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AVALIAÇÃO DO FLUXOFENIM NAS CULTURAS DO SORGO ...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”<br />

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS<br />

CÂMPUS DE BOTUCATU<br />

AVALIAÇÃO <strong>DO</strong> <strong>FLUXOFENIM</strong> <strong>NAS</strong> <strong>CULTURAS</strong> <strong>DO</strong><br />

<strong>SORGO</strong>, TRIGO E ARROZ COMO PROTETOR<br />

AO HERBICIDA S-METOLACHLOR<br />

JOÃO RENATO VAZ DA SILVA<br />

Tese apresentada à Faculdade de Ciências<br />

Agronômicas da UNESP - Câmpus de<br />

Botucatu, para obtenção do título de Doutor em<br />

Agronomia - Área de Concentração em<br />

Agricultura.<br />

BOTUCATU - SP<br />

Outubro – 2007


UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”<br />

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS<br />

CÂMPUS DE BOTUCATU<br />

AVALIAÇÃO <strong>DO</strong> <strong>FLUXOFENIM</strong> <strong>NAS</strong> <strong>CULTURAS</strong> <strong>DO</strong><br />

<strong>SORGO</strong>, TRIGO E ARROZ COMO PROTETOR<br />

AO HERBICIDA S-METOLACHLOR<br />

JOÃO RENATO VAZ DA SILVA<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Orientador: Prof. Dr. Dagoberto Martins<br />

Tese apresentada à Faculdade de Ciências<br />

Agronômicas da UNESP - Câmpus de<br />

Botucatu, para obtenção do título de Doutor em<br />

Agronomia - Área de Concentração em<br />

Agricultura.<br />

BOTUCATU - SP<br />

Outubro – 2007


A minha esposa Junia,<br />

Minha realidade, minha fonte de inspiração, meu alicerce. Você me faz melhor do que sou.<br />

Obrigado. Tenha certeza que essa vitória é sua também.<br />

Amo muito você!<br />

DEDICO<br />

Ao meu pai, José Antonio da Silva,<br />

Minha mãe, Elisabeth Vaz da Silva,<br />

Meu irmão, José Rafael Vaz da Silva.<br />

Pela temperança nos momentos difíceis, conselhos em todos os<br />

momentos! Vocês são exemplos de Fé, Amor e Trabalho!! Muito obrigado!<br />

OFEREÇO


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus meu Senhor, meu Auxílio, meu Redentor, por mais essa Providência<br />

em minha vida.<br />

A toda minha família, exemplos que são para mim, pelas palavras de<br />

sabedoria e por todos os momentos de alegria!<br />

Ao Prof. Dr. Dagoberto Martins, pela amizade, orientação e confiança<br />

dispensada durante a realização deste trabalho.<br />

Ao chefe, amigo, incentivador, Sergio Bueno de Paiva. Sem o seu auxilio não<br />

seria possível essa conquista.<br />

As pessoas que participaram diretamente deste trabalho: Leonardo Cesar<br />

Ferreira, Joseane Scavroni (Tixa), Junia Vianna Correa da Silva, Gilmar Dantas, Jair<br />

Bosque, Junior César Capella, Marcelo Cardoso, prof. Dr. Ednaldo Guimarães<br />

(UFU), a prof. Dra. Ana Catarina Cataneo por todo o companherismo e boa vontade.<br />

Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Agronomia, Área de<br />

Concentração Agricultura, pelos ensinamentos e conhecimentos transmitidos;<br />

A Syngenta Proteção de Cultivos por me propiciar recursos à realização deste<br />

trabalho.<br />

Aos colegas de república, Gustavo Mateus Pavan, Neumárcio Vilanova da<br />

Costa e Laerte Silva, meu muito obrigado pelos momentos de convivência tão<br />

agradáveis e importantes.<br />

Durante minha passagem pela UNESP Botucatu tive a oportunidade de<br />

conhecer alguns de meus melhores amigos, companheiros, incentivadores,


conquistadores, excelentes jogadores de futebol, que se neste momento fosse citar<br />

nomes de cada, poderia recorrer em algum engano e esquecer de alguém, vocês todos<br />

farão parte eternamente da minha história.<br />

Aos meus queridos amigos, Michel A. Cambri, Tathyana Chaves, Ana Paula<br />

C. Ribeiro, Glauco Ribeiro, Luciana Maria da Silva, Carla F. Moya, Claudio Piccin,<br />

Meirinha, Ana Carolina (Foca), Geovana Ebaid, Priscila, amigos que nasceram pela<br />

Fé.<br />

A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram na realização deste<br />

trabalho.<br />

A TO<strong>DO</strong>S MEU MUITO OBRIGA<strong>DO</strong>!


INDICE<br />

Página<br />

1. RESUMO ................................................................................................................. 01<br />

2. SUMMARY.............................................................................................................. 03<br />

3. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 05<br />

4. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 07<br />

5. MATERIAL E MÉTO<strong>DO</strong>S.................................................................................... 18<br />

5.1. Avaliação de sintomas visuais de injúria causada por S-metolachlor sobre<br />

híbridos/cultivares de sorgo, trigo e arroz, com e sem tratamento com<br />

fluxofenim............................................................................................................. 18<br />

5.2. Determinação da atividade da Glutationa S-transferase em plântulas de sorgo,<br />

trigo e arroz, com e sem tratamento de sementes com fluxofenim, e com e sem<br />

aplicação de S-metolachlor ................................................................................ 21<br />

6. RESULTA<strong>DO</strong>S E DISCUSSÃO ............................................................................ 25<br />

6.1. Efeito do fluxofenim em diferentes culturas ..................................................... 25<br />

6.1.1. Cultura do Sorgo ......................................................................................... 25<br />

6.1.2. Cultura do Trigo .......................................................................................... 32<br />

6.1.3. Cultura do Arroz ......................................................................................... 39<br />

6.2. Determinação da atividade de Glutationa S-transferase em plântulas de sorgo<br />

e trigo com e sem tratamento de sementes com fluxofenim............................ 41<br />

7. CONCLUSÕES .. .................................................................................................... 43<br />

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 45


1<br />

1. RESUMO<br />

Este trabalho teve o objetivo de avaliar a eficiência do safener<br />

fluxofenim no tratamento de sementes de sorgo (DKB510 e SCG340), trigo (Avante e Ônix) e<br />

arroz (Bonanza e Aimoré), para o aumento da seletividade a aplicação do herbicida S-<br />

metolachlor em pré-emergência e determinar a atividade da enzima de detoxificação glutationa<br />

S-transferase (GST). O trabalho foi dividido em duas etapas. A primeira etapa constou da<br />

avaliação em campo da eficiência do safener em reduzir sintomas visuais de fitointoxicação<br />

causados pelo herbicida. Esta etapa foi conduzida na Estação Experimental pertencente à<br />

Syngenta Seeds no município de Uberlândia, Minas Gerais. Na segunda etapa foi determinada<br />

a atividade da GST, no Laboratório de Xenobióticos, do Departamento de Química e<br />

Bioquímica do Instituto de Biociências, UNESP, Campus de Botucatu, Botucatu, São Paulo.<br />

Foram comparadas a suscetibilidade ao herbicida por meio da avaliação visual de injúrias aos<br />

3, 7, 15 e 30 dias após a emergência (DAE), massa seca de raiz e parte aérea aos 10 DAE,<br />

além da determinação da atividade da GST. Os tratamentos utilizados foram: aplicação ou não<br />

do safener na dose de 40mL por 100 kg de sementes, e a pulverização do herbicida S-<br />

metolachlor nas doses de 1.440 e 2.880 mL i.a.ha -1 , e uma testemunha sem aplicação. A


2<br />

utilização do safener no tratamento de sementes para ambos os híbridos de sorgo (DKB510 e<br />

SCG340) aumentou a tolerância ao herbicida S-metolachlor nas duas doses utilizadas, sendo<br />

os melhores resultados foram obtidos na dose de 1.440 mL i.a. ha -1 . Apesar do fluxofenim ter<br />

conferido uma maior tolerância das cultivares de trigo testados ao S-metolachlor ocorreu<br />

fitointoxicação. O fluxofenim não foi capaz de reduzir a fitointoxicação pelo herbicida em<br />

nenhuma das duas cultivares de arroz testadas, levando a mortalidade total das plantas quando<br />

da aplicação do herbicida. Tanto a cultura do sorgo como a do trigo, através dos híbridos e<br />

cultivares testadas, apresentaram aumento na atividade da enzima GST quando da utilização<br />

do fluxofenim anteriormente à aplicação do herbicida S-metolachlor na dose de 1.440 mL i.a.<br />

ha -1 .<br />

Palavras-chaves: protetor, fluxofenim, S-metolachlor, trigo, sorgo, arroz


3<br />

2. SUMMARY<br />

EVALUATION OF <strong>FLUXOFENIM</strong> USED AS A SAFENER ON SORGHUM, WHEAT<br />

AND RICE FOR S-METOLACHLOR HERBICIDE. BOTUCATU, 2007. p. Dissertação<br />

(Doutorado em Agronomia / Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas,<br />

Universidade Estadual Paulista.<br />

Author: JOÃO RENATO VAZ DA SILVA<br />

Adviser: DAGOBERTO MARTINS<br />

This work aimed to evaluate the effectiveness of fluxofenim used for<br />

seed treatment as safener for sorghum, wheat and rice treated with the herbicide S-metolachlor<br />

applied in preemergence. The study was divided in two steps. In the first step it was measured<br />

the fluxofenim safener potential to reduce visual symptoms of S-metolachlor injury in the<br />

field. This phase was conducted in Uberlandia city, Minas Gerais, at Syngenta Experimental<br />

Station, and treatments were followed by S-metolachlor at 1.440 and 2.880 mL i.a. ha -1 , and


4<br />

fluxofenim at 0, and 40 mL per 100 kg of seeds, and a check without treatment. The second<br />

phase was set up at Chemistry and Biochemistry Departament in Botucatu, UNESP, São<br />

Paulo, to evaluated glutathione S-transferase activity (GST) in the crops that responded to<br />

field treatments with safener. It was used two varieties/hybrids per crop and it was measured<br />

herbicide phytotoxity as visual symptoms at 3, 7, 15 and 30 days after emergence, dry matter<br />

at 10 DAE, and gluthationa S-transferase activity. Fluxofenim increased S-metolachlor<br />

tolerance for both sorghum hybrids, but best results were observed at 1.440 mL i.a. ha -1 .<br />

Wheat varieties showed low tolerance to S-metolachlor in both rates, and fluxofenim<br />

increased S-metolachlor selectivity to wheat but not sufficient, reducing plant population to a<br />

non acceptable level. Seed treatment with fluxofenim for both rice varieties had no effect, and<br />

both S-metolachlor rates increased killed all plants treated with or without fluxofenim.<br />

