Aula 7 - Prof. Doutor Jorge Olivio Penicela Nhambiu - Universidade ...
Aula 7 - Prof. Doutor Jorge Olivio Penicela Nhambiu - Universidade ...
Aula 7 - Prof. Doutor Jorge Olivio Penicela Nhambiu - Universidade ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE – Faculdade de Engenharia<br />
Transmissão de calor<br />
3º ano<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 1
<strong>Aula</strong> 7 * 3.6 Superfícies Estendidas<br />
Balanço de energia para uma face<br />
Alhetas com secção uniforme<br />
Alheta que perde calor por convecção pela sua<br />
extremidade<br />
Alheta com a extremidade isolada<br />
Alheta com temperatura prescrita na sua extremidade<br />
Alheta com comprimento infinito<br />
Eficiência da alheta<br />
Desempenho da alheta<br />
Comprimento adequado da alheta<br />
Transferência de Calor em Configurações<br />
Usuais<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 2
3.6 Superfícies Estendidas<br />
O termo superfície estendida é comummente usado<br />
em referência a um sólido onde há transferência de<br />
energia por condução no interior de suas fronteiras e<br />
transferência de energia por convecção (e/ou<br />
radiação) entre suas fronteiras e a vizinhança.<br />
Em diversas condições de engenharia usam-se<br />
superfícies estendidas para aumentar a eficiência de<br />
troca de calor, quer na colecta de energia (colectores<br />
solares) quer na sua dissipação (motores).<br />
<strong>Prof</strong> Dr. Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 3
3.6 Superfícies Estendidas<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 4
3.6 Superfícies Estendidas<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 5
3.6 Superfícies Estendidas<br />
O principio físico que justifica o uso das alhetas é simples.<br />
Baseando-se na Lei de Newton pode-se escrever:<br />
Onde:<br />
Q s s<br />
T <br />
hA T<br />
h – é o coeficiente de troca de calor por Convecção;<br />
A s – é a área superficial;<br />
T s – é a temperatura superficial;<br />
T ∞ - é a temperatura do fluído ambiente.<br />
<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 6
3.6 Superfícies Estendidas<br />
Para aumentar a dissipação de calor pode-se aumentar h, A s e<br />
a diferença das temperaturas.<br />
O aumento de h pode se conseguir com o aumento da<br />
velocidade do fluido (convecção forçada).<br />
Aumentar a diferença de temperaturas pode-se conseguir com<br />
o abaixamento da temperatura ambiente.<br />
A forma mais fácil de se conseguir o aumento da dissipação de<br />
calor é aumentando a área superficial.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 7
3.6 Superfícies Estendidas<br />
Condução Estacionária transmissão de calor através de uma alheta<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 8
3.6 Superfícies Estendidas<br />
Exemplos de funcionamento de alhetas<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 9
3.6 Superfícies Estendidas<br />
Alheta<br />
longitudinal de<br />
perfil<br />
rectangular<br />
Alguns tipos de alhetas<br />
Alheta<br />
longitudinal<br />
de perfil<br />
triangular<br />
Tubo<br />
cilíndrico<br />
com alheta<br />
radial de<br />
perfil<br />
rectangular<br />
Pino cónico<br />
truncado<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 10
3.6 Superfícies Estendidas<br />
Supondo que a base da alheta esteja a uma<br />
temperatura superior à do meio ambiente. Numa<br />
secção de comprimento elementar Δx localizada<br />
no meio da alheta tem-se energia entrando por<br />
condução, no material desse elemento, e por outro<br />
lado energia saindo também por condução e não<br />
se pode esquecer da parcela que sai para o meio<br />
ambiente por convecção.<br />
<strong>Prof</strong> Dr. Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 11
3.6.1 Balanço de energia para uma face<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 12
3.6.1 Balanço de energia para uma face<br />
As hipóteses a serem usadas são:<br />
