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Matriz08 boletim interno <strong>da</strong> incm pessoas página 15<br />

atrevo-me a julgar que o desafio principal <strong>da</strong> empresa é o mesmo<br />

de então, ou seja, como sobreviver, continuando a proporcionar<br />

emprego e a produzir bens úteis, num mundo complexo e em<br />

mu<strong>da</strong>nça, sem constituir «um peso» para o Estado<br />

M O que salientaria, se tivesse de referir um<br />

projecto que considerou prioritário, como o mais<br />

bem sucedido e mais importante?<br />

JM Como se vê pelo que deixei descrito, os<br />

projectos foram muitos e todos eles de certa forma<br />

se interligavam e se completavam. Por isso é difícil<br />

salientar um deles como mais importante ou mais<br />

bem sucedido. Mas talvez se possam mencionar,<br />

pela inovação e exigência técnica que implicavam<br />

e as perspectivas que abriam para o futuro, os de<br />

comercialização de espécies numismáticas e o dos<br />

cartões.<br />

M O que salientaria, entre os desafios que<br />

identificou, como aquele que ficou, pelo menos<br />

parcialmente, por concretizar?<br />

JM Como disse, o projecto de fabricação <strong>da</strong>s notas<br />

era muito interessante para a empresa, porque<br />

nos permitiria a ocupação de uma infra-estrutura<br />

técnica existente subaproveita<strong>da</strong>, serviria de base<br />

para relançar um sector com potenciali<strong>da</strong>des e<br />

reentrar num mercado de que estávamos afastados.<br />

Falhou redon<strong>da</strong>mente e nem tivemos oportuni<strong>da</strong>de<br />

de mostrar as nossas capaci<strong>da</strong>des. Tenho pena que<br />

tal tenha acontecido.<br />

M À luz dos anos passados e olhando para a<br />

empresa com outra distância, o que pensa ser mais<br />

importante manter e mu<strong>da</strong>r na sua cultura?<br />

JM A INCM, na altura a que me refiro, vivia ain<strong>da</strong><br />

muito centra<strong>da</strong> sobre as duas «fábricas», que,<br />

aliás, se desconheciam mutuamente. O facto de a<br />

administração estar de início sedia<strong>da</strong> no edifício<br />

<strong>da</strong> Rua Francisco Manuel de Melo também não<br />

facilitava a integração, e por isso a mudámos para a<br />

CM logo que nos foi possível.<br />

Também subsistia em algumas áreas um certo<br />

espírito burocrático e de funcionalismo público,<br />

que se mostrava ca<strong>da</strong> vez mais desajustado <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa.<br />

A nova estrutura que implementámos procurou<br />

alterar este estado de coisas, mas, como se sabe, as<br />

modificações culturais são as mais difíceis de pôr<br />

em prática.<br />

De resto, procurámos incutir e desenvolver os<br />

valores positivos que também existiam, como,<br />

por exemplo, a preocupação com a quali<strong>da</strong>de, o<br />

desejo de efectuar o «trabalho bem feito», «o amor<br />

à camisola» que estava muito presente, bem como<br />

a noção de serviço público, de que também havia<br />

uma muito forte noção.<br />

m Como vê, face à socie<strong>da</strong>de que mudou e face à<br />

empresa que mudou, a missão <strong>da</strong> INCM e o seu<br />

principal desafio futuro?<br />

.<br />

JM É <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong>s coisas que elas mudem e em<br />

20 anos mu<strong>da</strong>ram muito certamente.<br />

Mas atrevo-me a julgar que o desafio principal<br />

<strong>da</strong> empresa é o mesmo de então, ou seja, como<br />

sobreviver, continuando a proporcionar emprego e<br />

a produzir bens úteis, num mundo complexo e em<br />

mu<strong>da</strong>nça, sem constituir «um peso» para o Estado.<br />

Isto significa, antes de mais, trabalhar a preços<br />

razoáveis e com níveis de quali<strong>da</strong>de elevados em<br />

produtos necessários e desejados pelos clientes,<br />

que serão basicamente do sector público.<br />

É claro que estamos a falar <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de<br />

um projecto de empresa compreensivo, que faça<br />

valer as mais-valias de que dispõe (segurança,<br />

proximi<strong>da</strong>de, disponibili<strong>da</strong>de, controlo) e do<br />

simultâneo interesse do Estado em manter uma<br />

estrutura produtiva com essas características.<br />

O que é preciso é garantir as condições para que<br />

essa capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa e a vontade do Estado<br />

se associem. Quando isso acontece, e reconheço<br />

que é difícil conseguir que aconteça, tudo corre<br />

pelo melhor e em benefício de to<strong>da</strong>s as partes.<br />

Sem este entendimento, a empresa tinha (e julgo<br />

terá sempre) muita dificul<strong>da</strong>de em prever e<br />

assegurar o seu futuro, embora essa instabili<strong>da</strong>de<br />

permanente hoje seja normal entre as empresas do<br />

sector público e do privado, para as quais a garantia<br />

de futuro está apenas na sua capaci<strong>da</strong>de de se<br />

a<strong>da</strong>ptar às novas condições que vão surgindo. Essa<br />

a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de é que constitui o «seguro de vi<strong>da</strong>»<br />

para o futuro, tanto quanto este conceito faz algum<br />

sentido quando se trata do mundo empresarial.

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