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VOL. 20 - Nº 03 - SETEMBRO 2<strong>01</strong>0<br />

VOL. 20 - Nº 03<br />

SETEMBRO 2<strong>01</strong>0<br />

EDITORIAL<br />

Caros leitores,<br />

A produção científica brasileira vem crescendo nos últimos anos. Além do aumento no número de artigos publicados,<br />

observa-se também uma melhora significativa da qualidade do produto científico gerado em nosso País.<br />

Nesse contexto a <strong>revista</strong> Periodontia tem sido aprimorada e constantemente modificada para se tornar um veículo<br />

adequado de ciência.<br />

Acreditamos no potencial de crescimento da <strong>revista</strong> Periodontia nos próximos anos baseado na oferta ainda modesta<br />

de periódicos que temos no Brasil proporcionalmente à nossa demanda. E mais, acreditamos no potencial da <strong>Revista</strong> por ser<br />

esta o veículo oficial de uma Sociedade forte que se firma cada vez no cenário latino-americano por sua posição de destaque<br />

em relação à exportação de conhecimento.<br />

No sentido de inovar mais uma vez, a partir da próxima edição iremos inaugurar mais uma seção da <strong>revista</strong> Periodontia<br />

chamada de passo a passo da pesquisa onde iremos sanar muitas dúvidas e contribuir para o desenvolvimento da pesquisa<br />

brasileira.<br />

Em nome da SOBRAPE agradeço a todos que tem atendido aos nossos chamados para publicar na <strong>revista</strong> Periodontia.<br />

Boa leitura!<br />

Sheila Cavalca Cortelli<br />

Editora-chefe<br />

3<br />

<strong>revista</strong> <strong>perio</strong> <strong>set2<strong>01</strong>0</strong> - 3ª <strong>REV</strong> - <strong>31</strong>-<strong>01</strong>-<strong>11.indd</strong> 3 <strong>31</strong>/1/2<strong>01</strong>1 23:35:23


<strong>REV</strong>ISTA PERIODONTIA<br />

SOBRAPE - SOCIEDADE BRASILEIRA<br />

DE PERIODONTOLOGIA<br />

SOBRAPE - SOCIEDADE BRASILEIRA DE<br />

PERIODONTOLOGIA<br />

Fundada em 05/10/1970 Gestão 2<strong>01</strong>0/2<strong>01</strong>1<br />

Sede: Rua Tres Pontes, 52<br />

CEP: 05042-020 - São Paulo - SP<br />

Tel/Fax: (11) 11 3862-1422 / 11 9611-7257<br />

Home-page: www.sobrape.org.br<br />

E-mail: sobrape@sobrape.org.br<br />

Diretoria Executiva<br />

Presidente: Joaquim Resende - MG<br />

Vice-Presidente: Ricardo Guimarães Fischer - RJ<br />

1º Secretário: Lívio de Barros Silveira - MG<br />

2º Secretária: Carolina Ferreira Franco - MG<br />

1º Tesoureiro: Gerdal Roberto de Sousa - MG<br />

2º Tesoureira: Telma Campos Medeiros Lorentz - MG<br />

<strong>Revista</strong> Periodontia<br />

Editora: Sheila Cavalca Cortelli - SP<br />

Editores Associados: Alcione Maria Soares Dutra de Oliveira, Davi<br />

Romeiro Aquino,Fernando de Oliveira Costa, Gilson César Nobre<br />

Franco, Luis Otávio de Miranda Cota, Marinella Holzhausen, Mônica<br />

César do Patrocínio<br />

Corpo Editorial: Alexandre Prado Scherma – SP, Ângela G. Martins<br />

- BA, Arthur B. Novaes Jr. - SP, Bruno C. De V. Gurgel - RN, Cristiano<br />

Susin - RS, Delane M. Rêgo - RN, Eduardo Feres - RJ, Élcio Marcantonio<br />

Júnior - SP, Estela S. Gusmão - PE, Francisco E. Pustiglioni - SP,<br />

Francisco H. Nociti Jr. - SP, Gerdal Roberto de Sousa - MG, Geraldo A.<br />

Chiapinotto - RS, Getúlio R. Nogueira Filho - CA, Giuseppe Alexandre<br />

Romito - SP, Isaac S. Gomes Filho - BA, Joaquim Resende – MG, João<br />

B. César-Neto - RS, Joni A. Cirelli - SP, José E. C. Sampaio - SP , José<br />

Roberto Cortelli - SP, Karina Cogo – SP, Karina Silverio - SP, Lívio de<br />

Barros Siveira - MG, Luciene Figueiredo - SP, Luis A. P. de Lima - SP,<br />

Marcio F. M. Grisi - SP, Marcos Pontual - SC, Maria Â. N. Machado - PR,<br />

Mauricio Araújo - PR, Patrícia Furtado Gonçalves - MG, Plínio Macedo -<br />

PI, Poliana M. Duarte - SP, Raul G. Caffesse - (EUA), Ricardo G. Fischer -<br />

RJ, Rosemary A. C. Marcantonio - SP, Renata Cimões - PE, Renato de V.<br />

Alves - PE, Rodrigo O. C. C. Rêgo - CE, Rosenês L. dos Santos - PB, Rui<br />

V. Oppermann - RS, Sabrina Gomes - (RS), Sebastião L. A. Greghi - SP,<br />

Sergio L. da S. Pereira - CE, Sheila Cavalca Cortelli - SP, Telma Campos<br />

Medeiros Lorentz - MG<br />

Auxiliar técnica: Thaís Pereira Peixoto<br />

Diretor do Jornal Periodonto: Mauro Ivan Salgado - MG<br />

Divulgação e Promoção: Rodrigo Seabra - MG, Orley Araújo Alves<br />

- MG<br />

Redação / Seleção de Pauta: Alcione Maria Dutra de Oliveira,<br />

Carlos Roberto Martins - MG<br />

Diretor Cultural: Lorenza Carvalhais Souza - MG, José Eustáquio<br />

da Costa - MG<br />

Diretor Social: Ana Carolina Duppin Souza - MG, Arnaud Bezerra -<br />

MG<br />

Diretor Bibliotecário: Jayme Reis Ferracioli - MG<br />

Diretor de Informática: Douglas Campidelli Fonseca - MG<br />

Equipe comercial: Eleine Claudino Aguiar Quintella - MG, Henrique<br />

Teixeira de Castro - RJ, Marcio Eduardo Vieira Falabella - MG<br />

Diretor Acadêmico: Luis Otávio de Miranda Cota - MG<br />

Assessores da Presidência: Alfeu Eloy Bari - SP, Cesário Antônio<br />

Duarte - SP, Charles Menezes Leahy - AL, Moyses Moreinos - RJ<br />

Assessores Internacionais: Antônio Wilson Sallum - SP, Arthur Belém<br />

Novaes Junior - SP, Eduardo Tinoco - RJ<br />

Conselho Científico: Carlos Marcelo Figueiredo - RJ, Fernando de<br />

Oliveira Costa - MG, Valdir Golveia Garcia - SP<br />

Conselho Deliberativo<br />

Efetivos: Alfeu Eloy Bari - SP, Antônio Wilson Sallum - SP, Benedicto<br />

Egbert Corrêa de Toledo - SP, Cesário Antônio Duarte - SP, Hamilton<br />

Taddei Bellini - SP, Urbino da Rocha Tunnes - BA<br />

Membros Natos: Moyses Moreinos - RJ, Paulo Roberto Pereira de Sá<br />

- RJ Javan Seixas de Paiva - PE, Rodrigo Veras de Almeida - PE, Antônio<br />

Wilson Sallum - SP, Giuseppe Alexandre Romito - SP<br />

Suplentes: Inácio Rocha - RJ, Henrique Guilherme de Castro Teixeira<br />

- MG, Walter Augusto Soares Machado - RJ, Juracy Corrêa da Silveira<br />

- MG<br />

In Memoriam: João Nunes Pinheiro - CE, Juarez Corrêa da Silveira -<br />

MG, Rugerpe Antônio Pedreira - RJ, Yeddi Pereira - RJ, Nelson Thomaz<br />

Lascala - SP, Roberto Fraga Moreira Lotufo - SP<br />

Conselho Fiscal: Marcos Vinicius Moreira de Castro - GO, Charles<br />

Menezes Leahy - AL, Carlos Roberto Martins - MG<br />

Suplentes: José Márcios Falabella - MG, Guido de Oliveira - MG,<br />

Ibajay Brito de Oliveira - MG<br />

índice<br />

7<br />

13<br />

20<br />

28<br />

revisão de literatura<br />

TERAPIA FOTODINÂMICA EM PERIODONTIA<br />

CLÍNICA<br />

Photodynamic therapy in <strong>perio</strong>dontics<br />

Verônica Franco de Carvalho, Mariana Albolea Lubisco,<br />

Vanessa Tubero Euzebio Alves, Carla Castro Julio de Sousa<br />

Gonçalves, Marina Clemente Conde, Cláudio Mendes Pannuti,<br />

Marco Antônio Paupério Georgetti, Giorgio De Micheli<br />

APLICAÇÃO DO LASER ER,CR:YSGG EM<br />

PERIODONTIA E IMPLANTODONTIA: <strong>REV</strong>ISÃO<br />

DE LITERATURA<br />

Er,Cr:YSGG laser in <strong>perio</strong>dontics and implant dentistry: review<br />

of literature<br />

Chaine Pavone, Guilherme José Pimentel Lopes de Oliveira,<br />

Livia Rodrigues Perussi, Elcio Marcantonio Júnior, Rosemary<br />

Adriana Chiérici Marcantonio<br />

USO DE BIFOSFONATOS EM PACIENTES<br />

COM CÂNCER E SUA ASSOCIAÇÃO COM<br />

OSTEONECROSE DOS OSSOS MAXILARES –<br />

UMA <strong>REV</strong>ISÃO DE LITERATURA<br />

Use of bisphosphonates in patients with cancer and its<br />

association with osteonecrosis of the maxillary bones – a<br />

literature review<br />

Vítor Nunes, Bruna Lopes, Rodrigo Xisto Ferreira Lordani,<br />

Joel Alves, Renato Rocha5 Walter Machado, Luiz Claudio<br />

Borges Silva de Oliveira<br />

ESTRESSE COMO POSSÍVEL FATOR DE RISCO<br />

PARA A DOENÇA PERIODONTAL – <strong>REV</strong>ISÃO DA<br />

LITERATURA<br />

Stress as possible risk factor for <strong>perio</strong>dontal disease – literature<br />

review<br />

Lauro Garrastazu Ayub, Arthur Belém Novaes Júnior, Márcio<br />

Fernando de Moraes Grisi, Sérgio Luís Scombatti de Souza,<br />

Daniela Bazan Palioto, Christie Ramos Andrade Leite-Panissi,<br />

Mário Taba Júnior<br />

Representantes Estaduais<br />

Anne Michelle Lima Ferreira-AM, Mario Jardeo Diniz da Silvia-PA,<br />

José Américo Gonçalves Fagundes-AC, Mário Umezawa-RO, Eduardo<br />

Gomes Seabra-RN, Charles Menezes Leahy-AL, Safy Rodrigues Pires-<br />

BA, Dejanildo Jorge Veloso-PB, Renata Cimões-PE, Raimundo Nonato<br />

Soares de Castro-CE, Plínio da Sílva Macêdo-PI, Fábio Matos Chiarelli-<br />

ES, Neide Tinoco-RJ, Vanessa Frazão Cury-MG, José Roberto Cortelli-SP,<br />

Marcos Vinícius Moreira de Castro-GO, Joana Estela Rezende Vilela-TO,<br />

José Peixoto Ferrão Junior-MS, Emilio Barbosa e Silva-DF, Ricardo Luiz<br />

Grein-PR, José Luiz do Couto-SC, Cassiano Huchenbecker Rosing-RS<br />

Jornalista Responsável: Sueli dos Santos (MTB 25034) SP<br />

Impressão:<br />

Tiragem da <strong>Revista</strong>: 500 Exemplares<br />

Periodicidade: Trimestral<br />

Os conceitos e opiniões contidos neste veículo são de responsabilidade do(s)<br />

autor(es) e não expressam, a priori, os interesses da <strong>Sobrape</strong>. É proibida a<br />

reprodução total ou parcial dos artigos sem a devida autorização.<br />

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Casos Clínicos<br />

HOMEOPATIA COMO COADJUVANTE NA<br />

TERAPIA PERIODONTAL DE SUPORTE<br />

EM PACIENTE COM PERIODONTITE<br />

CRÔNICA: RELATO DE CASO CLÍNICO<br />

Homeopathy as adjunct <strong>perio</strong>dontal therapy in<br />

support in patient with chronic <strong>perio</strong>dontitis: case<br />

report<br />

Edivaldo Barbosa da Silva, Ricardo Guimarães Fischer,<br />

Marilisa Lugon Ferreira Terezan<br />

37<br />

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO GENGIVAL<br />

EM RESPOSTA AOS PICOS HORMONAIS 60<br />

DO CICLO REPRODUTIVO DA MULHER:<br />

ESTUDO CLÍNICO CONTROLADO<br />

Evaluation of the gingival condition in response to<br />

the hormonal peaks of the women’s reproductive<br />

cycle: controlled clinical trial<br />

Elizangela Partata Zuza, Juliana Rico Pires, Alex<br />

Tadeu Martins, Maria Fernanda da Costa Albaricci,<br />

Michele Cristina David, Benedicto Egbert Corrêa de<br />

Toledo<br />

PLANEJAMENTO <strong>REV</strong>ERSO NA<br />

CORREÇÃO DE SORRISO GENGIVAL<br />

Reverse planning on the correction of gummy smile<br />

42<br />

P<strong>REV</strong>ALÊNCIA DE PATÓGENOS<br />

PERIODONTAIS EM TABAGISTAS<br />

67<br />

Pedro Henrique Duarte França de Castro, Luana<br />

Pontes Barros Lopes, Maurício Crispin, Suellen de Lima<br />

e Silva, Miriam Raquel Ardigó Westphal<br />

Prevalence of <strong>perio</strong>dontal pathogens among<br />

smokers<br />

Davi Romeiro Aquino, Gilson Cesar Nobre Franco,<br />

José Roberto Cortelli, Ana Paula Grimião Queiroz,<br />

Juliana Guimarães dos Santos, Sheila Cavalca Cortelli<br />

ORIGINAIS<br />

Dental Students’ Overall<br />

Knowledge Regarding Oral<br />

Antiseptics<br />

EDITORIAL<br />

47 3<br />

Conhecimento geral de estudantes de odontologia a<br />

respeito de antissépticos bucais<br />

Alex Nogueira Haas, Manuela Furtado Flores, José<br />

Pelino, Angela Della Gatta<br />

Relação de Revisores<br />

73<br />

PHASE II STUDY WITH MOUNTHRINSE<br />

CONTAINING 5% OF PROPOLIS FOR<br />

THREE-MONTHS: COMPLIANCE,<br />

APPRECIATION AND ACCEPTABILITY OF<br />

THE PRODUCT<br />

53<br />

Normas para preparação e<br />

publicação de artigos<br />

74<br />

Estudo fase II com colutório contendo própolis 5%:<br />

aderência, apreciação e aceitabilidade do produto<br />

Elizete Maria Rita Pereira, Carolina Morsani Mordente,<br />

Fernando Freitas Silva, Mariana Passos De Luca,<br />

Efigênia Ferreira e Ferreira, Maria Esperanza Córtes<br />

Segura, Telma Campos Medeiros Lorentz, Vagner<br />

Rodrigues Santos<br />

<strong>revista</strong> <strong>perio</strong> <strong>set2<strong>01</strong>0</strong> - 3ª <strong>REV</strong> - <strong>31</strong>-<strong>01</strong>-<strong>11.indd</strong> 5 <strong>31</strong>/1/2<strong>01</strong>1 23:35:24


VOL. 20 - Nº 03 - SETEMBRO 2<strong>01</strong>0<br />

<strong>REV</strong>ISTA PERIODONTIA v. 20, n. 03, 2<strong>01</strong>0. São Paulo: Sociedade Brasileira de<br />

Periodontologia.<br />

TRIMESTRAL<br />

ISSN <strong>01</strong>03-9393<br />

CDD 617.6<br />

CDD 617.632005<br />

A <strong>Revista</strong> Periodontia (ISSN <strong>01</strong>03-9393) é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Periodontologia. Os artigos<br />

publicados são de responsabilidade dos seus autores. As opiniões e conclusões explicitadas nos artigos não necessariamente<br />

correspondem às opiniões da <strong>Revista</strong> e/ou da SOBRAPE. O material vinculado à publicidade é de inteira responsabilidade do<br />

anunciante.<br />

Associação e assinaturas: sobrape@sobrape.org.br<br />

6<br />

<strong>revista</strong> <strong>perio</strong> <strong>set2<strong>01</strong>0</strong> - 3ª <strong>REV</strong> - <strong>31</strong>-<strong>01</strong>-<strong>11.indd</strong> 6 <strong>31</strong>/1/2<strong>01</strong>1 23:35:24


R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

TERAPIA FOTODINÂMICA EM PERIODONTIA CLÍNICA<br />

Photodynamic therapy in <strong>perio</strong>dontics<br />

Verônica Franco de Carvalho 1 , Mariana Albolea Lubisco 2 , Vanessa Tubero Euzebio Alves 2 , Carla Castro Julio de Sousa<br />

Gonçalves 3 , Marina Clemente Conde 4 , Cláudio Mendes Pannuti 4 , Marco Antônio Paupério Georgetti 4 , Giorgio De Micheli 5<br />

RESUMO<br />

O objetivo do tratamento <strong>perio</strong>dontal é restabelecer<br />

a saúde dos tecidos <strong>perio</strong>dontais, através da eliminação<br />

e controle dos fatores etiológicos, reduzindo a agressão<br />

microbiana. Alguns microrganismos persistem na superfície<br />

radicular mesmo após a raspagem. Dessa maneira, o<br />

tratamento mecânico convencional pode falhar em reduzir<br />

o número dos <strong>perio</strong>dontopatógenos a níveis compatíveis<br />

com saúde. O objetivo deste estudo é analisar estudos<br />

clínicos que empregaram a Terapia Fotodinâmica (PDT) no<br />

tratamento não-cirúrgico da <strong>perio</strong>dontite. A literatura atual<br />

mostrou seis ensaios clínicos que empregaram a PDT como<br />

coadjuvante ao tratamento não-cirúrgico de <strong>perio</strong>dontite<br />

crônica, que apresentaram resultados controversos em<br />

relação ao benefício adicional da PDT no tratamento<br />

<strong>perio</strong>dontal. Mais estudos são necessários para que se<br />

estabeleça um consenso a respeito do uso da PDT na<br />

prática clínica.<br />

UNITERMOS: doenças <strong>perio</strong>dontais, terapia fotodinâmica,<br />

laser. R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:07-12.<br />

1<br />

Doutoranda em Periodontia pela FOUSP<br />

2<br />

Mestranda em Periodontia da FOUSP<br />

3<br />

Aluna de iniciação científica de Periodontia da FOUSP<br />

4<br />

Professor Doutor de Periodontia da FOUSP<br />

5<br />

Professor Associado de Periodontia da FOUSP<br />

Recebimento: <strong>01</strong>/07/10 - Correção: 18/08/10 - Aceite: 03/09/10<br />

INTRODUÇÃO<br />

A Doença Periodontal tem como causa principal<br />

o acúmulo de placa bacteriana ou biofilme dental<br />

nas superfícies dentais, que é capaz de produzir uma<br />

reação inflamatória nos tecidos <strong>perio</strong>dontais 1,2 . O<br />

tratamento das doenças <strong>perio</strong>dontais consiste no<br />

controle dos microrganismos presentes neste biofilme,<br />

por meio da raspagem e alisamento radicular 3,4 e<br />

rigoroso controle de higiene bucal pelo paciente 5 .<br />

Em alguns casos, a infecção <strong>perio</strong>dontal não<br />

é resolvida apenas com a instrumentação das<br />

superfícies dentais. Isso se atribui à presença de alguns<br />

patógenos <strong>perio</strong>dontais - como Aggregatibacter<br />

actynomycetencomitans e Porphyromonas gingivalis<br />

- que possuem a capacidade de invasão tecidual,<br />

podendo penetrar em tecidos moles 2 . Além disso,<br />

outros microrganismos podem colonizar tecidos<br />

duros 6 , sítios não <strong>perio</strong>dontais 7 e locais de difícil acesso<br />

para instrumentação 8 . A persistência dessas espécies<br />

bacterianas na superfície radicular pode facilitar a<br />

recolonização de sítios já tratados 9 , e levar a recidiva<br />

da doença 10 .<br />

A bolsa <strong>perio</strong>dontal residual, ou seja, sítio<br />

com profundidade clínica de sondagem (PCS)<br />

7<br />

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R. Periodontia - 20(3):7-12<br />

maior ou igual a 5mm, fornece um ambiente favorável a<br />

recolonização por <strong>perio</strong>dontopatógenos e tem maior risco<br />

de perda de inserção 11-13 e de perda do respectivo dente 14 .<br />

Nessas circunstâncias, a obtenção de parâmetros clínicos<br />

compatíveis com saúde requer, eventualmente, a execução de<br />

procedimentos complementares, como cirurgias para redução<br />

de bolsa 15 ou uso de antimicrobianos 16 .<br />

A antibioticoterapia sistêmica como coadjuvante ao<br />

tratamento <strong>perio</strong>dontal busca eliminar os microrganismos<br />

persistentes da bolsa <strong>perio</strong>dontal após a instrumentação<br />

radicular 2 . Essa terapia, entretanto, está associada a diversos<br />

eventos adversos além da possibilidade de resistência<br />

bacteriana e da sua limitação em penetrar na matriz<br />

extracelular do biofilme dental 17 . Uma alternativa seria o uso<br />

da antibioticoterapia local, através de dispositivos contendo<br />

antimicrobianos, inseridos na bolsa <strong>perio</strong>dontal 18 , mas os<br />

estudos realizados deixam em dúvida o benefício adicional<br />

no emprego de antimicrobiano local 19-22 .<br />

Terapia Fotodinâmica<br />

A Terapia Fotodinâmica envolve a associação da luz laser<br />

a um corante fotoativo, o fotossensibilizador. O biofilme<br />

subgengival é impregnado pelo fotossensibilizador que<br />

penetra nas células bacterianas, e quando irradiado pelo laser<br />

se torna excitado. A reação gera energia, a qual é transferida<br />

às moléculas de oxigênio da célula bacteriana. O oxigênio<br />

singleto e radicais livres formados são altamente reativos e<br />

capazes de destruir sistemas biológicos, levando à morte<br />

celular 23 . Dessa maneira, a PDT pode ser um coadjuvante ao<br />

tratamento <strong>perio</strong>dontal possibilitando melhor desinfecção da<br />

superfície radicular.<br />

Os corantes azul de metileno, azul de toluidina e verde<br />

de malaquita atuam como agentes fotossensibilizadores<br />

capazes de provocar morte celular de <strong>perio</strong>dontopatógenos<br />

- A. actinomycetencomitans, F. nucleatum, P. gingivalis, P.<br />

intermedia 24-27 . Estes fotossensibilizadores são moléculas<br />

catiônicas de baixo peso molecular, e penetram no biofilme<br />

rapidamente 28 .<br />

Estudos in vitro 29, 30 demonstraram que a PDT é capaz<br />

de atuar em biofilme. Estes estudos mostraram que o<br />

oxigênio singleto age diretamente nas moléculas da matriz<br />

extracelular do biofilme, degradando polissacarídeos,<br />

deixando os microrganismos vulneráveis ao efeito fotoquímico,<br />

diferentemente dos antibióticos <strong>31</strong>, 32 .<br />

A efetividade da PDT na redução de <strong>perio</strong>dontopatógenos<br />

foi confirmada por estudos em animais 33-35 , e ainda observouse<br />

uma redução significativa da atividade osteoclástica, tanto<br />

em ratos tratados com raspagem como em ratos tratados<br />

com PDT 36 .<br />

Estudos indicam a segurança do método para os tecidos.<br />

Foi demonstrado que a penetração do corante no tecido<br />

epitelial não provocar ulceração nem inflamação no tecido<br />

conjuntivo 33 . Além disso, a densidade de energia necessária<br />

para matar S. sanguis é muito menor do que a necessária<br />

para reduzir a viabilidade de fibroblastos e queratinócitos 37 .<br />

Para superar as limitações da raspagem e alisamento<br />

radicular, e com o intuito de reduzir ainda mais a carga<br />

bacteriana de sítios acometidos pela doença <strong>perio</strong>dontal tem<br />

sido investigada a Terapia Fotodinâmica (PDT) em Periodontia.<br />

Esta revisão de literatura pretende abordar estudos clínicos<br />

que empregaram a PDT como coadjuvante ao tratamento<br />

<strong>perio</strong>dontal não-cirúrgico, discutir resultados e a eficácia da<br />

terapia na clínica <strong>perio</strong>dontal até o presente momento.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

A pesquisa da literatura foi conduzida através do acesso<br />

à base de dados Medline-PUBMED. Foram selecionados<br />

artigos originais de ensaios clínicos, que utilizaram a PDT<br />

no tratamento de doenças <strong>perio</strong>dontais. As palavras-chave<br />

utilizadas para a busca foram “photodynamic therapy”,<br />

“<strong>perio</strong>dontal diseases” e “laser”.<br />

RESULTADOS<br />

Até março de 2<strong>01</strong>0, estavam disponíveis no Medline-<br />

PUBMED oito ensaios clínicos que avaliaram o uso da PDT<br />

como coadjuvante ao tratamento <strong>perio</strong>dontal não-cirúrgico,<br />

em pacientes portadores de <strong>perio</strong>dontite crônica 38-43 e<br />

<strong>perio</strong>dontite agressiva 44,45 .<br />

O estudo de Andersen et al. 38 foi conduzido em 33<br />

indivíduos portadores de <strong>perio</strong>dontite crônica, com bolsas<br />

de 6 mm ou mais. Os 5 primeiros indivíduos receberam PDT<br />

apenas, os outros 28 receberam raspagem e alisamento<br />

radicular, e subseqüentemente foram alocados para o grupo<br />

raspagem ou grupo raspagem associada a PDT. Neste<br />

estudo, foi utilizado o fotossensibilizador azul de metileno<br />

a 0,005% e laser diodo de 660 nm, com 150 mW por 60<br />

segundos em cada sítio. Após 12 semanas de observação,<br />

os autores verificaram resultado estatisticamente su<strong>perio</strong>r<br />

no grupo raspagem associada a PDT, tanto para redução da<br />

profundidade clínica de sondagem, quanto para o ganho<br />

clínico de inserção, quando comparado ao grupo raspagem.<br />

Chondros et al. 39 avaliaram 24 pacientes que receberam<br />

um único episódio de PDT, como coadjuvante à manutenção<br />

<strong>perio</strong>dontal. Foram selecionados sítios com PCS ≥ 4mm,<br />

de pacientes que receberam tratamento não-cirúrgico de<br />

<strong>perio</strong>dontite crônica e estavam sob manutenção <strong>perio</strong>dontal.<br />

8<br />

<strong>revista</strong> <strong>perio</strong> <strong>set2<strong>01</strong>0</strong> - 3ª <strong>REV</strong> - <strong>31</strong>-<strong>01</strong>-<strong>11.indd</strong> 8 <strong>31</strong>/1/2<strong>01</strong>1 23:35:24


R. Periodontia - 20(3):7-12<br />

Após a instrumentação ultra-sônica, houve a alocação entre<br />

os grupos teste e controle. Para o grupo teste, utilizou-se o<br />

fotossensibilizador azul de toluidina a 10mg/m, e um aparelho<br />

de laser de diodo, com comprimento de onda de 670 nm<br />

e potência 75 mW/cm 2 , cuja fibra óptica que permanecia<br />

no interior da bolsa por 60s. Foram observados parâmetros<br />

clínicos e microbiológicos inicialmente, 3 e 6 meses após.<br />

Não houve benefícios adicionais em relação à redução<br />

de profundidade clínica de sondagem e ganho clínico de<br />

inserção, mas houve maior redução do índice de sangramento<br />

no grupo que recebeu PDT. No exame microbiológico de 3<br />

meses, observou-se uma maior redução de Fusobacterium<br />

nucleatum e, Eubacterium nodatum que no grupo teste.<br />

Mas, na avaliação de 6 meses foram detectados maiores<br />

números de Treponema denticola, Eikenella corrodens e<br />

Capnocytophaga spp no grupo teste.<br />

Christodoulides et al. 40 realizaram um estudo clínico<br />

aleatório e controlado de delineamento paralelo, avaliando<br />

a PDT como coadjuvante do tratamento <strong>perio</strong>dontal não<br />

cirúrgico em 24 pacientes com <strong>perio</strong>dontite crônica. A PDT<br />

foi aplicada uma única vez nos dentes experimentais teste,<br />

logo após o procedimento de raspagem (manual e ultrasônica).<br />

Utilizou-se o laser diodo com comprimento de onda<br />

de 670 nm e potência de 75 mW, através de uma fibra óptica<br />

introduzida na bolsa <strong>perio</strong>dontal por 60 segundos por dente.<br />