Gluthationa S-transferase activity for sorghum and wheat increased when seeds treated with<br />

fluxofenim were submitted to S-metolachlor at 1.440 mL a.i. ha -1 .<br />

Keyword: safener, fluxofenim, S-metolachlor, wheat, sorghum, rice


5<br />

3. INTRODUÇÃO<br />

A mais flagrante forma de interferência direta das plantas daninhas<br />

sobre plantas cultivadas é a competição por água, nutrientes, espaço e luz. Quando convivem<br />

plantas daninhas e culturas taxonomicamente próximas ou fisiologicamente similares na<br />

reação aos herbicidas, poucos produtos são capazes de conferir um controle aceitável sem<br />

demonstrar sintomas de fitointoxicação devido à baixa seletividade. Dentro deste contexto,<br />

uma das ferramentas para um manejo químico eficiente é a utilização de safeners ou protetores<br />

para as plantas cultivadas.<br />

Protetores ou safeners são descritos como agentes químicos capazes<br />

de reduzir a intoxicação de herbicidas às plantas cultivadas por meio de alterações nos<br />

processos fisiológicos ou bioquímicos dessas culturas, sem reduzir a eficiência do produto no<br />

controle de plantas daninhas.<br />

A utilização do safener é desejável, pois traz alguns benefícios como,<br />

por exemplo, o controle de plantas com características semelhantes sem prejudicar a cultura<br />

comercial; expande o uso de herbicidas mais antigos; possibilita o uso e o desenvolvimento de<br />

produtos pelo aumento da seletividade; possibilita o uso de doses mais altas para determinados<br />

herbicidas; e a introdução de mecanismos de ação diferentes que podem ser úteis no manejo


6<br />

da resistência em plantas daninhas. Em adição, os safeners são ferramentas importantes na<br />

elucidação dos mecanismos de ação e na desintoxicação de herbicidas.<br />

O efeito protetor dos safeners contra herbicidas foi inicialmente<br />

descoberto por Otto Hoffman no final dos anos 40, o qual introduziu o termo “antídoto de<br />

herbicidas” para descrever a função da proteção às culturas das injúrias causadas por estes<br />

produtos. Os safeners podem ser utilizados no tratamento de sementes ou em misturas com o<br />

ingrediente ativo do herbicida. A grande vantagem da utilização destes compostos é que<br />

apenas o fenótipo da planta tratada é afetado, não havendo transferência da resistência para<br />

biótipos silvestres.<br />

De acordo com a literatura, um dos mecanismos de ação dos safeners<br />

é pelo aumento da atividade de enzimas específicas que metabolizam os herbicidas, dentre as<br />

quais a glutationa S-transferase, elevando assim a taxa de metabolismo e, consequentemente, a<br />

desintoxicação. Em culturas de cereais e em plantas daninhas resistentes, a glutationa S-<br />

transferase é considerada importante para a metabolização dos herbicidas. Essa enzima é<br />

tipicamente envolvida nos estágios iniciais das vias de desintoxicação e, as alterações em suas<br />

atividades constitutivas podem induzir ao aumento do metabolismo de xenobióticos.<br />

O fluxofenim é usado comercialmente como safener na cultura do<br />

sorgo em alguns países e, seu uso, leva a uma redução na intoxicação do herbicida S-<br />

metolachlor à cultura. Ressalta-se que tem sido estudada, também, sua utilização na cultura do<br />

trigo para o uso de dimethanamid, um herbicida utilizado no milho e na soja para controle de<br />

gramíneas.<br />

O presente trabalho teve como objetivo estudar o efeito da utilização<br />

do fluxofenim como safener e sua interação quando da aplicação de diferentes doses do<br />

herbicida S-metolachlor, bem como seu reflexo sobre a atividade da enzima glutationa S-<br />

tranferase nas culturas do sorgo e trigo.


7<br />

4. REVISÃO DE LITERATURA<br />

As diferentes espécies de plantas cultivadas variam bastante em suas<br />

capacidades de suportar a competição imposta pelas plantas daninhas. A intensidade de<br />

competição é, em certo grau função da cultivar plantada, do espaçamento entre sulcos de<br />

semeadura e da densidade de semeadura. Na cultura do sorgo, os efeitos decorrentes da<br />

interferência na produtividade de grãos são variáveis e dependem, dentre outros fatores, da<br />

espécie daninha presente e do período (estádio e duração) no qual ocorre. De uma maneira<br />

geral, as espécies monocotildôneas (destacando-se as Poaceae) causam maiores prejuízos à<br />

produtividade do sorgo do que as espécies dicotiledôneas. O lento desenvolvimento do sorgo<br />

nos primeiros estádios de crescimento torna-o suscetível à interferência de plantas daninhas,<br />

uma vez que essas apresentam rápida germinação e emergência, utilizando antecipadamente os<br />

recursos do meio. As reduções de produtividade no sorgo podem ser de até 70%. Somente três<br />

princípios ativos de herbicidas seletivos são registrados para a cultura do sorgo, mas as plantas<br />

de sorgo geralmente são pouco tolerantes aos herbicidas de ação pré-emergente sobre<br />

gramíneas, e os danos causados pela aplicação destes herbicidas costumam ser severos,


8<br />

podendo causar reduções superiores a 90% na população do sorgo, sendo o herbicida atrazine<br />

um dos principais produtos usados na cultura.<br />

Na cultura do arroz, a interferência de plantas daninhas reduz o<br />

acúmulo de matéria seca, a estatura e aumenta a esterilidade de espiguetas. Na colheita, além<br />

de ser reduzida a eficiência, ocorre aumento da umidade dos grãos. Também há contaminação<br />

por sementes e restos vegetais de plantas daninhas depreciando o produto final, ou<br />

incrementando o custo pela necessidade de limpeza e secagem com nível mais elevado de<br />

umidade de grãos de arroz. Em lavoura de arroz irrigado, a presença de Ammania sp. também<br />

interfere na velocidade de colheita, alem de reduzir a quantidade e a qualidade do arroz<br />

produzido. As plantas daninhas aquáticas também reduzem a eficiência da irrigação,<br />

bloqueando o fluxo normal da água na lavoura e nos canis de irrigação.<br />

Dentre as plantas daninhas que ocorrem na lavoura arrozeira, o capimarroz<br />

é uma das espécies mais estudadas. Cerca de 23 espécies de plantas monocotiledôneas e<br />

11 dicotiledôneas são relacionadas como principais infestantes dos agroecossistemas de arroz<br />

irrigado, de várzea úmida e terras altas. Elas exercem um período critico de competição com<br />

as plantas de arroz quando estas têm entre 15 e 45 dias de idade (Silveira Filho et al., 1984;<br />

Cobucci, 1998; Cobucci & Noldim, 1999). Cobucci & Noldin (1999) apresentam uma lista de<br />

trabalhos de vários autores relacionando o número de plantas monocotiledôneas por m 2 e a<br />

redução no rendimento do arroz em relação a parcelas mantidas no limpo por meio de capinas.<br />

Esses trabalhos forneceram como médias gerais 52,7% de redução no rendimento do arroz<br />

para 175,7 plantas por m 2 . Os herbicidas aplicados na cultura do arroz podem ser agrupados<br />

em: pré-semeadura, pré-semeadura em água, pré-plantio incorporado, pré-emergência, pósemergência<br />

e pós-emergência pós-inundação.<br />

A contaminação dos grãos de trigo na hora da colheita devido à<br />

presença de plantas daninhas pode provocar a sua depreciação através da alteração da farinha,<br />

conferindo gosto amargo. Além disto, as plantas daninhas podem dificultar a colheita,<br />

elevando o conteúdo de umidade dos grãos, o que favorece a fermentação e a incidência de<br />

pragas durante o armazenamento. A redução mais acentuada de produtividade de trigo ocorre<br />

quando a competição com as plantas daninhas acontece nos estádios iniciais de<br />

desenvolvimento da cultura (Roman et al., 2006).


9<br />

Interferência na matologia é considerado como o conjunto de ações<br />

que sofre determinada cultura em decorrência da presença das plantas infestantes no ambiente<br />

comum. Plantas infestantes ou daninhas, de acordo com definição proposta por Blanco (1972)<br />

“é toda e qualquer planta que germine espontaneamente em áreas de interesse humano e que,<br />

de alguma forma, interfira prejudicialmente nas atividades agropecuárias do homem”. Os<br />

fatores que afetam o grau de interferência entre plantas daninhas e culturas agrícolas estão<br />

descritos em um esquema proposto por BLEASDALE (1960), modificado por BLANCO<br />

(1972) e adaptado por PITELLI (1985). Segundo este esquema, o grau de interferência<br />

depende de fatores ligados à própria cultura (espécie, espaçamento e densidade de plantio), à<br />

comunidade infestante (composição especifica, densidade e distribuição), às condições<br />

edáficas, climáticas e tratos culturais e, finalmente, depende também da época e da extensão<br />

do período em que ocorreu a associação.<br />

A mais flagrante forma de interferência direta das plantas daninhas<br />

sobre plantas cultivadas é a competição. Essa competição é sentida principalmente pelos<br />

elementos essenciais ao crescimento, como água, nutrientes, espaço, interceptação da luz<br />

solar, oxigênio e gás carbônico, sendo que a competição apenas será estabelecida quando um<br />

destes recursos não for suficiente para suprir as necessidades das plantas que habitam o<br />

mesmo meio ambiente (Donald, 1963; Velini, 1991).<br />

A composição especifica da comunidade infestante é fator de<br />

fundamental importância na determinação do grau de interferência, pois as espécies<br />

integrantes desta comunidade variam bastante em relação aos seus hábitos de crescimento,<br />

exigências de recursos do meio e formas de interferência sobre a cultura. Geralmente, quanto<br />

mais próximas morfológica e fisiologicamente são duas espécies, mais similares serão suas<br />

exigências em relação aos fatores de crescimento e, mais intensa será a competição pelos<br />

fatores limitados no ambiente comum.<br />

Pitelli (1987) citou que a grande plasticidade fenotípica das gramíneas<br />

que apresentam capacidade de produzir uma quantidade variável de perfilhos de acordo com a<br />

disponibilidade de recursos do meio, incluindo espaço, lhes confere maior adaptabilidade e<br />

maior poder de competição. Em culturas monocotiledôneas, essa plasticidade fenotípica<br />

agrega a esses tipos de competidores enormes vantagens, haja visto que alguns herbicidas<br />

tornam-se inócuos a espécies daninhas fisiológica e/ou morfologicamente parecidas a ela e


10<br />

que, teoricamente, são as mais competitivas. Assim, após anos sucessivos de cultivo de apenas<br />

uma espécie vegetal numa determinada área, é possível a seleção e o desenvolvimento de uma<br />

flora altamente competitiva e tolerante à maioria dos produtos herbicidas utilizados na cultura.<br />

O período durante o qual a comunidade infestante e a cultura<br />

convivem junto também influência o grau de interferência. Segundo Fennimore et al.(1984),<br />

as perdas podem ocorrer mais precocemente quando a cultura e as plantas daninhas emergem<br />

do solo ao mesmo tempo; assim sendo, a remoção das plantas daninhas não deve ser tardia.<br />

Pitelli (1987) argumenta que na prática, este deve ser o período em que as capinas ou o poder<br />

residual do herbicida deve cobrir, pois as espécies daninhas que emergirem neste período, em<br />

determinada época do ciclo da cultura, terão atingido tal estádio de desenvolvimento que<br />

poderão promover uma redução significativa na produtividade econômica e na qualidade do<br />

produto final produzido pela cultura. Todos os fatores que façam com que ocorra uma<br />

cobertura mais rápida e com alta eficiência do solo, diminuindo a radiação solar incidente<br />

sobre as sementes de plantas daninhas e, atrasando assim sua emergência trará um ganho<br />

competitivo a cultura.<br />

A meta primária de qualquer sistema de manejo de plantas daninhas é<br />

a manutenção de um ambiente o mais inóspito possível a comunidade infestante, através do<br />

emprego especifico ou combinado de métodos de controle, seja ele: biológico, cultural,<br />

mecânico ou químico. O objetivo básico do manejo integrado não é a erradicação das plantas<br />

daninhas, mas a redução das populações a níveis que, com as medidas de manejo adotadas,<br />

não interfiram no potencial produtivo da cultura, uma vez que a manutenção da flora<br />

infestante é importante para evitar o processo de erosão, seleção de plantas resistentes,<br />

manutenção de locais de refúgio e alimentação a insetos benéficos, dentre outros.<br />

