Lições de liderança - ONS
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89<br />
Ano VIII | Fevereiro 2006<br />
Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico<br />
4<br />
Lições <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />
Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Gerencial inicia com incentivo à<br />
leitura e palestra sobre gestão<br />
Amiza<strong>de</strong><br />
Pesquisa<br />
6<br />
7
EDITORIAL<br />
Um visitante discreto<br />
Informativo do Operador<br />
Nacional do Sistema Elétrico<br />
Escritório Central<br />
Rua da Quitanda, 196<br />
Centro • Rio <strong>de</strong> Janeiro • RJ<br />
20.091-005<br />
Telefone (21) 2203-9400<br />
Fax (21) 2203-9444<br />
www.ons.org.br<br />
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texto <strong>de</strong> matéria para:<br />
jornal@ons.org.br<br />
Na sexta-feira, 24 <strong>de</strong> fevereiro,<br />
quando em toda a cida<strong>de</strong> os tamborins já<br />
se aqueciam para o carnaval e o fluxo <strong>de</strong><br />
pessoas chegando ou saindo do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
superava a capacida<strong>de</strong> das vias públicas,<br />
o Operador Nacional recebeu um visitante<br />
ilustre e discreto.<br />
O ministro <strong>de</strong> Minas e Energia, Silas Ron<strong>de</strong>au<br />
Cavalcante Silva, chegou ao Escritório<br />
Central por volta das 10 horas da manhã,<br />
sendo recebido pelo diretor geral do<br />
<strong>ONS</strong>. Vale ressaltar que apenas uma vez em<br />
toda a história da organização um ministro<br />
<strong>de</strong> Estado já havia marcado presença na<br />
casa. Em maio <strong>de</strong> 2004, a então ministra<br />
Dilma Rousseff participou <strong>de</strong> uma reunião<br />
do Conselho <strong>de</strong> Administração realizada no<br />
Escritório Central, trazendo as orientações<br />
do Governo para a mudança <strong>de</strong> Diretoria<br />
que se realizava na ocasião.<br />
Desta vez, entretanto, a visita do ministro<br />
Silas teve um caráter eminentemente técnico.<br />
Em reunião com o diretor geral, inteirou-se<br />
sobre os estudos <strong>de</strong> atendimento<br />
energético em <strong>de</strong>senvolvimento pelo <strong>ONS</strong>,<br />
que serão submetidos ao CMSE. Conheceu<br />
ainda as ações preventivas adotadas<br />
pelo Operador e por seus agentes associados<br />
para reforçar ainda mais a segurança<br />
na operação do SIN durante o carnaval, as<br />
quais fizeram parte do Plano Verão (veja<br />
<strong>de</strong>talhes no Ligação nº 88).<br />
Com o embasamento <strong>de</strong> sua formação <strong>de</strong><br />
engenheiro eletricista, e com a experiência<br />
<strong>de</strong> quem, no início da década <strong>de</strong> 90, já<br />
presidiu o Comitê Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Operações<br />
do Norte e Nor<strong>de</strong>ste (CCON, um<br />
dos precursores do <strong>ONS</strong>), o ministro fez<br />
questão <strong>de</strong> conhecer <strong>de</strong> perto os processos<br />
da programação eletroenergética da operação<br />
do SIN.<br />
Na Gerência <strong>de</strong> Programação e Desligamentos,<br />
assistiu a uma apresentação sobre<br />
o PMO <strong>de</strong> março e foi informado sobre as<br />
condições <strong>de</strong> atendimento a Fortaleza enquanto<br />
a linha <strong>de</strong> transmissão 500 kV Teresina-Sobral<br />
permanecer fora <strong>de</strong> operação.<br />
Afastando-se das formalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu<br />
cargo, visitou os postos <strong>de</strong> trabalho e conversou<br />
com os engenheiros sobre os <strong>de</strong>talhes<br />
e <strong>de</strong>safios da programação diária da<br />
operação. Saiu satisfeito com o que viu e<br />
ouviu. Encerrou a visita com um almoço<br />
com a Diretoria do Operador.<br />
É um momento importante para qualquer<br />
organização a visita <strong>de</strong> uma autorida<strong>de</strong> do<br />
nível <strong>de</strong> um ministro <strong>de</strong> Estado. Ainda mais<br />
para o Operador Nacional, em que a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> estreita articulação com as autorida<strong>de</strong>s<br />
do setor é tão gran<strong>de</strong> quanto o<br />
compromisso com os critérios técnicos estabelecidos<br />
nos Procedimentos <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>.<br />
Mais ainda, a cordialida<strong>de</strong> no relacionamento<br />