A avaliação clínica e microbiológica não mostrou benefício<br />

adicional no grupo que recebeu a PDT, aos 3 e 6 meses de<br />

observação. Mas houve redução significativa dos índices de<br />

sangramento no grupo teste em relação ao controle.<br />

Braun et al. 41 aplicaram a PDT como coadjuvante a<br />

raspagem em pacientes com <strong>perio</strong>dontite crônica, num<br />

estudo clínico aleatório de boca dividida. Foram incluídos<br />

20 pacientes, que possuíssem um pré-molar ou molar com<br />

PCS maior ou igual a 4mm, todos receberam raspagem. Nos<br />

dentes do grupo teste foi utilizado um fotossensibilizador<br />

fenotiazínico, e o laser diodo (660nm a 100mW) por 60 s<br />

por dente . Os autores observaram benefícios adicionais<br />

significantes no grupo teste em relação ao índice de<br />

sangramento, PCS, NCI e taxa do fluxo do fluido gengival, no<br />

acompanhamento de 3 meses. Os autores concluíram que<br />

a PDT como adjunto no tratamento da <strong>perio</strong>dontite crônica<br />

traz efeitos positivos.<br />

Polansky et al. 42 avaliaram a redução microbiana do<br />

tratamento <strong>perio</strong>dontal através da raspagem com ultrasom,<br />

associada ou não à PDT. Participaram do ensaio clínico<br />

aleatório controlado 58 indivíduos com <strong>perio</strong>dontite crônica<br />

com pelo menos três sítios com PCS ≥ 5mm, sangramento à<br />

sondagem e presença de Pg. Após a raspagem, os pacientes<br />

do grupo teste receberam a PDT, com o fotossensibilizador<br />

fenotiazínico e laser de diodo (680nm, 75mW). Os resultados<br />

clínicos (PCS, SS) e microbiológicos (Porphyromonas gingivalis,<br />

Tannerella forsythia, Treponema denticola) foram analisados<br />

em 3 meses, quando observou-se que não houve diferença<br />

estatisticamente significante entre os grupos.<br />

Lulic et al. 43 avaliaram a terapia fotodinâmica em pacientes<br />

com <strong>perio</strong>dontite crônica a longo prazo. Indivíduos que foram<br />

previamente tratados e estavam em manutenção <strong>perio</strong>dontal,<br />

foram incluídos se apresentassem bolsas residuais (PCS ≥<br />

5mm). Este ensaio clínico aleatório controlado paralelo avaliou<br />

10 pacientes, que receberam instrumentação manual seguida<br />

da PDT (grupo teste, n= 5) ou placebo (n=5). Utilizou-se<br />

laser de diodo (670nm, 75mW/cm2) e fotosenssibilizador<br />

fenotiazínico, em 5 repetições (1, 2, 7 e 14 dias após).<br />

Os pacientes foram avaliados com 1, 3, 6 e 12 meses de<br />

acompanhamento. Houve benefício adicional no grupo teste<br />

em relação à PCS, SS e NCI principalmente aos 6 meses de<br />

acompanhamento.<br />

O uso da PDT em substituição ao tratamento mecânico<br />

convencional em <strong>perio</strong>dontite agressiva foi avaliado por<br />

Oliveira et al. 44 , em estudo preliminar, aleatório controlado.<br />

Foram tratados 10 indivíduos com diagnóstico de <strong>perio</strong>dontite<br />

agressiva, sendo que nos dentes teste foi aplicada somente<br />

a PDT, usando laser diodo (660nm, 60mW, 1min/dente). Nos<br />

dentes controle foi feito o tratamento por meio de raspagem<br />

e alisamento radicular. Após 3 meses não foram observadas<br />

diferenças clínicas estatisticamente significantes entre os 2<br />

grupos, sendo que ambos apresentaram melhora em relação<br />

ao exame inicial.<br />

Num trabalho seguinte, Oliveira et al. 45 avaliaram o efeito<br />

da PDT na redução de marcadores inflamatórios como TNF-α<br />

e RANKL.O mesmo protocolo foi empregado, e os autores<br />

concluíram que ambos os tratamentos foram capazes de<br />

reduzir significativamente os níveis destes marcadores em<br />

pacientes com <strong>perio</strong>dontite agressiva.<br />

DISCUSSÃO<br />

Dentre os estudos clínicos publicados até o presente,<br />

Braun et al. 41 e Lulic et al. 43 demonstraram resultados clínicos<br />

su<strong>perio</strong>res com o emprego da PDT associada à raspagem<br />

em pacientes portadores de <strong>perio</strong>dontite crônica, quando<br />

comparados com pacientes que receberam apenas raspagem.<br />

Tais estudos não realizaram avaliação microbiológica.<br />

Lulic et al. 43 , ao empregar a PDT cinco vezes nas primeiras<br />

duas semanas de manutenção após a instrumentação,<br />

observaram os melhores resultados de longo prazo. Aos<br />

12 meses de acompanhamento, houve a manutenção da<br />

redução do índice de sangramento no grupo PDT associada<br />

9<br />

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à raspagem. Aos 6 meses, também foi observada maior<br />

redução de profundidade clínica de sondagem e nível clínico<br />

de inserção neste grupo. Porém, o estudo acompanhou<br />

apenas 10 indivíduos.<br />

Braun et al. 41 relataram o acompanhamento de curto<br />

prazo com um número maior de indivíduos (n= 20). Aos 3<br />

meses, observaram melhores resultados no grupo teste em<br />

relação aos parâmetros clínicos (sangramento à sondagem,<br />

profundidade clínica de sondagem e nível clínico de inserção).<br />

Andersen et al. 38 apresentaram resultados favoráveis<br />

da associação PDT e raspagem, porém, foi incluído número<br />

pequeno de sujeitos no grupo PDT (n=5), e, portanto, este<br />

grupo foi excluído da análise estatística. Além disso, não<br />

houve cegamento do examinador. Dessa maneira, o estudo<br />

não preenche totalmente os quesitos de confiabilidade de<br />

um ensaio clínico 46 .<br />

Chondros et DT associada à raspagem ou apenas<br />

raspagem, em relação aos parâmetros clínicos e microbiológicos,<br />

quando da avaliação das bactérias do complexo vermelho<br />

Pg, Td e Tf 2 . Os autores concluíram que a PDT não trouxe<br />

benefícios adicionais ao tratamento convencional.<br />

Pacientes portadores de <strong>perio</strong>dontite agressiva foram<br />

avaliados unicamente por Oliveira et al. 44,45 Neste estudo<br />

o grupo submetido a aplicação somente de PDT mostrou<br />

parâmetros clínicos similares ao grupo em que foi realizado,<br />

exclusivamente, procedimentos de raspagem.<br />

Quanto à técnica empregada, todos os estudos utilizam<br />

fibra óptica para a irradiação subgengival, e nenhum dos<br />

autores questionam a possível influência da presença de<br />

sangramento durante a irrigação e irradiação. Sabe-se que<br />

a presença de sangue pode alterar o efeito fotodinâmico 47 .<br />

Ainda não existem dados clínicos e microbiológicos<br />

suficientes que suportem o uso da PDT como antimicrobiano<br />

adjunto a terapia mecânica. Mais estudos clínicos são<br />

necessários para demonstrar os benefícios adicionais da PDT<br />

em relação ao tratamento convencional, e determinar suas<br />

melhores condições de aplicação.<br />

health through the elimination and control of etiologic factors,<br />

reducing the microbial aggression. Some microorganisms<br />

persist in the root surface even after scaling. Thus, the<br />

conventional mechanical treatment may fail to reduce the<br />

number of <strong>perio</strong>dontal pathogens to levels compatible with<br />

health. The objective of this study is to analyze clinical studies<br />

that used Photodynamic Therapy (PDT) in non-surgical<br />

treatment of <strong>perio</strong>dontitis. The current literature showed six<br />

clinical trials that used PDT as an adjuvant to non-surgical<br />

treatment of chronic <strong>perio</strong>dontitis, which showed controversial<br />

results regarding the added benefit of PDT in treating<br />

<strong>perio</strong>dontal disease. More studies are needed to establish a<br />

consensus regarding the use of PDT in clinical practice.<br />

UNITERMS: <strong>perio</strong>dontal diseases, photodynamic therapy,<br />

laser.<br />

CONCLUSÕES<br />

A PDT não pode ser o único método para tratamento<br />

de pacientes com <strong>perio</strong>dontite crônica, mas pode trazer<br />

benefícios adicionais ao tratamento convencional de<br />

<strong>perio</strong>dontite crônica.<br />

A PDT pode ser uma alternativa à antibioticoterapia para<br />

tratamento de pacientes com <strong>perio</strong>dontite agressiva.<br />

ABSTRACT<br />

The goal of <strong>perio</strong>dontal treatment is to restore tissue<br />

10<br />

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R. Periodontia - 20(3):7-12<br />

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11<br />

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Periodontol. 2009 Jul;36(7):575-80.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Verônica Franco de Carvalho<br />

Departamento de Estomatologia – Disciplina de Periodontia<br />

Cidade Universitária Av. Prof. Lineu Prestes, 2227<br />

CEP: 05508-000 - São Paulo - SP<br />

E-mail: vfc@usp.br<br />

12<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

APLICAÇÃO DO LASER ER,CR:YSGG EM PERIODONTIA E<br />

IMPLANTODONTIA: <strong>REV</strong>ISÃO DE LITERATURA<br />

Er,Cr:YSGG laser in <strong>perio</strong>dontics and implant dentistry: review of literature<br />

Chaine Pavone 1 , Guilherme José Pimentel Lopes de Oliveira 1 , Livia Rodrigues Perussi 1 , Elcio Marcantonio Júnior 2 , Rosemary<br />

Adriana Chiérici Marcantonio 3<br />

RESUMO<br />

Os lasers são ferramentas amplamente utilizadas<br />

em diversas modalidades terapêuticas em áreas médicas<br />

podendo ser divididos em lasers de baixa e alta intensidade.<br />

Para o tratamento da doença <strong>perio</strong>dontal, os lasers<br />

de baixa intensidade estão relacionados com redução<br />

no número de bactérias, propriedades analgésicas e<br />

antiinflamatórias e os de alta intensidade podem ser<br />

aplicados em procedimentos cirúrgicos, melhorando a<br />

hemostasia, promovendo cortes mais precisos, remoção<br />

de cálculos dentários, além de interações termomecânicas<br />

e fotoquímicas com os tecidos. O laser de alta intensidade<br />

Érbio impregnado por Cromo:YSGG tem demonstrado<br />

resultados satisfatórios quando aplicado em tratamentos<br />

endodônticos, restauradores, cirúrgicos e como terapia<br />

coadjuvante ao tratamento básico <strong>perio</strong>dontal. O objetivo<br />

dessa revisão de literatura foi avaliar os estudos que<br />

pesquisaram sobre os efeitos do laser de Er,Cr:YSGG<br />

sobre a morfologia e biocompatibilidade de superfícies<br />

radiculares e de titânio irradiadas com esse lasers, além do<br />

efeito do mesmo no tratamento da doença <strong>perio</strong>dontal e<br />

periimplantar.<br />

UNITERMOS: lasers, <strong>perio</strong>dontia, terapia a laser, implante<br />

dentário. R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:13-19.<br />

1<br />

Doutorandos em Periodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP<br />

2<br />

Professor Livre docente do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia, Disciplina de<br />

Periodontia, Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP<br />

3<br />

Professora Doutora do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia, Disciplina de Periodontia,<br />

Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP<br />

Recebimento: 30/06/10 - Correção: 02/08/10 - Aceite: 27/08/10<br />

INTRODUÇÃO<br />

Laser é uma abreviatura para a expressão<br />

inglesa Light Amplification by Stimulated Emission<br />

of Radiation (amplificação da luz por emissão<br />

estimulada de radiação) e seus princípios físicos<br />

foram inicialmente propostos por Einstein em 1916<br />

(Brugnera & Pinheiro, 1998); entretanto, foi somente<br />

em 1960 que o físico americano Theodore H. Maiman<br />

desenvolveu o primeiro aparelho de laser, emitindo<br />

luz através da estimulação dos elétrons de um cristal<br />

de rubi (Maiman, 1960;Brugnera & Pinheiro, 1998).<br />

A primeira aplicação do laser de rubi na odontologia<br />

clínica foi realizada em 1965, pelo médico Leon<br />

Goldman e a partir dos seus resultados, pequisadores<br />

passaram a estudar a utilização desses aparelhos em<br />

procedimentos odontológicos (Brugnera & Pinheiro,<br />

1998).<br />

Nos anos seguintes, surgiram os lasers a gás<br />

(CO2, HeNe), a diodo (GaAs, InGaAsP), os excímeros<br />

(ArF, XeCl) e os lasers em estado sólido (Nd:YAG,<br />

Ho:YAG, Er:YAG, Er,Cr:YSGG) que atualmente podem<br />

ser classificados em dois grandes grupos: os lasers<br />

de baixa intensidade ou LILT (Low-Intensity Laser<br />

Treatment) e os de alta intensidade ou HILT (High-<br />

13<br />

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R. Periodontia - 20(3):13-19<br />

Intensity Laser Treatment)(Aoki et al,. 2000).<br />

Os lasers de baixa intensidade promovem bioestimulação,<br />

provocando efeitos sobre processos moleculares e bioquímicos,<br />

favorecendo a cicatrização e o reparo de feridas devido a ações<br />

analgésicas e antiinflamatórias, além de atuar na redução no<br />

número de bactérias por meio da fotossensibilização (Braun<br />

et al., 2008). Estudos em animais(Almeida et al., 2008; Garcia<br />

et al., 2<strong>01</strong>0) e em humanos(Braun et al., 2008; Cristidoulides<br />

et al., 2008; Oliveira et al., 2009; Pejcic et al., 2<strong>01</strong>0) tem<br />

confirmado efeitos benéficos dessas lasers como adjuntos<br />

ao tratamento <strong>perio</strong>dontal não-cirúrgico.Os lasers de alta<br />

intensidade estão relacionados com interações fototérmicas<br />

e processos termomecânicos nos tecidos(Israel et al., 1997;<br />

Theodoro et al., 2006; Herrero et al., 2<strong>01</strong>0). Podem ser<br />

utilizados para manuseio de tecidos moles, cortes precisos,<br />

osteotomias, plastias e remoção de biofilme bacteriano das<br />

superfícies radiculares, promovendo hemostasia, diminuição<br />

no tempo de reparo tecidual e maior conforto para o paciente.<br />

( Eversole & Rizoiu, 1995; Fujii et al., 1998;Folwaczny et al.,<br />

2000; Kluger et al., 2004 ; Kelbauskiene & Maciulskiene, 2007<br />

; Soares et al., 2008).<br />

Dentre os lasers de alta intensidade, o laser de Er,Cr:YSGG<br />

tem recebido destaque quanto a sua aplicaçao em diversas<br />

especialidades da odontologia. No ano de 20<strong>01</strong>, a FDA<br />

(Food and Drug Administration) (FDA, 20<strong>01</strong>) liberou o uso<br />

desse laser para incisões, excisões, vaporização e coagulação<br />

em tecidos moles orais. Um ano depois (FDA, 2002), ele foi<br />

liberado para procedimentos nos tecidos ósseos, tais como<br />

ressecções, osteotomias e plastias. Inúmeras pesquisas têm<br />

demonstrado as diferentes aplicações desse aparelho, seja<br />

para terapias preventivas( Freitas et al., 2008), preparos<br />

cavitários(Gutknecht et al., 20<strong>01</strong>; Botta et al., 2004;<br />

Harashima et al., 2005; Obeidi et al., 2<strong>01</strong>0), procedimentos<br />

endodônticos (Eversole et al., 1997; Ishizaki et al., 2004; Jahan<br />

et al., 2006; Franzen et al., 2009), cirurgias <strong>perio</strong>dontais(Soares<br />

et al., 20<strong>01</strong>) e periimplantares (Azzeh, 2008).<br />

O objetivo desta revisão de literatura foi demonstrar<br />

os resultados, vantagens e diferentes aplicações do laser<br />

Er,Cr:YSGG em Periodontia e Implantodontia, por meio da<br />

pesquisa de artigos publicados entre 2000 e 2<strong>01</strong>0 nas bases<br />

Scopus e Pubmed.<br />

Revisão de Literatura<br />

Estudos in vitro que avaliaram morfologia do tecido<br />

dentinário e remoção de cálculo<br />

Meister et al., 2006 avaliaram a influência da água contida<br />

nos tecidos e a água da irrigação na ablação do esmalte e da<br />

dentina através da irradiação com os lasers de Er:YAG e com<br />

o laser de Er,Cr:YSGG. 192 amostras provenientes de dentes<br />

bovinos foram utilizadas nesse estudo, sendo que a metade<br />

foi desidratada antes do experimento. O laser de Er:YAG foi<br />

utilizado com potência de 1W em esmalte, e com 0.5 W em<br />

dentina, e o laser de Er,Cr:YSGG foi utilizado com 3W em<br />

esmalte e com 2 W em dentina. Ambos os lasers utilizaram<br />

3 parâmetros quanto a irrigação externa (Sem irrigação;<br />

irrigação com 0.8ml/s; irrigação com 3ml/s). Foi verificado<br />

que a água contida nos tecidos influenciou a ablação da<br />

dentina apenas com o laser de Er:YAG, enquanto que a<br />

irrigação externa foi importante para a ablação do esmalte<br />

e da dentina com ambos os lasers.<br />

Buscando avaliar os efeitos da irradiação com o laser de<br />

Er,Cr:YSGG na morfologia e no desgaste do tecido dentinário,<br />

Ekworapoj et al., 2007 avaliaram por microscopia eletrônica<br />

de varredura (MEV) 4 diferentes potencias de irradiação<br />

(3W, 3.5W, 4W, 4.5W). Os resultados demonstraram que<br />

o desgaste observado foi diretamente proporcional com o<br />

aumento da potência de irradiação. As superfícies irradiadas<br />

apresentaram-se rugosas, com túbulos dentinários abertos e<br />

com ausência de smear layer. Porém foi verificada a presença<br />

de danos térmicos como derretimento e condensação do<br />

tecido dentinário.<br />

Procurando determinar a potência apropriada do laser<br />

de Er:Cr;YYSG que leve a mínimas alterações na morfologia<br />

radicular com remoção eficiência de cálculos dentários Ting et<br />

al., 2007 fizeram estudo in vitro com dentes. Foram utilizados<br />

65 dentes, sendo que 22 dentes foram avaliados quanto a<br />

rugosidade, 8 foram utilizados para avaliação da morfologia<br />

e 35 dentes foram utilizados para avaliação da eficiência da<br />

remoção de cálculos dentários. Para cada avaliação os dentes<br />

foram divididos em 2 grupos de acordo com presença ou<br />

ausência de irrigação e dividos em 4 subgrupos de acordo<br />

com a potência do laser aplicada durante a irradiação (0.5W;<br />

1.0W; 1.5W e 2.0W). Os autores concluíram que a aplicação<br />

do laser de Er;Cr:YYSG na potência de 1.0W com irrigação não<br />

leva a grandes alterações na morfologia radicular e remove<br />

cálculo com eficiência aceitável.<br />

Noori et al., 2008 compararam a morfologia de superfícies<br />

radiculares após a irradiação com o laser com as superfícies<br />

radiculares instrumentadas com ultrassom magnetoestritivo.<br />

Para isso, foram utilizados 30 dentes com cálculo extraídos<br />

por doença <strong>perio</strong>dontal, as raízes foram divididas em duas<br />

partes iguais, sendo que uma metade foi irradiada com laser<br />

de Er,Cr:YSGG com potência de 1.0 W, e a outra metade<br />

foi raspada com ultrassom magnetoestritivo e após os<br />

tratamentos, a morfologia radicular foi avaliada por MEV.<br />

As superfícies radiculares irradiadas com laser de Er,Cr:YSGG<br />

apresentaram a maior presença de crateras, porém menos<br />

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trincas em relação as superfícies radiculares raspadas com<br />

ultrassom magnetoestritivo.<br />

O estudo de Chou et al., 2009 teve como um dos<br />

objetivos a análise da morfologia e rugosidade da dentina<br />

após a irradiação pelo laser de Er,Cr:YSGG . Os parâmetros<br />

de potência e tempo de irradiação foram as variáveis desse<br />

estudo, e as análises demonstraram que as amostras irradiadas<br />

apresentaram-se rugosas com túbulos dentinários abertos<br />

e com ausência de smear layer. Os valores de rugosidade<br />

variaram de 3.14-6.16µm, porém os parâmetros de irradiação<br />

não influenciaram na morfologia e na rugosidade da dentina<br />

irradiada.<br />

Hakki et al., 2<strong>01</strong>0.a com o propósito de avaliar a eficiência<br />

na remoção de cálculo dentário com a irradiação com laser<br />

de Er;Cr:YSGG, utilizaram 32 dentes uniradiculares que foram<br />

tratados por 1) Raspagem manual, 2) raspagem manual<br />

e tratamento com tetraciclina, 3) Irradiação com laser de<br />

Er,Cr:YSGG com pulso de 140µs, 4)Irradiação com laser de<br />

Er,Cr;YSGG com pulso de 400µs, e a remoção de cálculo e a<br />

morfologia da superfície radicular foram avaliadas por MEV.<br />

A irradiação com o laser de Er,Cr:YSGG foi eficaz na remoção<br />

de cálculo, porém as superfícies radiculares se apresentaram<br />

mais rugosas que as superfícies raspadas com instrumentos<br />

manuais, sendo que o laser com pulso largo proporcionou<br />

o maior grau de rugosidade as superfícies radiculares.<br />

Nenhum dos tratamentos causou danos térmicos aos tecidos<br />

dentários.<br />

Oliveira et al., 2<strong>01</strong>0 avaliaram a influência do ângulo de<br />

irradiação com o laser de Er,Cr:YSGG sobre o desgaste, a<br />

rugosidade, a morfologia e a adesão de elementos sanguíneos<br />

em superfícies radiculares. 45 dentes foram utilizados sendo<br />

que 20 foram utilizados para a análise de rugosidade e de<br />

desgaste e 25 foram utilizados para a análise de morfologia e<br />

adesão de elementos sanguíneos. Os dentes foram divididos<br />

em 5 grupos: 1)Raspagem manual; 2)Laser Er,Cr:YSGG(30º);<br />

3)Laser Er,Cr:YSGG (45º); 4)Laser Er,Cr:YSGG(60º); 5)Laser<br />

Er,Cr:YSGG(90º). As superfícies radiculares irradiadas com o<br />

laser de Er,Cr:YSGG no ângulo de 45º , 60º e as amostras<br />

raspadas com instrumentos manuais apresentaram maior<br />

adesão de elementos sanguíneos que o grupo onde o laser<br />

de Er,Cr:YSGG foi irradiado com ângulo de 30º e 90º. As<br />

amostras irradiadas com o laser de Er,Cr:YSGG apresentaramse<br />

mais rugosas que as amostras raspadas com instrumentos<br />

manuais. O grupo que foi irradiado com laser de Er,Cr:YSGG<br />

com ângulo de 30º apresentou o menor desgaste em relação<br />

a todos os outros tratamentos. As superfícies radiculares<br />

irradiadas apresentaram-se mais rugosas que as raspadas<br />

com instrumentos manuais, entretanto, a irradiação com os<br />

ângulos de 45º e 60º proporcionaram resultados de adesão<br />

de elementos sanguíneos e desgaste radicular comparáveis<br />

com os obtidos com a instrumentação manual.<br />

Hakki et al.,2<strong>01</strong>0.b avaliaram a adesão de fibroblastos em<br />

superfícies radiculares irradiadas com o laser de Er,Cr:YSGG.<br />

Foram confeccionadas 45 amostras que foram divididas em<br />

5 grupos. 1) controle sem tratamento em raízes saudáveis;<br />

2) controle sem tratamento em raízes contaminadas; 3)<br />

Raspagem manual; 4) Laser de Er,Cr:YSGG com pulso curto-<br />

140µs; 5) Laser de Er,Cr:YSGG com pulso longo-400µs. A<br />

densidade de adesão de fibroblastos foi maior no grupo<br />

irradiado com laser de Er,Cr:YSGG com pulso curto quando<br />

comparado com os outros grupos. Na análise da morfologia<br />

dos fibroblastos, o grupo com o laser de Er,Cr:YSGG de<br />

pulso curto e o grupo controle apresentaram fibroblastos<br />

bem orientados e aderidos a superfície radicular. Os autores<br />

concluíram que o laser de Er,Cr:YSGG é uma ferramenta<br />

promissora para o tratamento <strong>perio</strong>dontal promovendo<br />

uma superfície radicular biocompatível com o processo de<br />

regeneração/reparo dos tecidos <strong>perio</strong>dontais.<br />

Estudos in vitro que avaliaram biocompatibilidade<br />

de discos de titânio<br />

Schwarz et al., 2006 avaliaram a influência do laser<br />

de Er,Cr:YSGG sobre a morfologia e biocompatibilidade<br />

de superfícies de implantes de titânio, bem como o<br />

restabelecimento da biocompatibilidade de implantes<br />

contaminados. Na primeira parte do estudo, 88 discos de<br />

titânio modificados por ácidos foram utilizados, 40 implantes<br />

foram irradiados com o laser na freqüência de 20Hz, outros<br />

40 implantes foram irradiados com o laser na freqüência de<br />

25Hz, e 8 discos serviram como controle. Dentro dos grupos<br />

irradiados, 5 graus de potência foram utilizados (0.5W, 1.0W,<br />

1.5W, 2.0W, 2.5W), e após os tratamentos os discos foram<br />

submetidos à adesão de osteoblastos. Na segunda parte<br />

do estudo, 36 discos de titânio modificados por ácido,<br />

previamente contaminados foram utilizados, sendo que 30<br />

deles foram irradiados com o laser de Er,Cr:YSGG com 25Hz<br />

de freqüência e 6 deles não foram irradiados, para servir como<br />

controle. Dentro dos discos irradiados, foram utilizados 5<br />

graus de potencia (0.5W, 1.0W, 1.5W, 2.0W, 2.5W), e após a<br />

irradiação foi também avaliado a adesão de osteoblastos aos<br />

discos. Os autores concluíram que apesar da boa remoção<br />

de biofilme sobre os discos irradiados, o laser de Er,Cr:YSGG<br />

não foi eficaz em restabelecer a biocompatibilidade dos discos<br />

de titânio contaminados<br />

Huang et al., 2007 avaliaram a biocompatibilidade de<br />

superfícies de titânio irradiadas com o laser de Er,Cr:YSGG<br />

comparado com superfícies de titânio não tratadas. Foi<br />

avaliada a adesão de células semelhantes a osteoblastos e a<br />

15<br />

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morfologia das superfícies irradiadas. A análise morfológica<br />

revelou que as superfícies irradiadas apresentavam-se<br />

com derretimento, e a avaliação da biocompatibidade<br />

demonstrou uma maior adesão de osteoblastos às superfícies<br />

irradiadas. Devido a isso, os autores chegaram à conclusão<br />

de que a irradiação com o laser de Er,Cr:YSGG aumenta a<br />

biocompatibilidade das superfícies de titânio.<br />

Lee et al., 2008 avaliaram a adesão, proliferação e<br />

diferenciação de células semelhantes a osteoblastos em<br />

discos de titânio que foram irradiados com laser de Er,Cr:YSGG<br />

e com o laser de CO 2.<br />

48 discos de titânio anodizados foram<br />

divididos em 4 grupos de acordo com o tipo de tratamento:<br />

1) controle sem tratamento; 2) Laser de CO 2<br />

; 3) Laser de<br />

Er;Cr:YSGG com potência de 1.5W; 4) Laser de Er,Cr:YSGG<br />

com potência de 2.5W. A proliferação de osteoblastos e a<br />

atividade de fosfatase alcalina foram avaliadas com 1 e 3<br />

dias após os tratamentos. Os resultados dessa pesquisa<br />

demonstraram que ambos os tipos de laser foram eficazes<br />

na proliferação e diferenciação das células semelhantes a<br />

osteoblastos em superfícies de titânio irradiadas.<br />

Tratamento de doença <strong>perio</strong>dontal<br />

Em 2007, Kelbauskiene & Maciulskiene realizaram um<br />

estudo piloto comparando raspagem e alisamento (RAR)<br />

à aplicação do laser Er,Cr:YSGG associado (Laser-RAR) no<br />

tratamento de <strong>perio</strong>dontite juvenil e moderada (atualmente<br />

classificada como Periodontite Agressiva). Foram selecionados<br />

10 pacientes, tratados pelo método de boca dividida com o<br />

Protocolo A (apenas RAR) ou com o Protocolo B (associação<br />

laser + RAR), as avaliações foram realizadas no início e 3 meses<br />

após os tratamentos, analisando os parâmetros clínicos de<br />

sangramento à sondagem (SS), profundidade de sondagem<br />

(PS) e o índice de placa (IP). Os resulados demonstraram que<br />

no início, não houve placa em 3,8% dos dentes tratados<br />

com Laser-RAR e em 7,7% daqueles tratados com RAR<br />

apenas; Após 3 meses, a porcentagem de faces livres de<br />

placa aumentou para 47,4% no grupo RAR e para 34,6% no<br />

grupo Laser-RAR. No inicio das avaliações, 88,5% dos dentes<br />

no grupo Laser-RAR e 76,9% do grupo RAR apresentaram<br />

sangramento a sondagem, no entanto, após 3 meses houve<br />

redução de 68% para o grupo Lase-RAR e 60% para o grupo<br />

RAR. Redução da profundidade de sondagem ocorreu em<br />

ambos os grupos sendo que nos pacientes tratados pelo<br />

protocolo B, essa tendência foi maior. Os autores concluiram<br />

que os dois tipos de tratamento não-cirúrgicos foram<br />

eficientes, melhorando de maneira significativa os parâmetros<br />

clínicos avaliados, porém a associação Laser-RAR demonstrou<br />

maiores vantagens quando comparada com a RAR sozinha.<br />

Tratamento de doença periimplantar<br />

O trabalho de Azzeh, 2008 avaliou a aplicação clínica do<br />

laser de Er,Cr:YSGG em implantodontia através um relato de<br />

caso clinico sobre o tratamento de periimplantite. Paciente<br />

não-fumante do sexo masculino com 28 anos de idade<br />

apresentava recessão gengival de 2mm e profundidade<br />

de sondagem de 7mm na face vestibular do implante que<br />

substituía o dente 21. Foi executado cirurgia óssea regenerativa<br />

onde o laser de Er,Cr:YSGG foi utilizado no rebatimento do<br />

retalho, na remoção do tecido de granulação, perfuração do<br />

tecido ósseo e na limpeza da superfície do implante e após<br />

esse debridamento, enxerto ósseo heterogêno e membrana<br />

foram associadas ao defeito. Durante o acompanhamento de<br />

3, 6, 12 e 18 meses não foi encontrada nenhuma complicação<br />

e dessa forma o laser de Er,Cr:YSGG foi eficaz na cirurgia óssea<br />

regenerativa para tratamento de periimplantite.<br />

DISCUSSÃO<br />

A utilização do laser de Er,Cr:YSGG tem recebido destaque<br />

nos últimos tempos devido sua utilização tanto em tecidos<br />

duros (dente e osso) como dos tecidos moles.<br />

Diversos estudos in vitro avaliaram a capacidade e as<br />

características das superfícies radiculares após a irradiação<br />

do laser de Er,Cr:YSGG em remover o cálculo das superfícies<br />

dentárias associado ou não com procedimentos de raspagem<br />

e alisamento radicular com instrumentos manuais. Ting et<br />

al., 2007 demonstraram que a potência de 1W foi eficiente<br />

na remoção do cálculo de dentes extraídos, sem causar<br />

efeitos deletérios (carbonização, trincas ou condensação) na<br />

superfície radicular, já na potência de 3W Ekworapoj et al.,<br />

2007 observaram a presença de trincas e condensação no<br />

tecido dentinário resultado semelhante ao encontrado por<br />

Yamazaki et al., 20<strong>01</strong> quando aplicou esse mesmo laser em<br />

dentes sem irrigação. Sugerindo que a presença de irrigação<br />

externa é importante para se evitar superaquecimentos<br />

durante a irradiação, além de ser um fator de grande influência<br />

no processo de ablação tecidual, corroborado por Ishizaki et<br />

al., 2004; Meister et al.,2006.<br />

A remoção tecidual com ausência de danos térmicos nas<br />

superfícies irradiadas se deve ao mecanismo de ação deste<br />

laser (Ting et al., 2007) 33 . O comprimento de onda do laser<br />

de Er,Cr-YSGG (2.78µm) é altamente absorvido pela água.<br />

Dessa forma a irradiação com esse laser promove a rápida<br />

evaporação da água causando microexplosões na superfície<br />

dentinária removendo os cristais de hidroxiapatita em<br />

temperatura abaixo de seu ponto de fusão em um mecanismo<br />

denominado de ablação fotomêcanica(Harashima et al., 2005;<br />

Oliveira et al., 2<strong>01</strong>0).<br />

16<br />

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Alguns estudos (Noori et al., 2008; Oliveira et al., 2<strong>01</strong>0;<br />

Hakki et al., 2<strong>01</strong>0.b) observaram a presença de rugosidade<br />

após irradiação do laser Er,Cr:YSGG, fato este, relacionado com<br />

a interação entre o laser e os tecidos dentários. Clinicamente<br />

a presença de rugosidades ao irradiar a superfície radicular<br />

com o laser de Er,Cr:YSGG pode facilitar o acúmulo de<br />

biofilme bacteriano em superfícies supragengivais(Tsuzuki<br />

et al., 2009), e , devido a isso, ao se utilizar esse laser em<br />

superfícies radiculares situadas no meio supragengival se faz<br />

necessário que se execute um polimento nessa superfície após<br />

a irradiação(Kocher et al., 20<strong>01</strong>;Oliveira et al., 2<strong>01</strong>0).<br />

A utilização do Er,Cr:YSGG no tratamento de superfície<br />

de implantes foi avaliada por Miller, 2004, que demonstraram<br />

uma eficiente descontaminação da superfície do implante,<br />

sem causar super aquecimento ou alterações nas superfície<br />

do titânio. No entanto, em relação à capacidade deste laser<br />

de melhorar a biocompatibilidade de superfícies de implantes<br />

contaminadas ainda não foi bem definida. Enquanto<br />

alguns autores acreditam que essa biocompatibilidade seja<br />

possível após irradiação com o laser de Er,Cr:YSGG (Park<br />

et al., 2005), outros indicam falha desse tratamento em<br />

restabelecer a biocompatibilidade de superfícies de titânio<br />

contaminadas(Schwarz et al., 2006).<br />

Um estudo piloto in vivo (Kelbauskiene & Maciulskiene,<br />

2007) avaliou a eficácia desse laser associado ou não à<br />

raspagem e alisamento radicular no tratamento de pacientes<br />

com <strong>perio</strong>dontite agressiva e os melhores resultados<br />

foram obtidos com a associação entre laser e a raspagem,<br />

demonstrando diminuição na profundidade de sondagem,<br />

redução no sangramento à sondagem e pronunciada<br />

diminuição nos níveis de placa. Os bons resultados clínicos<br />

demonstrados nesse estudo estão de acordo com estudos<br />

in vitro que demonstraram que as superfícies radiculares<br />

irradiadas com laser de Er,Cr:YSGG são compatíveis com<br />

adesão de elementos sanguíneos(Oliveira et al., 2<strong>01</strong>0) e de<br />

fibroblastos(Hakki et al., 2<strong>01</strong>0). No tratamento cirúrgico de<br />

periimplantite, os resultados mostraram acesso satisfatório<br />

ao defeito ósseo, eficiente remoção do tecido fibroso de<br />

granulação e debridamento da superfície do implante, menor<br />

sangramento, ausência de infecção e melhor conforto do<br />

paciente (Azzeh, 2008).<br />

cientifíco para o correto uso clínico desse equipamento no<br />

tratamento <strong>perio</strong>dontal e em implantodontia.<br />

ABSTRACT<br />

Lasers are widely used tools in many therapeutic<br />

modalities in medical lasers and can be divided into low and<br />

high intensity. For the treatment of <strong>perio</strong>dontal disease, lowintensity<br />

lasers are related to reduce the number of bacteria<br />

and to induce inflammatory and analgesic properties. The high<br />

intensity lasers can be used in surgical procedures, improving<br />

hemostasis, promoting more accurate cuts, removal of dental<br />

calculus as well as thermomechanical and photochemical<br />

interactions with tissue. The high-intensity laser Erbium<br />

impregnated with chromium: YSGG laser has shown<br />

satisfactory results when applied in endodontic, restorative<br />

denstistry, surgical procedures and non-surgical <strong>perio</strong>dontal<br />

treatment. The purpose of this review is to evaluate the<br />

studies that investigated the effects of Er, Cr: YSGG laser on<br />

the morphology and biocompatibility of titanium and root<br />

surfaces irradiated with these lasers, even beyond the effect<br />

on the treatment of <strong>perio</strong>dontitis and periimplantitis.<br />

UNITERMS: lasers, <strong>perio</strong>dontology, lasertherapy, dental<br />

Implants.<br />

CONCLUSÃO<br />

De acordo com os trabalhos pesquisados, os resultados<br />

encontrados foram em sua maioria satisfatórios e impulsionam<br />

o interesse de diversos pesquisadores pela busca de novas<br />

aplicações do laser Er,Cr:YSGG, bem como a definição de<br />

parâmetros seguros que proporcionem embasamento<br />

17<br />

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R. Periodontia - 20(3):13-19<br />

