. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> ictio e carcinofauna. ............... 30<br />
Figura 14. Tipo <strong>de</strong> embarcação pesqueira utilizada para a amostragem <strong>de</strong><br />
ictio e carcinofauna. ................................................................................ 32<br />
Figura 15. Binóculos reticulado 7X50 (A), e Rangefin<strong>de</strong>r a laser (B). ............... 36<br />
Figura 16. Terminal portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Na área hachurada, o pátio<br />
utilizado, no passado, para <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> carvão. ........................................... 39<br />
Figura 17. Detalhe <strong>dos</strong> resíduos <strong>de</strong> carvão no pátio do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. ....... 40<br />
Figura 18. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação Preliminar. .................................. 41<br />
Figura 19. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Confirmatória. ......................... 42<br />
Figura 20. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Detalhada. .............................. 43<br />
Figura 21. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Risco. ..................................... 44<br />
Figura 22. Fluxograma <strong>de</strong> gerenciamento <strong>dos</strong> resíduos. ................................ 48<br />
Figura 23. Treinamento básico para os envolvi<strong>dos</strong> com o manuseio <strong>de</strong><br />
resíduos. ............................................................................................... 50<br />
Figura 24. Escala <strong>de</strong> Ringelmann (Fonte: CETESB, 2004). ............................. 65<br />
Figura 25. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ar para avaliação da<br />
sua qualida<strong>de</strong>. ....................................................................................... 66<br />
Figura 26. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong> na área do<br />
Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. .............................................................. 73<br />
Figura 27. Malha <strong>de</strong> amostragem para a qualida<strong>de</strong> das águas do Complexo<br />
Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> <strong>–</strong> CEP. ................................................................. 80<br />
Figura 28. Garrafas amostradoras do tipo van Dorn utilizadas nas<br />
amostragens <strong>de</strong> água. ............................................................................. 81<br />
Figura 29. Registro da coleta das amostras <strong>de</strong> água com a utilização <strong>de</strong><br />
garrafa amostradora tipo van Dorn. ........................................................... 82<br />
Figura 30. Utilização da sonda multiparâmetro para avaliação <strong>de</strong> parâmetros<br />
in situ. .................................................................................................. 83<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - v -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 31. Amostrador do tipo van Veen utilizado na coleta <strong>de</strong> sedimento<br />
superficial. ............................................................................................ 89<br />
Figura 32. Imagem <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> sedimento acondicionada logo após a<br />
coleta. .................................................................................................. 89<br />
Figura 33. Etapas do manejo integrado <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> roedores. .................. 113<br />
Figura 34. Tipos <strong>de</strong> armadilhas: ratoeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (1), Chauvancy (2),<br />
Shermann (3) e quebra-costas (4). ......................................................... 116<br />
Figura 35. Gaiola para captura <strong>de</strong> roedores. .............................................. 116<br />
Figura 36. Caixa comedouro para colocação <strong>de</strong> raticida. .............................. 118<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - vi -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
LISTA DE TABELAS<br />
Tabela 1. Etapas do PDCA relacionadas com as ações do PGA. ........................ 4<br />
Tabela 2. Descrição e localização geográfica <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong><br />
plâncton. ................................................................................................ 9<br />
Tabela 3. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong><br />
fundo inconsolidado. ............................................................................... 19<br />
Tabela 4. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong><br />
fundo consolidado. .................................................................................. 27<br />
Tabela 5. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ictiofauna e<br />
carcinofauna. ......................................................................................... 31<br />
Tabela 6. Código das cores para os diferentes tipos <strong>de</strong> resíduos segundo a<br />
Resolução CONAMA Nº 275/2001. ............................................................. 50<br />
Tabela 7. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem para avaliação<br />
da qualida<strong>de</strong> do ar, utilizadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong><br />
RCA. ..................................................................................................... 67<br />
Tabela 8. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> medição <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong><br />
pressão sonora, utilizadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. ...... 72<br />
Tabela 9. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> água e<br />
profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta a serem realizadas por estação (lacunas hachuradas<br />
em azul). .............................................................................................. 79<br />
Tabela 10. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong><br />
sedimentos. ........................................................................................... 87<br />
Tabela 11. Sugestões <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> resposta entre a população <strong>de</strong><br />
entorno, órgãos públicos e colaboradores com o empreen<strong>de</strong>dor. .................. 101<br />
Tabela 12. Formas <strong>de</strong> uso e aplicação <strong>dos</strong> raticidas. ................................... 116<br />
Tabela 13. Relação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s ligadas à pesca artesanal nos municípios<br />
do litoral paranaense. ............................................................................ 121<br />
Tabela 14. Número mínimo <strong>de</strong> amostras para a caracterização <strong>de</strong><br />
sedimentos. ......................................................................................... 152<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - vii -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
Para organizar e facilitar o cumprimento e o acompanhamento das medidas<br />
preventivas e mitigadoras propostas no Relatório <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> RCA<br />
do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, e em atenção às orientações constantes do Termo <strong>de</strong><br />
Referência emanado <strong>de</strong>ste IBAMA, a proponente elaborou um conjunto <strong>de</strong><br />
Programas Ambientais e Planos <strong>de</strong> Monitoramento que objetivam prevenir ou<br />
mitigar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos causa<strong>dos</strong><br />
pela operação do empreendimento. Estes Programas são, portanto, apresenta<strong>dos</strong><br />
e sistematiza<strong>dos</strong> no presente Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA.<br />
Cumpre ainda <strong>de</strong>stacar, em relação aos apontamentos do Termo <strong>de</strong> Referência<br />
fornecido pelo IBAMA, que o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Riscos <strong>–</strong> PGR, ao<br />
qual foram subordina<strong>dos</strong> (i) o Estudo <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Riscos, (ii) o Manual <strong>de</strong><br />
Procedimentos Internos para Gerenciamento <strong>dos</strong> Riscos, (iii) o Plano <strong>de</strong> Ação <strong>de</strong><br />
Emergência e (iv) o Plano <strong>de</strong> Emergência Individual <strong>–</strong> PEI, já se encontram sob<br />
análise <strong>de</strong>ste órgão. Assim sendo, buscando dar celerida<strong>de</strong> à avaliação do<br />
processo, tais instrumentos não integram o presente Plano <strong>de</strong> Controle<br />
Ambiental <strong>–</strong> PCA.<br />
Os programas gerais contempla<strong>dos</strong> no PCA se divi<strong>de</strong>m em três estruturas<br />
centrais paralelas, mas complementares:<br />
Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental;<br />
Programas <strong>de</strong> Prevenção e Mitigação:<br />
o Programa <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Passivos Ambientais;<br />
o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sóli<strong>dos</strong> <strong>–</strong> PGRS;<br />
o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Efluentes;<br />
o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento das Emissões Atmosféricas;<br />
o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento das Emissões <strong>de</strong> Ruí<strong>dos</strong>;<br />
o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento da Água <strong>de</strong> Lastro <strong>dos</strong> Navios;<br />
o Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental;<br />
o Programa <strong>de</strong> Comunicação Social;<br />
o Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental;<br />
o Programa <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Proliferação <strong>de</strong> Vetores;<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 1 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Programas <strong>de</strong> Monitoramento e Acompanhamento:<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas;<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> Sedimentos;<br />
Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica;<br />
Subprogramas <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong> Fundo<br />
Inconsolidado e <strong>de</strong> Fundo Consolidado;<br />
Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Ictiofauna e da Carcinofauna;<br />
Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Cetáceos e Quelônios; e,<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Ativida<strong>de</strong> Pesqueira.<br />
Além <strong>de</strong>stes, em face das particularida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> processos <strong>de</strong> dragagem, que<br />
apesar <strong>de</strong> temporários, promovem alterações em compartimentos ambientais<br />
expressivos, o presente PCA estabeleceu um conjunto <strong>de</strong> Programas que serão<br />
implementa<strong>dos</strong> em paralelo com estas obras. Em síntese, têm por base alguns<br />
<strong>dos</strong> programas <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> anteriormente, mas buscam, a<br />
partir do ajuste da escala temporal ou espacial, analisar particularmente as<br />
conseqüências das obras <strong>de</strong> dragagem para o meio ambiente. São eles:<br />
Programas Complementares <strong>de</strong> Monitoramento Durante as Obras <strong>de</strong><br />
Dragagem <strong>de</strong> Manutenção:<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática Durante as Obras <strong>de</strong><br />
Dragagem, dividido em:<br />
Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong> escala<br />
espacial reduzida <strong>–</strong> freqüência amostral ampliada;<br />
Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong> avaliação<br />
in loco das interferências da pluma <strong>de</strong> sedimentos;<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento das Águas Durante a Dragagem;<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> Ambiental <strong>dos</strong> Sedimentos<br />
Durante as Obras <strong>de</strong> Dragagem;<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento do Volume Dragado; e,<br />
o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos e <strong>dos</strong><br />
Parâmetros Oceanográficos.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 2 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
2. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL <strong>–</strong> PGA<br />
O Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA compreen<strong>de</strong> o sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />
central, responsável pelo acompanhamento e gestão <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os programas<br />
integrantes do Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA do Complexo Portuário <strong>de</strong><br />
<strong>Antonina</strong>. Seu papel é articular os responsáveis e as ativida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais<br />
programas aqui <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong>, sendo constituído por um conjunto <strong>de</strong> medidas<br />
gerenciais que visam garantir, melhorar ou ampliar o <strong>de</strong>sempenho ambiental do<br />
empreendimento, <strong>de</strong>vendo ser implementado ao longo <strong>de</strong> todo o seu ciclo <strong>de</strong><br />
vida.<br />
2.1. Objetivo<br />
O objetivo geral do PGA é prover mecanismos eficientes para garantir a execução<br />
e o controle das ações e ativida<strong>de</strong>s contempladas nos <strong>de</strong>mais programas, <strong>de</strong><br />
forma coor<strong>de</strong>nada, visando à a<strong>de</strong>quada condução ambiental do empreendimento,<br />
no que se refere aos procedimentos e requisitos legais e técnicos. Tais medidas<br />
objetivam alcançar a prevenção e mitigação <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os impactos ambientais<br />
potencialmente <strong>de</strong>correntes das ativida<strong>de</strong>s do terminal portuário.<br />
2.2. Principais ações<br />
As principais ações inerentes ao PGA são:<br />
Desdobrar os programas ambientais propostos em planos <strong>de</strong> ação;<br />
I<strong>de</strong>ntificar os requisitos legais e as normas técnicas relaciona<strong>dos</strong> às ações <strong>de</strong><br />
cada programa;<br />
Estimar prazos, custos e <strong>de</strong>finir responsabilida<strong>de</strong>s;<br />
Obter aprovação das ações e autorização da autorida<strong>de</strong> competente para<br />
aprovisionar recursos para implantação <strong>dos</strong> programas;<br />
Acompanhar o andamento <strong>dos</strong> programas e manter sistema <strong>de</strong> registro para<br />
eventuais alterações e revisões nos programas; e,<br />
Incluir novos programas e propor o <strong>de</strong>sdobramento <strong>dos</strong> existentes quando<br />
necessário.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 3 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
2.3. Aspectos metodológicos e recursos<br />
O método <strong>de</strong> gerenciamento <strong>dos</strong> programas ambientais segue a seqüência do<br />
ciclo PDCA, que é constituído pelas etapas <strong>de</strong> planejamento (P - Plan), Execução<br />
(D - Do), Verificação (C - Check) e Ação Corretiva (A - Act), conforme<br />
apresentado pela Figura 1.<br />
Figura 1. Ciclo do PDCA a ser adota para a operacionalização do Programa <strong>de</strong><br />
Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA.<br />
Relacionando as ações que farão parte do método proposto para implantação do<br />
Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA com as etapas do ciclo do PDCA, tem-se:<br />
Tabela 1. Etapas do PDCA relacionadas com as ações do PGA.<br />
Etapas Ações<br />
Definição <strong>de</strong> objetivos, metas e indicadores;<br />
Levantamento <strong>de</strong> requisitos legais, normas técnicas e outros requisitos;<br />
P Definição <strong>de</strong> competências e responsabilida<strong>de</strong>s;<br />
Levantamento <strong>de</strong> recursos humanos e materiais;<br />
Definição <strong>de</strong> prazos e custos;<br />
Elaboração <strong>de</strong> procedimentos operacionais;<br />
D<br />
Implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> treinamento;<br />
Realização <strong>de</strong> Auditorias;<br />
C I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s;<br />
Definição <strong>de</strong> ações-corretivas e preventivas.<br />
Acompanhamento da eficácia <strong>dos</strong> programas através da análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
A<br />
da auditoria, <strong>dos</strong> indicadores e planos <strong>de</strong> ação.<br />
__________________________________________________
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Com relação à estrutura organizacional, propõe-se que o Programa <strong>de</strong> Gestão<br />
Ambiental seja gerenciado pelo Núcleo Permanente <strong>de</strong> Gestão Ambiental da<br />
<strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong> <strong>–</strong> <strong>APPA</strong>, vinculado à Diretoria<br />
Técnica, e integrado por gestores e coor<strong>de</strong>nadores <strong>dos</strong> programas ambientais<br />
que serão responsáveis pela sua implantação e supervisão (Figura 2).<br />
Figura 2. Estrutura organizacional do PGA.<br />
Esses gestores e coor<strong>de</strong>nadores terão equipes compostas por profissionais com<br />
especialida<strong>de</strong>s variadas, <strong>de</strong> forma a garantir a implementação <strong>dos</strong> programas<br />
ambientais, subordinadas a eles conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada programa.<br />
Esse método inclui a elaboração <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação nos quais seja possível<br />
visualizar o previsto e o realizado. Além disso, recomenda-se o estabelecimento<br />
<strong>de</strong> reuniões periódicas, visando o cumprimento para acompanhamento <strong>dos</strong><br />
cronogramas, garantindo que eventuais atrasos sejam analisa<strong>dos</strong> e ações<br />
corretivas sejam tomadas em tempo hábil.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 5 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
2.4. Cronograma<br />
Programas/<br />
Ações <strong>de</strong> Implantação<br />
Definição <strong>de</strong> objetivos<br />
Levantamento <strong>de</strong> requisitos legais e <strong>de</strong> normas<br />
Definição <strong>de</strong> metas e indicadores<br />
Definição <strong>de</strong> competências e responsabilida<strong>de</strong>s<br />
Levantamento <strong>de</strong> recursos humanos e materiais<br />
Definição <strong>de</strong> prazos e custos<br />
Elaboração <strong>de</strong> procedimentos operacionais<br />
Alinhamento das ações com o Programa <strong>de</strong><br />
Auditoria Ambiental<br />
Implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> treinamento<br />
Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> alcança<strong>dos</strong><br />
Revisão <strong>de</strong> objetivos, requisitos, metas e<br />
indicadores<br />
Revisão <strong>de</strong> competências e procedimentos<br />
Preparação para novo ciclo (Planejamento)<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 6 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA E<br />
DETERMINAÇÃO DE BIOINDICADORES<br />
3.1. Objetivos<br />
O principal objetivo <strong>de</strong>ste Programa será monitorar o impacto das ativida<strong>de</strong>s<br />
operacionais e a eventual ocorrência <strong>de</strong> contaminações, sobre a estrutura biótica<br />
inserida na coleção hídrica da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e do ambiente costeiro<br />
adjacente. Desta forma, será possível, caso i<strong>de</strong>ntificadas eventuais alterações<br />
ambientais na biota em termos <strong>de</strong> estrutura, adotar medidas que possam<br />
eliminar ou mitigar eventuais impactos negativos no meio biótico <strong>de</strong>correntes<br />
das ativida<strong>de</strong>s operacionais do Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />
3.2. Principais ações<br />
Este Programa será baseado em um plano amostral que incluirá todas as áreas<br />
potencialmente afetadas pela ativida<strong>de</strong> portuária no ambiente hídrico, permitindo<br />
a coleta <strong>de</strong> amostras representativas <strong>dos</strong> diferentes constituintes <strong>dos</strong> grupos<br />
planctônicos, bentônicos, ictiofaunais, carcinofaunais, <strong>de</strong> cetáceos e <strong>de</strong><br />
quelônios, cada qual contemplado em um subprograma.<br />
Todas as informações produzidas serão analisadas conforme metodologia<br />
consagrada na literatura, cujos resulta<strong>dos</strong> serão estatisticamente trata<strong>dos</strong> para<br />
obtenção <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e abundância. Os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> formarão<br />
a série histórica <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, que permitirá uma análise evolutiva <strong>de</strong> cada grupo ao<br />
longo do tempo. Especial atenção será dada à <strong>de</strong>terminação, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada<br />
grupo, das espécies que porventura <strong>de</strong>monstrem ser <strong>de</strong> significativo valor para<br />
utilização como bioindicadoras da qualida<strong>de</strong> ambiental.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 7 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3. Subprogramas<br />
3.3.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica<br />
3.3.1.1. Introdução<br />
O plâncton é constituído por organismos vegetais (fitoplâncton) e por animais<br />
unicelulares e metazoários (zooplâncton) que formam a base da ca<strong>de</strong>ia<br />
alimentar. Este subprograma <strong>de</strong>stina-se a monitorar a estrutura populacional do<br />
plâncton potencialmente afetada pelas ativida<strong>de</strong>s operacionais do Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, através <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, riqueza específica e<br />
abundância, em pontos pre<strong>de</strong>fini<strong>dos</strong>. A partir da correlação com outros<br />
parâmetros ambientais, também será possível avaliar possíveis contaminações<br />
do ambiente marinho e estuarino, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> oscilações inesperadas na<br />
estrutura planctônica.<br />
A implantação <strong>de</strong>sse subprograma justifica-se pelo fato <strong>de</strong> que as operações<br />
portuárias po<strong>de</strong>m afetar a estrutura do plâncton em função da movimentação e<br />
<strong>dos</strong> riscos eventuais <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos com significativo potencial.<br />
Também se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os eventuais impactos provoca<strong>dos</strong> pelas <strong>de</strong>scargas<br />
provenientes da zona urbana <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Eventuais contaminações po<strong>de</strong>m<br />
afetar o crescimento individual e, consequentemente, a população <strong>dos</strong> principais<br />
organismos planctônicos, consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como bioindicadores. Como são<br />
diretamente afeta<strong>dos</strong> pelas condições físico-químicas do meio aquático e<br />
requerem condições específicas <strong>de</strong> luz, salinida<strong>de</strong>, temperatura e nutrientes, o<br />
subprograma <strong>de</strong>verá monitorar variações na assembléia planctônica, buscando<br />
correlacionar com as possíveis causas.<br />
3.3.1.2. Aspectos metodológicos e recursos<br />
A metodologia amostral da comunida<strong>de</strong> planctônica é composta por três etapas.<br />
A primeira consiste na <strong>de</strong>finição do plano <strong>de</strong> amostragem, que <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir a<br />
distribuição <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> coleta (malha amostral) ao longo do canal <strong>de</strong><br />
navegação, das bacias <strong>de</strong> evolução e <strong>dos</strong> berços <strong>de</strong> atracação do Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, bem como na área <strong>de</strong> entorno sob influência da ocupação<br />
urbana <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. O plano amostral do plâncton prevê 23 pontos, conforme<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 8 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
apresentado na Figura 3. A localização em coor<strong>de</strong>nadas das estações amostrais<br />
encontra-se <strong>de</strong>talhado na Tabela 2. Estas estações foram <strong>de</strong>finidas no plano<br />
amostral do diagnóstico <strong>de</strong>senvolvido para o Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong><br />
Ambiental <strong>–</strong> RCA, preservando a i<strong>de</strong>ntificação para facilitar as futuras análises<br />
comparativas da série histórica, que terá como background, os da<strong>dos</strong> do<br />
diagnóstico. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral, alinhando aos<br />
perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />
Tabela 2. Descrição e localização geográfica <strong>dos</strong> pontos<br />
amostrais <strong>de</strong> plâncton.<br />
Estação<br />
Amostral<br />
Localização (UTM) 1<br />
N E<br />
#001 787466 7170621<br />
#002 787729 7158025<br />
#004 773537 7163886<br />
#011 768066 7169437<br />
#017 765194 7172601<br />
#021 762433 7171917<br />
#023 762770 7175119<br />
#032 757150 7177768<br />
#035 755443 7173240<br />
#038 753620 7177815<br />
#039 752948 7177710<br />
#040 752592 7176911<br />
#043 751632 7175914<br />
#052 750195 7177130<br />
#062 748623 7177438<br />
#076 745691 7175791<br />
#078 745217 7177875<br />
#086 741608 7180754<br />
#088 740828 7178920<br />
#096 736981 7180128<br />
#107 734070 7178425<br />
#108 734019 7182370<br />
#116 732461 7184272<br />
Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />
Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />
Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />
IBAMA.<br />
1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 9 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 3. Figura <strong>de</strong> localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> plâncton (fito, zoo e ictio).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 10 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
A segunda etapa <strong>de</strong>ve tratar da coleta da amostra: para cada tipo <strong>de</strong> organismo<br />
que compõem o plâncton <strong>de</strong>ve ser utilizado um método a<strong>de</strong>quado. A terceira<br />
etapa consiste no armazenamento e conservação das amostras, assegurando<br />
que os organismos que a constituem sejam preserva<strong>dos</strong> para a posterior análise.<br />
Quanto à metodologia analítica, <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os diferentes taxa analisa<strong>dos</strong>,<br />
estabelecendo para cada grupo os melhores procedimentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />
taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />
3.3.1.2.1. Fitoplâncton<br />
O fitoplâncton é <strong>de</strong>nominado como sendo a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos que<br />
estão adapta<strong>dos</strong> à suspensão na água, sujeitos ao movimento passivo<br />
estabelecido pelo vento e pelas correntes (REYNOLDS, 1998). A utilização do<br />
fitoplâncton como indicador <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que estes<br />
organismos respon<strong>de</strong>m à amplitu<strong>de</strong> e freqüência das variações físicas e químicas<br />
que agem sobre o meio (DESCY, 1993), sendo amplamente utiliza<strong>dos</strong> no<br />
monitoramento ambiental em ecossistemas lóticos (PRIGYEL et al., 1999).<br />
Em ambientes estuarinos os nutrientes aporta<strong>dos</strong> pelos recursos hídricos e a<br />
rápida troca entre as águas <strong>de</strong> superfície e sedimentos contribuem para uma<br />
produtivida<strong>de</strong> biológica extremamente alta (RICKLEFS, 2001), on<strong>de</strong> um <strong>dos</strong><br />
principais elos da ca<strong>de</strong>ia alimentar é o fitoplâncton. A comunida<strong>de</strong> fitoplanctônica<br />
é composta por organismos procariontes e eucariontes fotoautótrofos portadores<br />
<strong>de</strong> clorofila, que liberam oxigênio e consomem o gás carbônico. Estes organismos<br />
constituem-se na base da ca<strong>de</strong>ia trófica propiciando a manutenção da vida<br />
aquática. Assim, mudanças na comunida<strong>de</strong> fitoplanctônica po<strong>de</strong>m ocasionar<br />
modificações nos <strong>de</strong>mais níveis tróficos. A utilização <strong>de</strong> espécies ou grupos <strong>de</strong><br />
espécies como bioindicadoras <strong>de</strong> impactos antropogênicos vem crescendo<br />
mundialmente (BRANDINI et al., 1997), aspecto este que vem fundamentando a<br />
elaboração <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> monitoramento.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 11 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.1.2.1.1. Método amostral<br />
A amostragem <strong>de</strong>verá possibilitar a análise quali-quantitativa das comunida<strong>de</strong>s<br />
fitoplanctônicas. As amostras qualitativas serão realizadas através <strong>de</strong> arrastos<br />
horizontais subsuperficiais com duração mínima <strong>de</strong> 2 minutos, mantendo a re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntro da zona fótica, em cada estação amostral, sendo utilizada uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
plâncton cônica com malha <strong>de</strong> 20 m e 0,30 m <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca (Figura 4).<br />
O conteúdo retido na re<strong>de</strong> será então armazenado em frascos <strong>de</strong> polietileno<br />
âmbar e fixado com solução formol 4%.<br />
Figura 4. Re<strong>de</strong> cônica com malha <strong>de</strong> 20 µm, que <strong>de</strong>verá ser utilizada para<br />
amostragem qualitativa <strong>de</strong> fitoplâncton.<br />
Já as amostras para a análise quantitativa do fitoplâncton serão coletadas com o<br />
auxílio <strong>de</strong> garrafa amostradora do tipo van Dorn (Figura 5), sendo as amostras<br />
obtidas em subsuperfície (aproximadamente 0,3 m) e acondicionadas em frascos<br />
<strong>de</strong> vidro âmbar <strong>de</strong> 1.000 mL, i<strong>de</strong>ntificadas e fixadas com solução Lugol.<br />
Figura 5. Garrafa amostradora do tipo van Dorn (A); procedimento <strong>de</strong> coleta<br />
<strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> água a partir do emprego <strong>de</strong> garrafa amostradora (B).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 12 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.1.2.1.2. Método analítico<br />
A amostra qualitativa será utilizada para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> taxa, para cuja<br />
i<strong>de</strong>ntificação serão utilizadas, preferencialmente, as seguintes bibliografias: Cupp<br />
(1943); Ricard (1987); Komarek & Fott (1983), entre outros. A classificação<br />
utilizada seguirá Hoek (1995) e a análise quantitativa será realizada em câmara<br />
<strong>de</strong> Sedgewick-Rafter (WOELKERLING et al., 1976), em 300 aumentos em<br />
microscópio Olympus, com contraste <strong>de</strong> fase.<br />
Para a análise da estrutura da comunida<strong>de</strong>, será calculada a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (cél./L) e<br />
a riqueza específica (número <strong>de</strong> taxa encontra<strong>dos</strong> em cada amostra).<br />
3.3.1.2.2. Zooplâncton<br />
O estudo do zooplâncton compreen<strong>de</strong> a análise da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> herbívoros e<br />
carnívoros, fundamentais na ca<strong>de</strong>ia trófica pelágica, que realizam a ligação entre<br />
os produtores primários (fitoplâncton) e os elos superiores da ca<strong>de</strong>ia trófica,<br />
atuando, ao mesmo tempo, como uma fonte <strong>de</strong> matéria e energia para a<br />
comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fundo (bentos) (PARSONS et al., 1984).<br />
Dentro <strong>de</strong>sta área da biologia aquática estão também inseridas muitas larvas <strong>de</strong><br />
importantes recursos pesqueiros explora<strong>dos</strong> pelo homem, po<strong>de</strong>ndo ser citadas as<br />
larvas <strong>de</strong> diversos crustáceos (como, por exemplo, o camarão e caranguejos),<br />
além <strong>de</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> muitas espécies <strong>de</strong> peixes (ictioplâncton).<br />
Segundo Omori & Ikeda (1984) e Boltovskoy (1981), o zooplâncton representa<br />
um <strong>dos</strong> grupos <strong>de</strong> organismos mais utiliza<strong>dos</strong> como indicadores biológicos <strong>de</strong>vido<br />
ao seu ciclo <strong>de</strong> vida curto, alta sensibilida<strong>de</strong> e abundância nos ecossistemas<br />
aquáticos. Desta forma, o conhecimento <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> fundamental<br />
importância para estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> impacto ambiental <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong><br />
empreendimento na zona costeira.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 13 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.1.2.2.1. Método amostral<br />
As estações amostrais serão as mesmas já apresentadas na Tabela 2. As<br />
amostras <strong>de</strong> zooplâncton serão obtidas mediante a realização <strong>de</strong> arrastos<br />
oblíquos na coluna da água, a partir <strong>de</strong> uma embarcação navegando em<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 nós, durante um tempo mínimo <strong>de</strong> dois minutos, utilizando-se<br />
uma re<strong>de</strong> tipo WP-2 cilindro-cônica <strong>de</strong> 220 µm <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> malha, 30 cm <strong>de</strong><br />
diâmetro <strong>de</strong> boca e equipada com fluxômetro (Figura 6 e Figura 7). As amostras<br />
assim obtidas serão imediatamente fixadas em solução <strong>de</strong> formal<strong>de</strong>ído a 4%<br />
neutralizado, para posterior análise em laboratório.<br />
Figura 6. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton com malha <strong>de</strong><br />
220 m <strong>de</strong> abertura.<br />
3.3.1.2.2.2. Método analítico<br />
Figura 7. Fluxômetro mecânico instalado no<br />
centro da boca da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton.<br />
Em laboratório, as amostras do zooplâncton <strong>de</strong>verão ser analisadas em câmaras<br />
do tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico, após o fracionamento da<br />
amostra total em alíquotas que variaram <strong>de</strong> 5 a 10% do total (BOLTOVSKOY,<br />
1981). A classificação ao menor nível taxonômico será auxiliada<br />
preferencialmente pelo uso das referências <strong>de</strong> El Moor-Loureiro (1997), Infante<br />
(1988), Montú & Gloe<strong>de</strong>n (1986), Boltovskoy (1981) e Reid (1985).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 14 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s das espécies ocorrentes serão calcula<strong>dos</strong> pelo volume <strong>de</strong><br />
água filtrada pela re<strong>de</strong>, assim como também será obtido o índice <strong>de</strong> riqueza <strong>de</strong><br />
Margalef segundo Omori & Ikeda (1984):<br />
on<strong>de</strong>:<br />
RM: Riqueza <strong>de</strong> Margalef;<br />
RM<br />
S: Número <strong>de</strong> categorias taxonômicas; e<br />
n: Densida<strong>de</strong> total.<br />
3.3.1.3. Ictioplâncton<br />
S 1<br />
<br />
LN ( n)<br />
Através <strong>de</strong> alterações na composição faunística, que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>tectadas a<br />
partir <strong>de</strong> levantamentos periódicos e sistemáticos, é possível i<strong>de</strong>ntificar se o<br />
ecossistema apresenta modificações em função <strong>de</strong> impactos ambientais,<br />
principalmente no que diz respeito aos estágios iniciais do ciclo <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong><br />
peixes (ovos e larvas). Neste sentido, as estratégias <strong>de</strong> estudo da comunida<strong>de</strong><br />
ictioplanctônica nos estuários <strong>de</strong>vem comportar, numa primeira fase, o<br />
levantamento quali-quantitativo das famílias e espécies e, numa segunda fase,<br />
abordar a compreensão <strong>de</strong> suas relações ecológicas (BARNES, 1980; YÁNEZ-<br />
ARANCIBÍA et al., 1983).<br />
Segundo Pianka (1983), a comunida<strong>de</strong> biológica <strong>de</strong> todo e qualquer ecossistema<br />
po<strong>de</strong> ser caracterizada por suas relações tróficas, ou seja, o entendimento das<br />
relações entre as espécies presentes, associado aos fatores ambientais<br />
<strong>de</strong>terminantes, po<strong>de</strong> elucidar não apenas a estrutura, mas o funcionamento<br />
natural <strong>de</strong> um ecossistema.<br />
Neste contexto, o entendimento <strong>dos</strong> níveis tróficos iniciais é <strong>de</strong> fundamental<br />
importância para se <strong>de</strong>terminar a velocida<strong>de</strong> e os caminhos pelos quais a energia<br />
e a matéria circulam para estruturarem o ecossistema. Segundo Parsons et al.<br />
(1984), a comunida<strong>de</strong> planctônica representa relevante importância como elo <strong>de</strong><br />
ligação entre produtores primários (fitoplâncton) e organismos consumidores<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 15 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
superiores, tais como o zooplâncton, a ictiofauna e a comunida<strong>de</strong> bentônica,<br />
estruturando uma ca<strong>de</strong>ia alimentar sustentável.<br />
A base da ca<strong>de</strong>ia alimentar sustenta os níveis seguintes, sendo constituída<br />
basicamente por bacterioplâncton, fitoplâncton e zooplâncton, sendo que este<br />
último grupo po<strong>de</strong> ser classificado em dois grupos principais: o holoplâncton, que<br />
passa todo o ciclo <strong>de</strong> vida no plâncton, e o meroplâncton, tais como estágios<br />
embrionários e larvais <strong>de</strong> crustáceos e peixes, os quais passam apenas os<br />
estágios iniciais <strong>de</strong> seus ciclos <strong>de</strong> vida na fase planctônica.<br />
Com isso, torna-se fundamental estudar as fases iniciais do ciclo <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong><br />
peixes (ictioplâncton) nos ecossistemas aquáticos, para buscar um entendimento<br />
das estratégias reprodutivas e ontogenéticas das espécies ícticas com<br />
importância ecológica ou econômica, como recursos pesqueiros para as pescarias<br />
artesanal e industrial.<br />
3.3.1.3.1.1. Método amostral<br />
Para as análises do ictioplâncton as amostras colhidas na Tabela 2 apresentada<br />
anteriormente, serão coletadas através <strong>de</strong> arrastos oblíquos na coluna <strong>de</strong> água<br />
com duração mínima <strong>de</strong> dois minutos. Para isso, será utilizada re<strong>de</strong> tipo WP-2<br />
(cilindro-cônica), com 30 cm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca e malha <strong>de</strong> 220 m, equipada<br />
com fluxômetro para medir o volume <strong>de</strong> água filtrado (Figura 6 e Figura 7).<br />
As amostras <strong>de</strong>stinadas à análise <strong>dos</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão fixadas em<br />
solução <strong>de</strong> formol em água do mar a 4%, imediatamente após o arrasto, sendo<br />
acondicionadas em garrafas <strong>de</strong> polietileno com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um litro.<br />
3.3.1.3.1.2. Método analítico<br />
Em laboratório, cada amostra <strong>de</strong>verá ser processada em sua totalida<strong>de</strong>,<br />
separando-se os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes presentes, com auxílio <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong><br />
Bogorov, e também, <strong>de</strong> microscópio estereoscópico binocular. A i<strong>de</strong>ntificação<br />
taxonômica <strong>de</strong>verá ser realizada ao nível <strong>de</strong> família, ou ao menor táxon possível,<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 16 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
através <strong>de</strong> referências bibliográficas especializadas (FAHAY, 1983; LEIS &<br />
RENNIS, 1983; LEIS & TRNSKI, 1989; MOSER, 1996). Quando a i<strong>de</strong>ntificação<br />
taxonômica não for positiva, os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão categoriza<strong>dos</strong><br />
como “não i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>” (NI). As <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s do ictioplâncton serão expressas<br />
em número <strong>de</strong> ovos e <strong>de</strong> larvas por litro (n°/L). As análises <strong>de</strong>ste grupo<br />
envolverão os percentuais <strong>de</strong> ocorrência e os índices ecológicos <strong>de</strong> riqueza,<br />
diversida<strong>de</strong> e equitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> larvas, propostos por Omori & Ikeda (1984):<br />
Índice <strong>de</strong> Riqueza <strong>de</strong> Margalef:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
RM: Riqueza <strong>de</strong> Margalef;<br />
RM<br />
S 1<br />
<br />
LN(<br />
n)<br />
S: número <strong>de</strong> categorias taxonômicas (famílias);<br />
n: <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> total.<br />
Índice <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Shannon e Weaver:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
H’: Índice <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong>;<br />
H '<br />
<br />
s<br />
<br />
i1<br />
P<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 17 -<br />
i<br />
Ln<br />
Pi: proporção do número <strong>de</strong> indivíduos da família i (ni/N);<br />
S: número <strong>de</strong> famílias.<br />
Índice <strong>de</strong> Equitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pielou:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
J’: Índice <strong>de</strong> Equitabilida<strong>de</strong>;<br />
H’: Índice <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong>;<br />
S: número <strong>de</strong> famílias.<br />
J'<br />
H'<br />
LnS<br />
P<br />
i
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.2. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong><br />
Fundo Inconsolidado<br />
Organismos bentônicos têm sido utiliza<strong>dos</strong> como indicadores biológicos <strong>de</strong><br />
perturbações ambientais por apresentarem respostas variadas ao estresse<br />
ambiental, classificando-se em espécies tolerantes, indicadoras da qualida<strong>de</strong> do<br />
ambiente pela sua presença <strong>–</strong> ou por sua ausência <strong>–</strong> em ambientes perturba<strong>dos</strong><br />
(LANA, 1995 apud PCA <strong>APPA</strong>, 2006).<br />
Dentre os diversos componentes biológicos utiliza<strong>dos</strong> em programas ou estu<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong> impactos ambientais, <strong>de</strong>staca-se a macrofauna bêntica. Este grupo, composto<br />
pelos animais com tamanho superior a 0,5 mm que se caracterizam por uma<br />
mobilida<strong>de</strong> relativamente pequena, possui uma estreita relação com o sedimento<br />
marinho, vivendo toda ou a maior parte <strong>de</strong> suas vidas junto <strong>de</strong>le (HOLME &<br />
McINTYRE, 1984). Estas características <strong>–</strong> baixa mobilida<strong>de</strong> e ciclo <strong>de</strong> vida em<br />
estreita associação ao fundo <strong>–</strong> <strong>de</strong>terminam que estes organismos sejam<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como bons indicadores biológicos das condições e características do<br />
ambiente (CLARKE & WARWICK, 1994).<br />
Diferentemente <strong>de</strong> outros compartimentos da fauna marinha ou estuarina, como<br />
o plâncton, as características da fauna nos sedimentos refletem tanto condições<br />
passadas como presentes. Deste modo, a análise da fauna bêntica é <strong>de</strong><br />
fundamental importância para monitorar os efeitos <strong>de</strong> interferências<br />
antropogênicas ao longo do tempo.<br />
3.3.2.1. Aspectos metodológicos e recursos<br />
A metodologia <strong>de</strong> monitoramento da comunida<strong>de</strong> bentônica será composta pelo<br />
método amostral e analítico. A fase amostral inclui as etapas <strong>de</strong> planejamento,<br />
<strong>de</strong> coleta da amostra e <strong>de</strong> armazenamento e conservação. A primeira etapa<br />
consiste na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> amostragem que <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>finir o número<br />
<strong>de</strong> amostras em cada estação amostral e a sua distribuição ao longo do sistema<br />
hidroviário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, bem como na área <strong>de</strong> entorno sob influência<br />
da ocupação urbana das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e <strong>Paranaguá</strong>, além <strong>de</strong> prever os<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 18 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
recursos humanos, materiais e financeiros necessários. A segunda trata-se da<br />
coleta da amostra, on<strong>de</strong> para cada tipo <strong>de</strong> organismo que compõem a<br />
comunida<strong>de</strong> bentônica <strong>de</strong>verá ser utilizado um método a<strong>de</strong>quado apresentado a<br />
seguir. Quanto ao método analítico, esse <strong>de</strong>screverá os procedimentos <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificação taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />
3.3.2.1.1. Método amostral<br />
Para o monitoramento da macrofauna bentônica <strong>de</strong> fundo inconsolidado, serão<br />
utilizadas as 23 estações amostrais (Figura 8) que foram <strong>de</strong>terminadas durante a<br />
elaboração do diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. A<br />
localização das estações amostrais é apresentada na Tabela 3. A freqüência<br />
amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral, alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />
Tabela 3. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />
amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo inconsolidado.<br />
Estação<br />
Localização (UTM)<br />
Amostral<br />
1<br />
N E<br />
#001 787466 7170621<br />
#002 787729 7158025<br />
#004 773537 7163886<br />
#011 768066 7169437<br />
#017 765194 7172601<br />
#021 762433 7171917<br />
#023 762770 7175119<br />
#032 757150 7177768<br />
#035 755443 7173240<br />
#038 753620 7177815<br />
#040 752592 7176911<br />
#043 751632 7175914<br />
#052 750195 7177130<br />
#062 748623 7177438<br />
#076 745691 7175791<br />
#078 745217 7177875<br />
#086 741608 7180754<br />
#088 740828 7178920<br />
#096 736981 7180128<br />
#107 734070 7178425<br />
#108 734019 7182370<br />