da mais alta autorida<strong>de</strong> do setor<br />
elétrico do país com a Diretoria do <strong>ONS</strong><br />
é uma sólida base para que a interação<br />
entre as duas instituições ocorra <strong>de</strong> maneira<br />
freqüente e sistemática, tendo sempre<br />
em vista a busca do melhor resultado<br />
para a socieda<strong>de</strong>.<br />
2<br />
Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico • Ligação 89 • Fevereiro 2006
ENDOMARKETING<br />
Viva as mulheres!<br />
As comemorações do Dia Internacional da Mulher começaram<br />
<strong>de</strong> véspera. No dia 7 <strong>de</strong> março, o grupo Sururu na Roda<br />
abriu alas para as mulheres do <strong>ONS</strong>.<br />
Nascido do encontro <strong>de</strong> jovens estudantes<br />
da escola <strong>de</strong> música da Uni-Rio –<br />
Nilze Carvalho (voz, bandolim e cavaquinho),<br />
Camila Costa (voz e violão) e Silvio<br />
Carvalho (voz, cavaquinho e percussão) –, o<br />
Sururu na Roda fechou a sua atual formação<br />
com a chegada <strong>de</strong> Fabiano Salek (voz e percussão).<br />
No show <strong>de</strong>dicado à doçura e à força<br />
feminina, realizado no Auditório do Escritório<br />
Central pela série Todos os Sons, o<br />
grupo <strong>de</strong>u uma interpretação muito própria<br />
e especial para antigos e novos sucessos do<br />
cancioneiro popular brasileiro, valorizando<br />
gêneros e estilos como xote, samba, choro e<br />
maxixe, presentes no seu segundo CD.<br />
Meninas-prodígio<br />
Nilze Carvalho foi flagrada pelo irmão mais<br />
velho tocando cavaquinho quando tinha<br />
apenas cinco anos. Aos sete, já havia se apresentado<br />
no 1º Festival <strong>de</strong> Choro do Teatro<br />
João Caetano, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Lançou vários<br />
discos, como: Choro <strong>de</strong> Menina (volumes<br />
1, 2, 3 e 4) e Chorinho <strong>de</strong> Ouro. Des<strong>de</strong><br />
os 15 anos, tocou e gravou em países como:<br />
Estados Unidos, Itália, França, Argentina,<br />
Japão, Suíça, Espanha, China e Austrália.<br />
Camila Costa estudou violão clássico e popular<br />
e está terminando o curso <strong>de</strong> licenciatura<br />
em música na Uni-Rio. Participou <strong>de</strong> vários<br />
festivais pelo Brasil, sendo premiada diversas<br />
vezes como revelação feminina. Participou,<br />
como convidada do compositor Walter Alfaiate,<br />
em Brasília, do projeto Gente do Samba<br />
2004. Em setembro <strong>de</strong> 2004, teve participação<br />
especial nos shows <strong>de</strong> lançamento do CD<br />
Partido ao Cubo <strong>de</strong> Nei Lopes.<br />
Da esq. para a dir: Fabiano<br />
Salek, Nilze Carvalho, Camila<br />
Costa e Silvio Carvalho.<br />
Além do Sururu na Roda,<br />
Nilze Carvalho toca,<br />
ainda, com o grupo Choro<br />
na Feira e com o violinista<br />
francês Nicolas Krassik. É<br />
formada em licenciatura<br />
em música pela Uni-Rio.<br />
Lançou seu primeiro CD<br />
solo, em junho <strong>de</strong> 2005.<br />
Em abril <strong>de</strong> 2005, Camila<br />
Costa lançou seu primeiro<br />
CD solo, com produção e<br />
arranjos <strong>de</strong> Ruy Quaresma<br />
e participação especial <strong>de</strong><br />
Fátima Gue<strong>de</strong>s.<br />
Informação combate o câncer <strong>de</strong> mama<br />
No dia 8 <strong>de</strong> março, as mulheres do Operador Nacional receberam um presente muito<br />
especial: uma linda sacola com uma canga e um folheto muito importante <strong>de</strong>ntro. O slogan<br />
“Prevenção ao Câncer <strong>de</strong> Mama – Invista sua energia neste projeto” marca o objetivo do <strong>ONS</strong><br />
com a iniciativa.<br />
Segundo dados da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, cerca <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> mulheres, por ano,<br />
<strong>de</strong>scobre que está com câncer <strong>de</strong> mama. Mas, graças ao diagnóstico cada vez mais precoce<br />
e aos avanços da medicina, este tipo <strong>de</strong> câncer já é visto como um inimigo que po<strong>de</strong> ser<br />
vencido. Uma das principais armas para isso é a informação. O folheto traz as orientações do<br />
Dr. Henrique Alberto Pasqualette, diretor do Centro <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas da Mulher, e se<br />
propõe a esclarecer e a ajudar na prevenção da doença, com informações sobre diagnóstico,<br />
tratamento e mitos criados sobre o tema.<br />