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Endereço para correspondência:<br />

Prof.Dra Rosemary Adriana Chiérici Marcantonio<br />

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia<br />

Faculdade de Odontologia de Araraquara<br />

Universidade de São Paulo - UNESP<br />

Rua Humaitá, 1680 CEP: 148<strong>01</strong>-903 - Araraquara - SP<br />

Tels.: 55-16-33<strong>01</strong>-6378 Fax: 55-16-33<strong>01</strong>-6369<br />

E-mail: adriana@foar.unesp.br<br />

19<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

USO DE BIFOSFONATOS EM PACIENTES COM CÂNCER<br />

E SUA ASSOCIAÇÃO COM OSTEONECROSE DOS OSSOS<br />

MAXILARES – UMA <strong>REV</strong>ISÃO DE LITERATURA<br />

Use of bisphosphonates in patients with cancer and its association with osteonecrosis of the<br />

maxillary bones – a literature review<br />

Vítor Nunes 1 , Bruna Lopes 2 , Rodrigo Xisto Ferreira Lordani 3 , Joel Alves 4 , Renato Rocha 5 , Walter Machado 6 , Luiz Claudio Borges<br />

Silva de Oliveira 7<br />

RESUMO<br />

Esta revisão buscou evidenciar uma possível relação entre<br />

tratamento cirúrgico odontológico, uso de bifosfonatos e o<br />

risco de desenvolvimento de osteonecrose em mandíbula<br />

e maxila. Foi observado através dos artigos selecionados<br />

para revisão que o uso de bifosfonatos através de via<br />

oral e/ou via intravenosa podem ser considerados como<br />

fator de risco para desenvolvimento de osteonecrose<br />

concomitantemente ao tratamento cirúrgico odontológico.<br />

Este fato parece ocorrer não somente baseado em um<br />

único fator de risco isoladamente, mas sim da inter-relação<br />

entre alguns fatores como indicação do uso, tempo que o<br />

bifosfonato foi ministrado ao paciente, via de administração,<br />

tipo de bifosfonato e tratamento odontológico proposto,<br />

independente de demais fatores de risco clássicos como<br />

terapia adjunta de corticosteróides. Desta forma, as<br />

possíveis evidências encontradas devem ser levadas em<br />

consideração quanto ao planejamento de novas condutas<br />

com medidas preventivas à osteonecrose associada aos<br />

bifosfonatos, maximizando desta forma a previsibilidade<br />

do tratamento odontológicos em pacientes com uso de<br />

bifosfonatos.<br />

UNITERMOS: bifosfonatos, fatores de risco, osteonecrose.<br />

R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:20-27.<br />

1<br />

Especializando em Periodontia da Odontoclínica Central do Exército (OCEx)<br />

2<br />

Especialista em Periodontia pela Odontoclínica Central do Exército (OCEx)<br />

3<br />

Cirurgião-Dentista Graduado pela UFRJ<br />

4<br />

Doutorando em Periodontia pela UERJ<br />

5<br />

Mestrando em Periodontia pela Universidade Veiga de Almeida (UVA)<br />

6<br />

Livre - Docente em Periodontia pela UERJ<br />

7<br />

Doutor em Periodontia pela UERJ<br />

Recebimento: 09/07/10 - Correção: 17/08/10 - Aceite: 08/09/10<br />

INTRODUÇÃO<br />

Osteonecrose (ONC) da mandíbula ou da maxila<br />

tem sido relatada em vários estudos retrospectivos<br />

com pacientes que fizeram uso de bifosfonatos via<br />

intravenosa (IV) e/ou via oral (Migliorati et al., 2005;<br />

Van Poznack & Estilo, 2006; Marx & Sternl, 2003) .<br />

Os bifosfonatos (BFs) são análogos sintéticos do<br />

pirofosfato inorgânico que apresentam alta afinidade<br />

pelo cálcio (Migliorati et al., 2005; Russel et al., 1999).<br />

Sua estrutura química é baseada em fósforo-carbono<br />

e fósforo, similar ao pirofosfato endógeno, porém<br />

apresenta o carbono no lugar da molécula central de<br />

oxigênio. Um lado da cadeia que apresenta o grupo<br />

hidroxila tem alta afinidade pelos cristais de cálcio<br />

do osso mineral (Body, 2006; Boonyapakorn et al.,<br />

2008). O carbono aumenta a resistência a hidrólise,<br />

levando a degradação dos osteoclastos, inibindo a<br />

reabsorção óssea.<br />

A deposição do fármaco ocorre principalmente<br />

nos locais de formação óssea. Se não forem<br />

incorporados a matriz óssea são eliminados pela<br />

urina (Migliorati et al., 2005; Russel et al., 1999). Os<br />

BFs são divididos em dois grupos: a primeira geração,<br />

como o etidronato, que tem sido usado há mais de<br />

30 anos este grupo possui um lado da cadeia com<br />

20<br />

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R. Periodontia - 20(3):20-27<br />

um carbono central com fracas ações na reabsorção óssea. A<br />

segunda geração corresponde aos bifosfonatos nitrogenados<br />

-aminobifosfonatos - como o pamidronato e o alendronato,<br />

que possui um lado alifático adicional da cadeia que contem<br />

um átomo de hidrogênio. O zoledronato corresponde<br />

ao mais potente da segunda geração, com 2 átomos de<br />

nitrogênio, aumentando sua eficácia (Boonyapakorn et al.,<br />

2008; Ashcroft et al., 2003).<br />

Os compostos de bifosfonatos se acumulam por longos<br />

períodos de tempo na matriz óssea e dependendo da duração<br />

do tratamento e da droga prescrita, a droga pode ficar no<br />

organismo por anos(Migliorati et al., 2005) .<br />

Desta forma o objetivo desta revisão é avaliar uma possível<br />

associação entre o uso de BFs, tratamento odontológico<br />

cirúrgico e ONC dos maxilares.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Os artigos desta revisão de literatura foram selecionados<br />

através dos site PubMed e banco de dados do CRO/RJ,<br />

entre os meses de fevereiro de 2009 e março de 2<strong>01</strong>0,<br />

utilizando-se das palavras-chave: bifosfonatos; fatores de<br />

risco; osteonecrose, os quais foram publicados entre os anos<br />

de 1989 e 2009.<br />

<strong>REV</strong>ISÃO DE LITERATURA<br />

O uso de bifosfonatos<br />

Os bifosfonatos intravenosos são usados principalmente<br />

no tratamento e manejo das condições relacionadas ao<br />

câncer, como hipercalcemia, e eventos esqueléticos associadas<br />

com metástases ósseas de tumores sólidos, como câncer de<br />

mama, próstata, pulmão e mieloma múltiplo (Ruggiero et al.,<br />

2009; Nussbaum et al., 1993; Hortobagyi et al., 1998).<br />

Embora os bifosfonatos não tenham revelado aumento<br />

na taxa de sobrevivência, eles tiveram um significativo efeito<br />

positivo sobre a qualidade de vida para pacientes com<br />

câncer (Ruggiero et al., 2009). Os benefícios dos bifosfonatos<br />

associados à metástase óssea incluem principalmente a<br />

prevenção de neoformação tumoral no esqueleto e redução<br />

da dor óssea (Body, 2006; Boonyapakorn et al., 2008).<br />

Os BFs para uso oral, como alendronato e risedronato são<br />

farmacologicamente menos potentes e menos eficazes para<br />

o tratamento de metástase óssea. Desta forma são utilizados<br />

no tratamento da osteoporose e para tratar osteopenia. Eles<br />

também são usados para uma variedade de condições menos<br />

comuns como a doença de Paget (Delams & Meunier, 1997;<br />

Letocha et al., 2005).<br />

Tabela I<br />

Nomes comerciais e uso de bisfosfonatos<br />

Genérico Comercial Nitro Indicação Dose Potencia Via<br />

Etidronato Didronel Não Paget 5mg/kg,400mg/dia 1 x IV<br />

Tiludronato Skelid Não Neoplasia 400mg/dia 10 x O<br />

Clodronato Bonefos Não 300mg/dia-IV 10 x IV/OV<br />

Pamidronato Aredia Sim Paget/Neopla. 60mg 100 x IV<br />

Alendronato<br />

Fosamex<br />

Alendil<br />

Recalfe<br />

Endrox<br />

Cleveron<br />

Osteoral<br />

Osteoform<br />

Osteonan<br />

Osteotrat<br />

Osteofar<br />

Bonalen<br />

Endronax<br />

Minusorb<br />

Sim<br />

Osteoporose<br />

Paget<br />

P/ osteoporose<br />

70mg/semana<br />

10mg/dia<br />

P/ Paget<br />

40mg/dia/6 meses<br />

500 x VO<br />

Ibandronato Bodronat boniva Sim Osteoporose 150mg/mês 1000 x IV/VO<br />

Residronato Actonel Sim Osteoporose 35mg/semana; 5mg/dia 2000 x VO<br />

Zolendronato Zometa aclasta Sim Paget/Neopla. 5 mg dose única 10000 x IV<br />

(Fonte: Berenson et al., 2002; Brumsen et al., 1997)<br />

21<br />

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R. Periodontia - 20(3):20-27<br />

O protocolo sugerido pela sociedade americana de<br />

oncologia clínica descreve que bifosfonatos intravenoso, como<br />

pamidronato e zoledronato, em conjunto com quimioterapia<br />

anticancerígena, representam o “gold standart” para<br />

tratamento de hipercalcemia de malignidade e lesões com<br />

metástase óssea associadas com mieloma múltiplo, incluindo<br />

mama, próstata e pulmão (Berenson et al., 2002; Brumsen<br />

et al., 1997) . (Tabela I)<br />

Mecanismo de ação<br />

O Mecanismo de ação dos bifosfonatos no osteoclasto<br />

envolvem os seguintes mecanismos: inibição do seu<br />

desenvolvimento a partir dos monócitos (Hughes et al., 1995;<br />

Marx, 2003 ; aumento na indução a apoptose (Hughes<br />

et al., 1995; Marx , 2003) ; estimulação da ação do fator<br />

inibitório (Vitte et al., 1996; Marx, 2002) ; diminuição do<br />

desenvolvimento a partir de precursores de medula óssea<br />

(Hughes et al., 1995; Marx, 2003); redução da sua atividade<br />

metabólica osteoclástica (Sato & Grasser, 1990; Marx, 2003)<br />

e alteração da regulação de metaloproteinases da matriz<br />

(Teronen et al., 1999; Marx, 2002).<br />

Durante a reabsorção óssea os BFs são liberados podendo<br />

ser reincorporados para nova formação óssea (Migliorati<br />

et al., 2005; Ott, 2005; Licata, 2005). A internalização da<br />

droga pelos osteoclastos altera o tráfego vesicular, levando<br />

a diminuição da apoptose (Wood et al., 2002; Ficarra et al.,<br />

2005) e hipercalcemia reduzindo desta forma episódios de<br />

dor, fraturas e a necessidade de radiação no tratamento<br />

oncológico melhorando a qualidade de vida dos pacientes<br />

(Saad et al., 2006; Walter et al., 2008).<br />

Os bifosfonatos também possuem a propriedade de<br />

inibir a função das células endoteliais aumentando a taxa<br />

de apoptose e reduzindo a neoformação de tubos capilares.<br />

Estas propriedades antiangiogênicas são decorrentes da<br />

redução dos níveis de circulação do fator de crescimento de<br />

células endoteliais (Wood et al., 2002; Fournier et al., 2002;<br />

Ruggiero et al., 2009).<br />

Tabela II<br />

A Influência do uso de bifosfonatos na prática<br />

odontológica<br />

Wood et al. (2002) reportaram em seu estudo, os efeitos<br />

do uso dos bifosfonatos nos pacientes que desenvolveram<br />

Osteonecrose (ONC), os aspectos clínicos e histopatológicos<br />

demonstraram semelhança com a osteorradionecrose.<br />

Clinicamente ocorreram dor, infecção, exposição e seqüestro<br />

ósseo, que não responderam ao tratamento cirúrgico<br />

convencional.<br />

Em 2009, Ruggiero et al., (2009) delinearam características<br />

clinicas da ONC., as quais foram definidas como: paciente<br />

com terapia de bisfosfonato atual ou anterior; osso necrótico<br />

exposto da região maxilo-facial que tem persistido para > 8<br />

semanas e não ocorreu nenhuma irradiação da maxila nem da<br />

mandíbula. Ainda de acordo com os autores, em áreas com<br />

osso exposto pode ter ocorrido algum fator de catalisação,<br />

tais como: procedimentos cirúrgicos pregressos, histórico de<br />

doença <strong>perio</strong>dontal ou trauma por prótese total ou parcial<br />

com adaptação deficiente (Walter et al., 2008; Ruggiero et<br />

al., 2009; Walter et al., 2006). Dependendo do estágio de<br />

desenvolvimento da ONC, a avaliação radiográfica pode não<br />

contribuir significativamente para o processo de diagnóstico<br />

(Badros et al. ,2006).<br />

Segundo Migliorati et al., (2005) os pacientes podem<br />

ser assintomáticos, embora, em alguns casos, possam<br />

desenvolver dor severa associado à exposição de osso<br />

necrótico com infecção secundária ocorrendo perda da<br />

sensação sensorial.<br />

Ainda de acordo com Estilo et al. (2009) , as características<br />

mais presentes consistem em: osso exposto não vital;<br />

assintomático (confirmando a natureza necrótica do osso);<br />

tecidos moles circundantes normalmente eritematosos e<br />

edemaciados. Nos casos sintomáticos os sinais mais comuns<br />

são: dor, edema, drenagem de tecido mole e mobilidade<br />

dental. Nas biópsias ósseas, a flora bacteriana encontrada<br />

era de Actinomyces com infiltrado inflamatório, quantidades<br />

variáveis de osteoclastos e espaços medulares circundantes<br />

(Tabela II)<br />

Classificação diagnóstica de Osteonecrose induzida por Bisfosfonato<br />

Paciente de Risco<br />

Fazem uso de bifosfonatos, porém não apresentam Osseonecrose com exposição óssea<br />

Pacientes com OAB<br />

Estágio 1: Osteonecrose com exposição e assintomático e sem sinais de infecção.<br />

Estágio 2: Osteonecrose com exposição e sinais de infecção.<br />

Estágio 3: Osteonecrose com exposição, infecção, presença de fratura patológica, fístula<br />

extra-oral, seqüestros ósseos.<br />

(Fonte: Estilo et al. 2009)<br />

22<br />

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R. Periodontia - 20(3):20-27<br />

A incidência de ONC relacionada ao uso de bifosfonatos<br />

tem aumentado nos últimos anos devido o uso de drogas<br />

mais potentes, ministradas de forma intravenosa (Migliorati et<br />

al., 2005). Nestes pacientes oncológicos a incidência de ONC<br />

varia entre 0,8 % a 10 % (Durie et al., 2005; Hoff et al., 2006),<br />

entretanto a incidência em pacientes sem câncer com uso<br />

oral de BFs ainda permanece incerta (Migliorati et al., 2005;<br />

Van Poznack & Estilo, 2006; Estilo et al., 2009) .<br />

Fatores de Risco relacinados a ONC<br />

O tratamento do Câncer associado com BFs tem sido<br />

descrito como fator de risco para o desenvolvimento de<br />

osteonecrose. A área mais comum para o desenvolvimento de<br />

ONC é a cabeça do fêmur, principalmente após quimioterapia<br />

(Oh et al., 2004; Schwartz et al., 1982). Recentemente, a<br />

ONC foi relatada após tratamento com pamidronato e o<br />

zoledronato (Barmias et al., 2005) .<br />

Segundo Barmias et al. (2005), o tempo de exposição<br />

para a droga e o número de infusões são os fatores de risco<br />

mais significativos para o desenvolvimento de ONC. Em sua<br />

pesquisa nenhum dos pacientes que receberam menos de 12<br />

infusões de BFs desenvolveu ONC. Entretanto, a exposição<br />

média para os pacientes que desenvolveram ONC foi quase<br />

o dobro. Dados semelhantes foram relatadas por Durie<br />

et al. (2005). Sendo assim, ambos observaram incidência<br />

semelhante de ONC após 5 anos de exposição aos BFs.<br />

Segundo alguns autores o tipo de BFs pode desempenhar<br />

um papel no desenvolvimento de ONC (Boonyapakorn et al.,<br />

2008; Durie et al., 2005). Durie et al. (2005) sugeriram que o<br />

risco é maior com zoledronato do que com pamidronato e,<br />

de acordo com o autor, o maior fator de risco é a potência<br />

do fármaco, sendo o zoledronato mais potente que o<br />

pamidronato. Desta forma, segundo Boonyapakorn et al.<br />

(2008) tanto o zoledronato quanto pamidronato são mais<br />

potentes que os BFs de uso oral como o alendronato e<br />

risendronato e, portanto, há maior risco de catalisar uma ONC<br />

no paciente. Com esta visão Ficarra et al. (2005) demonstraram<br />

que a via intravenosa (IV) de administração resulta em maior<br />

exposição de droga que a via oral, aumentando o risco de<br />

ONC entre os pacientes na razão de 2.7 a 4.2 vezes mais do<br />

que aqueles que não fazem uso desta forma de tratamento.<br />

O tempo de duração da terapia com BFs também<br />

parecem constituir um maior risco para o desenvolvimento<br />

de ONC (Wang et al., 2003). Com esta visão, alguns autores<br />

(Hauge et al., 20<strong>01</strong>) sugeriram que há risco de desenvolver<br />

ONC associado com BFs de uso oral, embora este seja<br />

pequeno. Apesar do baixo risco, este parece aumentar<br />

quando a duração da terapia excede três anos e está<br />

associado com uso de corticoesteróides (Whyte et al., 2003).<br />

Segundo a, American Association of Oral and Maxillofacial<br />

Surgeons (Ruggiero et al., 2009) e a American Academy of Oral<br />

Medicine (Migliorati et al., 2005), a indicação na literatura é<br />

a prevenção, independente da via de administração do BFs.<br />

Como já descrito (Migliorati et al., 2005; Barmias et al., 2005<br />

e Ruggiero et al., 2009) os fatores locais são considerados os<br />

principais fatores de risco.<br />

Para Migliorati et al. (2005) a adequação do plano<br />

de tratamento odontológico é um importante fator de<br />

prevenção. Desta forma, a AAOM sugeriu o protocolo de<br />

exame em pacientes apresentado na Tabela III.<br />

Tabela III<br />

Recomendações para tratamento preventivo da ONC<br />

Exame intra-oral, extra-oral, e exame radiográfico para auxiliar no diagnóstico de cáries, doença <strong>perio</strong>dontal, evolução de<br />

terceiros molares, identificação de metástases cancerígenas e outras patologias;<br />

Exame <strong>perio</strong>dontal, para diagnosticar algum tipo de doença <strong>perio</strong>dontal. É importante eliminar qualquer fator de<br />

retenção de placa, como excesso de restauração e cálculo. Se diagnosticada, a doença deve ser tratada de forma<br />

adequada;<br />

As extrações devem ser feitas o mais breve possível;<br />

Restaurações defeituosas ou cáries devem ser restauradas;<br />

Coroas ou pontes fixas não são apropriadas para este tipo de paciente. As próteses removíveis devem ser reavaliadas<br />

quanto à forma, estabilidade e oclusão. Se necessário, ajustes devem ser feitos;<br />

Deve ser feita uma boa profilaxia, juntamente com instrução de higiene oral. O paciente também deve ser informado<br />

sobre o risco de desenvolver ONC e deve ser orientado sobre os primeiros sinais e sintomas da mesma;<br />

Ao término do tratamento, o paciente deve ser mantido em terapia de suporte.<br />

(Fonte: Migliorati et al., 2005)<br />

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Tabela IV<br />

Tratamento odontológico para pacientes com ONC<br />

Restaurações de rotina devem ser feitas da maneira mais atraumática possível;<br />

Raspagem e profilaxia devem ser feitas o mais atraumático possível, com cuidado com os tecidos moles;<br />

Evitar exodontias, exceto em dentes com mobilidade grau III ou mais. O pós-operatório do paciente deve ser monitorado<br />

semanalmente, nas primeiras 4 semanas, até que o alvéolo esteja cicatrizado por completo;<br />

Dentes com cáries extensas devem ser considerados para terapia endodôntica;<br />

A área com ONC deve ser tratada apenas com o objetivo de eliminar espículas ósseas que podem traumatizar tecidos<br />

moles. Pode ser feito debridamento, se necessário, para evitar traumatismo de tecidos adjacentes. Se houver, na área<br />

ao redor do osso exposto, eritema e supuração, deve ser utilizado antibioticoterapia e Gluconato de Clorexidina 0,12%<br />

até cicatrização da área;<br />

Próteses com material resiliente podem ajudar a cobrir o osso necrosado evitando traumas nos tecidos moles;<br />

Próteses já existentes devem ser reavaliadas. Se necessário, deve ser realizado o ajuste de forma e contorno, minimizando<br />

o trauma e pressão nos tecidos moles;<br />

Infecções odontogênicas devem ser tratadas com antibiótico sistêmico. Penicilina é o antibiótico de primeira escolha,<br />

podendo ser associado, se necessário, à Clindamicina.<br />

(Fonte: Migliorati et al., 2005)<br />

Ainda segundo o mesmo autor, para os pacientes com<br />

diagnóstico definido de ONC , o Cirurgião-Dentista deverá<br />

seguir o protocolo de atendimento odontológico segundo<br />

a AAOM apresentado na Tabela IV.<br />

Interrupção da terapia com BFs<br />

Não há ainda na literatura estudos que comprovem o<br />

efeito positivo da interrupção do tratamento com BFs. A<br />

interrupção da terapia por poucos meses pode ter pequeno<br />

efeito sobre o bifosfonato já incorporado ao osso (Migliorati<br />

et al., 2005; Ruggiero et al., 2009). Entretanto, outro efeito do<br />

bifosfonato, como a atividade antiangiogênica (Migliorati et<br />

al., 2005; Wood et al., 2002; Fournierr et al., 2002; Ruggiero et<br />

al., 2009), pode ser reduzido, sendo este um fator importante<br />

para a cicatrização da mucosa. Segundo a AAOM (Migliorati<br />

et al., 2005) para pacientes que fazem uso há mais de três<br />

anos ou se o associam ao uso de corticóides, é necessário<br />

interromper a administração de BFs por, no mínimo, três meses<br />

antes do procedimento cirúrgico, e só retornar ao uso após<br />

total e completa cicatrização dos tecidos envolvidos. Não<br />

há evidências científicas até o momento que afirmem que<br />

a interrupção do tratamento por poucos meses pode vir a<br />

aumentar desordens ósseas, como fraturas.<br />

DISCUSSÃO<br />

Apesar de vários estudos sobre ONC, sua prevalência<br />

entre os pacientes com uso de BFs é incerta. Pesquisas<br />

divergem entre os resultados, como entre Badros et al. (2006)<br />

que encontraram 24.2%, resultado substancialmente mais<br />

elevado do que os Bagan et al. (2006) 6,7 % , Durie et al.<br />

(2005) 6,2 % e Barmias et al. (2005) que apontaram taxa<br />

de 7,4 %<br />

Segundo vários autores (Boonyapakorn et al., 2008; Marx<br />

& Sternl, 2003; Ruggiero et al., 2004) a ONC pode ocorrer<br />

espontaneamente, mas o risco aumenta em pacientes<br />

submetidos a procedimentos cirúrgicos odontológicos,<br />

especialmente extrações (Bagan et al., 2006; Ruggiero<br />

et al., 2004). De acordo com estudos elaborados por<br />

Boonyapakorn et al. (2008) a extração dentária durante a<br />

terapia com bisfosfonato foi fortemente associada com o<br />

desenvolvimento de ONC, uma vez que 22 pacientes que<br />

apresentaram quadro de ONC, 77 % tinham uma história de<br />

extrações dentárias. Segundo Marx et al. (2005) a ONC ocorre<br />

mais freqüentemente na mandíbula que na maxila (68.1 %<br />

e 27.7 %, respectivamente). Estes dados corroboram com<br />

os relatados por Ruggiero et al. (2004) que em sua pesquisa<br />

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descreveram 23 pacientes com envolvimento maxilar, 39<br />

pacientes com envolvimento mandibular; e um acometimento<br />

de maxila e mandíbula concomitantemente.<br />

O tipo de bisfosfonato pode desempenhar um papel<br />

significativo na ocorrência da ONC. O Zoledronato<br />

(Boonyapakorn et al., 2008; Ruggiero et al., 2004) é<br />

considerado o mais potente bifosfonato apresentando<br />

um risco mais elevado de desencadear uma ONC que o<br />

pamidronato (Durie et al., 2005) .<br />

Uma provável explicação para este fato é o efeito inibitório<br />

mais potente do zoledronato na remodelação óssea, além<br />

de uma atividade anti-reabsortiva cerca de 100 a 1000<br />

vezes mais intensa quando comparado com o pamidronato,<br />

alendronato, risedronato, clodronato ou etidronato (Rosen et<br />

al., 20<strong>01</strong>; Vicenzi et al., 2005).<br />

Outro fator importante de risco para desenvolvimento<br />

de ONC é o tempo de exposição aos BFs. Segundo<br />

Bagan et al. (2006) o tempo médio de uso nos pacientes<br />

que desenvolveram ONC foi de 29,9 meses. Pesquisas<br />

como a de Melo & Obeid (2005) e Boonyapakorn et al.<br />

(2008) encontraram uma variação entre 30 e 34 meses,<br />

respectivamente.<br />

O período exato para suspensão do uso de BFs continua<br />

pouco claro na literatura, devido a permanência prolongada<br />

no tecido ósseo. Entretanto foi sugerido uma interrupção<br />

prévia de pelo menos 2 meses no uso de BFs antes de<br />

procedimento cirúrgico (Fleisch, 1991). De acordo com Lacy<br />

et al. (2006) a recomendação para realização de cirurgias<br />

eletivas em pacientes com padrão planalto de resposta aos<br />

BFS é de 2 anos.<br />

A AAOM sugere para a prevenção da ocorrência de ONC<br />

em pacientes com uso de BFs um completo exame clínico,<br />

incluindo raio x panorâmico e periapical completo, visando<br />

o tratamento prévio a terapia de uso de BFs (Migliorati et al.,<br />

2005). Em dentes com prognóstico sombrio e que devam<br />

ser extraídos, a ferida cirúrgica deve estar completamente<br />

cicatrizada antes da terapia com BFs, especialmente os de<br />

via intravenosa (Migliorati et al., 2005; Boonyapakorn et al.,<br />

2008).<br />

Em pacientes com suspeita de ONC a orientação é<br />

procurar um <strong>perio</strong>dontista imediatamente para iniciar o<br />

tratamento adequado (Migliorati et al., 2005; Boonyapakorn<br />

et al., 2008; Ruggiero et al., 2009).<br />

CONCLUSÃO<br />

A ONC é uma ocorrência associada ao uso de BFs, e<br />

está relacionada com o tempo de exposição, tipo e indicação<br />

médica do uso deste fármaco. O tratamento odontológico<br />

cirúrgico concomitante ao uso deste tipo de fármaco pode<br />

funcionar como um agente catalisador de ONC, visto que<br />

o metabolismo ósseo foi alterado pelas propriedades deste<br />

tipo de medicamento. A identificação dos fatores de risco,<br />

avaliação do procedimento odontológico proposto e contato<br />

com o médico responsável proporcionará uma melhor gestão<br />

do tratamento, maximizando a previsibilidade do mesmo.<br />

Futuras pesquisas envolvendo BFs, ONC e tratamento<br />

odontológico deverão abordar não só propriedades<br />

farmacológicas envolvendo esta classe de medicamento,<br />

como também uma melhor avaliação da meia-vida e<br />

metabolismo ósseo, visando sobretudo a qualidade de<br />

vida dos pacientes que fazem uso de BFs e necessitam de<br />

tratamentos cirúrgicos odontológicos.<br />

ABSTRACT<br />

The purpose of this literature review was to show the<br />

relationship between dental surgery procedures and the<br />

use of bisphosphonates as a risk factor for necrosis of bone<br />

jaw. It was shown that bisphosphonate administrated,<br />

orally or intravenous, previously or during the dental surgical<br />

treatment may be considered as a risk factor for osteonecrosis.<br />

This fact seems to be related to many factors such as:<br />

prescription, duration of the bisphosphonate therapy, type<br />

of administration, type of bisphosphonate, invasiveness of<br />

dental proceedings. Other recognized risk factors such as an<br />

adjunct corticosteroids therapy also influence the outcome<br />

of bisphosphonate use. All these evidences must to be<br />

considered in order to plan new preventive measures for<br />

osteonecrosis related to bisphosphonates usage, increasing<br />

the foresee ability of dental therapy in patients under<br />

bisphosphonates therapy.<br />

UNITERMS: bisphosphonates, osteonecrosis, risk factors.<br />

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40- Rosen LS, Gordon D, Kaminski M, Howell A, Belch A, Mackey J,<br />

Apffelstaedt J, Hussein M, Coleman RE, Reitsma DJ, Seaman JJ, Chen<br />

BL, Ambros Y. Zoledronic acid versus pamidronate in the treatment<br />

of skeletal metastases in patients with breast cancer or osteolytic<br />

lesions of multiple myeloma: a phase III, double-blind, comparative<br />

trial. Cancer J 20<strong>01</strong>;7:377-87.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Vitor Hugo Silva Nunes<br />

Av. Vicente de Carvalho, 111 - Apartamento 2<strong>01</strong> – Vila da Penha<br />

CEP 21210-003 - Rio de Janeiro - RJ – Brasil<br />

E-mail: vitornunes136@hotmail.com<br />

27<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

ESTRESSE COMO POSSÍVEL FATOR DE RISCO PARA A<br />

DOENÇA PERIODONTAL – <strong>REV</strong>ISÃO DA LITERATURA<br />

Stress as possible risk factor for <strong>perio</strong>dontal disease – literature review<br />

Lauro Garrastazu Ayub 1 , Arthur Belém Novaes Júnior 2 , Márcio Fernando de Moraes Grisi 2 , Sérgio Luís Scombatti de Souza 2 ,<br />

Daniela Bazan Palioto 2 , Christie Ramos Andrade Leite-Panissi 3 , Mário Taba Júnior 2<br />

RESUMO<br />

Ao longo dos anos os estudos epidemiológicos têm<br />

demonstrado que a doença <strong>perio</strong>dontal não afeta os<br />

pacientes de uma forma padrão. Isso fez com que os<br />

pesquisadores propusessem classificações para as diferentes<br />

formas da doença. Além disso, fatores de risco como<br />

diabetes mellitus, tabagismo, dentre outros, vêm sendo<br />

identificados como possíveis razões para as diferentes<br />

formas de progressão da doença. A relação entre estresse<br />

e doença <strong>perio</strong>dontal é estudada desde a metade do<br />

século passado, sendo, a maioria dos casos, associados a<br />

formas necrosantes da doença. Nos últimos anos, estudos<br />

observacionais têm encontrado uma relação positiva entre<br />

o estresse e formas mais frequentes da doença, como a<br />

<strong>perio</strong>dontite crônica. Esses estudos apontam o estresse<br />

como um possível fator de risco para a doença <strong>perio</strong>dontal<br />

uma vez que, frequentemente, os fatores já conhecidos não<br />

são suficientes para explicar o início e progressão da doença.<br />

Assim, o objetivo desta revisão foi avaliar o estado atual de<br />

entendimento do estresse como um fator de predisposição<br />

ao desenvolvimento da doença <strong>perio</strong>dontal.<br />

UNITERMOS: estresse, fatores de risco, doença <strong>perio</strong>dontal.<br />

R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:28-36.<br />

1<br />

Especialista e Mestrando em Periodontia da FORP – USP<br />

2<br />

Professor do Departamento de CTBMF e Periodontia da FORP – USP<br />

3<br />

Professora do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia da FORP - USP<br />

Recebimento: 30/06/10 - Correção: 04/08/10 - Aceite: <strong>01</strong>/09/10<br />

