16.08.2013 Views

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA - Ibama

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA - Ibama

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA - Ibama

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong> <strong>–</strong> <strong>APPA</strong><br />

PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL <strong>–</strong> PCA<br />

DO PORTO DE ANTONINA<br />

Outubro <strong>de</strong> 2010


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1<br />

2. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL <strong>–</strong> PGA .............................................. 3<br />

2.1. Objetivo ........................................................................................ 3<br />

2.2. Principais ações .............................................................................. 3<br />

2.3. Aspectos metodológicos e recursos .................................................... 4<br />

2.4. Cronograma ................................................................................... 6<br />

3. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA E DETERMINAÇÃO<br />

DE BIOINDICADORES ............................................................................... 7<br />

3.1. Objetivos ....................................................................................... 7<br />

3.2. Principais ações .............................................................................. 7<br />

3.3. Subprogramas ................................................................................ 8<br />

3.4. Recursos necessários ...................................................................... 38<br />

3.5. Equipe técnica ............................................................................... 38<br />

3.6. Cronograma .................................................................................. 38<br />

4. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS ........................39<br />

4.1. Objetivo ....................................................................................... 39<br />

4.2. Principais Ações ............................................................................. 40<br />

4.3. Metodologia .................................................................................. 40<br />

4.4. Equipe técnica ............................................................................... 46<br />

4.5. Cronograma .................................................................................. 46<br />

5. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS <strong>–</strong> PGRS ..............47<br />

5.1. Introdução .................................................................................... 47<br />

5.2. Objetivos ...................................................................................... 47<br />

5.3. Principais ações ............................................................................. 48<br />

5.4. Metodologia .................................................................................. 49<br />

5.5. Equipe técnica ............................................................................... 51<br />

5.6. Cronograma .................................................................................. 52<br />

6. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EFLUENTES .....................................53<br />

6.1. Introdução .................................................................................... 53<br />

6.2. Objetivos ...................................................................................... 53<br />

6.3. Principais ações ............................................................................. 54<br />

6.4. Metodologia .................................................................................. 54<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - i -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6.5. Recursos necessários ...................................................................... 58<br />

6.6. Cronograma .................................................................................. 59<br />

7. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS ..............60<br />

7.1. Introdução .................................................................................... 60<br />

7.2. Objetivo ....................................................................................... 60<br />

7.3. Principais ações ............................................................................. 60<br />

7.4. Aspectos metodológicos .................................................................. 61<br />

7.5. Recursos necessários ...................................................................... 68<br />

7.6. Cronograma .................................................................................. 69<br />

8. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA EMISSÃO DE RUÍDOS .......................70<br />

8.1. Introdução .................................................................................... 70<br />

8.2. Objetivos ...................................................................................... 71<br />

8.3. Principais ações ............................................................................. 71<br />

8.4. Metodologia .................................................................................. 71<br />

8.5. Recursos necessários ...................................................................... 75<br />

8.6. Cronograma .................................................................................. 76<br />

9. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS ..................77<br />

9.1. Introdução .................................................................................... 77<br />

9.2. Objetivos ...................................................................................... 78<br />

9.3. Metodologia e principais ações ......................................................... 78<br />

9.4. Cronograma .................................................................................. 85<br />

10. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS SEDIMENTOS .......86<br />

10.1. Introdução .................................................................................. 86<br />

10.2. Objetivos .................................................................................... 86<br />

10.3. Aspectos metodológicos ................................................................ 87<br />

10.4. Recursos necessários .................................................................... 91<br />

10.5. Cronograma ................................................................................ 92<br />

11. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA ÁGUA DE LASTRO DOS NAVIOS ........93<br />

11.1. Introdução .................................................................................. 93<br />

11.2. Objetivo ..................................................................................... 95<br />

11.3. Metodologia ................................................................................ 95<br />

11.4. Cronograma ................................................................................ 96<br />

12. PROGRAMA DE AUDITORIA AMBIENTAL ................................................97<br />

12.1. Introdução .................................................................................. 97<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - ii -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

12.2. Objetivos .................................................................................... 97<br />

12.3. Principais ações ........................................................................... 97<br />

12.4. Aspectos metodológicos ................................................................ 97<br />

12.5. Equipe técnica ............................................................................. 98<br />

12.6. Cronograma ................................................................................ 98<br />

13. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ................................................99<br />

13.1. Introdução .................................................................................. 99<br />

13.2. Objetivos .................................................................................... 99<br />

13.3. Principais ações ......................................................................... 100<br />

13.4. Aspectos metodológicos .............................................................. 100<br />

13.5. Recursos necessários .................................................................. 102<br />

13.6. Cronograma .............................................................................. 102<br />

14. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................... 103<br />

14.1. Introdução ................................................................................ 103<br />

14.2. Objetivos .................................................................................. 103<br />

14.3. Principais ações ......................................................................... 103<br />

14.4. Aspectos metodológicos .............................................................. 105<br />

14.5. Recursos necessários .................................................................. 106<br />

14.6. Cronograma .............................................................................. 106<br />

15. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROLIFERAÇÃO DE VETORES ................... 107<br />

15.1. Pombos (Columba livia)............................................................... 107<br />

15.2. Ratazana (Rattus norvegicus), rato <strong>de</strong> telhado (Rattus rattus) e<br />

camundongos (Mus musculus) ....................................................... 111<br />

16. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ATIVIDADE PESQUEIRA ................ 120<br />

16.1. Introdução ................................................................................ 120<br />

16.2. Objetivos .................................................................................. 121<br />

16.3. Aspectos metodológicos .............................................................. 122<br />

16.4. Equipe técnica ........................................................................... 142<br />

16.5. Cronograma .............................................................................. 142<br />

17. PROGRAMAS COMPLEMENTARES DE MONITORAMENTO DURANTE AS<br />

OBRAS DE DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO ................................................. 143<br />

17.1. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática Durante as Obras <strong>de</strong><br />

Dragagem .................................................................................. 143<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - iii -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.2. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas Durante as<br />

Obras <strong>de</strong> Dragagem ..................................................................... 148<br />

17.3. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> Ambiental <strong>dos</strong> Sedimentos<br />

Durante as Obras <strong>de</strong> Dragagem ..................................................... 151<br />

17.4. Programa <strong>de</strong> Monitoramento do Volume Dragado ............................ 157<br />

17.5. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos e<br />

<strong>dos</strong> Parâmetros Oceanográficos ...................................................... 160<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - iv -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1. Ciclo do PDCA a ser adota para a operacionalização do Programa <strong>de</strong><br />

Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA. .......................................................................... 4<br />

Figura 2. Estrutura organizacional do PGA. .................................................. 5<br />

Figura 3. Figura <strong>de</strong> localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> plâncton (fito, zoo e<br />

ictio). ................................................................................................... 10<br />

Figura 4. Re<strong>de</strong> cônica com malha <strong>de</strong> 20 µm, que <strong>de</strong>verá ser utilizada para<br />

amostragem qualitativa <strong>de</strong> fitoplâncton. ..................................................... 12<br />

Figura 5. Garrafa amostradora do tipo van Dorn (A); procedimento <strong>de</strong> coleta<br />

<strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> água a partir do emprego <strong>de</strong> garrafa amostradora (B). ............. 12<br />

Figura 6. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton com malha <strong>de</strong> 220 m <strong>de</strong> abertura. ...................... 14<br />

Figura 7. Fluxômetro mecânico instalado no centro da boca da re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

plâncton. ............................................................................................... 14<br />

Figura 8. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo inconsolidado... 20<br />

Figura 9. Amostrador do tipo van Veen, com área amostras <strong>de</strong> 0,022 m². ....... 21<br />

Figura 10. Acondicionamento <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> sedimento para avaliação<br />

bêntica <strong>de</strong> fundo inconsolidado. ................................................................ 21<br />

Figura 11. Malha amostral para o diagnóstico da bentofauna <strong>de</strong> fundo<br />

consolidado. .......................................................................................... 26<br />

Figura 12. Metodologia da amostragem <strong>de</strong> bentofauna <strong>de</strong> fundo consolidado,<br />

em um costão rochoso. ........................................................................... 27<br />

Figura 13. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> ictio e carcinofauna. ............... 30<br />

Figura 14. Tipo <strong>de</strong> embarcação pesqueira utilizada para a amostragem <strong>de</strong><br />

ictio e carcinofauna. ................................................................................ 32<br />

Figura 15. Binóculos reticulado 7X50 (A), e Rangefin<strong>de</strong>r a laser (B). ............... 36<br />

Figura 16. Terminal portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Na área hachurada, o pátio<br />

utilizado, no passado, para <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> carvão. ........................................... 39<br />

Figura 17. Detalhe <strong>dos</strong> resíduos <strong>de</strong> carvão no pátio do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. ....... 40<br />

Figura 18. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação Preliminar. .................................. 41<br />

Figura 19. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Confirmatória. ......................... 42<br />

Figura 20. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Detalhada. .............................. 43<br />

Figura 21. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Risco. ..................................... 44<br />

Figura 22. Fluxograma <strong>de</strong> gerenciamento <strong>dos</strong> resíduos. ................................ 48<br />

Figura 23. Treinamento básico para os envolvi<strong>dos</strong> com o manuseio <strong>de</strong><br />

resíduos. ............................................................................................... 50<br />

Figura 24. Escala <strong>de</strong> Ringelmann (Fonte: CETESB, 2004). ............................. 65<br />

Figura 25. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ar para avaliação da<br />

sua qualida<strong>de</strong>. ....................................................................................... 66<br />

Figura 26. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong> na área do<br />

Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. .............................................................. 73<br />

Figura 27. Malha <strong>de</strong> amostragem para a qualida<strong>de</strong> das águas do Complexo<br />

Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> <strong>–</strong> CEP. ................................................................. 80<br />

Figura 28. Garrafas amostradoras do tipo van Dorn utilizadas nas<br />

amostragens <strong>de</strong> água. ............................................................................. 81<br />

Figura 29. Registro da coleta das amostras <strong>de</strong> água com a utilização <strong>de</strong><br />

garrafa amostradora tipo van Dorn. ........................................................... 82<br />

Figura 30. Utilização da sonda multiparâmetro para avaliação <strong>de</strong> parâmetros<br />

in situ. .................................................................................................. 83<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - v -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 31. Amostrador do tipo van Veen utilizado na coleta <strong>de</strong> sedimento<br />

superficial. ............................................................................................ 89<br />

Figura 32. Imagem <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> sedimento acondicionada logo após a<br />

coleta. .................................................................................................. 89<br />

Figura 33. Etapas do manejo integrado <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> roedores. .................. 113<br />

Figura 34. Tipos <strong>de</strong> armadilhas: ratoeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (1), Chauvancy (2),<br />

Shermann (3) e quebra-costas (4). ......................................................... 116<br />

Figura 35. Gaiola para captura <strong>de</strong> roedores. .............................................. 116<br />

Figura 36. Caixa comedouro para colocação <strong>de</strong> raticida. .............................. 118<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - vi -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1. Etapas do PDCA relacionadas com as ações do PGA. ........................ 4<br />

Tabela 2. Descrição e localização geográfica <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong><br />

plâncton. ................................................................................................ 9<br />

Tabela 3. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong><br />

fundo inconsolidado. ............................................................................... 19<br />

Tabela 4. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong><br />

fundo consolidado. .................................................................................. 27<br />

Tabela 5. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ictiofauna e<br />

carcinofauna. ......................................................................................... 31<br />

Tabela 6. Código das cores para os diferentes tipos <strong>de</strong> resíduos segundo a<br />

Resolução CONAMA Nº 275/2001. ............................................................. 50<br />

Tabela 7. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem para avaliação<br />

da qualida<strong>de</strong> do ar, utilizadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong><br />

RCA. ..................................................................................................... 67<br />

Tabela 8. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> medição <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong><br />

pressão sonora, utilizadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. ...... 72<br />

Tabela 9. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> água e<br />

profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta a serem realizadas por estação (lacunas hachuradas<br />

em azul). .............................................................................................. 79<br />

Tabela 10. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong><br />

sedimentos. ........................................................................................... 87<br />

Tabela 11. Sugestões <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> resposta entre a população <strong>de</strong><br />

entorno, órgãos públicos e colaboradores com o empreen<strong>de</strong>dor. .................. 101<br />

Tabela 12. Formas <strong>de</strong> uso e aplicação <strong>dos</strong> raticidas. ................................... 116<br />

Tabela 13. Relação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s ligadas à pesca artesanal nos municípios<br />

do litoral paranaense. ............................................................................ 121<br />

Tabela 14. Número mínimo <strong>de</strong> amostras para a caracterização <strong>de</strong><br />

sedimentos. ......................................................................................... 152<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - vii -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Para organizar e facilitar o cumprimento e o acompanhamento das medidas<br />

preventivas e mitigadoras propostas no Relatório <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> RCA<br />

do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, e em atenção às orientações constantes do Termo <strong>de</strong><br />

Referência emanado <strong>de</strong>ste IBAMA, a proponente elaborou um conjunto <strong>de</strong><br />

Programas Ambientais e Planos <strong>de</strong> Monitoramento que objetivam prevenir ou<br />

mitigar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos causa<strong>dos</strong><br />

pela operação do empreendimento. Estes Programas são, portanto, apresenta<strong>dos</strong><br />

e sistematiza<strong>dos</strong> no presente Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA.<br />

Cumpre ainda <strong>de</strong>stacar, em relação aos apontamentos do Termo <strong>de</strong> Referência<br />

fornecido pelo IBAMA, que o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Riscos <strong>–</strong> PGR, ao<br />

qual foram subordina<strong>dos</strong> (i) o Estudo <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Riscos, (ii) o Manual <strong>de</strong><br />

Procedimentos Internos para Gerenciamento <strong>dos</strong> Riscos, (iii) o Plano <strong>de</strong> Ação <strong>de</strong><br />

Emergência e (iv) o Plano <strong>de</strong> Emergência Individual <strong>–</strong> PEI, já se encontram sob<br />

análise <strong>de</strong>ste órgão. Assim sendo, buscando dar celerida<strong>de</strong> à avaliação do<br />

processo, tais instrumentos não integram o presente Plano <strong>de</strong> Controle<br />

Ambiental <strong>–</strong> PCA.<br />

Os programas gerais contempla<strong>dos</strong> no PCA se divi<strong>de</strong>m em três estruturas<br />

centrais paralelas, mas complementares:<br />

Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental;<br />

Programas <strong>de</strong> Prevenção e Mitigação:<br />

o Programa <strong>de</strong> Recuperação <strong>de</strong> Passivos Ambientais;<br />

o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sóli<strong>dos</strong> <strong>–</strong> PGRS;<br />

o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Efluentes;<br />

o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento das Emissões Atmosféricas;<br />

o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento das Emissões <strong>de</strong> Ruí<strong>dos</strong>;<br />

o Programa <strong>de</strong> Gerenciamento da Água <strong>de</strong> Lastro <strong>dos</strong> Navios;<br />

o Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental;<br />

o Programa <strong>de</strong> Comunicação Social;<br />

o Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental;<br />

o Programa <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Proliferação <strong>de</strong> Vetores;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 1 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Programas <strong>de</strong> Monitoramento e Acompanhamento:<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas;<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> Sedimentos;<br />

Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica;<br />

Subprogramas <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong> Fundo<br />

Inconsolidado e <strong>de</strong> Fundo Consolidado;<br />

Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Ictiofauna e da Carcinofauna;<br />

Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Cetáceos e Quelônios; e,<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Ativida<strong>de</strong> Pesqueira.<br />

Além <strong>de</strong>stes, em face das particularida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> processos <strong>de</strong> dragagem, que<br />

apesar <strong>de</strong> temporários, promovem alterações em compartimentos ambientais<br />

expressivos, o presente PCA estabeleceu um conjunto <strong>de</strong> Programas que serão<br />

implementa<strong>dos</strong> em paralelo com estas obras. Em síntese, têm por base alguns<br />

<strong>dos</strong> programas <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> anteriormente, mas buscam, a<br />

partir do ajuste da escala temporal ou espacial, analisar particularmente as<br />

conseqüências das obras <strong>de</strong> dragagem para o meio ambiente. São eles:<br />

Programas Complementares <strong>de</strong> Monitoramento Durante as Obras <strong>de</strong><br />

Dragagem <strong>de</strong> Manutenção:<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática Durante as Obras <strong>de</strong><br />

Dragagem, dividido em:<br />

Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong> escala<br />

espacial reduzida <strong>–</strong> freqüência amostral ampliada;<br />

Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong> avaliação<br />

in loco das interferências da pluma <strong>de</strong> sedimentos;<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento das Águas Durante a Dragagem;<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> Ambiental <strong>dos</strong> Sedimentos<br />

Durante as Obras <strong>de</strong> Dragagem;<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento do Volume Dragado; e,<br />

o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos e <strong>dos</strong><br />

Parâmetros Oceanográficos.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 2 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

2. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL <strong>–</strong> PGA<br />

O Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA compreen<strong>de</strong> o sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />

central, responsável pelo acompanhamento e gestão <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os programas<br />

integrantes do Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA do Complexo Portuário <strong>de</strong><br />

<strong>Antonina</strong>. Seu papel é articular os responsáveis e as ativida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais<br />

programas aqui <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong>, sendo constituído por um conjunto <strong>de</strong> medidas<br />

gerenciais que visam garantir, melhorar ou ampliar o <strong>de</strong>sempenho ambiental do<br />

empreendimento, <strong>de</strong>vendo ser implementado ao longo <strong>de</strong> todo o seu ciclo <strong>de</strong><br />

vida.<br />

2.1. Objetivo<br />

O objetivo geral do PGA é prover mecanismos eficientes para garantir a execução<br />

e o controle das ações e ativida<strong>de</strong>s contempladas nos <strong>de</strong>mais programas, <strong>de</strong><br />

forma coor<strong>de</strong>nada, visando à a<strong>de</strong>quada condução ambiental do empreendimento,<br />

no que se refere aos procedimentos e requisitos legais e técnicos. Tais medidas<br />

objetivam alcançar a prevenção e mitigação <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os impactos ambientais<br />

potencialmente <strong>de</strong>correntes das ativida<strong>de</strong>s do terminal portuário.<br />

2.2. Principais ações<br />

As principais ações inerentes ao PGA são:<br />

Desdobrar os programas ambientais propostos em planos <strong>de</strong> ação;<br />

I<strong>de</strong>ntificar os requisitos legais e as normas técnicas relaciona<strong>dos</strong> às ações <strong>de</strong><br />

cada programa;<br />

Estimar prazos, custos e <strong>de</strong>finir responsabilida<strong>de</strong>s;<br />

Obter aprovação das ações e autorização da autorida<strong>de</strong> competente para<br />

aprovisionar recursos para implantação <strong>dos</strong> programas;<br />

Acompanhar o andamento <strong>dos</strong> programas e manter sistema <strong>de</strong> registro para<br />

eventuais alterações e revisões nos programas; e,<br />

Incluir novos programas e propor o <strong>de</strong>sdobramento <strong>dos</strong> existentes quando<br />

necessário.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 3 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

2.3. Aspectos metodológicos e recursos<br />

O método <strong>de</strong> gerenciamento <strong>dos</strong> programas ambientais segue a seqüência do<br />

ciclo PDCA, que é constituído pelas etapas <strong>de</strong> planejamento (P - Plan), Execução<br />

(D - Do), Verificação (C - Check) e Ação Corretiva (A - Act), conforme<br />

apresentado pela Figura 1.<br />

Figura 1. Ciclo do PDCA a ser adota para a operacionalização do Programa <strong>de</strong><br />

Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA.<br />

Relacionando as ações que farão parte do método proposto para implantação do<br />

Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA com as etapas do ciclo do PDCA, tem-se:<br />

Tabela 1. Etapas do PDCA relacionadas com as ações do PGA.<br />

Etapas Ações<br />

Definição <strong>de</strong> objetivos, metas e indicadores;<br />

Levantamento <strong>de</strong> requisitos legais, normas técnicas e outros requisitos;<br />

P Definição <strong>de</strong> competências e responsabilida<strong>de</strong>s;<br />

Levantamento <strong>de</strong> recursos humanos e materiais;<br />

Definição <strong>de</strong> prazos e custos;<br />

Elaboração <strong>de</strong> procedimentos operacionais;<br />

D<br />

Implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> treinamento;<br />

Realização <strong>de</strong> Auditorias;<br />

C I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s;<br />

Definição <strong>de</strong> ações-corretivas e preventivas.<br />

Acompanhamento da eficácia <strong>dos</strong> programas através da análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

A<br />

da auditoria, <strong>dos</strong> indicadores e planos <strong>de</strong> ação.<br />

__________________________________________________


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Com relação à estrutura organizacional, propõe-se que o Programa <strong>de</strong> Gestão<br />

Ambiental seja gerenciado pelo Núcleo Permanente <strong>de</strong> Gestão Ambiental da<br />

<strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong> <strong>–</strong> <strong>APPA</strong>, vinculado à Diretoria<br />

Técnica, e integrado por gestores e coor<strong>de</strong>nadores <strong>dos</strong> programas ambientais<br />

que serão responsáveis pela sua implantação e supervisão (Figura 2).<br />

Figura 2. Estrutura organizacional do PGA.<br />

Esses gestores e coor<strong>de</strong>nadores terão equipes compostas por profissionais com<br />

especialida<strong>de</strong>s variadas, <strong>de</strong> forma a garantir a implementação <strong>dos</strong> programas<br />

ambientais, subordinadas a eles conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada programa.<br />

Esse método inclui a elaboração <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação nos quais seja possível<br />

visualizar o previsto e o realizado. Além disso, recomenda-se o estabelecimento<br />

<strong>de</strong> reuniões periódicas, visando o cumprimento para acompanhamento <strong>dos</strong><br />

cronogramas, garantindo que eventuais atrasos sejam analisa<strong>dos</strong> e ações<br />

corretivas sejam tomadas em tempo hábil.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 5 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

2.4. Cronograma<br />

Programas/<br />

Ações <strong>de</strong> Implantação<br />

Definição <strong>de</strong> objetivos<br />

Levantamento <strong>de</strong> requisitos legais e <strong>de</strong> normas<br />

Definição <strong>de</strong> metas e indicadores<br />

Definição <strong>de</strong> competências e responsabilida<strong>de</strong>s<br />

Levantamento <strong>de</strong> recursos humanos e materiais<br />

Definição <strong>de</strong> prazos e custos<br />

Elaboração <strong>de</strong> procedimentos operacionais<br />

Alinhamento das ações com o Programa <strong>de</strong><br />

Auditoria Ambiental<br />

Implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> treinamento<br />

Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> alcança<strong>dos</strong><br />

Revisão <strong>de</strong> objetivos, requisitos, metas e<br />

indicadores<br />

Revisão <strong>de</strong> competências e procedimentos<br />

Preparação para novo ciclo (Planejamento)<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 6 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA E<br />

DETERMINAÇÃO DE BIOINDICADORES<br />

3.1. Objetivos<br />

O principal objetivo <strong>de</strong>ste Programa será monitorar o impacto das ativida<strong>de</strong>s<br />

operacionais e a eventual ocorrência <strong>de</strong> contaminações, sobre a estrutura biótica<br />

inserida na coleção hídrica da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e do ambiente costeiro<br />

adjacente. Desta forma, será possível, caso i<strong>de</strong>ntificadas eventuais alterações<br />

ambientais na biota em termos <strong>de</strong> estrutura, adotar medidas que possam<br />

eliminar ou mitigar eventuais impactos negativos no meio biótico <strong>de</strong>correntes<br />

das ativida<strong>de</strong>s operacionais do Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />

3.2. Principais ações<br />

Este Programa será baseado em um plano amostral que incluirá todas as áreas<br />

potencialmente afetadas pela ativida<strong>de</strong> portuária no ambiente hídrico, permitindo<br />

a coleta <strong>de</strong> amostras representativas <strong>dos</strong> diferentes constituintes <strong>dos</strong> grupos<br />

planctônicos, bentônicos, ictiofaunais, carcinofaunais, <strong>de</strong> cetáceos e <strong>de</strong><br />

quelônios, cada qual contemplado em um subprograma.<br />

Todas as informações produzidas serão analisadas conforme metodologia<br />

consagrada na literatura, cujos resulta<strong>dos</strong> serão estatisticamente trata<strong>dos</strong> para<br />

obtenção <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e abundância. Os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> formarão<br />

a série histórica <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, que permitirá uma análise evolutiva <strong>de</strong> cada grupo ao<br />

longo do tempo. Especial atenção será dada à <strong>de</strong>terminação, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada<br />

grupo, das espécies que porventura <strong>de</strong>monstrem ser <strong>de</strong> significativo valor para<br />

utilização como bioindicadoras da qualida<strong>de</strong> ambiental.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 7 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3. Subprogramas<br />

3.3.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica<br />

3.3.1.1. Introdução<br />

O plâncton é constituído por organismos vegetais (fitoplâncton) e por animais<br />

unicelulares e metazoários (zooplâncton) que formam a base da ca<strong>de</strong>ia<br />

alimentar. Este subprograma <strong>de</strong>stina-se a monitorar a estrutura populacional do<br />

plâncton potencialmente afetada pelas ativida<strong>de</strong>s operacionais do Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, através <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, riqueza específica e<br />

abundância, em pontos pre<strong>de</strong>fini<strong>dos</strong>. A partir da correlação com outros<br />

parâmetros ambientais, também será possível avaliar possíveis contaminações<br />

do ambiente marinho e estuarino, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> oscilações inesperadas na<br />

estrutura planctônica.<br />

A implantação <strong>de</strong>sse subprograma justifica-se pelo fato <strong>de</strong> que as operações<br />

portuárias po<strong>de</strong>m afetar a estrutura do plâncton em função da movimentação e<br />

<strong>dos</strong> riscos eventuais <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos com significativo potencial.<br />

Também se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os eventuais impactos provoca<strong>dos</strong> pelas <strong>de</strong>scargas<br />

provenientes da zona urbana <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Eventuais contaminações po<strong>de</strong>m<br />

afetar o crescimento individual e, consequentemente, a população <strong>dos</strong> principais<br />

organismos planctônicos, consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como bioindicadores. Como são<br />

diretamente afeta<strong>dos</strong> pelas condições físico-químicas do meio aquático e<br />

requerem condições específicas <strong>de</strong> luz, salinida<strong>de</strong>, temperatura e nutrientes, o<br />

subprograma <strong>de</strong>verá monitorar variações na assembléia planctônica, buscando<br />

correlacionar com as possíveis causas.<br />

3.3.1.2. Aspectos metodológicos e recursos<br />

A metodologia amostral da comunida<strong>de</strong> planctônica é composta por três etapas.<br />

A primeira consiste na <strong>de</strong>finição do plano <strong>de</strong> amostragem, que <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir a<br />

distribuição <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> coleta (malha amostral) ao longo do canal <strong>de</strong><br />

navegação, das bacias <strong>de</strong> evolução e <strong>dos</strong> berços <strong>de</strong> atracação do Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, bem como na área <strong>de</strong> entorno sob influência da ocupação<br />

urbana <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. O plano amostral do plâncton prevê 23 pontos, conforme<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 8 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

apresentado na Figura 3. A localização em coor<strong>de</strong>nadas das estações amostrais<br />

encontra-se <strong>de</strong>talhado na Tabela 2. Estas estações foram <strong>de</strong>finidas no plano<br />

amostral do diagnóstico <strong>de</strong>senvolvido para o Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong><br />

Ambiental <strong>–</strong> RCA, preservando a i<strong>de</strong>ntificação para facilitar as futuras análises<br />

comparativas da série histórica, que terá como background, os da<strong>dos</strong> do<br />

diagnóstico. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral, alinhando aos<br />

perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />

Tabela 2. Descrição e localização geográfica <strong>dos</strong> pontos<br />

amostrais <strong>de</strong> plâncton.<br />

Estação<br />

Amostral<br />

Localização (UTM) 1<br />

N E<br />

#001 787466 7170621<br />

#002 787729 7158025<br />

#004 773537 7163886<br />

#011 768066 7169437<br />

#017 765194 7172601<br />

#021 762433 7171917<br />

#023 762770 7175119<br />

#032 757150 7177768<br />

#035 755443 7173240<br />

#038 753620 7177815<br />

#039 752948 7177710<br />

#040 752592 7176911<br />

#043 751632 7175914<br />

#052 750195 7177130<br />

#062 748623 7177438<br />

#076 745691 7175791<br />

#078 745217 7177875<br />

#086 741608 7180754<br />

#088 740828 7178920<br />

#096 736981 7180128<br />

#107 734070 7178425<br />

#108 734019 7182370<br />

#116 732461 7184272<br />

Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />

Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />

Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />

IBAMA.<br />

1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 9 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 3. Figura <strong>de</strong> localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> plâncton (fito, zoo e ictio).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 10 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

A segunda etapa <strong>de</strong>ve tratar da coleta da amostra: para cada tipo <strong>de</strong> organismo<br />

que compõem o plâncton <strong>de</strong>ve ser utilizado um método a<strong>de</strong>quado. A terceira<br />

etapa consiste no armazenamento e conservação das amostras, assegurando<br />

que os organismos que a constituem sejam preserva<strong>dos</strong> para a posterior análise.<br />

Quanto à metodologia analítica, <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os diferentes taxa analisa<strong>dos</strong>,<br />

estabelecendo para cada grupo os melhores procedimentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />

3.3.1.2.1. Fitoplâncton<br />

O fitoplâncton é <strong>de</strong>nominado como sendo a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos que<br />

estão adapta<strong>dos</strong> à suspensão na água, sujeitos ao movimento passivo<br />

estabelecido pelo vento e pelas correntes (REYNOLDS, 1998). A utilização do<br />

fitoplâncton como indicador <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que estes<br />

organismos respon<strong>de</strong>m à amplitu<strong>de</strong> e freqüência das variações físicas e químicas<br />

que agem sobre o meio (DESCY, 1993), sendo amplamente utiliza<strong>dos</strong> no<br />

monitoramento ambiental em ecossistemas lóticos (PRIGYEL et al., 1999).<br />

Em ambientes estuarinos os nutrientes aporta<strong>dos</strong> pelos recursos hídricos e a<br />

rápida troca entre as águas <strong>de</strong> superfície e sedimentos contribuem para uma<br />

produtivida<strong>de</strong> biológica extremamente alta (RICKLEFS, 2001), on<strong>de</strong> um <strong>dos</strong><br />

principais elos da ca<strong>de</strong>ia alimentar é o fitoplâncton. A comunida<strong>de</strong> fitoplanctônica<br />

é composta por organismos procariontes e eucariontes fotoautótrofos portadores<br />

<strong>de</strong> clorofila, que liberam oxigênio e consomem o gás carbônico. Estes organismos<br />

constituem-se na base da ca<strong>de</strong>ia trófica propiciando a manutenção da vida<br />

aquática. Assim, mudanças na comunida<strong>de</strong> fitoplanctônica po<strong>de</strong>m ocasionar<br />

modificações nos <strong>de</strong>mais níveis tróficos. A utilização <strong>de</strong> espécies ou grupos <strong>de</strong><br />

espécies como bioindicadoras <strong>de</strong> impactos antropogênicos vem crescendo<br />

mundialmente (BRANDINI et al., 1997), aspecto este que vem fundamentando a<br />

elaboração <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> monitoramento.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 11 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.1.2.1.1. Método amostral<br />

A amostragem <strong>de</strong>verá possibilitar a análise quali-quantitativa das comunida<strong>de</strong>s<br />

fitoplanctônicas. As amostras qualitativas serão realizadas através <strong>de</strong> arrastos<br />

horizontais subsuperficiais com duração mínima <strong>de</strong> 2 minutos, mantendo a re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro da zona fótica, em cada estação amostral, sendo utilizada uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

plâncton cônica com malha <strong>de</strong> 20 m e 0,30 m <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca (Figura 4).<br />

O conteúdo retido na re<strong>de</strong> será então armazenado em frascos <strong>de</strong> polietileno<br />

âmbar e fixado com solução formol 4%.<br />

Figura 4. Re<strong>de</strong> cônica com malha <strong>de</strong> 20 µm, que <strong>de</strong>verá ser utilizada para<br />

amostragem qualitativa <strong>de</strong> fitoplâncton.<br />

Já as amostras para a análise quantitativa do fitoplâncton serão coletadas com o<br />

auxílio <strong>de</strong> garrafa amostradora do tipo van Dorn (Figura 5), sendo as amostras<br />

obtidas em subsuperfície (aproximadamente 0,3 m) e acondicionadas em frascos<br />

<strong>de</strong> vidro âmbar <strong>de</strong> 1.000 mL, i<strong>de</strong>ntificadas e fixadas com solução Lugol.<br />

Figura 5. Garrafa amostradora do tipo van Dorn (A); procedimento <strong>de</strong> coleta<br />

<strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> água a partir do emprego <strong>de</strong> garrafa amostradora (B).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 12 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.1.2.1.2. Método analítico<br />

A amostra qualitativa será utilizada para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> taxa, para cuja<br />

i<strong>de</strong>ntificação serão utilizadas, preferencialmente, as seguintes bibliografias: Cupp<br />

(1943); Ricard (1987); Komarek & Fott (1983), entre outros. A classificação<br />

utilizada seguirá Hoek (1995) e a análise quantitativa será realizada em câmara<br />

<strong>de</strong> Sedgewick-Rafter (WOELKERLING et al., 1976), em 300 aumentos em<br />

microscópio Olympus, com contraste <strong>de</strong> fase.<br />

Para a análise da estrutura da comunida<strong>de</strong>, será calculada a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (cél./L) e<br />

a riqueza específica (número <strong>de</strong> taxa encontra<strong>dos</strong> em cada amostra).<br />

3.3.1.2.2. Zooplâncton<br />

O estudo do zooplâncton compreen<strong>de</strong> a análise da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> herbívoros e<br />

carnívoros, fundamentais na ca<strong>de</strong>ia trófica pelágica, que realizam a ligação entre<br />

os produtores primários (fitoplâncton) e os elos superiores da ca<strong>de</strong>ia trófica,<br />

atuando, ao mesmo tempo, como uma fonte <strong>de</strong> matéria e energia para a<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fundo (bentos) (PARSONS et al., 1984).<br />

Dentro <strong>de</strong>sta área da biologia aquática estão também inseridas muitas larvas <strong>de</strong><br />

importantes recursos pesqueiros explora<strong>dos</strong> pelo homem, po<strong>de</strong>ndo ser citadas as<br />

larvas <strong>de</strong> diversos crustáceos (como, por exemplo, o camarão e caranguejos),<br />

além <strong>de</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> muitas espécies <strong>de</strong> peixes (ictioplâncton).<br />

Segundo Omori & Ikeda (1984) e Boltovskoy (1981), o zooplâncton representa<br />

um <strong>dos</strong> grupos <strong>de</strong> organismos mais utiliza<strong>dos</strong> como indicadores biológicos <strong>de</strong>vido<br />

ao seu ciclo <strong>de</strong> vida curto, alta sensibilida<strong>de</strong> e abundância nos ecossistemas<br />

aquáticos. Desta forma, o conhecimento <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> fundamental<br />

importância para estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> impacto ambiental <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong><br />

empreendimento na zona costeira.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 13 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.1.2.2.1. Método amostral<br />

As estações amostrais serão as mesmas já apresentadas na Tabela 2. As<br />

amostras <strong>de</strong> zooplâncton serão obtidas mediante a realização <strong>de</strong> arrastos<br />

oblíquos na coluna da água, a partir <strong>de</strong> uma embarcação navegando em<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 nós, durante um tempo mínimo <strong>de</strong> dois minutos, utilizando-se<br />

uma re<strong>de</strong> tipo WP-2 cilindro-cônica <strong>de</strong> 220 µm <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> malha, 30 cm <strong>de</strong><br />

diâmetro <strong>de</strong> boca e equipada com fluxômetro (Figura 6 e Figura 7). As amostras<br />

assim obtidas serão imediatamente fixadas em solução <strong>de</strong> formal<strong>de</strong>ído a 4%<br />

neutralizado, para posterior análise em laboratório.<br />

Figura 6. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton com malha <strong>de</strong><br />

220 m <strong>de</strong> abertura.<br />

3.3.1.2.2.2. Método analítico<br />

Figura 7. Fluxômetro mecânico instalado no<br />

centro da boca da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton.<br />

Em laboratório, as amostras do zooplâncton <strong>de</strong>verão ser analisadas em câmaras<br />

do tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico, após o fracionamento da<br />

amostra total em alíquotas que variaram <strong>de</strong> 5 a 10% do total (BOLTOVSKOY,<br />

1981). A classificação ao menor nível taxonômico será auxiliada<br />

preferencialmente pelo uso das referências <strong>de</strong> El Moor-Loureiro (1997), Infante<br />

(1988), Montú & Gloe<strong>de</strong>n (1986), Boltovskoy (1981) e Reid (1985).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 14 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s das espécies ocorrentes serão calcula<strong>dos</strong> pelo volume <strong>de</strong><br />

água filtrada pela re<strong>de</strong>, assim como também será obtido o índice <strong>de</strong> riqueza <strong>de</strong><br />

Margalef segundo Omori & Ikeda (1984):<br />

on<strong>de</strong>:<br />

RM: Riqueza <strong>de</strong> Margalef;<br />

RM<br />

S: Número <strong>de</strong> categorias taxonômicas; e<br />

n: Densida<strong>de</strong> total.<br />

3.3.1.3. Ictioplâncton<br />

S 1<br />

<br />

LN ( n)<br />

Através <strong>de</strong> alterações na composição faunística, que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>tectadas a<br />

partir <strong>de</strong> levantamentos periódicos e sistemáticos, é possível i<strong>de</strong>ntificar se o<br />

ecossistema apresenta modificações em função <strong>de</strong> impactos ambientais,<br />

principalmente no que diz respeito aos estágios iniciais do ciclo <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong><br />

peixes (ovos e larvas). Neste sentido, as estratégias <strong>de</strong> estudo da comunida<strong>de</strong><br />

ictioplanctônica nos estuários <strong>de</strong>vem comportar, numa primeira fase, o<br />

levantamento quali-quantitativo das famílias e espécies e, numa segunda fase,<br />

abordar a compreensão <strong>de</strong> suas relações ecológicas (BARNES, 1980; YÁNEZ-<br />

ARANCIBÍA et al., 1983).<br />

Segundo Pianka (1983), a comunida<strong>de</strong> biológica <strong>de</strong> todo e qualquer ecossistema<br />

po<strong>de</strong> ser caracterizada por suas relações tróficas, ou seja, o entendimento das<br />

relações entre as espécies presentes, associado aos fatores ambientais<br />

<strong>de</strong>terminantes, po<strong>de</strong> elucidar não apenas a estrutura, mas o funcionamento<br />

natural <strong>de</strong> um ecossistema.<br />

Neste contexto, o entendimento <strong>dos</strong> níveis tróficos iniciais é <strong>de</strong> fundamental<br />

importância para se <strong>de</strong>terminar a velocida<strong>de</strong> e os caminhos pelos quais a energia<br />

e a matéria circulam para estruturarem o ecossistema. Segundo Parsons et al.<br />

(1984), a comunida<strong>de</strong> planctônica representa relevante importância como elo <strong>de</strong><br />

ligação entre produtores primários (fitoplâncton) e organismos consumidores<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 15 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

superiores, tais como o zooplâncton, a ictiofauna e a comunida<strong>de</strong> bentônica,<br />

estruturando uma ca<strong>de</strong>ia alimentar sustentável.<br />

A base da ca<strong>de</strong>ia alimentar sustenta os níveis seguintes, sendo constituída<br />

basicamente por bacterioplâncton, fitoplâncton e zooplâncton, sendo que este<br />

último grupo po<strong>de</strong> ser classificado em dois grupos principais: o holoplâncton, que<br />

passa todo o ciclo <strong>de</strong> vida no plâncton, e o meroplâncton, tais como estágios<br />

embrionários e larvais <strong>de</strong> crustáceos e peixes, os quais passam apenas os<br />

estágios iniciais <strong>de</strong> seus ciclos <strong>de</strong> vida na fase planctônica.<br />

Com isso, torna-se fundamental estudar as fases iniciais do ciclo <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong><br />

peixes (ictioplâncton) nos ecossistemas aquáticos, para buscar um entendimento<br />

das estratégias reprodutivas e ontogenéticas das espécies ícticas com<br />

importância ecológica ou econômica, como recursos pesqueiros para as pescarias<br />

artesanal e industrial.<br />

3.3.1.3.1.1. Método amostral<br />

Para as análises do ictioplâncton as amostras colhidas na Tabela 2 apresentada<br />

anteriormente, serão coletadas através <strong>de</strong> arrastos oblíquos na coluna <strong>de</strong> água<br />

com duração mínima <strong>de</strong> dois minutos. Para isso, será utilizada re<strong>de</strong> tipo WP-2<br />

(cilindro-cônica), com 30 cm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca e malha <strong>de</strong> 220 m, equipada<br />

com fluxômetro para medir o volume <strong>de</strong> água filtrado (Figura 6 e Figura 7).<br />

As amostras <strong>de</strong>stinadas à análise <strong>dos</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão fixadas em<br />

solução <strong>de</strong> formol em água do mar a 4%, imediatamente após o arrasto, sendo<br />

acondicionadas em garrafas <strong>de</strong> polietileno com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um litro.<br />

3.3.1.3.1.2. Método analítico<br />

Em laboratório, cada amostra <strong>de</strong>verá ser processada em sua totalida<strong>de</strong>,<br />

separando-se os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes presentes, com auxílio <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong><br />

Bogorov, e também, <strong>de</strong> microscópio estereoscópico binocular. A i<strong>de</strong>ntificação<br />

taxonômica <strong>de</strong>verá ser realizada ao nível <strong>de</strong> família, ou ao menor táxon possível,<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 16 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

através <strong>de</strong> referências bibliográficas especializadas (FAHAY, 1983; LEIS &<br />