Fevereiro 2006 • Ligação 89 • Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico<br />
3
DESENVOLVIMENTO GERENCIAL<br />
J. C. Bemvenutti,<br />
que abriu o Programa<br />
Caise/2006 falando sobre<br />
relacionamento, li<strong>de</strong>rança,<br />
integração e disseminação<br />
do conhecimento,<br />
é um dos especialistas<br />
mais requisitados quando<br />
o tema é o fator humano<br />
nas empresas.<br />
Apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r<br />
No dia 20 <strong>de</strong> fevereiro, às 10h, os gestores do <strong>ONS</strong> tiveram um<br />
compromisso em comum. Foram todos convidados pela Diretoria a<br />
participar do evento <strong>de</strong> lançamento do projeto contínuo <strong>de</strong> incentivo<br />
à leitura, associado ao Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento Gerencial, e<br />
da logomarca da Biblioteca. A data foi marcada por uma instigante<br />
palestra <strong>de</strong> J. C. Bemvenutti, sobre O Gestor e o Aprendiz.<br />
Lições <strong>de</strong> Bemvenutti:<br />
“Quem acha que sabe tudo<br />
exclui o apren<strong>de</strong>r. Quem<br />
apren<strong>de</strong> embute o saber.”<br />
“Nossa tendência oci<strong>de</strong>ntal<br />
e técnica é rejeitar o que<br />
não enten<strong>de</strong>mos, aquilo<br />
que está fora do nosso<br />
círculo <strong>de</strong> saber. Temos<br />
muita dificulda<strong>de</strong> em fazer<br />
perguntas.”<br />
“Um gestor não ensina só<br />
tecnicamente, ele <strong>de</strong>ve<br />
levar em conta o que quer<br />
que sua equipe saiba, faça<br />
e sinta. O sentimento é<br />
tão, ou mais, importante<br />
que o conhecimento.”<br />
“As pessoas estão mais<br />
motivadas quando em<br />
harmonia com o ambiente.<br />
O gestor é um lubrificador<br />
do ambiente.”<br />
“A maior necessida<strong>de</strong><br />
do ser humano é a <strong>de</strong><br />
reconhecimento.”<br />
“Mais importante do que o<br />
que é ensinado, é o que é<br />
aprendido.”<br />
“As pessoas fazem as coisas<br />
por suas próprias razões e<br />
não pelas dos outros.”<br />
O Auditório do Escritório Central estava<br />
lotado. De Brasília, Florianópolis e Recife, as<br />
equipes do <strong>ONS</strong> podiam participar por vi<strong>de</strong>oconferência.<br />
O clima era <strong>de</strong> muita integração<br />
e expectativa. Afinal, todos os gerentes executivos<br />
foram convidados e, além dos gestores <strong>de</strong><br />
suas áreas, podiam também chamar mais dois<br />
integrantes <strong>de</strong> sua equipe. O convite fora assinado<br />
pelo diretor geral da organização, Hermes<br />
Chipp, que fez questão <strong>de</strong> apresentar o<br />
palestrante (foto ao lado). A Diretoria do Operador<br />
Nacional estava presente. Havia, então,<br />
uma pergunta no ar: o que, <strong>de</strong> tão importante,<br />
o professor J. C. Bemvenutti teria a dizer?<br />
Não foi preciso muito tempo para todos se darem<br />
conta <strong>de</strong> como os ensinamentos e questionamentos<br />
do professor Bemvenutti eram oportunos.<br />
De uma forma muito <strong>de</strong>scontraída, com<br />
exemplos práticos e consi<strong>de</strong>rações relevantes, o<br />
professor manteve a audiência atenta por mais<br />
<strong>de</strong> duas horas. “O gestor precisa se ver como um<br />
educador dos seus li<strong>de</strong>rados. Educador como<br />
aquele que ouve, estimula, ensina e apren<strong>de</strong> junto”,<br />
afirma. Para que isso realmente ocorra é preciso<br />
que se reconheça seus limites e encontre mecanismos<br />
para superá-los. Uma das lições é a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber que a escola tradicional<br />
não estimula as pessoas a perguntar, a priorida<strong>de</strong><br />
é dada ao respon<strong>de</strong>r. Por outro lado, também<br />
não ensina o aluno a compartilhar o seu conhecimento<br />
com os outros. “Se na hora da prova o<br />
colega me pe<strong>de</strong> ajuda, isso é cola. A escola não<br />
permite. Não somos educados a trabalhar em<br />
equipe”, avalia. “Como chegar, agora, no trabalho<br />
e sermos cobrados por isso, se passamos a<br />
nossa vida toda apren<strong>de</strong>ndo a não compartilhar<br />
o nosso saber? Da mesma forma, na universida<strong>de</strong>,<br />
não apren<strong>de</strong>mos nada sobre relação interpessoal,<br />
sobre gestão <strong>de</strong> pessoas”, comenta.<br />
