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estudadas. Mesmo considerando que a Área de Estudo tem<br />
grandes espaços sem ocupação humana e as limitações da base<br />
cartográfica, mais da metade dos incêndios estão localizados<br />
bastante próximos às vias de transporte (54%). Apesar de<br />
muitos incêndios terminarem próximos a estas vias, por elas<br />
funcionarem como aceiros, o risco de ignição próximo a elas é<br />
bastante elevado, já permitem o acesso dos incendiários.<br />
Em geral, os incêndios provocados por limpeza<br />
de áreas ou mesmo vandalismo, são localizados não muito<br />
próximos às edificações de forma a não atingir pessoas e<br />
estruturas (muitas vezes do próprio causador do incêndio),<br />
provavelmente por isso encontrou-se uma concentração de<br />
ocorrências (48%) distando de 100 a 500 m dessas estruturas.<br />
Por outro lado, não é incomum que o fogo ameace ou destrua<br />
patrimônio e vidas humanas, como se observa pelo percentual<br />
relativamente alto de incêndios que atingiram áreas próximas a<br />
edificações (20%).<br />
A comparação dos incêndios registrados dentro<br />
do Parque com o levantamento das propriedades particulares<br />
existentes indica a forte ligação entre eles e a situação fundiária<br />
da unidade: 93% dos incêndios que ocorreram dentro do PNI<br />
estavam total ou parcialmente inseridos em glebas que carecem<br />
de regularização fundiária. Esses dados corroboram fortemente<br />
a hipótese de que a grande maioria dos incêndios está ligada a<br />
conflitos de sócio-econômicos ligados à falta de regularização<br />
fundiária do Parque. Dos três grandes incêndios do Planalto,<br />
apenas o de 2001 não tem ligação com a questão: o de 2007<br />
provavelmente começou em área particular e os principais<br />
suspeitos de provocar o de 2010 são criadores de gado que<br />
estavam retirando animais perdidos na área.<br />
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