10.06.2014 Views

uso de antimicrobianos locais em periodontia ... - Revista Sobrape

uso de antimicrobianos locais em periodontia ... - Revista Sobrape

uso de antimicrobianos locais em periodontia ... - Revista Sobrape

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

VOL. 17 - Nº 01 - MARÇO 2007<br />

promover ganhos clínicos relevantes (RUDHART et al, 1998;<br />

DRISKO, 2001). Nas duas últimas décadas, uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> agentes <strong>antimicrobianos</strong> <strong>de</strong> <strong>uso</strong> local ou sistêmico têm<br />

surgido com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> auxiliar no tratamento da doença<br />

periodontal, agindo como adjuvantes do tratamento convencional<br />

(HEASMAN et al, 2001).<br />

Dentre os <strong>antimicrobianos</strong> <strong>de</strong> ação local, muitos têm <strong>de</strong>monstrado<br />

eficácia clínica, especialmente <strong>em</strong> pacientes <strong>em</strong> terapia<br />

<strong>de</strong> manutenção e como compl<strong>em</strong>entares à raspag<strong>em</strong> e<br />

alisamento radicular, a ex<strong>em</strong>plo dos fármacos metronidazol,<br />

clorexidina e tetraciclina (HEASMAN et al, 2001). No entanto,<br />

esta afirmação não é unânime e alguns estudos sustentam o<br />

contrário (COSYN & SABZEVAR, 2005). Em associado, alguns<br />

aspectos como custo e acessibilida<strong>de</strong> vêm sendo discutidos.<br />

O objetivo <strong>de</strong>sta revisão <strong>de</strong> literatura é fazer uma abordag<strong>em</strong><br />

crítica acerca da utilização <strong>de</strong> <strong>antimicrobianos</strong> <strong>locais</strong> no tratamento<br />

da doença periodontal enfatizando as suas indicações,<br />

vantagens, <strong>de</strong>svantagens, custo, viabilida<strong>de</strong> clínica e eficácia terapêutica.<br />

REVISÃO DE LITERATURA<br />

Figura 1<br />

QUADRO ESQUEMÁTICO SOBRE INSTITUIÇÃO DE TERAPIAS PERIODONTAIS<br />

(WINKELHOFF ET AL, 1996).<br />

A placa bacteriana representa o principal fator etiológico envolvido<br />

na iniciação e progressão da doença periodontal inflamatória<br />

(SALVI et al, 2002), e <strong>em</strong>bora a literatura seja consonante<br />

quanto à complexida<strong>de</strong> da patogênese <strong>de</strong>ssa doença, que envolve<br />

também a resposta imunoinflamatória do hospe<strong>de</strong>iro, há<br />

ampla comprovação científica do papel da placa bacteriana, como<br />

fator <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante do processo patológico (WALKER &<br />

KARPINIA, 2002).<br />

A terapia básica para r<strong>em</strong>issão da doença periodontal inclui a<br />

raspag<strong>em</strong> e alisamento radicular, cuja função é r<strong>em</strong>over cálculo e<br />

placa <strong>de</strong>ntal, e assim modificar o ambiente bacteriano, estabelecendo<br />

condições que permitam o indivíduo controlar o<br />

surgimento e a maturação <strong>de</strong> nova placa. Entretanto, os tecidos<br />

periodontais e túbulos <strong>de</strong>ntinários po<strong>de</strong>m servir como reservatórios<br />

para os periodontopatógenos. Neste sentido surgiram os<br />

antibióticos <strong>de</strong> liberação local, aplicados diretamente no interior<br />

da bolsa periodontal, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar as bactérias<br />

r<strong>em</strong>anescentes (GRIFFITHS et al, 2000; WALKER & KARPINIA,<br />

2002) (figura 1).<br />

Os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> liberação local consist<strong>em</strong> <strong>em</strong> um reservatório<br />

do antimicrobiano e <strong>de</strong> um veículo que controla o padrão <strong>de</strong><br />

liberação do medicamento. O objetivo <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a é a manutenção<br />

<strong>de</strong> concentrações efetivas dos agentes quimioterápicos<br />

por longos períodos no sítio, a fim <strong>de</strong> reduzir a microbiota<br />

patogênica subgengival, modular a resposta inflamatória do hospe<strong>de</strong>iro<br />

e, <strong>de</strong>ssa forma, minimizar os efeitos da <strong>de</strong>struição tecidual,<br />

mesmo havendo a eliminação da droga através do fluxo do fluido<br />

gengival, que possui uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação <strong>de</strong> 20 µl<br />

por hora (PERNO, 2001; SALVI et al, 2002; QUERIDO &<br />

CORTELLI, 2003). No entanto, é necessário enfatizar que o <strong>em</strong>prego<br />

<strong>de</strong> antibióticos não constitui uma terapia substituta à<br />

instrumentação periodontal, pois a bactéria presente no biofilme,<br />

estrutura extr<strong>em</strong>amente organizada, po<strong>de</strong> sobreviver, até mesmo,<br />

a altas concentrações <strong>de</strong>stas drogas (WALKER & KARPINIA,<br />

2002).<br />

Os <strong>antimicrobianos</strong> <strong>de</strong> ação local apresentam tentadoras<br />

vantagens como: po<strong>de</strong>m atingir altas concentrações quando<br />

comparadas com os antibióticos <strong>de</strong> <strong>uso</strong> sistêmico; sua aplicação<br />

profissional in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da a<strong>de</strong>são e colaboração dos pacientes;<br />

não estão relacionados à eventos adversos relevantes, sobretudo<br />

no trato gastrintestinal ou no aparelho genitourinário, além <strong>de</strong><br />

reduzir o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> resistência à droga pelas<br />

populações bacterianas existentes no corpo (RAMS & SLOTS,<br />

1996).<br />

Por outro lado, estes dispositivos também possu<strong>em</strong> algumas<br />

<strong>de</strong>svantagens, que po<strong>de</strong>m limitar ou até mesmo inviabilizar o seu<br />

<strong>em</strong>prego, como: dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> posicionar o agente<br />

antimicrobiano nas bolsas periodontais e lesões <strong>de</strong> furca; falta <strong>de</strong><br />

colaboração, habilida<strong>de</strong> manual e <strong>de</strong> conhecimento anatômico<br />

por parte do paciente quando o agente é <strong>em</strong>pregado <strong>em</strong> associação<br />

aos cuidados <strong>de</strong> higiene bucal domésticos; aumento do<br />

t<strong>em</strong>po dispendido na aplicação profissional <strong>em</strong> presença <strong>de</strong> numerosas<br />

lesões avançadas; limitação, por uma única exposição,<br />

da substantivida<strong>de</strong> da droga; aplicação local <strong>de</strong>ntro das bolsas<br />

periodontais não ating<strong>em</strong> os patógenos periodontais que resi<strong>de</strong>m<br />

áreas adjacentes ao tecido conjuntivo gengival ou superfícies<br />

orais extra-bolsa, o que aumenta o risco <strong>de</strong> uma reinfecção<br />

posterior e recorrência da doença <strong>em</strong> áreas já tratadas (RAMS &<br />

84

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!