Para os gestores superarem esse <strong>de</strong>safio, é preciso<br />
i<strong>de</strong>ntificarem essa dificulda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>les e das suas<br />
equipes, e estarem abertos a apren<strong>de</strong>r. Segundo<br />
o professor Bemvenutti, há três leis do aprendizado<br />
que <strong>de</strong>vem ser observadas: as pessoas não<br />
refletem sobre suas próprias convicções, o aprendizado<br />
é diretamente proporcional ao prazer (divertimento)<br />
experimentado e o aprendizado não<br />
terá ocorrido enquanto não houver mudança <strong>de</strong><br />
comportamento. Essas leis valem tanto para o<br />
4<br />
Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico • Ligação 89 • Fevereiro 2006
DESENVOLVIMENTO GERENCIAL<br />
gestor apren<strong>de</strong>r, como na hora <strong>de</strong><br />
transmitir o seu conhecimento. Em<br />
primeiro lugar, ele precisa estar aberto<br />
à sua equipe, ser acessível e sensível<br />
às peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado dos<br />
seus li<strong>de</strong>rados. “As pessoas não apren<strong>de</strong>m<br />
da mesma forma. Cada um tem<br />
uma maneira <strong>de</strong> assimilar e refletir sobre<br />
o conhecimento. Alguns sentem<br />
mais facilida<strong>de</strong> em lidar com as informações<br />
<strong>de</strong> uma forma mais técnica,<br />
baseada nos fatos; outros <strong>de</strong> um modo mais tradicional,<br />
metódico, sistematizado; outros sentem<br />
mais facilida<strong>de</strong> com o que chamamos <strong>de</strong><br />
uma maneira humanista; e outros <strong>de</strong> uma forma<br />
mais experimental”, explica. Cabe ao gestor<br />
i<strong>de</strong>ntificar o melhor caminho para chegar aos<br />
membros da sua equipe. “O que é mais importante<br />
para o <strong>ONS</strong> <strong>de</strong>ve ser repetido diariamente<br />
e <strong>de</strong> formas diferentes”, acrescenta Bemvenutti.<br />
Ao longo da palestra, foram realizadas algumas<br />
dinâmicas com os presentes e, ao final, três participantes<br />
(acima) passaram por uma experiência<br />
muito divertida e surpreen<strong>de</strong>nte. Durante as<br />
dinâmicas, cada um recebeu uma batata e, no<br />
fim da palestra, Bemvenutti ensinou como atravessá-la<br />
com um canudinho <strong>de</strong> plástico. O objetivo<br />
do exercício era <strong>de</strong>monstrar que, além do<br />
conhecimento técnico transmitido pelo professor,<br />
o êxito da tarefa <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />
dose <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> confiança.<br />
Formação <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res<br />
O Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento Gerencial é<br />
uma iniciativa da Diretoria <strong>de</strong> Assuntos Corporativos,<br />
mais especificamente da Assessoria <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento <strong>de</strong> Recursos Humanos, e está<br />
sob a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Solange Pose Aguiar,<br />
embora envolva todas as <strong>de</strong>mais diretorias. “O<br />
programa busca uma associação da teoria com<br />
a prática. Ele leva em conta três variáveis: o mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> gestão, os resultados da pesquisa <strong>de</strong> clima<br />
organizacional e os resultados da avaliação<br />
<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>. Esse será um ano <strong>de</strong> investimento<br />
nos gestores que, também, são responsáveis pelo<br />
clima da organização, por gerar um melhor ambiente<br />
<strong>de</strong> trabalho. O gestor é um veículo <strong>de</strong><br />
comunicação. É preciso que ele se veja também<br />
com esse papel”, explica Solange, especialista em<br />
Recursos Humanos.<br />
O Programa prevê o <strong>de</strong>senvolvimento dos 80<br />
gestores do Operador Nacional, entre gerentes<br />
executivos, assistentes e assessores, que li<strong>de</strong>ram<br />
cerca <strong>de</strong> 500 empregados, além <strong>de</strong> estagiários,<br />
trainees e contratados.<br />
A palestra do professor faz<br />
parte do projeto <strong>de</strong> incentivo<br />
à leitura, inserido<br />
no Programa. Os gestores<br />
também receberam<br />
o livro Shackleton –<br />
Uma lição <strong>de</strong> Coragem,<br />
<strong>de</strong> Margot Morrell e<br />
Stephanie Capparell. Esse projeto é composto<br />
