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Aula ao vivo <strong>de</strong> Literatura (14/6/2013) - Romantismo no Brasil – 2ª geração e 3ª geração<br />
Texto I<br />
“Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,<br />
Quando a teus pés um homem terno e curvo<br />
jurar amor; chorar pranto <strong>de</strong> sangue,<br />
Não creias, não, mulher: ele te engana!<br />
as lágrimas são gotas <strong>de</strong> mentira<br />
E o juramento manto da perfídia”.<br />
Joaquim Manoel <strong>de</strong> Macedo<br />
Texto II<br />
“Teresa, se algum sujeito bancar o<br />
sentimental em cima <strong>de</strong> você<br />
E te jurar uma paixão do tamanho <strong>de</strong> um<br />
bon<strong>de</strong><br />
Se ele chorar<br />
Se ele ajoelhar<br />
Se ele se rasgar todo<br />
Não acredite não Teresa<br />
É lágrima <strong>de</strong> cinema<br />
É tapeação<br />
Mentira<br />
CAI FORA<br />
Manuel Ban<strong>de</strong>ira<br />
1) (Enem) Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que:<br />
a) Há um tratamento i<strong>de</strong>alizado da relação homem/mulher.<br />
b) Há um tratamento realista da relação homem/mulher.<br />
c) A relação familiar é i<strong>de</strong>alizada.<br />
d) A mulher é superior ao homem.<br />
e) A mulher é igual ao homem.<br />
A Cruz da Estrada<br />
Caminheiro que passas pela estrada,<br />
Seguindo pelo rumo do sertão,<br />
Quando vires a cruz abandonada,<br />
Deixa-a em paz dormir na solidão.<br />
É <strong>de</strong> um escravo humil<strong>de</strong> sepultura,<br />
Foi-lhe a vida o velar <strong>de</strong> insônia atroz.<br />
Deixa-o dormir no leito <strong>de</strong> verdura,<br />
Que o Senhor <strong>de</strong>ntre as selvas lhe compôs.<br />
Dentre os braços da cruz, a parasita,<br />
Num abraço <strong>de</strong> flores se pren<strong>de</strong>u.<br />
Chora orvalhos a grama, que palpita;<br />
Lhe acen<strong>de</strong> o vaga-lume o facho seu.<br />
Caminheiro! Do escravo <strong>de</strong>sgraçado<br />
O sono agora mesmo começou!<br />
Não lhe toques no leito <strong>de</strong> noivado,<br />
Há pouco a liberda<strong>de</strong> o <strong>de</strong>sposou.<br />
2) (UFRRJ - 2006) Nesse fragmento do poema “A cruz da estrada”, observa-se um traço marcante da<br />
poesia romântica, que é<br />
a) o egocentrismo exacerbado revelador das emoções do eu.<br />
b) o nacionalismo expresso na origem histórica do nosso povo.<br />
c) o envolvimento subjetivo dos elementos da natureza.<br />
d) a evasão do eu para espaços distantes e exóticos.