RENNIS, 1983; LEIS & TRNSKI, 1989; MOSER, 1996). Quando a i<strong>de</strong>ntificação<br />

taxonômica não for positiva, os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão categoriza<strong>dos</strong><br />

como “não i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>” (NI). As <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s do ictioplâncton serão expressas<br />

em número <strong>de</strong> ovos e <strong>de</strong> larvas por litro (n°/L). As análises <strong>de</strong>ste grupo<br />

envolverão os percentuais <strong>de</strong> ocorrência e os índices ecológicos <strong>de</strong> riqueza,<br />

diversida<strong>de</strong> e equitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> larvas, propostos por Omori & Ikeda (1984):<br />

Índice <strong>de</strong> Riqueza <strong>de</strong> Margalef:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

RM: Riqueza <strong>de</strong> Margalef;<br />

RM<br />

S 1<br />

<br />

LN(<br />

n)<br />

S: número <strong>de</strong> categorias taxonômicas (famílias);<br />

n: <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> total.<br />

Índice <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Shannon e Weaver:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

H’: Índice <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong>;<br />

H '<br />

<br />

s<br />

<br />

i1<br />

P<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 17 -<br />

i<br />

Ln<br />

Pi: proporção do número <strong>de</strong> indivíduos da família i (ni/N);<br />

S: número <strong>de</strong> famílias.<br />

Índice <strong>de</strong> Equitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pielou:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

J’: Índice <strong>de</strong> Equitabilida<strong>de</strong>;<br />

H’: Índice <strong>de</strong> Diversida<strong>de</strong>;<br />

S: número <strong>de</strong> famílias.<br />

J'<br />

H'<br />

LnS<br />

P<br />

i


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.2. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong><br />

Fundo Inconsolidado<br />

Organismos bentônicos têm sido utiliza<strong>dos</strong> como indicadores biológicos <strong>de</strong><br />

perturbações ambientais por apresentarem respostas variadas ao estresse<br />

ambiental, classificando-se em espécies tolerantes, indicadoras da qualida<strong>de</strong> do<br />

ambiente pela sua presença <strong>–</strong> ou por sua ausência <strong>–</strong> em ambientes perturba<strong>dos</strong><br />

(LANA, 1995 apud PCA <strong>APPA</strong>, 2006).<br />

Dentre os diversos componentes biológicos utiliza<strong>dos</strong> em programas ou estu<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> impactos ambientais, <strong>de</strong>staca-se a macrofauna bêntica. Este grupo, composto<br />

pelos animais com tamanho superior a 0,5 mm que se caracterizam por uma<br />

mobilida<strong>de</strong> relativamente pequena, possui uma estreita relação com o sedimento<br />

marinho, vivendo toda ou a maior parte <strong>de</strong> suas vidas junto <strong>de</strong>le (HOLME &<br />

McINTYRE, 1984). Estas características <strong>–</strong> baixa mobilida<strong>de</strong> e ciclo <strong>de</strong> vida em<br />

estreita associação ao fundo <strong>–</strong> <strong>de</strong>terminam que estes organismos sejam<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como bons indicadores biológicos das condições e características do<br />

ambiente (CLARKE & WARWICK, 1994).<br />

Diferentemente <strong>de</strong> outros compartimentos da fauna marinha ou estuarina, como<br />

o plâncton, as características da fauna nos sedimentos refletem tanto condições<br />

passadas como presentes. Deste modo, a análise da fauna bêntica é <strong>de</strong><br />

fundamental importância para monitorar os efeitos <strong>de</strong> interferências<br />

antropogênicas ao longo do tempo.<br />

3.3.2.1. Aspectos metodológicos e recursos<br />

A metodologia <strong>de</strong> monitoramento da comunida<strong>de</strong> bentônica será composta pelo<br />

método amostral e analítico. A fase amostral inclui as etapas <strong>de</strong> planejamento,<br />

<strong>de</strong> coleta da amostra e <strong>de</strong> armazenamento e conservação. A primeira etapa<br />

consiste na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> amostragem que <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>finir o número<br />

<strong>de</strong> amostras em cada estação amostral e a sua distribuição ao longo do sistema<br />

hidroviário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, bem como na área <strong>de</strong> entorno sob influência<br />

da ocupação urbana das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e <strong>Paranaguá</strong>, além <strong>de</strong> prever os<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 18 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

recursos humanos, materiais e financeiros necessários. A segunda trata-se da<br />

coleta da amostra, on<strong>de</strong> para cada tipo <strong>de</strong> organismo que compõem a<br />

comunida<strong>de</strong> bentônica <strong>de</strong>verá ser utilizado um método a<strong>de</strong>quado apresentado a<br />

seguir. Quanto ao método analítico, esse <strong>de</strong>screverá os procedimentos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />

3.3.2.1.1. Método amostral<br />

Para o monitoramento da macrofauna bentônica <strong>de</strong> fundo inconsolidado, serão<br />

utilizadas as 23 estações amostrais (Figura 8) que foram <strong>de</strong>terminadas durante a<br />

elaboração do diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. A<br />

localização das estações amostrais é apresentada na Tabela 3. A freqüência<br />

amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral, alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />

Tabela 3. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />

amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo inconsolidado.<br />

Estação<br />

Localização (UTM)<br />

Amostral<br />

1<br />

N E<br />

#001 787466 7170621<br />

#002 787729 7158025<br />

#004 773537 7163886<br />

#011 768066 7169437<br />

#017 765194 7172601<br />

#021 762433 7171917<br />

#023 762770 7175119<br />

#032 757150 7177768<br />

#035 755443 7173240<br />

#038 753620 7177815<br />

#040 752592 7176911<br />

#043 751632 7175914<br />

#052 750195 7177130<br />

#062 748623 7177438<br />

#076 745691 7175791<br />

#078 745217 7177875<br />

#086 741608 7180754<br />

#088 740828 7178920<br />

#096 736981 7180128<br />

#107 734070 7178425<br />

#108 734019 7182370<br />

#116 732461 7184272<br />

1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 19 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 8. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo inconsolidado.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 20 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Deverão ser obtidas triplicatas <strong>de</strong> cada amostra, utilizando para a coleta uma<br />

draga busca fundo do tipo van Veen com área amostral 0,022 m² (Figura 9 e<br />

Figura 10). As amostras obtidas em cada ponto <strong>de</strong> coleta serão acondicionadas<br />

em sacos plásticos i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> como o nome da estação amostral e a seqüência<br />

<strong>de</strong> duas letras “A”, “B” e “C”, formando assim a amostra em triplicata.<br />

Figura 9. Amostrador do tipo van Veen, com área<br />

amostras <strong>de</strong> 0,022 m².<br />

Figura 10. Acondicionamento <strong>de</strong> amostra <strong>de</strong> sedimento<br />

para avaliação bêntica <strong>de</strong> fundo inconsolidado.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 21 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

As amostras serão fixadas com solução formalina 10% e, posteriormente,<br />

lavadas em jogo <strong>de</strong> peneiras com malha <strong>de</strong> 1 mm e 0,5 mm. O material retido<br />

nas peneiras será acondicionado em frascos plásticos, etiqueta<strong>dos</strong> e conserva<strong>dos</strong><br />

em álcool 70%. Sob microscópio estereoscópico, a fauna será então separada<br />

<strong>dos</strong> <strong>de</strong>tritos, i<strong>de</strong>ntificada no menor nível taxonômico possível e quantificada.<br />

Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />

Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />

Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />

IBAMA.<br />

3.3.2.1.2. Método analítico<br />

A significância da diferença no número <strong>dos</strong> taxa e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da macrofauna<br />

bentônica (converti<strong>dos</strong> para m²) será avaliada através <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong><br />

variância (ANOVA). Os méto<strong>dos</strong> multivaria<strong>dos</strong> são caracteriza<strong>dos</strong> pelo fato <strong>de</strong><br />

permitirem comparações entre amostras com base na composição <strong>de</strong> espécies, e<br />

uma gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> abundância comparável. Serão construídas matrizes <strong>de</strong><br />

similarida<strong>de</strong> utilizando-se o índice <strong>de</strong> Bray-Curtis e as amostras or<strong>de</strong>nadas<br />

através <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> (“Multidimensional Scaling Ordination”, Clarke<br />

& Warwick, 1994). A representação das associações bênticas pela análise será<br />

seguida pela discriminação <strong>dos</strong> pontos através da análise não-paramétrica<br />

ANOSIM (Análise <strong>de</strong> Similarida<strong>de</strong>, CLARKE & WARWICK, 1994). Tanto para as<br />

análises <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação como para a análise <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> para analisar e testar<br />

as diferenças na estrutura bêntica entre as estações monitoradas.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 22 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.3. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong><br />

Fundo Consolidado<br />

Os costões rochosos e outros habitats consolida<strong>dos</strong>, naturais ou artificiais, são<br />

importantes do ponto <strong>de</strong> vista ecológico e socioeconômico porque concentram<br />

alta diversida<strong>de</strong> específica e biomassa <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> interesse humano. Além<br />

disso, são freqüentemente usa<strong>dos</strong> para fins <strong>de</strong> lazer e têm alto valor paisagístico<br />

(SEMA, 2006).<br />

Consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> ambientes <strong>de</strong> transição, os costões rochosos são, <strong>de</strong>ntre os<br />

ecossistemas presentes na região entre-marés e habitats da zona costeira, um<br />

<strong>dos</strong> mais importantes por conter uma alta riqueza <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância ecológica e econômica. Po<strong>de</strong>m ser ainda encontra<strong>dos</strong> associa<strong>dos</strong> a<br />

estuários, baías, ou diretamente expostos na linha da costa, sendo consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong><br />

no Brasil como <strong>de</strong> preservação permanente, incluído em diversos dispositivos<br />

constitucionais (COUTINHO, 1995; SANTOS, 2004).<br />

O compartimento biológico bentônico tem sido consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong><br />

para avaliações <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong>vido a várias características, tais como: a<br />

existência <strong>de</strong> espécies indicadoras <strong>de</strong> ambientes impacta<strong>dos</strong>; a predominância <strong>de</strong><br />

organismos se<strong>de</strong>ntários ou <strong>de</strong> pouca mobilida<strong>de</strong>; e os ciclos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> curta<br />

duração. O se<strong>de</strong>ntarismo exige uma adaptação das espécies às condições locais,<br />

já que elas não po<strong>de</strong>m fugir, em caso <strong>de</strong> impactos, e também não são facilmente<br />

transportadas pelas correntes (COUTINHO, 1995).<br />

Apesar da fauna bêntica <strong>de</strong> fun<strong>dos</strong> inconsolida<strong>dos</strong> da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> ser bem<br />

conhecida quanto à composição específica e flutuação espaço-temporal na escala<br />

anual, produção secundária e associações, há uma enorme carência <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong>scritivas e <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> qualitativos e quantitativos sobre os aspectos<br />

funcionais das comunida<strong>de</strong>s epibênticas <strong>de</strong> substratos consolida<strong>dos</strong> naturais<br />

(rochas e cascalhos) e artificiais (píeres, colunas submersas ou fun<strong>de</strong>ios) (LANA,<br />

1996; SILVA, 2001, SEMMA, 2006).<br />

O primeiro levantamento qualitativo da bentofauna <strong>de</strong> ilhas costeiras do Estado<br />

do Paraná foi <strong>de</strong>senvolvido por Borzone et al. (1994), concentrando-se sobretudo<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 23 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

nos elementos mais conspícuos das comunida<strong>de</strong>s do infralitoral raso. Silva<br />

(2001) fez estu<strong>dos</strong> abrangentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e composição <strong>de</strong><br />

comunida<strong>de</strong>s bênticas em substratos naturais e artificiais e suas relações com os<br />

fatores hidrográficos sazonais. Santos (2004) avaliou o bentos em locais<br />

expostos e abriga<strong>dos</strong> na Ilha da Galheta e Aranha (2206) <strong>de</strong>screveu técnicas <strong>de</strong><br />

amostragem para a comunida<strong>de</strong> bêntica do entremarés na Ponta <strong>de</strong> Brejatuba<br />

(Guaratuba).<br />

Descrições específicas para substratos consolida<strong>dos</strong> no setor estuarino foram<br />

elaboradas por Kremer & Rocha (2004), Haddad et al. (2006), Neves (2006),<br />

Neves et al. (2006) com novos registros para espécies marinhas introduzidas ou<br />

criptogênicas em substratos incrustantes em trechos próximos à maior influência<br />

marinha.<br />

Diante <strong>de</strong>ste panorama fica aqui registrado que os ambientes <strong>de</strong> substratos<br />

consolida<strong>dos</strong> influencia<strong>dos</strong> pela drenagem continental da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong><br />

ainda carecem <strong>de</strong> informação científica. Diagnosticar sua estrutura e<br />

funcionamento é aspecto pertinente na análise <strong>de</strong>sse ecossistema bem como<br />

para todo o bioma estuarino. As informações geradas neste subprograma visam<br />

contribuir para uma melhor avaliação das comunida<strong>de</strong>s bênticas do Complexo<br />

Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> frente aos empreendimentos portuários na região,<br />

buscando correlacionar eventuais variações temporais a eventos naturais ou <strong>de</strong><br />

origem antrópica.<br />

3.3.3.1. Aspectos metodológicos e recursos<br />

A metodologia <strong>de</strong> monitoramento da comunida<strong>de</strong> bentônica <strong>de</strong> fun<strong>dos</strong><br />

consolida<strong>dos</strong> será composta pelo método amostral e analítico. A fase amostral<br />

inclui a etapa <strong>de</strong> planejamento, <strong>de</strong> coleta da amostra e <strong>de</strong> armazenamento e<br />

conservação. Quanto ao método analítico, esse <strong>de</strong>screverá os procedimentos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 24 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.3.1.1. Método amostral<br />

A malha amostral para o diagnóstico da bentofauna <strong>de</strong> fundo consolidado será<br />

composta pelas mesmas cinco estações <strong>de</strong> coleta empregadas no diagnóstico do<br />

Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, e localizadas em diferentes trechos<br />

da área <strong>de</strong> estudo: Ponta <strong>de</strong> Encantadas, Ilha das Cobras, Ponta da Cruz, Ilha<br />

Gererês e Ponta da Pita (Figura 11). A localização geográfica <strong>de</strong>stas estações é<br />

apresentada na Tabela 4. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral,<br />

alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />

Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />

Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />

Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />

IBAMA.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 25 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 11. Malha amostral para o diagnóstico da bentofauna <strong>de</strong> fundo consolidado.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 26 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Tabela 4. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />

amostragem <strong>de</strong> bentos <strong>de</strong> fundo consolidado.<br />

Estação Amostral<br />

Localização (UTM)<br />

N E<br />

Ponta <strong>de</strong> Encantadas 769715 7168580<br />

Ilha das Cobras 758136 7178704<br />

Ponta da Cruz 752380 7177315<br />

Ilhas Gererês 743125 7179660<br />

Ponta da Pita 732926 7183137<br />

As amostras serão obtidas no mediolitoral, subdividido verticalmente em três<br />

níveis: supralitoral, mesolitoral e infralitoral. Em cada nível será disposto,<br />

aleatoriamente, um quadrat <strong>de</strong> 25 cm <strong>de</strong> lado (625 cm 2 <strong>de</strong> área amostral) <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>dos</strong> quais os organismos serão raspa<strong>dos</strong> com o auxílio <strong>de</strong> uma espátula (Figura<br />

12). O material oriundo <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> amostral será acondicionado em sacos<br />

plásticos individuais, etiqueta<strong>dos</strong>, lacra<strong>dos</strong> e manti<strong>dos</strong> congela<strong>dos</strong> em freezer.<br />

3.3.3.1.2. Método analítico<br />

Figura 12. Metodologia da amostragem <strong>de</strong> bentofauna<br />

<strong>de</strong> fundo consolidado, em um costão rochoso.<br />

As amostras serão processadas em laboratório. Para tanto, serão <strong>de</strong>scongeladas,<br />

separadas do sedimento quando presente, fixadas em solução <strong>de</strong> formalina a<br />

10% por 48h e conservadas em álcool 70%. Posteriormente o material biológico<br />

será triado e i<strong>de</strong>ntificado até menor nível taxonômico possível.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 27 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.4. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Ictiofauna e da Carcinofauna<br />

A ictiofauna brasileira está dividida em seis grupos principais: (1) Characiformes<br />

(e.g. lambaris, doura<strong>dos</strong> e curimbatás); (2) Siluriformes (e.g. peixes <strong>de</strong> couro e<br />

cascu<strong>dos</strong>); (3) Gymnotiformes (e.g. tuviras e sarapós); (4) Cichlidae (e.g. acarás<br />

e tucunarés); (5) Cyprinodontiformes (e.g. barrigudinhos e guarus) e<br />

(6) invasores marinhos (grupo que reúne as raias, pescadas e lingua<strong>dos</strong>)<br />

(BIZERRIL & PRIMO, 2001).<br />

A importância <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> sobre ictiofauna em ambientes passíveis <strong>de</strong> serem<br />

altera<strong>dos</strong> não se restringe apenas ao caráter ecológico, em termos <strong>de</strong><br />

biodiversida<strong>de</strong>, que este grupo <strong>de</strong>nota, mas também, ao fato <strong>de</strong> estarem<br />

diretamente associa<strong>dos</strong> a questões socioeconômicas ligadas à pesca, tanto <strong>de</strong><br />

subsistência como comercial. Estes estu<strong>dos</strong> procuram enten<strong>de</strong>r a complexida<strong>de</strong><br />

hierárquica entre os fatores ambientais e bióticos que perfazem o sucesso das<br />

populações <strong>de</strong> peixes. Um <strong>dos</strong> primeiros passos ao se estudar qualquer<br />

comunida<strong>de</strong> é i<strong>de</strong>ntificar os organismos nela presentes, sua distribuição e<br />

abundância relativa (AMARAL & PETRERE JR., 2003).<br />

Os ecossistemas estuarinos ten<strong>de</strong>m a refletir diretamente as alterações nas<br />

condições ambientais, mudanças estas que são sentidas pelos organismos, os<br />

quais po<strong>de</strong>m apresentar respostas que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> adaptações sutis até efeitos<br />

drásticos, como morte ou abandono das áreas afetadas. Áreas costeiras com<br />

associações <strong>de</strong> estuários e manguezais ou marismas são conhecidas pela gran<strong>de</strong><br />

riqueza <strong>de</strong> espécies, sendo a ictiofauna uma importante parcela da<br />

biodiversida<strong>de</strong> observada nesses ambientes. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssa diversida<strong>de</strong> é<br />

referente às espécies marinhas <strong>de</strong> peixes que entram nos estuários em perío<strong>dos</strong><br />

reprodutivos e, <strong>de</strong>ssa forma, utilizam este ambiente como viveiro para os<br />

estágios larvais e juvenis <strong>de</strong>sses organismos (CHAO et al., 1982).<br />

Ao longo <strong>dos</strong> últimos anos foi corroborado o conceito <strong>de</strong> que os estuários<br />

constituem habitats essenciais para inúmeras espécies <strong>de</strong> peixes comercialmente<br />

importantes (WEINSTEIN, 1988). Muitas das etapas reprodutivas, incluindo<br />

dispersão <strong>de</strong> ovos e larvas, distribuição <strong>de</strong> juvenis e migrações (pouco<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 28 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

compreendidas), estão sincronizadas com o funcionamento <strong>dos</strong> ambientes<br />

estuarinos (ROBINS, 1971; BOCHLERT & MUNDY, 1988; SHAW et al., 1988).<br />

Estima-se que 70% das espécies relacionadas à pesca costeira comercial ou<br />

recreativa é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>dos</strong> ecossistemas estuarinos em alguma etapa <strong>de</strong> seu<br />

ciclo <strong>de</strong> vida. Evi<strong>de</strong>ncia-se, <strong>de</strong>ssa forma, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação <strong>dos</strong><br />

ambientes <strong>de</strong> manguezal nos estuários para a manutenção <strong>dos</strong> benefícios<br />

gera<strong>dos</strong> pela pesca artesanal e industrial (DIEGUES, 2002), além <strong>de</strong> sua<br />

importância em nível <strong>de</strong> equilíbrio <strong>dos</strong> ecossistemas associa<strong>dos</strong>.<br />

3.3.4.1. Aspectos metodológicos e recursos<br />

A metodologia <strong>de</strong> monitoramento da ictiofauna e carcinofauna será composta<br />

pelo método amostral e analítico. O método amostral inclui a etapa <strong>de</strong><br />

planejamento, <strong>de</strong> coleta da amostra e <strong>de</strong> armazenamento e conservação. A<br />

primeira etapa consiste na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> amostragem que <strong>de</strong>verá<br />

<strong>de</strong>finir o número <strong>de</strong> amostras em cada estação amostral e a sua distribuição ao<br />

longo do sistema hidroviário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, bem como na área <strong>de</strong><br />

entorno sob influência da ocupação urbana <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e <strong>Paranaguá</strong>. Além <strong>de</strong><br />

prever os recursos humanos, materiais e financeiros necessários. A segunda<br />

trata-se da coleta da amostra, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser utilizado um método a<strong>de</strong>quado<br />

para a ictiofauna e carcinofauna, conforme apresentado a seguir.<br />

Quanto ao método analítico, este <strong>de</strong>screve os procedimentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

taxonômica, classificação e a estrutura da comunida<strong>de</strong> amostrada.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 29 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 13. Localização <strong>dos</strong> pontos amostrais <strong>de</strong> ictio e carcinofauna.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 30 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.4.1.1. Método amostral<br />

Para o monitoramento da ictiofauna e da carcinofauna serão coletadas amostras<br />

em nove pontos, apresenta<strong>dos</strong> na Figura 13. A localização <strong>de</strong>stes pontos é a<br />

mesma do diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA,<br />

apresentada na Tabela 5. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste grupo será trimestral,<br />

alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />

Tabela 5. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />

amostragem <strong>de</strong> ictiofauna e carcinofauna.<br />

Localização (UTM)<br />

Estação Amostral<br />

1<br />

N E<br />

#001 787466 7170621<br />

#002 787729 7158025<br />

#004 773537 7163886<br />

#017 765194 7172601<br />

#021 762433 7171917<br />

#023 762770 7175119<br />

#032 757150 7177768<br />

#035 755443 7173240<br />

#052 750195 7177130<br />

#078 745217 7177875<br />

#096 736981 7180128<br />

#108 734019 7182370<br />

Todas as amostragens serão precedidas <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para<br />

Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação<br />

Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do<br />

IBAMA.<br />

As amostragens da ictiofauna e carcinofauna <strong>de</strong>verão ser executadas com a<br />

utilização <strong>de</strong> uma embarcação motorizada, tipo baleeira, como a apresentada na<br />

Figura 14. A embarcação irá operar com arrasto em dois tangones com portas <strong>de</strong><br />

25 kg para camarão, caracterizando assim amostras em duplicatas.<br />

1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 31 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 14. Tipo <strong>de</strong> embarcação pesqueira utilizada para<br />

a amostragem <strong>de</strong> ictio e carcinofauna.<br />

Serão empregadas re<strong>de</strong>s com malha entre nós opostos <strong>de</strong> 50 mm no corpo e<br />

30 mm no ensacador, com um comprimento <strong>de</strong> 14 metros e com abertura <strong>de</strong><br />

boca <strong>de</strong> 5 metros. O esforço amostral empregado será <strong>de</strong> 10 minutos com<br />

velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 2 nós, contemplando ambas as re<strong>de</strong>s simultaneamente.<br />

3.3.4.1.2. Método analítico<br />

As amostras obtidas serão separadas e acondicionadas em sacos plásticos<br />

etiqueta<strong>dos</strong>, sendo transportadas refrigeradas para análise em laboratório, on<strong>de</strong><br />

serão congeladas em freezer. O procedimento laboratorial constitui-se na<br />

i<strong>de</strong>ntificação do material coletado com o auxílio <strong>de</strong> chaves <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

taxonômica <strong>de</strong> Figueiredo & Menezes (1978; 1980), Menezes & Figueiredo<br />

(1980; 1985), Barletta & Corrêa (1992), Nelson (1994) e Bizerril & Primo (2001).<br />

Para to<strong>dos</strong> os exemplares coleta<strong>dos</strong> será medido o comprimento total, assim<br />

como mensuradas as suas massas.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 32 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Para a análise da diversida<strong>de</strong> específica serão utiliza<strong>dos</strong> os Índices <strong>de</strong> Shannon-<br />

Wiener (H’), dado pela equação:<br />

H '<br />

<br />

S<br />

<br />

i1<br />

( pi)<br />

ln( pi)<br />

e o índice <strong>de</strong> Simpson (D), calculado pela equação:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

D <br />

S<br />

<br />

i1<br />

( pi)<br />

pi: proporção (em peso e número) <strong>de</strong> cada espécie <strong>de</strong> peixe na amostra;<br />

S: é o número total <strong>de</strong> espécies na comunida<strong>de</strong>.<br />

Para o cálculo da equitabilida<strong>de</strong> será utilizado o Índice <strong>de</strong> Pielou (J’), dado por:<br />

H '<br />

J '<br />

ln( S)<br />

A riqueza <strong>de</strong> espécies será calculada através do Índice <strong>de</strong> Margalef (LUDWING &<br />

REYNOLDS, 1988):<br />

( S 1)<br />

d <br />

ln( N)<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 33 -<br />

2


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.5. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Cetáceos e Quelônios<br />

Os cetáceos estão entre os mamíferos melhor adapta<strong>dos</strong> ao meio aquático,<br />

habitando to<strong>dos</strong> os oceanos, estuários e rios (MONTEIRO-FILHO et al., 2006). A<br />

or<strong>de</strong>m Cetácea apresenta o corpo fusiforme, sem pêlos, e a cabeça pouco<br />

diferenciada do restante do corpo. O corpo possui uma espessa camada <strong>de</strong><br />

gordura que auxilia na flutuação e na termo-regulação. Os membros anteriores<br />

são forma<strong>dos</strong> por nada<strong>de</strong>iras e, posteriormente, possuem uma cauda que se<br />

expan<strong>de</strong> lateralmente e <strong>de</strong> forma variada. Apresentam tato, visão e audição bem<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> e não possuem cordas vocais. O som que emitem é produzido pela<br />

passagem <strong>de</strong> ar sob pressão através <strong>dos</strong> divertículos nasais e da laringe. A<br />

alimentação é baseada em peixes, lulas e krill (pequenos crustáceos). A gestação<br />

varia <strong>de</strong> nove a <strong>de</strong>zesseis meses, e o período <strong>de</strong> amamentação dura cerca <strong>de</strong> um<br />

ano (MONTEIRO-FILHO et al., 2006). Possuem duas subor<strong>de</strong>ns reconhecidas,<br />

Mysticeti, representada pelas baleias <strong>de</strong> barbatana, e Odontoceti, representada<br />

pelas baleias com <strong>de</strong>ntes e golfinhos (COUTO, 1979 apud MONTEIRO-FILHO et<br />

al., 2006).<br />

Os quelônios são répteis da or<strong>de</strong>m Testudines e subor<strong>de</strong>m Cryptodira,<br />

pertencentes às famílias Dermochelyidae (Dermochelys coriacea) e Cheloniidae<br />

(Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea,<br />

Lepidochelys kempii e Natator <strong>de</strong>pressus) (MÁRQUEZ, 1990). Distribuem-se por<br />

to<strong>dos</strong> os oceanos em águas tropicais e temperadas, estando sujeitas a diversas<br />

ameaças ligadas com as dramáticas mudanças ontogênicas que sofrem em seu<br />

ciclo <strong>de</strong> vida. Seu <strong>de</strong>senvolvimento começa no ambiente terrestre, passando<br />

<strong>de</strong>pois a uma fase pelágica ou oceânica (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da espécie). Retornando<br />

posteriormente às áreas costeiras para se alimentar, ocupando assim, uma<br />

gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ecossistemas como litorais rochosos, manguezais, arrecifes<br />

<strong>de</strong> coral ou pradarias <strong>de</strong> gramas marinhas (PLOTKIN, 2003; BOLTEN, 2003). O<br />

fato <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem-se em uma ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambientes aumenta a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir com impactos antropogênicos, que po<strong>de</strong>m incluir<br />

poluição, <strong>de</strong>predação, modificação <strong>de</strong> ambientes e captura com a pesca<br />

(MARCOVALDI et al., 2006; GILMAN et al., 2007).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 34 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.3.5.1. Metodologia<br />

3.3.5.1.1. Cetáceos<br />

Para monitorar as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequenos cetáceos será utilizado o método<br />

<strong>dos</strong> transects lineares, conforme <strong>de</strong>scrito por Burnham et al. (1980) e Buckland<br />

et al. (1993). Este método emprega percursos lineares através da área a ser<br />

monitorada, registrando-se a presença <strong>de</strong> cetáceos e suas distâncias da rota da<br />

embarcação. Através da mo<strong>de</strong>lagem matemática das probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

avistamentos em diferentes distâncias é possível se estimar o tamanho da<br />

população na área, mesmo que não tenham sido avista<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os animais.<br />

Desta forma será <strong>de</strong>finido um <strong>de</strong>sign amostral em “zig-zag” com o intuito <strong>de</strong><br />

minimizar o tempo entre os transects, cruzando as áreas do Complexo Estuarino<br />

<strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, com espaçamento <strong>de</strong> aproximadamente 1.000 metros entre o<br />

ponto médio <strong>de</strong> cada transect. O trajeto percorrerá toda a área amostral,<br />

garantindo um esforço homogêneo em toda a área. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste<br />

grupo será trimestral, alinhando aos perío<strong>dos</strong> sazonais.<br />

As observações visuais serão feitas sempre por observadores, que ficarão<br />

situa<strong>dos</strong> sobre o casario da embarcação a aproximadamente cinco metros <strong>de</strong><br />

altura da linha d'água, com cada observador empregando esforço <strong>de</strong> avistamento<br />

em uma área específica (linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota, bombordo e boreste da embarcação).<br />

Cada observador realizará o monitoramento a olho nu, utilizando <strong>de</strong> binóculos<br />

reticula<strong>dos</strong> 7x50 (Figura 15A), para a contagem <strong>dos</strong> grupos e confirmação da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das espécies quando um grupo for avistado. Para registrar o ângulo<br />

do avistamento com relação à proa do barco será utilizada uma tábua <strong>de</strong> ângulos<br />

(angle board) fixa no maior eixo da embarcação. Devido ao trajeto em zig-zag,<br />

para se evitar uma recontagem <strong>dos</strong> animais, após se ter observado um grupo, o<br />

mesmo será monitorado até a embarcação se afastar e ele ser perdido <strong>de</strong> vista.<br />

Os da<strong>dos</strong> serão registra<strong>dos</strong> em planilhas padronizadas, sendo posteriormente<br />

transferi<strong>dos</strong> para uma planilha eletrônica. Sempre que um grupo <strong>de</strong> cetáceos for<br />

avistado, serão registra<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> referentes à data, hora, coor<strong>de</strong>nadas<br />

geográficas (com auxílio <strong>de</strong> GPS), espécie avistada, composição do grupo por<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 35 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

espécie, número <strong>de</strong> indivíduos no grupo, presença <strong>de</strong> filhotes, presença <strong>de</strong> aves<br />

e/ou peixes, ângulo <strong>de</strong> avistamento (obtido com o angle board, em relação à<br />

proa da embarcação) e distância radial do grupo em relação a embarcação. A<br />

distância será estimada utilizando um rangefin<strong>de</strong>r a laser (Figura 15B), em<br />

pontos próximos à embarcação. Além <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> sobre os animais avista<strong>dos</strong>,<br />

também serão registradas informações sobre as condições meteorológicas<br />

(direção e intensida<strong>de</strong> do vento, condições do mar seguindo a escala Beaufort) e<br />

reflexo na superfície, fatores que po<strong>de</strong>m alterar as condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>dos</strong><br />

animais.<br />

Deve-se ressaltar que os avistamentos fora <strong>de</strong> esforço e realizadas durante o<br />

trajeto até a área <strong>de</strong> amostragem, serão registradas e consi<strong>de</strong>radas como<br />

informações complementares.<br />

3.3.5.1.2. Quelônios<br />

Figura 15. Binóculos reticulado 7X50 (A), e Rangefin<strong>de</strong>r a laser (B).<br />

Tendo em vista que estu<strong>dos</strong> sobre comportamento são <strong>de</strong> fundamental<br />

importância para se obter informações sobre a biologia básica <strong>de</strong> quelônios<br />

aquáticos, e <strong>de</strong>vido às gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s em se observar esses répteis em seu<br />

habitat natural (CIELUSINSKY et al., 2008), a principal estratégia <strong>de</strong> trabalho<br />

para o monitoramento da ocorrência das tartarugas marinhas na região será<br />

<strong>de</strong>senvolvida com base em entrevistas realizadas com pescadores (atores mais<br />

próximos <strong>de</strong>stes animais) e moradores locais. Para tal, serão confecciona<strong>dos</strong><br />

questionários específicos, para <strong>de</strong>terminar as principais áreas <strong>de</strong> ocorrência, as<br />

espécies mais observadas, taxas <strong>de</strong> captura inci<strong>de</strong>ntal e taxas <strong>de</strong> encalhe.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 36 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

O monitoramento da linha <strong>de</strong> costa será <strong>de</strong>scartado pelas dificulda<strong>de</strong>s relatadas<br />

por Guebert et al. (2005), com relação à coleta <strong>dos</strong> animais encalha<strong>dos</strong> na praia,<br />

em função da ação das marés que os carregam <strong>de</strong> volta para o mar. Apesar<br />

disso, ao longo <strong>dos</strong> trabalhos em campo, todo animal encontrado na costa será<br />

classificado e posteriormente encaminhado para os órgãos competentes.<br />

Para to<strong>dos</strong> os encalhes serão registradas a espécie e a condição do animal<br />

analisado, segundo o código <strong>de</strong> Shaver & Teas (1999). Portanto, serão<br />

analisa<strong>dos</strong> o comprimento e largura curvilíneos da carapaça (CCC e LCC), além<br />

da presença <strong>de</strong> ferimentos, tumores (fibropapilomas) e grampos metálicos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação. Após o término do procedimento, as coor<strong>de</strong>nadas da ocorrência<br />

serão registradas com GPS. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> exemplares e a morfometria<br />

serão avaliadas <strong>de</strong> acordo com Márquez (1990), i<strong>de</strong>ntificando os indivíduos por<br />

meio da carapaça. Animais em adiantado estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição não serão<br />

classifica<strong>dos</strong>, sendo apenas feito registro da sua ocorrência.<br />

Aproveitando o esforço empregado no monitoramento <strong>de</strong> cetáceos para a região<br />

do empreendimento, realizado a partir <strong>de</strong> uma embarcação com freqüência<br />

trimestral, este programa contará com uma segunda linha <strong>de</strong> trabalho, através<br />

<strong>de</strong> um censo visual empregado com o auxílio <strong>de</strong> binóculo reticulado. Sempre que<br />

houver um avistamento, será realizada a classificação da espécie, quando<br />

possível, sendo também registra<strong>dos</strong> a hora e o dia do avistamento, número <strong>de</strong><br />

animais e posição com coor<strong>de</strong>nadas UTM. Além <strong>de</strong>sses da<strong>dos</strong>, o animal ainda<br />

será acompanhado para se observar o seu comportamento. Como não existe<br />

uma metodologia <strong>de</strong> monitoramento comportamental para quelônios, esse<br />

acompanhamento será feito como registro apenas da área que o animal está<br />

utilizando.<br />

Cabe <strong>de</strong>stacar que durante o monitoramento embarcado, será dada uma atenção<br />

especial para as áreas com bancos <strong>de</strong> gramíneas, que são o principal item<br />

alimentar das tartarugas na região. Para essas regiões, a embarcação parará os<br />

transects elabora<strong>dos</strong> para o monitoramento <strong>de</strong> cetáceos, realizando a<br />

<strong>de</strong>limitação <strong>de</strong>ssas áreas e uma varredura específica para os quelônios.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 37 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

3.4. Recursos necessários<br />

Os equipamentos e materiais a serem utiliza<strong>dos</strong> durante a coleta das amostras<br />

para o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática e seus subprogramas são:<br />

Embarcação: <strong>de</strong>verá ser disponibilizada pelo menos uma embarcação que<br />

comporte os integrantes da equipe e os materiais e equipamentos<br />

necessários para as campanhas amostrais. Além disso, a embarcação <strong>de</strong>verá<br />

ser dotada <strong>dos</strong> apetrechos mínimos para execução das amostragens como,<br />

por exemplo, os tangones, para arrasto <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s com portas;<br />

Documentação: Autorização para Captura, Coleta e Transporte <strong>de</strong> Material<br />

Biológico, emitida pela Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong><br />

Fauna e Recursos Pesqueiros, do IBAMA;<br />

Material <strong>de</strong> apoio: plano <strong>de</strong> monitoramento aprovado, mapas apropria<strong>dos</strong> da<br />

área, ficha <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, canetas e lápis e relógio;<br />

Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc;<br />

To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong> análise laboratorial <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os<br />

certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os relatórios <strong>de</strong> análise.<br />

3.5. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, o empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>verá contar com uma equipe<br />

especializada em coleta e conservação das amostras <strong>de</strong> biota aquática. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> indivíduos e a interpretação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser<br />

realizadas por profissionais habilita<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral<br />

do IBAMA. To<strong>dos</strong> os cadastros <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong>vidamente atualiza<strong>dos</strong>.<br />

3.6. Cronograma<br />

Meses<br />

Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />

Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />

do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Execução <strong>de</strong> amostragens e inspeções <strong>de</strong> campo<br />

Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />

Preparação para início <strong>de</strong> novo ciclo<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 38 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

4. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS<br />

4.1. Objetivo<br />

Esse Programa tem por objetivo recuperar áreas contaminadas e/ou <strong>de</strong>gradadas,<br />

através da adoção <strong>de</strong> medidas corretivas que possibilitem recuperá-las para um<br />

uso compatível e em observância aos instrumentos normativos estabeleci<strong>dos</strong><br />

pelos órgãos ambientais competentes.<br />

No caso específico do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, o Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental<br />

<strong>–</strong> RCA i<strong>de</strong>ntificou o potencial associado aos resíduos existentes em um antigo<br />

<strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> carvão, visto que o terminal, por muitos anos, serviu <strong>de</strong> entreposto<br />

para abastecer a indústrias, especialmente da região <strong>de</strong> Curitiba.<br />

Figura 16. Terminal portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Na área hachurada, o<br />

pátio utilizado, no passado, para <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> carvão.<br />

Apesar do longo período <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o encerramento das movimentações com carvão<br />

e do volume reduzido, não se po<strong>de</strong> ignorar o material que permaneceu na área<br />

(Figura 17). Consi<strong>de</strong>rando aquilo que preconiza o artigo 24 1 da Resolução<br />

CONAMA Nº 420/2010, o presente Programa preten<strong>de</strong> atuar na avaliação,<br />

planejamento e execução das ações <strong>de</strong> recuperação ambiental da área, com<br />

1 Art. 24. Será consi<strong>de</strong>rada Área Suspeita <strong>de</strong> Contaminação <strong>–</strong> AS, pelo órgão ambiental<br />

competente, aquela em que, após a realização <strong>de</strong> uma avaliação preliminar, forem observa<strong>dos</strong><br />

indícios da presença <strong>de</strong> contaminação ou i<strong>de</strong>ntificadas condições que possam representar perigo.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 39 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

vistas à eliminação <strong>de</strong> quaisquer contaminações do solo e <strong>dos</strong> recursos hídricos<br />

superficiais e subterrâneos na área.<br />

4.2. Principais Ações<br />

Figura 17. Detalhe <strong>dos</strong> resíduos <strong>de</strong> carvão<br />

no pátio do Porto <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />

Este Programa contempla as ações <strong>de</strong> avaliação, planejamento e execução <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> avaliação e erradicação do passivo ambiental i<strong>de</strong>ntificado na fase <strong>de</strong><br />

diagnóstico ambiental, elaborado no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA,<br />

que consubstanciou o presente PCA.<br />

4.3. Metodologia<br />

A metodologia proposta para recuperação <strong>de</strong> passivos ambientais baseia-se no<br />

método sugerido pela Resolução CONAMA Nº 420/2010, que dispõe sobre<br />

critérios e valores orientadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do solo quanto à presença <strong>de</strong><br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 40 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental <strong>de</strong><br />

áreas contaminadas por essas substâncias em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

antrópicas. Em linhas gerais, as seguintes etapas <strong>de</strong>verão ser obe<strong>de</strong>cidas no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste Programa: avaliação preliminar, investigação<br />

confirmatória, investigação <strong>de</strong>talhada, avaliação <strong>de</strong> risco, investigação para<br />

remediação, projeto <strong>de</strong> remediação e monitoramento.<br />

4.3.1. Avaliação preliminar<br />

Essa etapa tem como objetivo principal i<strong>de</strong>ntificar evidências, indícios ou fatos<br />

que permitam suspeitar da existência <strong>de</strong> contaminação na área <strong>de</strong> interesse,<br />

baseando-se no levantamento <strong>de</strong> informações disponíveis sobre o uso atual e<br />

pretérito da área. Para tanto, <strong>de</strong>ve-se levantar da<strong>dos</strong> e informações a respeito do<br />

histórico ocupacional e operacional das áreas e <strong>de</strong> suas adjacências (Figura 18).<br />

Figura 18. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação Preliminar.<br />

Para realizar essa etapa <strong>de</strong>ve-se basear na metodologia preconizada pela Norma<br />

ABNT NBR 15.515 (Passivo Ambiental em Solo e Água Subterrânea: Avaliação<br />

Preliminar) que estabelece os procedimentos mínimos que visam à i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> indícios <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> solo e água subterrânea.<br />

4.3.2. Investigação confirmatória<br />

Tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confirmar ou não a existência <strong>de</strong> áreas contaminadas. A<br />

confirmação da contaminação em uma área se dá basicamente pela tomada <strong>de</strong><br />

amostras e análises <strong>de</strong> solo e/ou <strong>de</strong> água subterrânea, em pontos<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 41 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

estrategicamente posiciona<strong>dos</strong>. Em seguida, <strong>de</strong>ve ser feita a interpretação <strong>dos</strong><br />

resulta<strong>dos</strong> das análises realizadas nas amostras coletadas, pela comparação <strong>dos</strong><br />

valores <strong>de</strong> concentração obti<strong>dos</strong> com os valores <strong>de</strong> concentração estabeleci<strong>dos</strong><br />

por critérios legais.<br />

Figura 19. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Confirmatória.<br />

