Bsb plus size virtual.

Acho incrível o movimento plus
size que vem tomando forma e
adquirindo espaço na sociedade e na
mídia. Não se trata de uma apologia
à obesidade, mas de um incentivo
à autoestima, ao entendimento e
à valorização das nossas próprias
características ao invés de vivermos
condenadas a uma frustração eterna
na busca de ter a magreza de fulana, o
cabelo da sicrana. Cada ser humano é
único e deve ser respeitado e valorizado
assim.
O que aconteceu comigo foi muito
louco. O sobrepeso acabou me
ajudando porque me colocou num
nicho de mercado específico: o das
gordinhas bonitas. Rs. Vivíamos (e ainda
vivemos um pouco) um momento em
que todas as atrizes queriam ser magras
e loiras, então quando precisavam de
uma mulher com características mais
“reais” lembravam logo de mim. E
assim pouco a pouco as portas foram se
abrindo. O único problema é que ainda
existe uma prática em vigor que vincula
sempre os gordos à comédia. Quando
algum autor resolver botar uma gordinha
pra fazer uma mocinha romântica, dramática,
ou uma vilã, aí sim teremos uma grande vitória!
Eu ESTOU plus size há uns anos,
mas sou uma mini plus size, né?
Sou baixinha! (risos) Procuro estar
“antenada” no que a moda oferece
pra quem tem quilinhos a mais, mas
ainda insisto em achar peças em lojas
não-específicas e acho que me viro
bem nesse mix. Tento valorizar os
pontos fortes do meu corpo atual: um
decote, pernas à mostra...
Nunca fui gordinha. A partir dos 18
anos comecei a ter umas briguinhas
com a balança, mas inicialmente por
pouca coisa: 3 kg, 5 kg... Só que fiz
a besteira de começar a recorrer a
remédios, e essa diferença começou a
aumentar pra 8, 10, 12... Até que em
2006, depois de uma última leva de
remédios somada a uma conjuntura
emocional complicada e uma tireoide
preguiçosa, engordei cerca de 20 Kg.
No começo foi complicado aceitar
a nova realidade. Hoje lido bem com
ela, mas é claro que às vezes me dá
saudade de vestir 40, de achar roupa
bonita com facilidade, de chamar
a atenção masculina no primeiro
impacto... Qual mulher, por mais bem
resolvida que seja não pensa nisso
vez ou outra? Como tenho problema
de tireoide vivo em vigilância: tomo
hormônio todos os dias e faço exame
de sangue regularmente. Pratico dança
e procuro cuidar da alimentação sim.
Como minhas besteiras, claro, mas
sem exagero. Tudo é remédio e tudo
é veneno, depende da dose (risos).
Felizmente minha glicose, meu
colesterol, essas coisas, são ótimos!
Brinco que meus exames são inveja a
qualquer magro!
“Minha Mãe é Uma Peça – O Filme”
foi meu primeiro GRANDE trabalho
e vai ficar marcado na minha vida com
muito carinho pra sempre. Um grande
sucesso, uma grande personagem,
grandes amigos! Na TV já fiz programa
de humor, seriado e participação em
várias novelas. Acho que está na hora
de fazer uma novela inteira, né? Tenho
muita vontade!
Quem diz que nunca se sentiu inferior
por ser gordinha, mente. O movimento
pró Plus Size é lindo, mas ainda é
minoria. Quando você entra numa
loja e a vendedora te olha de cima a
baixo e diz com cara de nojo que não
tem seu tamanho você se sente um
ET. Ainda tem muita gente por aí que
faz questão de ser desagradável, que
é capaz de passar do seu lado na rua
e fazer algum comentário totalmente
desnecessário sobre o seu peso. Eu
fico chocada. Eu não passo na rua
e falo pra um desconhecido “você é
horroroso!”. Infelizmente as pessoas
ainda se defendem atacando os outros
gratuitamente. O governo devia criar a
bolsa-terapia! (risos).
Meninas, agora temos uma publicação
só nossa. Não é chique? Aproveitem!
Cuidem-se, valorizem-se, tomem as
rédeas de suas vidas e mostrem a vocês
mesmas e ao mundo, todos os dias,
o que têm de melhor e sejam felizes!
E comemorem rindo no cinema com
“Minha Mãe é Uma Peça – O Filme”!
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