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informática na educação: o binômio computador e ... - Gesventure

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INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: O BINÔMIO<br />

COMPUTADOR E EDUCAÇÃO<br />

por Wesley José Silva<br />

Setembro, 2004<br />

A <strong>informática</strong> hoje vem sendo uma das soluções a ser implantada <strong>na</strong> didática de ensino<br />

aprendizagem, tendo como alvo a ser atingido, os docentes e, principalmente os de nível<br />

superior. O objetivo geral deste estudo é mostrar que os estudantes de nível superior estão<br />

caminhando para uma dependência do sistema de informação, fazendo da mesma uma<br />

ferramenta indispensável <strong>na</strong> aprendizagem e futuramente no ensi<strong>na</strong>mento, se o mesmo for se<br />

tor<strong>na</strong>r um educador. Os objetivos específicos, que foram perseguidos por este estudo em<br />

questão, estão relacio<strong>na</strong>dos às ferramentas pedagógicas ligadas à <strong>informática</strong> que estão se<br />

tor<strong>na</strong>ndo cada vez mais indispensáveis para o aluno. A principal ferramenta é o <strong>computador</strong><br />

que dá a possibilidade de pesquisas e facilita o acesso às informações que jamais poderiam ser<br />

adquiridas com tal rapidez sem a utilização do mesmo.<br />

Por que a <strong>informática</strong> é uma das soluções a serem implantadas <strong>na</strong> didática de ensino e<br />

aprendizagem?<br />

Para encontrar uma resposta satisfatória, foi preciso a<strong>na</strong>lisar a <strong>informática</strong> com a<br />

fi<strong>na</strong>lidade a ser utilizada <strong>na</strong> <strong>educação</strong>.<br />

Entender o <strong>binômio</strong> “Computador e Educação”, e ter em vista o fato de que o<br />

<strong>computador</strong> se tornou um instrumento, uma ferramenta para aprendizagem, desenvolvendo<br />

habilidades intelectuais e cognitivas, levando o indivíduo ao desabrochar das suas<br />

potencialidades, de sua criatividade, de sua inventabilidade. O produto fi<strong>na</strong>l desse processo é<br />

1


a formação de indivíduos autônomos, que aprendem por si mesmos, porque aprenderam a<br />

aprender através da busca, da investigação, da descoberta e da invenção.<br />

Por isso, existe <strong>informática</strong> <strong>na</strong>s universidades, tanto para alunos quanto para<br />

professores. Essa nova tecnologia tornou-se um importante meio de estudo e pesquisa. Os<br />

alunos de ensino superior, ao utilizarem o <strong>computador</strong> entram em um ambiente<br />

multidiscipli<strong>na</strong>r e interdiscipli<strong>na</strong>r, ou seja, ao invés de ape<strong>na</strong>s receberem informações, eles<br />

também constroem conhecimentos, formando assim um processo onde o professor educa o<br />

aluno e ao educar ele se transforma através de diálogo com eles. Cada geração inventa, cria,<br />

inova e a <strong>educação</strong> tem seu processo também de criação, invenção e inovação, principalmente<br />

no campo do conhecimento. É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da <strong>informática</strong><br />

desenvolve os assuntos com metodologia alter<strong>na</strong>tiva, o que muitas vezes auxilia o processo de<br />

aprendizagem. O papel, então, dos professores não é ape<strong>na</strong>s o de transmitir informações, é o<br />

de facilitador, mediador da construção do conhecimento. Então, <strong>computador</strong> passa a ser o<br />

“aliado” do professor <strong>na</strong> aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender<br />

e questio<strong>na</strong>r as formas de ensi<strong>na</strong>r.<br />

A <strong>informática</strong>, então, a serviço de um projeto educacio<strong>na</strong>l, propicia condições aos<br />

alunos de trabalharem a partir de temas, projetos ou atividades extracurriculares. O<br />