Para sua consecução, <strong>de</strong>verão ser implanta<strong>dos</strong> poços <strong>de</strong> monitoramento, que<br />

permitirão coletar amostras do freático a fim <strong>de</strong> verificar a ocorrência <strong>de</strong><br />

contaminantes. Caso i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>, o contaminantes <strong>de</strong>verão ter sua origem<br />

reconhecida. Para tanto, outras incursões <strong>de</strong>verão ser executadas, com<br />

sondagens SPT e a eventual adoção <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> prospecção, visando à<br />

i<strong>de</strong>ntificação do pacote <strong>de</strong> resíduos, em escala compatível com a etapa.<br />

4.3.3. Investigação <strong>de</strong>talhada<br />

Essa etapa envolve a mesma metodologia utilizada na etapa anterior, porém tem<br />

a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quantificar a contaminação nos meios afeta<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>terminar a<br />

sua distribuição espacial. A quantificação da contaminação é fundamental para<br />

subsidiar a execução da avaliação <strong>de</strong> risco e, por conseqüência, para <strong>de</strong>finição<br />

das ações <strong>de</strong> intervenção (Figura 20).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 42 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 20. Processo da etapa <strong>de</strong> Investigação Detalhada.<br />

4.3.4. Avaliação <strong>de</strong> risco<br />

O objetivo principal da etapa <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> risco é a i<strong>de</strong>ntificação e<br />

quantificação <strong>dos</strong> riscos à saú<strong>de</strong> humana e ao meio ambiente, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong><br />

uma área contaminada. A metodologia propõe que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da situação,<br />

outros bens <strong>de</strong>vam ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>, tais como a produção agrícola, as<br />

edificações no entorno e as instalações <strong>de</strong> infraestrutura urbana.<br />

As metodologias <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> risco são baseadas em princípios <strong>de</strong> toxicologia,<br />

no conhecimento das proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas e no comportamento<br />

ambiental <strong>dos</strong> contaminantes. Essa etapa subsidiará a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> objetivos a<br />

serem atingi<strong>dos</strong> na remediação e das medidas corretivas a serem adotadas<br />

(Figura 21).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 43 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 21. Processo da etapa <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Risco.<br />

4.3.5. Investigação para remediação<br />

A partir <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do estudo <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong>talhada e da avaliação <strong>de</strong><br />

risco, será <strong>de</strong>finida a concepção da remediação com vistas à reabilitação<br />

ambiental da área. A finalida<strong>de</strong> da investigação para remediação é, por<br />

conseguinte, oferecer subsídios para a concepção e <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> um projeto<br />

<strong>de</strong> remediação, que seja tecnicamente a<strong>de</strong>quado, legalmente cabível e<br />

economicamente viável, visando prevenir danos presentes ou futuros ao meio<br />

ambiente, à saú<strong>de</strong> humana e à segurança pública.<br />

As informações necessárias, nessa etapa, po<strong>de</strong>m incluir a complementação e o<br />

refinamento das características geológicas e hidrogeológicas, geoquímicas e<br />

hidroquímicas da área <strong>de</strong> interesse. A caracterização da geologia regional e local<br />

<strong>de</strong>ve possibilitar a <strong>de</strong>scrição geológica da área <strong>de</strong> interesse, contemplando os<br />

aspectos geomorfológicos, litológicos, estratigráficos, pedológicos, estruturais e<br />

geotécnicos, através da elaboração <strong>de</strong> mapa geológico em escala apropriada e<br />

com seções geológicas elucidativas. É realizada mediante consulta <strong>de</strong> mapas<br />

geológicos, imagens <strong>de</strong> satélite e fotografias aéreas; realização <strong>de</strong> inspeções <strong>de</strong><br />

campo e sondagens mecânicas convenientemente localizadas e conduzidas <strong>de</strong><br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 44 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

acordo com as normas técnicas vigentes; e aplicação <strong>de</strong> méto<strong>dos</strong> geofísicos<br />

(resistivida<strong>de</strong> elétrica, potencial espontâneo ou eletromagnetismo).<br />

Já a caracterização da hidrogeologia regional e local <strong>de</strong>ve possibilitar a<br />

<strong>de</strong>limitação das unida<strong>de</strong>s aquíferas presentes, <strong>de</strong>terminação da superfície<br />

potenciométrica e do regime <strong>de</strong> fluxo das águas subterrâneas, bem como o<br />

levantamento cadastral <strong>de</strong> fontes, surgências e captações existentes no entorno<br />

<strong>de</strong> interesse.<br />

4.3.6. Projeto <strong>de</strong> remediação<br />

O projeto <strong>de</strong>talhado da remediação tem como objetivos fornecer to<strong>dos</strong> os<br />

<strong>de</strong>talhes técnicos, bem como um plano <strong>de</strong> ação, para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

remediação. Este projeto <strong>de</strong>verá ser elaborado com base na proposta <strong>de</strong><br />

remediação aprovada pelo órgão ambiental e <strong>de</strong> acordo com as recomendações<br />

por ele efetuadas.<br />

O projeto <strong>de</strong>talhado da remediação <strong>de</strong>verá contemplar, pelo menos, os seguintes<br />

itens:<br />

Memorial <strong>de</strong>scritivo: resumo das informações referentes à área, listagem <strong>de</strong><br />

leis, regulamentações, critérios e padrões pertinentes, <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada<br />

das medidas <strong>de</strong> remediação e das tecnologias a serem adotadas e estimativa<br />

<strong>de</strong> custos <strong>de</strong>ssas medidas;<br />

Desenhos, plantas e mapas;<br />

Cronograma <strong>de</strong> execução;<br />

Plano <strong>de</strong> segurança e saú<strong>de</strong>: estabelecer medidas <strong>de</strong> segurança para o<br />

pessoal envolvido e para a comunida<strong>de</strong> ao redor da área contaminada; e<br />

Plano <strong>de</strong> operação e estabelecimento <strong>de</strong> procedimentos operacionais.<br />

4.3.7. Monitoramento<br />

O plano <strong>de</strong> monitoramento irá <strong>de</strong>screver as medições requeridas para o<br />

monitoramento da performance e da eficiência da remediação no sítio, bem<br />

como para garantir condições <strong>de</strong> segurança na área. Isso irá variar em função<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 45 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

<strong>dos</strong> objetivos e controles requeri<strong>dos</strong> por cada uma das técnicas <strong>de</strong> remediação a<br />

serem empregadas, da localização e das características do sítio e das exigências<br />

do órgão ambiental. O monitoramento <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> é a forma <strong>de</strong> avaliação-<br />

padrão para os parâmetros que irão <strong>de</strong>terminar se o processo <strong>de</strong> remediação<br />

está apresentando o <strong>de</strong>sempenho esperado.<br />

4.4. Equipe técnica<br />

A equipe técnica <strong>de</strong>verá ser composta por especialistas na recuperação das<br />

componentes do meio físico contaminadas ou <strong>de</strong>gradadas, <strong>de</strong>vidamente<br />

habilita<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA. Estes registros<br />

<strong>de</strong>verão estar atualiza<strong>dos</strong>.<br />

Para a realização das análises físico-químicas, o laboratório a ser contratado<br />

<strong>de</strong>verá possuir processos <strong>de</strong> análise cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Metrologia <strong>–</strong> INMETRO ou, na sua ausência, <strong>de</strong>ve ser executado por laboratório<br />

qualificado e aceito pelo órgão ambiental. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar<br />

calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos<br />

relatórios <strong>de</strong> análise.<br />

4.5. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong><br />

Meses<br />

implantação<br />

Preparação da equipe<br />

(mobilização)<br />

Avaliação preliminar<br />

Investigação confirmatória<br />

Investigação <strong>de</strong>talhada<br />

Avaliação <strong>de</strong> risco<br />

Investigação para<br />

remediação<br />

Projeto <strong>de</strong> remediação<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

Aprovação do projeto<br />

Implementação das ações<br />

<strong>de</strong> remediação<br />

A aprovação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da gestão do órgão ambiental.<br />

Monitoramento<br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios<br />

<strong>de</strong> acompanhamento<br />

Periodicida<strong>de</strong> a ser estabelecida pelo projeto <strong>de</strong> remediação,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da anuência do órgão ambiental.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 46 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

5. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS <strong>–</strong> PGRS<br />

5.1. Introdução<br />

O gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong>, via <strong>de</strong> regra, constitui-se em um aspecto<br />

ambiental fundamental para a maioria <strong>dos</strong> empreendimentos e, principalmente,<br />

para aqueles lin<strong>de</strong>iros aos cursos d’água, que <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>dicar especial atenção<br />

aos resíduos sóli<strong>dos</strong> gera<strong>dos</strong> em sua operação visando garantir a qualida<strong>de</strong> das<br />

coleções hídricas em seu entorno.<br />

A geração <strong>de</strong> resíduos, na operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e nas<br />

ativida<strong>de</strong>s complementares, é um aspecto ambiental significativo em face do<br />

potencial <strong>de</strong> impactos <strong>de</strong> elevada importância e magnitu<strong>de</strong>, tais como:<br />

Poluição por aci<strong>de</strong>ntes (<strong>de</strong>rramamentos, incêndios, colisões, etc);<br />

Contaminação da água por eventuais lançamentos <strong>de</strong> resíduos contamina<strong>dos</strong><br />

gera<strong>dos</strong> no Porto ou a bordo <strong>de</strong> embarcações;<br />

Geração <strong>de</strong> focos atrativos para espécies sinantrópicas que habitualmente<br />

recorrem à área portuária em busca <strong>de</strong> alimentação e abrigo.<br />

5.2. Objetivos<br />

O PGRS tem o objetivo <strong>de</strong> minimizar a geração <strong>de</strong> resíduos na fonte, a<strong>de</strong>quar a<br />

segregação, controlar e reduzir riscos ao meio ambiente e assegurar o correto<br />

manuseio e disposição final, em conformida<strong>de</strong> com a legislação vigente,<br />

atendidas as <strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA Nº 05/1993 e da Resolução<br />

ANVISA Nº 72/2009 1 . Desta forma, estimula a redução do consumo <strong>de</strong> recursos<br />

naturais, e coaduna-se com a formação do senso crítico <strong>de</strong> funcionários próprios<br />

e terceiriza<strong>dos</strong>, preconizado no item 14. Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental<br />

adiante, incentivando a reutilização e/ou a recuperação <strong>de</strong> materiais recicláveis e<br />

melhorando as condições no ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

1 Art. 73. A autorização para a retirada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong> <strong>de</strong> embarcações em porto <strong>de</strong> controle<br />

sanitário fica condicionada à manifestação prévia da autorida<strong>de</strong> sanitária.<br />

Art. 74. Para que seja autorizada a retirada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong> <strong>de</strong> embarcações, os portos <strong>de</strong><br />

controle sanitário ou empresas que operem a retirada <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>dos</strong> das embarcações <strong>de</strong>vem<br />

dispor <strong>de</strong> procedimentos relativos à coleta do resíduo na embarcação, acondicionamento,<br />

transporte, armazenamento intermediário, se houver, tratamento e <strong>de</strong>stino final em conformida<strong>de</strong><br />

com a norma específica vigente.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 47 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

5.3. Principais ações<br />

As principais ações que farão parte da implementação da metodologia proposta<br />

para o PGRS são apresentadas pelo fluxograma a seguir (Figura 22).<br />

Figura 22. Fluxograma <strong>de</strong> gerenciamento <strong>dos</strong> resíduos.<br />

Com relação à classificação <strong>dos</strong> resíduos, <strong>de</strong>verão ser adota<strong>dos</strong> os requisitos<br />

estabeleci<strong>dos</strong> pela Resolução CONAMA Nº 05/1993 e, naquilo que couber, a<br />

Norma ABNT NBR 10.004:2004 (Classe I, II A e II B). Esta classificação, quando<br />

for o caso, <strong>de</strong>ve ser embasada nos lau<strong>dos</strong> técnicos <strong>de</strong> análises, submetendo os<br />

resíduos nos testes <strong>de</strong> solubilização/lixiviação conforme NBR 10.006<br />

(Solubilização <strong>de</strong> Resíduos <strong>–</strong> Procedimentos) e NBR 10.005 (Lixiviação <strong>de</strong><br />

Resíduos <strong>–</strong> Procedimento) ou ainda, outros tipos <strong>de</strong> análises que os responsáveis<br />

julgarem necessárias para melhor i<strong>de</strong>ntificar os componentes <strong>dos</strong> resíduos<br />

gera<strong>dos</strong>.<br />

Em face da ausência <strong>de</strong> legislação específica para portos, adotar-se-á para<br />

registro <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> geração e <strong>de</strong>stinação <strong>dos</strong> resíduos a Resolução CONAMA<br />

Nº 313/2002, que estabelece o Inventário Nacional <strong>dos</strong> Resíduos Industriais,<br />

sofrendo eventuais adaptações em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>.<br />

__________________________________________________


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Cabe salientar que o PGRS <strong>de</strong>verá ser atualizado sempre que ocorram<br />

modificações operacionais, que resultem na ocorrência <strong>de</strong> novos resíduos ou na<br />

eliminação <strong>de</strong>stes. Nestes casos, <strong>de</strong>vem ser revistos e incorpora<strong>dos</strong> novos<br />

parâmetros <strong>de</strong> avaliação visando ao aperfeiçoamento contínuo do processo.<br />

5.4. Metodologia<br />

Para implantação do PGRS, a metodologia proposta é assim composta:<br />

5.4.1. Planejamento<br />

Essa etapa inclui a i<strong>de</strong>ntificação e quantificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

resíduos, i<strong>de</strong>ntificação e quantificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> segregação <strong>de</strong> resíduos,<br />

classificação e quantificação <strong>dos</strong> resíduos gera<strong>dos</strong>, em conformida<strong>de</strong> com as<br />

classes <strong>de</strong>finidas no Anexo I da Resolução CONAMA Nº 05/1993. Além disso,<br />

<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>clara<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os resíduos gera<strong>dos</strong>, inclusive no apoio operacional<br />

da ativida<strong>de</strong> portuária. Para a efetiva aprovação <strong>de</strong>ste instrumento, além da<br />

aprovação por parte do órgão ambiental, também será levado à anuência da<br />

autorida<strong>de</strong> sanitária, atendida a Resolução ANVISA N° 72/2009.<br />

5.4.2. Implementação e operação<br />

Após a conclusão da etapa <strong>de</strong> planejamento, dá-se início a implementação e<br />

operação do PGRS que é a etapa mais longa e difícil <strong>de</strong>ntre todas. Para tanto, os<br />

seguintes itens <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>:<br />

Estrutura e responsabilida<strong>de</strong>: faz parte <strong>de</strong>ssa etapa a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong><br />

responsáveis por cada etapa do PGRS e o treinamento <strong>dos</strong> envolvi<strong>dos</strong> nos<br />

processos inerentes à gestão <strong>de</strong> resíduos, os quais <strong>de</strong>verão ter a<br />

competência técnica necessária para conduzir os processos. Para isso,<br />

sugere-se que o treinamento básico contenha, no mínimo (Figura 23):<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 49 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 23. Treinamento básico para os envolvi<strong>dos</strong> com o manuseio<br />

<strong>de</strong> resíduos.<br />

Manuseio e acondicionamento: o correto manuseio e acondicionamento<br />

possibilitarão a maximização da valorização <strong>dos</strong> resíduos. Por outro lado,<br />

muitos resíduos tornam-se irrecuperáveis quando acondiciona<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma<br />

incorreta: caso haja mistura <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> classes diferentes, um resíduo<br />

não perigoso po<strong>de</strong> ser contaminado e tornar-se perigoso (NBR 12.235/87 <strong>–</strong><br />

Armazenamento <strong>de</strong> resíduos perigosos), dificultando seu gerenciamento e<br />

aumentando os custos associa<strong>dos</strong>. Para que isso não ocorra, a separação<br />

<strong>de</strong>ve ser realizada no local <strong>de</strong> origem, e os resíduos que possam gerar<br />

condições perigosas <strong>de</strong>vem ser segrega<strong>dos</strong>. Além disso, <strong>de</strong>ve-se evitar a<br />

mistura <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> classes distintas <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong> ou incompatíveis<br />

entre si. A fim <strong>de</strong> facilitar e padronizar a segregação <strong>dos</strong> resíduos, a<br />

Resolução CONAMA Nº 275/01 orienta as cores que po<strong>de</strong>rão ser utilizadas<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> resíduos (Tabela 6).<br />

Tabela 6. Código das cores para os diferentes tipos <strong>de</strong> resíduos segundo a<br />

Resolução CONAMA Nº 275/2001.<br />

Cores Resíduos Cores Resíduos<br />

Amarelo Metal Marrom Resíduos orgânicos<br />

Azul Papel/papelão Preto Ma<strong>de</strong>ira<br />

Branco Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Roxo Resíduos radioativos<br />

Cinza Resíduo geral 1 Ver<strong>de</strong> Vidros<br />

Laranja Resíduos perigosos Vermelho Plástico<br />

1 Não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível <strong>de</strong> separação.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 50 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Destinação final: a disposição final <strong>dos</strong> resíduos <strong>de</strong>verá ser realizada <strong>de</strong><br />

acordo com as características e classificação, po<strong>de</strong>ndo ser objeto <strong>de</strong><br />

valorização (reprocessamento, reciclagem, <strong>de</strong>scontaminação, incorporação,<br />

co-processamento, re-refino), incineração ou disposição em aterros (sanitário<br />

ou industrial, conforme o caso), <strong>de</strong>vidamente licencia<strong>dos</strong>;<br />

Monitoramento e Avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho: essa etapa po<strong>de</strong>rá ser realizada<br />

através do monitoramento <strong>de</strong> indicadores vincula<strong>dos</strong> a resíduos<br />

(quantitativos, qualitativos e/ou financeiros). Também faz parte <strong>de</strong>ssa etapa<br />

a realização <strong>de</strong> auditorias periódicas. Essas ferramentas são fundamentais<br />

para a avaliação do <strong>de</strong>sempenho da empresa, para a mensuração <strong>dos</strong> ganhos<br />

econômicos e ambientais, e para a criação <strong>de</strong> metas e objetivos futuros.<br />

5.5. Equipe técnica<br />

Para a correta implantação e gerenciamento do PGRS, <strong>de</strong>verá ser acompanhado<br />

por responsável técnico, com registro atualizado no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do<br />

IBAMA.<br />

Também será necessária mão-<strong>de</strong>-obra especializada para a coleta,<br />

armazenamento e transporte que <strong>de</strong>verá possuir conhecimento sobre<br />

gerenciamento <strong>de</strong> resíduos, proteção <strong>de</strong> recursos ambientais e saú<strong>de</strong> e<br />

segurança do trabalho. Estas equipes, ou empresas, além <strong>de</strong> habilitadas, <strong>de</strong>vem<br />

estar <strong>de</strong>vidamente licenciadas para o <strong>de</strong>sempenho das ativida<strong>de</strong>s previstas e<br />

com Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA ativo. A <strong>APPA</strong> <strong>–</strong> <strong>Administração</strong> <strong>dos</strong><br />

<strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong>, <strong>de</strong>verá contratar tais empresas, subordinando<br />

as ativida<strong>de</strong>s previstas à Coor<strong>de</strong>nação do Programa, que manterá o controle das<br />

licenças e <strong>dos</strong> requisitos legais pertinentes em relação aos prestadores <strong>de</strong><br />

serviço.<br />

Dentro <strong>de</strong> sua esfera <strong>de</strong> atuação, a <strong>APPA</strong> <strong>de</strong>verá ainda estimular e coor<strong>de</strong>nar a<br />

integração <strong>dos</strong> PGRS’s <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> por todas as empresas que, sob qualquer<br />

forma, operem <strong>de</strong>ntro <strong>dos</strong> limites do Porto Organizado <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 51 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

5.6. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Caracterização, classificação e<br />

quantificação por ponto <strong>de</strong> geração<br />

Definição <strong>dos</strong> procedimentos <strong>de</strong> recepção,<br />

segregação, acondicionamento e<br />

<strong>de</strong>stinação<br />

A<strong>de</strong>quação da estrutura física e<br />

operacional<br />

Treinamento e capacitação<br />

Inclusão das ações no escopo do<br />

Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Implementação do Programa<br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

Planejamento para o novo ciclo<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 52 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EFLUENTES<br />

6.1. Introdução<br />

Esse Programa apresenta as diretrizes para o gerenciamento <strong>dos</strong> efluentes<br />

sanitários (refeitórios e banheiros) bem como <strong>de</strong> outras origens, gera<strong>dos</strong> na<br />

operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> afirmar que<br />

o Porto, enquanto empreendimento <strong>de</strong> interligação da ca<strong>de</strong>ia produtiva, não gera<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> efluente caracterizado como industrial, com exceção <strong>de</strong><br />

eventuais <strong>de</strong>rramamentos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e situações críticas. Sendo<br />

assim, este Programa <strong>de</strong>verá focar na questão do esgotamento sanitário e <strong>dos</strong><br />

efluentes precipita<strong>dos</strong> em seus pátios.<br />

Neste Programa, são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os preceitos da Lei Fe<strong>de</strong>ral Nº 9.966/2000,<br />

que incorpora no arcabouço jurídico brasileiro às <strong>de</strong>terminações da Convenção<br />

Internacional MARPOL 73/78, dispondo sobre a prevenção, o controle e a<br />

fiscalização da poluição causada por lançamento <strong>de</strong> óleo e outras substâncias<br />

nocivas ou perigosas em corpos hídricos, além das Resoluções CONAMA<br />

Nº 357/05 e Nº 397/08 e da Resolução ANVISA 72/2009 1 .<br />

Também consi<strong>de</strong>ra o que preceitua o Decreto Fe<strong>de</strong>ral Nº 5.300/04, que dispõe<br />

sobre regras <strong>de</strong> uso e ocupação da zona costeira e estabelece critérios <strong>de</strong> gestão<br />

da orla marítima, on<strong>de</strong> se inclui o sistema <strong>de</strong> saneamento e gerenciamento <strong>de</strong><br />

efluentes a serem gera<strong>dos</strong> por empreendimentos na Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />

6.2. Objetivos<br />

O gerenciamento <strong>de</strong> efluentes líqui<strong>dos</strong> produzi<strong>dos</strong> e/ou coleta<strong>dos</strong> no Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> tem como objetivo analisar as fontes <strong>de</strong> geração,<br />

caracterizar os efluentes, aten<strong>de</strong>r aos requisitos legais e verificar alternativas<br />

para sua gestão.<br />

1 Art. 70. A embarcação em trânsito internacional, em águas sob jurisdição nacional, que opere<br />

transporte <strong>de</strong> viajantes ou cargas, <strong>de</strong>ve dispor a bordo <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> dutos, reservatórios ou<br />

equipamentos próprios que proporcionem a coleta, armazenamento e tratamento, antes do<br />

lançamento no meio aquático, <strong>de</strong> efluentes provenientes <strong>de</strong>: secreções humanas, <strong>de</strong>jetos e águas<br />

servidas oriundas da higienização <strong>de</strong> equipamentos e utensílios, e da limpeza, <strong>de</strong>sinfecção ou<br />

<strong>de</strong>scontaminação <strong>de</strong> superfícies <strong>dos</strong> compartimentos da embarcação.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 53 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6.3. Principais ações<br />

Levantamento <strong>de</strong> normas e aspectos legais;<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> efluentes sanitários;<br />

Determinação <strong>de</strong> volumes e enquadramento segundo as Resoluções CONAMA<br />

N° 357/05 e N° 397/08 e CEMA N° 081/2010, por ponto <strong>de</strong> geração;<br />

Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira <strong>de</strong> alternativas para tratamento e<br />

disposição <strong>de</strong> efluentes;<br />

Monitoramento e avaliação do <strong>de</strong>sempenho <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento;<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s e registro <strong>de</strong> ações corretivas;<br />

Diagnóstico <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> águas pluviais e <strong>dos</strong> riscos <strong>de</strong><br />

contaminação por lançamentos in<strong>de</strong>vi<strong>dos</strong>; e,<br />

Avaliação <strong>de</strong> alternativas para coleta, a<strong>de</strong>quação e condução <strong>dos</strong><br />

lançamentos em corpos receptores, em consonância com os limites legais.<br />

6.4. Metodologia<br />

6.4.1. Levantamento <strong>de</strong> normas e aspectos legais<br />

Os critérios estabeleci<strong>dos</strong> pelas normas e leis nos âmbitos fe<strong>de</strong>ral, estadual e<br />

municipal, inerentes ao gerenciamento <strong>dos</strong> efluentes sanitários, <strong>de</strong>verão ser<br />

leva<strong>dos</strong> em consi<strong>de</strong>ração na <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> adota<strong>dos</strong>, nas rotinas <strong>de</strong><br />

monitoramento e na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Com relação aos efluentes sanitários, são assim enquadra<strong>dos</strong> aqueles<br />

provenientes <strong>de</strong> refeitórios e banheiros. Importante <strong>de</strong>stacar que os efluentes<br />

gera<strong>dos</strong> nas embarcações, por força do Anexo IV da Convenção MARPOL 73/78,<br />

vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2003, e da qual o Brasil é signatário, <strong>de</strong>vem<br />

ser trata<strong>dos</strong> a bordo.<br />

Em relação às drenagens pluviais existentes na área portuária, importante<br />

análise se faz necessária em face <strong>dos</strong> riscos <strong>de</strong> contaminação e, ao que se pô<strong>de</strong><br />

apurar, à falta <strong>de</strong> dispositivos para a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>stas re<strong>de</strong>s coletoras aos<br />

princípios <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> poluição.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 54 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6.4.2. I<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração e <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta e<br />

tratamento <strong>de</strong> esgoto sanitário<br />

A partir <strong>de</strong> um mapeamento da área portuária, torna-se possível conhecer sua<br />

estrutura física, i<strong>de</strong>ntificando os pontos <strong>de</strong> geração e as limitações em termos <strong>de</strong><br />

recepção, tratamento e <strong>de</strong>stinação <strong>dos</strong> efluentes sanitários gera<strong>dos</strong>. Assim, essa<br />

etapa é fundamental para a avaliação <strong>dos</strong> sistemas, quando existentes, já que<br />

permitirá estabelecer oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação e melhoria.<br />

6.4.3. Determinação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e avaliação <strong>de</strong> eficiência <strong>dos</strong><br />

tratamentos <strong>de</strong> esgoto sanitário existentes<br />

Através <strong>de</strong>sta avaliação será possível verificar a necessida<strong>de</strong>/viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

adoção <strong>de</strong> alternativas localizadas.<br />

6.4.4. Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira para diferentes técnicas<br />

<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto sanitário<br />

As técnicas <strong>de</strong> tratamento adotadas visam a<strong>de</strong>quar os efluentes aos padrões<br />

legais. Os critérios para a escolha <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada tecnologia <strong>de</strong>vem ser<br />

<strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> com base nas necessida<strong>de</strong>s em termos <strong>de</strong> volume gerado e nos<br />

espaços disponíveis para instalação <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento.<br />

6.4.5. Implantação e/ou a<strong>de</strong>quação <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong><br />

esgotos<br />

Definidas as ações <strong>de</strong> implantação <strong>–</strong> ou <strong>de</strong> melhoria <strong>dos</strong> sistemas existentes <strong>–</strong><br />

propostas nas etapas anteriores, esta fase prevê sua implementação, através da<br />

a<strong>de</strong>quação <strong>dos</strong> sistemas existentes ou, quando for o caso, a implantação <strong>de</strong><br />

novos processos.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 55 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6.4.6. Monitoramento e avaliação<br />

O monitoramento <strong>dos</strong> efluentes trata<strong>dos</strong> tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar a eficiência<br />

<strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento implementa<strong>dos</strong>, aferindo o atendimento <strong>dos</strong> padrões<br />

legais (Resoluções CONAMA N° 357/05 e N° 397/08). Os resulta<strong>dos</strong> do<br />

monitoramento possibilitam a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s e a tomada <strong>de</strong><br />

ações corretivas.<br />

6.4.7. I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s e ações corretivas no sistema<br />

<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto<br />

Em caso <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> valores acima <strong>dos</strong> recomenda<strong>dos</strong> pela legislação,<br />

<strong>de</strong>verá ser realizado imediatamente um diagnóstico da causa (i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

não-conformida<strong>de</strong>), consi<strong>de</strong>rando, <strong>de</strong>ntre outras, as seguintes possibilida<strong>de</strong>s:<br />

Calibração <strong>dos</strong> equipamentos <strong>de</strong> medição e controle;<br />

Erro na análise;<br />

Insuficiência técnica na operação;<br />

Comprometimento estrutural da ETE;<br />

Dimensionamento ina<strong>de</strong>quado da ETE;<br />

Ingresso <strong>de</strong> efluentes que ultrapassam a capacida<strong>de</strong> física e/ou operacional<br />

da ETE;<br />

Processo <strong>de</strong> tratamento insuficiente.<br />

No caso <strong>dos</strong> efluentes apresentarem não-conformida<strong>de</strong> com os parâmetros<br />

estabeleci<strong>dos</strong>, será adotada uma ação corretiva, baseada no procedimento<br />

gerencial 5W2H ou em outro equivalente. Em qualquer situação <strong>de</strong>sta natureza,<br />

a não-conformida<strong>de</strong> e as soluções tomadas serão <strong>de</strong>vidamente registradas em<br />

sistema apropriado, para futuras consultas e acompanhamento pelos órgãos <strong>de</strong><br />

controle.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 56 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6.4.8. Diagnóstico <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> águas pluviais e <strong>dos</strong> riscos <strong>de</strong><br />

contaminação por lançamentos in<strong>de</strong>vi<strong>dos</strong><br />

Esta questão parte do pressuposto que o terminal portuário movimenta uma<br />

infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cargas as mais diversas, e que o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes é uma realida<strong>de</strong><br />

que não se po<strong>de</strong> ignorar. Sob tais condições, eventuais lançamentos inespera<strong>dos</strong><br />

po<strong>de</strong>m acarretar em severos impactos sobre os recursos hídricos próximos ao<br />

Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Ainda mais crítica parece a situação quando se<br />

avalia a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos que po<strong>de</strong>m circular pelo porto, caso este venha<br />

a operar <strong>de</strong> maneira significativa.<br />

E é neste cenário <strong>de</strong> elevada criticida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>staca uma questão relacionada.<br />

To<strong>dos</strong> os eventuais <strong>de</strong>rrames aci<strong>de</strong>ntais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um meio <strong>de</strong> condução<br />

para atingir as águas da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>. No caso concreto, este meio é<br />

exatamente a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> drenagens pluviais, que conduz os coleta<strong>dos</strong> em<br />

direção aos corpos receptores.<br />

Neste sentido, cabe a este Programa mapear toda a re<strong>de</strong> coletora, i<strong>de</strong>ntificando<br />

pontos <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> e/ou estrangulamento, que possam levar a dificulda<strong>de</strong>s no<br />

escoamento eficiente das águas. Nesta etapa, também <strong>de</strong>vem ser avaliadas<br />

características em termos <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> espaço e topográficas, que possam<br />

ser exploradas para a a<strong>de</strong>quação do sistema, prevista na etapa seguinte.<br />

6.4.9. Avaliação <strong>de</strong> alternativas para coleta, a<strong>de</strong>quação e condução <strong>dos</strong><br />

lançamentos <strong>de</strong> drenagens pluviais em corpos receptores<br />

Este item <strong>de</strong>verá prever a avaliação técnica <strong>de</strong> alternativas para a<strong>de</strong>quação das<br />

re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> drenagem pluvial que se distribuem por toda a Área Portuária.<br />

Neste <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>vem ser incorpora<strong>dos</strong> dispositivos <strong>de</strong> contenção para<br />

lançamentos in<strong>de</strong>vi<strong>dos</strong>, como caixas separadoras <strong>de</strong> água-óleo-areia e<br />

reservatórios <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> emergência para segregação <strong>de</strong> volumes <strong>de</strong><br />

contaminantes. Estes dispositivos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma que<br />

possam ser aciona<strong>dos</strong> quando constata<strong>dos</strong> eventos críticos <strong>de</strong>sta natureza.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 57 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6.5. Recursos necessários<br />

6.5.1. Materiais/equipamentos<br />

O projeto executivo, respaldado pelo diagnóstico prévio, <strong>de</strong>verá apontar as<br />

a<strong>de</strong>quações <strong>de</strong> eventuais sistemas existentes, ou então, o espaço físico e a<br />

localização mais a<strong>de</strong>quada para a implantação <strong>de</strong> novas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento.<br />

Também <strong>de</strong>verá contemplar os equipamentos que farão parte do sistema <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes e os materiais necessários para a montagem e<br />

instalação <strong>de</strong> ETEs.<br />

Para a realização das análises laboratoriais, o laboratório a ser contratado <strong>de</strong>verá<br />

possuir processos <strong>de</strong> análise cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia <strong>–</strong><br />

INMETRO ou, na sua ausência, <strong>de</strong>ve ser executado por laboratório qualificado e<br />

aceito pelo órgão ambiental. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e<br />

os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong><br />

análise.<br />

6.5.2. Equipe técnica<br />

O projeto executivo <strong>de</strong>verá ser elaborado por profissional legalmente habilitado<br />

que também <strong>de</strong>ve acompanhar a instalação <strong>dos</strong> equipamentos. Além disso, para<br />

a a<strong>de</strong>quada operação <strong>de</strong>ssa estação será necessária mão <strong>de</strong> obra habilitada.<br />

Sempre que cabível as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas no processo<br />

<strong>de</strong>verão dispor e manter atualizado o respectivo registro no Cadastro Técnico<br />

Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 58 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

6.6. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Avaliação <strong>dos</strong> padrões legais <strong>de</strong><br />

lançamento <strong>de</strong> efluentes sanitários<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

efluentes sanitários<br />

Determinação <strong>de</strong> volumes <strong>de</strong> esgoto<br />

sanitário por unida<strong>de</strong> geradora<br />

Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira<br />

<strong>de</strong> alternativas para tratamento e<br />

disposição <strong>de</strong> efluentes sanitários<br />

Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira<br />

<strong>de</strong> alternativas para disposição <strong>de</strong><br />

drenagens e sistemas <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>rrames aci<strong>de</strong>ntais<br />

Implantação <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta e<br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes sanitários<br />

Implantação <strong>dos</strong> sistemas drenagens e <strong>de</strong><br />

contenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrames aci<strong>de</strong>ntais<br />

Definição do plano <strong>de</strong> monitoramento<br />

Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no<br />

escopo do Programa <strong>de</strong> Auditoria<br />

Ambiental<br />

Operação <strong>dos</strong> sistemas<br />

Condução <strong>dos</strong> planos <strong>de</strong> monitoramento<br />

Elaboração <strong>dos</strong> relatórios <strong>de</strong><br />

acompanhamento<br />

Planejamento para continuida<strong>de</strong> do<br />

Programa<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 59 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

7. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS<br />

7.1. Introdução<br />

A poluição do ar po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como resultado da alteração das<br />

características físicas, químicas e biológicas da atmosfera, <strong>de</strong> forma a causar<br />

danos ao ser humano, à fauna, à flora, aos materiais, ou restringir o pleno uso e<br />

gozo da proprieda<strong>de</strong>, ou afetar negativamente o bem-estar da população.<br />

Para o presente Programa, buscou-se aprofundar os resulta<strong>dos</strong> do diagnóstico<br />

realizado no Relatório <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> RCA, tendo por base a legislação<br />

vigente. No caso concreto, o interesse maior recai sobre as potenciais emissões<br />

difusas originadas pelo trânsito <strong>de</strong> veículos, máquinas e equipamentos, além <strong>dos</strong><br />

navios e embarcações <strong>de</strong> apoio, caso as condições <strong>de</strong> operação no Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> sejam ampliadas e intensificadas. Neste caso, as emissões<br />

<strong>de</strong> gases provocadas pelo setor <strong>dos</strong> transportes passariam a ter uma importância<br />

particular, já que as condições atuais da qualida<strong>de</strong> do ar da área <strong>de</strong> estudo,<br />

apontadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, em linhas gerais, foi<br />

enquadrada como BOA.<br />

7.2. Objetivo<br />

O objetivo <strong>de</strong>sse Programa é conhecer, controlar, reduzir e monitorar as<br />

potenciais fontes <strong>de</strong> emissões atmosféricas que possam surgir com a ampliação<br />

das ativida<strong>de</strong>s do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, para aten<strong>de</strong>r aos padrões <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> do ar e os limites <strong>de</strong> emissão preconiza<strong>dos</strong> pela legislação.<br />

7.3. Principais ações<br />

Inventariar todas as fontes atuais e futuras <strong>de</strong> emissões atmosféricas: colher<br />

informações sobre fontes geradoras e i<strong>de</strong>ntificar suas principais<br />

características técnicas;<br />

Quantificar as emissões <strong>de</strong> poluentes consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> prioritários para fins <strong>de</strong><br />

controle, incluindo os poluentes regula<strong>dos</strong> pela legislação: óxi<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

nitrogênio (NOx), óxi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> enxofre (SOx), partículas totais em suspensão<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 60 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

(PTS), ozônio (O3) e monóxido <strong>de</strong> carbono (CO). Em caráter complementar,<br />

po<strong>de</strong>rão ser mensura<strong>dos</strong> os gases que contribuem com o efeito estufa,<br />

como: dióxido <strong>de</strong> carbono (CO2), metano (CH4) e dióxido <strong>de</strong> nitrogênio<br />

(NO2);<br />

Classificar as fontes e as emissões quanto à tipologia, consi<strong>de</strong>rando as fontes<br />

estacionárias (e.g. chaminés e dutos) e móveis (caminhões e equipamentos<br />

usuários <strong>de</strong> ciclo Diesel), as quantida<strong>de</strong>s e tipos <strong>de</strong> poluentes, além <strong>dos</strong><br />

riscos ambientais associa<strong>dos</strong>;<br />

Realizar estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira <strong>de</strong> alternativas para<br />

tratamento e/ou minimização das emissões atmosféricas <strong>de</strong> fontes fixas e<br />

móveis;<br />

Exigir que prestadores <strong>de</strong> serviços subordina<strong>dos</strong> à Autorida<strong>de</strong> Portuária<br />

busquem a<strong>de</strong>quar seus equipamentos aos preceitos legais; igualmente,<br />

incentivar que empresas instaladas no entorno da área portuária procedam<br />

da mesma forma;<br />

Comprovar a eficiência do sistema <strong>de</strong> tratamento das emissões atmosféricas<br />

levando em consi<strong>de</strong>ração os padrões legais (Resolução CONAMA Nº 03/1990,<br />

Resolução CONAMA Nº 08/1990, Resolução CONAMA Nº 382/2006,<br />

Resolução CONAMA Nº 418/2009, Lei Estadual Nº 13.806/2002, Resolução<br />

SEMA - 041/2002, Resolução SEMA <strong>–</strong> 054/2006); e,<br />

Elaborar plano <strong>de</strong> monitoramento das emissões atmosféricas fixas<br />

(chaminés) e da qualida<strong>de</strong> do ar, que <strong>de</strong>fina parâmetros, pontos <strong>de</strong><br />

amostragem, freqüência, padrões legais, etc.<br />

7.4. Aspectos metodológicos<br />

7.4.1. Requisitos legais e normativos<br />

Os seguintes instrumentos legais e normativos <strong>de</strong>verão ser observa<strong>dos</strong> para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste Programa:<br />

Resoluções CONAMA N° 03/1990 e N° 382/2006;<br />

Resolução SEMA N°42/2008;<br />

NBR 6601:2005 <strong>–</strong> Veículos rodoviários automotores leves - Determinação <strong>de</strong><br />

hidrocarbonetos, monóxido <strong>de</strong> carbono, óxi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> nitrogênio, dióxido <strong>de</strong><br />

carbono e material particulado no gás <strong>de</strong> escapamento;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 61 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

NBR 9546:1986 - Dióxido <strong>de</strong> enxofre no ar ambiente - Determinação da<br />

concentração pelo método da pararrosanilina - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 9547:1997 - Partículas Totais em Suspensão - Método <strong>de</strong> Amostrador <strong>de</strong><br />

Gran<strong>de</strong>s Volumes ou Método Equivalente;<br />

NBR 10700:191989 - Planejamento <strong>de</strong> amostragem em dutos e chaminés <strong>de</strong><br />

fontes estacionárias;<br />

NBR 10701:1989 - Determinação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amostragem em dutos e<br />

chaminés <strong>de</strong> fontes estacionárias <strong>–</strong> Procedimento;<br />

NBR 10702:1989 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />

estacionárias - Determinação da massa molecular - base seca - Método <strong>de</strong><br />

ensaio;<br />

NBR 10736:1989 - Material particulado em suspensão na atmosfera -<br />

Determinação da concentração <strong>de</strong> fumaça pelo método da refletância da luz -<br />

Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 11505:1989 - Gases - Determinação do teor <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> nitrogênio -<br />

Reação <strong>de</strong> Gress-Saltzman - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 11966:1989 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />

estacionárias - Determinação da velocida<strong>de</strong> e vazão - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 11967:1989 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />

estacionárias - Determinação da umida<strong>de</strong> - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 12019:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />

estacionárias - Determinação do material particulado - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 12020:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />

estacionárias - Calibração <strong>dos</strong> equipamentos utiliza<strong>dos</strong> em amostragem -<br />

Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 12021:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />

estacionárias - Determinação <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> enxofre, trióxido <strong>de</strong> enxofre e<br />

névoas <strong>de</strong> ácido sulfúrico - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 12022:1990 - Efluentes gasosos em dutos e chaminés <strong>de</strong> fontes<br />

estacionárias - Determinação <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> enxofre - Método <strong>de</strong> enxofre;<br />

NBR 12065:1991 - Atmosfera - Determinação da taxa <strong>de</strong> poeira<br />

sedimentável total - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 62 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