INTRODUÇÃO<br />

A busca por causas que possam explicar variações<br />

nas formas de progressão das doenças inflamatórias,<br />

principalmente quando estas não podem ser<br />

atribuídas a fatores de risco já conhecidos, levou os<br />

pesquisadores a iniciarem estudos sobre a influência<br />

do estresse na doença <strong>perio</strong>dontal (Moulton et al.<br />

1952; Giddon et al. 1964;)<br />

Apesar de ainda não se conhecer amplamente<br />

a magnitude das alterações provocadas por um<br />

evento estressante, sabe-se que tal acontecimento<br />

tem a capacidade de induzir modificações no<br />

sistema imunológico e no comportamento do<br />

indivíduo. A intensidade dessas alterações pode<br />

variar, consideravelmente, entre as pessoas. Uma<br />

das possíveis explicações para isto é a forma como<br />

cada indivíduo lida ou interpreta diferentes estímulos<br />

estressantes (Genco et al. 1998, 1999; Hugoson et al.<br />

2002; Wimmer et al. 2002).<br />

Assim, a evolução das pesquisas sobre estresse<br />

e sistema imunológico é relevante não apenas nos<br />

estudos da doença <strong>perio</strong>dontal como também das<br />

diversas doenças inflamatórias. Ao mesmo tempo,<br />

outro ponto relevante questiona se as alterações<br />

imunológicas provocadas por um fato estressante<br />

28<br />

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R. Periodontia - 20(3):28-36<br />

levam a uma mudança comportamental, ou ao contrário.<br />

A importância desta questão reside em elucidar a base de<br />

atuação de um evento estressante.<br />

Além disso, o entendimento dos termos fator e indicador<br />

de risco têm extrema relevância. Fatores de risco podem ser<br />

definidos sucintamente como características, reconhecidos<br />

por estudos longitudinais, que aumentam a probabilidade de<br />

início e progressão da doença <strong>perio</strong>dontal. Os efeitos sobre a<br />

patogênese da doença revelados por estudos prospectivos e<br />

caso-controle, como o estresse, até o presente momento são<br />

referidos como indicadores de risco (Albandar, 2002).<br />

Esta revisão aborda o conhecimento atual sobre este<br />

tema e discute a sua relevância. O critério estabelecido<br />

para inclusão dos artigos baseou-se no fato dos mesmos<br />

encontrarem relação direta ou não do estresse com a doença<br />

<strong>perio</strong>dontal.<br />

<strong>REV</strong>ISÃO DA LITERATURA<br />

Relação entre o estado psicológico e diferentes<br />

formas de doença <strong>perio</strong>dontal<br />

A ideia de que alterações no estado psicológico causem<br />

um distúrbio no equilíbrio fisiológico ou na homeostase,<br />

podendo deixar um indivíduo mais susceptível a desenvolver<br />

doenças infecciosas, como a doença <strong>perio</strong>dontal, não é nova.<br />

Muitos estudos já propuseram essa relação e, na Periodontia,<br />

desde a metade do século 20, o estresse vem sendo associado<br />

a formas necrosantes da doença <strong>perio</strong>dontal (Moulton et al.<br />

1952, Giddon et al. 1964, Johnson et al. 1986). Na última<br />

década, muitos estudos foram publicados mostrando uma<br />

possível relação entre estresse, depressão e/ou eventos<br />

negativos da vida e diferentes formas da doença <strong>perio</strong>dontal<br />

(Monteiro da Silva et al. 1996, Genco et al. 1999).<br />

Na década de 1980, com o desenvolvimento da<br />

Psiconeuroimunologia, termo proposto por Robert Ader<br />

em 1975, alguns estudos mostraram associação entre<br />

solidão e uma pobre função imunológica induzindo maior<br />

vulnerabilidade ao desenvolvimento de doenças (Kiecolt-<br />

Glaser et al. 1984a, b, Glaser et al. 1985, Kiecolt-Glaser and<br />

Glaser 1991). Isso possibilitou uma evolução no entendimento<br />

das alterações sistêmicas provocadas pelo estresse, levando<br />

em consideração o tempo e a intensidade deste evento.<br />

A partir da metade da década de 1990, muitos estudos<br />

começaram a ser publicados na tentativa de esclarecer a<br />

relação entre fatores psicológicos, psicossociais e doença<br />

<strong>perio</strong>dontal. Esses estudos têm como intuito verificar se o<br />

estresse poderia ser considerado um fator de risco real para<br />

a doença <strong>perio</strong>dontal, uma vez que algumas variações de<br />

progressão e severidade da doença não são explicadas por<br />

fatores de risco biológicos e comportamentais já conhecidos.<br />

Os resultados obtidos por Monteiro da Silva et al. (1996),<br />

apesar de não permitirem fortes conclusões, são consistentes<br />

com a hipótese de que fatores psicossociais são importantes<br />

para o início e evolução da <strong>perio</strong>dontite de progressão rápida.<br />

Esses autores concluíram que o controle imunológico, em nível<br />

sistêmico ou local, é um importante fator no desenvolvimento<br />

da <strong>perio</strong>dontite crônica, e poderia explicar, pelo menos em<br />

parte, variações de destruição <strong>perio</strong>dontal entre pacientes.<br />

Alguns pesquisadores analisaram o impacto de problemas<br />

no emprego e conjugais no status <strong>perio</strong>dontal. Uma<br />

significante associação entre esses eventos e o grau de saúde<br />

<strong>perio</strong>dontal foi verificada, mesmo após serem ajustadas<br />

possíveis influências comportamentais (Croucher et al. 1997).<br />

Além disso, Croucher et al., neste mesmo trabalho, relataram<br />

uma importante descoberta; enquanto eventos negativos<br />

foram associados com <strong>perio</strong>dontite, eventos positivos<br />

refletiam uma melhor saúde <strong>perio</strong>dontal.<br />

Ao mesmo tempo, quando se procura definir o tipo de<br />

evento negativo, e em seguida analisar sua influência no<br />

início ou progressão de doenças infecciosas, nota-se que<br />

a gravidade deste acontecimento tem forte relação com o<br />

início e o desenvolvimento da doença. No entanto, a maneira<br />

como cada pessoa lida com essas situações estressantes<br />

tem-se mostrado determinante. Enquanto uma atitude<br />

positiva poderia proteger o indivíduo, uma visão negativa ou<br />

pessimista poderia causar alterações no sistema imunológico<br />

e endocrinológico. Tal fato aumentaria a susceptibilidade ao<br />

desenvolvimento da doença <strong>perio</strong>dontal (Genco et al. 1998,<br />

1999, Hugoson et al. 2002, Wimmer et al. 2002). Já existem<br />

na literatura algumas evidências de que fatores psicossociais<br />

estressantes, como por exemplo, pressões financeiras<br />

e exames de rendimento estão associados à doença<br />

<strong>perio</strong>dontal. Uma das relações estudadas atualmente está<br />

entre os níveis de cortisol na saliva e a perda óssea alveolar<br />

em pacientes com doença <strong>perio</strong>dontal avançada. Uma direta<br />

correlação entre esses parâmetros já foi demonstrada em<br />

pacientes com pobres estratégias para combater o estresse<br />

(Hugoson et al. 2002).<br />

A relevância do atendimento multidisciplinar para<br />

pacientes com quadros de depressão em idade avançada<br />

foi enfatizada por Friedlander e Norman (2002). Esses<br />

pesquisadores alertam para a ocorrência frequente desses<br />

casos e destacam o alto risco ao desenvolvimento de doença<br />

<strong>perio</strong>dontal grave, aumento do consumo de tabaco e uma<br />

resposta imunológica alterada. A xerostomia em função de<br />

medicações e a higiene oral negligenciada são apontadas<br />

como as principais causas.<br />

A hipótese de que fatores psicológicos, como o estresse,<br />

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estariam associados a <strong>perio</strong>dontite não é confirmada por<br />

todos os estudos. Apesar disso, algumas pesquisas que<br />

não encontraram relação podem ter incluído pacientes com<br />

características inadequadas para essa análise, e esse fato foi<br />

relatado pelos pesquisadores (Solis et al. 2004).<br />

Entretanto, os trabalhos que relatam uma estreita relação<br />

entre fatores psicossociais e o desenvolvimento da doença<br />

<strong>perio</strong>dontal, também reconhecem a necessidade de estudos<br />

longitudinais que confirmem esses achados (Dolic et al. 2005).<br />

Estresse como possível fator de risco para a doença<br />

<strong>perio</strong>dontal<br />

Uma vez que variações na severidade da doença<br />

<strong>perio</strong>dontal não podem ser completamente explicadas por<br />

condições sistêmicas, genéticas, tabagismo, higiene bucal<br />

deficiente ou idade avançada, pesquisadores têm proposto<br />

que uma parte dessas variações pode ser compreendida pela<br />

atuação de fatores psicológicos como o estresse.<br />

Atualmente, o foco das pesquisas relacionadas ao<br />

estresse como possível fator de risco para a doença<br />

<strong>perio</strong>dontal está no entendimento de como essas alterações<br />

ocorrem em nível endócrino-imunológico. Para isso a<br />

evolução no campo da Psiconeuroimunologia é de grande<br />

importância.<br />

Há algum tempo já se conhece a importância da<br />

placa dental (fatores de virulência bacterianos) para o<br />

início e desenvolvimento da gengivite e da <strong>perio</strong>dontite,<br />

tanto em pacientes saudáveis como em pacientes<br />

imunocomprometidos. Sabe-se também que fatores de<br />

defesa do hospedeiro podem determinar a progressão e<br />

severidade da doença <strong>perio</strong>dontal. Portanto, se ocorrer uma<br />

diminuição da efetividade da resposta do hospedeiro frente<br />

a esse constante desafio bacteriano, o indivíduo estará mais<br />

susceptível ao surgimento da doença <strong>perio</strong>dontal.<br />

Nesse sentido, um número expressivo de estudos tem<br />

demonstrado que o estresse emocional pode alterar a<br />

secreção de produtos de defesa do hospedeiro. Um exemplo<br />

seria a diminuição da produção de imunoglobulina-A (IgA).<br />

Este é o anticorpo predominante na saliva e pode ser<br />

considerado o agente antibacteriano mais importante em um<br />

quadro de saúde (McCleland et al. 1985). A sua diminuição<br />

provoca destruição tecidual ativada por produtos bacterianos,<br />

provavelmente, mediada por meio de citocinas liberadas por<br />

células do sistema imune ativadas, entre outras, levando a<br />

um desequilíbrio na relação parasita–hospedeiro.<br />

Um evento estressante é considerado a chave para a<br />

exacerbação ou diminuição das defesas do hospedeiro. Ambos<br />

os processos predispõem ao indivíduo o desenvolvimento de<br />

um processo inflamatório, como também a evolução da<br />

doença <strong>perio</strong>dontal.<br />

Os efeitos do estresse emocional na imunidade e,<br />

consequentemente, em doenças infecciosas como a doença<br />

<strong>perio</strong>dontal já foram relatados. O evento estressante se<br />

mostrou capaz de alterar os diferentes sistemas envolvidos<br />

e prejudicar com isso, o equilíbrio entre a resposta do<br />

hospedeiro e a agressão dos micro-organismos (Breivik et<br />

al. 1996).<br />

Lamey et al. (1998) observaram em pacientes com<br />

desordens mentais que a resposta individual a um evento<br />

estressante é determinante e não ocorre de maneira uniforme<br />

entre os indivíduos. Tais evidências indicam que além de<br />

conhecer os mecanismos de interação entre os diferentes<br />

sistemas, deve-se entender também que as respostas a<br />

esses estímulos podem variar consideravelmente. Esta<br />

discrepância de respostas entre diferentes indivíduos pode<br />

ser pelo menos em parte, explicada pelo trabalho de Genco<br />

et al. (1999). Nesse estudo, os autores encontraram uma<br />

associação positiva entre eventos estressantes (problemas<br />

financeiros) e indicadores clínicos da doença <strong>perio</strong>dontal<br />

(altos níveis de perda de inserção e perda óssea alveolar). O<br />

estudo mostrou que aqueles indivíduos que possuíam boas<br />

estratégias emocionais para lidar com situações estressantes<br />

exibiram pouco ou não exibiram índices su<strong>perio</strong>res aos<br />

indivíduos que não experimentaram eventos estressantes. A<br />

variável “pobre cuidado com a higiene” foi ajustada por meio<br />

de visitas periódicas ao dentista. Desse modo, essa pesquisa<br />

foi a primeira a observar a influência de diferentes formas de<br />

encarar situações de estresse emocional.<br />

De acordo com Le Moal (2007) o estresse é resultado<br />

não específico de qualquer demanda exacerbada sobre o<br />

organismo, sendo seu efeito somático ou emocional, onde<br />

a natureza do agente estressor é irrelevante. Dentro desse<br />

contexto, Breivik et al. (1996) acrescenta que o estresse não<br />

é o acontece com alguém, mas sim como alguém reage ao<br />

que acontece.<br />

Ao analisar a imunidade humoral, Lopatin et al. (1999)<br />

encontraram uma evidente relação entre concentrações<br />

séricas de proteínas relacionadas ao estresse e a atividade<br />

<strong>perio</strong>dontal.<br />

A evolução da <strong>perio</strong>dontite baseada na reatividade do<br />

eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (eixo HPA) também foi<br />

estudada. Para isso, os autores de um estudo dividiram,<br />

didaticamente, os efeitos da variação na reatividade do eixo<br />

HPA em três passos. O primeiro descreve como ocorre a<br />

ativação do eixo por meio de um estímulo estressante. O<br />

segundo passo elucida as alterações ocorridas no sistema<br />

imune provocadas pela ativação do eixo HPA. Em linhas<br />

gerais, pode-se dizer que a modulação da resposta imune<br />

30<br />

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acontece através de dois subtipos de células T-auxiliares<br />

(Th1 e Th2). As células Th1 estimulam a imunidade celular<br />

através da produção de interferon-γ (IFN-γ) e interleucina-2<br />

(IL-2), enquanto as células Th2 promovem a diferenciação<br />

das células B e a imunidade humoral por meio da liberação<br />

da IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10 (Mosmann e Sad 1998). Esses<br />

pesquisadores acreditam que, após a ativação do eixo HPA,<br />

a resposta imune é conduzida pelas células Th2, sendo a<br />

liberação dos glicocorticóides modulada por essas células.<br />

Por fim, o terceiro passo discute as consequências do<br />

domínio das células Th2 na resposta imunológica. Apesar<br />

de ser considerada mais eficiente, a resposta proporcionada<br />

por essas células provoca maior destruição tecidual. Assim,<br />

os autores concluem o trabalho propondo que maior<br />

susceptibilidade à <strong>perio</strong>dontite pode ser dependente do<br />

domínio das células Th2 na resposta imunológica (Breivik<br />

et al. 2000).<br />

Diversos estudos têm demonstrado a relação do estresse<br />

e doença <strong>perio</strong>dontal. Assim, os achados de Genco et al.<br />

(1999) foram confirmados por outros estudos, sugerindo-se<br />

que adequadas formas de lidar com situações estressantes<br />

seriam capazes de anular os possíveis efeitos maléficos<br />

causados pelo estresse (Wimmer et al. 2002). Além disso,<br />

esses autores abordaram a ideia atual de que dois conceitos<br />

hipotéticos poderiam explicar a influência do estresse em<br />

pacientes que apresentam pobres estratégias para controle<br />

do mesmo; o modelo psiconeuroimunológico e o modelo<br />

comportamental.<br />

A possibilidade de o estresse causar um efeito pró ou<br />

antiinflamatório dependente de sua intensidade também foi<br />

relatada. Nesse sentido, a ativação do sistema imune pelo<br />

aumento dos níveis de citocinas pró-inflamatórias circulantes<br />

(por exemplo, IL-1 e IL-6), estimularia a secreção de ACTH<br />

(hormônio adenocorticotrópico) pela glândula pituitária<br />

(lobo anterior) e cortisol pela glândula adrenal – os maiores<br />

moduladores do estresse (LeResche e Dworkin, 2002).<br />

Em um estudo de caso-controle foi encontrada uma<br />

relação desigual dos efeitos do estresse nos indicadores<br />

clínicos de doença. Os autores justificaram esses achados<br />

pelo fato dos pacientes, possivelmente, apresentarem graus<br />

diferentes de estresse. Ainda assim, o estudo demonstrou<br />

uma correlação positiva entre ansiedade e parâmetros clínicos<br />

da doença <strong>perio</strong>dontal (Vettore et al. 2003).<br />

A relevância das estratégias para lidar com eventos<br />

estressantes voltou a ser afirmada na resposta a terapia<br />

<strong>perio</strong>dontal não-cirúrgica em pacientes com <strong>perio</strong>dontite<br />

crônica. Os autores sugerem nesse estudo que os pacientes<br />

com estratégias passivas no controle de situações estressantes<br />

possuem forte impacto na resposta ao tratamento e na<br />

manutenção dos resultados obtidos, levando a acreditar que<br />

o mesmo efeito pode ser esperado no tratamento cirúrgico<br />

(Wimmer et al. 2005).<br />

No ano seguinte, um estudo transversal utilizando o<br />

nível de cortisol na saliva para avaliar a relação estresse -<br />

<strong>perio</strong>dontite crônica em 235 pacientes com idade a partir<br />

de 50 anos, encontrou elevados níveis de cortisol associados<br />

com a extensão e o grau de severidade da doença, mesmo<br />

após serem ajustadas importantes variáveis. Os autores,<br />

também, associaram os resultados com a maneira como os<br />

indivíduos lidam com o estresse e ressaltaram a importância<br />

de avaliar o papel da hiperativação do eixo HPA na doença<br />

<strong>perio</strong>dontal por níveis salivares de cortisol (Hilgert et al. 2006).<br />

Uma revisão sistemática foi publicada nos últimos anos,<br />

na tentativa de definir se o estresse e fatores psicológicos<br />

poderiam ser considerados fatores de risco para a doença<br />

<strong>perio</strong>dontal (Peruzzo et al. 2007). Foram analisados 14<br />

estudos com humanos (sete estudos de caso-controle, seis<br />

estudos transversais e um estudo de acompanhamento<br />

clínico por um período de dois anos). Os resultados foram<br />

contundentes, uma vez que, oito estudos (57,1%) mostraram<br />

uma associação positiva entre fatores psicossociais/estresse<br />

e doença <strong>perio</strong>dontal, quatro estudos (28,5%) encontraram<br />

uma relação positiva pelo menos para algumas características<br />

e, apenas dois trabalhos (14,2%) verificaram um resultado<br />

negativo quando analisaram essa possível relação.<br />

Apesar disso, deve-se levar em consideração a falta de<br />

padronização das metodologias aplicadas nesses estudos,<br />

tanto na análise dos indicadores clínicos, quanto na<br />

mensuração do estresse, além dos fatores comportamentais<br />

e variações entre pacientes na forma de encarar situações<br />

adversas.<br />

A hipótese de o estresse crônico modular a progressão<br />

da doença <strong>perio</strong>dontal foi avaliada em estudo com animais.<br />

Foram analisados, através da técnica de extração de RNA<br />

os níveis de alguns biomarcadores da doença relacionados<br />

ao estresse crônico. Os autores concluíram que o estresse<br />

crônico aumenta significativamente a perda óssea,<br />

ocasionada pela <strong>perio</strong>dontite induzida, por aumento local de<br />

fatores pró-inflamatórios (IL-1β, -6, IFN-γ) e pró-reabsorção<br />

(RANKL) (Peruzzo et al. 2008).<br />

Mais recentemente, Rosania et al. (2009) discutiram se os<br />

mecanismos do estresse e da depressão que influenciam a<br />

doença <strong>perio</strong>dontal são resultados de alterações na resposta<br />

inflamatória e imunológica, mudanças comportamentais, ou<br />

ainda, pela atuação simultânea desses processos. Além das<br />

análises dos dados clínicos e psicológicos, foram coletadas<br />

amostras de saliva para medição dos níveis de cortisol. Os<br />

autores relataram que o cortisol, um glicocorticóide que ajuda<br />

<strong>31</strong><br />

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R. Periodontia - 20(3):28-36<br />

a regular a resposta inflamatória e a atividade linfocitária,<br />

parece estar relacionado com o estado <strong>perio</strong>dontal,<br />

uma vez que, pacientes com níveis elevados de cortisol<br />

apresentavam um número maior de sítios com profundidade<br />

de sondagem e nível clínico de inserção entre 5 e 7 milímetros.<br />

Os pesquisadores justificaram esses resultados baseados<br />

na ideia de que elevações nos níveis de cortisol, por um<br />

curto período de tempo, reduzem a inflamação através da<br />

imunoestimulação. Contudo, quando esses níveis persistem<br />

por um período de tempo maior, o que se observa, é um<br />

quadro de imunossupressão, pois o glicocorticóide perde a<br />

habilidade de inibir a resposta inflamatória (Glassman e Miller,<br />

2007). Assim, o estudo conclui que o estresse, a depressão<br />

e o cortisol influenciam diretamente a doença <strong>perio</strong>dontal,<br />

independentemente dos hábitos de higiene do paciente.<br />

Desse modo, é provável, que o estresse e a depressão estejam<br />

relacionados com a destruição <strong>perio</strong>dontal por mecanismos<br />

fisiopatológicos e comportamentais.<br />

Alterações mediadas por eventos estressantes nos<br />

sistemas nervoso, endócrino e imunológico<br />

Nos últimos anos, alguns pesquisadores vêm propondo<br />

que o estresse, além de causar imunossupressão em quadros<br />

crônicos, pode também proporcionar uma maior proteção ao<br />

indivíduo, através de melhora da função imune em casos de<br />

estresse agudo. Além de o estresse agudo induzir significativa<br />

redistribuição de leucócitos dos vasos sanguíneos para os<br />

tecidos por influência de hormônios adrenais (Dhabhar et al.<br />

1996), alguns estudos têm mostrado também melhora da<br />

imunidade humoral, através do aumento dos níveis de alguns<br />

anticorpos, como das imunoglobulinas G e M (IgG e IgM)<br />

(Carr et al. 1992); como também melhora de parâmetros da<br />

imunidade inata (barreiras físicas e aspectos vascular e celular<br />

das respostas inflamatórias) (Dhabhar & McEwen 2008).<br />

Todavia, quando um quadro de estresse se prolonga por<br />

um tempo maior, tornando-se crônico, o que se observa,<br />

na maioria das vezes, é a supressão das funções imunes,<br />

aumentando com isso, a susceptibilidade a infecções. Neste<br />

caso, os hormônios glicocorticóides, como o cortisol, exercem<br />

efeitos imunossupressivos, inibindo a produção ou as ações<br />

das moléculas pró-inflamatórias. Ocorre, portanto, um<br />

desequilíbrio, levando a um domínio das células Th2 (resposta<br />

por anticorpos) sobre as células Th1 (resposta celular),<br />

promovendo aumento na produção da interleucina-4 (IL-4)<br />

e diminuição na produção da interleucina-2 (IL-2) (Dhabhar<br />

& McEwen 2008).<br />

Além disso, é importante lembrar que a maior parte dos<br />

efeitos do estresse é mediada por dois sistemas principais:<br />

o sistema nervoso simpático (SNS) e o eixo hipotálamopituitária-adrenal<br />

(eixo HPA). A ativação do primeiro (SNS)<br />

causa a produção, em maior escala, das catecolaminas,<br />

enquanto a ativação do segundo (eixo HPA) resulta em<br />

maior produção de glicocorticóides. Os glicocorticóides,<br />

além de continuar estimulando o hipotálamo a produzir o<br />

hormônio liberador de corticotropina (CRH), seguindo o ciclo<br />

de ativação do eixo, também atuam na redução da resposta<br />

inflamatória (imunossupressão). O CRH, além de estimular<br />

a produção de ACTH, estimula a liberação de citocinas por<br />

células imunes, como a interleucina-1 (IL-1) pelos macrófagos.<br />

Com isso, aumenta a proliferação das células T-auxiliares<br />

(Th1 e Th2), ocorrendo uma maior produção e liberação dos<br />

seus produtos. As células Th1 produzem IL-2 e interferon-γ<br />

(IFN-γ) e as células Th2 produzem IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 e IL-<br />

13. Como já foi discutido anteriormente, parece haver um<br />

domínio da resposta mediada por anticorpos (Th2) em um<br />

determinado momento, acarretando maior dano tecidual<br />

pela especificidade, efetividade e tempo de atuação dessa<br />

resposta.<br />

Mudanças comportamentais provocadas pelo<br />

estresse<br />

Como já foi abordado anteriormente existem duas<br />

linhas de pesquisa sobre a influência do estresse no<br />

desenvolvimento de doenças infecciosas. Uma sugere que<br />

isto ocorra em função de alterações imunológicas que<br />

poderiam, inclusive, levar a mudanças comportamentais. A<br />

outra linha, aposta que essa maior predisposição acontece<br />

em função de mudança nos hábitos dos pacientes. Há ainda<br />

outra, e nova hipótese, que indica que isso ocorra por uma<br />

associação, ou uma sobreposição, desses processos (Rosania<br />

et al. 2009).<br />

Sabe-se que é difícil determinar se um acontecimento leva<br />

ao desenvolvimento do outro ou vice-versa, uma vez que,<br />

essas alterações, provavelmente, iniciam no mesmo momento<br />

do evento estressante e são determinadas pela forma como<br />

cada indivíduo contorna tal situação (Genco et al. 1999).<br />

Levando-se em consideração o comportamento do indivíduo,<br />

está bastante claro que uma higiene bucal deficiente, assim<br />

como, uma dieta rica em carboidratos, fumo, alta ingestão<br />

de álcool e medicamentos, aumentam, sem dúvida alguma, a<br />

chance de um indivíduo desenvolver alguma forma de doença<br />

<strong>perio</strong>dontal. Portanto, assim como se deve buscar um melhor<br />

entendimento da relação entre psiconeuroimunologia e<br />

doença <strong>perio</strong>dontal; deve-se, sobretudo, orientar os pacientes<br />

quanto à prática de hábitos saudáveis, evitando com que<br />

esses indivíduos fiquem expostos aos demais fatores de risco.<br />

A Tabela 1 e Quadro 1 apresentam de forma esquemática<br />

os resultados observados nos estudos analisados.<br />

32<br />

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Tabela 1<br />

Autores Resumo Conclusões<br />

Monteiro da Silva et al. 1996<br />

Grupo 1: <strong>perio</strong>dontite de progressão rápida<br />

Grupo 2: <strong>perio</strong>dontite crônica<br />

Grupo 3: sem <strong>perio</strong>dontite<br />

Há relação (Grupo 1).<br />

Breivik et al. 1996<br />

Influência do estresse emocional sobre imunidade,<br />

gengivite e <strong>perio</strong>dontite.<br />

Há relação (estresse modula a<br />

resposta imune).<br />

Croucher et al. 1997 Influência de eventos estressantes na <strong>perio</strong>dontite. Há relação.<br />

Lamey et al. 1998<br />

Revisão sobre: “Desordens mentais e <strong>perio</strong>dontia”<br />

Há relação (estresse aumenta<br />

susceptibilidade).<br />

Genco et al. 1999 Estresse e formas severas da doença <strong>perio</strong>dontal. Há relação.<br />

Lopatin et al. 1999 Nível de proteínas do estresse e doença <strong>perio</strong>dontal. Há relação.<br />

Breivik et al. 2000<br />

Hugoson et al. 2002<br />

Friedlander e Norman 2002<br />

Wimmer et al. 2002<br />

Reativação do eixo HPA no desenvolvimento da<br />

<strong>perio</strong>dontite (modelo animal).<br />

Eventos negativos (fatores psicológicos) e doença<br />

<strong>perio</strong>dontal.<br />

Implicações de fatores psicológicos na odontologia<br />

(doença <strong>perio</strong>dontal)<br />

Periodontite crônica e inadequadas formas de lidar<br />

com o estresse<br />

Há relação.<br />

Há relação.<br />

Há relação.<br />

Há relação.<br />

LeResche e Dworkin 2002 Estresse e doenças inflamatórias (doença <strong>perio</strong>dontal). Há relação.<br />

Vettore et al. 2003<br />

Grupo 1: <strong>perio</strong>dontite crônica leve e moderada Grupo<br />

2: <strong>perio</strong>dontite crônica grave<br />

Grupo 3: controle.<br />

Não há relação (estresse)<br />

Há relação (ansiedade)<br />

Solis et al. 2004 Estresse psicossocial e doença <strong>perio</strong>dontal. Não há relação.<br />

Dolic et al. 2005 Estresse psicológico e perda óssea alveolar severa. Há relação.<br />

Wimmer et al. 2005<br />

Estresse e tratamento <strong>perio</strong>dontal não-cirúrgico<br />

(<strong>perio</strong>dontite crônica).<br />

Há relação.<br />

Hilgert et al. 2006 Níveis de cortisol na saliva e <strong>perio</strong>dontite. Há relação.<br />

Peruzzo et al. 2007<br />

Peruzzo et al. 2008<br />

Estresse e fatores psicológicos e doença <strong>perio</strong>dontal<br />

(revisão sistemática).<br />

Estresse crônico e aumento da perda óssea alveolar<br />

(modelo animal).<br />

Há relação.<br />

Há relação.<br />

Rosania et al. 2009 Estresse, depressão, cortisol e doença <strong>perio</strong>dontal. Há relação.<br />

33<br />

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Quadro 1<br />

O gráfico representa os 19 trabalhos analisados nesta revisão de literatura dividindo-os em<br />

trabalhos que mostraram ou não relação entre o estresse e a doença <strong>perio</strong>dontal.<br />

DISCUSSÃO<br />

Sabe-se que a doença <strong>perio</strong>dontal acontece apenas<br />

quando ocorre um desequilíbrio entre a resposta do<br />

hospedeiro e a agressão causada pelos microrganismos.<br />

Assim, sempre que se estuda se determinado hábito ou<br />

alteração sistêmica seja ela congênita ou adquirida, deve<br />

ser visto como um fator de risco para a doença <strong>perio</strong>dontal<br />

deve-se considerar o que isto pode acarretar na resposta/<br />

resistência do hospedeiro.<br />

Quando se analisa um quadro de estresse, não restam<br />

dúvidas de que este é capaz de levar a uma “quebra” da<br />

homeostase, através da ativação do eixo hipotálamopituitária-adrenal<br />

(eixo HPA) e do sistema nervoso simpático<br />

(SNS), além de mudanças comportamentais, muitas vezes,<br />

maléficas à resistência do hospedeiro. Portanto, fica-se diante<br />

de uma situação capaz de modificar a resposta do indivíduo.<br />

Porém, é importante ressaltar que essas modificações não<br />

ocorrem de maneira uniforme entre os indivíduos, sendo<br />

este talvez, o motivo pelo qual ainda se encontre diferenças<br />

significativas entre os estudos.<br />

É necessário, portanto, o estabelecimento de padrões<br />

de pesquisa e de seleção de pacientes, para que seja possível<br />

realizar análises comparativas e, dessa forma, determinar a<br />

real participação do estresse no início e desenvolvimento de<br />

diferentes formas da doença <strong>perio</strong>dontal. Contudo, é bastante<br />

provável que o estresse atue como um fator de risco real para<br />

todas as formas desta doença, assim como já é considerado,<br />

desde a metade do século vinte, para os casos de doença<br />

<strong>perio</strong>dontal necrosante (Moulton et al. 1952, Giddon et al.<br />

1964, Johnson et al. 1986).<br />

Ainda não existe na literatura estudos longitudinais com<br />

um grande número de pacientes, fato que impossibilita a<br />

obtenção de evidências mais contundentes da relação entre<br />

estresse e doença <strong>perio</strong>dontal. Em função disso, fatores<br />

psicossociais como o estresse, depressão e ansiedade são<br />

considerados atualmente indicadores de risco, sendo capazes<br />

de contribuir com a evolução da <strong>perio</strong>dontite.<br />

Na revisão sistemática realizada por Peruzzo et al. (2007),<br />

inicialmente, foram identificados 58 artigos, porém apenas 14<br />

puderam ser incluídos, em função dos critérios, mostrando a<br />

dificuldade que ainda existe em se encontrar trabalhos com<br />

metodologias padronizadas.<br />

Assim como Peruzzo et al. (2007) que encontraram em<br />

57,1% dos estudos analisados, uma associação positiva entre<br />

estresse e doença <strong>perio</strong>dontal e em 28,5% uma associação<br />

positiva para pelo menos alguma característica, essa revisão,<br />

que analisou 19 trabalhos, encontrou em apenas dois deles<br />

(Vettore et al. 2003 e Solis et al. 2004), uma falta de relação<br />

entre o estresse e diferentes formas da doença <strong>perio</strong>dontal<br />