#116 732461 7184272<br />
1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 19 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 8. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo inconsolidado.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 20 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Deverão ser obtidas triplicatas <strong>de</strong> cada amostra, utilizando para a coleta uma<br />
draga busca fundo do tipo van Veen com área amostral 0,022 m² (Figura 9 e<br />
Figura 10). As amostras obtidas em cada ponto <strong>de</strong> coleta serão acondicionadas<br />
em sacos plásticos i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> como o nome da estação amostral e a seqüência<br />
<strong>de</strong> duas letras “A”, “B” e “C”, formando assim a amostra em triplicata.<br />
Figura 9. Amostrador do tipo van Veen, com área<br />
amostras <strong>de</strong> 0,022 m².<br />
Figura 10. Acondicionamento <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> sedimento<br />
para avaliação bêntica <strong>de</strong> fundo inconsolidado.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 21 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
As amostras serão fixadas com solução formalina 10% e, posteriormente,<br />
lavadas em jogo <strong>de</strong> peneiras com malha <strong>de</strong> 1 mm e 0,5 mm. O material retido<br />
nas peneiras será acondicionado em frascos plásticos, etiqueta<strong>dos</strong> e conserva<strong>dos</strong><br />
em álcool 70%. Sob microscópio estereoscópico, a fauna será então separada<br />
<strong>dos</strong> <strong>de</strong>tritos, i<strong>de</strong>ntificada no menor nível taxonômico possível e quantificada.<br />
Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />
Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />
Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />
IBAMA.<br />
3.3.2.1.2. Método analítico<br />
A significância da diferença no número <strong>dos</strong> taxa e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da macrofauna<br />
bentônica (converti<strong>dos</strong> para m²) será avaliada através <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong><br />
variância (ANOVA). Os méto<strong>dos</strong> multivaria<strong>dos</strong> são caracteriza<strong>dos</strong> pelo fato <strong>de</strong><br />
permitirem comparações entre amostras com base na composição <strong>de</strong> espécies, e<br />
uma gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> abundância comparável. Serão construídas matrizes <strong>de</strong><br />
similarida<strong>de</strong> utilizando-se o índice <strong>de</strong> Bray-Curtis e as amostras or<strong>de</strong>nadas<br />
através <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> (“Multidimensional Scaling Ordination”, Clarke<br />
& Warwick, 1994). A representação das associações bênticas pela análise será<br />
seguida pela discriminação <strong>dos</strong> pontos através da análise não-paramétrica<br />
ANOSIM (Análise <strong>de</strong> Similarida<strong>de</strong>, CLARKE & WARWICK, 1994). Tanto para as<br />
análises <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação como para a análise <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> para analisar e testar<br />
as diferenças na estrutura bêntica entre as estações monitoradas.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 22 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.3. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong><br />
Fundo Consolidado<br />
Os costões rochosos e outros habitats consolida<strong>dos</strong>, naturais ou artificiais, são<br />
importantes do ponto <strong>de</strong> vista ecológico e socioeconômico porque concentram<br />
alta diversida<strong>de</strong> específica e biomassa <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> interesse humano. Além<br />
disso, são freqüentemente usa<strong>dos</strong> para fins <strong>de</strong> lazer e têm alto valor paisagístico<br />
(SEMA, 2006).<br />
Consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> ambientes <strong>de</strong> transição, os costões rochosos são, <strong>de</strong>ntre os<br />
ecossistemas presentes na região entre-marés e habitats da zona costeira, um<br />
<strong>dos</strong> mais importantes por conter uma alta riqueza <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
importância ecológica e econômica. Po<strong>de</strong>m ser ainda encontra<strong>dos</strong> associa<strong>dos</strong> a<br />
estuários, baías, ou diretamente expostos na linha da costa, sendo consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong><br />
no Brasil como <strong>de</strong> preservação permanente, incluído em diversos dispositivos<br />
constitucionais (COUTINHO, 1995; SANTOS, 2004).<br />
O compartimento biológico bentônico tem sido consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong><br />
para avaliações <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong>vido a várias características, tais como: a<br />
existência <strong>de</strong> espécies indicadoras <strong>de</strong> ambientes impacta<strong>dos</strong>; a predominância <strong>de</strong><br />
organismos se<strong>de</strong>ntários ou <strong>de</strong> pouca mobilida<strong>de</strong>; e os ciclos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> curta<br />
duração. O se<strong>de</strong>ntarismo exige uma adaptação das espécies às condições locais,<br />
já que elas não po<strong>de</strong>m fugir, em caso <strong>de</strong> impactos, e também não são facilmente<br />
transportadas pelas correntes (COUTINHO, 1995).<br />
Apesar da fauna bêntica <strong>de</strong> fun<strong>dos</strong> inconsolida<strong>dos</strong> da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> ser bem<br />
conhecida quanto à composição específica e flutuação espaço-temporal na escala<br />
anual, produção secundária e associações, há uma enorme carência <strong>de</strong><br />
informações <strong>de</strong>scritivas e <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> qualitativos e quantitativos sobre os aspectos<br />
funcionais das comunida<strong>de</strong>s epibênticas <strong>de</strong> substratos consolida<strong>dos</strong> naturais<br />
(rochas e cascalhos) e artificiais (píeres, colunas submersas ou fun<strong>de</strong>ios) (LANA,<br />
1996; SILVA, 2001, SEMMA, 2006).<br />
O primeiro levantamento qualitativo da bentofauna <strong>de</strong> ilhas costeiras do Estado<br />
do Paraná foi <strong>de</strong>senvolvido por Borzone et al. (1994), concentrando-se sobretudo<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 23 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
nos elementos mais conspícuos das comunida<strong>de</strong>s do infralitoral raso. Silva<br />
(2001) fez estu<strong>dos</strong> abrangentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e composição <strong>de</strong><br />
comunida<strong>de</strong>s bênticas em substratos naturais e artificiais e suas relações com os<br />
fatores hidrográficos sazonais. Santos (2004) avaliou o bentos em locais<br />
expostos e abriga<strong>dos</strong> na Ilha da Galheta e Aranha (2206) <strong>de</strong>screveu técnicas <strong>de</strong><br />
amostragem para a comunida<strong>de</strong> bêntica do entremarés na Ponta <strong>de</strong> Brejatuba<br />
(Guaratuba).<br />
Descrições específicas para substratos consolida<strong>dos</strong> no setor estuarino foram<br />
elaboradas por Kremer & Rocha (2004), Haddad et al. (2006), Neves (2006),<br />
Neves et al. (2006) com novos registros para espécies marinhas introduzidas ou<br />
criptogênicas em substratos incrustantes em trechos próximos à maior influência<br />
marinha.<br />
Diante <strong>de</strong>ste panorama fica aqui registrado que os ambientes <strong>de</strong> substratos<br />
consolida<strong>dos</strong> influencia<strong>dos</strong> pela drenagem continental da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong><br />
ainda carecem <strong>de</strong> informação científica. Diagnosticar sua estrutura e<br />
funcionamento é aspecto pertinente na análise <strong>de</strong>sse ecossistema bem como<br />
para todo o bioma estuarino. As informações geradas neste subprograma visam<br />
contribuir para uma melhor avaliação das comunida<strong>de</strong>s bênticas do Complexo<br />
Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> frente aos empreendimentos portuários na região,<br />
buscando correlacionar eventuais variações temporais a eventos naturais ou <strong>de</strong><br />
origem antrópica.<br />
3.3.3.1. Aspectos metodológicos e recursos<br />
A metodologia <strong>de</strong> monitoramento da comunida<strong>de</strong> bentônica <strong>de</strong> fun<strong>dos</strong><br />
consolida<strong>dos</strong> será composta pelo método amostral e analítico. A fase amostral<br />
inclui a etapa <strong>de</strong> planejamento, <strong>de</strong> coleta da amostra e <strong>de</strong> armazenamento e<br />
conservação. Quanto ao método analítico, esse <strong>de</strong>screverá os procedimentos <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificação taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 24 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.3.1.1. Método amostral<br />
A malha amostral para o diagnóstico da bentofauna <strong>de</strong> fundo consolidado será<br />
composta pelas mesmas cinco estações <strong>de</strong> coleta empregadas no diagnóstico do<br />
Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, e localizadas em diferentes trechos<br />
da área <strong>de</strong> estudo: Ponta <strong>de</strong> Encantadas, Ilha das Cobras, Ponta da Cruz, Ilha<br />
Gererês e Ponta da Pita (Figura 11). A localização geográfica <strong>de</strong>stas estações é<br />
apresentada na Tabela 4. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral,<br />
alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />
Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />
Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />
Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />
IBAMA.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 25 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 11. Malha amostral para o diagnóstico da bentofauna <strong>de</strong> fundo consolidado.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 26 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Tabela 4. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />
amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo consolidado.<br />
Estação Amostral<br />
Localização (UTM)<br />
N E<br />
Ponta <strong>de</strong> Encantadas 769715 7168580<br />
Ilha das Cobras 758136 7178704<br />
Ponta da Cruz 752380 7177315<br />
Ilhas Gererês 743125 7179660<br />
Ponta da Pita 732926 7183137<br />
As amostras serão obtidas no mediolitoral, subdividido verticalmente em três<br />
níveis: supralitoral, mesolitoral e infralitoral. Em cada nível será disposto,<br />
aleatoriamente, um quadrat <strong>de</strong> 25 cm <strong>de</strong> lado (625 cm 2 <strong>de</strong> área amostral) <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>dos</strong> quais os organismos serão raspa<strong>dos</strong> com o auxílio <strong>de</strong> uma espátula (Figura<br />
12). O material oriundo <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> amostral será acondicionado em sacos<br />
plásticos individuais, etiqueta<strong>dos</strong>, lacra<strong>dos</strong> e manti<strong>dos</strong> congela<strong>dos</strong> em freezer.<br />
3.3.3.1.2. Método analítico<br />
Figura 12. Metodologia da amostragem <strong>de</strong> bentofauna<br />
<strong>de</strong> fundo consolidado, em um costão rochoso.<br />
As amostras serão processadas em laboratório. Para tanto, serão <strong>de</strong>scongeladas,<br />
separadas do sedimento quando presente, fixadas em solução <strong>de</strong> formalina a<br />
10% por 48h e conservadas em álcool 70%. Posteriormente o material biológico<br />
será triado e i<strong>de</strong>ntificado até menor nível taxonômico possível.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 27 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.4. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Ictiofauna e da Carcinofauna<br />
A ictiofauna brasileira está dividida em seis grupos principais: (1) Characiformes<br />
(e.g. lambaris, doura<strong>dos</strong> e curimbatás); (2) Siluriformes (e.g. peixes <strong>de</strong> couro e<br />
cascu<strong>dos</strong>); (3) Gymnotiformes (e.g. tuviras e sarapós); (4) Cichlidae (e.g. acarás<br />
e tucunarés); (5) Cyprinodontiformes (e.g. barrigudinhos e guarus) e<br />
(6) invasores marinhos (grupo que reúne as raias, pescadas e lingua<strong>dos</strong>)<br />
(BIZERRIL & PRIMO, 2001).<br />
A importância <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> sobre ictiofauna em ambientes passíveis <strong>de</strong> serem<br />
altera<strong>dos</strong> não se restringe apenas ao caráter ecológico, em termos <strong>de</strong><br />
biodiversida<strong>de</strong>, que este grupo <strong>de</strong>nota, mas também, ao fato <strong>de</strong> estarem<br />
diretamente associa<strong>dos</strong> a questões socioeconômicas ligadas à pesca, tanto <strong>de</strong><br />
subsistência como comercial. Estes estu<strong>dos</strong> procuram enten<strong>de</strong>r a complexida<strong>de</strong><br />
hierárquica entre os fatores ambientais e bióticos que perfazem o sucesso das<br />
populações <strong>de</strong> peixes. Um <strong>dos</strong> primeiros passos ao se estudar qualquer<br />
comunida<strong>de</strong> é i<strong>de</strong>ntificar os organismos nela presentes, sua distribuição e<br />
abundância relativa (AMARAL & PETRERE JR., 2003).<br />
Os ecossistemas estuarinos ten<strong>de</strong>m a refletir diretamente as alterações nas<br />
condições ambientais, mudanças estas que são sentidas pelos organismos, os<br />
quais po<strong>de</strong>m apresentar respostas que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> adaptações sutis até efeitos<br />
drásticos, como morte ou abandono das áreas afetadas. Áreas costeiras com<br />
associações <strong>de</strong> estuários e manguezais ou marismas são conhecidas pela gran<strong>de</strong><br />
riqueza <strong>de</strong> espécies, sendo a ictiofauna uma importante parcela da<br />
biodiversida<strong>de</strong> observada nesses ambientes. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssa diversida<strong>de</strong> é<br />
referente às espécies marinhas <strong>de</strong> peixes que entram nos estuários em perío<strong>dos</strong><br />
reprodutivos e, <strong>de</strong>ssa forma, utilizam este ambiente como viveiro para os<br />
estágios larvais e juvenis <strong>de</strong>sses organismos (CHAO et al., 1982).<br />
Ao longo <strong>dos</strong> últimos anos foi corroborado o conceito <strong>de</strong> que os estuários<br />
constituem habitats essenciais para inúmeras espécies <strong>de</strong> peixes comercialmente<br />
importantes (WEINSTEIN, 1988). Muitas das etapas reprodutivas, incluindo<br />
dispersão <strong>de</strong> ovos e larvas, distribuição <strong>de</strong> juvenis e migrações (pouco<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 28 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
compreendidas), estão sincronizadas com o funcionamento <strong>dos</strong> ambientes<br />
estuarinos (ROBINS, 1971; BOCHLERT & MUNDY, 1988; SHAW et al., 1988).<br />
Estima-se que 70% das espécies relacionadas à pesca costeira comercial ou<br />
recreativa é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>dos</strong> ecossistemas estuarinos em alguma etapa <strong>de</strong> seu<br />
ciclo <strong>de</strong> vida. Evi<strong>de</strong>ncia-se, <strong>de</strong>ssa forma, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação <strong>dos</strong><br />
ambientes <strong>de</strong> manguezal nos estuários para a manutenção <strong>dos</strong> benefícios<br />
gera<strong>dos</strong> pela pesca artesanal e industrial (DIEGUES, 2002), além <strong>de</strong> sua<br />
importância em nível <strong>de</strong> equilíbrio <strong>dos</strong> ecossistemas associa<strong>dos</strong>.<br />
3.3.4.1. Aspectos metodológicos e recursos<br />
A metodologia <strong>de</strong> monitoramento da ictiofauna e carcinofauna será composta<br />
pelo método amostral e analítico. O método amostral inclui a etapa <strong>de</strong><br />
planejamento, <strong>de</strong> coleta da amostra e <strong>de</strong> armazenamento e conservação. A<br />
primeira etapa consiste na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> amostragem que <strong>de</strong>verá<br />
<strong>de</strong>finir o número <strong>de</strong> amostras em cada estação amostral e a sua distribuição ao<br />
longo do sistema hidroviário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, bem como na área <strong>de</strong><br />
entorno sob influência da ocupação urbana <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e <strong>Paranaguá</strong>. Além <strong>de</strong><br />
prever os recursos humanos, materiais e financeiros necessários. A segunda<br />
trata-se da coleta da amostra, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser utilizado um método a<strong>de</strong>quado<br />
para a ictiofauna e carcinofauna, conforme apresentado a seguir.<br />
Quanto ao método analítico, este <strong>de</strong>screve os procedimentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />
taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 29 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 13. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> ictio e carcinofauna.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 30 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.4.1.1. Método amostral<br />
Para o monitoramento da ictiofauna e da carcinofauna serão coletadas amostras<br />
em nove pontos, apresenta<strong>dos</strong> na Figura 13. A localização <strong>de</strong>stes pontos é a<br />
mesma do diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA,<br />
apresentada na Tabela 5. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral,<br />
alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />
Tabela 5. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />
amostragem <strong>de</strong> ictiofauna e carcinofauna.<br />
Localização (UTM)<br />
Estação Amostral<br />
1<br />
N E<br />
#001 787466 7170621<br />
#002 787729 7158025<br />
#004 773537 7163886<br />
#017 765194 7172601<br />
#021 762433 7171917<br />
#023 762770 7175119<br />
#032 757150 7177768<br />
#035 755443 7173240<br />
#052 750195 7177130<br />
#078 745217 7177875<br />
#096 736981 7180128<br />
#108 734019 7182370<br />
Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />
Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />
Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />
IBAMA.<br />
As amostragens da ictiofauna e carcinofauna <strong>de</strong>verão ser executadas com a<br />
utilização <strong>de</strong> uma embarcação motorizada, tipo baleeira, como a apresentada na<br />
Figura 14. A embarcação irá operar com arrasto em dois tangones com portas <strong>de</strong><br />
25 kg para camarão, caracterizando assim amostras em duplicatas.<br />
1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 31 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 14. Tipo <strong>de</strong> embarcação pesqueira utilizada para<br />
a amostragem <strong>de</strong> ictio e carcinofauna.<br />
Serão empregadas re<strong>de</strong>s com malha entre nós opostos <strong>de</strong> 50 mm no corpo e<br />
30 mm no ensacador, com um comprimento <strong>de</strong> 14 metros e com abertura <strong>de</strong><br />
boca <strong>de</strong> 5 metros. O esforço amostral empregado será <strong>de</strong> 10 minutos com<br />
velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 2 nós, contemplando ambas as re<strong>de</strong>s simultaneamente.<br />
3.3.4.1.2. Método analítico<br />
As amostras obtidas serão separadas e acondicionadas em sacos plásticos<br />
etiqueta<strong>dos</strong>, sendo transportadas refrigeradas para análise em laboratório, on<strong>de</strong><br />
serão congeladas em freezer. O procedimento laboratorial constitui-se na<br />
i<strong>de</strong>ntificação do material coletado com o auxílio <strong>de</strong> chaves <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />
taxonômica <strong>de</strong> Figueiredo & Menezes (1978; 1980), Menezes & Figueiredo<br />
(1980; 1985), Barletta & Corrêa (1992), Nelson (1994) e Bizerril & Primo (2001).<br />
Para to<strong>dos</strong> os exemplares coleta<strong>dos</strong> será medido o comprimento total, assim<br />
como mensuradas as suas massas.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 32 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Para a análise da diversida<strong>de</strong> específica serão utiliza<strong>dos</strong> os Índices <strong>de</strong> Shannon-<br />
Wiener (H’), dado pela equação:<br />
H '<br />
<br />
S<br />
<br />
i1<br />
( pi)<br />
ln( pi)<br />
e o índice <strong>de</strong> Simpson (D), calculado pela equação:<br />
on<strong>de</strong>:<br />
D <br />
S<br />
<br />
i1<br />
( pi)<br />
pi: proporção (em peso e número) <strong>de</strong> cada espécie <strong>de</strong> peixe na amostra;<br />
S: é o número total <strong>de</strong> espécies na comunida<strong>de</strong>.<br />
Para o cálculo da equitabilida<strong>de</strong> será utilizado o Índice <strong>de</strong> Pielou (J’), dado por:<br />
H '<br />
J '<br />
ln( S)<br />
A riqueza <strong>de</strong> espécies será calculada através do Índice <strong>de</strong> Margalef (LUDWING &<br />
REYNOLDS, 1988):<br />
( S 1)<br />
d <br />
ln( N)<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 33 -<br />
2
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.5. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Cetáceos e Quelônios<br />
Os cetáceos estão entre os mamíferos melhor adapta<strong>dos</strong> ao meio aquático,<br />
habitando to<strong>dos</strong> os oceanos, estuários e rios (MONTEIRO-FILHO et al., 2006). A<br />
or<strong>de</strong>m Cetácea apresenta o corpo fusiforme, sem pêlos, e a cabeça pouco<br />
diferenciada do restante do corpo. O corpo possui uma espessa camada <strong>de</strong><br />
gordura que auxilia na flutuação e na termo-regulação. Os membros anteriores<br />
são forma<strong>dos</strong> por nada<strong>de</strong>iras e, posteriormente, possuem uma cauda que se<br />
expan<strong>de</strong> lateralmente e <strong>de</strong> forma variada. Apresentam tato, visão e audição bem<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> e não possuem cordas vocais. O som que emitem é produzido pela<br />
passagem <strong>de</strong> ar sob pressão através <strong>dos</strong> divertículos nasais e da laringe. A<br />
alimentação é baseada em peixes, lulas e krill (pequenos crustáceos). A gestação<br />
varia <strong>de</strong> nove a <strong>de</strong>zesseis meses, e o período <strong>de</strong> amamentação dura cerca <strong>de</strong> um<br />
ano (MONTEIRO-FILHO et al., 2006). Possuem duas subor<strong>de</strong>ns reconhecidas,<br />
Mysticeti, representada pelas baleias <strong>de</strong> barbatana, e Odontoceti, representada<br />
pelas baleias com <strong>de</strong>ntes e golfinhos (COUTO, 1979 apud MONTEIRO-FILHO et<br />
al., 2006).<br />
Os quelônios são répteis da or<strong>de</strong>m Testudines e subor<strong>de</strong>m Cryptodira,<br />
pertencentes às famílias Dermochelyidae (Dermochelys coriacea) e Cheloniidae<br />
(Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea,<br />
Lepidochelys kempii e Natator <strong>de</strong>pressus) (MÁRQUEZ, 1990). Distribuem-se por<br />
to<strong>dos</strong> os oceanos em águas tropicais e temperadas, estando sujeitas a diversas<br />
ameaças ligadas com as dramáticas mudanças ontogênicas que sofrem em seu<br />
ciclo <strong>de</strong> vida. Seu <strong>de</strong>senvolvimento começa no ambiente terrestre, passando<br />
<strong>de</strong>pois a uma fase pelágica ou oceânica (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da espécie). Retornando<br />
posteriormente às áreas costeiras para se alimentar, ocupando assim, uma<br />
gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ecossistemas como litorais rochosos, manguezais, arrecifes<br />
<strong>de</strong> coral ou pradarias <strong>de</strong> gramas marinhas (PLOTKIN, 2003; BOLTEN, 2003). O<br />
fato <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem-se em uma ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambientes aumenta a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir com impactos antropogênicos, que po<strong>de</strong>m incluir<br />
poluição, <strong>de</strong>predação, modificação <strong>de</strong> ambientes e captura com a pesca<br />
(MARCOVALDI et al., 2006; GILMAN et al., 2007).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 34 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.3.5.1. Metodologia<br />
3.3.5.1.1. Cetáceos<br />
Para monitorar as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequenos cetáceos será utilizado o método<br />
<strong>dos</strong> transects lineares, conforme <strong>de</strong>scrito por Burnham et al. (1980) e Buckland<br />
et al. (1993). Este método emprega percursos lineares através da área a ser<br />
monitorada, registrando-se a presença <strong>de</strong> cetáceos e suas distâncias da rota da<br />
embarcação. Através da mo<strong>de</strong>lagem matemática das probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
avistamentos em diferentes distâncias é possível se estimar o tamanho da<br />
população na área, mesmo que não tenham sido avista<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os animais.<br />
Desta forma será <strong>de</strong>finido um <strong>de</strong>sign amostral em “zig-zag” com o intuito <strong>de</strong><br />
minimizar o tempo entre os transects, cruzando as áreas do Complexo Estuarino<br />
<strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, com espaçamento <strong>de</strong> aproximadamente 1.000 metros entre o<br />
ponto médio <strong>de</strong> cada transect. O trajeto percorrerá toda a área amostral,<br />
garantindo um esforço homogêneo em toda a área. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste<br />
grupo será trimestral, alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />
As observações visuais serão feitas sempre por observadores, que ficarão<br />
situa<strong>dos</strong> sobre o casario da embarcação a aproximadamente cinco metros <strong>de</strong><br />
altura da linha d'água, com cada observador empregando esforço <strong>de</strong> avistamento<br />
em uma área específica (linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota, bombordo e boreste da embarcação).<br />
Cada observador realizará o monitoramento a olho nu, utilizando <strong>de</strong> binóculos<br />
reticula<strong>dos</strong> 7x50 (Figura 15A), para a contagem <strong>dos</strong> grupos e confirmação da<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das espécies quando um grupo for avistado. Para registrar o ângulo<br />
do avistamento com relação à proa do barco será utilizada uma tábua <strong>de</strong> ângulos<br />
(angle board) fixa no maior eixo da embarcação. Devido ao trajeto em zig-zag,<br />
para se evitar uma recontagem <strong>dos</strong> animais, após se ter observado um grupo, o<br />
mesmo será monitorado até a embarcação se afastar e ele ser perdido <strong>de</strong> vista.<br />
Os da<strong>dos</strong> serão registra<strong>dos</strong> em planilhas padronizadas, sendo posteriormente<br />
transferi<strong>dos</strong> para uma planilha eletrônica. Sempre que um grupo <strong>de</strong> cetáceos for<br />
avistado, serão registra<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> referentes à data, hora, coor<strong>de</strong>nadas<br />
geográficas (com auxílio <strong>de</strong> GPS), espécie avistada, composição do grupo por<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 35 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
espécie, número <strong>de</strong> indivíduos no grupo, presença <strong>de</strong> filhotes, presença <strong>de</strong> aves<br />
e/ou peixes, ângulo <strong>de</strong> avistamento (obtido com o angle board, em relação à<br />
proa da embarcação) e distância radial do grupo em relação a embarcação. A<br />
distância será estimada utilizando um rangefin<strong>de</strong>r a laser (Figura 15B), em<br />
pontos próximos à embarcação. Além <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> sobre os animais avista<strong>dos</strong>,<br />
também serão registradas informações sobre as condições meteorológicas<br />
(direção e intensida<strong>de</strong> do vento, condições do mar seguindo a escala Beaufort) e<br />
reflexo na superfície, fatores que po<strong>de</strong>m alterar as condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>dos</strong><br />
animais.<br />
Deve-se ressaltar que os avistamentos fora <strong>de</strong> esforço e realizadas durante o<br />
trajeto até a área <strong>de</strong> amostragem, serão registradas e consi<strong>de</strong>radas como<br />
informações complementares.<br />
3.3.5.1.2. Quelônios<br />
Figura 15. Binóculos reticulado 7X50 (A), e Rangefin<strong>de</strong>r a laser (B).<br />
Tendo em vista que estu<strong>dos</strong> sobre comportamento são <strong>de</strong> fundamental<br />
importância para se obter informações sobre a biologia básica <strong>de</strong> quelônios<br />
aquáticos, e <strong>de</strong>vido às gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s em se observar esses répteis em seu<br />
habitat natural (CIELUSINSKY et al., 2008), a principal estratégia <strong>de</strong> trabalho<br />
para o monitoramento da ocorrência das tartarugas marinhas na região será<br />
<strong>de</strong>senvolvida com base em entrevistas realizadas com pescadores (atores mais<br />
próximos <strong>de</strong>stes animais) e moradores locais. Para tal, serão confecciona<strong>dos</strong><br />
questionários específicos, para <strong>de</strong>terminar as principais áreas <strong>de</strong> ocorrência, as<br />
espécies mais observadas, taxas <strong>de</strong> captura inci<strong>de</strong>ntal e taxas <strong>de</strong> encalhe.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 36 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
O monitoramento da linha <strong>de</strong> costa será <strong>de</strong>scartado pelas dificulda<strong>de</strong>s relatadas<br />
por Guebert et al. (2005), com relação à coleta <strong>dos</strong> animais encalha<strong>dos</strong> na praia,<br />
em função da ação das marés que os carregam <strong>de</strong> volta para o mar. Apesar<br />
disso, ao longo <strong>dos</strong> trabalhos em campo, todo animal encontrado na costa será<br />
classificado e posteriormente encaminhado para os órgãos competentes.<br />
Para to<strong>dos</strong> os encalhes serão registradas a espécie e a condição do animal<br />
analisado, segundo o código <strong>de</strong> Shaver & Teas (1999). Portanto, serão<br />
analisa<strong>dos</strong> o comprimento e largura curvilíneos da carapaça (CCC e LCC), além<br />
da presença <strong>de</strong> ferimentos, tumores (fibropapilomas) e grampos metálicos <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificação. Após o término do procedimento, as coor<strong>de</strong>nadas da ocorrência<br />
serão registradas com GPS. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> exemplares e a morfometria<br />
serão avaliadas <strong>de</strong> acordo com Márquez (1990), i<strong>de</strong>ntificando os indivíduos por<br />
meio da carapaça. Animais em adiantado estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição não serão<br />
classifica<strong>dos</strong>, sendo apenas feito registro da sua ocorrência.<br />
Aproveitando o esforço empregado no monitoramento <strong>de</strong> cetáceos para a região<br />
do empreendimento, realizado a partir <strong>de</strong> uma embarcação com freqüência<br />
trimestral, este programa contará com uma segunda linha <strong>de</strong> trabalho, através<br />
<strong>de</strong> um censo visual empregado com o auxílio <strong>de</strong> binóculo reticulado. Sempre que<br />
houver um avistamento, será realizada a classificação da espécie, quando<br />
possível, sendo também registra<strong>dos</strong> a hora e o dia do avistamento, número <strong>de</strong><br />
animais e posição com coor<strong>de</strong>nadas UTM. Além <strong>de</strong>sses da<strong>dos</strong>, o animal ainda<br />
será acompanhado para se observar o seu comportamento. Como não existe<br />
uma metodologia <strong>de</strong> monitoramento comportamental para quelônios, esse<br />
acompanhamento será feito como registro apenas da área que o animal está<br />
utilizando.<br />
Cabe <strong>de</strong>stacar que durante o monitoramento embarcado, será dada uma atenção<br />
especial para as áreas com bancos <strong>de</strong> gramíneas, que são o principal item<br />
alimentar das tartarugas na região. Para essas regiões, a embarcação parará os<br />
transects elabora<strong>dos</strong> para o monitoramento <strong>de</strong> cetáceos, realizando a<br />
<strong>de</strong>limitação <strong>de</strong>ssas áreas e uma varredura específica para os quelônios.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 37 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
3.4. Recursos necessários<br />
Os equipamentos e materiais a serem utiliza<strong>dos</strong> durante a coleta das amostras<br />
para o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática e seus subprogramas são:<br />
Embarcação: <strong>de</strong>verá ser disponibilizada pelo menos uma embarcação que<br />
comporte os integrantes da equipe e os materiais e equipamentos<br />
necessários para as campanhas amostrais. Além disso, a embarcação <strong>de</strong>verá<br />
ser dotada <strong>dos</strong> apetrechos mínimos para execução das amostragens como,<br />
por exemplo, os tangones, para arrasto <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s com portas;<br />
Documentação: Autorização para Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material<br />
Biológico, emitida pela Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong><br />
Fauna e Recursos Pesqueiros, do IBAMA;<br />
Material <strong>de</strong> apoio: plano <strong>de</strong> monitoramento aprovado, mapas apropria<strong>dos</strong> da<br />
área, ficha <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, canetas e lápis e relógio;<br />
Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc;<br />
To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong> análise laboratorial <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os<br />
certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os relatórios <strong>de</strong> análise.<br />
3.5. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, o empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>verá contar com uma equipe<br />
especializada em coleta e conservação das amostras <strong>de</strong> biota aquática. A<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> indivíduos e a interpretação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser<br />
realizadas por profissionais habilita<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral<br />
do IBAMA. To<strong>dos</strong> os cadastros <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong>vidamente atualiza<strong>dos</strong>.<br />
3.6. Cronograma<br />
Meses<br />
Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />
Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />
do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Execução <strong>de</strong> amostragens e inspeções <strong>de</strong> campo<br />
Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />
Preparação para início <strong>de</strong> novo ciclo<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 38 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
4. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS<br />
4.1. Objetivo<br />
Esse Programa tem por objetivo recuperar áreas contaminadas e/ou <strong>de</strong>gradadas,<br />
através da adoção <strong>de</strong> medidas corretivas que possibilitem recuperá-las para um<br />
uso compatível e em observância aos instrumentos normativos estabeleci<strong>dos</strong><br />
pelos órgãos ambientais competentes.<br />
No caso específico do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, o Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental<br />
<strong>–</strong> RCA i<strong>de</strong>ntificou o potencial associado aos resíduos existentes em um antigo<br />
<strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> carvão, visto que o terminal, por muitos anos, serviu <strong>de</strong> entreposto<br />
para abastecer a indústrias, especialmente da região <strong>de</strong> Curitiba.<br />
Figura 16. Terminal portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Na área hachurada, o<br />
pátio utilizado, no passado, para <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> carvão.<br />
Apesar do longo período <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o encerramento das movimentações com carvão<br />
e do volume reduzido, não se po<strong>de</strong> ignorar o material que permaneceu na área<br />
(Figura 17). Consi<strong>de</strong>rando aquilo que preconiza o artigo 24 1 da Resolução<br />
CONAMA Nº 420/2010, o presente Programa preten<strong>de</strong> atuar na avaliação,<br />
planejamento e execução das ações <strong>de</strong> recuperação ambiental da área, com<br />
1 Art. 24. Será consi<strong>de</strong>rada Área Suspeita <strong>de</strong> Contaminação <strong>–</strong> AS, pelo órgão ambiental<br />
competente, aquela em que, após a realização <strong>de</strong> uma avaliação preliminar, forem observa<strong>dos</strong><br />
indícios da presença <strong>de</strong> contaminação ou i<strong>de</strong>ntificadas condições que possam representar perigo.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 39 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
vistas à eliminação <strong>de</strong> quaisquer contaminações do solo e <strong>dos</strong> recursos hídricos<br />
superficiais e subterrâneos na área.<br />
4.2. Principais Ações<br />
Figura 17. Detalhe <strong>dos</strong> resíduos <strong>de</strong> carvão<br />
no pátio do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />
Este Programa contempla as ações <strong>de</strong> avaliação, planejamento e execução <strong>de</strong><br />
medidas <strong>de</strong> avaliação e erradicação do passivo ambiental i<strong>de</strong>ntificado na fase <strong>de</strong><br />
diagnóstico ambiental, elaborado no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA,<br />
que consubstanciou o presente PCA.<br />
4.3. Metodologia<br />
A metodologia proposta para recuperação <strong>de</strong> passivos ambientais baseia-se no<br />
método sugerido pela Resolução CONAMA Nº 420/2010, que dispõe sobre<br />
critérios e valores orientadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do solo quanto à presença <strong>de</strong><br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 40 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental <strong>de</strong><br />
áreas contaminadas por essas substâncias em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
antrópicas. Em linhas gerais, as seguintes etapas <strong>de</strong>verão ser obe<strong>de</strong>cidas no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste Programa: avaliação preliminar, investigação<br />
confirmatória, investigação <strong>de</strong>talhada, avaliação <strong>de</strong> risco, investigação para<br />
remediação, projeto <strong>de</strong> remediação e monitoramento.<br />
4.3.1. Avaliação preliminar<br />
Essa etapa tem como objetivo principal i<strong>de</strong>ntificar evidências, indícios ou fatos<br />
que permitam suspeitar da existência <strong>de</strong> contaminação na área <strong>de</strong> interesse,<br />
baseando-se no levantamento <strong>de</strong> informações disponíveis sobre o uso atual e<br />
pretérito da área. Para tanto, <strong>de</strong>ve-se levantar da<strong>dos</strong> e informações a respeito do<br />
histórico ocupacional e operacional das áreas e <strong>de</strong> suas adjacências (Figura 18).<br />
Figura 18. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação Preliminar.<br />
Para realizar essa etapa <strong>de</strong>ve-se basear na metodologia preconizada pela Norma<br />
ABNT NBR 15.515 (Passivo Ambiental em Solo e Água Subterrânea: Avaliação<br />
Preliminar) que estabelece os procedimentos mínimos que visam à i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>de</strong> indícios <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> solo e água subterrânea.<br />
4.3.2. Investigação confirmatória<br />
Tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confirmar ou não a existência <strong>de</strong> áreas contaminadas. A<br />
confirmação da contaminação em uma área se dá basicamente pela tomada <strong>de</strong><br />
amostras e análises <strong>de</strong> solo e/ou <strong>de</strong> água subterrânea, em pontos<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 41 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
estrategicamente posiciona<strong>dos</strong>. Em seguida, <strong>de</strong>ve ser feita a interpretação <strong>dos</strong><br />
resulta<strong>dos</strong> das análises realizadas nas amostras coletadas, pela comparação <strong>dos</strong><br />
valores <strong>de</strong> concentração obti<strong>dos</strong> com os valores <strong>de</strong> concentração estabeleci<strong>dos</strong><br />
por critérios legais.<br />
Figura 19. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Confirmatória.<br />
Para sua consecução, <strong>de</strong>verão ser implanta<strong>dos</strong> poços <strong>de</strong> monitoramento, que<br />
permitirão coletar amostras do freático a fim <strong>de</strong> verificar a ocorrência <strong>de</strong><br />
contaminantes. Caso i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>, o contaminantes <strong>de</strong>verão ter sua origem<br />
reconhecida. Para tanto, outras incursões <strong>de</strong>verão ser executadas, com<br />
sondagens SPT e a eventual adoção <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> prospecção, visando à<br />
i<strong>de</strong>ntificação do pacote <strong>de</strong> resíduos, em escala compatível com a etapa.<br />
4.3.3. Investigação <strong>de</strong>talhada<br />
Essa etapa envolve a mesma metodologia utilizada na etapa anterior, porém tem<br />
a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quantificar a contaminação nos meios afeta<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>terminar a<br />
sua distribuição espacial. A quantificação da contaminação é fundamental para<br />
subsidiar a execução da avaliação <strong>de</strong> risco e, por conseqüência, para <strong>de</strong>finição<br />
das ações <strong>de</strong> intervenção (Figura 20).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 42 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 20. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Detalhada.<br />
4.3.4. Avaliação <strong>de</strong> risco<br />
O objetivo principal da etapa <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> risco é a i<strong>de</strong>ntificação e<br />
quantificação <strong>dos</strong> riscos à saú<strong>de</strong> humana e ao meio ambiente, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong><br />
uma área contaminada. A metodologia propõe que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da situação,<br />
outros bens <strong>de</strong>vam ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>, tais como a produção agrícola, as<br />
edificações no entorno e as instalações <strong>de</strong> infraestrutura urbana.<br />
As metodologias <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> risco são baseadas em princípios <strong>de</strong> toxicologia,<br />
no conhecimento das proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas e no comportamento<br />
ambiental <strong>dos</strong> contaminantes. Essa etapa subsidiará a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> objetivos a<br />
serem atingi<strong>dos</strong> na remediação e das medidas corretivas a serem adotadas<br />
(Figura 21).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 43 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 21. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Risco.<br />
4.3.5. Investigação para remediação<br />
A partir <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do estudo <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong>talhada e da avaliação <strong>de</strong><br />
risco, será <strong>de</strong>finida a concepção da remediação com vistas à reabilitação<br />
ambiental da área. A finalida<strong>de</strong> da investigação para remediação é, por<br />
conseguinte, oferecer subsídios para a concepção e <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> um projeto<br />
<strong>de</strong> remediação, que seja tecnicamente a<strong>de</strong>quado, legalmente cabível e<br />
economicamente viável, visando prevenir danos presentes ou futuros ao meio<br />
ambiente, à saú<strong>de</strong> humana e à segurança pública.<br />
As informações necessárias, nessa etapa, po<strong>de</strong>m incluir a complementação e o<br />
refinamento das características geológicas e hidrogeológicas, geoquímicas e<br />
hidroquímicas da área <strong>de</strong> interesse. A caracterização da geologia regional e local<br />
<strong>de</strong>ve possibilitar a <strong>de</strong>scrição geológica da área <strong>de</strong> interesse, contemplando os<br />
aspectos geomorfológicos, litológicos, estratigráficos, pedológicos, estruturais e<br />
geotécnicos, através da elaboração <strong>de</strong> mapa geológico em escala apropriada e<br />
com seções geológicas elucidativas. É realizada mediante consulta <strong>de</strong> mapas<br />
geológicos, imagens <strong>de</strong> satélite e fotografias aéreas; realização <strong>de</strong> inspeções <strong>de</strong><br />
campo e sondagens mecânicas convenientemente localizadas e conduzidas <strong>de</strong><br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 44 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
acordo com as normas técnicas vigentes; e aplicação <strong>de</strong> méto<strong>dos</strong> geofísicos<br />
(resistivida<strong>de</strong> elétrica, potencial espontâneo ou eletromagnetismo).<br />
Já a caracterização da hidrogeologia regional e local <strong>de</strong>ve possibilitar a<br />
<strong>de</strong>limitação das unida<strong>de</strong>s aquíferas presentes, <strong>de</strong>terminação da superfície<br />
potenciométrica e do regime <strong>de</strong> fluxo das águas subterrâneas, bem como o<br />
levantamento cadastral <strong>de</strong> fontes, surgências e captações existentes no entorno<br />
<strong>de</strong> interesse.<br />
4.3.6. Projeto <strong>de</strong> remediação<br />
O projeto <strong>de</strong>talhado da remediação tem como objetivos fornecer to<strong>dos</strong> os<br />
<strong>de</strong>talhes técnicos, bem como um plano <strong>de</strong> ação, para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
remediação. Este projeto <strong>de</strong>verá ser elaborado com base na proposta <strong>de</strong><br />
remediação aprovada pelo órgão ambiental e <strong>de</strong> acordo com as recomendações<br />
por ele efetuadas.<br />
O projeto <strong>de</strong>talhado da remediação <strong>de</strong>verá contemplar, pelo menos, os seguintes<br />
itens:<br />