Regime permanente e ausência de fontes internas;<br />
Temperatura constante do fluído longe da alheta;<br />
As propriedades térmicas do material não variam com a<br />
temperatura;<br />
As alhetas são finas, assim pode-se modelar a situação como<br />
unidimensional;<br />
O Coeficiente de transferência de calor por convecção é<br />
constante ao longo da alheta;<br />
A temperatura da superfície da base da alheta é a mesma que a<br />
da superfície primária.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 13
3.6.1 Balanço de energia para uma face<br />
Calor que entra<br />
por condução<br />
no elemento<br />
em x<br />
Q<br />
Q<br />
cond,<br />
x<br />
<br />
Calor que sai por<br />
condução o<br />
elemento em x +<br />
Δx<br />
Qcond,<br />
xdx<br />
Onde:<br />
Qconv s<br />
T <br />
hA T<br />
<br />
conv<br />
Calor que sai<br />
por<br />
convecção<br />
do elemento<br />
(3.54)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 14
3.6.1 Balanço de energia para uma face<br />
Substituindo e dividindo-se por Δx obtém-se:<br />
Q<br />
x<br />
d cond s<br />
A<br />
h<br />
x<br />
T T<br />
0<br />
<br />
(3.55)<br />
Calculando-se o limite quando Δx → 0 obtém-se:<br />
(3.56)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 15
3.6.1 Balanço de energia para uma face<br />
Da lei de Fourier para a condução obtém-se:<br />
Q cond kAc<br />
<br />
dT<br />
dx<br />
Substituindo em 3.56 chega-se a:<br />
<br />
<br />
<br />
(<br />
<br />
T<br />
2<br />
1<br />
1<br />
<br />
2 <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
T<br />
d T<br />
c dT h s<br />
dx Ac<br />
dx dx Ac<br />
k dx<br />
<br />
dA<br />
<br />
ou<br />
<br />
<br />
dA<br />
(3.57)<br />
) 0<br />
(3.58)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 16
3.6.2 Alhetas com secção uniforme<br />
P D<br />
A<br />
c<br />
D<br />
2<br />
4<br />
Daqui, depreende-se que:<br />
dA<br />
dx<br />
e<br />
c<br />
dA<br />
dx<br />
s<br />
0<br />
<br />
p<br />
P 2w<br />
2t<br />
Ac<br />
<br />
wt<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 17
3.6.2 Alhetas com secção uniforme<br />
Então a equação geral transforma-se em:<br />
2<br />
d T<br />
2<br />
dx<br />
hp<br />
kA<br />
0 T T<br />
<br />
<br />
c<br />
Fazendo:<br />
x T(<br />
x)<br />
T<br />
Então:<br />
d <br />
dx<br />
dT<br />
dx<br />
(3.59)<br />
(3.60)<br />
(3.61)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 18
3.6.2 Alhetas com secção uniforme<br />
Assumindo que:<br />
2<br />
m <br />
hP<br />
kAc<br />
A equação fica:<br />
2<br />
d <br />
m 2<br />
dx<br />
2<br />
<br />
A solução geral desta equação de segunda ordem é:<br />
(<br />
x)<br />
<br />
0<br />
mx<br />
C1e<br />
C2<br />
e<br />
mx<br />
(3.62)<br />
(3.63)<br />
(3.64)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 19
3.6.2 Alhetas com secção uniforme<br />
Uma das condições é a temperatura na base (x=0) b<br />
b T T <br />
(<br />
0)<br />
<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 20
3.6.2.1 Alheta que perde calor por<br />
convecção pela sua extremidade<br />
As alhetas, na prática, são expostas ao ambiente e,<br />
portanto, a condição de contorno adequada para a ponta<br />
da alheta é a convecção, que também inclui os efeitos da<br />
radiação. A equação da alheta pode ainda ser resolvida,<br />
neste caso, utilizando a convecção na ponta da alheta<br />
como a segunda condição de contorno, mas a análise<br />
torna-se complexa e resulta em expressões da<br />
distribuição da temperatura e da transferência de calor<br />
complicadas.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 21
3.6.2.1 Alheta que perde calor por<br />
convecção pela sua extremidade<br />
Em geral, a área da ponta da alheta é uma<br />
pequena fração da área total da superfície da<br />
mesma, assim, as complexidades envolvidas na<br />
solução da equação, dificilmente podem justificar<br />
uma melhora na exactidão.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 22
