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ENCONTRO<br />

2014<br />

31 maio<br />

ALUMNI<br />

UTAD


AlumniUTADALUMNI ALUMNI


Mensagem do Reitor<br />

O encontro dos antigos alunos ALUMNI2014 constitui um dos principais eventos que integra o<br />

programa de comemoração da criação de Ensino Superior em Trás-os-Montes e Alto Douro, que<br />

se prolonga até 2 de dezembro de 2015, data em que se assinala a primeira aula do Instituto<br />

Politécnico de Vila Real.<br />

O início deste programa teve lugar no passado dia 2 de março, numa iniciativa em que foi prestada<br />

homenagem à cidade de Vila Real, e nela, à região do Interior Norte e suas gentes que, desde<br />

sempre, colocaram a sua hospitalidade ao dispor da Academia. O programa integra diversas<br />

atividades que têm como objetivo envolver todos os que, ao longo de quatro décadas, acreditaram<br />

nesta instituição e no seu papel no desenvolvimento da região, onde se incluem os antigos<br />

alunos.<br />

A presença de antigos alunos à frente de diversas instituições públicas, autarquias, empresas<br />

privadas e associações de reconhecida reputação, representa um indicador do importante papel<br />

que a UTAD desempenhou e continuará a desempenhar na sociedade portuguesa. Contamos<br />

convosco neste novo ciclo da instituição.<br />

Neste tempo complexo, a capacidade de resistência demonstrada e o historial de prestígio alcançado<br />

ao longo de quarenta anos, levam-nos a acreditar que, com o empenho, o trabalho, a determinação<br />

e a força de vontade de todos os que passaram nesta academia, podemos progredir e<br />

reforçar a presença da Universidade, na cidade, na região e no país. Este é o nosso compromisso<br />

