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04 www. Destak .pt 6ª Feira · 20 de Março de 2009 Actualidade ÁLCOOL O consumo esporádico excessivo de álcool está a aumentar em Portugal. Dados do Plano Nacional para Redução dos Problemas Ligados ao Álcool – hoje em discussão no 26.º Encontro Nacional de Clínica Geral – revelam que 48% dos jovens já tiveram este comportamento. Por ano, há 27 mil mortes acidentais motivadas pelo binge drinking,naEuropa. IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII CONSUMO Entre 13 países europeus, portugueses são quem mais recorreria ao low cost para conseguir aumentar a despesa mensal Corridaaospreçosbaixos Lusos são quem pior classifica a situação do País. Novasubidano crédito malparado. IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt Em 2009, os portugueses querem consumir mais (62% têm esse propósito e23%vãoconcretizá-lo),mas como o poder de compra está em queda (-1,2%), estão dispostos a adoptar novas estratégias para aumentar as suas despesas mensais. Esta é a principal conclusão do Observador Cetelem para este ano, ontem apresentado e que o Destak analisou. Em relação a 2008, há uma tendência que se mantém. Entreos13paísesanalisados – num total de mais de 10 mil entrevistas – os portugueses continuamaserosmaispessimistas sobre a situação actual e futura do País. Numa escala de 0 a 10, em ambas as situações dão 2,8 (ver tabela). ̌ Os habitantes do Litoral Norte são os principais responsáveis por este resultado. A sua confiança não vai além dos 2,26, bastante longe dos 3,70 do Grande Porto, a regiãoquemelhoravaliaasituação do País – na Grande Lisboaanotaéde2,85. Só 3% vão mesmo poupar No meio de tanto pessimismo,nãoédeestranharque apenas 3% dos lusos garantam que vão aumentar as suas poupanças ao longo de Em caso de subida dopoderdecompra, os lusos aumentariam primeiro as despesas com aalimentação. Se perdessem poder decompra,asbebidas alcoólicas e o tabaco seriam os primeiros produtos sacrificados. 2009, embora 18% tenham essa pretensão. Valores que, porém, ficam abaixo da média: 6% e 22%. Cenário idêntido ao da despesa. O aumento garantido (23%) e o desejo de concretizá-lo (62%) ficam aquémdos30%e64%manifestados pelos 13 países. A quebra no poder de compraéagrandeculpada.No entanto, caso essa limitação desaparecesse, 22% dos portugueses aumentariam primeiroadespesacomaalimentação, seguindo-se a saú- P E R S P E C T I V A S P A R A 2 0 0 9 de (19%) e o lazer (15%). No cenário inverso – menos dinheiro disponível –, um em cada quatro consumidores cortaria inicialmente nas bebidas alcoólicas e no tabaco, enquanto 19% iriam menos a hotéis, cafés e restaurantes. Crédito malparado aumenta Entre os 13 países, os portugueses, com 91% contra 76% de média, são quem mais recorreria ao low cost para poderaumentarasdespesas. Apenas 15% utilizariam o crédito. Tendência confirmada pelos últimos dados do Banco de Portugal: os empréstimosparacompradecasatotalizaram 553 milhões em Janeiro, um terço dos 1,52 mil milhões dados em 2008. Preocupanteéoaumento no crédito malparado. Na habitação superou os 1,5% do total, ascendendo a 1,6 mil milhões de euros. Já no consumoacobrançaduvidosaultrapassou os 5%, totalizando 778 milhões. Pela positiva, refira-se que as famílias estão a poupar 37 milhões por dia, um aumento de 13%. Alemanha Bélgica Espanha França Itália PORTUGAL Reino Unido Hungria Polónia Rep. Checa Eslováquia Rússia Sérvia Total Aumentar as poupanças* 7% 15% 3% 11% 3% 3% 15% 1% 1% 9% 2% 5% 3% 6% Aumentar as despesas* 58% 35% 18% 13% 34% 23% 27% 49% 27% 45% 22% 24% 12% 30% Situação actual do País** 4.7 4.8 4.2 4.4 4.2 2.8 4.4 2.9 4.6 4.9 5.0 5.0 3.8 4.3 Situação futura do País** 4.5 5.2 4.1 4.6 4.5 2.8 4.5 2.9 4.6 4.7 4.7 5.2 4.3 4.4 *valores em percentagem ** notas de 0 a 10 IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIJORGE NOGUEIRA EDITORIAL editorial@destak.pt ISABEL STILWELL Quando o látex se torna o mau da fita Ontem ainda se ouviam vozes indignadas contra as declarações do Papa, em que Bento XVI defende que a distribuição de preservativos em África não só não previne a sida como a agrava. Jorge Sampaio, ex-presidente da República, considerou que o discurso da Igreja não evoluía e os ministros franceses e alemães protestaram veementemente contra o que consideram uma irresponsabilidade total: privar os pobres dos pobres de contraceptivos e meios de defesa contra as doenças sexualmente transmíveis é imoral. A presidente de uma organização de combate à sida em África acusou mesmo o Papa de «pôr o dogma à frente da vida dos africanos». Há décadas que o preservativo é um inimigo da Igreja. Há décadas, também, que a Igreja afirma que a fidelidade e a abstinência são a única forma de combater a epidemia. Por outro lado, a influência da Igreja Católica naquele continente cresceu. Se tudo o que se disse atrás é verdade, então Bento XVI deveria estar, no mínimo, seguro de que as suas palavras e as dos seus antecessores entram por um