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Caracterização do perfil de consumo energético em regiões ...

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Energia e Meio Ambiente<br />

28 a 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008<br />

Salva<strong>do</strong>r - BA<br />

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE CONSUMO ENERGÉTICO EM<br />

REGIÕES ISOLADAS DE MOÇAMBIQUE<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Prof. Afonso Henriques Moreira Santos<br />

Eng. Ricar<strong>do</strong> A. Passos da Cruz<br />

Eng. Ricar<strong>do</strong> Nogueira Magalhães<br />

Este artigo apresenta uma síntese da caracterização da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia <strong>em</strong><br />

<strong>regiões</strong> isoladas <strong>de</strong> Moçambique, resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> para o<br />

governo daquele país. Na sua essência, o <strong>perfil</strong> não se distingue muito da<br />

realida<strong>de</strong> brasileira <strong>em</strong> <strong>regiões</strong> pobres, a não ser por características tribais,<br />

inexistentes aqui. A importância da energia antropogênica e a quase inexistência<br />

da energia zoogênica sào, ainda, pontos <strong>de</strong> maiores diferenças entre as duas<br />

realida<strong>de</strong>s.<br />

2. PERFIL DO CONSUMO DE ENERGIA EM MOÇAMBIQUE<br />

A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia, <strong>em</strong> Moçambique, po<strong>de</strong> ser caracterizada <strong>de</strong> três formas:<br />

<strong>de</strong>manda efetiva, <strong>de</strong>manda reprimida e <strong>de</strong>manda potencial. A <strong>de</strong>manda efetiva é<br />

aquela verificada nos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> produção, conseqüência da <strong>de</strong>manda <strong>do</strong>s<br />

consumi<strong>do</strong>res liga<strong>do</strong>s aos sist<strong>em</strong>as técnicos <strong>de</strong> fornecimento. A <strong>de</strong>manda<br />

reprimida se caracteriza pela parcela não atendida da <strong>de</strong>manda, face a restrições<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m técnica e/ou econômica. Assim, se enquadra aí a possível <strong>de</strong>manda<br />

que se teria caso não houvesse restrição <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s no atendimento a<br />

consumi<strong>do</strong>res já conecta<strong>do</strong>s. Tal fato ficou b<strong>em</strong> caracteriza<strong>do</strong> na região da<br />

concessão <strong>de</strong> Inhambane, on<strong>de</strong> a não expansão <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong>, limitou a expansão da <strong>de</strong>manda, mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> áreas atendidas,


o que, s<strong>em</strong> dúvidas, foi uma das principais formas <strong>de</strong> insatisfação da socieda<strong>de</strong><br />

local. A <strong>de</strong>manda potencial é a mais difícil <strong>de</strong> ser estimada, pois está ligada a<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento e crescimento econômico. Uma expansão da re<strong>de</strong><br />

para áreas não atendidas anteriormente incorpora nova <strong>de</strong>manda, que po<strong>de</strong>ria<br />

ser consi<strong>de</strong>rada, antes da expansão, como potencial. Ela não está reprimida, pois<br />

sequer aconteceu ainda. Gran<strong>de</strong> parte da <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> país po<strong>de</strong> ser enquadrada<br />

aí, pela absoluta falta <strong>de</strong> atendimento por sist<strong>em</strong>as técnicos <strong>de</strong> produção.<br />

A <strong>de</strong>manda também po<strong>de</strong> ser dividida por vetor <strong>energético</strong>: eletricida<strong>de</strong>,<br />

combustível e outros. Enten<strong>de</strong>-se por “outros” principalmente a <strong>de</strong>manda por<br />

energia animal (antropogênica ou zoogênica), e a mecânica, como po<strong>de</strong> ser o<br />

aquecimento por energia solar ou o caso <strong>de</strong> bombeamento diretamente aciona<strong>do</strong>.<br />