O controle químico através do uso de produtos de aplicação em préemergência,<br />

além de propiciar um ambiente livre de plantas daninhas na emergência da<br />

cultura, associados ao rápido fechamento do dossel, é capaz de evitar a matocompetição<br />

inicial, tornando-se, então, uma importante ferramenta para que o sistema de produção seja<br />

eficaz. Dentre os herbicidas de ação pré-emergente, Karam (2004) citou que o metolachlor,<br />

pertencente ao grupo das acetanilidas, apesar de ter sido amplamente estudado, não tem seu<br />

mecanismo de ação totalmente conhecido. Muitos efeitos diferentes têm sido relatados em<br />

vários processos bioquímicos. As acetanilidas foram descritas como inibidoras da síntese de


11<br />

lipídeos, ácidos graxos, ceras foliares, terpenos, flavonóides, proteínas e divisão celular, e<br />

também, por interferirem na regulação hormonal (Liebl, 1995). Desse modo as acetanilidas<br />

são inibidoras de crescimento do meristema apical e da raiz. As plantas sensíveis são mortas<br />

antes da emergência, sem que haja inibição da germinação das sementes nem parada imediata<br />

do crescimento; porém, o crescimento da raiz é menos sensível que o crescimento da parte<br />

aérea (Weed, 1994).<br />

O controle químico de plantas daninhas é, sem dúvida nenhuma, o<br />

método de manejo mais adotado pelos produtores agrícolas, seja pela eficiência dos produtos<br />

ou pela facilidade da utilização. É interessante esclarecer, porém, que os herbicidas seletivos<br />

atuam como potentes agentes de seleção da composição específica das comunidades<br />

infestantes. Em regiões de monocultura e anos sucessivos de utilização dos mesmos produtos<br />

haverá uma alteração de flora, predominando amplamente aquelas espécies altamente<br />

tolerantes aos produtos empregados. Estas espécies selecionadas geralmente apresentam<br />

características botânicas muito próximas à espécie cultivada e, em conseqüência, podem<br />

apresentar alto potencial competitivo com a cultura (Pitelli, 1987).<br />

O uso contínuo de herbicidas vem acarretando a seleção de algumas<br />

espécies daninhas e o desenvolvimento de muitos casos de resistência a tais compostos<br />

(Burnside, 1992). O uso repetido de um mesmo herbicida ou de herbicidas com o mesmo<br />

mecanismo de ação, altamente específicos e com longo efeito residual seleciona indivíduos<br />

quanto ao número de descendentes que são preservados para a geração seguinte e, assim,<br />

favorece indivíduos com diferentes graus de sensibilidade ao produto químico aplicado (Betts<br />

et al., 1992).<br />

O processo da evolução da resistência a herbicida passa por três<br />

estádios: eliminação de biótipos altamente sensíveis, restando apenas os mais tolerantes e<br />

resistentes; eliminação de todos os biótipos, exceto os resistentes, e seleção destes dentro de<br />

uma população com alta tolerância; e intercruzamento entre os biótipos sobreviventes, gerando<br />

novos indivíduos com maior grau de resistência, os quais podem ser selecionados novamente<br />

(Mortimer, 1998).<br />

Alguns mecanismos que conferem resistência às plantas daninhas são:<br />

Alteração do local de ação do herbicida; Compartimentalização e Metabolização do<br />

herbicida. A alteração do local de ação do herbicida é decorrente de um processo que altera


12<br />

um ou mais aminoácidos da proteína a ser formada, resultando em uma proteína mutante<br />

(Suzuki et al, 1992), mas, segundo Kissmann (1996), é muito improvável que as mutações<br />

possam ocorrer por ação de herbicidas.<br />

Já a compartimentalização ocorre quando a molécula do herbicida é<br />

conjugada com metabólitos da planta, tornando-se inativa, ou é removida das partes<br />

metabolicamente ativas da célula e armazenada em locais inativos, como o vacúolo. Devido à<br />

conjugação e compartimentalização, a absorção e a translocação são alteradas, e, assim, a<br />

quantidade do herbicida que atinge o local de ação é reduzida, não chegando a ser letal.<br />

A metabolização do herbicida ocorre quando a planta resistente possui<br />

a capacidade de decompor a molécula herbicida mais rapidamente do que as plantas sensíveis,<br />

tornando-a inativa. As formas mais comuns incluem hidrólise ou oxidação, de onde surgem<br />

grupamentos adequados para conjugação com glutationa (GSH) e aminoácidos. Os conjugados<br />

geralmente são inativos, mais hidrofílicos, menos móveis na planta e mais suscetíveis a<br />

processos secundários de conjugação, desintoxicação ou compartimentalização do que a<br />

molécula herbicida original (Kreuz et al., 1996).<br />

A resistência de biótipos de plantas daninhas em razão do<br />

metabolismo do herbicida a composto não fitotóxicos é o mecanismo apresentado pela maioria<br />

das espécies, e alguns exemplos de grupos de herbicidas que apresentam esse mecanismo de<br />

resistência são: Inibidores de Acetil-Carboxilase (ACC), Inibidores de ALS, Inibidores de<br />

Fotossistema, Inibidores de Fotossistema I, Inibidores de Enol-piruvil-shiquimato-fostato<br />

(EPSPs), inibidores de divisão celular, e Auxinas Sintéticas. A velocidade de metabolização<br />

pode variar com a espécie, estádio de desenvolvimento da planta e com a temperatura a qual<br />

está exposta, sendo dependente do ambiente, desta maneira uma mesma quantidade de<br />

herbicida aplicada a uma espécie pode tornar-se fitotóxico sob determinadas condições e não<br />

produzir nenhum dano em outras (Kissmann, 2003).<br />

Os registros atuais apontam atualmente a existência de 315 biótipos<br />

resistentes em 280.000 locais do mundo, distribuídos entre 183 espécies (110 dicotiledôneas e<br />

73 monocotiledôneas) (HRAC, 2007). Os países que apresentam maior número de biótipos de<br />

plantas daninhas resistentes a herbicidas são os Estados Unidos (120), Austrália (49), Canadá<br />

(44), França (31) e Espanha (27). O Brasil possui pelo menos 18 espécies de plantas daninhas<br />

já identificadas por apresentarem resistência a herbicidas.


13<br />

Cataneo (2001), citando relatos da revisão de Marrs (1996) e de uma<br />

publicação de Hess & Weller (2000) explicou que o metabolismo global dos herbicidas nas<br />

plantas pode ser dividido em quatro fases. A fase I (transformação) é uma alteração direta na<br />

estrutura química do herbicida causada por reações de oxidação, redução ou hidrólise. As<br />

reações de oxidação nesta fase são realizadas pelas enzimas P450 (também denominadas<br />

enzimas monooxigenases dependentes de citrocromo P450). Estas enzimas ligam-se à<br />

molécula de oxigênio, catalisam sua ativação e incorporam um de seus átomos ao herbicida,<br />

causando hidroxilação. Seguido da oxidação, muitos herbicidas são então rapidamente<br />

glicosilados (conjugados a um açúcar por uma ponte glicosídica) por enzimas<br />

glicosiltransferases ou conjugados à glutationa pelas enzimas glutationa S-transferases<br />

(reações da fase II, consideradas como fase de conjugação), resultando na formação de<br />

conjugados menos tóxicos e mais solúveis em água. Os herbicidas glicosilados são então<br />

transportados para dentro do vacúolo ou para a matriz extracelular (reações da fase III,<br />

caracterizadas como compartimentalização) e/ou são posteriormente processados (fase IV).<br />

As glutationa S-transferases (GST) são consideradas como enzimas de<br />

desintoxicação e de fato foram primeiro descobertas por sua capacidade de metabolizar uma<br />

ampla variedade de compostos exógenos tóxicos (xenobióticos), via conjugação com<br />

glutationa (Mannervik & Danielson, 1988). Supõe-se que alguns conjugados são movidos para<br />

dentro do vacúolo utilizando a energia do gradiente eletroquímico formado pela bomba<br />

ATPase de íon hidrogênio, denominado mecanismo antiporte do íon hidrogênio (Hess &<br />

Weller, 2000). Outros conjugados são movidos para o vacúolo por transportadores do<br />

tonoplasto dependentes de ATP, denominados bombas GS X ou transportadores ABC (“ATP<br />

binding cassette”).<br />

Cataneo (2001) relatou que o interesse nas GSTs tem se enfocado<br />

sobre o milho, pelo fato de que os herbicidas seletivos amplamente usados na cultura, tais<br />

como, metolachlor, alachlor e atrazine são desintoxicados por conjugação com GSH. A<br />

mesma pesquisadora ainda comentou que vários trabalhos indicam que, frequentemente, o<br />

princípio determinante da seletividade do herbicida nas plantas é a capacidade para sua<br />

metabolização e, deste modo, desintoxicar esta substância. Em plantas cereais e plantas<br />

daninhas resistentes, as glutationa S-transferases são frequentemente consideradas como


14<br />

cruciais para a desintoxicação metabólica dos herbicidas (Hatton et al., 1996; Cummins et<br />

al.,1997).<br />

As GSTs não são igualmente distribuídas entre as plantas, onde<br />

aquelas com atividades mais elevadas destas enzimas resistirão quando submetidas à<br />

exposição aos herbicidas que matam as espécies mais sensíveis. Por exemplo, o milho e o<br />

sorgo são tolerantes ao atrazine por apresentarem níveis elevados de GST, que catalisam a<br />

conjugação atrazine-GSH, resultando na conversão deste herbicida a uma forma não tóxica,<br />

solúvel em água.<br />

A desintoxicação e eliminação de compostos potencialmente<br />

fitotóxicos como toxinas de microorganismos e agroquímicos (xenobióticos) presentes no<br />

meio ambiente é um pré-requisito para a sobrevivência das plantas. A habilidade das plantas<br />

em desintoxicarem certos compostos químicos derivados de herbicidas através de reações<br />

enzimáticas especificas é reconhecida como um dos fatores críticos para determinação da<br />

seletividade dos herbicidas à cultura. Qualquer fator externo que possibilite o aumento da<br />

seletividade dos herbicidas à cultura, aumentando a desintoxicação de compostos químicos<br />

prejudiciais ao desenvolvimento sadio da cultura é importante e deve ser tido com um item de<br />

estudo.<br />

Safeners (também conhecidos como antídotos) são agentes químicos,<br />

com habilidades únicas, utilizados para reduzir a intoxicação das plantas por herbicidas<br />

através de um mecanismo fisiológico ou molecular, sem interferir no controle de plantas<br />

daninhas. O conceito da utilização dos safeners para proteção de plantas cultivadas foi<br />

introduzido há mais de 40 anos e, desde então, eles têm sido desenvolvidos para diversas<br />

culturas monocotiledôneas anuais, incluindo milho, sorgo, cereais e arroz. Mudanças<br />

significativas no aumento da tolerância de algumas culturas conferida pelos safeners à<br />

utilização de certos grupos químicos de herbicidas, podem ser alcançadas tanto através do uso<br />

do safener no tratamento de sementes, como em mistura ao ingrediente ativo do herbicida<br />

aplicado em pós ou pré-emergência através de um produto comercial único. Nas formulações<br />

prontas, a relação de dose entre safener e herbicida pode variar de 1:6 até 1:30, indicando que<br />

uma pequena quantidade do safener é suficiente para inibir os efeitos fitotóxicos dos<br />

herbicidas que são aplicados em doses bem mais altas (Hoffmann, 1962).


