02.09.2013 Views

Visualização - Ministério da Saúde

Visualização - Ministério da Saúde

Visualização - Ministério da Saúde

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Secretaria<br />

de Vigilância<br />

em <strong>Saúde</strong><br />

Curso Básico<br />

de Vigilância<br />

Epidemiológica<br />

Medi<strong>da</strong>s em <strong>Saúde</strong> Coletiva e<br />

Introdução à Epidemiologia<br />

Descritiva<br />

Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Brasília, agosto de 2003


Medi<strong>da</strong>s Medi<strong>da</strong>s de de de <strong>Saúde</strong> <strong>Saúde</strong> Coletiva<br />

Coletiva ........................................................................<br />

1. Indicadores de Mortali<strong>da</strong>de .....................................................................<br />

1.1. Indicadores de Mortali<strong>da</strong>de ..............................................................<br />

2. Indicadores de Morbi<strong>da</strong>de ......................................................................<br />

2.1. Incidência ......................................................................................<br />

2.2. Prevalência ....................................................................................<br />

2.3. Taxa de Ataque ..............................................................................<br />

Epidemiologia Epidemiologia Descritiva<br />

Descritiva ...........................................................................<br />

1. Variáveis Epidemiológicas .......................................................................<br />

2. Distribuição Cronológica <strong>da</strong> Mortali<strong>da</strong>de e Morbi<strong>da</strong>de ................................<br />

2.1. Tendência Secular ............................................................................<br />

3. Variação Cíclica ....................................................................................<br />

4. Variação Sazonal ...................................................................................<br />

5. Formas de Ocorrências <strong>da</strong>s Doenças ........................................................<br />

5.1. Caso Esporádico ............................................................................<br />

5.2. Endemias ......................................................................................<br />

5.3. Epidemias .....................................................................................<br />

6. Tabelas ................................................................................................<br />

6.1. Elementos Essenciais ........................................................................<br />

6.2. Elementos Complementares .............................................................<br />

6.3. Tabelas Simples ..............................................................................<br />

6.4. Tabelas Compostas .........................................................................<br />

7. Gráficos ...............................................................................................<br />

7.1. Tipos de Gráficos ............................................................................<br />

Bibliografia Bibliografia Consulta<strong>da</strong> Consulta<strong>da</strong> Consulta<strong>da</strong> .............................................................................<br />

Caderno Caderno de de de Respostas Respostas ................................................................................<br />

Sumário<br />

7<br />

8<br />

9<br />

12<br />

12<br />

13<br />

15<br />

19<br />

19<br />

20<br />

20<br />

23<br />

24<br />

25<br />

25<br />

25<br />

25<br />

34<br />

35<br />

35<br />

36<br />

36<br />

37<br />

37<br />

41<br />

45


Medi<strong>da</strong>s em <strong>Saúde</strong> Coletiva e Introdução<br />

à Epidemiologia Descritiva<br />

Objetivo Geral<br />

• Fornecer ornecer instruções instruções simplifica<strong>da</strong>s simplifica<strong>da</strong>s simplifica<strong>da</strong>s que que facilitem facilitem facilitem a a a aplicação aplicação do<br />

do<br />

instrumental instrumental e e do do método método epidemiológico epidemiológico para para para a a análise análise análise de de situações situações<br />

situações<br />

e e de de doenças. doenças.<br />

doenças.<br />

Objetivos Específicos<br />

• Conhecer Conhecer as as medi<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s estatísticas estatísticas utiliza<strong>da</strong>s utiliza<strong>da</strong>s na na análise análise epidemiológica;<br />

epidemiológica;<br />

• Estabelecer Estabelecer as as diferenças diferenças existentes existentes existentes entre entre as as as várias várias medi<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s utiliza<strong>da</strong>s;<br />

utiliza<strong>da</strong>s;<br />

• Construir Construir tabelas tabelas e e gráficos gráficos gráficos que que facilitem facilitem a a apreensão apreensão <strong>da</strong>s <strong>da</strong>s informações;<br />

informações;<br />

• Realizar Realizar a a descrição descrição epidemiológica epidemiológica epidemiológica necessária necessária para para permitir permitir a a a análise.<br />

análise.


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

O presente módulo trata <strong>da</strong>s maneiras mais simples de “medir a saúde”. Para<br />

isso, pretende mostrar como calcular e interpretar os indicadores, relacionados com a<br />

saúde, mais utilizados em epidemiologia.<br />

Indicadores são medi<strong>da</strong>s utiliza<strong>da</strong>s para descrever e analisar uma situação<br />

existente, avaliar o cumprimento dos objetivos, as metas e suas mu<strong>da</strong>nças ao longo<br />

do tempo, além de prever tendências futuras. Podem ser classificados em:<br />

• Demográficos: natali<strong>da</strong>de, fecundi<strong>da</strong>de, esperança de vi<strong>da</strong>.<br />

• Socioeconômicos: ren<strong>da</strong> percapita e familiar, escolari<strong>da</strong>de, saneamento, ren<strong>da</strong>;<br />

etc.<br />

• <strong>Saúde</strong>: morbi<strong>da</strong>de, mortali<strong>da</strong>de, entre outros.<br />

Medi<strong>da</strong>s em <strong>Saúde</strong> Coletiva<br />

Tradicionalmente, porém, por ser muito difícil mensurar a saúde (aspectos<br />

positivos), mede-se a “não saúde” (aspectos negativos), ou seja, as doenças<br />

(morbi<strong>da</strong>de), as mortes (mortali<strong>da</strong>de), as incapaci<strong>da</strong>des físicas e mentais (seqüelas).<br />

A forma de expressar os indicadores ou de escolher os mais apropriados depende<br />

dos objetivos que se quer alcançar, os quais podem ser representados por valores<br />

absolutos ou relativos.<br />

Questão Questão 1<br />

1<br />

Na Na sua sua experiência, experiência, quais quais quais os os indicadores indicadores que que você você utiliza utiliza para para para conhecer conhecer a<br />

a<br />

situação situação situação <strong>da</strong> <strong>da</strong> saúde saúde de de uma uma comuni<strong>da</strong>de?<br />

comuni<strong>da</strong>de?<br />

Questão Questão 2<br />

2<br />

No No Município Município de de Boa Boa Esperança, Esperança, Estado Estado de de São São P PPaulo,<br />

P aulo, no no no ano ano de de de 1980,<br />

1980,<br />

foram foram registrados registrados 70 70 casos casos de de sarampo sarampo e, e, no no no ano ano de de 1997, 1997, 1997, 90 90 casos. casos. Qual Qual<br />

Qual<br />

o o ano ano em em que que a a população população esteve esteve sob sob o o maior maior risco risco de de adoecer adoecer por por por sarampo?<br />

sarampo?<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 7


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Os indicadores de valores absolutos referem-se aos <strong>da</strong>dos não trabalhados e<br />

restringem-se a eventos (número de casos e óbitos) localizados no tempo e no espaço,<br />

não possibilitando comparações temporais ou geográficas. São úteis no planejamento<br />

e na administração <strong>da</strong> saúde, como, por exemplo, para a estimativa do número de<br />

leitos, medicamentos e insumos em geral.<br />

Para ser possível comparar as freqüências de morbi<strong>da</strong>de e mortali<strong>da</strong>de, tornase<br />

necessário transformá-las em valores relativos, isto é, em numeradores de frações,<br />

tendo denominadores fidedignos. Os <strong>da</strong>dos são relativos quando mostram alguma<br />

relação com outros, podendo ser expressos através de coeficiente, índice e razão.<br />

Coeficiente Coeficiente ou ou taxa: taxa: é a relação entre o número de eventos reais e os que<br />

poderiam acontecer, sendo a única medi<strong>da</strong> que informa quanto ao “risco” de ocorrência<br />

de um evento. Por exemplo: número de óbitos por leptospirose no Rio de Janeiro, em<br />

relação às pessoas que residiam nessa ci<strong>da</strong>de, em ca<strong>da</strong> ano.<br />

Índice Índice ou ou proporção: proporção: é a relação entre freqüências atribuí<strong>da</strong>s de determinado<br />

evento, sendo que, no numerador, é registra<strong>da</strong> a freqüência absoluta do evento, que<br />

constitui subconjunto <strong>da</strong> freqüência conti<strong>da</strong> no denominador. Por exemplo: número de<br />

óbitos por doenças cardiovasculares em relação ao número de óbitos em geral.<br />

Razão: Razão: é a medi<strong>da</strong> de freqüência de um grupo de eventos relativa à freqüência<br />

de outro grupo de eventos. É um tipo de fração em que o numerador não é um<br />

subconjunto do denominador. Por exemplo: razão entre o número de casos de Aids no<br />

sexo masculino e o número de casos de Aids no sexo feminino.<br />

1. Indicadores de Mortali<strong>da</strong>de<br />

Mortali<strong>da</strong>de é a variável característica <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des de seres vivos. Referese<br />

ao conjunto dos indivíduos que morrem num <strong>da</strong>do intervalo de tempo.<br />

O risco ou probabili<strong>da</strong>de que qualquer pessoa na população apresenta de vir a<br />

morrer, em decorrência de uma doença, é calculado pela taxa ou coeficiente de<br />

mortali<strong>da</strong>de. Ela representa a intensi<strong>da</strong>de com que os óbitos por uma determina<strong>da</strong><br />

doença ocorrem numa certa população.<br />

Questão Questão 3<br />

3<br />

Que Que conclusões conclusões conclusões você você tiraria tiraria acerca acerca de de um um município município que que que apresenta apresenta elevados<br />

elevados<br />

coeficientes coeficientes de de mortali<strong>da</strong>de mortali<strong>da</strong>de por por causas causas evitáveis?<br />

evitáveis?<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 8


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Indicadores como o de mortali<strong>da</strong>de geral, mortali<strong>da</strong>de infantil, mortali<strong>da</strong>de<br />

materna e por doenças transmissíveis são os mais utilizados para avaliar o nível de<br />

saúde de uma população.<br />

1.1. Indicadores de Mortali<strong>da</strong>de<br />

• Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Geral Geral (CMG): (CMG): mede o risco de morte por<br />

to<strong>da</strong>s as causas em uma população de um <strong>da</strong>do local e período.<br />

CMG CMG = X X 10 10 103<br />

N<br />

População opulação do do mesmo mesmo local local e e período<br />

período<br />

o de de óbitos óbitos óbitos em em um um <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local e e período<br />

período<br />

• Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Infantil Infantil Infantil (CMI): (CMI): mede o risco de morte para<br />

crianças menores de um ano de um <strong>da</strong>do local e período.<br />

CMI CMI =<br />

- Coeficiente Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Infantil Infantil P PPrecoce<br />

P Precoce<br />

recoce (CMIP (CMIP - - Neonatal) Neonatal):<br />

Neonatal)<br />

mede o risco de morte para crianças menores de 28 dias.<br />

- Coeficiente Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Infantil Infantil T TTardia<br />

T ardia (CMIT) (CMIT): (CMIT) mede o risco de<br />

morte para crianças com i<strong>da</strong>de entre 28 dias e 1 ano.<br />

• Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Materna Materna (CMM): (CMM): mede o risco de morte<br />

materna. 1<br />

No de de óbitos óbitos óbitos em em em < < de de 1 1 ano, ano, ano, em em em <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local local e e período período<br />

período<br />

No de de nascidos nascidos nascidos vivos vivos vivos do do mesmo mesmo mesmo local local e e período<br />

período<br />

CMIP CMIP= CMIP<br />

No N<br />

de de nascidos nascidos nascidos vivos vivos vivos do do mesmo mesmo local local e e e período<br />

período<br />

o de de óbitos óbitos em em em < < de de 28 28 dias, dias, em em em <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local e e e período<br />

período<br />

CMIP CMIP= CMIP<br />

CMM CMM CMM= CMM<br />

No N<br />

de de nascidos nascidos nascidos vivos vivos do do mesmo mesmo mesmo local local e e e período<br />

período<br />

o de de óbitos óbitos em em crianças crianças entre entre 28 28 dias dias e e menores menores de de 1<br />

1<br />

ano, ano, em em <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local e e período<br />

período<br />

No de de mortes mortes maternas, maternas, em em um um <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local e e período<br />

período<br />

No de de nascidos nascidos vivos vivos do do mesmo mesmo local local e e período<br />

período<br />

X X X 10 103<br />

X X 10 10 103<br />

X X X 10 103<br />

X X 10 10 105<br />

1 Morte Materna: óbito de to<strong>da</strong> mulher que esteja grávi<strong>da</strong> ou durante um ano após o fim completo <strong>da</strong> gravidez, por<br />

qualquer causa relaciona<strong>da</strong> ou agrava<strong>da</strong> pela gestação ou por seu manejo.<br />

Esse indicador é comumente denominado de razão de mortali<strong>da</strong>de proporcional, embora não constitua ver<strong>da</strong>deiramnte<br />

uma razão. Conforme definição constante neste módulo, trata-se de uma proporção.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 9


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

• Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de por por Causa Causa (CMC): (CMC): mede o risco de morte<br />

por determina<strong>da</strong> causa, num <strong>da</strong>do local e período. No denominador deve<br />

constar a população exposta ao risco de morrer por essa mesma causa.<br />

CMC CMC =<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 10<br />

No de de óbitos óbitos por por doença doença ou ou causa causa causa no no mesmo mesmo local local local e<br />

e<br />

período<br />

período<br />

População opulação exposta exposta ao ao ao risco<br />

risco<br />

X X 10 105<br />

• Coeficiente Coeficiente Coeficiente de de Letali<strong>da</strong>de Letali<strong>da</strong>de Letali<strong>da</strong>de (CL): (CL): o coeficiente de letali<strong>da</strong>de situa-se na<br />

transição entre os indicadores de morbi<strong>da</strong>de e mortali<strong>da</strong>de. A letali<strong>da</strong>de<br />

mede o poder <strong>da</strong> doença em determinar a morte e também pode informar<br />

sobre a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> assistência médica presta<strong>da</strong> ao doente.<br />

CL CL CL =<br />

N<br />

X X 100<br />

100<br />

o N<br />

de de de casos casos casos <strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>da</strong> doença doença no no no mesmo mesmo mesmo local local local e e período período<br />

período<br />

o de de óbitos óbitos de de de determina<strong>da</strong> determina<strong>da</strong> doença doença em em um um local local e<br />

e<br />

período<br />

período<br />

• Razão azão de de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de P PProporcional<br />

