Aplicação do Método da Polarização Induzida ... - Geologia Ufpr
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Polarização Induzi<strong>da</strong> Espectral<br />
exemplo, a discriminação entre grafita e outros<br />
minerais polarizáveis e sulfetos de interesse<br />
econômico. Estes últimos autores verificaram que os<br />
parâmetros espectrais c e R o variam pouco com o tipo<br />
de mineralização e o primeiro deles é um fator<br />
independente e praticamente constante, enquanto τ e<br />
m são os mais importantes e estão relaciona<strong>do</strong>s com<br />
os teores e a granulometria <strong>do</strong> minério. Os<br />
experimentos de Pelton et al. (1978) demonstraram<br />
que a discriminação espectral entre mineralizações<br />
dissemina<strong>da</strong>s, maciças e em vênulas (veinlets), não<br />
depende <strong>da</strong> composição química mas sim <strong>do</strong> hábito<br />
ou <strong>da</strong> granulometria <strong>do</strong> minério. Após a remoção <strong>da</strong>s<br />
distorções provoca<strong>da</strong>s pelo acoplamento<br />
eletromagnético, os resulta<strong>do</strong>s são interpreta<strong>do</strong>s<br />
através de um programa de inversão, determinan<strong>do</strong>-se<br />
os quatro parâmetros espectrais (R o , m, τ e c), os<br />
quais fornecem a curva de dispersão Cole-Cole que<br />
mais se ajustou aos <strong>da</strong><strong>do</strong>s de SIP medi<strong>do</strong>s, além <strong>do</strong><br />
erro médio quadrático.<br />
No mo<strong>do</strong> Cole-Cole emprega<strong>do</strong> na presente<br />
pesquisa, no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> tempo (2s), as curvas de<br />
decaimento medi<strong>da</strong>s são compara<strong>da</strong>s com curvas<br />
teóricas calcula<strong>da</strong>s com um expoente c fixo e igual a<br />
0.25 e τ entre 10ms e 100s, de mo<strong>do</strong> que os <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
apresenta<strong>do</strong>s deste último parâmetro correspondem às<br />
curvas teóricas que melhor se ajustaram aos <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
observa<strong>do</strong>s. O sistema de polarização induzi<strong>da</strong><br />
utiliza<strong>do</strong> nos ensaios, fabrica<strong>do</strong> pela Iris Instruments,<br />
envolve um receptor multicanal (ELREC-10), um<br />
transmissor (VIP-3000) com potência máxima de<br />
3kW, alimenta<strong>do</strong> por um gera<strong>do</strong>r Hon<strong>da</strong> EM5000.<br />
<strong>Geologia</strong> e Mineralizações <strong>do</strong> Depósito Breves<br />
O depósito Breves situa-se no Cinturão de<br />
Cisalhamento Itacaiúnas, o qual hospe<strong>da</strong> a Província<br />
Mineral de Carajás (Docegeo, 1988). O Alvo foi<br />
inicialmente pesquisa<strong>do</strong> pela Rio Doce <strong>Geologia</strong> e<br />
Mineração S.A. – Docegeo, nas déca<strong>da</strong>s de 80 e 90.<br />
Os primeiros indícios <strong>da</strong>s mineralizações revelaram<br />
fortes anomalias de cobre em sedimentos de corrente<br />
(> 400ppm). O levantamento geoquímico de solo,<br />
posterior, resultou em anomalias discretas de Au,<br />
acima de 4,5 ppb, com valores de até 347 ppb,<br />
situa<strong>da</strong>s nas bor<strong>da</strong>s <strong>do</strong> platô, onde afloram colúvios e<br />
crostas lateríticas. A investigação direta <strong>da</strong> principal<br />
anomalia, através de trincheiras e son<strong>da</strong>gens rotativas,<br />
revelou mineralizações auríferas associa<strong>da</strong>s às crostas<br />
lateríticas e veios de quartzo.<br />
No segun<strong>do</strong> semestre de 1997 a CVRD retomou<br />
as pesquisas no Alvo, com o objetivo de ampliar as<br />
reservas de minério aurífero oxi<strong>da</strong><strong>do</strong> para beneficiá-lo<br />
na planta <strong>da</strong> Mina <strong>do</strong> Igarapé Bahia. Uma campanha<br />
de son<strong>da</strong>gens por circulação reversa mostrou a<br />