Com relação à <strong>de</strong>manda por combustíveis, po<strong>de</strong>m-se fazer os seguintes<br />

comentários:<br />

Combustíveis fósseis<br />

a) Gás natural<br />

O gás natural t<strong>em</strong> como característica uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuição muito pequena, o que impe<strong>de</strong> a proliferação <strong>de</strong><br />

seu uso, não existin<strong>do</strong> também o uso <strong>de</strong> gás natural<br />

comprimi<strong>do</strong> veicular.<br />

i. Combustível <strong>de</strong> uso final<br />

1. Uso térmico<br />

Pouco utiliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a restrições <strong>de</strong><br />

distribuição.<br />

2. Uso veicular<br />

ii. Energia elétrica<br />

b) Carvão mineral<br />

Nenhum uso atual.<br />

Pouco uso atualmente, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser usa<strong>do</strong> com<br />

ressalvas à disponibilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> termelétricas para<br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, como no caso <strong>de</strong> Inhambane.


i. Combustível <strong>de</strong> uso final<br />

1. Uso térmico<br />

ii. Energia elétrica<br />

c) Petróleo<br />

Usa<strong>do</strong> pouco e com baixa eficiência.<br />

Pouco usual, a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> através <strong>de</strong><br />

carvão <strong>em</strong> termelétricas.<br />

i. Combustíveis líqui<strong>do</strong>s<br />

1. Gasolina<br />

T<strong>em</strong> sua maior utilização <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s centros<br />

urbanos.<br />

2. Querosene<br />

Muito utiliza<strong>do</strong> para iluminação <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o País.<br />

3. Óleo diesel<br />

T<strong>em</strong> seu uso maior <strong>em</strong> postos administrativos<br />

através <strong>de</strong> gera<strong>do</strong>res e possui uma gran<strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento.<br />

4. Óleos pesa<strong>do</strong>s<br />

Pouco utiliza<strong>do</strong>s.<br />

5. Parafina<br />

Pouco utiliza<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> perigo<br />

existente, como, por ex<strong>em</strong>plo, incêndios, mas<br />

com gran<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas <strong>regiões</strong>.<br />

ii. Combustíveis gasosos


Combustíveis renováveis<br />

a) Biomassa<br />

1. Gás liquefeito <strong>de</strong> Petróleo (GLP)<br />

Energético <strong>de</strong> pouco uso, ten<strong>do</strong> seu principal<br />

<strong>consumo</strong> <strong>em</strong> cida<strong>de</strong>s.<br />

A caracterização da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> biomassa po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> três<br />

tipos:<br />

i. Tradicional<br />

ii. Melhorada<br />

1. Lenha catada<br />

Muito utilizada na região, principal <strong>energético</strong><br />

utiliza<strong>do</strong> pela população. As mulheres são as<br />

gran<strong>de</strong>s responsáveis por este tipo <strong>de</strong> serviço. A<br />

lenha catada encontra-se cada vez mais longe<br />

das cida<strong>de</strong>s.<br />

1. Lenha plantada<br />

Pouco utilizada, <strong>de</strong>staca-se como principal<br />

potencial <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às áreas<br />

disponíveis <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>.<br />

2. Carvão vegetal<br />

É um combustível <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> uso para cocção,<br />

mesmo na região <strong>de</strong> Maputo. Isto é<br />

conseqüência <strong>de</strong> <strong>do</strong>is pontos: primeiro, com a<br />

oferta <strong>de</strong> lenha cada vez mais distante, o carvão<br />

passou a substituí-la, por ser <strong>de</strong> fácil transporte e<br />

armazenamento; segun<strong>do</strong>, culturalmente a<br />

população local prefere as comidas preparadas<br />

com carvão (grelhadas).


Outros<br />

iii. Mo<strong>de</strong>rna<br />

a) Animal<br />

A <strong>de</strong>manda por este tipo <strong>de</strong> energia é incipiente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

às condições e realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> país, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser<br />

aproveitada para exportação. Dentre suas formas t<strong>em</strong>-<br />

se:<br />

1. Combustíveis líqui<strong>do</strong>s<br />

Incipiente, com alguns casos <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> óleo<br />

vegetal (Zambézia).<br />

2. Combustíveis gasosos<br />

Desconheci<strong>do</strong>, <strong>em</strong>bora haja uma significativa<br />

<strong>de</strong>manda potencial para seu uso, notadamente<br />

para geração termelétrica com gaseifica<strong>do</strong>res.<br />

3. Brikets/pellets<br />

Existe um merca<strong>do</strong> potencial para substituição<br />

<strong>do</strong> carvão <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s<br />