PP<br />

roporcional (RMP) (RMP) ou ou Indicador Indicador de de de Swaroop Swaroop- Swaroop<br />

Uemura: Uemura: mede a proporção de óbitos de pessoas com 50 anos ou mais em<br />

relação ao total de óbitos em um <strong>da</strong>do local e período.<br />

RMP RMP =<br />

N<br />

Total otal otal de de óbitos óbitos no no mesmo mesmo local local e e período período<br />

período<br />

X X 100<br />

100<br />

o de de óbitos óbitos óbitos em em em > de de 50 50 50 anos, anos, em em um um <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local local e<br />

e<br />

período<br />

período<br />

Para facilitar e permitir a comparação entre os coeficientes, tanto os de<br />

mortali<strong>da</strong>de quanto os de morbi<strong>da</strong>de, calculados para diferentes locais ou para o<br />

mesmo local em diferentes períodos de tempo, utiliza-se sempre uma base comum<br />

(100, 1.000, 10.000, 100.000, 1.000.000) que representa uma potência de 10 (10 n ).<br />

Essa potência de 10 é escolhi<strong>da</strong> de forma a tornar os números obtidos o mais próximo<br />

possível do inteiro, procurando aumentar as frações obti<strong>da</strong>s pela divisão, e,<br />

consequentemente, diminuindo o número de zeros dessas frações decimais. Por<br />

convenção, nos coeficientes de mortali<strong>da</strong>de geral e infantil, a base é por 1.000 e<br />

quando se trata de mortali<strong>da</strong>de por causas, a base mais adequa<strong>da</strong> é 10 5 = 100.000.<br />

O coeficiente de letali<strong>da</strong>de expressa-se sempre em porcentagem.<br />

Questão Questão 4<br />

4<br />

Os Os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>dos seguintes seguintes referem-se referem-se ao ao estado estado estado de de Brasilândia, Brasilândia, nos nos anos anos anos de de 1985<br />

1985<br />

e e 1996:<br />

1996:


Especificação<br />

Especificação<br />

População total<br />

População masculina<br />

Mulheres em i<strong>da</strong>de fértil<br />

População de nascidos vivos<br />

População de menores de 1 ano<br />

Total de óbitos<br />

Óbitos >50 anos<br />

Óbitos em menores de 1 ano<br />

Óbitos masculinos<br />

Óbitos maternos<br />

Óbitos por infecções intestinais em < de 1 ano<br />

Óbitos por câncer de próstata<br />

Óbitos por causas mal defini<strong>da</strong>s<br />

Fonte: Secretaria de <strong>Saúde</strong> do estado de Brasilândia.<br />

Nota: Os óbitos citados são de residentes em Brasilândia.<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

1985<br />

1985<br />

8.402.017<br />

3.948.550<br />

2.352.564<br />

245.378<br />

240.927<br />

50.412<br />

27.727<br />

7.114<br />

32.789<br />

270<br />

1.006<br />

207<br />

4.037<br />

Ano<br />

Ano<br />

1996<br />

9.003.804<br />

4.238.322<br />

2.520.605<br />

182.593<br />

179.761<br />

58.814<br />

35.288<br />

4.009<br />

37.157<br />

150<br />

201<br />

308<br />

4.411<br />

1985 1996<br />

a) a) a) Com Com esses esses esses <strong>da</strong>dos, <strong>da</strong>dos, calcule calcule calcule os os indicadores indicadores relacionados relacionados relacionados abaixo:<br />

abaixo:<br />

(1) Coeficiente de mortali<strong>da</strong>de geral<br />

(2) Coeficiente de mortali<strong>da</strong>de infantil<br />

(3) Coeficiente de mortali<strong>da</strong>de materna<br />

(4) Coeficiente de mortali<strong>da</strong>de por câncer de próstata<br />

(5) Razão de mortali<strong>da</strong>de proporcional<br />

(6) Mortali<strong>da</strong>de proporcional de óbitos por infecções<br />

intestinais em< de 1 ano<br />

(7) Proporção de mortes por causas mal defini<strong>da</strong>s<br />

1985 1985 1996<br />

1996<br />

b) b) Compare Compare e e analise analise os os os indicadores indicadores do do ano ano de de 1985 1985 com com os os de de de 1996.<br />

1996.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 11


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Questão Questão 5<br />

5<br />

A A letali<strong>da</strong>de letali<strong>da</strong>de letali<strong>da</strong>de média média <strong>da</strong> <strong>da</strong> doença doença meningocócica meningocócica é é de de de 10% 10% ao ao ano. ano. O O Estado Estado<br />

Estado<br />

de de Brasilândia, Brasilândia, em em em 1997, 1997, registrou registrou registrou 20 20 óbitos óbitos por por doença doença meningocócica meningocócica e<br />

e<br />

notificou notificou 150 150 casos casos casos <strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>da</strong> doença. doença. De De quanto quanto se se estima estima que que foi foi a a a subnotificação<br />

subnotificação<br />

de de de casos?<br />

casos?<br />

2. Indicadores de Morbi<strong>da</strong>de<br />

Morbi<strong>da</strong>de é uma variável característica de comuni<strong>da</strong>des de seres vivos e referese<br />

ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças num <strong>da</strong>do intervalo de tempo.<br />

Denota-se morbi<strong>da</strong>de ao comportamento <strong>da</strong>s doenças e dos agravos à saúde em<br />

uma população exposta.<br />

A morbi<strong>da</strong>de é freqüentemente estu<strong>da</strong><strong>da</strong> segundo quatro indicadores básicos:<br />

a incidência, a prevalência, a taxa de ataque e a distribuição proporcional.<br />

2.1. Incidência<br />

A incidência de uma doença, em um determinado local e período, é o número<br />

de casos novos dessa doença que se iniciou no mesmo local e período. Traz a idéia<br />

de intensi<strong>da</strong>de com que acontece uma doença numa população e mede a freqüência<br />

ou probabili<strong>da</strong>de de ocorrência de casos novos de doença na população. Alta<br />

incidência significa alto risco coletivo de adoecer.<br />

Coeficiente<br />

Coeficiente<br />

de<br />

de =<br />

Incidência<br />

Incidência<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 12<br />

No de de casos casos casos novos novos de de uma uma doença, doença, em em em um um <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do<br />

<strong>da</strong>do<br />

local local e e período período<br />

período<br />

População opulação do do mesmo mesmo local local e e período<br />

período<br />

Questão Questão 6<br />

6<br />

X X 10 10n<br />

a) a) a) No No ano ano ano de de de 1996 1996 1996 foram foram foram confirmados confirmados 2.490 2.490 2.490 casos casos de de de dengue dengue no no estado estado de de<br />

de<br />

Brasilândia, Brasilândia, cuja cuja população população população nesse nesse ano ano era era de de 9.003.804 9.003.804 9.003.804 habitantes.<br />

habitantes.<br />

Qual Qual foi foi o o coeficiente coeficiente de de incidência incidência incidência de de dengue dengue em em em Brasilândia, Brasilândia, Brasilândia, em em em 1996?<br />

1996?<br />

b) b) Com Com Comente Com Comente<br />

ente o o que que isso isso significa:<br />

significa:


2.2. Prevalência<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

O verbo prevalecer significa ser mais, ter mais valor, preponderar, predominar.<br />

A prevalência indica quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>quilo que prevalece. Portanto, prevalência implica<br />

acontecer e permanecer existindo num momento considerado.<br />

O coeficiente de prevalência é mais utilizado para doenças crônicas de longa<br />

duração, como hanseníase, tuberculose, aids e diabetes. Casos prevalentes são os<br />

que estão sendo tratados (casos antigos), mais aqueles que foram descobertos ou<br />

diagnosticados (casos novos). Portanto, a prevalência é o número total de casos de<br />

uma doença, novos e antigos, existentes num determinado local e período. A<br />

prevalência, como idéia de acúmulo, de estoque, indica a força com que subsiste a<br />

doença na população (Figura 1).<br />

Fonte: A<strong>da</strong>ptado de Rouquayrol, MZ e Kerr-Pontes, LR. A medi<strong>da</strong> de saúde coletiva. In: Rouquayrol, MZ. Epidemiologia e<br />

<strong>Saúde</strong>. 4 ed. Rio de Janeiro: 1993. p. 42.<br />

Figura igura 1 1 - - - Incidência Incidência e e e prevalência prevalência em em comuni<strong>da</strong>des comuni<strong>da</strong>des abertas<br />

abertas<br />

Coeficiente<br />

Coeficiente<br />

Coeficiente<br />

de<br />

de =<br />

Prevalência revalência<br />

No de de casos casos (novos (novos e e antigos) antigos) de de uma uma uma doença,<br />

doença,<br />

em em um um <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local e e e período<br />

período<br />

A prevalência pode ser pontual ou lápsica.<br />

População opulação do do mesmo mesmo local local local e e e período período<br />

período<br />

X X X 10 10n<br />

A prevalência pontual, também conheci<strong>da</strong> como instantânea ou momentânea, é<br />

medi<strong>da</strong> pela freqüência <strong>da</strong> doença ou pelo seu coeficiente em um ponto definido no<br />

tempo, seja o dia, a semana, o mês ou o ano. No intervalo de tempo definido <strong>da</strong><br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 13


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

prevalência pontual, na série dos casos prevalentes estão excluídos aqueles que<br />

evoluíram para cura, ou para óbito que migraram.<br />

Ao considerar os casos prevalentes num período de tempo mais ou menos longo e<br />

que não concentra a informação em um <strong>da</strong>do ponto desse intervalo, tem-se a prevalência<br />

lápsica ou por período de tempo. Por exemplo, a prevalência <strong>da</strong> hanseníase. É a<br />

prevalência que abrange um lapso de tempo. Na prevalência lápsica estão incluídos<br />

todos os casos prevalentes, inclusive os que curaram, morreram ou emigraram, consistindo<br />

na soma <strong>da</strong> prevalência pontual, ao começo de um período especificado ou ao final do<br />

período anterior, com todos os casos novos que ocorreram nesse período.<br />

Coeficientes de prevalência são valiosos para o planejamento, em função do<br />

conhecimento do número de doentes existentes na comuni<strong>da</strong>de. Para propósitos<br />

epidemiológicos (identificação de fatores de risco, por exemplo), as medi<strong>da</strong>s de<br />

incidência são mais efetivas.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 14<br />

Questão Questão 7<br />

7<br />

O O O quadro quadro abaixo abaixo mostra mostra mostra o o início início e e e o o término término de de oito oito episódios episódios episódios de de uma uma<br />

uma<br />

doença doença infecciosa infecciosa de de evolução evolução agu<strong>da</strong>, agu<strong>da</strong>, em em uma uma escola, escola, no no período período de de cinco<br />

cinco<br />

semanas semanas de de de observação. observação. Admitindo-se Admitindo-se Admitindo-se que que esses esses casos casos provêm provêm <strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>da</strong> vigilância<br />

vigilância<br />

continua<strong>da</strong> continua<strong>da</strong> de de um um um grupo grupo grupo composto composto composto por por 200 200 crianças, crianças, pergunta-se:<br />

pergunta-se:<br />

a) a) Qual Qual a a taxa taxa de de incidência incidência no no período? período?<br />

período?<br />

b) b) Qual Qual a a taxa taxa taxa de de prevalência prevalência pontual pontual pontual no no no início início <strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> semana?<br />

semana?<br />

c) c) Qual Qual a a taxa taxa de de incidência incidência na na segun<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> semana? semana?<br />

semana?<br />

d) d) Qual Qual a a taxa taxa de de prevalência prevalência pontual pontual no no início início início <strong>da</strong> <strong>da</strong> terceira terceira semana? semana?<br />

semana?<br />

e) e) Qual Qual a a taxa taxa de de de prevalência prevalência lápsica lápsica na na terceira terceira semana?<br />

semana?<br />

f) f) Qual Qual Qual a a taxa taxa de de incidência incidência na na quinta quinta semana?<br />

semana?<br />

Casos<br />

Casos<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

1<br />

Semanas<br />

Semanas<br />

a semana semana<br />

a 2 semana semana<br />

a 3 semana semana<br />

a 4 semana semana<br />

a 5 semana semana<br />

semana<br />

2 a 3 a 4 a 5 a 6 a S D 2 a 3 a 4 a 5 a 6 a S D 2 a 3 a 4 a 5 a 6 a S D 2 a 3 a 4 a 5 a 6 a S D 2 a 3 a 4 a 5 a 6 a S D


2.3. Taxa de Ataque<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Essa taxa, sempre expressa em percentagem, na<strong>da</strong> mais é do que uma forma<br />

especial de incidência. É usa<strong>da</strong> quando se investiga um surto de uma determina<strong>da</strong><br />

doença em um local onde há uma população bem defini<strong>da</strong>, como residência, creche,<br />

escola, quartel, colônia de férias, grupo de pessoas que participou de um determinado<br />

evento como um almoço, etc. Essas pessoas formam uma população especial, exposta<br />

ao risco de adquirir a referi<strong>da</strong> doença, em um período de tempo bem definido.<br />