3.6.2.1 Alheta que perde calor por<br />
convecção pela sua extremidade<br />
Para determinar as constantes C 1 e C 2 na Equação 3.64, é<br />
necessário estabelecer as condições de contorno.<br />
Q<br />
Q<br />
b<br />
f<br />
( ) <br />
hAc T L T <strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 23
3.6.2.1 Alheta que perde calor por<br />
convecção pela sua extremidade<br />
hA<br />
c<br />
T ( L)<br />
T<br />
<br />
<br />
kA<br />
d<br />
h<br />
( L)<br />
k<br />
dx<br />
C<br />
b<br />
ou<br />
dai:<br />
1<br />
e:<br />
C<br />
2<br />
c<br />
xL<br />
dT<br />
dx<br />
xL<br />
mL mL<br />
mL<br />
mL<br />
C e C<br />
e kmC<br />
e C<br />
e <br />
h 1 2<br />
2<br />
1<br />
(3.65)<br />
(3.66)<br />
(3.67)<br />
(3.68)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 24
3.6.2.1 Alheta que perde calor por<br />
convecção pela sua extremidade<br />
logo, a distribuição das temperaturas é dada por:<br />
<br />
<br />
b<br />
<br />
cosh m(<br />
L x)<br />
( h<br />
cosh mL<br />
( h<br />
Q<br />
f<br />
Q<br />
b<br />
kA<br />
c<br />
dT<br />
dx<br />
mk)<br />
sinh m(<br />
L x)<br />
mk)<br />
sinh mL<br />
O calor perdido pela alheta calcula-se de:<br />
d<br />
kA<br />
c<br />
x0<br />
dx x0<br />
(3.69)<br />
(3.70)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 25
3.6.2.1 Alheta que perde calor por<br />
convecção pela sua extremidade<br />
mL h mk mL<br />
Q sinh ( ) cosh<br />
f hPkAc<br />
b<br />
cosh mL<br />
( h mk)<br />
sinh mL<br />
Q<br />
Que resulta em:<br />
f<br />
T ( x)<br />
T<br />
dAs h<br />
<br />
A<br />
f<br />
(3.71)<br />
Uma outra forma que integra as perdas de calor por convecção<br />
é:<br />
(3.72)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 26
3.6.2.2 Alheta com extremidade isolada<br />
As alhetas não são susceptíveis de ser tão longas<br />
que a sua temperatura se aproxime da temperatura<br />
ambiente na ponta. Uma situação mais realista é a<br />
transferência de calor da ponta da alheta ser<br />
desprezada dado que a transferência de calor da<br />
alheta é proporcional à sua superfície e a superfície<br />
da ponta da alheta é geralmente uma fracção<br />
insignificante da área total da alheta. A ponta da<br />
alheta pode ser considerada como isolada.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 27
3.6.2.2 Alheta com extremidade isolada<br />
A condição de contorno na ponta da alheta pode ser expressa<br />
por:<br />
b<br />
d<br />
dx<br />
C e<br />
1<br />
mL<br />
xL<br />
0<br />
C<br />
e<br />
2<br />
mL<br />
0<br />
cosh m(<br />
L x)<br />
<br />
cosh mL<br />
<br />
então:<br />
O perfil de temperaturas toma o seguinte aspecto:<br />
O calor dissipado pela alheta avalia-se de:<br />
Qf c b<br />
hPkA tanh mL<br />
(3.73)<br />
(3.74)<br />
(3.75)<br />
(3.76)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 28
3.6.2.2 Alheta com extremidade isolada<br />
Quando se refere a uma alheta cuja extremidade se encontra<br />
isolada, é muito frequente usar-se o conceito de comprimento<br />
corrigido L c que permite usar as expressões relativas à alheta<br />
com convecção no seu extremo, com um erro não superior a 8%.<br />
L<br />
c<br />
Ac<br />
L <br />
p<br />
t<br />
2<br />
Lc, rectangular<br />
L <br />
Lc,<br />
circular<br />
(3.77)<br />
Usando as relações próprias de A c e p para alhetas de secção<br />
rectangular e circular os comprimentos corrigidos ficam<br />
respectivamente :<br />
D<br />
L <br />
4<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 29
3.6.2.2 Alheta com extremidade isolada<br />
O comprimento corrigido<br />
L c é definido como o<br />
comprimento de uma<br />
alheta com o extremo<br />
isolado, que transfere o<br />
mesmo calor que uma<br />
alheta de comprimento L<br />
com convecção no<br />
extremo.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 30
3.6.2.3 Alheta com temperatura prescrita<br />
na sua extremidade<br />