<strong>computador</strong> é ape<strong>na</strong>s e tão somente um meio onde desenvolvemos inteligência, flexibilidade,<br />

criatividade e inteligências mais críticas.<br />

Se a <strong>educação</strong> se esgotar no processo de transmissão dos conhecimentos e dos valores<br />

criados por gerações passadas sem a elaboração de conhecimentos novos, sem<br />

questio<strong>na</strong>mento de valores, sem inventividade e inovação, não teremos evolução cultural,<br />

social, tecnológica e educacio<strong>na</strong>l. Deixará de haver progresso e estaremos estag<strong>na</strong>ndo ou<br />

retrocedendo.<br />

Portanto, a <strong>informática</strong> quando adotada <strong>na</strong>s faculdades deve se integrar ao ambiente e<br />

à realidade dos alunos, não só como ferramenta, mas como recurso interdiscipli<strong>na</strong>r,<br />

construindo-se também em alguma coisa a mais com que o professor possa contar para bem<br />

realizar o seu trabalho, desenvolvendo com os alunos atividades, projetos e questio<strong>na</strong>mento.<br />

2


Como toda tecnologia, a introdução dos <strong>computador</strong>es <strong>na</strong> <strong>educação</strong> apresenta aspectos<br />

positivos e negativos. Para que uma instituição introduza a <strong>informática</strong>, é preciso ter em<br />

primeiro lugar um plano pedagógico, onde serão discutidos os objetivos de sua utilização<br />

como ferramenta educativa e a escolha do software educativo que possa ser usado para ajudar<br />

a atingir mais fácil e eficientemente os objetivos educacio<strong>na</strong>is, não deixando, portanto, que o<br />

<strong>computador</strong> se torne um brinquedo.<br />

Uma instituição de ensino precisa de profissio<strong>na</strong>is capacitados e disponibilizados a<br />

encarar esse novo ícone que é a <strong>informática</strong> educativa sem medo de que algum dia seja<br />

substituído por <strong>computador</strong>es. É preciso então que haja uma integração entre o meio<br />

facultativo e o corpo docente, desenvolvendo assim a sociabilidade dos alunos e a<br />

familiaridade dos professores com o mundo da tecnologia.<br />

Porém, a introdução de <strong>computador</strong>es no ensino superior não é, nem virá a ser, uma<br />

solução para os problemas que afligem a <strong>educação</strong>. O <strong>computador</strong> não é um “bicho de setecabeças”<br />

e não salvará o ensino. Ele pode educar, mas também deseducar, dependendo da<br />

maneira que será utilizado. Ele não substitui a inteligência e a criatividade que são inerentes<br />

aos seres humanos, ape<strong>na</strong>s as desenvolve.<br />

Quanto a importância da <strong>informática</strong> no ensino, lembramos de uma passagem do livro:<br />

A Máqui<strong>na</strong> das Crianças, de Seymour Papert, em que ele apresenta a seguinte parábola:<br />

“Imagine um grupo de viajantes do tempo de um século anterior, entre eles um<br />

grupo de cirurgiões e outro de professores, cada qual ansioso para ver o<br />

quanto as coisas mudaram em sua profissão, a cem anos ou mais no futuro.<br />

Imagine o espanto de os cirurgiões entrando numa sala de operações de um<br />

hospital moderno. Embora pudessem entender que algum tipo de operação<br />

estava ocorrendo e pudessem até mesmo ser capazes de adivinhar o órgãoalvo,<br />

<strong>na</strong> maioria dos casos seriam incapazes de imagi<strong>na</strong>r o que o cirurgião<br />

estava tentando fazer ou qual a fi<strong>na</strong>lidade dos muitos aparelhos estranhos que<br />

ele e sua equipe cirúrgica estavam utilizando. Os rituais de anti-sepsia e<br />

anestesia, os aparelhos eletrônicos com seus si<strong>na</strong>is de alarme e orientação e<br />

até mesmo as intensas luzes, tão familiares às platéias de televisão, seriam<br />

completamente estranhos para eles. Os professores viajantes do tempo<br />

3


esponderiam de uma forma muito diferente a uma sala de aula moder<strong>na</strong>. Eles<br />

poderiam sentir-se intrigados com relação a alguns poucos objetos estranhos.<br />