A energia animal foi dividida <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com duas naturezas,<br />

a praticada pelo hom<strong>em</strong>, chamada <strong>de</strong> antropogênica, e a<br />

realizada por animais, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> zoogênica.<br />

i. Antropogênica<br />

1. Carga direta<br />

Trata-se <strong>do</strong> tipo mais utiliza<strong>do</strong> na região <strong>em</strong><br />

estu<strong>do</strong>, principalmente para o transporte <strong>de</strong><br />

lenha, carvão vegetal e alimentos. As pessoas


ii. Zoogênica<br />

carregam esta matéria-prima <strong>em</strong> cima das<br />

cabeças, nas costas e nos braços.<br />

2. Carga indireta<br />

Refere-se à carga transportada através <strong>de</strong><br />

veículos, sen<strong>do</strong> pouco utilizada na região,<br />

aponta-se um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> crescimento,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>stacar:<br />

1. Carga direta<br />

Veicular<br />

Outros,<br />

O uso <strong>de</strong> bicicletas e triciclos é<br />

incipiente <strong>em</strong> Moçambique.<br />

Po<strong>de</strong>-se citar o caso da bomba<br />

manual <strong>de</strong> água, on<strong>de</strong> seu uso é<br />

bastante restrito no País. Esta é<br />

uma boa política, pois isto propicia<br />

uma gran<strong>de</strong> melhora <strong>de</strong> vida, a<br />

qualida<strong>de</strong> da água eleva-se.<br />

Pouco utilizada <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a pouca disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> animais na região.<br />

2. Carga indireta<br />

Veicular<br />

Também com baixo índice <strong>de</strong><br />

utilização, há potencial <strong>de</strong><br />

crescimento para o transporte <strong>de</strong>


) Mecânica<br />

i. Termo solar<br />

carga e passageiros através <strong>de</strong><br />

carroças.<br />

Acionamento mecânico<br />

Pouco utilizada, há potencial <strong>de</strong><br />

crescimento para utilização <strong>em</strong><br />

máquinas <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong><br />

alimentos e no bombeamento <strong>de</strong><br />

água..<br />

Pouco utiliza<strong>do</strong> na região <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, possuin<strong>do</strong> uso<br />

maior para fins <strong>de</strong> aquecimento, principalmente <strong>em</strong><br />

hotéis e hospitais nos gran<strong>de</strong>s centros.<br />

ii. Acionamento mecânico direto<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda potencial, notadamente para<br />

bombeamento<br />

Além <strong>de</strong>stas classificações, po<strong>de</strong>-se caracterizar a <strong>de</strong>manda com base na<br />

energia <strong>de</strong> uso final. O <strong>consumo</strong> final <strong>de</strong> energia é <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> pelos<br />

diferentes setores da ativida<strong>de</strong> socioeconômica <strong>do</strong> País, para on<strong>de</strong><br />

converg<strong>em</strong> as energias primária e secundária, ten<strong>do</strong> como característica<br />

uma pequena eficiência na maioria <strong>de</strong> seus usos. Os usos finais<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s como <strong>de</strong> maior inserção na realida<strong>de</strong> moçambicana são<br />

mostra<strong>do</strong>s a seguir:<br />

i. Resi<strong>de</strong>ncial<br />

1. Iluminação<br />

O uso <strong>de</strong> lampiões se faz presente <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte<br />

das residências moçambicanas, verifican<strong>do</strong>-se uma<br />

recente e intensa eletrificação das residências <strong>de</strong><br />

<strong>regiões</strong> isoladas através <strong>de</strong> baterias.


