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Análise dos métodos de proteção contra faltas à terra nos ... - SEL

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SCHWEITZER ENGINEERING LABORATORIES, COMERCIAL LTDA.<br />

ANÁLISE DOS MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA FALTAS À<br />

TERRA NOS SISTEMAS DA DISTRIBUIÇÃO ATERRADOS, NÃO<br />

ATERRADOS E COMPENSADOS<br />

Jeff Roberts, Dr. Hector J. Altuve e Dr. Daqing Hou<br />

Schweitzer Engineering Laboratories, Inc.<br />

Pullman, WA USA<br />

RESUMO<br />

Este paper analisa os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção e proteção <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas da<br />

distribuição. Em primeiro lugar, vamos analisar e comparar os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento <strong>dos</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> média tensão da distribuição. Em segundo, vamos <strong>de</strong>screver os elementos direcionais a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong><br />

para fornecer proteção <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas da distribuição solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e<br />

a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> baixa impedância. Analisaremos, então, o comportamento <strong>dos</strong> sistemas não<br />

a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> diante <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> e introduziremos um novo elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong><br />

para estes sistemas. Em seguida, vamos analisar o comportamento <strong>de</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong> durante<br />

<strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> e <strong>de</strong>screver méto<strong>dos</strong> tradicionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong>. A conclusão será feita com a<br />

introdução <strong>de</strong> novos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong>.<br />

INTRODUÇÃO<br />

As magnitu<strong>de</strong>s das correntes <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do método <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento do sistema.<br />

Sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> baixa impedância po<strong>de</strong>m ter níveis eleva<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>. Esses níveis eleva<strong>dos</strong> normalmente requerem a abertura da linha para<br />

remover a falta do sistema. Os relés <strong>de</strong> sobrecorrente <strong>de</strong> <strong>terra</strong> e <strong>de</strong> sobrecorrente direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong><br />

são as soluções típicas <strong>de</strong> proteção <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nesses sistemas. Entretanto, a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />

<strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>de</strong> alta impedância é difícil <strong>nos</strong> sistemas a quatro fios, multia<strong>terra</strong><strong>dos</strong>, <strong>nos</strong> quais o relé<br />

me<strong>de</strong> a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> combinada com a corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbalanço gerada pela configuração e<br />

faseamento da linha, e pelo <strong>de</strong>sbalanço <strong>de</strong> carga.<br />

Os sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> não possuem <strong>terra</strong> intencional. Para uma falta fase-<strong>terra</strong> nesses sistemas, o<br />

único caminho para circulação da corrente <strong>de</strong> <strong>terra</strong> é através da capacitância fase-<strong>terra</strong> distribuída do<br />

sistema adjacente e das duas fases boas remanescentes do circuito sob <strong>de</strong>feito.<br />

Nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição compensadas ou com a<strong>terra</strong>mento ressonante, o sistema é a<strong>terra</strong>do através<br />

<strong>de</strong> um reator <strong>de</strong> impedância variável conectado ao neutro do secundário do transformador <strong>de</strong><br />

potência ou ao neutro <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento. Esse reator compensa a capacitância fase-<strong>terra</strong> do<br />

sistema <strong>de</strong> forma que o diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero se torna um caminho com impedâncias muito<br />

elevadas. O reator, conhecido como bobina <strong>de</strong> Petersen, permite o ajuste do valor da indutância para<br />

preservar a condição <strong>de</strong> sintonia do sistema para diferentes topologias da re<strong>de</strong>.<br />

O a<strong>terra</strong>mento ressonante propicia a auto-extinção do arco da falta em linhas aéreas para<br />

aproximadamente 80% das <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> temporárias [1]. Consi<strong>de</strong>rando que aproximadamente 80%<br />

das <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> são temporárias, concluímos que mais <strong>de</strong> 60% das <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nas linhas aéreas<br />

são eliminadas sem a abertura do disjuntor. Os sistemas a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> alta impedância são<br />

a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> um reator ou resistor <strong>de</strong> alta impedância, cujo valor é igual ou ligeiramente<br />

menor do que a reatância para <strong>terra</strong> capacitiva total do sistema. O resistor do neutro é <strong>de</strong> um valor<br />

elevado <strong>de</strong> tal magnitu<strong>de</strong> que as <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> em tais sistemas têm características muito similares às<br />