por ciclos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre experiências pessoais<br />
adaptadas ao universo organizacional, tema<br />
abordado no livro. Segundo o diretor geral do<br />
<strong>ONS</strong>, “o objetivo é auxiliar cada um a alcançar<br />
o melhor <strong>de</strong> si mesmo. E o seu compromisso é<br />
multiplicar o seu melhor com a sua equipe. Precisamos<br />
encontrar o ponto <strong>de</strong> equilíbrio entre<br />
gerenciar e li<strong>de</strong>rar”, avalia Hermes Chipp.<br />
A experiência dos três<br />
participantes:<br />
“Foi um privilégio muito<br />
gran<strong>de</strong> participar da<br />
apresentação e concluir<br />
que o posicionamento do<br />
ser aprendiz me capacita a<br />
aumentar a visão e traduzir<br />
melhor o sentido <strong>de</strong> cada<br />
acontecimento.”<br />
Luís Cláudio Azeredo<br />
Analista <strong>de</strong> RH<br />
“Gostei muito da palestra.<br />
A questão <strong>de</strong> como tratar<br />
a li<strong>de</strong>rança e aproximar<br />
as pessoas que você<br />
li<strong>de</strong>ra, <strong>de</strong>ntro do contexto<br />
da equipe, foi muito<br />
interessante.”<br />
Sumara Duarte Ticom<br />
Engenheira Sênior<br />
“O que mais me marcou foi<br />
a reflexão sobre a forma<br />
com que somos educados<br />
e como, <strong>de</strong>pois, somos<br />
exigidos como gestores.<br />
Ter essa consciência, <strong>de</strong><br />
que somos aprendizes,<br />
diminui o peso e quebra<br />
as barreiras para que<br />
possamos realmente<br />
apren<strong>de</strong>r.”<br />
Bianca M. I. Martins<br />
Analista <strong>de</strong> RH Sênior<br />
O livro conta como<br />
Ernest Shackleton e sua<br />
tripulação conseguiram<br />
sobreviver a um naufrágio<br />
na Antártida. Foram<br />
dois anos <strong>de</strong> luta pela<br />
sobrevivência, e o espírito<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Shackleton<br />
foi a sua principal arma.<br />
Esta aventura está<br />
disponível na Biblioteca.<br />
Fevereiro 2006 • Ligação 89 • Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico<br />
5
CIRCUITO INTERNO<br />
Um bom companheiro<br />
Fausto Pinheiro Menezes<br />
Quem ainda não teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conversar com Fausto Pinheiro<br />
Menezes, gerente <strong>de</strong> Previsão e Acompanhamento da Carga, que está há<br />
pouco mais <strong>de</strong> um ano no <strong>ONS</strong>, po<strong>de</strong> até achá-lo um tanto introvertido.<br />
Mas, por trás do seu ar sério e fechado, há um flamenguista “saudável”,<br />
como ele mesmo diz, que sabe o valor <strong>de</strong> uma amiza<strong>de</strong>.<br />
Formado em Economia<br />
pela UFF, possui MBA em<br />
Desenvolvimento Gerencial<br />
pelo Ibmec e participa da<br />
segunda turma do Caise.<br />
Mora em Camboinhas<br />
(Niterói). Casado, tem dois<br />
filhos, Fausto, <strong>de</strong> 22 anos,<br />
e Mariana, <strong>de</strong> 23, que, em<br />
breve, lhe dará uma netinha.<br />
Gosta <strong>de</strong> ler e ouvir MPB.<br />
Entre seus compositores<br />
favoritos estão Chico<br />
Buarque e Djavan.<br />
Esclarece: “Sou muito<br />
objetivo e acabo passando<br />
a impressão <strong>de</strong> ser fechado,<br />
mas não sou.”<br />
Como foi o início da sua carreira?<br />
Logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> formado em Economia, trabalhei<br />
seis meses em uma empresa <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos<br />
e, <strong>de</strong>pois, entrei para o setor elétrico.<br />
Fui trabalhar nas Centrais Elétricas <strong>de</strong><br />
Roraima. Tinha 25 para 26 anos, e foi uma<br />
experiência muito rica. Atuava na área <strong>de</strong><br />
mercado, lidando com tarifas e planejamento<br />
financeiro. A empresa reunia pessoas <strong>de</strong><br />
todos os lugares do Brasil. Morei um tempo<br />
numa espécie <strong>de</strong> “república” <strong>de</strong> empregados,<br />
praticamente <strong>de</strong>ntro da companhia.<br />
O curioso é que nunca tivemos uma briga.<br />
Antes <strong>de</strong> vir para o <strong>ONS</strong>, fiquei 19 anos na<br />
Light, lidando com previsão <strong>de</strong> mercado, tarifas<br />
e regulação econômica. Coor<strong>de</strong>nei também<br />
alguns cursos da Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Distribuidores <strong>de</strong> Energia Elétrica, na<br />
área econômico-financeira e regulatória.<br />
Qual a sua expectativa em relação ao Caise?<br />