2. Cocção<br />

ii. Comercial<br />

iii. Industrial<br />

Geralmente, utiliza-se o cozimento manual através <strong>de</strong> 3<br />

pedras e grelhas, <strong>de</strong> baixa eficiência. O i<strong>de</strong>al seria o<br />

uso <strong>de</strong> fogões, o que proporcionaria uma melhoria na<br />

eficiência.<br />

3. Refrigeração<br />

4. Bombeamento<br />

Pouco uso <strong>em</strong> residências que não estejam ligadas<br />

às re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

Não há nenhuma política para este uso, <strong>em</strong>bora tenha<br />

ocorrências esporádicas.<br />

1. Iluminação<br />

Fort<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da energia elétrica, seja <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>, gera<strong>do</strong>res próprios ou baterias. Pouco a pouco o<br />

uso <strong>de</strong> lâmpadas eficientes está se tornan<strong>do</strong> comum.<br />

2. Refrigeração<br />

1. Iluminação<br />

De produtos<br />

Nos sist<strong>em</strong>as isola<strong>do</strong>s há uma gran<strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong> bebidas nas<br />

barracas.<br />

Ambienta<br />

Importante nos maiores sist<strong>em</strong>as, face ao<br />

clima, não t<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> relevância <strong>em</strong><br />

sist<strong>em</strong>as isola<strong>do</strong>s, por ser uma priorida<strong>de</strong><br />

face às outras <strong>de</strong>mandas potenciais.


A maioria das unida<strong>de</strong>s industriais <strong>de</strong> pequeno porte<br />

utiliza apenas a iluminação natural.<br />

2. Acionamento mecânico<br />

3. Refrigeração<br />

4. Secag<strong>em</strong><br />

iv. Serviços públicos<br />

Processamento <strong>de</strong> alimentos<br />

Normalmente aciona<strong>do</strong>s por motores a<br />

combustão e, <strong>em</strong> casos esporádicos,<br />

on<strong>de</strong> os sist<strong>em</strong>as permit<strong>em</strong>, por motores<br />

elétricos.<br />

Bombeamento<br />

S<strong>em</strong>elhante ao anterior.<br />

De produtos<br />

A conservação <strong>de</strong> alimentos po<strong>de</strong> ser um<br />

importante diferencial <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>,<br />

mas, fora as indústrias <strong>de</strong> maior porte,<br />

nos sist<strong>em</strong>as isola<strong>do</strong>s não é comum este<br />

uso.<br />

Muito utilizada para a secag<strong>em</strong> <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong> (ao t<strong>em</strong>po),<br />

po<strong>de</strong>ria ser melhorada com o uso <strong>de</strong> estufas.<br />

1. Iluminação<br />

Pública<br />

Predial<br />

A iluminação <strong>de</strong> logra<strong>do</strong>uros públicos é<br />

muito importante, pois são pontos <strong>de</strong><br />

encontro da população <strong>em</strong> Moçambique.


2. Cocção<br />

3. Refrigeração<br />

Basicamente esta <strong>de</strong>manda se concentra<br />

<strong>em</strong> escritórios <strong>de</strong> administração pública e<br />

hospitais, e t<strong>em</strong> apresenta<strong>do</strong> um valor<br />

crescente. Entretanto, é necessário<br />

enten<strong>de</strong>r a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s postos<br />

administrativos, on<strong>de</strong> a instalação <strong>de</strong><br />

certos serviços públicos (como saú<strong>de</strong>)<br />

trás consigo servi<strong>do</strong>res públicos,<br />

<strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s para essas <strong>regiões</strong> distantes,<br />

que muitas vezes se beneficiam <strong>de</strong><br />

moradia <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, com características <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>manda bastante distintas (e maiores)<br />

da população nativa. Consi<strong>de</strong>ra-se, aqui,<br />

esta <strong>de</strong>manda resi<strong>de</strong>ncial como sen<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

serviços públicos.<br />

O uso <strong>de</strong> fogões a lenha <strong>em</strong> hospitais e<br />

escolas exige muita lenha. Fogões<br />

eficientes melhorariam a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

processo, reduzin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>manda sobre<br />

esses recursos <strong>energético</strong>s.<br />

O uso <strong>de</strong> gela<strong>de</strong>iras é comum <strong>em</strong> hospitais e postos <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, para a conservação <strong>de</strong> medicamentos, sen<strong>do</strong><br />

quase s<strong>em</strong>pre aciona<strong>do</strong>s por energia elétrica <strong>de</strong><br />

gera<strong>do</strong>res próprios. O uso <strong>de</strong> gela<strong>de</strong>iras a querosene<br />

ou GLP seriam boas alternativas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> contexto <strong>do</strong><br />