sério com a UTAD, a região e o país!<br />

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 31 de maio de 2014<br />

António Fontainhas Fernandes<br />

1ENCONTRO ALUMNI 2014


Emídio Gomes<br />

A UTAD é um ativo precioso da região<br />

O aluno nº153 gostava de<br />

bailes, pregava partidas na<br />

residência universitária e<br />

até jogava às cartas com<br />

as autoridades. Hoje, é o<br />

homem que comanda os<br />

destinos da CCDR-N.<br />

2ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


Emídio Gomes ainda continua “emocionalmente muito<br />

ligado” à UTAD, por isso, quando regressa é “como se<br />

estivesse em casa”. “É o sentimento de que nunca saí e<br />

isso nunca mudou desde janeiro de 1985.”<br />

Interessado num curso de ciências agronómicas ligado<br />

ao setor da pecuária, o portuense Emídio descobriu, para<br />

cá do Marão, uma “oportunidade interessante”. “Faziam<br />

referências a uma nova instituição formada por professores<br />

oriundos das ex-colónias e por um grupo de novos<br />

professores provenientes do Instituto Superior de Agronomia”,<br />

explica.<br />

Em 1978/79, o IPVR dava lugar ao Instituto Universitário<br />

de Trás-os-Montes e Alto Douro, numa cidade que não<br />

tinha cinema nem discoteca. Contrariando a vontade do<br />

pai, que se disponibilizou a comprar-lhe um apartamento,<br />

Emídio encontrou um porto seguro no nº 24 da Avenida<br />

Dom Dinis. “Permaneci quase durante os cinco anos do<br />

“<br />

curso na residência universitária, onde houve um espírito<br />

de partilha enorme, uma sã convivência e se fizeram amigos<br />

para a vida.” Por lá, as portas deviam abrir-se sempre<br />

com cuidado, porque quem não o fizesse, “com um empurrão<br />

com o pé, arriscava-se a que caísse alguma coisa<br />

em cima”. Sentados pelo chão ou em bancos, Emídio e os<br />

colegas assistiam às “sessões memoráveis” de «Gabriela,<br />

Cravo e Canela» no final do dia. “Ver telenovela com 30 ou<br />

40 pessoas à volta era algo muito entusiasmante.” Pela<br />

calada da noite aconteciam as “famosas sessões de bruxas”<br />

como “sinais de boas-vindas” a pessoas que eram<br />

convidadas e se desconheciam. Como que por magia, as<br />

luzes eclipsavam-se e, de várias direções, surgiam travesseiras<br />

e jatos de água.<br />

Nos serões que enregelavam os ossos, os polícias que<br />

faziam a ronda procuravam abrigo na residência. “O frio<br />

era excessivo, os crimes não existiam e eles entravam.<br />

Ficávamos à conversa, jogávamos às cartas, bebíamos<br />

um copo. Éramos todos bons rapazes.”<br />

É com um tom nostálgico que Emídio evoca o espírito<br />

solidário que se vivia entre os colegas seus conterrâneos.<br />

“Na sexta-feira à tarde, juntávamo-nos para partilhar<br />

o dinheiro que tínhamos para ir de fim de semana.” No<br />

regresso, traziam farnéis reforçados que repartiam com<br />

os amigos. “Também tínhamos o hábito de entrar descalços<br />

em casa de um colega de Vila Real para ir roubar<br />

presunto, mas os pais estavam fartos de saber que íamos<br />

Permaneci quase durante os cinco anos do curso na<br />

residência universitária, onde houve um espírito de<br />

partilha enorme, uma sã convivência e se fizeram<br />

amigos para a vida<br />

aparecer.”<br />

Emídio rapidamente se tornou adepto dos “dois grandes<br />

eventos sociais de Vila Real: a noite do 1º de dezembro<br />

e o baile de S.Pedro no Tocaio, onde se podia apreciar a<br />

beleza feminina vila-realense”. Partiu “uns poucos” de púcaros<br />

no jogo do Panelo e não abandonou o vício de ir à<br />

caça para a zona de Alijó. Os jogos de futebol na Estação<br />

eram épicos: “qualquer equipa que perdesse connosco<br />

por menos de 10 era um bom resultado”. As energias<br />

eram repostas fora das quatro linhas: “depois de jantar,<br />

vínhamos trabalhar para a UTAD até às 2 ou 3h e tínhamos<br />

o hábito salutar de compensar com um whisky e gelo<br />

purificado do laboratório.”<br />

A pensar na viagem de finalistas, Emídio e uma colega<br />

promoviam torneios masculinos e femininos de tiro aos<br />

pratos. Também se organizavam bailes para arrecadar dinheiro:<br />

“um deles contou com a atuação dos Jafumega,<br />

porque o Luís Portugal era de Vila Real e convencemo-lo<br />

a vir por um preço amigo; noutro baile, os polícias destacados<br />

estavam tão bêbados que tivemos de tomar conta<br />

deles, tal era a amizade e fraternidade.” A incursão a Paris<br />

foi o momento mais emblemático, porque Emídio e os colegas<br />

perceberam que os tempos vividos na UTAD os iam<br />

marcar “de uma forma definitiva para a vida”.<br />

Aos 54 anos, Emídio reconhece que levou da academia<br />

“a lição da amizade e da partilha”. “Mando para cá muitos<br />

amigos ainda hoje, porque é dos melhores locais em<br />

Portugal para se estudar”, sublinha. Em 2009, Emídio ainda<br />

recebeu e aceitou o convite para presidir ao Conselho<br />

Geral da UTAD.<br />

“Parcerias, networking com a região, crescer onde é realmente<br />

reconhecida como uma instituição diferenciadora,<br />

reorganizar-se, cortar gorduras, acabar com tribos e<br />

olhar para fora” são alguns dos desafios que a academia<br />

deverá abraçar. “A UTAD é um ativo precioso da região,<br />

por cuja valorização eu me baterei com todo o ânimo que<br />

consiga ter”, assegura o agora presidente da Comissão<br />

de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.<br />

3ENCONTRO ALUMNI 2014


Olga Martins<br />

Executiva do ano já foi a “menina do asfalto”<br />

Olga Martins escolheu Aveiro<br />

para estudar, mas não seria<br />

o azul do mar a conquistá-la.<br />

Na sua mente ficou sempre<br />

a ondulação dos vinhedos<br />

durienses que a fizeram<br />

regressar.<br />

4ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


“<br />

Devo à UTAD essa gratidão de me ter ensinado para<br />

depois eu poder fazer um percurso que me deixou<br />

feliz e completa<br />

Terminado o secundário, Olga Martins tinha a certeza que<br />

queria seguir os estudos na área das químicas ou das<br />

engenharias alimentares. Acabou por ir parar à terra dos<br />

moliceiros, porém, não morreu de amores por engenharia<br />

química nem pelo ambiente. “Tinha as minhas amigas todas<br />

em Vila Real. Diziam que adoravam a Universidade e<br />

os cursos que escolheram. Algumas foram para Enologia<br />

e eu comecei a conviver mais com elas e a ver com interesse<br />

aquilo que estudavam”, explica.<br />

Foi esse “chamamento” que fez com que Olga se decidisse<br />

a mudar de ares mas, apesar da convicção de que<br />

Enologia seria o seu futuro, na sua mente pairavam ainda<br />

algumas incertezas. “Preocupava-me a ideia de vir para<br />

este curso porque em termos familiares não tinha nenhuma<br />

tradição. Não tinha referência de nenhum enólogo e o<br />

meu conhecimento de vinhos era zero.”<br />

Apesar de desconhecer o universo vínico, sempre acreditou<br />

que o curso fazia “todo o sentido na região” que a<br />

viu nascer. Logo no primeiro ano, o professor Fernando<br />

Martins identificou-lhe os tiques urbanos, condição que<br />

lhe garantiu a alcunha de “menina do asfalto”. O epíteto<br />

deveu-se ao facto de deixar transparecer o desconhecimento<br />

pelas artes rurais e a falta de contacto com as dinâmicas<br />

próprias da vida numa aldeia. Durante o curso foi<br />

sempre “muito boa aluna, aplicada e metódica”, características<br />

que lhe valeram excelentes notas. Ainda assim, a<br />

atual gestora da Lavradores de Feitoria procurou sempre<br />