NBR 12827:1993 <strong>–</strong> Efluentes gasosos com o sistema filtrante no interior <strong>de</strong><br />

dutos ou chaminés <strong>de</strong> fontes estacionárias - Determinação <strong>de</strong> material<br />

particulado - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 12979:1993 - Atmosfera - Determinação da concentração <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong><br />

enxofre, pelo método do peróxido <strong>de</strong> hidrogênio - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 13412:1995 - Material particulado em suspensão na atmosfera -<br />

Determinação da concentração <strong>de</strong> partículas inaláveis pelo método do<br />

amostrador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume acoplado a um separador inercial <strong>de</strong> partículas<br />

- Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 13157:1994 - Determinação da concentração <strong>de</strong> monóxido <strong>de</strong> carbono<br />

por espectrofotometria <strong>de</strong> infravermelho não-dispersivo - Método <strong>de</strong> ensaio;<br />

NBR 14489:2000 - Motor Diesel - Análise e <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> gases e do<br />

material particulado emiti<strong>dos</strong> por motores do ciclo Diesel - Ciclo <strong>de</strong> 13<br />

pontos.<br />

7.4.2. Diagnóstico <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> emissões atmosféricas<br />

Esta etapa da metodologia prevê o mapeamento e inventário <strong>de</strong> todas as fontes<br />

<strong>de</strong> emissão atmosférica no âmbito do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, a partir<br />

da aplicação das técnicas <strong>de</strong> coleta e análise <strong>de</strong> teores e volumes, preconiza<strong>dos</strong><br />

na legislação vigente. To<strong>dos</strong> os da<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> com estas avaliações serão<br />

estatisticamente analisa<strong>dos</strong>, permitindo quantificar a contribuição <strong>de</strong> cada fonte<br />

(ou grupo <strong>de</strong> fontes por tipo) para a <strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> ambiental.<br />

7.4.2.1. Fontes fixas<br />

Neste processo, serão mapeadas todas as fontes estacionárias atuais <strong>de</strong>ntro da<br />

área do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Cada uma <strong>de</strong>stas fontes será<br />

inventariada, passando pela <strong>de</strong>vida avaliação em termos <strong>de</strong> emissões, com base<br />

nas metodologias <strong>de</strong>scritas anteriormente. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste<br />

levantamento será semestral.<br />

As empresas associadas às operações portuárias, que também contribuam, <strong>de</strong><br />

alguma forma, para a <strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> atmosférica, mas situadas fora<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 63 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

da jurisdição da <strong>APPA</strong>, serão inventariadas através <strong>de</strong> levantamentos fotográficos<br />

e com posicionamento por GPS (Global Positioning System). Já que estas<br />

unida<strong>de</strong>s não estão sujeitas às regras e normas instituídas pela Autorida<strong>de</strong><br />

Portuária, sua participação no Programa não será compulsória. A revisão do<br />

mapeamento e registro fotográfico <strong>de</strong>stes pontos também será semestral.<br />

7.4.2.2. Fontes móveis<br />

Complementarmente, também será realizada uma avaliação amostral <strong>dos</strong><br />

veículos <strong>de</strong> trabalho no Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> que operem com ciclo<br />

Diesel. Neste rol, incluem-se os caminhões, veículos <strong>de</strong> carga (container loa<strong>de</strong>rs,<br />

movimentadores e empilha<strong>de</strong>iras), além <strong>dos</strong> trens. Esta amostragem <strong>de</strong>verá<br />

basear-se no movimento médio <strong>de</strong> veículos por período, obti<strong>dos</strong> <strong>de</strong> fontes<br />

oficiais, como as Guaritas <strong>dos</strong> Portões <strong>de</strong> acesso à área primária. Com base<br />

nestes da<strong>dos</strong>, o esforço amostral será <strong>de</strong>finido i<strong>de</strong>ntificando o número <strong>de</strong><br />

amostras que estatisticamente retratam a realida<strong>de</strong>.<br />

Para a avaliação das emissões a partir <strong>de</strong> fontes móveis, será aplicada a<br />

metodologia do Anel <strong>de</strong> Ringelmann, que consiste em uma escala <strong>de</strong> tons <strong>de</strong><br />

cinza (Figura 24): posicionando um anteparo branco por <strong>de</strong>trás da emissão, um<br />

observador compara a fumaça que sai do escapamento do veículo com os tons<br />

da escala, que varia do n° 1 (baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>) até n° 5 (alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>). A<br />

CETESB consi<strong>de</strong>ra como regular os veículos que apresentam emissão <strong>de</strong> fumaça<br />

preta inferior ao padrão nº 2 da Escala. Isso correspon<strong>de</strong> a uma emissão<br />

praticamente invisível.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 64 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 24. Escala <strong>de</strong> Ringelmann (Fonte: CETESB,<br />

2004).<br />

7.4.3. Diagnóstico da qualida<strong>de</strong> do ar<br />

Para realizar o diagnóstico da qualida<strong>de</strong> do ar, <strong>de</strong>vem ser empregadas as normas<br />

técnicas relativas ao monitoramento atmosférico (item 7.4.1). Eventualmente,<br />

análises comparativas com outras metodologias, sem prejuízo da aplicação<br />

daquelas aprovadas pela ABNT, po<strong>de</strong>rão ser executadas, como forma <strong>de</strong> avaliar<br />

sua acuracida<strong>de</strong>.<br />

A malha amostral consi<strong>de</strong>rará uma distribuição que busque representar todas as<br />

áreas potencialmente alcançadas pelas emissões provenientes da operação do<br />

Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Em princípio, <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os<br />

mesmos pontos observa<strong>dos</strong> no diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong><br />

Ambiental <strong>–</strong> RCA, que servem <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> referência para futuras<br />

discussões. Sua localização po<strong>de</strong> ser observada na Figura 25 e suas coor<strong>de</strong>nadas<br />

estão na Tabela 7. Entretanto, este Programa <strong>de</strong>verá contemplar ao menos cinco<br />

pontos, <strong>de</strong> modo que 60% <strong>de</strong>les sejam posiciona<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro da área do Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. A freqüência amostral <strong>de</strong>ste levantamento será trimestral.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 65 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 25. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ar para avaliação da sua qualida<strong>de</strong>.<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 66 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Tabela 7. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />

amostragem para avaliação da qualida<strong>de</strong> do ar,<br />

utilizadas no Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong><br />

RCA.<br />

Estação Amostral<br />

Localização (UTM)<br />

N E<br />

1 735271 7517343<br />

2 737278 7515899<br />

3 738191 7514718<br />

7.4.4. Medidas corretivas para não-conformida<strong>de</strong>s<br />

As medidas corretivas, em face da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s, serão<br />

objeto <strong>de</strong> ação por parte da <strong>APPA</strong>. A Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>ste Programa proce<strong>de</strong>rá ao<br />

registro em documento específico para este fim. No caso do registro abranger<br />

ativida<strong>de</strong> sob responsabilida<strong>de</strong> da <strong>APPA</strong>, a Coor<strong>de</strong>nação será revestida <strong>de</strong><br />

autorida<strong>de</strong> para emitir notificação ao setor e/ou ao responsável em questão,<br />

comunicando a Diretoria Técnica.<br />

No caso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong> fora <strong>dos</strong> limites do Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, a Coor<strong>de</strong>nação do Programa cientificará à alta<br />

administração. Esta, por sua vez, encaminhará cópia do relatório ao<br />

representante legal da empresa/instituição, solicitando as <strong>de</strong>vidas a<strong>de</strong>quações.<br />

Esta notificação também <strong>de</strong>verá ser registrada em ato apropriado, para posterior<br />

comprovação perante o órgão licenciador. Administrativamente, a <strong>APPA</strong> <strong>de</strong>verá<br />

constituir um grupo <strong>de</strong> trabalho, convidando os representantes legais <strong>de</strong> todas as<br />

empresas envolvidas na ativida<strong>de</strong> portuária, objetivando estabelecer cronograma<br />

para implementação das ações <strong>de</strong> redução das emissões danosas e <strong>de</strong> melhoria<br />

contínua <strong>de</strong> processos, com a incorporação, sempre que possível, <strong>de</strong> tecnologias<br />

mais limpas.<br />

Se a não-conformida<strong>de</strong> estiver relacionada a veículo ou equipamento <strong>de</strong><br />

movimentação (fontes móveis), a Coor<strong>de</strong>nação do Programa também será<br />

responsável por comunicar o operador portuário ou o responsável imediato pelo<br />

serviço para que regularize a situação, sob pena <strong>de</strong> impedimento do acesso do<br />

veículo à área do porto até que tenha sido sanada a causa. A fim <strong>de</strong> comprovar<br />

esta correção, o notificado <strong>de</strong>verá apresentar relatório <strong>de</strong> inspeção veicular<br />

emitido por empresa <strong>de</strong>vidamente autorizada. Complementarmente, a<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 67 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Autorida<strong>de</strong> Portuária adotará mecanismos para a<strong>de</strong>quar toda a frota em prazo<br />

não superior a dois anos.<br />

7.4.5. Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />

As ações <strong>de</strong> monitoramento que <strong>de</strong>flagram este Programa serão retomadas<br />

<strong>de</strong>ntro das seguintes freqüências:<br />

1. Diagnóstico <strong>de</strong> emissões <strong>–</strong> fontes fixas: freqüência semestral;<br />

2. Diagnóstico <strong>de</strong> emissões <strong>–</strong> fontes móveis: freqüência mensal; e,<br />

3. Diagnóstico da qualida<strong>de</strong> do ar: freqüência trimestral.<br />

7.5. Recursos necessários<br />

7.5.1. Materiais/equipamentos<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> equipamentos e materiais necessários para execução das ações<br />

amostrais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da metodologia a ser adotada, já que cada qual emprega<br />

equipamentos e técnicas próprias. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar<br />

calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os relatórios <strong>de</strong><br />

análise.<br />

Os registros das ações serão elaboradas pela Autorida<strong>de</strong> Portuária, que<br />

proce<strong>de</strong>rá sua atualização e guarda, para futuras comprovações e para<br />

constituição <strong>dos</strong> relatórios a serem encaminha<strong>dos</strong> ao órgão licenciador.<br />

7.5.2. Equipe técnica<br />

A amostragem <strong>de</strong>verá ser realizada por técnico habilitado e as análises <strong>de</strong>verão<br />

ser realizadas por laboratório especializado, preferencialmente acreditado pelo<br />

INMETRO para <strong>de</strong>sempenhar tal prática. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> no processo<br />

(pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro junto ao Cadastro<br />

Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA, obrigando-se a mantê-lo atualizado.<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 68 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

7.6. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

I<strong>de</strong>ntificação da base legal e normatizadora<br />

Elaboração do inventário das emissões<br />

atmosféricas <strong>–</strong> fixas e móveis<br />

Quantificação e qualificação das emissões<br />

Caracterização da qualida<strong>de</strong> do ar<br />

Definição <strong>de</strong> medidas e equipamentos para<br />

a<strong>de</strong>quação das emissões sob<br />

responsabilida<strong>de</strong> da <strong>APPA</strong><br />

Formação do GT para discussão integrada<br />

das ações <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões<br />

Elaboração do Plano <strong>de</strong> monitoramento das<br />

fontes <strong>de</strong> emissão atmosférica e da<br />

qualida<strong>de</strong> do ar<br />

Inclusão das ações no escopo do Programa<br />

<strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Implementação do Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />

<strong>–</strong> fontes fixas<br />

Implementação do Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />

<strong>–</strong> fontes móveis<br />

Implementação do Plano <strong>de</strong> monitoramento<br />

<strong>–</strong> qualida<strong>de</strong> do ar<br />

Preparação <strong>de</strong> relatório <strong>de</strong> andamento<br />

Revisão do Programa para novo ciclo<br />

(Planejamento)<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 69 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

8. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA EMISSÃO DE RUÍDOS<br />

8.1. Introdução<br />

Dentre tantas manifestações agressivas perante o meio ambiente, existe uma<br />

modalida<strong>de</strong>, que apesar <strong>de</strong> não tão difundida como a poluição do ar e das águas,<br />

<strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>batida com mais ênfase, pois traz em seus meandros (como tantas<br />

outras formas <strong>de</strong> poluição) uma gama <strong>de</strong> conseqüências para a saú<strong>de</strong>, o bem<br />

estar e a própria qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong> homens. A Poluição Sonora constitui-se<br />

no tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação que mais se agrava com o transcorrer <strong>dos</strong> tempos,<br />

exigindo em seu habitual silêncio soluções que contemplem a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

tão almejada pelas populações (ENIZ, 2004).<br />

A Poluição Sonora apresenta reflexos em todo o organismo e não apenas no<br />

aparelho auditivo. Os ruí<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>m causar vários distúrbios, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a alteração<br />

do humor, insônia e, até mesmo, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração. Provoca, ainda,<br />

interferências no metabolismo <strong>de</strong> todo o organismo com riscos <strong>de</strong> alterações<br />

cardiovasculares e da perda auditiva (LE BRUIT, 1990).<br />

Esse programa se justifica pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contemplar medidas que<br />

contribuirão para minimizar os impactos ambientais e, principalmente, os efeitos<br />

nos moradores próximos e na mão-<strong>de</strong>-obra envolvida, pela exposição a ruí<strong>dos</strong>.<br />

Para tanto, <strong>de</strong>verão ser atendidas às exigências estabelecidas pelos seguintes<br />

requisitos legais e normas técnicas:<br />

Resolução CONAMA Nº 01/1990: Dispõe sobre critérios e padrões <strong>de</strong> emissão<br />

<strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong>, das ativida<strong>de</strong>s industriais;<br />

NBR 10151: Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>–</strong> Procedimento;<br />

NBR 10152: Avaliação do ruído ambiente em recintos <strong>de</strong> edificações visando<br />

o conforto <strong>dos</strong> usuários <strong>–</strong> Procedimento.<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 70 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

8.2. Objetivos<br />

Esse programa visa monitorar e propor ações <strong>de</strong> mitigação das emissões sonoras<br />

<strong>de</strong>correntes das diversas ativida<strong>de</strong>s e operações do Complexo Portuário <strong>de</strong><br />

<strong>Antonina</strong>, possibilitando a i<strong>de</strong>ntificação e a adoção <strong>de</strong> medidas que permitam a<br />

redução a níveis aceitáveis, em concordância com os padrões estabeleci<strong>dos</strong> pelas<br />

regulamentações específicas.<br />

8.3. Principais ações<br />

I<strong>de</strong>ntificação e mapeamento <strong>de</strong> fontes geradoras <strong>de</strong> ruído;<br />

Elaboração do plano <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong>, com a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> pontos<br />

<strong>de</strong> medição, freqüência e padrões a serem atendi<strong>dos</strong>;<br />

Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> técnico-financeira <strong>de</strong> alternativas para eliminação ou<br />

neutralização <strong>dos</strong> ruí<strong>dos</strong>;<br />

Avaliação do <strong>de</strong>sempenho das alternativas adotadas através <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

do monitoramento <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> ruído; e<br />

Inclusão do Plano <strong>de</strong> Monitoramento no escopo do Programa <strong>de</strong> Auditoria<br />

Ambiental.<br />

8.4. Metodologia<br />

8.4.1. Diagnóstico <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> emissões atmosféricas<br />

O Programa será baseado em análises sistemáticas no perímetro do<br />

empreendimento para que se obtenha uma imagem geral <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> ruído,<br />

permitindo a sua diferenciação quanto à origem, ou seja, provenientes do<br />

empreendimento e <strong>de</strong> fontes externas.<br />

Para o monitoramento do ruído, <strong>de</strong>verá ser utilizado equipamento <strong>de</strong>cibelímetro<br />

para monitorar o Nível <strong>de</strong> Pressão Sonora Equivalente (Leq dB[A]) e/ou <strong>–</strong> caso<br />

necessário <strong>–</strong> o Nível <strong>de</strong> Pressão Sonora Corrigida (Lc dB[A]) na área do<br />

empreendimento e em seu entorno, através da medição <strong>dos</strong> Níveis <strong>de</strong> Pressão<br />

Sonora Instantânea (Li).<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 71 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Em função <strong>dos</strong> níveis aferi<strong>dos</strong> no Relatório <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> RCA, os<br />

equipamentos emprega<strong>dos</strong> neste Programa <strong>de</strong>verão ser ajusta<strong>dos</strong> na opção <strong>de</strong><br />

leitura entre 30 e 130 dB, na escala <strong>de</strong> compensação “A” <strong>–</strong> dB[A] <strong>–</strong> e no tipo <strong>de</strong><br />

leitura “fast”. Em atenção à Norma NBR 10.151, este equipamento <strong>de</strong>verá estar<br />

posicionado uma altura <strong>de</strong> 1,30 m do chão e afastado a mais 2 m <strong>de</strong> qualquer<br />

superfície refletora. Além disso, a medição <strong>de</strong>verá ser realizada em dois dias e<br />

entre duas faixas horárias classificadas como noturna (22h00 às 07h00) e diurna<br />

(07h00 às 22h00), respectivamente. O tempo <strong>de</strong> cada medição <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 5<br />

minutos, sendo os Li’s registra<strong>dos</strong> pelo equipamento a cada 5 (cinco) segun<strong>dos</strong>.<br />

A malha amostral <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar uma distribuição que busque representar<br />

todas as áreas potencialmente alcançadas pelas emissões sonoras provenientes<br />

da operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. Em princípio, <strong>de</strong>verão ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os mesmos pontos emprega<strong>dos</strong> no diagnóstico do Relatório <strong>de</strong><br />

Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, que servem <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> referência para<br />

futuras discussões. Suas coor<strong>de</strong>nadas estão na Tabela 8 e sua localização po<strong>de</strong><br />

ser observada na Figura 26.<br />

Entretanto, este Programa po<strong>de</strong>rá contemplar um número maior <strong>de</strong> pontos,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja justificativa técnica para esta ampliação, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que pelo menos<br />

60% <strong>de</strong>les sejam posiciona<strong>dos</strong> na área do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>. A<br />

freqüência amostral do plano <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong> será trimestral.<br />

Tabela 8. Localização geográfica das estações <strong>de</strong><br />

medição <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> pressão sonora, utilizadas no<br />

Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA.<br />

Estação<br />

Localização (UTM)<br />

Amostral<br />

1<br />

N E<br />

#01 732031 7183498<br />

#02 732134 7183855<br />

#03 731241 7184150<br />

#04 732166 7182849<br />

#05 732840 7182959<br />

#06 732149 7183158<br />

#07 731890 7183243<br />

#08 731641 7183861<br />

1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 72 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 26. Localização das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> ruí<strong>dos</strong> na área do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />

__________________________________________________<br />

Programa <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 73 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

8.4.1.1. Precauções amostrais<br />

Respeitando o que dispõe o item 5.1 da NBR 10151 (2000), não se <strong>de</strong>ve realizar<br />

coleta <strong>de</strong> NPS <strong>–</strong> Níveis <strong>de</strong> Pressão Sonora em momento caracterizado por<br />

interferências audíveis provenientes <strong>de</strong> fenômenos naturais, tais como chuvas,<br />

ventos fortes e trovões.<br />

8.4.2. Ações <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s<br />

Caso sejam observa<strong>dos</strong> valores acima <strong>dos</strong> recomenda<strong>dos</strong> pela legislação, <strong>de</strong>verá<br />

ser realizado imediatamente um diagnóstico da causa (i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-<br />

conformida<strong>de</strong>). I<strong>de</strong>ntificada a fonte geradora, será registrada uma não-<br />

conformida<strong>de</strong> por parte da Coor<strong>de</strong>nação do Programa, visando à instauração <strong>de</strong><br />

uma ação corretiva, baseada no procedimento gerencial 5W2H ou em outro<br />

equivalente.<br />

No caso do registro abranger ativida<strong>de</strong> sob responsabilida<strong>de</strong> da <strong>APPA</strong>, a<br />

Coor<strong>de</strong>nação será revestida <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> para emitir notificação ao setor e/ou<br />

ao responsável em questão, comunicando a Diretoria Técnica.<br />

No caso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong> fora <strong>dos</strong> limites do Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, a Coor<strong>de</strong>nação do Programa cientificará à Alta<br />

<strong>Administração</strong>. Esta, por sua vez, encaminhará cópia do relatório ao<br />

representante legal da empresa/instituição, solicitando as <strong>de</strong>vidas a<strong>de</strong>quações.<br />

Administrativamente, a <strong>APPA</strong> <strong>de</strong>verá constituir um grupo <strong>de</strong> trabalho,<br />

convidando os representantes legais <strong>de</strong> todas as empresas envolvidas na<br />

ativida<strong>de</strong> portuária, objetivando estabelecer cronograma para implementação<br />

das ações <strong>de</strong> redução das emissões em <strong>de</strong>sacordo e <strong>de</strong> melhoria contínua <strong>de</strong><br />

processos, com a incorporação, sempre que possível, <strong>de</strong> tecnologias que<br />

permitam mitigar emissões sonoras superiores aos limites estabeleci<strong>dos</strong> em lei.<br />

Se a não-conformida<strong>de</strong> estiver relacionada a veículos ou a equipamentos <strong>de</strong><br />

movimentação <strong>de</strong> cargas, a Coor<strong>de</strong>nação do Programa também será responsável<br />

por comunicar o operador portuário ou o responsável imediato pelo serviço para<br />

que regularize a situação, sob pena <strong>de</strong> impedimento do acesso do veículo à área<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 74 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

do porto até que tenha sido sanada a causa. A fim <strong>de</strong> comprovar esta correção, o<br />

notificado <strong>de</strong>verá apresentar documentação que comprove a incorporação <strong>de</strong><br />

mecanismos para atenuação <strong>dos</strong> ruí<strong>dos</strong>. Complementarmente, a Autorida<strong>de</strong><br />

Portuária adotará mecanismos para a<strong>de</strong>quar toda a frota em prazo não superior<br />

a dois anos.<br />

Em qualquer <strong>dos</strong> casos, a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>ste Programa proce<strong>de</strong>rá ao registro em<br />

documento específico para este fim, como um livro Ata ou equivalente. Em<br />

qualquer situação <strong>de</strong>sta natureza, a não-conformida<strong>de</strong> e as soluções tomadas<br />

serão <strong>de</strong>vidamente registradas em sistema apropriado, para posterior<br />

comprovação ou para futuras consultas e acompanhamento pelo órgão<br />

licenciador.<br />

8.5. Recursos necessários<br />

8.5.1. Materiais/equipamentos<br />

Para a implementação <strong>de</strong>ste Programa, Será necessário ter à disposição um<br />

instrumento <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> pressão sonora, que permita aten<strong>de</strong>r aos requisitos<br />

estabeleci<strong>dos</strong> por normas técnicas (NBR 10151/2000).<br />

To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong> campo ou laboratoriais, utiliza<strong>dos</strong> na obtenção <strong>de</strong><br />

resulta<strong>dos</strong> analíticos, <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração<br />

<strong>de</strong>verão acompanhar os relatórios <strong>de</strong> análise.<br />

8.5.2. Equipe técnica<br />

As medições <strong>de</strong>verão ser realizadas por técnicos habilita<strong>dos</strong> e seus resulta<strong>dos</strong> e<br />

análises <strong>de</strong>verão ser elabora<strong>dos</strong> por especialista. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas<br />

físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro ativo e atualizado junto ao<br />

Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 75 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

8.6. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

I<strong>de</strong>ntificação da base legal e normatizadora<br />

Confirmação da malha amostral<br />

Execução <strong>de</strong> avaliação preliminar do NPS<br />

I<strong>de</strong>ntificação e mapeamento <strong>de</strong> fontes emissoras<br />

Definição <strong>de</strong> medidas e equipamentos para<br />

a<strong>de</strong>quação das emissões sob responsabilida<strong>de</strong><br />

da <strong>APPA</strong><br />

Constituição do GT para discussão integrada das<br />

ações <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões sonoras<br />

Implantação <strong>dos</strong> dispositivos <strong>de</strong> atenuação<br />

Elaboração do plano <strong>de</strong> monitoramento<br />

Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />

do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Implementação do plano <strong>de</strong> monitoramento<br />

Elaboração <strong>dos</strong> relatórios <strong>de</strong> acompanhamento<br />

Planejamento para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 76 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

9. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS<br />

9.1. Introdução<br />

Segundo Anjos (2006), o Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> vem recebendo a<br />

<strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> efluentes urbanos in natura, principalmente nas proximida<strong>de</strong>s da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>. Estes efluentes, além da poluição química, po<strong>de</strong>m alterar<br />

as proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas do sistema (pH e temperatura), prejudicando a<br />

biota mais sensível às alterações ambientais.<br />

Por outro lado, há também a intensa operação do Porto <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, que<br />

apresenta um crescimento significativo na movimentação <strong>de</strong> mercadorias nas<br />

últimas décadas, consequentemente acompanhado <strong>de</strong> um aumento no risco <strong>de</strong><br />

lançamentos em <strong>de</strong>sacordo. De acordo com Silva et al. (2003), 27% do volume<br />

total das mercadorias exportadas pelo Porto correspon<strong>de</strong> a materiais perigosos<br />

ao meio ambiente. Entre esses se <strong>de</strong>stacam: <strong>de</strong>riva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> petróleo, produtos<br />

químicos, sal, minérios, óleos vegetais, adubos, papel e resíduos <strong>de</strong> soja. No<br />

caso <strong>de</strong> algum aci<strong>de</strong>nte, fatalmente as águas da baía e suas margens sofreriam<br />

danos significativos (MARTIN, 1992, apud CANEPARO, 1999). Tambem não se<br />

po<strong>de</strong> ignorar que a ampliação das ativida<strong>de</strong>s portuárias do Complexo Portuário<br />

<strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> po<strong>de</strong>rão contribuir para a intensificação <strong>de</strong>stes riscos. O resultado<br />

da somatória <strong>de</strong>stas constatações é que o CEP encontra-se sob uma pressão<br />

antrópica particular, <strong>de</strong>corrente da ativida<strong>de</strong> portuária. Com base nisso é que se<br />

justifica o Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas.<br />

Em função da operação, os principais impactos previstos estão associa<strong>dos</strong> ao<br />

lançamento aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> contaminantes, à movimentação <strong>de</strong> cargas perigosas,<br />

<strong>de</strong> substâncias oleosas, químicos orgânicos e inorgânicos, ou seres vivos como<br />

bactérias e microorganismos. Inclui-se também o aumento da carga orgânica<br />

(efluentes sanitários) e eventuais resíduos <strong>dos</strong> serviços auxiliares.<br />

Assim, esse Programa contribuirá para o controle e a minimização <strong>dos</strong> impactos<br />

negativos <strong>de</strong>correntes das ativida<strong>de</strong>s associadas ao Complexo Portuário <strong>de</strong><br />

<strong>Antonina</strong> sobre as águas do complexo estuarino, <strong>de</strong>vendo se esten<strong>de</strong>r durante<br />

toda a vida útil do empreendimento.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 77 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

9.2. Objetivos<br />

O Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas tem como objetivo<br />

<strong>de</strong>tectar, através <strong>de</strong> análises periódicas, possíveis alterações nos parâmetros <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> da água na área no entorno do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>,<br />

relacionando possíveis fontes poluidoras para que estas possam ser extintas.<br />

9.3. Metodologia e principais ações<br />

9.3.1. Planejamento<br />

Esta fase <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir o plano <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras, levando em consi<strong>de</strong>ração<br />

os méto<strong>dos</strong> analíticos que serão aplica<strong>dos</strong>, assim como, prever os recursos<br />

humanos, materiais e financeiros necessários. O correto planejamento <strong>de</strong>verá ser<br />

embasado em informações preliminares como <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong><br />

coleta, parâmetros a serem analisa<strong>dos</strong> e estabelecimento <strong>de</strong> itinerário racional,<br />

levando em conta a disponibilida<strong>de</strong> do laboratório para a execução das análises e<br />

prazos <strong>de</strong> preservação das amostras. Salienta-se a importância <strong>de</strong> conhecer em<br />

<strong>de</strong>talhes os processos industriais responsáveis pela produção <strong>dos</strong> efluentes.<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> parâmetros a serem analisa<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verá abranger aqueles<br />

<strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> pela Resolução CONAMA Nº 357/2005, conforme a classificação <strong>dos</strong><br />

corpos <strong>de</strong> água. Importante <strong>de</strong>stacar que o artigo 10, §4º <strong>de</strong>sta Resolução<br />

<strong>de</strong>termina que no caso <strong>de</strong> águas salinas ou salobras, em que não é aplicável a<br />

vazão <strong>de</strong> referência, <strong>de</strong>verão ser elabora<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> específicos sobre a<br />

dispersão e assimilação <strong>de</strong> poluentes no meio hídrico, a fim <strong>de</strong> estabelecer os<br />

valores máximos permiti<strong>dos</strong> para os parâmetros químicos em cada classe.<br />

Com relação à seleção <strong>dos</strong> parâmetros, sugere-se que no primeiro ano <strong>de</strong><br />

implantação do Programa, sejam realizadas análises trimestrais <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os<br />

parâmetros constantes da Resolução CONAMA Nº 357/05, como forma <strong>de</strong><br />

averiguar possíveis oscilações sazonais e com vistas à confirmação <strong>dos</strong><br />

resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> no diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong><br />

RCA. A partir do segundo ano, os acompanhamentos, mediante anuência do<br />

órgão ambiental, <strong>de</strong>verão ater-se aos parâmetros que efetivamente ultrapassem<br />

os limites <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> para a classe do corpo hídrico.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 78 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

9.3.2. Coleta da amostra<br />

As amostragens <strong>de</strong>verão consi<strong>de</strong>rar as mesmas características amostrais do<br />

diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA: 29 pontos<br />

distribuí<strong>dos</strong> ao longo do CEP, cujas coor<strong>de</strong>nadas geográficas constam da Tabela<br />

9 e a localização, da Figura 27. A distribuição vertical <strong>de</strong>stes pontos <strong>de</strong>verá<br />

consi<strong>de</strong>rar diferentes níveis da coluna d’água: <strong>de</strong>ve incluir amostras <strong>de</strong><br />

superfície, meio e fundo em locais <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> superfície e fundo<br />

em pontos <strong>de</strong> menor profundida<strong>de</strong>. A freqüência amostral será trimestral.<br />

Tabela 9. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong><br />

água e profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta a serem realizadas por estação<br />

(lacunas hachuradas em azul).<br />

Estação Localização (UTM) Profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta<br />

Amostral N E superf. meio fundo<br />

#001 787466 7170621<br />

#002 787729 7158025<br />

#004 773537 7163886<br />

#011 768066 7169437<br />

#017 765194 7172601<br />

#021 762433 7171917<br />

#024 762201 7175573<br />

#032 757150 7177768<br />

#035 755443 7173240<br />

#038 753620 7177815<br />

#040 752592 7176911<br />

#043 751632 7175914<br />

#044 751484 7175615<br />

#049 750752 7176359<br />

#052 750195 7177130<br />

#057 749178 7177154<br />

#058 748922 7177375<br />

#061 748731 7177011<br />

#062 748623 7177438<br />

#068 747435 7177584<br />

#070 747205 7176038<br />

#073 746628 7177535<br />

#076 745691 7175791<br />

#078 745217 7177875<br />

#088 740828 7178920<br />

#096 736981 7180128<br />

#107 734070 7178425<br />

#108 734019 7182370<br />

#114 733706 7182688<br />

#116 732461 7184272<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 79 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 27. Malha <strong>de</strong> amostragem para a qualida<strong>de</strong> das águas do Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> <strong>–</strong> CEP.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 80 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

9.3.3. Coleta e manuseio das amostras<br />

As amostras <strong>de</strong> água <strong>de</strong>verão ser coletadas nas estações amostrais com a<br />

utilização <strong>de</strong> garrafas amostradoras do tipo van Dorn (Figura 28).<br />

Figura 28. Garrafas amostradoras do tipo van Dorn<br />

utilizadas nas amostragens <strong>de</strong> água.<br />

No momento da coleta, <strong>de</strong>ve-se anotar na ficha <strong>de</strong> coleta a coor<strong>de</strong>nada (latitu<strong>de</strong><br />

e longitu<strong>de</strong>), além <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r o registro fotográfico do local da coleta. Os<br />

frascos utiliza<strong>dos</strong> na coleta das amostras <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>vem ser previamente<br />

prepara<strong>dos</strong> segundo as recomendações das normas técnicas NBR 9897/87 e NBR<br />

9898/87. Deverão ser previamente i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> com etiquetas, constando<br />

nestas o nome da estação amostral, rótulo do parâmetro a ser analisado, data <strong>de</strong><br />

coleta, bem como o método <strong>de</strong> conservação da amostra. No caso <strong>de</strong> exame<br />

microbiológico <strong>de</strong>ve-se remover a tampa do frasco <strong>de</strong> coleta com to<strong>dos</strong> os<br />

cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> assepsia, tomando precauções para evitar a contaminação da<br />

amostra. No seu enchimento, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixado um espaço vazio <strong>de</strong><br />

aproximadamente 2,0 cm da borda possibilitando a homogeneização correta da<br />

amostra antes da análise (Figura 29).<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do objetivo da coleta, os vasilhames <strong>de</strong>verão ser ajusta<strong>dos</strong>, para<br />

que possam fazer o correto acondicionamento das amostras: vidro borosilicato,<br />

<strong>de</strong> vidro borosilicato âmbar ou polietileno. Além disso, <strong>de</strong>vem ser quimicamente<br />

inertes e permitir uma perfeita vedação.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 81 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 29. Registro da coleta das amostras<br />

<strong>de</strong> água com a utilização <strong>de</strong> garrafa<br />

amostradora tipo van Dorn.<br />

9.3.4. Mensuração <strong>de</strong> parâmetros in situ<br />

Todas as amostras <strong>de</strong>verá passar por mensuração in situ <strong>dos</strong> seguintes<br />

parâmetros: potencial hidrogeniônico <strong>–</strong> pH, condutivida<strong>de</strong>, turbi<strong>de</strong>z, oxigênio<br />

dissolvido, temperatura, salinida<strong>de</strong>, sóli<strong>dos</strong> dissolvi<strong>dos</strong> totais e potencial <strong>de</strong><br />

óxido-redução. Em função da dificulda<strong>de</strong> operacional do processo, esta obtenção<br />

<strong>de</strong> informações <strong>de</strong>verá ser realizada com sonda multiparâmetros (Figura 30).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 82 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 30. Utilização da sonda multiparâmetro para<br />

avaliação <strong>de</strong> parâmetros in situ.<br />

9.3.5. Preservação das amostras<br />

As técnicas <strong>de</strong> preservação são necessárias para minimizar alterações das<br />

amostras. A seguir são <strong>de</strong>scritos alguns méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> preservação:<br />

Congelamento: po<strong>de</strong> ser aplicado para aumentar o intervalo <strong>de</strong> tempo entre<br />

a coleta e a análise, para maior parte <strong>dos</strong> parâmetros <strong>de</strong> composição<br />

química. Não po<strong>de</strong> ser usado para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> DBO e DQO, bem como<br />

do teor <strong>de</strong> sóli<strong>dos</strong> filtráveis e não filtráveis ou <strong>de</strong> qualquer parâmetro nessas<br />

frações, pois os componentes <strong>dos</strong> resíduos em suspensão se alteram com o<br />

congelamento e posterior <strong>de</strong>scongelamento;<br />

Refrigeração: as amostras são mantidas entre 1°C e 4°C preservando a<br />

maioria <strong>de</strong> características físicas, químicas e biológicas em curto prazo (< 24<br />

horas) e como tal é recomendado para todas as amostras entre coleta e<br />

entrega para o laboratório. Recomenda-se que as amostras microbiológicas<br />

sejam refrigeradas entre 2°C e 10°C;<br />

Adição <strong>de</strong> agentes químicos: consi<strong>de</strong>rado o método <strong>de</strong> preservação mais<br />

conveniente, quando possível, pois oferece o maior grau <strong>de</strong> estabilização da<br />

amostra e por maior espaço <strong>de</strong> tempo. No entanto, não é possível recorrer a<br />

adições químicas em casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> parâmetros biológicos como<br />

a DBO, contagem <strong>de</strong> microrganismos, etc, e em casos <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />

interferências <strong>de</strong> análises químicas.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 83 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

9.3.6. Acondicionamento e transporte da amostra<br />

Após a coleta das amostras, as mesmas <strong>de</strong>vem ser perfeitamente acondicionadas<br />

para evitar quebras e contaminação, e transportadas ao laboratório no tempo<br />

necessário para que sua análise ocorra <strong>de</strong>ntro do prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> da<br />

preservação.<br />

9.3.7. Execução <strong>de</strong> análises<br />

Esta etapa consiste no recebimento e tratamento das amostras, permitindo sua<br />

utilização para a realização <strong>dos</strong> ensaios laboratoriais. Para tanto, <strong>de</strong>vem ser<br />

adotadas as padronizações laboratoriais constantes no Standard Methods for<br />

Water and Wastewater Analysis, ou outra instrução que seja mais aplicável ao<br />

caso. O laboratório responsável pelas análises <strong>de</strong>verá preferencialmente ser<br />

acreditado pela NBR ISO 17.025, além <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> profissionais tecnicamente<br />

qualifica<strong>dos</strong>. To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise.<br />

9.3.8. Recursos necessários<br />

9.3.8.1. Materiais/equipamentos<br />

Os equipamentos e materiais mais utiliza<strong>dos</strong> durante a amostragem são:<br />

Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos da malha amostral, e<br />

dotada <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os apetrechos necessários para a operação amostral e <strong>de</strong><br />

salvatagem (salva-vidas, sinalizadores, bóias, etc);<br />

Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />

<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />

Equipamentos <strong>de</strong> coleta: garrafas amostradoras, frasco <strong>de</strong> coleta e apoio,<br />

etiquetas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e luvas;<br />

Equipamentos analíticos <strong>de</strong> campo: sonda multiparâmetros com certificado<br />

<strong>de</strong> calibração;<br />

Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo etc.;<br />

Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System) etc.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 84 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

9.3.9. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, <strong>de</strong>verá ser prevista uma equipe especializada<br />

em monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação<br />

e análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />

preservação e conservação das amostras. Também <strong>de</strong>verá contar com o apoio <strong>de</strong><br />

laboratório <strong>de</strong> análises que possua, no mínimo, as acreditações INMETRO CLA-<br />

0006 (Boas Práticas <strong>de</strong> Laboratório <strong>–</strong> BPL) e INMETRO CRL 0227 <strong>–</strong> Ensaios NBR<br />

ISO/IEC 17025. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar<br />

com registro ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

9.4. Cronograma<br />

Meses<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />

Contração do(s) laboratório(s) <strong>de</strong> apoio<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />

Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />

do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Execução das amostragens<br />

Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />

Planejamento para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 85 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

10. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS SEDIMENTOS<br />

10.1. Introdução<br />

Em maior ou menor grau, quase todas as ativida<strong>de</strong>s antrópicas promovem<br />

impactos ambientais sobre um ou mais compartimentos ambientais. O sedimento<br />

representa um <strong>de</strong>stes compartimentos, mas guarda uma característica particular<br />

importante: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> condições ambientais propicias (e.g. hidrodinâmica,<br />

taxas <strong>de</strong>posicionais, fluxos <strong>de</strong> matéria e energia, tipo <strong>de</strong> contaminantes, etc),<br />

tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar o registro da ocorrência <strong>de</strong>stes impactos por<br />

longos perío<strong>dos</strong>.<br />

Neste sentido, este Programa caracteriza-se como uma importante ferramenta<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação das potenciais alterações geradas pelas ativida<strong>de</strong>s<br />

associadas às ativida<strong>de</strong>s humanas nas áreas lin<strong>de</strong>iras do CEP, <strong>de</strong>ntre as quais<br />

incluem-se as operações do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />

Importante <strong>de</strong>stacar que a ativida<strong>de</strong> portuária do CEP guarda estreita relação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pendência com as obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção ao longo <strong>dos</strong> acessos<br />

hidroviários. Todavia, no caso particular da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, estas obras não<br />

têm um caráter permanente. Por esta razão, os monitoramentos que se fazem<br />

necessários durante as obras <strong>de</strong> dragagem, serão objeto <strong>de</strong> um conjunto<br />

específico <strong>de</strong> Programas, <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> adiante. E assim, o Programa aqui <strong>de</strong>scrito<br />

restringe-se ao monitoramento ambiental sob condições normais <strong>de</strong> operação do<br />

Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>.<br />

10.2. Objetivos<br />

O Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> Sedimentos tem por objetivo<br />

verificar alterações nos parâmetros físico-químicos <strong>dos</strong> sedimentos da área sob<br />

influência do Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, tomando como<br />

referência as <strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA Nº 344/04. Seu foco será<br />

avaliar alterações do sedimento do leito marinho, em termos <strong>dos</strong> parâmetros<br />

contempla<strong>dos</strong> nesta legislação.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 86 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

10.3. Aspectos metodológicos<br />

A caracterização ambiental <strong>dos</strong> sedimentos no Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong><br />

<strong>de</strong>verá seguir as diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA N° 344/04.<br />

Desta forma, a metodologia <strong>de</strong> monitoramento <strong>dos</strong> sedimentos será composta<br />

pelas etapas <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />

10.3.1. Planejamento<br />

Nesta fase <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>finido o plano <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras, que inclui a<br />

previsão <strong>de</strong> recursos humanos, materiais e financeiros necessários. Além <strong>de</strong><br />

informações preliminares como a <strong>de</strong>terminação da malha amostral, do número<br />

<strong>de</strong> amostras, o estabelecimento <strong>de</strong> um itinerário racional e <strong>de</strong>finição do<br />

laboratório para a execução das análises.<br />

Para o presente Programa, sugere-se que sejam utilizadas as mesmas 23<br />

estações amostrais propostas no item 3.3.2. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da<br />

Comunida<strong>de</strong> Bentônica <strong>de</strong> Fundo Inconsolidado, baseadas no diagnóstico do<br />

Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA, e cujas coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />

estão listadas na Tabela 10.<br />

Tabela 10. Localização geográfica das estações <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong><br />

sedimentos.<br />

Estação Localização (UTM)<br />

Amostral<br />

1 Estação Localização (UTM)<br />

N E Amostral N E<br />

#001 787466 7170621 #043 751632 7175914<br />

#002 787729 7158025 #052 750195 7177130<br />

#004 773537 7163886 #062 748623 7177438<br />

#011 768066 7169437 #076 745691 7175791<br />

#017 765194 7172601 #078 745217 7177875<br />

#021 762433 7171917 #086 741608 7180754<br />

#023 762770 7175119 #088 740828 7178920<br />

#032 757150 7177768 #096 736981 7180128<br />

#035 755443 7173240 #107 734070 7178425<br />

#038 753620 7177815 #108 734019 7182370<br />

#039 752948 7177710 #116 732461 7184272<br />

#040 752592 7176911<br />

1 Datum horizontal: WGS 84 <strong>–</strong> Zona 22J<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 87 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Quanto aos parâmetros monitora<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>verão incluir aqueles <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> pela<br />

Resolução CONAMA Nº 344/04, sendo eles:<br />

Granulometria;<br />

Arsênio (As);<br />

Mercúrio (Hg);<br />

Níquel (Ni);<br />

Zinco (Zn);<br />

Carbono Orgânico Total <strong>–</strong> COT;<br />

Nitrogênio Kjeldahl Total;<br />

Cádmio (Cd);<br />

Chumbo (Pb);<br />

Cobre (Cu);<br />

Fósforo Total;<br />

Bifenilas Policloradas (PCB’s); e<br />

Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA’s).<br />

10.3.2. Coleta e manuseio<br />

As amostras <strong>de</strong>verão ser coletadas na superfície do leito, através do lançamento<br />

<strong>de</strong> amostradores busca-fundo do tipo van Veen <strong>de</strong> aço inoxidável, com<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,005 m³ (Figura 31). Após a coleta, cada amostra será<br />

segregada em quatro alíquotas, sendo cada uma <strong>de</strong>las acondicionada em<br />

embalagem apropriada e <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificada com etiqueta <strong>de</strong> registro e<br />

lacre. Em cada etiqueta <strong>de</strong>verá constar a i<strong>de</strong>ntificação da estação amostral,<br />

parâmetro a ser analisado, método <strong>de</strong> conservação e data, conforme <strong>de</strong>monstra<br />

a Figura 32. Desta forma, cada uma das alíquotas será <strong>de</strong>signada, ainda em<br />

campo, para que posteriormente seja <strong>de</strong>stinada às análises química,<br />

sedimentológica, ecotoxicológica e <strong>de</strong> contra-prova. Cada amostra <strong>de</strong>verá ser<br />

fechada com um lacre individual e com numeração distinta, <strong>de</strong>vendo este<br />

número ser registrado na planilha <strong>de</strong> campo.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 88 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 31. Amostrador do tipo van Veen utilizado na<br />

coleta <strong>de</strong> sedimento superficial.<br />

Figura 32. Imagem <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> sedimento<br />

acondicionada logo após a coleta.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 89 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

10.3.3. Preservação da amostra<br />

Após o acondicionamento e i<strong>de</strong>ntificação, as amostras <strong>de</strong>verão ser mantidas em<br />

caixa térmica refrigerada. Ao <strong>de</strong>sembarcar, <strong>de</strong>vem ser transferidas para câmara<br />

frigorífica para serem congeladas até o envio ao laboratório contratado para<br />

realizar as análises. Todo este trâmite <strong>de</strong>verá ocorrer com rigoroso controle <strong>de</strong><br />

temperatura para que possam ser mantidas as concentrações <strong>dos</strong> parâmetros,<br />

ainda que o sedimento seja consi<strong>de</strong>rado um meio estável para preservação<br />

<strong>de</strong>stes constituintes e contaminantes.<br />

10.3.4. Execução <strong>de</strong> análises<br />

Esta etapa consiste no recebimento e tratamento das amostras, permitindo sua<br />

utilização para a realização <strong>dos</strong> ensaios laboratoriais. Os sedimentos <strong>de</strong>verão ser<br />

previamente trata<strong>dos</strong>, com a adoção <strong>de</strong> medidas particulares para cada tipo <strong>de</strong><br />

análise a ser <strong>de</strong>senvolvida, sendo posteriormente executada a respectiva análise:<br />

Química: procedimentos analíticos da U.S. Environmental Protection Agency<br />

(ou equivalentes), aten<strong>de</strong>ndo ao disposto na Resolução CONAMA Nº 344/04;<br />

Sedimentológica: método proposto por Suguio (1973) ou equivalente, no<br />

qual se executa o peneiramento das frações maiores que areia e a pipetagem<br />

para as granulometrias silte e argila. A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> matéria orgânica e<br />

carbonatos <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> acordo com a metodologia proposta por<br />

Dean (1974) ou outra <strong>de</strong> igual eficiência, e o peso específico <strong>de</strong>ve ser obtido<br />

por gravimetria;<br />

Ecotoxicológica: aplicação <strong>dos</strong> protocolos consagra<strong>dos</strong> na literatura,<br />

empregando organismos teste <strong>de</strong> diferentes taxa para quantificação <strong>dos</strong><br />

efeitos agu<strong>dos</strong> e crônicos sobre a biota.<br />

Sobre as análises ecotoxicológicas, importante consi<strong>de</strong>rar os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />

pelo diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. De acordo com<br />

aqueles resulta<strong>dos</strong>, as concentrações <strong>dos</strong> contaminantes não ultrapassaram o<br />

limiar estabelecido para o nível 1 nos sedimentos. Sendo assim, em face das<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 90 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

<strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA N° 344/04 1 , esta análise po<strong>de</strong>ria ser<br />

dispensada. Todavia, o presente Programa <strong>de</strong>verá convalidar estes resulta<strong>dos</strong>,<br />

para que, então, possa ser aplicada a <strong>de</strong>terminação daquela norma.<br />

O laboratório responsável pelas análises <strong>de</strong>verá preferencialmente ser acreditado<br />

pela NBR ISO 17.025, além <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> profissionais tecnicamente qualifica<strong>dos</strong>.<br />

To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração<br />

<strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise. Além disso, To<strong>dos</strong> os<br />

equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão<br />

acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise.<br />

10.3.5. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Os resulta<strong>dos</strong> levarão à estruturação <strong>de</strong> uma série histórica, permitindo avaliar<br />

possíveis oscilações temporais e espaciais nos parâmetros consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>,<br />

introduzindo um novo elemento no processo <strong>de</strong> gestão ambiental das ativida<strong>de</strong>s<br />

portuárias <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e do próprio Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />

10.4. Recursos necessários<br />

10.4.1. Materiais/equipamentos<br />

Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />

Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos da malha amostral, e<br />

dotada <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os apetrechos necessários para a operação amostral e <strong>de</strong><br />

salvatagem (salva-vidas, sinalizadores, bóias, etc);<br />

Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />

<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />

Equipamentos <strong>de</strong> coleta: amostradores <strong>de</strong> fundo, embalagens plásticas para<br />

acondicionamento da amostra, etiquetas, lacres <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, luvas;<br />

Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo, etc.;<br />

Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />

1 “Art. 7° O material a ser dragado po<strong>de</strong>rá ser disposto em águas jurisdicionais brasileiras, <strong>de</strong><br />

acordo com os seguintes critérios a serem observa<strong>dos</strong> no processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental:<br />

I <strong>–</strong> não necessitará <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> complementares para a sua caracterização:<br />

b) Material cuja concentração <strong>de</strong> poluentes for menor ou igual ao nível 1”<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 91 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

10.4.2. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />

monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />

análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />

preservação e conservação das amostras <strong>de</strong> sedimento. Também <strong>de</strong>verá contar<br />

com o apoio <strong>de</strong> laboratório <strong>de</strong> análises físico-químicas que possua processos <strong>de</strong><br />

análises cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia <strong>–</strong> INMETRO, ou em<br />

laboratório qualificado ou aceito pelo órgão ambiental competente.<br />

To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />

ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

10.5. Cronograma<br />

Meses<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />

Contração do(s) laboratório(s) <strong>de</strong> apoio<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />

Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />

do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Execução das amostragens<br />

Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />

Preparação para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 92 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

11. PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DA ÁGUA DE LASTRO DOS NAVIOS<br />

11.1. Introdução<br />

Para uma navegação segura, toda embarcação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte <strong>de</strong>ve, quando<br />

aliviada <strong>de</strong> carga comercial, reestabelecer as condições <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>, que lhe<br />

permitam enfrentar os elementos <strong>–</strong> mormente ventos e correntes <strong>–</strong> sem colocar<br />

em risco sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> navegação e sua estrutura. Esta estabilida<strong>de</strong> é<br />

alcançada a partir do preenchimento <strong>de</strong> reservatórios específicos com água do<br />

ambiente em que se encontra, dando-lhe “lastreamento”. A massa <strong>de</strong> água<br />

empregada, em termos <strong>de</strong> peso, habitualmente representa 30% da capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carga da embarcação.<br />

Todavia, a água empregada nesta ação <strong>–</strong> e, eventualmente, o sedimento a ela<br />

associado <strong>–</strong> po<strong>de</strong> carrear consigo gran<strong>de</strong>s concentrações <strong>de</strong> organismos os mais<br />

varia<strong>dos</strong>, incluindo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> bactérias e vírus até larvas <strong>de</strong> crustáceos e moluscos e<br />

ovos ou juvenis <strong>de</strong> peixes. A consequente <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>sta água em outros locais,<br />

<strong>de</strong>ntro da rota <strong>de</strong> navegação, acaba servindo como vetores no processo <strong>de</strong><br />

contaminação biológica <strong>–</strong> ou bioinvasão, introduzindo organismos exóticos 1 em<br />

ca<strong>de</strong>ias tróficas até então estáveis. Muitas vezes estes organismos acabam<br />

aproveitando-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas estratégias ou <strong>de</strong> condições ecológicas<br />

propícias para inserir-se nesta ca<strong>de</strong>ia, provocando sérios <strong>de</strong>sequilíbrios, que<br />

repercutem não apenas na questão ambiental, mas chegam a comprometer<br />

muitas ativida<strong>de</strong>s econômicas. Ainda sobre estas invasões, não se po<strong>de</strong> ignorar<br />

que muitos <strong>de</strong>stes “invasores” apresentam algum grau <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> ou<br />

nocivida<strong>de</strong>, intensificando ainda mais os riscos à natureza e ao ser humano.<br />

Para contornar este que se tornou um <strong>dos</strong> maiores <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />

recursos naturais em escala global, entida<strong>de</strong>s e órgãos <strong>de</strong> todo o mundo têm se<br />

empenhado para estabelecer regras e meios para prevenir ou atenuar estes<br />

riscos para as águas costeiras mundo afora. No Brasil, a Autorida<strong>de</strong> Marítima <strong>–</strong><br />

1<br />

Sobre esta <strong>de</strong>finição, importante contribuição dá o artigo 2º, III, da Instrução Normativa IBAMA<br />

141/2006:<br />

“Art. 2º.(...)<br />

III - fauna exótica invasora: animais introduzi<strong>dos</strong> a um ecossistema do qual não fazem parte<br />

originalmente, mas on<strong>de</strong> se adaptam e passam a exercer dominância, prejudicando processos<br />

naturais e espécies nativas, além <strong>de</strong> causar prejuízos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica e social;”<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 93 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Marinha do Brasil <strong>–</strong> em conjunto com as autorida<strong>de</strong>s sanitária e ambiental, tem<br />

trabalhado a fim <strong>de</strong> apresentar possíveis soluções para minimizar os danos<br />

causa<strong>dos</strong> ao meio ambiente em função da captação, <strong>de</strong>scarga ou da troca da<br />

água <strong>de</strong> lastro em locais consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> impróprios ou não autoriza<strong>dos</strong>. Dentre as<br />

ações estratégicas, <strong>de</strong>stacam-se os esforços <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Água <strong>de</strong> Lastro, o<br />

controle e o monitoramento do <strong>de</strong>slastro e, principalmente, o estabelecimento <strong>de</strong><br />

normas regulamentadoras relacionadas ao tema pela Autorida<strong>de</strong> Marítima.<br />

Visando otimizar o gerenciamento da água <strong>de</strong> lastro <strong>dos</strong> navios que aportarão ao<br />

Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, é proposto o presente Programa <strong>de</strong> forma a<br />

possibilitar a verificação e o acompanhamento do cumprimento da NORMAM-20<br />

da Diretoria <strong>de</strong> <strong>Portos</strong> e Costas, Norma da Autorida<strong>de</strong> Marítima para<br />

Gerenciamento da Água <strong>de</strong> Lastro.<br />

Por outro lado, cabe aqui uma ressalva: como preconiza a mesma instrução<br />

normativa, quando apresenta o arcabouço jurídico que <strong>de</strong>termina as<br />

competências <strong>dos</strong> agentes envolvi<strong>dos</strong>, fica claro que à Autorida<strong>de</strong> Portuária não<br />

cabe cumprir qualquer ação fiscalizatória. Sendo assim, o presente Programa<br />

<strong>de</strong>ve, na medida das possibilida<strong>de</strong>s, contribuir para a estruturação <strong>de</strong><br />

instrumentos <strong>de</strong> gerenciamento e controle, ficando a cargo da Autorida<strong>de</strong><br />

Marítima, no caso, à Capitania <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> do Paraná, a execução <strong>dos</strong><br />

procedimentos fiscalizatórios. Neste sentido, propõe-se que na condução do<br />

Programa seja incluída uma avaliação <strong>dos</strong> organismos que possam provocar, nos<br />

portos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino, riscos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio ambiental ou <strong>de</strong> contaminação.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 94 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

11.2. Objetivo<br />

Em relação ao Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, a melhor forma <strong>de</strong><br />

contribuir neste processo, como preconizado na NORMAM 20 1 , compreen<strong>de</strong> a<br />

ampliação <strong>dos</strong> procedimentos lista<strong>dos</strong> nos subprogramas <strong>de</strong> monitoramento das<br />

comunida<strong>de</strong>s planctônicas e bentônicas, <strong>de</strong> forma a i<strong>de</strong>ntificar a ocorrência <strong>de</strong><br />

organismos consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> invasores ou exóticos ao Complexo Estuarino <strong>de</strong><br />

<strong>Paranaguá</strong>. A<strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>verá prever ensaios nas amostras <strong>de</strong> água em busca <strong>de</strong><br />

organismos patogênicos como bactérias e vírus. Desta forma, permitirá à<br />

Autorida<strong>de</strong> Marítima nortear os procedimentos para captação <strong>de</strong> água utilizada<br />

como lastro para embarcações que estejam saindo <strong>dos</strong> domínios do CEP.<br />

11.3. Metodologia<br />

O planejamento das ações exigirá discussão entre a Autorida<strong>de</strong> Portuária e o<br />

IBAMA, já que a implementação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> Programa ainda passa pela fase <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e ajuste. Entretanto, <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar as medidas já<br />

propostas no Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática (item 3),<br />

aproveitando os esforços amostrais para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> organismos que<br />

possam caracterizar a efetiva bioinvasão do CEP.<br />

Outra ação que <strong>de</strong>verá ser contemplada, mediante anuência do IBAMA, é a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> pontos amostrais e a avaliação da ocorrência <strong>de</strong> organismos que<br />

possam, na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta<strong>dos</strong> no processo <strong>de</strong> lastreamento <strong>dos</strong> navios,<br />

colocar em risco as regiões para on<strong>de</strong> seguem as embarcações. Neste grupo <strong>de</strong><br />

organismos, <strong>de</strong>verão ser prioritariamente contempla<strong>dos</strong> aqueles que apresentem<br />

características ecológicas sugestivas <strong>de</strong> provocar impactos em outros locais para<br />

on<strong>de</strong> sejam leva<strong>dos</strong> pelo processo. Também <strong>de</strong>verão ser incluí<strong>dos</strong> registros <strong>de</strong><br />

1 NORMAM 20, capítulo 2, item 2.3.3:<br />

i) o Agente da AM <strong>de</strong>ve, sempre que dispuser <strong>de</strong> informações fornecidas pelos órgãos ambientais,<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, ou ainda, <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s e instituições <strong>de</strong> pesquisa, comunicar às agências<br />

marítimas a respeito <strong>de</strong> áreas sob a sua jurisdição, on<strong>de</strong> os navios não <strong>de</strong>verão captar Água<br />

<strong>de</strong> Lastro <strong>de</strong>vido a condições conhecidas (por exemplo, área ou áreas conhecidas por<br />

conter eventos <strong>de</strong> florações, infestações ou populações <strong>de</strong> organismos aquáticos nocivos<br />

e agentes patogênicos). Quando possível, o Agente da AM informará a localização <strong>de</strong> qualquer<br />

área ou áreas alternativas para a captação ou <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> Água <strong>de</strong> Lastro, bem como as áreas<br />

on<strong>de</strong> realizam-se dragagens. Tais informações, futuramente, estarão consolidadas em um Plano <strong>de</strong><br />

Gerenciamento da Água <strong>de</strong> Lastro <strong>dos</strong> portos;” (grifo nosso)<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 95 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

outros organismos, mas neste caso <strong>de</strong> patógenos, tais como vírus e bactérias, os<br />

quais po<strong>de</strong>riam contaminar as águas e provocar problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />

11.4. Cronograma<br />

Meses<br />

Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

Definição da metodologia com discussão Prazo a ser <strong>de</strong>finido pelo IBAMA<br />

conjunta com o IBAMA<br />

Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />

Contração do(s) laboratório(s) <strong>de</strong> apoio<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Definição malha amostral e freqüência <strong>de</strong> coletas<br />

Inclusão das ações <strong>de</strong> monitoramento no escopo<br />

do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Execução das amostragens<br />

Análises laboratoriais e emissão <strong>de</strong> lau<strong>dos</strong><br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />

Preparação para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 96 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

12. PROGRAMA DE AUDITORIA AMBIENTAL<br />

12.1. Introdução<br />

A auditoria ambiental é um instrumento que permite avaliar o grau <strong>de</strong><br />

implementação e a eficiência das medidas mitigadoras, preventivas e <strong>dos</strong> planos<br />

e programas ambientais do empreendimento. Além disso, os resulta<strong>dos</strong> da<br />

auditoria ambiental representam o instrumento <strong>de</strong> campo que permitirá a<br />

melhoria contínua do Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental (PGA).<br />

12.2. Objetivos<br />

O Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental tem como objetivo avaliar o <strong>de</strong>sempenho do<br />

programas e planos ambientais, das medidas <strong>de</strong> controle implantadas durante a<br />

operação do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, tendo em vista o cumprimento da<br />

legislação vigente, das normas e <strong>dos</strong> preceitos do licenciamento ambiental.<br />

12.3. Principais ações<br />

Para implantar o processo <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senvolvidas as seguintes ações:<br />

Definição da freqüência das auditorias;<br />

Formação e capacitação <strong>de</strong> auditores internos;<br />

Elaboração <strong>de</strong> procedimento para a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auditoria que <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>finir<br />

toda a organização e os processos relevantes;<br />

Durante a auditoria, <strong>de</strong>verá ser verificada a conformida<strong>de</strong> com as legislações<br />

aplicáveis, assim como os requisitos estabeleci<strong>dos</strong> pelas licenças ambientais,<br />

nos <strong>de</strong>talhamentos <strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais programas integrantes <strong>de</strong>ste PCA, ou<br />

assumi<strong>dos</strong> espontaneamente pela <strong>APPA</strong>;<br />

Informar a direção sobre a eficácia do Programa <strong>de</strong> Gestão Ambiental <strong>–</strong> PGA,<br />

indicando correções e recomendações, se necessárias.<br />

12.4. Aspectos metodológicos<br />

Para implantação do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental recomenda-se a<br />

elaboração <strong>de</strong> um procedimento <strong>de</strong> auditoria que <strong>de</strong>fina como essa ativida<strong>de</strong><br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 97 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

será realizada e gerenciada. Esse procedimento <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>finir o escopo, as<br />

ativida<strong>de</strong>s e áreas a serem contempladas na auditoria, as responsabilida<strong>de</strong>s<br />

associadas à gestão e condução das auditorias, a competência <strong>dos</strong> auditores e<br />

como essas auditorias <strong>de</strong>vem ser conduzidas. Para todas estas <strong>de</strong>finições, será<br />

fundamental avaliar as estruturas e os resulta<strong>dos</strong> espera<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais<br />

programas atrela<strong>dos</strong> a este. Também <strong>de</strong>verá prever a realização <strong>de</strong> treinamentos<br />

para formação e capacitação <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong> auditores internos.<br />

12.5. Equipe técnica<br />

Para implantação <strong>de</strong>sse Programa será necessário constituir um auditor-lí<strong>de</strong>r, e<br />

cinco auditores internos que po<strong>de</strong>rão ser substituí<strong>dos</strong> por auditores externos<br />

(consultores) <strong>de</strong>vidamente qualifica<strong>dos</strong> para <strong>de</strong>sempenhar a função. A<br />

coor<strong>de</strong>nação do Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

do Núcleo Permanente <strong>de</strong> Gestão Ambiental.<br />

12.6. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Definição da estrutura <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação do<br />

Programa <strong>de</strong> Auditoria Ambiental<br />

Definir escopo das auditorias com base nos<br />

cronogramas <strong>dos</strong> Programas<br />

Capacitação <strong>de</strong> auditores internos<br />

Definição <strong>dos</strong> requisitos legais e técnicos<br />

Estabelecimento <strong>de</strong> metas e indicadores<br />

Definição da freqüência das auditorias<br />

Elaboração <strong>dos</strong> check lists<br />

Mobilização das equipes <strong>de</strong> auditoria /<br />

comunicação das auditorias<br />

Execução auditorias internas - documental<br />

Execução auditorias internas - campo<br />

I<strong>de</strong>ntificação/<strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> nãoconformida<strong>de</strong>s<br />

e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

melhoria<br />

Encaminhamento <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> nãoconformida<strong>de</strong>s<br />

para os responsáveis <strong>dos</strong><br />

setores audita<strong>dos</strong> e para a <strong>APPA</strong><br />

Avaliação medidas <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> nãoconformida<strong>de</strong>s<br />

e inclusão <strong>de</strong> melhorias<br />

Formulação <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> andamento<br />

Preparação para novo ciclo PDCA<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 98 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

13. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL<br />

13.1. Introdução<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste Programa é criar um canal <strong>de</strong> relacionamento contínuo entre o<br />

empreen<strong>de</strong>dor e a socieda<strong>de</strong>, especialmente a população afetada diretamente<br />

pelo empreendimento. Neste grupo incluem-se tanto os trabalhadores que<br />

operam no Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong>, quanto a população da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Antonina</strong>.<br />

Desta forma, busca-se promover um conjunto <strong>de</strong> ações que contribuam para<br />

evitar a divulgação <strong>de</strong> informações equivocadas; esclarecer dúvidas da<br />

população; promover um bom relacionamento entre o empreendimento e a<br />

população do entorno; implantar mecanismo formal <strong>de</strong> escuta e resposta a<br />

reclamações, sugestões e solicitações das comunida<strong>de</strong>s vizinhas; além <strong>de</strong><br />

auxiliar na divulgação da quantida<strong>de</strong> e do perfil da mão-<strong>de</strong>-obra necessária ao<br />

empreendimento. Este Programa também será fundamental para o sucesso do<br />

Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental, <strong>de</strong>scrito a seguir.<br />

13.2. Objetivos<br />

O Programa <strong>de</strong> Comunicação Social tem como objetivos:<br />

Garantir um sistema permanente e ininterrupto <strong>de</strong> informações e eventos<br />

que possibilite um conhecimento correto sobre: (i) o empreendimento; (ii)<br />

suas interferências na estrutura e na dinâmica física, biológica e<br />

socioeconômica da região on<strong>de</strong> o mesmo está implantado; (iii) os<br />

investimentos que serão realiza<strong>dos</strong> para otimizar impactos favoráveis e<br />

minimizar/compensar impactos <strong>de</strong>sfavoráveis;<br />

Estabelecer mecanismos que possibilitem uma interação permanente entre o<br />

Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> e os diversos grupos socioeconômicos<br />

institucionais envolvi<strong>dos</strong> ou afeta<strong>dos</strong>, servindo como instrumento <strong>de</strong><br />

interação entre o Porto, a população, os órgãos públicos locais e as<br />

representações da socieda<strong>de</strong> civil organizada;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 99 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Contribuir para uma interação entre a administração e segmentos<br />

socioambientais envolvi<strong>dos</strong> com a operação do empreendimento,<br />

especificamente nos programas <strong>de</strong> mitigação <strong>dos</strong> impactos e compensação.<br />

13.3. Principais ações<br />

As principais ações que <strong>de</strong>vem fazer parte <strong>de</strong>ste Programa são:<br />

Criar e implementar mecanismos <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> com o<br />

objetivo <strong>de</strong> informar os diferentes públicos-alvo (internos e externos) sobre<br />

os diversos aspectos do empreendimento, impactos associa<strong>dos</strong>, medidas<br />

mitigadoras em curso e implementação <strong>de</strong> programas ambientais;<br />

Designar os responsáveis pelo recebimento das comunicações (reclamações<br />

ou sugestões) e para acompanhamento das repercussões internas até a<br />

obtenção <strong>de</strong> resposta, promovendo seu encaminhamento à fonte que<br />

originou a <strong>de</strong>manda;<br />

Explorar meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa (rádios, outdoors, busdoors);<br />

Definir as metas a serem atingidas e elaborar indicadores quali-quantitativos,<br />

a fim <strong>de</strong> avaliar a eficácia das ações <strong>de</strong> comunicação;<br />

Preparar relatórios <strong>de</strong> acompanhamento (monitoramento e avaliação) a<br />

respeito da eficácia <strong>de</strong>sse programa, incluindo os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> atendimento<br />

das metas e os respectivos indicadores.<br />

13.4. Aspectos metodológicos<br />

A principal orientação teórico-metodológica utilizada para concepção do<br />

Programa <strong>de</strong> Comunicação Social resi<strong>de</strong> em privilegiar iniciativas que viabilizem<br />

o diálogo permanente entre a administração do Porto e a socieda<strong>de</strong>.<br />

A metodologia proposta prevê a seleção <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong> público para os quais<br />

<strong>de</strong>ve estar direcionado este Programa: (1) público interno e (2) público externo,<br />

resultando necessariamente na aplicação <strong>de</strong> estratégias distintas <strong>de</strong> ação. Para o<br />

público interno, <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senvolvidas ações <strong>de</strong> divulgação permanente,<br />

aproveitando mecanismos gerenciais para a difusão <strong>de</strong>stas informações (cursos,<br />

capacitações, palestras, etc.), abordando questões como: o papel do trabalhador<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 100 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

na eficiência do empreendimento, questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança (utilização <strong>de</strong><br />

EPIs e riscos laborais, DSTs e doenças infectocontagiosas, etc.).<br />

Para o público externo, po<strong>de</strong>rão ser adotadas estratégias que utilizam como<br />

instrumentos <strong>de</strong> comunicação: a veiculação <strong>de</strong> informativos e spots em rádios <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> abrangência; a difusão <strong>de</strong> material informativo (fol<strong>de</strong>rs, outdoors, etc.);<br />

reuniões com a comunida<strong>de</strong>, envolvendo associações <strong>de</strong> moradores e<br />

representantes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe e grupos organiza<strong>dos</strong>; divulgação <strong>de</strong><br />

informações pela internet; palestras em escolas e outras entida<strong>de</strong>s;<br />

estabelecimento <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> resposta - como telefone - para recebimento <strong>de</strong><br />

sugestões e reclamações, entre outros mecanismos (Tabela 11).<br />

Tabela 11. Sugestões <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> resposta entre a população <strong>de</strong> entorno, órgãos<br />

públicos e colaboradores com o empreen<strong>de</strong>dor.<br />

Mecanismos<br />

<strong>de</strong> atuação<br />

Fol<strong>de</strong>rs,<br />

cartazes e<br />

a<strong>de</strong>sivos<br />

Boletins<br />

informativos<br />

Programas <strong>de</strong><br />

rádio<br />

“Releases”<br />

para jornais<br />

Áudios<br />

Ví<strong>de</strong>os<br />

Palestras<br />

Ouvidoria<br />

Descrição Público-alvo<br />

Conteú<strong>dos</strong> e informações educativas sobre o<br />

empreendimento e questões <strong>de</strong> interesse geral,<br />

funcionando como canal <strong>de</strong> informação da população<br />

acerca do andamento da obra, <strong>de</strong>vendo ser afixadas<br />

em pontos estratégicos: refeitórios e áreas <strong>de</strong><br />

circulação interna; órgãos do po<strong>de</strong>r público (escolas,<br />

postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>), e locais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> circulação<br />

(igrejas, bares, restaurantes).<br />

Serão produzi<strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> e informações gerais<br />

sobre o empreendimento, e sobre as principais<br />

questões ambientais como mecanismo <strong>de</strong><br />

intercâmbio e integração das ações e projetos em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Produção <strong>de</strong> programas para inserção na<br />

programação das rádios para divulgação <strong>de</strong>sse<br />

Programa e esclarecimento <strong>de</strong> dúvidas.<br />

Produção <strong>de</strong> conteú<strong>dos</strong> com informações gerais<br />

sobre o empreendimento, seus programas<br />

preliminares para inserção em jornais <strong>de</strong> circulação<br />

local e regional.<br />

Produção <strong>de</strong> áudios contendo informações sobre<br />

obras e ações para serem veiculadas nos programas<br />

<strong>de</strong> rádio, divulgando o empreendimento e<br />

esclarecendo dúvidas da população.<br />

Produção <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os a partir <strong>de</strong> conteú<strong>dos</strong><br />

informativos e educativos para uso em palestras.<br />

Estruturação <strong>de</strong> palestras com temas relevantes,<br />

divulgando o empreendimento, suas ações em prol<br />

da população e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> impactos socioambientais.<br />

Disponibilizar número <strong>de</strong> telefone para atendimento<br />

às reclamações, dúvidas e <strong>de</strong>núncias.<br />

Comunida<strong>de</strong> do<br />

entorno, escolas,<br />

órgãos públicos e<br />

público interno.<br />

Público interno.<br />

População em<br />

geral<br />

População em<br />

geral<br />

População em<br />

geral<br />

População em<br />

geral<br />

População em<br />

geral<br />

População em<br />

geral<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 101 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

13.5. Recursos necessários<br />

13.5.1. Materiais/equipamentos<br />

Dentre os materiais necessários lista-se: folhetos, panfletos, faixas e cartazes,<br />

estruturação <strong>de</strong> palestras, confecção <strong>de</strong> spots para rádios, contratação <strong>de</strong><br />

inserções na mídia (rádios e outdoors), aprimoramento do site na internet para<br />

divulgação <strong>de</strong> informações, além <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> ouvidoria.<br />

13.5.2. Equipe técnica<br />

Deverá ser <strong>de</strong>finido um coor<strong>de</strong>nador responsável pelo Programa <strong>de</strong> Comunicação<br />

Social, que será encarregado <strong>de</strong> articular as ações <strong>de</strong> divulgação e <strong>de</strong><br />

recebimento e retorno <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mandas interna e externa relacionadas ao<br />

setor, além <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> das campanhas internas e<br />

externas. Em função da posição estratégica, será subordinado diretamente à<br />

<strong>APPA</strong> <strong>–</strong> <strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong>.<br />

13.6. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Definição do escopo do Programa<br />

Construção <strong>de</strong> metas e indicadores<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong><br />

comunicação pública <strong>de</strong> maior penetração<br />

Definição <strong>de</strong> atores e grupos sociais que<br />

po<strong>de</strong>m ser envolvi<strong>dos</strong><br />

Definição do calendário <strong>de</strong> eventos<br />

Elaboração e produção <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong><br />

suporte e <strong>de</strong> divulgação<br />

Veiculação <strong>de</strong> ações internas<br />

Veiculação <strong>de</strong> ações públicas<br />

Realização <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> avaliação da<br />

eficiência (interna e externa)<br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong><br />

acompanhamento<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 102 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

14. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />

14.1. Introdução<br />

A proposta do Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental visa criar condições efetivas<br />

para a conscientização das pessoas e a construção <strong>de</strong> um senso crítico que leve-<br />

as a compreen<strong>de</strong>r seu papel enquanto agente no processo <strong>de</strong> melhoria da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida individual e coletiva, conforme as diretrizes estabelecidas na<br />

Lei Nº 9795 <strong>de</strong> 1999 <strong>–</strong> Política Nacional <strong>de</strong> Educação Ambiental e a Resolução<br />

CONAMA N° 422/2010.<br />

14.2. Objetivos<br />

O objetivo principal <strong>de</strong>ste programa é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações educativas, a<br />

serem formuladas através <strong>de</strong> um processo participativo, visando capacitar e<br />

habilitar setores sociais, com ênfase nas regiões mais afetadas pelo Porto, para<br />

atuarem na melhoria da qualida<strong>de</strong> ambiental e <strong>de</strong> vida da população.<br />

São igualmente objetivos do Programa:<br />

Contribuir para a prevenção e a minimização <strong>dos</strong> impactos socioambientais<br />

<strong>de</strong>correntes do empreendimento;<br />

Integrar e compatibilizar as diversas ações <strong>de</strong>ste PCA, que envolvam ou<br />

<strong>de</strong>man<strong>de</strong>m medidas <strong>de</strong> educação ambiental;<br />

Sensibilizar e conscientizar os trabalhadores sobre os procedimentos<br />

ambientalmente a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> relaciona<strong>dos</strong> às obras, à saú<strong>de</strong> e segurança do<br />

trabalho e o relacionamento com as comunida<strong>de</strong>s vizinhas;<br />

Integrar a comunida<strong>de</strong> no planejamento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> Educação Ambiental.<br />

14.3. Principais ações<br />

Para que o Programa alcance seus objetivos, é fundamental a formulação <strong>de</strong><br />

propostas <strong>de</strong>talhadas que permitam a tomada <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>ntro da realida<strong>de</strong> local,<br />

mediante a adoção <strong>de</strong> um método <strong>de</strong>sdobrado em etapas básicas, tais como:<br />

Organização e sistematização <strong>dos</strong> diferentes níveis <strong>de</strong> conhecimento, através<br />

<strong>de</strong> entrevistas com vários setores da socieda<strong>de</strong>;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 103 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Elaboração e produção <strong>de</strong> materiais didáticos <strong>de</strong> suporte;<br />

Implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> capacitação e formação <strong>de</strong> multiplicadores nos<br />

mais diversos segmentos da socieda<strong>de</strong>;<br />

Realização <strong>de</strong> reuniões com uso <strong>de</strong> dinâmicas para análise, discussão e<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> soluções conjuntas para os problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>;<br />

Realização contínua <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, exposições e palestras públicas, como forma<br />

<strong>de</strong> atingir os vários segmentos da socieda<strong>de</strong> local, percebendo e avaliando<br />

assim seus principais problemas e anseios; e<br />

Fomento, por parte da administração da <strong>APPA</strong>, <strong>de</strong> iniciativas que promovam<br />

a transmissão <strong>de</strong> conhecimento.<br />

Com relação à conscientização <strong>dos</strong> colaboradores e terceiros, sugere-se<br />

<strong>de</strong>senvolver módulos <strong>de</strong> treinamento a serem aplica<strong>dos</strong> em diferentes funções<br />

(alta administração, gerência, operadores, etc.) nivelando a sensibilização <strong>dos</strong><br />

grupos. Nos treinamentos <strong>de</strong>verá ser dada atenção especial à didática aplicada e<br />

à linguagem, os quais <strong>de</strong>verão ser a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> ao público-alvo. Além disso, esses<br />

treinamentos <strong>de</strong>verão ser embasa<strong>dos</strong> em técnicas pedagógicas e <strong>de</strong> comunicação<br />

que facilitem a comunicação e a internalização <strong>dos</strong> assuntos discuti<strong>dos</strong>.<br />

Recomenda-se também a adoção <strong>de</strong> ações que irão complementar o processo <strong>de</strong><br />

sensibilização e treinamento <strong>dos</strong> colaboradores, como:<br />

Realização <strong>de</strong> reciclagem: to<strong>dos</strong> os funcionários <strong>de</strong>vem passar por reciclagem<br />

com o objetivo <strong>de</strong> relembrar e reforçar os temas iniciais (gerenciamento <strong>de</strong><br />

resíduos sóli<strong>dos</strong> e coleta seletiva, higiene e saú<strong>de</strong>, assuntos relaciona<strong>dos</strong> à<br />

redução <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes ambientais etc.) e incluir as fragilida<strong>de</strong>s<br />

observadas pelo Núcleo Permanente <strong>de</strong> Gestão Ambiental;<br />

Formação <strong>de</strong> Agentes Ambientais: sugere-se também a formação <strong>de</strong> Agentes<br />

Ambientais, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser seleciona<strong>dos</strong>, entre os colaboradores, possíveis<br />

agentes que terão a função <strong>de</strong>:<br />

o Prestar orientações e esclarecimentos relativos às questões ambientais aos<br />

<strong>de</strong>mais funcionários durante as rotinas diárias;<br />

o Funcionar como formadores <strong>de</strong> opinião <strong>de</strong>ntro do Complexo Portuário;<br />

o Observar a efetivida<strong>de</strong>/fragilida<strong>de</strong> das ações relativas à educação<br />

ambiental;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 104 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

o Realizar a intermediação entre os funcionários e o Núcleo Permanente <strong>de</strong><br />

Gestão Ambiental a fim <strong>de</strong> orientar os ajustes/<strong>de</strong>mandas essenciais que<br />

<strong>de</strong>vem ser reforça<strong>dos</strong> nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção da sensibilização<br />

ambiental.<br />

Eventos comemorativos: promover eventos que tratam da temática<br />

ambiental em datas comemorativas, como Dia da Água (22 <strong>de</strong> março), Dia<br />

do Índio (19 <strong>de</strong> abril), Semana do Meio Ambiente (maio/junho) e Dia da<br />

Árvore (21 <strong>de</strong> setembro).<br />

14.4. Aspectos metodológicos<br />

O Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental do Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> <strong>de</strong>verá<br />

apresentar diretrizes, princípios e sugerir linhas <strong>de</strong> ação para que possa ser<br />

implementado <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> cultura do local e implicações ambientais<br />

que acarreta, bem como as relações que estabelece com a socieda<strong>de</strong>.<br />

Nesse sentido o Coor<strong>de</strong>nador do Programa <strong>de</strong> Educação Ambiental po<strong>de</strong>rá<br />

realizar reuniões com a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente, com a<br />

coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Educação Ambiental da Secretária Municipal <strong>de</strong> Educação (se<br />

existente), com as escolas, ONG´s (Organizações Não-Governamentais),<br />

associação <strong>de</strong> bairros e outras associações comunitárias e <strong>de</strong> classe, religiosas,<br />

esportivas e <strong>de</strong> lazer, comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pescadores, <strong>de</strong>ntre outros. Na re<strong>de</strong><br />

pública <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>verá ter atenção prioritária aos que estudam em unida<strong>de</strong>s<br />

escolares localizadas nas áreas <strong>de</strong> zoneamento do porto. Quanto às comunida<strong>de</strong>s<br />

do entorno, <strong>de</strong>verá dar especial atenção àquelas áreas em condições <strong>de</strong><br />

vulnerabilida<strong>de</strong> ambiental e/ou social.<br />

As ferramentas utilizadas para implantação e acompanhamento do Programa<br />

consistem na distribuição <strong>de</strong> material didático (fol<strong>de</strong>r, panfleto, faixas, ví<strong>de</strong>os<br />

etc.), construção <strong>de</strong> palestras, disponibilização <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> discussão e<br />

realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s formativas através <strong>de</strong> cursos, grupos <strong>de</strong> trabalhos,<br />

oficinas, campanhas educativas, etc.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 105 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

14.5. Recursos necessários<br />

14.5.1. Materiais/equipamentos<br />

Os materiais necessários incluem os seguintes: folhetos, panfletos, faixas e<br />

cartazes, ví<strong>de</strong>os, palestras e audiovisuais.<br />

Como equipamentos, torna-se importante a utilização <strong>de</strong> projetor multimídia.<br />

14.5.2. Equipe técnica<br />

A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador do programa na área<br />

Ambiental, um profissional na área <strong>de</strong> Educação e especialistas em diversas<br />

áreas afins que serão convida<strong>dos</strong> para ministrar palestras, cursos e oficinas.<br />

14.6. Cronograma<br />

Programas/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Definição do escopo do Programa<br />

Construção <strong>de</strong> metas e indicadores<br />

Definição <strong>de</strong> atores e grupos sociais que<br />

po<strong>de</strong>m ser envolvi<strong>dos</strong><br />

Definição do calendário <strong>de</strong> eventos<br />

Elaboração e produção <strong>de</strong> materiais<br />

didáticos<br />

Campanhas educativas <strong>dos</strong> colaboradores<br />

Campanhas educativas externas<br />

Realização <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> avaliação da<br />

eficiência (interna e externa)<br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong><br />

acompanhamento<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 106 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

15. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROLIFERAÇÃO DE VETORES<br />

15.1. Pombos (Columba livia)<br />

Na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> vir a operar com grãos,<br />

po<strong>de</strong>-se criar condições para proliferação <strong>de</strong> pombos na área. Esta condição po<strong>de</strong><br />

ser fortalecida ocorre pela oferta <strong>de</strong> abrigos, pela ausência <strong>de</strong> predadores e pela<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentação disponível (soja a granel e farelos). Essa<br />

proliferação intensa po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada “praga biológica”, que se configura<br />

quando uma <strong>de</strong>terminada população aumenta a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong><br />

forma exagerada no ambiente causando algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio. Tais<br />

condições acarretam riscos <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> águas e <strong>de</strong> alimentos pela<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microorganismos patogênicos e parasitas veicula<strong>dos</strong> por estas<br />

aves, especialmente em seus excrementos e na plumagem. As principais<br />

doenças que po<strong>de</strong>m ser transmitidas pelos pombos são parasitas, psitacose,<br />

salmonelose, histoplasmose, criptococose, toxoplasmose, meningites, entre<br />

outras doenças e zoonoses. A<strong>de</strong>mais, a Columba livia representa uma espécie<br />

exótica, introduzida no Brasil, já domesticada, pelos colonizadores europeus<br />