Taxa axa de<br />

de<br />

Ataque Ataque<br />

= N<br />

X X X 100<br />

100<br />

População opulação exposta exposta ao ao risco<br />

risco<br />

o de de casos casos casos <strong>da</strong> <strong>da</strong> doença, doença, em em um um <strong>da</strong>do <strong>da</strong>do local local e<br />

e<br />

período<br />

período<br />

Questão Questão 8<br />

8<br />

Numa Numa tarde tarde um um grupo grupo de de 17 17 pessoas pessoas foram foram atendi<strong>da</strong>s atendi<strong>da</strong>s na na emergência emergência de<br />

de<br />

um um um hospital hospital de de uma uma comuni<strong>da</strong>de, comuni<strong>da</strong>de, comuni<strong>da</strong>de, devido devido a a uma uma condição condição diagnostica<strong>da</strong><br />

diagnostica<strong>da</strong><br />

como como como intoxicação intoxicação por por toxina toxina estafilocócica. estafilocócica. Entrevistas Entrevistas com com essas essas pessoas<br />

pessoas<br />

levaram levaram à à identificação identificação identificação de de outras outras 39 39 que que ficaram ficaram doentes doentes com com sinais sinais e<br />

e<br />

sintomas sintomas compatíveis compatíveis compatíveis com com a a a intoxicação intoxicação por por toxina toxina estafilocócica, estafilocócica, mas mas que que<br />

que<br />

não não procuraram procuraram assistência assistência assistência médica. médica. médica. Maiores Maiores investigações investigações investigações revelaram revelaram revelaram que<br />

que<br />

to<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as as pessoas pessoas pessoas doentes doentes doentes e e outras outras 42 42 que que que não não adoeceram, adoeceram, compareceram<br />

compareceram<br />

a a um um mesmo mesmo piquenique. piquenique. Qual Qual a a taxa taxa de de ataque ataque <strong>da</strong> <strong>da</strong> intoxicação intoxicação intoxicação entre entre os<br />

os<br />

que que compareceram compareceram ao ao piquenique?<br />

piquenique?<br />

Taxa axa de<br />

de<br />

Ataque Ataque = X X 100 100 ð T TT.A<br />

T .A =<br />

=<br />

2.4. Distribuição Proporcional<br />

A distribuição proporcional indica, do total de casos ou mortes ocorri<strong>da</strong>s por uma<br />

determina<strong>da</strong> causa, quantos ocorreram, por exemplo, entre homens e quantos entre<br />

mulheres, ou quantos ocorreram nos diferentes grupos de i<strong>da</strong>de. O resultado sempre é<br />

expresso em porcentagem. A distribuição proporcional não mede o risco de adoecer ou<br />

morrer (como no caso dos coeficientes); somente indica como se distribuem os casos<br />

entre as pessoas afeta<strong>da</strong>s, por grupos etários, sexo, locali<strong>da</strong>de e outras variáveis.<br />

Distribuição<br />

Distribuição<br />

Distribuição<br />

N<br />

Proporcional<br />

roporcional<br />

roporcional = X X 100<br />

100<br />

No No total total total de de de casos<br />

casos<br />

o parcial parcial parcial de de casos casos<br />

casos<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 15


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Grupo<br />

Grupo<br />

Etário<br />

Etário<br />

(em (em anos)<br />

anos)<br />

< 1<br />

1 - 4<br />

5 - 9<br />

10 - 14<br />

15 - 19<br />

20 - 29<br />

30 - 49<br />

> 50<br />

Total otal<br />

População opulação opulação<br />

193.147<br />

759.436<br />

973.737<br />

975.119<br />

903.876<br />

1.631.171<br />

2.110.595<br />

1.165.725<br />

8.712.806<br />

8.712.806<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 16<br />

N o<br />

74<br />

130<br />

58<br />

24<br />

20<br />

16<br />

13<br />

7<br />

342 342<br />

342<br />

Fonte: Secretaria <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> do Estado de Brasilândia.<br />

a) a) Complete Complete o o quadro quadro acima.<br />

acima.<br />

Questão Questão 9<br />

9<br />

Número Número de de de casos, casos, óbitos, óbitos, incidência incidência e e letali<strong>da</strong>de letali<strong>da</strong>de por por grupo grupo grupo etário, etário, de<br />

de<br />

doença doença meningocócica meningocócica no no estado estado de de Brasilândia, Brasilândia, no no ano ano de de 1995.<br />

1995.<br />

%<br />

Casos<br />

Casos<br />

Incidência Incidência p/<br />

p/<br />

100.000 100.000 hab.<br />

hab.<br />

N o de de<br />

de<br />

Óbitos Óbitos<br />

Óbitos<br />

25<br />

20<br />

7<br />

2<br />

4<br />

6<br />

2<br />

1<br />

67<br />

67<br />

Letali<strong>da</strong>de Letali<strong>da</strong>de<br />

Letali<strong>da</strong>de<br />

%<br />

b) b) Coloque Coloque Coloque em em ordem ordem decrescente decrescente os os grupos grupos etários etários mais mais mais atingidos:<br />

atingidos:<br />

1o o o o o<br />

__________________ __________________ 2 2 _________________ _________________ 3 3 __________________<br />

__________________<br />

c) c) Qual Qual o o grupo grupo etário etário etário de de maior maior risco?<br />

risco?<br />

d) d) Qual Qual Qual o o grupo grupo em em que que ocorreu ocorreu a a maior maior letali<strong>da</strong>de?<br />

letali<strong>da</strong>de?<br />

e) e) Explique Explique a a a diferença diferença entre entre o o grupo grupo de de maior maior risco risco e e o o grupo grupo mais mais atingido.<br />

atingido.


Indicadores Indicadores de de <strong>Saúde</strong><br />

<strong>Saúde</strong><br />

1. 1. 1. Medi<strong>da</strong>s Medi<strong>da</strong>s de de Morbi<strong>da</strong>de<br />

Morbi<strong>da</strong>de<br />

ð Coeficiente de Prevalência<br />

ð Coeficiente de Incidência<br />

ð Taxa de Ataque<br />

1. 1. 1. Medi<strong>da</strong>s Medi<strong>da</strong>s de de Mortali<strong>da</strong>de<br />

Mortali<strong>da</strong>de<br />

ð Coeficiente Geral de Mortali<strong>da</strong>de<br />

ð Coeficiente de Mortali<strong>da</strong>de Infantil<br />

ð Letali<strong>da</strong>de<br />

ð Outros<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Figura igura 2 2 - - Quadro Quadro Sinóptico<br />

Sinóptico<br />

Medem Medem a a a <strong>Saúde</strong><br />

<strong>Saúde</strong><br />

Risco de Adoecer<br />

Risco de Morrer<br />

Gravi<strong>da</strong>de<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 17


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

A epidemiologia descritiva estu<strong>da</strong> a variabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> freqüência <strong>da</strong>s doenças<br />

em nível coletivo, em função de variáveis liga<strong>da</strong>s a pessoa, pessoa, tempo tempo e e e lugar lugar. lugar Referese<br />

às circunstâncias em que as doenças e agravos à saúde ocorrem nas coletivi<strong>da</strong>des.<br />

A epidemiologia descritiva objetiva responder quem quem, quem quando quando e onde onde ocorre<br />

determinado agravo à saúde.<br />

Desse modo, qualquer problema de saúde, sob a perspectiva epidemiológica,<br />

deve ser descrito a partir de determina<strong>da</strong>s características ou variáveis, antes que se<br />

possa analisá-lo.<br />

1. Variáveis Epidemiológicas<br />

Os métodos e técnicas <strong>da</strong> epidemiologia são utilizados para detectar uma<br />

associação entre uma doença e características <strong>da</strong> pessoa com fatores do seu ambiente<br />

relacionados com o tempo. Portanto, o primeiro passo para o entendimento de um<br />

problema de saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo pelas variáveis pessoa,<br />

tempo e lugar.<br />

Os métodos e técnicas <strong>da</strong> epidemiologia são utilizados para detectar uma<br />

associação entre uma doença ou agravo e as características <strong>da</strong> pessoa e os fatores do<br />

seu ambiente relacionados com o tempo. Portanto, o primeiro passo para o<br />

entendimento de um problema de saúde ou de uma doença, consiste em descrevê-lo<br />

pelas variáveis pessoa, tempo e lugar.<br />

Pessoa: essoa: essoa: Quem?<br />

Epidemiologia Descritiva<br />

Pessoas podem ser descritas em termos de suas características her<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

ou adquiri<strong>da</strong>s (i<strong>da</strong>de, sexo, raça, escolari<strong>da</strong>de, ren<strong>da</strong>, estado nutricional e<br />

imunitário, etc.); de suas ativi<strong>da</strong>des (trabalho, esportes, praticas religiosas,<br />

costumes, etc.); de circunstâncias de vi<strong>da</strong> (condição social, econômica e do<br />

meio ambiente).<br />

De acordo com a i<strong>da</strong>de, expõem-se mais ou menos às fontes de infecção. Por<br />

exemplo, geralmente os adultos expõem-se mais a eventos como hanseníase,<br />

tuberculose, acidentes de trânsito, homicídios, aids. As condições patológicas<br />

relaciona<strong>da</strong>s ao baixo nível de imuni<strong>da</strong>de são mais freqüentes nas i<strong>da</strong>des extremas,<br />

ou seja, crianças e idosos.<br />

Para verificar a associação existente entre determina<strong>da</strong> doença e a i<strong>da</strong>de, é<br />

preciso estratificá-la em grupos etários ou grupos de pessoas que reúnam características<br />

semelhantes.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 19


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Questão Questão 10<br />

10<br />

Correlacione Correlacione as as doenças doenças e e agravos agravos à à saúde saúde <strong>da</strong> <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> coluna, coluna, de de acordo<br />

acordo<br />

com com os os respectivos respectivos caracteres caracteres relativos relativos à à pessoa:<br />

pessoa:<br />

(1) Vi<strong>da</strong> sedentária<br />

(2) Hábito de fumar<br />

(3) Crianças com i<strong>da</strong>de de 1 a 4 anos<br />

(4) Homens com i<strong>da</strong>de acima de 60 anos<br />

(5) Adultos jovens com vi<strong>da</strong> sexual ativa<br />

(6) Homens de 20 a 29 anos de i<strong>da</strong>de<br />

Tempo: empo: Quando?<br />

A cronologia de uma doença é fun<strong>da</strong>mental para a sua análise<br />

epidemiológica. A distribuição dos casos de determina<strong>da</strong> doença, por períodos<br />

de tempo (semanal, mensal, anual) permite verificar como a doença evolui no<br />

tempo, isto é, se apresenta variações cíclicas; se está estacionária; decrescendo<br />

ou aumentando. Pode-se observar qual a semana, o mês em que geralmente<br />

ocorre o maior número de casos.<br />

Para saber se houve mu<strong>da</strong>nças, é necessária a existência de <strong>da</strong>dos anteriores<br />

(série histórica). As variações <strong>da</strong>s doenças no transcorrer do tempo (anos, meses,<br />

semanas, dias) são importantes, pois mostram alterações nos fatores causais. Casos<br />

de doenças agu<strong>da</strong>s podem ocorrer em horas ou dias. Já as doenças crônicas devem<br />

ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s de acordo com a incidência em meses ou anos.<br />

A distribuição dos casos por períodos de tempo serve para orientar as medi<strong>da</strong>s<br />

de controle, fornecendo, por exemplo, informação sobre os melhores momentos para<br />

intensificar a imunização e para prevenir um possível surto. No aspecto administrativo,<br />

serve para orientar quando se deve concentrar recursos materiais e humanos, facilitando<br />

as ações de controle necessárias.<br />

2. Distribuição Cronológica <strong>da</strong> Mortali<strong>da</strong>de e Morbi<strong>da</strong>de<br />

Segundo Rouquayrol, a distribuição cronológica <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> morbi<strong>da</strong>de<br />

é a relação entre uma seqüência de marcos temporais sucessivos (cronologia) e uma<br />

medi<strong>da</strong> de freqüência de casos e óbitos. É o registro <strong>da</strong> história <strong>da</strong> doença. A<br />

distribuição cronológica apresenta-se <strong>da</strong>s seguintes maneiras:<br />

2.1. Tendência Secular<br />

São as variações na incidência/prevalência ou mortali<strong>da</strong>de/letali<strong>da</strong>de de doenças,<br />

observa<strong>da</strong>s por um longo período de tempo, geralmente dez anos ou mais.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 20<br />

( ) Acidentes de trãnsito e homicícios<br />

( ) Hepatite B, Aids e Sífilis<br />

( ) Doenças cardiovasculares<br />

( ) Deficiências nutricionais e parasitoses<br />

( ) Câncer de pulmão<br />

( ) Câncer de próstata


1000<br />

100<br />

100<br />

10<br />

1<br />

0,1<br />

0,01<br />

!<br />

"<br />

!<br />

"<br />

! !<br />

" "<br />

! !<br />

" "<br />

!<br />

"<br />

! ! ! !<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Número Número de de de Casos Casos Casos Confirmados Confirmados e e Incidência Incidência de de de P PPoliomielite.<br />

P Poliomielite.<br />

oliomielite.<br />

Brasil, Brasil, 1968 1968 1968 a a 1988 1988<br />

1988<br />

Nº casos / Inc. por 100.000<br />

Na análise <strong>da</strong> tendência secular para medir a doença, devem ser usados<br />

coeficientes e não números absolutos, pois a população pode sofrer aumento<br />

em seu tamanho e com isso, conseqüentemente, aumentar o número de<br />

casos.<br />

Estudos de tendência secular podem ser feitos com doenças transmissíveis e não<br />

transmissíveis. Os coeficientes de incidência de doenças como tuberculose, difteria,<br />

cardiovasculares ou acidentes do trânsito mostram que suas tendências vêm mu<strong>da</strong>ndo<br />

através de déca<strong>da</strong>s.<br />

Questão Questão 11<br />

11<br />

Observe Observe Observe e e analise analise analise a a tabela tabela e e e o o gráfico gráfico a a seguir:<br />

seguir:<br />

"<br />

!<br />

" " " "<br />

!<br />

"<br />

!<br />

"<br />

!<br />

!<br />

" "<br />

68 70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90<br />

Anos<br />

! Nºde casos confirmados " Incidência<br />

Fonte: COVEPI/CENEPI/FUNASA/MS<br />

Os casos de poliomielite eram notificados à Fun<strong>da</strong>ção Serviços de <strong>Saúde</strong> Pública-FSESP, de 1968 a 1975.<br />

O último isolamento de poliovírus selvagem no Brasil ocorreu, em 1989, no município de Souza/PB.<br />

!<br />

"<br />

!<br />

"<br />

!<br />

"<br />

"<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 21<br />

!<br />

!<br />

"<br />

!<br />

"


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Número Número de de Casos, Casos, Casos, Óbitos, Óbitos, Coeficientes Coeficientes de de Incidência, Incidência, Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de e<br />

e<br />

Letali<strong>da</strong>de, etali<strong>da</strong>de, etali<strong>da</strong>de, por por Sarampo. Sarampo. P PParaná,<br />