Poderiam perceber que algumas técnicas-padrão mudaram - e provavelmente<br />

discordariam entre si quanto a se as mudanças que observaram foram para<br />

melhor ou para pior -, mas perceberiam ple<strong>na</strong>mente a fi<strong>na</strong>lidade da maior<br />

parte do que se estava tentando fazer e poderiam, com bastante facilidade,<br />

assumir a classe”.<br />

(Seymour Papert)<br />

Baseado <strong>na</strong> seguinte passagem do livro, os professores e professoras, ao ouvirem esta<br />

parábola, estão sempre se movimentando e gesticulando no sentido da confirmação de tal<br />

situação e sempre perguntamos o porquê desta realidade. Percebemos que a maior parte das<br />

justificativas está apoiada <strong>na</strong>s ações de terceiros, e poucos são os professores que percebem<br />

que o ponto de partida de qualquer mudança inicia-se num processo interno de sensibilização<br />

para uma nova realidade. Às vezes questio<strong>na</strong>-se: os professores não estão sensibilizados<br />

quanto ao uso da <strong>informática</strong> <strong>na</strong> área educacio<strong>na</strong>l? Por que não, se os demais profissio<strong>na</strong>is das<br />

diversas áreas do conhecimento humano já utilizam a <strong>informática</strong> como instrumento auxiliar<br />

de seus trabalhos?<br />

A partir destas reflexões, são apresentadas algumas informações sobre o novo<br />

paradigma educacio<strong>na</strong>l. Entre essas abordagens foi realizado nos Estados Unidos uma<br />

pesquisa, com 55 entidades educacio<strong>na</strong>is, <strong>na</strong> qual foram levantados os principais aspectos que<br />

poderiam garantir o sucesso dos alunos universitários, de hoje. Entre esses aspectos, foram<br />

citados:<br />

• Habilidade em leitura básica, escrita e habilidade matemática.<br />

• Bons hábitos profissio<strong>na</strong>is, como ser responsável, pontual e discipli<strong>na</strong>do.<br />

• Habilidades em computação e tecnologia de mídia.<br />

• Valorização do trabalho.<br />

• Honestidade e tolerância para com os alunos.<br />

4


• Hábitos de cidadania.<br />

Tais aspectos estão dispostos de acordo com o grau de importância, conforme a<br />

pesquisa realizada.<br />

Um outro exemplo complementar sobre o enfoque acima citado são os artigos de<br />

Ber<strong>na</strong>rdo Toro, que definem a forma de comunicação <strong>na</strong>s sociedades urba<strong>na</strong>s, as quais<br />

deixam de ser reais, passando a ser decodificada por meio de símbolos e códigos.<br />

Percebemos que os <strong>computador</strong>es possuem diferentes tipos de utilidades, compatíveis<br />

com o mundo em que vivemos: em constante mutação e interatividade. Por meio dele,<br />

podemos desenvolver simultaneamente várias habilidades, facilitando a formação de<br />

indivíduos polivalentes e multifuncio<strong>na</strong>is, diferentemente, por exemplo, de uma máqui<strong>na</strong> de<br />

escrever que possibilitava a formação de um único profissio<strong>na</strong>l: o datilógrafo.<br />

É interessante ressaltar que a maior parte dos empregos que surgirão no próximo<br />

século ainda não existe e com certeza eles, de alguma forma, utilizarão as novas tecnologias<br />

da informação e comunicação; portanto, cabe à escola prestar a sua grande contribuição <strong>na</strong><br />

formação de indivíduos pró-ativos para atuarem <strong>na</strong>s economias do futuro.<br />

Com tantas inovações tecnológicas ocorrendo em volta de todos nós, é quase<br />

impossível recusarmos participar delas. Entre essas inovações, uma das que mais se destacam<br />