evoluir. No segundo ano pediu mesmo para fazer um estágio<br />

numa quinta duriense porque “não queria chegar ao<br />

fim do curso sem perceber se o mundo dos vinhos era<br />

aquele que queria habitar”.<br />

Durante a vida académica e na tentativa de aperfeiçoar<br />

as capacidades sensoriais, juntava-se, por vezes, com<br />

amigas e faziam incursões à culinária. Tentavam, depois,<br />

harmonizar os pratos com alguns vinhos mais dignos ou<br />

com aqueles que a carteira permitia comprar. “No curso<br />

não deu para aprimorar os dotes de enologia, até porque<br />

nessa altura a preocupação era mais a quantidade do<br />

que a qualidade. Mas, nesses encontros gastronómicos,<br />

líamos os rótulos e provávamos os vinhos para ver se percebíamos<br />

alguma coisa daquilo.”<br />

Terminado o percurso universitário, Olga acabou por fazer<br />

parte da geração de ouro dos enólogos durienses, reconhecida<br />

internacionalmente e com os seus vinhos a merecerem<br />

os mais rasgados elogios. “Senti que fazia parte<br />

de um lote de pessoas que estava a abrir o Douro, que<br />

trazia algo novo. Sentiu-se um grande salto porque éramos<br />

mais jovens, viajávamos mais e queríamos aprender<br />

mais.”<br />

Olga recebeu, em 2013, o prémio de executiva do ano<br />

como resultado dos seus méritos profissionais. A enóloga<br />

reconhece que parte dessa distinção deve ser dividida<br />

com a UTAD, pela formação diferenciadora que lhe<br />

proporcionou. “Nunca tinha ganho este prémio se não<br />

tivesse estudado na UTAD. Foi ela que me fez ser como<br />

sou: muito empenhada, motivada e a gostar muito do que<br />

faço. Devo à UTAD essa gratidão de me ter ensinado para<br />

depois eu poder fazer um percurso que me deixou feliz e<br />

completa.”<br />

5ENCONTRO ALUMNI 2014


Jorge Dias<br />

A UTAD faz parte de nós<br />

Ao fim de 35 anos, o aluno<br />

210 ainda guarda<br />

recordações de tempos<br />

notáveis. Para Jorge Dias,<br />

duriense de nascença, a<br />

UTAD será sempre a sua<br />

principal casa de formação.<br />

6ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


Apesar de não ter qualquer referência familiar na área<br />

agrícola, Jorge Dias sempre sentiu o apelo telúrico do<br />

lugar que o viu nascer. Natural de Santa Marta de Penaguião,<br />

terra salpicada de vinhedos, desde cedo se familiarizou<br />

com as cepas e os cachos de uvas. “É um concelho<br />

essencialmente vitícola e terá sido importante, na minha<br />

escolha, essa influência do meio ambiente.”<br />

Quando se candidatou ao Ensino Superior, em 1979/80,<br />

a sua decisão era quase previsível: Engenharia Agrícola,<br />

uma oferta que encontrou no recém-criado Instituto Universitário<br />

de Trás-os-Montes e Alto Douro. “Não precisei<br />

de mudar de cidade porque também fiz o liceu em Vila<br />

Real. Para além disso, muitos dos colegas que tinha acabaram<br />

por ir também para o IUTAD.” Para legitimar a escolha,<br />

juntava-se ainda “a certeza de que o Douro seria<br />

uma das boas apostas a Norte”. “Tínhamos a convicção<br />

de que o Douro vingaria”, sublinha.<br />

“<br />

também pessoas de uma dimensão cultural e científica<br />

que marcava qualquer um”, justifica.<br />

Com a filosofia de que “o ensino agronómico não se fazia<br />

só nas escolas” foram várias as visitas de estudo pela<br />

região e pelo País, que fomentaram o espírito de grupo e<br />

um ambiente de grande convívio. “Havia espírito de camaradagem<br />

com os colegas, professores e funcionários.<br />

Éramos uma família e a UTAD era a nossa casa.”<br />

Ao vasculhar a memória, Jorge encontra também pedaços<br />

de boa disposição, vividos com os colegas, em alguns<br />

locais emblemáticos da cidade. “O nosso café de<br />

eleição era a Pastelaria Gomes. Tínhamos também o Cabanelas<br />

que era o local onde se ‘pernoitava’. Íamos para<br />

lá discutir as inquietações e os temas do momento.”<br />

Quando Jorge e os colegas ansiavam por algo novo, não<br />

eram raras as escapadelas para fora da cidade que os<br />

unia. Braga, Porto, Pedras Salgadas, Peso da Régua ou<br />

O relacionamento ia muito além da estrita relação<br />

professor-aluno. Eram também pessoas de<br />

uma dimensão cultural e científica que marcava<br />

qualquer um<br />

Dos primeiros tempos de aulas, Jorge recorda, essencialmente,<br />

a excelência do ensino. “Mais importante do que<br />

a qualidade do edifício ou das salas onde tivemos aulas,<br />

era a qualidade académica dos professores que lecionavam<br />

as cadeiras fundamentais. Sabíamos que se estava<br />

a iniciar um projeto e bastava-nos a qualidade do ensino<br />

para termos motivos de orgulho, enquanto estudantes<br />

desta casa.”<br />

Torres Pereira, Luiz Sampayo e Torres de Castro foram<br />

professores que o marcaram “pela maneira de estar e de<br />

ensinar”. Merecedor de grande estima e admiração foi,<br />

também, Bianchi de Aguiar, apesar de não ter sido seu<br />

docente. A estes nomes “incontornáveis” juntam-se ainda<br />

Nuno Moreira, Fernando Martins, Nuno Magalhães, João<br />

Coutinho, José Portela e Afonso Martins, sobretudo pela<br />

afinidade que tinham com os alunos. “O relacionamento<br />

ia muito além da estrita relação professor-aluno. Eram<br />

Murça eram os destinos prediletos. “Não havia qualquer<br />

planeamento atempado e as saídas dependiam apenas<br />

da disponibilidade de transporte”, relembra.<br />

Aos 52 anos, Jorge Dias conta já com um largo currículo<br />

e uma vasta experiência profissional. Foi professor na<br />

UTAD, esteve no Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto<br />

(IVDP), trabalhou de perto na criação da Lavradores de<br />

Feitoria e foi chefe de gabinete do então secretário de Estado<br />

do Desenvolvimento Rural, Bianchi de Aguiar. Hoje<br />

é diretor geral na Gran Cruz Porto e considera que este<br />

percurso só é possível graças à formação que obteve na<br />

universidade transmontana. “Sempre me considerei relativamente<br />

empreendedor naquilo em que me envolvi.<br />

Existe empreendedorismo quando se reúnem três fatores:<br />

capital, trabalho e saber. Sem dúvida que a UTAD me deu,<br />

pelo menos, um terço daquilo que foi o desenvolvimento<br />

da minha vida.”<br />

7ENCONTRO ALUMNI 2014


Pedro Caixinha<br />

Estudar na UTAD foi a tática para o sucesso<br />

8ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

Pedro Caixinha é um dos<br />

símbolos do desporto da<br />

UTAD. Atualmente aos<br />

comandos do Santos<br />

Laguna, no México, o<br />

treinador lembra com<br />

saudade a passagem pela<br />

academia transmontana.<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


“Todos falavam maravilhas da licenciatura da UTAD, da<br />

cidade e da vida estudantil”, justifica Pedro Caixinha. Era<br />

em Beja, sua terra natal, que ouvia os conterrâneos elogiar<br />

a famigerada universidade que se escondia para lá<br />

dos montes. Em 1993, acabaria por tomar a decisão e<br />

partir à descoberta de uma nova realidade. “Não conhecia<br />

nada, mesmo nada! Foi a primeira vez que viajei tão<br />

a norte no nosso País. Quando fui fazer os pré-requisitos,<br />

lembro-me que o meu pai me ofereceu a viagem de avião.<br />

Foi marcante por ter sido também a minha primeira vez”,<br />

revela.<br />

A adaptação à cidade transmontana fez-se de forma<br />

espontânea, beneficiando do acolhimento do grupo de<br />

amigos que rapidamente se constituiu. “Havia um ótimo<br />

ambiente entre os colegas de desporto, em todo o CIFOP.<br />

