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A Participação Como Pressuposto da Democracia

A sua participação é fundamental!

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A <strong>Participação</strong> <strong>Como</strong> <strong>Pressuposto</strong> <strong>da</strong> <strong>Democracia</strong><br />

é que se desenvolveu uma nova concepção do poder, opondo a democracia<br />

à aristocracia e o ideal do ci<strong>da</strong>dão ao do guerreiro. O homem (ci<strong>da</strong>dão) era<br />

detentor do saber – o ser <strong>da</strong> Filosofia tinha direito de filosofar, de participar<br />

<strong>da</strong> academia (culto à beleza física), do estudo e do poder (direito de coman<strong>da</strong>r<br />

politicamente todos os interesses <strong>da</strong> polis, por meio <strong>da</strong> sugestão/criação de<br />

leis e normas administrativas). A produção cultural, o pensamento filosófico,<br />

a academia, eram uma exclusivi<strong>da</strong>de dos varões, isto é, de uma minoria.<br />

Ci<strong>da</strong>dão, segundo o teórico Coulanges (2004),<br />

[...] é todo o homem que segue a religião <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, que honra os mesmos<br />

deuses <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, [...] o que tem o direito de aproximar-se dos altares e,<br />

podendo penetrar no recinto sagrado onde se realizam as assembléias,<br />

assiste às festas, acompanha as procissões, e participa dos panegíricos, participa<br />

dos banquetes sagrados e recebe sua parte <strong>da</strong>s vítimas. Assim esse<br />

homem, no dia em que se inscreveu no registro dos ci<strong>da</strong>dãos, jurou praticar<br />

o culto dos deuses <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e por eles combater. (2004, p. 135).<br />

Os escravos e os bárbaros não podiam tomar parte dos ambientes<br />

sagrados.<br />

Há um entendimento unânime sobre as várias e possíveis “invenções”<br />

<strong>da</strong> democracia em períodos e espaços determinados <strong>da</strong> história e <strong>da</strong><br />

geografia do Ocidente: “[...] como o fogo, a pintura ou a escrita, a democracia<br />

parece ser inventa<strong>da</strong>, mais de uma vez, em mais de um local [...] depende<br />

<strong>da</strong>s condições favoráveis” (Dahl, 2001, p. 19). Grécia e Roma consoli<strong>da</strong>ram<br />

por séculos seus sistemas de governos, possibilitando e permitindo a participação<br />

de um significativo número de ci<strong>da</strong>dãos. Com o desaparecimento<br />

<strong>da</strong>s civilizações clássicas, a democracia desaparece juntamente e, por um<br />

bom tempo, ficará fora de cena no Ocidente. A experiência democrática só<br />

voltará no início <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, com a participação <strong>da</strong> burguesia liberal<br />

na defesa dos direitos civis e políticos.<br />

<strong>Como</strong> se viu, a democracia grega era uma democracia direta em que<br />

os próprios ci<strong>da</strong>dãos tomavam as decisões políticas na polis. O modelo de<br />

democracia dos antigos foi denominado de democracia pura, pois consistia<br />

Desenvolvimento em Questão<br />

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