(Tabela 1) (Quadro 1).<br />

CONCLUSÕES<br />

A importância do estresse como um possível fator de<br />

risco para a doença <strong>perio</strong>dontal é indiscutível. Os trabalhos<br />

publicados até o momento, em sua grande maioria, têm<br />

mostrado que quadros de estresse que acometem indivíduos<br />

com pobres estratégias para o seu manuseio podem alterar<br />

significativamente a resposta do hospedeiro, tanto pela via<br />

imunológica, como pela via comportamental.<br />

Tendo conhecimento de que uma maior susceptibilidade<br />

para a doença ocorre em função de um desequilíbrio<br />

entre a resposta do hospedeiro e a ação patogênica dos<br />

microrganismos, pode-se concluir que essas alterações<br />

devem predispor o indivíduo ao desenvolvimento da doença<br />

<strong>perio</strong>dontal.<br />

Assim, é bem provável que o estresse deva ser considerado<br />

um fator de risco real para as diferentes formas da doença<br />

<strong>perio</strong>dontal assim que se obtiverem evidências científicas mais<br />

sólidas através de estudos longitudinais com metodologias<br />

padronizadas.<br />

Portanto, é de fundamental importância levar em<br />

consideração o estado emocional dos pacientes quando se<br />

planeja um tratamento <strong>perio</strong>dontal. Mesmo os pacientes que<br />

realizam Terapia Periodontal de Suporte podem, em um dado<br />

momento, apresentar quadros de exacerbação da doença<br />

provocados por eventos estressantes capazes de ocasionar<br />

alterações fisiológicas e comportamentais.<br />

ABSTRACT<br />

A long of the years epidemiological studies have been<br />

34<br />

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R. Periodontia - 20(3):28-36<br />

demonstrated that <strong>perio</strong>dontal disease do not affect patients<br />

in the same pattern way. Because of this fact, classifications<br />

have been proposed for researchers for different kinds of the<br />

disease. Beyond that, risk factors have been identified such as,<br />

diabetes mellitus, smoking, and others, have been identified as<br />

possible reasons for different ways of the disease progression.<br />

The relation between stress and <strong>perio</strong>dontal disease has been<br />

studied since the middle of last century. Most of the times,<br />

it is related with necrotizing forms of the disease. In the last<br />

years, observational studies have found a positive relation<br />

between stress and more common forms of the disease, such<br />

as chronic <strong>perio</strong>dontites. Those studies indicated the stress as<br />

a possible risk factor for <strong>perio</strong>dontal disease, once, in many<br />

cases, the risk factors already known are not enough to explain<br />

the beginning and progression of the <strong>perio</strong>dontal disease.<br />

Thus, the aim of this study was to evaluate the actual status<br />

about stress as a factor of predisposition to the development<br />

of <strong>perio</strong>dontal disease.<br />

UNITERMS: stress, risk factors, <strong>perio</strong>dontal disease.<br />

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35<br />

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R. Periodontia - 20(3):28-36<br />

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2005;76:90-98.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Mário Taba Júnior<br />

Avenida do Café s/n, Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco<br />

Maxilo Facial e Periodontia –<br />

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto<br />

Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto<br />

CEP: 14040-904 – São Paulo, Brasil<br />

E-mail: mtaba@forp.usp.br<br />

36<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

HOMEOPATIA COMO COADJUVANTE NA TERAPIA<br />

PERIODONTAL DE SUPORTE EM PACIENTE COM<br />

PERIODONTITE CRÔNICA: RELATO DE CASO CLÍNICO<br />

Homeopathy as adjunct <strong>perio</strong>dontal therapy in support in patient with chronic <strong>perio</strong>dontitis: case<br />

report<br />

Edivaldo Barbosa da Silva 1 , Ricardo Guimarães Fischer 2 , Marilisa Lugon Ferreira Terezan 3<br />

RESUMO<br />

Na Periodontia, a individualidade e a suscetibilidade do<br />

paciente são importantes pontos no início e progressão<br />

das <strong>perio</strong>dontites, atributos esses também considerados<br />

pela Homeopatia. O objetivo deste trabalho foi relatar o<br />

tratamento <strong>perio</strong>dontal de um paciente com <strong>perio</strong>dontite<br />

crônica em que, concomitantemente à terapia de<br />

manutenção, foi utilizada a prática da Homeopatia. A<br />

terapia básica foi associada a consultas homeopáticas,<br />

e um medicamento homeopático único foi prescrito. Os<br />

resultados mostraram uma redução de 55% de sítios<br />

com bolsas <strong>perio</strong>dontais. De acordo com os resultados<br />

observados no presente caso clínico, os autores concluíram<br />

que a utilização da Homeopatia como terapia complementar<br />

ao tratamento <strong>perio</strong>dontal mecânico contribuiu para a<br />

redução do número de sítios com bolsas <strong>perio</strong>dontais. No<br />

entanto, são necessários estudos clínicos controlados para<br />

avaliar o real benefício da Homeopatia como coadjuvante<br />

no tratamento das <strong>perio</strong>dontites crônicas.<br />

UNITERMOS: <strong>perio</strong>dontite crônica, terapia <strong>perio</strong>dontal<br />

de suporte, homeopatia. R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:37-41.<br />

1<br />

Cirurgião-dentista habilitado em Homeopatia pelo CFO e Especialista em Periodontia<br />

2<br />

Professor Titular de Periodontia da FOUERJ e Diretor do IOPUC-Rio<br />

3<br />

Professora-Adjunta e Coordenadora do Curso de Especialização em Periodontia da<br />

FOUERJ<br />

Recebimento: 14/07/10 - Correção: 16/08/10 - Aceite: 02/09/10<br />

INTRODUÇÃO<br />

Apesar da presença de certos microrganismos<br />

ser necessária para iniciar a doença <strong>perio</strong>dontal (DP),<br />

ela não é suficiente para explicar a severidade da<br />

DP 1 . Nos últimos anos, elementos da suscetibilidade<br />

do hospedeiro, como a resposta imune ou doenças<br />

sistêmicas, e fatores ambientais não microbianos<br />

como o fumo, têm demonstrado serem importantes<br />

para contribuir para o desenvolvimento da doença<br />

<strong>perio</strong>dontal 1,2,3 . Evidências suportam que a expressão<br />

genética influencia na predisposição e progressão<br />

da doença <strong>perio</strong>dontal 4,5 e que os processos de<br />

destruição, na <strong>perio</strong>dontite, são derivados do<br />

indivíduo 6 . Portanto, o papel central na patogênese<br />

da doença <strong>perio</strong>dontal é exercido pela resposta do<br />

hospedeiro através do controle das respostas imune<br />

inata e adaptativa 7 .<br />

Segundo Figueredo (2002) 8 , a diferença entre<br />

o paciente com <strong>perio</strong>dontite e o indivíduo saudável<br />

estaria na produção excessiva de citocinas durante<br />

o processo inflamatório. Possíveis mecanismos para<br />

a relação infecção-inflamação locais e alterações<br />

sistêmicas estariam relacionados com a capacidade de<br />

inflamação crônica, como a <strong>perio</strong>dontite, de iniciar e<br />

manter níveis sistêmicos elevados de diversas citocinas<br />

37<br />

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R. Periodontia - 20(3):37-41<br />

relacionadas com a resposta da fase aguda da inflamação,<br />

em especial, a proteína C-reativa 9 .<br />

O tratamento da <strong>perio</strong>dontite pode alcançar sucesso<br />

por meio de instruções de higiene oral, eliminação de fatores<br />

retentivos do biofilme dental, remoção mecânica daquele<br />

biofilme e do cálculo dental na maioria dos casos 10 , mas<br />

uma parcela da população não responde de forma efetiva à<br />

terapêutica <strong>perio</strong>dontal, apesar de receberem tratamento e<br />

manutenção adequados 11 .<br />

A terapia <strong>perio</strong>dontal de suporte é parte integrante da<br />

terapêutica <strong>perio</strong>dontal 12 e deve incluir uma atualização da<br />

história médica e odontológica do paciente, a análise dos<br />

exames clínicos e radiográficos, a remoção do biofilme dental<br />

e cálculo supragengival e, intervenção subgengival, quando<br />

necessário 13 .<br />

A homeopatia é um sistema terapêutico complexo,<br />

vitalista, ou seja, não só aceita como sustenta que todo ser vivo<br />

tem, além de seu corpo material, um princípio vital imaterial<br />

de atenção integral à saúde 14 , entendendo-se o processo de<br />

adoecimento como um enfraquecimento dos mecanismos<br />

normais de adaptação e compensação, correlacionando este<br />

desequilíbrio orgânico às diversas manifestações sintomáticas<br />

do indivíduo (pensamentos, sentimentos, sensações, desejos<br />

e aversões, predisposições climáticas, aspectos do sono, além<br />

dos aspectos clínicos habituais), utilizando esta “totalidade de<br />

sintomas” como referencial para diagnosticar o padecimento<br />

da força vital (predisposição individual, suscetibilidade mórbida<br />

ou desequilíbrio homeostático) e para prescrever, segundo o<br />

princípio da similitude, os medicamentos que despertam um<br />

conjunto de sintomas semelhantes nos indivíduos sadios -<br />

Similia similibus curentur 15 .<br />

A Periodontia tem valorizado a individualidade e a<br />

suscetibilidade do paciente na instalação e progressão das<br />

<strong>perio</strong>dontites 1,16 . A definição de critérios de suscetibilidade à<br />

<strong>perio</strong>dontite constitui uma busca constante e importante da<br />

Periodontia moderna. Inúmeros trabalhos científicos têm sido<br />

publicados na identificação de indivíduos suscetíveis, entre<br />

eles, avaliando-se características do sistema imune inato e<br />

adquirido, como alterações em neutrófilos 17 , alterações na<br />

quantidade e especificidade de anticorpos 18 , polimorfismos<br />

genéticos de citocinas IL1 19 , IL4 20 e TNFa 21 e tipos de HLA 22 .<br />

Esta valorização da individualidade e suscetibilidade há<br />

muito tempo são atributos defendidos pela Homeopatia 12 .<br />

Esta racionalidade médica individualiza os sintomas<br />

homeopáticos antes da prescrição e tem como um dos seus<br />

embasamentos, que se os indivíduos são diferentes, seus<br />

medicamentos deverão ser também diferentes, o que é oposto<br />

à medicina enantiopática, ou seja, à medicina tradicional, que<br />

trata as patologias com um mesmo medicamento ou grupo<br />

de medicamentos, sem individualizar o paciente 12 .<br />

Assim, o objetivo deste estudo é relatar um caso de<br />

paciente com diagnóstico de <strong>perio</strong>dontite crônica não<br />

respondida satisfatoriamente à terapia <strong>perio</strong>dontal, onde<br />

foi usada terapia homeopática como coadjuvante à terapia<br />

<strong>perio</strong>dontal de suporte.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

A paciente foi atendida na Clínica de Especialização<br />

de Periodontia da Faculdade de Odontologia da UERJ,<br />

por alunos do Curso de Especialização em Periodontia. As<br />

consultas homeopáticas com duração média de duas horas<br />

constaram de coletas de sintomas homeopáticos que foram<br />

hierarquizados, repertorizados e comparados com as Matérias<br />

Médicas Homeopáticas Puras e Comparadas.<br />

O acolhimento do doente foi respaldado pela aprovação<br />

do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário<br />

Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro,<br />

Processo 1952-CEP/HUPE/2008, tendo o paciente lido e<br />

assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.<br />

Para se evitar o viés de aviamento do medicamento,<br />

nas várias doses prescritas, em farmácias homeopáticas<br />

diferentes, o medicamento foi produzido, exclusivamente,<br />

pela Magistrallis Homeopática Ltda (Magistrallis Homeopatia).<br />

Relato de Caso<br />

Paciente do gênero feminino, 49 anos, fumante de mais<br />

de um maço de cigarros/dia há mais de cinco anos, portadora<br />

de osteoporose fazendo reposição de Cálcio, apresentando<br />

21 dentes, iniciou o tratamento <strong>perio</strong>dontal em julho de<br />

2005 com diagnóstico de <strong>perio</strong>dontite crônica generalizada.<br />

Naquela ocasião, foi realizada a terapêutica <strong>perio</strong>dontal com<br />

orientação das técnicas de higienização bucal, raspagens<br />

supra e subgengivais e foram aferidos o Índice de Placa (IP) 23<br />

e o Percentual de Sangramento à Sondagem (SS), o qual foi<br />

mensurado através do método dicotômico 24, preconizado<br />

pela clínica de Especialização de Periodontia da FOUERJ,<br />

isto é, aquele que leva em consideração se houve ou não<br />

sangramento á sondagem (tempo 1, Quadro 1). A partir<br />

de 2006, a paciente foi submetida à terapêutica <strong>perio</strong>dontal<br />

de suporte com intenso controle profissional da placa (em<br />

intervalos menores que três meses) porque seu controle<br />

caseiro de placa não era suficiente (IP > 30%). Além disso,<br />

foram realizadas raspagens supra e subgengivais, quando<br />

necessários. Em março de 2008, apesar de todo o esforço<br />

clínico, muitas bolsas <strong>perio</strong>dontais permaneciam profundas<br />

e o controle caseiro de placa continuava insuficiente (IP ><br />

30%.), conforme a distribuição dos sítios sondados, em seis<br />

38<br />

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Quadro 1<br />

Resultado das Profundidades de Sondagens de Bolsas (PSB), do Índice de Placa (IP) e do Percentual<br />

de Sangramento à Sondagem (SS) ao longo do tempo.<br />

TEMPO 1<br />

(07/2005)<br />

Exame inicial<br />

TEMPO 2<br />

(03/2008)<br />

Reavaliação pré-homeopatia<br />

TEMPO 3<br />

(11/2009)<br />

Reavaliação pós-homeopatia<br />

IP 84,5% 69,0% 29,8%<br />

SS 26,1 10,2% 4,5%<br />

PSB SÍTIOS (n) SÍTIOS (n) SÍTIOS (n)<br />


R. Periodontia - 20(3):37-41<br />

menores que três meses.<br />

Portanto, pode-se depreender que a paciente apresentou<br />

redução significativa do PSB, IP e SS após a administração do<br />

medicamento homeopático (Quadro 1).<br />

A Homeopatia com uma abordagem mais globalizante,<br />

considera os diversos aspectos da individualidade humana<br />

(psíquicos, emocionais, sócio-ambientais, climáticos,<br />

alimentares, etc.) como parte constituinte ou desencadeadora<br />

dos distúrbios orgânicos. Isso acontece porque a interação<br />

entre esses diversos fatores interfere no adoecer e no<br />

estar saudável. A Homeopatia se propõe a atuar nessas<br />

várias esferas de forma integrada, englobando as diversas<br />

suscetibilidades do indivíduo no diagnóstico do desequilíbrio<br />

vital e na escolha do medicamento homeopático 26 .<br />

Segundo Teixeira (2007) 15 , ao valorizar a totalidade de<br />

sintomas característicos na individualidade enferma, tanto<br />

no entendimento da doença, quanto na escolha do meio de<br />

cura, pressupõem-se fundamentos da fisiologia integrativa<br />

moderna, priorizando as manifestações sintomáticas do<br />

estado psíquico-emocional por observar, segundo uma<br />

concepção psicossomática ou holística do adoecimento<br />

humano, que “em todas as doenças físicas, a disposição<br />

psíquica e mental está sempre se modificando e, em todos<br />

os casos de doença, que devem ser curados, o estado<br />

psíquico deve concorrer como um dos mais notáveis no<br />

conjunto característico dos sintomas se quisermos traçar<br />

um quadro fidedigno da doença, a fim de poder tratá-la<br />

homeopaticamente com êxito”.<br />

the results of this case report, the authors concluded that<br />

homeopathy as adjunct therapy to mechanical <strong>perio</strong>dontal<br />

treatment contributed to the reduction of the number of<br />

sites with probing pocket depths. However, further controlled<br />

clinical studies are necessary to evaluate the real benefit<br />

of Homeopathy as adjunct to the treatment of chronic<br />

<strong>perio</strong>dontitis.<br />

UNITERMS: chronic <strong>perio</strong>dontitis, support <strong>perio</strong>dontal<br />

therapy, homeopathy.<br />

CONCLUSÕES<br />

De acordo com os dados clínicos apresentados, pode-se<br />

sugerir que a Homeopatia pode ser eficaz para auxiliar no<br />

sucesso da terapia <strong>perio</strong>dontal de suporte. Mais estudos são<br />

necessários para se estabelecer se o uso da Homeopatia deve<br />

ser associado ao tratamento <strong>perio</strong>dontal de suporte.<br />

ABSTRACT<br />

In Periodontology, the patient´s individuality and<br />

susceptibility are important points on the initiation and<br />

progression of <strong>perio</strong>dontitis, attributes also considered by<br />

Homeophaty. The aim of this study was to describe the<br />

<strong>perio</strong>dontal treatment of a patient with chronic <strong>perio</strong>dontitis in<br />

which, together with the maintenance program, homeophaty<br />

treatment was introduced. The basic therapy was associated<br />

with homeophatic appointments, and a single homeophatic<br />

medication was prescribed. The results showed a 55%<br />

reduction of sites with <strong>perio</strong>dontal pockets. According to<br />

40<br />

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R. Periodontia - 20(3):37-41<br />

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Endereço para correspondência:<br />

Edivaldo Barbosa da Silva<br />

Rua Conde de Bonfim, <strong>31</strong>0 - sala 702 - Tijuca<br />

CEP 20520-054 - Rio de Janeiro - RJ<br />

E-mail: edivaldo_barbosa@hotmail.com<br />

41<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

R. Periodontia - Data 2009 - Volume 00 - Número 00<br />

PLANEJAMENTO <strong>REV</strong>ERSO NA CORREÇÃO DE SORRISO<br />

GENGIVAL<br />

Reverse planning on the correction of gummy smile<br />

Pedro Henrique Duarte França de Castro 1 , Luana Pontes Barros Lopes 1 , Maurício Crispin 2 , Suellen de Lima e Silva 3 , Miriam<br />

Raquel Ardigó Westphal 4<br />

42<br />

RESUMO<br />

Este trabalho objetiva destacar a importância do planejamento<br />

reverso para correção de sorriso gengival. Levanta-se<br />

o tema a partir de um relato de caso, com o diagnóstico<br />

de erupção passiva alterada. O tratamento de escolha<br />

foi o aumento de coroa clínica no sextante su<strong>perio</strong>r<br />

anterior com planejamento reverso. O planejamento reverso<br />

consiste na confecção de um guia cirúrgico que possui<br />

diversas funções, tais como definir plano e arquitetura<br />

gengival para as incisões iniciais, estabelecer referência para<br />

osteoplastia e determinação da posição do zênite, e ainda<br />

simular o resultado esperado. Assim, é possível avaliar o<br />

impacto do tratamento proposto e, além disso, o paciente<br />

pode interagir e avaliar os resultados esperados. Para a confecção<br />

do guia cirúrgico executou-se moldagem com<br />

silicone de adição Adsil®, objetivando copiar fielmente os<br />

detalhes anatômicos dos dentes e gengivas. O modelo foi<br />

confeccionado em gesso especial e, aplicando os princípios<br />

estéticos de zênites sobre o modelo, foi realizado o<br />

enceramento das faces vestibulares até a área cervical a ser<br />

removida. A prensagem do guia foi feita com resina acrílica,<br />

não diferindo dos passos de prensagem de uma prótese<br />

total. Foi realizada a cirurgia e após 45 dias observou-se<br />

que o resultado almejado foi alcançado sem necessidade<br />

de cirurgias adicionais. Conclui-se que o planejamento reverso<br />

confere ao procedimento alto grau de precisão e<br />

previsibilidade.<br />

UNITERMOS: Periodontia; cirurgia plástica; estética<br />

dentária. R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:42-46.<br />

1 Graduandos em em Odo Odontologia da da FAO-UFAM<br />

2 Especialista em Periodontia pela pela USP-SP<br />

3 Especialista em Periodontia pela pela USP-BA<br />

4 Mestre em Periodontia –- SL Mandic, Doutoranda em em Biotecnologia – UFAM, - UFAM, Professora Auxiliar Auxuliar de de<br />

Periodontia -- UFAM<br />

Recebimento: 20/07/10 00/00/00 -- Correção: 19/08/10 00/00/00 - - Aceite: 03/09/10 00/00/00<br />

INTRODUÇÃO<br />

Os padrões atuais de beleza estão ganhando<br />

maior importância e cada vez mais a estética é exigida<br />

pelos pacientes nos consultórios odontológicos. A<br />

exposição de 3 mm de gengiva além dos limites<br />

cervicais do dente é aceitável sob o ponto de vista<br />

estético. Um sorriso é tido como gengival se mais de<br />

3mm de gengiva é visível durante um sorriso moderado.<br />

O sorriso forçado permite confirmar essa impressão.<br />

Uma quantidade excessiva de tecido mole<br />

não é antiestética em si, dependendo sobremaneira<br />

da forma cujo excesso está disposto em relação aos<br />

dentes e lábios, e essencialmente da autopercepção<br />

do paciente (Borghetti, 2002). Todo caso de sorriso<br />

gengival pode ser corrigido, podendo integrar várias<br />

especialidades da odontologia, uma vez que a causa<br />

pode ser bastante variada (Fosquiera, 2009). O<br />

crescimento vertical da maxila - que pode ser diagnosticado<br />

através de radiografias cefalométricas pela<br />

discrepância do osso maxilar - pode ser corrigido através<br />

de cirurgia ortognática. Outra possível causa é a<br />

hiperfunção dos músculos elevadores do lábio ou<br />

lábios curtos, que podem ser corrigidos apenas com<br />

aplicação de toxina botulínica. E outra etiologia bastante<br />

relatada é a erupção passiva alterada dos dentes,<br />

onde o <strong>perio</strong>donto não migra satisfatoriamente<br />

77<br />

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VOL. 00 - Nº 00 - DATA 2009<br />

R. Periodontia - 20(3):42-46<br />

Quadro 1<br />

CLASSIFICAÇÃO MCGUIRE (1998) DE ERUPÇÃO PASSIVA ALTERADA E A P<strong>REV</strong>ISIBILIDADE DE TRATAMENTO<br />

Classificação McGuire (1998) Conjugação Tratamento<br />

Tipo I: JMG apical à crista óssea Subtipo A – pelo menos 2 mm Gengivoplastia<br />

entre a JAC e a crista óssea<br />

Subtipo B – menos de 2mm Gengivoplastia e osteotomia<br />

entre a JAC e a crista óssea<br />

Tipo II: JMG no nível ou Subtipo A – pelo menos 2 mm Retalho de espessura parcial<br />

coronal à crista óssea entre a JAC e a crista óssea deslocado apicalmente<br />

Subtipo B – menos de 2mm<br />

entre a JAC e a crista óssea<br />

Retalho de espessura total<br />

deslocado apicalmente e<br />

osteotomia<br />

em sentido apical, recobrindo assim a junção<br />

amelocementária (JAC), deixando uma coroa clínica pequena<br />

e o sorriso semelhante ao de uma criança. Além dessas<br />

causas a literatura se refere, em menor freqüência, à extrusão<br />

dentoalveolar e a combinação de vários fatores (Silva, 2007).<br />

A erupção passiva alterada foi classificada por McGuire em<br />

1998, tendo como parâmetros a junção mucogengival (JMG)<br />

e a crista óssea (In: Suzuki, 2008). A classificação confere<br />

uma previsibilidade de tratamento para cada tipo estabelecido<br />

(Quadro 1).<br />

Convencionalmente, este procedimento cirúrgico vem<br />

sendo realizado tendo como parâmetro, para as incisões iniciais<br />

e osteotomia, a JAC. Para tal, utiliza-se uma sonda<br />

milimetrada para localização da JAC e transferência da profundidade<br />

para a gengiva marginal. Pode-se nestes casos<br />

lançar mão de um método auxiliar para o ato cirúrgico: o<br />

planejamento reverso, que consiste na confecção de um guia<br />

cirúrgico com diversas funções, tais como: 1) definir plano e<br />

arquitetura gengival para as incisões iniciais; 2) estabelecer<br />

referência para osteoplastia e a posição do zênite; e 3) simular<br />

o resultado esperado. Assim, podemos avaliar o impacto<br />

do tratamento proposto e, além disso, o paciente pode<br />

interagir e avaliar os resultados esperados (Gusmão, 2006;<br />

Suzuki, 2008).<br />

Antes do exame intrabucal, uma anamnese do paciente<br />

é imprescindível em um contexto tão subjetivo quanto o<br />

estético. Para isso, é valido questionar o que o paciente acha<br />

da estética de sua gengiva e o que espera do tratamento.<br />

(Chen, 1998). Os tecidos gengivais devem ser avaliados por<br />

sua dimensão, seu estado de saúde, forma, contorno e cor.<br />

Os dentes também devem ser examinados, avaliando o comprimento<br />

da coroa clínica dos dentes (da borda incisal à gengiva<br />

marginal), e da coroa anatômica (da borda incisal até a<br />

JAC), sendo esta aferível pela sonda <strong>perio</strong>dontal no sulco,<br />

salvo as exceções onde esta está abaixo da crista óssea<br />

(Borghetti, 2002).<br />

RELATO DE CASO<br />

Paciente R.M, gênero feminino, 20 anos, compareceu à<br />

clínica de <strong>perio</strong>dontia da UFAM, tendo como queixa principal<br />

o sorriso gengival (Fig. 1). Ao exame clínico foi observada<br />

profundidade de sondagem média de 2,5mm, ausência de<br />

sangramento gengival, bom controle de biofilme dental e<br />

abaulamento ósseo vestibular acentuado. Por meio de sondagem<br />

clínica não foi possível identificar a JAC, sendo<br />

Fig.1 - Aspecto inicial.<br />

78<br />

Fig. 2 – Radiografias periapicais iniciais.<br />

43<br />

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R. Periodontia - 20(3):42-46<br />

VOL. 00 - Nº 00 - DATA 2008<br />

Fig. 3 - Princípios estéticos de zênites sobre o modelo.<br />

Fig. 6 – Guia cirúrgico obtido após a prensagem com resina acrílica.<br />

Fig. 4 - Enceramento das faces vestibulares até a área cervical a ser removida.<br />

Fig. 7 – O apoio para a lâmina de bisturi tangenciar com precisão a incisão inicial.<br />

Fig. 5 - Cera na oclusal dos primeiros molares para conferir estabilidade ao guia – modelo já<br />

incluído na mufla.<br />

identificada apenas em radiografia periapical, considerando<br />

que esta se localizava abaixo da crista óssea alveolar (Fig. 2),<br />

fechando o diagnóstico de erupção passiva alterada tipo IB.<br />

O tratamento de escolha foi o aumento de coroa clínica<br />

no sextante su<strong>perio</strong>r anterior, com planejamento reverso. Para<br />

a confecção do guia cirúrgico, executou-se moldagem com<br />

silicone de adição Adsil®, material indicado para copiar com<br />

detalhes a anatomia de dentes e gengiva. O modelo foi confeccionado<br />

em gesso especial. Aplicaram-se os princípios<br />

Fig. 8 – Pós operatório de 45 dias.<br />

estéticos de zênites sobre o modelo com lápis cópia (Fig. 3)<br />

e foi realizado o enceramento das faces vestibulares até a<br />

área cervical a ser removida (Fig. 4).<br />

O enceramento teve espessura aproximada de 2 mm e<br />

o término cervical apresentando ângulo de 90º com a superfície<br />

de gesso. Essa borda serviu de apoio para a lâmina<br />

de bisturi tangenciar com precisão a incisão inicial (Fig. 7).<br />

44 79<br />

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VOL. 00 - Nº 00 - DATA 2009<br />

R. Periodontia - 20(3):42-46<br />

Acrescentou-se cera na oclusal dos primeiros molares<br />

para conferir estabilidade ao guia (Fig. 5).<br />

A prensagem do guia foi feita com resina acrílica<br />

autopolimerizável, não diferindo dos passos de prensagem<br />

de uma prótese total (Fig. 6). Após o preparo básico, foi realizada<br />

a cirurgia, consistindo de gengivectomia, osteotomia<br />

e osteoplastia.<br />

RESULTADOS<br />

O caso foi acompanhado até o 45º dia de pós-cirúrgico,<br />

quando se notou que o resultado almejado foi alcançado<br />

sem necessidade de cirurgias adicionais (Fig. 8). A paciente<br />

relatou grande satisfação com o resultado.<br />

DISCUSSÃO<br />

Para o planejamento cirúrgico, se faz necessário o diagnóstico<br />

da causa do sorriso gengival (Fosquiera, 2009; Suzuki,<br />

2008; Araújo, 2007; Silva, 2007; Gusmão 2006). Segundo<br />

classificação de McGuire (1998), o caso de R. M. enquadrouse<br />

como erupção passiva alterada Tipo I Subtipo B, por apresentar<br />

larga faixa de gengiva inserida, margem gengival<br />

recobrindo a JAC e JMG apical à crista óssea. Portanto, a<br />

opção cirúrgica passou a ser aquela que permitiria acesso<br />

aos tecidos de sustentação, para realizar osteotomia e<br />

osteoplastia. Neste caso clínico, optou-se pela técnica de<br />

Retalho de Widman Modificado, possibilitando assim corrigir<br />

altura gengival, ter acesso ao tecido ósseo e corrigir o volume<br />

ósseo na face vestibular da maxila. O que não seria possível<br />

se houvesse um planejamento errôneo com a execução<br />

da técnica de gengivectomia, que permitiria trabalhar<br />

somente em tecido <strong>perio</strong>dontal de proteção, sem acesso aos<br />

tecidos <strong>perio</strong>dontais de suporte (Suzuki, 2008; Carranza,<br />

2004; Lindhe, 2003). Convencionalmente, este procedimento<br />

cirúrgico vem sendo realizado tendo como parâmetro, para<br />

as incisões iniciais e osteotomia, a JAC (Rossi, 2008; Suzuki,<br />

2008; Silva, 2007). Porém, o planejamento reverso oferece<br />

benefícios frente à abordagem convencional como: definição<br />

da arquitetura gengival bilateralmente; utilização de proporções<br />

estéticas nas dimensões da coroa clínica dos dentes,<br />

estabelecimento de referência para osteotomia, diminuição<br />

do tempo operatório e alto grau de precisão e<br />

previsibilidade nos resultados (Pires, 2<strong>01</strong>0; Joly, 2009; Araújo,<br />

2007). A confecção do guia cirúrgico pode ser realizada<br />

com silicone, um material transparente (Pires, 2<strong>01</strong>0). Entretanto,<br />

a resina acrílica foi escolhida por possibilitar a simulação<br />

do resultado almejado e a interação do paciente no planejamento<br />

(Joly, 2009; Araújo, 2007).<br />

CONCLUSÃO<br />

O planejamento reverso está indicado para a cirurgia de<br />

correção de sorriso gengival por erupção passiva alterada,<br />

uma vez que oferece ao profissional mais segurança no ato<br />

cirúrgico, por conferir ao procedimento alto grau de precisão<br />

e previsibilidade, além de apresentar benefícios frente à abordagem<br />

convencional como: definição harmônica da arquitetura<br />

gengival de forma bilateral, possibilidade de aplicação<br />

de proporções estéticas nas dimensões dos dentes e por<br />

permitir ao paciente vislumbrar o resultado esperado.<br />

ABSTRACT<br />

This paper aims to highlight the importance of reverse<br />

planning to the correction of gummy smile which is raised<br />

from a case report. With the diagnosis of altered passive<br />

eruption, the choosen treatment was the increase of the<br />

clinical crown in the upper anterior sextant with reverse<br />

planning. The reverse planning consists in preparing a surgical<br />

guide that has many functions, such as plan and gingival<br />

architecture for initial incisions, act as a reference to<br />

osteoplasty and to the position of the zenith and to simulate<br />

the expected results. Thus, it is possible to assess the impact<br />

of the proposed treatment and, moreover, the patient can<br />

interact and evaluate the possible outcome. To prepare the<br />

surgical guide, it was used polysiloxane Adsil ®, to copy<br />

faithfully the anatomic details of teeth and gums. The model<br />

was made of special plaster and applying the principles of<br />

esthetic zenith on the model, the waxing of the buccal faces<br />

was performed until the cervical area to be removed. The<br />

pressing of the guide was made with acrylic resin, not differing<br />

from the steps of pressing of a denture. Surgery was<br />

performed, and after 45 days it was observed that the desired<br />

results were achieved without the need for additional<br />

surgeries. It can be concluded that the reverse planning gives<br />

to the procedure a high degree of precision and predictability.<br />

UNITERMS: Periodontics, plastic surgery and cosmetic<br />

dentistry.<br />

80<br />

45<br />

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R. Periodontia - 20(3):42-46<br />

VOL. 00 - Nº 00 - DATA 2008<br />

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de Odontol. 2008; 2(2):1-56.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Pedro Henrique Duarte França de Castro<br />

Alameda Alaska, nº2<strong>01</strong>, apto. 1502, Ponta Negra<br />

Manaus - Amazonas – Brasil<br />

Tel.: 55 92 8239-2556<br />

E-mail: phcastro44@hotmail.com<br />

46 81<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

Dental Students’ Overall Knowledge Regarding<br />

Oral Antiseptics<br />

Conhecimento geral de estudantes de odontologia a respeito de antissépticos bucais<br />

Alex Nogueira Haas 1 , Manuela Furtado Flores 2 , José Pelino 3 , Angela Della Gatta 4<br />