Identifiquei-me imediatamente com a licenciatura e queria<br />

aprender o máximo possível.”<br />

“<br />

nos apresentava a matéria e nos levava mais além. O segundo<br />

pela relação pessoal que criava e pelo seu método<br />

de ensino muito ao jeito do ‘clube dos poetas mortos’. O<br />

terceiro pela maneira como me fez perceber um jogo de<br />

futebol e desenvolver, de uma forma integral, aquela que<br />

hoje é a minha profissão.”<br />

Ainda hoje, o treinador mantém rotinas que ganhou nos<br />

tempos de estudante. Não falhava uma aula, fosse teórica<br />

ou prática. “Talvez por isso, só tive de fazer uma disciplina<br />

por exame. Ainda hoje funciono assim: blocos de grande<br />

sobrecarga de trabalho seguidos de curtas pausas para<br />

desligar e carregar a pilha.”<br />

A par da dedicação aos estudos, sobrava muito tempo<br />

para o divertimento e o convívio com colegas. Participou<br />

nos cinco cortejos da semana académica e procurava no<br />

Pioledo a descompressão que se exigia. “Recordo com<br />

saudade esses tempos de loucura ‘saudável’. Não saía<br />

Havia um ótimo ambiente entre os colegas de<br />

desporto, em todo o CIFOP. Identifiquei-me<br />

imediatamente com a licenciatura e queria aprender<br />

o máximo possível<br />

Apesar de ter vivido algumas mudanças no seu dia a dia,<br />

“largando as planícies para abraçar os montes”, houve<br />

sempre uma certeza inabalável no seu horizonte: o futebol.<br />

“Sempre tive uma relação de proximidade com o desporto,<br />

de uma forma geral. Desde cedo adquiri, e ainda<br />

mantenho, hábitos de prática desportiva mas, a partir dos<br />

14 anos, o futebol passou a ser a minha obsessão.”<br />

Para fortalecer as certezas que já tinha, muito contribuíram<br />

os ensinamentos de alguns professores, com realce<br />

para os nomes de Jaime Sampaio, António Serôdio e Vítor<br />

Maçãs. “Destaco o primeiro pelo verdadeiro espírito<br />

académico e de investigador que tem, pela forma como<br />

com muita frequência, mas quando saía tenho ideia que<br />

se não ganhava a camisola amarela, ganhava o prémio<br />

da montanha.”<br />

Aos 43 anos, o treinador considera que adquiriu sólidos<br />

métodos de trabalho enquanto pisava a relva dos campos<br />

da academia. Sempre que a agenda lhe permite, Pedro<br />

tem regressado à UTAD e é nessas alturas que a nostalgia<br />

dos melhores momentos emerge. “Reparo nas principais<br />

diferenças que se vão fazendo na licenciatura, no<br />

campus, na cidade, nas casas onde vivi, nos locais que<br />

frequentava e nas saudades que tenho da boa gastronomia.”<br />

9ENCONTRO ALUMNI 2014


Jorge Serôdio Borges<br />

Passei bons anos na UTAD<br />

Mais de duas décadas<br />

volvidas e Jorge Serôdio<br />

Borges, hoje enólogo, ainda<br />

sabe de cor o número de<br />

aluno. Regressar à academia<br />

é perceber que conseguiu<br />

fazer vingar alguns sonhos.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

10<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


Descendente de uma família duriense com uma ligação<br />

umbilical às vinhas, Jorge Serôdio Borges acabou por enveredar<br />

pelo curso de enologia. “Sou a 5ª geração e, por<br />

isso, foi natural a minha opção. Vir para a UTAD foi juntar<br />

o útil ao agradável porque estava perto de casa.”<br />

O primeiro ano como universitário foi marcante, porque<br />

havia todo um novo mundo para explorar. “Não éramos<br />

muitos... Eu sou o número 5862 e era giro porque toda a<br />

gente se conhecia, sobretudo nas engenharias.”<br />

A praxe cumpriu os propósitos de integração na academia,<br />

com brincadeiras que também cimentaram laços<br />

afetivos. “A praxe, se for feita com bom senso, é útil porque<br />

é uma forma de conhecer os colegas e os costumes<br />

da escola.” Jorge não se livrou de andar de mão dada<br />

com colegas, lavar loiça na casa das colegas ou ter que<br />

as servir à mesa.<br />

“<br />

Criou-se um espírito de equipa e um amor à<br />

camisola que era mais do que ser só estudante<br />

O Pioledo era o epicentro das vivências notívagas, onde<br />

as conversas aproximavam personalidades e geografias.<br />

As horas desfilavam e “ninguém arredava pé”. “Era um<br />

ambiente muito agradável. Passávamos a vida a conviver<br />

e a conhecer pessoas do país inteiro e até alguns estrangeiros.”<br />

Eleito como o expoente da diversão e da pândega,<br />

o rally das tascas era “o desafio de conseguir beber<br />

os vinhos horrorosos que nos davam.”<br />

Jorge também jogou rugby na equipa da UTAD, o que<br />

“ajudou bastante a ganhar admiração pela faculdade<br />

como um todo”. “Criou-se um espírito de equipa e um<br />

amor à camisola que era mais do que ser só estudante”,<br />

salienta. As viagens para os jogos levavam o motorista ao<br />

desespero e Jorge recupera um episódio insólito: “estávamos<br />

cheios de calor e um colega nosso, como a abertura<br />

do tejadilho não abria, mandou-lhe dois murros e aquilo<br />

voou. Estivemos à procura durante uma hora até que o<br />

encontrámos num lameiro.”<br />

Enquanto estudava, Jorge trabalhava também na empresa<br />

familiar, daí o seu empenho académico ser bastante<br />

mais pragmático. “Nunca me preocupei muito com as notas,<br />

mas em aprender as matérias que considerava importantes.<br />

A universidade deu-me muita explicação daquilo<br />

que já sabia empiricamente.”<br />

À bagagem académica, Jorge ainda juntou uma experiência<br />

internacional. “Fui de Erasmus com mais três colegas<br />

para o sul de Itália. Estivemos a trabalhar numa adega e<br />

foi muito positivo.” Assim que deixou a academia, Jorge<br />

começou logo a trabalhar e nunca parou. Em 2001, criou<br />

a sua própria empresa, cuja produção anual é superior a<br />

40 mil garrafas.<br />

“Pintas” assim se chama o vinho que se tornou na sua<br />

imagem de marca. Nasceu de uma miscelânia de sonho,<br />

amor, rigor e profissionalismo de Jorge e da esposa, também<br />

enóloga. “Foi o vinho mais difícil de fazer no mundo<br />

porque apostámos todas as moedas que tínhamos e<br />

aquilo não podia falhar.”<br />

Eleito enólogo do ano em 2008 e 2011, Jorge considera<br />

o seu curso como distintivo. “Antigamente, havia os engenheiros<br />

agrícolas que trabalhavam as vinhas e os enólogos<br />

só trabalham as uvas na adega. A visão global de<br />

toda a operação foi a grande mais-valia do curso de enologia<br />

da UTAD.” Jorge defende ainda que, na sua área, a<br />

UTAD “tem tudo para ser uma faculdade líder em Portugal<br />

e não só”. “Está localizada numa região que é hoje a<br />

região portuguesa com maior visibilidade internacional e<br />

que precisa de um apoio, de uma base científica.”<br />

Após duas semanas a viajar por Macau, Hong Kong, Suíça<br />

e Alemanha para vender os seus néctares, Jorge volta<br />

à UTAD e é mesmo “o regresso à origem”. “Um aluno<br />

quando vem para a universidade tem a cabeça repleta de<br />

sonhos. Ao voltar aqui, vemos aqueles que se concretizaram<br />

e os que não. Passei bons anos na UTAD e fiz muitas<br />

amizades”, conclui.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

11


ISMAEL VENTURA DA SILVA<br />

A Cidade, a UTAD, a Árvore: ligações para<br />

a Vida<br />

Natural de São Paulo, Ismael<br />

escolhe Vila Real para viver.<br />

É na UTAD que volta a ser<br />

estudante e onde estabelece<br />

laços que mudam a história<br />

e que permanecerão além da<br />

sua e de outras vidas.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

12<br />

Rosa Rebelo (texto); Isabel Sequeira e Luis Gens (fotografia)