Acredito que o curso será muito bom. É uma<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizado e reciclagem <strong>de</strong><br />
conceitos. Os professores são <strong>de</strong> altíssima qualida<strong>de</strong><br />
e a PUC é uma universida<strong>de</strong> com gran<strong>de</strong><br />
envolvimento em pesquisa, o que agrega<br />
mais valor ainda ao curso. Estou certo <strong>de</strong> que<br />
o Caise vai ser <strong>de</strong> muita utilida<strong>de</strong>, principalmente<br />
no que se refere à gestão. A nossa turma<br />
é <strong>de</strong>dicada e está muito empolgada.<br />
Horário <strong>de</strong> Verão na balança<br />
Mirtis Do Coutto (à esq.) e<br />
Douglas Farias (à dir.) integram<br />
a equipe da Gerência <strong>de</strong><br />
Previsão e Acompanhamento da<br />
Carga, sob a gerência executiva<br />
<strong>de</strong> Saulo Cisneiros, da GMC (ao<br />
lado <strong>de</strong> Fausto Menezes).<br />
Mirtis é a engenheira<br />
especialista à frente dos estudos<br />
realizados com o apoio do<br />
Núcleo Sul.<br />
Os 126 dias do Horário <strong>de</strong> Verão, que terminou em 18 <strong>de</strong> fevereiro, significam mais do que algumas<br />
horas extras para aproveitar o sol. Trata-se <strong>de</strong> uma medida que reduz investimentos para aten<strong>de</strong>r a<br />
uma <strong>de</strong>manda sazonal no Sistema Interligado Sul/Su<strong>de</strong>ste/Centro-Oeste. Nas áreas <strong>de</strong> Minas Gerais,<br />
Mato Grosso do Sul, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e Santa Catarina, espera-se um ganho <strong>de</strong> R$ 31 milhões,<br />
com a redução da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração térmica, por exemplo. Com o maior aproveitamento da<br />
iluminação natural, há uma mudança no comportamento dos consumidores, o que provoca a nãocoincidência<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia elétrica, reduzindo a <strong>de</strong>manda máxima no horário <strong>de</strong> ponta.<br />
O sistema ganha também maior segurança operacional. Para que isso seja possível, são feitos vários<br />
estudos pela equipe da Gerência <strong>de</strong> Previsão e Acompanhamento da Carga, que subsidiam as <strong>de</strong>cisões<br />
do Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia. O último relatório — Expectativa dos Benefícios no Término do Horário<br />
<strong>de</strong> Verão 2005/2006 <strong>de</strong>staca as reduções esperadas da carga no horário <strong>de</strong> ponta. No Su<strong>de</strong>ste/Centro-<br />
Oeste a redução <strong>de</strong> energia equivale, aproximadamente, ao consumo da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória; e a redução<br />
da <strong>de</strong>manda, correspon<strong>de</strong> à carga no horário <strong>de</strong> ponta da região metropolitana <strong>de</strong> Belo Horizonte<br />
(cerca <strong>de</strong> 1.700 MW). No Sul, a redução é igual a meta<strong>de</strong> do consumo <strong>de</strong> Florianópolis e a redução da<br />
<strong>de</strong>manda equivale a 90% da carga no horário <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> Porto Alegre.<br />
6<br />
Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico • Ligação 89 • Fevereiro 2006
PESQUISA<br />
Melhor Ambiente<br />
Realizada pelo Operador Nacional, em<br />
parceria com o Great Place To Work® Institute,<br />
a pesquisa Melhor Ambiente, que teve o objetivo<br />
<strong>de</strong> aferir o clima organizacional no <strong>ONS</strong>,<br />
alcançou alto índice <strong>de</strong> participação.<br />
Dos 778 questionários distribuídos, 601 foram<br />
respondidos, o que significou um retorno<br />
<strong>de</strong> 78% no grau <strong>de</strong> envolvimento da organização.<br />
Somando-se a isso, nos meses <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro e janeiro, foram realizados oito<br />
grupos focais, com 112 participantes, <strong>de</strong>ntre<br />
eles 23 gestores <strong>de</strong> diversas diretorias do<br />
Operador. A partir <strong>de</strong> perguntas como “O<br />
que torna sua empresa um excelente lugar<br />
para trabalhar?” e “O que po<strong>de</strong> ser melhorado<br />
na sua empresa?”, elaboradas tanto no<br />
questionário, como nos grupos focais, foram<br />
obtidos 1.303 comentários e 48 sugestões.<br />
Conceitos aplicados<br />
A pesquisa, coor<strong>de</strong>nada pela Diretoria <strong>de</strong> Assuntos<br />