Memorial <strong>de</strong>scritivo: resumo das informações referentes à área, listagem <strong>de</strong><br />
leis, regulamentações, critérios e padrões pertinentes, <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada<br />
das medidas <strong>de</strong> remediação e das tecnologias a serem adotadas e estimativa<br />
<strong>de</strong> custos <strong>de</strong>ssas medidas;<br />
Desenhos, plantas e mapas;<br />
Cronograma <strong>de</strong> execução;<br />
Plano <strong>de</strong> segurança e saú<strong>de</strong>: estabelecer medidas <strong>de</strong> segurança para o<br />
pessoal envolvido e para a comunida<strong>de</strong> ao redor da área contaminada; e<br />
Plano <strong>de</strong> operação e estabelecimento <strong>de</strong> procedimentos operacionais.<br />
4.3.7. Monitoramento<br />
O plano <strong>de</strong> monitoramento irá <strong>de</strong>screver as medições requeridas para o<br />
monitoramento da performance e da eficiência da remediação no sítio, bem<br />
como para garantir condições <strong>de</strong> segurança na área. Isso irá variar em função<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 45 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
<strong>dos</strong> objetivos e controles requeri<strong>dos</strong> por cada uma das técnicas <strong>de</strong> remediação a<br />
serem empregadas, da localização e das características do sítio e das exigências<br />
do órgão ambiental. O monitoramento <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> é a forma <strong>de</strong> avaliação-<br />
padrão para os parâmetros que irão <strong>de</strong>terminar se o processo <strong>de</strong> remediação<br />
está apresentando o <strong>de</strong>sempenho esperado.<br />
4.4. Equipe técnica<br />
A equipe técnica <strong>de</strong>verá ser composta por especialistas na recuperação das<br />
componentes do meio físico contaminadas ou <strong>de</strong>gradadas, <strong>de</strong>vidamente<br />
habilita<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA. Estes registros<br />
<strong>de</strong>verão estar atualiza<strong>dos</strong>.<br />
Para a realização das análises físico-químicas, o laboratório a ser contratado<br />
<strong>de</strong>verá possuir processos <strong>de</strong> análise cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong><br />
Metrologia <strong>–</strong> INMETRO ou, na sua ausência, <strong>de</strong>ve ser executado por laboratório<br />
qualificado e aceito pelo órgão ambiental. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar<br />
calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos<br />
relatórios <strong>de</strong> análise.<br />
4.5. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong><br />
Meses<br />
implantação<br />
Preparação da equipe<br />
(mobilização)<br />
Avaliação preliminar<br />
Investigação confirmatória<br />
Investigação <strong>de</strong>talhada<br />
Avaliação <strong>de</strong> risco<br />
Investigação para<br />
remediação<br />
Projeto <strong>de</strong> remediação<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
Aprovação do projeto<br />
Implementação das ações<br />
<strong>de</strong> remediação<br />
A aprovação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da gestão do órgão ambiental.<br />
Monitoramento<br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios<br />
<strong>de</strong> acompanhamento<br />
Periodicida<strong>de</strong> a ser estabelecida pelo projeto <strong>de</strong> remediação,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da anuência do órgão ambiental.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 46 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
5. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS <strong>–</strong> PGRS<br />
5.1. Introdução<br />
O gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong>, via <strong>de</strong> regra, constitui-se em um aspecto<br />
ambiental fundamental para a maioria <strong>dos</strong> empreendimentos e, principalmente,<br />
para aqueles lin<strong>de</strong>iros aos cursos d’água, que <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>dicar especial atenção<br />
aos resíduos sóli<strong>dos</strong> gera<strong>dos</strong> em sua operação visando garantir a qualida<strong>de</strong> das<br />
coleções hídricas em seu entorno.<br />
A geração <strong>de</strong> resíduos, na operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e nas<br />
ativida<strong>de</strong>s complementares, é um aspecto ambiental significativo em face do<br />
potencial <strong>de</strong> impactos <strong>de</strong> elevada importância e magnitu<strong>de</strong>, tais como:<br />
Poluição por aci<strong>de</strong>ntes (<strong>de</strong>rramamentos, incêndios, colisões, etc);<br />
Contaminação da água por eventuais lançamentos <strong>de</strong> resíduos contamina<strong>dos</strong><br />
gera<strong>dos</strong> no Porto ou a bordo <strong>de</strong> embarcações;<br />
Geração <strong>de</strong> focos atrativos para espécies sinantrópicas que habitualmente<br />
recorrem à área portuária em busca <strong>de</strong> alimentação e abrigo.<br />
5.2. Objetivos<br />
O PGRS tem o objetivo <strong>de</strong> minimizar a geração <strong>de</strong> resíduos na fonte, a<strong>de</strong>quar a<br />
segregação, controlar e reduzir riscos ao meio ambiente e assegurar o correto<br />
manuseio e disposição final, em conformida<strong>de</strong> com a legislação vigente,<br />
atendidas as <strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA Nº 05/1993 e da Resolução<br />
ANVISA Nº 72/2009 1 . Desta forma, estimula a redução do consumo <strong>de</strong> recursos<br />
naturais, e coaduna-se com a formação do senso crítico <strong>de</strong> funcionários próprios<br />
e terceiriza<strong>dos</strong>, preconizado no item 14. Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental<br />
adiante, incentivando a reutilização e/ou a recuperação <strong>de</strong> materiais recicláveis e<br />
melhorando as condições no ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />
1 Art. 73. A autorização para a retirada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong> <strong>de</strong> embarcações em porto <strong>de</strong> controle<br />
sanitário fica condicionada à manifestação prévia da autorida<strong>de</strong> sanitária.<br />
Art. 74. Para que seja autorizada a retirada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong> <strong>de</strong> embarcações, os portos <strong>de</strong><br />
controle sanitário ou empresas que operem a retirada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong> das embarcações <strong>de</strong>vem<br />
dispor <strong>de</strong> procedimentos relativos à coleta do resíduo na embarcação, acondicionamento,<br />
transporte, armazenamento intermediário, se houver, tratamento e <strong>de</strong>stino final em conformida<strong>de</strong><br />
com a norma específica vigente.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 47 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
5.3. Principais ações<br />
As principais ações que farão parte da implementação da metodologia proposta<br />
para o PGRS são apresentadas pelo fluxograma a seguir (Figura 22).<br />
Figura 22. Fluxograma <strong>de</strong> gerenciamento <strong>dos</strong> resíduos.<br />
Com relação à classificação <strong>dos</strong> resíduos, <strong>de</strong>verão ser adota<strong>dos</strong> os requisitos<br />
estabeleci<strong>dos</strong> pela Resolução CONAMA Nº 05/1993 e, naquilo que couber, a<br />
Norma ABNT NBR 10.004:2004 (Classe I, II A e II B). Esta classificação, quando<br />
for o caso, <strong>de</strong>ve ser embasada nos lau<strong>dos</strong> técnicos <strong>de</strong> análises, submetendo os<br />
resíduos nos testes <strong>de</strong> solubilização/lixiviação conforme NBR 10.006<br />
(Solubilização <strong>de</strong> Resíduos <strong>–</strong> Procedimentos) e NBR 10.005 (Lixiviação <strong>de</strong><br />
Resíduos <strong>–</strong> Procedimento) ou ainda, outros tipos <strong>de</strong> análises que os responsáveis<br />
julgarem necessárias para melhor i<strong>de</strong>ntificar os componentes <strong>dos</strong> resíduos<br />
gera<strong>dos</strong>.<br />
Em face da ausência <strong>de</strong> legislação específica para portos, adotar-se-á para<br />
registro <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> geração e <strong>de</strong>stinação <strong>dos</strong> resíduos a Resolução CONAMA<br />
Nº 313/2002, que estabelece o Inventário Nacional <strong>dos</strong> Resíduos Industriais,<br />
sofrendo eventuais adaptações em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>.<br />
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<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Cabe salientar que o PGRS <strong>de</strong>verá ser atualizado sempre que ocorram<br />
modificações operacionais, que resultem na ocorrência <strong>de</strong> novos resíduos ou na<br />
eliminação <strong>de</strong>stes. Nestes casos, <strong>de</strong>vem ser revistos e incorpora<strong>dos</strong> novos<br />
parâmetros <strong>de</strong> avaliação visando ao aperfeiçoamento contínuo do processo.<br />
5.4. Metodologia<br />
Para implantação do PGRS, a metodologia proposta é assim composta:<br />
5.4.1. Planejamento<br />
Essa etapa inclui a i<strong>de</strong>ntificação e quantificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />
resíduos, i<strong>de</strong>ntificação e quantificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> segregação <strong>de</strong> resíduos,<br />
classificação e quantificação <strong>dos</strong> resíduos gera<strong>dos</strong>, em conformida<strong>de</strong> com as<br />
classes <strong>de</strong>finidas no Anexo I da Resolução CONAMA Nº 05/1993. Além disso,<br />
<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>clara<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os resíduos gera<strong>dos</strong>, inclusive no apoio operacional<br />
da ativida<strong>de</strong> portuária. Para a efetiva aprovação <strong>de</strong>ste instrumento, além da<br />
aprovação por parte do órgão ambiental, também será levado à anuência da<br />
autorida<strong>de</strong> sanitária, atendida a Resolução ANVISA N° 72/2009.<br />
5.4.2. Implementação e operação<br />
Após a conclusão da etapa <strong>de</strong> planejamento, dá-se início a implementação e<br />
operação do PGRS que é a etapa mais longa e difícil <strong>de</strong>ntre todas. Para tanto, os<br />
seguintes itens <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>:<br />
Estrutura e responsabilida<strong>de</strong>: faz parte <strong>de</strong>ssa etapa a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong><br />
responsáveis por cada etapa do PGRS e o treinamento <strong>dos</strong> envolvi<strong>dos</strong> nos<br />
processos inerentes à gestão <strong>de</strong> resíduos, os quais <strong>de</strong>verão ter a<br />
competência técnica necessária para conduzir os processos. Para isso,<br />
sugere-se que o treinamento básico contenha, no mínimo (Figura 23):<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 49 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 23. Treinamento básico para os envolvi<strong>dos</strong> com o manuseio<br />
<strong>de</strong> resíduos.<br />
Manuseio e acondicionamento: o correto manuseio e acondicionamento<br />
possibilitarão a maximização da valorização <strong>dos</strong> resíduos. Por outro lado,<br />
muitos resíduos tornam-se irrecuperáveis quando acondiciona<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma<br />
incorreta: caso haja mistura <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> classes diferentes, um resíduo<br />
não perigoso po<strong>de</strong> ser contaminado e tornar-se perigoso (NBR 12.235/87 <strong>–</strong><br />
Armazenamento <strong>de</strong> resíduos perigosos), dificultando seu gerenciamento e<br />
aumentando os custos associa<strong>dos</strong>. Para que isso não ocorra, a separação<br />
<strong>de</strong>ve ser realizada no local <strong>de</strong> origem, e os resíduos que possam gerar<br />
condições perigosas <strong>de</strong>vem ser segrega<strong>dos</strong>. Além disso, <strong>de</strong>ve-se evitar a<br />
mistura <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> classes distintas <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong> ou incompatíveis<br />
entre si. A fim <strong>de</strong> facilitar e padronizar a segregação <strong>dos</strong> resíduos, a<br />
Resolução CONAMA Nº 275/01 orienta as cores que po<strong>de</strong>rão ser utilizadas<br />
para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> resíduos (Tabela 6).<br />
Tabela 6. Código das cores para os diferentes tipos <strong>de</strong> resíduos segundo a<br />
Resolução CONAMA Nº 275/2001.<br />
Cores Resíduos Cores Resíduos<br />
Amarelo Metal Marrom Resíduos orgânicos<br />
Azul Papel/papelão Preto Ma<strong>de</strong>ira<br />
Branco Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Roxo Resíduos radioativos<br />
Cinza Resíduo geral 1 Ver<strong>de</strong> Vidros<br />
Laranja Resíduos perigosos Vermelho Plástico<br />
1 Não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível <strong>de</strong> separação.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 50 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Destinação final: a disposição final <strong>dos</strong> resíduos <strong>de</strong>verá ser realizada <strong>de</strong><br />
acordo com as características e classificação, po<strong>de</strong>ndo ser objeto <strong>de</strong><br />
valorização (reprocessamento, reciclagem, <strong>de</strong>scontaminação, incorporação,<br />
co-processamento, re-refino), incineração ou disposição em aterros (sanitário<br />
ou industrial, conforme o caso), <strong>de</strong>vidamente licencia<strong>dos</strong>;<br />
Monitoramento e Avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho: essa etapa po<strong>de</strong>rá ser realizada<br />
através do monitoramento <strong>de</strong> indicadores vincula<strong>dos</strong> a resíduos<br />
(quantitativos, qualitativos e/ou financeiros). Também faz parte <strong>de</strong>ssa etapa<br />
a realização <strong>de</strong> auditorias periódicas. Essas ferramentas são fundamentais<br />
para a avaliação do <strong>de</strong>sempenho da empresa, para a mensuração <strong>dos</strong> ganhos<br />
econômicos e ambientais, e para a criação <strong>de</strong> metas e objetivos futuros.<br />
5.5. Equipe técnica<br />
Para a correta implantação e gerenciamento do PGRS, <strong>de</strong>verá ser acompanhado<br />
por responsável técnico, com registro atualizado no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do<br />
IBAMA.<br />
Também será necessária mão-<strong>de</strong>-obra especializada para a coleta,<br />
armazenamento e transporte que <strong>de</strong>verá possuir conhecimento sobre<br />
gerenciamento <strong>de</strong> resíduos, proteção <strong>de</strong> recursos ambientais e saú<strong>de</strong> e<br />
segurança do trabalho. Estas equipes, ou empresas, além <strong>de</strong> habilitadas, <strong>de</strong>vem<br />
estar <strong>de</strong>vidamente licenciadas para o <strong>de</strong>sempenho das ativida<strong>de</strong>s previstas e<br />
com Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA ativo. A <strong>APPA</strong> <strong>–</strong> <strong>Administração</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong>, <strong>de</strong>verá contratar tais empresas, subordinando<br />
as ativida<strong>de</strong>s previstas à Coor<strong>de</strong>nação do Programa, que manterá o controle das<br />
licenças e <strong>dos</strong> requisitos legais pertinentes em relação aos prestadores <strong>de</strong><br />
serviço.<br />
Dentro <strong>de</strong> sua esfera <strong>de</strong> atuação, a <strong>APPA</strong> <strong>de</strong>verá ainda estimular e coor<strong>de</strong>nar a<br />
integração <strong>dos</strong> PGRS’s <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> por todas as empresas que, sob qualquer<br />
forma, operem <strong>de</strong>ntro <strong>dos</strong> limites do Porto Organizado <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 51 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
5.6. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Caracterização, classificação e<br />
quantificação por ponto <strong>de</strong> geração<br />
Definição <strong>dos</strong> procedimentos <strong>de</strong> recepção,<br />
segregação, acondicionamento e<br />
<strong>de</strong>stinação<br />
A<strong>de</strong>quação da estrutura física e<br />
operacional<br />
Treinamento e capacitação<br />
Inclusão das ações no escopo do<br />
Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Implementação do Programa<br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
Planejamento para o novo ciclo<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 52 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EFLUENTES<br />
6.1. Introdução<br />
Esse Programa apresenta as diretrizes para o gerenciamento <strong>dos</strong> efluentes<br />
sanitários (refeitórios e banheiros) bem como <strong>de</strong> outras origens, gera<strong>dos</strong> na<br />
operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> afirmar que<br />
o Porto, enquanto empreendimento <strong>de</strong> interligação da ca<strong>de</strong>ia produtiva, não gera<br />
qualquer tipo <strong>de</strong> efluente caracterizado como industrial, com exceção <strong>de</strong><br />
eventuais <strong>de</strong>rramamentos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e situações críticas. Sendo<br />
assim, este Programa <strong>de</strong>verá focar na questão do esgotamento sanitário e <strong>dos</strong><br />
efluentes precipita<strong>dos</strong> em seus pátios.<br />
Neste Programa, são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os preceitos da Lei Fe<strong>de</strong>ral Nº 9.966/2000,<br />
que incorpora no arcabouço jurídico brasileiro às <strong>de</strong>terminações da Convenção<br />
Internacional MARPOL 73/78, dispondo sobre a prevenção, o controle e a<br />
fiscalização da poluição causada por lançamento <strong>de</strong> óleo e outras substâncias<br />
nocivas ou perigosas em corpos hídricos, além das Resoluções CONAMA<br />
Nº 357/05 e Nº 397/08 e da Resolução ANVISA 72/2009 1 .<br />
Também consi<strong>de</strong>ra o que preceitua o Decreto Fe<strong>de</strong>ral Nº 5.300/04, que dispõe<br />
sobre regras <strong>de</strong> uso e ocupação da zona costeira e estabelece critérios <strong>de</strong> gestão<br />
da orla marítima, on<strong>de</strong> se inclui o sistema <strong>de</strong> saneamento e gerenciamento <strong>de</strong><br />
efluentes a serem gera<strong>dos</strong> por empreendimentos na Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />
6.2. Objetivos<br />
O gerenciamento <strong>de</strong> efluentes líqui<strong>dos</strong> produzi<strong>dos</strong> e/ou coleta<strong>dos</strong> no Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> tem como objetivo analisar as fontes <strong>de</strong> geração,<br />
caracterizar os efluentes, aten<strong>de</strong>r aos requisitos legais e verificar alternativas<br />
para sua gestão.<br />
1 Art. 70. A embarcação em trânsito internacional, em águas sob jurisdição nacional, que opere<br />
transporte <strong>de</strong> viajantes ou cargas, <strong>de</strong>ve dispor a bordo <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> dutos, reservatórios ou<br />
equipamentos próprios que proporcionem a coleta, armazenamento e tratamento, antes do<br />
lançamento no meio aquático, <strong>de</strong> efluentes provenientes <strong>de</strong>: secreções humanas, <strong>de</strong>jetos e águas<br />
servidas oriundas da higienização <strong>de</strong> equipamentos e utensílios, e da limpeza, <strong>de</strong>sinfecção ou<br />
<strong>de</strong>scontaminação <strong>de</strong> superfícies <strong>dos</strong> compartimentos da embarcação.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 53 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6.3. Principais ações<br />
Levantamento <strong>de</strong> normas e aspectos legais;<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> efluentes sanitários;<br />
Determinação <strong>de</strong> volumes e enquadramento segundo as Resoluções CONAMA<br />
N° 357/05 e N° 397/08 e CEMA N° 081/2010, por ponto <strong>de</strong> geração;<br />
Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira <strong>de</strong> alternativas para tratamento e<br />
disposição <strong>de</strong> efluentes;<br />
Monitoramento e avaliação do <strong>de</strong>sempenho <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento;<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s e registro <strong>de</strong> ações corretivas;<br />
Diagnóstico <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> águas pluviais e <strong>dos</strong> riscos <strong>de</strong><br />
contaminação por lançamentos in<strong>de</strong>vi<strong>dos</strong>; e,<br />
Avaliação <strong>de</strong> alternativas para coleta, a<strong>de</strong>quação e condução <strong>dos</strong><br />
lançamentos em corpos receptores, em consonância com os limites legais.<br />
6.4. Metodologia<br />
6.4.1. Levantamento <strong>de</strong> normas e aspectos legais<br />
Os critérios estabeleci<strong>dos</strong> pelas normas e leis nos âmbitos fe<strong>de</strong>ral, estadual e<br />
municipal, inerentes ao gerenciamento <strong>dos</strong> efluentes sanitários, <strong>de</strong>verão ser<br />
leva<strong>dos</strong> em consi<strong>de</strong>ração na <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> adota<strong>dos</strong>, nas rotinas <strong>de</strong><br />
monitoramento e na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Com relação aos efluentes sanitários, são assim enquadra<strong>dos</strong> aqueles<br />
provenientes <strong>de</strong> refeitórios e banheiros. Importante <strong>de</strong>stacar que os efluentes<br />
gera<strong>dos</strong> nas embarcações, por força do Anexo IV da Convenção MARPOL 73/78,<br />
vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2003, e da qual o Brasil é signatário, <strong>de</strong>vem<br />
ser trata<strong>dos</strong> a bordo.<br />
Em relação às drenagens pluviais existentes na área portuária, importante<br />
análise se faz necessária em face <strong>dos</strong> riscos <strong>de</strong> contaminação e, ao que se pô<strong>de</strong><br />
apurar, à falta <strong>de</strong> dispositivos para a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>stas re<strong>de</strong>s coletoras aos<br />
princípios <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> poluição.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 54 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6.4.2. I<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração e <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta e<br />
tratamento <strong>de</strong> esgoto sanitário<br />
A partir <strong>de</strong> um mapeamento da área portuária, torna-se possível conhecer sua<br />
estrutura física, i<strong>de</strong>ntificando os pontos <strong>de</strong> geração e as limitações em termos <strong>de</strong><br />
recepção, tratamento e <strong>de</strong>stinação <strong>dos</strong> efluentes sanitários gera<strong>dos</strong>. Assim, essa<br />
etapa é fundamental para a avaliação <strong>dos</strong> sistemas, quando existentes, já que<br />
permitirá estabelecer oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação e melhoria.<br />
6.4.3. Determinação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e avaliação <strong>de</strong> eficiência <strong>dos</strong><br />
tratamentos <strong>de</strong> esgoto sanitário existentes<br />
Através <strong>de</strong>sta avaliação será possível verificar a necessida<strong>de</strong>/viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
adoção <strong>de</strong> alternativas localizadas.<br />
6.4.4. Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira para diferentes técnicas<br />
<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto sanitário<br />
As técnicas <strong>de</strong> tratamento adotadas visam a<strong>de</strong>quar os efluentes aos padrões<br />
legais. Os critérios para a escolha <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada tecnologia <strong>de</strong>vem ser<br />
<strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> com base nas necessida<strong>de</strong>s em termos <strong>de</strong> volume gerado e nos<br />
espaços disponíveis para instalação <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento.<br />
6.4.5. Implantação e/ou a<strong>de</strong>quação <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong><br />
esgotos<br />
Definidas as ações <strong>de</strong> implantação <strong>–</strong> ou <strong>de</strong> melhoria <strong>dos</strong> sistemas existentes <strong>–</strong><br />
propostas nas etapas anteriores, esta fase prevê sua implementação, através da<br />
a<strong>de</strong>quação <strong>dos</strong> sistemas existentes ou, quando for o caso, a implantação <strong>de</strong><br />
novos processos.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 55 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6.4.6. Monitoramento e avaliação<br />
O monitoramento <strong>dos</strong> efluentes trata<strong>dos</strong> tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar a eficiência<br />
<strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento implementa<strong>dos</strong>, aferindo o atendimento <strong>dos</strong> padrões<br />
legais (Resoluções CONAMA N° 357/05 e N° 397/08). Os resulta<strong>dos</strong> do<br />
monitoramento possibilitam a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s e a tomada <strong>de</strong><br />
ações corretivas.<br />
6.4.7. I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s e ações corretivas no sistema<br />
<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto<br />
Em caso <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> valores acima <strong>dos</strong> recomenda<strong>dos</strong> pela legislação,<br />
<strong>de</strong>verá ser realizado imediatamente um diagnóstico da causa (i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
não-conformida<strong>de</strong>), consi<strong>de</strong>rando, <strong>de</strong>ntre outras, as seguintes possibilida<strong>de</strong>s:<br />
Calibração <strong>dos</strong> equipamentos <strong>de</strong> medição e controle;<br />
Erro na análise;<br />
Insuficiência técnica na operação;<br />
Comprometimento estrutural da ETE;<br />
Dimensionamento ina<strong>de</strong>quado da ETE;<br />
Ingresso <strong>de</strong> efluentes que ultrapassam a capacida<strong>de</strong> física e/ou operacional<br />
da ETE;<br />
Processo <strong>de</strong> tratamento insuficiente.<br />
No caso <strong>dos</strong> efluentes apresentarem não-conformida<strong>de</strong> com os parâmetros<br />
estabeleci<strong>dos</strong>, será adotada uma ação corretiva, baseada no procedimento<br />
gerencial 5W2H ou em outro equivalente. Em qualquer situação <strong>de</strong>sta natureza,<br />
a não-conformida<strong>de</strong> e as soluções tomadas serão <strong>de</strong>vidamente registradas em<br />
sistema apropriado, para futuras consultas e acompanhamento pelos órgãos <strong>de</strong><br />
controle.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 56 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6.4.8. Diagnóstico <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> águas pluviais e <strong>dos</strong> riscos <strong>de</strong><br />
contaminação por lançamentos in<strong>de</strong>vi<strong>dos</strong><br />
Esta questão parte do pressuposto que o terminal portuário movimenta uma<br />
infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cargas as mais diversas, e que o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes é uma realida<strong>de</strong><br />
que não se po<strong>de</strong> ignorar. Sob tais condições, eventuais lançamentos inespera<strong>dos</strong><br />
po<strong>de</strong>m acarretar em severos impactos sobre os recursos hídricos próximos ao<br />
Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Ainda mais crítica parece a situação quando se<br />
avalia a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos que po<strong>de</strong>m circular pelo porto, caso este venha<br />
a operar <strong>de</strong> maneira significativa.<br />
E é neste cenário <strong>de</strong> elevada criticida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>staca uma questão relacionada.<br />
To<strong>dos</strong> os eventuais <strong>de</strong>rrames aci<strong>de</strong>ntais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um meio <strong>de</strong> condução<br />
para atingir as águas da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>. No caso concreto, este meio é<br />
exatamente a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> drenagens pluviais, que conduz os coleta<strong>dos</strong> em<br />
direção aos corpos receptores.<br />
Neste sentido, cabe a este Programa mapear toda a re<strong>de</strong> coletora, i<strong>de</strong>ntificando<br />
pontos <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> e/ou estrangulamento, que possam levar a dificulda<strong>de</strong>s no<br />
escoamento eficiente das águas. Nesta etapa, também <strong>de</strong>vem ser avaliadas<br />
características em termos <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> espaço e topográficas, que possam<br />
ser exploradas para a a<strong>de</strong>quação do sistema, prevista na etapa seguinte.<br />
6.4.9. Avaliação <strong>de</strong> alternativas para coleta, a<strong>de</strong>quação e condução <strong>dos</strong><br />
lançamentos <strong>de</strong> drenagens pluviais em corpos receptores<br />
Este item <strong>de</strong>verá prever a avaliação técnica <strong>de</strong> alternativas para a<strong>de</strong>quação das<br />
re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> drenagem pluvial que se distribuem por toda a Área Portuária.<br />
Neste <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>vem ser incorpora<strong>dos</strong> dispositivos <strong>de</strong> contenção para<br />
lançamentos in<strong>de</strong>vi<strong>dos</strong>, como caixas separadoras <strong>de</strong> água-óleo-areia e<br />
reservatórios <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> emergência para segregação <strong>de</strong> volumes <strong>de</strong><br />
contaminantes. Estes dispositivos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma que<br />
possam ser aciona<strong>dos</strong> quando constata<strong>dos</strong> eventos críticos <strong>de</strong>sta natureza.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 57 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6.5. Recursos necessários<br />
6.5.1. Materiais/equipamentos<br />
O projeto executivo, respaldado pelo diagnóstico prévio, <strong>de</strong>verá apontar as<br />
a<strong>de</strong>quações <strong>de</strong> eventuais sistemas existentes, ou então, o espaço físico e a<br />
localização mais a<strong>de</strong>quada para a implantação <strong>de</strong> novas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento.<br />
Também <strong>de</strong>verá contemplar os equipamentos que farão parte do sistema <strong>de</strong><br />
tratamento <strong>de</strong> efluentes e os materiais necessários para a montagem e<br />
instalação <strong>de</strong> ETEs.<br />
Para a realização das análises laboratoriais, o laboratório a ser contratado <strong>de</strong>verá<br />
possuir processos <strong>de</strong> análise cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia <strong>–</strong><br />
INMETRO ou, na sua ausência, <strong>de</strong>ve ser executado por laboratório qualificado e<br />
aceito pelo órgão ambiental. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e<br />
os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong><br />
análise.<br />
6.5.2. Equipe técnica<br />
O projeto executivo <strong>de</strong>verá ser elaborado por profissional legalmente habilitado<br />
que também <strong>de</strong>ve acompanhar a instalação <strong>dos</strong> equipamentos. Além disso, para<br />
a a<strong>de</strong>quada operação <strong>de</strong>ssa estação será necessária mão <strong>de</strong> obra habilitada.<br />
Sempre que cabível as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas no processo<br />
<strong>de</strong>verão dispor e manter atualizado o respectivo registro no Cadastro Técnico<br />
Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 58 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
6.6. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Avaliação <strong>dos</strong> padrões legais <strong>de</strong><br />
lançamento <strong>de</strong> efluentes sanitários<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />
efluentes sanitários<br />
Determinação <strong>de</strong> volumes <strong>de</strong> esgoto<br />
sanitário por unida<strong>de</strong> geradora<br />
Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira<br />
<strong>de</strong> alternativas para tratamento e<br />
disposição <strong>de</strong> efluentes sanitários<br />
Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira<br />
<strong>de</strong> alternativas para disposição <strong>de</strong><br />
drenagens e sistemas <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>rrames aci<strong>de</strong>ntais<br />
Implantação <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta e<br />
tratamento <strong>de</strong> efluentes sanitários<br />
Implantação <strong>dos</strong> sistemas drenagens e <strong>de</strong><br />
contenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrames aci<strong>de</strong>ntais<br />
Definição do plano <strong>de</strong> monitoramento<br />
Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no<br />
escopo do Programa <strong>de</strong> Auditoria<br />
Ambiental<br />
Operação <strong>dos</strong> sistemas<br />
Condução <strong>dos</strong> planos <strong>de</strong> monitoramento<br />
Elaboração <strong>dos</strong> relatórios <strong>de</strong><br />
acompanhamento<br />
Planejamento para continuida<strong>de</strong> do<br />
Programa<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 59 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
7. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS<br />
7.1. Introdução<br />
A poluição do ar po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como resultado da alteração das<br />
características físicas, químicas e biológicas da atmosfera, <strong>de</strong> forma a causar<br />
danos ao ser humano, à fauna, à flora, aos materiais, ou restringir o pleno uso e<br />
gozo da proprieda<strong>de</strong>, ou afetar negativamente o bem-estar da população.<br />
Para o presente Programa, buscou-se aprofundar os resulta<strong>dos</strong> do diagnóstico<br />
realizado no Relatório <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> RCA, tendo por base a legislação<br />
vigente. No caso concreto, o interesse maior recai sobre as potenciais emissões<br />
difusas originadas pelo trânsito <strong>de</strong> veículos, máquinas e equipamentos, além <strong>dos</strong><br />
navios e embarcações <strong>de</strong> apoio, caso as condições <strong>de</strong> operação no Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> sejam ampliadas e intensificadas. Neste caso, as emissões<br />
<strong>de</strong> gases provocadas pelo setor <strong>dos</strong> transportes passariam a ter uma importância<br />
particular, já que as condições atuais da qualida<strong>de</strong> do ar da área <strong>de</strong> estudo,<br />
apontadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, em linhas gerais, foi<br />
enquadrada como BOA.<br />
7.2. Objetivo<br />
O objetivo <strong>de</strong>sse Programa é conhecer, controlar, reduzir e monitorar as<br />
potenciais fontes <strong>de</strong> emissões atmosféricas que possam surgir com a ampliação<br />
das ativida<strong>de</strong>s do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, para aten<strong>de</strong>r aos padrões <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> do ar e os limites <strong>de</strong> emissão preconiza<strong>dos</strong> pela legislação.<br />
7.3. Principais ações<br />
Inventariar todas as fontes atuais e futuras <strong>de</strong> emissões atmosféricas: colher<br />
informações sobre fontes geradoras e i<strong>de</strong>ntificar suas principais<br />
características técnicas;<br />
Quantificar as emissões <strong>de</strong> poluentes consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> prioritários para fins <strong>de</strong><br />
controle, incluindo os poluentes regula<strong>dos</strong> pela legislação: óxi<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
nitrogênio (NOx), óxi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> enxofre (SOx), partículas totais em suspensão<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 60 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
(PTS), ozônio (O3) e monóxido <strong>de</strong> carbono (CO). Em caráter complementar,<br />
po<strong>de</strong>rão ser mensura<strong>dos</strong> os gases que contribuem com o efeito estufa,<br />
como: dióxido <strong>de</strong> carbono (CO2), metano (CH4) e dióxido <strong>de</strong> nitrogênio<br />
(NO2);<br />
Classificar as fontes e as emissões quanto à tipologia, consi<strong>de</strong>rando as fontes<br />
estacionárias (e.g. chaminés e dutos) e móveis (caminhões e equipamentos<br />
usuários <strong>de</strong> ciclo Diesel), as quantida<strong>de</strong>s e tipos <strong>de</strong> poluentes, além <strong>dos</strong><br />
riscos ambientais associa<strong>dos</strong>;<br />
Realizar estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira <strong>de</strong> alternativas para<br />
tratamento e/ou minimização das emissões atmosféricas <strong>de</strong> fontes fixas e<br />
móveis;<br />
Exigir que prestadores <strong>de</strong> serviços subordina<strong>dos</strong> à Autorida<strong>de</strong> Portuária<br />
busquem a<strong>de</strong>quar seus equipamentos aos preceitos legais; igualmente,<br />
incentivar que empresas instaladas no entorno da área portuária procedam<br />
da mesma forma;<br />
Comprovar a eficiência do sistema <strong>de</strong> tratamento das emissões atmosféricas<br />
levando em consi<strong>de</strong>ração os padrões legais (Resolução CONAMA Nº 03/1990,<br />
Resolução CONAMA Nº 08/1990, Resolução CONAMA Nº 382/2006,<br />
Resolução CONAMA Nº 418/2009, Lei Estadual Nº 13.806/2002, Resolução<br />
SEMA - 041/2002, Resolução SEMA <strong>–</strong> 054/2006); e,<br />
Elaborar plano <strong>de</strong> monitoramento das emissões atmosféricas fixas<br />
(chaminés) e da qualida<strong>de</strong> do ar, que <strong>de</strong>fina parâmetros, pontos <strong>de</strong><br />
amostragem, freqüência, padrões legais, etc.<br />
7.4. Aspectos metodológicos<br />
7.4.1. Requisitos legais e normativos<br />
Os seguintes instrumentos legais e normativos <strong>de</strong>verão ser observa<strong>dos</strong> para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste Programa:<br />
Resoluções CONAMA N° 03/1990 e N° 382/2006;<br />
Resolução SEMA N°42/2008;<br />
NBR 6601:2005 <strong>–</strong> Veículos rodoviários automotores leves - Determinação <strong>de</strong><br />
hidrocarbonetos, monóxido <strong>de</strong> carbono, óxi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> nitrogênio, dióxido <strong>de</strong><br />
carbono e material particulado no gás <strong>de</strong> escapamento;<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 61 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
NBR 9546:1986 - Dióxido <strong>de</strong> enxofre no ar ambiente - Determinação da<br />
concentração pelo método da pararrosanilina - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 9547:1997 - Partículas Totais em Suspensão - Método <strong>de</strong> Amostrador <strong>de</strong><br />
Gran<strong>de</strong>s Volumes ou Método Equivalente;<br />
NBR 10700:191989 - Planejamento <strong>de</strong> amostragem em dutos e chaminés <strong>de</strong><br />
fontes estacionárias;<br />
NBR 10701:1989 - Determinação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amostragem em dutos e<br />
chaminés <strong>de</strong> fontes estacionárias <strong>–</strong> Procedimento;<br />
NBR 10702:1989 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />
estacionárias - Determinação da massa molecular - base seca - Método <strong>de</strong><br />
ensaio;<br />
NBR 10736:1989 - Material particulado em suspensão na atmosfera -<br />
Determinação da concentração <strong>de</strong> fumaça pelo método da refletância da luz -<br />
Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 11505:1989 - Gases - Determinação do teor <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> nitrogênio -<br />
Reação <strong>de</strong> Gress-Saltzman - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 11966:1989 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />
estacionárias - Determinação da velocida<strong>de</strong> e vazão - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 11967:1989 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />
estacionárias - Determinação da umida<strong>de</strong> - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 12019:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />
estacionárias - Determinação do material particulado - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 12020:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />
estacionárias - Calibração <strong>dos</strong> equipamentos utiliza<strong>dos</strong> em amostragem -<br />
Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 12021:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />
estacionárias - Determinação <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> enxofre, trióxido <strong>de</strong> enxofre e<br />
névoas <strong>de</strong> ácido sulfúrico - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 12022:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />
estacionárias - Determinação <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> enxofre - Método <strong>de</strong> enxofre;<br />
NBR 12065:1991 - Atmosfera - Determinação da taxa <strong>de</strong> poeira<br />
sedimentável total - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 62 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
NBR 12827:1993 <strong>–</strong> Efluentes gasosos com o sistema filtrante no interior <strong>de</strong><br />
dutos ou chaminés <strong>de</strong> fontes estacionárias - Determinação <strong>de</strong> material<br />
particulado - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 12979:1993 - Atmosfera - Determinação da concentração <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong><br />
enxofre, pelo método do peróxido <strong>de</strong> hidrogênio - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 13412:1995 - Material particulado em suspensão na atmosfera -<br />
Determinação da concentração <strong>de</strong> partículas inaláveis pelo método do<br />
amostrador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume acoplado a um separador inercial <strong>de</strong> partículas<br />
- Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 13157:1994 - Determinação da concentração <strong>de</strong> monóxido <strong>de</strong> carbono<br />
por espectrofotometria <strong>de</strong> infravermelho não-dispersivo - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />
NBR 14489:2000 - Motor Diesel - Análise e <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> gases e do<br />
material particulado emiti<strong>dos</strong> por motores do ciclo Diesel - Ciclo <strong>de</strong> 13<br />
pontos.<br />
7.4.2. Diagnóstico <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> emissões atmosféricas<br />
Esta etapa da metodologia prevê o mapeamento e inventário <strong>de</strong> todas as fontes<br />
<strong>de</strong> emissão atmosférica no âmbito do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, a partir<br />
da aplicação das técnicas <strong>de</strong> coleta e análise <strong>de</strong> teores e volumes, preconiza<strong>dos</strong><br />
na legislação vigente. To<strong>dos</strong> os da<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> com estas avaliações serão<br />
estatisticamente analisa<strong>dos</strong>, permitindo quantificar a contribuição <strong>de</strong> cada fonte<br />
(ou grupo <strong>de</strong> fontes por tipo) para a <strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> ambiental.<br />
7.4.2.1. Fontes fixas<br />
Neste processo, serão mapeadas todas as fontes estacionárias atuais <strong>de</strong>ntro da<br />
área do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Cada uma <strong>de</strong>stas fontes será<br />
inventariada, passando pela <strong>de</strong>vida avaliação em termos <strong>de</strong> emissões, com base<br />
nas metodologias <strong>de</strong>scritas anteriormente. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste<br />
levantamento será semestral.<br />
As empresas associadas às operações portuárias, que também contribuam, <strong>de</strong><br />
alguma forma, para a <strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> atmosférica, mas situadas fora<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 63 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
da jurisdição da <strong>APPA</strong>, serão inventariadas através <strong>de</strong> levantamentos fotográficos<br />
e com posicionamento por GPS (Global Positioning System). Já que estas<br />
unida<strong>de</strong>s não estão sujeitas às regras e normas instituídas pela Autorida<strong>de</strong><br />
Portuária, sua participação no Programa não será compulsória. A revisão do<br />
mapeamento e registro fotográfico <strong>de</strong>stes pontos também será semestral.<br />
7.4.2.2. Fontes móveis<br />
Complementarmente, também será realizada uma avaliação amostral <strong>dos</strong><br />
veículos <strong>de</strong> trabalho no Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> que operem com ciclo<br />
Diesel. Neste rol, incluem-se os caminhões, veículos <strong>de</strong> carga (container loa<strong>de</strong>rs,<br />
movimentadores e empilha<strong>de</strong>iras), além <strong>dos</strong> trens. Esta amostragem <strong>de</strong>verá<br />
basear-se no movimento médio <strong>de</strong> veículos por período, obti<strong>dos</strong> <strong>de</strong> fontes<br />
oficiais, como as Guaritas <strong>dos</strong> Portões <strong>de</strong> acesso à área primária. Com base<br />
nestes da<strong>dos</strong>, o esforço amostral será <strong>de</strong>finido i<strong>de</strong>ntificando o número <strong>de</strong><br />
amostras que estatisticamente retratam a realida<strong>de</strong>.<br />
Para a avaliação das emissões a partir <strong>de</strong> fontes móveis, será aplicada a<br />
metodologia do Anel <strong>de</strong> Ringelmann, que consiste em uma escala <strong>de</strong> tons <strong>de</strong><br />
cinza (Figura 24): posicionando um anteparo branco por <strong>de</strong>trás da emissão, um<br />
observador compara a fumaça que sai do escapamento do veículo com os tons<br />
da escala, que varia do n° 1 (baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>) até n° 5 (alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>). A<br />
CETESB consi<strong>de</strong>ra como regular os veículos que apresentam emissão <strong>de</strong> fumaça<br />
preta inferior ao padrão nº 2 da Escala. Isso correspon<strong>de</strong> a uma emissão<br />