Nascido e criado em São Paulo, Brasil, Ismael é filho de<br />

um emigrante português natural de Chaves. Cansado do<br />

stress provocado “por uma cidade com 16 milhões de<br />

habitantes”, visita Portugal pela primeira vez em 1997 e<br />

conhece a Região, “um paraíso” pelo qual se apaixonou,<br />

“a montanha… a neve… “.<br />

Ismael e a mulher decidem mudar de país e de vida. Inicialmente<br />

residem em Chaves e a mulher opta por um<br />

“doutoramento de psicologia em Salamanca”. Ismael<br />

pensa em “criar caracóis”, mas o projeto “não avança”.<br />

É em Vila Real que se fixam por ser “mais cosmopolita”,<br />

mas também pelo “coração da cidade que faz pulsar tudo<br />

à sua volta”, Ismael refere-se à UTAD.<br />

Na sua procura por “qualidade de vida” a existência da<br />

UTAD em Vila Real torna-se “uma feliz coincidência”. Ismael<br />

vê a oportunidade, pede equivalência ao curso de<br />

“<br />

Engenharia em Química que tinha frequentado numa<br />

Universidade de São Paulo e integra a licenciatura em<br />

Química. Eterno estudante, “gosta de aprender”, ingressa<br />

posteriormente no Mestrado em Análises Laboratoriais.<br />

Falta-lhe a tese… culpa das três empresas que entretanto<br />

constituiu em Vila Real. Delas fala com modéstia,<br />

mas com orgulho. Reforça a ligação à UTAD, já que é aí<br />

que seleciona os recursos humanos para o Gabinete de<br />

Psicologia e Terapia da Fala, também para a empresa “elo<br />

de ligação entre a UTAD e o tecido empresarial, através<br />

de serviços de controlo de qualidade”, e para a mais recente<br />

de produção de cosméticos. Apesar de contribuir<br />

para o desenvolvimento da economia local, é Vila Real<br />

que Ismael enaltece… “devo muito a esta Cidade, foi aqui<br />

que eu gerei uma filha, é aqui que eu ganho a minha vida”.<br />

Conhecedor de outra realidade académica, destaca que<br />

“a maior virtude da UTAD”, apesar de “pequena infraestrutura”,<br />

é “grande em potencial para um aluno que saiba<br />

explorar”. Por isso evidencia que esta tem as “melhores<br />

condições de acesso a quem consegue ensinar, às técnicas<br />

que se utilizam para aprender, aos laboratórios”. Mas<br />

também “a proximidade com professores e funcionários”.<br />

“Tive muita sorte e tenho orgulho em ter sido estudante<br />

da UTAD. Aprendi ali muito mais do que esperava e muito<br />

mais do que teria aprendido numa universidade grande”.<br />

Descendente de uma família de Judeus por parte do pai,<br />

em 2006 viaja pela Europa com o filho mais velho. Esta<br />

expedição familiar leva-os ao campo de concentração<br />

número um de Auschwitz. Sentado à sombra do carvalho<br />

plantado à entrada deste campo, num momento de reflexão,<br />

Ismael apercebe-se de um compasso de relógio…<br />

“tic tac”. São bolotas que caem. Traz vinte. Planta-as.<br />

Tive muita sorte e tenho orgulho em ter sido<br />

estudante da UTAD. Aprendi ali muito mais do que<br />

esperava e muito mais do que teria aprendido numa<br />

universidade grande<br />

Destas bolotas, agora árvores, apenas cinco sobrevivem.<br />

Duas ficam com um amigo em Chaves, três aos cuidados<br />

do Jardim botânico da UTAD.<br />

Uma delas foi plantada à entrada do campus da UTAD.<br />

Emocionou-se no ato de plantação “quando a menina<br />

com paralisia cerebral voltou a pá de terra para aquela árvore”,<br />

porque “esta árvore veio de um sítio onde a tolerância<br />

era zero e as primeiras vítimas do nazismo foram crianças<br />

com dificuldades imensas como aquela menina”.<br />

Algum tempo após a plantação voltou… “plantámos uma<br />

árvore frágil apenas com uma folha, agora está cheia de<br />

folhas viçosa… lindíssima!”<br />

Ismael ligou-se à terra que escolheu e à universidade que<br />

o formou através de uma árvore, à qual deu vida nova<br />

e que, ao contrário da árvore mãe, testemunha a vida, a<br />

esperança, o futuro.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

13


Marco Barbosa<br />

O pulo de Marco Barbosa para o mundo<br />

empresarial<br />

A tese de mestrado já<br />

revelava o pragmatismo de<br />

Marco Barbosa: queria<br />

desenvolver uma ideia de<br />

negócio com elevado<br />

potencial. Da UTAD<br />

levou, também, vivências<br />

irrepetíveis e amizades<br />

duradouras.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

14<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


A aplicação “Bewarket” serviu de trampolim para Marco<br />

Barbosa se tornar num jovem empreendedor de sucesso.<br />

Quis dar um novo ímpeto ao comércio eletrónico para que<br />

existisse “um pouco mais de confiança nas transações<br />

online” e conseguiu-o. Essa “espécie de eBay no Facebook”<br />

valeu-lhe algumas distinções e até uma proposta<br />

em Sillicon Valley, nos Estados Unidos, onde arrecadou<br />

conhecimentos empresariais. Aos 26 anos, Marco está<br />

a trabalhar no posicionamento da marca “Esolidar”, que<br />

cruza e-commerce e solidariedade.<br />

Foi em 2005 que, apostado em estudar informática, Marco<br />

equacionou a UTAD, cujo acesso só exigia o exame de<br />

física. Na 2ª fase, resolvido o problema com a matemática,<br />

conseguiu vaga no Porto. “Como gostei tanto de estar<br />

na UTAD, tive de mandar uma carta para o Ministério da<br />

Educação a pedir para cancelar essa tentativa.”<br />

“<br />

a libertar-me e isso contribuiu imenso para o meu crescimento.”<br />

Nascido em Aveiro, Marco adaptou-se à cidade transmontana<br />

sem sobressaltos. Morava num T5, com uma<br />

sala gigantesca que se transformava em recinto para<br />

jogar futebol, “até que o senhorio mandou limpar as paredes<br />

e proibiu”. Numa outra ocasião, organizaram uma<br />

LAN party, com computadores ligados em rede para jogarem,<br />

bebidas à discrição e decibéis em níveis elevados.<br />

Era verão, as janelas estavam abertas e “uma barulheira<br />

na rua” que convocou a polícia duas vezes na mesma noite.<br />

No backup das vivências académicas, Marco recupera<br />

ainda o episódio de uma madrugada em que, no regresso<br />

a casa, ficou alguns minutos para trás, o tempo suficiente<br />

para que os colegas lhe desocupassem o quarto e transferissem<br />

a mobília para a sala.<br />

Era bastante envergonhado e deixei de ser assim.<br />

Muito se deve à praxe, porque me forçaram a<br />

libertar-me e isso contribuiu imenso para o meu<br />

crescimento<br />

O campus “totalmente diferente” gravou-se na sua memória<br />

RAM e logo no primeiro dia de aulas, conheceu os<br />

bytes do companheirismo. “Foi chegar e ser abraçado.<br />

O único tempo que estive sozinho foi desde que saí da<br />

pensão até ao Engenharias I.”<br />

A adesão à praxe foi tão célere como um simples<br />

clique: “fui logo a gritar Electrotécnia e não Informática.<br />

Andei duas horas com eles, até que encontrei pessoal<br />

do meu curso”. Ainda caloiro, Marco Paulo, como o<br />

apelidaram, tinha uma agenda artística apertada.<br />

“Dava concertos no coreto do Jardim da Carreira. Tinha<br />

de chamar a plateia, as bailarinas e cantar, trocando<br />

o microfone entre as mãos como o verdadeiro Marco<br />

Paulo.” Não raras vezes, era vê-lo de megafone em<br />

punho a anunciar as promoções dos hipermercados.<br />

Esses atos em nada se compadeciam com a<br />

timidez de Marco. “Era bastante envergonhado e deixei<br />

de ser assim. Muito se deve à praxe, porque me forçaram<br />

Na UTAD, Marco aprendeu a importância da proximidade<br />

e da comunicação numa organização. “No mundo empresarial,<br />

onde se fazem os melhores negócios, não existem<br />

essas barreiras, não existem os engravatados nem<br />

os títulos.” A conquista do 4º lugar do Microsoft Imagine<br />

Cup, uma competição mundial em que os estudantes são<br />

desafiados a apresentar soluções para problemas reais,<br />

mudou-lhe a perspetiva. “Desenvolvemos um projeto de<br />

recolha de óleo para reciclagem e, graças a isso, percebi<br />

o que queria para minha vida.”<br />

Marco não se imagina motivado com uma rotina diária.<br />

Alicia-o a aprendizagem contínua e o desafio. “Ter uma<br />

equipa em que todos lutam pelo mesmo objetivo, em que<br />

há percalços e evolução, esta dinâmica apaixona-me.”<br />

Desde que concluiu o curso, em 2010, Marco procura não<br />

falhar as semanas académicas, porque gosta “sempre de<br />

regressar às origens”. “É quase uma constante tentativa<br />

de ir buscar o que já passou”, destaca.<br />

ENCONTRO<br />

ALUMNI 2014<br />

15


Ariana Ferreira<br />

O espírito académico era muito unido<br />

O curso de engenharia<br />

mecânica trouxe a Ariana<br />

Ferreira vivências de convívio<br />

intenso e amigos para a<br />

vida. Deu-lhe, também,<br />

competências e convicções<br />

para acreditar num futuro<br />

profissional gratificante.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

16<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


“O meu avô era mecânico e o meu pai tem uma empresa<br />

de metalomecânica. Eu cresci a mexer nos tornos, nas<br />

máquinas, no aço, no óleo”, conta Ariana Ferreira. Depois<br />

do curso tecnológico de mecânica, o fito estava numa<br />

formação superior na mesma área. Em 2004, a UTAD figurou<br />

no topo do boletim de candidatura. “Não tinha hipótese<br />

de me afastar, porque tinha um menino pequenino.<br />

Estando em Vila Real, num instante ia a casa, nas Pedras<br />

Salgadas.”<br />

Ao transpor os portões da academia, a sensação mesclou-se<br />

de grandeza e espanto. “Achei a universidade<br />

muito grande, com muitos edifícios, e lembro-me do ambiente<br />

de árvores e jardins. Parecia um mundo à parte.”<br />

Rapidamente entraria na engrenagem: matrícula feita, não<br />

se furtou à praxe. Foi nessa atmosfera de reboliço e tropelias<br />

que a caloira Frize conheceu os colegas.<br />

“<br />

Na sala de aula, Ariana era a única aluna e apesar de uma<br />

docente lhe ter dito que engenharia mecânica não era<br />

para mulheres, provou o contrário. Nos exercícios, como<br />

soldar ou manobrar tornos, revelava até mais destreza do<br />

que os colegas, pois “era uma coisa já familiar”.<br />

“Nas outras universidades, não há a proximidade entre<br />

professores e alunos como na UTAD. Conseguimos bater<br />

à porta do gabinete e atendem-nos”, nota Ariana. Graças<br />

a isso, a aquisição de conhecimentos deu-lhe mais confiança<br />

no mundo laboral. “As bases estão cá todas e<br />

em caso de dúvida, sabemos que temos aquele livro ou<br />

aquele professor que nos poderá ajudar.”<br />

As vivências académicas “de convívio e de amizade”<br />

ainda estão muito presentes. “Trajei, praxei, participei em<br />

todos os cortejos, trabalhei nas barraquinhas e pertenci<br />

ao núcleo do curso praticamente desde o início.” O seu<br />

grupo preferia a confraternização caseira aos bares e discotecas,<br />

“a fazer tainadas, ver filmes e ficar no paleio até<br />

às tantas”. “O espírito académico era muito unido e até<br />

bastante saudável”, salienta.<br />

Da passagem pela UTAD, Ariana recorda um desafio épico:<br />

a participação na Shell Ecomarathon, uma competição<br />

internacional de protótipos energicamente eficientes. “Foi<br />

um projeto que me marcou muito. Em 2008, construímos<br />

um carro de raiz com as nossas próprias mãos.” Conseguiram<br />

patrocinadores, o kartódromo para os testes,<br />

a atenção da imprensa e rumaram a França acreditando<br />

que podiam chegar mais longe. Ariana foi incumbida de<br />

pilotar “dentro de um caixote estreitinho, de fibra de vidro,<br />

com pouca visibilidade e o motor mesmo atrás da cabeça”.<br />

Só conseguiram classificar-se nos anos seguintes,<br />

na Alemanha, mas “estavamos contentes porque tínhamos<br />

conseguido deixar a nossa marca”.<br />

Nas outras universidades, não há a proximidade entre<br />

professores e alunos como na UTAD. Conseguimos<br />

bater à porta do gabinete e atendem-nos<br />

Em 2010, Ariana conclui o mestrado em sustentabilidade<br />

e eficiência energética dos laboratórios do futuro Régia-<br />

Douro Park. Já ao serviço da empresa onde trabalhava,<br />

viria a contribuir para a melhoria do campus universitário,<br />

equipando o biotério do novo edifício de Ciências Veterinárias<br />

e renovando o bar de Ciências Agrárias. Hoje, a<br />

engenheira mecânica está na Ramos Ferreira, empresa<br />

de Vila Nova de Gaia, mas não descarta um doutoramento<br />

na UTAD. “É aqui que me sinto bem, onde conheço os<br />

professores e é aqui que será.”<br />

Aos 30 anos, Ariana olha para a academia como a mediadora<br />

para conhecer os seus melhores amigos e um porvir<br />

mais seguro. “Representa o sítio onde fiz o maior sacrifício<br />

da minha vida, que foi deixar o meu filho para vir estudar,<br />

mas valeu a pena. A UTAD significa aquilo que, no fundo,<br />

é a vida: temos de fazer um esforço muito grande para<br />

sermos recompensados da melhor forma.”<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