Corporativos, por meio da Gerência <strong>de</strong><br />
Recursos Humanos, visou i<strong>de</strong>ntificar com precisão<br />
quais pontos <strong>de</strong>vem ser melhorados no<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho do <strong>ONS</strong>. Dessa maneira,<br />
foi possível levantar informações que servirão<br />
<strong>de</strong> base para a adoção do mo<strong>de</strong>lo Great Place To<br />
Work®, que organiza e divi<strong>de</strong> as características<br />
mais importantes dos excelentes lugares para se<br />
trabalhar em cinco dimensões. São elas: credibilida<strong>de</strong>,<br />
respeito, imparcialida<strong>de</strong> (que, juntas,<br />
formam o vínculo <strong>de</strong> confiança), orgulho e camaradagem.<br />
Cada uma está dividida em três<br />
subdimensões, que direcionam para um conjunto<br />
<strong>de</strong> condições ou comportamentos encontrados<br />
nos excelentes lugares para se trabalhar.<br />
Após a realização da pesquisa, é gerado o Trust<br />
In<strong>de</strong>x, que permite medir com maior confiabilida<strong>de</strong><br />
a qualida<strong>de</strong> do ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />
Além disso, este documento apresenta<br />
um comparativo dos dados com as melhores<br />
empresas que já participaram da pesquisa no<br />
Brasil e no exterior. Em fevereiro, foi apresentado<br />
o Relatório Corporativo Geral à Diretoria.<br />
Em março, está prevista a realização <strong>de</strong><br />
workshops para a elaboração do Plano <strong>de</strong> Ação,<br />
bem como a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> ações por diretoria,<br />
baseada nos seminários. Para abril, está programada<br />
a divulgação do resultado geral para<br />
todos os colaboradores.<br />
A pesquisa constou <strong>de</strong><br />
um questionário com 69<br />
questões com afirmativas<br />
específicas, com as quais<br />
se po<strong>de</strong> concordar ou<br />
discordar, parcial ou<br />
totalmente.<br />
Os resultados do Trust<br />
In<strong>de</strong>x po<strong>de</strong>m incluir as<br />
respostas dos funcionários<br />
abrangendo tanto a visão<br />
da empresa como um<br />
todo (macroambiente)<br />
como da área <strong>de</strong> trabalho<br />
(microambiente).<br />
Escala para classificar ocorrências<br />
O Operador Nacional <strong>de</strong>senvolveu, por solicitação do ministro Silas Ron<strong>de</strong>au, no âmbito do Comitê<br />
<strong>de</strong> Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), uma metodologia para a classificação das perturbações<br />
ocorridas no Sistema Interligado Nacional (SIN). O método leva em conta o impacto da ocorrência no<br />
suprimento à região afetada, bem como no próprio SIN. Para isso, são consi<strong>de</strong>rados, simultaneamente,<br />
diversos fatores, como o horário do evento, a carga interrompida, a duração, a área <strong>de</strong> abrangência e<br />
a população afetada. O método foi exposto pelo diretor geral, Hermes Chipp, em reunião plenária no<br />
CMSE, sendo reconhecido como uma ferramenta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> para o esclarecimento à socieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> eventuais perturbações. O trabalho foi realizado por uma equipe multidisciplinar formada por: Paulo<br />
Gomes e Marco Aurélio Rodrigues, da Gerência <strong>de</strong> Estudos Especiais <strong>de</strong> Proteção e Controle (DPP);<br />
A<strong>de</strong>l Mendonça e José Luiz Rovere, do Centro Nacional <strong>de</strong> Operações do Sistema; Ronaldo Amaral,<br />
Marcelo Cascardo, Márcio Silvado e Alexandre Paixão, do Centro Regional <strong>de</strong> Operação Su<strong>de</strong>ste; João<br />
Maksoud, Takao Murakami e Cláudio Cardoso, da Assessoria <strong>de</strong> Supervisão e Controle (DOP); e Orlando<br />
Riccieri e Janine Monteiro, da Gerência <strong>de</strong> Informática e Telecomunicação (DAC).<br />
O novo método resulta em<br />
uma escala <strong>de</strong> gradação da<br />
severida<strong>de</strong> das ocorrências<br />
e recebeu elogios do<br />
ministro <strong>de</strong> Minas e<br />
Energia. O Boletim <strong>de</strong><br />
Interrupção do Suprimento<br />
<strong>de</strong> Energia (BISE) está<br />
publicando essa escala em<br />
caráter provisório para o<br />
MME, Aneel e os agentes<br />
associados. A implantação<br />
da nova metodologia pelos<br />
agentes <strong>de</strong>ve ser concluída<br />