(CEO, 2005 apud NUNES & MIRANDA, 2010).<br />

Desta forma, justifica-se a implantação <strong>de</strong>sse programa com o objetivo <strong>de</strong><br />

diminuir e controlar a população <strong>de</strong> pombos comuns (Columba livia) através <strong>de</strong><br />

manejo ambiental e <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> controle.<br />

15.1.1. Aspectos legais<br />

A Lei Fe<strong>de</strong>ral Nº 9.605/1998 classifica como crime ambiental maltratar ou causar<br />

sofrimento a animais, entre eles o pombo doméstico. Entretanto, o inciso IV <strong>de</strong><br />

seu art. 37 <strong>de</strong>termina que “não é crime o abate <strong>de</strong> animal quando realizado por<br />

ser nocivo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que caracterizado pelo órgão ambiental”. Cita-se também a Lei<br />

Fe<strong>de</strong>ral Nº 5.197/1967 (Art. 3°, § 2º) que estabelece a permissão, mediante<br />

licença da autorida<strong>de</strong> competente, a apanha <strong>de</strong> ovos, larvas e filhotes, bem<br />

como a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> animais silvestres consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> nocivos à agricultura ou à<br />

saú<strong>de</strong> pública.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 107 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

A Instrução Normativa IBAMA Nº 141/2006 consi<strong>de</strong>ra o pombo como espécie da<br />

fauna sinantrópica nociva, que se caracterizam como “populações animais <strong>de</strong><br />

espécies silvestres nativas ou exóticas que utilizam recursos <strong>de</strong> áreas antrópicas,<br />

<strong>de</strong> forma transitória em seu <strong>de</strong>slocamento, como via <strong>de</strong> passagem ou local <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scanso; ou permanente, utilizando-as como área <strong>de</strong> vida e que po<strong>de</strong>m<br />

interagir <strong>de</strong> forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos<br />

significativos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica ou ambiental, ou que represente riscos à<br />

saú<strong>de</strong> pública”. Esse tipo <strong>de</strong> fauna é passível <strong>de</strong> manejo ambiental e <strong>de</strong> controle,<br />

que po<strong>de</strong> ser feito através <strong>de</strong> alteração ou eliminação <strong>de</strong> recursos por eles<br />

utiliza<strong>dos</strong>, com intenção <strong>de</strong> alterar sua estrutura e composição, dispensando o<br />

manuseio, remoção ou eliminação direta <strong>dos</strong> espécimes. Ainda segundo o art. 5°<br />

da mesma Instrução Normativa IBAMA nº 141/2006, os pombos (Columba livia)<br />

são passíveis <strong>de</strong> controle por pessoas físicas e <strong>de</strong>vidamente habilitadas para tal<br />

ativida<strong>de</strong>, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorização por parte do IBAMA 1 .<br />

No caso <strong>de</strong> eliminação, a Resolução do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina Veterinária<br />

Nº 714/2002 recomenda os seguintes méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> controle para aves:<br />

barbitúricos, anestésicos inaláveis, CO2 ou CO. Para tanto, é obrigatória a<br />

participação do Médico Veterinário como responsável pelo procedimento.<br />

15.1.2. Metodologia proposta<br />

A metodologia proposta é composta pelas etapas <strong>de</strong> eliminação e controle<br />

populacional. Na etapa <strong>de</strong> eliminação estão previstas as seguintes ações:<br />

Levantamento das áreas mais afetadas: i<strong>de</strong>ntificar e mapear os pontos <strong>de</strong><br />

alimentação, abrigo e nidificação <strong>dos</strong> pombos através <strong>de</strong> vistorias<br />

zoossanitárias ao local;<br />

1 “Art. 5º - Pessoas físicas ou jurídicas interessadas no manejo ambiental ou controle da fauna<br />

sinantrópica nociva, <strong>de</strong>vem solicitar autorização junto ao órgão ambiental competente nos<br />

respectivos Esta<strong>dos</strong>.<br />

§ 1º - Observada a legislação e as <strong>de</strong>mais regulamentações vigentes, são espécies sinantrópicas<br />

nocivas passíveis <strong>de</strong> controle por pessoas físicas e jurídicas <strong>de</strong>vidamente habilitadas para tal<br />

ativida<strong>de</strong>, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorização por parte do <strong>Ibama</strong>:<br />

(...)<br />

b) Roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos<br />

(Columba livia), observada a legislação vigente, especialmente no que se refere à maus tratos,<br />

translocação e utilização <strong>de</strong> produtos químicos” (grifo nosso)<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 108 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Levantamento da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional: quantificar a população atual e<br />

verificar a existência <strong>de</strong> relação ecológica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio em relação às<br />

outras espécies;<br />

Captura por armadilhamento: empregar técnica que utiliza (i) armadilhas<br />

específicas para captura <strong>de</strong> aves, tendo como iscas grãos (trigo ou milho) ou<br />

(ii) captura realizada com panos <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> espera colocadas nas portas <strong>dos</strong><br />

armazéns e locais estratégicos;<br />

Abate e incineração: realizar o transporte das aves até o local <strong>de</strong> abate que<br />

<strong>de</strong>verá ser feito <strong>de</strong> acordo com os procedimentos e método recomenda<strong>dos</strong><br />

pela Resolução CFMV Nº 714/2002. Após isso, os animais mortos <strong>de</strong>verão ser<br />

incinera<strong>dos</strong> por instituição <strong>de</strong>vidamente habilitada e que possua licença<br />

ambiental.<br />

Já em relação ao manejo, caso o Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> passe a operar<br />

com granéis, o manejo para o controle populacional <strong>de</strong>staca-se como melhor<br />

alternativa. Tais ações <strong>de</strong>verão ser previstas:<br />

Emprego <strong>de</strong> substâncias anticoncepcionais: Consiste na impregnação <strong>de</strong><br />

grãos com substâncias contraceptivas, tendo-se como agravante o custo<br />

elevado, o fato <strong>de</strong> não ser específica e atingir aves não alvo e <strong>de</strong> estar a <strong>dos</strong>e<br />

efetiva muito próxima da <strong>dos</strong>e letal, criando um fator <strong>de</strong> risco <strong>de</strong><br />

mortalida<strong>de</strong>. O produto comercial disponível no mercado, à base <strong>de</strong> di-<br />

hidrocloro, é um inibidor <strong>de</strong> reprodução (quimioesterilizante), que tem sido<br />

estudado para controle <strong>de</strong> pombos, <strong>de</strong>vendo ser aplicado 2 vezes/ano, por 3<br />

ou mais anos consecutivos, com alimentação seqüencial <strong>de</strong> 10 dias. A<br />

primeira alimentação <strong>de</strong>ve ser oferecida na época <strong>de</strong> queda da taxa <strong>de</strong><br />

reprodução, em agosto/setembro;<br />

Reduzir a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento: realizar, constantemente, a limpeza da<br />

área afetada e implantar ações que visem à redução do <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> grãos;<br />

Reduzir o acesso a abrigos: po<strong>de</strong>m ser feitos <strong>de</strong> várias maneiras como<br />

vedação <strong>de</strong> vãos <strong>de</strong> acesso em forros <strong>de</strong> telhado, <strong>de</strong>svãos, saídas <strong>de</strong><br />

tubulações <strong>de</strong> serviço e outros espaços, com estruturas <strong>de</strong> tela, tapumes ou<br />

argamassa, conforme a característica do local. Também po<strong>de</strong>m ser<br />

empregadas substâncias repelentes, atóxicas, sem adição <strong>de</strong> praguicidas ou<br />

repelentes químicos, que têm a função <strong>de</strong> inibir o pouso <strong>dos</strong> pombos, por<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 109 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

causar repelência por irritação <strong>de</strong> contato. Estas substâncias são em forma<br />

<strong>de</strong> gel, po<strong>de</strong>ndo funcionar por perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> pelas características do<br />

ambiente. Em locais muito empoeira<strong>dos</strong> ou com produção <strong>de</strong> substâncias<br />

oleosas, o gel repelente ten<strong>de</strong> a ter seu efeito residual encurtado, po<strong>de</strong>ndo<br />

atuar por perío<strong>dos</strong> que variam <strong>de</strong> 3 a 6 meses. Em locais protegi<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

sujeiras que possam a<strong>de</strong>rir ao gel, seu tempo <strong>de</strong> duração será estendido por<br />

um período mais longo. O gel <strong>de</strong>ve ser aplicado em faixas onduladas, visando<br />

aumentar a área tratada e melhor impedir o pouso <strong>dos</strong> pombos.<br />

15.1.3. Ações complementares<br />

Por ser consi<strong>de</strong>rado elemento <strong>de</strong> alta propagação <strong>de</strong> microorganismos<br />

patogênicos, as fezes <strong>de</strong> pombos são capazes <strong>de</strong> ocasionar a contaminação <strong>de</strong><br />

produtos alimentícios, além <strong>de</strong> provocar danos à saú<strong>de</strong> <strong>dos</strong> colaboradores e<br />

<strong>de</strong>mais pessoas que transitam pela área. Desta maneira, recomenda-se a<br />

limpeza <strong>dos</strong> locais infesta<strong>dos</strong> por meio da utilização <strong>de</strong> bactericidas específicos<br />

que garantam altos níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontaminação, além do ume<strong>de</strong>cimento das fezes<br />

com cloro ou quaternário <strong>de</strong> amônia em solução a 50%. Esta medida exigirá<br />

atenção especial em relação às áreas <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> granéis, <strong>de</strong>vendo, para<br />

tanto, ser estabelecida uma distância <strong>de</strong> segurança.<br />

Durante o processo <strong>de</strong> limpeza é importante o uso <strong>de</strong> máscara protetora<br />

protegendo as vias respiratórias (boca e nariz), pois a inalação <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong><br />

fezes ressecadas po<strong>de</strong> induzir à ocorrência <strong>de</strong> diversas doenças como:<br />

histoplasmose, criptococose e psitacose. A <strong>de</strong>stinação sanitária <strong>dos</strong> resíduos é<br />

outro passo fundamental <strong>de</strong> segurança. Os resíduos potencialmente<br />

contamina<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser encaminha<strong>dos</strong> preferencialmente para tratamento<br />

térmico.<br />

15.1.4. Recursos necessários<br />

15.1.4.1. Materiais/equipamentos<br />

Os materiais necessários incluem os seguintes: veículos, contadores, pranchetas,<br />

canetas, binóculos, GPS, utensílios laboratoriais, panos <strong>de</strong> re<strong>de</strong> e armadilhas<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 110 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

para aves, EPIs, embalagens para guarda <strong>de</strong> resíduos contamina<strong>dos</strong>, bactericidas<br />

e material <strong>de</strong> limpeza, produtos esterilizantes e repelentes.<br />

15.1.4.2. Equipe técnica<br />

A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador, preferencialmente<br />

zootecnista, biólogo ou médico veterinário, que terá na equipe assistentes <strong>de</strong><br />

campo e auxiliares para serviço <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção. To<strong>dos</strong> os profissionais<br />

<strong>de</strong>verão ter registro no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

15.1.5. Cronograma<br />

Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Definição da metodologia com discussão<br />

conjunta com o IBAMA<br />

Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Realização <strong>de</strong> diagnóstico populacional:<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas afetadas<br />

Determinação <strong>de</strong> metas e indicadores<br />

Execução do controle populacional (eliminação)<br />

Monitoramento populacional e avaliação <strong>dos</strong><br />

resulta<strong>dos</strong><br />

Reforços das ações controle populacional<br />

Execução das ações <strong>de</strong> manejo populacional<br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />

Preparação para reinício do Programa<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

Prazo a ser <strong>de</strong>finido pelo IBAMA<br />

15.2. Ratazana (Rattus norvegicus), rato <strong>de</strong> telhado (Rattus rattus) e<br />

camundongos (Mus musculus)<br />

De maneira semelhante ao caso <strong>dos</strong> pombos, a proliferação <strong>de</strong>scontrolada <strong>de</strong><br />

roedores, principalmente Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus, no<br />

meio urbano trata-se <strong>de</strong> uma problemática <strong>de</strong>masiadamente antiga e que tem<br />

causado diversos malefícios ao homem. O impacto <strong>de</strong>sses roedores urbanos para<br />

a saú<strong>de</strong> publica está vinculada às doenças transmitidas ao homem <strong>de</strong>stacando-<br />

se: as viroses (coriomeningite linfocítica, hantavirose, febres hemorrágicas),<br />

bacterioses (febre por mor<strong>de</strong>dura do rato <strong>–</strong> sodoku, salmonelose, leptospirose,<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 111 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

tifo murino, brucelose, erisipela bolhosa), micoses, parasitoses (Doença <strong>de</strong><br />

Chagas, toxoplasmose, terminose, triquinose, esquistossomose, angiostrongilíase<br />

abdominal).<br />

Além disso, os ratos são responsáveis por gran<strong>de</strong>s perdas na produção <strong>de</strong><br />

alimentos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a lavoura até a armazenagem, através da <strong>de</strong>struição direta<br />

(consumo) ou pela contaminação por fezes e urina. Po<strong>de</strong>m ainda ser<br />

responsáveis por danificar máquinas, equipamentos, tubulações, fiações<br />

elétricas, etc., causando prejuízo e aci<strong>de</strong>ntes.<br />

Por esses motivos e por proporcionar abrigo e alimento em abundância, caso o<br />

Complexo Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> passe a operar co granéis é que se justifica a<br />

implantação <strong>de</strong>sse programa, visando reduzir e controlar a população <strong>de</strong><br />

roedores através técnicas <strong>de</strong> manejo integrado.<br />

15.2.1. Aspectos Legais<br />

A Instrução Normativa IBAMA Nº 141/2006 consi<strong>de</strong>ra os roedores sinantrópicos<br />

comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) como espécie da<br />

fauna sinantrópica nociva passível <strong>de</strong> controle por pessoas físicas e jurídicas<br />

<strong>de</strong>vidamente habilitadas para tal ativida<strong>de</strong>, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorização<br />

por parte do IBAMA. Esta Instrução Normativa, como <strong>de</strong>monstrado<br />

anteriormente, faculta aos órgãos estaduais a emissão <strong>de</strong> autorização para o<br />

controle <strong>de</strong>stas populações.<br />

De fato, certos aspectos do controle <strong>de</strong> roedores estão regula<strong>dos</strong>, na esfera<br />

fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong> forma indireta pela Portaria DA Secretaria Nacional <strong>de</strong> Vigilância<br />

Sanitária 321/MS/SNVS e que foi publicada no Diário Oficial da União nº 151, <strong>de</strong><br />

8/8/1997. Essa Portaria atualiza as normas específicas <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> produtos<br />

<strong>de</strong>sinfestantes, domissanitários (inseticidas e raticidas <strong>de</strong> uso urbano) e<br />

interessam diretamente aos fabricantes <strong>de</strong>sses produtos. Contudo, alguns itens<br />

cobertos por essa portaria acabam por regulamentar certas ativida<strong>de</strong>s ligadas ao<br />

controle <strong>de</strong> roedores, como por exemplo:<br />

Não são permiti<strong>dos</strong> ro<strong>de</strong>nticidas líqüi<strong>dos</strong>;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 112 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Estão proibi<strong>dos</strong> os ro<strong>de</strong>nticidas à base <strong>de</strong> alfanaftiltiouréia (ANTU), anidrido<br />

arsenioso, estricnina, fosfetos metálicos, fósforo branco, monofluoroacetato<br />

(1080), monofluoroacetamida (1081), sais <strong>de</strong> bário e sais <strong>de</strong> tálio;<br />

É proibido o uso <strong>de</strong> gases como a fosfina (fosfeto <strong>de</strong> alumínio) e o brometo<br />

<strong>de</strong> metila para combater roedores.<br />

15.2.2. Metodologia proposta<br />

O método proposto baseia-se nas técnicas <strong>de</strong> manejo integrado <strong>de</strong> roedores<br />

estabelecidas pelo Manual <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Roedores elaborado pela FUNASA<br />

(Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>).<br />

O manejo integrado é o método mais eficaz para atingir níveis <strong>de</strong> controle e até<br />

a erradicação <strong>de</strong> uma infestação murina, porque combate o roedor em três<br />

frentes ao mesmo tempo: por meio <strong>de</strong> medidas preventivas, <strong>de</strong> medidas<br />

corretivas do meio ambiente e da eliminação do roedor já instalado na área<br />

(Figura 33). Contudo, como todo método, este não é infalível e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

fortemente da ação <strong>de</strong> seus executores, ou seja, requer atenção e especialização<br />

no assunto, além da participação efetiva da comunida<strong>de</strong> envolvida.<br />

•Levantamento e<br />

anotação da<br />

situação<br />

encontrada<br />

(localização e<br />

números <strong>de</strong> tocas,<br />

trilhas, acesso a<br />

alimentos, etc).<br />

•Eliminação física <strong>dos</strong><br />

roedores através <strong>de</strong><br />

méto<strong>dos</strong> mecânicos,<br />

biológicos ou<br />

químicos.<br />

Inspeção<br />

Desratização<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

da espécie<br />

Antiratização<br />

Figura 33. Etapas do manejo integrado <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

roedores.<br />

__________________________________________________<br />

•Fundamental,<br />

pois as<br />

diferenças<br />

biológicas <strong>de</strong><br />

comportamento<br />

<strong>de</strong>terminarão as<br />

estratégias <strong>de</strong><br />

controle.<br />

•Visam dificultar<br />

ou mesmo<br />

impedir o<br />

acesso,<br />

instalação e<br />

proliferação <strong>de</strong><br />

ratos.


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

15.2.2.1. I<strong>de</strong>ntificação<br />

A i<strong>de</strong>ntificação da espécie (ou espécies) infestante(s) na área alvo é uma<br />

necessida<strong>de</strong> absoluta, posto que, ao i<strong>de</strong>ntificar qual o roedor predomina,<br />

automaticamente obtém-se uma série importante <strong>de</strong> informações sobre sua<br />

biologia, hábitos e habilida<strong>de</strong>s. Tais conhecimentos são indispensáveis facilitando<br />

sobremaneira o planejamento das ações <strong>de</strong> combate.<br />

Essa i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>verá ser feita, sempre que possível, pelo exame das<br />

características físicas <strong>de</strong> um espécime colhido na área; se um exemplar não<br />

estiver disponível, o exame das numerosas fezes (cíbalas) facilmente<br />

encontradas na área permitirão o diagnóstico, no caso das espécies comensais.<br />

15.2.2.2. Medidas preventivas e corretivas<br />

Trata-se <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> medidas preventivas e corretivas adotadas no meio<br />

ambiente que visam impedir e/ou dificultar a implantação e expansão <strong>de</strong> novas<br />

colônias <strong>de</strong> roedores. Essas medidas serão implantadas após o exame do<br />

ambiente e a i<strong>de</strong>ntificação da espécie, permitindo assim apontar as razões da<br />

ocorrência daquela infestação e os padrões <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong>ntro do sítio do Porto.<br />

Com base nesses da<strong>dos</strong>, po<strong>de</strong>m-se apontar as medidas que, no conjunto, sejam<br />

capazes <strong>de</strong> interferir na instalação, sobrevivência e livre proliferação <strong>dos</strong><br />

roedores infestantes naquela área.<br />

Algumas <strong>de</strong>ssas medidas propõem correções no ambiente e visam à retirada <strong>de</strong><br />

certas condições que facilitam infestação <strong>dos</strong> roedores e po<strong>de</strong>m ser divididas em:<br />

implantação <strong>de</strong> barreiras físicas, adoção <strong>de</strong> méto<strong>dos</strong> para saneamento <strong>de</strong><br />

ambientes e redução do número <strong>de</strong> indivíduos da população. As duas primeiras<br />

são <strong>de</strong> caráter preventivo e visam minimizar as disponibilida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> três fatores<br />

essências a sobrevivência <strong>dos</strong> roedores, que são: (a) água, (b) fonte <strong>de</strong> alimento<br />

e (c) refúgio/abrigo. Enquanto a última visa o emprego <strong>de</strong> agentes químicos para<br />

eliminar ou reduzir populações <strong>de</strong> roedores (<strong>de</strong>sratização).<br />

Adoção <strong>de</strong> barreira física: visa prover as edificações <strong>de</strong> artifícios que<br />

minimizem a ação <strong>de</strong> roedores. Desta forma, edificações <strong>de</strong>vem ser<br />

construídas com: (a) pisos em concreto com espessura maior que 7,5 cm sob<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 114 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

bases a<strong>de</strong>quadamente compactadas e (b) alicerces em concreto, os quais<br />

<strong>de</strong>vem projetar no mínimo 30 cm acima da linha <strong>de</strong> terra. Além <strong>de</strong>sses<br />

<strong>de</strong>talhes, no caso <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s armazenadoras <strong>de</strong> grãos, as aberturas<br />

externas <strong>dos</strong> dutos <strong>de</strong> aeração e entradas <strong>dos</strong> ventiladores <strong>de</strong>vem ser<br />

fechadas quando não estão sendo usadas.<br />

Saneamento <strong>de</strong> ambientes: constitui-se em procedimentos que visam<br />

eliminar possíveis locais <strong>de</strong> abrigo e fontes <strong>de</strong> alimentos e água. Para tanto o<br />

método recomenda eliminar a vegetação em torno das instalações a pelo<br />

menos 1 m <strong>de</strong> distância; manter as instalações em bom estado <strong>de</strong><br />

conservação procurando eliminar possíveis locais <strong>de</strong> abrigo, como buracos<br />

em pare<strong>de</strong>s; remover pilhas <strong>de</strong> lixo, restos <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção e<br />

sucatas, já que estes entulhos po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> abrigo. Caso, seja necessário<br />

empilhar algum material, a pilha <strong>de</strong>ve ser montada a uma distância superior<br />

a 30 cm das pare<strong>de</strong>s e a uma altura <strong>de</strong> 30 cm do solo; tampar reservatórios<br />

<strong>de</strong> água; sanar vazamentos em tubulações <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água; e<br />

limpar periodicamente galerias <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong> águas pluviais, evitando o<br />

acumulo <strong>de</strong> água.<br />

Já a <strong>de</strong>sratização é a utilização <strong>de</strong> processos capazes <strong>de</strong> produzir a<br />

eliminação física <strong>dos</strong> roedores infestantes. Esse objetivo po<strong>de</strong> ser atingido,<br />

especialmente quando a infestação for inicial ou <strong>de</strong> grau leve a mo<strong>de</strong>rado,<br />

por meio <strong>de</strong> processos mecânicos ou físicos como o emprego <strong>de</strong> ratoeiras,<br />

armadilhas e outros dispositivos <strong>de</strong> captura. O uso <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> ultra-som<br />

ou eletromagnéticos não é recomendável em larga escala em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />

limitado potencial <strong>de</strong> ação e os custos <strong>de</strong> manutenção.<br />

As armadilhas colantes po<strong>de</strong>m ser empregadas com relativo sucesso contra<br />

camundongos (Mus musculus) e outros não comensais <strong>de</strong> igual porte<br />

(Oligoryzomys, Akodon e Bolomys).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 115 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Figura 34. Tipos <strong>de</strong> armadilhas: ratoeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

(1), Chauvancy (2), Shermann (3) e quebra-costas<br />

(4).<br />

Figura 35. Gaiola para captura <strong>de</strong> roedores.<br />

Outra forma <strong>de</strong> obter-se a eliminação <strong>dos</strong> roedores infestantes é por meio <strong>de</strong><br />

processos químicos, on<strong>de</strong> são utilizadas substâncias <strong>de</strong>nominadas genericamente<br />

<strong>de</strong> raticidas. Sua apresentação po<strong>de</strong> ser na forma <strong>de</strong> isca, granulado, pó <strong>de</strong><br />

contato e blocos impermeáveis (Tabela 12).<br />

Tabela 12. Formas <strong>de</strong> uso e aplicação <strong>dos</strong> raticidas.<br />

Granulado Pó <strong>de</strong> contato Bloco parafinado<br />

Ratazana<br />

Dispor o conteúdo da<br />

isca no interior das<br />

tocas ou próximo as<br />

trilhas <strong>dos</strong> ratos. As<br />

iscas <strong>de</strong>vem ficar em<br />

locais protegi<strong>dos</strong> uma<br />

vez que as ratazanas<br />

são <strong>de</strong>sconfiadas.<br />

Espalhar o pó <strong>de</strong><br />

contato no interior das<br />

tocas ou nas trilhas<br />

percorridas pelos<br />

ratos. Este pó ficará<br />

a<strong>de</strong>rido ao pelo <strong>dos</strong><br />

ratos que ao se<br />

limparem irão ingerir<br />

o produto.<br />

Dispor os blocos em<br />

área próxima as<br />

trilhas e tocas, é<br />

importante dispor os<br />

blocos em locais que<br />

ofereçam abrigo para<br />

os ratos.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 116 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Rato <strong>de</strong><br />

telhado<br />

Granulado Pó <strong>de</strong> contato Bloco parafinado<br />

Dispor as iscas nos<br />

locais <strong>de</strong> passagem<br />

<strong>dos</strong> ratos, nos forros<br />

das edificações.<br />

Dispor o produto em<br />

pequenas quantida<strong>de</strong>s<br />

em vários locais<br />

diferentes e próximos,<br />

Camundongo pois os camundongos,<br />

por serem curiosos,<br />

não permanecem<br />

muito tempo no<br />

mesmo local.<br />

Fonte: Brasil, 2002.<br />

Espalhar o pó sobre<br />

“ban<strong>de</strong>jas” nos locais<br />

<strong>de</strong> passagem <strong>dos</strong><br />

ratos, nos caibros e<br />

forros das edificações.<br />

Não é muito<br />

recomendado para o<br />

controle <strong>de</strong><br />

camundongos.<br />

Amarrar os blocos nas<br />

estruturas do telhado<br />

(tesouras e caibros),<br />

próximo aos locais <strong>de</strong><br />

passagem <strong>dos</strong><br />

roedores.<br />

Pouco usado para o<br />

controle <strong>de</strong><br />

camundongos.<br />

Os raticidas em geral dispensam o uso <strong>de</strong> equipamentos ou utensílios para sua<br />

aplicação. Contudo uma colher <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> cabo longo, po<strong>de</strong> facilitar a<br />

introdução <strong>de</strong> uma isca no interior das tocas, o que diminui substancialmente o<br />

risco do acesso <strong>de</strong> algum outro animal ao produto.<br />

Em certos locais, o risco <strong>de</strong> exposição das iscas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>masiado, como é o<br />

caso no armazenamento <strong>de</strong> gêneros alimentícios e, por isso, as iscas (e os pós<br />

<strong>de</strong> contato) po<strong>de</strong>m ser emprega<strong>dos</strong> pelo auxílio <strong>de</strong> uma caixa-comedouro,<br />

também chamada <strong>de</strong> “cocho-rato”, porta-iscas, ou ainda, caixa Posto <strong>de</strong><br />

Envenenamento Permanente (PEP) (Figura 36).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 117 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

15.2.2.3. Avaliação e Monitoramento<br />

Figura 36. Caixa comedouro para colocação<br />

<strong>de</strong> raticida.<br />

A última fase <strong>de</strong> um manejo integrado voltado para roedores é a avaliação <strong>dos</strong><br />

resulta<strong>dos</strong> com um acompanhamento posterior para evitar seu recru<strong>de</strong>scimento.<br />

Reinspeções periódicas da área <strong>de</strong>vem ser programadas e executadas por<br />

pessoal treinado, capaz <strong>de</strong>, a uma simples inspeção, i<strong>de</strong>ntificar os clássicos sinais<br />

da presença <strong>de</strong> roedores: materiais roí<strong>dos</strong>, trilhas, manchas <strong>de</strong> gordura, fezes,<br />

etc. Pequenos segmentos <strong>de</strong> tábuas planas polvilhadas com talco, se colocadas<br />

nos pontos mais prováveis <strong>de</strong> circulação <strong>dos</strong> roedores, evi<strong>de</strong>nciarão claramente<br />

suas pegadas e <strong>de</strong>flagrarão a intensificação do programa <strong>de</strong> controle.<br />

15.2.3. Recursos necessários<br />

15.2.3.1. Materiais/equipamentos<br />

Os materiais necessários incluem os seguintes: contadores, pranchetas, canetas,<br />

binóculos, GPS, utensílios laboratoriais, armadilhas específicas, EPIs, embalagens<br />

para guarda <strong>de</strong> resíduos contamina<strong>dos</strong>, bactericidas e material <strong>de</strong> limpeza e<br />

produtos esterilizantes.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 118 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

15.2.3.2. Equipe técnica<br />

A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador, preferencialmente<br />

zootecnista, biólogo ou médico veterinário, que terá na equipe assistentes <strong>de</strong><br />

campo e auxiliares para serviço <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção.<br />

15.2.4. Cronograma<br />

Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Definição da metodologia com discussão<br />

conjunta com o IBAMA<br />

Contratação <strong>de</strong> equipe habilitada<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Realização <strong>de</strong> diagnóstico populacional:<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas afetadas<br />

Determinação <strong>de</strong> metas e indicadores<br />

Execução do controle populacional (eliminação)<br />

Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Monitoramento populacional e avaliação <strong>dos</strong><br />

resulta<strong>dos</strong><br />

Reforços das ações controle populacional<br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />

Preparação para reinício do Programa<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

Prazo a ser <strong>de</strong>finido pelo IBAMA<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 119 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

16. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ATIVIDADE PESQUEIRA<br />

16.1. Introdução<br />

Segundo da<strong>dos</strong> da <strong>Administração</strong> <strong>dos</strong> <strong>Portos</strong> <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong> <strong>–</strong> <strong>APPA</strong>,<br />

em 2008 sua receita cambial, a preços <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009, foi <strong>de</strong> 24,53<br />

bilhões <strong>de</strong> reais. Dentro <strong>de</strong>ste contexto, o porto <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> é o maior porto do<br />

Brasil em exportação <strong>de</strong> grãos. Movimenta na importação e exportação grãos,<br />

contêineres, líqui<strong>dos</strong>, automóveis, ma<strong>de</strong>ira, papel, sal, açúcar, entre outros.<br />

Alguns <strong>dos</strong> principais países que chegam no porto, são Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, China,<br />

Japão e Coréia do Sul. No cenário mundial, é o sexto maior porto comercial e o<br />

maior Porto graneleiro da América Latina.<br />

Entretanto, a ativida<strong>de</strong> portuária realizada na região provoca algumas alterações<br />

ambientais que exigem que medidas mitigadoras sejam adotadas para evitar<br />

conflitos com as comunida<strong>de</strong>s pesqueiras. Esse procedimento é ainda mais<br />

<strong>de</strong>talhado e cuida<strong>dos</strong>o quando se avança para a regularização ambiental das<br />

operações portuárias, quando to<strong>dos</strong> os aspectos i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> no licenciamento <strong>–</strong><br />

e previstos na legislação <strong>–</strong> <strong>de</strong>vem está plenamente atendi<strong>dos</strong>.<br />

No que toca à ativida<strong>de</strong> pesqueira no Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, o<br />

“Relatório Técnico Sobre o Censo Estrutural da Pesca Artesanal Marítima e<br />

Estuarina nos Esta<strong>dos</strong> do Espírito Santo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Paraná, Santa Catarina e<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul”, elaborado pelo Convênio SEAP/IBAMA/PROZEE, em<br />

novembro <strong>de</strong> 2005, apresenta informações sobre a pesca no Estado do Paraná.<br />

Segundo o documento, o litoral paranaense é consi<strong>de</strong>rado o terceiro celeiro<br />

mundial <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> animais aquáticos, constituindo um ambiente<br />

extremamente vulnerável a aci<strong>de</strong>ntes. Abriga seis municípios em 90 Km <strong>de</strong> costa<br />

que, somada às baías <strong>de</strong> Guaraqueçaba, <strong>Antonina</strong>, <strong>Paranaguá</strong> e Guaratuba,<br />

perfaz mais <strong>de</strong> 400 Km <strong>de</strong> costa interna, on<strong>de</strong> vivem cerca <strong>de</strong> 8.200 famílias,<br />

em, aproximadamente, 60 comunida<strong>de</strong>s. São 5.307 pescadores artesanais<br />

cadastra<strong>dos</strong> que exercem suas ativida<strong>de</strong>s nas baías e em mar aberto. Nos<br />

municípios do Estado on<strong>de</strong> foi realizado o censo pesqueiro, foram i<strong>de</strong>ntificadas<br />

51 localida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>talhadas por município na Tabela 13:<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 120 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Tabela 13. Relação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s ligadas à pesca<br />

artesanal nos municípios do litoral paranaense.<br />

Município Localida<strong>de</strong>s<br />

<strong>Antonina</strong> 08<br />

Guaratuba 06<br />

Guaraqueçaba 20<br />

Matinhos 04<br />

<strong>Paranaguá</strong> 08<br />

Pontal do Paraná 04<br />

Morretes 01<br />

Total 51<br />

Fonte: “Relatório Técnico Sobre o Censo Estrutural da Pesca<br />

Artesanal Marítima e Estuarina nos Esta<strong>dos</strong> do Espírito Santo,<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul”.<br />

Entretanto, o monitoramento da ativida<strong>de</strong> pesqueira, através do<br />

acompanhamento contínuo e sistemático na área <strong>de</strong> influência do<br />

empreendimento, é <strong>de</strong> especial interesse para os atores envolvi<strong>dos</strong>, pois capta<br />

as possíveis alterações no setor, i<strong>de</strong>ntificando as oscilações na produção, esforço<br />

<strong>de</strong> pesca, preços <strong>de</strong> comercialização do pescado, bem como, no seu sentido mais<br />

amplo, as alterações sócio-econômicas e culturais, que po<strong>de</strong>m se processar nas<br />

comunida<strong>de</strong>s pesqueiras, em função da operacionalização portuária .<br />

16.2. Objetivos<br />

16.2.1. Objetivos gerais<br />

Este Programa tem por objetivo <strong>de</strong>terminar a abrangência, os procedimentos e<br />

os critérios para o monitoramento da ativida<strong>de</strong> pesqueira na área <strong>de</strong> influência<br />

no Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, gerando da<strong>dos</strong> básicos e informações<br />

estatísticas sobre a pesca na área, com vistas a subsidiar estu<strong>dos</strong> sobre o<br />

comportamento do <strong>de</strong>sempenho da ativida<strong>de</strong> pesqueira, <strong>de</strong>vido os trabalhos da<br />

rotina portuária.<br />

16.2.2. Objetivos Específicos<br />

Gerar os seguintes da<strong>dos</strong> básicos e informações sobre a pesca na área <strong>de</strong><br />

influência das baías <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> e <strong>Antonina</strong>, no Estado do Paraná:<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 121 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

1. Levantamento <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> pretéritos estabelecendo, se possível, marcos que<br />

sirvam <strong>de</strong> comparativo com ativida<strong>de</strong> pesqueira em curso na região do<br />

estudo.<br />

2. Locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque: quantida<strong>de</strong>, localização, infra-estrutura da<br />

comunida<strong>de</strong>, infra-estrutura <strong>de</strong> apoio à pesca, formas <strong>de</strong> associativismo,<br />

hábitos <strong>de</strong> pesca etc.;<br />

3. Embarcações <strong>de</strong> pesca: tipos, quantida<strong>de</strong> por tipo, características principais<br />

(tamanho, tripulação etc.), pescarias que <strong>de</strong>senvolvem etc.;<br />

4. Artes ou aparelhos <strong>de</strong> pesca: tipos, quantida<strong>de</strong> por tipo <strong>de</strong> embarcação,<br />

características principais, espécies capturadas etc.;<br />

5. Desembarques: quantida<strong>de</strong> por espécie, por aparelho <strong>de</strong> pesca, por<br />

embarcação, por área <strong>de</strong> pesca, por local, valor da produção etc.;<br />

6. Esforço <strong>de</strong> pesca: número <strong>de</strong> pescadores por embarcação, número <strong>de</strong><br />

viagens por barco e por período, duração das viagens;<br />

7. Preços <strong>de</strong> primeira comercialização: preços por espécie pagos ao produtor,<br />

variações estacionais, tendências temporais etc.<br />

16.3. Aspectos metodológicos<br />

Todo o trabalho <strong>de</strong>verá ser baseado na metodologia utilizada pelo Projeto <strong>de</strong><br />

Monitoramento da Pesca do IBAMA (Projeto ESTATPESCA), conforme <strong>de</strong>scrito por<br />

Aragão & Castro e Silva (2005).<br />

Com base nos da<strong>dos</strong> pretéritos e <strong>de</strong> atualização/confirmação que <strong>de</strong>verá ser<br />

realizada nas visitas técnicas iniciais <strong>de</strong> implementação do Projeto, será<br />

elaborado o plano amostral.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se para efeito do programa <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> que uma pescaria<br />

caracteriza-se pelo conjunto embarcação-aparelho <strong>de</strong> pesca, operando sobre<br />

uma espécie principal ou grupo <strong>de</strong> espécies, numa mesma área <strong>de</strong> pesca.<br />

Portanto, cada pescaria será consi<strong>de</strong>rada uma unida<strong>de</strong> populacional da qual<br />

serão extraídas as amostras.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 122 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

16.3.1. Definição do plano amostral<br />

Uma vez <strong>de</strong>finidas as pescarias cujos <strong>de</strong>sembarques serão acompanha<strong>dos</strong> e os<br />

locais on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá haver coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, será estabelecido um plano amostral,<br />

lembrando que o mesmo <strong>de</strong>verá levar em consi<strong>de</strong>ração os tipos e o total <strong>de</strong><br />

embarcações existentes, as artes <strong>de</strong> pesca utilizadas, as espécies capturadas e a<br />

semelhança das características operacionais.<br />

Caso o total <strong>de</strong> embarcações seja pequeno, ou os <strong>de</strong>sembarques não ocorram<br />

em um mesmo horário, o que permite que o coletor tenha acesso a toda a<br />

produção <strong>de</strong>sembarcada, será realizado um censo, ou seja, serão anota<strong>dos</strong>,<br />

diariamente, to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques realiza<strong>dos</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong><br />

pescaria.<br />

Em se tratando <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s com um número elevado <strong>de</strong> embarcações ou cujos<br />

<strong>de</strong>sembarques ocorram simultaneamente, impedindo que o coletor tenha acesso<br />

a to<strong>dos</strong> eles, será estabelecido que somente parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques ou parte<br />

da frota seja controlada, <strong>de</strong>terminando-se um percentual mínimo <strong>de</strong><br />

acompanhamento por pescaria <strong>de</strong> 20% das embarcações, com um total mínimo<br />

<strong>de</strong> 5 unida<strong>de</strong>s. Para garantir a aleatorieda<strong>de</strong> da amostra, mensalmente serão<br />

sorteadas as embarcações a serem controladas. Em se tratando <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques será utilizada a técnica estatística <strong>de</strong> blocos<br />

casualiza<strong>dos</strong>, on<strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> pescaria representa um bloco e serão anota<strong>dos</strong><br />

os <strong>de</strong>sembarques das embarcações sorteadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada bloco ou tipo <strong>de</strong><br />

pescaria.<br />

No caso do coletor, por qualquer motivo, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> acompanhar em<br />

<strong>de</strong>terminado(s) dia(s) os <strong>de</strong>sembarques, quer <strong>de</strong> toda a frota (no caso <strong>de</strong> censo)<br />

ou <strong>de</strong> parte <strong>de</strong>la (controle <strong>de</strong> parte da frota), esses <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong>verão ser<br />

informa<strong>dos</strong> em formulário específico, on<strong>de</strong> constam apenas da<strong>dos</strong> sobre o<br />

esforço <strong>de</strong> pesca.<br />

Nos locais seleciona<strong>dos</strong> para controle, os coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque<br />

também serão encarregadas <strong>de</strong> manter atualizado o cadastro <strong>de</strong> embarcações<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 123 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

(incluindo e/ou excluindo) e do controle do esforço <strong>de</strong> pesca, ou seja, do controle<br />

do número <strong>de</strong> barcos em operação e artes <strong>de</strong> pesca utilizadas por cada um <strong>de</strong>les.<br />

Nas <strong>de</strong>mais localida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> não há controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, a atualização<br />

cadastral, bem como a obtenção <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> sobre o esforço <strong>de</strong> pesca,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das peculiarida<strong>de</strong>s da represa, será realizado pela equipe técnica do<br />

projeto, por ocasião das viagens <strong>de</strong> supervisão, ou por coletores colaboradores<br />

eventuais recruta<strong>dos</strong> junto às comunida<strong>de</strong>s pesqueiras.<br />

A partir <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, obti<strong>dos</strong> nos locais on<strong>de</strong> for estabelecido<br />

controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques, e do número <strong>de</strong> embarcações operando em cada tipo<br />