17


Filipe Pinto<br />

A UTAD é muito vocacionada para o aluno<br />

Eleito como o Melhor Artista<br />

Português nos MTV EMA<br />

2013, Filipe Pinto<br />

licenciou-se em engenharia<br />

florestal na UTAD.<br />

Ficaram-lhe as saudades<br />

das serras e das<br />

churrascadas com os<br />

colegas.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

18<br />

Daniel Faiões e Patrícia Posse (texto e fotografia)


“Sempre me identifiquei muito com a vertente ambiental,<br />

mas a UTAD possibilitou-me um conhecimento aprofundado”,<br />

realça Filipe Pinto. Desde tenra idade revelava<br />

“um gosto especial pelos bichos, pela Natureza em si”.<br />

A caminho da escola primária, inspirava os cheiros trazidos<br />

pela primavera enquanto cantarolava em surdina.<br />

Nas viagens à aldeia dos avós, no concelho de Sabrosa,<br />

Filipe e a família paravam para “respirar um bocadinho”.<br />

No verão, trocavam a praia pelo campismo.<br />

Em 2007, Filipe estava destinado a deixar o Porto para<br />

estudar em Vila Real. Na 1ª fase de candidaturas, as suas<br />

preferências iam para o curso de audiovisuais, surgindo<br />

ecologia aplicada em 5ª opção. “Esse foi o meu primeiro<br />

curso na UTAD, mas estava insatisfeito e na 2ª fase, voltei<br />

a insistir nos audiovisuais... Na 5ª opção, coloquei engenharia<br />

florestal e entrei.” Enquanto procurava a secretaria<br />

“<br />

volta da fogueira para magustos ou churrascadas. “Esta<br />

forma diferente de estar e o facto de ter as serras do Alvão<br />

e do Marão muito perto fizeram-me apaixonar pelo curso.”<br />

É incontornável não resgatar a primeira vez que viu nevar,<br />

os jantares de curso precedidos de tardes no Alvão ou<br />

as incursões noturnas à serra do Marão. “No Pioledo, havia<br />

algo místico. O pessoal cumprimentava-se e era tudo<br />

muito tranquilo e seguro”, acrescenta. No verão, Filipe e<br />

os colegas faziam de conta que não havia aulas e rumavam<br />

às Fisgas de Ermelo.<br />

Sozinho e em casa, Filipe dedicava-se às suas atividades<br />

extracurriculares de eleição: dedilhava a guitarra, compunha<br />

e cantava. Tudo isso perdeu o recato em 2009, porque<br />

duas amigas o inscreveram no concurso “Ídolos”.<br />

“Os meus colegas souberam pela televisão e ficaram surpresos,<br />

mas apoiaram-me muito”, relata.<br />

A UTAD é muito vocacionada para os alunos.<br />

Ensinou-me a trabalhar ao máximo e a esforçar-me<br />

por conseguir os objetivos<br />

para se matricular, viu vacas e tratores. O pensamento<br />

que lhe ocorreu foi: “isto parece a aldeia do Obélix”.<br />

Acabaria por ser praxado duas vezes, o que serviu para<br />

“enrijecer” e tornar-se “uma pessoa mais sociável”. “Rebolávamos<br />

muito, tipo queijo limiano, mas a praxe é estar<br />

com as pessoas que estão ao nosso lado a passar pelo<br />

mesmo. É a convivência que se cria que fica para a vida.”<br />

Em ecologia, ficou conhecido como o caloiro “Olhos<br />

D’Água” e a latada foi “daqueles momentos espetaculares”.<br />

“Tínhamos de fazer ouvir a nossa voz como se estivéssemos<br />

sozinhos”, lembra.<br />

Houve, desde logo, uma ligação “quase familiar” com os<br />

docentes. “O nosso curso acaba por ser bastante acolhedor,<br />

porque somos poucos alunos. Se surgisse qualquer<br />

dúvida para os testes, os professores estavam muito disponíveis.”<br />

Fora da sala de aula, o relacionamento continuava<br />

a ser de “convivência e fraternidade”, reuniam-se à<br />

Os efeitos do mediatismo não tardaram, mas junto dos<br />

colegas sentia “um nicho de proteção”. “Enquanto andasse<br />

na rua, vinha tudo a correr. Com o pessoal, estava<br />

tudo normal e tinha a paz que precisava.” O primeiro<br />

autógrafo foi arrancado à saída de uma das cantinas da<br />

UTAD, quando Filipe ia à boleia com um amigo que se viu<br />

a obrigado “a travar a fundo para não atropelar” uma fã.<br />

Vencido o concurso e antes de rumar à London Music<br />

School, Filipe embrenhou-se no compromisso de concluir<br />

a licenciatura. “A UTAD é muito vocacionada para os alunos.<br />

Ensinou-me a trabalhar ao máximo e a esforçar-me<br />

por conseguir os objetivos.”<br />

Agora com 25 anos, Filipe vê o seu nome firmar-se no<br />

panorama musical português. Em mãos, tem o projeto<br />

“Planeta Limpo de Filipe Pinto”, que lhe permite cruzar as<br />

suas paixões em nome de uma educação ambiental para<br />

os mais novos.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

19


CURSOS<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

20<br />

Oferta formativa acreditada e a<br />

oOferecer em 2014/2015<br />

Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias<br />

Cursos de 1º Ciclo<br />

Arquitetura Paisagista<br />

Engenharia Agronómica<br />

Engenharia Florestal / Ciências Florestais<br />

Engenharia Zootécnica<br />

Enologia<br />

Medicina Veterinária (Mestrado Integrado)<br />

Cursos de 2º Ciclo<br />

Arquitetura Paisagista<br />

Engenharia Agronómica<br />

Engenharia Florestal<br />

Engenharia Zootécnica<br />

Segurança Alimentar<br />

Cursos de 3º Ciclo<br />

Ciência Animal<br />

Ciências Agronómicas e Florestais<br />

Ciências Veterinárias<br />

Escola de Ciências Humanas e Sociais<br />

Cursos de 1º Ciclo<br />

Animação Sociocultural<br />

Ciências da Comunicação<br />

Economia<br />

Educação Básica<br />

Gestão<br />

Línguas e Relações Empresariais<br />

Línguas, Literaturas e Culturas<br />

Psicologia<br />

Serviço Social<br />

Teatro e Artes Performativas<br />

Turismo<br />

Cursos de 2º Ciclo<br />

Ciências da Comunicação<br />

Ciências da Cultura<br />

Ciências da Educação – área de especialização em Supervisão<br />

Pedagógica<br />

Ciências da Educação – área de especialização em Educação<br />

Especial, domínio cognitivo e motor<br />

Ciências da Educação - área de especialização em Animação<br />

Sociocultural<br />

Ciências Económicas e Empresariais<br />

Ensino de Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino<br />

Básico<br />

Ensino de Biologia e de Geologia no 3º Ciclo do Ensino Básico<br />

e no Ensino Secundário<br />

Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário<br />

Ensino de Física e de Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e<br />

no Ensino Secundário<br />

Ensino de Informática<br />

Ensino de Matemática no 3º Ciclo do Ensino Básico e no<br />

Secundário<br />

Ensino de Português no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino<br />

Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e Secundário<br />

Ensino de Teatro<br />

Ensino do 1º e do 2º Ciclos do Ensino Básico<br />

Gestão<br />

Gestão dos Serviços de Saúde<br />

Línguas Estrangeiras Aplicadas<br />

Psicologia<br />

Serviço Social<br />

Cursos de 3º Ciclo<br />

Ciências da Cultura<br />

Ciências da Educação<br />

Ciências da Linguagem<br />

Estudos Literários


Escola de Ciências e Tecnologia<br />

Cursos de 1º Ciclo<br />

Comunicação e Multimédia<br />

Engenharia Biomédica<br />

Engenharia Civil<br />

Engenharia Eletrotécnica e de Computadores<br />

Engenharia Informática<br />

Engenharia Mecânica<br />

Tecnologias da Informação e Comunicação<br />

Tecnologias de Apoio e Acessibilidade<br />

Cursos de 2º Ciclo<br />

Comunicação e Multimédia<br />

Engenharia Civil<br />

Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas<br />

Engenharia Eletrotécnica e de Computadores<br />

Engenharia Informática<br />

Engenharia Mecânica<br />

Estatística Aplicada<br />

Tecnologias da Informação e Comunicação<br />

Cursos de 3º Ciclo<br />

Didática de Ciências e Tecnologia<br />

Engenharia Eletrotécnica e de Computadores<br />

Informática<br />

Escola de Ciências da Vida e do Ambiente<br />

Cursos de 1º Ciclo<br />

Bioengenharia<br />

Biologia<br />

Biologia e Geologia<br />

Bioquímica<br />

Ciência Alimentar<br />

Ciências do Desporto<br />

Engenharia do Ambiente<br />

Genética e Biotecnologia<br />

Química Medicinal<br />

Reabilitação Psicomotora<br />

Cursos de 2º Ciclo<br />

Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre<br />

Biologia<br />

Biologia Clínica Laboratorial<br />

Bioquímica<br />

Biotecnologia e Qualidade Alimentar<br />

Biotecnologia para as Ciências da Saúde<br />

Ciências do Desporto com especialização em Avaliação e<br />

Prescrição na Atividade Física<br />

Ciências do Desporto com especialização em Atividades de<br />

Academia<br />

Ciências do Desporto com especialização em Jogos Desportivos<br />

Coletivos<br />

Educação Física e Desporto com especialização em Desenvolvimento<br />

da Criança<br />

Engenharia do Ambiente<br />

Enologia<br />

Gerontologia: Atividade Física e Saúde do Idoso<br />

Gestão dos Recursos Naturais<br />

Cursos de 3º Ciclo<br />

Ciências da Terra e da Vida<br />

Ciências do Desporto<br />

Ciências Químicas e Biológicas<br />

Genética Molecular Comparativa<br />

Quaternário, Materiais e Culturas<br />

Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar<br />

Geologia<br />

Escola Superior de Enfermagem<br />

Cursos de 1º Ciclo<br />

Enfermagem<br />

Cursos de 2º Ciclo<br />

Mestrados ao abrigo da “Recomendação CRUP”<br />

De acordo com a recomendação do Conselho de Reitores<br />

das Universidades Portuguesas (CRUP), de 8 de janeiro<br />

de 2011, os licenciados que tenham terminado as suas<br />

licenciaturas ao abrigo do sistema de graus anterior ao<br />

Processo de Bolonha e que tenham mais do que 5 anos<br />

de experiência profissional relevante, poderão inscrever-se<br />

num ciclo de estudos de mestrado da especialidade, solicitando<br />

a creditação da componente letiva previamente<br />

adquirida no âmbito da respetiva licenciatura, acrescida da<br />

apresentação de uma dissertação ou, em alternativa, de<br />

um relatório sobre a atividade profissional desenvolvida.<br />

O “Relatório sobre a Atividade Profissional” acima referido<br />

constará de uma descrição detalhada sobre a atividade<br />

profissional do candidato, respeitando o disposto na alínea<br />

b) do nº 1 do artigo 20º do Decreto-Lei nº 74/2006, de 24<br />

de março, e a alínea a) do nº 1 do artigo 45º do Decreto-Lei<br />

nº.115/2013, de 7 de agosto, e deverá demonstrar que o<br />

candidato desenvolveu, durante a sua experiência profissional,<br />

competências relevantes na área científica do curso<br />

de 2º ciclo (Mestrado) a que se candidatou.<br />

Enfermagem Comunitária<br />

Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia<br />

Enfermagem<br />

Enfermagem da Pessoa em Situação Crítica<br />

Enfermagem de Saúde Familiar<br />

O candidato que reúna as condições para se submeter ao<br />

processo de obtenção de grau de mestre ao abrigo da “recomendação<br />

do CRUP”, à semelhança de todos os outros<br />

candidatos de 2º ciclo em processo de preparação de dissertação,<br />

relatório de estágio ou projeto, deve ser afetado<br />

a um orientador, que deverá ser um doutorado pertencente<br />

ao corpo docente da UTAD. Sob a sua orientação o candidato<br />

preparará um plano sucinto do “Relatório sobre a<br />

Atividade Profissional”, que submeterá à apreciação da<br />

Direção do Curso e que deverá seguir os trâmites em vigor<br />

na universidade.<br />

A entrega do “Relatório sobre a Atividade Profissional” deverá<br />

ser efetuada no prazo máximo previsto nos Cursos de<br />

2.º ciclo em referência, sendo a apresentação e discussão<br />

feita perante um júri nomeado pelo Conselho Científico da<br />

Escola, sob indicação da Direção de Curso, em conformidade<br />

com o Regulamento Pedagógico da UTAD.<br />

Para mais informação, contatar:<br />

Serviços Académicos da UTAD - dsa@utad.pt<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

21


portfólio<br />

Semana do Caloiro – Caloirada aos Montes<br />

Ser caloiro numa universidade será, muito provavelmente,<br />

a maior das aventuras do início da vida adulta. É tempo<br />

de aprendizagem, de descoberta, muitos pela primeira<br />

vez saem do aconchego do lar e, deslocados e longe dos<br />

pais, fazem amizades, descobrem que conseguem fazer,<br />

e que podem ser o que quiserem. Por isso a semana do<br />

Caloiro é um marco importante nesta etapa das suas vidas.<br />

Tudo começa com a Monumental Serenata, sempre à<br />

quinta-feira. E se antes era realizada na Capela Nova, agora<br />

tudo se passa na Praça do Município. Os estudantes<br />

formam um mar de capas negras que torna quente a noite<br />

no aconchego das vozes que entoam belas melodias. E<br />

juntos se emocionam. Mas este é apenas o princípio de<br />

tudo. Nesta noite, e nas seguintes, continuam as atividades<br />

que animam, não apenas os estudantes da UTAD,<br />

mas também os visitantes e habitantes de Vila Real.<br />

O Baile do Caloiro, ao domingo, impõe dress-code a rigor,<br />

e assim comparecem no local marcado, de par ao lado,<br />

para cumprir mais uma etapa da tradição. E como tudo<br />

o que é bom chega ao fim, já diz a sabedoria popular, a<br />

semana termina com a tradicional latada. Nesta, juntam-<br />

-se os estudantes de todos os cursos e desfilam pelas<br />

ruas de Vila Real, entre muito canto (barulho), animação<br />

e muitas latas.<br />

Em 2012 a Semana do Caloiro passou a ser denominada<br />

“Caloirada aos Montes”. Pretendeu-se dotar este evento<br />

com “maior identidade” e o nome surgiu para criar “uma<br />

ligação entre os novos alunos e a Região de Trás-os-Montes<br />

e Alto Douro”. A Imagem “é influenciada pelo relevo<br />

das montanhas que dominam a região. Muitos dos alunos<br />

da UTAD são deslocados e a integração não se dá<br />

apenas no campus, mas também na comunidade que os<br />

rodeia.”<br />

Quisemos que recordassem algumas dessas aventuras e,<br />

por isso, compilámos alguns dos cartazes representativos<br />

dessas semanas, ao longo dos tempos.<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

