Selos de Portugal - Álbum IV (1971/1978) - FEP
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Concepção e texto <strong>de</strong> Carlos Kullberg<br />
P o r t u g a l<br />
1972 - Emissão Comemorativa da Reforma Pombalina da Universida<strong>de</strong><br />
Desenhos dos Serviços Artísticos dos CTT representando o Marquês <strong>de</strong> Pombal, um quadro alusivo a<br />
diversas ciências, a insígnia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra. Impressão em off-set pela Litografia Maia<br />
sobre papel esmalte em folhas <strong>de</strong> 100 selos com <strong>de</strong>nteado 13,5. Foram emitidos 9 milhões <strong>de</strong> selos <strong>de</strong><br />
1$00 amarelo-ouro vermelho preto azul cinzento e castanho, 1 milhão <strong>de</strong> selos <strong>de</strong> 2$50 azul ver<strong>de</strong><br />
amarelo-ouro e vermelho, e 1 milhão <strong>de</strong> selos <strong>de</strong> 8$00 castanho amarelo vermelho ver<strong>de</strong> e cinzento.<br />
Postos em circulação a 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1972.<br />
REFORMA POMBALINA DA UN<strong>IV</strong>ERSIDADE - Após dois séculos e meio <strong>de</strong> consecutivas transferências,<br />
a Universida<strong>de</strong> Portuguesa é <strong>de</strong>finitivamente instalada em Coimbra (1537) por D. João III. De 1537 a<br />
1772 alonga-se a vida da Universida<strong>de</strong> entre glórias e insucessos! No período pós-joanino, a <strong>de</strong>cadência<br />
universitária reflecte-se em ofensas do meio ambiente, expoliações, indiferença estatal, querelas com<br />
diversas instituições religiosas ou não. A governação filipina apresenta novos Estatutos <strong>de</strong> que se salientam<br />
os confirmados em 20-VII-1602 (oitavos ou “Estatutos Velhos”). A mo<strong>de</strong>rnização da cultura portuguesa,<br />
sobretudo por obra dos “estrangeiros”, começou a fazer sentir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma europeização<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra. No terceiro quartel do século XVIII <strong>de</strong>batem-se as escolas e doutrinas<br />
políticas e filosóficas com forte reflexo na universida<strong>de</strong>, cuja reforma se reclama. Ribeiro Sanches<br />
(“estrangeirado”), ilustre médico hebreu exilado pela França, Inglaterra, Holanda, Rússia, etc., preconiza<br />
em 1763, uma Universida<strong>de</strong> Real nova, no nosso país. É o pioneiro <strong>de</strong>ste movimento reorganizador, o<br />
português, também “estrangeirado”, Luís António Vernay, com o seu “Verda<strong>de</strong>iro Método <strong>de</strong> Estudar”<br />
(1746). É intenso, então, o intercâmbio da Universida<strong>de</strong> e das Aca<strong>de</strong>mias, quer <strong>de</strong> livros, quer <strong>de</strong> doutrinas<br />
e professores ou sócios. Descarte e Kant entram, mais ou menos aberta e largamente, no conhecimento<br />
universitário dos países europeus. A luta anti-aristotélica é viva, como entre nós o revela o Compêndio<br />
Histórico <strong>de</strong> 1771, antecâmara da Reforma Universitária do ano imediato, profundamente inspirada<br />
na pregação <strong>de</strong> Verney, Ribeiro Sanches e outros próceres do Iluminismo. Das várias reformas que<br />
teve a Universida<strong>de</strong> e respectivos “Estatutos”, a que mais assombra e admira é a <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />
1772, ou “Estatutos Novos”, publicados em 1773 e cujas disposições ainda se encontram em vigor. É<br />
esta a notável Reforma Pombalina tão radical e profunda, que logo assentou solidamente. Foi posta em<br />
vigor pelo próprio ministro <strong>de</strong> D. José I, Sebastião José <strong>de</strong> Carvalho e Melo, Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oeiras e Marquês<br />
<strong>de</strong> Pombal que, com po<strong>de</strong>res especiais <strong>de</strong> reformador e lugar-tenente do Rei, visitou a Universida<strong>de</strong>. Foi<br />
o Marquês pessoalmente a Coimbra on<strong>de</strong> chegou a 22 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1772, dando aí ao fim <strong>de</strong> um<br />
mês, coadjuvado pelo reitor D. Francisco <strong>de</strong> Lemos <strong>de</strong> Faria Pereira Coutinho, o primeiro impulso para a<br />
gran<strong>de</strong> reforma. Após a morte do Marquês <strong>de</strong> Pombal houve sérias tentativas para inutilizar a reforma,<br />
mas valeu-lhe o gran<strong>de</strong> talento e <strong>de</strong>dicação do reitor D. Francisco <strong>de</strong> Lemos com a longa dissertação<br />
“Relação geral do estado da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio da nova reforma até ao mês <strong>de</strong><br />
Setembro <strong>de</strong> 1777, para ser presente à Rainha Nossa Senhora...”.