e) a i<strong>de</strong>alização da infância como uma época perfeita.<br />
3) Um dos procedimentos artísticos característicos da poesia brasileira a partir do Mo<strong>de</strong>rnismo é a<br />
valorização crítica da ficção romântica.<br />
Assinale a opção que apresenta o exemplo <strong>de</strong>sse procedimento.<br />
a)<br />
Sou assim, por vício inato.<br />
Ainda hoje gosto <strong>de</strong> Diva,<br />
Nem não posso renegar<br />
Peri, tão pouco índio, é fato,<br />
Mas tão brasileiro ... Viva,<br />
Viva José <strong>de</strong> Alencar !<br />
(Manuel Ban<strong>de</strong>ira)<br />
b)<br />
ra terra ter<br />
rat erra ter<br />
rate rra ter ater ra ter<br />
raterr a ter<br />
raterra terr<br />
araterra ter<br />
raraterra te<br />
rraraterra t<br />
erraraterra<br />
terraraterra<br />
(Décio Pignatari)<br />
c)<br />
Não quero aparelhos<br />
para navegar.<br />
Ando naufragado,<br />
Ando sem <strong>de</strong>stino.<br />
Pelo vôo dos pássaros<br />
Quero me guiar.<br />
Quero Tua mão<br />
Para me apoiar.<br />
(Jorge <strong>de</strong> Lima)<br />
d)<br />
Aprendi com meu filho <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos<br />
Que a poesia é a <strong>de</strong>scoberta<br />
Das coisas que eu nunca vi.<br />
(Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>)<br />
e)<br />
Madrugada camponesa.<br />
Faz escuro (já nem tanto),<br />
vale a pena trabalhar.<br />
Faz escuro mas eu canto<br />
Porque amanhã já vai chegar.<br />
(Thiago <strong>de</strong> Melo)<br />
4) Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação <strong>de</strong> senhores e <strong>de</strong> escravos, que<br />
não a <strong>de</strong>ixam sossegar um só momento! Como não <strong>de</strong>via viver aflito e atribulado aquele coração!<br />
Dentro <strong>de</strong> casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfiado em roubar-lhe a paz da alma, e<br />
torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e <strong>de</strong>sapiedado,<br />
Rosa. Fácil Ihe fora repelir as importunaçoes e insolências dos escravos e criados; mas que seria <strong>de</strong>la,<br />
quando viesse o senhor?!...<br />
GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado).<br />
A personagem Isaura, como afirma o tiítulo do romance, era uma escrava. No trecho apresentado, os<br />
sofrimentos por que passa a protagonista<br />
a) assemelham-se aos das <strong>de</strong>mais escravas do país, o que indica o estilo realista da abordagem do<br />
tema da escravidão pelo autor do romance.<br />
b)<strong>de</strong>monstram que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura,<br />
eram mais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m sentimental do que física.<br />
c) diferem dos que atormentavam as <strong>de</strong>mais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o caráter
i<strong>de</strong>alista da abordagem do tema pelo autor do romance.<br />
d)indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, <strong>de</strong> acordo com a abordagem<br />
lírica do tema pelo autor, eram tratadas como as <strong>de</strong>mais mulheres da socieda<strong>de</strong>.<br />
e revelam a condição <strong>de</strong>gradante das mulheres escravas no Brasil, que, como Isaura, <strong>de</strong> acordo com<br />
a <strong>de</strong>núncia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas fisicamente pelos seus senhores.<br />
O SERTÃO E O SERTANEJO<br />
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim<br />
crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete <strong>de</strong> relva, quando lavra o<br />
incêndio quelgum tropeiro, por acaso ou mero <strong>de</strong>senfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro.<br />
Minando à surda na touceira. queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil<br />
que seja, e levanta-se a língua <strong>de</strong> fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante<br />
os espaços imensos que se alongam diante <strong>de</strong>la. O fogo, <strong>de</strong>tido em pontos, aqui, ali, a consumir com<br />
mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir <strong>de</strong> todo, <strong>de</strong>ixando como sinal da<br />
avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte<br />
melancolia; <strong>de</strong> todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece<br />
que uma varinha <strong>de</strong> fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar as pressas jardins encantados<br />
e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo <strong>de</strong> espantosa ativida<strong>de</strong>. Transborda a vida.<br />
TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática 1993 (adaptado).<br />
5)O romance romântico teve fundamental importância na formação da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> nação. Consi<strong>de</strong>rando o<br />
trecho acima, é possivel reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do<br />
Romantismo para construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da nação é a:<br />
a)possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar uma dimensão <strong>de</strong>sconhecida da natureza nacional, marcada pelo<br />
sub<strong>de</strong>senvolvimento e pela falta <strong>de</strong> perspectiva <strong>de</strong> renovação.<br />
b) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu<br />
a exploração <strong>de</strong>senfreada das riquezas naturais do país.<br />
c)construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, <strong>de</strong> uma<br />
imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.<br />
d)expansão dos limites geográfioos da terra, que promoveu o sentimento <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> do território<br />
nacional e <strong>de</strong>u a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.<br />
e)valorização da vida urbana e do progresso, em <strong>de</strong>trimento do interior do Brasil, formulando um<br />
conceito <strong>de</strong> nação centrado nos mo<strong>de</strong>los da nascente burguesia brasileira.<br />
Gabarito: 1 - B , 2 – C, 3 – A, 4 – C, 5 – D.