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Anne Bastos Martins - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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Estes t<strong>em</strong>as já representavam assuntos relevantes para países<br />

<strong>de</strong>senvolvidos. No entanto, somente criaram i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> no Brasil no período<br />

mencionado acima. SCHNEIDER (2003, p. 33) explica o fato ao afirmar que, até<br />

o final da década <strong>de</strong> 60, prevalecia a noção <strong>de</strong> campesinato, sob a qual<br />

encontravam-se agrupados os pequenos proprietários, os arrendatários, os<br />

parceiros e outras categorias concentradas <strong>em</strong> minifúndios, provavelmente <strong>em</strong><br />

oposição aos gran<strong>de</strong>s proprietários i<strong>de</strong>ntificados, via <strong>de</strong> regra, apenas como<br />

latifundiários.<br />

Na década <strong>de</strong> 70, porém, novas proposições políticas do Estado,<br />

objetivando minar movimentos políticos ligados ao campesinato, fizeram com<br />

que os proprietários <strong>de</strong> pequenas porções <strong>de</strong> terra, <strong>de</strong>ixass<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificados<br />

como minifundiários e assumiss<strong>em</strong> uma <strong>de</strong>nominação menos politizada,<br />

pequenos produtores ou produtores <strong>de</strong> baixa renda.<br />

Na década seguinte, por causa do rápido processo <strong>de</strong> transformação da<br />

agricultura brasileira, estes passaram a ser categorizados <strong>em</strong> dois grupos: os<br />

“integrados”, que haviam conquistado e mantido relações com as agroindústrias,<br />

e os “excluídos”, que, ao contrário, estavam à marg<strong>em</strong> do processo <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnização. SCHNEIDER (2003, p. 34) diz que “nesse sentido, os complexos<br />

agroindustriais representariam o processo <strong>de</strong> integração e subordinação da<br />

agricultura à indústria”. Ele se refere ao processo <strong>de</strong> diferenciação social gerado<br />

pela expansão do capitalismo e coloca a agroindústria como o el<strong>em</strong>ento<br />

<strong>de</strong>finidor.<br />

Na década <strong>de</strong> 90, surgiu, ainda, uma nova proposição <strong>de</strong> termos para<br />

distinguir entre os produtores e os estabelecimentos rurais. Trata-se dos conceitos<br />

<strong>de</strong> “agricultura patronal” e “agricultura familiar”. De acordo com SCHNEIDER<br />

(2003, p. 35) o primeiro significa uma<br />

completa separação entre gestão e trabalho, a organização <strong>de</strong>scentralizada, a<br />

ênfase na especialização produtiva, e <strong>em</strong> práticas agrícolas padronizáveis, o uso<br />

predominante do trabalho assalariado e a adoção <strong>de</strong> tecnologia.<br />

Já o segundo era caracterizado por<br />

relação íntima entre trabalho e gestão, a direção do processo produtivo<br />

conduzido pelos próprios proprietários, a ênfase na diversificação produtiva e<br />

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