até 6 <strong>de</strong> abril.<br />
Fevereiro 2006 • Ligação 89 • Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico<br />
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INTERLIGADAS<br />
Integração no Recife<br />
no Pinto do Galo da Madrugada<br />
“A integração foi ótima.<br />
Além do animadíssimo<br />
carnaval, foi muito bom<br />
conhecer alguns dos<br />
operadores do Recife.”<br />
Alceu <strong>de</strong> Campos,<br />
<strong>de</strong> Florianópolis<br />
“Foi emocionante participar<br />
do <strong>de</strong>sfile. O bloco é muito<br />
animado e bem familiar e<br />
tranqüilo. Levei, inclusive,<br />
a minha filha <strong>de</strong> 4 anos.<br />
Espero que o <strong>ONS</strong> continue<br />
promovendo campanhas<br />
<strong>de</strong>ste tipo.”<br />
Wagner José <strong>de</strong> Oliveira,<br />
<strong>de</strong> Brasília<br />
“O clima no bloco estava<br />
empolgante, superalegre,<br />
sem falar na segurança. Eu<br />
e a Andréia Baptista viemos<br />
do Rio e ficamos encantados<br />
com o carnaval do Recife.”<br />
José Mauro Abreu Pinto,<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
Abaixo, os foliões Laércio Gue<strong>de</strong>s,<br />
Antonio Falcão, Andréia Baptista,<br />
Joseline e Alceu <strong>de</strong> Campos.<br />
Por Graça Camelo<br />
Gerente executiva do Núcleo Norte-Nor<strong>de</strong>ste<br />
Imaginem acordar às 5h30 do sábado <strong>de</strong> carnaval<br />
após ter brincado a noite da sexta! A motivação<br />
precisa ser gran<strong>de</strong>! E tem que ser, para ver as<br />
ruas ainda adormecidas, coloridas com personagens<br />
do nosso Ariano Suassuna, os bonecos<br />
gigantes no Marco Zero, um sol lindo reluzindo<br />
atrás do parque das esculturas <strong>de</strong> Brennand,<br />
e apreciar o pirão <strong>de</strong> Cabeça <strong>de</strong> Galo feito e servido,<br />
ao som <strong>de</strong> um frevo rasgado, pelo nosso<br />
“Doutor em Física do Estado Sólido”. Tem que<br />
ser, para ver nosso presi<strong>de</strong>nte Laércio (eterno,<br />
imutável) comandar o bloco que vai acordar<br />
o Recife antigo com frevos-canções. Tem que<br />
ser, para ouvir a poesia <strong>de</strong> Carlos Penna Filho,<br />
saudoso poeta recifense, <strong>de</strong>clamada <strong>de</strong> cima do<br />
busto <strong>de</strong> Ascenso Ferreira. Tem que ser, para<br />
curtir os reencontros <strong>de</strong> carnaval, abraçar amigos<br />
e amigas que às vezes só vemos uma vez por<br />
ano, no bloco. Tem que ser, para entrar na Pracinha<br />
do Diário cantando “Voltei Recife”, fazer<br />
o caminho do Galo da Madrugada pela contramão,<br />
cantando o seu hino diante dos palanques<br />
da Guararapes. Tem que ser, para fazer<br />
o passo, dançar, cantar Alceu e, sentindo-se<br />
unida ao companheiro no meio da multidão,<br />
entregar-se ao ritmo <strong>de</strong> Vassourinhas, lamentando<br />
aqueles que, nos palanques,<br />
trocam o prazer <strong>de</strong> fazer<br />
o carnaval por serem espectadores<br />
da folia alheia. Tem que<br />
ser, pela alegria <strong>de</strong> misturar-se<br />
com o povo, sentir a multidão<br />
a<strong>de</strong>rindo ao bloco e cantar<br />
com ela “Olinda, quero cantar,<br />
para ti esta canção...”.<br />
Pois é, há 13 anos faço isto: acordo cedinho<br />
para às 6h30 chegar ao Marco Zero, para a<br />
concentração do Pinto do Galo da Madrugada.<br />
E este ano, com a camisa que ganhamos<br />
do <strong>ONS</strong>, a minha recortada e personalizada,<br />
saímos <strong>de</strong> casa, eu com flores na cabeça<br />
e Cláudio com chapéu <strong>de</strong> maracatu cheio <strong>de</strong><br />
fitas, um isopor com gelo e bourbon para esquentar<br />
ainda mais o corpo e a alma.<br />
E lembro-me quando o Pinto tinha cem pessoas.<br />
Agora, somos mais <strong>de</strong> quinhentos, três<br />
gerações <strong>de</strong> amigos e conhecidos que têm em<br />
comum o amor pelo carnaval do Recife. O<br />
Pinto é um bloco que tem o setor elétrico<br />
no sangue. E este ano não foi diferente. Estávamos<br />
todos lá: Celpe, Chesf, Eletronorte,<br />
Eletrobrás, EPE e <strong>ONS</strong>, com os visitantes <strong>de</strong><br />
Florianópolis, Brasília e Rio <strong>de</strong> Janeiro somando-se<br />
ao pessoal do Recife. E o frevo integrando<br />
todos na manhã do sábado. Neste<br />
ano, acordamos o Galo.<br />
8<br />
Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico • Ligação 89 • Fevereiro 2006