praticamente invisível.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 64 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 24. Escala <strong>de</strong> Ringelmann (Fonte: CETESB,<br />
2004).<br />
7.4.3. Diagnóstico da qualida<strong>de</strong> do ar<br />
Para realizar o diagnóstico da qualida<strong>de</strong> do ar, <strong>de</strong>vem ser empregadas as normas<br />
técnicas relativas ao monitoramento atmosférico (item 7.4.1). Eventualmente,<br />
análises comparativas com outras metodologias, sem prejuízo da aplicação<br />
daquelas aprovadas pela ABNT, po<strong>de</strong>rão ser executadas, como forma <strong>de</strong> avaliar<br />
sua acuracida<strong>de</strong>.<br />
A malha amostral consi<strong>de</strong>rará uma distribuição que busque representar todas as<br />
áreas potencialmente alcançadas pelas emissões provenientes da operação do<br />
Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Em princípio, <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os<br />
mesmos pontos observa<strong>dos</strong> no diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong><br />
Ambiental <strong>–</strong> RCA, que servem <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> referência para futuras<br />
discussões. Sua localização po<strong>de</strong> ser observada na Figura 25 e suas coor<strong>de</strong>nadas<br />
estão na Tabela 7. Entretanto, este Programa <strong>de</strong>verá contemplar ao menos cinco<br />
pontos, <strong>de</strong> modo que 60% <strong>de</strong>les sejam posiciona<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro da área do Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste levantamento será trimestral.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 65 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 25. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ar para avaliação da sua qualida<strong>de</strong>.<br />
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Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 66 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Tabela 7. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />
amostragem para avaliação da qualida<strong>de</strong> do ar,<br />
utilizadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong><br />
RCA.<br />
Estação Amostral<br />
Localização (UTM)<br />
N E<br />
1 735271 7517343<br />
2 737278 7515899<br />
3 738191 7514718<br />
7.4.4. Medidas corretivas para não-conformida<strong>de</strong>s<br />
As medidas corretivas, em face da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s, serão<br />
objeto <strong>de</strong> ação por parte da <strong>APPA</strong>. A Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>ste Programa proce<strong>de</strong>rá ao<br />
registro em documento específico para este fim. No caso do registro abranger<br />
ativida<strong>de</strong> sob responsabilida<strong>de</strong> da <strong>APPA</strong>, a Coor<strong>de</strong>nação será revestida <strong>de</strong><br />
autorida<strong>de</strong> para emitir notificação ao setor e/ou ao responsável em questão,<br />
comunicando a Diretoria Técnica.<br />
No caso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong> fora <strong>dos</strong> limites do Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, a Coor<strong>de</strong>nação do Programa cientificará à alta<br />
administração. Esta, por sua vez, encaminhará cópia do relatório ao<br />
representante legal da empresa/instituição, solicitando as <strong>de</strong>vidas a<strong>de</strong>quações.<br />
Esta notificação também <strong>de</strong>verá ser registrada em ato apropriado, para posterior<br />
comprovação perante o órgão licenciador. Administrativamente, a <strong>APPA</strong> <strong>de</strong>verá<br />
constituir um grupo <strong>de</strong> trabalho, convidando os representantes legais <strong>de</strong> todas as<br />
empresas envolvidas na ativida<strong>de</strong> portuária, objetivando estabelecer cronograma<br />
para implementação das ações <strong>de</strong> redução das emissões danosas e <strong>de</strong> melhoria<br />
contínua <strong>de</strong> processos, com a incorporação, sempre que possível, <strong>de</strong> tecnologias<br />
mais limpas.<br />
Se a não-conformida<strong>de</strong> estiver relacionada a veículo ou equipamento <strong>de</strong><br />
movimentação (fontes móveis), a Coor<strong>de</strong>nação do Programa também será<br />
responsável por comunicar o operador portuário ou o responsável imediato pelo<br />
serviço para que regularize a situação, sob pena <strong>de</strong> impedimento do acesso do<br />
veículo à área do porto até que tenha sido sanada a causa. A fim <strong>de</strong> comprovar<br />
esta correção, o notificado <strong>de</strong>verá apresentar relatório <strong>de</strong> inspeção veicular<br />
emitido por empresa <strong>de</strong>vidamente autorizada. Complementarmente, a<br />
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Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 67 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Autorida<strong>de</strong> Portuária adotará mecanismos para a<strong>de</strong>quar toda a frota em prazo<br />
não superior a dois anos.<br />
7.4.5. Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />
As ações <strong>de</strong> monitoramento que <strong>de</strong>flagram este Programa serão retomadas<br />
<strong>de</strong>ntro das seguintes freqüências:<br />
1. Diagnóstico <strong>de</strong> emissões <strong>–</strong> fontes fixas: freqüência semestral;<br />
2. Diagnóstico <strong>de</strong> emissões <strong>–</strong> fontes móveis: freqüência mensal; e,<br />
3. Diagnóstico da qualida<strong>de</strong> do ar: freqüência trimestral.<br />
7.5. Recursos necessários<br />
7.5.1. Materiais/equipamentos<br />
A <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> equipamentos e materiais necessários para execução das ações<br />
amostrais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da metodologia a ser adotada, já que cada qual emprega<br />
equipamentos e técnicas próprias. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar<br />
calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os relatórios <strong>de</strong><br />
análise.<br />
Os registros das ações serão elaboradas pela Autorida<strong>de</strong> Portuária, que<br />
proce<strong>de</strong>rá sua atualização e guarda, para futuras comprovações e para<br />
constituição <strong>dos</strong> relatórios a serem encaminha<strong>dos</strong> ao órgão licenciador.<br />
7.5.2. Equipe técnica<br />
A amostragem <strong>de</strong>verá ser realizada por técnico habilitado e as análises <strong>de</strong>verão<br />
ser realizadas por laboratório especializado, preferencialmente acreditado pelo<br />
INMETRO para <strong>de</strong>sempenhar tal prática. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> no processo<br />
(pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro junto ao Cadastro<br />
Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA, obrigando-se a mantê-lo atualizado.<br />
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Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 68 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
7.6. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
I<strong>de</strong>ntificação da base legal e normatizadora<br />
Elaboração do inventário das emissões<br />
atmosféricas <strong>–</strong> fixas e móveis<br />
Quantificação e qualificação das emissões<br />
Caracterização da qualida<strong>de</strong> do ar<br />
Definição <strong>de</strong> medidas e equipamentos para<br />
a<strong>de</strong>quação das emissões sob<br />
responsabilida<strong>de</strong> da <strong>APPA</strong><br />
Formação do GT para discussão integrada<br />
das ações <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />
Elaboração do Plano <strong>de</strong> monitoramento das<br />
fontes <strong>de</strong> emissão atmosférica e da<br />
qualida<strong>de</strong> do ar<br />
Inclusão das ações no escopo do Programa<br />
<strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Implementação do Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />
<strong>–</strong> fontes fixas<br />
Implementação do Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />
<strong>–</strong> fontes móveis<br />
Implementação do Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />
<strong>–</strong> qualida<strong>de</strong> do ar<br />
Preparação <strong>de</strong> relatório <strong>de</strong> andamento<br />
Revisão do Programa para novo ciclo<br />
(Planejamento)<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
__________________________________________________<br />
Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 69 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
8. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA EMISSÃO DE RUÍDOS<br />
8.1. Introdução<br />
Dentre tantas manifestações agressivas perante o meio ambiente, existe uma<br />
modalida<strong>de</strong>, que apesar <strong>de</strong> não tão difundida como a poluição do ar e das águas,<br />
<strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>batida com mais ênfase, pois traz em seus meandros (como tantas<br />
outras formas <strong>de</strong> poluição) uma gama <strong>de</strong> conseqüências para a saú<strong>de</strong>, o bem<br />
estar e a própria qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong> homens. A Poluição Sonora constitui-se<br />
no tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação que mais se agrava com o transcorrer <strong>dos</strong> tempos,<br />
exigindo em seu habitual silêncio soluções que contemplem a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />
tão almejada pelas populações (ENIZ, 2004).<br />
A Poluição Sonora apresenta reflexos em todo o organismo e não apenas no<br />
aparelho auditivo. Os ruí<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>m causar vários distúrbios, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a alteração<br />
do humor, insônia e, até mesmo, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração. Provoca, ainda,<br />
interferências no metabolismo <strong>de</strong> todo o organismo com riscos <strong>de</strong> alterações<br />
cardiovasculares e da perda auditiva (LE BRUIT, 1990).<br />
Esse programa se justifica pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contemplar medidas que<br />
contribuirão para minimizar os impactos ambientais e, principalmente, os efeitos<br />
nos moradores próximos e na mão-<strong>de</strong>-obra envolvida, pela exposição a ruí<strong>dos</strong>.<br />
Para tanto, <strong>de</strong>verão ser atendidas às exigências estabelecidas pelos seguintes<br />
requisitos legais e normas técnicas:<br />
Resolução CONAMA Nº 01/1990: Dispõe sobre critérios e padrões <strong>de</strong> emissão<br />
<strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong>, das ativida<strong>de</strong>s industriais;<br />
NBR 10151: Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da<br />
comunida<strong>de</strong> <strong>–</strong> Procedimento;<br />
NBR 10152: Avaliação do ruído ambiente em recintos <strong>de</strong> edificações visando<br />
o conforto <strong>dos</strong> usuários <strong>–</strong> Procedimento.<br />
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Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 70 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
8.2. Objetivos<br />
Esse programa visa monitorar e propor ações <strong>de</strong> mitigação das emissões sonoras<br />
<strong>de</strong>correntes das diversas ativida<strong>de</strong>s e operações do Complexo Portuário <strong>de</strong><br />
<strong>Antonina</strong>, possibilitando a i<strong>de</strong>ntificação e a adoção <strong>de</strong> medidas que permitam a<br />
redução a níveis aceitáveis, em concordância com os padrões estabeleci<strong>dos</strong> pelas<br />
regulamentações específicas.<br />
8.3. Principais ações<br />
I<strong>de</strong>ntificação e mapeamento <strong>de</strong> fontes geradoras <strong>de</strong> ruído;<br />
Elaboração do plano <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong>, com a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> pontos<br />
<strong>de</strong> medição, freqüência e padrões a serem atendi<strong>dos</strong>;<br />
Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira <strong>de</strong> alternativas para eliminação ou<br />
neutralização <strong>dos</strong> ruí<strong>dos</strong>;<br />
Avaliação do <strong>de</strong>sempenho das alternativas adotadas através <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
do monitoramento <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> ruído; e<br />
Inclusão do Plano <strong>de</strong> Monitoramento no escopo do Programa <strong>de</strong> Auditoria<br />
Ambiental.<br />
8.4. Metodologia<br />
8.4.1. Diagnóstico <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> emissões atmosféricas<br />
O Programa será baseado em análises sistemáticas no perímetro do<br />
empreendimento para que se obtenha uma imagem geral <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> ruído,<br />
permitindo a sua diferenciação quanto à origem, ou seja, provenientes do<br />
empreendimento e <strong>de</strong> fontes externas.<br />
Para o monitoramento do ruído, <strong>de</strong>verá ser utilizado equipamento <strong>de</strong>cibelímetro<br />
para monitorar o Nível <strong>de</strong> Pressão Sonora Equivalente (Leq dB[A]) e/ou <strong>–</strong> caso<br />
necessário <strong>–</strong> o Nível <strong>de</strong> Pressão Sonora Corrigida (Lc dB[A]) na área do<br />
empreendimento e em seu entorno, através da medição <strong>dos</strong> Níveis <strong>de</strong> Pressão<br />
Sonora Instantânea (Li).<br />
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Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 71 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Em função <strong>dos</strong> níveis aferi<strong>dos</strong> no Relatório <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> RCA, os<br />
equipamentos emprega<strong>dos</strong> neste Programa <strong>de</strong>verão ser ajusta<strong>dos</strong> na opção <strong>de</strong><br />
leitura entre 30 e 130 dB, na escala <strong>de</strong> compensação “A” <strong>–</strong> dB[A] <strong>–</strong> e no tipo <strong>de</strong><br />
leitura “fast”. Em atenção à Norma NBR 10.151, este equipamento <strong>de</strong>verá estar<br />
posicionado uma altura <strong>de</strong> 1,30 m do chão e afastado a mais 2 m <strong>de</strong> qualquer<br />
superfície refletora. Além disso, a medição <strong>de</strong>verá ser realizada em dois dias e<br />
entre duas faixas horárias classificadas como noturna (22h00 às 07h00) e diurna<br />
(07h00 às 22h00), respectivamente. O tempo <strong>de</strong> cada medição <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 5<br />
minutos, sendo os Li’s registra<strong>dos</strong> pelo equipamento a cada 5 (cinco) segun<strong>dos</strong>.<br />
A malha amostral <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar uma distribuição que busque representar<br />
todas as áreas potencialmente alcançadas pelas emissões sonoras provenientes<br />
da operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Em princípio, <strong>de</strong>verão ser<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os mesmos pontos emprega<strong>dos</strong> no diagnóstico do Relatório <strong>de</strong><br />
Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, que servem <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> referência para<br />
futuras discussões. Suas coor<strong>de</strong>nadas estão na Tabela 8 e sua localização po<strong>de</strong><br />
ser observada na Figura 26.<br />
Entretanto, este Programa po<strong>de</strong>rá contemplar um número maior <strong>de</strong> pontos,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja justificativa técnica para esta ampliação, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que pelo menos<br />
60% <strong>de</strong>les sejam posiciona<strong>dos</strong> na área do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. A<br />
freqüência amostral do plano <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong> será trimestral.<br />
Tabela 8. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />
medição <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> pressão sonora, utilizadas no<br />
Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA.<br />
Estação<br />
Localização (UTM)<br />
Amostral<br />
1<br />
N E<br />
#01 732031 7183498<br />
#02 732134 7183855<br />
#03 731241 7184150<br />
#04 732166 7182849<br />
#05 732840 7182959<br />
#06 732149 7183158<br />
#07 731890 7183243<br />
#08 731641 7183861<br />
1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />
__________________________________________________<br />
Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 72 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 26. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong> na área do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />
__________________________________________________<br />
Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 73 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
8.4.1.1. Precauções amostrais<br />
Respeitando o que dispõe o item 5.1 da NBR 10151 (2000), não se <strong>de</strong>ve realizar<br />
coleta <strong>de</strong> NPS <strong>–</strong> Níveis <strong>de</strong> Pressão Sonora em momento caracterizado por<br />
interferências audíveis provenientes <strong>de</strong> fenômenos naturais, tais como chuvas,<br />
ventos fortes e trovões.<br />
8.4.2. Ações <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s<br />
Caso sejam observa<strong>dos</strong> valores acima <strong>dos</strong> recomenda<strong>dos</strong> pela legislação, <strong>de</strong>verá<br />
ser realizado imediatamente um diagnóstico da causa (i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-<br />
conformida<strong>de</strong>). I<strong>de</strong>ntificada a fonte geradora, será registrada uma não-<br />
conformida<strong>de</strong> por parte da Coor<strong>de</strong>nação do Programa, visando à instauração <strong>de</strong><br />
uma ação corretiva, baseada no procedimento gerencial 5W2H ou em outro<br />
equivalente.<br />
No caso do registro abranger ativida<strong>de</strong> sob responsabilida<strong>de</strong> da <strong>APPA</strong>, a<br />
Coor<strong>de</strong>nação será revestida <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> para emitir notificação ao setor e/ou<br />
ao responsável em questão, comunicando a Diretoria Técnica.<br />
No caso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong> fora <strong>dos</strong> limites do Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, a Coor<strong>de</strong>nação do Programa cientificará à Alta<br />
<strong>Administração</strong>. Esta, por sua vez, encaminhará cópia do relatório ao<br />
representante legal da empresa/instituição, solicitando as <strong>de</strong>vidas a<strong>de</strong>quações.<br />
Administrativamente, a <strong>APPA</strong> <strong>de</strong>verá constituir um grupo <strong>de</strong> trabalho,<br />
convidando os representantes legais <strong>de</strong> todas as empresas envolvidas na<br />
ativida<strong>de</strong> portuária, objetivando estabelecer cronograma para implementação<br />
das ações <strong>de</strong> redução das emissões em <strong>de</strong>sacordo e <strong>de</strong> melhoria contínua <strong>de</strong><br />
processos, com a incorporação, sempre que possível, <strong>de</strong> tecnologias que<br />
permitam mitigar emissões sonoras superiores aos limites estabeleci<strong>dos</strong> em lei.<br />
Se a não-conformida<strong>de</strong> estiver relacionada a veículos ou a equipamentos <strong>de</strong><br />
movimentação <strong>de</strong> cargas, a Coor<strong>de</strong>nação do Programa também será responsável<br />
por comunicar o operador portuário ou o responsável imediato pelo serviço para<br />
que regularize a situação, sob pena <strong>de</strong> impedimento do acesso do veículo à área<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 74 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
do porto até que tenha sido sanada a causa. A fim <strong>de</strong> comprovar esta correção, o<br />
notificado <strong>de</strong>verá apresentar documentação que comprove a incorporação <strong>de</strong><br />
mecanismos para atenuação <strong>dos</strong> ruí<strong>dos</strong>. Complementarmente, a Autorida<strong>de</strong><br />
Portuária adotará mecanismos para a<strong>de</strong>quar toda a frota em prazo não superior<br />
a dois anos.<br />
Em qualquer <strong>dos</strong> casos, a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>ste Programa proce<strong>de</strong>rá ao registro em<br />
documento específico para este fim, como um livro Ata ou equivalente. Em<br />
qualquer situação <strong>de</strong>sta natureza, a não-conformida<strong>de</strong> e as soluções tomadas<br />
serão <strong>de</strong>vidamente registradas em sistema apropriado, para posterior<br />
comprovação ou para futuras consultas e acompanhamento pelo órgão<br />
licenciador.<br />
8.5. Recursos necessários<br />
8.5.1. Materiais/equipamentos<br />
Para a implementação <strong>de</strong>ste Programa, Será necessário ter à disposição um<br />
instrumento <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> pressão sonora, que permita aten<strong>de</strong>r aos requisitos<br />
estabeleci<strong>dos</strong> por normas técnicas (NBR 10151/2000).<br />
To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong> campo ou laboratoriais, utiliza<strong>dos</strong> na obtenção <strong>de</strong><br />
resulta<strong>dos</strong> analíticos, <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração<br />
<strong>de</strong>verão acompanhar os relatórios <strong>de</strong> análise.<br />
8.5.2. Equipe técnica<br />
As medições <strong>de</strong>verão ser realizadas por técnicos habilita<strong>dos</strong> e seus resulta<strong>dos</strong> e<br />
análises <strong>de</strong>verão ser elabora<strong>dos</strong> por especialista. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas<br />
físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro ativo e atualizado junto ao<br />
Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 75 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
8.6. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
I<strong>de</strong>ntificação da base legal e normatizadora<br />
Confirmação da malha amostral<br />
Execução <strong>de</strong> avaliação preliminar do NPS<br />
I<strong>de</strong>ntificação e mapeamento <strong>de</strong> fontes emissoras<br />
Definição <strong>de</strong> medidas e equipamentos para<br />
a<strong>de</strong>quação das emissões sob responsabilida<strong>de</strong><br />
da <strong>APPA</strong><br />
Constituição do GT para discussão integrada das<br />
ações <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões sonoras<br />
Implantação <strong>dos</strong> dispositivos <strong>de</strong> atenuação<br />
Elaboração do plano <strong>de</strong> monitoramento<br />
Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />
do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Implementação do plano <strong>de</strong> monitoramento<br />
Elaboração <strong>dos</strong> relatórios <strong>de</strong> acompanhamento<br />
Planejamento para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 76 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
9. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS<br />
9.1. Introdução<br />
Segundo Anjos (2006), o Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> vem recebendo a<br />
<strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> efluentes urbanos in natura, principalmente nas proximida<strong>de</strong>s da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>. Estes efluentes, além da poluição química, po<strong>de</strong>m alterar<br />
as proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas do sistema (pH e temperatura), prejudicando a<br />
biota mais sensível às alterações ambientais.<br />
Por outro lado, há também a intensa operação do Porto <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, que<br />
apresenta um crescimento significativo na movimentação <strong>de</strong> mercadorias nas<br />
últimas décadas, consequentemente acompanhado <strong>de</strong> um aumento no risco <strong>de</strong><br />
lançamentos em <strong>de</strong>sacordo. De acordo com Silva et al. (2003), 27% do volume<br />
total das mercadorias exportadas pelo Porto correspon<strong>de</strong> a materiais perigosos<br />
ao meio ambiente. Entre esses se <strong>de</strong>stacam: <strong>de</strong>riva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> petróleo, produtos<br />
químicos, sal, minérios, óleos vegetais, adubos, papel e resíduos <strong>de</strong> soja. No<br />
caso <strong>de</strong> algum aci<strong>de</strong>nte, fatalmente as águas da baía e suas margens sofreriam<br />
danos significativos (MARTIN, 1992, apud CANEPARO, 1999). Tambem não se<br />
po<strong>de</strong> ignorar que a ampliação das ativida<strong>de</strong>s portuárias do Complexo Portuário<br />
<strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> po<strong>de</strong>rão contribuir para a intensificação <strong>de</strong>stes riscos. O resultado<br />
da somatória <strong>de</strong>stas constatações é que o CEP encontra-se sob uma pressão<br />
antrópica particular, <strong>de</strong>corrente da ativida<strong>de</strong> portuária. Com base nisso é que se<br />
justifica o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas.<br />
Em função da operação, os principais impactos previstos estão associa<strong>dos</strong> ao<br />
lançamento aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> contaminantes, à movimentação <strong>de</strong> cargas perigosas,<br />
<strong>de</strong> substâncias oleosas, químicos orgânicos e inorgânicos, ou seres vivos como<br />
bactérias e microorganismos. Inclui-se também o aumento da carga orgânica<br />
(efluentes sanitários) e eventuais resíduos <strong>dos</strong> serviços auxiliares.<br />
Assim, esse Programa contribuirá para o controle e a minimização <strong>dos</strong> impactos<br />
negativos <strong>de</strong>correntes das ativida<strong>de</strong>s associadas ao Complexo Portuário <strong>de</strong><br />
<strong>Antonina</strong> sobre as águas do complexo estuarino, <strong>de</strong>vendo se esten<strong>de</strong>r durante<br />
toda a vida útil do empreendimento.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 77 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
9.2. Objetivos<br />
O Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas tem como objetivo<br />
<strong>de</strong>tectar, através <strong>de</strong> análises periódicas, possíveis alterações nos parâmetros <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> da água na área no entorno do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>,<br />
relacionando possíveis fontes poluidoras para que estas possam ser extintas.<br />
9.3. Metodologia e principais ações<br />
9.3.1. Planejamento<br />
Esta fase <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir o plano <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras, levando em consi<strong>de</strong>ração<br />
os méto<strong>dos</strong> analíticos que serão aplica<strong>dos</strong>, assim como, prever os recursos<br />
humanos, materiais e financeiros necessários. O correto planejamento <strong>de</strong>verá ser<br />
embasado em informações preliminares como <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong><br />
coleta, parâmetros a serem analisa<strong>dos</strong> e estabelecimento <strong>de</strong> itinerário racional,<br />
levando em conta a disponibilida<strong>de</strong> do laboratório para a execução das análises e<br />
prazos <strong>de</strong> preservação das amostras. Salienta-se a importância <strong>de</strong> conhecer em<br />
<strong>de</strong>talhes os processos industriais responsáveis pela produção <strong>dos</strong> efluentes.<br />
A <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> parâmetros a serem analisa<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verá abranger aqueles<br />
<strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> pela Resolução CONAMA Nº 357/2005, conforme a classificação <strong>dos</strong><br />
corpos <strong>de</strong> água. Importante <strong>de</strong>stacar que o artigo 10, §4º <strong>de</strong>sta Resolução<br />
<strong>de</strong>termina que no caso <strong>de</strong> águas salinas ou salobras, em que não é aplicável a<br />
vazão <strong>de</strong> referência, <strong>de</strong>verão ser elabora<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> específicos sobre a<br />
dispersão e assimilação <strong>de</strong> poluentes no meio hídrico, a fim <strong>de</strong> estabelecer os<br />
valores máximos permiti<strong>dos</strong> para os parâmetros químicos em cada classe.<br />
Com relação à seleção <strong>dos</strong> parâmetros, sugere-se que no primeiro ano <strong>de</strong><br />
implantação do Programa, sejam realizadas análises trimestrais <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os<br />
parâmetros constantes da Resolução CONAMA Nº 357/05, como forma <strong>de</strong><br />
averiguar possíveis oscilações sazonais e com vistas à confirmação <strong>dos</strong><br />
resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> no diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong><br />
RCA. A partir do segundo ano, os acompanhamentos, mediante anuência do<br />
órgão ambiental, <strong>de</strong>verão ater-se aos parâmetros que efetivamente ultrapassem<br />
os limites <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> para a classe do corpo hídrico.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 78 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
9.3.2. Coleta da amostra<br />
As amostragens <strong>de</strong>verão consi<strong>de</strong>rar as mesmas características amostrais do<br />
diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA: 29 pontos<br />
distribuí<strong>dos</strong> ao longo do CEP, cujas coor<strong>de</strong>nadas geográficas constam da Tabela<br />
9 e a localização, da Figura 27. A distribuição vertical <strong>de</strong>stes pontos <strong>de</strong>verá<br />
consi<strong>de</strong>rar diferentes níveis da coluna d’água: <strong>de</strong>ve incluir amostras <strong>de</strong><br />
superfície, meio e fundo em locais <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> superfície e fundo<br />
em pontos <strong>de</strong> menor profundida<strong>de</strong>. A freqüência amostral será trimestral.<br />
Tabela 9. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong><br />
água e profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta a serem realizadas por estação<br />
(lacunas hachuradas em azul).<br />
Estação Localização (UTM) Profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta<br />
Amostral N E superf. meio fundo<br />
#001 787466 7170621<br />
#002 787729 7158025<br />
#004 773537 7163886<br />
#011 768066 7169437<br />
#017 765194 7172601<br />
#021 762433 7171917<br />
#024 762201 7175573<br />
#032 757150 7177768<br />
#035 755443 7173240<br />
#038 753620 7177815<br />
#040 752592 7176911<br />
#043 751632 7175914<br />
#044 751484 7175615<br />
#049 750752 7176359<br />
#052 750195 7177130<br />
#057 749178 7177154<br />
#058 748922 7177375<br />
#061 748731 7177011<br />
#062 748623 7177438<br />
#068 747435 7177584<br />
#070 747205 7176038<br />
#073 746628 7177535<br />
#076 745691 7175791<br />
#078 745217 7177875<br />
#088 740828 7178920<br />
#096 736981 7180128<br />
#107 734070 7178425<br />
#108 734019 7182370<br />
#114 733706 7182688<br />
#116 732461 7184272<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 79 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 27. Malha <strong>de</strong> amostragem para a qualida<strong>de</strong> das águas do Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> <strong>–</strong> CEP.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 80 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
9.3.3. Coleta e manuseio das amostras<br />
As amostras <strong>de</strong> água <strong>de</strong>verão ser coletadas nas estações amostrais com a<br />
utilização <strong>de</strong> garrafas amostradoras do tipo van Dorn (Figura 28).<br />
Figura 28. Garrafas amostradoras do tipo van Dorn<br />
utilizadas nas amostragens <strong>de</strong> água.<br />
No momento da coleta, <strong>de</strong>ve-se anotar na ficha <strong>de</strong> coleta a coor<strong>de</strong>nada (latitu<strong>de</strong><br />
e longitu<strong>de</strong>), além <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r o registro fotográfico do local da coleta. Os<br />
frascos utiliza<strong>dos</strong> na coleta das amostras <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>vem ser previamente<br />
prepara<strong>dos</strong> segundo as recomendações das normas técnicas NBR 9897/87 e NBR<br />
9898/87. Deverão ser previamente i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> com etiquetas, constando<br />
nestas o nome da estação amostral, rótulo do parâmetro a ser analisado, data <strong>de</strong><br />
coleta, bem como o método <strong>de</strong> conservação da amostra. No caso <strong>de</strong> exame<br />
microbiológico <strong>de</strong>ve-se remover a tampa do frasco <strong>de</strong> coleta com to<strong>dos</strong> os<br />
cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> assepsia, tomando precauções para evitar a contaminação da<br />
amostra. No seu enchimento, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixado um espaço vazio <strong>de</strong><br />
aproximadamente 2,0 cm da borda possibilitando a homogeneização correta da<br />
amostra antes da análise (Figura 29).<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do objetivo da coleta, os vasilhames <strong>de</strong>verão ser ajusta<strong>dos</strong>, para<br />
que possam fazer o correto acondicionamento das amostras: vidro borosilicato,<br />
<strong>de</strong> vidro borosilicato âmbar ou polietileno. Além disso, <strong>de</strong>vem ser quimicamente<br />
inertes e permitir uma perfeita vedação.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 81 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 29. Registro da coleta das amostras<br />
<strong>de</strong> água com a utilização <strong>de</strong> garrafa<br />
amostradora tipo van Dorn.<br />
9.3.4. Mensuração <strong>de</strong> parâmetros in situ<br />
Todas as amostras <strong>de</strong>verá passar por mensuração in situ <strong>dos</strong> seguintes<br />
parâmetros: potencial hidrogeniônico <strong>–</strong> pH, condutivida<strong>de</strong>, turbi<strong>de</strong>z, oxigênio<br />
dissolvido, temperatura, salinida<strong>de</strong>, sóli<strong>dos</strong> dissolvi<strong>dos</strong> totais e potencial <strong>de</strong><br />
óxido-redução. Em função da dificulda<strong>de</strong> operacional do processo, esta obtenção<br />
<strong>de</strong> informações <strong>de</strong>verá ser realizada com sonda multiparâmetros (Figura 30).<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 82 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 30. Utilização da sonda multiparâmetro para<br />
avaliação <strong>de</strong> parâmetros in situ.<br />
9.3.5. Preservação das amostras<br />
As técnicas <strong>de</strong> preservação são necessárias para minimizar alterações das<br />
amostras. A seguir são <strong>de</strong>scritos alguns méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> preservação:<br />
Congelamento: po<strong>de</strong> ser aplicado para aumentar o intervalo <strong>de</strong> tempo entre<br />
a coleta e a análise, para maior parte <strong>dos</strong> parâmetros <strong>de</strong> composição<br />
química. Não po<strong>de</strong> ser usado para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> DBO e DQO, bem como<br />
do teor <strong>de</strong> sóli<strong>dos</strong> filtráveis e não filtráveis ou <strong>de</strong> qualquer parâmetro nessas<br />
frações, pois os componentes <strong>dos</strong> resíduos em suspensão se alteram com o<br />
congelamento e posterior <strong>de</strong>scongelamento;<br />
Refrigeração: as amostras são mantidas entre 1°C e 4°C preservando a<br />
maioria <strong>de</strong> características físicas, químicas e biológicas em curto prazo (< 24<br />
horas) e como tal é recomendado para todas as amostras entre coleta e<br />
entrega para o laboratório. Recomenda-se que as amostras microbiológicas<br />
sejam refrigeradas entre 2°C e 10°C;<br />
Adição <strong>de</strong> agentes químicos: consi<strong>de</strong>rado o método <strong>de</strong> preservação mais<br />
conveniente, quando possível, pois oferece o maior grau <strong>de</strong> estabilização da<br />
amostra e por maior espaço <strong>de</strong> tempo. No entanto, não é possível recorrer a<br />
adições químicas em casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> parâmetros biológicos como<br />
a DBO, contagem <strong>de</strong> microrganismos, etc, e em casos <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />
interferências <strong>de</strong> análises químicas.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 83 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
9.3.6. Acondicionamento e transporte da amostra<br />
Após a coleta das amostras, as mesmas <strong>de</strong>vem ser perfeitamente acondicionadas<br />
para evitar quebras e contaminação, e transportadas ao laboratório no tempo<br />
necessário para que sua análise ocorra <strong>de</strong>ntro do prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> da<br />
preservação.<br />
9.3.7. Execução <strong>de</strong> análises<br />
Esta etapa consiste no recebimento e tratamento das amostras, permitindo sua<br />
utilização para a realização <strong>dos</strong> ensaios laboratoriais. Para tanto, <strong>de</strong>vem ser<br />
adotadas as padronizações laboratoriais constantes no Standard Methods for<br />
Water and Wastewater Analysis, ou outra instrução que seja mais aplicável ao<br />
caso. O laboratório responsável pelas análises <strong>de</strong>verá preferencialmente ser<br />
acreditado pela NBR ISO 17.025, além <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> profissionais tecnicamente<br />
qualifica<strong>dos</strong>. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise.<br />
9.3.8. Recursos necessários<br />
9.3.8.1. Materiais/equipamentos<br />
Os equipamentos e materiais mais utiliza<strong>dos</strong> durante a amostragem são:<br />
Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos da malha amostral, e<br />
dotada <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os apetrechos necessários para a operação amostral e <strong>de</strong><br />
salvatagem (salva-vidas, sinalizadores, bóias, etc);<br />
Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />
<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />
Equipamentos <strong>de</strong> coleta: garrafas amostradoras, frasco <strong>de</strong> coleta e apoio,<br />
etiquetas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e luvas;<br />
Equipamentos analíticos <strong>de</strong> campo: sonda multiparâmetros com certificado<br />
<strong>de</strong> calibração;<br />
Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo etc.;<br />
Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System) etc.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 84 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
9.3.9. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, <strong>de</strong>verá ser prevista uma equipe especializada<br />
em monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação<br />
e análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />
preservação e conservação das amostras. Também <strong>de</strong>verá contar com o apoio <strong>de</strong><br />
laboratório <strong>de</strong> análises que possua, no mínimo, as acreditações INMETRO CLA-<br />
0006 (Boas Práticas <strong>de</strong> Laboratório <strong>–</strong> BPL) e INMETRO CRL 0227 <strong>–</strong> Ensaios NBR<br />
ISO/IEC 17025. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar<br />
com registro ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
9.4. Cronograma<br />
Meses<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />
Contração do(s) laboratório(s) <strong>de</strong> apoio<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />
Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />
do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Execução das amostragens<br />
Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />
Planejamento para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 85 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
10. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS SEDIMENTOS<br />
10.1. Introdução<br />
Em maior ou menor grau, quase todas as ativida<strong>de</strong>s antrópicas promovem<br />
impactos ambientais sobre um ou mais compartimentos ambientais. O sedimento<br />
representa um <strong>de</strong>stes compartimentos, mas guarda uma característica particular<br />
importante: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> condições ambientais propicias (e.g. hidrodinâmica,<br />
taxas <strong>de</strong>posicionais, fluxos <strong>de</strong> matéria e energia, tipo <strong>de</strong> contaminantes, etc),<br />
tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar o registro da ocorrência <strong>de</strong>stes impactos por<br />
longos perío<strong>dos</strong>.<br />
Neste sentido, este Programa caracteriza-se como uma importante ferramenta<br />
para a i<strong>de</strong>ntificação das potenciais alterações geradas pelas ativida<strong>de</strong>s<br />
associadas às ativida<strong>de</strong>s humanas nas áreas lin<strong>de</strong>iras do CEP, <strong>de</strong>ntre as quais<br />
incluem-se as operações do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />
Importante <strong>de</strong>stacar que a ativida<strong>de</strong> portuária do CEP guarda estreita relação <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>pendência com as obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção ao longo <strong>dos</strong> acessos<br />
hidroviários. Todavia, no caso particular da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, estas obras não<br />
têm um caráter permanente. Por esta razão, os monitoramentos que se fazem<br />
necessários durante as obras <strong>de</strong> dragagem, serão objeto <strong>de</strong> um conjunto<br />
específico <strong>de</strong> Programas, <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> adiante. E assim, o Programa aqui <strong>de</strong>scrito<br />
restringe-se ao monitoramento ambiental sob condições normais <strong>de</strong> operação do<br />
Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />
10.2. Objetivos<br />
O Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> Sedimentos tem por objetivo<br />
verificar alterações nos parâmetros físico-químicos <strong>dos</strong> sedimentos da área sob<br />
influência do Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, tomando como<br />
referência as <strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA Nº 344/04. Seu foco será<br />
avaliar alterações do sedimento do leito marinho, em termos <strong>dos</strong> parâmetros<br />
contempla<strong>dos</strong> nesta legislação.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 86 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
10.3. Aspectos metodológicos<br />
A caracterização ambiental <strong>dos</strong> sedimentos no Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong><br />
<strong>de</strong>verá seguir as diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA N° 344/04.<br />
Desta forma, a metodologia <strong>de</strong> monitoramento <strong>dos</strong> sedimentos será composta<br />
pelas etapas <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />
10.3.1. Planejamento<br />
Nesta fase <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>finido o plano <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras, que inclui a<br />
previsão <strong>de</strong> recursos humanos, materiais e financeiros necessários. Além <strong>de</strong><br />
informações preliminares como a <strong>de</strong>terminação da malha amostral, do número<br />
<strong>de</strong> amostras, o estabelecimento <strong>de</strong> um itinerário racional e <strong>de</strong>finição do<br />
laboratório para a execução das análises.<br />
Para o presente Programa, sugere-se que sejam utilizadas as mesmas 23<br />
estações amostrais propostas no item 3.3.2. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da<br />
Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong> Fundo Inconsolidado, baseadas no diagnóstico do<br />
Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, e cujas coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />
estão listadas na Tabela 10.<br />
Tabela 10. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong><br />
sedimentos.<br />
Estação Localização (UTM)<br />
Amostral<br />
1 Estação Localização (UTM)<br />
N E Amostral N E<br />
#001 787466 7170621 #043 751632 7175914<br />
#002 787729 7158025 #052 750195 7177130<br />
#004 773537 7163886 #062 748623 7177438<br />
#011 768066 7169437 #076 745691 7175791<br />
#017 765194 7172601 #078 745217 7177875<br />
#021 762433 7171917 #086 741608 7180754<br />
#023 762770 7175119 #088 740828 7178920<br />
#032 757150 7177768 #096 736981 7180128<br />
#035 755443 7173240 #107 734070 7178425<br />
#038 753620 7177815 #108 734019 7182370<br />
#039 752948 7177710 #116 732461 7184272<br />
#040 752592 7176911<br />
1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 87 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Quanto aos parâmetros monitora<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>verão incluir aqueles <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> pela<br />
Resolução CONAMA Nº 344/04, sendo eles:<br />
Granulometria;<br />
Arsênio (As);<br />
Mercúrio (Hg);<br />
Níquel (Ni);<br />
Zinco (Zn);<br />
Carbono Orgânico Total <strong>–</strong> COT;<br />
Nitrogênio Kjeldahl Total;<br />
Cádmio (Cd);<br />
Chumbo (Pb);<br />
Cobre (Cu);<br />
Fósforo Total;<br />
Bifenilas Policloradas (PCB’s); e<br />
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA’s).<br />
10.3.2. Coleta e manuseio<br />
As amostras <strong>de</strong>verão ser coletadas na superfície do leito, através do lançamento<br />
<strong>de</strong> amostradores busca-fundo do tipo van Veen <strong>de</strong> aço inoxidável, com<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,005 m³ (Figura 31). Após a coleta, cada amostra será<br />
segregada em quatro alíquotas, sendo cada uma <strong>de</strong>las acondicionada em<br />
embalagem apropriada e <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificada com etiqueta <strong>de</strong> registro e<br />
lacre. Em cada etiqueta <strong>de</strong>verá constar a i<strong>de</strong>ntificação da estação amostral,<br />
parâmetro a ser analisado, método <strong>de</strong> conservação e data, conforme <strong>de</strong>monstra<br />
a Figura 32. Desta forma, cada uma das alíquotas será <strong>de</strong>signada, ainda em<br />
campo, para que posteriormente seja <strong>de</strong>stinada às análises química,<br />
sedimentológica, ecotoxicológica e <strong>de</strong> contra-prova. Cada amostra <strong>de</strong>verá ser<br />
fechada com um lacre individual e com numeração distinta, <strong>de</strong>vendo este<br />