é a Internet(Rede Mundial de Computadores), a qual rompe as fronteiras dos países e abre um<br />

grande leque de oportunidades jamais imagi<strong>na</strong>das. A qualquer momento do dia e da noite é<br />

possível se comunicar com pessoas de diferentes países e de qualquer continente, passear por<br />

museus, fazer compras, verificar as notícias dos principais jor<strong>na</strong>is, assistir a “trailers” dos<br />

últimos lançamentos de filmes, tomar nota das tendências da moda, copiar programas antes<br />

mesmo de termos de comprá-los.<br />

Seria quase impossível escrever em poucas linhas as grandes vantagens e<br />

possibilidades que podemos ter com a Internet. Tudo é possível a um custo de uma ligação<br />

telefônica local, sem pagar passagens aéreas, sem pegar congestio<strong>na</strong>mento no trânsito, sem<br />

custo de hotelaria. Para ter acesso à Internet, basta ter um micro, uma linha telefônica, um<br />

modem e estar associado a algum provedor (empresa que comercializa acesso à Internet).<br />

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A Internet é a mídia que mais cresce em todo o mundo. Hoje já contamos com mais de<br />

70 milhões de pessoas em todo o planeta que se beneficiam dos serviços oferecidos por ela e<br />

os acessam. A Internet está promovendo mudanças sociais, econômicas e culturais. Estamos<br />

diante da Revolução Digital, revolução com tantos atributos que chega a ser comparada com a<br />

Revolução Industrial. Estamos diante de novos paradigmas, de novas formas de produção, de<br />

novos empregos, de novas formas de comunicação e a escola também será atingida por esta<br />

revolução binária e digital.<br />

O homem é o único animal sem nenhuma especialização que garanta a sua própria<br />

sobrevivência e por esta razão necessita desenvolver uma série de atitudes, visando a sua<br />

continuidade e existência. O homem, por meio da sua capacidade de inovação, desenvolveu<br />

uma série de inovações de “poder” sobre a Natureza, ou de mutações desta, visando atender às<br />

suas necessidades. Essas inovações/invenções são transmitidas pela cultura. O resultado de<br />

suas ações gera transformações que nos tor<strong>na</strong>m de fato serem humanos.<br />

A cultura pode ser transmitida de várias formas: via oral, desenhos, escrita, impressões<br />

digitais, TV, rádio, vídeo e, atualmente, a Internet. A rede mundial de <strong>computador</strong>es provoca<br />

uma aceleração <strong>na</strong> transmissão das informações e conseqüentemente uma retroalimentação<br />

mais rápida, o que a tor<strong>na</strong> mais complexas em seu próprio acompanhamento. A relação da<br />

cultura digital também atinge os processos orgânicos, pois reflete <strong>na</strong> forma inconsciente e,<br />

posteriormente, consciente do modo de viver de todos nós.<br />

Baseado nisso tentamos mostrar que <strong>na</strong> <strong>educação</strong> atual contamos com a ajuda de uma<br />

ferramenta indispensável tanto no ensino quanto no aprendizado, a <strong>informática</strong>. Mostramos<br />

como a <strong>informática</strong> facilita o trabalho acadêmico utilizando recursos tecnológicos,<br />

demonstrando que o ensino está cada vez mais dependente e conseqüentemente sendo ajudado<br />

pelo mundo eletrônico.<br />

Wesley José da Silva é Professor do Centro Universitário de Caratinga –<br />

UNEC, é Técnico em Processamento de Dados pela Sociedade Presbiteria<strong>na</strong> de<br />

Educação e Pesquisa - Caratinga, é Bacharel em Ciência da Computação pela<br />

Faculdade de Ciência da Computação de Caratinga, A<strong>na</strong>lista de Sistemas da<br />

área administrativa do UNEC e Mestre em Docência do Ensino Superior pela<br />

Universidade Cândido Mendes – Rio de Janeiro – Brasil.<br />

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