22


ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

23


portfólio<br />

JOGOS POPULARES INTER-UNIVERSITÁRIOS<br />

Muito concorridos, reuniam inúmeros estudantes de várias<br />

academias do país. Mais tarde, foram alargados ao<br />

espaço ibérico e começaram a participar as Universidades<br />

de Madrid e Santiago de Compostela.<br />

O ano de 1988 foi especial. Os jogos tomaram uma dimensão<br />

europeia e foi realizado um seminário europeu<br />

sobre jogos tradicionais, no qual participaram cerca de<br />

60 países.<br />

Partir as Bilhas, Corrida de Cântaros, Subida ao Pau de<br />

Sebo, Jogo da Farinha, Jogo das Varas, Jogo da Corda,<br />

Jogo do Lenço, Jogo das Cavalitas, Jogo das Argolas,<br />

Corridas de Sacos, Jogo da Reca, Jogo da Malha, são<br />

apenas alguns exemplos de jogos realizados no campus<br />

da UTAD, no Campo do Calvário, no Adro da Igreja do<br />

Calvário, no Pioledo e na Av. Carvalho Araújo.<br />

E como “Os jogos populares são uma das mais espontâneas<br />

formas de expressão da alma de um povo. Neles<br />

se exprime a necessidade do lazer, a alegria do trabalho<br />

transfigurado em festa e a imaginação enriquecida por<br />

uma experiência secular“ (In Jogos Populares Portugueses, de António<br />

Cabral), aqui deixamos alguns cartazes da organização desses<br />

jogos, que certamente trarão algumas, senão muitas,<br />

recordações.<br />

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portfólio<br />

antigos cartazes de semanas académicaS<br />

A passagem pela universidade começa e termina num<br />

abrir e fechar de olhos. Por isso, esta Semana assume<br />

um papel de relevo. Chegados aqui é tempo de recordar<br />

o que de bom se passou e aprender com o menos bom, é<br />

tempo de festejar e queimar os “últimos cartuxos”.<br />

A Semana Académica inicia-se, também, com a Monumental<br />

Serenata, um dos momentos mais belos e emocionantes<br />

para todos os estudantes da UTAD. Esta, que em<br />

tempos se realizava na Capela Nova, decorre agora na<br />

Praça do Município. A Avenida Carvalho Araújo transforma-se<br />

com as capas negras e, famílias e amigos, acompanham<br />

os estudantes nesta Serenata especial, pois é a<br />

última. Por isso é hora de abraçar os amigos que, lado a<br />

lado, se emocionam ao som das baladas que eternizam<br />

aquele momento. A Serenata é a calma antes da tempestade,<br />

o dia nostálgico antes da festa que se segue com os<br />

tradicionais concertos e atuações musicais, entre outras<br />

atividades diurnas e noturnas que preenchem a semana.<br />

É o caso da Garraiada Académica que, num passado recente,<br />

se destacava no cartaz. E quem tivesse coragem<br />

suficiente para dominar o animal, podia dar um passo em<br />

frente e tentar a sua sorte. Do espetáculo faziam parte vários<br />

sketchs, normalmente protagonizados por elementos de<br />

“Los Papa Vacas”, adornados com os seus fatos às riscas<br />

tão identificativos como vistosos. “Los Papa Vacas” formaram<br />

uma secção cultural da AAUTAD, entretanto extinta.<br />

Mas nesta semana não pode faltar o tradicional Rally das<br />

Tascas. Sempre em equipa, os estudantes percorrem as<br />

ruas da cidade e o maior número de postos aderentes (os<br />

melhores cafés e tabernas de Vila Real) e aí chegados<br />

tem de beber e responder a perguntas sobre a UTAD e<br />

cultura geral. Ganha a equipa que percorrer o maior número<br />

de postos e acertar o maior número de perguntas,<br />

tudo isto com muito convívio e diversão à mistura.<br />

O Sábado é um dia muito especial. É o dia da consagração,<br />

da família, dos amigos. Começa com a missa de<br />

bênção das pastas. Segue-se a imposição das insígnias<br />

e a queima das fitas. Estes momentos mobilizam famílias<br />

inteiras, que querem estar presentes e partilhar estes momentos<br />

tão especiais com os seus finalistas.<br />

O Baile Académico é mais um momento alto. E, se<br />

antes eram realizados dois bailes, um mais formal, o de<br />

Gala, e o Académico, agora apenas o último é realizado,<br />

sempre ao Domingo, dia de descanso nesta semana tão<br />

agitada.<br />

E após várias noites de diversão chega o dia em que o<br />

Cortejo Académico sai à rua. Depois da azáfama da criação<br />

dos carros alegóricos alusivos aos cursos, os finalistas<br />

passeiam-se em cortejo, de cartola e bengala da cor<br />

do curso, com muitos gritos e baldes de água fria, tudo<br />

parte de um evento que diverte não apenas os estudantes,<br />

mas também os visitantes e habitantes da cidade.<br />

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álbum<br />

fotos de antigos alunos<br />

Já faz um tempo que eu não vos vejo<br />

mas o que vivemos trago no meu peito<br />

Não me esqueço de vocês (…)<br />

Como faz bem reencontrar quem<br />

tanto nos fez rir como ninguém<br />

amigo não se esquece em vão<br />

mesmo depois desse tempo que passou<br />

Estou contente por te ver e reviver momentos que em<br />

mim guardei<br />

Reencontros de irmãos, sabem tão bem…<br />

Tiramos fotos com cenários ridículos (…)<br />

e agora o teu livro tem capítulos que eu não conheço<br />

mas somos os mesmos (…) e não muda o apreço,<br />

por todos os momentos eu te agradeço (…)<br />

Reencontros<br />

[adaptação do tema de David Cruz feat Sam The Kid & Elaisa 2014]<br />

Estas foram apenas algumas das fotos que nos<br />

chegaram e que aqui deixamos para que possam<br />

reviver momentos de muita alegria.<br />

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1ºPRESIDENTEDAASSOCIAÇÃO<br />

DEESTUDANTESDOIUTAD<br />

Aluno de Engenharia Agrícola, concorre à Presidência da Associação de<br />

Estudantes do IUTAD em 1981.<br />

Foi diretor da «Prado», a primeira revista da Associação de Estudantes do IUTAD.<br />

Descrito como visionário por quem com ele se cruzou no IUTAD, teve sempre em<br />

mente a importância do conceito “memória futura” e por isso incentivava aqueles<br />

que ali trabalhavam a guardar e conservar tudo o que dizia respeito à atividade<br />

da Associação de Estudantes.<br />

Agostinho Silva Matos faleceu em dezembro de<br />

2011. A sua família decidiu doar à UTAD um<br />

espólio que remete para o seu tempo de<br />

estudante. Trata-se de um conjunto de<br />

documentos composto por certicados de<br />

curso e de formação, desenhos e poesia de<br />

sua autoria, fotograas, exemplares da Revista<br />

Prado, projetos de disciplinas, apontamentos<br />

de aulas, entre outros. Documentação que não<br />

fala apenas da sua história, mas que também<br />

representa parte da história do IUTAD e da<br />

UTAD.<br />

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro<br />

agradece à família de Agostinho Silva Matos a<br />

doação deste espólio.<br />

Edição e Propriedade: Reitoria da UTAD – Quinta de Prados- 5000-801 Vila Real<br />

Coordenação Editorial: Artur Cristóvão<br />

Edição: Rosa Rebelo | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem<br />

Design gráco e paginação: Luís Gens | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem<br />

Redação: Rosa Rebelo | GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem<br />

Fotograa: Isabel Sequeira | Setor de Fotograa da UTAD<br />

Impressão: Núcleo Gráco SDB | UTAD<br />

Tiragem: 500 exemplares<br />

GABINETE ALUMNI<br />

alumni@utad.pt<br />

+351 259 350 562<br />

/AlumniUTAD


IDENTIDADE DO ENCONTRO<br />

2014<br />

Quando foi pensada a realização deste encontro, selecionámos e divulgámos,<br />

nas redes sociais, algumas fotografias relativas a Antigos Alunos da UTAD.<br />

Percebemos que a maior parte dos seguidores identificava as situações e até<br />

os protagonistas retratados nessas fotografias. Destacaram-se comentários<br />

relativos a alunos ornamentados com uns curiosos fatos às riscas. Tratava-se<br />

de elementos da seção cultural da AAUTAD, já extinta, “Los Papa Vacas”.<br />

Normalmente provenientes de zonas do país onde a festa brava é tradição, os<br />

elementos desta seção organizavam Garraiadas na UTAD e em outras<br />

universidades. A partir destas fotografias e dos comentários obtidos surgiu o<br />

conceito de identidade deste encontro: boas recordações, diversão, alegria e<br />

festival de cores presentes nos fatos de “Los Papa Vacas”, associados aos<br />

momentos bem passados na Universidade.

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