País. Outra opção seria a termoacumulação para<br />

armazenamento <strong>de</strong> gelo.<br />

A refrigeração ambiental é <strong>de</strong> uso corrente nos serviços<br />

públicos, sen<strong>do</strong> responsável por parte importante da<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia elétrica.


v. Transporte<br />

vi. Outros<br />

4. Bombeamento<br />

Po<strong>de</strong> ser feito <strong>em</strong> poços públicos ou prédios públicos.<br />

No caso <strong>de</strong> poços públicos, <strong>em</strong> boa parte <strong>do</strong>s casos é<br />

através <strong>de</strong> acionamento manual, enquanto <strong>em</strong> prédios<br />

públicos é elétrico.<br />

5. Comunicações<br />

Em Moçambique, a cobertura <strong>de</strong> telecomunicações é<br />

alta, mesmo <strong>em</strong> locais isola<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> comum o uso <strong>de</strong><br />

energia solar.<br />

1. Não motoriza<strong>do</strong><br />

Ë pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente antropogênico, sen<strong>do</strong> as<br />

pessoas responsáveis pelo próprio transporte<br />

Individual. O uso <strong>de</strong> bicicletas ocorre <strong>de</strong> forma intensa<br />

<strong>em</strong> algumas <strong>regiões</strong>, como na região norte <strong>do</strong> País. Já<br />

<strong>em</strong> Maputo e <strong>regiões</strong> costeiras não é comum, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

ao fato <strong>de</strong> as ruas ser<strong>em</strong> <strong>de</strong> areia.<br />

2. Motoriza<strong>do</strong><br />

O transporte motoriza<strong>do</strong> individual se concentra nas<br />

maiores cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> país, sen<strong>do</strong> escasso nos sist<strong>em</strong>as<br />

isola<strong>do</strong>s. O próprio transporte coletivo motoriza<strong>do</strong> não<br />

é tão difundi<strong>do</strong>, posta ser a mobilida<strong>de</strong> das pessoas<br />

bastante baixa.<br />

O transporte <strong>de</strong> carga motoriza<strong>do</strong> ten<strong>de</strong> a apresentar<br />

um crescimento significativo, à medida que a<br />

produtivida<strong>de</strong> aumenta, geran<strong>do</strong> exce<strong>de</strong>ntes. Isto é<br />

especialmente verda<strong>de</strong> para os sist<strong>em</strong>as isola<strong>do</strong>s.<br />

1. Hotelaria


3. CONCLUSÃO<br />

Setor <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o potencial turístico<br />

<strong>do</strong> País. As maiores instalações têm geração <strong>de</strong>dicada,<br />

própria ou <strong>de</strong> terceiros. Enquadra-se neste último caso<br />

os hotéis instala<strong>do</strong>s na ilha <strong>de</strong> Bazaruto, on<strong>de</strong> uma<br />

concessionária <strong>de</strong> energia elétrica é o fornece<strong>do</strong>r,<br />

utilizan<strong>do</strong> o gás natural, que v<strong>em</strong> <strong>do</strong> continente <strong>em</strong><br />

dutos.<br />

É necessária uma adaptação tecnológica para aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s<br />

energéticas <strong>de</strong> Moçambique, que passa por extr<strong>em</strong>o. Por ex<strong>em</strong>plo: <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, é<br />

fundamental a evolução <strong>de</strong> lâmpadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga eficientes, para funcionamento<br />

<strong>em</strong> baterias; <strong>de</strong> outro la<strong>do</strong>, necessita-se introduzir, aí, <strong>de</strong> maneira intensiva, a<br />

tração animal, o que requer um controle sanitário <strong>de</strong> difícil impl<strong>em</strong>entação. A<br />

primeira observação é a<strong>de</strong>rente ao Brasil, enquanto a segunda nada t<strong>em</strong> a ver,<br />

posto o gra<strong>de</strong> uso <strong>de</strong>sta prática aqui.<br />

4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA<br />

KPMG, Governo <strong>de</strong> Moçambique, Development of Policy for Renewable<br />

Energy and Master Plan for Provision of Off-grid Energy, Partial Report,<br />

Maputo, 2008.

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