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NOTA TÉCNICA - UFV

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INTRODUÇÃO<br />

Os geradores climáticos são modelos de<br />

simulação matemática com os quais podese<br />

estimar a ocorrência de variáveis<br />

climáticas e têm, por objetivo, a geração de<br />

um conjunto de valores numéricos,<br />

denominado série sintética, com as mesmas<br />

características estatísticas da série histórica.<br />

Tais ferramentas têm sido de grande<br />

utilidade em muitas áreas, pois permitem, a<br />

baixo custo, a obtenção de informações<br />

sobre o clima local, permitindo, por meio de<br />

simulações, avaliar a sua influência tanto<br />

nos processos naturais quanto naqueles<br />

decorrentes da intervenção humana. Os<br />

dados climáticos simulados com a utilização<br />

destes geradores são utilizados como,<br />

dentre outras aplicações, dados de entrada<br />

em muitos modelos hidrológicos de predição<br />

do processo erosivo e crescimento de<br />

plantas. Em geral, as principais variáveis<br />

estudadas são: precipitação pluvial, radiação<br />

solar, temperatura do ar, umidade relativa do<br />

ar e velocidade do vento.<br />

Vários modelos de geradores climáticos<br />

já foram desenvolvidos, dentre os quais<br />

podem ser citados: CLIGEN - Climate<br />

Generator (Nicks et al., 1995), WGEN -<br />

Weather Generator (Richardson, 1985),<br />

USCLIMATE (Hanson et al., 1994),<br />

WeatherMan - Weather data Manager<br />

(Pickering et al., 1994), MARKSIM, WM2 e<br />

LARS-WG.<br />

A utilização de geradores climáticos<br />

apresenta grande potencial de uso no Brasil,<br />

tendo em vista o reduzido número de<br />

localidades que possuem séries de dados<br />

climáticos observados de grande extensão e<br />

confiáveis. Estudos realizados, para as<br />

condições brasileiras, como os de Oliveira<br />

(2003), Cecílio et al. (2004) e Amorim (2004)<br />

mostram, entretanto, que a utilização dos<br />

geradores climáticos, desenvolvidos no<br />

exterior, não tem conduzido a resultados<br />

satisfatórios, tendo em vista o fato de terem<br />

sido desenvolvidos para condições<br />

edafoclimáticas muito diferentes das<br />

observadas no País.<br />

Dessa forma, alguns autores (Virgens<br />

Filho, 1997; Virgens Filho, 2001; Oliveira,<br />

2003) desenvolveram metodologias para<br />

geração de séries sintéticas, considerandose<br />

as condições brasileiras, as quais se<br />

mostraram limitadas quanto à aplicação em<br />

estudos relacionados à quantificação das<br />

taxas médias de erosão do solo, por não<br />

considerarem o perfil de precipitação, ou<br />

para geração da duração dos eventos de<br />

precipitação.<br />

Visando apresentar alternativas para<br />

estas deficiências, Baena (2004) aprimorou<br />

a metodologia para a geração das variáveis<br />

associadas ao perfil da precipitação,<br />

utilizada no modelo para geração de séries<br />

sintéticas de precipitação, desenvolvido por<br />

Oliveira (2003), denominado CLIMABR 1.0,<br />

bem como desenvolveu e validou<br />

metodologia para a geração de séries<br />

sintéticas de temperaturas máxima e mínima<br />

do ar, radiação solar, velocidade do vento e<br />

umidade relativa do ar.<br />

O modelo proposto por Baena (2004)<br />

apresenta grande número de procedimentos<br />

matemáticos necessários à sua aplicação,<br />

exigindo a adoção de um programa<br />

computacional para ser aplicado. Portanto, o<br />

presente trabalho foi conduzido, a fim de<br />

desenvolver um programa computacional no<br />

qual foi aplicada a metodologia desenvolvida<br />

por Baena (2004) para geração de séries<br />

sintéticas de dados climáticos.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

A metodologia aprimorada, de Oliveira<br />

(2003) e desenvolvida por Baena (2004)<br />

para geração de séries sintéticas de dados<br />

climáticos foi dividida em módulos,<br />

representando as variáveis climáticas, os<br />

quais foram escritos em forma de algoritmos<br />

para posterior implementação, utilizando-se<br />

o programa computacional Borland Delphi<br />

6.0, possibilitando, assim, a sua execução<br />

em plataforma do Microsoft Windows.<br />

Criou-se um banco de dados, para<br />

fornecer os dados de entrada necessários à<br />

execução do modelo, a partir de<br />

informações de séries históricas<br />

correspondentes a 826 estações<br />

pluviométricas e 418 pluviográficas, obtidas<br />

da Agência Nacional de Águas (ANA), como<br />

também de 170 estações climatológicas,<br />

Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.13, n.3, 210-220, Jul./Set., 2005 211

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