15<br />

A utilização dos safeners é desejável por permitir uma maior<br />

seletividade no controle de plantas daninhas botanicamente similares à cultura; estender o uso<br />

de herbicidas mais antigos; aumentar a seletividade à cultura de novos produtos em<br />

desenvolvimento; ser utilizado como uma ferramenta no controle de plantas daninhas<br />

resistentes; e aumentar a curva de dose-resposta para alguns herbicidas.<br />

Nas primeiras fases de comercialização dos safeners, a maior parte era<br />

direcionada para a aplicação em pré-plantio incorporado e em pré-emergência para herbicidas<br />

tiocarbamatos e cloroacetanilidas, para as culturas de milho, sorgo e arroz (Hatzios, 1983,<br />

1989; Pallos & Casida, 1978; Parker, 1983). Mais recentemente, alguns safeners têm sido<br />

desenvolvidos para proteção de cereais de inverno (como trigo) contra aplicação em pósemergência<br />

de herbicidas dos grupos das sulfoniluréias e dos ariloxyfenoxipropionato, e<br />

também para a proteção de milho e arroz à sulfoniluréias, imidazolinonas, ciclohexadiona<br />

entre outros (Davies & Caseley, 1999; Hatzios, 2000; Kreuz, 1993).<br />

O uso dos safeners na agricultura, apesar de efetivo, é muito<br />

específico e o sucesso para sua utilização é encontrada somente em algumas espécies de<br />

gramíneas, não tendo nenhum efeito que diminua a injúria dos herbicidas para culturas<br />

dicotiledôneas. A base para essa seletividade botânica que protege somente culturas<br />

monocotiledôneas dos safeners comercializados permanece desconhecida (Hatzios & Burgos,<br />

2004).<br />

Algumas características que devem ser observadas para que se tenha<br />

uma interação de sucesso entre os safeners e os herbicidas são: (1) os safeners apresentam um<br />

alto grau de especificidade botânica e química protegendo apenas certo grupo de gramíneas da<br />

intoxicação por herbicidas; (2) as gramíneas protegidas são moderadamente tolerantes ao<br />

efeito antagônico dos herbicidas; (3) os safeners previnem as injúrias dos herbicidas e são<br />

mais eficientes quando aplicados antes ou simultaneamente com a cultura.<br />

Os safeners atualmente disponíveis no mercado fazem parte de<br />

diferentes grupos químicos, incluindo: - derivados de dicloroacetamidas (ex: diclormid,<br />

benoxacor, furilazole, R-29149, e MON-4660); - naftopyranones (anidrido naftalico); -<br />

derivados de oxime ether (fluxofenim); - diclorometil acetal e ketal (MG-191); - 2,4-<br />

disubstituted thiazolecarboxylate (flurazole); - fenilpyrimidina (fenclorin); - fenilpyrazole<br />

(fenchlorazole-ethyl e mefenpyr dietil); - quinolinoxycarboxylic acid esters (cloquintocet-


16<br />

mexyl); - tiocarbamatos (dimepiperate); - methylbenzyl-tolylureas (daimuron e S-PEU); -<br />

benzenesulfonamides (2-CBSU) (Davies & Caseley, 1999; Hatzios, 2000).<br />

Bordas et al. (2000), através de um estudo sobre a especificidade<br />

química, comparando tridimensionalmente a estrutura quantitativa e a atividade biológica<br />

entre 28 safeners e 20 herbicidas, concluíram que as similaridades estruturais entre eles foram<br />

muito importantes na eficiência do safener, e que esta informação é muito útil para o<br />

desenvolvimento de novos produtos com atividades de proteção as injúrias causadas por<br />

herbicidas. Safeners que são muito efetivos na proteção de plantas de milho e de outras<br />

gramíneas contra as injúrias dos herbicidas dos grupos das cloroacetanilidas e tiocarbamatos<br />

normalmente possuem uma elevada similaridade estrutural com estes herbicidas (Davies &<br />

Caseley, 1999; Hatzios, 1983, 2000; Kreuz, 1993; Parker, 1983). O safener dichlormid é<br />

estruturalmente muito semelhante ao S-ethyl N,N-dipropylthiocarbamato (EPTC) e outros<br />

herbicidas tiocarbamatos (Stephenson et al., 1978). O herbicida allidochlor ou CDAA do<br />

grupo das cloroacetanilidas, que tem sua estrutura molecular praticamente idêntica ao safener<br />

dichlormid, têm ação tanto quanto safener quanto herbicida, dependendo da concentração<br />

utilizada (Stephenson & Ezra, 1987). A maior parte dos safeners utilizados na cultura do<br />

milho possui um grupo diclorometil na sua estrutura molecular que os tornam efetivos contra<br />

injurias causadas pelos herbicidas tiocarbamatos e os cloroacetanilidas.<br />

O uso de um programa de computador de modelagem molecular<br />

assisitida (CAMM) confirmou que os herbicidas tiocarbamatos e cloroacetanilidas são<br />

estruturalmente similares com as moléculas de seus respectivos safeners. Alguns pares entre<br />

safeners e herbicidas puderam ser formados através de análises do CAMM por possuírem<br />

similaridades no número de ligações e distribuição de cargas, e também um volume molecular<br />

semelhante, como se segue: dichlormid-EPTC, flurazole-alachlor, fluxofenim-metolachlor,<br />

fenclorim-pretilachlor, e benoxacor-metolachlor (Yenne & Hatzios, 1990).<br />

Hatzios (1987) relata que, uma das explicações para a atuação dos<br />

safeners, é devido a competição que ocorre com o herbicida pelo mesmo local de ação,<br />

intensificando, assim, a desintoxicação metabólica. Os safeners também podem aumentar o<br />

uso de um maior número de ingredientes ativos nas culturas por uma variedade de<br />

mecanismos, pelo aumento das atividades das enzimas P-450 (Burton & Maness, 1992), GSTs<br />

(Mozer et al., 1983; Dean et al., 1990; Irzyk & Fuerst, 1993) e glicosiltransferases


17<br />

(Lamoureux & Russness, 1992) e por elevar os níveis de glutationa (Farago et al., 1994). As<br />

atividades transportadoras vacuolares são também aumentadas por safeners (Gaillard et al.,<br />

1994), bem como a hidrólise e a glicosilação (Lamoureux & Rusness, 1992), visto que estes<br />

têm o potencial de influenciar o amplo espectro de reações disponíveis às plantas para a<br />

metabolização de compostos exógenos.<br />

Os safeners também aumentam os níveis de glutationa (GSH)<br />

intracelular. Isto poderia ser uma resposta do estresse ou ser devido a uma influencia mais<br />

direta sobre as enzimas envolvidas na síntese da glutationa (Farago & Brunold, 1990), onde a<br />

elevação da GSH resultante poderia desempenhar um papel na indução de GSTs (Mauch &<br />

Dudler, 1993). O aumento das taxas de conjugação da GSH aos herbicidas aplicados na<br />

cultura, pode aumentar a velocidade do processo de desintoxicação dos herbicidas nas plantas<br />

(Jablonkai & Hatzios, 1991; Tal et al., 1993; Riechers et al., 1996).<br />

Ekler et al. (1993) estudaram o efeito de cinco safeners de herbicida<br />

(AD-67, Dichlormid, DKA-24, BAS-145138 e MG-191) sobre a redução de injúria em milho<br />

pelo acetochlor, bem como sua influência sobre a absorção do herbicida e metabolismo através<br />

da conjugação com glutationa, além do conteúdo de glutationa e atividade de GST em<br />

plântulas de quatro dias de idade. Todos os safeners aumentaram significativamente a<br />

absorção e a taxa de metabolismo do acetochlor, o conteúdo de glutationa e a atividade de<br />

GST.<br />

No contexto atual no qual a aplicação de herbicidas vem aumentando<br />

cada vez mais seguindo o avanço tecnológico da agricultura, assim como a extensão de áreas<br />

plantadas, o entendimento de pequenos detalhes como o funcionamento e a interação entre<br />

protetores de sementes (safeners) e herbicidas tornam-se essenciais a fim de evitar o<br />

aparecimento de plantas daninhas resistentes devido a aplicação indiscriminada de produtos<br />

com mesmo mecanismo de ação.


18<br />

5. MATERIAL E MÉTO<strong>DO</strong>S<br />

O trabalho foi conduzido em duas etapas, sendo a primeira realizada<br />

em campo com o objetivo de avaliar visualmente as plantas quanto à intoxicação causada pela<br />

aplicação do herbicida S-metolachlor e comparar os tratamentos de sementes com fluxofenim<br />

sobre plantas de sorgo, trigo e arroz. Para tal, foram realizados três experimentos com dois<br />

híbridos/cultivares por cultura com o objetivo de testar o comportamento do safener em<br />

diferentes materiais. A segunda etapa foi realizada em laboratório para verificar o efeito do<br />

safener sobre a enzima glutationa S-transferase.<br />

5.1. Avaliação de sintomas de injúria causada por S-metolachlor sobre<br />

híbridos/cultivares de sorgo, arroz e trigo, com e sem tratamento com fluxofenim.<br />

Os experimentos foram conduzidos e avaliados na área de campo da<br />

Fazenda Experimental pertencente à Syngenta Seeds, no município de Uberlândia, Minas<br />

Gerais, no período de abril a setembro do ano de 2006. O solo do local é classificado como<br />

Latossolo Vermelho Amarelo e a análise de química e textural estão descritos na Tabela 1.


19<br />

Tabela 1. Componentes químicos de fertilidade do solo e análise textural da terra coletada na<br />

Estação Experimental da Syngenta Seeds, Uberlândia, Minas Gerais.<br />

Análise Química<br />

pH Pmeh -1 K + Ca 2+ Mg 2+ Al 3+ H+Al SB t T V m M.O.<br />

Água mg dm -3 Mmolc dm -3 % dag kg -1<br />

6,4 53,7 135 40 16 0 20 59 60 80 75 0 3,1<br />

Areia Grossa 36<br />

Areia Fina 69<br />

g kg -1<br />

Silte 270<br />

Argila<br />

624<br />

Análise de Textura<br />

Muito Argiloso<br />

Os híbridos de sorgo testados durante o ensaio foram DKB510 e<br />

SCG340, produzidas pelas empresas de sementes Monsanto e Dow AgroSciences<br />

respectivamente. As cultivares de trigo utilizadas foram Avante e Ônix e as de arroz, Bonanza<br />

e Aimoré. Os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas sendo a<br />

parcela principal a aplicação do herbicida S-metolachlor (Dual Gold ® ) nas doses de 0, 1.500 e<br />

3.000 mL ha -1 , e as subparcelas constaram da aplicação ou não do safener fluxofenim<br />

(Concep ® ) – 0 e 40 mL por 100 kg sementes (Tabela 2). O delineamento utilizado foi o de<br />

blocos ao acaso (DBC) com 3 repetições. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de<br />

variância pelo teste F e as médias comparadas através do teste de t a 5%.<br />

Para o preparo do terreno no qual foi conduzido o estudo, o solo<br />

recebeu uma gradagem leve seguida de nivelamento do terreno. A semeadura foi realizada<br />

manualmente no dia 14/06/2006. Foram semeadas 20 sementes por metro para a cultura de<br />

sorgo e para as culturas de trigo e arroz, 60 sementes por metro. A profundidade de semeadura<br />

foi de 5 cm. A adubação utilizada no plantio foi feita com 400 kg ha -1 da fórmula 8-28-16.<br />

Cinco horas antes da aplicação do S-metolachlor foi realizada uma irrigação de 30mm e,<br />

durante a condução do experimento, duas vezes por semana foi realizada irrigação (30mm).<br />

Não ocorreu nenhuma praga ou doença, que necessitassem de controle químico. A emergência<br />

das plântulas ocorreu aproximadamente cinco dias após o plantio. As parcelas experimentais<br />

foram constituídas por 6 linhas e as subparcelas compostas por 3 linhas tratadas com safener e<br />

3 linhas sem o tratamento, espaçadas de 0,7 m por 3 m de comprimento.