Se a temperatuira da alheta no seu extremo for<br />
medida, igual a T L a segunda condição de<br />
contorno pode ser dada como: em X = L, θ = θ L.<br />
L <br />
T L <strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 31
3.6.2.3 Alheta com temperatura prescrita<br />
na sua extremidade<br />
Da condição de contorno resulta:<br />
( L) <br />
b<br />
L<br />
O perfil de temperaturas é dado por:<br />
( L b<br />
) sinh mx sinh m(<br />
L x)<br />
<br />
<br />
sinh mL<br />
O calor dissipado pela alheta é calculado de:<br />
Q<br />
f<br />
<br />
cosh mL<br />
L b<br />
hPkAc<br />
b<br />
sinh mL<br />
(3.78)<br />
(3.79)<br />
(3.80)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 32
3.6.2.4 Alheta com comprimento infinito<br />
Para a alhetas suficientemente longas com<br />
secção transversal constante (A c=constante), a<br />
temperatura da alheta no seu extremo tenderá<br />
para a temperatura ambiente T ∞ e portanto θ<br />
tenderá para zero. Isto é:<br />
<br />
L T L T <br />
0<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 33
3.6.2.4 Alheta com comprimento infinito<br />
Da condição de contorno resulta:<br />
( L)<br />
<br />
O perfil de temperaturas é dado por<br />
f<br />
<br />
<br />
b<br />
<br />
0<br />
mx<br />
e <br />
O calor dissipado pela alheta é calculado de:<br />
Q hPkA <br />
c<br />
b<br />
(3.81)<br />
(3.82)<br />
(3.83)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 34
3.6.2.4 Alheta com comprimento infinito<br />
Variação de<br />
temperatura ao<br />
longo de uma alheta<br />
longa circular de<br />
secção constante.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 35
3.6.3. Eficiência da alheta<br />
Transferência de<br />
calor real e ideal em<br />
uma alheta.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 37
3.6.3. Eficiência da alheta<br />
Eficiência<br />
da<br />
alheta<br />
=<br />
<br />
a<br />
<br />
Calor realmente transferido pela alheta<br />
Calor que seria transferido se toda alheta<br />
estivesse à temperatura da base<br />
Para o caso da alheta com extremidade isolada pode-se escrever:<br />
mL <br />
hPkA<br />
b tanh mL<br />
<br />
hPL<br />
hP<br />
L<br />
kA<br />
<br />
b<br />
h(<br />
2z<br />
2t)<br />
L<br />
kzt<br />
tanh mL<br />
mL<br />
a<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 38<br />
=<br />
(3.84)<br />
Se as alhetas forem suficientemente delgadas para o fluxo de<br />
calor ser considerado unidimensional pode-se escrever:<br />
(3.85)<br />
Onde: z – é a profundidade da alheta e t - a sua espessura
3.6.3. Eficiência da alheta<br />
Partindo do principio que a alheta é suficientemente delgada<br />
2z>>2t, escreve-se:<br />
mL <br />
2hz<br />
L <br />
ktz<br />
2h<br />
L<br />
kt<br />
mL <br />
mL <br />
2h L<br />
kLt<br />
3 2<br />
2h L<br />
kA<br />
m<br />
3 2<br />
(3.86)<br />
Multiplicando o numerador e denominador por L (1/2) obtém-se:<br />
Lt é a área do perfil da alheta que define-se como A m= Lt, assim:<br />
(3.87)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 39
3.6.3. Eficiência da alheta<br />
Para uma situação<br />
em que se tem um<br />
arranjo de várias<br />
alhetas, tem de se<br />
tomar em conta as<br />
áreas, com e sem<br />
alhetas, para se<br />
fazer o cálculo da<br />
eficiência do arranjo.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 40
3.6.3. Eficiência da alheta<br />
Q<br />
t<br />
<br />
Q<br />
t<br />
<br />
t <br />
max<br />
Sendo:<br />
A NA <br />
a<br />
NA<br />
Q<br />
t<br />
hA<br />
t<br />
A<br />
b<br />
Ou por outra:<br />
b<br />
<br />
a t 1 1<br />
At<br />
Onde:<br />
N - é o número de alhetas<br />
A a = A f - área da alheta<br />
A b – área da superfície primária<br />
a<br />
(3.88)<br />
(3.89)<br />
(3.90)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 41
3.6.3. Eficiência da alheta<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 42
3.6.3. Eficiência da alheta<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 43
