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PÁGINA 12 MATRIZ06 BOLETIM INTERNO DA INCM PRODUTOS<br />
Fernão Mendes Pinto<br />
and the Peregrinação<br />
Livro do Desasocego<br />
A INCM acaba de lançar<br />
duas <strong>da</strong>s maiores obras<br />
<strong>da</strong> literatura portuguesa<br />
de todos os tempos:<br />
Peregrinação, de Fernão<br />
Mendes Pinto, e o Livro<br />
do Desasocego,<br />
de Fernando Pessoa.<br />
Da máxima importância<br />
como obras do cânone<br />
nacional, estas duas<br />
partilham também um<br />
outro destino: estão entre<br />
as obras portuguesas<br />
mais difundi<strong>da</strong>s no<br />
estrangeiro.<br />
Em co-edição com<br />
a Fun<strong>da</strong>ção Oriente,<br />
esta obra reúne, para<br />
além do texto restaurado<br />
<strong>da</strong> Peregrinação,<br />
trabalhos científicos<br />
assentes na obra e no<br />
seu autor realizados por<br />
estudiosos de diversas<br />
nacionali<strong>da</strong>des e escritos<br />
em inglês, tendo em vista<br />
uma comuni<strong>da</strong>de<br />
científica internacional<br />
interessa<strong>da</strong>.<br />
A Peregrinação é um<br />
dos mais bem sucedidos<br />
exemplos <strong>da</strong> literatura<br />
de viagens do século xVI,<br />
polémico desde a sua<br />
divulgação inicial.<br />
O autor foi sempre<br />
sobejamente conhecido,<br />
mas a sua narrativa foi<br />
muitas vezes objecto de<br />
suspeita, por não reflectir<br />
a imagem heróica <strong>da</strong>s<br />
figuras portuguesas<br />
dos Descobrimentos.<br />
Nesta edição, em quatro<br />
volumes, a Fun<strong>da</strong>ção<br />
do Oriente propôs-se<br />
reunir um grupo de<br />
especialistas, primeiro<br />
nos Encontros de<br />
História Luso-Chinesa,<br />
e depois nesta obra em<br />
parceria com a INCM,<br />
cujos estudos viessem<br />
lançar nova luz sobre<br />
tudo o que se sabia<br />
e o que foi escrito sobre<br />
Fernão Mendes Pinto.<br />
A emblemática colecção<br />
Edição Crítica de<br />
Fernando Pessoa cresceu<br />
com mais um título, o não<br />
menos emblemático<br />
Livro do Desasocego.<br />
«Desasosego», como<br />
grafava o autor, também<br />
traduz a intenção desta<br />
edição <strong>da</strong> INCM: trazer<br />
a público, pela primeira<br />
vez, a enorme quanti<strong>da</strong>de<br />
de textos e trechos, uns<br />
mais longos que outros,<br />
que Pessoa deixou<br />
inéditos e sem<br />
organização definitiva<br />
prescrita. As edições<br />
que a obra teve antes,<br />
a primeira 47 anos depois<br />
<strong>da</strong> morte de Pessoa, são<br />
propostas de organização<br />
em livro com base em<br />
critérios diferentes, elas<br />
próprias reelabora<strong>da</strong>s<br />
em novas edições.<br />
Como é dever de uma<br />
edição crítica, a edição<br />
<strong>da</strong> INCM faz um esforço<br />
de aproximação ao<br />
original e, neste caso, isso<br />
significa a adopção de<br />
um critério cronológico<br />
de apresentação dos<br />
textos e a definição do<br />
corpus de acordo com<br />
as regras <strong>da</strong> crítica<br />
textual, que levaram<br />
a questionar a inclusão<br />
de vários textos e mesmo<br />
a redefinir o conceito de<br />
trecho. Mesmo assim<br />
não ignorou a tradição<br />
editorial do livro,<br />
incluindo em apêndice<br />
suplementar todos os<br />
textos que esta edição<br />
não incluiu no seu corpus<br />
do Livro, e que são<br />
também importantes<br />
para o estudo <strong>da</strong> obra<br />
pessoana.<br />
Esta edição do Livro do<br />
Desasocego constitui-se,<br />
portanto, como uma nova<br />
edição, mas também<br />
como a base para novas<br />
edições e para novos<br />
estudos sobre a obra<br />
e sobre o autor.