20<br />

Tabela 2. Descrição sobre os tratamentos utilizados para as culturas do sorgo, trigo e arroz<br />

aplicados em pré-emergência e no tratamento de sementes.<br />

Parcela Principal<br />

Subparcelas<br />

Doses de S-metolachlor<br />

(g a.i. ha -1 )<br />

Doses de S-metolachlor (mL<br />

p.c. ha -1 )<br />

Doses de fluxofenim<br />

por 100kg sementes)<br />

(mL<br />

0 0<br />

1440 1500<br />

2880 3000<br />

0<br />

40<br />

0<br />

40<br />

0<br />

40<br />

O tratamento de sementes com fluxofenim, na dose de 40 mL por<br />

100kg sementes do produto comercial Concep ® foi realizado no dia anterior a semeadura. As<br />

sementes foram tratadas com a utilização de sacos plásticos, e o volume total utilizado para o<br />

tratamento foi de 1.000 mL para 100kg de sementes, conforme recomendado para a cultura do<br />

sorgo. A aplicação do herbicida S-metolachlor (Dual Gold ® ), foi realizado em pré-emergência,<br />

na dosagem de 1.500 mL ha -1 e 3.000 mL ha -1 foi realizada no dia 16/06/2006 utilizando-se<br />

um pulverizador costal pressurizado a CO 2 , equipado com 6 bicos e pontas jato plano<br />

XR11002VS, espaçadas de 0,5 m, e com pressão de trabalho de 40 psi. O volume de calda<br />

aplicado foi de 200 L ha -1 . No momento da pulverização o solo encontrava-se com umidade<br />

bastante elevada e as condições atmosféricas registradas foram 68% umidade relativa do ar,<br />

26,1ºC de temperatura e a velocidade dos ventos de 0,8 km h -1 . Todas as parcelas foram<br />

mantidas no limpo durante o ciclo da cultura procurando evitar a interferência das plantas<br />

daninhas sobre o efeito dos tratamentos.<br />

As avaliações biomassa seca (g) da parte aérea e das raízes foram<br />

realizadas aos 10 dias após a emergência das plantas, coletando um metro de plantas por<br />

parcela. As notas visuais de fitointoxicação (%) foram atribuídas às parcelas aos 3, 7, 15, 30<br />

dias após a emergência das plantas. As avaliações foram iniciadas no momento em que as<br />

testemunhas sem tratamento químico (herbicida ou safener) apresentavam uma emergência<br />

acima de 70% de plantas visíveis.


21<br />

Os elementos climáticos referentes às médias semanais de<br />

temperatura (ºC) máxima e mínima, pluviometria (mm), umidade relativa do ar (%), radiação<br />

solar (Cal cm -2 dia -1 ) e insolação (horas) foram obtidos na Estação Meteorológica localizada<br />

dentro da fazenda experimental da Syngenta Seeds.<br />

5.2. Determinação da atividade de Glutationa S-transferase em plântulas de sorgo<br />

e trigo, com e sem tratamento de sementes com fluxofenim, e com e sem aplicação de S-<br />

metolachlor.<br />

As amostras da parte aérea das plantas de sorgo e trigo, de cada<br />

unidade experimental do ensaio, conduzido em campo na fazenda da Syngenta Seeds,<br />

localizada em Uberlândia, foram coletadas aos 15 dias após a aplicação dos tratamentos e 10<br />

dias após a emergência das plantas, quando estas apresentavam entre 2 a 4 folhas totalmente<br />

expandidas para a determinação da atividade da Glutationa S-transferase (GST). Apenas<br />

alguns tratamentos foram selecionados para essa etapa e estão descritos na Tabela 3.<br />

Tabela 3. Tratamentos selecionados para a determinação da atividade da GST nas culturas do<br />

sorgo, trigo e arroz. Uberlândia, Minas Gerais. 2006.<br />

Doses de S-metolachlor (g<br />

a.i. ha -1 )<br />

Doses de S-metolachlor (mL<br />

p.c. ha -1 )<br />

Doses de fluxofenim (mL por<br />

100 kg sementes)<br />

0 0 0<br />

0 0 40<br />

1.440 1.500 0<br />

1.440 1.500 40<br />

Após a coleta das plântulas, as amostras da parte aérea foram lavadas<br />

com água destilada e secas superficialmente com folhas de toalhas de papel absorvente. As<br />

amostras de 1 g foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente etiquetados e<br />

embaladas em papel alumínio. Em seguida essas amostras foram congeladas em nitrogênio<br />

liquido (-190ºC) e armazenadas em freezer sob temperatura de -85ºC para posterior<br />

determinação da GST. Foram utilizadas para 12 repetições por tratamento. As determinações


22<br />

foram realizadas no Laboratório de Xenobióticos, pertencente ao Departamento de Química e<br />

Bioquímica do Instituto de Biociências, UNESP, Campus de Botucatu / SP.<br />

Para extração da GST foi utilizado o método proposto por Ekler et al.<br />

(1993). As amostras congeladas foram homogeneizadas em almofariz gelado, com uma<br />

pequena quantidade de areia seca e esterilizada e 5 mL de tampão TRIS-HCL 0,2 mol.L -1 pH<br />

7,8 gelado, contendo 1,0 mmol.L -1 de EDTA e 7,5% de polivinilpolipirrolidona (PVPP) (peso<br />

por volume). Após a homogeneização, os extratos foram centrifugados na temperatura de 4ºC,<br />

durante 20 minutos a 14.000g. O sobrenadante foi coletado e armazenado em freezer a -20ºC<br />

para posterior determinação da atividade enzimática e do conteúdo de proteína solúvel total.<br />

A atividade da enzima GST foi determinada de acordo com método<br />

proposto por Wu et al. (1996). A mistura da reação foi composta de extrato enzimático,<br />

tampão fosfato de potássio pH 6,9 100 mmol L -1 , glutationa reduzida (GSH) 3,3 mmol L -1 e 1-<br />

cloro-2,4-dinitrobenzeno (CDNB) 30 mmol L -1 , num volume final de 3,03 mL. O esquema da<br />

extração e determinação da atividade da GST encontra-se na Figura<br />

2.<br />

• TRIS-HCl 0,2 mol.L -1 pH 7,8 com 1 mmol.L -1<br />

EDTA e 7,5% (p.v -1 ) PVPP<br />

(Ekler et al., 1993)<br />

20 min em 14000 g<br />

a 4ºC<br />

• KPi 100 mmol.L -1 pH 6,9<br />

• 25ºC por 30 min<br />

• λ = 340 nm<br />

(Wu et al., 1996)<br />

Figura 2. Esquema simplificado da extração e do sistema de reação para determinação da<br />

atividade de GST. Botucatu, São Paulo. 2006.


23<br />

A mistura foi incubada a temperatura de 25 ºC e a reação iniciada pela<br />

adição de CDNB A mudança na absorbância devido à formação do conjugado GSH-CDNB<br />

(Figura 3) foi medida em espectrofotômetro no comprimento de onda de 340 nanômetros. A<br />

razão da conjugação não enzimática foi determinada pelo uso da mesma mistura de reação<br />

sem o extrato enzimático.<br />

Figura 3. Esquema da reação de formação do conjugado GSH-CDNB.<br />

O coeficiente de extinção molar de 9,6 mmol cm -1 (Habig & Jacob,<br />

1981) foi usado para calcular a atividade da enzima. A atividade especifica da GST foi<br />

expressa em nmol min -1 mg -1 de proteína. O conteúdo de proteína solúvel total extraível no<br />

tampão utilizado na extração da GST foi estimado pelo método de Lowry et al. (1951). Foi<br />

utilizada albumina sérica bovina (BSA) como proteína padrão. As leituras de absorbância<br />

foram realizadas em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 660 nm (Figura 4).<br />

O delineamento experimental adotado para esta etapa do trabalho foi<br />

o inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2x2, correspondendo a 2 doses do herbicida (0 e<br />

1.500 mL ha -1 ) e 2 doses do safener (0 e 40 mL por 100 kg sementes), sendo utilizadas 12


24<br />

repetições por tratamento. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste<br />

“F” e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste “t” a 5% de probabilidade.<br />

Reativo<br />

Extrato<br />

enzimático<br />

Reativo de Folin<br />

35ºC por 30 min<br />

λ = 660 nm<br />

Figura 4. Esquema de reação para determinação de proteína solúvel total segundo método<br />

proposto por Lowry et al. (1951). Botucatu, São Paulo. 2006.


25<br />

6. RESULTA<strong>DO</strong>S E DISCUSSÃO<br />

6.1. Efeito do fluxofenim em diferentes culturas<br />

6.1.1. Cultura do sorgo<br />

Na Tabela 4 estão apresentadas os resultados da intoxicação visual<br />

causada pelos tratamentos químicos (safener e herbicida) nas plantas de sorgo do híbrido<br />

DKB510 aos 3, 7, 15 e 30 dias após o início da emergência (DAE). Nota-se que o tratamento<br />

de sementes com o fluxofenim aos 3 dias após o início da emergência (DAE), isolado da<br />

aplicação do herbicida S-metolachlor, causou uma fitointoxicação, que foi caracterizada por<br />

um atraso na emergência inicial das plântulas; porém, não houve influência quando<br />

comparado a testemunha sem tratamento químico. Nesta avaliação ou nas subseqüentes, as<br />

plantas que receberam o tratamento de sementes isolado não mostraram sintoma de<br />

intoxicação foliar (como redução de altura) quando comparadas as da testemunha (sem safener<br />

e sem herbicida).