3.6.4. Desempenho da alheta<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 44
3.6.4. Desempenho da alheta<br />
Em alguns casos um método válido de avaliar o desempenho de<br />
uma alheta é comparar o calor transferido com a alheta com<br />
aquele que seria transferido sem a alheta. A razão entre as<br />
quantidades é:<br />
Q<br />
Q<br />
com alheta<br />
sem alheta<br />
a<br />
Aah<br />
b <br />
hA <br />
Aa pL e Ab<br />
b<br />
b<br />
<br />
A<br />
A<br />
<br />
Qcom alheta tanh mL<br />
<br />
Q hA kP<br />
sem alheta<br />
a<br />
b<br />
A<br />
<br />
a<br />
(3.91)<br />
Onde A a é a área superficial total da alheta A b a área da base da<br />
alheta. Para a alheta de extremidade isolada pode-se escrever:<br />
(3.92)<br />
(3.93)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 45
3.6.4. Desempenho da alheta<br />
A taxa de transferência de calor para uma alheta suficientemente<br />
longa consegue-se substituindo na fórmula anterior a de<br />
transferência de calor para essa situação dada pela Equação 3.82<br />
Q<br />
a,<br />
tot<br />
Q<br />
<br />
h<br />
Q<br />
alheta longa <br />
Q<br />
ñ alh<br />
Q<br />
alh<br />
<br />
com alheta<br />
hA<br />
sem alheta<br />
ñ alh<br />
Añ alh alhAalh<br />
b<br />
b<br />
<br />
<br />
alh<br />
A<br />
a<br />
hpk<br />
hA <br />
hA<br />
b<br />
alh<br />
b<br />
<br />
b<br />
b<br />
<br />
kp<br />
hA<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 46<br />
b<br />
(3.94)<br />
Para determinar a taxa de transferência de calor de uma região<br />
alhetada tem de se ter em consideração a parte da superfície que<br />
não está alhetada bem como a área das alhetas.<br />
(3.95)
3.6.4. Desempenho da alheta<br />
A eficácia global para uma<br />
região alhetada é dada pela<br />
seguinte equação:<br />
<br />
alheta, total<br />
Q<br />
<br />
Q<br />
<br />
h<br />
total alheta<br />
total sem alheta<br />
A <br />
A <br />
ñ alh<br />
hA<br />
alh<br />
sem alheta<br />
<br />
alh<br />
b<br />
<br />
b<br />
(3.95)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 47
3.6.5 Comprimento adequado da alheta<br />
Devido a perda gradual<br />
de temperatura ao longo<br />
da alheta, a região perto<br />
do extremo da alheta<br />
contribui em pouco ou<br />
em nada para a<br />
transferência de calor.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 48
3.6.5 Comprimento adequado da alheta<br />
Para se ter a sensibilidade do comprimento adequado de uma<br />
alheta, compara-se o calor transferido pela alheta de<br />
comprimento finito com o de uma de comprimento infinito às<br />
mesmas condições, que é dado pela expressão seguinte:<br />
<br />
alheta longa<br />
Q<br />
<br />
Q<br />
com alheta<br />
sem alheta<br />
<br />
hpkAa<br />
b<br />
tanh mL<br />
tanh mL<br />
hpkA <br />
a<br />
b<br />
(3.97)<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 49
Exemplo 7.1<br />
Se o valor do coeficiente de convecção for grande a alheta pode originar uma<br />
redução na transferência de calor porque a resistência à condução representa<br />
então um impedimento maior ao fluxo de calor que a resistência a convecção.<br />
Considere-se uma alheta de aço inoxidável em forma de pino com k = 16<br />
W/m·ºC, L=10 cm, d = 1 cm exposta a uma situação de transferência de calor<br />
por convecção, de água em ebulição onde h = 5000 W/m 2 o C<br />
Solução<br />
Q<br />
com alheta <br />
Q<br />
sem alheta<br />
tanh mL<br />
hA<br />
kP<br />
2<br />
110 4 1 2<br />
<br />
5000<br />
<br />
tanh<br />
2 2<br />
<br />
<br />
16<br />
110 <br />
<br />
2 2<br />
<br />
<br />
5000<br />
110 <br />
<br />
2<br />
<br />
<br />
( 4)(<br />
16)<br />
( 110<br />
) <br />
2<br />
1010 <br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 50<br />
1 2<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
1,<br />
13<br />
Um pino relativamente grande aumenta a área de transferência de calor em<br />
13% somente.
