42 Figura 13 Cobertura de lixo <strong>em</strong> aterro sanitário. Fonte: AMBSC, 2008. Embora a coleta <strong>do</strong>s resíduos <strong>em</strong> um município seja simples, esta técnica necessita de alguns cuida<strong>do</strong>s <strong>em</strong> seu processo operacional para que sua eficiência seja maximizada. A operação incorreta <strong>do</strong> aterro sanitário pode lhe conferir características indesejáveis como a de um lixão, trazen<strong>do</strong> sérios riscos à saúde da população e ao meio ambiente (NUNESMAIA, 1997).
43 EFLUENTES EM ATERROS SANITÁRIOS 1.9 Efluentes Líqui<strong>do</strong>s O chorume era inicialmente apenas a substância gordurosa expelida pelo teci<strong>do</strong> adiposo da banha de um animal. Posteriormente, o significa<strong>do</strong> da palavra foi amplia<strong>do</strong> e passou a significar o líqui<strong>do</strong> poluente, de cor escura e o<strong>do</strong>r nauseante, origina<strong>do</strong> de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. Esses processos, soma<strong>do</strong>s com a ação da água das chuvas, se encarregam de lixiviar compostos orgânicos presentes nos <strong>aterros</strong> <strong>sanitários</strong> para o meio ambiente (SISINNO & ROSÁLIA, 2000). Esse líqui<strong>do</strong> pode vir a atingir as águas subterrâneas, poluin<strong>do</strong> esse recurso natural. A elevada carga orgânica presente no chorume faz com que ele seja extr<strong>em</strong>amente poluente e danoso às regiões por ele atingidas (SISINNO & ROSÁLIA, 2000). A disposição inadequada <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s promove a contaminação <strong>do</strong> solo, <strong>do</strong> ar e das águas superficiais e subterrâneas, além da proliferação de vetores de <strong>do</strong>enças, influencian<strong>do</strong> negativamente a qualidade ambiental e a saúde da população; portanto, esta prática deve ser evitada (SISINNO & ROSÁLIA, 2000). O méto<strong>do</strong> de disposição final de resíduos sóli<strong>do</strong>s urbanos, conheci<strong>do</strong> como aterro sanitário, aplica conhecimentos de engenharia e segue normas pré-estabelecidas de planejamento, construção e operação, minimizan<strong>do</strong> riscos e probl<strong>em</strong>as ambientais. A localização <strong>do</strong> aterro é criteriosamente selecionada, planejada e preparada. Em <strong>aterros</strong> <strong>sanitários</strong>, o resíduo sóli<strong>do</strong> urbano é deposita<strong>do</strong> <strong>em</strong> finas camadas, compacta<strong>do</strong> e coberto com argila no final de cada operação (TARTARI, 2003). Porém, um <strong>do</strong>s grandes probl<strong>em</strong>as encontra<strong>do</strong>s no gerenciamento de <strong>aterros</strong> <strong>sanitários</strong> de resíduos urbanos diz respeito à produção e ao tratamento <strong>do</strong> chorume produzi<strong>do</strong>. Especialmente nos casos onde o aterro sanitário está situa<strong>do</strong> <strong>em</strong> áreas com uma alta pluviosidade, a produção de chorume é abundante, conseqüent<strong>em</strong>ente o risco de contaminação <strong>do</strong> solo, de águas subterrâneas e de leitos de rios é relativamente alto, poden<strong>do</strong> gerar um forte impacto ambiental. Chorume de <strong>aterros</strong> <strong>sanitários</strong> geralmente contêm altas concentrações de compostos orgânicos, nitrogênio amoniacal (GARCÍA, 1997). Segun<strong>do</strong> a Engenheira Química Zenaide, funcionária <strong>do</strong> Aterro Sanitário Lara, <strong>em</strong> entrevista realizada <strong>em</strong> maio de 2008, o chorume pode conter metais pesa<strong>do</strong>s decorrentes da decomposição da característica <strong>do</strong> próprio solo de cobertura ou <strong>em</strong>balagens metálicas, ou pilhas e etc.