26<br />

Pode-se observar ainda na Tabela 4, que as parcelas que não<br />

receberam o tratamento de sementes com fluxofenim, que todas as doses de herbicida testadas<br />

foram prejudiciais à emergência de plantas e que estas mostraram sintomas visuais de<br />

intoxicação, sendo que a partir dos 3 DAE estes tratamentos apresentavam valores superiores<br />

aos da testemunha. No momento da ultima avaliação, aos 30 DAE, os níveis de injúria<br />

observados eram inaceitáveis em quaisquer das doses do herbicida testadas, evidenciando uma<br />

alta sensibilidade das plantas ao produto, sendo sempre a dose mais elevada (2.880 mL i.a. ha -<br />

1 ) a mais fitotóxica. O herbicida S-metolachlor é um produto seletivo a diversas culturas<br />

(algodão, cana-de-açúcar, milho, etc), aplicado em pré-emergência e que apresenta elevada<br />

eficácia sobre gramíneas. Além de outras culturas, é registrado para a cultura do milho e sua<br />

dose máxima recomendada é de até 1.750 mL p.c. ha -1 (1.680 mL i.a. ha -1 ). O produto não<br />

contém registro para a cultura do sorgo devido a sua toxidez. O efeito tóxico desse grupo de<br />

herbicida pode ser observado após a germinação das plântulas, caracterizando-se pela não<br />

abertura do coleóptilo e pelo enrugamento das folhas definitivas, causado pelo menor<br />

crescimento da nervura central em relação ao crescimento do limbo foliar (Karam et al.,<br />

2003).<br />

A interação entre o tratamento de sementes com o safener e a<br />

aplicação do herbicida S-metolachlor (1.440 mL i.a. ha -1 e 2.880 mL i.a. ha -1 ), em préemergência<br />

do sorgo DKB510, reduziu os sintomas de fitointoxicação. Nas parcelas onde as<br />

sementes foram tratadas com fluxofenim ocorreu um aumento na seletividade do produto às<br />

plântulas de sorgo. Aos 3 DAE (Tabela 4) foi quando pôde-se observar uma fitointoxicação<br />

mais elevada (refletida principalmente no atraso da emergência), mas a dose de 1.440 mL i.a.<br />

ha -1 mostrou valores semelhante aos da testemunha. Aos 15 DAE notou-se nas parcelas que<br />

receberam a dose de 1.440 mL i.a. ha -1 de S-metolachlor que os sintomas visuais de injúria<br />

não eram mais notados. Verificou-se que a testemunha (com safener e sem herbicida) e a dose<br />

de 1.440 mL i.a. ha -1 nas parcelas tratadas com fluxofenim foram semelhantes durante as<br />

avaliações de 3, 7, 15 e 30 DAE, o que demonstrou que o produto ajudou na redução da injúria<br />

causada pelo herbicida. Independente da dose do herbicida aplicada, as parcelas que<br />

receberam as sementes tratadas com o fluxofenim apresentaram injúrias menos severas.


27<br />

Tabela 4. Fitotoxicidade do herbicida S-metolachlor ao sorgo DKB510, tratadas ou não com o fluxofenim, aos 3, 7, 15 e 30 dias após<br />

emergência. Uberlândia/MG, 2006.<br />

Dose do herbicida<br />

(g i.a. ha -1 )<br />

% Fitointoxicação<br />

3 DAE 7 DAE 15 DAE 30 DAE<br />

c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 9,00 Aa 0,00 Aa 3,33 Aa 0,00 Aa 0,00 Aa 0,00 Aa 0,00 Aa 0,00 Aa<br />

1.440 11,67 ABa 43,33 Bb 6,67 Aa 41,67 Bb 1,67 Aa 26,67 Bb 0,00 Aa 28,33 Bb<br />

2.880 23,33 Ba 68,33 Cb 21,67 Ba 81,67 Cb 25,00 Ba 70,00 Cb 7,67 Ba 78,33 Cb<br />

Fherb 148,71* 129,00* 160,56* 234,14*<br />

Fsaf 64,99* 232,69* 84,00* 658,28*<br />

Fsaf*herb 33,69* 84,54* 26,14* 254,84*<br />

CV total (%) 38,90 37,36 48,2 32,73<br />

DMS (5%) 11,85 8,49 10,79 5,45<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade;<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (P>0,05).


A dose de 2.880 mL i.a. ha -1 de S-metolachlor foi mais tóxica a<br />

cultura mesmo na presença do safener. Contudo a presença do tratamento de sementes<br />

foi importante para o aumento da seletividade, sendo que a ausência deste tratamento<br />

impossibilitaria a utilização do S-metolachlor na cultura do sorgo. Diversos trabalhos de<br />

pesquisadores (Fuerst & Gronwald, 1986; Gronwald et al., 1987; Dean et al., 1990; Allá<br />

& Hassan, 1998) indicaram a viabilidade de safeners no tratamento de sementes para<br />

proteção do sorgo contra os efeitos do metolachlor, supostamente por induzir a síntese<br />

de novas enzimas GST responsáveis pela catálise e desintoxicação do herbicida. Silva &<br />

Ueda (1980) ainda relatam a viabilidade de safener no tratamento de sementes de sorgo<br />

sacarino, o qual incrementou a tolerância aos herbicidas alachlor e metolachlor, o que<br />

possibilitou o uso destes graminicidas na cultura.<br />

Na Tabela 5 estão apresentados os resultados do peso de massa<br />

seca da parte aérea e da raiz, coletadas aos 10 dias após a emergência. A ausência do<br />

tratamento de sementes nas parcelas que receberam a aplicação do herbicida em préemergência<br />

proporcionou plantas com menor acúmulo de massa seca de parte aérea e de<br />

raiz. Os resultados evidenciam que a dose de 2.880 mL i.a. ha -1 de S-metolachlor<br />

proporcionou reduções de aproximadamente 60% no acúmulo de massa seca da parte<br />

aérea e 45% de raiz, sendo que a dose de 1.440 mL i.a. ha -1 , mesmo tendo mostrado<br />

valores inferiores (25% a menos de parte aérea e 19% a menos de raiz), foi semelhante<br />

aos resultados da parcela sem aplicação do herbicida.<br />

O acúmulo de massa seca, tanto na parte aérea como nas raízes,<br />

foi semelhante quando as sementes foram tratadas com o safener, independente da dose<br />

do herbicida utilizada, comparado ao da testemunha (com safener e sem herbicida)<br />

(Tabela 5). Apesar da diferença de valores observada entre os tratamentos com safener e<br />

sem safener, com maior acúmulo de massa seca de raízes para os tratamentos com<br />

safener (principalmente às parcelas submetidas a dose de 2.880 mL i.a. ha -1 ), os valores<br />

foram semelhantes entre as sementes tratadas ou não, independente da dose utilizada.


Tabela 5. Valores de biomassa seca da parte aérea e raízes do hibrido de sorgo DKB510<br />

tratado ou não com o safener fluxofenim. Avaliação realizada em plantas aos<br />

10 dias após a emergência. Uberlândia/MG. 2006.<br />

Dose do herbicida Parte Aérea (g)<br />

Raiz (g)<br />

(g i.a. ha -1 ) c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 360,00 Aa 400,00 Aa 266,67 Aa 256,67 Aa<br />

1.440 326,66 Aa 300,00 ABa 240,00 Aa 206,67 ABa<br />

2.880 340,00 Aa 170,00 Ba 223,33 Aa 143,33 Ca<br />

Fherb 7,987* 10,760*<br />

Fsaf 1,220 4,026<br />

Fsaf*herb 1,718 1,009<br />

CV total (%) 31,72 19,51<br />

DMS (5%) 200,346 86,83<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade;<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente<br />

entre si pelo teste t (P>0,05).<br />

Na Tabela 6, verifica-se que os resultados para o sorgo<br />

SCG340, foram semelhantes aos do DKB510. Houve um efeito benéfico do tratamento<br />

de sementes com o safener fluxofenim na redução da fitointoxicação causada pelo<br />

herbicida. Foi possível observar, aos 3 DAE, que o uso do safener isolado também<br />

resultou em uma fitointoxicação leve quando comparado a testemunha sem tratamento<br />

(safener ou herbicida) e os sintomas observados em ambos os híbridos de sorgo foram<br />

similares e momentâneos.<br />

As notas de fitointoxicação novamente responderam ao<br />

aumento da dose do herbicida, sendo que as parcelas sem o tratamento de sementes com<br />

o safener apresentaram maiores injúrias. A aplicação da dose de 1.440 mL i.a. ha -1 aos 3<br />

DAE já causou uma fitointoxicação de 61% e, ao final do período de avaliação<br />

apresentava, ainda, valores acima de 50% de injúria. Também, a aplicação da dose de<br />

2.880 mL i.a. ha -1 causou injúrias acima de 85%. De uma forma geral, cabe uma<br />

ressalva sobre a maior sensibilidade deste híbrido (SCG340) comparado ao DKB 510<br />

quanto a fitointoxicação do herbicida utilizado.


30<br />

Tabela 6. Fitotoxicidade do herbicida S-metolachlor ao sorgo (SCG340) tratadas ou não com o safener fluxofenim, aos 3, 7, 15 e 30 dias após<br />

emergência. Uberlândia/MG, 2006.<br />

Dose do herbicida<br />

(g i.a. ha -1 )<br />

% Fitointoxicação<br />

3 DAE 7 DAE 15 DAE 30 DAE<br />

c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 5,7 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa<br />

1.440 12,7 Aa 60,0 Bb 9,0 Ba 78,3 Bb 1,0 Aa 56,7 Bb 0,0 Aa 53,3 Bb<br />

2.880 25,0 Ba 88,3 Cb 20,0 Ca 91,7 Cb 24,33 Ba 87,7 Cb 7,7 Ba 88,3 Cb<br />

Fherb 463,99* 309,05* 229,84* 503,74*<br />

Fsaf 173,17* 1125,65* 1481,97* 1553,89*<br />

Fsaf*herb 61,46* 315,14* 375,11* 436,96*<br />

CV total (%) 17,66 8,67 7,73 9,66<br />

DMS (5%) 11,27 5,83 4,37 4,80<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade;<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (P>0,05).


Nas parcelas que receberam o tratamento de sementes com o<br />

safener, ao se comparar as diferentes doses de herbicida testadas, pode-se observar pela<br />

que a aplicação da dose de 1.440 mL i.a. ha -1 demonstrou maior seletividade à cultura,<br />

apresentando notas visuais de injúria ao redor de 12% aos 3 DAE e, ao final do período<br />

de avaliação, aos 30 DAE, as plantas já haviam se recuperado totalmente. A dose de<br />

2.880 mL i.a. ha -1 , pode ser considerada muito alta, pois apesar do tratamento de<br />

sementes com fluxofenim ocorreu valores elevados de intoxicação pela cultura.<br />

Ainda na Tabela 6, pode ser observado que até aos 15 DAE os<br />

valores de fitointoxicação para a maior dose foram próximos a 25%, enquanto para a<br />

menor dose as notas foram menos de 5% de intoxicação. O não tratamento de sementes<br />

com safener em qualquer das doses testadas, novamente levou a ausência de<br />

seletividade, impossibilitando o uso deste herbicida para a cultura.<br />

O acúmulo da massa seca da parte aérea não foi influenciado<br />

pelas doses de herbicida quando as sementes receberam o tratamento com o safener,<br />

sendo que ocorreram valores semelhantes aos da testemunha (com safener) (Tabela 7).<br />

A não utilização do safener resultou em valores decrescentes de massa seca quando do<br />

aumento da dose do herbicida. A dose de 2.880 mL i.a. ha -1 proporcionou uma redução<br />

de 60% no acúmulo de massa seca na parte aérea das plantas quando comparada com a<br />

testemunha sem tratamento químico, enquanto a dose de 1.440 mL i.a. ha -1 teve um<br />

decréscimo de 30%.<br />

Pôde-se observar que o aumento da dose do herbicida também<br />

determinou uma redução na massa seca de raízes, independente de receber ou não o<br />

tratamento de sementes, sendo que a dose de 2.880 mL i.a. ha -1 comportou-se de forma<br />

semelhante em relação ao tratamento ou não das sementes (Tabela 7). O tratamento de<br />

sementes com o safener proporcionou uma diferença 15% de acúmulo de massa seca de<br />

raízes em relação a dose de 1.440 mL i.a. ha -1 e a testemunha (com safener), enquanto a<br />

mesma dose comparada a testemunha (sem safener) teve um decréscimo de 45%. Esses<br />

valores observados corroboram com os sintomas visuais de injúrias apresentados na<br />

Tabela 6.