3.7 Transferência de Calor em<br />
Configurações Usuais<br />
Até agora, foi considerada a transferência de calor em<br />
geometrias simples, como grandes paredes planas,<br />
cilindros longos e esferas. Isso ocorreu porque a<br />
transferência de calor em geometrias pode ser<br />
aproximada a unidimensional e soluções analíticas<br />
simples podem ser facilmente obtidas. Mas muitos<br />
problemas na prática, são de duas ou três dimensões e<br />
envolvem geometrias bastante complicadas para as<br />
quais não há soluções simples disponíveis.<br />
<strong>Prof</strong> Dr. Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 51
3.7 Transferência de Calor em<br />
Configurações Usuais<br />
Uma importante classe de problemas de transferência de calor<br />
para os quais soluções simples são obtidas, engloba aquelas<br />
que envolvem duas superfícies mantidas a temperaturas<br />
constantes T 1 e T 2. A taxa constante de transferência de calor<br />
entre as duas superfícies é expresso como:<br />
<br />
Q SkT T<br />
(3.96)<br />
1 2 (W)<br />
Onde: S é o factor de forma de condução, que tem a dimensão<br />
de comprimento, e k é a condutividade térmica do meio entre as<br />
superfícies. O factor de forma de condução depende somente da<br />
geometria do sistema.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 52
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(1) Cilindro isotérmico de<br />
comprimento L, enterrado em um<br />
meio semi-infinito (L>> D e z> 1.5D)<br />
S<br />
<br />
2<br />
L<br />
ln 4<br />
zD<br />
(2) Cilindro vertical isotérmico, de<br />
comprimento L, enterrado em um<br />
meio semi-infinito (L>> D)<br />
S<br />
2<br />
L<br />
<br />
ln 4<br />
LD<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 53
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(3) Dois cilindros isotérmicos<br />
paralelos colocados num meio infinito<br />
(L>> D 1, D 2, z)<br />
S<br />
<br />
cosh<br />
2<br />
L<br />
4zDD <br />
2DD<br />
2 2 2<br />
1<br />
1 2<br />
1 2 <br />
(4) Fila de cilindros isotérmicos<br />
paralelos equidistantes enterrados<br />
num meio semi-infinito (L>> D, Z e<br />
W> 1.5D) (por cilindro)<br />
S<br />
<br />
2<br />
L<br />
2w 2z<br />
ln sinh <br />
D w <br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 54
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(5) Cilindro isotérmico de<br />
comprimento L num plano intermédio<br />
de uma parede infinita (z> 0,5D)<br />
S<br />
<br />
2<br />
L<br />
ln 8<br />
z D<br />
(6) Cilindro isotérmico de<br />
comprimento L no centro de uma<br />
barra quadrada sólida do mesmo<br />
comprimento<br />
S<br />
2<br />
L<br />
<br />
ln 1,08<br />
wD<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 55
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(7) Cilindro excêntrico isotérmico de<br />
comprimento L em um cilindro do<br />
mesmo comprimento (L> D 2)<br />
S<br />
<br />
cosh<br />
2<br />
L<br />
DD4z <br />
2DD<br />
2 2 2<br />
1<br />
1 2<br />
1 2 <br />
(8) Grande parede plana<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 56<br />
S<br />
<br />
A<br />
L
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(9) Camada cilíndrica (10) Passagem de fluxo quadrada<br />
S<br />
<br />
ln<br />
2<br />
L<br />
D D <br />
2 1<br />
para a b<br />
S<br />
para a b<br />
<br />
2<br />
L<br />
S <br />
0,785ln<br />
1,4<br />
2<br />
L<br />
<br />
0,93ln 0,948<br />
ab<br />
<br />
1,41<br />