P araná, 1965 1965 a a 1998* 1998*<br />

1998*<br />

Anos Anos População opulação o N Coef Coef. Coef Coef.<br />

. (100.000 (100.000 Hab.) Hab.) N o Casos Casos Casos<br />

Óbitos<br />

Óbitos<br />

Letali<strong>da</strong>de<br />

Letali<strong>da</strong>de<br />

Coef Coef. Coef . (100.000 (100.000 (100.000 Hab.) Hab.) Hab.)<br />

1965<br />

1966<br />

1967<br />

1968<br />

1969<br />

1970<br />

1971<br />

1972<br />

1973<br />

1974<br />

1975<br />

1976<br />

1977<br />

1978<br />

1979<br />

1980<br />

1981<br />

1982<br />

1983<br />

1984<br />

1985<br />

1986<br />

1987<br />

1988<br />

1989<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998*<br />

5.438.583 2.259<br />

5.708.646 4.255<br />

5.992.121 3.556<br />

6.289.671 5.462<br />

6.601.998 3.415<br />

6.918.208 5.030<br />

6.988.241 4.432<br />

7.058.274 2.962<br />

7.128.307 5.515<br />

7.198.340 3.421<br />

7.268.373 2.499<br />

7.338.405 7.222<br />

7.408.439 6.729<br />

7.478.471 3.988<br />

7.548.503 9.694<br />

7.629.392 21.276<br />

7.649.617 7.106<br />

7.680.856 5.168<br />

7.723.199 8.833<br />

7.776.314 9.948<br />

7.840.293 5.115<br />

7.914.855 11.063<br />

7.999.989 9.758<br />

8.095.887 528<br />

8.202.543 488<br />

8.320.094 1.846<br />

8.448.713 791<br />

8.538.342 261<br />

8.635.977 11<br />

8.740.220 3<br />

7.785.847 -<br />

8.773.149 -<br />

8.832.497 518<br />

8.832.497 160<br />

Fonte: ISEP/DVP/CEPI<br />

*Dados preliminares até SE 15/98<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 22<br />

41,5<br />

74,5<br />

59,3<br />

86,8<br />

51,7<br />

72,7<br />

63,4<br />

42,0<br />

77,4<br />

47,5<br />

34,4<br />

98,4<br />

90,8<br />

53,3<br />

128,4<br />

278,9<br />

92,9<br />

67,3<br />

114,4<br />

127,9<br />

65,2<br />

139,8<br />

122,0<br />

6,5<br />

5,9<br />

22,2<br />

9,4<br />

3,1<br />

0,1<br />

0,0<br />

-<br />

-<br />

5,9<br />

1,8<br />

270<br />

0<br />

0<br />

283<br />

0<br />

228<br />

253<br />

158<br />

360<br />

187<br />

244<br />

456<br />

404<br />

195<br />

332<br />

345<br />

161<br />

68<br />

99<br />

148<br />

138<br />

47<br />

62<br />

4<br />

3<br />

3<br />

4<br />

1<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

1<br />

-<br />

5,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

4,5<br />

0,0<br />

3,3<br />

3,6<br />

2,2<br />

5,1<br />

2,6<br />

3,4<br />

6,2<br />

5,5<br />

2,6<br />

4,4<br />

4,5<br />

2,1<br />

0,9<br />

1,3<br />

1,9<br />

1,8<br />

0,6<br />

0,8<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

0,0<br />

-<br />

12,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

5,2<br />

0,0<br />

4,5<br />

5,7<br />

5,3<br />

6,5<br />

5,5<br />

9,8<br />

6,3<br />

6,0<br />

4,9<br />

3,4<br />

1,6<br />

2,3<br />

1,3<br />

1,1<br />

1,5<br />

2,7<br />

0,4<br />

0,6<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,2<br />

0,5<br />

0,4<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

0,2<br />

-


300,0<br />

250,0<br />

200,0<br />

150,0<br />

100,0<br />

50,0<br />

0,0<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Coeficientes Coeficientes de de Incidência Incidência e e e Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de de de Sarampo Sarampo por por 100.000<br />

100.000<br />

Habitantes. Habitantes. P PParaná,<br />

P araná, 1965 1965 a a 1998* 1998*<br />

1998*<br />

Fonte: ISEP/DVP/CEPI<br />

*Dados preliminares até SE 15/98<br />

Comente Comente a a a tendência tendência secular secular do do sarampo.<br />

sarampo.<br />

3. Variação Cíclica<br />

ANO COEF.INC.<br />

COEF.MORT.<br />

São variações, com ciclos periódicos e regulares. A mu<strong>da</strong>nça cíclica no<br />

comportamento de doenças são recorrências nas suas incidências que podem ser<br />

anuais ou podem ter periodici<strong>da</strong>de mensal ou semanal. Na variação cíclica, portanto,<br />

um <strong>da</strong>do padrão é repetido de intervalo a intervalo.<br />

Questão Questão 12<br />

12<br />

Observando Observando a a a tabela tabela e e o o gráfico gráfico anteriores, anteriores, comente comente a a variação variação cíclica cíclica do<br />

do<br />

sarampo sarampo no no P PParaná,<br />

P araná, até até o o final final <strong>da</strong> <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de de 80.<br />

80.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 23


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

4. Variação Sazonal (sazo = estações do ano)<br />

Ocorre quando a incidência <strong>da</strong>s doenças aumenta sempre e periodicamente em<br />

algumas épocas ou estações do ano, meses do ano, dias <strong>da</strong> semana, ou em horas do<br />

dia. Por exemplo, dengue (nas épocas quentes do ano), acidentes de trânsito (horas<br />

de muita movimentação urbana - deslocamento para o trabalho, escolas). Em relação<br />

às doenças com variação estacional, deve-se conhecer o nível endêmico, pois, se há<br />

aumento normal em certa época do ano, ele não pode ser confundido com uma<br />

epidemia.<br />

As variações estacionais são muito comuns em doenças infecciosas e transmissíveis,<br />

como gripe, malária, meningite, dengue, broncopneumonias, gastroenterites e outras.<br />

Certos envenenamentos, como os causados pela aranha marrom (ocorrência típica<br />

em Curitiba, nos meses quentes do ano), também são de variação sazonal.<br />

1996<br />

Nº DE ACIDENTES<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

Fonte: ISEP/DVP/CEPI<br />

0<br />

JAN<br />

MAR<br />

MAIO<br />

1994<br />

JUL<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 24<br />

Distribuição Distribuição Mensal Mensal de de Casos Casos de de Acidentes Acidentes Ofídicos.<br />

Ofídicos.<br />

Paraná, araná, 1994 1994 a a 1996<br />

1996<br />

SET<br />

NOV<br />

JAN<br />

MAR<br />

MAIO<br />

1995<br />

JUL<br />

SET<br />

NOV<br />

JAN<br />

MAR<br />

MAIO<br />

Analise Analise a a a ocorrência ocorrência sazonal sazonal de de de acidentes acidentes ofídicos ofídicos no no P PParaná.<br />

P araná.<br />

1996<br />

JUL<br />

SET<br />

NOV<br />

MESES


5. Formas de Ocorrências <strong>da</strong>s Doenças<br />

5.1. Caso Esporádico<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Quando em uma comuni<strong>da</strong>de, em relação à certa doença, se verifica apenas o<br />

aparecimento de casos raros e isolados, sem previsibili<strong>da</strong>de nenhuma, eles são<br />

chamados de casos esporádicos.<br />

5.2. Endemias<br />

É a ocorrência de determina<strong>da</strong>s doenças com variações na sua incidência de<br />

caráter regular, constante, sistemático. Assim, denomina-se endemia a ocorrência de<br />

uma determina<strong>da</strong> doença que, no decorrer de um longo período de tempo, acomete<br />

sistematicamente populações em espaços delimitados e caracterizados, mantendo<br />

incidência constante e permitindo variações cíclicas ou sazonais.<br />

5.3. Epidemias<br />

As epidemias caracterizam-se pelo aumento do número de casos acima do que<br />

se espera, comparado à incidência de períodos anteriores. Mas, o importante é o<br />

caráter desse aumento: descontrolado, brusco, significante, temporário. Se, numa<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> região, inexiste determina<strong>da</strong> doença e surgem um ou poucos casos, pode-se<br />

afirmar que é uma epidemia, em virtude do caráter de surpresa, como, por exemplo,<br />

o aparecimento de um caso de raiva canina numa região que, há muitos anos, não<br />

apresentava um único caso.<br />

Epidemia ou surto epidêmico podem ser expressões sinônimas, havendo autores<br />

que, entretanto, os consideram de significados distintos. To<strong>da</strong>via, costuma-se designar<br />

surto quando dois ou mais casos de uma determina<strong>da</strong> doença ocorrem em locais<br />

circunscritos, como instituições, escolas, domicílios, edifícios, cozinhas coletivas,<br />

bairros ou comuni<strong>da</strong>des, aliados à hipótese de que tiveram, como relação entre<br />

eles, a mesma fonte de infecção ou de contaminação, o mesmo quadro clínico e<br />

ocorreram ao mesmo tempo. As epidemias ou surtos são ocasionados, em geral,<br />

por dois fatores:<br />

a) aumento no número de suscetíveis: quando é suficientemente grande o número<br />

de suscetíveis em um local, a introdução de um caso de uma doença<br />

transmissível gera diversos outro, configurando um grande aumento na<br />

incidência. O aumento no número de suscetíveis pode ter diversas causas:<br />

• nascimentos;<br />

• migrações;<br />

• baixas coberturas vacinais.<br />

b) alterações no meio ambiente favorecem a transmissão de doenças infecciosas.<br />

• contaminação <strong>da</strong> água potável por dejetos favorecem a transmissão de<br />

febre tifóide, hepatite A, hepatite E, cólera, entre outras;<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 25


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

• aglomeração de pessoas em abrigos provisórios, em situações de<br />

calami<strong>da</strong>de, facilitam a eclosão de surtos de gripes, sarampo e outras<br />

doenças respiratórias agu<strong>da</strong>s;<br />

• aumento no número de vetores infectados responsáveis pela transmissão<br />

de algumas doenças devido à condições ambientais favoráveis e à<br />

inexistência ou ineficácia <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de controle, facilitando o crescimento<br />

do número de casos de doenças, como malária, dengue;<br />

• contaminação de alimentos por microorganismos patogênicos ocasionam surtos<br />

de intoxicação e infecção alimentar, freqüentes em locais de refeições coletivas.<br />

Uma epidemia ou surto pode surgir a partir <strong>da</strong>s seguintes situações:<br />

1. Quando inexiste uma doença em determinado lugar aí se introduz uma<br />

fonte de infecção ou contaminação (por exemplo, um caso de cólera ou um<br />

alimento contaminado), <strong>da</strong>ndo início ao aparecimento de casos ou epidemia.<br />

2. Quando ocorrem casos esporádicos de uma determina<strong>da</strong> doença e começa<br />

a haver aumento na incidência além do esperado.<br />

3. A partir de uma doença que ocorre endemicamente e alguns fatores<br />

desequilibram a sua estabili<strong>da</strong>de, iniciando uma epidemia.<br />

As As As epidemias epidemias ou ou surtos surtos, surtos , podem podem ser:<br />

ser:<br />

a) a) a) Quanto Quanto ao ao tipo tipo tipo de de de fonte fonte fonte de de infecção infecção ou ou contaminação:<br />

contaminação:<br />

contaminação:<br />

1. 1. Fonte onte comum: comum: caracteriza-se por não haver um mecanismo de<br />

transmissão de hospedeiro a hospedeiro. Na epidemia por fonte ou<br />

veículo comum, o fator extrínseco (agente infeccioso, fatores físicoquímicos<br />

ou produtos do metabolismo biológico) é veiculado pela água,<br />

por alimentos, pelo ar ou introduzido por inoculação. Todos os suscetíveis<br />

devem ter acesso direto a uma única fonte de contaminação, podendo<br />

ser por curto espaço de tempo (fonte pontual) ou por um espaço de<br />

tempo mais longo (fonte persistente). Trata-se, geralmente, de uma<br />

epidemia explosiva e bastante localiza<strong>da</strong> em relação ao tempo e lugar.<br />

2. 2. Propaga<strong>da</strong>, ropaga<strong>da</strong>, ropaga<strong>da</strong>, de de contato contato contato ou ou contágio: contágio: contágio: quando o mecanismo de<br />

transmissão é de hospedeiro a hospedeiro, ocorrendo a propagação<br />

em cadeia, difundi<strong>da</strong> de pessoa a pessoa por via respiratória, anal,<br />

oral, genital, ou por vetores. Como, por exemplo, a gripe, a meningite<br />

meningocócica, doenças sexualmente transmissíveis, a raiva canina.<br />

Geralmente, sua progressão é lenta.<br />

b) b) Quanto Quanto ao ao tempo tempo de de aparecimento:<br />

aparecimento:<br />

1. 1. Explosiva Explosiva ou ou maciça maciça: maciça quando várias pessoas são expostas<br />

simultaneamente à mesma fonte de infecção, tendo como exemplo os<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 26


Epidemia Epidemia explosiva:<br />

explosiva:<br />

Epidemia Epidemia lenta: lenta:<br />

lenta:<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

surtos de infecção ou intoxicação alimentar, cujo tempo de incubação<br />

é muito curto.<br />

2. 2. Lenta Lenta: Lenta na epidemia lenta, o critério diferenciador é a veloci<strong>da</strong>de com<br />

que ela ocorre na etapa inicial do processo, que é lenta, gradual e<br />

progride durante um longo tempo. Acontece, em geral, nas doenças<br />

de curso clínico longo, principalmente doenças não transmissíveis,<br />

podendo ocorrer também com doenças cujos agentes apresentam baixa<br />

resistência ao meio exterior ou para os quais a população seja<br />

altamente resistente ou imune. Será lenta, ain<strong>da</strong>, quando as formas<br />

de transmissão e meios de prevenção são bem conhecidos pela<br />

população.<br />

Questão Questão 14<br />

14<br />

Exemplifique, Exemplifique, de de acordo acordo com com sua sua reali<strong>da</strong>de:<br />

reali<strong>da</strong>de:<br />

Epidemia Epidemia de de fonte fonte comum:<br />

comum:<br />

Epidemia Epidemia propaga<strong>da</strong>:<br />

propaga<strong>da</strong>:<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 27