<strong>de</strong> pescaria em todas as comunida<strong>de</strong>s da área <strong>de</strong> estudada, será feita a<br />

estimação da quantida<strong>de</strong> total mensal <strong>de</strong>sembarcada, por pescaria, em cada<br />

local e em cada município.<br />

16.3.2. Metodologia <strong>de</strong> coleta<br />

Para obtenção das informações sobre os <strong>de</strong>sembarques e esforço <strong>de</strong> pesca, que<br />

servirão <strong>de</strong> base para as estimativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques totais, serão coleta<strong>dos</strong><br />

diferentes tipos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> conforme as características das pescarias e <strong>dos</strong> locais<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque. Tais informações po<strong>de</strong>rão ser sistematizadas da seguinte<br />

maneira:<br />

16.3.2.1. Cadastro <strong>de</strong> embarcações<br />

Os da<strong>dos</strong> cadastrais das embarcações <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong> serão manti<strong>dos</strong> em um<br />

banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, elaborado durante o censo, e atualizado continuamente, através<br />

do Formulário específico.<br />

16.3.2.2. Controle do número <strong>de</strong> barcos operando em cada pescaria no mês<br />

O número <strong>de</strong> embarcações operando em cada pescaria, em cada localida<strong>de</strong>, no<br />

mês, ou seja, o número <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> cada tipo e as artes <strong>de</strong> pesca<br />

utilizadas pelas mesmas será acompanhado mensalmente, através <strong>de</strong><br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 124 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

questionário gerado pelo sistema <strong>de</strong> informação, a partir do cadastro <strong>de</strong><br />

embarcações.<br />

16.3.2.3. Controle <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques<br />

A coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque será realizada através <strong>de</strong> questionário<br />

apropriado e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da localida<strong>de</strong> e das características das pescarias,<br />

proce<strong>de</strong>r-se-á da seguinte forma:<br />

a) Controle censitário <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>–</strong> nos locais on<strong>de</strong> a coleta <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> é<br />

total serão registradas, diariamente, as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas, por<br />

todas as embarcações que ali operarem. Serão registradas, portanto, as<br />

capturas <strong>de</strong> todas as viagens <strong>de</strong> cada embarcação. Um coletor registrará no<br />

local o número <strong>de</strong> barcos e/ou intensida<strong>de</strong> das pescarias que permitirem.<br />

b) Controle <strong>de</strong> parte das viagens <strong>–</strong> nos locais on<strong>de</strong> existe um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

embarcações que realiza viagens <strong>de</strong> curta duração e muitas vezes os<br />

<strong>de</strong>sembarques ocorrerem simultaneamente, não sendo possível acompanhar<br />

to<strong>dos</strong> eles, nem os <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> uma parte da frota, serão registradas<br />

as quantida<strong>de</strong>s capturadas apenas <strong>de</strong> parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques realiza<strong>dos</strong><br />

durante o dia, seleciona<strong>dos</strong> aleatoriamente, e o total <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques<br />

ocorri<strong>dos</strong> no dia (através do Controle Diário <strong>de</strong> Esforço).<br />

c) Controle <strong>de</strong> parte da frota <strong>–</strong> no caso <strong>de</strong> existir um elevado número <strong>de</strong><br />

embarcações e/ou diferentes tipos <strong>de</strong> pescarias, das quais não é possível<br />

controlar to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques, somente parte <strong>de</strong> cada frota, selecionada<br />

aleatoriamente, será controlada durante o mês. Serão registradas as<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas por cada uma das embarcações selecionadas,<br />

por faina pesqueira e <strong>de</strong> todas as viagens realizadas, <strong>de</strong> forma a se obter a<br />

quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong>sembarcada durante o mês para cada unida<strong>de</strong><br />

acompanhada.<br />

16.3.2.4. Controle diário do esforço <strong>de</strong> pesca<br />

Nos locais em que não for possível acompanhar to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques em<br />

certos dias (controle <strong>de</strong> parte das viagens), ou to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques das<br />

embarcações selecionadas (controle <strong>de</strong> parte da frota), além <strong>dos</strong> formulários <strong>de</strong><br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 125 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, será aplicado também, um controle diário das viagens<br />

ocorridas, cujas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas não forem registradas. Isto será<br />

feito através <strong>de</strong> formulário <strong>de</strong>nominado “Controle Diário do Esforço <strong>de</strong> Pesca”.<br />

Desta forma, obter-se-á o número <strong>de</strong> viagens efetivamente realizadas no mês,<br />

permitindo a estimação do total <strong>de</strong>sembarcado (capturado).<br />

16.3.2.5. Controle <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> primeira comercialização<br />

On<strong>de</strong> houver controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque serão coleta<strong>dos</strong>, mensalmente, os preços<br />

<strong>de</strong> primeira comercialização por espécie, pratica<strong>dos</strong> no final do mês em cada<br />

localida<strong>de</strong>.<br />

16.3.3. Metodologia <strong>de</strong> estimação<br />

O cálculo das estimativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pescado será realizado,<br />

mensalmente, por pescaria, para cada localida<strong>de</strong>, município e pela área estudada<br />

como um todo, a partir <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque coleta<strong>dos</strong> nas localida<strong>de</strong>s<br />

controladas e do número <strong>de</strong> embarcações e artes <strong>de</strong> pesca utilizadas nas<br />

pescarias <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong>, conforme os procedimentos <strong>de</strong>scritos a seguir:<br />

16.3.3.1. Processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> básicos<br />

a) Determinação do número <strong>de</strong> embarcações ativas <strong>–</strong> o número <strong>de</strong><br />

embarcações ativas (operando) em cada pescaria, em cada localida<strong>de</strong>, será<br />

computado mensalmente, a partir da totalização do número <strong>de</strong> barcos em<br />

operação, por tipo, <strong>de</strong> acordo com a arte <strong>de</strong> pesca utilizada.<br />

b) Totalização <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques controla<strong>dos</strong> <strong>–</strong> Para se obter o <strong>de</strong>sembarque<br />

mensal controlado por pescaria, em cada uma das localida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> será feito<br />

o controle <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques, simplesmente serão totalizadas as<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sembarcadas, por espécie, em todas as viagens controladas<br />

no mês, através da seguinte equação:<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 126 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

on<strong>de</strong>,<br />

Ya , i , j<br />

Y<br />

a,<br />

i,<br />

j<br />

<br />

n<br />

<br />

k 1<br />

a,<br />

i,<br />

j,<br />

k<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 127 -<br />

y<br />

= <strong>de</strong>sembarque total controlado na área a, local i, pescaria j, durante o mês<br />

ya, i, j, k = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarcada na área a, local i, pescaria j e viagem k<br />

Computam-se ainda os seguintes parâmetros:<br />

ca , i, j = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a, no<br />

local i, pescaria j<br />

da, i, j = número <strong>de</strong> embarcações cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área<br />

a, no local i, pescaria j.<br />

No caso on<strong>de</strong> ocorrer o controle apenas <strong>de</strong> parte das viagens, ou o<br />

controle <strong>de</strong> alguns dias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, totalizar-se-ão também, o número <strong>de</strong><br />

viagens realizadas durante o mês, ou período, e o número total <strong>de</strong> embarcações<br />

que atuarem.<br />

on<strong>de</strong>,<br />

t a i,<br />

j<br />

t a,<br />

i,<br />

j ca,<br />

i,<br />

j ea,<br />

i,<br />

j<br />

f d a<br />

a, i, j a, i, j i, j<br />

, = total <strong>de</strong> viagens que ocorreram, na área a, local i, pescaria j;<br />

c a i,<br />

j<br />

, = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a,<br />

e a i,<br />

j<br />

local i, pescaria j;<br />

, = número <strong>de</strong> viagens registradas pelo controle diário do esforço na área a,<br />

local i, pescaria j;<br />

fa, i, j = número <strong>de</strong> embarcações ativas (operando) na área a, local i, pescaria j;<br />

da, i, j = número <strong>de</strong> embarcações cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área<br />

a, no local i, pescaria j;


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

ai, j =número <strong>de</strong> embarcações registradas pelo controle diário do esforço na área<br />

a, local i, pescaria j;<br />

c) Correção do total <strong>de</strong> viagens realizadas no mês <strong>–</strong> No caso <strong>de</strong> serem<br />

on<strong>de</strong>,<br />

i<strong>de</strong>ntificadas falhas no procedimento <strong>de</strong> coleta, ou seja, que o número <strong>de</strong><br />

viagens controladas não corresponda ao total <strong>de</strong> viagens realizadas no mês,<br />

para o cálculo da estimativa do total <strong>de</strong> viagens realizadas neste mês, será<br />

utilizado um fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração (fp), calculado manualmente, a partir do<br />

número médio <strong>de</strong> viagens que cada barco realizou no mês, multiplicado pelo<br />

número <strong>de</strong> embarcações operando na localida<strong>de</strong> e dividido pelo número <strong>de</strong><br />

viagens controladas, conforme a expressão abaixo:<br />

fp = fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração;<br />

fp <br />

va , i, j. fa<br />

, i, j <br />

va, i, j = número médio <strong>de</strong> viagens realizadas por barco na área a, local i, pescaria<br />

j, durante o mês;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 128 -<br />

t<br />

fa, i, j = número <strong>de</strong> embarcações ativas (operando) na área a, local i, pescaria j,<br />

durante o mês; e,<br />

ta , i, j = total <strong>de</strong> viagens realizadas na área a, local i, pescaria j, durante o mês.<br />

Deve-se ressaltar que a utilização <strong>de</strong>ste procedimento não é recomendada. O<br />

i<strong>de</strong>al é que não seja necessário utilizar fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração, ou seja, o fp <strong>de</strong>ve<br />

ser sempre igual a 1. Porém, na prática, quando ocorrerem situações <strong>de</strong>ste tipo,<br />

será necessário o uso <strong>de</strong>ste recurso, o qual <strong>de</strong>ve sempre ser acompanhado pela<br />

coor<strong>de</strong>nação técnica ou realizado pelo supervisor/técnico <strong>de</strong> maior experiência no<br />

a, i, j<br />

uso da metodologia e conhecimento sobre a pesca local.<br />

16.3.3.2. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques por pescaria nos locais controla<strong>dos</strong><br />

A partir do <strong>de</strong>sembarque total controlado, do total <strong>de</strong> viagens realizadas, do<br />

número <strong>de</strong> embarcações ativas na pescaria, no mês, e, quando for o caso, do<br />

fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração correspon<strong>de</strong>nte, serão estima<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques totais


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

para cada pescaria, <strong>dos</strong> locais controla<strong>dos</strong>, da seguinte maneira, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

sistemática <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> adotada:<br />

a) Controle censitário <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>–</strong> o <strong>de</strong>sembarque total estimado<br />

correspon<strong>de</strong>rá ao <strong>de</strong>sembarque total controlado.<br />

<br />

Y Y fp <br />

a, i , j a, i, j.<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, local i, pescaria j, durante o mês;<br />

Ya , i , j<br />

= <strong>de</strong>sembarque total controlado área a, local i, pescaria j, durante o mês;<br />

fp = fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração.<br />

b) Controle <strong>de</strong> parte da frota <strong>–</strong> a estimação do <strong>de</strong>sembarque total mensal, para<br />

uma <strong>de</strong>terminada pescaria, num local controlado, será feita a partir da<br />

captura média por embarcação, multiplicada pelo número <strong>de</strong> embarcações<br />

ativas no local, no mês, pon<strong>de</strong>rada, quando for o caso, pelo fator <strong>de</strong><br />

pon<strong>de</strong>ração. A captura média por embarcação será obtida pela divisão da<br />

quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong>sembarcada controlada pelo número <strong>de</strong> embarcações<br />

controladas.<br />

<br />

Y y f fp<br />

<br />

a, i, j a, i, j a, i, j.<br />

y<br />

a, i, j<br />

<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado, para a área a, local i, pescaria j, durante o<br />

mês;<br />

ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque médio por embarcação para a área a, local i, pescaria j,<br />

durante o mês;<br />

Ya , i, j = <strong>de</strong>sembarque total controlado para a área a, no local i, pescaria j, durante<br />

o mês;<br />

da, i, j = número <strong>de</strong> embarcações cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 129 -<br />

Y<br />

d<br />

a, i, j<br />

a, i, j<br />

a, no local i, pescaria j, durante o mês; e,<br />

fa, i, j = total <strong>de</strong> embarcações ativas na área a, local i, pescaria j, durante o mês


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

fp = fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração.<br />

c) Controle <strong>de</strong> parte das viagens <strong>–</strong> a estimação do <strong>de</strong>sembarque total mensal,<br />

para uma certa pescaria, num local controlado, será feita a partir da captura<br />

média por viagem, multiplicada pelo número <strong>de</strong> viagens (<strong>de</strong>sembarques)<br />

efetivamente realizadas no local, no mês, pon<strong>de</strong>rada, quando for o caso, pelo<br />

fator <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração. A captura média por viagem será obtida pela divisão da<br />

quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong>sembarcada controlada pelo número <strong>de</strong> viagens<br />

controladas.<br />

<br />

Y y t fp<br />

<br />

a, i, j a, i, j a, i, j .<br />

y<br />

a, i, j<br />

Y<br />

<br />

c<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado, para área a, local i, pescaria j, durante o<br />

mês;<br />

ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque médio por viagem para área a, local i, pescaria j, durante o<br />

mês;<br />

Ya , i, j = <strong>de</strong>sembarque total controlado para área a, local i, pescaria j, durante o<br />

mês;<br />

ca, i, j = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a, no<br />

local i, pescaria j, durante o mês; e,<br />

ta , i, j = total <strong>de</strong> viagens realizadas para área a, local i, pescaria j, durante o mês.<br />

d) Controle <strong>de</strong> alguns dias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque <strong>–</strong> o <strong>de</strong>sembarque total, no período<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 130 -<br />

a, i, j<br />

a, i, j<br />

<strong>de</strong> controle, <strong>de</strong> uma certa pescaria <strong>de</strong> um local controlado, será estimado a<br />

partir da captura média por viagem, multiplicada pelo número <strong>de</strong> viagens<br />

efetivamente realizadas durante o período <strong>de</strong> controle. A captura média por<br />

viagem será obtida dividindo-se a captura total <strong>de</strong>sembarcada controlada<br />

pelo número <strong>de</strong> viagens controladas, no referido período.


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

on<strong>de</strong>,<br />

n<br />

1<br />

Y y<br />

a, i, j a, i, j, k<br />

k <br />

Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total controlado na área a, no local i, pescaria j, durante o<br />

período; e,<br />

ya, i, j, k = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarcada na área a, no local i, pescaria j e viagem k,<br />

durante o período.<br />

O <strong>de</strong>sembarque total estimado no período controlado será dado por:<br />

<br />

y y . t<br />

a, i, j a, i, j a, i, j<br />

y<br />

a, i, j<br />

Y<br />

<br />

c<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque total estimado para a área a, o local i, pescaria j, durante o<br />

período;<br />

ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque médio por viagem para a área a, local i, pescaria j, durante<br />

o período;<br />

Ya , i, j = <strong>de</strong>sembarque total controlado para a área a, no local i, pescaria j, durante<br />

o período;<br />

ca, i, j = número <strong>de</strong> viagens cujos <strong>de</strong>sembarques foram controla<strong>dos</strong> na área a, no<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 131 -<br />

a, i, j<br />

a, i, j<br />

local i, pescaria j, durante o período; e,<br />

ta , i, j = total <strong>de</strong> viagens realizadas para a área a, local i, pescaria j, durante o<br />

período.<br />

Para se estimar o <strong>de</strong>sembarque total no mês, o <strong>de</strong>sembarque estimado será<br />

pon<strong>de</strong>rado para o período, pela divisão do número <strong>de</strong> dias do mês em que<br />

ocorrerem <strong>de</strong>sembarques pelo número <strong>de</strong> dias em que houve controle.


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

<br />

Y y fp <br />

a , i, j a, i, j .<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, no local controlado i, pescaria j,<br />

durante o mês;<br />

<br />

ya, i, j = <strong>de</strong>sembarque total estimado para a área a, o local i, pescaria j, durante o<br />

período; e,<br />

fp = total <strong>de</strong> dias em que ocorreram <strong>de</strong>sembarques<br />

número <strong>de</strong> dias em que houve controle<br />

16.3.3.3. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques por pescaria nos locais não controla<strong>dos</strong><br />

O <strong>de</strong>sembarque mensal, para uma <strong>de</strong>terminada pescaria num local não<br />

controlado, será estimado multiplicando-se o número <strong>de</strong> embarcações ativas, por<br />

pescaria, da localida<strong>de</strong> que se quer estimar, pelo <strong>de</strong>sembarque médio obtido por<br />

tipo <strong>de</strong> embarcação-aparelho <strong>de</strong> pesca semelhante, da localida<strong>de</strong> controlada<br />

mais próxima.<br />

<br />

Y a,<br />

i,<br />

j ya,<br />

c,<br />

j.<br />

fa,<br />

i,<br />

j<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado, para a área a, local não controlado i,<br />

y a c,<br />

j<br />

pescaria j, durante o mês;<br />

, = <strong>de</strong>sembarque médio por embarcação para a área a, local controlado c,<br />

pescaria j, durante o mês; e,<br />

fa, i, j = total <strong>de</strong> embarcações ativas na área a, local i, pescaria j, durante o mês.<br />

16.3.3.4. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais por localida<strong>de</strong><br />

Os <strong>de</strong>sembarques totais mensais por localida<strong>de</strong> serão obti<strong>dos</strong> através da<br />

totalização <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques por pescaria.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 132 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

n <br />

Y Y<br />

1<br />

a, i a, i, j<br />

j<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Ya , i = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, local i, durante o mês<br />

<br />

Ya , i , j = <strong>de</strong>sembarque total estimado na área a, no local i, pescaria<br />

n = número <strong>de</strong> pescarias no local i<br />

16.3.3.5. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais por município<br />

Os <strong>de</strong>sembarques totais estima<strong>dos</strong> por município serão obti<strong>dos</strong> totalizando-se os<br />

<strong>de</strong>sembarques estima<strong>dos</strong> para todas as localida<strong>de</strong>s do mesmo.<br />

<br />

Y<br />

a,<br />

m<br />

<br />

n<br />

<br />

j 1<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Ya , m = <strong>de</strong>sembarque total estimado da área a, município m, no mês; e,<br />

<br />

Y a,<br />

m,<br />

i = <strong>de</strong>sembarque total estimado da área a, município m, local i , durante o<br />

mês.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 133 -<br />

<br />

Y<br />

a,<br />

m,<br />

i<br />

16.3.3.6. Estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais da área estudada<br />

A estimação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques totais no Estado ou área estudada será obtida<br />

através da totalização <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques estima<strong>dos</strong> <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os municípios,<br />

conforme a expressão:<br />

<br />

Y<br />

<br />

n<br />

<br />

a1<br />

on<strong>de</strong>,<br />

<br />

Y = <strong>de</strong>sembarque total estimado para a Estado/Área;<br />

Ym = <strong>de</strong>sembarque total estimado do município m; e,<br />

n = número <strong>de</strong> municípios.<br />

<br />

Y<br />

m


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

16.3.4. Processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques<br />

Para processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, em função da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

bancos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> para ser entregue ao CGFAP/IBAMA <strong>de</strong>verá ser utilizado o<br />

próprio software do IBAMA e <strong>de</strong> forma totalmente integrado com a equipe do<br />

Núcleo <strong>de</strong> Pesca do IBAMA/PR. Caso não seja possível a disponibilização do<br />

programa <strong>de</strong> processamento do ESTATPESCAWEB, será <strong>de</strong>senvolvido um<br />

programa especialmente para suprir as necessida<strong>de</strong>s do projeto, constando <strong>dos</strong><br />

seguintes módulos principais: Cadastros, Movimentos, Estimativas, Relatórios,<br />

Consultas e Utilitários, resultando, após a digitação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, em um banco <strong>de</strong><br />

da<strong>dos</strong> compatível com o utilizado pelo IBAMA.<br />

16.3.5. Acompanhamento do custo <strong>de</strong> captura e rentabilida<strong>de</strong> das<br />

pescarias<br />

Visando conhecer a rentabilida<strong>de</strong> por tipo <strong>de</strong> pescaria, serão levanta<strong>dos</strong> os<br />

custos médios <strong>de</strong> captura por tipo <strong>de</strong> embarcação, das pescarias com os<br />

<strong>de</strong>sembarques monitora<strong>dos</strong>, resultando em planilhas padronizadas contemplando<br />

os itens <strong>de</strong> custos (tripulação, rancho, consumo <strong>de</strong> combustível, petrecho <strong>de</strong><br />

pesca etc.). Por outro lado, <strong>de</strong> posse <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques e <strong>dos</strong> preços<br />

<strong>de</strong> primeira comercialização, será <strong>de</strong>terminada a rentabilida<strong>de</strong> das pescarias,<br />

conforme metodologia proposta por Carvalho et al. (2005).<br />

16.3.6. Análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> pretéritos<br />

Objetivando estabelecer marco comparativo, a partir da série histórica<br />

disponível, serão <strong>de</strong>finidas as médias <strong>de</strong> produção por ano, mês,<br />

município/localida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> pescaria e outros <strong>de</strong>talhes sobre as pescarias, que<br />

possam subsidiar as análises comparativas temporais.<br />

As informações geradas proporcionarão análises diversas, por grupos <strong>de</strong><br />

pescarias, por espécie, por localida<strong>de</strong>/município/área, por petrecho <strong>de</strong> pesca,<br />

tendências <strong>de</strong> captura, acompanhamento da movimentação da frota pesqueira<br />

etc. Po<strong>de</strong>rão ainda ser incorporas variáveis sazonais e ambientais, tais como,<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 134 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

pluviosida<strong>de</strong> e fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> rios, importantes para formação <strong>de</strong><br />

ambientes propicio a vida marinha, além <strong>de</strong> outros aspectos, que possam<br />

enriquecer e explicar as variações na produção pesqueira.<br />

16.3.7. Principais informações geradas<br />

Estimadas as produções <strong>de</strong>sembarcadas mensalmente em todas as localida<strong>de</strong>s<br />

pesqueiras, nos diferentes municípios do estado como um todo, po<strong>de</strong>rão ser<br />

emiti<strong>dos</strong> diversos relatórios, <strong>de</strong> acordo com as informações <strong>de</strong>sejadas. Po<strong>de</strong>r-se-<br />

á totalizar, por exemplo, o <strong>de</strong>sembarque por espécie, tipo <strong>de</strong> pescaria, barco ou<br />

aparelho <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong> uma localida<strong>de</strong>, município, na área ou no estado como um<br />

todo.<br />

O sistema permite ainda que sejam geradas diversas informações, tais como:<br />

número e tipos <strong>de</strong> embarcações e aparelhos <strong>de</strong> pesca emprega<strong>dos</strong> nas<br />

comunida<strong>de</strong>s; estimativas da captura mensal e anual <strong>de</strong> pescado no estado/área,<br />

nos municípios e locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, por espécie, aparelho <strong>de</strong> pesca, tipo <strong>de</strong><br />

embarcação, preço médio <strong>de</strong> primeira comercialização por espécie/município,<br />

mensal, anual ou por período, etc.<br />

As informações geradas serão a base das análises que serão levadas a efeito,<br />

estabelecendo-se sempre um paralelo entre os da<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong> e os<br />

observa<strong>dos</strong> para série histórica, resultante da análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> pretéritos.<br />

Obviamente que a simples comparação das médias obtidas, por se só, não é<br />

conclusiva, <strong>de</strong>vendo ser agregado todo o conhecimento e informações adicionais<br />

relativas à ativida<strong>de</strong> pesqueira da área, para consubstanciar os relatórios<br />

técnicos.<br />

16.3.8. Supervisão da coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />

A supervisão da coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> é fundamental para garantia que as informações<br />

sejam adquiridas com a qualida<strong>de</strong> e na quantida<strong>de</strong> necessária para embasar as<br />

análises e projeções a serem realizadas. Neste sentido é prevista uma viagem<br />

inicial para o estabelecimento <strong>de</strong> contatos, reconhecimento da área e pré-<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 135 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

selecionamento <strong>de</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques a serem<br />

monitora<strong>dos</strong>. Após a implementação do Projeto, serão realizadas visitas mensais<br />

a to<strong>dos</strong> os locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> pesca<strong>dos</strong>, ocasião on<strong>de</strong> o supervisor<br />

po<strong>de</strong>rá tirar dúvidas com os coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, surgidas na conferência <strong>dos</strong><br />

da<strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong>/digita<strong>dos</strong> e orientar os coletores e/ou redirecionar a coleta <strong>de</strong><br />

da<strong>dos</strong> visando aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas no Plano Amostral. Ainda<br />

durante a visita técnica serão adquiri<strong>dos</strong> os da<strong>dos</strong> sobre o custo <strong>de</strong> captura e<br />

checadas as informações <strong>dos</strong> coletores. É também a oportunida<strong>de</strong> do supervisor<br />

conversar com os coletores sobre todas as ativida<strong>de</strong>s realizadas, agregando as<br />

boas sugestões <strong>de</strong>stes colaboradores e corrigindo possíveis falhas no processo.<br />

Além da correção <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, será avaliado também o trabalho e <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />

cada coletor, com base nas estimativas geradas após cada circulo mensal.<br />

16.3.9. Validação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong><br />

Os da<strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong> através do projeto serão valida<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> diferentes<br />

mecanismos nas etapas <strong>de</strong> recebimento/recolhimento, digitação, processamento<br />

e consolidação <strong>dos</strong> mesmos.<br />

16.3.9.1. Recebimento/recolhimento<br />

À medida que os formulários vão sendo recebi<strong>dos</strong>, ou recolhi<strong>dos</strong> pelos<br />

supervisores nos locais <strong>de</strong> coleta, é feita uma inspeção visual <strong>dos</strong> mesmos para<br />

verificar se o preenchimento vem sendo feito <strong>de</strong> forma correta. Em seguida é<br />

preenchida a planilha “controles operacionais do monitoramento”. Quando os<br />

formulários são recolhi<strong>dos</strong> pelo supervisor no local ou entregues em mãos pelo<br />

coletor na se<strong>de</strong> do projeto, dúvidas são dirimidas no momento do<br />

recolhimento/entrega e são fornecidas as <strong>de</strong>vidas orientações ao coletor.<br />

16.3.9.2. Digitação<br />

A digitação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> é feita sempre pelas mesmas pessoas, que trabalham<br />

como auxiliares técnicos do projeto. Em alguns casos a digitação é feita pelo<br />

próprio supervisor da área. Durante a digitação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, portanto, a<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 136 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

experiência <strong>de</strong>stas pessoas permite a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quações e<br />

inconsistências <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>. Estes problemas são então checa<strong>dos</strong> com o coletor<br />

por telefone ou por ocasião da próxima viagem <strong>de</strong> supervisão. Um mecanismo<br />

po<strong>de</strong>roso <strong>de</strong> verificação da consistência <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> são as críticas feitas pelo<br />

próprio programa <strong>de</strong> processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>. Existe uma série <strong>de</strong> rotinas que<br />

criticam datas, valores absur<strong>dos</strong>, localida<strong>de</strong>s inexistentes, artes <strong>de</strong> pesca e tipos<br />

<strong>de</strong> barcos inexistentes, pescarias e produções inconsistentes, etc. Uma vez<br />

digitaliza<strong>dos</strong> os da<strong>dos</strong>, é preenchida a planilha “controles operacionais do<br />

monitoramento”.<br />

16.3.9.3. Processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />

Com base no conhecimento do programa <strong>de</strong> processamento do<br />

IBAMA/Estatpesca, antes <strong>de</strong> se iniciar o processamento das estimativas da<br />

produção pesqueira são emiti<strong>dos</strong> vários relatórios que auxiliam o processo e<br />

permitem verificar a consistência <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. Estes relatórios são <strong>de</strong>scritos a<br />

seguir:<br />

a) Relatório avaliação do trabalho <strong>de</strong> coleta <strong>–</strong> este relatório apresenta na<br />

primeira coluna o nome das embarcações que foram controladas na<br />

localida<strong>de</strong> e, na primeira linha, os dias do mês. No seu corpo o nome da<br />

embarcação é relacionado ao dia do mês em teve seus da<strong>dos</strong> controla<strong>dos</strong>.<br />

Este relatório po<strong>de</strong> ser emitido para todas as pescarias do local ou para<br />

pescarias específicas e permite avaliar o <strong>de</strong>sempenho do trabalho do coletor,<br />

uma vez que a freqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> cada pescaria no local é<br />

relativamente bem conhecida.<br />

b) Relatório <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques lança<strong>dos</strong> <strong>–</strong> a avaliação <strong>de</strong>talhada do<br />

trabalho <strong>de</strong> coleta durante o mês, bem como da consistência <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, é<br />

feita através <strong>de</strong>ste relatório que é um espelho <strong>de</strong> tudo o que foi digitado.<br />

Nele consta ainda o <strong>de</strong>sembarque médio e modal da pescaria no mês, a<br />

amplitu<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques, o valor máximo e o mínimo e po<strong>de</strong> ser<br />

solicitado, também, um histograma da distribuição <strong>de</strong> freqüência, com<br />

informações sobre a variância e o <strong>de</strong>svio padrão <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>.<br />

c) Relatório <strong>de</strong> pescarias realizadas mensalmente, por local, por embarcação,<br />

por quadrimestre <strong>–</strong> este relatório consiste numa tabela seqüencial para o<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 137 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

quadrimestre, indicando as pescarias realizadas por cada embarcação, num<br />

<strong>de</strong>terminado local, ao longo <strong>dos</strong> meses. Isto permite que se avalie a<br />

coerência das informações sobre a ativida<strong>de</strong> que cada embarcação vem<br />

realizando mês a mês e o número <strong>de</strong> barcos ativos por pescarias.<br />

d) Relatório <strong>de</strong> pescarias realizadas no mês no local controlado, no município e<br />

área <strong>–</strong> através <strong>de</strong>ste relatório po<strong>de</strong>-se confrontar as pescarias que foram<br />

controladas diante daquelas realizadas no local, no município e na área, o<br />

que permite i<strong>de</strong>ntificar pescarias (estratos) que eventualmente não estejam<br />

sendo cobertas pelo trabalho <strong>de</strong> coleta.<br />

16.3.9.4. Consolidação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />

Nesta etapa são elaboradas as estimativas <strong>de</strong> produção e esforço <strong>de</strong> pesca total<br />

<strong>de</strong> cada pescaria por local controlado, <strong>de</strong> cada município e <strong>de</strong> cada área. Os<br />

da<strong>dos</strong> controla<strong>dos</strong> bem como as estimativas são apresenta<strong>dos</strong> tanto na tela do<br />

computador como em relatórios impressos. A verificação <strong>de</strong>stes relatórios<br />

permite que se i<strong>de</strong>ntifiquem ina<strong>de</strong>quações ou inconsistências nos da<strong>dos</strong><br />

controla<strong>dos</strong> e estima<strong>dos</strong>. Posteriormente, é elaborado gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> tabelas<br />

consolidadas que irão compor os informes estatísticos para análises e divulgação<br />

<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>. Estas tabelas são comparadas com a série <strong>dos</strong> anos anteriores o que<br />

também permite i<strong>de</strong>ntificar e corrigir inconsistências. O processo <strong>de</strong> estimação<br />

da produção e do esforço <strong>de</strong> pesca total permite que a coor<strong>de</strong>nação técnica e/ou<br />

os supervisores possam <strong>de</strong>cidir entre utilizar a média aritmética ou a média<br />

geométrica, para fazer expansão <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> controla<strong>dos</strong> para os parâmetros<br />

estimativos totais. Esta última <strong>de</strong>ve ser utilizada quando a distribuição <strong>de</strong><br />

freqüência <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, mostradas através <strong>dos</strong> histogramas, for assimétrica.<br />

O resultado das análises <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> processa<strong>dos</strong> e consolida<strong>dos</strong> mensalmente<br />

comporá os relatórios parciais e após a conclusão das ativida<strong>de</strong>s, será elaborado<br />

um relatório final com a síntese <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 138 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

16.3.10. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />

A base <strong>de</strong> todo o Programa acima <strong>de</strong>talhado encontra-se exatamente no<br />

estabelecimento <strong>de</strong> uma boa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. O grau <strong>de</strong> precisão das<br />

informações e conseqüentemente das estimativas está intimamente ligado a<br />

qualida<strong>de</strong> das amostras (da<strong>dos</strong>) que serão recolhidas em campo, tabuladas e<br />

posteriormente processadas. É, portanto, fundamental que seja garantida a<br />

qualida<strong>de</strong> da informação, que ela seja adquirida em quantida<strong>de</strong> suficiente<br />

(amostras <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os extratos existentes) e no caso da informação sobre o<br />

<strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> pescado, que ela seja oriunda <strong>de</strong> localida<strong>de</strong> representativa da<br />

pesca <strong>de</strong> cada município/região, da qual servirá como base <strong>de</strong> cálculo. Desta<br />

forma é fundamental a presença <strong>de</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> em todas as localida<strong>de</strong>s<br />

pesqueiras representativas, distribuí<strong>dos</strong> <strong>de</strong> maneira estratégica, cobrindo to<strong>dos</strong><br />

os municípios e pontos importantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque.<br />

16.3.10.1. Trabalho <strong>dos</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />

16.3.10.1.1. Coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> sobre o esforço <strong>de</strong> pesca (arte <strong>de</strong> pesca)<br />

Os da<strong>dos</strong> sobre a ativida<strong>de</strong> da frota da localida<strong>de</strong> são informa<strong>dos</strong> mensalmente<br />

através <strong>de</strong> formulário próprio, on<strong>de</strong> são indicadas as embarcações que estão<br />

operando (ativas) e com qual petrecho <strong>de</strong> pesca estão pescando. É também <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> do coletor informar sobre a movimentação da frota, ou seja,<br />

relatar sobre a venda <strong>de</strong> embarcações para outras comunida<strong>de</strong>s, embarcação da<br />

comunida<strong>de</strong> que está pescando em outra localida<strong>de</strong>, chegada ou <strong>de</strong>sembarque<br />

<strong>de</strong> embarcação <strong>de</strong> outro porto, cadastramento <strong>de</strong> novas embarcações etc.<br />

Assim, na seleção do pessoal a ser treinado para o serviço <strong>de</strong> coletor <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> campo é fundamental que sejam observa<strong>dos</strong> algumas características básicas<br />

que compõem o perfil i<strong>de</strong>al do coletor, tais como: que a pessoa more na<br />

localida<strong>de</strong> e quanto mais próxima da praia melhor; que tenha um bom<br />

relacionamento com os pescadores e comerciantes <strong>de</strong> pescado; que tenha um<br />

conhecimento sobre a pesca <strong>de</strong> um modo geral e <strong>de</strong> preferência já tenha<br />

participado <strong>de</strong> pescarias; e que tenha a formação educacional mínima para o<br />

<strong>de</strong>sempenho das tarefas ( ler, escrever e boa caligrafia). Na prática, o trabalho<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 139 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

<strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> esforço <strong>de</strong> pesca (arte <strong>de</strong> pesca) não é complicado e pelas<br />

suas características não necessita <strong>de</strong>dicação exclusiva, sendo possível conciliar<br />

com outras ativida<strong>de</strong>s. Em algumas localida<strong>de</strong>s, este trabalho também po<strong>de</strong> ser<br />

realizado pelos supervisores, quando <strong>de</strong> suas idas ao campo.<br />

16.3.10.1.2. Coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> sobre a produção<br />

O serviço <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> produção é bem mais complexo e necessita <strong>de</strong><br />

maior <strong>de</strong>dicação e empenho do coletor. Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> controle adotado<br />

para o local po<strong>de</strong> ser necessários um esforço consi<strong>de</strong>rável e <strong>de</strong>dicação exclusiva,<br />

para o acompanhamento e registro <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>sembarques ocorri<strong>dos</strong> na<br />

localida<strong>de</strong>, separando-os por espécies, por tipo <strong>de</strong> embarcação e petrecho <strong>de</strong><br />

pesca. Essa função pressupõe habilida<strong>de</strong> no conhecimento das espécies,<br />

avaliação do volume capturado, regime <strong>de</strong> pesca (horários <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques),<br />

além <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais características requeridas para o coletor <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

arte <strong>de</strong> pesca.<br />

O coletor <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> produção, muitas vezes, tem <strong>de</strong> usar da criativida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> articulação para registrar os <strong>de</strong>sembarques. Por vezes as<br />

embarcações chegam <strong>de</strong> madrugada e/ou várias embarcações <strong>de</strong>sembarcam<br />

simultaneamente, tornando impossível presenciar ou anotar os <strong>de</strong>sembarques<br />

ocorri<strong>dos</strong>. Assim, o coletor tem <strong>de</strong> buscar a maneira <strong>de</strong> contornar os problemas<br />

sem comprometer a qualida<strong>de</strong> da informação. Em vários pontos ao longo do<br />

litoral essa tarefa po<strong>de</strong> ser facilitada pela concentração <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sembarques em<br />

barracões e/ou empresas <strong>de</strong> pesca, on<strong>de</strong> o coletor po<strong>de</strong> transcrever as<br />

anotações <strong>dos</strong> encarrega<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do grau <strong>de</strong> acesso que o coletor<br />

possuir.<br />

16.3.10.1.3. Coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> captura/rentabilida<strong>de</strong><br />

Os custos <strong>de</strong> produção serão adquiri<strong>dos</strong> junto aos proprietários das embarcações<br />

acompanhadas, durante as visitas <strong>de</strong> supervisão com a colaboração <strong>dos</strong> coletores<br />

<strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> em formulário apropriado (formulário 5). Na aplicação<br />

<strong>dos</strong> formulários é fundamental a presença <strong>de</strong> técnico especializado (supervisor)<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 140 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

para que seja assegurada a maior precisão das informações, vez que, alguns<br />

itens são <strong>de</strong>licadas (remuneração) e/ou <strong>de</strong> difícil aquisição.<br />

16.3.10.1.4. Locais <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />

Consi<strong>de</strong>rando o cadastro <strong>de</strong> embarcações, e <strong>de</strong> acordo com a área <strong>de</strong> influência<br />

<strong>de</strong>finida para o empreendimento, preliminarmente será estabelecido os locais e o<br />

número <strong>de</strong> coletores que comporão a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta do monitoramento <strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong>sembarques pesqueiros.<br />

16.3.11. Planejamento e capacitação<br />

Todo o trabalho <strong>de</strong> planejamento será realizado em consonância com a equipe do<br />

IBAMA/Núcleo <strong>de</strong> Pesca da Superintendência do Paraná <strong>–</strong> SUPES/PR. Tendo em<br />

vista a implementação da sistemática <strong>de</strong> monitoramento da pesca utilizada pelo<br />

IBAMA/PR (Projeto ESTATPESCA), bem como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compatibilização<br />

como as ações já realizadas e em andamento daquela Instituição, inicialmente<br />

<strong>de</strong>verá ser realizada reunião <strong>de</strong> nivelamento e planejamento da execução do<br />

Projeto <strong>de</strong> Monitoramento <strong>dos</strong> Desembarques. Em seguida será realizada viagem<br />

conjunta <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> área e atualização das informações disponíveis<br />

sobre a ativida<strong>de</strong> pesqueira local. Nessa ocasião, serão também manti<strong>dos</strong><br />

contata<strong>dos</strong> com dirigentes <strong>de</strong> Colônias <strong>de</strong> Pescadores, li<strong>de</strong>res comunitário e com<br />

pessoas que já participaram do processo <strong>de</strong> monitoramento da pesca, visando<br />

selecionar os coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> campo, os quais <strong>de</strong>verão aten<strong>de</strong>r ao perfil<br />

<strong>de</strong>lineado no item 16.3.10.1.1.<br />

Vencida a etapa <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> área, <strong>de</strong> indicação e seleção <strong>dos</strong> coletores<br />

<strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>verá ser procedido o treinamento <strong>dos</strong> mesmos, capacitando-os para<br />

aplicação plena da metodologia do Estatpesca. Nessa oportunida<strong>de</strong> e com a<br />

participação <strong>de</strong> todo o pessoal <strong>de</strong> execução (supervisores, coletores,<br />

digitadores), a Coor<strong>de</strong>nação Geral do Projeto fará uma ampla abordagem sobre<br />

os diversos passos e procedimentos adota<strong>dos</strong> pelo ESTATPESCA, além <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>monstração da entrada e estimação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, com exercícios<br />

participativos para uma melhor compreensão e assimilação <strong>dos</strong> processos.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 141 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Da mesma forma e antece<strong>de</strong>ndo à capacitação <strong>dos</strong> coletores <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, será<br />

realizada oficina <strong>de</strong> planejamento com a participação da Coor<strong>de</strong>nação Geral, <strong>dos</strong><br />

supervisores e consultores especializa<strong>dos</strong>. Neste particular, a princípio i<strong>de</strong>ntifica-<br />

se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração no âmbito do Projeto <strong>de</strong> especialistas nas áreas<br />

da pesca e da socioeconômica.<br />

16.4. Equipe técnica<br />

A equipe técnica será composta por um coor<strong>de</strong>nador e por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coletores<br />

que receberão capacitação para <strong>de</strong>sempenhar a função. Os termos da<br />

contratação <strong>dos</strong> coletores e <strong>de</strong>mais envolvi<strong>dos</strong> no processo, bem como o<br />

<strong>de</strong>talhamento do Programa, serão objeto <strong>de</strong> discussão com a equipe do<br />

IBAMA/Núcleo <strong>de</strong> Pesca da Superintendência do Paraná <strong>–</strong> SUPES/PR.<br />

16.5. Cronograma<br />

Programa/Ações <strong>de</strong> implantação<br />

Preparação da equipe (mobilização)<br />

Convalidação do diagnóstico das comunida<strong>de</strong>s<br />

artesanais e <strong>dos</strong> arranjos <strong>de</strong> pesca<br />

Determinação <strong>de</strong> metas e indicadores<br />

Execução da coleta <strong>de</strong> informações<br />

Avaliação e processamento <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Elaboração <strong>de</strong> relatórios técnicos<br />

Preparação para continuida<strong>de</strong> do Programa<br />

Meses<br />

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 142 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17. PROGRAMAS COMPLEMENTARES DE MONITORAMENTO DURANTE AS<br />

OBRAS DE DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO<br />

17.1. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Biota Aquática Durante as Obras<br />

<strong>de</strong> Dragagem<br />

17.1.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong><br />

escala espacial reduzida <strong>–</strong> freqüência amostral ampliada<br />

17.1.1.1. Introdução<br />

O plâncton é constituído por organismos vegetais (fitoplâncton) e por animais<br />

unicelulares e metazoários (zooplâncton) que formam a base da ca<strong>de</strong>ia<br />

alimentar. A implantação <strong>de</strong>sse subprograma justifica-se pelo fato <strong>de</strong> que as<br />

obras <strong>de</strong> dragagem afetam a estrutura do plâncton <strong>de</strong>vido aos efeitos da pluma<br />