<strong>dos</strong> sistemas com a<strong>terra</strong>mento ressonante.<br />

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Uma vez que <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> em sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>, compensa<strong>dos</strong> e a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> alta<br />

impedância não afetam o triângulo <strong>de</strong> tensões entre fases, é possível continuar a operação mesmo<br />

com o sistema sob a condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito. Logo, o sistema tem <strong>de</strong> ter um nível <strong>de</strong> isolação entre fases<br />

e todas as cargas têm <strong>de</strong> estar conectadas entre fases.<br />

Para esses sistemas, é necessário que os relés <strong>de</strong> <strong>terra</strong> tenham alta sensibilida<strong>de</strong> pois a corrente <strong>de</strong><br />

falta é muito baixa se comparada aos sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>. Muitos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />

<strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> usam os componentes <strong>de</strong> corrente e tensão com a freqüência fundamental. O método<br />

varmétrico [2] é a solução tradicional para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> em sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>.<br />

Po<strong>de</strong>mos também usar esse método <strong>nos</strong> sistemas a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> alta impedância. O método<br />

watimétrico [2][3] é uma solução comum com elementos direcionais para sistemas compensa<strong>dos</strong>,<br />

porém sua sensibilida<strong>de</strong> é limitada para resistências <strong>de</strong> falta da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> alguns quiloohms.<br />

Po<strong>de</strong>mos também usar o método watimétrico <strong>nos</strong> sistemas a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> alta impedância e<br />

sistemas com neutro isolado. Outros méto<strong>dos</strong> basea<strong>dos</strong> na freqüência fundamental para sistemas<br />

compensa<strong>dos</strong> (tal como o método da admitância [4][5]) fornecem uma sensibilida<strong>de</strong> aumentada mas<br />

requerem informações sobre to<strong>dos</strong> os alimentadores, sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se efetuar ações <strong>de</strong><br />

controle na bobina <strong>de</strong> Petersen, ou ambas. Existem também méto<strong>dos</strong> que usam o conteúdo <strong>de</strong><br />

harmônicos <strong>de</strong> tensão e corrente referentes ao estado <strong>de</strong> regime para <strong>de</strong>tectar <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> [6][7]. Um<br />

outro grupo <strong>de</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong>tecta os componentes transitórios <strong>de</strong> corrente e tensão gera<strong>dos</strong> pela falta<br />

[6][8]. Estes méto<strong>dos</strong> possuem sensibilida<strong>de</strong> limitada, pois as <strong>faltas</strong> com alta resistência reduzem o<br />

nível <strong>dos</strong> harmônicos referentes ao estado <strong>de</strong> regime e amortecem os componentes transitórios <strong>de</strong><br />

corrente e tensão.<br />

MÉTODOS DE ATERRAMENTO PARA SISTEMAS DE MÉDIA TENSÃO DA DISTRIBUIÇÃO<br />

Os principais objetivos do a<strong>terra</strong>mento do sistema são: minimizar os stresses térmico e <strong>de</strong> tensão <strong>nos</strong><br />

equipamentos, propiciar segurança para as equipes <strong>de</strong> trabalho, reduzir as interferências <strong>nos</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> comunicação e contribuir para a <strong>de</strong>tecção e eliminação rápidas <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>.<br />

Com exceção do stress <strong>de</strong> tensão, a operação <strong>de</strong> um sistema do tipo não a<strong>terra</strong>do, a<strong>terra</strong>do através <strong>de</strong><br />

alta impedância ou com a<strong>terra</strong>mento ressonante restringe as magnitu<strong>de</strong>s das correntes <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong><br />

e permite atingir a maioria <strong>dos</strong> objetivos relaciona<strong>dos</strong> acima. O inconveniente <strong>de</strong>sses méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

a<strong>terra</strong>mento é que eles também geram problemas na sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> (proteção).<br />

Po<strong>de</strong>mos criar um a<strong>terra</strong>mento do sistema que reduza o stress <strong>de</strong> tensão ao custo <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong>s<br />

elevadas da corrente <strong>de</strong> falta. Portanto, em tal sistema o circuito <strong>de</strong>feituoso tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senergizado<br />

imediatamente para evitar o stress térmico, interferência no canal <strong>de</strong> comunicação e riscos para a<br />

segurança humana. A <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong>sse sistema é que o serviço precisa ser interrompido mesmo<br />

para <strong>faltas</strong> temporárias.<br />

A seguir, uma <strong>de</strong>scrição sucinta <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento normalmente usa<strong>dos</strong> <strong>nos</strong> circuitos <strong>de</strong><br />

média tensão da distribuição. A Tabela 1 resume as principais características <strong>de</strong>sses méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

a<strong>terra</strong>mento.<br />

Sistema Não A<strong>terra</strong>do ou com Neutro Isolado<br />

Em um sistema com neutro isolado (ver Figura 1), o neutro (“Neutral” – N) não tem conexão<br />

intencional com a <strong>terra</strong> (“Ground” – G): o sistema é conectado à <strong>terra</strong> através <strong>de</strong> capacitâncias fase<strong>terra</strong>.<br />