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Observe Observe Observe o o gráfico gráfico abaixo:<br />

abaixo:<br />

CASOS<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

1955<br />

1957<br />

Fonte: ISEP/DVP/CEPI<br />

1959<br />

1961<br />

1963<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 28<br />

1965<br />

1967<br />

1969<br />

Comente Comente o o que que você você observa.<br />

observa.<br />

Questão Questão Questão 15<br />

15<br />

Distribuição Distribuição de de Raiva Raiva Canina.<br />

Canina.<br />

Curitiba-P Curitiba-Paraná, Curitiba-P Curitiba-P araná, 1955 1955 a a a 1998*<br />

1998*<br />

1971<br />

5.3.1. Diagrama de Controle<br />

1973<br />

INÍCIO DAS CAMPANHAS ANUAIS DE VACINAÇÃO<br />

CANINA /CASA A CASA<br />

1975<br />

Para afirmar que existe uma epidemia e não apenas um aumento normal no<br />

número de casos, podem ser utiliza<strong>da</strong>s diferentes técnicas estatísticas. Essas técnicas<br />

indicam a faixa de oscilação no número de casos esperados e os valores acima dos<br />

quais já não se trata de ocorrência normal, mas, com grande probabili<strong>da</strong>de, de uma<br />

epidemia ou surto. Para se avaliar se está havendo um processo epidêmico, utiliza-se o<br />

diagrama de controle. Na sua construção, usa-se a incidência mensal de um período<br />

(geralmente 10 anos) no qual não tenha havido grandes flutuações (excluem-se os anos<br />

epidêmicos). Calcula-se a incidência média mensal e o desvio padrão para ca<strong>da</strong> mês.<br />

O limite máximo do diagrama será construído com os valores obtidos pela soma de<br />

1,96 desvios padrões aos valores médios mensais e o mínimo do diagrama com os<br />

valores obtidos pela subtração de 1,96 desvios padrões aos valores médios mensais.<br />

1977<br />

ANO<br />

1979<br />

1981<br />

1983<br />

1985<br />

1987<br />

1989<br />

1991<br />

1993<br />

1995<br />

1997


L Min<br />

_<br />

= X - 1,96s<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

No gráfico, colocam-se os meses do ano no eixo de x (horizontal) e a freqüência<br />

no eixo de y (vertical). Traça-se uma linha com os valores médios mensais, sendo o<br />

limite máximo com os valores obtidos somando-se 1,96 desvios aos valores médios.<br />

Assim, obtém-se uma faixa de incidência máxima espera<strong>da</strong> e qualquer ocorrência<br />

que ultrapasse o limite máximo será considera<strong>da</strong> epidêmica. A incidência média é<br />

construí<strong>da</strong> a partir dos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> média e <strong>da</strong> mínima, a partir dos <strong>da</strong>dos do limite<br />

mínimo esperado. A fim de tornar mais claro o processo de construção do diagrama<br />

de controle, cita-se um exemplo prático.<br />

Exemplo: Construção do diagrama de controle para doença meningocócica na<br />

Grande São Paulo.<br />

Para a construção do diagrama, foram escolhidos os anos de 1979 a 1986, em<br />

que a doença apresentou comportamento endêmico. O período anterior e posterior a<br />

essa série histórica foram anos epidêmicos, portanto, excluídos.<br />

Fonte: SVE/CVE/Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> de São Paulo.<br />

Σ = somatório<br />

x = ca<strong>da</strong> valor <strong>da</strong> incidência de janeiro no período considerado.<br />

n = n o de anos considerados.<br />

L Max<br />

_<br />

= X + 1,96s<br />

Incidência Incidência Mensal Mensal Mensal de de Doença Doença Meningocócica Meningocócica Meningocócica na na Grande Grande São São P PPaulo.<br />

P aulo.<br />

1979 1979 a a 1986.<br />

1986.<br />

Mês Mês 1979 1979 1980 1980 1981 1981 1982 1982 1983 1983 1984 1984 1984 1985 1985 1986<br />

1986<br />

Janeiro 0,19 0,18 0,13 0,07 0,07 0,13 0,15 0,22<br />

Fevereiro 0,18 0,10 0,09 0,07 0,09 0,09 0,15 0,11<br />

Março 0,15 0,15 0,12 0,08 0,14 0,16 0,13 0,15<br />

Abril 0,21 0,15 0,16 0,12 0,14 0,13 0,09 0,09<br />

Maio 0,21 0,20 0,09 0,08 0,17 0,16 0,12 0,16<br />

Junho 0,15 0,21 0,14 0,12 0,14 0,16 0,18 0,23<br />

Julho 0,23 0,20 0,17 0,15 0,23 0,20 0,25 0,23<br />

Agosto 0,24 0,18 0,14 0,08 0,15 0,19 0,14 0,24<br />

Setembro 0,22 0,07 0,13 0,05 0,19 0,12 0,17 0,21<br />

Outubro 0,17 0,14 0,13 0,11 0,20 0,19 0,11 0,16<br />

Novembro 0,12 0,09 0,08 0,07 0,16 0,19 0,09 0,24<br />

Dezembro 0,21 0,10 0,12 0,09 0,10 0,10 0,17 0,19<br />

Média X = Σ x<br />

n<br />

_<br />

_<br />

onde X = média<br />

Desvio Padrão ⇒ s = Σ (x - x) 2<br />

s = Desvio Padrão<br />

n - 1<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 29


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

_<br />

0,19 + 0,18 + 0,13 + 0,07 + 0,07 + 0,13 + 0,15 + 0,22<br />

X =<br />

8<br />

_<br />

1,14<br />

_<br />

X = = 0,142<br />

0,142<br />

X X X = = 0,14<br />

0,14<br />

8<br />

O desvio desvio padrão padrão para o mês de janeiro é calculado a partir <strong>da</strong> fórmula:<br />

Ano<br />

Ano<br />

1979<br />

1980<br />

1981<br />

1982<br />

1983<br />

1984<br />

1985<br />

1986<br />

Σ<br />

_<br />

X X X - - X<br />

X<br />

0,19<br />

0,18<br />

0,13<br />

0,07<br />

0,07<br />

0,13<br />

0,15<br />

0,22<br />

1,14<br />

Janeiro<br />

Fevereiro<br />

Março<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Julho<br />

Agosto<br />

Setembro<br />

Outubro<br />

Novembro<br />

Dezembro<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 30<br />

0,05<br />

0,04<br />

-0,01<br />

-0,07<br />

-0,07<br />

-0,01<br />

0,01<br />

0,08<br />

_<br />

X<br />

(x (x - - x) x) 2<br />

_<br />

0,0025<br />

0,0016<br />

0,0001<br />

0,0049<br />

0,0049<br />

0,0001<br />

0,0001<br />

0,0064<br />

0,0206<br />

Desvio Padrão ⇒ Σ (x - x) 2<br />

n - 1<br />

⇒ s =<br />

⇒ s = 0,054<br />

Max<br />

0,0206<br />

8 - 1<br />

Questão Questão 16<br />

16<br />

O O cálculo cálculo para para outros outros meses meses é é é feito feito <strong>da</strong> <strong>da</strong> mesma mesma forma. forma. Complemente Complemente a<br />

a<br />

tabela tabela a a a seguir seguir. seguir<br />

Mês Mês<br />

s L Max<br />

= X X + + 1,96s<br />

1,96s<br />

0,14 0,14 0,054 0,054<br />

0,25<br />

0,25<br />

_


Mês<br />

Mês<br />

Janeiro<br />

Fevereiro<br />

Março<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Julho<br />

Agosto<br />

Setembro<br />

Outubro<br />

Novembro<br />

Dezembro<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Questão Questão 17<br />

17<br />

a) a) Construa Construa Construa os os gráficos gráficos do do diagrama diagrama diagrama de de controle controle <strong>da</strong> <strong>da</strong> doença doença meningocócica<br />

meningocócica<br />

na na Grande Grande São São P PPaulo,<br />

P aulo, analisando analisando os os anos anos anos de de 1987 1987 e e 1988, 1988, com com base base nos<br />

nos<br />

<strong>da</strong>dos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>dos abaixo:<br />

abaixo:<br />

1987<br />

1987<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,28<br />

0,26<br />

0,22<br />

0,25<br />

0,26<br />

0,16<br />

0,21<br />

0,25<br />

0,14<br />

0,15<br />

1987<br />

1987<br />

Incidência<br />

Incidência<br />

1988<br />

1988<br />

0,22<br />

0,21<br />

0,27<br />

0,25<br />

0,30<br />

0,49<br />

0,58<br />

0,67<br />

0,49<br />

0,40<br />

0,45<br />

0,25<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 31


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 32<br />

1988<br />

1988<br />

b) b) Comente Comente o o que que você você você observa.<br />

observa.<br />

5.3.2. Lugar: Onde?<br />

Refere-se a características, fatores ou condições que existiam ou eram descritas<br />

no meio ambiente no qual a doença ocorreu. O local onde as pessoas vivem ou<br />

trabalham pode determinar, em parte, o tipo de doença ou problemas de saúde.<br />

Utiliza-se a distribuição geográfica para identificar de que forma as doenças se<br />

distribuem no espaço (urbano/rural, distrito sanitário, bairro, município, etc.),<br />

associando a alta ocorrência delas, onde há, por exemplo, baixas coberturas vacinais,<br />

precarie<strong>da</strong>de no saneamento básico, mananciais contaminados por microorganismos,<br />

existência ou não de uma rede básica de atenção à saúde naquela área, etc.<br />

O conhecimento do lugar onde ocorre determina<strong>da</strong> doença é muito importante<br />

em epidemiologia, principalmente para se conhecer o seu agente etiológico e as<br />

fontes de contaminação Distribuindo-se os casos sobre um mapa detalhado <strong>da</strong> área,<br />

identifica-se se eles estão concentrados ou dispersos. Isso vai orientar as ações de<br />

investigação de casos e contatos, como também a aplicação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de controle.


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Fazendo a distribuição <strong>da</strong> cobertura <strong>da</strong> vacinação, verifica-se onde devem se concentrar<br />

as ações de imunização.<br />

Vários elementos geográficos espaciais podem influenciar a distribuição <strong>da</strong>s<br />

doenças. Por exemplo, clima, fauna, relevo, poluentes urbanos e rurais, contaminação<br />

de alimentos, tipo de habitação, espaço urbano, ambientes de trabalho e inúmeros<br />

outros. Pode-se dizer que a expressão “onde ocorre” uma determina<strong>da</strong> doença é o<br />

mesmo que dizer, em que “tipo de ambiente”. A distribuição geográfica de uma<br />

doença pode variar entre países, estados, municípios e locali<strong>da</strong>des.<br />

Deve-se, então, procurar conhecer a extensão <strong>da</strong>s áreas geográficas onde as<br />

doenças ocorrem, verificando-se a concentração ou dispersão dos casos. Uma<br />

distribuição uniforme em certa área sugere a presença de fatores de risco de forma<br />

homogênea, ao passo que se ela for concentra<strong>da</strong> em alguns lugares é indicativo de<br />

que esses fatores estão localizados.<br />

Questão Questão 18<br />

18<br />

a) a) Na Na Na área área onde onde onde você você trabalha, trabalha, realiza-se realiza-se estudo estudo <strong>da</strong> <strong>da</strong> distribuição distribuição <strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong>s<br />

doenças?<br />

doenças?<br />

( ( ) ) Sim Sim ( ( ) ) Não Não Não ( ( ) ) P PParcialmente<br />

P arcialmente<br />

b) b) b) Caso Caso a a a resposta resposta acima acima acima seja seja afirmativa, afirmativa, para para para que que se se se utiliza utiliza tal tal tal estudo?<br />

estudo?<br />

c) c) Se Se for for negativa, negativa, apresente apresente as as razões:<br />

razões:<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 33


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

6. Tabelas<br />

Para que seja possível conhecer onde ocorre a maior incidência ou prevalência<br />

de determina<strong>da</strong>s doenças e o momento em que elas ocorrem, podem-se agrupar os<br />

casos de doenças, segundo i<strong>da</strong>de, sexo, profissão, área de ocorrência, distribuindoos<br />

no tempo. Isso permite saber em que momento ocorreu o maior número de casos,<br />

quando começaram a aumentar, a partir de quando estão diminuindo e em que área<br />

estão ocorrendo mais, e assim por diante.<br />

Os <strong>da</strong>dos assim agrupados e distribuídos podem ser apresentados por meio de<br />

tabelas e/ou gráficos, que facilitam a análise e a interpretação desses <strong>da</strong>dos.<br />

1. 1. TT<br />

Tabela T Tabela<br />

abela - é uma maneira de expressar ordena<strong>da</strong>mente os <strong>da</strong>dos e visa auxiliar<br />

a análise dos <strong>da</strong>dos e resultados e, também, facilitar ao leitor a compreensão<br />

mais rápi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s conclusões.<br />

• As tabelas devem ser simples. Duas ou três pequenas tabelas são preferíveis<br />

a uma única grande contendo muitos detalhes ou variáveis. Geralmente,<br />

três variáveis são o número máximo que pode ser lido com facili<strong>da</strong>de.<br />

• Devem ser auto-explicativas; códigos, abreviações ou símbolos devem<br />

ser explicados no ro<strong>da</strong>pé.<br />

• Ca<strong>da</strong> coluna ou linha deve ser nomea<strong>da</strong> concisa e claramente.<br />

• As uni<strong>da</strong>des de medi<strong>da</strong> devem ser forneci<strong>da</strong>s.<br />

• Deverá ser manti<strong>da</strong> uniformi<strong>da</strong>de quanto ao número de casas decimais.<br />

• O título deve ser claro, conciso e responder às questões: o quê? como?<br />

onde? quando?<br />

• Os totais devem ser mostrados.<br />

• O título é comumente separado do corpo <strong>da</strong> tabela por linhas ou espaços.<br />

• A fonte dos <strong>da</strong>dos deve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> no ro<strong>da</strong>pé.<br />

• Na construção de tabelas, existem algumas normas estéticas no que diz<br />

respeito à sua forma, a qual, em geral, deve ser maior no sentido vertical<br />

que no horizontal. Portanto, para se dispor uma distribuição de freqüência<br />

numa tabela, deve-se colocar na vertical a variável que apresenta maior<br />

número de classes.<br />

• As tabelas, excluídos os títulos, são delimita<strong>da</strong>s no alto e em baixo por<br />

traços horizontais, recomen<strong>da</strong>ndo-se não delimitá-las à direita e à esquer<strong>da</strong><br />

por traços verticais, sendo facultativo o emprego de traços verticais para<br />

separação <strong>da</strong>s colunas no corpo <strong>da</strong> tabela.<br />