potenciali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Alvo para reservas de minério de<br />
ouro no horizonte oxi<strong>da</strong><strong>do</strong>, associa<strong>do</strong>s a gossans,<br />
veios de quartzo e crosta laterítica (pisolítica), com<br />
possibili<strong>da</strong>de de extensão em profundi<strong>da</strong>de.<br />
Entretanto, mesmo após as son<strong>da</strong>gens, desconhecia-se<br />
o controle <strong>da</strong> zona mineraliza<strong>da</strong>, a fonte primária <strong>do</strong><br />
ouro laterítico e os sulfetos responsáveis pela<br />
formação <strong>do</strong>s gossans.<br />
Os modelos <strong>do</strong>s depósitos de cobre e ouro <strong>da</strong><br />
Província são caracteriza<strong>do</strong>s pela presença de gossans<br />
sobre corpos sulfeta<strong>do</strong>s, principalmente maciços, com<br />
desenvolvimento de carapaça laterítica e crosta<br />
pisolítica, além de uma espessa cobertura de latossolo<br />
empobreci<strong>do</strong> em metais. No perfil de intemperismo<br />
<strong>do</strong> Platô Breves, ocorre também uma espessa<br />
cobertura de latossolo, que gra<strong>da</strong> em espessura na<br />
direção <strong>da</strong> bor<strong>da</strong>, onde afloram crostas lateríticas<br />
compactas e/ou friáveis, estas últimas constituin<strong>do</strong> as<br />
zonas de colúvio. Abaixo <strong>da</strong> crosta pisolítica ocorre<br />
um pacote de saprólito ferrífero com boxworks,<br />
sugerin<strong>do</strong> a presença de sulfetos dissemina<strong>do</strong>s e<br />
gossans associa<strong>do</strong>s aos veios de quartzo,<br />
freqüentemente mineraliza<strong>do</strong>s em ouro.<br />
A mineralização cupro-aurífera pode ser<br />
enquadra<strong>da</strong> no modelo de depósitos de Au<br />
relaciona<strong>do</strong> à intrusões, em correspondência à<br />
províncias de W e Sn, o qual envolve uma associação<br />
de Au, Cu, Ag, Sn, W, Mo e Bi, vincula<strong>da</strong> à intensa<br />
ativi<strong>da</strong>de metassomática e hidrotermal gera<strong>da</strong> pela<br />
intrusão ígnea. A principal zona mineraliza<strong>da</strong> ocorre<br />
em um greisen relaciona<strong>do</strong> ao ápice de uma intrusão<br />
granítica alcalina peraluminosa que passa, na base, à<br />
uma rocha subvulcânica de composição riolítica,<br />
geneticamente relaciona<strong>da</strong> à intrusão granítica,<br />
encaixa<strong>da</strong> em metassedimentos lamina<strong>do</strong>s de baixo<br />
grau (metarenitos, metasiltitos e metargilitos). A<br />
mineralogia sulfeta<strong>da</strong> é representa<strong>da</strong> por calcopirita,<br />
pirita, arsenopirita, pirrotita, molibdenita e feberita,<br />
que ocorrem dissemina<strong>do</strong>s e preenchen<strong>do</strong> fraturas em<br />
padrão stockwork. A mineralização pode também<br />
ocorrer nas encaixantes metassomatiza<strong>da</strong>s, próxima à<br />
intrusões, em veios e/ou dissemina<strong>da</strong>s, no primeiro<br />
caso na forma stratabound. O contexto estrutural e<br />
tectônico é representa<strong>do</strong> pela zona de cisalhamento<br />
transcorrente que envolve a falha de Carajás e splays,<br />
de direção geral WNW-ESSE, constituin<strong>do</strong> um<br />
padrão em Z. A direção pre<strong>do</strong>minante <strong>do</strong> sistema de<br />
fratura que aloja a mineralização é representa<strong>da</strong> por<br />
um par conjuga<strong>do</strong> N45E-N15W. A intrusão granítica<br />
está orienta<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> NNE e é trunca<strong>da</strong> por sistemas<br />
de fraturas em stockwork. Também ocorrem sistemas<br />
de falhas normais de direção pre<strong>do</strong>minantes N-S,<br />
forma<strong>da</strong>s em evento tardio, com magmatismo<br />
associa<strong>do</strong> (diques de gabro granofírico).<br />
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