número ser registrado na planilha <strong>de</strong> campo.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 88 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 31. Amostrador do tipo van Veen utilizado na<br />
coleta <strong>de</strong> sedimento superficial.<br />
Figura 32. Imagem <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> sedimento<br />
acondicionada logo após a coleta.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 89 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
10.3.3. Preservação da amostra<br />
Após o acondicionamento e i<strong>de</strong>ntificação, as amostras <strong>de</strong>verão ser mantidas em<br />
caixa térmica refrigerada. Ao <strong>de</strong>sembarcar, <strong>de</strong>vem ser transferidas para câmara<br />
frigorífica para serem congeladas até o envio ao laboratório contratado para<br />
realizar as análises. Todo este trâmite <strong>de</strong>verá ocorrer com rigoroso controle <strong>de</strong><br />
temperatura para que possam ser mantidas as concentrações <strong>dos</strong> parâmetros,<br />
ainda que o sedimento seja consi<strong>de</strong>rado um meio estável para preservação<br />
<strong>de</strong>stes constituintes e contaminantes.<br />
10.3.4. Execução <strong>de</strong> análises<br />
Esta etapa consiste no recebimento e tratamento das amostras, permitindo sua<br />
utilização para a realização <strong>dos</strong> ensaios laboratoriais. Os sedimentos <strong>de</strong>verão ser<br />
previamente trata<strong>dos</strong>, com a adoção <strong>de</strong> medidas particulares para cada tipo <strong>de</strong><br />
análise a ser <strong>de</strong>senvolvida, sendo posteriormente executada a respectiva análise:<br />
Química: procedimentos analíticos da U.S. Environmental Protection Agency<br />
(ou equivalentes), aten<strong>de</strong>ndo ao disposto na Resolução CONAMA Nº 344/04;<br />
Sedimentológica: método proposto por Suguio (1973) ou equivalente, no<br />
qual se executa o peneiramento das frações maiores que areia e a pipetagem<br />
para as granulometrias silte e argila. A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> matéria orgânica e<br />
carbonatos <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> acordo com a metodologia proposta por<br />
Dean (1974) ou outra <strong>de</strong> igual eficiência, e o peso específico <strong>de</strong>ve ser obtido<br />
por gravimetria;<br />
Ecotoxicológica: aplicação <strong>dos</strong> protocolos consagra<strong>dos</strong> na literatura,<br />
empregando organismos teste <strong>de</strong> diferentes taxa para quantificação <strong>dos</strong><br />
efeitos agu<strong>dos</strong> e crônicos sobre a biota.<br />
Sobre as análises ecotoxicológicas, importante consi<strong>de</strong>rar os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />
pelo diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. De acordo com<br />
aqueles resulta<strong>dos</strong>, as concentrações <strong>dos</strong> contaminantes não ultrapassaram o<br />
limiar estabelecido para o nível 1 nos sedimentos. Sendo assim, em face das<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 90 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
<strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA N° 344/04 1 , esta análise po<strong>de</strong>ria ser<br />
dispensada. Todavia, o presente Programa <strong>de</strong>verá convalidar estes resulta<strong>dos</strong>,<br />
para que, então, possa ser aplicada a <strong>de</strong>terminação daquela norma.<br />
O laboratório responsável pelas análises <strong>de</strong>verá preferencialmente ser acreditado<br />
pela NBR ISO 17.025, além <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> profissionais tecnicamente qualifica<strong>dos</strong>.<br />
To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração<br />
<strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise. Além disso, To<strong>dos</strong> os<br />
equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão<br />
acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise.<br />
10.3.5. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
Os resulta<strong>dos</strong> levarão à estruturação <strong>de</strong> uma série histórica, permitindo avaliar<br />
possíveis oscilações temporais e espaciais nos parâmetros consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>,<br />
introduzindo um novo elemento no processo <strong>de</strong> gestão ambiental das ativida<strong>de</strong>s<br />
portuárias <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e do próprio Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />
10.4. Recursos necessários<br />
10.4.1. Materiais/equipamentos<br />
Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />
Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos da malha amostral, e<br />
dotada <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os apetrechos necessários para a operação amostral e <strong>de</strong><br />
salvatagem (salva-vidas, sinalizadores, bóias, etc);<br />
Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />
<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />
Equipamentos <strong>de</strong> coleta: amostradores <strong>de</strong> fundo, embalagens plásticas para<br />
acondicionamento da amostra, etiquetas, lacres <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, luvas;<br />
Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo, etc.;<br />
Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />
1 “Art. 7° O material a ser dragado po<strong>de</strong>rá ser disposto em águas jurisdicionais brasileiras, <strong>de</strong><br />
acordo com os seguintes critérios a serem observa<strong>dos</strong> no processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental:<br />
I <strong>–</strong> não necessitará <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> complementares para a sua caracterização:<br />
b) Material cuja concentração <strong>de</strong> poluentes for menor ou igual ao nível 1”<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 91 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
10.4.2. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />
monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />
análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />
preservação e conservação das amostras <strong>de</strong> sedimento. Também <strong>de</strong>verá contar<br />
com o apoio <strong>de</strong> laboratório <strong>de</strong> análises físico-químicas que possua processos <strong>de</strong><br />
análises cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia <strong>–</strong> INMETRO, ou em<br />
laboratório qualificado ou aceito pelo órgão ambiental competente.<br />
To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />
ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
10.5. Cronograma<br />
Meses<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />
Contração do(s) laboratório(s) <strong>de</strong> apoio<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />
Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />
do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Execução das amostragens<br />
Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />
Preparação para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 92 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
11. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA ÁGUA DE LASTRO DOS NAVIOS<br />
11.1. Introdução<br />
Para uma navegação segura, toda embarcação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte <strong>de</strong>ve, quando<br />
aliviada <strong>de</strong> carga comercial, reestabelecer as condições <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, que lhe<br />
permitam enfrentar os elementos <strong>–</strong> mormente ventos e correntes <strong>–</strong> sem colocar<br />
em risco sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> navegação e sua estrutura. Esta estabilida<strong>de</strong> é<br />
alcançada a partir do preenchimento <strong>de</strong> reservatórios específicos com água do<br />
ambiente em que se encontra, dando-lhe “lastreamento”. A massa <strong>de</strong> água<br />
empregada, em termos <strong>de</strong> peso, habitualmente representa 30% da capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> carga da embarcação.<br />
Todavia, a água empregada nesta ação <strong>–</strong> e, eventualmente, o sedimento a ela<br />
associado <strong>–</strong> po<strong>de</strong> carrear consigo gran<strong>de</strong>s concentrações <strong>de</strong> organismos os mais<br />
varia<strong>dos</strong>, incluindo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> bactérias e vírus até larvas <strong>de</strong> crustáceos e moluscos e<br />
ovos ou juvenis <strong>de</strong> peixes. A consequente <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>sta água em outros locais,<br />
<strong>de</strong>ntro da rota <strong>de</strong> navegação, acaba servindo como vetores no processo <strong>de</strong><br />
contaminação biológica <strong>–</strong> ou bioinvasão, introduzindo organismos exóticos 1 em<br />
ca<strong>de</strong>ias tróficas até então estáveis. Muitas vezes estes organismos acabam<br />
aproveitando-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas estratégias ou <strong>de</strong> condições ecológicas<br />
propícias para inserir-se nesta ca<strong>de</strong>ia, provocando sérios <strong>de</strong>sequilíbrios, que<br />
repercutem não apenas na questão ambiental, mas chegam a comprometer<br />
muitas ativida<strong>de</strong>s econômicas. Ainda sobre estas invasões, não se po<strong>de</strong> ignorar<br />
que muitos <strong>de</strong>stes “invasores” apresentam algum grau <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> ou<br />
nocivida<strong>de</strong>, intensificando ainda mais os riscos à natureza e ao ser humano.<br />
Para contornar este que se tornou um <strong>dos</strong> maiores <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />
recursos naturais em escala global, entida<strong>de</strong>s e órgãos <strong>de</strong> todo o mundo têm se<br />
empenhado para estabelecer regras e meios para prevenir ou atenuar estes<br />
riscos para as águas costeiras mundo afora. No Brasil, a Autorida<strong>de</strong> Marítima <strong>–</strong><br />
1<br />
Sobre esta <strong>de</strong>finição, importante contribuição dá o artigo 2º, III, da Instrução Normativa IBAMA<br />
141/2006:<br />
“Art. 2º.(...)<br />
III - fauna exótica invasora: animais introduzi<strong>dos</strong> a um ecossistema do qual não fazem parte<br />
originalmente, mas on<strong>de</strong> se adaptam e passam a exercer dominância, prejudicando processos<br />
naturais e espécies nativas, além <strong>de</strong> causar prejuízos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica e social;”<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 93 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Marinha do Brasil <strong>–</strong> em conjunto com as autorida<strong>de</strong>s sanitária e ambiental, tem<br />
trabalhado a fim <strong>de</strong> apresentar possíveis soluções para minimizar os danos<br />
causa<strong>dos</strong> ao meio ambiente em função da captação, <strong>de</strong>scarga ou da troca da<br />
água <strong>de</strong> lastro em locais consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> impróprios ou não autoriza<strong>dos</strong>. Dentre as<br />
ações estratégicas, <strong>de</strong>stacam-se os esforços <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Água <strong>de</strong> Lastro, o<br />
controle e o monitoramento do <strong>de</strong>slastro e, principalmente, o estabelecimento <strong>de</strong><br />
normas regulamentadoras relacionadas ao tema pela Autorida<strong>de</strong> Marítima.<br />
Visando otimizar o gerenciamento da água <strong>de</strong> lastro <strong>dos</strong> navios que aportarão ao<br />
Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, é proposto o presente Programa <strong>de</strong> forma a<br />
possibilitar a verificação e o acompanhamento do cumprimento da NORMAM-20<br />
da Diretoria <strong>de</strong> <strong>Portos</strong> e Costas, Norma da Autorida<strong>de</strong> Marítima para<br />
Gerenciamento da Água <strong>de</strong> Lastro.<br />
Por outro lado, cabe aqui uma ressalva: como preconiza a mesma instrução<br />
normativa, quando apresenta o arcabouço jurídico que <strong>de</strong>termina as<br />
competências <strong>dos</strong> agentes envolvi<strong>dos</strong>, fica claro que à Autorida<strong>de</strong> Portuária não<br />
cabe cumprir qualquer ação fiscalizatória. Sendo assim, o presente Programa<br />
<strong>de</strong>ve, na medida das possibilida<strong>de</strong>s, contribuir para a estruturação <strong>de</strong><br />
instrumentos <strong>de</strong> gerenciamento e controle, ficando a cargo da Autorida<strong>de</strong><br />
Marítima, no caso, à Capitania <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> do Paraná, a execução <strong>dos</strong><br />
procedimentos fiscalizatórios. Neste sentido, propõe-se que na condução do<br />
Programa seja incluída uma avaliação <strong>dos</strong> organismos que possam provocar, nos<br />
portos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino, riscos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio ambiental ou <strong>de</strong> contaminação.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 94 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
11.2. Objetivo<br />
Em relação ao Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, a melhor forma <strong>de</strong><br />
contribuir neste processo, como preconizado na NORMAM 20 1 , compreen<strong>de</strong> a<br />
ampliação <strong>dos</strong> procedimentos lista<strong>dos</strong> nos subprogramas <strong>de</strong> monitoramento das<br />
comunida<strong>de</strong>s planctônicas e bentônicas, <strong>de</strong> forma a i<strong>de</strong>ntificar a ocorrência <strong>de</strong><br />
organismos consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> invasores ou exóticos ao Complexo Estuarino <strong>de</strong><br />
<strong>Paranaguá</strong>. A<strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>verá prever ensaios nas amostras <strong>de</strong> água em busca <strong>de</strong><br />
organismos patogênicos como bactérias e vírus. Desta forma, permitirá à<br />
Autorida<strong>de</strong> Marítima nortear os procedimentos para captação <strong>de</strong> água utilizada<br />
como lastro para embarcações que estejam saindo <strong>dos</strong> domínios do CEP.<br />
11.3. Metodologia<br />
O planejamento das ações exigirá discussão entre a Autorida<strong>de</strong> Portuária e o<br />
IBAMA, já que a implementação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> Programa ainda passa pela fase <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento e ajuste. Entretanto, <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar as medidas já<br />
propostas no Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática (item 3),<br />
aproveitando os esforços amostrais para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> organismos que<br />
possam caracterizar a efetiva bioinvasão do CEP.<br />
Outra ação que <strong>de</strong>verá ser contemplada, mediante anuência do IBAMA, é a<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> pontos amostrais e a avaliação da ocorrência <strong>de</strong> organismos que<br />
possam, na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta<strong>dos</strong> no processo <strong>de</strong> lastreamento <strong>dos</strong> navios,<br />
colocar em risco as regiões para on<strong>de</strong> seguem as embarcações. Neste grupo <strong>de</strong><br />
organismos, <strong>de</strong>verão ser prioritariamente contempla<strong>dos</strong> aqueles que apresentem<br />
características ecológicas sugestivas <strong>de</strong> provocar impactos em outros locais para<br />
on<strong>de</strong> sejam leva<strong>dos</strong> pelo processo. Também <strong>de</strong>verão ser incluí<strong>dos</strong> registros <strong>de</strong><br />
1 NORMAM 20, capítulo 2, item 2.3.3:<br />
i) o Agente da AM <strong>de</strong>ve, sempre que dispuser <strong>de</strong> informações fornecidas pelos órgãos ambientais,<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, ou ainda, <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s e instituições <strong>de</strong> pesquisa, comunicar às agências<br />
marítimas a respeito <strong>de</strong> áreas sob a sua jurisdição, on<strong>de</strong> os navios não <strong>de</strong>verão captar Água<br />
<strong>de</strong> Lastro <strong>de</strong>vido a condições conhecidas (por exemplo, área ou áreas conhecidas por<br />
conter eventos <strong>de</strong> florações, infestações ou populações <strong>de</strong> organismos aquáticos nocivos<br />
e agentes patogênicos). Quando possível, o Agente da AM informará a localização <strong>de</strong> qualquer<br />
área ou áreas alternativas para a captação ou <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> Água <strong>de</strong> Lastro, bem como as áreas<br />
on<strong>de</strong> realizam-se dragagens. Tais informações, futuramente, estarão consolidadas em um Plano <strong>de</strong><br />
Gerenciamento da Água <strong>de</strong> Lastro <strong>dos</strong> portos;” (grifo nosso)<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 95 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
outros organismos, mas neste caso <strong>de</strong> patógenos, tais como vírus e bactérias, os<br />
quais po<strong>de</strong>riam contaminar as águas e provocar problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />
11.4. Cronograma<br />
Meses<br />
Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
Definição da metodologia com discussão Prazo a ser <strong>de</strong>finido pelo IBAMA<br />
conjunta com o IBAMA<br />
Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />
Contração do(s) laboratório(s) <strong>de</strong> apoio<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />
Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />
do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Execução das amostragens<br />
Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />
Preparação para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 96 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
12. PROGRAMA DE AUDITORIA AMBIENTAL<br />
12.1. Introdução<br />
A auditoria ambiental é um instrumento que permite avaliar o grau <strong>de</strong><br />
implementação e a eficiência das medidas mitigadoras, preventivas e <strong>dos</strong> planos<br />
e programas ambientais do empreendimento. Além disso, os resulta<strong>dos</strong> da<br />
auditoria ambiental representam o instrumento <strong>de</strong> campo que permitirá a<br />
melhoria contínua do Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental (PGA).<br />
12.2. Objetivos<br />
O Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental tem como objetivo avaliar o <strong>de</strong>sempenho do<br />
programas e planos ambientais, das medidas <strong>de</strong> controle implantadas durante a<br />
operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, tendo em vista o cumprimento da<br />
legislação vigente, das normas e <strong>dos</strong> preceitos do licenciamento ambiental.<br />
12.3. Principais ações<br />
Para implantar o processo <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senvolvidas as seguintes ações:<br />
Definição da freqüência das auditorias;<br />
Formação e capacitação <strong>de</strong> auditores internos;<br />
Elaboração <strong>de</strong> procedimento para a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auditoria que <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>finir<br />
toda a organização e os processos relevantes;<br />
Durante a auditoria, <strong>de</strong>verá ser verificada a conformida<strong>de</strong> com as legislações<br />
aplicáveis, assim como os requisitos estabeleci<strong>dos</strong> pelas licenças ambientais,<br />
nos <strong>de</strong>talhamentos <strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais programas integrantes <strong>de</strong>ste PCA, ou<br />
assumi<strong>dos</strong> espontaneamente pela <strong>APPA</strong>;<br />
Informar a direção sobre a eficácia do Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA,<br />
indicando correções e recomendações, se necessárias.<br />
12.4. Aspectos metodológicos<br />
Para implantação do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental recomenda-se a<br />
elaboração <strong>de</strong> um procedimento <strong>de</strong> auditoria que <strong>de</strong>fina como essa ativida<strong>de</strong><br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 97 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
será realizada e gerenciada. Esse procedimento <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>finir o escopo, as<br />
ativida<strong>de</strong>s e áreas a serem contempladas na auditoria, as responsabilida<strong>de</strong>s<br />
associadas à gestão e condução das auditorias, a competência <strong>dos</strong> auditores e<br />
como essas auditorias <strong>de</strong>vem ser conduzidas. Para todas estas <strong>de</strong>finições, será<br />
fundamental avaliar as estruturas e os resulta<strong>dos</strong> espera<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais<br />
programas atrela<strong>dos</strong> a este. Também <strong>de</strong>verá prever a realização <strong>de</strong> treinamentos<br />
para formação e capacitação <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong> auditores internos.<br />
12.5. Equipe técnica<br />
Para implantação <strong>de</strong>sse Programa será necessário constituir um auditor-lí<strong>de</strong>r, e<br />
cinco auditores internos que po<strong>de</strong>rão ser substituí<strong>dos</strong> por auditores externos<br />
(consultores) <strong>de</strong>vidamente qualifica<strong>dos</strong> para <strong>de</strong>sempenhar a função. A<br />
coor<strong>de</strong>nação do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />
do Núcleo Permanente <strong>de</strong> Gestão Ambiental.<br />
12.6. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Definição da estrutura <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação do<br />
Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />
Definir escopo das auditorias com base nos<br />
cronogramas <strong>dos</strong> Programas<br />
Capacitação <strong>de</strong> auditores internos<br />
Definição <strong>dos</strong> requisitos legais e técnicos<br />
Estabelecimento <strong>de</strong> metas e indicadores<br />
Definição da freqüência das auditorias<br />
Elaboração <strong>dos</strong> check lists<br />
Mobilização das equipes <strong>de</strong> auditoria /<br />
comunicação das auditorias<br />
Execução auditorias internas - documental<br />
Execução auditorias internas - campo<br />
I<strong>de</strong>ntificação/<strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> nãoconformida<strong>de</strong>s<br />
e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
melhoria<br />
Encaminhamento <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> nãoconformida<strong>de</strong>s<br />
para os responsáveis <strong>dos</strong><br />
setores audita<strong>dos</strong> e para a <strong>APPA</strong><br />
Avaliação medidas <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> nãoconformida<strong>de</strong>s<br />
e inclusão <strong>de</strong> melhorias<br />
Formulação <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> andamento<br />
Preparação para novo ciclo PDCA<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 98 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
13. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL<br />
13.1. Introdução<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste Programa é criar um canal <strong>de</strong> relacionamento contínuo entre o<br />
empreen<strong>de</strong>dor e a socieda<strong>de</strong>, especialmente a população afetada diretamente<br />
pelo empreendimento. Neste grupo incluem-se tanto os trabalhadores que<br />
operam no Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, quanto a população da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Antonina</strong>.<br />
Desta forma, busca-se promover um conjunto <strong>de</strong> ações que contribuam para<br />
evitar a divulgação <strong>de</strong> informações equivocadas; esclarecer dúvidas da<br />
população; promover um bom relacionamento entre o empreendimento e a<br />
população do entorno; implantar mecanismo formal <strong>de</strong> escuta e resposta a<br />
reclamações, sugestões e solicitações das comunida<strong>de</strong>s vizinhas; além <strong>de</strong><br />
auxiliar na divulgação da quantida<strong>de</strong> e do perfil da mão-<strong>de</strong>-obra necessária ao<br />
empreendimento. Este Programa também será fundamental para o sucesso do<br />
Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental, <strong>de</strong>scrito a seguir.<br />
13.2. Objetivos<br />
O Programa <strong>de</strong> Comunicação Social tem como objetivos:<br />
Garantir um sistema permanente e ininterrupto <strong>de</strong> informações e eventos<br />
que possibilite um conhecimento correto sobre: (i) o empreendimento; (ii)<br />
suas interferências na estrutura e na dinâmica física, biológica e<br />
socioeconômica da região on<strong>de</strong> o mesmo está implantado; (iii) os<br />
investimentos que serão realiza<strong>dos</strong> para otimizar impactos favoráveis e<br />
minimizar/compensar impactos <strong>de</strong>sfavoráveis;<br />
Estabelecer mecanismos que possibilitem uma interação permanente entre o<br />
Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e os diversos grupos socioeconômicos<br />
institucionais envolvi<strong>dos</strong> ou afeta<strong>dos</strong>, servindo como instrumento <strong>de</strong><br />
interação entre o Porto, a população, os órgãos públicos locais e as<br />
representações da socieda<strong>de</strong> civil organizada;<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 99 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Contribuir para uma interação entre a administração e segmentos<br />
socioambientais envolvi<strong>dos</strong> com a operação do empreendimento,<br />
especificamente nos programas <strong>de</strong> mitigação <strong>dos</strong> impactos e compensação.<br />
13.3. Principais ações<br />
As principais ações que <strong>de</strong>vem fazer parte <strong>de</strong>ste Programa são:<br />
Criar e implementar mecanismos <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> com o<br />
objetivo <strong>de</strong> informar os diferentes públicos-alvo (internos e externos) sobre<br />
os diversos aspectos do empreendimento, impactos associa<strong>dos</strong>, medidas<br />
mitigadoras em curso e implementação <strong>de</strong> programas ambientais;<br />
Designar os responsáveis pelo recebimento das comunicações (reclamações<br />
ou sugestões) e para acompanhamento das repercussões internas até a<br />
obtenção <strong>de</strong> resposta, promovendo seu encaminhamento à fonte que<br />
originou a <strong>de</strong>manda;<br />
Explorar meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa (rádios, outdoors, busdoors);<br />
Definir as metas a serem atingidas e elaborar indicadores quali-quantitativos,<br />
a fim <strong>de</strong> avaliar a eficácia das ações <strong>de</strong> comunicação;<br />
Preparar relatórios <strong>de</strong> acompanhamento (monitoramento e avaliação) a<br />
respeito da eficácia <strong>de</strong>sse programa, incluindo os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> atendimento<br />
das metas e os respectivos indicadores.<br />
13.4. Aspectos metodológicos<br />
A principal orientação teórico-metodológica utilizada para concepção do<br />
Programa <strong>de</strong> Comunicação Social resi<strong>de</strong> em privilegiar iniciativas que viabilizem<br />
o diálogo permanente entre a administração do Porto e a socieda<strong>de</strong>.<br />
A metodologia proposta prevê a seleção <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong> público para os quais<br />
<strong>de</strong>ve estar direcionado este Programa: (1) público interno e (2) público externo,<br />
resultando necessariamente na aplicação <strong>de</strong> estratégias distintas <strong>de</strong> ação. Para o<br />
público interno, <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senvolvidas ações <strong>de</strong> divulgação permanente,<br />
aproveitando mecanismos gerenciais para a difusão <strong>de</strong>stas informações (cursos,<br />
capacitações, palestras, etc.), abordando questões como: o papel do trabalhador<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 100 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
na eficiência do empreendimento, questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança (utilização <strong>de</strong><br />
EPIs e riscos laborais, DSTs e doenças infectocontagiosas, etc.).<br />
Para o público externo, po<strong>de</strong>rão ser adotadas estratégias que utilizam como<br />
instrumentos <strong>de</strong> comunicação: a veiculação <strong>de</strong> informativos e spots em rádios <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> abrangência; a difusão <strong>de</strong> material informativo (fol<strong>de</strong>rs, outdoors, etc.);<br />
reuniões com a comunida<strong>de</strong>, envolvendo associações <strong>de</strong> moradores e<br />
representantes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe e grupos organiza<strong>dos</strong>; divulgação <strong>de</strong><br />
informações pela internet; palestras em escolas e outras entida<strong>de</strong>s;<br />
estabelecimento <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> resposta - como telefone - para recebimento <strong>de</strong><br />
sugestões e reclamações, entre outros mecanismos (Tabela 11).<br />
Tabela 11. Sugestões <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> resposta entre a população <strong>de</strong> entorno, órgãos<br />
públicos e colaboradores com o empreen<strong>de</strong>dor.<br />
Mecanismos<br />
<strong>de</strong> atuação<br />
Fol<strong>de</strong>rs,<br />
cartazes e<br />
a<strong>de</strong>sivos<br />
Boletins<br />
informativos<br />
Programas <strong>de</strong><br />
rádio<br />
“Releases”<br />
para jornais<br />
Áudios<br />
Ví<strong>de</strong>os<br />
Palestras<br />
Ouvidoria<br />
Descrição Público-alvo<br />
Conteú<strong>dos</strong> e informações educativas sobre o<br />
empreendimento e questões <strong>de</strong> interesse geral,<br />
funcionando como canal <strong>de</strong> informação da população<br />
acerca do andamento da obra, <strong>de</strong>vendo ser afixadas<br />
em pontos estratégicos: refeitórios e áreas <strong>de</strong><br />
circulação interna; órgãos do po<strong>de</strong>r público (escolas,<br />
postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>), e locais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> circulação<br />
(igrejas, bares, restaurantes).<br />
Serão produzi<strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> e informações gerais<br />
sobre o empreendimento, e sobre as principais<br />
questões ambientais como mecanismo <strong>de</strong><br />
intercâmbio e integração das ações e projetos em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Produção <strong>de</strong> programas para inserção na<br />
programação das rádios para divulgação <strong>de</strong>sse<br />
Programa e esclarecimento <strong>de</strong> dúvidas.<br />
Produção <strong>de</strong> conteú<strong>dos</strong> com informações gerais<br />
sobre o empreendimento, seus programas<br />
preliminares para inserção em jornais <strong>de</strong> circulação<br />
local e regional.<br />
Produção <strong>de</strong> áudios contendo informações sobre<br />
obras e ações para serem veiculadas nos programas<br />
<strong>de</strong> rádio, divulgando o empreendimento e<br />
esclarecendo dúvidas da população.<br />
Produção <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os a partir <strong>de</strong> conteú<strong>dos</strong><br />
informativos e educativos para uso em palestras.<br />
Estruturação <strong>de</strong> palestras com temas relevantes,<br />
divulgando o empreendimento, suas ações em prol<br />
da população e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />
redução <strong>de</strong> impactos socioambientais.<br />
Disponibilizar número <strong>de</strong> telefone para atendimento<br />
às reclamações, dúvidas e <strong>de</strong>núncias.<br />
Comunida<strong>de</strong> do<br />
entorno, escolas,<br />
órgãos públicos e<br />
público interno.<br />
Público interno.<br />
População em<br />
geral<br />
População em<br />
geral<br />
População em<br />
geral<br />
População em<br />
geral<br />
População em<br />
geral<br />
População em<br />
geral<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 101 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
13.5. Recursos necessários<br />
13.5.1. Materiais/equipamentos<br />
Dentre os materiais necessários lista-se: folhetos, panfletos, faixas e cartazes,<br />
estruturação <strong>de</strong> palestras, confecção <strong>de</strong> spots para rádios, contratação <strong>de</strong><br />
inserções na mídia (rádios e outdoors), aprimoramento do site na internet para<br />
divulgação <strong>de</strong> informações, além <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> ouvidoria.<br />
13.5.2. Equipe técnica<br />
Deverá ser <strong>de</strong>finido um coor<strong>de</strong>nador responsável pelo Programa <strong>de</strong> Comunicação<br />
Social, que será encarregado <strong>de</strong> articular as ações <strong>de</strong> divulgação e <strong>de</strong><br />
recebimento e retorno <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mandas interna e externa relacionadas ao<br />
setor, além <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> das campanhas internas e<br />
externas. Em função da posição estratégica, será subordinado diretamente à<br />
<strong>APPA</strong> <strong>–</strong> <strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong>.<br />
13.6. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Definição do escopo do Programa<br />
Construção <strong>de</strong> metas e indicadores<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong><br />
comunicação pública <strong>de</strong> maior penetração<br />
Definição <strong>de</strong> atores e grupos sociais que<br />
po<strong>de</strong>m ser envolvi<strong>dos</strong><br />
Definição do calendário <strong>de</strong> eventos<br />
Elaboração e produção <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong><br />
suporte e <strong>de</strong> divulgação<br />
Veiculação <strong>de</strong> ações internas<br />
Veiculação <strong>de</strong> ações públicas<br />
Realização <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> avaliação da<br />
eficiência (interna e externa)<br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong><br />
acompanhamento<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 102 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
14. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />
14.1. Introdução<br />
A proposta do Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental visa criar condições efetivas<br />
para a conscientização das pessoas e a construção <strong>de</strong> um senso crítico que leve-<br />
as a compreen<strong>de</strong>r seu papel enquanto agente no processo <strong>de</strong> melhoria da<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida individual e coletiva, conforme as diretrizes estabelecidas na<br />
Lei Nº 9795 <strong>de</strong> 1999 <strong>–</strong> Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental e a Resolução<br />
CONAMA N° 422/2010.<br />
14.2. Objetivos<br />
O objetivo principal <strong>de</strong>ste programa é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações educativas, a<br />
serem formuladas através <strong>de</strong> um processo participativo, visando capacitar e<br />
habilitar setores sociais, com ênfase nas regiões mais afetadas pelo Porto, para<br />
atuarem na melhoria da qualida<strong>de</strong> ambiental e <strong>de</strong> vida da população.<br />
São igualmente objetivos do Programa:<br />
Contribuir para a prevenção e a minimização <strong>dos</strong> impactos socioambientais<br />
<strong>de</strong>correntes do empreendimento;<br />
Integrar e compatibilizar as diversas ações <strong>de</strong>ste PCA, que envolvam ou<br />
<strong>de</strong>man<strong>de</strong>m medidas <strong>de</strong> educação ambiental;<br />
Sensibilizar e conscientizar os trabalhadores sobre os procedimentos<br />
ambientalmente a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> relaciona<strong>dos</strong> às obras, à saú<strong>de</strong> e segurança do<br />
trabalho e o relacionamento com as comunida<strong>de</strong>s vizinhas;<br />
Integrar a comunida<strong>de</strong> no planejamento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> Educação Ambiental.<br />
14.3. Principais ações<br />
Para que o Programa alcance seus objetivos, é fundamental a formulação <strong>de</strong><br />
propostas <strong>de</strong>talhadas que permitam a tomada <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>ntro da realida<strong>de</strong> local,<br />
mediante a adoção <strong>de</strong> um método <strong>de</strong>sdobrado em etapas básicas, tais como:<br />
Organização e sistematização <strong>dos</strong> diferentes níveis <strong>de</strong> conhecimento, através<br />
<strong>de</strong> entrevistas com vários setores da socieda<strong>de</strong>;<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 103 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Elaboração e produção <strong>de</strong> materiais didáticos <strong>de</strong> suporte;<br />
Implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> capacitação e formação <strong>de</strong> multiplicadores nos<br />
mais diversos segmentos da socieda<strong>de</strong>;<br />
Realização <strong>de</strong> reuniões com uso <strong>de</strong> dinâmicas para análise, discussão e<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> soluções conjuntas para os problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>;<br />
Realização contínua <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, exposições e palestras públicas, como forma<br />
<strong>de</strong> atingir os vários segmentos da socieda<strong>de</strong> local, percebendo e avaliando<br />
assim seus principais problemas e anseios; e<br />
Fomento, por parte da administração da <strong>APPA</strong>, <strong>de</strong> iniciativas que promovam<br />
a transmissão <strong>de</strong> conhecimento.<br />
Com relação à conscientização <strong>dos</strong> colaboradores e terceiros, sugere-se<br />
<strong>de</strong>senvolver módulos <strong>de</strong> treinamento a serem aplica<strong>dos</strong> em diferentes funções<br />
(alta administração, gerência, operadores, etc.) nivelando a sensibilização <strong>dos</strong><br />
grupos. Nos treinamentos <strong>de</strong>verá ser dada atenção especial à didática aplicada e<br />
à linguagem, os quais <strong>de</strong>verão ser a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> ao público-alvo. Além disso, esses<br />
treinamentos <strong>de</strong>verão ser embasa<strong>dos</strong> em técnicas pedagógicas e <strong>de</strong> comunicação<br />
que facilitem a comunicação e a internalização <strong>dos</strong> assuntos discuti<strong>dos</strong>.<br />
Recomenda-se também a adoção <strong>de</strong> ações que irão complementar o processo <strong>de</strong><br />
sensibilização e treinamento <strong>dos</strong> colaboradores, como:<br />
Realização <strong>de</strong> reciclagem: to<strong>dos</strong> os funcionários <strong>de</strong>vem passar por reciclagem<br />
com o objetivo <strong>de</strong> relembrar e reforçar os temas iniciais (gerenciamento <strong>de</strong><br />
resíduos sóli<strong>dos</strong> e coleta seletiva, higiene e saú<strong>de</strong>, assuntos relaciona<strong>dos</strong> à<br />
redução <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes ambientais etc.) e incluir as fragilida<strong>de</strong>s<br />
observadas pelo Núcleo Permanente <strong>de</strong> Gestão Ambiental;<br />
Formação <strong>de</strong> Agentes Ambientais: sugere-se também a formação <strong>de</strong> Agentes<br />
Ambientais, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser seleciona<strong>dos</strong>, entre os colaboradores, possíveis<br />
agentes que terão a função <strong>de</strong>:<br />
o Prestar orientações e esclarecimentos relativos às questões ambientais aos<br />
<strong>de</strong>mais funcionários durante as rotinas diárias;<br />
o Funcionar como formadores <strong>de</strong> opinião <strong>de</strong>ntro do Complexo Portuário;<br />
o Observar a efetivida<strong>de</strong>/fragilida<strong>de</strong> das ações relativas à educação<br />
ambiental;<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 104 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
o Realizar a intermediação entre os funcionários e o Núcleo Permanente <strong>de</strong><br />
Gestão Ambiental a fim <strong>de</strong> orientar os ajustes/<strong>de</strong>mandas essenciais que<br />
<strong>de</strong>vem ser reforça<strong>dos</strong> nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção da sensibilização<br />
ambiental.<br />
Eventos comemorativos: promover eventos que tratam da temática<br />
ambiental em datas comemorativas, como Dia da Água (22 <strong>de</strong> março), Dia<br />
do Índio (19 <strong>de</strong> abril), Semana do Meio Ambiente (maio/junho) e Dia da<br />
Árvore (21 <strong>de</strong> setembro).<br />
14.4. Aspectos metodológicos<br />
O Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> <strong>de</strong>verá<br />
apresentar diretrizes, princípios e sugerir linhas <strong>de</strong> ação para que possa ser<br />
implementado <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> cultura do local e implicações ambientais<br />
que acarreta, bem como as relações que estabelece com a socieda<strong>de</strong>.<br />
Nesse sentido o Coor<strong>de</strong>nador do Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental po<strong>de</strong>rá<br />
realizar reuniões com a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente, com a<br />
coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Educação Ambiental da Secretária Municipal <strong>de</strong> Educação (se<br />
existente), com as escolas, ONG´s (Organizações Não-Governamentais),<br />
associação <strong>de</strong> bairros e outras associações comunitárias e <strong>de</strong> classe, religiosas,<br />
esportivas e <strong>de</strong> lazer, comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pescadores, <strong>de</strong>ntre outros. Na re<strong>de</strong><br />
pública <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>verá ter atenção prioritária aos que estudam em unida<strong>de</strong>s<br />
escolares localizadas nas áreas <strong>de</strong> zoneamento do porto. Quanto às comunida<strong>de</strong>s<br />
do entorno, <strong>de</strong>verá dar especial atenção àquelas áreas em condições <strong>de</strong><br />
vulnerabilida<strong>de</strong> ambiental e/ou social.<br />
As ferramentas utilizadas para implantação e acompanhamento do Programa<br />
consistem na distribuição <strong>de</strong> material didático (fol<strong>de</strong>r, panfleto, faixas, ví<strong>de</strong>os<br />
etc.), construção <strong>de</strong> palestras, disponibilização <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> discussão e<br />
realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s formativas através <strong>de</strong> cursos, grupos <strong>de</strong> trabalhos,<br />
oficinas, campanhas educativas, etc.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 105 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
14.5. Recursos necessários<br />
14.5.1. Materiais/equipamentos<br />
Os materiais necessários incluem os seguintes: folhetos, panfletos, faixas e<br />
cartazes, ví<strong>de</strong>os, palestras e audiovisuais.<br />
Como equipamentos, torna-se importante a utilização <strong>de</strong> projetor multimídia.<br />
14.5.2. Equipe técnica<br />
A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador do programa na área<br />
Ambiental, um profissional na área <strong>de</strong> Educação e especialistas em diversas<br />
áreas afins que serão convida<strong>dos</strong> para ministrar palestras, cursos e oficinas.<br />
14.6. Cronograma<br />
Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Definição do escopo do Programa<br />
Construção <strong>de</strong> metas e indicadores<br />
Definição <strong>de</strong> atores e grupos sociais que<br />
po<strong>de</strong>m ser envolvi<strong>dos</strong><br />
Definição do calendário <strong>de</strong> eventos<br />
Elaboração e produção <strong>de</strong> materiais<br />
didáticos<br />
Campanhas educativas <strong>dos</strong> colaboradores<br />
Campanhas educativas externas<br />
Realização <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> avaliação da<br />
eficiência (interna e externa)<br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong><br />
acompanhamento<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 106 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
15. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROLIFERAÇÃO DE VETORES<br />
15.1. Pombos (Columba livia)<br />
Na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> vir a operar com grãos,<br />
po<strong>de</strong>-se criar condições para proliferação <strong>de</strong> pombos na área. Esta condição po<strong>de</strong><br />
ser fortalecida ocorre pela oferta <strong>de</strong> abrigos, pela ausência <strong>de</strong> predadores e pela<br />
gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentação disponível (soja a granel e farelos). Essa<br />
proliferação intensa po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada “praga biológica”, que se configura<br />
quando uma <strong>de</strong>terminada população aumenta a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong><br />
forma exagerada no ambiente causando algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio. Tais<br />
condições acarretam riscos <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> águas e <strong>de</strong> alimentos pela<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microorganismos patogênicos e parasitas veicula<strong>dos</strong> por estas<br />
aves, especialmente em seus excrementos e na plumagem. As principais<br />
doenças que po<strong>de</strong>m ser transmitidas pelos pombos são parasitas, psitacose,<br />
salmonelose, histoplasmose, criptococose, toxoplasmose, meningites, entre<br />
outras doenças e zoonoses. A<strong>de</strong>mais, a Columba livia representa uma espécie<br />
exótica, introduzida no Brasil, já domesticada, pelos colonizadores europeus<br />
(CEO, 2005 apud NUNES & MIRANDA, 2010).<br />
Desta forma, justifica-se a implantação <strong>de</strong>sse programa com o objetivo <strong>de</strong><br />
diminuir e controlar a população <strong>de</strong> pombos comuns (Columba livia) através <strong>de</strong><br />
manejo ambiental e <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> controle.<br />
15.1.1. Aspectos legais<br />
A Lei Fe<strong>de</strong>ral Nº 9.605/1998 classifica como crime ambiental maltratar ou causar<br />
sofrimento a animais, entre eles o pombo doméstico. Entretanto, o inciso IV <strong>de</strong><br />