De acordo com as Normas de Apresentação Tabular, do Conselho Nacional de<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 34


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Estatística, uma tabela compõe-se de elementos essenciais e elementos<br />

complementares.<br />

6.1. Elementos essenciais<br />

• Título Título: Título é a indicação que precede a tabela e que contém a designação do<br />

fato observado, o local e a época em que foi registrado. Para finali<strong>da</strong>des<br />

práticas, o título deve ser claro e preciso, devendo designar todo o material<br />

contido e responder às questões: o quê? como? onde? quando?<br />

• Corpo Corpo <strong>da</strong> <strong>da</strong> tabela tabela: tabela é o conjunto de colunas e linhas que contêm,<br />

respectivamente, em ordem vertical e horizontal, as informações sobre o fato<br />

observado. Ao cruzamento de uma linha com uma coluna, chama-se casa.<br />

Linha é a parte do corpo que contém uma série horizontal de números e<br />

coluna é uma série vertical de números. As casas não deverão ficar em<br />

branco, apresentando sempre um número ou um sinal convencional.<br />

• Cabeçalho Cabeçalho: Cabeçalho é parte superior <strong>da</strong> tabela, que especifica os conteúdos <strong>da</strong>s<br />

colunas.<br />

• Coluna Coluna indicadora indicadora indicadora: indicadora é a parte <strong>da</strong> tabela que especifica o conteúdo <strong>da</strong>s<br />

linhas.<br />

6.2. Elementos Complementares<br />

Situam-se, de preferência, no ro<strong>da</strong>pé <strong>da</strong> tabela.<br />

• Fonte: onte: onte: é a indicação <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de responsável pelo fornecimento dos <strong>da</strong>dos<br />

ou por sua elaboração.<br />

• Notas Notas: Notas são informações de natureza geral destina<strong>da</strong>s a conceituar ou<br />

esclarecer o conteúdo <strong>da</strong>s tabelas ou a indicar a metodologia adota<strong>da</strong> no<br />

levantamento ou na elaboração dos <strong>da</strong>dos.<br />

• Chama<strong>da</strong>s Chama<strong>da</strong>s: Chama<strong>da</strong>s são informações de natureza específica sobre determina<strong>da</strong> parte<br />

<strong>da</strong> tabela, destina<strong>da</strong>s a conceituar ou esclarecer <strong>da</strong>dos. São indica<strong>da</strong>s no<br />

corpo <strong>da</strong> tabela, em algarismos arábicos entre parênteses, à esquer<strong>da</strong> nas<br />

casas e à direita na coluna indicadora. A numeração <strong>da</strong>s chama<strong>da</strong>s na<br />

tabela deve ser sucessiva, de cima para baixo e <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para a direita.<br />

Numa tabela, empregam-se os seguintes sinais convencionais:<br />

• - (hífen ou traço) - quando o valor numérico for nulo;<br />

• ... ... (reticência) - quando não se dispuser do <strong>da</strong>do;<br />

• ? (ponto de interrogação) - quando houver dúvi<strong>da</strong>s quanto à exatidão do<br />

valor numérico;<br />

• § (parágrafo) - quando o <strong>da</strong>do retificar informação anteriormente publica<strong>da</strong>;<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 35


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

• 0; 0; 0,0; 0,0; 0,00 0,00 (zero) - quando o valor numérico observado for menor que<br />

a metade <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de ou <strong>da</strong> fração decimal adota<strong>da</strong> para a expressão do<br />

<strong>da</strong>do;<br />

• X (letra x) - quando o <strong>da</strong>do for omitido a fim de evitar a individualização<br />

<strong>da</strong>s informações.<br />

• Z (letra z) – quando o <strong>da</strong>do for rigorosamente zero.<br />

As tabelas podem ser classifica<strong>da</strong>s em simples e compostas:<br />

6.3. Tabelas Simples<br />

São aquelas que apresentam resultados <strong>da</strong> classificação de um fenômeno segundo<br />

um único item classificador ou variável. Uma observação, para pertencer ou ser<br />

coloca<strong>da</strong> numa casa, deve ter um só atributo.<br />

6.4. Tabelas Compostas<br />

São aquelas em que os <strong>da</strong>dos são classificados segundo dois ou mais itens<br />

classificadores e variáveis. Uma observação, para estar situa<strong>da</strong> numa casa, precisa<br />

ter dois (dupla entra<strong>da</strong>), três atributos (tripla entra<strong>da</strong>) ou mais atributos.<br />

O O quê? quê?<br />

Como? Como?<br />

Como?<br />

Casos Casos de de Aids, Aids, segundo segundo segundo Ano Ano de de Diagnóstico Diagnóstico e e Diretoria Diretoria Regional Regional de<br />

de<br />

<strong>Saúde</strong> <strong>Saúde</strong> (DIRES). (DIRES). P PPernambuco,<br />

P ernambuco, 1983 1983 - - 1996.<br />

1996.<br />

Cabeçalho<br />

Cabeçalho<br />

Coluna<br />

Coluna<br />

Indicadora<br />

Indicadora<br />

DIRES<br />

DIRES<br />

I<br />

II<br />

III<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

VII<br />

VIII<br />

IX<br />

X<br />

Total otal<br />

Onde?<br />

Onde?<br />

Fonte: FUSAM/DIEVIS/DIEPI / Coordenação Estadual de DST/AIDS.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 36<br />

656<br />

12<br />

13<br />

28<br />

5<br />

5<br />

3<br />

6<br />

1<br />

5<br />

734<br />

734<br />

221<br />

5<br />

3<br />

8<br />

-<br />

2<br />

-<br />

2<br />

1<br />

1<br />

243<br />

243<br />

239<br />

10<br />

8<br />

16<br />

2<br />

2<br />

1<br />

7<br />

-<br />

7<br />

292<br />

292<br />

278<br />

5<br />

2<br />

16<br />

1<br />

4<br />

-<br />

3<br />

1<br />

2<br />

312<br />

312<br />

282<br />

6<br />

3<br />

10<br />

1<br />

2<br />

3<br />

1<br />

-<br />

2<br />

309<br />

309<br />

Elemento Elemento Complementar<br />

Complementar<br />

Complementar<br />

245<br />

10<br />

5<br />

9<br />

3<br />

2<br />

1<br />

-<br />

-<br />

1<br />

276<br />

276<br />

Quando<br />

Quando<br />

1983 1983 1992 1992 1993 1993<br />

Anos<br />

Anos<br />

1994 1994 1995 1995 1996 1996 Total otal<br />

0,15<br />

0,15<br />

0,13<br />

0,09<br />

0,12<br />

0,18<br />

0,25<br />

0,14<br />

0,17<br />

0,11<br />

0,09<br />

0,09


7. Gráficos<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Muitas vezes, a interpretação de uma tabela com <strong>da</strong>dos estatísticos pode<br />

ser relativamente difícil, não só pela complexi<strong>da</strong>de, como também pela<br />

quanti<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>dos que contém. Para facilitar a compreensão, usa-se a<br />

apresentação gráfica que na<strong>da</strong> mais é do que a distribuição de freqüências de<br />

uma tabela sob a forma gráfica, que permite, a uma rápi<strong>da</strong> inspeção, idéia do<br />

que se deve evidenciar.<br />

O uso de gráficos só se justifica nos casos em que eles permitam apresentar os<br />

<strong>da</strong>dos de uma forma mais simples e mais clara do que uma tabela. O propósito<br />

fun<strong>da</strong>mental é que o leitor economize o tempo e o esforço que necessitará para<br />

analisar as tabelas. Dessa maneira, os gráficos devem ser auto-explicativos e<br />

facilmente compreensíveis, de preferência sem comentários inseridos no próprio<br />

gráfico.<br />

• Os gráficos mais simples são os mais eficientes.<br />

• O título deve ser colocado acima do gráfico e responder às questões: o quê?<br />

como? onde? quando?<br />

• Quando mais de uma variável é representa<strong>da</strong>, ca<strong>da</strong> uma deve ser claramente<br />

identifica<strong>da</strong> por meio de legen<strong>da</strong>s.<br />

• A freqüência é representa<strong>da</strong> na vertical (eixo de y) e a variável de classificação<br />

na horizontal (eixo de x).<br />

• A proporção entre os eixos deve sempre ser de 1 para 1,5, sendo y =1 e x<br />

=1,5.<br />

• Na escala aritmética, incrementos iguais na escala devem representar uni<strong>da</strong>des<br />

numéricas iguais.<br />

• Em geral, utilizam-se gráficos em curvas para indicar continui<strong>da</strong>de ou de<br />

barras para <strong>da</strong>dos categorizados.<br />

7.1. Tipos de Gráficos<br />

• Em Em Linha Linha - Usado para variáveis quantitativas ou qualitativas que,<br />

entretanto, mantêm continui<strong>da</strong>de entre si, como os meses do ano, semanas<br />

epidemiológicas, anos - calendário. Coloca-se o período de tempo no<br />

eixo de x e a freqüência no eixo de y.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 37


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Nº de Casos<br />

Distribuição Distribuição Mensal Mensal dos dos Casos Casos de de de Doença Doença Meningocócica.<br />

Meningocócica.<br />

Pernambuco, ernambuco, 1997.<br />

1997.<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Fonte: SES/DIEVIS - PE<br />

Nº DE CASOS<br />

• Em Em Barras Barras - usado para representar distribuições de freqüência de variáveis<br />

qualitativas e quantitativas discretas (regiões, profissões, métodos contraceptivos,<br />

etc.). As freqüências são representa<strong>da</strong>s por meio <strong>da</strong> altura dos retângulos não<br />

justapostos. Usualmente, coloca-se a variável ou atributo no eixo horizontal e a<br />

freqüência no eixo vertical. Excepcionalmente, gráficos de barras podem ser<br />

feitos com a freqüência no eixo horizontal. Quando se deseja analisar duas ou<br />

mais distribuições de variáveis qualitativas, um gráfico de múltiplas barras oferece<br />

uma boa imagem <strong>da</strong> comparação.<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

Menor de 1<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 38<br />

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul A go Set Out Nov Dez<br />

1- 4<br />

5 - 9<br />

Fonte: SES/DIEVIS - PE<br />

Casos Notificados até 12/04/99.<br />

10 - 14<br />

15 - 19<br />

20 - 24<br />

25 - 29<br />

Mês<br />

Casos Casos de de de Aids, Aids, segundo segundo Sexo Sexo e e F FFaixa<br />

F aixa Etária.<br />

Etária.<br />

Pernambuco, ernambuco, 1983 1983 - - - 1999. 1999.<br />

1999.<br />

30 - 34<br />

35 - 39<br />

40 - 44<br />

M A S C FEM<br />

45 - 49<br />

50 - 54<br />

55 - 59<br />

60 e +<br />

F A IX A E T Á R IA


Bissexual<br />

40,7%<br />

Fonte: SES/DIEVIS - PE<br />

Transf.Sangue<br />

7,4%<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

• Setores Setores - também chamados gráficos de pizza ou torta, usados para comparações<br />

entre proporções ou partes de um todo. Representam a distribuição de<br />

freqüência dos vários grupos ou categorias de uma variável descritiva. Para<br />

converter a freqüência ou proporção em graus, multiplica-se o valor por 3,6º<br />

(1% corresponde a 3,6º ).<br />

Distribuição Distribuição dos dos Casos Casos Novos Novos de de Aids Aids segundo segundo Sexo.<br />

Sexo.<br />

Pernambuco, ernambuco, 1986.<br />

1986.<br />

Drogas E.V.<br />

2,7%<br />

Hetero ssexual<br />

42,4%<br />

Fonte: SES/DIEVIS - PE<br />

H em o filia<br />

0,1%<br />

Transf.Sangue<br />

1,4%<br />

P erinatal<br />

4,1%<br />

Homossexual<br />

51,9%<br />

Distribuição Distribuição dos dos Casos Casos Novos Novos de de Aids Aids segundo segundo Categoria Categoria de de Exposição.<br />

Exposição.<br />

Pernambuco, ernambuco, 1985-1999.<br />

1985-1999.<br />

Homossexual<br />

31,7%<br />

Bissexual<br />

17,6%<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 39


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

• Cartograma Cartograma ou ou Diagrama Diagrama Diagrama T TTerritorial<br />

T erritorial - os mapas são de grande valor,<br />

principalmente para mostrar uma distribuição geográfica. Eles podem ilustrar<br />

a distribuição de certas doenças no distrito sanitário, no município, estado ou<br />

em locais onde há ativi<strong>da</strong>des ou programas de saúde; ou locais próximos a<br />

rios, fábricas, etc.<br />

Questão Questão 19<br />

19<br />

Com Com as as fichas fichas epidemiológicas epidemiológicas de de casos casos suspeitos suspeitos de de sarampo sarampo sarampo distribuí<strong>da</strong>s,<br />

distribuí<strong>da</strong>s,<br />

construa:<br />

construa:<br />

a) a) T TTabela<br />

T abela e e gráfico gráfico representando representando a a distribuição distribuição etária etária etária por por sexo sexo dos dos casos.<br />

casos.<br />

b) b) Dois Dois modelos modelos de de gráficos gráficos gráficos representando representando a a distribuição distribuição geográfica geográfica dos<br />

dos<br />

casos casos (por (por distrito).<br />

distrito).<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 40<br />

Incidência Incidência <strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>da</strong> Cólera Cólera Cólera (T (Taxa (T axa por por 100.000 100.000 hab.)<br />

hab.)<br />

Pernambuco, ernambuco, 1996.<br />

1996.