ouvido das suas ovelhas e saem pelo outro. É que são hoje 22 milhões os infectados com o vírus do VIH naquele lado do mundo, dois terços dos infectados em todo o mundo. Ou seja, se lançar preservativos de avião, muda pouco ou nada os comportamentos perigosos, os sermões são igualmente ineficazes. Mas já uma educação sexual humanizada, que faça uso deste “objecto” como arma, ou um mal menor, poderia ter mudado muita coisa. Pode ainda mudar muita coisa, como sabe, como sempre, a Igreja no terreno. Entristece-me que os holofotes da Igreja se virem sobre um pedaço de látex, em lugar de iluminarem o essencial. Mesmo na Europa o uso do preservativo fica muito aquém do necessário. Em Portugal, onde a sida cresce entre as mulheres casadas, contagiadas pelos maridos, os especialistas apelam ao seu uso «em casa». Não o é, como não o é na maioria das primeiras relações. O que só sustenta a necessidade de campanhas mais eficazes. Fechar os olhos, para manter as aparências, não é santidade, é a mais pura das hipocrisias. IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII POLÉMICA ProvedoracusaPS «O PS já ocupa todos os altoscargospúblicos,fazlembrar o Zeca Afonso: ‘eles comem tudo’.» As palavras, proferidas pelo provedor de Justiçanumaentrevistaà Visão, onde juntou ainda a acusação de que o PS terá «apetite» pelo cargo que actualmente ocupa, não caíram bem no seio do partido no poder. Na entrevista, Nascimento Rodrigues questionou-se ainda sobre o tempo que irá demorar para ser escolhido um novo sucessor, já que o segundo mandato que cumpriu terminou há oito meses. Em resposta, o ministro da Presidência acusou-o de ter IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIPUB quebrado o seu dever de isenção e de se envolver no combate partidário em defesa do acesso do PSD a cargos do Estado. A propósito da escolha de um novo nome para o lugar, de acordo com a bancada parlamentar socialista, o PSD foi sondado para aceitar António Arnaut, Rui Alarcão ou Freitas do Amaral, nomes que foram à partida todos recusados. A escolha do nome tem de reunir consenso, já que o provedor de Justiça precisa de ser eleito no Parlamento por uma maioria de dois terços dos deputados. Rodrigues foi alvo de críticas 123RF IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII PROVEDORIACONCLUIU 2396CASOSEM 3MESES A Provedoria de Justiça concluiu 2396 processos no último trimestre de 2008, numa altura em que o mandato do provedor, Nascimento Rodrigues, já tinha terminado em Julho, revelou a Lusa. Os dados, publicados na internet, revelam que a maioria dos processos concluídos diz respeito a assuntos sociais – como trabalho, segurança social e habitação –, económicos, fundos europeus, jogo e direito dos consumidores. Na mesma altura, deram entrada 1298 queixas. ESCOLA Governo aprova novo Gabinete de Segurança O Executivo aprovou ontem, em Conselho de Ministros, a criação do Gabinete Coordenador de Segurança Escolar, uma estrutura integrada no Ministério da Educação, mas com autonomia administrativa. No mesmo diafoiaprovadooregimejurídico aplicável aos docentesreformadosquequeiram trabalhar como voluntários nas escolas.
Actualidade Destak 6ª Feira · 20 de Março de 2009 www. .pt 05 PUB JUSTIÇA Mário Machado e mais quatro pessoas são suspeitas dos crimes de associação criminosa, usurpação de funções, extorsão, homicídio na forma tentada e rapto, disse à Lusa o advogado de defesa do líder nacionalista. MILmilhões de euros de dívida pública já foram emitidos desde o início do ano – 43% do previsto em 2009. 9,1 REMÉDIOS As farmácias continuam a vender menos medicamentos. Em Fevereiro, a quebra foi de 8,4%, uma tendência que se manteve na primeira quinzena de Março, com menos 3,5%. PUB IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII ENVELHECIMENTO Trêsidosospor cadajovemdaqui ameioséculo 132RF O Instituto Nacional de Estatística estima que Portugal continuaráatercercade10 milhões de residentes nos próximos 50 anos, mas manter-se-á a tendência para o envelhecimento. Dentro de meio século, por três idosos haverá um jovem e, mesmo que o saldo migratório seja positivo, a tendência de envelhecimento não será atenuada. Segundo as projecções de população residente em Portugal 2008-2060 divulgadas pelo INE, num cenário sem imigração, os residentes no País diminuíriam em 25% para um total de 8,105 milhões. IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII CASO FREEPORT Ex-autarcade Alcochete presta declarações à PJ CARLOS SANTOS/LUSA Apesar de afirmar que não temprovas,oantigopresidente da Câmara de Alcochete levanta suspeitas sobre o licenciamento do Freeport. As declarações de Miguel Boieiro foram feitas ontemàentradaparaaPJde Setúbal, onde prestou declarações durante três horas. O ex-autarca admitiu que foi convidado para ir a Inglaterra visitar um centro comercial do género do Freeport e que o primeiro chumbo do projecto de Alcochete foi «politicamente estratégico».
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