RESUMO<br />

O objetivo deste estudo observacional transversal foi<br />

avaliar o conhecimento de estudantes de Odontologia<br />

a respeito de antissépticos bucais. De um total de 93<br />

estudantes elegíveis, 80 (média de idade 22,3 anos; 66,2%<br />

mulheres) participaram respondendo a um questionário<br />

estruturado de perguntas fechadas sobre antissépticos<br />

bucais. Estudantes do 5 o e 8 o semestres participaram<br />

do estudo respondendo ao questionário em sala de aula<br />

durante um dia regular de aulas. Os antissépticos avaliados<br />

foram clorexidina, óleos essenciais, cloreto de cetilpiridíneo<br />

e triclosan por serem dominantes no mercado brasileiro e<br />

possuírem maior número de artigos científicos disponíveis<br />

na literatura. 46,2% dos estudantes responderam que<br />

raramente indicam ou indicariam antissépticos a um<br />

paciente com gengivite, sem diferença significativa entre<br />

os semestres. Cerca de 85% dos estudantes consideraram<br />

clorexidina o agente com maior substantividade, sendo<br />

que houve maior variabilidade nas respostas dos alunos<br />

do 5 o comparados aos do 8 o semestre (Qui-quadrado<br />

p=0,02). Todos os alunos consideraram clorexidina o<br />

agente padrão-ouro para prescrição após cirurgias bucais.<br />

Triclosan foi considerado por 62,8% dos estudantes como<br />

o antisséptico com maior benefício clínico, todavia, mais<br />

de um quarto dos estudantes não soube responder qual<br />

o agente mais benéfico. Mas 62,5% dos estudantes não<br />

souberam responder qual a prescrição correta de óleos<br />

essenciais. Pode-se concluir que existiu alta variabilidade<br />

no conhecimento de estudantes de odontologia sobre<br />

antissépticos bucais.<br />

UNITERMOS: antissépticos bucais, estudantes de<br />

odontologia, educação em odontologia. R Periodontia<br />

2<strong>01</strong>0; 20:47-52.<br />

1<br />

DDS, MSc, PhD. Adjunct Professor of Periodontology, Federal University of Rio Grande do Sul.<br />

Porto Alegre, Brazil.<br />

2<br />

DDS. MSc student, Periodontology, Federal University of Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Brazil.<br />

3<br />

DDS, MSc, PhD. Scientific and Professional Affairs Manager, Research & Development at Johnson<br />

& Johnson, São Paulo, Brazil.<br />

4<br />

DDS, MSc. Dental Science Liason, Johnson & Johnson, São Paulo, Brazil. Assistant Professor of<br />

Restorative Dentistry, FMU, São Paulo, Brazil<br />

Recebimento: <strong>01</strong>/06/10 - Correção: 23/07/10 - Aceite: 30/08/10<br />

INTRODUction<br />

Oral antiseptics are recognized to provide clinical<br />

benefits in terms of reduction of plaque and gingivitis<br />

(Gunsolley, 2006; Stoeken et al., 2007). They are mostly<br />

present in mouthwashes for daily use as adjuvants to<br />

mechanical plaque control. There are numerous active<br />

agents that had been tested over the decades and<br />

are available in the market (Barnett, 2006; Silverman<br />

& Wilder, 2006). These comprise mainly chlorhexidine,<br />

essential oils, triclosan and cetylpirydine chloride. In<br />

Brazil, there still are some natural agents claiming to<br />

have anti-plaque and anti-gingivitis effects, although<br />

the evidences are weak and sparse (Lotufo et al.,<br />

2005).<br />

Besides there is a plethora of evidence regarding<br />

the clinical efficacy of oral antiseptics, personal<br />

communications indicate that clinicians still<br />

demonstrate some concerns about the clinical<br />

relevance of such agents. One of the possible<br />

explanations for such concerns may be the lack of<br />

knowledge of dentists regarding properties, efficacy,<br />

safety and clinical outcomes of oral antiseptics.<br />

Nevertheless, this issue has not yet been studied<br />

systematically in the literature. Thus, the aim of the<br />

present study was to evaluate the knowledge of<br />

47<br />

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R. Periodontia - 20(3):47-52<br />

dental students from a public dental school in the south Brazil<br />

regarding oral antiseptics.<br />

MATERIAL AND METHODS<br />

Study design and sample<br />

This was a cross-sectional observational study. The sample<br />

consisted of dental students from the Faculty of Dentistry of<br />

the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto<br />

Alegre, Brazil. The course at this public university has 5 years<br />

of length and is divided into 10 semesters. Students coursing<br />

the 5 th and the 8 th semesters were invited to participate. The<br />

reason for selecting students from two distinct moments in the<br />

course is that these semesters are composed by the first and<br />

the last disciplines, respectively, in which the students attend<br />

patients under supervision of professors. As a consequence,<br />

the present sample comprises two groups of students with<br />

different clinical backgrounds.<br />

A total of 93 students were eligible for the study, 53 and<br />

40 from the 5 th and 8 th semesters, respectively. Overall, 13<br />

(14%) students were absent in the day of the study, resulting in<br />

a sample of 80 (86%) students. Table 1 describes age, gender<br />

and the distribution of students according to semester.<br />

Questionnaire<br />

A structured questionnaire (Table 2) was applied to<br />

evaluate students’ self-reported knowledge regarding oral<br />

antiseptics. End-closed questions were formulated. The<br />

questionnaire approached indication/recommendation,<br />

posology, the concept of substantivity, clinical outcomes of<br />

agents, and the link between antiseptics and brands.<br />

Target oral antiseptics<br />

The Brazilian market of oral antiseptics has a broad<br />

spectrum of active agents, including industrialized and natural<br />

agents. It would be not feasible to evaluate knowledge<br />

regarding all possibilities in the market. Thus, we developed<br />

questions about agents presenting the highest amount of<br />

evidence and also dominating the market in the country:<br />

chlorhexidine, essential oils, triclosan and cetylpirydine<br />

chloride.<br />

Setting<br />

Students answered the questionnaire into a classroom in<br />

the Faculty in an ordinary class day. They were informed that<br />

participation in the study would not imply in any negative<br />

impact in their grades during the semester. Each participant<br />

Table 1<br />

Characteristics of study participants according to semester of dental education<br />

Variable 5 th semester 8 th semester Total<br />

N 46 (57.5%) 34 (42.5%) 80 (100%)<br />

Age 21.5 ± 1.7 23.4 ± 2.0 22.3 ± 2.1<br />

Gender<br />

Male 32 (69.6%) 21 (61.8%) 53 (66.2%)<br />

Female 14 (30.4%) 13 (38.2%) 23 (33.8%)<br />

Table 2<br />

End-closed questions included in the questionnaire.<br />

Questions<br />

1- Do you or would you recommend daily use oral antiseptics to a patient with gingivitis?<br />

2- Which of the following active agents demonstrates the highest substantivity?<br />

3- Which of the following active agents is considered the gold-standard to be used after oral surgery?<br />

4- Which of the following active agents is present in (BRAND NAMES)?<br />

5- Which of the following active agents demonstrates the largest clinical benefit according to the scientific literature?<br />

6- Which of the bellow prescriptions does the manufacturer of essential oils recommend?<br />

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was voluntary and the present study followed the ethical<br />

guidelines. They were distributed in the room to avoid any<br />

discussion between one to each other in case of doubts.<br />

Students’ names were not provided in the questionnaire.<br />

Statistical analysis<br />

Data were presented in percentage distributions and cross<br />

tabulation. Comparisons between the 5 th and 8 th semesters<br />

were made by the Chi-square and Fisher’s exact test whenever<br />

indicated. The level of significance was set at 5%.<br />

RESULTS<br />

The answers regarding indication of oral antiseptics were<br />

provided in a Likert scale (question 1; Table 3). The majority of<br />

students (46.2%) answered that they rarely indicate an oral<br />

antiseptic for a patient with gingivitis. Similar percentages of<br />

students reported sometimes (24.4%) and never (28.4%).<br />

None of the students reported to always indicate an oral<br />

antiseptic. There was no significant difference between<br />

students in the 5 th and 8 th semester in the distribution of<br />

answers regarding indication for patients with gingivitis.<br />

The majority of students (85%) considered chlorhexidine<br />

the agent with the highest substantivity (question 2; Table<br />

4). However, students from the 5 th semester demonstrated<br />

higher variability in the answers compared to those from<br />

the 8 th semester (p=0.02). 15.2% of the students from the<br />

5 th semester did not know to answer the question about<br />

substantivity. On the contrary, independently of the semester<br />

all students agreed to answer that chlorhexidine should be<br />

the gold-standard alternative for post-operative prescription<br />

after oral surgery (question 3).<br />

Table 3<br />

Students’ knowledge regarding recommendation of oral antiseptics for gingivitis patients according to semester of dental education.<br />

Answers 5 th semester 8 th semester Total<br />

Always 0% 0% 0%<br />

Sometimes 27.3% 20.6% 24.4%<br />

Rarely 47.7% 44.1% 46.2%<br />

Never 22.7% 35.3% 28.2%<br />

Don’t know 2.3% 0% 1.2%<br />

Chi-square: p=0.52<br />

Table 4<br />

Students’ knowledge regarding substantivity of oral antiseptics according to semester of dental education.<br />

Answers 5 th semester 8 th semester Total<br />

Essential oils 0% 0% 0%<br />

Chlorhexidine 73.9% 100% 85%<br />

Cetylpirydine chloride 2.2% 0% 1.3%<br />

Triclosan 8.7% 0% 5.0%<br />

Don’t know 15.2% 0% 8.7%<br />

Chi square: p= 0.02<br />

Table 5<br />

Students’ knowledge regarding the link between active agents and brands of oral antiseptics (percentage of right answers<br />

according to semester of dental education).<br />

Answers 5 th semester 8 th semester p*<br />

Plax 54.4% 85.3% 0.004<br />

Listerine 45.4% 78.8% 0.005<br />

Periogard 89.1% 94.1% 0.69<br />

Cepacol 37.0% 52.9% 0.18<br />

*Between groups comparison, Fisher’s exact test.<br />

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R. Periodontia - 20(3):47-52<br />

Table 5 demonstrates the distribution of answers about<br />

the knowledge of students regarding the link between active<br />

agents and brands in the two semesters (question 4). Most of<br />

the students in the two semesters gave the right answer for a<br />

brand of antiseptic with chlorhexidine (89.1% and 94.1% for<br />

the 5 th and 8 th semester, respectively; p=0.69). Although there<br />

was no significant difference between the two semesters,<br />

the lowest percentages of right answers were observed for<br />

an antiseptic with cetylpirydine chloride (37% and 52.9%;<br />

p=0.18). Significant differences were observed between<br />

the 5 th and 8 th semesters regarding triclosan (p=0.004) and<br />

essential oils (p=0.005), with higher percentages of students<br />

from the 8 th semester answering correctly about these two<br />

agents (85.3% and 78.8%, respectively).<br />

For the question about the largest clinical benefit observed<br />

in the literature (question 5), essential oils, cetylpirydine<br />

chloride, triclosan and hydrogen peroxide were included as<br />

possible answers (Table 6). The majority of students (62.8%)<br />

answered that triclosan has the largest clinical effect. More<br />

than one fourth of them did not know what to answer. None<br />

of the students answered considered hydrogen peroxide to<br />

have the best clinical benefit. No significant difference was<br />

observed between semesters (p=0.26).<br />

To evaluate the knowledge regarding posology, question 6<br />

was formulated taking essential oils as an example. 62.5% of<br />

the students did not know the correct answer (Table 7). Only<br />

8.8% provided the right answer, and a statistically significant<br />

difference was observed between semesters (p=0.03).<br />

Table 6<br />

Students’ knowledge regarding clinical benefit of oral antiseptics observed in the literature according to semester of dental education.<br />

Answers 5 th semester 8 th semester Total<br />

Hydrogen peroxide 0% 0% 0%<br />

Essential oils 6.8% 5.9% 6.4%<br />

Cetylpirydine chloride 4.6% 5.9% 5.1%<br />

Triclosan 54.5% 73.5% 62.8%<br />

Don’t know 34.1% 14.7% 25.7%<br />

Chi -square: p= 0.26<br />

Table 7<br />

Students’ knowledge regarding posology of essential oils according to semester of dental education.<br />

Answers 5th semester 8th semester Total<br />

15ml, 1min, 12/12h 6.5% 17.7% 11.3%<br />

10ml, 1min, 12/12h 19.6% 5.9% 13.7%<br />

20ml, 30s, 12/12h 13.0% 2.9% 8.8%<br />

10 ml diluted 6.5% 0% 3.7%<br />

Don’t know 54.3% 73.5% 62.5%<br />

Chi-square: p=0.03<br />

DISCUSSION<br />

The present cross-sectional study demonstrated that the<br />

knowledge of dental students from a Brazilian dental school<br />

regarding some issues about oral antiseptics varies consistently.<br />

Students demonstrated good knowledge about chlorhexidine.<br />

On the contrary, a high proportion of students demonstrated<br />

lack of knowledge about essential oils, cetylpirydine chloride<br />

and triclosan. Moreover, some differences were observed<br />

between more and less experienced students.<br />

A search in the literature for studies that evaluated<br />

knowledge regarding oral antiseptics by dental professionals<br />

and students retrieved no results in medline and Lilacs. To the<br />

best of our knowledge, this study seems to be the first to be<br />

published. As a consequence, there are no data available in<br />

the literature for comparisons. Contrarily, other studies that<br />

50<br />

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R. Periodontia - 20(3):47-52<br />

evaluated knowledge regarding caries management (Nainar &<br />

Straffon, 2006), prevention (Tseveenjav et al., 2003; Khami et<br />

al., 2007; Autio-Gold & Tomar, 2008) and medical emergencies<br />

(Carvalho et al., 2008) could be found. This may indicate a lack<br />

of interest of the dental scientific and academic community to<br />

study knowledge and perceptions of the dental professionals.<br />

Dental students demonstrated lack of knowledge<br />

regarding the indication/recommendation of oral antiseptics<br />

for patients with gingivitis. The majority of the students<br />

answered that rarely indicate an oral antiseptic for gingivitis<br />

patients. Additionally, almost one third of them answered that<br />

never indicate an oral antiseptic in this situation. This attitude<br />

is in contrast to what has been demonstrated in the literature.<br />

It is well documented that gingivitis patients benefit from oral<br />

antiseptics use (Gunsolley, 2006; Stoeken et al., 2007).<br />

Chlorhexidine is considered the gold-standard agent for<br />

chemical control of the dental biofilm. One of the reasons<br />

why chlorhexidine has the highest anti-plaque and antigingivitis<br />

effect is its high substantivity (Gjermo et al., 1970;<br />

Gjermo, 1974). These concepts were well demonstrated by<br />

the participants of this study. All students answered that<br />

chlorhexidine is the first choice agent for prescription after oral<br />

surgery and 85% of the students answered that chlorhexidine<br />

has the highest substantivity. Moreover, most students (89.1%<br />

and 94.1% in 5 th and 8 th semesters respectively) knew to<br />

link chlorhexidine to one of its brands in Brazil. According to<br />

these data, it may be suggested that the highest knowledge<br />

about an agent, the more the students knew how, when<br />

and why to use it.<br />

Dental students consistently demonstrated lack of<br />

knowledge regarding oral antiseptics for daily use such as<br />

essential oils, cetylpirydine chloride and triclosan. The majority<br />

of participating students answered that triclosan is the agent<br />

that provides the largest clinical benefit observed in the<br />

literature. On the contrary, meta-analyses have demonstrated<br />

that the use of essential oils gives the highest anti-plaque and<br />

anti-gingivitis effect (Gunsolley, 2006; Stoeken et al., 2007;<br />

Gunsolley, 2<strong>01</strong>0). Additionally, most of the students did not<br />

know to answer how to prescribe one of the daily use oral<br />

antiseptics.<br />

Another interesting finding of the present study was the<br />

significant differences observed between students from 5 th<br />

and 8 th semesters for answers about the link between active<br />

agents and brands of Plax and Listerine. High percentages<br />

of students from the 8 th semester knew the exact agent<br />

present in these two brands of oral antiseptics. This may<br />

indicate that accumulating clinical expertise may influence in<br />

the knowledge of these students.<br />

It can be concluded from the present study that dental<br />

students present high variability regarding the knowledge<br />

about oral antiseptics. The findings from the present study<br />

suggest the need for a revision of concepts of oral antiseptics<br />

and chemical control of dental biofilm teached in this and<br />

similar dental schools in Brazil.<br />

ABSTRACT<br />

The aim of the present cross-sectional observational<br />

study was to evaluate the knowledge of dental students<br />

regarding oral antiseptics. From a total of 93 students, 80<br />

(mean age 22.3 years; 66.2% women) participated in the<br />

study by answering to a structured questionnaire with closed<br />

questions regarding oral antiseptics. Students from the 5 th and<br />

8 th semesters participated by answering the questionnaire into<br />

the classroom in an ordinary class day. Evaluated antiseptics<br />

were chlorhexidine, essential oils, cetylpyridine chloride and<br />

triclosan, since these agents dominate the Brazilian market<br />

and have the highest number of published scientific papers in<br />

the literature. 46.2% of the students answered that they rarely<br />

indicate an oral antiseptic for a patient with gingivitis, whit<br />

no significant difference between semesters. Approximately<br />

85% considered chlorhexidine the agent with the largest<br />

substantivity, and a higher variability of answers was observed<br />

in the 5 th compared to the 8 th semester (Chi-square p=0.02).<br />

All students considered chlorhexidine the gold-standard agent<br />

to be prescribed after oral surgery. Triclosan was considered<br />

by 62.8% of students as the antiseptic with the largest clinical<br />

benefit, although more than one fourth of them did not know<br />

to answer. 62.5% of the students did not know the correct<br />

posology of essential oils. It can be concluded from the present<br />

study that dental students present high variability regarding<br />

the knowledge about oral antiseptics.<br />

UNITERMS: oral antiseptics, dental students, dental<br />

education<br />

51<br />

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R. Periodontia - 20(3):47-52<br />

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2- Stoeken JE, Paraskevas S, van der Weijden GA. The long-term effect of<br />

a mouthrinse containing essential oils on dental plaque and gingivitis:<br />

a systematic review. J Periodontol. 2007 Jul;78(7):1218-28.<br />

3- Barnett ML. The rationale for the daily use of an antimicrobial<br />

mouthrinse. J Am Dent Assoc. 2006 Nov;137 Suppl:16S-21S.<br />

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13- Gunsolley JC. Clinical efficacy of antimicrobial mouthrinses. J Dent.<br />

2<strong>01</strong>0 Jun;38 Suppl 1:S6-10.<br />

Corresponding author:<br />

Alex Nogueira Haas<br />

Rua Corte Real, 82/8<strong>01</strong><br />

CEP: 90630-080 - Bairro Petrópolis, Porto Alegre-RS<br />

Email: alexnhaas@gmail.com<br />

52<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

PHASE II STUDY WITH MOUNTHRINSE CONTAINING<br />

5% OF PROPOLIS FOR THREE-MONTHS: COMPLIANCE,<br />

APPRECIATION AND ACCEPTABILITY OF THE PRODUCT<br />

Estudo fase II com colutório contendo própolis 5%: aderência, apreciação e aceitabilidade do<br />

produto<br />

Elizete Maria Rita Pereira¹, Carolina Morsani Mordente¹, Fernando Freitas Silva¹, Mariana Passos De Luca¹, Efigênia Ferreira e<br />

Ferreira², Maria Esperanza Córtes Segura¹, Telma Campos Medeiros Lorentz¹, Vagner Rodrigues Santos¹<br />

RESUMO<br />

A placa dentária é considerada um fator etiológico<br />

chave associado a gengivite decorrente. A sua remoção<br />

pode ser difícil em pacientes que possuam coordenação<br />

motora deficiente ou quaisquer outros problemas. Então, o<br />

uso do bochecho como adjunto da escovação no controle<br />

da placa bacteriana e da gengivite pode aumentar os<br />

benefícios no controle de placa dental. Um estudo de<br />

fase II foi utilizado para avaliar a aderência, a apreciação<br />

e a aceitabilidade de um enxaguatório bucal sem álcool<br />

contendo 5% de própolis verde (EPV 5%) no controle de<br />

placa e gengivite durante três meses. Cada indivíduo, ao<br />

final do estudo, respondeu a um questionário sobre a<br />

apreciação e aceitabilidade do enxaguante bucal. Vinte e<br />

um pacientes completaram o estudo, apesar de a maioria<br />

deles terem considerado o sabor do EPV 5% desagradável.<br />

Eles ficaram satisfeitos com o produto e apontaram as<br />

mudanças positivas na saúde bucal após o período de<br />

tratamento. Sendo assim, a adesão foi satisfatória (≥<br />

80%) sem diferença estatisticamente significante entre os<br />

períodos de bochecho da manhã da noite.<br />

UNITERMOS: aderência ao tratamento, satisfação do<br />

paciente, enxaguante bucal, própolis. R Periodontia 2<strong>01</strong>0;<br />

20:53-59.<br />

¹ Laboratory of Microbiology and Biomaterials, Faculdade de Odontologia da<br />

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil.<br />

² Department of Public Health, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de<br />

Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil.<br />

Recebimento: 07/06/10 - Correção: 15/07/10 - Aceite: 26/08/10<br />

INTRODUction<br />

Dental plaque-induced gingivitis is the most<br />

prevalent disease that affects the <strong>perio</strong>dontium.<br />

Microbial dental plaque is considered the key<br />

etiological factor associated with the development<br />

of gingivitis (1). Plaque removal by mechanical means<br />

(mostly a toothbrush combined with dentifrice) seems<br />

to be a common way of controlling plaque. However,<br />

factors such as dexterity and motivation, can limit the<br />

effectiveness of daily self-performed oral hygiene (2).<br />

To overcome deficiencies in mechanical tooth cleaning<br />

as practiced by many individuals and some minority<br />

groups, the use of an effective antiseptic agent, could<br />

have clear benefits (3).<br />

Thus, the use of a chemical plaque-inhibitory<br />

mouthwash as a substitute or an adjunct to<br />

toothbrushing may have a major effect on improving<br />

the oral health of the individual (4). Although<br />

considerable attention has been given to improve oral<br />

care pratices in recent years, stinging sensation and<br />

taste acceptability and tolerability of oral rinse agents<br />

is a continuing problem in oral care (5). Some patients<br />

may discontinue the oral care regimens prematurely,<br />

affecting their compliance. Outcomes including<br />

compliance and perception of taste by patients using<br />

53<br />

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R. Periodontia - 20(3):53-59<br />

mouthwash are important in studies that determine the<br />

feasibility and efficacy of these products.<br />

Natural products have been used for folk medicine<br />

purposes throughout the world for thousands of years. Many<br />

of them have demonstrable pharmacological properties, such<br />

as antimicrobial, anti-inflammatory and cytostatic, among<br />

others.<br />

Propolis, a nontoxic natural resinous substance collected<br />

by Apis mellifera bees from various plant sources, has been<br />

recognized to have several properties that may confer health<br />

benefits to humans, including prevention of oral diseases.<br />

However, its chemical composition and pharmacological<br />

activity are highly variable depending on its botanical origin (6).<br />

The use of propolis in dental practice in Eastern Europe has<br />

been widely described, being advocated as an antiseptic agent<br />

in endodontics and <strong>perio</strong>dontics (7, 8, 9, 10,11). However,<br />

reports of its use are to be found, generally, in publications<br />

which are not widely available. Thus, the use of propolis has<br />

not been assessed by dental researchers outside these areas<br />

to any significant extent (12).<br />

Currently, few studies have been traced to assess the<br />

compliance and subject’s attitudes with regard to the<br />

mouthwash used (2, 3, 5). Besides, there are no published<br />

studies evaluating the compliance of individuals using<br />

a mouthwash containing propolis and their perception.<br />

Then, aim of this study was to determine the compliance,<br />

appreciation and acceptance by the patient in relation to<br />

the use of an alcohol-free mouthwash containing 5% green<br />

propolis for three months.<br />

MATERIAL AND METHODS<br />

Product tested<br />

The alcohol-free mouthwash containing 5% green<br />

propolis (MGP 5%) used in that study was handled according<br />

to our request by PharmaNéctar ® (Belo Horizonte), within<br />

the standards required by ANVISA (Brazil, 2000) and within<br />

the requirements of ISO 90<strong>01</strong> and GMP International (Table 4).<br />

Study Design and Subjects<br />

This was an interventional phase II study of three months,<br />

conducted at Faculdade de Odontologia da Universidade<br />

Federal de Minas Gerais, Brazil, from August 2009 to April<br />

2<strong>01</strong>0, after approval from the ethics committee of the<br />

same institution (0600/09). This study is also registered at<br />

ClinicalTrials.gov (NCT<strong>01</strong>142843).<br />

According to Haynes (13) and ClinicalTrials.gov (14) phase<br />

II study are controlled clinical studies conducted to evaluate<br />

the effectiveness of the drug for a particular indication or<br />

indications in patients with the disease or condition under<br />

study and determine the common side effects and risks in<br />

the short term. You can employ several different designs in<br />

phase II, from case series to randomized controlled trials (RCTs)<br />

or parallel crossed.<br />

Table 4<br />

Chemical composition and markers of Brazilian green propolis obtained by High Performance Liquid Chromatography (HPLC)<br />

Nº COMPOUNDS UNIT (mg/g) RESULTS<br />

1 CUMARINIC ACID mg/g 3.56<br />

2 CINNAMIC ACID mg/g 1.66<br />

3 QUERCENTIN mg/g 1.38<br />

4 KAEMPFEROL mg/g 1.77<br />

5 ISORHAMNETIN mg/g 0.91<br />

6 SAKURANETIN mg/g 5.57<br />

7 PINOBANSKIN-3-ACETATE mg/g 13.92<br />

8 CHRYSIN mg/g 3.51<br />

9 GALANGIN mg/g 9.75<br />

10 KAEMPFERIDE mg/g 11.60<br />

54<br />

11<br />

Pharmanectar®,2007.<br />

ARTEPILLIN C<br />

(3,5-DIPRENYL-4-HIDROXYCINNAMIC ACID)<br />

mg/g 82.96<br />

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R. Periodontia - 20(3):53-59<br />

Figure 1 - Design study<br />

Figure 1<br />

Design study<br />

Assessed for eligibility n = 73.<br />

Excluded n = 48.<br />

Not suitable for inclusion criteria n = 30.<br />

Refused participation n = 18.<br />

Included in the study n = 25.<br />

Discontinued the study n = 1.<br />

Excluded from the study after the 2 nd<br />

exam n = 1 (antibiotic use). Data from<br />

1 st and 2 nd were used.<br />

Excluded from the study before the<br />

2 nd exam n = 2 ( probably allergy,<br />

carry out dental treatment).<br />

Completed the study n = 21.<br />

Analysed n = 22 (21 completed the study and a left after the 2 nd exam).<br />

Twenty five subjects, age varying from 18 to 60 years, in<br />

generally good health, not pregnancy and not breastfeeding,<br />

who met the following inclusion criteria, were entered into<br />

the study: a minimum of 20 sound, natural teeth; a mean<br />

modification plaque index (PI) (15,16)of at least 1.5; a mean<br />

modification gingival index (GI) (17,18) of at least 1.0. Subjects<br />

with orthodontic appliances or removable prostheses, tumors<br />

of the soft or hard oral tissues, advanced <strong>perio</strong>dontal disease,<br />

or that received antibiotic therapy during 2 weeks before<br />

the start of the study or that presented hipersensibility of<br />

propolis confirmed were excluded. Third molars and teeth<br />

with cervical restorations or prosthetic crowns were not<br />

included in the tooth count. All subjects read and signed<br />

informed consent forms before the start of the study.<br />

Examinations were performed in three moments: baseline,<br />

45 e 90 days by a single dental examiner trained (Figure 1).<br />

After baseline examination, each subject received a complete<br />

oral prophylaxis, including the removal of supragingival and<br />

subgingival plaque and calculus deposits. Soon after, the<br />

subjects received an alcohol-free mouthwash containing<br />

5% green propolis (Baccharis dracunculifolia) (MGP 5%),<br />

toothbrush and were instructed to rinse their mouths, twice<br />

daily, with 10 ml of the mouthrinse for a minute, immediately<br />

after the brushing in the morning and at night.<br />

Assessing Compliance, appreciation and<br />

acceptability<br />

Participants were required not to use another mouthrinse<br />

throughout the duration of the study. When new supplies<br />

were issued, subjects returned their used materials, so that<br />

compliance with product use could be monitored. It was<br />

also evaluated by a diary of frequency of use and by the<br />

subjects’ self reports. These data was computed based on<br />

the sum of the rinses made with the test product during the<br />

<strong>perio</strong>d of 90 days divided by 180 (total number of rinses for 3<br />

months), finding the percentage of individual mouth rising.<br />

Then, performed the average of the percentages found by<br />

considering the level for adequate compliance ≥ 80%. (total<br />

number of rinse) (5). The appreciation and acceptability were<br />

assessed through a questionnaire at the last examination. This<br />

questionnaire contained issues to evaluate subjects’ attitudes<br />

with regard to the product used. For each subject, was<br />

recorded demographic and clinical data (gender, age, usual<br />

oral care pratice, smoking and frequency of sugar on the diet).<br />

Statistical analysis<br />

The program statistic Excel 2007 and BioEstat 4.0 was<br />

used to make the analysis of the study. The compliance,<br />

appreciation and acceptability were analysed by percentage.<br />

To verify statistically significant differences between the<br />

number of rinses performed in the morning and evening,<br />

featuring a parametric distribution, was used the t-test. The<br />

criteria for statistical significance was set p≤ 0.05 (5).<br />

RESULTS<br />

Subjects<br />

During the <strong>perio</strong>d of study, from August 2009 to<br />

April 2<strong>01</strong>0, 73 subjects were eligible after a selection by<br />

convenience and, because of the inclusion and exclusion<br />

criteria and availability to participate in the study, only a sample<br />

of 25 individuals was possible include in that study, being in<br />

55<br />

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agreement with (13), for phase II trials. Twenty one subjects<br />