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Bibliografia Consulta<strong>da</strong><br />

1. Vaughan, JP; Morrow RH. Epidemiologia Epidemiologia para para os os Municípios. Municípios. Manual Manual para<br />

para<br />

Gerenciamento Gerenciamento do do Distritos Distritos Sanitários. Sanitários. Sanitários. São Paulo : Hucitec; 1992<br />

2. Rouquayrol MZ. Caderno Caderno de de Epidemiologia<br />

Epidemiologia<br />

Epidemiologia. Epidemiologia Fortaleza: Secretaria de <strong>Saúde</strong> do<br />

Estado do Ceará e Conselho Estadual de Secretários de <strong>Saúde</strong> do Ceará;1990.<br />

3. Rouquayrol MZ. Epidemiologia Epidemiologia & & <strong>Saúde</strong>. <strong>Saúde</strong>. 4ª ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 1994.<br />

4. Pereira MG. Epidemiologia Epidemiologia teoria teoria teoria & & & prática. prática.<br />

prática. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 1995.<br />

5. Almei<strong>da</strong> Filho N, Rouquayrol MZ. Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia moderna. moderna. 2ª ed. Belo Horizonte:<br />

COOPMED/ACE/ABRASCO; 1992.<br />

6. Waldman EA. Vigilância Vigilância epidemiológica epidemiológica como como como prática prática de de de saúde saúde pública pública. pública<br />

São Paulo;1991. [Tese de Doutorado - Facul<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong> Pública <strong>da</strong> USP].<br />

7. Centers for Disease Control and Prevention. Training and Laboratory Program Office.<br />

Curso Curso Auto Auto Auto Instrucional Instrucional Instrucional 3030- 3030-G. 3030- Trad. <strong>da</strong> Divisão Nacional de Doenças<br />

Sexualmente Transmissíveis. Brasília: <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>; 1989.<br />

8. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>. Secretaria Nacional de Organização e Desenvolvimento de<br />

Serviços de <strong>Saúde</strong>. Terminologia erminologia Básica Básica em em <strong>Saúde</strong> <strong>Saúde</strong>. <strong>Saúde</strong> Brasília: <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Saúde</strong>;1987.<br />

9. Centers for Disease Control and Prevention e Secretaria <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> do Ceará, Escola<br />

de saúde Pública do Ceará. Sem Sem Sem título título título. título título Ceará : 1997.[Apostila <strong>da</strong> 2ª Oficina de<br />

Dados para a Toma<strong>da</strong> de Decisão <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> do Ceará].<br />

10.Silva MA, Vicente MG, Freitas HD. Sem Sem título. título. Campo Grande : 1998.[Material<br />

Instrucional para Treinando <strong>da</strong> Oficina de Vigilância Epidemiológica].<br />

11.Fun<strong>da</strong>ção Nacional de <strong>Saúde</strong>. Coordenação Nacional de Doenças Imunopreveníveis.<br />

Módulo Módulo Instrucional Instrucional I. I. Ceará: 1997. Revisão <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> do Estado<br />

<strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> /Departamento de Epidemiologia. [Material Instrucional utilizado na<br />

Capacitação de Pessoal para a Vigilância Epidemiológica do Sarampo].<br />

12.<strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>. Fun<strong>da</strong>ção Nacional de <strong>Saúde</strong>. Princípios rincípios rincípios de de de Epidemiologia<br />

Epidemiologia<br />

para para o o Controle Controle de de Doenças Doenças e e Vigilância Vigilância Epidemiológica. Epidemiológica. Belém(PA): 1996.<br />

[Material de Capacitação em Vigilância Epidemiológica para o Nível Médio].<br />

13.Secretaria de <strong>Saúde</strong> do Paraná. Centro de Epidemiologia do Paraná. Divisão de<br />

Doenças Infecciosas e Parasitárias. Vigilância Vigilância Epidemiológica Epidemiológica Epidemiológica <strong>da</strong>s <strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Doenças<br />

Doenças<br />

(Módulo (Módulo IV). IV). Paraná: 1992. (Secretaria de <strong>Saúde</strong> do Paraná - Capacitação em<br />

Vigilância Epidemiológica & Imunização).<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 41


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

14.Secretaria de <strong>Saúde</strong> do Paraná. Centro de Epidemiologia do Paraná. Divisão de<br />

Doenças Infecciosas e Parasitárias. Bases Bases Conceituais Conceituais em em Epidemiologia Epidemiologia para<br />

para<br />

o o Controle Controle de de Doenças. Doenças. (Módulo (Módulo I). I). Paraná: 1992. (Secretaria de <strong>Saúde</strong> do<br />

Paraná - Capacitação em Vigilância Epidemiológica & Imunização<br />

15.Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> de São Paulo. Centro de Vigilância Epidemiológica.<br />

Introdução Introdução à à epidemiologia epidemiologia descritiva: descritiva: 1- 1- Medi<strong>da</strong>s Medi<strong>da</strong>s e e indicadores indicadores em em saúde<br />

saúde<br />

coletiva. coletiva. Treinamento Básico de Vigilância Epidemiológica (TBVE). São Paulo:<br />

Governo do Estado de São Paulo; 1998.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 42


Caderno de Respostas


Questão Questão 1: 1: Resposta aberta.<br />

Questão Questão 2 2<br />

2<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Observa-se que aumentou o número de casos. Entretanto, não é possível dizer<br />

em qual dos anos houve um maior risco. Para tanto, é necessário saber qual o tamanho<br />

<strong>da</strong> população nesses anos.<br />

Questão Questão 3<br />

3<br />

Elevados coeficientes de mortali<strong>da</strong>de por causas evitáveis certamente refletem<br />

baixas condições socioeconômicas e ambientais, bem como uma assistência à saúde<br />

de baixa quali<strong>da</strong>de e resolubili<strong>da</strong>de.<br />

Questão Questão 4<br />

4<br />

a) a) Cálculos<br />

Cálculos<br />

(1) (1) Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Geral<br />

Geral<br />

CMG CMG CMG = nº de óbitos num <strong>da</strong>do local e período x 103 população do mesmo local e período<br />

CMG CMG (1985) = 50.412 x 1.000 = 6,00 óbitos por mil habitantes em<br />

8.402.017 Brasilândia no ano de 1985<br />

CMG CMG (1996) = 58.814 x 1.000 = 6,53 óbitos por mil habitantes em<br />

9.003.804 Brasilândia no ano de 1996<br />

(2) (2) Coeficiente Coeficiente de de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Infantil<br />

Infantil<br />

CMI CMI =<br />

nº de óbitos em menores de 1 ano, em <strong>da</strong>do local e período x 103 n.º de nascidos vivos do mesmo local e período<br />

CMI CMI = (1985) = 7.114 x 1.000 = 28,99 óbitos por mil nascidos vivos em<br />

245.378 Brasilândia no ano de 1985<br />

CMI CMI = (1996) = 4.009 x 1.000 = 21,96 óbitos por mil nascidos vivos em<br />

182.593 Brasilândia no ano de 1996<br />

(3) (3) (3) Coeficiente Coeficiente Coeficiente de de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de Materna Materna<br />

Materna<br />

Caderno de Respostas<br />

CMM CMM = Nº de mortes maternas, em um <strong>da</strong>do local e período x 105 Nº de nascidos vivos, no mesmo local e período<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 45


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

CMM CMM (1985) = 270 x 100.000 = 110,03 óbitos por mil nascidos vivos em<br />

245.378 Brasilândia no ano de 1985<br />

CMM CMM (1996) = 150 x 100.000 = 82,15 óbitos por mil nascidos vivos em<br />

182.593 Brasilândia no ano de 1996<br />

(4) (4) Coeficiente Coeficiente de de Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de por por câncer câncer de de próstata<br />

próstata<br />

CM CM (1985) nº de óbitos p/câncer de próstata em Brasilândia, ano 1985 x 10 = 5<br />

população masculina de Brasilândia, ano 1985<br />

=<br />

= 207 x 100.000 = 5,24 óbitos de câncer de próstata por 100.000<br />

3.948.550 hab. em Brasilândia,1985<br />

CM CM (1996) nº de óbitos p/câncer de próstata em Brasilândia, ano 1996 x 100.000<br />

=<br />

população masculina de Brasilândia, ano 1996<br />

=<br />

= 308 x 100.000 = 7,27 óbitos de câncer de próstata por 100.000<br />

4.238.322 hab. em Brasilândia,1996<br />

(5) (5) (5) Razão Razão de de mortali<strong>da</strong>de mortali<strong>da</strong>de proporcional<br />

proporcional<br />

proporcional<br />

RMP RMP = nº de óbitos em > de 50 anos, em um <strong>da</strong>do local e período x 100<br />

total de óbitos no mesmo local e período<br />

RMP(1985)<br />

RMP(1985)<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 46<br />

= = 27.727 x 100 = 55% de óbitos<br />

50.412<br />

RMP(1996) RMP(1996) = = 35.288 x 100 = 60% de óbitos<br />

58.814<br />

(6) (6) Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de proporcional proporcional de de óbitos óbitos por por infecções infecções intestinais intestinais em em < < de de de um um ano<br />

ano<br />

RMP RMP = nº de óbitos por infecções intestinais em menores de 1 ano x 100<br />

total de óbitos em menores de 1 ano<br />

MP MP (1985) (1985) = = 1.006 x 100 = 14,14% óbitos<br />

7.114<br />

MP(1996) MP(1996) = = 201 x 100 = 5,01% de óbitos<br />

4.009<br />

(7) (7) Mortali<strong>da</strong>de Mortali<strong>da</strong>de proporcional proporcional de de óbitos óbitos por por causas causas mal mal defini<strong>da</strong>s defini<strong>da</strong>s<br />

defini<strong>da</strong>s


RMP RMP RMP = nº de óbitos por causas mal defini<strong>da</strong>s x 100<br />

total de óbitos<br />

MP(1985) MP(1985) = = 4.037 x 100 = 8,0% óbitos<br />

50.412<br />

MP(1996) MP(1996) MP(1996) = = 4.411 x 100 = 7,5% de óbitos<br />

58.814<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

(1) Coeficiente de mortali<strong>da</strong>de geral (por 1.000 hab.)<br />

(2) Coeficiente de mortali<strong>da</strong>de infantil (por 1.000


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Questão Questão 6<br />

6<br />

a)<br />

a)<br />

Incidência<br />

Incidência=<br />

nº de casos novos = 2.490 x 10.000 = 2,8/10.000 hab.<br />

população 9.003.804<br />

b) b) Significa Significa apenas apenas que que para para ca<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> 10.000 10.000 habitantes habitantes ocorreram ocorreram 2,8<br />

2,8<br />

casos casos de de dengue.<br />

dengue.<br />

Questão Questão 7<br />

7<br />

a) a) Incidência Incidência = nº de casos novos = 8 x 100 = 4 casos/100<br />

população 200<br />

b) b)<br />

b)<br />

(2 (2a<br />

Prevalência revalência<br />

sem.) sem.) = nº de casos (novos e antigos) x 100 = 2 x 100 = 1,0/100<br />

Pontual ontual<br />

população 200<br />

c) c) Incidência Incidência (2 (2a<br />

sem.) sem.) = nº de casos novos = 3 x 100 = 1,5 casos/100<br />

população 200<br />

d) d) ( (3 ( a Prevalência revalência<br />

sem.) sem.) = nº de casos (novos e antigos) x 100 = 4 x 100 = 2,0/100<br />

Pontual ontual ontual população 200<br />

e) e) e)<br />

(3 (3a<br />

Prevalência revalência revalência<br />

sem.) sem.) = nº de casos (novos e antigos) x 100 = 6 x 100 = 3,0/100<br />

Lápsica Lápsica<br />

população 200<br />

f) f) Incidência Incidência Incidência (5 (5a<br />

sem.) sem.) = nº de casos novos = 0 casos novos<br />

população<br />

Questão Questão 8<br />

8<br />

Taxa axa de de de ataque ataque = 56 x 100 ⇒ T.A = 57,14%<br />

98<br />

Questão Questão 9<br />

9<br />

Número Número de de casos, casos, óbitos, óbitos, incidência incidência e e letali<strong>da</strong>de letali<strong>da</strong>de letali<strong>da</strong>de por por grupo grupo etário,<br />

etário,<br />

de de doença doença meningocócica meningocócica no no no Estado Estado de de Brasilândia Brasilândia no no ano ano de de de 1995. 1995.<br />

1995.<br />

Grupo Grupo Etário<br />

Etário<br />

(em (em anos)<br />

anos)<br />

População opulação o<br />

N %<br />

Casos<br />

Casos<br />

Incid. Incid. p/100.000 p/100.000 hab.<br />

hab.<br />

< 1<br />

193.147 74 21,6 38,3<br />

1 - 4<br />

759.436 130 38,0 17,1<br />

5 - 9<br />

973.737 58 17,0 6,0<br />

10 - 14 975.119 24 7,0 2,5<br />

15 - 19 903.876 20 5,8 2,2<br />

20 - 29 1.631.171 16 4,7 1,0<br />

30 - 49 2.110.595 13 3,8 0,6<br />

> 50 1.165.725 7 2,1 0,6<br />

Total otal<br />

8.712.806<br />

8.712.806 342<br />

342 100,0<br />

100,0 3,9<br />

3,9<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 48<br />

de<br />

de<br />

Óbitos Óbitos<br />

Óbitos<br />

N o<br />

25<br />

20<br />

7<br />

2<br />

4<br />

6<br />

2<br />

1<br />

67 67<br />

67<br />

Letali<strong>da</strong>de<br />

Letali<strong>da</strong>de<br />

%<br />

33,8<br />

15,4<br />

12,1<br />

8,3<br />

20,0<br />

37,5<br />

15,4<br />

14,3<br />

19,6<br />

19,6


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

a) a) 1º 1º 1 1 a a 4 4 anos anos 2º 2º < < 1 1 ano ano 3º 3º 3º 5 5 a a 9 9 anos anos<br />

anos<br />

b) b) Menores Menores Menores de de um um ano<br />

ano<br />

c) c) De De De 20 20 a a 29 29 anos<br />

anos<br />

Os menores de um ano (maior coeficiente - maior risco) são um grupo populacional<br />

menor, além de serem mais vulneráveis, em decorrência <strong>da</strong> sua situação biológica e<br />

hereditária. A distribuição percentual aponta o grupo mais atingido.<br />

Questão Questão 10<br />

10<br />

(1) Vi<strong>da</strong> sedentária<br />

(2) Hábito de fumar<br />

(3) Crianças com i<strong>da</strong>de de 1 a 4 anos<br />

(4) Homens com i<strong>da</strong>de acima de 60 anos<br />

(5) Adultos jovens com vi<strong>da</strong> sexual ativa<br />

(6) Homens de 20 a 29 anos de i<strong>da</strong>de<br />

Questão Questão Questão 11<br />

11<br />

A tabela e o gráfico em questão mostram a tendência secular do sarampo no<br />

Paraná. Observa-se que, no período de 1965 a 1978, esta tendência apresentou-se<br />

estável. Os anos de 1979 e 1980 foram epidêmicos. A partir de 1981, tiveram início as<br />

campanhas anuais de vacinação contra o sarampo, mantendo-se a partir de 1981 até<br />