ab <strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 57
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(11) Camada esférica<br />
2 DD<br />
S <br />
D D<br />
1 2<br />
2 1<br />
(12) Disco enterrado num meio<br />
infinito paralelamente a superfície<br />
(z>>D)<br />
S 4D<br />
S 2 D quando z D<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 58
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(13) Canto entre duas paredes<br />
adjacentes de espessura igual<br />
(14) Canto entre três paredes<br />
adjacentes de espessura igual<br />
S 0,54w<br />
S <br />
0,15L<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 59
3.7.1 Factor de Forma de Condução<br />
(15) Esfera isotérmica enterrada num<br />
meio semi-infinito<br />
S<br />
2<br />
D<br />
<br />
1 0,25Dz<br />
(16) Esfera isotérmica enterrada em<br />
um meio semi-infinito a T 2 cuja<br />
superfície encontra-se isolada<br />
2<br />
D<br />
S <br />
1 0,25Dz<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 60
Exemplo 7.2<br />
Um tanque cilíndrico 0,6 m de diâmetro e 1,9 m de comprimento,<br />
contendo gás natural liquefeito (GNL) a -160 ° C é colocado no<br />
centro de uma barra quadrada sólida de 1,9 m de comprimento,<br />
1,4 m x 1,4 m de secção, feita de um material isolante com k =<br />
0,0006 W/m °C. Se a temperatura da superfície externa da barra<br />
for de 20 °C, determinar a taxa de transferência de calor para o<br />
tanque. Determinar também a temperatura de GNL após um mês.<br />
Considere a massa específica e o calor específico do GNL , 425<br />
kg/m 3 e 3,475 kJ / kg° C, respectivamente.<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 61
Exemplo 7.2 (Solução I)<br />
Um tanque cilíndrico contendo gás natural liquefeito (GNL) é<br />
colocado no centro de uma barra quadrada sólida. Devem ser<br />
determinadas a taxa de transferência de calor para o tanque e a<br />
temperatura do GNL ao fim de um mês.<br />
Pressupostos: 1 O regime é permanente. 2 A transferência de<br />
calor é bidimensional (sem alteração no sentido axial). 3 A<br />
condutividade térmica da barra é constante. 4 A superfície do<br />
tanque está a mesma temperatura que o gás natural liquefeito.<br />
Propriedades: A condutividade térmica da barra é dada k =<br />
0,0006 W /m°C. A massa específica e o calor específico do GNL<br />
são 425 kg/m 3 e 3,475 kJ/kg°C, respectivamente,<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 62
Exemplo 7.2 (Solução II)<br />
Análise: O factor de forma para esta configuração é dado na<br />
Figura (6)<br />
2L2 (1,9<br />
m)<br />
S 12,92<br />
m<br />
1,08 w 1,4 m <br />
ln ln 1,08<br />
D <br />
0,6 m<br />
<br />
<br />
O calor transferido determina-se de:<br />
-160C<br />
D = 0,6 m<br />
L = 1,9 m<br />
<br />
Q Sk( T T ) (12,92 m)(0,0006 W/mC) 20 ( 160) C 1,395 W<br />
1 2<br />
20C<br />
1,4 m<br />
<strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 63
Exemplo 7.2 (Solução III)<br />
A massa de GNL é dada por:<br />
3 3<br />
D<br />
3 (0,6 m)<br />
mV (425 kg/m ) 48,07 kg<br />
6 6<br />
O calor transferidopelo tanque no período de um mês:<br />
Q Qt (1,395 W)(30 243600 s) 3615840 J<br />
A temperatura do gás natural ao fim de um mês calcula-se de:<br />
Q mC( T T)<br />
2<br />
p<br />
1 2<br />
T <br />
3615840 J (48,07 kg)(3475 J/kg. C) ( 160) C<br />
T<br />
-138,4C <strong>Prof</strong>. <strong>Doutor</strong> Engº <strong>Jorge</strong> <strong>Nhambiu</strong> 64<br />
2