Tabela 7. Valores de biomassa seca da parte aérea e raízes do híbrido de sorgo SCG340,<br />

tratado ou não com o safener fluxofenim. Avaliação realizada em plantas aos<br />

10 dias após emergência. Uberlândia/MG. 2006.<br />

Dose do herbicida Parte Aérea (g)<br />

Raiz (g)<br />

(g i.a. ha -1 ) c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 280,00 Aa 296,67 Aa 463,33 Aa 393,33 Aa<br />

1.440 260,00 Aa 203,33 Ba 393,33 ABa 176,67 Bb<br />

2.880 280,00 Aa 120,00 Cb 236,67 Ba 186,67 Ba<br />

Fherb 9,945* 1,362*<br />

Fsaf 14,516* 11,320*<br />

Fsaf*herb 8,577* 1,317*<br />

CV total (%) 29,95 91,11<br />

DMS (5%) 74,159 183,354<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade;<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente<br />

entre si pelo teste t (P>0,05).<br />

Para a cultura do sorgo a ausência do tratamento das sementes<br />

com o safener pode levar a cultura a atingir níveis intoleráveis de injúria e que<br />

comprometeriam o desenvolvimento das plantas, diminuindo o acúmulo de massa seca<br />

da parte aérea e das raízes. Pôde-se observar que o safener aumentou a tolerância da<br />

cultura (independente do híbrido) ao herbicida S-metolachlor em qualquer das doses<br />

testadas, porém a seletividade foi maior na menor dose do produto (1.440 mL i.a. ha -1 ).<br />

6.1.2. Cultura do trigo<br />

A exemplo da cultura do sorgo, as avaliações de intoxicação na<br />

cultura do trigo foram realizadas quando mais de 60% das plantas da testemunha (sem<br />

herbicida e sem safener) iniciaram a emergência. Observa-se que o tratamento das<br />

sementes do híbrido Ônix com o fluxofenim não afetou a emergência inicial, nem<br />

ocasionou nenhum tipo de injúria às plantas durante o período avaliado (Tabela 8). Nas<br />

parcelas que não receberam o tratamento de sementes com o safener a aplicação do<br />

herbicida S-metolachlor nas duas doses testadas foi prejudicial ao desenvolvimento das<br />

plântulas de trigo. Já, aos 3 DAE, as doses do herbicida causavam danos visuais acima<br />

de 50% nas parcelas que não continham o tratamento de sementes. A dose de 1.440 mL


i.a./ha aos 30 DAE causou até 80% de injúria, diminuindo o estande de plantas. O S-<br />

metolachlor não é registrado para a cultura do trigo. Sua absorção dá-se<br />

predominantemente pelo hipocótilo das gramíneas quando estas entram em contato com<br />

a camada de solo onde encontra-se o produto, sendo que os sintomas de fitointoxicação<br />

caracterizam-se pelo intumescimento dos tecidos, enrolamento do caulículo nas<br />

monocotiledôneas, necrose e morte das plantas. As plântulas que emergem apresentam<br />

folhas retorcidas, mal formadas e com coloração predominantemente verde-escuras. As<br />

folhas de gramíneas podem não emergir dos coleóptilos ou ficarem comprimidas no<br />

cartucho, não se desenrolam e nem se expandem normalmente (Weed, 1994). Tais<br />

sintomas foram comuns nos tratamentos que não tiveram a presença do safener nas<br />

sementes.<br />

Na Tabela 8, nota-se também, que houve interação entre o<br />

tratamento de sementes com o safener e as doses de herbicida, sendo que a dose<br />

utilizada do safener nas sementes reduziu significativamente os sintomas visuais de<br />

injúria quando comparada às parcelas sem o tratamento de sementes e com aplicação do<br />

herbicida. Mesmo com a redução dos sintomas visuais de injúria nos tratamentos com a<br />

presença do safener, a utilização da dose de 1.440 mL i.a. ha -1 de S-metolachlor a partir<br />

de 7 DAE diferenciou-se da parcela testemunha, tendo atingido os valores mais<br />

elevados de injúria aos 15 DAE. Aos 30 DAE, a diminuição da fitointoxicação pode ser<br />

atribuída a um maior perfilhamento das plantas, compensando o menor número de<br />

plantas por metro.


34<br />

Tabela 8. Fitotoxicidade do herbicida S-metolachlor ao trigo Ônix, tratadas ou não com o safener fluxofenim, aos 3, 7, 15 e 30 dias após<br />

emergência. Uberlândia/MG, 2006.<br />

Dose do herbicida<br />

(g i.a. ha -1 )<br />

% Fitointoxicação<br />

3 DAE 7 DAE 15 DAE 30 DAE<br />

c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa<br />

1.440 0,0 Aa 53,3 Bb 10,3 Ba 68,3 Bb 27,7 Ba 85,0 Bb 6,0 Ba 80,0 Bb<br />

2.880 11,67 Ba 78,3 Cb 25,0 Ca 89,3 Cb 63,3 Ca 95,0 Cb 33,3 Ca 93,3 Cb<br />

Fherb 260,23* 413,41* 609,93* 297,95*<br />

Fsaf 2592,00* 2322,22* 599,07* 1016,38*<br />

Fsaf*herb 672,00* 585,22* 187,13* 262,42*<br />

CV total (%) 6,98 5,58 5,69 8,39<br />

DMS (5%) 3,329 3,59 5,14 5,94<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade;<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (P>0,05).


Na Tabela 9 estão apresentados o acúmulo de massa seca da<br />

parte aérea e das raízes coletados aos 10 dias após o início da emergência das plantas.<br />

Não se verificou diferença significativa quando se comparou as testemunhas sem<br />

aplicação de herbicida (com e sem safener) quanto ao acúmulo de massa seca de parte<br />

aérea.<br />

A utilização ou não do safener no tratamento de sementes foi<br />

de fundamental importância em relação ao acúmulo de massa seca quando as plantas<br />

foram submetidas a aplicação do S-metolachlor, sendo os valores de massa seca da parte<br />

aérea e raiz mais elevados nas parcelas que receberam o tratamento de sementes. Para a<br />

dose de 1.440 mL i.a. ha -1 , o tratamento de sementes proporcionou acúmulo de até 70%<br />

a mais de matéria seca da parte aérea quando comparado a parcela sem tratamento de<br />

sementes. As plantas de trigo tratadas com safener e que receberam a dose de 2.880 mL<br />

i.a. ha -1 apresentaram acúmulo de massa seca da parte aérea de aproximadamente 30%<br />

menor quando comparado ao da testemunha (com aplicação de safener) e, para as<br />

parcelas que não receberam o safener, a diferença em relação a testemunha foi um<br />

decréscimo de 65%.<br />

Tabela 9. Valores de biomassa seca da parte aérea e raízes do híbrido de trigo Onix<br />

tratado ou não com o safener fluxofenim. Avaliação realizada em plantas aos<br />

10 dias após a emergência. Uberlândia/MG. 2006.<br />

Dose do herbicida Parte Aérea (g)<br />

Raiz (g)<br />

(g i.a. ha -1 ) c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 0,88 Aa 0,84 Aa 1,17 1,12<br />

1.440 0,71 ABa 0,28 Bb 0,62 0,57<br />

2.880 0,61 Ba 0,37 Bb 0,77 0,69<br />

Fherb 22,496* 16,573 ns<br />

Fsaf 18,511* 0,158 ns<br />

Fsaf*herb 4,158* 0,003 ns<br />

CV total (%) 18,87 41,08<br />

DMS (5%) 0,232 0,675<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade; ns não significativo ao nível de 5% de probabilidade<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente<br />

entre si pelo teste t (P>0,05).


Cataneo (2001), testando o herbicida fenoxaprop-p-ethyl com<br />

ou sem o safener mefenpyr-diethyl em seis diferentes cultivares de trigo, também<br />

obteve resultados com menores valores de acúmulo de biomassa verde das plantas<br />

quando os diferentes cultivares de trigo foram submetidos à aplicação do herbicida sem<br />

utilização do safener.<br />

Nas Tabelas 10 e 11, respectivamente, estão expressos os<br />

valores visuais de injúria e o acúmulo de massa seca na parte aérea e nas raízes do<br />

híbrido de trigo Avante quando submetidos aos diferentes tratamentos. Conforme<br />

observado para o híbrido Ônix, observa-se na Tabela 10 que o tratamento de sementes<br />

com o flluxofenim na ausência do herbicida não provocou nenhum sintoma de<br />

fitointoxicação.<br />

As duas doses do herbicida S-metolachlor foram prejudiciais ao<br />

desenvolvimento normal do trigo Avante, sendo que o aumento da dose refletiu de<br />

maneira mais drástica nos sintomas de fitointoxicação. Os sintomas visuais de injúria<br />

observados para ambos os híbridos foram semelhantes. A presença do tratamento de<br />

sementes com o safener fez com que houvesse uma redução na intoxicação das plantas.<br />

Novamente a dose de 2.880 mL i.a./ha elevou os sintomas de fitointoxicação no híbrido<br />

Avante. Registra-se, ainda, que a presença do safener de sementes fez com que<br />

houvesse uma redução de mais de 50% de injúria dentro das doses de herbicida testadas<br />

no decorrer das avaliações.


37<br />

Tabela 10. Fitotoxicidade do herbicida S-metolachlor ao trigo Avante, tratadas ou não com o safener fluxofenim, aos 3, 7, 15 e 30 dias após<br />

emergência. Uberlândia/MG, 2006.<br />

Dose do herbicida<br />

(g i.a. ha -1 )<br />

% Fitointoxicação<br />

3 DAE 7 DAE 15 DAE 30 DAE<br />

c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa 0,0 Aa<br />

1.440 0,0 Aa 26,7 Bb 5,33 Aa 40,0 Bb 17,7 Ba 43,3 Bb 7,3 Aa 43,3 Bb<br />

2.880 5,0 Aa 50,0 Cb 21,7 Ba 76,7 Cb 43,33 Ca 76,7 Cb 23,3 Ba 81,7 Cb<br />

Fherb 182,37* 1157,54* 293,24* 1519,37*<br />

Fsaf 294,43* 198,79* 67,52* 277,13*<br />

Fsaf*herb 88,06* 57,37* 17,74* 80,93*<br />

CV total (%) 21,70 18,78 16,83 15,44<br />

DMS (5%) 5,90 8,98 10,14 8,01<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade;<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (P>0,05).