1987 uma tendência estável com variações cíclicas, mas com freqüências anuais superiores<br />

às do período de 1965 a 1968. Nos anos de 1988 a 1996, apresentou tendência<br />

decrescente. No ano de 1997, a tendência é crescente (ano epidêmico).<br />

Questão Questão 12<br />

12<br />

A incidência do sarampo no Paraná apresentava variação cíclica, com intervalos de dois<br />

a três anos, até o final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80, quando tiveram início as campanhas de vacinação.<br />

Questão Questão 13 13<br />

13<br />

Verifica-se, pelo gráfico, que os casos de acidentes ofídicos no Estado do Paraná<br />

ocorreram em maior número nos meses de janeiro a março, correspondendo aos<br />

meses mais quentes (verão).<br />

Questão Questão 14: 14: 14: Resposta aberta.<br />

Questão Questão 15<br />

15<br />

( 6 ) Acidentes de trãnsito e homicícios<br />

( 5 ) Hepatite B, Aids e Sífilis<br />

( 1 ) Doenças cardiovasculares<br />

( 3 ) Deficiências nutricionais e parasitoses<br />

( 2 ) Câncer de pulmão<br />

( 4 ) Câncer de próstata<br />

A raiva canina no Estado do Paraná, apresentou nos anos de 1955 a 1965, incidência em<br />

níveis endêmicos e com ciclici<strong>da</strong>de qüinqüenal. Entre 1966 e 1970, teve início uma epidemia do<br />

tipo lenta e propaga<strong>da</strong>, cuja culminância ocorreu em 1970. Nos anos de 1971 a 1979, houve<br />

um decréscimo acentuado na incidência <strong>da</strong> raiva canina. Vale ressaltar, que a partir de 1971,<br />

tiveram início as campanhas anuais de vacinação canina. Houve um pico epidêmico no ano de<br />

1980, decrescendo em 1981. A partir de 1982 até 1998, mantem-se em níveis de eliminação.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 49


FUNASA - abril/2001 - pag. 50<br />

Ano Ano<br />

x (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

(x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x x (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x (x-x) (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x (x-x) (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x (x-x) (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x (x-x) (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x (x-x) (x-x) (x-x) 2<br />

_<br />

x (x-x) (x-x) (x-x) 2<br />

Fev Fev Mar Mar Abr Abr Mai Mai Jun Jun Jul Jul Ago Ago Ago Set Set Out Out Nov Nov Nov Dez<br />

_ _<br />

x (x-x)<br />

(x-x)<br />

1979<br />

1980<br />

1981<br />

1982<br />

1983<br />

1984<br />

1985<br />

1986<br />

∑<br />

_<br />

X<br />

0,18<br />

0,10<br />

0,09<br />

0,07<br />

0,09<br />

0,09<br />

0,15<br />

0,11<br />

0,0049<br />

0,0001<br />

0,0004<br />

0,0016<br />

0,0004<br />

0,0004<br />

0,0016<br />

0,0000<br />

0,15<br />

0,15<br />

0,12<br />

0,08<br />

0,14<br />

0,16<br />

0,13<br />

0,15<br />

0,14<br />

0,0001<br />

0,0001<br />

0,0004<br />

0,0036<br />

0,0000<br />

0,0004<br />

0,0001<br />

0,0001<br />

0,21<br />

0,15<br />

0,16<br />

0,12<br />

0,14<br />

0,13<br />

0,09<br />

0,09<br />

0,14<br />

0,0049 0,21<br />

0,0001 0,20<br />

0,0004 0,09<br />

0,0004 0,08<br />

0,0000 0,17<br />

0,0001 0,16<br />

0,0025 0,12<br />

0,0025 0,16<br />

0,15<br />

0,0036 0,15<br />

0,0025 0,21<br />

0,0036 0,14<br />

0,0049 0,12<br />

0,0004 0,14<br />

0,0001 0,16<br />

0,0009 0,18<br />

0,0001 0,23<br />

0,17<br />

0,0004<br />

0,0016<br />

0,0009<br />

0,0025<br />

0,0009<br />

0,0001<br />

0,0001<br />

0,0036<br />

0,88<br />

0,88 0,0094<br />

0,0094 1,08<br />

1,08 0,0048 0,0048<br />

0,0048 1,09<br />

1,09 0,0109<br />

0,0109 1,19<br />

1,19 0,0161<br />

0,0161 1,33<br />

1,33 0,0101<br />

0,0101 1,66<br />

1,66 0,0082 0,0082<br />

0,0082 1,36<br />

1,36 0,0206<br />

0,0206 1,16 1,16<br />

1,16 0,0282 0,0282<br />

0,0282 1,21 1,21<br />

1,21 0,0083<br />

0,0083 1,04 1,04<br />

1,04<br />

0,11<br />

0,23<br />

0,20<br />

0,17<br />

0,15<br />

0,23<br />

0,20<br />

0,25<br />

0,23<br />

0,21<br />

0,0004<br />

0,0001<br />

0,0016<br />

0,0036<br />

0,0004<br />

0,0001<br />

0,0016<br />

0,0004<br />

0,24<br />

0,18<br />

0,14<br />

0,08<br />

0,15<br />

0,19<br />

0,14<br />

0,24<br />

0,17<br />

0,0049<br />

0,0001<br />

0,0009<br />

0,0081<br />

0,0004<br />

0,0004<br />

0,0009<br />

0,0049<br />

0,22<br />

0,07<br />

0,13<br />

0,05<br />

0,19<br />

0,12<br />

0,17<br />

0,21<br />

0,15<br />

0,0049<br />

0,0064<br />

0,0004<br />

0,01<br />

0,0016<br />

0,0009<br />

0,0004<br />

0,0036<br />

0,17<br />

0,14<br />

0,13<br />

0,11<br />

0,20<br />

0,19<br />

0,11<br />

0,16<br />

0,15<br />

0,0004<br />

0,0001<br />

0,0004<br />

0,0016<br />

0,0025<br />

0,0016<br />

0,0016<br />

0,0001<br />

0,12<br />

0,09<br />

0,08<br />

0,07<br />

0,16<br />

0,19<br />

0,09<br />

0,24<br />

0,13<br />

0,0001<br />

0,0016<br />

0,0025<br />

0,0036<br />

0,0009<br />

0,0036<br />

0,0016<br />

0,0121<br />

0,21<br />

0,10<br />

0,12<br />

0,09<br />

0,10<br />

0,10<br />

0,17<br />

0,19<br />

0,14<br />

(x-x) 2<br />

0,0049<br />

0,0016<br />

0,004<br />

0,0025<br />

0,0016<br />

0,0016<br />

0,0009<br />

0,0004<br />

0,026<br />

0,026 1,08<br />

1,08 0,0175<br />

0,0175<br />

Questão Questão 15<br />

15<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I


Jan<br />

Jan<br />

Fev ev<br />

Mar<br />

Mar<br />

Abr<br />

Abr<br />

Mai<br />

Mai<br />

Jun<br />

Jun<br />

0,14<br />

0,11<br />

0,14<br />

0,14<br />

0,15<br />

0,17<br />

0,054<br />

0,037<br />

0,026<br />

0,039<br />

0,047<br />

0,037<br />

0,25<br />

0,18<br />

0,19<br />

0,22<br />

0,24<br />

0,24<br />

Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Ano Ano X S L Ano<br />

Ano X S<br />

Max =X+1,96s<br />

=X+1,96s =X+1,96s<br />

L Max _ _ _<br />

_<br />

=X+1,96s<br />

=X+1,96s<br />

Memória Memória de de cálculo cálculo cálculo dos dos desvios desvios padrão:<br />

padrão:<br />

=<br />

S =<br />

fev fev<br />

=<br />

S =<br />

abr abr abr<br />

S = jun jun<br />

S = ago ago<br />

S = out out<br />

=<br />

S =<br />

dez dez<br />

0,0094 0,0094<br />

0,0094<br />

7<br />

0,0109<br />

0,0109<br />

7<br />

0,0101<br />

0,0101<br />

7<br />

0,0206<br />

0,0206<br />

7<br />

0,0083<br />

0,0083<br />

7<br />

0,0175<br />

0,0175<br />

7<br />

s s s = = = 0,037 0,037<br />

0,037<br />

s s = = 0,039<br />

0,039<br />

s s = = 0,037<br />

0,037<br />

s s = = 0,054<br />

0,054<br />

s s = = 0,034<br />

0,034<br />

s s = = 0,05<br />

0,05<br />

Jul<br />

Jul<br />

Ago<br />

Ago<br />

Set<br />

Set<br />

Out<br />

Out<br />

Nov<br />

Nov<br />

Dez<br />

Dez<br />

S = mar mar<br />

S = mai mai<br />

=<br />

S =<br />

jul jul<br />

=<br />

S =<br />

set set<br />

S = nov nov<br />

0,21<br />

0,17<br />

0,15<br />

0,15<br />

0,13<br />

0,14<br />

0,034<br />

0,054<br />

0,063<br />

0,034<br />

0,061<br />

0,05<br />

0,0048 0,0048<br />

0,0048<br />

7<br />

0,0161<br />

0,0161<br />

7<br />

0,0082<br />

0,0082<br />

7<br />

0,0282<br />

0,0282<br />

7<br />

0,026 0,026<br />

0,026<br />

7<br />

0,28<br />

0,28<br />

0,27<br />

0,22<br />

0,25<br />

0,24<br />

s s s = = = 0,026 0,026<br />

0,026<br />

s s = = 0,047<br />

0,047<br />

s s = = 0,034<br />

0,034<br />

s s = = 0,063<br />

0,063<br />

s s = = 0,061<br />

0,061<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 51


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Módulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Questão Questão 17 17<br />

17<br />

Incidência/ 100.000 hab.<br />

Incidência p/100.000hab<br />

0,50<br />

0,45<br />

0,40<br />

0,35<br />

0,30<br />

0,25<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

0,00<br />

Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />

0,30<br />

0,25<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

0,00<br />

Jan Fev M ar Abr M aio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />

Mês<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 52<br />

Diagrama Diagrama de de Controle Controle para para Doença Doença Meningocócica.<br />

Meningocócica.<br />

Região egião <strong>da</strong> <strong>da</strong> Grande Grande São São PP<br />

Paulo, PP<br />

aulo, 1979 1979 a a 1986<br />

1986<br />

Lm ax Média Lm in<br />

No ano de 1987, observa-se uma incidência nos meses de março, abril e outubro,<br />

acima do limite máximo esperado, caracterizando limites epidêmicos e acima <strong>da</strong><br />

média durante quase todo o ano, à exceção do mês de agosto, onde a incidência<br />

esteve abaixo <strong>da</strong> média.<br />

Diagrama Diagrama Diagrama de de Controle Controle para para Doença Doença Meningocócica.<br />

Meningocócica.<br />

Região egião <strong>da</strong> <strong>da</strong> Grande Grande São São P PPaulo,<br />

P Paulo,<br />

aulo, 1979 1979 a a 1986<br />

1986<br />

Média Lm ax 1987<br />

Mês


Curso Básico de Vigilância Epidemiológica - Modulo III - Uni<strong>da</strong>de I<br />

Já no ano de 1988, observa-se que a incidência no mês janeiro estava acima <strong>da</strong><br />

média e, a partir de março até o mês de novembro, os valores estiveram acima do<br />

limite máximo esperado, caracterizando-se, portanto como um ano epidêmico, com<br />

incidência decrescente a partir do mês agosto, oscilando para cima em novembro e<br />

atingindo, em dezembro, valor dentro do limite máximo esperado.<br />

Questão Questão 18: 18: Resposta aberta.<br />

FUNASA - abril/2001 - pag. 53


Coordenação<br />

Coordenação<br />

Vera Lúcia Gattás<br />

Elaboração<br />

Elaboração<br />

Ana Maria Johnson de Assis<br />

Eduardo Hage Carmo<br />

Edwin Antônio Solórzano Castillo<br />

Luiza de Marilac Meireles Barbosa<br />

Márcia Benedita Oliveira<br />

Maria de Fátima Calderaro<br />

Maria Goretti de Godoy Souza<br />

Márcia Caraça Cortáz<br />

Natal Jataí de Camargo<br />

Instituiçoes Instituiçoes P PParticipantes<br />

P articipantes<br />

Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> <strong>da</strong> Bahia<br />

Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> do Ceara<br />

Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> do Paraná<br />

Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> de Pernambuco<br />

Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> do Rio de Janeiro<br />

Secretaria de Estado <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> de São Paulo<br />

Centro Nacional de Epidemiologia / Fun<strong>da</strong>ção Nacional de <strong>Saúde</strong><br />

Revisão evisão de de de T TTexto<br />

T exto<br />

Regina Coeli Pimenta de Mello<br />

Waldir Rodrigues Pereira<br />

Editoração Editoração Gráfica Gráfica e e Diagramação<br />

Diagramação<br />

Edite Damásio <strong>da</strong> Silva - CENEPI/FUNASA/MS<br />

Marcos Antonio Silva de Almei<strong>da</strong> - CENEPI/FUNASA/MS<br />

A coleção institucional do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> pode ser acessa<strong>da</strong><br />

gratuitamente na Biblioteca Virtual em <strong>Saúde</strong>:<br />

http://www.saude.gov.br/bvs<br />

O conteúdo desta e de outras obras <strong>da</strong> Editora do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong><br />

pode ser acessado gratuitamente na página:<br />

http://www.saude.gov.br/editora<br />

EDITORA MS<br />

Coordenação-Geral de Documentação e Informação/SAA/SE<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE<br />

(Reprodução fiel do original)<br />

SIA, Trecho 4, Lotes 540/610 – CEP: 71200-040<br />

Telefone: (61) 233-2020 Fax: (61) 233-9558<br />

E-mail: editora.ms@saude.gov.br<br />

Home page: http://www.saude.gov.br/editora<br />

Brasília – DF, novembro de 2003<br />

OS 1397/2003

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!