seu art. 37 <strong>de</strong>termina que “não é crime o abate <strong>de</strong> animal quando realizado por<br />
ser nocivo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que caracterizado pelo órgão ambiental”. Cita-se também a Lei<br />
Fe<strong>de</strong>ral Nº 5.197/1967 (Art. 3°, § 2º) que estabelece a permissão, mediante<br />
licença da autorida<strong>de</strong> competente, a apanha <strong>de</strong> ovos, larvas e filhotes, bem<br />
como a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> animais silvestres consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> nocivos à agricultura ou à<br />
saú<strong>de</strong> pública.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 107 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
A Instrução Normativa IBAMA Nº 141/2006 consi<strong>de</strong>ra o pombo como espécie da<br />
fauna sinantrópica nociva, que se caracterizam como “populações animais <strong>de</strong><br />
espécies silvestres nativas ou exóticas que utilizam recursos <strong>de</strong> áreas antrópicas,<br />
<strong>de</strong> forma transitória em seu <strong>de</strong>slocamento, como via <strong>de</strong> passagem ou local <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scanso; ou permanente, utilizando-as como área <strong>de</strong> vida e que po<strong>de</strong>m<br />
interagir <strong>de</strong> forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos<br />
significativos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica ou ambiental, ou que represente riscos à<br />
saú<strong>de</strong> pública”. Esse tipo <strong>de</strong> fauna é passível <strong>de</strong> manejo ambiental e <strong>de</strong> controle,<br />
que po<strong>de</strong> ser feito através <strong>de</strong> alteração ou eliminação <strong>de</strong> recursos por eles<br />
utiliza<strong>dos</strong>, com intenção <strong>de</strong> alterar sua estrutura e composição, dispensando o<br />
manuseio, remoção ou eliminação direta <strong>dos</strong> espécimes. Ainda segundo o art. 5°<br />
da mesma Instrução Normativa IBAMA nº 141/2006, os pombos (Columba livia)<br />
são passíveis <strong>de</strong> controle por pessoas físicas e <strong>de</strong>vidamente habilitadas para tal<br />
ativida<strong>de</strong>, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorização por parte do IBAMA 1 .<br />
No caso <strong>de</strong> eliminação, a Resolução do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina Veterinária<br />
Nº 714/2002 recomenda os seguintes méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> controle para aves:<br />
barbitúricos, anestésicos inaláveis, CO2 ou CO. Para tanto, é obrigatória a<br />
participação do Médico Veterinário como responsável pelo procedimento.<br />
15.1.2. Metodologia proposta<br />
A metodologia proposta é composta pelas etapas <strong>de</strong> eliminação e controle<br />
populacional. Na etapa <strong>de</strong> eliminação estão previstas as seguintes ações:<br />
Levantamento das áreas mais afetadas: i<strong>de</strong>ntificar e mapear os pontos <strong>de</strong><br />
alimentação, abrigo e nidificação <strong>dos</strong> pombos através <strong>de</strong> vistorias<br />
zoossanitárias ao local;<br />
1 “Art. 5º - Pessoas físicas ou jurídicas interessadas no manejo ambiental ou controle da fauna<br />
sinantrópica nociva, <strong>de</strong>vem solicitar autorização junto ao órgão ambiental competente nos<br />
respectivos Esta<strong>dos</strong>.<br />
§ 1º - Observada a legislação e as <strong>de</strong>mais regulamentações vigentes, são espécies sinantrópicas<br />
nocivas passíveis <strong>de</strong> controle por pessoas físicas e jurídicas <strong>de</strong>vidamente habilitadas para tal<br />
ativida<strong>de</strong>, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorização por parte do <strong>Ibama</strong>:<br />
(...)<br />
b) Roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos<br />
(Columba livia), observada a legislação vigente, especialmente no que se refere à maus tratos,<br />
translocação e utilização <strong>de</strong> produtos químicos” (grifo nosso)<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 108 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Levantamento da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional: quantificar a população atual e<br />
verificar a existência <strong>de</strong> relação ecológica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio em relação às<br />
outras espécies;<br />
Captura por armadilhamento: empregar técnica que utiliza (i) armadilhas<br />
específicas para captura <strong>de</strong> aves, tendo como iscas grãos (trigo ou milho) ou<br />
(ii) captura realizada com panos <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> espera colocadas nas portas <strong>dos</strong><br />
armazéns e locais estratégicos;<br />
Abate e incineração: realizar o transporte das aves até o local <strong>de</strong> abate que<br />
<strong>de</strong>verá ser feito <strong>de</strong> acordo com os procedimentos e método recomenda<strong>dos</strong><br />
pela Resolução CFMV Nº 714/2002. Após isso, os animais mortos <strong>de</strong>verão ser<br />
incinera<strong>dos</strong> por instituição <strong>de</strong>vidamente habilitada e que possua licença<br />
ambiental.<br />
Já em relação ao manejo, caso o Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> passe a operar<br />
com granéis, o manejo para o controle populacional <strong>de</strong>staca-se como melhor<br />
alternativa. Tais ações <strong>de</strong>verão ser previstas:<br />
Emprego <strong>de</strong> substâncias anticoncepcionais: Consiste na impregnação <strong>de</strong><br />
grãos com substâncias contraceptivas, tendo-se como agravante o custo<br />
elevado, o fato <strong>de</strong> não ser específica e atingir aves não alvo e <strong>de</strong> estar a <strong>dos</strong>e<br />
efetiva muito próxima da <strong>dos</strong>e letal, criando um fator <strong>de</strong> risco <strong>de</strong><br />
mortalida<strong>de</strong>. O produto comercial disponível no mercado, à base <strong>de</strong> di-<br />
hidrocloro, é um inibidor <strong>de</strong> reprodução (quimioesterilizante), que tem sido<br />
estudado para controle <strong>de</strong> pombos, <strong>de</strong>vendo ser aplicado 2 vezes/ano, por 3<br />
ou mais anos consecutivos, com alimentação seqüencial <strong>de</strong> 10 dias. A<br />
primeira alimentação <strong>de</strong>ve ser oferecida na época <strong>de</strong> queda da taxa <strong>de</strong><br />
reprodução, em agosto/setembro;<br />
Reduzir a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento: realizar, constantemente, a limpeza da<br />
área afetada e implantar ações que visem à redução do <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> grãos;<br />
Reduzir o acesso a abrigos: po<strong>de</strong>m ser feitos <strong>de</strong> várias maneiras como<br />
vedação <strong>de</strong> vãos <strong>de</strong> acesso em forros <strong>de</strong> telhado, <strong>de</strong>svãos, saídas <strong>de</strong><br />
tubulações <strong>de</strong> serviço e outros espaços, com estruturas <strong>de</strong> tela, tapumes ou<br />
argamassa, conforme a característica do local. Também po<strong>de</strong>m ser<br />
empregadas substâncias repelentes, atóxicas, sem adição <strong>de</strong> praguicidas ou<br />
repelentes químicos, que têm a função <strong>de</strong> inibir o pouso <strong>dos</strong> pombos, por<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 109 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
causar repelência por irritação <strong>de</strong> contato. Estas substâncias são em forma<br />
<strong>de</strong> gel, po<strong>de</strong>ndo funcionar por perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> pelas características do<br />
ambiente. Em locais muito empoeira<strong>dos</strong> ou com produção <strong>de</strong> substâncias<br />
oleosas, o gel repelente ten<strong>de</strong> a ter seu efeito residual encurtado, po<strong>de</strong>ndo<br />
atuar por perío<strong>dos</strong> que variam <strong>de</strong> 3 a 6 meses. Em locais protegi<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
sujeiras que possam a<strong>de</strong>rir ao gel, seu tempo <strong>de</strong> duração será estendido por<br />
um período mais longo. O gel <strong>de</strong>ve ser aplicado em faixas onduladas, visando<br />
aumentar a área tratada e melhor impedir o pouso <strong>dos</strong> pombos.<br />
15.1.3. Ações complementares<br />
Por ser consi<strong>de</strong>rado elemento <strong>de</strong> alta propagação <strong>de</strong> microorganismos<br />
patogênicos, as fezes <strong>de</strong> pombos são capazes <strong>de</strong> ocasionar a contaminação <strong>de</strong><br />
produtos alimentícios, além <strong>de</strong> provocar danos à saú<strong>de</strong> <strong>dos</strong> colaboradores e<br />
<strong>de</strong>mais pessoas que transitam pela área. Desta maneira, recomenda-se a<br />
limpeza <strong>dos</strong> locais infesta<strong>dos</strong> por meio da utilização <strong>de</strong> bactericidas específicos<br />
que garantam altos níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontaminação, além do ume<strong>de</strong>cimento das fezes<br />
com cloro ou quaternário <strong>de</strong> amônia em solução a 50%. Esta medida exigirá<br />
atenção especial em relação às áreas <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> granéis, <strong>de</strong>vendo, para<br />
tanto, ser estabelecida uma distância <strong>de</strong> segurança.<br />
Durante o processo <strong>de</strong> limpeza é importante o uso <strong>de</strong> máscara protetora<br />
protegendo as vias respiratórias (boca e nariz), pois a inalação <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong><br />
fezes ressecadas po<strong>de</strong> induzir à ocorrência <strong>de</strong> diversas doenças como:<br />
histoplasmose, criptococose e psitacose. A <strong>de</strong>stinação sanitária <strong>dos</strong> resíduos é<br />
outro passo fundamental <strong>de</strong> segurança. Os resíduos potencialmente<br />
contamina<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser encaminha<strong>dos</strong> preferencialmente para tratamento<br />
térmico.<br />
15.1.4. Recursos necessários<br />
15.1.4.1. Materiais/equipamentos<br />
Os materiais necessários incluem os seguintes: veículos, contadores, pranchetas,<br />
canetas, binóculos, GPS, utensílios laboratoriais, panos <strong>de</strong> re<strong>de</strong> e armadilhas<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 110 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
para aves, EPIs, embalagens para guarda <strong>de</strong> resíduos contamina<strong>dos</strong>, bactericidas<br />
e material <strong>de</strong> limpeza, produtos esterilizantes e repelentes.<br />
15.1.4.2. Equipe técnica<br />
A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador, preferencialmente<br />
zootecnista, biólogo ou médico veterinário, que terá na equipe assistentes <strong>de</strong><br />
campo e auxiliares para serviço <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção. To<strong>dos</strong> os profissionais<br />
<strong>de</strong>verão ter registro no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
15.1.5. Cronograma<br />
Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Definição da metodologia com discussão<br />
conjunta com o IBAMA<br />
Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Realização <strong>de</strong> diagnóstico populacional:<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas afetadas<br />
Determinação <strong>de</strong> metas e indicadores<br />
Execução do controle populacional (eliminação)<br />
Monitoramento populacional e avaliação <strong>dos</strong><br />
resulta<strong>dos</strong><br />
Reforços das ações controle populacional<br />
Execução das ações <strong>de</strong> manejo populacional<br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />
Preparação para reinício do Programa<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
Prazo a ser <strong>de</strong>finido pelo IBAMA<br />
15.2. Ratazana (Rattus norvegicus), rato <strong>de</strong> telhado (Rattus rattus) e<br />
camundongos (Mus musculus)<br />
De maneira semelhante ao caso <strong>dos</strong> pombos, a proliferação <strong>de</strong>scontrolada <strong>de</strong><br />
roedores, principalmente Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus, no<br />
meio urbano trata-se <strong>de</strong> uma problemática <strong>de</strong>masiadamente antiga e que tem<br />
causado diversos malefícios ao homem. O impacto <strong>de</strong>sses roedores urbanos para<br />
a saú<strong>de</strong> publica está vinculada às doenças transmitidas ao homem <strong>de</strong>stacando-<br />
se: as viroses (coriomeningite linfocítica, hantavirose, febres hemorrágicas),<br />
bacterioses (febre por mor<strong>de</strong>dura do rato <strong>–</strong> sodoku, salmonelose, leptospirose,<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 111 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
tifo murino, brucelose, erisipela bolhosa), micoses, parasitoses (Doença <strong>de</strong><br />
Chagas, toxoplasmose, terminose, triquinose, esquistossomose, angiostrongilíase<br />
abdominal).<br />
Além disso, os ratos são responsáveis por gran<strong>de</strong>s perdas na produção <strong>de</strong><br />
alimentos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a lavoura até a armazenagem, através da <strong>de</strong>struição direta<br />
(consumo) ou pela contaminação por fezes e urina. Po<strong>de</strong>m ainda ser<br />
responsáveis por danificar máquinas, equipamentos, tubulações, fiações<br />
elétricas, etc., causando prejuízo e aci<strong>de</strong>ntes.<br />
Por esses motivos e por proporcionar abrigo e alimento em abundância, caso o<br />
Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> passe a operar co granéis é que se justifica a<br />
implantação <strong>de</strong>sse programa, visando reduzir e controlar a população <strong>de</strong><br />
roedores através técnicas <strong>de</strong> manejo integrado.<br />
15.2.1. Aspectos Legais<br />
A Instrução Normativa IBAMA Nº 141/2006 consi<strong>de</strong>ra os roedores sinantrópicos<br />
comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) como espécie da<br />
fauna sinantrópica nociva passível <strong>de</strong> controle por pessoas físicas e jurídicas<br />
<strong>de</strong>vidamente habilitadas para tal ativida<strong>de</strong>, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorização<br />
por parte do IBAMA. Esta Instrução Normativa, como <strong>de</strong>monstrado<br />
anteriormente, faculta aos órgãos estaduais a emissão <strong>de</strong> autorização para o<br />
controle <strong>de</strong>stas populações.<br />
De fato, certos aspectos do controle <strong>de</strong> roedores estão regula<strong>dos</strong>, na esfera<br />
fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong> forma indireta pela Portaria DA Secretaria Nacional <strong>de</strong> Vigilância<br />
Sanitária 321/MS/SNVS e que foi publicada no Diário Oficial da União nº 151, <strong>de</strong><br />
8/8/1997. Essa Portaria atualiza as normas específicas <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> produtos<br />
<strong>de</strong>sinfestantes, domissanitários (inseticidas e raticidas <strong>de</strong> uso urbano) e<br />
interessam diretamente aos fabricantes <strong>de</strong>sses produtos. Contudo, alguns itens<br />
cobertos por essa portaria acabam por regulamentar certas ativida<strong>de</strong>s ligadas ao<br />
controle <strong>de</strong> roedores, como por exemplo:<br />
Não são permiti<strong>dos</strong> ro<strong>de</strong>nticidas líqüi<strong>dos</strong>;<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 112 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Estão proibi<strong>dos</strong> os ro<strong>de</strong>nticidas à base <strong>de</strong> alfanaftiltiouréia (ANTU), anidrido<br />
arsenioso, estricnina, fosfetos metálicos, fósforo branco, monofluoroacetato<br />
(1080), monofluoroacetamida (1081), sais <strong>de</strong> bário e sais <strong>de</strong> tálio;<br />
É proibido o uso <strong>de</strong> gases como a fosfina (fosfeto <strong>de</strong> alumínio) e o brometo<br />
<strong>de</strong> metila para combater roedores.<br />
15.2.2. Metodologia proposta<br />
O método proposto baseia-se nas técnicas <strong>de</strong> manejo integrado <strong>de</strong> roedores<br />
estabelecidas pelo Manual <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Roedores elaborado pela FUNASA<br />
(Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>).<br />
O manejo integrado é o método mais eficaz para atingir níveis <strong>de</strong> controle e até<br />
a erradicação <strong>de</strong> uma infestação murina, porque combate o roedor em três<br />
frentes ao mesmo tempo: por meio <strong>de</strong> medidas preventivas, <strong>de</strong> medidas<br />
corretivas do meio ambiente e da eliminação do roedor já instalado na área<br />
(Figura 33). Contudo, como todo método, este não é infalível e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
fortemente da ação <strong>de</strong> seus executores, ou seja, requer atenção e especialização<br />
no assunto, além da participação efetiva da comunida<strong>de</strong> envolvida.<br />
•Levantamento e<br />
anotação da<br />
situação<br />
encontrada<br />
(localização e<br />
números <strong>de</strong> tocas,<br />
trilhas, acesso a<br />
alimentos, etc).<br />
•Eliminação física <strong>dos</strong><br />
roedores através <strong>de</strong><br />
méto<strong>dos</strong> mecânicos,<br />
biológicos ou<br />
químicos.<br />
Inspeção<br />
Desratização<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
da espécie<br />
Antiratização<br />
Figura 33. Etapas do manejo integrado <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />
roedores.<br />
__________________________________________________<br />
•Fundamental,<br />
pois as<br />
diferenças<br />
biológicas <strong>de</strong><br />
comportamento<br />
<strong>de</strong>terminarão as<br />
estratégias <strong>de</strong><br />
controle.<br />
•Visam dificultar<br />
ou mesmo<br />
impedir o<br />
acesso,<br />
instalação e<br />
proliferação <strong>de</strong><br />
ratos.
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
15.2.2.1. I<strong>de</strong>ntificação<br />
A i<strong>de</strong>ntificação da espécie (ou espécies) infestante(s) na área alvo é uma<br />
necessida<strong>de</strong> absoluta, posto que, ao i<strong>de</strong>ntificar qual o roedor predomina,<br />
automaticamente obtém-se uma série importante <strong>de</strong> informações sobre sua<br />
biologia, hábitos e habilida<strong>de</strong>s. Tais conhecimentos são indispensáveis facilitando<br />
sobremaneira o planejamento das ações <strong>de</strong> combate.<br />
Essa i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>verá ser feita, sempre que possível, pelo exame das<br />
características físicas <strong>de</strong> um espécime colhido na área; se um exemplar não<br />
estiver disponível, o exame das numerosas fezes (cíbalas) facilmente<br />
encontradas na área permitirão o diagnóstico, no caso das espécies comensais.<br />
15.2.2.2. Medidas preventivas e corretivas<br />
Trata-se <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> medidas preventivas e corretivas adotadas no meio<br />
ambiente que visam impedir e/ou dificultar a implantação e expansão <strong>de</strong> novas<br />
colônias <strong>de</strong> roedores. Essas medidas serão implantadas após o exame do<br />
ambiente e a i<strong>de</strong>ntificação da espécie, permitindo assim apontar as razões da<br />
ocorrência daquela infestação e os padrões <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong>ntro do sítio do Porto.<br />
Com base nesses da<strong>dos</strong>, po<strong>de</strong>m-se apontar as medidas que, no conjunto, sejam<br />
capazes <strong>de</strong> interferir na instalação, sobrevivência e livre proliferação <strong>dos</strong><br />
roedores infestantes naquela área.<br />
Algumas <strong>de</strong>ssas medidas propõem correções no ambiente e visam à retirada <strong>de</strong><br />
certas condições que facilitam infestação <strong>dos</strong> roedores e po<strong>de</strong>m ser divididas em:<br />
implantação <strong>de</strong> barreiras físicas, adoção <strong>de</strong> méto<strong>dos</strong> para saneamento <strong>de</strong><br />
ambientes e redução do número <strong>de</strong> indivíduos da população. As duas primeiras<br />
são <strong>de</strong> caráter preventivo e visam minimizar as disponibilida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> três fatores<br />
essências a sobrevivência <strong>dos</strong> roedores, que são: (a) água, (b) fonte <strong>de</strong> alimento<br />
e (c) refúgio/abrigo. Enquanto a última visa o emprego <strong>de</strong> agentes químicos para<br />
eliminar ou reduzir populações <strong>de</strong> roedores (<strong>de</strong>sratização).<br />
Adoção <strong>de</strong> barreira física: visa prover as edificações <strong>de</strong> artifícios que<br />
minimizem a ação <strong>de</strong> roedores. Desta forma, edificações <strong>de</strong>vem ser<br />
construídas com: (a) pisos em concreto com espessura maior que 7,5 cm sob<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 114 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
bases a<strong>de</strong>quadamente compactadas e (b) alicerces em concreto, os quais<br />
<strong>de</strong>vem projetar no mínimo 30 cm acima da linha <strong>de</strong> terra. Além <strong>de</strong>sses<br />
<strong>de</strong>talhes, no caso <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s armazenadoras <strong>de</strong> grãos, as aberturas<br />
externas <strong>dos</strong> dutos <strong>de</strong> aeração e entradas <strong>dos</strong> ventiladores <strong>de</strong>vem ser<br />
fechadas quando não estão sendo usadas.<br />
Saneamento <strong>de</strong> ambientes: constitui-se em procedimentos que visam<br />
eliminar possíveis locais <strong>de</strong> abrigo e fontes <strong>de</strong> alimentos e água. Para tanto o<br />
método recomenda eliminar a vegetação em torno das instalações a pelo<br />
menos 1 m <strong>de</strong> distância; manter as instalações em bom estado <strong>de</strong><br />
conservação procurando eliminar possíveis locais <strong>de</strong> abrigo, como buracos<br />
em pare<strong>de</strong>s; remover pilhas <strong>de</strong> lixo, restos <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção e<br />
sucatas, já que estes entulhos po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> abrigo. Caso, seja necessário<br />
empilhar algum material, a pilha <strong>de</strong>ve ser montada a uma distância superior<br />
a 30 cm das pare<strong>de</strong>s e a uma altura <strong>de</strong> 30 cm do solo; tampar reservatórios<br />
<strong>de</strong> água; sanar vazamentos em tubulações <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água; e<br />
limpar periodicamente galerias <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong> águas pluviais, evitando o<br />
acumulo <strong>de</strong> água.<br />
Já a <strong>de</strong>sratização é a utilização <strong>de</strong> processos capazes <strong>de</strong> produzir a<br />
eliminação física <strong>dos</strong> roedores infestantes. Esse objetivo po<strong>de</strong> ser atingido,<br />
especialmente quando a infestação for inicial ou <strong>de</strong> grau leve a mo<strong>de</strong>rado,<br />
por meio <strong>de</strong> processos mecânicos ou físicos como o emprego <strong>de</strong> ratoeiras,<br />
armadilhas e outros dispositivos <strong>de</strong> captura. O uso <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> ultra-som<br />
ou eletromagnéticos não é recomendável em larga escala em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />
limitado potencial <strong>de</strong> ação e os custos <strong>de</strong> manutenção.<br />
As armadilhas colantes po<strong>de</strong>m ser empregadas com relativo sucesso contra<br />
camundongos (Mus musculus) e outros não comensais <strong>de</strong> igual porte<br />
(Oligoryzomys, Akodon e Bolomys).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 115 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Figura 34. Tipos <strong>de</strong> armadilhas: ratoeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />
(1), Chauvancy (2), Shermann (3) e quebra-costas<br />
(4).<br />
Figura 35. Gaiola para captura <strong>de</strong> roedores.<br />
Outra forma <strong>de</strong> obter-se a eliminação <strong>dos</strong> roedores infestantes é por meio <strong>de</strong><br />
processos químicos, on<strong>de</strong> são utilizadas substâncias <strong>de</strong>nominadas genericamente<br />
<strong>de</strong> raticidas. Sua apresentação po<strong>de</strong> ser na forma <strong>de</strong> isca, granulado, pó <strong>de</strong><br />
contato e blocos impermeáveis (Tabela 12).<br />
Tabela 12. Formas <strong>de</strong> uso e aplicação <strong>dos</strong> raticidas.<br />
Granulado Pó <strong>de</strong> contato Bloco parafinado<br />
Ratazana<br />
Dispor o conteúdo da<br />
isca no interior das<br />
tocas ou próximo as<br />
trilhas <strong>dos</strong> ratos. As<br />
iscas <strong>de</strong>vem ficar em<br />
locais protegi<strong>dos</strong> uma<br />
vez que as ratazanas<br />
são <strong>de</strong>sconfiadas.<br />
Espalhar o pó <strong>de</strong><br />
contato no interior das<br />
tocas ou nas trilhas<br />
percorridas pelos<br />
ratos. Este pó ficará<br />
a<strong>de</strong>rido ao pelo <strong>dos</strong><br />
ratos que ao se<br />
limparem irão ingerir<br />
o produto.<br />
Dispor os blocos em<br />
área próxima as<br />
trilhas e tocas, é<br />
importante dispor os<br />
blocos em locais que<br />
ofereçam abrigo para<br />
os ratos.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 116 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Rato <strong>de</strong><br />
telhado<br />
Granulado Pó <strong>de</strong> contato Bloco parafinado<br />
Dispor as iscas nos<br />
locais <strong>de</strong> passagem<br />
<strong>dos</strong> ratos, nos forros<br />
das edificações.<br />
Dispor o produto em<br />
pequenas quantida<strong>de</strong>s<br />
em vários locais<br />
diferentes e próximos,<br />
Camundongo pois os camundongos,<br />
por serem curiosos,<br />
não permanecem<br />
muito tempo no<br />
mesmo local.<br />
Fonte: Brasil, 2002.<br />
Espalhar o pó sobre<br />
“ban<strong>de</strong>jas” nos locais<br />
<strong>de</strong> passagem <strong>dos</strong><br />
ratos, nos caibros e<br />
forros das edificações.<br />
Não é muito<br />
recomendado para o<br />
controle <strong>de</strong><br />
camundongos.<br />
Amarrar os blocos nas<br />
estruturas do telhado<br />
(tesouras e caibros),<br />
próximo aos locais <strong>de</strong><br />
passagem <strong>dos</strong><br />
roedores.<br />
Pouco usado para o<br />
controle <strong>de</strong><br />
camundongos.<br />
Os raticidas em geral dispensam o uso <strong>de</strong> equipamentos ou utensílios para sua<br />
aplicação. Contudo uma colher <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> cabo longo, po<strong>de</strong> facilitar a<br />
introdução <strong>de</strong> uma isca no interior das tocas, o que diminui substancialmente o<br />
risco do acesso <strong>de</strong> algum outro animal ao produto.<br />
Em certos locais, o risco <strong>de</strong> exposição das iscas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>masiado, como é o<br />
caso no armazenamento <strong>de</strong> gêneros alimentícios e, por isso, as iscas (e os pós<br />
<strong>de</strong> contato) po<strong>de</strong>m ser emprega<strong>dos</strong> pelo auxílio <strong>de</strong> uma caixa-comedouro,<br />
também chamada <strong>de</strong> “cocho-rato”, porta-iscas, ou ainda, caixa Posto <strong>de</strong><br />
Envenenamento Permanente (PEP) (Figura 36).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 117 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
15.2.2.3. Avaliação e Monitoramento<br />
Figura 36. Caixa comedouro para colocação<br />
<strong>de</strong> raticida.<br />
A última fase <strong>de</strong> um manejo integrado voltado para roedores é a avaliação <strong>dos</strong><br />
resulta<strong>dos</strong> com um acompanhamento posterior para evitar seu recru<strong>de</strong>scimento.<br />
Reinspeções periódicas da área <strong>de</strong>vem ser programadas e executadas por<br />
pessoal treinado, capaz <strong>de</strong>, a uma simples inspeção, i<strong>de</strong>ntificar os clássicos sinais<br />
da presença <strong>de</strong> roedores: materiais roí<strong>dos</strong>, trilhas, manchas <strong>de</strong> gordura, fezes,<br />
etc. Pequenos segmentos <strong>de</strong> tábuas planas polvilhadas com talco, se colocadas<br />
nos pontos mais prováveis <strong>de</strong> circulação <strong>dos</strong> roedores, evi<strong>de</strong>nciarão claramente<br />
suas pegadas e <strong>de</strong>flagrarão a intensificação do programa <strong>de</strong> controle.<br />
15.2.3. Recursos necessários<br />
15.2.3.1. Materiais/equipamentos<br />
Os materiais necessários incluem os seguintes: contadores, pranchetas, canetas,<br />
binóculos, GPS, utensílios laboratoriais, armadilhas específicas, EPIs, embalagens<br />
para guarda <strong>de</strong> resíduos contamina<strong>dos</strong>, bactericidas e material <strong>de</strong> limpeza e<br />
produtos esterilizantes.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 118 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
15.2.3.2. Equipe técnica<br />
A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador, preferencialmente<br />
zootecnista, biólogo ou médico veterinário, que terá na equipe assistentes <strong>de</strong><br />
campo e auxiliares para serviço <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção.<br />
15.2.4. Cronograma<br />
Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Definição da metodologia com discussão<br />
conjunta com o IBAMA<br />
Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Realização <strong>de</strong> diagnóstico populacional:<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas afetadas<br />
Determinação <strong>de</strong> metas e indicadores<br />
Execução do controle populacional (eliminação)<br />
Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
Monitoramento populacional e avaliação <strong>dos</strong><br />
resulta<strong>dos</strong><br />
Reforços das ações controle populacional<br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />
Preparação para reinício do Programa<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
Prazo a ser <strong>de</strong>finido pelo IBAMA<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 119 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
16. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ATIVIDADE PESQUEIRA<br />
16.1. Introdução<br />
Segundo da<strong>dos</strong> da <strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong> <strong>–</strong> <strong>APPA</strong>,<br />
em 2008 sua receita cambial, a preços <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009, foi <strong>de</strong> 24,53<br />
bilhões <strong>de</strong> reais. Dentro <strong>de</strong>ste contexto, o porto <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> é o maior porto do<br />
Brasil em exportação <strong>de</strong> grãos. Movimenta na importação e exportação grãos,<br />
contêineres, líqui<strong>dos</strong>, automóveis, ma<strong>de</strong>ira, papel, sal, açúcar, entre outros.<br />
Alguns <strong>dos</strong> principais países que chegam no porto, são Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, China,<br />
Japão e Coréia do Sul. No cenário mundial, é o sexto maior porto comercial e o<br />
maior Porto graneleiro da América Latina.<br />
Entretanto, a ativida<strong>de</strong> portuária realizada na região provoca algumas alterações<br />
ambientais que exigem que medidas mitigadoras sejam adotadas para evitar<br />
conflitos com as comunida<strong>de</strong>s pesqueiras. Esse procedimento é ainda mais<br />
<strong>de</strong>talhado e cuida<strong>dos</strong>o quando se avança para a regularização ambiental das<br />
operações portuárias, quando to<strong>dos</strong> os aspectos i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> no licenciamento <strong>–</strong><br />
e previstos na legislação <strong>–</strong> <strong>de</strong>vem está plenamente atendi<strong>dos</strong>.<br />
No que toca à ativida<strong>de</strong> pesqueira no Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, o<br />
“Relatório Técnico Sobre o Censo Estrutural da Pesca Artesanal Marítima e<br />
Estuarina nos Esta<strong>dos</strong> do Espírito Santo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Paraná, Santa Catarina e<br />
Rio Gran<strong>de</strong> do Sul”, elaborado pelo Convênio SEAP/IBAMA/PROZEE, em<br />
novembro <strong>de</strong> 2005, apresenta informações sobre a pesca no Estado do Paraná.<br />
Segundo o documento, o litoral paranaense é consi<strong>de</strong>rado o terceiro celeiro<br />
mundial <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> animais aquáticos, constituindo um ambiente<br />
extremamente vulnerável a aci<strong>de</strong>ntes. Abriga seis municípios em 90 Km <strong>de</strong> costa<br />
que, somada às baías <strong>de</strong> Guaraqueçaba, <strong>Antonina</strong>, <strong>Paranaguá</strong> e Guaratuba,<br />
perfaz mais <strong>de</strong> 400 Km <strong>de</strong> costa interna, on<strong>de</strong> vivem cerca <strong>de</strong> 8.200 famílias,<br />
em, aproximadamente, 60 comunida<strong>de</strong>s. São 5.307 pescadores artesanais<br />
cadastra<strong>dos</strong> que exercem suas ativida<strong>de</strong>s nas baías e em mar aberto. Nos<br />
municípios do Estado on<strong>de</strong> foi realizado o censo pesqueiro, foram i<strong>de</strong>ntificadas<br />
51 localida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>talhadas por município na Tabela 13:<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 120 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Tabela 13. Relação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s ligadas à pesca<br />
artesanal nos municípios do litoral paranaense.<br />
Município Localida<strong>de</strong>s<br />
<strong>Antonina</strong> 08<br />
Guaratuba 06<br />
Guaraqueçaba 20<br />
Matinhos 04<br />
<strong>Paranaguá</strong> 08<br />
Pontal do Paraná 04<br />
Morretes 01<br />
Total 51<br />
Fonte: “Relatório Técnico Sobre o Censo Estrutural da Pesca<br />
Artesanal Marítima e Estuarina nos Esta<strong>dos</strong> do Espírito Santo,<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul”.<br />
Entretanto, o monitoramento da ativida<strong>de</strong> pesqueira, através do<br />
acompanhamento contínuo e sistemático na área <strong>de</strong> influência do<br />
empreendimento, é <strong>de</strong> especial interesse para os atores envolvi<strong>dos</strong>, pois capta<br />
as possíveis alterações no setor, i<strong>de</strong>ntificando as oscilações na produção, esforço<br />
<strong>de</strong> pesca, preços <strong>de</strong> comercialização do pescado, bem como, no seu sentido mais<br />
amplo, as alterações sócio-econômicas e culturais, que po<strong>de</strong>m se processar nas<br />
comunida<strong>de</strong>s pesqueiras, em função da operacionalização portuária .<br />
16.2. Objetivos<br />
16.2.1. Objetivos gerais<br />
Este Programa tem por objetivo <strong>de</strong>terminar a abrangência, os procedimentos e<br />
os critérios para o monitoramento da ativida<strong>de</strong> pesqueira na área <strong>de</strong> influência<br />
no Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, gerando da<strong>dos</strong> básicos e informações<br />
estatísticas sobre a pesca na área, com vistas a subsidiar estu<strong>dos</strong> sobre o<br />
comportamento do <strong>de</strong>sempenho da ativida<strong>de</strong> pesqueira, <strong>de</strong>vido os trabalhos da<br />
rotina portuária.<br />
16.2.2. Objetivos Específicos<br />
Gerar os seguintes da<strong>dos</strong> básicos e informações sobre a pesca na área <strong>de</strong><br />
influência das baías <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong>, no Estado do Paraná:<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 121 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
1. Levantamento <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> pretéritos estabelecendo, se possível, marcos que<br />
sirvam <strong>de</strong> comparativo com ativida<strong>de</strong> pesqueira em curso na região do<br />
estudo.<br />
2. Locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque: quantida<strong>de</strong>, localização, infra-estrutura da<br />
comunida<strong>de</strong>, infra-estrutura <strong>de</strong> apoio à pesca, formas <strong>de</strong> associativismo,<br />
hábitos <strong>de</strong> pesca etc.;<br />
3. Embarcações <strong>de</strong> pesca: tipos, quantida<strong>de</strong> por tipo, características principais<br />
(tamanho, tripulação etc.), pescarias que <strong>de</strong>senvolvem etc.;<br />
4. Artes ou aparelhos <strong>de</strong> pesca: tipos, quantida<strong>de</strong> por tipo <strong>de</strong> embarcação,<br />
características principais, espécies capturadas etc.;<br />
5. Desembarques: quantida<strong>de</strong> por espécie, por aparelho <strong>de</strong> pesca, por<br />
embarcação, por área <strong>de</strong> pesca, por local, valor da produção etc.;<br />
6. Esforço <strong>de</strong> pesca: número <strong>de</strong> pescadores por embarcação, número <strong>de</strong><br />
viagens por barco e por período, duração das viagens;<br />
7. Preços <strong>de</strong> primeira comercialização: preços por espécie pagos ao produtor,<br />
variações estacionais, tendências temporais etc.<br />
16.3. Aspectos metodológicos<br />
Todo o trabalho <strong>de</strong>verá ser baseado na metodologia utilizada pelo Projeto <strong>de</strong><br />
Monitoramento da Pesca do IBAMA (Projeto ESTATPESCA), conforme <strong>de</strong>scrito por<br />
Aragão & Castro e Silva (2005).<br />
Com base nos da<strong>dos</strong> pretéritos e <strong>de</strong> atualização/confirmação que <strong>de</strong>verá ser<br />
realizada nas visitas técnicas iniciais <strong>de</strong> implementação do Projeto, será<br />
elaborado o plano amostral.<br />
Consi<strong>de</strong>ra-se para efeito do programa <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> que uma pescaria<br />
caracteriza-se pelo conjunto embarcação-aparelho <strong>de</strong> pesca, operando sobre<br />
uma espécie principal ou grupo <strong>de</strong> espécies, numa mesma área <strong>de</strong> pesca.<br />
Portanto, cada pescaria será consi<strong>de</strong>rada uma unida<strong>de</strong> populacional da qual<br />
serão extraídas as amostras.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 122 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
16.3.1. Definição do plano amostral<br />
Uma vez <strong>de</strong>finidas as pescarias cujos <strong>de</strong>sembarques serão acompanha<strong>dos</strong> e os<br />
locais on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá haver coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, será estabelecido um plano amostral,<br />
lembrando que o mesmo <strong>de</strong>verá levar em consi<strong>de</strong>ração os tipos e o total <strong>de</strong><br />
embarcações existentes, as artes <strong>de</strong> pesca utilizadas, as espécies capturadas e a<br />
semelhança das características operacionais.<br />
Caso o total <strong>de</strong> embarcações seja pequeno, ou os <strong>de</strong>sembarques não ocorram<br />
em um mesmo horário, o que permite que o coletor tenha acesso a toda a<br />
produção <strong>de</strong>sembarcada, será realizado um censo, ou seja, serão anota<strong>dos</strong>,<br />
diariamente, to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques realiza<strong>dos</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong><br />
pescaria.<br />
Em se tratando <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s com um número elevado <strong>de</strong> embarcações ou cujos<br />
<strong>de</strong>sembarques ocorram simultaneamente, impedindo que o coletor tenha acesso<br />
a to<strong>dos</strong> eles, será estabelecido que somente parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques ou parte<br />
da frota seja controlada, <strong>de</strong>terminando-se um percentual mínimo <strong>de</strong><br />
acompanhamento por pescaria <strong>de</strong> 20% das embarcações, com um total mínimo<br />
<strong>de</strong> 5 unida<strong>de</strong>s. Para garantir a aleatorieda<strong>de</strong> da amostra, mensalmente serão<br />
sorteadas as embarcações a serem controladas. Em se tratando <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />
parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques será utilizada a técnica estatística <strong>de</strong> blocos<br />
casualiza<strong>dos</strong>, on<strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> pescaria representa um bloco e serão anota<strong>dos</strong><br />
os <strong>de</strong>sembarques das embarcações sorteadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada bloco ou tipo <strong>de</strong><br />
pescaria.<br />
No caso do coletor, por qualquer motivo, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> acompanhar em<br />
<strong>de</strong>terminado(s) dia(s) os <strong>de</strong>sembarques, quer <strong>de</strong> toda a frota (no caso <strong>de</strong> censo)<br />
ou <strong>de</strong> parte <strong>de</strong>la (controle <strong>de</strong> parte da frota), esses <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong>verão ser<br />
informa<strong>dos</strong> em formulário específico, on<strong>de</strong> constam apenas da<strong>dos</strong> sobre o<br />
esforço <strong>de</strong> pesca.<br />
Nos locais seleciona<strong>dos</strong> para controle, os coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque<br />
também serão encarregadas <strong>de</strong> manter atualizado o cadastro <strong>de</strong> embarcações<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 123 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
(incluindo e/ou excluindo) e do controle do esforço <strong>de</strong> pesca, ou seja, do controle<br />
do número <strong>de</strong> barcos em operação e artes <strong>de</strong> pesca utilizadas por cada um <strong>de</strong>les.<br />
Nas <strong>de</strong>mais localida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> não há controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, a atualização<br />
cadastral, bem como a obtenção <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> sobre o esforço <strong>de</strong> pesca,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das peculiarida<strong>de</strong>s da represa, será realizado pela equipe técnica do<br />
projeto, por ocasião das viagens <strong>de</strong> supervisão, ou por coletores colaboradores<br />
eventuais recruta<strong>dos</strong> junto às comunida<strong>de</strong>s pesqueiras.<br />
A partir <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, obti<strong>dos</strong> nos locais on<strong>de</strong> for estabelecido<br />
controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques, e do número <strong>de</strong> embarcações operando em cada tipo<br />
<strong>de</strong> pescaria em todas as comunida<strong>de</strong>s da área <strong>de</strong> estudada, será feita a<br />
estimação da quantida<strong>de</strong> total mensal <strong>de</strong>sembarcada, por pescaria, em cada<br />
local e em cada município.<br />
16.3.2. Metodologia <strong>de</strong> coleta<br />
Para obtenção das informações sobre os <strong>de</strong>sembarques e esforço <strong>de</strong> pesca, que<br />
servirão <strong>de</strong> base para as estimativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques totais, serão coleta<strong>dos</strong><br />
diferentes tipos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> conforme as características das pescarias e <strong>dos</strong> locais<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque. Tais informações po<strong>de</strong>rão ser sistematizadas da seguinte<br />
maneira:<br />
16.3.2.1. Cadastro <strong>de</strong> embarcações<br />
Os da<strong>dos</strong> cadastrais das embarcações <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong> serão manti<strong>dos</strong> em um<br />
banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, elaborado durante o censo, e atualizado continuamente, através<br />
do Formulário específico.<br />
16.3.2.2. Controle do número <strong>de</strong> barcos operando em cada pescaria no mês<br />
O número <strong>de</strong> embarcações operando em cada pescaria, em cada localida<strong>de</strong>, no<br />
mês, ou seja, o número <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> cada tipo e as artes <strong>de</strong> pesca<br />
utilizadas pelas mesmas será acompanhado mensalmente, através <strong>de</strong><br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 124 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
questionário gerado pelo sistema <strong>de</strong> informação, a partir do cadastro <strong>de</strong><br />
embarcações.<br />
16.3.2.3. Controle <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques<br />
A coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque será realizada através <strong>de</strong> questionário<br />
apropriado e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da localida<strong>de</strong> e das características das pescarias,<br />
proce<strong>de</strong>r-se-á da seguinte forma:<br />
a) Controle censitário <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>–</strong> nos locais on<strong>de</strong> a coleta <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> é<br />
total serão registradas, diariamente, as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas, por<br />
todas as embarcações que ali operarem. Serão registradas, portanto, as<br />
capturas <strong>de</strong> todas as viagens <strong>de</strong> cada embarcação. Um coletor registrará no<br />
local o número <strong>de</strong> barcos e/ou intensida<strong>de</strong> das pescarias que permitirem.<br />
b) Controle <strong>de</strong> parte das viagens <strong>–</strong> nos locais on<strong>de</strong> existe um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
embarcações que realiza viagens <strong>de</strong> curta duração e muitas vezes os<br />
<strong>de</strong>sembarques ocorrerem simultaneamente, não sendo possível acompanhar<br />
to<strong>dos</strong> eles, nem os <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> uma parte da frota, serão registradas<br />
as quantida<strong>de</strong>s capturadas apenas <strong>de</strong> parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques realiza<strong>dos</strong><br />
durante o dia, seleciona<strong>dos</strong> aleatoriamente, e o total <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques<br />
ocorri<strong>dos</strong> no dia (através do Controle Diário <strong>de</strong> Esforço).<br />
c) Controle <strong>de</strong> parte da frota <strong>–</strong> no caso <strong>de</strong> existir um elevado número <strong>de</strong><br />
embarcações e/ou diferentes tipos <strong>de</strong> pescarias, das quais não é possível<br />
controlar to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques, somente parte <strong>de</strong> cada frota, selecionada<br />
aleatoriamente, será controlada durante o mês. Serão registradas as<br />
quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas por cada uma das embarcações selecionadas,<br />
por faina pesqueira e <strong>de</strong> todas as viagens realizadas, <strong>de</strong> forma a se obter a<br />
quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong>sembarcada durante o mês para cada unida<strong>de</strong><br />
acompanhada.<br />
16.3.2.4. Controle diário do esforço <strong>de</strong> pesca<br />
Nos locais em que não for possível acompanhar to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques em<br />
certos dias (controle <strong>de</strong> parte das viagens), ou to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques das<br />
embarcações selecionadas (controle <strong>de</strong> parte da frota), além <strong>dos</strong> formulários <strong>de</strong><br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 125 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, será aplicado também, um controle diário das viagens<br />
ocorridas, cujas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas não forem registradas. Isto será<br />
feito através <strong>de</strong> formulário <strong>de</strong>nominado “Controle Diário do Esforço <strong>de</strong> Pesca”.<br />
Desta forma, obter-se-á o número <strong>de</strong> viagens efetivamente realizadas no mês,<br />
permitindo a estimação do total <strong>de</strong>sembarcado (capturado).<br />
16.3.2.5. Controle <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> primeira comercialização<br />
On<strong>de</strong> houver controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque serão coleta<strong>dos</strong>, mensalmente, os preços<br />
<strong>de</strong> primeira comercialização por espécie, pratica<strong>dos</strong> no final do mês em cada<br />
localida<strong>de</strong>.<br />
16.3.3. Metodologia <strong>de</strong> estimação<br />
O cálculo das estimativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pescado será realizado,<br />
mensalmente, por pescaria, para cada localida<strong>de</strong>, município e pela área estudada<br />
como um todo, a partir <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque coleta<strong>dos</strong> nas localida<strong>de</strong>s<br />
controladas e do número <strong>de</strong> embarcações e artes <strong>de</strong> pesca utilizadas nas<br />
pescarias <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong>, conforme os procedimentos <strong>de</strong>scritos a seguir:<br />
16.3.3.1. Processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> básicos<br />
a) Determinação do número <strong>de</strong> embarcações ativas <strong>–</strong> o número <strong>de</strong><br />
embarcações ativas (operando) em cada pescaria, em cada localida<strong>de</strong>, será<br />
computado mensalmente, a partir da totalização do número <strong>de</strong> barcos em<br />
operação, por tipo, <strong>de</strong> acordo com a arte <strong>de</strong> pesca utilizada.<br />
b) Totalização <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques controla<strong>dos</strong> <strong>–</strong> Para se obter o <strong>de</strong>sembarque<br />
mensal controlado por pescaria, em cada uma das localida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> será feito<br />
o controle <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques, simplesmente serão totalizadas as<br />
quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas, por espécie, em todas as viagens controladas<br />
no mês, através da seguinte equação:<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 126 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
on<strong>de</strong>,<br />
Ya , i , j<br />
Y<br />
a,<br />
i,<br />
j<br />
<br />
n<br />
<br />
k 1<br />
a,<br />
i,<br />
j,<br />
k<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 127 -<br />
y<br />
= <strong>de</strong>sembarque total controlado na área a, local i, pescaria j, durante o mês<br />
ya, i, j, k = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarcada na área a, local i, pescaria j e viagem k<br />
Computam-se ainda os seguintes parâmetros:<br />
ca , i, j = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a, no<br />
local i, pescaria j<br />
da, i, j = número <strong>de</strong> embarcações cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área<br />
a, no local i, pescaria j.<br />
No caso on<strong>de</strong> ocorrer o controle apenas <strong>de</strong> parte das viagens, ou o<br />
controle <strong>de</strong> alguns dias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, totalizar-se-ão também, o número <strong>de</strong><br />
viagens realizadas durante o mês, ou período, e o número total <strong>de</strong> embarcações<br />
que atuarem.<br />
on<strong>de</strong>,<br />
t a i,<br />
j<br />
t a,<br />
i,<br />
j ca,<br />
i,<br />
j ea,<br />
i,<br />
j<br />
f d a<br />
a, i, j a, i, j i, j<br />
, = total <strong>de</strong> viagens que ocorreram, na área a, local i, pescaria j;<br />
c a i,<br />
j<br />
, = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a,<br />
e a i,<br />
j<br />
local i, pescaria j;<br />
, = número <strong>de</strong> viagens registradas pelo controle diário do esforço na área a,<br />
local i, pescaria j;<br />
fa, i, j = número <strong>de</strong> embarcações ativas (operando) na área a, local i, pescaria j;<br />
da, i, j = número <strong>de</strong> embarcações cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área<br />
a, no local i, pescaria j;
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
ai, j =número <strong>de</strong> embarcações registradas pelo controle diário do esforço na área<br />
a, local i, pescaria j;<br />
c) Correção do total <strong>de</strong> viagens realizadas no mês <strong>–</strong> No caso <strong>de</strong> serem<br />
on<strong>de</strong>,<br />
i<strong>de</strong>ntificadas falhas no procedimento <strong>de</strong> coleta, ou seja, que o número <strong>de</strong><br />
viagens controladas não corresponda ao total <strong>de</strong> viagens realizadas no mês,<br />
para o cálculo da estimativa do total <strong>de</strong> viagens realizadas neste mês, será<br />
utilizado um fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração (fp), calculado manualmente, a partir do<br />
número médio <strong>de</strong> viagens que cada barco realizou no mês, multiplicado pelo<br />
número <strong>de</strong> embarcações operando na localida<strong>de</strong> e dividido pelo número <strong>de</strong><br />
viagens controladas, conforme a expressão abaixo:<br />
fp = fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração;<br />
fp <br />
va , i, j. fa<br />
, i, j <br />
va, i, j = número médio <strong>de</strong> viagens realizadas por barco na área a, local i, pescaria<br />
j, durante o mês;<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 128 -<br />
t<br />
fa, i, j = número <strong>de</strong> embarcações ativas (operando) na área a, local i, pescaria j,<br />
durante o mês; e,<br />
ta , i, j = total <strong>de</strong> viagens realizadas na área a, local i, pescaria j, durante o mês.<br />
Deve-se ressaltar que a utilização <strong>de</strong>ste procedimento não é recomendada. O<br />
i<strong>de</strong>al é que não seja necessário utilizar fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração, ou seja, o fp <strong>de</strong>ve<br />
ser sempre igual a 1. Porém, na prática, quando ocorrerem situações <strong>de</strong>ste tipo,<br />
será necessário o uso <strong>de</strong>ste recurso, o qual <strong>de</strong>ve sempre ser acompanhado pela<br />
coor<strong>de</strong>nação técnica ou realizado pelo supervisor/técnico <strong>de</strong> maior experiência no<br />
a, i, j<br />
uso da metodologia e conhecimento sobre a pesca local.<br />
16.3.3.2. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques por pescaria nos locais controla<strong>dos</strong><br />
A partir do <strong>de</strong>sembarque total controlado, do total <strong>de</strong> viagens realizadas, do<br />
número <strong>de</strong> embarcações ativas na pescaria, no mês, e, quando for o caso, do<br />
fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração correspon<strong>de</strong>nte, serão estima<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques totais
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
para cada pescaria, <strong>dos</strong> locais controla<strong>dos</strong>, da seguinte maneira, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />
sistemática <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> adotada:<br />
a) Controle censitário <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>–</strong> o <strong>de</strong>sembarque total estimado<br />
correspon<strong>de</strong>rá ao <strong>de</strong>sembarque total controlado.<br />
<br />
Y Y fp <br />
a, i , j a, i, j.<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, local i, pescaria j, durante o mês;<br />
Ya , i , j<br />
= <strong>de</strong>sembarque total controlado área a, local i, pescaria j, durante o mês;<br />
fp = fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração.<br />
b) Controle <strong>de</strong> parte da frota <strong>–</strong> a estimação do <strong>de</strong>sembarque total mensal, para<br />
uma <strong>de</strong>terminada pescaria, num local controlado, será feita a partir da<br />
captura média por embarcação, multiplicada pelo número <strong>de</strong> embarcações<br />
ativas no local, no mês, pon<strong>de</strong>rada, quando for o caso, pelo fator <strong>de</strong><br />
pon<strong>de</strong>ração. A captura média por embarcação será obtida pela divisão da<br />
quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong>sembarcada controlada pelo número <strong>de</strong> embarcações<br />
controladas.<br />
<br />
Y y f fp<br />
<br />
a, i, j a, i, j a, i, j.<br />
y<br />
a, i, j<br />
<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado, para a área a, local i, pescaria j, durante o<br />
mês;<br />
ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque médio por embarcação para a área a, local i, pescaria j,<br />
durante o mês;<br />
Ya , i, j = <strong>de</strong>sembarque total controlado para a área a, no local i, pescaria j, durante<br />
o mês;<br />
da, i, j = número <strong>de</strong> embarcações cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 129 -<br />
Y<br />
d<br />
a, i, j<br />
a, i, j<br />
a, no local i, pescaria j, durante o mês; e,<br />
fa, i, j = total <strong>de</strong> embarcações ativas na área a, local i, pescaria j, durante o mês
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
fp = fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração.<br />
c) Controle <strong>de</strong> parte das viagens <strong>–</strong> a estimação do <strong>de</strong>sembarque total mensal,<br />
para uma certa pescaria, num local controlado, será feita a partir da captura<br />
média por viagem, multiplicada pelo número <strong>de</strong> viagens (<strong>de</strong>sembarques)<br />
efetivamente realizadas no local, no mês, pon<strong>de</strong>rada, quando for o caso, pelo<br />
fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração. A captura média por viagem será obtida pela divisão da<br />
quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong>sembarcada controlada pelo número <strong>de</strong> viagens<br />
controladas.<br />
<br />
Y y t fp<br />
<br />
a, i, j a, i, j a, i, j .<br />
y<br />
a, i, j<br />
Y<br />
<br />
c<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado, para área a, local i, pescaria j, durante o<br />
mês;<br />
ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque médio por viagem para área a, local i, pescaria j, durante o<br />
mês;<br />
Ya , i, j = <strong>de</strong>sembarque total controlado para área a, local i, pescaria j, durante o<br />
mês;<br />
ca, i, j = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a, no<br />
local i, pescaria j, durante o mês; e,<br />
ta , i, j = total <strong>de</strong> viagens realizadas para área a, local i, pescaria j, durante o mês.<br />
d) Controle <strong>de</strong> alguns dias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque <strong>–</strong> o <strong>de</strong>sembarque total, no período<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 130 -<br />
a, i, j<br />
a, i, j<br />
<strong>de</strong> controle, <strong>de</strong> uma certa pescaria <strong>de</strong> um local controlado, será estimado a<br />
partir da captura média por viagem, multiplicada pelo número <strong>de</strong> viagens<br />
efetivamente realizadas durante o período <strong>de</strong> controle. A captura média por<br />
viagem será obtida dividindo-se a captura total <strong>de</strong>sembarcada controlada<br />
pelo número <strong>de</strong> viagens controladas, no referido período.
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
on<strong>de</strong>,<br />
n<br />
1<br />
Y y<br />
a, i, j a, i, j, k<br />
k <br />
Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total controlado na área a, no local i, pescaria j, durante o<br />
período; e,<br />
ya, i, j, k = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarcada na área a, no local i, pescaria j e viagem k,<br />
durante o período.<br />
O <strong>de</strong>sembarque total estimado no período controlado será dado por:<br />
<br />
y y . t<br />
a, i, j a, i, j a, i, j<br />
y<br />
a, i, j<br />
Y<br />
<br />
c<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque total estimado para a área a, o local i, pescaria j, durante o<br />
período;<br />
ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque médio por viagem para a área a, local i, pescaria j, durante<br />
o período;<br />
Ya , i, j = <strong>de</strong>sembarque total controlado para a área a, no local i, pescaria j, durante<br />
o período;<br />
ca, i, j = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a, no<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 131 -<br />
a, i, j<br />
a, i, j<br />
local i, pescaria j, durante o período; e,<br />
ta , i, j = total <strong>de</strong> viagens realizadas para a área a, local i, pescaria j, durante o<br />
período.<br />
Para se estimar o <strong>de</strong>sembarque total no mês, o <strong>de</strong>sembarque estimado será<br />
pon<strong>de</strong>rado para o período, pela divisão do número <strong>de</strong> dias do mês em que<br />
ocorrerem <strong>de</strong>sembarques pelo número <strong>de</strong> dias em que houve controle.
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
<br />
Y y fp <br />
a , i, j a, i, j .<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, no local controlado i, pescaria j,<br />
durante o mês;<br />
<br />
ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque total estimado para a área a, o local i, pescaria j, durante o<br />
período; e,<br />
fp = total <strong>de</strong> dias em que ocorreram <strong>de</strong>sembarques<br />
número <strong>de</strong> dias em que houve controle<br />
16.3.3.3. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques por pescaria nos locais não controla<strong>dos</strong><br />
O <strong>de</strong>sembarque mensal, para uma <strong>de</strong>terminada pescaria num local não<br />
controlado, será estimado multiplicando-se o número <strong>de</strong> embarcações ativas, por<br />
pescaria, da localida<strong>de</strong> que se quer estimar, pelo <strong>de</strong>sembarque médio obtido por<br />
tipo <strong>de</strong> embarcação-aparelho <strong>de</strong> pesca semelhante, da localida<strong>de</strong> controlada<br />
mais próxima.<br />
<br />
Y a,<br />
i,<br />
j ya,<br />
c,<br />
j.<br />
fa,<br />
i,<br />
j<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado, para a área a, local não controlado i,<br />
y a c,<br />
j<br />
pescaria j, durante o mês;<br />
, = <strong>de</strong>sembarque médio por embarcação para a área a, local controlado c,<br />
pescaria j, durante o mês; e,<br />
fa, i, j = total <strong>de</strong> embarcações ativas na área a, local i, pescaria j, durante o mês.<br />
16.3.3.4. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais por localida<strong>de</strong><br />
Os <strong>de</strong>sembarques totais mensais por localida<strong>de</strong> serão obti<strong>dos</strong> através da<br />
totalização <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques por pescaria.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 132 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
n <br />
Y Y<br />
1<br />
a, i a, i, j<br />
j<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Ya , i = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, local i, durante o mês<br />
<br />
Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, no local i, pescaria<br />
n = número <strong>de</strong> pescarias no local i<br />
16.3.3.5. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais por município<br />
Os <strong>de</strong>sembarques totais estima<strong>dos</strong> por município serão obti<strong>dos</strong> totalizando-se os<br />
<strong>de</strong>sembarques estima<strong>dos</strong> para todas as localida<strong>de</strong>s do mesmo.<br />
<br />
Y<br />
a,<br />
m<br />
<br />
n<br />
<br />
j 1<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Ya , m = <strong>de</strong>sembarque total estimado da área a, município m, no mês; e,<br />
<br />
Y a,<br />
m,<br />
i = <strong>de</strong>sembarque total estimado da área a, município m, local i , durante o<br />
mês.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 133 -<br />
<br />
Y<br />
a,<br />
m,<br />
i<br />
16.3.3.6. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais da área estudada<br />
A estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais no Estado ou área estudada será obtida<br />
através da totalização <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques estima<strong>dos</strong> <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os municípios,<br />
conforme a expressão:<br />
<br />
Y<br />
<br />
n<br />
<br />
a1<br />
on<strong>de</strong>,<br />
<br />
Y = <strong>de</strong>sembarque total estimado para a Estado/Área;<br />
Ym = <strong>de</strong>sembarque total estimado do município m; e,<br />
n = número <strong>de</strong> municípios.<br />
<br />
Y<br />
m
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
16.3.4. Processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques<br />
Para processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, em função da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />
bancos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> para ser entregue ao CGFAP/IBAMA <strong>de</strong>verá ser utilizado o<br />
próprio software do IBAMA e <strong>de</strong> forma totalmente integrado com a equipe do<br />
Núcleo <strong>de</strong> Pesca do IBAMA/PR. Caso não seja possível a disponibilização do<br />
programa <strong>de</strong> processamento do ESTATPESCAWEB, será <strong>de</strong>senvolvido um<br />
programa especialmente para suprir as necessida<strong>de</strong>s do projeto, constando <strong>dos</strong><br />
seguintes módulos principais: Cadastros, Movimentos, Estimativas, Relatórios,<br />
Consultas e Utilitários, resultando, após a digitação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, em um banco <strong>de</strong><br />
da<strong>dos</strong> compatível com o utilizado pelo IBAMA.<br />
16.3.5. Acompanhamento do custo <strong>de</strong> captura e rentabilida<strong>de</strong> das<br />
pescarias<br />
Visando conhecer a rentabilida<strong>de</strong> por tipo <strong>de</strong> pescaria, serão levanta<strong>dos</strong> os<br />
custos médios <strong>de</strong> captura por tipo <strong>de</strong> embarcação, das pescarias com os<br />
<strong>de</strong>sembarques monitora<strong>dos</strong>, resultando em planilhas padronizadas contemplando<br />
os itens <strong>de</strong> custos (tripulação, rancho, consumo <strong>de</strong> combustível, petrecho <strong>de</strong><br />
pesca etc.). Por outro lado, <strong>de</strong> posse <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques e <strong>dos</strong> preços<br />
<strong>de</strong> primeira comercialização, será <strong>de</strong>terminada a rentabilida<strong>de</strong> das pescarias,<br />
conforme metodologia proposta por Carvalho et al. (2005).<br />
16.3.6. Análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> pretéritos<br />
Objetivando estabelecer marco comparativo, a partir da série histórica<br />
disponível, serão <strong>de</strong>finidas as médias <strong>de</strong> produção por ano, mês,<br />
município/localida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> pescaria e outros <strong>de</strong>talhes sobre as pescarias, que<br />
possam subsidiar as análises comparativas temporais.<br />
As informações geradas proporcionarão análises diversas, por grupos <strong>de</strong><br />
pescarias, por espécie, por localida<strong>de</strong>/município/área, por petrecho <strong>de</strong> pesca,<br />
tendências <strong>de</strong> captura, acompanhamento da movimentação da frota pesqueira<br />
etc. Po<strong>de</strong>rão ainda ser incorporas variáveis sazonais e ambientais, tais como,<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 134 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
pluviosida<strong>de</strong> e fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> rios, importantes para formação <strong>de</strong><br />
ambientes propicio a vida marinha, além <strong>de</strong> outros aspectos, que possam<br />
enriquecer e explicar as variações na produção pesqueira.<br />
16.3.7. Principais informações geradas<br />
Estimadas as produções <strong>de</strong>sembarcadas mensalmente em todas as localida<strong>de</strong>s<br />
pesqueiras, nos diferentes municípios do estado como um todo, po<strong>de</strong>rão ser<br />
emiti<strong>dos</strong> diversos relatórios, <strong>de</strong> acordo com as informações <strong>de</strong>sejadas. Po<strong>de</strong>r-se-<br />
á totalizar, por exemplo, o <strong>de</strong>sembarque por espécie, tipo <strong>de</strong> pescaria, barco ou<br />
aparelho <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong> uma localida<strong>de</strong>, município, na área ou no estado como um<br />
todo.<br />
O sistema permite ainda que sejam geradas diversas informações, tais como:<br />
número e tipos <strong>de</strong> embarcações e aparelhos <strong>de</strong> pesca emprega<strong>dos</strong> nas<br />
comunida<strong>de</strong>s; estimativas da captura mensal e anual <strong>de</strong> pescado no estado/área,<br />
nos municípios e locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, por espécie, aparelho <strong>de</strong> pesca, tipo <strong>de</strong><br />
embarcação, preço médio <strong>de</strong> primeira comercialização por espécie/município,<br />
mensal, anual ou por período, etc.<br />
As informações geradas serão a base das análises que serão levadas a efeito,<br />
estabelecendo-se sempre um paralelo entre os da<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong> e os<br />
observa<strong>dos</strong> para série histórica, resultante da análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> pretéritos.<br />
Obviamente que a simples comparação das médias obtidas, por se só, não é<br />
conclusiva, <strong>de</strong>vendo ser agregado todo o conhecimento e informações adicionais<br />
relativas à ativida<strong>de</strong> pesqueira da área, para consubstanciar os relatórios<br />
técnicos.<br />
16.3.8. Supervisão da coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
A supervisão da coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> é fundamental para garantia que as informações<br />
sejam adquiridas com a qualida<strong>de</strong> e na quantida<strong>de</strong> necessária para embasar as<br />
análises e projeções a serem realizadas. Neste sentido é prevista uma viagem<br />
inicial para o estabelecimento <strong>de</strong> contatos, reconhecimento da área e pré-<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 135 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
selecionamento <strong>de</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques a serem<br />
monitora<strong>dos</strong>. Após a implementação do Projeto, serão realizadas visitas mensais<br />
a to<strong>dos</strong> os locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> pesca<strong>dos</strong>, ocasião on<strong>de</strong> o supervisor<br />
po<strong>de</strong>rá tirar dúvidas com os coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, surgidas na conferência <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong>/digita<strong>dos</strong> e orientar os coletores e/ou redirecionar a coleta <strong>de</strong><br />
da<strong>dos</strong> visando aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas no Plano Amostral. Ainda<br />
durante a visita técnica serão adquiri<strong>dos</strong> os da<strong>dos</strong> sobre o custo <strong>de</strong> captura e<br />
checadas as informações <strong>dos</strong> coletores. É também a oportunida<strong>de</strong> do supervisor<br />
conversar com os coletores sobre todas as ativida<strong>de</strong>s realizadas, agregando as<br />
boas sugestões <strong>de</strong>stes colaboradores e corrigindo possíveis falhas no processo.<br />
Além da correção <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, será avaliado também o trabalho e <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />
cada coletor, com base nas estimativas geradas após cada circulo mensal.<br />
16.3.9. Validação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong><br />
Os da<strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong> através do projeto serão valida<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> diferentes<br />
mecanismos nas etapas <strong>de</strong> recebimento/recolhimento, digitação, processamento<br />
e consolidação <strong>dos</strong> mesmos.<br />
16.3.9.1. Recebimento/recolhimento<br />
À medida que os formulários vão sendo recebi<strong>dos</strong>, ou recolhi<strong>dos</strong> pelos<br />
supervisores nos locais <strong>de</strong> coleta, é feita uma inspeção visual <strong>dos</strong> mesmos para<br />
verificar se o preenchimento vem sendo feito <strong>de</strong> forma correta. Em seguida é<br />
preenchida a planilha “controles operacionais do monitoramento”. Quando os<br />
formulários são recolhi<strong>dos</strong> pelo supervisor no local ou entregues em mãos pelo<br />
coletor na se<strong>de</strong> do projeto, dúvidas são dirimidas no momento do<br />
recolhimento/entrega e são fornecidas as <strong>de</strong>vidas orientações ao coletor.<br />
16.3.9.2. Digitação<br />
A digitação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> é feita sempre pelas mesmas pessoas, que trabalham<br />
como auxiliares técnicos do projeto. Em alguns casos a digitação é feita pelo<br />
próprio supervisor da área. Durante a digitação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, portanto, a<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 136 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
experiência <strong>de</strong>stas pessoas permite a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quações e<br />
inconsistências <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>. Estes problemas são então checa<strong>dos</strong> com o coletor<br />
por telefone ou por ocasião da próxima viagem <strong>de</strong> supervisão. Um mecanismo<br />
po<strong>de</strong>roso <strong>de</strong> verificação da consistência <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> são as críticas feitas pelo<br />
próprio programa <strong>de</strong> processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>. Existe uma série <strong>de</strong> rotinas que<br />
criticam datas, valores absur<strong>dos</strong>, localida<strong>de</strong>s inexistentes, artes <strong>de</strong> pesca e tipos<br />
<strong>de</strong> barcos inexistentes, pescarias e produções inconsistentes, etc. Uma vez<br />
digitaliza<strong>dos</strong> os da<strong>dos</strong>, é preenchida a planilha “controles operacionais do<br />
monitoramento”.<br />
16.3.9.3. Processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />
Com base no conhecimento do programa <strong>de</strong> processamento do<br />
IBAMA/Estatpesca, antes <strong>de</strong> se iniciar o processamento das estimativas da<br />
produção pesqueira são emiti<strong>dos</strong> vários relatórios que auxiliam o processo e<br />
permitem verificar a consistência <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. Estes relatórios são <strong>de</strong>scritos a<br />
seguir:<br />
a) Relatório avaliação do trabalho <strong>de</strong> coleta <strong>–</strong> este relatório apresenta na<br />
primeira coluna o nome das embarcações que foram controladas na<br />
localida<strong>de</strong> e, na primeira linha, os dias do mês. No seu corpo o nome da<br />
embarcação é relacionado ao dia do mês em teve seus da<strong>dos</strong> controla<strong>dos</strong>.<br />
Este relatório po<strong>de</strong> ser emitido para todas as pescarias do local ou para<br />
pescarias específicas e permite avaliar o <strong>de</strong>sempenho do trabalho do coletor,<br />
uma vez que a freqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> cada pescaria no local é<br />
relativamente bem conhecida.<br />
b) Relatório <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques lança<strong>dos</strong> <strong>–</strong> a avaliação <strong>de</strong>talhada do<br />
trabalho <strong>de</strong> coleta durante o mês, bem como da consistência <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, é<br />
feita através <strong>de</strong>ste relatório que é um espelho <strong>de</strong> tudo o que foi digitado.<br />
Nele consta ainda o <strong>de</strong>sembarque médio e modal da pescaria no mês, a<br />
amplitu<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques, o valor máximo e o mínimo e po<strong>de</strong> ser<br />
solicitado, também, um histograma da distribuição <strong>de</strong> freqüência, com<br />
informações sobre a variância e o <strong>de</strong>svio padrão <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>.<br />
c) Relatório <strong>de</strong> pescarias realizadas mensalmente, por local, por embarcação,<br />
por quadrimestre <strong>–</strong> este relatório consiste numa tabela seqüencial para o<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 137 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
quadrimestre, indicando as pescarias realizadas por cada embarcação, num<br />
<strong>de</strong>terminado local, ao longo <strong>dos</strong> meses. Isto permite que se avalie a<br />
coerência das informações sobre a ativida<strong>de</strong> que cada embarcação vem<br />
realizando mês a mês e o número <strong>de</strong> barcos ativos por pescarias.<br />
d) Relatório <strong>de</strong> pescarias realizadas no mês no local controlado, no município e<br />
área <strong>–</strong> através <strong>de</strong>ste relatório po<strong>de</strong>-se confrontar as pescarias que foram<br />
controladas diante daquelas realizadas no local, no município e na área, o<br />
que permite i<strong>de</strong>ntificar pescarias (estratos) que eventualmente não estejam<br />
sendo cobertas pelo trabalho <strong>de</strong> coleta.<br />
16.3.9.4. Consolidação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />
Nesta etapa são elaboradas as estimativas <strong>de</strong> produção e esforço <strong>de</strong> pesca total<br />
<strong>de</strong> cada pescaria por local controlado, <strong>de</strong> cada município e <strong>de</strong> cada área. Os<br />
da<strong>dos</strong> controla<strong>dos</strong> bem como as estimativas são apresenta<strong>dos</strong> tanto na tela do<br />
computador como em relatórios impressos. A verificação <strong>de</strong>stes relatórios<br />
permite que se i<strong>de</strong>ntifiquem ina<strong>de</strong>quações ou inconsistências nos da<strong>dos</strong><br />
controla<strong>dos</strong> e estima<strong>dos</strong>. Posteriormente, é elaborado gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> tabelas<br />
consolidadas que irão compor os informes estatísticos para análises e divulgação<br />
<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>. Estas tabelas são comparadas com a série <strong>dos</strong> anos anteriores o que<br />
também permite i<strong>de</strong>ntificar e corrigir inconsistências. O processo <strong>de</strong> estimação<br />
da produção e do esforço <strong>de</strong> pesca total permite que a coor<strong>de</strong>nação técnica e/ou<br />
os supervisores possam <strong>de</strong>cidir entre utilizar a média aritmética ou a média<br />
geométrica, para fazer expansão <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> controla<strong>dos</strong> para os parâmetros<br />
estimativos totais. Esta última <strong>de</strong>ve ser utilizada quando a distribuição <strong>de</strong><br />
freqüência <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, mostradas através <strong>dos</strong> histogramas, for assimétrica.<br />
O resultado das análises <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> processa<strong>dos</strong> e consolida<strong>dos</strong> mensalmente<br />
comporá os relatórios parciais e após a conclusão das ativida<strong>de</strong>s, será elaborado<br />
um relatório final com a síntese <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 138 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
16.3.10. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
A base <strong>de</strong> todo o Programa acima <strong>de</strong>talhado encontra-se exatamente no<br />
estabelecimento <strong>de</strong> uma boa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. O grau <strong>de</strong> precisão das<br />
informações e conseqüentemente das estimativas está intimamente ligado a<br />
qualida<strong>de</strong> das amostras (da<strong>dos</strong>) que serão recolhidas em campo, tabuladas e<br />
posteriormente processadas. É, portanto, fundamental que seja garantida a<br />
qualida<strong>de</strong> da informação, que ela seja adquirida em quantida<strong>de</strong> suficiente<br />
(amostras <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os extratos existentes) e no caso da informação sobre o<br />
<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pescado, que ela seja oriunda <strong>de</strong> localida<strong>de</strong> representativa da<br />
pesca <strong>de</strong> cada município/região, da qual servirá como base <strong>de</strong> cálculo. Desta<br />
forma é fundamental a presença <strong>de</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> em todas as localida<strong>de</strong>s<br />
pesqueiras representativas, distribuí<strong>dos</strong> <strong>de</strong> maneira estratégica, cobrindo to<strong>dos</strong><br />
os municípios e pontos importantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque.<br />
16.3.10.1. Trabalho <strong>dos</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
16.3.10.1.1. Coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> sobre o esforço <strong>de</strong> pesca (arte <strong>de</strong> pesca)<br />
Os da<strong>dos</strong> sobre a ativida<strong>de</strong> da frota da localida<strong>de</strong> são informa<strong>dos</strong> mensalmente<br />
através <strong>de</strong> formulário próprio, on<strong>de</strong> são indicadas as embarcações que estão<br />
operando (ativas) e com qual petrecho <strong>de</strong> pesca estão pescando. É também <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> do coletor informar sobre a movimentação da frota, ou seja,<br />
relatar sobre a venda <strong>de</strong> embarcações para outras comunida<strong>de</strong>s, embarcação da<br />
comunida<strong>de</strong> que está pescando em outra localida<strong>de</strong>, chegada ou <strong>de</strong>sembarque<br />
<strong>de</strong> embarcação <strong>de</strong> outro porto, cadastramento <strong>de</strong> novas embarcações etc.<br />
Assim, na seleção do pessoal a ser treinado para o serviço <strong>de</strong> coletor <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong> campo é fundamental que sejam observa<strong>dos</strong> algumas características básicas<br />
que compõem o perfil i<strong>de</strong>al do coletor, tais como: que a pessoa more na<br />
localida<strong>de</strong> e quanto mais próxima da praia melhor; que tenha um bom<br />
relacionamento com os pescadores e comerciantes <strong>de</strong> pescado; que tenha um<br />
conhecimento sobre a pesca <strong>de</strong> um modo geral e <strong>de</strong> preferência já tenha<br />
participado <strong>de</strong> pescarias; e que tenha a formação educacional mínima para o<br />
<strong>de</strong>sempenho das tarefas ( ler, escrever e boa caligrafia). Na prática, o trabalho<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 139 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
<strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> esforço <strong>de</strong> pesca (arte <strong>de</strong> pesca) não é complicado e pelas<br />
suas características não necessita <strong>de</strong>dicação exclusiva, sendo possível conciliar<br />
com outras ativida<strong>de</strong>s. Em algumas localida<strong>de</strong>s, este trabalho também po<strong>de</strong> ser<br />
realizado pelos supervisores, quando <strong>de</strong> suas idas ao campo.<br />
16.3.10.1.2. Coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> sobre a produção<br />
O serviço <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> produção é bem mais complexo e necessita <strong>de</strong><br />
maior <strong>de</strong>dicação e empenho do coletor. Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> controle adotado<br />
para o local po<strong>de</strong> ser necessários um esforço consi<strong>de</strong>rável e <strong>de</strong>dicação exclusiva,<br />
para o acompanhamento e registro <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques ocorri<strong>dos</strong> na<br />
localida<strong>de</strong>, separando-os por espécies, por tipo <strong>de</strong> embarcação e petrecho <strong>de</strong><br />
pesca. Essa função pressupõe habilida<strong>de</strong> no conhecimento das espécies,<br />
avaliação do volume capturado, regime <strong>de</strong> pesca (horários <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques),<br />
além <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais características requeridas para o coletor <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
arte <strong>de</strong> pesca.<br />
O coletor <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> produção, muitas vezes, tem <strong>de</strong> usar da criativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> articulação para registrar os <strong>de</strong>sembarques. Por vezes as<br />
embarcações chegam <strong>de</strong> madrugada e/ou várias embarcações <strong>de</strong>sembarcam<br />
simultaneamente, tornando impossível presenciar ou anotar os <strong>de</strong>sembarques<br />
ocorri<strong>dos</strong>. Assim, o coletor tem <strong>de</strong> buscar a maneira <strong>de</strong> contornar os problemas<br />
sem comprometer a qualida<strong>de</strong> da informação. Em vários pontos ao longo do<br />
litoral essa tarefa po<strong>de</strong> ser facilitada pela concentração <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques em<br />
barracões e/ou empresas <strong>de</strong> pesca, on<strong>de</strong> o coletor po<strong>de</strong> transcrever as<br />
anotações <strong>dos</strong> encarrega<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do grau <strong>de</strong> acesso que o coletor<br />
possuir.<br />
16.3.10.1.3. Coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> captura/rentabilida<strong>de</strong><br />
Os custos <strong>de</strong> produção serão adquiri<strong>dos</strong> junto aos proprietários das embarcações<br />
acompanhadas, durante as visitas <strong>de</strong> supervisão com a colaboração <strong>dos</strong> coletores<br />
<strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> em formulário apropriado (formulário 5). Na aplicação<br />
<strong>dos</strong> formulários é fundamental a presença <strong>de</strong> técnico especializado (supervisor)<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 140 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
para que seja assegurada a maior precisão das informações, vez que, alguns<br />
itens são <strong>de</strong>licadas (remuneração) e/ou <strong>de</strong> difícil aquisição.<br />
16.3.10.1.4. Locais <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
Consi<strong>de</strong>rando o cadastro <strong>de</strong> embarcações, e <strong>de</strong> acordo com a área <strong>de</strong> influência<br />
<strong>de</strong>finida para o empreendimento, preliminarmente será estabelecido os locais e o<br />
número <strong>de</strong> coletores que comporão a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta do monitoramento <strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong>sembarques pesqueiros.<br />
16.3.11. Planejamento e capacitação<br />
Todo o trabalho <strong>de</strong> planejamento será realizado em consonância com a equipe do<br />
IBAMA/Núcleo <strong>de</strong> Pesca da Superintendência do Paraná <strong>–</strong> SUPES/PR. Tendo em<br />
vista a implementação da sistemática <strong>de</strong> monitoramento da pesca utilizada pelo<br />
IBAMA/PR (Projeto ESTATPESCA), bem como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compatibilização<br />
como as ações já realizadas e em andamento daquela Instituição, inicialmente<br />
<strong>de</strong>verá ser realizada reunião <strong>de</strong> nivelamento e planejamento da execução do<br />
Projeto <strong>de</strong> Monitoramento <strong>dos</strong> Desembarques. Em seguida será realizada viagem<br />
conjunta <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> área e atualização das informações disponíveis<br />
sobre a ativida<strong>de</strong> pesqueira local. Nessa ocasião, serão também manti<strong>dos</strong><br />
contata<strong>dos</strong> com dirigentes <strong>de</strong> Colônias <strong>de</strong> Pescadores, li<strong>de</strong>res comunitário e com<br />
pessoas que já participaram do processo <strong>de</strong> monitoramento da pesca, visando<br />
selecionar os coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> campo, os quais <strong>de</strong>verão aten<strong>de</strong>r ao perfil<br />
<strong>de</strong>lineado no item 16.3.10.1.1.<br />
Vencida a etapa <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> área, <strong>de</strong> indicação e seleção <strong>dos</strong> coletores<br />
<strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>verá ser procedido o treinamento <strong>dos</strong> mesmos, capacitando-os para<br />
aplicação plena da metodologia do Estatpesca. Nessa oportunida<strong>de</strong> e com a<br />
participação <strong>de</strong> todo o pessoal <strong>de</strong> execução (supervisores, coletores,<br />
digitadores), a Coor<strong>de</strong>nação Geral do Projeto fará uma ampla abordagem sobre<br />
os diversos passos e procedimentos adota<strong>dos</strong> pelo ESTATPESCA, além <strong>de</strong> uma<br />
<strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>monstração da entrada e estimação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, com exercícios<br />
participativos para uma melhor compreensão e assimilação <strong>dos</strong> processos.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 141 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Da mesma forma e antece<strong>de</strong>ndo à capacitação <strong>dos</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, será<br />
realizada oficina <strong>de</strong> planejamento com a participação da Coor<strong>de</strong>nação Geral, <strong>dos</strong><br />
supervisores e consultores especializa<strong>dos</strong>. Neste particular, a princípio i<strong>de</strong>ntifica-<br />
se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração no âmbito do Projeto <strong>de</strong> especialistas nas áreas<br />
da pesca e da socioeconômica.<br />
16.4. Equipe técnica<br />
A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador e por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coletores<br />
que receberão capacitação para <strong>de</strong>sempenhar a função. Os termos da<br />
contratação <strong>dos</strong> coletores e <strong>de</strong>mais envolvi<strong>dos</strong> no processo, bem como o<br />
<strong>de</strong>talhamento do Programa, serão objeto <strong>de</strong> discussão com a equipe do<br />
IBAMA/Núcleo <strong>de</strong> Pesca da Superintendência do Paraná <strong>–</strong> SUPES/PR.<br />
16.5. Cronograma<br />
Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />
Preparação da equipe (mobilização)<br />
Convalidação do diagnóstico das comunida<strong>de</strong>s<br />
artesanais e <strong>dos</strong> arranjos <strong>de</strong> pesca<br />
Determinação <strong>de</strong> metas e indicadores<br />
Execução da coleta <strong>de</strong> informações<br />
Avaliação e processamento <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />
Preparação para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />
Meses<br />
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 142 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17. PROGRAMAS COMPLEMENTARES DE MONITORAMENTO DURANTE AS<br />
OBRAS DE DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO<br />
17.1. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática Durante as Obras<br />
<strong>de</strong> Dragagem<br />
17.1.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong><br />
escala espacial reduzida <strong>–</strong> freqüência amostral ampliada<br />
17.1.1.1. Introdução<br />
O plâncton é constituído por organismos vegetais (fitoplâncton) e por animais<br />
unicelulares e metazoários (zooplâncton) que formam a base da ca<strong>de</strong>ia<br />
alimentar. A implantação <strong>de</strong>sse subprograma justifica-se pelo fato <strong>de</strong> que as<br />
obras <strong>de</strong> dragagem afetam a estrutura do plâncton <strong>de</strong>vido aos efeitos da pluma<br />
<strong>de</strong> dispersão do material dragado, constituído por elementos particula<strong>dos</strong><br />
orgânicos e inorgânicos, tanto em suspensão quanto dissolvi<strong>dos</strong>. Este material<br />
afeta a penetração <strong>de</strong> luz e concorre quimicamente com outros nutrientes,<br />
interferindo no crescimento individual e da população <strong>dos</strong> principais organismos<br />
planctônicos, consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como bioindicadores. Como são diretamente afeta<strong>dos</strong><br />
pelas condições físico-químicas do meio aquático e requerem condições<br />
específicas <strong>de</strong> luz, salinida<strong>de</strong>, temperatura e nutrientes, o subprograma <strong>de</strong>verá<br />
monitorar variações na assembléia planctônica, buscando correlacionar com as<br />
possíveis causas.<br />
17.1.1.2. Aspectos metodológicos e recursos<br />
A metodologia amostral e analítica adotada neste Subprograma será a mesma<br />
<strong>de</strong>scrita no item 3.3.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong><br />
Planctônica, proposta para os perío<strong>dos</strong> em que apenas ocorre a operação do<br />
Porto. A única alteração relevante diz respeito à intensificação da freqüência<br />
amostral (escala temporal): neste caso, todas as obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong>verão<br />
ser precedidas <strong>de</strong> uma campanha amostral, que será repetida mensalmente,<br />