<strong>de</strong> dispersão do material dragado, constituído por elementos particula<strong>dos</strong><br />

orgânicos e inorgânicos, tanto em suspensão quanto dissolvi<strong>dos</strong>. Este material<br />

afeta a penetração <strong>de</strong> luz e concorre quimicamente com outros nutrientes,<br />

interferindo no crescimento individual e da população <strong>dos</strong> principais organismos<br />

planctônicos, consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como bioindicadores. Como são diretamente afeta<strong>dos</strong><br />

pelas condições físico-químicas do meio aquático e requerem condições<br />

específicas <strong>de</strong> luz, salinida<strong>de</strong>, temperatura e nutrientes, o subprograma <strong>de</strong>verá<br />

monitorar variações na assembléia planctônica, buscando correlacionar com as<br />

possíveis causas.<br />

17.1.1.2. Aspectos metodológicos e recursos<br />

A metodologia amostral e analítica adotada neste Subprograma será a mesma<br />

<strong>de</strong>scrita no item 3.3.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong><br />

Planctônica, proposta para os perío<strong>dos</strong> em que apenas ocorre a operação do<br />

Porto. A única alteração relevante diz respeito à intensificação da freqüência<br />

amostral (escala temporal): neste caso, todas as obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong>verão<br />

ser precedidas <strong>de</strong> uma campanha amostral, que será repetida mensalmente,<br />

sendo encerrada após 30 dias da finalização daquelas obras.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 143 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Assim sendo, serão emprega<strong>dos</strong> os mesmos 23 pontos amostrais já propostos.<br />

Toda a metodologia <strong>de</strong> coleta e análise seguirá os mesmos requisitos<br />

apresentamos anteriormente, em termos <strong>de</strong> equipamentos e pessoal. E, da<br />

mesma forma, prescindirão <strong>de</strong> solicitação <strong>de</strong> Autorização para Captura, Coleta e<br />

Transporte <strong>de</strong> Material Biológico, por parte da Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Autorização<br />

<strong>de</strong> Uso e Gestão <strong>de</strong> Fauna e Recursos Pesqueiros, do IBAMA.<br />

17.1.2. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong> Planctônica <strong>–</strong><br />

avaliação in loco das interferências da pluma <strong>de</strong> sedimentos<br />

17.1.2.1. Introdução<br />

Em função das características ecológicas e da <strong>de</strong>pendência que tem o plâncton<br />

em relação à penetração <strong>de</strong> luz e à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes, este<br />

subprograma tem o papel <strong>de</strong> avaliar, em caráter <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe, o comportamento<br />

planctônico <strong>de</strong>ntro das áreas imediatamente afetadas pelas plumas <strong>de</strong><br />

sedimento. É, portanto, uma proposta para avaliar em uma escala espacial<br />

restrita, o possível grau <strong>de</strong> interferência da pluma sobre a riqueza e a<br />

abundância do plâncton <strong>de</strong>ntro da zona <strong>de</strong> máxima turbi<strong>de</strong>z que se forma em<br />

função da dragagem.<br />

17.1.2.2. Aspectos metodológicos e recursos<br />

A metodologia amostral e analítica adotada neste Subprograma também será a<br />

mesma <strong>de</strong>scrita no item 3.3.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong><br />

Planctônica. Todavia, a diferença substancial neste caso é a escala espacial do<br />

plano amostral. Estas campanhas, <strong>de</strong> caráter experimental, serão realizadas a<br />

cada 15 dias durante as obras <strong>de</strong> dragagem, visado obter informações sob<br />

condições astronômicas <strong>de</strong> sizígia e quadratura. Cada campanha terá uma<br />

duração <strong>de</strong> 24 horas, com freqüência amostral <strong>de</strong> três em três horas. Dadas as<br />

condições oceanográficas da região, dominada por marés semi-diurnas, esta<br />

extensão <strong>de</strong> cada campanha amostral po<strong>de</strong>rá ainda observar oscilações da pluma<br />

e da assembléia planctônica ditadas pelas forças <strong>de</strong> maré, ao longo do período<br />

<strong>de</strong> 24 horas. Assim, ainda será possível coletar da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> dois ciclos <strong>de</strong> maré<br />

consecutivos.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 144 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

O procedimento será <strong>de</strong>finido no momento da chegada da embarcação sobre a<br />

pluma em processo <strong>de</strong> dispersão. O coor<strong>de</strong>nador <strong>dos</strong> trabalhos <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>finirá<br />

transects que percorrerão toda a mancha formada pela pluma. Serão linhas<br />

paralelas afastadas entre si aproximadamente 250 metros, transversais ao maior<br />

eixo da pluma, evitando tanto quanto possível o avanço para além das bordas,<br />

para que se reduza a coleta <strong>de</strong> amostras fora da zona <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z. A embarcação<br />

percorrerá estas linhas e toda a navegação terá a localização <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas<br />

UTM registrada, com auxílio <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> posicionamento por satélite (GPS).<br />

Durante esta navegação, serão realizadas as amostragens do plâncton,<br />

observadas as metodologias amostrais <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />

As amostragens qualitativas <strong>de</strong> fitoplâncton serão obtidas através <strong>de</strong> arrastos<br />

horizontais sub-superficiais sobre a pluma <strong>de</strong> sedimentos com duração mínima<br />

<strong>de</strong> dois minutos, sendo utilizada uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton cônica com malha <strong>de</strong><br />

20 m e 30 cm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca. O conteúdo retido na re<strong>de</strong> será então<br />

armazenado em frascos <strong>de</strong> polietileno âmbar e fixado com solução formol 4%. Já<br />

para as amostras para a análise quantitativa do fitoplâncton, serão coletadas<br />

com o auxílio da garrafa amostradora do tipo van Dorn, sendo as amostras<br />

obtidas em sub-superfície (aproximadamente 0,3 m) e acondicionadas em<br />

frascos <strong>de</strong> vidro âmbar com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.000 mL <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> e<br />

fixadas com solução Lugol.<br />

A amostra qualitativa será utilizada para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> taxa, para cuja<br />

i<strong>de</strong>ntificação serão utilizadas, preferencialmente, as seguintes bibliografias: Cupp<br />

(1943); Ricard (1987); Komarek & Fott (1983), entre outros. A classificação<br />

utilizada seguirá Hoek (1995) e a análise quantitativa será realizada em câmara<br />

<strong>de</strong> Sedgewick-Rafter (WOELKERLING et al., 1976), em 300 aumentos em<br />

microscópio Olympus, com contraste <strong>de</strong> fase. Para a análise da estrutura da<br />

comunida<strong>de</strong>, será calculada a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (cél./L) e a riqueza específica (número<br />

<strong>de</strong> taxa encontra<strong>dos</strong> em cada amostra).<br />

As amostras <strong>de</strong> zooplâncton serão obtidas mediante a realização <strong>de</strong> arrastos<br />

oblíquos na coluna da água, a partir da navegação sobre a pluma <strong>de</strong> sedimentos<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 145 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

em velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 nós e com duração mínima <strong>de</strong> dois minutos, utilizando-se<br />

uma re<strong>de</strong> tipo WP-2 cilindro-cônica <strong>de</strong> 220 µm <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> malha, 30 cm <strong>de</strong><br />

diâmetro <strong>de</strong> boca e equipada com fluxômetro.<br />

Em laboratório, as amostras do zooplâncton <strong>de</strong>verão ser analisadas em câmaras<br />

do tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico, após o fracionamento da<br />

amostra total em alíquotas que variaram <strong>de</strong> 5 a 10% do total (BOLTOVSKOY,<br />

1981), visando classificação ao menor nível taxonômico, auxiliada<br />

preferencialmente pelo uso das referências <strong>de</strong> El Moor-Loureiro (1997), Infante<br />

(1988), Montú & Gloe<strong>de</strong>n (1986), Boltovskoy (1981) e Reid (1985). Da<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s das espécies ocorrentes serão calcula<strong>dos</strong> pelo volume <strong>de</strong> água<br />

filtrada pela re<strong>de</strong>, assim como também será obtido o índice <strong>de</strong> riqueza <strong>de</strong><br />

Margalef.<br />

Para as análises do ictioplâncton as amostras colhidas serão coletadas através <strong>de</strong><br />

arrastos oblíquos na coluna <strong>de</strong> água com duração mínima <strong>de</strong> dois minutos. Para<br />

isso, será utilizada re<strong>de</strong> tipo WP-2 (cilindro-cônica), com 30 cm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong><br />

boca e malha <strong>de</strong> 220 m, equipada com fluxômetro para medir o volume <strong>de</strong> água<br />

filtrado. As amostras <strong>de</strong>stinadas à análise <strong>dos</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão<br />

fixadas em solução <strong>de</strong> formol em água do mar a 4%, imediatamente após o<br />

arrasto, sendo acondicionadas em garrafas <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> um litro.<br />

Em laboratório, cada amostra <strong>de</strong>verá ser processada em sua totalida<strong>de</strong>,<br />

separando-se os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes presentes, com auxílio <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong><br />

Bogorov, e também, <strong>de</strong> microscópio estereoscópico binocular. A i<strong>de</strong>ntificação<br />

taxonômica <strong>de</strong>verá ser realizada ao nível <strong>de</strong> família, ou ao menor táxon possível,<br />

através <strong>de</strong> referências bibliográficas especializadas (FAHAY, 1983; LEIS &<br />

RENNIS, 1983; LEIS & TRNSKI, 1989; MOSER, 1996). Quando a i<strong>de</strong>ntificação<br />

taxonômica não for positiva, os ovos e larvas <strong>de</strong> peixes serão categoriza<strong>dos</strong><br />

como “não i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>” (NI). As <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s do ictioplâncton serão expressas<br />

em número <strong>de</strong> ovos e <strong>de</strong> larvas por litro (n°/L). As análises <strong>de</strong>ste grupo<br />

envolverão os percentuais <strong>de</strong> ocorrência e os índices ecológicos <strong>de</strong> riqueza,<br />

diversida<strong>de</strong> e equitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> larvas, propostos por Omori & Ikeda (1984).<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 146 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

A fim <strong>de</strong> confrontar os da<strong>dos</strong> bióticos com parâmetros físico-químicos do<br />

ambiente, serão ainda colhi<strong>dos</strong> os principais da<strong>dos</strong> da água com sonda<br />

multiparâmetros, registrando em planilha apropriada as seguintes informações:<br />

pH, oxigênio dissolvido, turbi<strong>de</strong>z, condutivida<strong>de</strong>, temperatura, sóli<strong>dos</strong> totais<br />

dissolvi<strong>dos</strong>, salinida<strong>de</strong> e potencial <strong>de</strong> oxi-redução. Estas amostras serão colhidas<br />

a cada 10 minutos <strong>de</strong> navegação.<br />

17.1.3. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, o empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>verá contar com uma equipe<br />

especializada em coleta e conservação das amostras <strong>de</strong> biota aquática. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> indivíduos e a interpretação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser<br />

realizadas por profissionais habilita<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong> no Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral<br />

do IBAMA. To<strong>dos</strong> os cadastros <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong>vidamente atualiza<strong>dos</strong>.<br />

17.1.4. Cronograma<br />

O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />

programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />

<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />

por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />

justificado.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 147 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.2. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas Durante as<br />

Obras <strong>de</strong> Dragagem<br />

17.2.1. Introdução<br />

O Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas se justifica pelo fato<br />

<strong>de</strong> que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem estão, a rigor, associadas a eventos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> ambiental, seja pela disponibilização <strong>de</strong> contaminantes<br />

trapea<strong>dos</strong> no sedimento, seja pela livre suspensão <strong>de</strong> sedimentos finos, que vão<br />

propagar-se pelas coleções hídricas da área <strong>de</strong> influência, impulsiona<strong>dos</strong> pela<br />

força <strong>de</strong> correntes e marés. Além disso, há também que se consi<strong>de</strong>rar os riscos<br />

associa<strong>dos</strong> à operação das dragas propriamente ditas, sujeitas ao lançamento<br />

aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> contaminantes como óleos e combustíveis.<br />

Assim, esse Programa contribuirá para compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que forma as ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> dragagem interagem, em termos <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> e vetor, com os elementos<br />

ambientais do Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong> (CEP).<br />

17.2.2. Objetivos<br />

O Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas durante as obras <strong>de</strong><br />

dragagem tem como objetivo <strong>de</strong>tectar, através <strong>de</strong> análises com maior<br />

<strong>de</strong>talhamento temporal (menor freqüência), possíveis alterações nos parâmetros<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água que porventura sejam provoca<strong>dos</strong> pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

dragagem.<br />

17.2.3. Metodologia e principais ações<br />

A metodologia <strong>de</strong> amostragem será a mesma adotada no item 9. Programa <strong>de</strong><br />

Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> das Águas, em termos <strong>de</strong> planejamento da malha<br />

amostral, previsto para acompanhar o Complexo Portuário da Baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong><br />

doravante por toda sua operação. O ponto central que diferencia esta proposta,<br />

diz respeito ao aumento da freqüência amostral: enquanto naquela, as<br />

amostragens <strong>de</strong> verificação obe<strong>de</strong>cerão a uma periodicida<strong>de</strong> trimestral, nesta, a<br />

freqüência reduz-se para o período mensal. Sendo assim, todas as obras <strong>de</strong><br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 148 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

dragagem <strong>de</strong>verão ser antecedidas por uma campanha amostral completa; estas<br />

serão repetidas a cada trinta dias, encerrando-se <strong>de</strong>ntro da janela <strong>de</strong> tempo que<br />

compreen<strong>de</strong> o período entre 20 e 40 dias após o encerramento das obras <strong>de</strong><br />

dragagem. Assim, espera-se avaliar, com um significativo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento,<br />

as oscilações <strong>dos</strong> parâmetros da coleção hídrica, buscando i<strong>de</strong>ntificar se os<br />

processos <strong>de</strong> dragagem efetivamente promovem algum tipo <strong>de</strong> alteração no<br />

recurso ambiental ou não, e, se confirmado, com que grau <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>.<br />

Como proposto anteriormente, a metodologia amostral seguirá a mesma<br />

estrutura proposta para o monitoramento ordinário das ativida<strong>de</strong>s do Complexo<br />

Portuário <strong>de</strong> <strong>Antonina</strong> (item 9), em termos <strong>de</strong> planejamento e procedimentos<br />

amostrais e analíticos, consi<strong>de</strong>rando, portanto, 29 pontos <strong>de</strong> coleta. A variação<br />

proposta neste caso é a escala temporal, que será reduzida <strong>de</strong> três para um mês<br />

entre amostragens, durante as intervenções <strong>de</strong> dragagem. Estas amostragens<br />

<strong>de</strong>verão ter início antes do início das dragagens, permanecendo mensalmente e<br />

ultrapassando, concluindo-se na janela entre 20 e 40 dias após o término das<br />

intervenções.<br />

17.2.4. Recursos necessários<br />

17.2.4.1. Materiais/equipamentos<br />

Os equipamentos e materiais mais utiliza<strong>dos</strong> durante a amostragem são:<br />

Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos da malha amostral, e<br />

dotada <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os apetrechos necessários para a operação amostral e <strong>de</strong><br />

salvatagem (salva-vidas, sinalizadores, bóias, etc);<br />

Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />

<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />

Equipamentos <strong>de</strong> coleta: garrafas amostradoras, frasco <strong>de</strong> coleta e apoio,<br />

etiquetas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e luvas;<br />

Equipamentos analíticos <strong>de</strong> campo: sonda multiparâmetros com certificado<br />

<strong>de</strong> calibração;<br />

Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo etc.;<br />

Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System) etc.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 149 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.2.4.2. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, <strong>de</strong>verá ser prevista uma equipe especializada<br />

em monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação<br />

e análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />

preservação e conservação das amostras. Também <strong>de</strong>verá contar com o apoio <strong>de</strong><br />

laboratório <strong>de</strong> análises que possua, no mínimo, as acreditações INMETRO CLA-<br />

0006 (Boas Práticas <strong>de</strong> Laboratório <strong>–</strong> BPL) e INMETRO CRL 0227 <strong>–</strong> Ensaios NBR<br />

ISO/IEC 17025. To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar<br />

com registro ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

17.2.5. Cronograma<br />

O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />

programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />

<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />

por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />

justificado. Todas as campanhas amostrais <strong>de</strong>verão ser registradas em diário <strong>de</strong><br />

campo, assim como a duração das obras <strong>de</strong> dragagem, para posterior<br />

comunicação ao órgão licenciador.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 150 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.3. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> Ambiental <strong>dos</strong><br />

Sedimentos Durante as Obras <strong>de</strong> Dragagem<br />

17.3.1. Introdução<br />

Como mencionado no item 10. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />

Sedimentos, da fase <strong>de</strong> operação, os sedimentos compreen<strong>de</strong>m um elemento<br />

ambiental singular, já que possuem uma característica particular: em função <strong>de</strong><br />

dadas condições ambientais, po<strong>de</strong>m preservar por longos perío<strong>dos</strong> o registro <strong>de</strong><br />

contaminações pretéritas. Do ponto-<strong>de</strong>-vista prático, esta característica tem<br />

apresenta dois aspectos: o positivo é que permite avaliar alterações temporais<br />

na ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> elementos; por outro lado, quando submeti<strong>dos</strong> a<br />

a procedimentos <strong>de</strong> dragagem <strong>–</strong> <strong>de</strong> operação ou <strong>de</strong> aprofundamento <strong>–</strong> permitem<br />

que eventuais contaminantes sejam disponibiliza<strong>dos</strong> no meio aquático, mesmo<br />

após longos perío<strong>dos</strong> e, muitas vezes, <strong>de</strong> maneira aguda.<br />

Portanto, avaliar as características do sedimento dragado e o leito reconfigurado,<br />

em termos <strong>de</strong> parâmetros constituientes e possíveis contaminantes presentes,<br />

constitui uma ação <strong>de</strong> avaliação ambiental que po<strong>de</strong> contribuir sobremaneira<br />

para a condução <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> gerenciamento ambiental mais efetivo,<br />

favorecendo ações <strong>de</strong> mitigação <strong>de</strong> impactos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />

intervenção.<br />

17.3.2. Objetivos<br />

O Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento <strong>dos</strong> Sedimentos na Fase <strong>de</strong> Dragagem <strong>de</strong><br />

Manutenção possui como objetivo o monitoramento <strong>dos</strong> parâmetros físico-<br />

químicos e sedimentológicos <strong>dos</strong> leitos marinhos resultantes das obras <strong>de</strong><br />

dragagem, quais sejam, as áreas efetivamente dragadas e a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />

ACE-20, na zona costeira próxima, segundo as prerrogativas estabelecidas na<br />

Resolução CONAMA N° 344/2004.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 151 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.3.3. Aspectos metodológicos<br />

17.3.3.1. Planejamento<br />

As avaliações das dragagens <strong>de</strong> manutenção no complexo hidroviário da baía <strong>de</strong><br />

<strong>Paranaguá</strong> <strong>de</strong>verão seguir as diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA<br />

Nº 344/2004. Para as amostras <strong>de</strong> sedimentos nas áreas dragadas, as<br />

campanhas amostrais terão início após o início das dragagens e incluirão apenas<br />

amostras na superfície do leito dragado. Já no caso da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>–</strong> ACE-<br />

20, o plano <strong>de</strong> amostragem incluirá etapas anteriores e posteriores a todas as<br />

dragagens que venham a utilizar a área para lançamento <strong>de</strong> material dragado no<br />

interior do Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />

O número <strong>de</strong> amostras a ser contemplado em cada trecho <strong>de</strong> dragagem também<br />

<strong>de</strong>verá obe<strong>de</strong>cer aos requisitos do Anexo da Resolução CONAMA Nº 344/2004<br />

(Tabela 14).<br />

Tabela 14. Número mínimo <strong>de</strong> amostras para a caracterização <strong>de</strong> sedimentos.<br />

Volume a ser dragado (m3) Número <strong>de</strong> amostras **<br />

Até 25.000 3<br />

Entre 25.000 e 100.000 4 a 6<br />

Entre 100.000 e 500.000 7 a 15<br />

Entre 500.000 e 2.000.000 16 a 30<br />

Acima <strong>de</strong> 2.000.000 10 extras por 1 milhão <strong>de</strong> m3<br />

(Fonte: Resolução CONAMA Nº 344/2004).<br />

Já a seleção na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo ACE-20, a amostragem <strong>de</strong>verá ter um padrão<br />

radial, estabelecendo pontos eqüidistantes em relação ao centro da área,<br />

posiciona<strong>dos</strong> a meia milha da coor<strong>de</strong>nada central sobre os eixos <strong>de</strong> direções<br />

Norte, Sul, Leste e Oeste.<br />

Os parâmetros físico-químicos que <strong>de</strong>verão ser avalia<strong>dos</strong> são:<br />

a) Qualida<strong>de</strong> das águas:<br />

- oxigênio dissolvido;<br />

- turbi<strong>de</strong>z;<br />

- pH;<br />

- temperatura;<br />

- salinida<strong>de</strong>;<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 152 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

- transparência da água;<br />

- óleos e graxas;<br />

- metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), zinco (Zn), mercúrio (Hg) e níquel (Ni);<br />

- série nitrogenada e nitrogênio total;<br />

- Análise <strong>de</strong> toda a série do fósforo;<br />

- arsênio (As) e Boro (B); e<br />

- Determinação da DBO e da DQO.<br />

b) Qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> sedimentos:<br />

- Granulometria <strong>–</strong> Sedimentologia;<br />

- Arsênio (As);<br />

- Mercúrio (Hg);<br />

- Níquel (Ni);<br />

- Zinco (Zn);<br />

- Carbono Orgânico Total <strong>–</strong> COT;<br />

- Nitrogênio Kjeldahl Total;<br />

- Cádmio (Cd);<br />

- Chumbo (Pb);<br />

- Cobre (Cu);<br />

- Fósforo Total;<br />

- Bifenilas Policloradas (PCB’s); e<br />

- Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA’s).<br />

17.3.3.2. Coleta e manuseio<br />

As amostras <strong>de</strong>verão ser coletadas na superfície do leito, através do lançamento<br />

<strong>de</strong> amostradores busca-fundo do tipo van Veen <strong>de</strong> aço inoxidável, com<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,005 m³. Após a coleta, cada amostra será segregada em quatro<br />

alíquotas, sendo cada uma <strong>de</strong>las acondicionada em embalagem apropriada e<br />

<strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificada com etiqueta <strong>de</strong> registro e lacre. Em cada etiqueta<br />

<strong>de</strong>verá constar a i<strong>de</strong>ntificação da estação amostral, parâmetro a ser analisado,<br />

método <strong>de</strong> conservação e data. Desta forma, cada uma das alíquotas será<br />

<strong>de</strong>signada, ainda em campo, para que posteriormente seja <strong>de</strong>stinada às análises<br />

química, sedimentológica, ecotoxicológica e <strong>de</strong> contra-prova. Cada amostra<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 153 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

<strong>de</strong>verá ser fechada com um lacre individual e com numeração distinta, <strong>de</strong>vendo<br />

este número ser registrado na planilha <strong>de</strong> campo.<br />

17.3.3.3. Preservação da amostra<br />

Após o acondicionamento e i<strong>de</strong>ntificação, as amostras <strong>de</strong>verão ser mantidas em<br />

caixa térmica refrigerada. Ao <strong>de</strong>sembarcar, <strong>de</strong>vem ser transferidas para câmara<br />

frigorífica para serem congeladas até o envio ao laboratório contratado para<br />

realizar as análises. Todo este trâmite <strong>de</strong>verá ocorrer com rigoroso controle <strong>de</strong><br />

temperatura para que possam ser mantidas as concentrações <strong>dos</strong> parâmetros,<br />

ainda que o sedimento seja consi<strong>de</strong>rado um meio estável para preservação<br />

<strong>de</strong>stes constituintes e contaminantes.<br />

17.3.3.4. Execução <strong>de</strong> análises<br />

Esta etapa consiste no recebimento e tratamento das amostras, permitindo sua<br />

utilização para a realização <strong>dos</strong> ensaios laboratoriais. Os sedimentos <strong>de</strong>verão ser<br />

previamente trata<strong>dos</strong>, com a adoção <strong>de</strong> medidas particulares para cada tipo <strong>de</strong><br />

análise a ser <strong>de</strong>senvolvida, sendo posteriormente executada a respectiva análise:<br />

Química: procedimentos analíticos da U.S. Environmental Protection Agency<br />

(ou equivalentes), aten<strong>de</strong>ndo ao disposto na Resolução CONAMA Nº 344/04;<br />

Sedimentológica: método proposto por Suguio (1973) ou equivalente, no<br />

qual se executa o peneiramento das frações maiores que areia e a pipetagem<br />

para as granulometrias silte e argila. A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> matéria orgânica e<br />

carbonatos <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> acordo com a metodologia proposta por<br />

Dean (1974) ou outra <strong>de</strong> igual eficiência, e o peso específico <strong>de</strong>ve ser obtido<br />

por gravimetria;<br />

Ecotoxicológica: aplicação <strong>dos</strong> protocolos consagra<strong>dos</strong> na literatura,<br />

empregando organismos teste <strong>de</strong> diferentes taxa para quantificação <strong>dos</strong><br />

efeitos agu<strong>dos</strong> e crônicos sobre a biota.<br />

Sobre as análises ecotoxicológicas, importante consi<strong>de</strong>rar os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />

pelo diagnóstico do Relatório <strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Ambiental <strong>–</strong> RCA. De acordo com<br />

aqueles resulta<strong>dos</strong>, as concentrações <strong>dos</strong> contaminantes não ultrapassaram o<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 154 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

limiar estabelecido para o nível 1 nos sedimentos. Sendo assim, em face das<br />

<strong>de</strong>terminações da Resolução CONAMA N° 344/04 1 , esta análise po<strong>de</strong>ria ser<br />

dispensada. Todavia, o presente Programa <strong>de</strong>verá convalidar estes resulta<strong>dos</strong>,<br />

para que, então, possa ser aplicada a <strong>de</strong>terminação daquela norma.<br />

O laboratório responsável pelas análises <strong>de</strong>verá preferencialmente ser acreditado<br />

pela NBR ISO 17.025, além <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> profissionais tecnicamente qualifica<strong>dos</strong>.<br />

To<strong>dos</strong> os equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração<br />

<strong>de</strong>verão acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise. Além disso, To<strong>dos</strong> os<br />

equipamentos <strong>de</strong>verão estar calibra<strong>dos</strong> e os certifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração <strong>de</strong>verão<br />

acompanhar os respectivos relatórios <strong>de</strong> análise.<br />

17.3.3.5. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Os resulta<strong>dos</strong> levarão à estruturação <strong>de</strong> uma série histórica, permitindo avaliar<br />

possíveis oscilações temporais e espaciais nos parâmetros consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>,<br />

introduzindo um novo elemento no processo <strong>de</strong> gestão ambiental do da ativida<strong>de</strong><br />

portuária em <strong>Antonina</strong> e do próprio Complexo Estuarino <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />

17.3.4. Recursos necessários<br />

17.3.4.1. Materiais/equipamentos<br />

Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />

Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos amostrais, e dotada <strong>de</strong><br />

to<strong>dos</strong> os apetrechos para a operação e <strong>de</strong> salvatagem;<br />

Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />

<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />

Equipamentos <strong>de</strong> coleta: amostradores <strong>de</strong> fundo, embalagens plásticas,<br />

etiquetas, lacres <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, luvas;<br />

Acondicionamento e transporte: caixa térmica, gelo, etc.;<br />

Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />

1 “Art. 7° O material a ser dragado po<strong>de</strong>rá ser disposto em águas jurisdicionais brasileiras, <strong>de</strong><br />

acordo com os seguintes critérios a serem observa<strong>dos</strong> no processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental:<br />

I <strong>–</strong> não necessitará <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> complementares para a sua caracterização:<br />

b) Material cuja concentração <strong>de</strong> poluentes for menor ou igual ao nível 1”<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 155 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.3.4.2. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />

monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />

análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />

preservação e conservação das amostras <strong>de</strong> sedimento. Também <strong>de</strong>verá contar<br />

com o apoio <strong>de</strong> laboratório <strong>de</strong> análises físico-químicas que possua processos <strong>de</strong><br />

análises cre<strong>de</strong>ncia<strong>dos</strong> pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia <strong>–</strong> INMETRO, ou em<br />

laboratório qualificado ou aceito pelo órgão ambiental competente. To<strong>dos</strong> os<br />

equipamentos digitais e/ou <strong>de</strong> precisão analítica <strong>de</strong>verão dispor <strong>dos</strong> respectivos<br />

lau<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração, sempre que cabível.<br />

To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />

ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

17.3.5. Cronograma<br />

O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />

programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />

<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />

por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />

justificado.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 156 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.4. Programa <strong>de</strong> Monitoramento do Volume Dragado<br />

17.4.1. Introdução<br />

A execução <strong>dos</strong> procedimentos <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, além <strong>dos</strong> aspectos<br />

financeiros envolvi<strong>dos</strong>, exige um controle rigoroso quanto às movimentações <strong>de</strong><br />

sedimentos retira<strong>dos</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os trechos internos do CEP, e que <strong>de</strong>vem ser<br />

lança<strong>dos</strong> na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo. Desta forma, permitirá uma aferição <strong>dos</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

hidrodinâmicos prévios que foram propostos para quantificação <strong>de</strong> volumes,<br />

permitindo refinar os pressupostos em futuros planejamentos, reduzindo custos<br />

e impactos ambientais.<br />

17.4.2. Objetivo<br />

Este Programa tem por objetivo monitorar, através <strong>de</strong> levantamentos<br />

batimétricos sistemáticos, as configurações do leito marinho nos perío<strong>dos</strong> pré e<br />

pós-dragagem, verificando os perfis <strong>de</strong> corte e suas tolerâncias, nas áreas <strong>de</strong> do<br />

complexo hidroviário do CEP. Da mesma forma, <strong>de</strong>verá contemplar uma<br />

verificação da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo ACE-20, antes da realização <strong>de</strong> cada uma das<br />

ações <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção e após a conclusão das mesmas, a fim <strong>de</strong><br />

avaliar <strong>de</strong> forma precisa as modificações ocorridas na área.<br />

17.4.3. Aspectos metodológicos<br />

17.4.3.1. Planejamento<br />

Levantamentos batimétricos <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>verão ser planeja<strong>dos</strong> e executa<strong>dos</strong><br />

previamente à execução das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção no complexo<br />

hidroviário da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>. Para tanto, cada trecho a ser dragado <strong>de</strong>verá<br />

ser previamente aferido, com um plano amostral formado <strong>de</strong> cortes transversais<br />

que <strong>de</strong>verão variar, no espaçamento entre linhas, entre 10 e 25 metros. Com<br />

este nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento, são espera<strong>dos</strong> os resulta<strong>dos</strong> mais eficientes,<br />

atingindo seu propósito.<br />

Na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo, os levantamentos batimétricos <strong>de</strong>verão ocorrer antes do<br />

início <strong>dos</strong> lançamentos, logo após o seu término e após o transcurso <strong>de</strong> um mês<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 157 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o último lançamento, permitindo inferir alterações no pacote <strong>de</strong>positado<br />

em resposta às forçantes hidrodinâmicas atuantes.<br />

17.4.3.2. Coleta e manipulação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />

Os da<strong>dos</strong> serão coleta<strong>dos</strong> e processa<strong>dos</strong> por equipamentos digitais<br />

automatiza<strong>dos</strong> com coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> em tempo real, <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> com este<br />

objetivo. Trata-se <strong>de</strong> sonda ecobatímetro monofeixe <strong>de</strong> alta resolução, operando<br />

na freqüência 200 KHz. O posicionamento da embarcação <strong>de</strong>ve ser feito através<br />

<strong>de</strong> RTK (GPS L1/CA/L2), com precisão submétrica. Outras informações <strong>de</strong><br />

correção necessárias para a fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>verão ser fornecidas<br />

pelos seguintes equipamentos: medidor <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> som e compensador <strong>de</strong><br />

movimento.<br />

A integração <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> do RTK com o ecobatímetro, bem como os da<strong>dos</strong> da<br />

navegação e posterior processamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, será realizada através do<br />

emprego do software específico para este fim. As profundida<strong>de</strong>s obtidas <strong>de</strong>verão<br />

passar por tratamento <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> fluxos e refluxos das marés, ao nível <strong>de</strong><br />

referência adotada pela Marinha do Brasil <strong>–</strong> DHN.<br />

Visando ainda avaliar a qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> do levantamento, no início e fim <strong>de</strong><br />

cada dia <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong>ver ser realizada uma aferição <strong>dos</strong> equipamentos,<br />

com base nos protocolos técnicos existentes, que serão documenta<strong>dos</strong> para<br />

futuras conferências.<br />

17.4.3.3. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Os da<strong>dos</strong> gera<strong>dos</strong> pelo sistema permitirão aferir, com gran<strong>de</strong> grau <strong>de</strong> precisão,<br />

as configurações do leito marinho pré e pós-dragagem, fornecendo elementos<br />

para a verificação da eficiência do processo operacional, que condiciona as<br />

receitas da obra. Entretanto, também dará subsídios para a avaliação <strong>dos</strong><br />

volumes que efetivamente tenham sido removi<strong>dos</strong>, assim como as novas<br />

configurações do leito, o que po<strong>de</strong>rá importar em mudanças no comportamento<br />

hidrodinâmico <strong>de</strong>ntro do CEP.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 158 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.4.4. Recursos necessários<br />

17.4.4.1. Materiais/equipamentos<br />

Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />

Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos amostrais, e dotada <strong>de</strong><br />

to<strong>dos</strong> os apetrechos para a operação e <strong>de</strong> salvatagem;<br />

Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />

<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />

Equipamentos: sonda ecobatímetro monofeixe <strong>de</strong> alta resolução, freqüência<br />

200 KHz, equipamento <strong>de</strong> posicionamento RTK (GPS L1/CA/L2), com<br />

precisão submétrica, medidor <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> som e compensador <strong>de</strong><br />

movimento;<br />

Compensador <strong>de</strong> ondas, Velocímetro Digibar Pro e software HYPACK MAX;<br />

Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />

To<strong>dos</strong> os equipamentos digitais e/ou <strong>de</strong> precisão analítica <strong>de</strong>verão dispor <strong>dos</strong><br />

respectivos lau<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração, sempre que cabível.<br />

17.4.4.2. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />

monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />

análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />

manipulação e interpretação <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>sta natureza.<br />

To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />

ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

17.4.5. Cronograma<br />

O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />

programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />

<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />

por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />

justificado.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 159 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

17.5. Programa <strong>de</strong> Monitoramento da Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos<br />

e <strong>dos</strong> Parâmetros Oceanográficos<br />

17.5.1. Introdução<br />

Dentro <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong>sta magnitu<strong>de</strong>, que envolve um<br />

importante recurso ambiental como o Complexo Hídrico <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>, avaliar o<br />

alcance da pluma <strong>de</strong> sedimentos produzida, e as condicionantes físicas que<br />

influenciam nesta dispersão, representa um <strong>dos</strong> elementos mais importantes<br />

para a compreensão <strong>dos</strong> fenômenos naturais que ditam as regras daquela<br />

região. É neste sentido que o presente Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da<br />

Dispersão da Pluma <strong>de</strong> Sedimentos e <strong>dos</strong> Parâmetros Oceanográficos é proposto.<br />

17.5.2. Objetivos<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste Subprograma é avaliar, a partir <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> reais, as principais<br />

condicionantes ambientais que <strong>de</strong>terminam os comportamentos hidrodinâmicos<br />

no âmbito do CEP. Na mesma medida, <strong>de</strong>verá estipular os limites e a magnitu<strong>de</strong><br />

que po<strong>de</strong>m ser atingi<strong>dos</strong> pelas plumas <strong>de</strong> sedimento formadas a partir das obras<br />

<strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção do sistema hidroviário da baía <strong>de</strong> <strong>Paranaguá</strong>.<br />

17.5.3. Aspectos metodológicos<br />

17.5.3.1. Planejamento<br />

Este programa <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>senvolvido juntamente com a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dragagem e <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo <strong>dos</strong> sedimentos. Consistirá no monitoramento (i) <strong>dos</strong><br />

parâmetros físicos nas áreas sob impacto da pluma <strong>de</strong> sedimentos <strong>de</strong>corrente da<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dragagem, e (ii) do seu comportamento, tanto nas áreas dragadas<br />

quanto nas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo. Este monitoramento, além <strong>de</strong> oferecer informações<br />

para fiscalização das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem, irá fornecer da<strong>dos</strong> para calibração<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los numéricos em licenciamentos ambientais futuros, permitindo com<br />

isso apurar a acurácia <strong>de</strong>stes mo<strong>de</strong>la<strong>dos</strong>.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 160 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

Desta forma, o planejamento <strong>de</strong>ste subprograma <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar as<br />

programações da dragagem, alinhando as ações e levantamentos <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />

primários e secundários ao processo em questão.<br />

Preliminarmente, sugere-se que o Programa tenha início antes do início das<br />

obras <strong>de</strong> dragagem, permanecendo por até um mês após o seu término. A<br />

freqüência amostral <strong>de</strong>verá ser quinzenal em condições astronômicas <strong>de</strong> sizígia e<br />

quadratura, e com esforços amostrais contínuos <strong>de</strong> 24 horas, objetivando coletar<br />

da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> dois ciclos <strong>de</strong> maré consecutivos.<br />

17.5.3.2. Coleta e manipulação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />

Para a realização <strong>de</strong>ste monitoramento são recomenda<strong>dos</strong> os procedimentos<br />

metodológicos que seguem:<br />

1. Medição da concentração <strong>dos</strong> sedimentos em suspensão nas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />

e seus entornos, durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo;<br />

2. Medição das correntes, marés e ondas em uma área próxima à área <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spejo com a utilização <strong>de</strong> um perfilador acústico (ADCP);<br />

3. Medição <strong>de</strong> ventos durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem e <strong>de</strong>spejo;<br />

4. Medição das concentrações <strong>dos</strong> sedimentos em suspensão mediante a<br />

utilização <strong>de</strong> um turbidímetro; e,<br />

5. Medições em tempo real, na região estuarina, <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z, se<br />

possível em vários pontos, <strong>de</strong>ntro e fora das áreas <strong>de</strong> propagação da pluma.<br />

17.5.3.3. Avaliação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

As medições <strong>de</strong> correntes, marés, ondas e ventos irão fornecer informações<br />

sobre as forçantes físicas que carregam o material em suspensão na forma <strong>de</strong><br />

pluma durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dragagem e <strong>de</strong>spejo. Estes da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>vem<br />

permitir um refinamento <strong>dos</strong> elementos utiliza<strong>dos</strong> para a construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

computacionais, já que a introdução <strong>de</strong> parâmetros reais ten<strong>de</strong> a permitir uma<br />

maior acurácia das simulações computacionais.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 161 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

No caso específico da área <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição, as medições <strong>de</strong> sedimentos em<br />

suspensão possibilitarão uma estimativa direta da porcentagem <strong>dos</strong> sedimentos<br />

draga<strong>dos</strong> que é disponibilizada para coluna d’água, e como estes sedimentos se<br />

espalham após o <strong>de</strong>spejo, permitindo assim uma aferição do mo<strong>de</strong>lo numérico <strong>de</strong><br />

dispersão <strong>de</strong> plumas <strong>de</strong>senvolvido.<br />

Por outro lado, as medições mensais das concentrações <strong>de</strong> sedimentos em<br />

suspensão possibilitarão uma melhor compreensão da evolução sazonal (mensal)<br />

das concentrações <strong>de</strong> sedimentos em suspensão e ainda, inferir a sua correlação<br />

com a dinâmica das comunida<strong>de</strong>s planctônicas, corroborando com as conclusões<br />

esperadas do item 17.1.1. Subprograma <strong>de</strong> Monitoramento da Comunida<strong>de</strong><br />

Planctônica <strong>–</strong> escala espacial ampla <strong>–</strong> freqüência amostral reduzida.<br />

17.5.4. Recursos necessários<br />

17.5.4.1. Materiais/equipamentos<br />

Os equipamentos e materiais exigi<strong>dos</strong> para a execução <strong>de</strong>ste Programa são:<br />

Embarcação: capaz <strong>de</strong> percorrer to<strong>dos</strong> os pontos amostrais, e dotada <strong>de</strong><br />

to<strong>dos</strong> os apetrechos para a operação e <strong>de</strong> salvatagem;<br />

Documentação: plano <strong>de</strong> monitoramento, mapas apropria<strong>dos</strong> da área, ficha<br />

<strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong> anotações, caneta e lápis, relógio;<br />

Equipamentos: perfilador acústico; marégrafos e correntógrafos;<br />

Outros materiais: máquina fotográfica, GPS (Global Positioning System), etc.<br />

To<strong>dos</strong> os equipamentos digitais e/ou <strong>de</strong> precisão analítica <strong>de</strong>verão dispor <strong>dos</strong><br />

respectivos lau<strong>dos</strong> <strong>de</strong> calibração, sempre que cabível.<br />

17.5.4.2. Equipe técnica<br />

Para execução <strong>de</strong>sse Programa, será necessária uma equipe especializada em<br />

monitoramento e representada por profissional habilitado para interpretação e<br />

análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong> técnicos com conhecimento em coleta,<br />

manipulação e interpretação <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>sta natureza.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 162 -


<strong>APPA</strong> ACQUAPLAN<br />

To<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> (pessoas físicas e jurídicas) <strong>de</strong>verão contar com registro<br />

ativo e atualizado junto ao Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral do IBAMA.<br />

17.5.5. Cronograma<br />

O cronograma <strong>de</strong>ste Programa <strong>de</strong>verá ser estabelecido em função das<br />

programações das obras <strong>de</strong> dragagem <strong>de</strong> manutenção, o que <strong>de</strong>verá ocorrer por<br />

<strong>de</strong>manda da Autorida<strong>de</strong> Marítima ou por iniciativa espontânea da <strong>APPA</strong>, motivada<br />

por indicações oriundas da Diretoria Técnica ou <strong>de</strong> outro ente que enten<strong>de</strong>r<br />

justificado.<br />

__________________________________________________<br />

Plano <strong>de</strong> Controle Ambiental <strong>–</strong> PCA - 163 -

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!