(10 males and 11 female) completed the <strong>perio</strong>d of study. Two<br />

individuals were excluded from the search before the second<br />

exam. One subject visited other dentist during the study<br />

and the other individual had allergy to the product tested.<br />

One subject was excluded after the second exam, because<br />

of taking antibiotics due to illness. One person gave up the<br />

study due to personal issues. Data related to behavior and<br />

habits of life of each patient were recorded (Table 1).<br />

Table 1<br />

Compliance<br />

All subjects that completed the three months of study<br />

achieved an acceptable treatment compliance ≥ 80%. There<br />

was no significant difference between the rinses performed in<br />

the morning and at night, although some participants related<br />

it was hard to follow the protocol to rinse at night (Table 2).<br />

By the time subjects returned their used bottles, the<br />

remaining mouthwash was compared to what they have<br />

registered on the frequency diary, showing accordance<br />

between the both.<br />

Behavior and habits of life.<br />

Oral care pratices Any 1 time/day 2 times/day 3 times/day 4times/day sometimes/w<br />

toothbrushing 0 1 4 14 5 1<br />

Use of floss 4 8 8 1 0 4<br />

Consumption of sugar Always Often Sometimes Scarcely Never<br />

7 11 4 1 2<br />

Smokers Yes No ex-smoker<br />

0 20 5<br />

Used some mouthrinse 21 4<br />

Table 2<br />

Compliance to the program of mouthwash.<br />

Percentage mean and standard deviation of the number of rinses performed *<br />

Morning Night Total<br />

95.33 (3.7)** 92 (12.1)** 93,61 (6.91)<br />

Appreciation and Acceptability<br />

The table 3 summarizes and displays results obtained.<br />

About staining of teeth and tongue, 19% of participants<br />

answered that tongue remained green during use of the<br />

mouthrinse. Some subjects reported feeling a dryness mouth<br />

due to the use of the mouthrinse. Participants were asked<br />

if the personal relationship improved after using the product<br />

and the 28.5% gave a positive response. They were also<br />

questioned about changes in the breath and taste. Most<br />

of them reported that felt changes in the breath and one<br />

patient answered that had loss of taste during three days<br />

of use. Fifty two percent of individuals noted changes in the<br />

oral cavity, but the majority, 54, 5%, were positives changes<br />

(data not showed). They said their oral health became better.<br />

Although most subjects reported the unpleasant taste of the<br />

mouthwash, they said they were satisfied with the product<br />

and would recommend its use to others. Only 23.8% of<br />

individuals reported difficulties on following the protocol of<br />

use.<br />

DISCUSSION<br />

The evaluation of the compliance, appreciation and<br />

acceptance of mouthwash containing 5% green propolis<br />

by subjects in the control of plaque and gingivitis, to date,<br />

had not been assessed in any study (12,19,20,21). The use<br />

of mouthwash should be considered a useful adjunct to<br />

oral hygiene (22). It is important that the product is not<br />

56<br />

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Table 3<br />

End interview<br />

Questions<br />

Yes<br />

No<br />

n % n %<br />

Stain of teeth or tongue 4 19% 17 81%<br />

Dryness of mouth 3 14% 18 86%<br />

Better personal relationship 6 28,5% 15 71,5%<br />

Change in taste 1 4,7% 20 95,3%<br />

Change in mouth 11 52% 10 48%<br />

Change in breath 12 57% 9 43%<br />

Better oral health 20 95,3% 1 4,7%<br />

Good taste 5 23,8% 16 76%<br />

Satisfaction with the product 21 100% 0 0%<br />

Difficulties in following the protocol 5 23,8% 16 76%<br />

Recomend its use to other 21 100% 0 0%<br />

only effective but also, it should be acceptable. Currently,<br />

although some researchers do not consider the acceptability<br />

and tolerability of oral hygiene measures or antiseptic agents<br />

of clinical significance, attention to this type of evaluation<br />

is important for subjects. So, attention to the acceptability,<br />

tolerability and preference are integral parts of treatment<br />

compliance (5).<br />

The MGP 5% was accepted and tolerated by subjects that<br />

concluded this study. The level of compliance was high, more<br />

than 80%. The <strong>perio</strong>ds of using the mouthwash (day/night)<br />

were not mandatory. Individuals were faithful in the reports of<br />

compliance, because these were in agreement with the notes<br />

of frequencies and with the content present on the bottles<br />

returned by them. The protocol of use of the mouthwash and<br />

the amount that was used daily by each subject (10 ml MGP<br />

5%) can be considered as an adequate therapeutic dosage,<br />

in face to the obtained results.<br />

After the last exam (90 days), subjects answered a<br />

questionnaire that assessed appreciation and acceptability<br />

regarding the mouthrinse provided. According to the results,<br />

the changes reported by subjects are in agreement with those<br />

reported in other studies about mouthwashes (23,24,25,26).<br />

There was a little percentage of individuals who reported<br />

changes such as staining of the tongue, dryness mouth and<br />

loss of taste. Most reports on changes in the mouth and<br />

breath were positive changes, and most subjects think they<br />

acquired a better oral health after using the mouthwash.<br />

These are factors that contribute to the acceptability of the<br />

product by the subject. Few individuals reported difficulty<br />

on following the protocol and it was not due to some<br />

type of repulsion to the product or to have a complicated<br />

administration. According to subjects, this difficulty was due<br />

to the forgotness or discouragement of having to rinse before<br />

they slept, sometimes late at night. Although most patients<br />

have found the taste of the mouthrinse unpleasant, it did<br />

not influence the compliance of them to treatment (≥ 80%).<br />

Because of the high satisfaction for the product, based on<br />

the observation of positive changes and oral health after<br />

treatment, these subjects said they would recommend MGP<br />

5% for others.<br />

In conclusion, the mouthwash containing 5% green<br />

propolis was accepted and tolerated by individuals. Although<br />

most subjects find the taste of unpleasant MGP 5%, they<br />

were satisfied with the product, considering the occurrence<br />

of positive changes and oral health which performed better<br />

after the treatment <strong>perio</strong>d. The changes mentioned by the<br />

subjects in the questionnaire of perception, due to the use<br />

of MGP 5% were both negative and positive, but positive<br />

occurred more than the negatives. The negative changes were<br />

not serious and are in accordance to those observed during<br />

the use of other mouthwashes. Despite negative changes<br />

mentioned and some individuals have reported difficulty on<br />

following the protocol of mouthwash, adherence to treatment<br />

was satisfactory (≥ 80%) having any statistically significant<br />

difference between the <strong>perio</strong>ds of mouthwash in the morning<br />

and at night. The small sample size available for the study<br />

57<br />

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R. Periodontia - 20(3):53-59<br />

limits the generalization of the results.<br />

Investigations using a large sample size are needed to<br />

obtain more information about compliance, appreciation and<br />

acceptability of subjects using the mouthwash containing 5%<br />

of green propolis.<br />

Acknowledgements<br />

The authors are grateful to the Conselho Nacional de<br />

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação<br />

de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)<br />

and to Silvana Maria de Souza and Bruno Ferreira Lourenço<br />

for technical support.<br />

ABSTRACT<br />

Then, the use of mouthrinse as adjunct to toothbrushing in<br />

control of plaque and gingivitis might increase the benefits<br />

of controlling dental plaque. A phase II study was used to<br />

evaluate the compliance, appreciation and acceptability of<br />

an alcohol-free mouthwash contain 5% green propolis (MGP<br />

5%) in control of plaque and gingivitis for three months. Each<br />

subject, at the end of the study, answered a questionnaire<br />

about appreciation and acceptance of the mouthwash.<br />

Twenty one subjects completed the study, although most<br />

of them felt the taste of MGP 5% unpleasant. They were<br />

satisfied with the product, pointing positive changes in the oral<br />

health after the treatment <strong>perio</strong>d. Then, the compliance was<br />

satisfactory (≥ 80%) with no statistically significant difference<br />

between the <strong>perio</strong>ds of rinsing in the morning and at night.<br />

Dental plaque is considered a key etiological factor<br />

associated with arising gingivitis. Its removal can be difficult<br />

in pacients with lack of coordination or any other problems.<br />

UNITERMS: propolis mouthrinse, adherence to treatment,<br />

satisfaction, antiseptic agent<br />

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For reprints and all correspondence:<br />

Dr. Vagner Rodrigues Santos<br />

Laboratório de Microbiologia, Faculdade de Odontologia,<br />

Universidade Federal de Minas Gerais, Campus Pampulha.<br />

Av. Presidente Antônio Carlos, 662<br />

CEP: <strong>31</strong>270-9<strong>01</strong> - Belo Horizonte – MG - Brasil<br />

Tel.: + 55-<strong>31</strong>- 3409-2497; fax: + 55-<strong>31</strong>-3409-2430<br />

E-mail: vegneer2003@yahoo.com.br / vegnerrsanto@uai.com.br<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO GENGIVAL EM RESPOSTA<br />

AOS PICOS HORMONAIS DO CICLO REPRODUTIVO DA<br />

MULHER: ESTUDO CLÍNICO CONTROLADO<br />

Evaluation of the gingival condition in response to the hormonal peaks of the women’s<br />

reproductive cycle: controlled clinical trial<br />

Elizangela Partata Zuza 1 , Juliana Rico Pires 1 , Alex Tadeu Martins 1 , Maria Fernanda da Costa Albaricci 2 , Michele Cristina David 3 ,<br />

Benedicto Egbert Corrêa de Toledo 4<br />

RESUMO<br />

Vários autores consideram que os hormônios podem<br />

influenciar significativamente as doenças <strong>perio</strong>dontais,<br />

particularmente em períodos de desequilíbrio do nível de<br />

hormônios sexuais relacionados ao ciclo da vida reprodutiva<br />

da mulher, desde a puberdade até a menopausa. O<br />

objetivo deste estudo foi avaliar as características gengivais<br />

relacionadas às alterações hormonais do ciclo mensal da<br />

mulher. Foram incluídas no estudo 32 mulheres, com<br />

idades entre 18 e 30 anos, independente de raça, com<br />

bom controle de placa bacteriana que foram avaliadas<br />

em três períodos distintos: 4 a 5 dias após o início da<br />

menstruação (Período controle – PC), 12 dias após o início<br />

da menstruação (Pico de estrogênio - PE) e 24 dias após<br />

o início da menstruação (Pico de progesterona - PP). Um<br />

questionário foi aplicado e em cada período de avaliação<br />

foram realizados os índices gengivais (IG) e os índices de<br />

placa (IPL). Os resultados demonstraram que não houve<br />

alterações estatisticamente significativas nos níveis de IG<br />

entre os períodos PC e PE do ciclo menstrual (p > 0,05),<br />

porém no PP verificou-se um aumento nos graus de<br />

sangramento gengival (p < 0,05). O IPL não demonstrou<br />

diferenças significativas em nenhum período experimental,<br />

com excelentes níveis de controle de placa (p > 0,05). Diante<br />

dos achados obtidos, pode-se concluir que os hormônios<br />

do ciclo menstrual, especialmente a progesterona, exercem<br />

alguma influência sobre os tecidos gengivais clinicamente<br />

saudáveis, com aumento dos sinais inflamatórios locais.<br />

UNITERMOS: gengiva, hormônios, ciclo menstrual.<br />

R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:60-66.<br />

1<br />

Professores do Curso em Ciências Odontológicas, áreas de concentração em Periodontia e<br />

Implantodontia, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB).<br />

2<br />

Cirurgiã-Dentista formada pelo Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos<br />

(UNIFEB).<br />

3<br />

Aluna de graduação em Odontologia do Centro Universitário da Fundação Educacional de<br />

Barretos (UNIFEB).<br />

4<br />

Coordenador do Curso em Ciências Odontológicas, áreas de concentração em Periodontia e<br />

Implantodontia, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB).<br />

Recebimento: 21/06/10 - Correção: 29/07/10 - Aceite: 25/08/10<br />

INTRODUÇÃO<br />

Apesar do grande volume de conhecimento<br />

relativo à etiologia primária microbiana das doenças<br />

<strong>perio</strong>dontais, existem fatores secundários sistêmicos<br />

que exercem seus efeitos alterando a resistência<br />

dos tecidos à agressão provocada pelas bactérias<br />

(Klokkevold, 2004). Dentre esses fatores, considera-se<br />

que os hormônios podem influenciar significativamente<br />

as doenças do <strong>perio</strong>donto, particularmente em<br />

períodos de desequilíbrio dos hormônios sexuais<br />

relacionados ao ciclo de vida reprodutiva da mulher,<br />

desde a puberdade até a menopausa (Otomo-Corgel<br />

& Steinberg, 2002). Assim, durante os períodos de<br />

puberdade, ciclo menstrual, gravidez e menopausa,<br />

parecem ocorrer maior incidência de inflamação nos<br />

tecidos <strong>perio</strong>dontais relacionados aos efeitos dos<br />

hormônios sexuais sobre o <strong>perio</strong>donto normal ou<br />

previamente inflamado (Rossa Jr., 1994; Orrico et al.,<br />

1997; Oh et al., 2002).<br />

Durante o ciclo menstrual na mulher ocorre<br />

a secreção alternada dos hormônios folículoestimulante<br />

(FSH), luteinizante (LH), estrógeno e<br />

progesterona. O FSH e o LH são secretados pela<br />

pituitária anterior (adenohipófise), o estrogênio e a<br />

progesterona pelos ovários. Quando a menstruação<br />

60<br />

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R. Periodontia - 20(3):60-66<br />

se inicia a pituitária anterior secreta maiores quantidades<br />

de FSH, juntamente com pequenas quantidades de LH.<br />

Juntos, esses hormônios promovem o crescimento de diversos<br />

folículos nos ovários e acarretam uma secreção considerável<br />

de estrogênio. Este hormônio faz com que as taxas de FSH<br />

e LH declinem e, por volta do décimo segundo dia do ciclo,<br />

há um pico desses dois hormônios. É nessa fase que há o<br />

desenvolvimento final de um dos folículos ovarianos, sendo<br />

que sua ruptura ocorre cerca de dois dias após ocorrendo a<br />

ovulação no décimo quarto dia (Otomo-Corgel & Steinberg,<br />

2002).<br />

Geralmente o ciclo menstrual é por volta de 28 dias mas<br />

este pode ser menor ou maior. O processo de ovulação conduz<br />

ao desenvolvimento do corpo lúteo, que secreta quantidade<br />

elevada de progesterona e quantidades consideráveis de<br />

estrogênio, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios<br />

FSH e LH. Sem esses hormônios para estimulá-lo, o corpo<br />

lúteo involui, de modo que a secreção de estrogênio e<br />

progesterona cai para níveis muito baixos. Esse súbito declínio<br />

na secreção de ambos os hormônios dá início à menstruação.<br />

Nessa ocasião, a pituitária anterior (que estava inibida pelo<br />

estrogênio e progesterona) começa a secretar outra vez<br />

grandes quantidades de hormônio folículo-estimulante (FSH),<br />

iniciando um novo ciclo. Esse processo continua durante toda<br />

a vida reprodutiva da mulher (Laufer et al., 1982; Mascarenhas<br />

et al., 2003; Mealey & Moritz, 2003).<br />

Achados comuns entre as mulheres que procuram<br />

tratamento dental e <strong>perio</strong>dontal podem ser verificados tais<br />

como, o aumento da inflamação gengival e um desconforto<br />

durante seu ciclo menstrual, mais comumente no período<br />

de menstruação (Machtei et al., 2004. No entanto, esse<br />

fenômeno ainda não foi completamente esclarecido, sendo<br />

necessários mais estudos para melhor compreensão dos<br />

efeitos dos hormônios sexuais sobre os tecidos gengivais<br />

(Mealey & Moritz, 2003).<br />

Dessa forma, com a aplicação de índices sensíveis de<br />

medidas das alterações gengivais, espera-se detectar quais<br />

os momentos de atuação das influências hormonais, que<br />

mais possam influenciar no estado dos tecidos gengivais<br />

das mulheres. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar<br />

as alterações gengivais que possam ocorrer sob a influência<br />

das alterações hormonais, que ocorrem durante o ciclo<br />

reprodutivo mensal da mulher.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Participaram do presente estudo 32 mulheres jovens,<br />

com idade entre 18 e 30 anos, independente de raça,<br />

estudantes dos cursos de graduação em Odontologia do<br />

Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos<br />

(UNIFEB). Todas as voluntárias deveriam assinar um Termo<br />

de Consentimento Livre e Esclarecido para serem incluídas<br />

no estudo e, enfim, serem submetidas à anamnese e exame<br />

clínico. Inicialmente, foram ent<strong>revista</strong>das 118 voluntárias.<br />

No entanto, 86 mulheres foram excluídas do estudo,<br />

principalmente por fazerem uso de contraceptivos orais,<br />

apresentarem ciclos menstruais irregulares ou por serem<br />

fumantes. Outras razões diversas também foram causas de<br />

exclusão tais como: cardiopatias, diabetes, problemas renais,<br />

alterações hepáticas, discrasias sanguíneas, desequilíbrios<br />

ou alterações hormonais, gravidez, uso de antibioticoterapia<br />

nos últimos 3 meses, uso de corticosteróides ou qualquer<br />

outro medicamento hormonal nos últimos 3 meses, fatores<br />

de retenção de placa, como por exemplo, aparelhos<br />

ortodônticos, cáries ou próteses extensas.<br />

Para serem incluídas no estudo, as participantes deveriam<br />

apresentar ciclos menstruais regulares, boa higienização bucal<br />

e, profundidade de sondagem ≤ 3 mm em todos os sítios<br />

examinados, sem sinais de perda de inserção <strong>perio</strong>dontal ou<br />

inflamação gengival aparente ao exame clínico inicial. Essa<br />

pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da<br />

UNIFEB (Protocolo no 004/08).<br />

As mulheres foram examinadas em três momentos<br />

distintos. Assim, considerando-se um ciclo regular de 28 dias,<br />

os índices gengivais e os índices de placa foram aplicados nos<br />

seguintes períodos (Rossa Jr, 1994): 4 a 5 dias após o início<br />

da menstruação (Período controle - PC); 12 dias após o início<br />

da menstruação (Pico de estrogênio - PE) e 24 dias após o<br />

início da menstruação (Pico de progesterona - PP) (Figura<br />

1). Os períodos foram proporcionalmente aumentados ou<br />

diminuídos, de acordo com o aumento ou diminuição de dias<br />

do ciclo menstrual mensal, seja 26, 30 ou 32 dias, desde que<br />

fossem regulares.<br />

Um questionário foi aplicado a todas as participantes do<br />

estudo, a fim de se verificar os principais sinais e sintomas<br />

que pudessem estar relacionados ao ciclo menstrual,<br />

principalmente durante o período de menstruação ativa.<br />

Exame Clínico<br />

Para avaliação da saúde gengival das voluntárias, foram<br />

utilizados o Índice Gengival (IG) (Löe, 1967) e o Índice de Placa<br />

(IPL) (Löe, 1967), os quais foram aplicados sempre pelo mesmo<br />

examinador, auxiliado por um anotador, empregando-se uma<br />

sonda <strong>perio</strong>dontal do tipo Williams (Hy-Friedy, Chicago, EUA).<br />

Foram obedecidos os parâmetros de biossegurança, sendo<br />

que o instrumental clínico encontrava-se estéril, tendo seu<br />

uso individualizado para cada paciente.<br />

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Figura 1. Representação esquemática do ciclo reprodutivo feminino de 28 dias (Otomo-Corgel & Steinberg, 2002).<br />

Treinamento e calibragem do examinador<br />

Os exames clínicos foram realizados por um único<br />

pesquisador, devidamente treinado e calibrado por um<br />

examinador experiente (“padrão ouro”). Especial atenção<br />

foi dispensada nas definições dos parâmetros clínicos e na<br />

correta execução dos procedimentos. O pesquisador foi<br />

treinado, aplicando-se o índice gengival em 10 pacientes<br />

distintos, sendo que o treinamento foi repetido a cada três<br />

meses do estudo, a fim de reafirmar se o pesquisador ainda<br />

se encontrava calibrado e relembrar os conceitos e serem<br />

avaliados.<br />

Índice Gengival (IG)<br />

O sangramento gengival marginal foi avaliado utilizandose<br />

uma sonda milimetrada do tipo Williams (Hy-Friedy,<br />

Chicago, EUA), a qual foi inserida aproximadamente 1 mm<br />

intra-sulcular, percorrendo-se as superfícies gengivais de distal<br />

para mesial. A presença de sangramento gengival era anotada<br />

em ficha especificamente elaborada para esta finalidade. Os<br />

diferentes graus de inflamação foram avaliados, isto é, grau<br />

0: Gengiva normal – a gengiva apresentava-se firme, com<br />

coloração rósea, superfície opaca, grau variado de ponteado e<br />

sem sangramento à sondagem; grau 1: Inflamação Suave – a<br />

margem gengival apresentava ligeira mudança de coloração<br />

(avermelhada) e levemente edemaciada. Não sangrava<br />

à sondagem; grau 2: Inflamação Moderada – a gengiva<br />

apresentava-se edemaciada (margem arredondada), brilhante<br />

e avermelhada, havendo sangramento à sondagem; grau 3:<br />

Inflamação Severa – a gengiva apresentava-se edemaciada e<br />

aumentada, marcadamente vermelha, com ulcerações e com<br />

tendência ao sangramento espontâneo.<br />

Índice de Placa (IPL)<br />

O índice de placa foi avaliado da seguinte forma: grau 0<br />

- Não havia placa visível na área gengival da superfície dental,<br />

mesmo ao passar a sonda clínica; grau 1 - Havia uma película<br />

de placa aderida à margem gengival livre e na área adjacente<br />

ao dente. A placa poderia ser reconhecida passando-se uma<br />

sonda sobre a superfície do dente, não sendo visível a olho<br />

nu; grau 2: Havia um fino e moderado acúmulo de depósitos<br />

moles na margem gengival ou na superfície dental adjacente,<br />

podendo ser visto a olho nu; grau 3: Havia um abundante<br />

acúmulo de depósitos moles, preenchendo o nicho na<br />

margem gengival e na superfície dental adjacente.<br />

RESULTADOS<br />

Os resultados do índice Gengival (IG) demonstraram<br />

que no período da menstruação, considerado como período<br />

controle (PC) por não haver picos hormonais, não se verificou<br />

diferenças estatisticamente significantes entre os graus de<br />

IG, apesar de haver uma predominância do grau 0. Quando<br />

houve o pico de estrogênio (PE), também se verificou ausência<br />

de diferenças estatísticas entre os diferentes graus de IG,<br />

embora tenha ocorrido um ligeiro aumento no grau 1 quando<br />

comparado ao PC. Ao se avaliar os graus de IG no período<br />

de pico de progesterona (PP), verificou-se um aumento<br />

significativo nos graus 1 e 2 com relação aos graus 0 e 3 (Teste<br />

de Friedman, p < 0,05) (Figura 2).<br />

Na figura 3 pode-se verificar que a porcentagem de Índice<br />

de Placa (IPL) grau 0 manteve-se em excelentes níveis com<br />

médias su<strong>perio</strong>res a 80% em todos os períodos experimentais.<br />

Dessa forma, houve diferença estatisticamente significativa<br />

62<br />

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R. Periodontia - 20(3):60-66<br />

Figura 2. Porcentagem média ± desvio-padrão dos graus de Índice Gengival (IG) observados nos diferentes períodos experimentais. * Diferença estatisticamente significante entre os graus 0 e 1 e entre<br />

os graus 1 e 3; ** Diferença estatisticamente significante entre os graus 0 e 2 e entre os graus 2 e 3 (Teste de Friedman, p < 0,05).<br />

Figura 3. Porcentagem média ± desvio-padrão dos graus de Índice de Placa (IPL) observados nos diferentes períodos experimentais. * Diferença estatisticamente significante entre o grau 0 com<br />

relação aos graus 1, 2 e 3 (Teste de Friedman, p < 0,05).<br />

do grau 0 com relação aos demais graus (1, 2 e 3) desde o<br />

período controle até a fase de pico de progesterona (Teste<br />

de Friedman, p< 0,05). Não se verificou nenhum caso de<br />

grau 3, devido ao excelente controle de placa dos pacientes.<br />

Com relação ao questionário aplicado às participantes,<br />

a prevalência de alguns sinais e sintomas pode ser verificada<br />

na Tabela 1.<br />

DISCUSSÃO<br />

Um dos sinais clínicos relatados por alguns autores<br />

como decorrentes do curso do ciclo menstrual é um ligeiro<br />

aumento da mobilidade dental (Friedman, 1972; Steinberg,<br />

20<strong>01</strong>), entretanto, nenhuma paciente relatou perceber<br />

alguma mobilidade dental e esta também não foi observada<br />

63<br />

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R. Periodontia - 20(3):60-66<br />

Table 1<br />

Sinais e Sintomas<br />

Sinais e sintomas relatados pelas pacientes decorrentes do ciclo menstrual<br />

Sim<br />

N (%)<br />

Não<br />

N (%)<br />

Fluxo menstrual excessivo 11 (34,4%) 21 (65,6)<br />

Tensão Pré-Menstrual 16 (50%) 16 (50%)<br />

Sintomas de depressão 5 (15,6%) 27 (84,4%)<br />

Irritabilidade 23 (71,9%) 9 (28,1%)<br />

Dificuldade de concentração 4 (12,5%) 28 (87,5%)<br />

Cefaléia 12 (37,5%) 20 (62,5%)<br />

Sensibilidade à dor 18 (56,25%) 14 (43,75%)<br />

Distúrbio gastro-intestinal 7 (21,9%) 25 (78,1%)<br />

Náuseas 0 (0%) 32 (100%)<br />

Mobilidade dental 0 (0%) 32 (100%)<br />

Edemaciamento gengival 7 (21,9%) 25 (78,1%)<br />

Herpes labial 0 (0%) 32 (100%)<br />

Úlceras aftosas 0 (0%) 32 (100%)<br />

durante os exames clínicos. Da mesma forma, em nenhuma<br />

paciente foi verificada a presença de herpes labial e úlceras<br />

aftosas nos períodos avaliados, o que também contraria a<br />

afirmação de Steinberg (20<strong>01</strong>) e Otomo-Corgel & Steinberg<br />

(2002). De acordo com Otomo-Corgel & Steinberg (2002),<br />

em alguns casos pode-se verificar na fase lútea a presença<br />

de úlceras intra-bucais recorrentes, lesões de herpes labial e<br />

infecções por Cândida.<br />

O aumento dos hormônios sexuais durante o ciclo<br />

menstrual pode modular o desenvolvimento de inflamações<br />

gengivais localizadas (Lapp et al., 1995; Gornstein et al., 1999;<br />

Machtei et al., 2004). Gengivites localizadas foram verificadas<br />

nos nossos resultados, porém no dia da menstruação (PC) e no<br />

dia do pico de estrogênio (PE) não houve diferença significativa<br />

entre os diferentes graus do índice gengival. Por outro lado,<br />

verificou-se um aumento nos níveis de inflamação no dia do<br />

pico de progesterona (PP), com maiores níveis de sangramento<br />

gengival graus 1 (57 ± 0,9) e 2 (36 ± 0,4). Nossos achados<br />

concordam em parte com os encontrados por Machtei et al.<br />

(2004), devido esses autores terem observado maiores índices<br />

de sangramento gengival no período pré-menstrual (0,5 ±<br />

0,08), correspondente ao pico de progesteron. No entanto,<br />

demonstrou-se também maiores níveis gengivais no período<br />

de ovulação, próximo ao pico de estrogênio (0,54 ± 0,07), o<br />

que não foi verificado em nossos resultados.<br />

Os nossos resultados mostraram que o controle de placa<br />

manteve-se em níveis excelentes, sendo que em todos os<br />

períodos experimentais 80% das participantes apresentaramse<br />

com ausência de biofilme dental, estando de acordo com<br />

os achados de Machtei et al. (200), que demonstraram que<br />

a média de índice de placa (0,85 ± 0,06) foi quase idêntica<br />

em todos os períodos, ou seja, no período de ovulação, prémenstrual<br />

e durante a menstruação. Este fato demonstra<br />

que a gengiva normal, ou seja, aquela clinicamente saudável<br />

pode ser afetada de alguma forma pelos hormônios<br />

sexuais femininos, mesmo na ausência de biofilme dental.<br />

Contrariando os nossos achados, Holm-Pedersen & Löe (1967)<br />

afirmaram que as diferentes fases do ciclo menstrual não<br />

influenciaram a condição da gengiva clinicamente saudável, ao<br />

passo que uma gengivite é-existente foi exacerbada durante<br />

a fase de menstruação ativa.<br />

O aumento do sangramento gengival observado em<br />

nosso estudo no período do pico de progesterona pode<br />

ser explicado devido este hormônio estar associado a um<br />

aumento da permeabilidade microvascular, alterando a<br />

produção de colágeno gengival (Otomo-Corgel & Steinberg,<br />

64<br />

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R. Periodontia - 20(3):60-66<br />

2000). Além do mais, este hormônio atua no aumento do<br />

metabolismo do folato (Thomson & Pack, 1982), estimula a<br />

produção de prostaglandinas (PGE), que agem na resposta<br />

do hospedeiro frente às inflamaçõese, aumenta a quimiotaxia<br />

dos leucócitos polimorfonucleares (Miyagi et al., 1992).<br />

Nosso estudo não demonstrou diferença estatística nos<br />

níveis de sangramento gengival quando se avaliou a condição<br />

da gengiva no período de pico do estrogênio. Tem sido<br />

especulado que os níveis normais de estrogênio circulantes<br />

podem ser essenciais para a proteção dos tecidos <strong>perio</strong>dontais.<br />

Dessa forma, a quantidade de estradiol circulante parece<br />

estar inversamente correlacionada com a prevalência das<br />

doenças <strong>perio</strong>dontais (Plancak et al., 1998). Outros efeitos<br />

do estrogênio sobre o <strong>perio</strong>donto podem ser verificados, tais<br />

como, inibição das citocinas pró-inflamatórias liberadas pelas<br />

células da medula humana (Gordon et al., 20<strong>01</strong>), redução da<br />

inflamação mediada pelas células T (Josefsson et al., 1992)<br />

e inibição da quimiotaxia dos leucócitos polimorfonucleares<br />

(PMNs) (Ito et al., 1995). Por outro lado, estudos demonstraram<br />

que um dos efeitos do estrógeno sobre os tecidos <strong>perio</strong>dontais<br />

seria uma diminuição da queratinização e um aumento do<br />

glicogênio epitelial, que resultaria na redução da efetividade<br />

da barreira epitelial (Manson, 2004).<br />

Como foram verificados em nossos achados, alguns<br />

sintomas podem ocorrer durante o ciclo menstrul, tais<br />

coo, irritabilidade (71,9%), tensão pré-menstrual (50%),<br />

dificuldade de concentração (12,5%), depressão (15,6%),<br />

dentre outros; concordando com o relato de Otomo-Corgel<br />

& Steinberg (2002) de que alguns sintomas podem ocorrer<br />

durante o período menstrual, sendo que alguns casos<br />

podem ser explicados devido à possibilidade de redução nos<br />

neurotransmissores.<br />

30 years, regardless of race, with good control of plaque,<br />

which were evaluated in three different <strong>perio</strong>ds: 4 to 5 days<br />

after onset of menstruation (Control <strong>perio</strong>d - PC), 12 days after<br />

the menstruation <strong>perio</strong>d (peak of estrogen - PE) and 24 days<br />

after the menstruation <strong>perio</strong>d (peak of progesterone - PP). A<br />

questionnaire was applied, and the gingival index (GI) and<br />

plaque index (IPL) were performed in each <strong>perio</strong>d of evaluation.<br />

The results showed no statistically significant differences in the<br />

levels of GI between the <strong>perio</strong>ds PC and PE of the menstrual<br />

cycle (p> 0.05), but there was an increase in the degree of<br />

gingival bleeding in the condition of PP (p< 0.05). The IPL<br />

showed no significant differences in any experimental <strong>perio</strong>d,<br />

with excellent levels of plaque control in all of them (p><br />

0.05). Considering Our findings, it can be concluded that the<br />

hormones of the menstrual cycle, especially the progesterone,<br />

can exert some influence on the clinically healthy gingival<br />

tissues, with increased of the local inflammatory signs.<br />

UNITERMS: gingiva, hormones, menstrual cycle.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Os autores gostariam de agradecer à Fundação<br />

Educacional de Barretos (UNIFEB), pela concessão de bolsa<br />

de iniciação científica (PIBIC/UNIFEB) para o desenvolvimento<br />

desta pesquisa.<br />

CONCLUSÃO<br />

Diante dos achados, pode-se concluir que os hormônios<br />

do ciclo menstrual, especialmente a progesterona, exercem<br />

alguma influência sobre os tecidos gengivais clinicamente<br />

saudáveis, com um aumento dos sinais inflamatórios locais.<br />

ABSTRACT<br />

Several authors consider that hormones may significantly<br />

influence the <strong>perio</strong>dontal diseases, particularly in times of<br />

imbalance in the level of sex hormones related to the women’s<br />

reproductive cycle, from puberty to menopause. The aim of<br />

this study was to evaluate the characteristics of the gingiva<br />

related to hormonal changes during the mensal woman’s<br />

cycle. This study included 32 women, aged between 18 and<br />

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R. Periodontia - 20(3):60-66<br />

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Cohen DW, eds. Periodontal medicine and the female patient.<br />

Periodontal Medicine. Hamilton, Ontario, BC: Decker Inc; 2000. p.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Elizangela Partata Zuza<br />

Rua Buarque, 67 - Campos Elíseos.<br />

CEP: 14080-530 - Ribeirão Preto - SP<br />

E-mail: elizangelazuza@yahoo.com.br<br />

66<br />

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R. Periodontia - Setembro 2<strong>01</strong>0 - Volume 20 - Número 03<br />

P<strong>REV</strong>ALÊNCIA DE PATÓGENOS PERIODONTAIS EM<br />

TABAGISTAS<br />

Prevalence of <strong>perio</strong>dontal pathogens among smokers<br />

Davi Romeiro Aquino 1 , Gilson Cesar Nobre Franco 1 , José Roberto Cortelli 1 , Ana Paula Grimião Queiroz 2 , Juliana Guimarães<br />

dos Santos 3 , Sheila Cavalca Cortelli 1<br />

RESUMO<br />

A influência do tabagismo sobre a microbiota<br />

<strong>perio</strong>dontal ainda é bastante controversa. Com base nesta<br />

premissa, o objetivo deste estudo foi comparar a presença<br />

de A. actinomycetemcomitans, P. intermedia, P. gingivalis, T.<br />

forsythia e C. rectus em adultos tabagistas e não tabagistas<br />

e relacioná-la com a condição clínica <strong>perio</strong>dontal. O estudo<br />

foi composto por 214 indivíduos adultos divididos de acordo<br />

com a condição <strong>perio</strong>dontal e o hábito de fumar: grupo<br />

<strong>perio</strong>dontalmente saudável [fumante (n=51) e não fumante<br />

(n=52)] e grupo com <strong>perio</strong>dontite [fumante (n=53) e<br />

não fumante (n=58)]. Indivíduos com no mínimo 4 sítios<br />

<strong>perio</strong>dontais com Profundidade à Sondagem (PS) ≥ 4mm<br />

e Nível Clínico de Inserção (NCI) ≥ 3mm, distribuídos em<br />

dentes diferentes, foram considerados <strong>perio</strong>dontalmente<br />

doentes. Foram realizadas coletas do dorso da língua e<br />

amostras intra-sulculares dos cinco sítios que apresentaram<br />

maiores valores de PS. No grupo saudável, foram coletadas<br />

amostras subgengivais dos sítios mésio-vestibulares dos<br />

dentes 16, 11, 26, 36, <strong>31</strong> e 46. Para análise estatística foi<br />

utilizado o teste Qui-Quadrado. Neste estudo transversal,<br />

não foi observada diferença estatisticamente significativa na<br />

microbiota <strong>perio</strong>dontopatógena de tabagistas em função<br />

da condição <strong>perio</strong>dontal.<br />

UNITERMOS: tabagismo, <strong>perio</strong>dontopatógenos, <strong>perio</strong>dontite.<br />

R Periodontia 2<strong>01</strong>0; 20:67-72.<br />

1<br />

Professor(a) de Periodontia dos Cursos de Graduação e Pós-graduação da UNITAU- Taubaté-SP.<br />

2<br />

Professora de Periodontia da USS – Vassouras-RJ. Mestranda em Odontologia, subárea<br />