As <strong>faltas</strong> fase-<strong>terra</strong> <strong>de</strong>slocam a tensão do neutro do sistema porém <strong>de</strong>ixam o triângulo <strong>de</strong><br />

tensões entre fases intacto.<br />

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Figura 1<br />

Sistema com Neutro Isolado<br />

Para estes sistemas, dois fatores principais limitantes da magnitu<strong>de</strong> da corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> são a<br />

resistência <strong>de</strong> falta e a capacitância fase-<strong>terra</strong> <strong>de</strong> seqüência-zero. Uma vez que o triângulo <strong>de</strong> tensões<br />

não é, relativamente, afetado, esses sistemas po<strong>de</strong>m permanecer operacionais durante <strong>faltas</strong><br />

sustentadas <strong>de</strong> baixa magnitu<strong>de</strong>.<br />

A auto-extinção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nas linhas aéreas não a<strong>terra</strong>das é possível para valores baixos da<br />

corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong>. Para magnitu<strong>de</strong>s maiores da corrente <strong>de</strong> falta, as <strong>faltas</strong> têm uma menor<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se auto-extinguirem na passagem pelo zero natural da corrente <strong>de</strong> falta <strong>de</strong>vido à<br />

elevada tensão transitória <strong>de</strong> restabelecimento. Posteriormente, discutiremos como um sistema com<br />

a<strong>terra</strong>mento ressonante amortece esta elevação da tensão <strong>de</strong> restabelecimento, aumentando, <strong>de</strong>ssa<br />

forma, a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> provocar a auto-extinção da falta à <strong>terra</strong>.<br />

Os relés <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> seqüência-zero [9], ou trifásica, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>tectar <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas não<br />

a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>. Este método <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> não é seletivo e requer isolação ou <strong>de</strong>sligamento<br />

seqüencial <strong>dos</strong> alimentadores para <strong>de</strong>terminar o alimentador sob <strong>de</strong>feito. Um elemento direcional <strong>de</strong><br />

<strong>terra</strong> varmétrico sensível é a alternativa típica para <strong>de</strong>sconexão seqüencial [2]. Esses elementos<br />

respon<strong>de</strong>m à componente em quadratura da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero em relação à tensão <strong>de</strong><br />

seqüência-zero. Posteriormente, introduziremos um novo elemento direcional que usa a impedância<br />

medida como gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> medição para diferenciar <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nas direções “à frente” e reversa.<br />

A<strong>terra</strong>mento Sólido ou Efetivo<br />

O a<strong>terra</strong>mento efetivo, ou sólido, é popular <strong>nos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>. Para ser classificado como<br />

a<strong>terra</strong>mento sólido, o sistema tem <strong>de</strong> ter (X 0 / X 1 ) ≤ 3 e (R 0 / X 1 ) ≤ 1, on<strong>de</strong> X 0 e R 0 são a reatância e a<br />

resistência <strong>de</strong> seqüência-zero, e X 1 é a reatância <strong>de</strong> seqüência-positiva do sistema <strong>de</strong> potência [10].<br />

Na prática, os sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> possuem to<strong>dos</strong> os neutros do sistema <strong>de</strong> potência<br />

conecta<strong>dos</strong> à <strong>terra</strong>, sem qualquer impedância intencional entre o neutro e a <strong>terra</strong>.<br />

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Tabela 1 Comparação <strong>dos</strong> Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> A<strong>terra</strong>mento para Sistemas <strong>de</strong> Média Tensão da Distribuição<br />