Nas parcelas sem tratamento de sementes com o safener e que<br />

receberam a aplicação do herbicida foi possível observar diminuições de até 45% no<br />

acúmulo de massa seca da parte aérea quando comparadas à testemunha (Tabela 11), e<br />

não ocorreram diferenças em relação à dose utilizada. No entanto, a presença do safener<br />

proporcionou que o acúmulo de massa seca da parte aérea fosse semelhante ao da<br />

testemunha (com safener) independente da dose do herbicida utilizada. Mesmo sendo<br />

semelhante, a dose de 2.880 mL i.a. ha -1 resultou em 20% a menos de acúmulo quando<br />

comparada a testemunha. As parcelas testemunhas sem herbicida, com safener e sem<br />

safener apresentaram valores semelhantes, mostrando que o tratamento não prejudicou<br />

as plântulas. O acúmulo de massa seca nas raízes foi mais afetado do que o acúmulo na<br />

parte aérea, haja visto que as diferenças observadas nas parcelas tratadas com o safener<br />

gerou uma redução em torno de 10% e 50% para as doses de 1.440 e 2.880 mL i.a. ha -1<br />

quando comparados a testemunha com o safener. As parcelas que não receberam o<br />

tratamento com o safener apresentaram redução mais acentuada, com diferenças de 70%<br />

e 62% para as mesmas doses.<br />

Tabela 11. Valores de biomassa seca da parte aérea e raízes do híbrido de trigo Avante<br />

tratado ou não com o safener fluxofenim. Avaliação realizada em plantas aos<br />

10 dias após a emergência. Uberlândia/MG. 2006.<br />

Dose do herbicida Parte Aérea (g)<br />

Raiz (g)<br />

(g i.a. ha -1 ) c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 0,72 Aa 0,79 Aa 1,09 Aa 1,27 Aa<br />

1.440 0,71 Aa 0,43 Bb 0,98 ABa 0,37 Bb<br />

2.880 0,57 Aa 0,49 Ba 0,53 Ba 0,49 Ba<br />

Fherb 8,226* 28,807*<br />

Fsaf 6,378* 1,393<br />

Fsaf*herb 6,866* 3,201<br />

CV total (%) 29,98 55,19<br />

DMS (5%) 0,165 0,554<br />

* significativo ao nível de 5% de probabilidade;<br />

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente<br />

entre si pelo teste t (P>0,05).


6.1.3. Cultura do arroz<br />

Os valores das notas visuais de injúria para as duas cultivares<br />

de arroz avaliadas (Bonanza e Aimoré) no estudo estão apresentados na Tabela 12. Os<br />

resultados para ambas as cultivares foram iguais desta maneira optou-se por apresentar e<br />

discutir os resultados em uma única tabela. A utilização do safener para a cultura do<br />

arroz não causou nenhum tipo de intoxicação às plantas quando comparado a<br />

testemunha sem tratamento, independente do cultivar. Porém, não trouxe nenhum<br />

benefício em relação a diminuição da sensibilidade das plantas ao herbicida S-<br />

metolachlor nas doses testadas (1.440 mL i.a. ha -1 e 2.880 mL i.a. ha -1 ). Todas as doses<br />

utilizadas, independente da presença ou não do tratamento de sementes com o safener,<br />

levou as plantas a mortalidade total.


40<br />

Tabela 12. Fitotoxicidade do herbicida S-metolachlor aos cultivares de arroz Bonanza e Aimoré, tratadas ou não com o safener<br />

fluxofenim, aos 3, 7, 15 e 30 dias após emergência. Uberlândia/MG, 2006.<br />

Dose do herbicida<br />

(g i.a. ha -1 )<br />

% Fitointoxicação<br />

3DAE 7 DAE 15DAE 30DAE<br />

c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener c/safener s/safener<br />

0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0<br />

1.440 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

2.880 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

Fherb - - - -<br />

CV total (%) - - - -<br />

DMS (5%) - - - -


41<br />

6.2. Determinação da atividade de Glutationa S-transferase em plântulas de sorgo<br />

e trigo com e sem tratamento de sementes com fluxofenim.<br />

Como explicitado anteriormente, o aumento na atividade da enzima<br />

glutationa S-transferase nas plantas é uma das responsáveis diretas pela eficiência de algumas<br />

culturas tornarem-se menos sensíveis a certos herbicidas fitotóxicos. Nos resultados já<br />

apresentados, foi demonstrado que o tratamento de sementes de sorgo e trigo com o safener<br />

levou à menor injúria das plantas causada pela baixa seletividade do herbicida S-metolachlor<br />

quando comparados às parcelas que não receberam o tratamento de sementes. Já, para a<br />

cultura do arroz, o tratamento de sementes com o safener não possibilitou aumento na<br />

tolerância ao mesmo herbicida para nenhum dos cultivares avaliados.<br />

Nas Tabelas 13 e 14 estão representados, respectivamente, os valores<br />

correspondentes a atividade da GST em sorgo e trigo, quando as sementes receberam o<br />

tratamento com o safener e foram submetidas ou não ao tratamento com o herbicida S-<br />

metolachlor, comparados com a testemunha sem o safener e sem o herbicida.<br />

Dentre as culturas avaliadas durante a condução do ensaio no campo,<br />

e de acordo com as notas de injúria, a cultura do sorgo foi a que respondeu de maneira mais<br />

eficiente ao tratamento de sementes com o safener fluxofenim. É possível observar na Tabela<br />

13, apesar de não ter ocorrida diferenças significativas, que o tratamento de sementes isolado<br />

aumentou em 13% a atividade da enzima GST quando comparado a testemunha sem<br />

tratamento e, quando as plantas avaliadas receberam somente a aplicação do herbicida, a<br />

atividade da enzima reduziu em 26%. O herbicida S-metolachlor não é registrado para<br />

cultura do sorgo devido aos danos de injúria que ocasionalmente puderem ser observados. O<br />

decréscimo na atividade da GST quando não houve a proteção através do tratamento de<br />

sementes com fluxofenim evidencia a deficiência da cultura em conseguir aumentar a<br />

atividade da enzima de maneira suficiente para metabolizar o herbicida em níveis que<br />

permitissem sua menor toxidez as plantas. Contudo, quando as plantas de sorgo receberam o<br />

tratamento de sementes com o safener e foram submetidas à aplicação do herbicida, a<br />

atividade da enzima GST aumentou 20% em relação a testemunha sem nenhum tratamento e<br />

um aumento de 62% quando comparado a parcela sem tratamento de sementes e que recebeu a<br />

aplicação do herbicida. Mesmo não sendo diferente significativamente, o pré-tratamento com o


42<br />

safener acarretou aumento da atividade da GST na presença do herbicida tanto para a cultura<br />

do sorgo como para o trigo.<br />

Espécies gramíneas, tais como milho e sorgo, têm pouca tolerância<br />

aos herbicidas tiocarbamatos (EPTC) e cloroacetamidas (metolachlor e alachlor). Todavia, o<br />

pré-tratamento com safeners, tais como flurazole, dichlormid, benoxacor e anidrido naftálico<br />

aumentam a tolerância das plantas a esses herbicidas por induzirem seletivamente a atividade<br />

da GST e, portanto, elevarem a taxa de desintoxicação via conjugação (Lay & Casida, 1976;<br />

Mozer et al., 1983; Hatzios, 1984; Gronwald et al., 1987; Viger et al. 1991; Irzyk et al., 1993,<br />

1995)<br />

Tabela 13. Atividade da enzima glutationa S-transferase, na parte aérea de plantas de sorgo<br />

após o tratamento de sementes com o safener fluxofenim e submetidas ao herbicida<br />

S-metolachlor.<br />

Doses de S-metolachlor Atividade de GST (nmol por min por mg de proteína.)<br />

(g i.a ha -1 ) c/safener s/ safener<br />

Fherb<br />

Fsaf<br />

Fsaf*herb<br />

0 6,9341 6,0877<br />

1.440 7,3392 4,5217<br />

0,301 NS<br />

3,000 NS<br />

0,868 NS<br />

CV (%) 58,90<br />

NS não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo test t<br />

Os dados relativos ao comportamento da enzima GST para a cultura do trigo<br />

está expressa na Tabela 14. Apesar dos dados apresentados não serem significativamente diferentes, os<br />

resultados demonstram que houve um efeito entre o tratamento das sementes de trigo com o safener<br />

fluxofenim e a aplicação do herbicida S-metolachlor em pré-emergência no aumento da atividade da GST.<br />

Esse efeito foi o aumento de 69% quando comparado a parcela que não recebeu o tratamento de sementes, e<br />

pode ser considerado como um dos fatores pelos quais as plantas de trigo demonstraram ser um pouco<br />

mais tolerantes a aplicação do herbicida S-metolachlor.<br />

Apesar deste aumento observado na atividade da GST, os níveis não<br />

foram ainda suficientes para prover as plantas de trigo de uma total seletividade. Essa afirmação<br />

pode ser baseada nas notas de fitointoxicação (Tabela 8 e 10)


43<br />

observadas a partir dos 7 dias após a aplicação do herbicida, no qual se tem valores maiores de<br />

injúria que podem ser considerados prejudiciais ao desenvolvimento normal e expressão do<br />

potencial da cultura.<br />

Para as plantas que receberam somente o tratamento de sementes<br />

observa-se uma pequena redução de 6% na atividade da GST, enquanto que na parcela não<br />

tratada com o safener onde foi aplicado o herbicida em pré-emergência, as plantas mostraram<br />

uma redução de 16% quando comparada a testemunha sem tratamentos aos 10 dias após a<br />

emergência das plântulas.<br />

Tabela 14. Atividade da enzima glutationa S-transferase, na parte aérea de plantas de trigo<br />

após o tratamento de sementes com o safener fluxofenim e submetidas ao herbicida<br />

S-metolachlor.<br />

Doses de S-metolachlor Atividade de GST (nmol por min por mg de proteína.)<br />

(g i.a. ha -1 ) c/safener s/ safener<br />

0 5,2423 5,5977<br />

1.440 7,9801 4,7198<br />

Fherb<br />

0,643 NS<br />

Fsaf<br />

1,567 NS<br />

Fsaf*herb<br />

2,428 NS<br />

CV (%) 68,29<br />

NS não significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo test t<br />

O safener de sementes testado neste experimento foi capaz de gerar<br />

um acréscimo, mesmo não sendo significativamente diferente, na atividade de GST para as<br />

culturas de sorgo e trigo. Porém, é importante ressaltar que os poucos dados de literatura<br />

encontrados sobre o safener fluxofenim demonstram também a alta afinidade existente entre a<br />

sua molécula e a do herbicida S-metolachlor (Davies & Caseley, 1999; Hatzios, 1983, 2000;<br />

Kreuz, 1993; Parker, 1983; Yenne & Hatzios, 1990b). Essa elevada semelhança existente entre<br />

os dois produtos, dentre outros fatores, pode estar envolvida com os resultados de sinergismo e<br />

proteção obtidos para a cultura do sorgo.


44<br />

7. CONCLUSÕES<br />

De acordo com os resultados obtidos e nas condições em que foi<br />

desenvolvido este estudo, pôde-se concluir que:<br />

• O tratamento das sementes de sorgo, trigo e arroz com fluxofenim, não<br />

afetou o desenvolvimento inicial das culturas;<br />

• A utilização do fluxofenim na cultura do sorgo e trigo propiciou uma maior<br />

seletividade ao herbicida S-metolachlor;<br />

• O fluxofenim não foi capaz de mudar a seletividade do herbicida S-<br />

metolachlor à cultura do arroz;<br />

• O tratamento de sementes com fluxofenim refletiu no aumento da atividade<br />

da GST nas plântulas de sorgo e trigo sob aplicação do herbicida S-<br />

metolachlor;<br />

• O herbicida S-metolachlor reduziu a atividade da GST quando as sementes<br />

não receberam o tratamento com fluxofenim.


45<br />

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