Câmara Municipal - Governo do Estado de São Paulo
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A trajetória das<br />
ulheres Mno Legislativo Paulistano<br />
Des<strong>de</strong> o Perío<strong>do</strong> Colonial, as mulheres paulistanas<br />
vêm se consagran<strong>do</strong> por sua bravura e pela<br />
conquista <strong>de</strong> espaço na política. No século XVII,<br />
assumiam a administração da família e até <strong>do</strong>s<br />
negócios, enquanto os mari<strong>do</strong>s se aventuravam<br />
como ban<strong>de</strong>irantes nos sertões brasileiros, à procura<br />
<strong>de</strong> ouro e pedras preciosas.<br />
Porém, a efetiva participação da mulher na política<br />
nacional e local só ocorreu com o Decreto<br />
nº 21.076, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1932, o Código<br />
Eleitoral Provisório. Essa norma regulamentava<br />
em to<strong>do</strong> o país as eleições fe<strong>de</strong>rais, estaduais e<br />
municipais. Dentre suas inovações, a mais significativa<br />
foi a concessão <strong>do</strong> direito ao voto a to<strong>do</strong>s<br />
os brasileiros alfabetiza<strong>do</strong>s maiores <strong>de</strong> 21 anos e<br />
às mulheres, que até então não votavam. Assim,<br />
embora com algumas restrições, as mulheres podiam<br />
exercitar a cidadania.<br />
Em 3 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1933, ocorreram eleições para a<br />
Constituinte Nacional, para que uma nova Constituição<br />
fosse elaborada. Dentre os representantes<br />
escolhi<strong>do</strong>s por São <strong>Paulo</strong>, foi eleita Carlota<br />
Pereira <strong>de</strong> Queirós, a primeira mulher a ocupar<br />
vaga no Parlamento Nacional.<br />
Promulgada a Constituição, em 1934, as restrições<br />
ao voto feminino foram eliminadas <strong>do</strong><br />
Código Eleitoral, embora sua obrigatorieda<strong>de</strong><br />
ainda fosse um <strong>de</strong>ver somente <strong>do</strong>s homens. Nas<br />
eleições municipais <strong>de</strong> 1936, nenhuma mulher<br />
foi eleita para a Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São <strong>Paulo</strong>.<br />
Com a promulgação da Constituição <strong>de</strong> 1946, o<br />
voto passou a ser obrigatório às mulheres.<br />
Eleitos os 45 verea<strong>do</strong>res <strong>de</strong> São <strong>Paulo</strong> para a<br />
1ª Legislatura, em 1948, o Tribunal Superior<br />
Eleitoral cancelou a inscrição <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Social<br />
Trabalhista, invalidan<strong>do</strong> a votação dada aos<br />
candidatos eleitos pela legenda. Assim, as duas<br />
primeiras verea<strong>do</strong>ras eleitas, Elisa Kaufmann e<br />
Maria Cartazzi, não pu<strong>de</strong>ram tomar posse. Para a<br />
2ª Legislatura, em 1952, elegeu-se Anna Lamberga<br />
Zeglio (PSP). Dulce Sales Cunha Braga<br />
(UDN) ficou como suplente <strong>de</strong> Estanislau Rubens<br />
<strong>do</strong> Amaral e mais tar<strong>de</strong> assumiu.<br />
A partir da legislatura seguinte, a participação<br />
das mulheres na política local foi aumentan<strong>do</strong>.<br />
Em 1955, elegeram-se para a 3ª Legislatura<br />
Helena Iraci Junqueira (PDC), Matil<strong>de</strong> <strong>de</strong> Carvalho<br />
(PSP) e Anna Lamberga Zeglio (PSP).<br />
Para a 4ª Legislatura, em 1960, foram eleitas<br />
Dulce Sales Cunha Braga (UDN), Ruth Guimarães<br />
(PSD), Anna Lamberga Zeglio (PSP – suplente, assumiu<br />
<strong>de</strong> forma efetiva a vaga <strong>de</strong> William Salem)<br />
e Helena Iraci Junqueira (PDC – suplente, substituiu<br />
vários verea<strong>do</strong>res ao longo da legislatura).<br />
Em 1964, iniciou-se a 5ª Legislatura, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong><br />
eleitas Anna Lamberga Zeglio (PTB) e Dulce Sales<br />
Cunha Braga (UDN).<br />
Durante as legislaturas iniciais, as verea<strong>do</strong>ras<br />
exerceram papel importante na <strong>de</strong>fesa das parcelas<br />
menos favorecidas <strong>do</strong>s paulistanos, participan<strong>do</strong><br />
ativamente <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates sobre assistência<br />
social, higiene e saú<strong>de</strong> pública, educação, cultura,<br />
lavoura, indústria e comércio.<br />
Por meio <strong>do</strong> Ato Institucional nº 2, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> outubro<br />
<strong>de</strong> 1965, foi imposto no Brasil o bipartidarismo.<br />
Os parti<strong>do</strong>s políticos foram extintos e o Ato<br />
Complementar nº 4 estabeleceu as condições<br />
para a formação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is parti<strong>do</strong>s: Aliança Renova<strong>do</strong>ra<br />
Nacional (Arena) e o Movimento Democrático<br />
Brasileiro (MDB).<br />
Em 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1968, as Câmaras Municipais<br />
sofreram um duro golpe. O Ato Institucional<br />
nº 5 suspen<strong>de</strong>u as garantias constitucionais e<br />
atribuiu ao presi<strong>de</strong>nte da República o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
intervir nos municípios, <strong>de</strong>cretar o recesso das<br />
Câmaras e cassar o mandato <strong>de</strong> verea<strong>do</strong>res. O<br />
Ato Institucional nº 7, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1969,<br />
suspen<strong>de</strong>u as eleições para os cargos <strong>do</strong> Executivo<br />
e <strong>do</strong> Legislativo municipais.<br />
A Emenda Constitucional nº 1, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> outubro<br />
<strong>de</strong> 1969, estabeleceu um teto <strong>de</strong> 21 verea<strong>do</strong>res<br />
para as Câmaras. Para a 6ª Legislatura, foi eleita<br />
Theo<strong>do</strong>sina Ribeiro, a primeira verea<strong>do</strong>ra negra<br />
<strong>de</strong> São <strong>Paulo</strong>, membro <strong>do</strong> MDB, parti<strong>do</strong> <strong>de</strong> oposição<br />
ao regime militar.