Periodontia, na UNITAU- Taubaté-SP.<br />

3<br />

Técnica do laboratório de Biomol.<br />

Recebimento: 15/06/10 - Correção: 27/07/10 - Aceite: <strong>31</strong>/08/10<br />

INTRODUÇÃO<br />

A <strong>perio</strong>dontite é o resultado de complexas<br />

inter-relações entre agentes infecciosos e a resposta<br />

imunológica do hospedeiro, podendo sua expressão ser<br />

modificada por fatores de risco genéticos, ambientais<br />

ou adquiridos, que afetam seu início e progressão.<br />

Dentre os fatores de risco, o tabagismo encontrase<br />

fortemente relacionado com a <strong>perio</strong>dontite<br />

KINANE et al., 1997; STOLTENBERG et al., 1993).<br />

Dados da Organização Mundial da Saúde afirmam<br />

que um bilhão e duzentos milhões de pessoas sejam<br />

fumantes (Ministério da Saúde, 2<strong>01</strong>0), sendo o<br />

tabagismo o maior causador de mortes evitáveis no<br />

mundo, com um total de 4,9 milhões anuais, o que<br />

corresponde a mais de dez mil mortes por dia. Caso as<br />

atuais tendências de aumento do seu consumo sejam<br />

mantidas, em 2030 espera-se que esse número anual<br />

de mortes chegue a 10 milhões (Ministério da Saúde:<br />

dados e números, 2<strong>01</strong>0).<br />

Os efeitos do tabaco nos tecidos <strong>perio</strong>dontais<br />

dependem do número de cigarros fumados por dia e<br />

da duração do hábito, parecendo ser mais evidentes<br />

nos homens do que nas mulheres (CALSINA et al.,<br />

2002). A nicotina e seus metabólitos, como a cotidina,<br />

67<br />

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R. Periodontia - 20(3):67-72<br />

quando absorvidos pelos tecidos, se ligam a receptores<br />

específicos, induzindo a liberação de epinefrina que provoca<br />

vasoconstricção periférica, reduzindo a capacidade de<br />

drenagem dos catabólitos teciduais. Hwa-Jeong et al.,<br />

2009, demonstraram o efeito citotóxico da nicotina sobre os<br />

tecidos <strong>perio</strong>dontais, mais especificamente sua ação sobre<br />

os fibroblastos.<br />

A variabilidade entre as diferentes <strong>perio</strong>dontopatias<br />

representa uma inter-relação entre um hospedeiro suscetível<br />

e uma microbiota <strong>perio</strong>dontopatogênica, constituída<br />

principalmente de bastonetes Gram-negativos anaeróbios<br />

e microaerófilos. É possível que a maior gravidade das<br />

<strong>perio</strong>dontopatias em fumantes possa ser reflexo da ação dos<br />

componentes do tabaco sobre a resposta imunológica celular,<br />

no que se refere à modulação das citocinas e quimiocinas<br />

deflagradas no processo inflamatório (RYDER, 2007; HEENS et<br />

al., 2009). O cigarro pode aumentar as variações genéticas,<br />

como por exemplo, o polimorfismo da interleucina 1-b,<br />

desencadeando assim um efeito potencializador sobre a<br />

<strong>perio</strong>dontite, facilitando a colonização e persistência dos<br />

patógenos nas bolsas <strong>perio</strong>dontais. (LI et al., 2004).<br />

A possibilidade da microbiota em fumantes albergar<br />

<strong>perio</strong>dontopatógenos em maiores proporções foi estudada por<br />

Zambon et al., (1996) que demonstraram estreita correlação<br />

entre a ocorrência de Aggregatibacter actinomycetemcomitans,<br />

Tannerella forsythia e Porphyromonas gingivalis e o uso de<br />

tabaco. Eggert et al., (20<strong>01</strong>) observaram que em fumantes,<br />

mesmo as bolsas rasas (< 5mm de PS) representam um<br />

habitat favorável para espécies patogênicas ao <strong>perio</strong>donto.<br />

Contudo, outros estudos não confirmaram esses resultados<br />

(PREBER et al., 1992; STOLTENBERG et al., 1993; DARBY et<br />

al., 2000; BROSTÖN et al., 20<strong>01</strong>). A frequência do isolamento<br />

dos bastonetes anaeróbios produtores de pigmento negro,<br />

Fusbacterium nucleatum e bactérias produtoras de sulfeto de<br />

hidrogênio foram similares entre fumantes e não fumantes,<br />

sendo mais elevada nos pacientes com doença <strong>perio</strong>dontal.<br />

Já Aggregatibacter actinomycemtecomitans foi isolado mais<br />

frequentemente em fumantes <strong>perio</strong>dontalmente saudáveis<br />

do que em sadios não fumantes (GAETTI & ZANOLI, 1998).<br />

Embora o tabaco tenha um impacto negativo sobre a<br />

condição clínica <strong>perio</strong>dontal, sua relação com a microbiota<br />

subgengival permanece obscura (GOMES et al., 2006). Apesar<br />

de reconhecido fator de risco para a <strong>perio</strong>dontite, as alterações<br />

microbiológicas que acompanham seu uso ainda precisam ser<br />

esclarecidas. A questão em foco é se o principal responsável<br />

pelos efeitos maléficos do cigarro nos tecidos <strong>perio</strong>dontais<br />

seja originado por fatores microbiológicos ou pela resposta<br />

imunológica de defesa do hospedeiro. Assim, o objetivo deste<br />

estudo foi comparar a presença de <strong>perio</strong>dontopatógenos em<br />

indivíduos adultos tabagistas e não tabagistas e relacioná-las<br />

com a condição clínica <strong>perio</strong>dontal.<br />

METODOLOGIA<br />

População<br />

Inicialmente, para a condução de estudo piloto, foram<br />

obtidas amostras microbiológicas de dez adultos, cujos<br />

resultados foram estatisticamente analisados pelo teste Quiquadrado,<br />

que determinou como mínimo o número de 50<br />

indivíduos por grupo.<br />

Assim, a população do presente estudo foi composta por<br />

214 indivíduos adultos divididos de acordo com a condição<br />

<strong>perio</strong>dontal e o hábito de fumar: grupo <strong>perio</strong>dontalmente<br />

saudável [fumante (n=51) e não fumante (n=52)] e grupo<br />

com <strong>perio</strong>dontite [fumante (n=53) e não fumante (n=58)].<br />

Periodontite foi definida segundo os critérios de López et al.<br />

(2002), devendo o indivíduo apresentar no mínimo quatro<br />

sítios <strong>perio</strong>dontais com Profundidade à Sondagem (PS) ≥<br />

4mm e Níveo Clínico de Inserção (NCI) ≥ 3mm, distribuídos<br />

em dentes diferentes.<br />

Foram excluídos indivíduos submetidos a antibioticoterapia<br />

local e/ou sistêmica nos últimos seis meses e/ou tratamento<br />

<strong>perio</strong>dontal nos 12 meses que antecederam o início do<br />

estudo, assim como participantes com menos de dez dentes;<br />

pacientes diabéticos descompensados, imunossuprimidos,<br />

gestantes, portadores de alterações hormonais, usuários de<br />

aparelho ortodôntico e próteses fixas extensas.<br />

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética<br />

em Pesquisa da Universidade de Taubaté sob o protocolo n o<br />

0<strong>31</strong>7/07.<br />

Exame clínico <strong>perio</strong>dontal<br />

Os valores (PS) (mm), (NCI) (mm), Índice de Placa (IP) e<br />

Índice de Sangramento Gengival (ISG), dicotômicos de acordo<br />

com Ainamo & Bay (1975) foram mensurados com sonda<br />

<strong>perio</strong>dontal manual (Carolina do Norte PCPUNC15BR, Hu-<br />

Friedy ® ), por dois examinadores treinados e calibrados. Na<br />

calibração foi aplicado o método Erro Padrão da Medida (EPM)<br />

para as variáveis contínuas, PS e NCI, e o índice estatístico<br />

Kappa (K) para as variáveis categóricas, IP e ISG (Araujo et<br />

al., 2003).<br />

Análise microbiológica<br />

Foram realizadas coletas do dorso da língua com swab<br />

tamponado de algodão previamente umedecido com<br />

solução de Ringer. Para esta coleta, o swab foi rotacionado<br />

6X na área central da língua, obtendo-se uma única amostra<br />

extra-sulcular por adulto. Adicionalmente, foram coletadas<br />

68<br />

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amostras microbiológicas intra-sulculares com cone de<br />

papel autoclavado n°30 (Dentsply ® ) dos cinco sítios que<br />

apresentaram os maiores valores de PS. Para o grupo saudável,<br />

foram coletadas amostras subgengivais dos sítios mésiovestibulares<br />

dos dentes 16, 11, 26, 36, <strong>31</strong> e 46. Quando os<br />

mesmos não estavam presentes, foram utilizados os dentes<br />

imediatamente adjacentes (17, 21, 27, 37, 41 e 47). Os swabs<br />

e os cones de papel foram colocados em microtubos tipo<br />

Eppendorf contendo 1,5ml de solução de Ringer reduzida<br />

e transportados ao laboratório de biologia Molecular da<br />

UNITAU. As amostras foram mantidas a temperatura de -80°<br />

C até o seu processamento.<br />

Os microtubos foram homogeneizados em agitador<br />

mecânico (Vortex ® , Phoenix, AP56) e então 300µL foram<br />

centrifugados por 10 minutos (4690 X g). Após remoção<br />

do sobrenadante, 200µL de matriz comercial de extração e<br />

purificação de DNA (Instagene, Bio-Rad ® ) foram adicionados<br />

ao pellet formado.<br />

A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada<br />

em termociclador tipo Mastercycler Gradient (Eppendorf ® )<br />

na seguinte condição: Um ciclo inicial a 95ºC/5 minutos , 35<br />

ciclos 95ºC/30 segundos, 55ºC/30 segundos, 72ºC/1minuto, e<br />

um ciclo final de 72ºC/5minutos. A partir de DNA extraído de<br />

todas as amostras, a presença de A. actinomycetemcomitans,<br />

P. intermedia, P. gingivalis, T. forsythia e C. rectus foi avaliada<br />

empregando primers específicos.<br />

Para a análise dos produtos amplificados pela PCR foi<br />

empregada eletroforese conduzida a 10V/cm 2 em solução<br />

tamponada (TBE) por uma hora empregando-se gel de<br />

agarose a 1,5% corados com Brometo de Etídio. A visualização<br />

foi realizada em câmara de irradiação ultravioleta (UV) e<br />

comparada com os produtos amplificados a partir de cepas<br />

padrão, cedidas pelo Instituto Fio Cruz, RJ.<br />

Análise estatística<br />

A associação entre a ocorrência de bactérias<br />

<strong>perio</strong>dontopatógenas e a condição clinica <strong>perio</strong>dontal em<br />

adultos foi analisada pelo teste Qui-Quadrado, utilizando<br />

o programa estatístico SPSS for Windows Release 12.0; SPSS<br />

Inc., Chicago, IL.<br />

RESULTADOS<br />

Foram incluídos no presente estudo 214 indivíduos, sendo<br />

103 <strong>perio</strong>dontalmente saudáveis e 111 portadores de doença<br />

<strong>perio</strong>donrtal (Tabelas 1 e 2).<br />

Foi proposta inicialmente uma comparação intragrupo<br />

da frequência dos patógenos <strong>perio</strong>dontais em função do<br />

hábito de fumar. Não foi observada diferença estatisticamente<br />

significativa quando da avaliação isolada dos grupos saúde<br />

(Figura 1) e doença <strong>perio</strong>dontal (Figura 2).<br />

DISCUSSÃO<br />

O uso do tabaco está associado a alterações patológicas<br />

no <strong>perio</strong>donto, sendo um importante fator de risco para<br />

<strong>perio</strong>dontite. Segundo a Third Nacional Health and Nutrition<br />

Examination Survey (NHANES) indivíduos fumantes têm<br />

quatro vezes mais chances de desenvolver <strong>perio</strong>dontite que<br />

não fumantes (TOMAR, 2000). A associação entre tabagismo<br />

e doença <strong>perio</strong>dontal é mais evidente após 10 anos do<br />

hábito, independente da idade e índice de placa, afetando<br />

Tabela 1<br />

Distribuição da população estudada. MI – Média de Idade; DP – Desvio Padrão<br />

Fumante<br />

Saúde <strong>perio</strong>dontal<br />

Não-fumante<br />

Total<br />

Masculino 18 22 40<br />

Feminino 33 30 63<br />

Total<br />

(MI±DP)<br />

51<br />

(32,53±8,29)<br />

52<br />

(<strong>31</strong>,13±7,97)<br />

Doença <strong>perio</strong>dontal<br />

Fumante<br />

Não-fumante<br />

103<br />

(<strong>31</strong>,81±8,09)<br />

Masculino 26 24 50<br />

Feminino 27 34 61<br />

Total<br />

69<br />

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Tabela 2<br />

Distribuição média dos valores de Profundidade de Sondagem (PS), Nível Clínico de Inserção (NCI), Índice de Placa (IP) e Índice de Sangramento<br />

Gengival (ISG), de acordo com a condição <strong>perio</strong>dontal e o hábito de fumar. M – Média; DP – Desvio Padrão; Teste t de Student e Mann-whitne<br />

Saúde <strong>perio</strong>dontal<br />

PS (mm) NCI (mm) IP (0/1) ISG (0/1)<br />

Fumante<br />

3,45<br />

±1,65<br />

2,94<br />

±1,64<br />

0,61<br />

±0,33<br />

0,47<br />

±0,32<br />

Não-fumante<br />

3,41<br />

±1,45<br />

3,21<br />

±1,47<br />

0,62<br />

±0,30<br />

0,61<br />

±0,29<br />

Total<br />

(M±DP)<br />

Fumante<br />

3,43<br />

±1,54<br />

3,08<br />

±1,55<br />

0,61<br />

±0,<strong>31</strong><br />

0,54<br />

± 0,<strong>31</strong><br />

Doença Periodontal<br />

PS (mm) NCI (mm) IP (0/1) ISG (0/1)<br />

4,65<br />

±1,54<br />

4,70<br />

±1,62<br />

0,62<br />

±0,32<br />

0,55<br />

±0,29<br />

Não-fumante<br />

4,65<br />

±1,69<br />

4,69<br />

±1,70<br />

0,66<br />

± 0,30<br />

0,54<br />

±0,30<br />

Total<br />

(M±DP)<br />

4,65<br />

±1,62<br />

4,69±1,70<br />

±1,66<br />

0,64<br />

±0,<strong>31</strong><br />

0,54<br />

± 0,30<br />

Figura 1 Figura 2<br />

Figura 1 – Distribuição da freqüência dos patógenos <strong>perio</strong>dontais nos indivíduos do grupo saúde<br />

<strong>perio</strong>dontal de acordo com o hábito de fumar<br />

S – Amostras de sulco gengival, C – Amostras de mucosa jugal; Teste Qui-quadrado<br />

Figura 2 – Distribuição da freqüência dos patógenos <strong>perio</strong>dontais nos indivíduos do grupo doença<br />

<strong>perio</strong>dontal de acordo com o hábito de fumar<br />

S – Amostras de sulco gengival, C – Amostras de mucosa jugal; Teste Qui-quadrado<br />

mais severamente os homens que as mulheres (CALSINA et<br />

al., 2002).<br />

No presente estudo, não foi observada maior prevalência<br />

de <strong>perio</strong>dontotopatógenos em pacientes tabagistas, tanto na<br />

condição de saúde ou de doença <strong>perio</strong>dontal, o que também<br />

foi confirmado por Shiloah et al. 2000, van der Velden et al.,<br />

2003. Isso reforça a ideia de que grande parte da destruição<br />

tecidual encontrada em pacientes fumantes e portadores de<br />

<strong>perio</strong>dontite possa estar relacionada à resposta imunológica<br />

e atividade dos monócitos, bem como dos mediadores<br />

inflamatórios (VAN WINKELHOFF et al., 20<strong>01</strong>; SALVI et al.,<br />

2005; RYDER et al., 2007; HEENS et al., 2009; JOHNSON<br />

et al., 2<strong>01</strong>0).<br />

Medidas clínicas de PS, NCI, IP e ISG apresentaram valores<br />

aproximados. Müller et al, (2002) também não constataram<br />

diferença no sangramento à sondagem de indivíduos<br />

fumantes. Os mecanismos pelo qual o cigarro pode afetar os<br />

tecidos <strong>perio</strong>dontais, aumentando a perda de inserção clínica<br />

e a profundidade à sondagem como visto por Baljoon et al.,<br />

2005 e Ryder, 2007 não foram confirmados neste estudo.<br />

Diversos estudos têm observado uma maior colonização<br />

de patógenos <strong>perio</strong>dontais no biofilme subgengival de<br />

70<br />

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fumantes (GOMES et al., 2006; VAN WINKELHOFF et al.,<br />

20<strong>01</strong>). Em 2000, Hanioka et al. constataram que a tensão<br />

de oxigênio nas bolsas <strong>perio</strong>dontais era menor em fumantes,<br />

resultado que, ao menos em parte, favorece essa colonização.<br />

Este fato pode ser reforçado pelo pressuposto de que a<br />

presença da nicotina e seu subprodutos cria um micoambiente<br />

favorável para a colonização de patógenos, com visto por Li<br />

et al, 2004.<br />

A disponibilidade de novas metodologias pode auxiliar<br />

no entendimento da interação dos componentes do tabaco<br />

com o biofilme bacteriano e o impacto desta relação na<br />

ecologia do biofilme. Além da questão microbiológica, o fator<br />

hospedeiro tem chamado muita atenção, pois ele determina<br />

a suscetibilidade de cada paciente à infecção bacteriana.<br />

CONCLUSÃO<br />

Neste estudo transversal não foi obser vada<br />

diferença estatisticamente significativa na microbiota<br />

<strong>perio</strong>dontopatógena de tabagistas em função da condição<br />

<strong>perio</strong>dontal.<br />

ABSTRACT<br />

the present study aimed to compare the presence of A.<br />

actinomycetemcomitans, P. intermedia, P. gingivalis, T.<br />

forsythia and C. rectus in smoking and in no smoking adults<br />

and to relate it with <strong>perio</strong>dontal clinical condition. The study<br />

comprised 214 adults divided according to their <strong>perio</strong>dontal<br />

condition and smoking status: group of healthy <strong>perio</strong>dontal<br />

condition [smokers (n=51) and non smokers (n=52)] and<br />

group with <strong>perio</strong>dontitis [smokers (n=53 and non smokers<br />

(n= 58)]. Subjects presenting at least 4 <strong>perio</strong>dontal sites<br />

with Pocket Depth (PD) ≥ 4mm and Clinical Attachment<br />

Level (CAL) ≥ 3mm, distributed over different teeth, were<br />

considered <strong>perio</strong>dontally diseased. Saliva was collected<br />

from the dorsum of the tongue and intrasulcular samples<br />

were obtained from the five sites presenting the highest<br />

PD values. In the healthy group, subgingival samples were<br />

collected from the mesiobuccal sites of teeth 16, 11, 26, 36,<br />

<strong>31</strong> and 46. Chi-square was used for the statistical analysis. No<br />

statistically significant distinction was observed through this<br />

cross-sectional study in <strong>perio</strong>dontopathogenic microbiota of<br />

smokers in relation to <strong>perio</strong>dontal condition.<br />

UNITERMS: smoking status, <strong>perio</strong>dontopathogens,<br />

<strong>perio</strong>dontitis.<br />

The impact of tobacco use on <strong>perio</strong>dontal microbiota<br />

is still quite controversial. Based on this assumption,<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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plaque. Int Dent J 1975; 25(4):229-35.<br />

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Wende J et al. Reproducibility of probing depth measurements using<br />

a constant force electronic probe: analysis of inter- and intraexaminer<br />

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vertical <strong>perio</strong>dontal bone loss. J Clin Periodontol 2005; 32:789-797.<br />

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<strong>perio</strong>dontal tissues. J Clin Periodontol 2002; 29: 771-776.<br />

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of smoker and non-smoker adult and early-onset <strong>perio</strong>dontitis<br />

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treatment status on <strong>perio</strong>dontal bacteria: evidence that smoking<br />

influences control of <strong>perio</strong>dontal bacteria at the mucosal surface of<br />

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as doenças <strong>perio</strong>dontais: aspectos microbiológicos. Rev Odontol Univ<br />

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9- Gomes SC, Piccinin FB, Oppermann RV, Susin C, Nonnenmacher CI,<br />

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of smoking on the ex vivo cytokine production in <strong>perio</strong>dontitis. J<br />

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71<br />

<strong>revista</strong> <strong>perio</strong> <strong>set2<strong>01</strong>0</strong> - 3ª <strong>REV</strong> - <strong>31</strong>-<strong>01</strong>-<strong>11.indd</strong> 71 <strong>31</strong>/1/2<strong>01</strong>1 23:35:37


R. Periodontia - 20(3):67-72<br />

12- Hwa-Jeong L, Sung-Hee P, Youngho K, Hee-Soo K, Sun-Ju K, Young-<br />

Suk K et al. Effects of nicotine on antioxidant defense enzymes and<br />

RANKL expression in human <strong>perio</strong>dontal ligament cells. J Peridontol<br />

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13- Johnson GK, Guthmiller JM, Joly S, Organ CC, Dawson DV.<br />

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15- Li QY, Zhao HS, Meng HX, Zhang L, Xu L, Chen ZB, Shi D,Feng XH, Zhu<br />

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27- van Winkelhoff AJ, Bosch-Tijhof CJ, Winkel EG, Van der Reijden<br />

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Endereço para correspondência:<br />

Ana Paula Grimião Queiroz<br />

Rua Expedicionário Ernesto Pereira, 110 – Centro<br />

CEP: 12020-330 – Taubaté - SP<br />

Email: apgrimiao@gmail.com<br />

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VOL. 20 - Nº 03 - SETEMBRO 2<strong>01</strong>0<br />

<strong>REV</strong>ISORES<br />

Alcione Maria Soares Dutra de Oliveira<br />

Karina Cogo<br />

Sheila Cavalca Cortelli<br />

Alexandre Prado Scherma<br />

Luciana Salles B. de Almeida<br />

Daiane Cristina Peruzzo<br />

73<br />

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VOL. 20 - Nº 03 - SETEMBRO 2<strong>01</strong>0<br />

NORMAS PARA PREPARAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS<br />

As informações sobre a missão, o escopo, o público e a política editorial da <strong>Revista</strong> podem ser encontradas em<br />

www.<strong>revista</strong><strong>perio</strong>dontia.com.br.<br />

Normas gerais<br />

Os artigos para a publicação na <strong>REV</strong>ISTA PERIODONTIA da SOBRAPE deverão ser inéditos e redigidos em português,<br />

inglês ou espanhol. Artigos originais de pesquisa terão prioridade para apreciação mas, artigos de revisão e relatos de casos ou<br />

técnicas, de interesse na Periodontia, também poderão ser incluídos. A <strong>REV</strong>ISTA PERIODONTIA reserva todos os direitos autorais<br />

do trabalho publicado. As informações contidas nos originais e publicadas na <strong>revista</strong> são de inteira responsabilidade do(s) autor(es),<br />

não refletindo necessariamente, a opinião do Corpo Editorial da <strong>revista</strong> ou a posição da SOBRAPE.<br />

Envio do Material<br />

O material deve ser enviado exclusivamente para o e-mail <strong>revista</strong><strong>perio</strong>dontia@sobrape.org.br<br />

Apresentação do material<br />

Os artigos deverão ser digitados em Word para Windows, com fonte Arial, tamanho 12, justificado, em folhas de papel A4<br />

numeradas consecutivamente. Deve ser usado espaço duplo com margem de 2,5 centímetros de todos os lados. As laudas<br />

deverão ter em média 1.600 toques (26 linhas de toques), perfazendo no máximo 20 páginas (excluindo gráficos, figuras e tabelas).<br />

Seleção de artigos<br />

A seleção dos artigos enviados à <strong>REV</strong>ISTA PERIODONTIA será realizada pelo Conselho Editorial, que dispõe de autoridade<br />

para decidir sobre sua aceitação. No processo de revisão e aprovação, que será realizado em pares, serão avaliados: originalidade,<br />

relevância metodologia e adequação às normas de publicação.<br />

Considerações Éticas<br />

Estudos que envolvam seres humanos deverão estar de acordo com a RESOLUÇÃO 196/96 do Conselho Nacional de Saúde,<br />

e terem sido aprovados pela Comissão de Ética da Unidade /Instituição em que foram realizados. As mesmas considerações são<br />

feitas para estudos em animais. O número de aprovação do comitê deverá estar presente no artigo.<br />

Estrutura do artigo<br />

Os trabalhos devem ser divididos conforme os itens abaixo:<br />

1- Página de título (Português e Inglês ou Espanhol e Inglês): deverá conter o título do artigo em negrito, o nome dos<br />

autores numerados de acordo com a filiação (instituição de origem, cidade, país), a principal titulação dos autores de forma<br />

resumida (sem nota de rodapé) e endereço do autor correspondente. As demais páginas devem ser na forma de texto contínuo.<br />

Exemplo:<br />

Associação do PDGF e IGF na Regeneração Periodontal Revisão de Literatura<br />

Fernando Hayashi 1 , Fernando Peixoto 1 , Chistiane Watanabe Yorioka 1 , Francisco Emílio Pustiglioni 2<br />

1 Mestrandos em Periodontia da FOUSP<br />

2 Professor titular de Periodontia da FOUSP<br />

2- Resumo: deve fornecer uma visão concisa e objetiva do trabalho, incluindo objetivos, material e métodos, resultados e<br />

as conclusões. Deve conter no máximo 250 palavras (incluindo pontos, vírgulas etc).<br />

3- Palavras-chave: são palavras ou expressões que identificam o conteúdo do texto. Para sua escolha, deverá ser consultada<br />

a lista “Descritores em Ciências de Saúde DECS”, da BIREME. Número de palavras-chave: máximo 6.<br />

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4- Abstract e Keywords: cópia precisa e adequada do resumo e palavras-chave em Inglês. Deverá ser consultada a lista<br />

“Medical subject headings”. Disponível em www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html. Número de Keywords: máximo 6.<br />

5- Introdução: é o sumário dos objetivos do estudo, de forma concisa, citando as referências mais pertinentes. Também<br />

deve apresentar as hipóteses em estudo e a justificativa do trabalho.<br />

6- Material e Métodos: devem ser apresentados com suficientes detalhes que permitam confirmação das observações<br />

encontradas, indicando os testes estatísticos utilizados , quando existirem.<br />

7- Resultados: as informações importantes do trabalho devem ser enfatizadas e apresentadas em seqüência lógica no<br />

texto, nas figuras e tabelas, citando os testes estatísticos. As tabelas e figuras devem ser numeradas (algarismo arábico) e citadas<br />

durante a descrição do texto. Cada tabela deve conter sua respectiva legenda, citada acima, em espaço duplo, em página<br />

separada, no final do artigo depois das referências. As figuras também devem estar localizadas em páginas separadas, no final<br />

do texto, porém, as legendas devem estar localizadas a baixo.<br />

8- Discussão: os resultados devem ser comparados com outros trabalhos descritos na literatura, onde também podem ser<br />

feitas as considerações finais do trabalho.<br />

9- Conclusão: deve responder: objetivamente aos questionamentos propostos.<br />

10- Agradecimentos (quando houver): apoio financeiro de agências governamentais, assistências técnicas, laboratórios,<br />

empresas e colegas participantes.<br />

11- Referências Bibliográficas: Essa seção será elaborada de acordo com as Normas Vancouver (disponíveis em: www.<br />

icmje.org), devendo ser numeradas seqüencialmente conforme aparição no texto. E, as abreviações das <strong>revista</strong>s devem estar em<br />

conformidade com o Index Medicus/ MEDLINE.<br />

Todos os autores da obra devem ser mencionados.<br />

Exemplos Normas Vancouver:<br />

Artigo de <strong>Revista</strong>:<br />

1. Lima RC, Escobar M, Wanderley Neto J, Torres LD, Elias DO, Mendonça JT et al. Revascularização do miocárdio sem<br />

circulação extracorpórea: resultados imediatos. Rev Bras Cir Cardiovasc 1993; 8: 171-176.<br />

Instituição como Autor:<br />

1. The Cardiac Society of Australia and New Zealand. Clinical exercise stress testing. Safety and performance guidelines. Med<br />

J Aust 1996; 116:41-42.<br />

Sem indicação de autoria:<br />

1. Cancer in South Africa. [editorial]. S Af Med J 1994; 84-85.<br />

Capítulo de Livro:<br />

1. Mylek WY. Endothelium and its properties. In: Clark BL Jr, editor. New frontiers in surgery. New York: McGraw-Hill; 1998.<br />

p.55-64.<br />

Livro:<br />

1. Nunes EJ, Gomes SC. Cirurgia das cardiopatias congênitas. 2a ed. São Paulo: Sarvier; 1961. p.7<strong>01</strong>.<br />

Tese:<br />

1. Brasil LA. Uso da metilprednisolona como inibidor da resposta inflamatória sistêmica induzida pela circulação extracorpórea<br />

75<br />

<strong>revista</strong> <strong>perio</strong> <strong>set2<strong>01</strong>0</strong> - 3ª <strong>REV</strong> - <strong>31</strong>-<strong>01</strong>-<strong>11.indd</strong> 75 <strong>31</strong>/1/2<strong>01</strong>1 23:35:38


VOL. 20 - Nº 03 - SETEMBRO 2<strong>01</strong>0<br />

[Tese de doutorado]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, 1999. 122p.<br />

Eventos:<br />

1. Silva JH. Preparo intestinal transoperatório. In: 45° Congresso Brasileiro de Atualização em Coloproctologia; 1995; São<br />

Paulo. Anais. São Paulo: Sociedade Brasileira de Coloproctologia; 1995. p.27-9.<br />

2. Minna JD. Recent advances for potential clinical importance in the biology of lung cancer. In: Annual Meeting of the<br />

American Medical Association for Cancer Research; 1984 Sep 6-10. Proceedings. Toronto: AMA; 1984;25:293-4.<br />

Material eletrônico:<br />

Artigo de <strong>revista</strong>:<br />

1. Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Emerg Infect Dis [serial online] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun<br />

5]; 1(1):[24 screens]. Disponível em: URL: http://www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm<br />

Livros:<br />

1. Tichenor WS. Sinusitis: treatment plan that works for asthma and allergies too [monograph online]. New York: Health On<br />

the Net Foundation; 1996. [cited 1999 May 27]. Disponível em : URL: http://www.sinuses.com<br />

Capítulo de livro:<br />

1.Tichenor WS. Persistent sinusitis after surgery. In: Tichenor WS. Sinusitis: treatment plan that works for asthma and allergies<br />

too [monograph online]. New York: Health On the Net Foundation; 1996. [cited 1999 May 27]. Disponível em: URL: http://www.<br />

sinuses.com/postsurg.htm<br />

Tese:<br />

1. Lourenço LG. Relação entre a contagem de microdensidade vasal tumoral e o prognóstico do adenocarcinoma gástrico<br />

operado [tese online]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1999. [citado 1999 Jun 10]. Disponível em: URL:http://<br />

www.epm.br/cirurgia/gastro/laercio<br />

Eventos:<br />

1. Barata RB. Epidemiologia no século XXI: perspectivas para o Brasil. In: 4° Congresso Brasileiro de Epidemiologia [online].;<br />

1998 Ago 1-5; Rio de Janeiro. Anais eletrônicos. Rio de Janeiro: ABRASCO; 1998. [citado 1999 Jan 17]. Disponível em: URL:<br />

http://www.abrasco.com.br/epirio98<br />

Informações adicionais podem ser obtidas no seguinte endereço eletrônico: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_<br />

requirements.html<br />

12- Citações no texto: Ao longo do texto, deve ser empregado o sistema autor-data. Segundo as normas Vancouver,<br />

apenas a primeira letra do sobrenome do autor é grafada em maiúscula, sendo o ano da publicação apresentado entre parênteses.<br />

Trabalhos com até dois autores, tem ambos os sobrenomes mencionados no texto, separados por “&”. Trabalhos com três ou<br />

mais autores, terão ao longo do texto mencionado apenas o primeiro seguido da expressão “et al”.<br />

Se um determinado conceito for suportado por vários estudos, para a citação desses, deverá ser empregada a ordem<br />

cronológica das publicações. Nesse caso, o ano de publicação é separado do autor por vírgula (“,”) e as diferentes publicações<br />

separadas entre si por ponto e vírgula (“;”).<br />

13 - Figuras e Tabelas<br />

As tabelas e figuras deverão ser apresentadas em folhas separadas após a secção: Referências Bibliográficas (uma tabela/<br />

figura por folha com a sua respectiva legenda).<br />

Fotografias em formato digital (arquivo JPG ou TIFF): Resolução de 300 DPIs.<br />

As imagens serão publicadas em preto e branco. Caso haja interesse dos autores há possibilidade de impressão colorida das<br />

imagens, havendo custo adicional de responsabilidade dos autores.<br />

76<br />

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