sendo encerrada após 30 dias da finalização daquelas obras.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 143 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Assim sendo, serão emprega<strong>dos</strong> os mesmos 23 pontos amostrais já propostos.<br />
Toda a metodologia <strong>de</strong> coleta e análise seguirá os mesmos requisitos<br />
apresentamos anteriormente, em termos <strong>de</strong> equipamentos e pessoal. E, da<br />
mesma forma, prescindirão <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para Captura, Coleta e<br />
Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Autorização<br />
<strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do IBAMA.<br />
17.1.2. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong><br />
avaliação in loco das interferências da pluma <strong>de</strong> sedimentos<br />
17.1.2.1. Introdução<br />
Em função das características ecológicas e da <strong>de</strong>pendência que tem o plâncton<br />
em relação à penetração <strong>de</strong> luz e à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes, este<br />
subprograma tem o papel <strong>de</strong> avaliar, em caráter <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe, o comportamento<br />
planctônico <strong>de</strong>ntro das áreas imediatamente afetadas pelas plumas <strong>de</strong><br />
sedimento. É, portanto, uma proposta para avaliar em uma escala espacial<br />
restrita, o possível grau <strong>de</strong> interferência da pluma sobre a riqueza e a<br />
abundância do plâncton <strong>de</strong>ntro da zona <strong>de</strong> máxima turbi<strong>de</strong>z que se forma em<br />
função da dragagem.<br />
17.1.2.2. Aspectos metodológicos e recursos<br />
A metodologia amostral e analítica adotada neste Subprograma também será a<br />
mesma <strong>de</strong>scrita no item 3.3.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong><br />
Planctônica. Todavia, a diferença substancial neste caso é a escala espacial do<br />
plano amostral. Estas campanhas, <strong>de</strong> caráter experimental, serão realizadas a<br />
cada 15 dias durante as obras <strong>de</strong> dragagem, visado obter informações sob<br />
condições astronômicas <strong>de</strong> sizígia e quadratura. Cada campanha terá uma<br />
duração <strong>de</strong> 24 horas, com freqüência amostral <strong>de</strong> três em três horas. Dadas as<br />
condições oceanográficas da região, dominada por marés semi-diurnas, esta<br />
extensão <strong>de</strong> cada campanha amostral po<strong>de</strong>rá ainda observar oscilações da pluma<br />
e da assembléia planctônica ditadas pelas forças <strong>de</strong> maré, ao longo do período<br />
<strong>de</strong> 24 horas. Assim, ainda será possível coletar da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> dois ciclos <strong>de</strong> maré<br />
consecutivos.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 144 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
O procedimento será <strong>de</strong>finido no momento da chegada da embarcação sobre a<br />
pluma em processo <strong>de</strong> dispersão. O coor<strong>de</strong>nador <strong>dos</strong> trabalhos <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>finirá<br />
transects que percorrerão toda a mancha formada pela pluma. Serão linhas<br />
paralelas afastadas entre si aproximadamente 250 metros, transversais ao maior<br />
eixo da pluma, evitando tanto quanto possível o avanço para além das bordas,<br />
para que se reduza a coleta <strong>de</strong> amostras fora da zona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z. A embarcação<br />
percorrerá estas linhas e toda a navegação terá a localização <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas<br />
UTM registrada, com auxílio <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> posicionamento por satélite (GPS).<br />
Durante esta navegação, serão realizadas as amostragens do plâncton,<br />
observadas as metodologias amostrais <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />
As amostragens qualitativas <strong>de</strong> fitoplâncton serão obtidas através <strong>de</strong> arrastos<br />
horizontais sub-superficiais sobre a pluma <strong>de</strong> sedimentos com duração mínima<br />
<strong>de</strong> dois minutos, sendo utilizada uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton cônica com malha <strong>de</strong><br />
20 m e 30 cm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca. O conteúdo retido na re<strong>de</strong> será então<br />
armazenado em frascos <strong>de</strong> polietileno âmbar e fixado com solução formol 4%. Já<br />
para as amostras para a análise quantitativa do fitoplâncton, serão coletadas<br />
com o auxílio da garrafa amostradora do tipo van Dorn, sendo as amostras<br />
obtidas em sub-superfície (aproximadamente 0,3 m) e acondicionadas em<br />
frascos <strong>de</strong> vidro âmbar com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.000 mL <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> e<br />
fixadas com solução Lugol.<br />
A amostra qualitativa será utilizada para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> taxa, para cuja<br />
i<strong>de</strong>ntificação serão utilizadas, preferencialmente, as seguintes bibliografias: Cupp<br />
(1943); Ricard (1987); Komarek & Fott (1983), entre outros. A classificação<br />
utilizada seguirá Hoek (1995) e a análise quantitativa será realizada em câmara<br />
<strong>de</strong> Sedgewick-Rafter (WOELKERLING et al., 1976), em 300 aumentos em<br />
microscópio Olympus, com contraste <strong>de</strong> fase. Para a análise da estrutura da<br />
comunida<strong>de</strong>, será calculada a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (cél./L) e a riqueza específica (número<br />
<strong>de</strong> taxa encontra<strong>dos</strong> em cada amostra).<br />
As amostras <strong>de</strong> zooplâncton serão obtidas mediante a realização <strong>de</strong> arrastos<br />
oblíquos na coluna da água, a partir da navegação sobre a pluma <strong>de</strong> sedimentos<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 145 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
em velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 nós e com duração mínima <strong>de</strong> dois minutos, utilizando-se<br />
uma re<strong>de</strong> tipo WP-2 cilindro-cônica <strong>de</strong> 220 µm <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> malha, 30 cm <strong>de</strong><br />
diâmetro <strong>de</strong> boca e equipada com fluxômetro.<br />
Em laboratório, as amostras do zooplâncton <strong>de</strong>verão ser analisadas em câmaras<br />
do tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico, após o fracionamento da<br />
amostra total em alíquotas que variaram <strong>de</strong> 5 a 10% do total (BOLTOVSKOY,<br />
1981), visando classificação ao menor nível taxonômico, auxiliada<br />
preferencialmente pelo uso das referências <strong>de</strong> El Moor-Loureiro (1997), Infante<br />
(1988), Montú & Gloe<strong>de</strong>n (1986), Boltovskoy (1981) e Reid (1985). Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s das espécies ocorrentes serão calcula<strong>dos</strong> pelo volume <strong>de</strong> água<br />
filtrada pela re<strong>de</strong>, assim como também será obtido o índice <strong>de</strong> riqueza <strong>de</strong><br />
Margalef.<br />
Para as análises do ictioplâncton as amostras colhidas serão coletadas através <strong>de</strong><br />
arrastos oblíquos na coluna <strong>de</strong> água com duração mínima <strong>de</strong> dois minutos. Para<br />
isso, será utilizada re<strong>de</strong> tipo WP-2 (cilindro-cônica), com 30 cm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong><br />
boca e malha <strong>de</strong> 220 m, equipada com fluxômetro para medir o volume <strong>de</strong> água<br />
filtrado. As amostras <strong>de</strong>stinadas à análise <strong>dos</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão<br />
fixadas em solução <strong>de</strong> formol em água do mar a 4%, imediatamente após o<br />
arrasto, sendo acondicionadas em garrafas <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> um litro.<br />
Em laboratório, cada amostra <strong>de</strong>verá ser processada em sua totalida<strong>de</strong>,<br />
separando-se os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes presentes, com auxílio <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong><br />
Bogorov, e também, <strong>de</strong> microscópio estereoscópico binocular. A i<strong>de</strong>ntificação<br />
taxonômica <strong>de</strong>verá ser realizada ao nível <strong>de</strong> família, ou ao menor táxon possível,<br />
através <strong>de</strong> referências bibliográficas especializadas (FAHAY, 1983; LEIS &<br />
RENNIS, 1983; LEIS & TRNSKI, 1989; MOSER, 1996). Quando a i<strong>de</strong>ntificação<br />
taxonômica não for positiva, os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão categoriza<strong>dos</strong><br />
como “não i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>” (NI). As <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s do ictioplâncton serão expressas<br />
em número <strong>de</strong> ovos e <strong>de</strong> larvas por litro (n°/L). As análises <strong>de</strong>ste grupo<br />
envolverão os percentuais <strong>de</strong> ocorrência e os índices ecológicos <strong>de</strong> riqueza,<br />
diversida<strong>de</strong> e equitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> larvas, propostos por Omori & Ikeda (1984).<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 146 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
A fim <strong>de</strong> confrontar os da<strong>dos</strong> bióticos com parâmetros físico-químicos do<br />
ambiente, serão ainda colhi<strong>dos</strong> os principais da<strong>dos</strong> da água com sonda<br />
multiparâmetros, registrando em planilha apropriada as seguintes informações:<br />
pH, oxigênio dissolvido, turbi<strong>de</strong>z, condutivida<strong>de</strong>, temperatura, sóli<strong>dos</strong> totais<br />
dissolvi<strong>dos</strong>, salinida<strong>de</strong> e potencial <strong>de</strong> oxi-redução. Estas amostras serão colhidas<br />
a cada 10 minutos <strong>de</strong> navegação.<br />
17.1.3. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, o empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>verá contar com uma equipe<br />
especializada em coleta e conservação das amostras <strong>de</strong> biota aquática. A<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> indivíduos e a interpretação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser<br />
realizadas por profissionais habilita<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral<br />
do IBAMA. To<strong>dos</strong> os cadastros <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong>vidamente atualiza<strong>dos</strong>.<br />
17.1.4. Cronograma<br />
O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />
programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />
<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />
por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />
justificado.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 147 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.2. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas Durante as<br />
Obras <strong>de</strong> Dragagem<br />
17.2.1. Introdução<br />
O Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas se justifica pelo fato<br />
<strong>de</strong> que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem estão, a rigor, associadas a eventos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> ambiental, seja pela disponibilização <strong>de</strong> contaminantes<br />
trapea<strong>dos</strong> no sedimento, seja pela livre suspensão <strong>de</strong> sedimentos finos, que vão<br />
propagar-se pelas coleções hídricas da área <strong>de</strong> influência, impulsiona<strong>dos</strong> pela<br />
força <strong>de</strong> correntes e marés. Além disso, há também que se consi<strong>de</strong>rar os riscos<br />
associa<strong>dos</strong> à operação das dragas propriamente ditas, sujeitas ao lançamento<br />
aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> contaminantes como óleos e combustíveis.<br />
Assim, esse Programa contribuirá para compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que forma as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> dragagem interagem, em termos <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> e vetor, com os elementos<br />
ambientais do Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> (CEP).<br />
17.2.2. Objetivos<br />
O Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas durante as obras <strong>de</strong><br />
dragagem tem como objetivo <strong>de</strong>tectar, através <strong>de</strong> análises com maior<br />
<strong>de</strong>talhamento temporal (menor freqüência), possíveis alterações nos parâmetros<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água que porventura sejam provoca<strong>dos</strong> pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
dragagem.<br />
17.2.3. Metodologia e principais ações<br />
A metodologia <strong>de</strong> amostragem será a mesma adotada no item 9. Programa <strong>de</strong><br />
Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas, em termos <strong>de</strong> planejamento da malha<br />
amostral, previsto para acompanhar o Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong><br />
doravante por toda sua operação. O ponto central que diferencia esta proposta,<br />
diz respeito ao aumento da freqüência amostral: enquanto naquela, as<br />
amostragens <strong>de</strong> verificação obe<strong>de</strong>cerão a uma periodicida<strong>de</strong> trimestral, nesta, a<br />
freqüência reduz-se para o período mensal. Sendo assim, todas as obras <strong>de</strong><br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 148 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
dragagem <strong>de</strong>verão ser antecedidas por uma campanha amostral completa; estas<br />
serão repetidas a cada trinta dias, encerrando-se <strong>de</strong>ntro da janela <strong>de</strong> tempo que<br />
compreen<strong>de</strong> o período entre 20 e 40 dias após o encerramento das obras <strong>de</strong><br />
dragagem. Assim, espera-se avaliar, com um significativo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento,<br />
as oscilações <strong>dos</strong> parâmetros da coleção hídrica, buscando i<strong>de</strong>ntificar se os<br />
processos <strong>de</strong> dragagem efetivamente promovem algum tipo <strong>de</strong> alteração no<br />
recurso ambiental ou não, e, se confirmado, com que grau <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>.<br />
Como proposto anteriormente, a metodologia amostral seguirá a mesma<br />
estrutura proposta para o monitoramento ordinário das ativida<strong>de</strong>s do Complexo<br />
Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> (item 9), em termos <strong>de</strong> planejamento e procedimentos<br />
amostrais e analíticos, consi<strong>de</strong>rando, portanto, 29 pontos <strong>de</strong> coleta. A variação<br />
proposta neste caso é a escala temporal, que será reduzida <strong>de</strong> três para um mês<br />
entre amostragens, durante as intervenções <strong>de</strong> dragagem. Estas amostragens<br />
<strong>de</strong>verão ter início antes do início das dragagens, permanecendo mensalmente e<br />
ultrapassando, concluindo-se na janela entre 20 e 40 dias após o término das<br />
intervenções.<br />
17.2.4. Recursos necessários<br />
17.2.4.1. Materiais/equipamentos<br />
Os equipamentos e materiais mais utiliza<strong>dos</strong> durante a amostragem são:<br />
Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos da malha amostral, e<br />
dotada <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os apetrechos necessários para a operação amostral e <strong>de</strong><br />
salvatagem (salva-vidas, sinalizadores, bóias, etc);<br />
Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />
<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />
Equipamentos <strong>de</strong> coleta: garrafas amostradoras, frasco <strong>de</strong> coleta e apoio,<br />
etiquetas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e luvas;<br />
Equipamentos analíticos <strong>de</strong> campo: sonda multiparâmetros com certificado<br />
<strong>de</strong> calibração;<br />
Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo etc.;<br />
Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System) etc.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 149 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.2.4.2. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, <strong>de</strong>verá ser prevista uma equipe especializada<br />
em monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação<br />
e análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />
preservação e conservação das amostras. Também <strong>de</strong>verá contar com o apoio <strong>de</strong><br />
laboratório <strong>de</strong> análises que possua, no mínimo, as acreditações INMETRO CLA-<br />
0006 (Boas Práticas <strong>de</strong> Laboratório <strong>–</strong> BPL) e INMETRO CRL 0227 <strong>–</strong> Ensaios NBR<br />
ISO/IEC 17025. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar<br />
com registro ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
17.2.5. Cronograma<br />
O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />
programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />
<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />
por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />
justificado. Todas as campanhas amostrais <strong>de</strong>verão ser registradas em diário <strong>de</strong><br />
campo, assim como a duração das obras <strong>de</strong> dragagem, para posterior<br />
comunicação ao órgão licenciador.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 150 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.3. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> Ambiental <strong>dos</strong><br />
Sedimentos Durante as Obras <strong>de</strong> Dragagem<br />
17.3.1. Introdução<br />
Como mencionado no item 10. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />
Sedimentos, da fase <strong>de</strong> operação, os sedimentos compreen<strong>de</strong>m um elemento<br />
ambiental singular, já que possuem uma característica particular: em função <strong>de</strong><br />
dadas condições ambientais, po<strong>de</strong>m preservar por longos perío<strong>dos</strong> o registro <strong>de</strong><br />
contaminações pretéritas. Do ponto-<strong>de</strong>-vista prático, esta característica tem<br />
apresenta dois aspectos: o positivo é que permite avaliar alterações temporais<br />
na ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> elementos; por outro lado, quando submeti<strong>dos</strong> a<br />
a procedimentos <strong>de</strong> dragagem <strong>–</strong> <strong>de</strong> operação ou <strong>de</strong> aprofundamento <strong>–</strong> permitem<br />
que eventuais contaminantes sejam disponibiliza<strong>dos</strong> no meio aquático, mesmo<br />
após longos perío<strong>dos</strong> e, muitas vezes, <strong>de</strong> maneira aguda.<br />
Portanto, avaliar as características do sedimento dragado e o leito reconfigurado,<br />
em termos <strong>de</strong> parâmetros constituientes e possíveis contaminantes presentes,<br />
constitui uma ação <strong>de</strong> avaliação ambiental que po<strong>de</strong> contribuir sobremaneira<br />
para a condução <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> gerenciamento ambiental mais efetivo,<br />
favorecendo ações <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> impactos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />
intervenção.<br />
17.3.2. Objetivos<br />
O Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento <strong>dos</strong> Sedimentos na Fase <strong>de</strong> Dragagem <strong>de</strong><br />
Manutenção possui como objetivo o monitoramento <strong>dos</strong> parâmetros físico-<br />
químicos e sedimentológicos <strong>dos</strong> leitos marinhos resultantes das obras <strong>de</strong><br />
dragagem, quais sejam, as áreas efetivamente dragadas e a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />
ACE-20, na zona costeira próxima, segundo as prerrogativas estabelecidas na<br />
Resolução CONAMA N° 344/2004.<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 151 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.3.3. Aspectos metodológicos<br />
17.3.3.1. Planejamento<br />
As avaliações das dragagens <strong>de</strong> manutenção no complexo hidroviário da baía <strong>de</strong><br />
<strong>Paranaguá</strong> <strong>de</strong>verão seguir as diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA<br />
Nº 344/2004. Para as amostras <strong>de</strong> sedimentos nas áreas dragadas, as<br />
campanhas amostrais terão início após o início das dragagens e incluirão apenas<br />
amostras na superfície do leito dragado. Já no caso da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>–</strong> ACE-<br />
20, o plano <strong>de</strong> amostragem incluirá etapas anteriores e posteriores a todas as<br />
dragagens que venham a utilizar a área para lançamento <strong>de</strong> material dragado no<br />
interior do Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />
O número <strong>de</strong> amostras a ser contemplado em cada trecho <strong>de</strong> dragagem também<br />
<strong>de</strong>verá obe<strong>de</strong>cer aos requisitos do Anexo da Resolução CONAMA Nº 344/2004<br />
(Tabela 14).<br />
Tabela 14. Número mínimo <strong>de</strong> amostras para a caracterização <strong>de</strong> sedimentos.<br />
Volume a ser dragado (m3) Número <strong>de</strong> amostras **<br />
Até 25.000 3<br />
Entre 25.000 e 100.000 4 a 6<br />
Entre 100.000 e 500.000 7 a 15<br />
Entre 500.000 e 2.000.000 16 a 30<br />
Acima <strong>de</strong> 2.000.000 10 extras por 1 milhão <strong>de</strong> m3<br />
(Fonte: Resolução CONAMA Nº 344/2004).<br />
Já a seleção na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo ACE-20, a amostragem <strong>de</strong>verá ter um padrão<br />
radial, estabelecendo pontos eqüidistantes em relação ao centro da área,<br />
posiciona<strong>dos</strong> a meia milha da coor<strong>de</strong>nada central sobre os eixos <strong>de</strong> direções<br />
Norte, Sul, Leste e Oeste.<br />
Os parâmetros físico-químicos que <strong>de</strong>verão ser avalia<strong>dos</strong> são:<br />
a) Qualida<strong>de</strong> das águas:<br />
- oxigênio dissolvido;<br />
- turbi<strong>de</strong>z;<br />
- pH;<br />
- temperatura;<br />
- salinida<strong>de</strong>;<br />
__________________________________________________<br />
Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 152 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
- transparência da água;<br />
- óleos e graxas;<br />
- metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), zinco (Zn), mercúrio (Hg) e níquel (Ni);<br />
- série nitrogenada e nitrogênio total;<br />
- Análise <strong>de</strong> toda a série do fósforo;<br />
- arsênio (As) e Boro (B); e<br />
- Determinação da DBO e da DQO.<br />
b) Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> sedimentos:<br />
- Granulometria <strong>–</strong> Sedimentologia;<br />
- Arsênio (As);<br />
- Mercúrio (Hg);<br />
- Níquel (Ni);<br />
- Zinco (Zn);<br />
- Carbono Orgânico Total <strong>–</strong> COT;<br />
- Nitrogênio Kjeldahl Total;<br />
- Cádmio (Cd);<br />
- Chumbo (Pb);<br />
- Cobre (Cu);<br />
- Fósforo Total;<br />
- Bifenilas Policloradas (PCB’s); e<br />
- Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA’s).<br />
17.3.3.2. Coleta e manuseio<br />
As amostras <strong>de</strong>verão ser coletadas na superfície do leito, através do lançamento<br />
<strong>de</strong> amostradores busca-fundo do tipo van Veen <strong>de</strong> aço inoxidável, com<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,005 m³. Após a coleta, cada amostra será segregada em quatro<br />
alíquotas, sendo cada uma <strong>de</strong>las acondicionada em embalagem apropriada e<br />
<strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificada com etiqueta <strong>de</strong> registro e lacre. Em cada etiqueta<br />
<strong>de</strong>verá constar a i<strong>de</strong>ntificação da estação amostral, parâmetro a ser analisado,<br />
método <strong>de</strong> conservação e data. Desta forma, cada uma das alíquotas será<br />
<strong>de</strong>signada, ainda em campo, para que posteriormente seja <strong>de</strong>stinada às análises<br />
química, sedimentológica, ecotoxicológica e <strong>de</strong> contra-prova. Cada amostra<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 153 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
<strong>de</strong>verá ser fechada com um lacre individual e com numeração distinta, <strong>de</strong>vendo<br />
este número ser registrado na planilha <strong>de</strong> campo.<br />
17.3.3.3. Preservação da amostra<br />
Após o acondicionamento e i<strong>de</strong>ntificação, as amostras <strong>de</strong>verão ser mantidas em<br />
caixa térmica refrigerada. Ao <strong>de</strong>sembarcar, <strong>de</strong>vem ser transferidas para câmara<br />
frigorífica para serem congeladas até o envio ao laboratório contratado para<br />
realizar as análises. Todo este trâmite <strong>de</strong>verá ocorrer com rigoroso controle <strong>de</strong><br />
temperatura para que possam ser mantidas as concentrações <strong>dos</strong> parâmetros,<br />
ainda que o sedimento seja consi<strong>de</strong>rado um meio estável para preservação<br />
<strong>de</strong>stes constituintes e contaminantes.<br />
17.3.3.4. Execução <strong>de</strong> análises<br />
Esta etapa consiste no recebimento e tratamento das amostras, permitindo sua<br />
utilização para a realização <strong>dos</strong> ensaios laboratoriais. Os sedimentos <strong>de</strong>verão ser<br />
previamente trata<strong>dos</strong>, com a adoção <strong>de</strong> medidas particulares para cada tipo <strong>de</strong><br />
análise a ser <strong>de</strong>senvolvida, sendo posteriormente executada a respectiva análise:<br />
Química: procedimentos analíticos da U.S. Environmental Protection Agency<br />
(ou equivalentes), aten<strong>de</strong>ndo ao disposto na Resolução CONAMA Nº 344/04;<br />
Sedimentológica: método proposto por Suguio (1973) ou equivalente, no<br />
qual se executa o peneiramento das frações maiores que areia e a pipetagem<br />
para as granulometrias silte e argila. A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> matéria orgânica e<br />
carbonatos <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> acordo com a metodologia proposta por<br />
Dean (1974) ou outra <strong>de</strong> igual eficiência, e o peso específico <strong>de</strong>ve ser obtido<br />
por gravimetria;<br />
Ecotoxicológica: aplicação <strong>dos</strong> protocolos consagra<strong>dos</strong> na literatura,<br />
empregando organismos teste <strong>de</strong> diferentes taxa para quantificação <strong>dos</strong><br />
efeitos agu<strong>dos</strong> e crônicos sobre a biota.<br />
Sobre as análises ecotoxicológicas, importante consi<strong>de</strong>rar os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />
pelo diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. De acordo com<br />
aqueles resulta<strong>dos</strong>, as concentrações <strong>dos</strong> contaminantes não ultrapassaram o<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 154 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
limiar estabelecido para o nível 1 nos sedimentos. Sendo assim, em face das<br />
<strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA N° 344/04 1 , esta análise po<strong>de</strong>ria ser<br />
dispensada. Todavia, o presente Programa <strong>de</strong>verá convalidar estes resulta<strong>dos</strong>,<br />
para que, então, possa ser aplicada a <strong>de</strong>terminação daquela norma.<br />
O laboratório responsável pelas análises <strong>de</strong>verá preferencialmente ser acreditado<br />
pela NBR ISO 17.025, além <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> profissionais tecnicamente qualifica<strong>dos</strong>.<br />
To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração<br />
<strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise. Além disso, To<strong>dos</strong> os<br />
equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão<br />
acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise.<br />
17.3.3.5. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
Os resulta<strong>dos</strong> levarão à estruturação <strong>de</strong> uma série histórica, permitindo avaliar<br />
possíveis oscilações temporais e espaciais nos parâmetros consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>,<br />
introduzindo um novo elemento no processo <strong>de</strong> gestão ambiental do da ativida<strong>de</strong><br />
portuária em <strong>Antonina</strong> e do próprio Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />
17.3.4. Recursos necessários<br />
17.3.4.1. Materiais/equipamentos<br />
Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />
Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos amostrais, e dotada <strong>de</strong><br />
to<strong>dos</strong> os apetrechos para a operação e <strong>de</strong> salvatagem;<br />
Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />
<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />
Equipamentos <strong>de</strong> coleta: amostradores <strong>de</strong> fundo, embalagens plásticas,<br />
etiquetas, lacres <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, luvas;<br />
Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo, etc.;<br />
Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />
1 “Art. 7° O material a ser dragado po<strong>de</strong>rá ser disposto em águas jurisdicionais brasileiras, <strong>de</strong><br />
acordo com os seguintes critérios a serem observa<strong>dos</strong> no processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental:<br />
I <strong>–</strong> não necessitará <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> complementares para a sua caracterização:<br />
b) Material cuja concentração <strong>de</strong> poluentes for menor ou igual ao nível 1”<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 155 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.3.4.2. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />
monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />
análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />
preservação e conservação das amostras <strong>de</strong> sedimento. Também <strong>de</strong>verá contar<br />
com o apoio <strong>de</strong> laboratório <strong>de</strong> análises físico-químicas que possua processos <strong>de</strong><br />
análises cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia <strong>–</strong> INMETRO, ou em<br />
laboratório qualificado ou aceito pelo órgão ambiental competente. To<strong>dos</strong> os<br />
equipamentos digitais e/ou <strong>de</strong> precisão analítica <strong>de</strong>verão dispor <strong>dos</strong> respectivos<br />
lau<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração, sempre que cabível.<br />
To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />
ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
17.3.5. Cronograma<br />
O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />
programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />
<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />
por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />
justificado.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 156 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.4. Programa <strong>de</strong> Monitoramento do Volume Dragado<br />
17.4.1. Introdução<br />
A execução <strong>dos</strong> procedimentos <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, além <strong>dos</strong> aspectos<br />
financeiros envolvi<strong>dos</strong>, exige um controle rigoroso quanto às movimentações <strong>de</strong><br />
sedimentos retira<strong>dos</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os trechos internos do CEP, e que <strong>de</strong>vem ser<br />
lança<strong>dos</strong> na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo. Desta forma, permitirá uma aferição <strong>dos</strong> mo<strong>de</strong>los<br />
hidrodinâmicos prévios que foram propostos para quantificação <strong>de</strong> volumes,<br />
permitindo refinar os pressupostos em futuros planejamentos, reduzindo custos<br />
e impactos ambientais.<br />
17.4.2. Objetivo<br />
Este Programa tem por objetivo monitorar, através <strong>de</strong> levantamentos<br />
batimétricos sistemáticos, as configurações do leito marinho nos perío<strong>dos</strong> pré e<br />
pós-dragagem, verificando os perfis <strong>de</strong> corte e suas tolerâncias, nas áreas <strong>de</strong> do<br />
complexo hidroviário do CEP. Da mesma forma, <strong>de</strong>verá contemplar uma<br />
verificação da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo ACE-20, antes da realização <strong>de</strong> cada uma das<br />
ações <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção e após a conclusão das mesmas, a fim <strong>de</strong><br />
avaliar <strong>de</strong> forma precisa as modificações ocorridas na área.<br />
17.4.3. Aspectos metodológicos<br />
17.4.3.1. Planejamento<br />
Levantamentos batimétricos <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>verão ser planeja<strong>dos</strong> e executa<strong>dos</strong><br />
previamente à execução das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção no complexo<br />
hidroviário da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>. Para tanto, cada trecho a ser dragado <strong>de</strong>verá<br />
ser previamente aferido, com um plano amostral formado <strong>de</strong> cortes transversais<br />
que <strong>de</strong>verão variar, no espaçamento entre linhas, entre 10 e 25 metros. Com<br />
este nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento, são espera<strong>dos</strong> os resulta<strong>dos</strong> mais eficientes,<br />
atingindo seu propósito.<br />
Na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo, os levantamentos batimétricos <strong>de</strong>verão ocorrer antes do<br />
início <strong>dos</strong> lançamentos, logo após o seu término e após o transcurso <strong>de</strong> um mês<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 157 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o último lançamento, permitindo inferir alterações no pacote <strong>de</strong>positado<br />
em resposta às forçantes hidrodinâmicas atuantes.<br />
17.4.3.2. Coleta e manipulação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />
Os da<strong>dos</strong> serão coleta<strong>dos</strong> e processa<strong>dos</strong> por equipamentos digitais<br />
automatiza<strong>dos</strong> com coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> em tempo real, <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> com este<br />
objetivo. Trata-se <strong>de</strong> sonda ecobatímetro monofeixe <strong>de</strong> alta resolução, operando<br />
na freqüência 200 KHz. O posicionamento da embarcação <strong>de</strong>ve ser feito através<br />
<strong>de</strong> RTK (GPS L1/CA/L2), com precisão submétrica. Outras informações <strong>de</strong><br />
correção necessárias para a fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser fornecidas<br />
pelos seguintes equipamentos: medidor <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> som e compensador <strong>de</strong><br />
movimento.<br />
A integração <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> do RTK com o ecobatímetro, bem como os da<strong>dos</strong> da<br />
navegação e posterior processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, será realizada através do<br />
emprego do software específico para este fim. As profundida<strong>de</strong>s obtidas <strong>de</strong>verão<br />
passar por tratamento <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> fluxos e refluxos das marés, ao nível <strong>de</strong><br />
referência adotada pela Marinha do Brasil <strong>–</strong> DHN.<br />
Visando ainda avaliar a qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> do levantamento, no início e fim <strong>de</strong><br />
cada dia <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong>ver ser realizada uma aferição <strong>dos</strong> equipamentos,<br />
com base nos protocolos técnicos existentes, que serão documenta<strong>dos</strong> para<br />
futuras conferências.<br />
17.4.3.3. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
Os da<strong>dos</strong> gera<strong>dos</strong> pelo sistema permitirão aferir, com gran<strong>de</strong> grau <strong>de</strong> precisão,<br />
as configurações do leito marinho pré e pós-dragagem, fornecendo elementos<br />
para a verificação da eficiência do processo operacional, que condiciona as<br />
receitas da obra. Entretanto, também dará subsídios para a avaliação <strong>dos</strong><br />
volumes que efetivamente tenham sido removi<strong>dos</strong>, assim como as novas<br />
configurações do leito, o que po<strong>de</strong>rá importar em mudanças no comportamento<br />
hidrodinâmico <strong>de</strong>ntro do CEP.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 158 -
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17.4.4. Recursos necessários<br />
17.4.4.1. Materiais/equipamentos<br />
Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />
Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos amostrais, e dotada <strong>de</strong><br />
to<strong>dos</strong> os apetrechos para a operação e <strong>de</strong> salvatagem;<br />
Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />
<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />
Equipamentos: sonda ecobatímetro monofeixe <strong>de</strong> alta resolução, freqüência<br />
200 KHz, equipamento <strong>de</strong> posicionamento RTK (GPS L1/CA/L2), com<br />
precisão submétrica, medidor <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> som e compensador <strong>de</strong><br />
movimento;<br />
Compensador <strong>de</strong> ondas, Velocímetro Digibar Pro e software HYPACK MAX;<br />
Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />
To<strong>dos</strong> os equipamentos digitais e/ou <strong>de</strong> precisão analítica <strong>de</strong>verão dispor <strong>dos</strong><br />
respectivos lau<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração, sempre que cabível.<br />
17.4.4.2. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />
monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />
análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />
manipulação e interpretação <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>sta natureza.<br />
To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />
ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
17.4.5. Cronograma<br />
O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />
programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />
<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />
por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />
justificado.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 159 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
17.5. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos<br />
e <strong>dos</strong> Parâmetros Oceanográficos<br />
17.5.1. Introdução<br />
Dentro <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong>sta magnitu<strong>de</strong>, que envolve um<br />
importante recurso ambiental como o Complexo Hídrico <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, avaliar o<br />
alcance da pluma <strong>de</strong> sedimentos produzida, e as condicionantes físicas que<br />
influenciam nesta dispersão, representa um <strong>dos</strong> elementos mais importantes<br />
para a compreensão <strong>dos</strong> fenômenos naturais que ditam as regras daquela<br />
região. É neste sentido que o presente Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da<br />
Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos e <strong>dos</strong> Parâmetros Oceanográficos é proposto.<br />
17.5.2. Objetivos<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste Subprograma é avaliar, a partir <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> reais, as principais<br />
condicionantes ambientais que <strong>de</strong>terminam os comportamentos hidrodinâmicos<br />
no âmbito do CEP. Na mesma medida, <strong>de</strong>verá estipular os limites e a magnitu<strong>de</strong><br />
que po<strong>de</strong>m ser atingi<strong>dos</strong> pelas plumas <strong>de</strong> sedimento formadas a partir das obras<br />
<strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção do sistema hidroviário da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />
17.5.3. Aspectos metodológicos<br />
17.5.3.1. Planejamento<br />
Este programa <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>senvolvido juntamente com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dragagem e <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>dos</strong> sedimentos. Consistirá no monitoramento (i) <strong>dos</strong><br />
parâmetros físicos nas áreas sob impacto da pluma <strong>de</strong> sedimentos <strong>de</strong>corrente da<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dragagem, e (ii) do seu comportamento, tanto nas áreas dragadas<br />
quanto nas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo. Este monitoramento, além <strong>de</strong> oferecer informações<br />
para fiscalização das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem, irá fornecer da<strong>dos</strong> para calibração<br />
<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los numéricos em licenciamentos ambientais futuros, permitindo com<br />
isso apurar a acurácia <strong>de</strong>stes mo<strong>de</strong>la<strong>dos</strong>.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 160 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
Desta forma, o planejamento <strong>de</strong>ste subprograma <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar as<br />
programações da dragagem, alinhando as ações e levantamentos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
primários e secundários ao processo em questão.<br />
Preliminarmente, sugere-se que o Programa tenha início antes do início das<br />
obras <strong>de</strong> dragagem, permanecendo por até um mês após o seu término. A<br />
freqüência amostral <strong>de</strong>verá ser quinzenal em condições astronômicas <strong>de</strong> sizígia e<br />
quadratura, e com esforços amostrais contínuos <strong>de</strong> 24 horas, objetivando coletar<br />
da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> dois ciclos <strong>de</strong> maré consecutivos.<br />
17.5.3.2. Coleta e manipulação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />
Para a realização <strong>de</strong>ste monitoramento são recomenda<strong>dos</strong> os procedimentos<br />
metodológicos que seguem:<br />
1. Medição da concentração <strong>dos</strong> sedimentos em suspensão nas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />
e seus entornos, durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo;<br />
2. Medição das correntes, marés e ondas em uma área próxima à área <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spejo com a utilização <strong>de</strong> um perfilador acústico (ADCP);<br />
3. Medição <strong>de</strong> ventos durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem e <strong>de</strong>spejo;<br />
4. Medição das concentrações <strong>dos</strong> sedimentos em suspensão mediante a<br />
utilização <strong>de</strong> um turbidímetro; e,<br />
5. Medições em tempo real, na região estuarina, <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z, se<br />
possível em vários pontos, <strong>de</strong>ntro e fora das áreas <strong>de</strong> propagação da pluma.<br />
17.5.3.3. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
As medições <strong>de</strong> correntes, marés, ondas e ventos irão fornecer informações<br />
sobre as forçantes físicas que carregam o material em suspensão na forma <strong>de</strong><br />
pluma durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem e <strong>de</strong>spejo. Estes da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>vem<br />
permitir um refinamento <strong>dos</strong> elementos utiliza<strong>dos</strong> para a construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />
computacionais, já que a introdução <strong>de</strong> parâmetros reais ten<strong>de</strong> a permitir uma<br />
maior acurácia das simulações computacionais.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 161 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
No caso específico da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição, as medições <strong>de</strong> sedimentos em<br />
suspensão possibilitarão uma estimativa direta da porcentagem <strong>dos</strong> sedimentos<br />
draga<strong>dos</strong> que é disponibilizada para coluna d’água, e como estes sedimentos se<br />
espalham após o <strong>de</strong>spejo, permitindo assim uma aferição do mo<strong>de</strong>lo numérico <strong>de</strong><br />
dispersão <strong>de</strong> plumas <strong>de</strong>senvolvido.<br />
Por outro lado, as medições mensais das concentrações <strong>de</strong> sedimentos em<br />
suspensão possibilitarão uma melhor compreensão da evolução sazonal (mensal)<br />
das concentrações <strong>de</strong> sedimentos em suspensão e ainda, inferir a sua correlação<br />
com a dinâmica das comunida<strong>de</strong>s planctônicas, corroborando com as conclusões<br />
esperadas do item 17.1.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong><br />
Planctônica <strong>–</strong> escala espacial ampla <strong>–</strong> freqüência amostral reduzida.<br />
17.5.4. Recursos necessários<br />
17.5.4.1. Materiais/equipamentos<br />
Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />
Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos amostrais, e dotada <strong>de</strong><br />
to<strong>dos</strong> os apetrechos para a operação e <strong>de</strong> salvatagem;<br />
Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />
<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />
Equipamentos: perfilador acústico; marégrafos e correntógrafos;<br />
Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />
To<strong>dos</strong> os equipamentos digitais e/ou <strong>de</strong> precisão analítica <strong>de</strong>verão dispor <strong>dos</strong><br />
respectivos lau<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração, sempre que cabível.<br />
17.5.4.2. Equipe técnica<br />
Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />
monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />
análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />
manipulação e interpretação <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>sta natureza.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 162 -
<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />
To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />
ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />
17.5.5. Cronograma<br />
O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />
programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />
<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />
por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />
justificado.<br />
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Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 163 -