ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO - Universidade do Porto
ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO - Universidade do Porto
ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO - Universidade do Porto
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Qiçressão<br />
Misturan<strong>do</strong> a arte, na sua mais legítima expressão, com<br />
o bom humor, os <strong>do</strong>is excelentes anima<strong>do</strong>res Jaime Coutinho<br />
Lanhoso, forma<strong>do</strong> em Medicina, e Raul Barros Leite, estudante<br />
de Engenharia, com o seu «noticiário» e as suas ane<strong>do</strong>tas<br />
souberam emprestar à sessão a nota alegre e maliciosa que<br />
muito contribuiu para a boa impressão geral. Isto sem falar<br />
nos três «cientistas» <strong>do</strong>s «vasos comunicantes»...<br />
Foi um espectáculo inesquecível, em que também participaram<br />
o grupo de fa<strong>do</strong>s, os grupos folclóricos de S. Martinho<br />
<strong>do</strong> Campo, de Arouca e Ilha da Madeira, a Tuna, etc.»<br />
"LUSITO" órgão da U. P. E. B.<br />
A UPEB PROMOVE ESPECTÁCULO <strong>DO</strong> O. U. P.<br />
PARA ESTUDANTES BRASELEIROS<br />
«Esteve entre nós, a delegação orfeónica da <strong>Universidade</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
A UPEB, como sempre acontece com a vinda destas delegações,<br />
colocou <strong>do</strong>is associa<strong>do</strong>s, durante o tempo de permanência<br />
no Rio de Janeiro, ao dispor <strong>do</strong> grupo, servin<strong>do</strong>-lhe de<br />
cicerone nas suas visitas aos lugares históricos e turísticos <strong>do</strong><br />
Rio de Janeiro.<br />
Das várias apresentações para o público <strong>do</strong> Rio de Janeiro,<br />
coube à UPEB, no penúltimo dia de sua permanência<br />
no Rio, promover um espectáculo para a juventude universitária<br />
brasileira.<br />
A apresentação teve lugar na Escola Nacional de Música<br />
da <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> Brasil, que nos foi cedida graciosamente.<br />
Cerca de 1.000 estudantes e familiares estiveram presentes naquela<br />
noite assistin<strong>do</strong> à maravilhosa apresentação <strong>do</strong> grupo<br />
(embora que bastante desfalca<strong>do</strong> já), aplaudin<strong>do</strong> por cerca de<br />
duas horas, aquela juventude portuense.<br />
Na oportunidade o Centro Académico Luso João de Deus,<br />
fez entrega, também aos universitários <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> de uma lembrança<br />
<strong>do</strong>s componentes daquela agremiação que congrega<br />
to<strong>do</strong>s os antigos estudantes <strong>do</strong> Colégio João de Deus <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
To<strong>do</strong>s os números apresenta<strong>do</strong>s foram muito aplaudi<strong>do</strong>s<br />
pela mocidade presente inclusivamente de pé, como mostra<br />
Inauguração <strong>do</strong> Pavilhão Português no Rio de Janeiro. Os Orfeonistas<br />
prestam homenagem — estenden<strong>do</strong> as suas capas — à passagem<br />
<strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r da Guanabara, Ex. m ° Sr. Dr. Carlos Lacerda.<br />
10 — <strong>ORFEÃO</strong><br />
ao oêrasií<br />
uma das nossas fotografias, quan<strong>do</strong> cantaram a «Proposição<br />
<strong>do</strong>s Lusíadas».<br />
As Associações Académicas que congregam os universitários<br />
<strong>do</strong> Rio, fizeram entrega ao O. U. P. duma «corbeille»<br />
representan<strong>do</strong> cada flor uma Associação Académica.<br />
Vários números tiveram que ser bisa<strong>do</strong> o que demonstrou<br />
o alto interesse da parte brasileira, pelo espectáculo apresenta<strong>do</strong>.<br />
A Tuna Académica fechou com chave de ouro aquela<br />
noite o que granjeou vivos aplausos <strong>do</strong>s presentes, consagran<strong>do</strong>,<br />
assim, a vinda <strong>do</strong> grupo, que mais uma vez soube<br />
representar a tão digna universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
O sucesso foi absoluto e as cartas que nos chegam de<br />
Associações Académicas de todas as <strong>Universidade</strong>s Brasileiras<br />
demonstram, de facto, de que há um interesse especial da<br />
juventude brasileira, pela vinda de novo, <strong>do</strong> O. U. P.<br />
Vamos ficar em contacto com a direcção <strong>do</strong> O. U. P.<br />
pensan<strong>do</strong> desde já, no seu retorno ao Brasil.<br />
Torcemos por isso.»<br />
Dedica<strong>do</strong> ao O. U. P.<br />
EU TE ENTENDI:<br />
quiseste dizer que podes ser<br />
um passarinho quan<strong>do</strong> queres<br />
(e como é bela a sinfonia das aves)<br />
que o fogo abrasa<strong>do</strong>r da tua voz<br />
pode fundir esta dura couraça<br />
que o mun<strong>do</strong> me vestiu;<br />
e derreter a neve de meus cumes<br />
e inundar de harmonia a minha alma<br />
cu te entendi<br />
que mesmo na linguagem<br />
sem fonemas (tipi, tipi)<br />
de um Rossini.<br />
na célebre palavra de um Camões,<br />
temperada de séculos;<br />
no profun<strong>do</strong> lirismo de teu povo,<br />
vieste me dizer:<br />
que não estou sozinho.<br />
Que penetran<strong>do</strong> a escuridão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
há o esplen<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong>s homens fraternais.<br />
O teu canto me envolveu.<br />
Faz renascer<br />
essa criança que eu calculava morta<br />
na impassível dinâmica <strong>do</strong> tempo,<br />
mas que vivia em mim fossilizada:<br />
obriga<strong>do</strong>, meu irmão,<br />
por teres me deixa<strong>do</strong> descobrir-te.<br />
Entraste intempestivamente<br />
em minha casa e ficaste:<br />
não te vejo partir.<br />
Não há força capaz de fechar<br />
os meus braços<br />
depois que se abriram para ti.<br />
(Publica<strong>do</strong> em Lusito — 151XI 65<br />
Rio de Janeiro - Brasil)<br />
FRANCISCO LOPES CHÃO