Método <strong>de</strong> A<strong>terra</strong>mento<br />

Tópicos<br />

Neutro<br />

Isolado<br />

A<strong>terra</strong>mento<br />

Sólido<br />

(A<strong>terra</strong>mento<br />

Único)<br />

A<strong>terra</strong>mento<br />

Sólido<br />

(A<strong>terra</strong>mento<br />

Múltiplo)<br />

A<strong>terra</strong>mento<br />

Através <strong>de</strong><br />

Baixa-<br />

Impedância<br />

A<strong>terra</strong>mento<br />

Através <strong>de</strong><br />

Alta-<br />

Impedância<br />

A<strong>terra</strong>mento<br />

Ressonante<br />

Alguns Países<br />

com Aplicação<br />

Itália,<br />

Japão,<br />

Irlanda,<br />

Rússia,<br />

Peru,<br />

Espanha<br />

Grã-Bretanha<br />

Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong>,<br />

Canadá,<br />

Austrália,<br />

América<br />

Latina<br />

França,<br />

Espanha<br />

Norte e Leste<br />

da Europa,<br />

China, Israel<br />

Conexão <strong>de</strong><br />

Cargas<br />

Permissível<br />

Fase-fase Fase-fase (3<br />

fios) e faseneutro<br />

(4 fios)<br />

Fase-fase e<br />

fase-<strong>terra</strong><br />

Fase-fase Fase-fase Fase-fase<br />

Nível <strong>de</strong><br />

Isolação<br />

Requerido<br />

Fase-fase Fase-neutro Fase-neutro Fase-neutro Fase-fase Fase-fase<br />

Limitação <strong>de</strong><br />

Sobretensões<br />

Transitórias<br />

Ruim Boa Boa Boa Boa<br />

(A<strong>terra</strong>mento-<br />

R), Média<br />

(A<strong>terra</strong>mento-<br />

L)<br />

Média<br />

Operação<br />

Possível com<br />

uma Falta à<br />

Terra<br />

Auto-Extinção<br />

<strong>de</strong> Faltas à<br />

Terra<br />

Nem<br />

sempre<br />

Nem<br />

sempre<br />

Não Não Não Nem sempre Quase<br />

sempre<br />

Não Não Não Nem sempre Quase<br />

sempre<br />

Segurança<br />

Humana<br />

Stress<br />

Térmico <strong>dos</strong><br />

Equipamentos<br />

Interferência<br />

nas Linhas <strong>de</strong><br />

Comunicação<br />

Sensibilida<strong>de</strong><br />

da Proteção<br />

para Faltas à<br />

Terra<br />

Média Boa Ruim Boa Média Boa<br />

Baixo Alto Alto Alto Baixo Muito Baixo<br />

Média Alta Alta Alta Baixa Muito Baixa<br />

Média Boa Ruim Boa Média Média<br />

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Existem duas implementações práticas diferentes do a<strong>terra</strong>mento sólido <strong>nos</strong> sistemas <strong>de</strong> média<br />

tensão da distribuição: unia<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e multia<strong>terra</strong><strong>dos</strong>. Nos sistemas unia<strong>terra</strong><strong>dos</strong>, somente po<strong>de</strong>m<br />

existir três fios com todas as cargas conectadas entre fases (ver Figura 2(a)), ou po<strong>de</strong>m existir quatro<br />

fios com um neutro isolado e todas as cargas conectadas fase-neutro (ver Figura 2(b)). Nesta última<br />

aplicação, a corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbalanço <strong>de</strong> carga retorna através do neutro enquanto a corrente <strong>de</strong> falta à<br />

<strong>terra</strong> retorna através da <strong>terra</strong> para o neutro da subestação. Nos sistemas multia<strong>terra</strong><strong>dos</strong> com quatro<br />

fios e cargas fase-neutro (ver Figura 2(c)), o sistema é a<strong>terra</strong>do na subestação e em cada localização<br />

<strong>dos</strong> transformadores ao longo do circuito. Em alguns exemplos, algumas cargas monofásicas em<br />

<strong>de</strong>rivação são conectadas <strong>de</strong> uma fase para a <strong>terra</strong>, sem a existência do condutor no neutro. Nesses<br />

sistemas, ambas as correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbalanço <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> são divididas entre o condutor<br />

do neutro e a <strong>terra</strong>. A <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>de</strong> alta resistência nesses sistemas é difícil pois o relé<br />

<strong>de</strong> proteção me<strong>de</strong> a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> com alta resistência combinada com a corrente <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sbalanço.<br />

Faltas à <strong>terra</strong> nesses sistemas po<strong>de</strong>m produzir correntes <strong>de</strong> alta magnitu<strong>de</strong> que requerem a abertura<br />

<strong>de</strong> todo o circuito e interrupção da carga para muitos consumidores. Aproximadamente 80% das<br />

<strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> que ocorrem nas linhas aéreas da distribuição são transitórias. O religamento<br />

automático com várias tentativas é amplamente usado nesses sistemas. O ciclo resultante <strong>de</strong><br />

interrupção/restabelecimento po<strong>de</strong> representar um problema para os consumidores com cargas<br />

rotativas elevadas ou aqueles com cargas que sejam intolerantes aos afundamentos <strong>de</strong> tensão.<br />

O a<strong>terra</strong>mento sólido reduz o risco <strong>de</strong> sobretensões durante <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>. Essas <strong>faltas</strong> não <strong>de</strong>slocam o<br />

neutro do sistema (ver Figura 2(e)). Logo, o sistema não requer um nível <strong>de</strong> isolação <strong>de</strong> tensão tão<br />

elevado quanto requer um sistema com neutro isolado. Em geral, os sistemas <strong>de</strong> transmissão são<br />

solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> ao redor do mundo. Os sistemas da distribuição são normalmente unia<strong>terra</strong><strong>dos</strong><br />

na Grã-Bretanha e multia<strong>terra</strong><strong>dos</strong> na América do Norte, Austrália e alguns países da América Latina.<br />

A proteção típica <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> consiste <strong>de</strong> relés <strong>de</strong><br />

sobrecorrente direcionais e não direcionais com conexão residual (ou uma soma matemática<br />

equivalente). A <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>de</strong> alta impedância é difícil nas aplicações <strong>de</strong> relés não<br />

direcionais em instalações a quatro fios com cargas fase-neutro, pois é necessário ajustar a<br />

sensibilida<strong>de</strong> mínima do relé maior do que o <strong>de</strong>sbalanço normal <strong>de</strong> carga. A coor<strong>de</strong>nação com os<br />

fusíveis <strong>dos</strong> circuitos adjacentes, dimensiona<strong>dos</strong> inicialmente para condução <strong>de</strong> cargas, é ainda um<br />

outro fator limitante para a sensibilida<strong>de</strong> da proteção <strong>de</strong> <strong>terra</strong> nesses sistemas [10]. Como resultado,<br />

muitos condutores caí<strong>dos</strong> têm permanecido energiza<strong>dos</strong> por um tempo significante, sem serem<br />

<strong>de</strong>tecta<strong>dos</strong>. Melhorias efetuadas recentemente <strong>nos</strong> relés direcionais levam em consi<strong>de</strong>ração os<br />

<strong>de</strong>sbalanços normais da linha e da carga e não requerem uma <strong>de</strong>gradação significativa da<br />

sensibilida<strong>de</strong> do relé <strong>de</strong> <strong>terra</strong>. Esta nova tecnologia <strong>dos</strong> elementos direcionais aumenta enormemente<br />

a sensibilida<strong>de</strong> durante condições <strong>de</strong> carga baixa, quando comparada à proteção não direcional,<br />

porém ela ainda tem <strong>de</strong> limitar a sensibilida<strong>de</strong> do relé durante perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> carga muito<br />

elevado.<br />

A<strong>terra</strong>mento Através <strong>de</strong> Baixa Impedância<br />

Neste tipo <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento, o sistema é a<strong>terra</strong>do através <strong>de</strong> um reator ou resistor <strong>de</strong> baixa impedância<br />

com o objetivo <strong>de</strong> limitar a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong>. Ao limitar as magnitu<strong>de</strong>s das correntes <strong>de</strong> <strong>faltas</strong><br />

à <strong>terra</strong> em <strong>de</strong>zenas ou centenas <strong>de</strong> amperes, você reduz o stress térmico <strong>nos</strong> equipamentos,<br />

permitindo que cubículos <strong>de</strong> menor custo possam ser adquiri<strong>dos</strong>. Este método é, sob vários outros<br />

aspectos, equivalente ao a<strong>terra</strong>mento sólido, incluindo os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> proteção <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>.<br />

Na França, muitos <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> distribuição são a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> baixa resistência. Nas re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> distribuição rurais, a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> é limitada em 150-300 A primários, e nas re<strong>de</strong>s<br />

urbanas, que têm correntes capacitivas maiores, o resistor é selecionado para limitar a corrente <strong>de</strong><br />

falta à <strong>terra</strong> em um valor máximo <strong>de</strong> 1.000 A [8]. Os engenheiros <strong>de</strong> usinas industriais também usam<br />

a<strong>terra</strong>mento através <strong>de</strong> baixa impedância <strong>nos</strong> circuitos <strong>de</strong> distribuição e nas usinas.<br />

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A<strong>terra</strong>mento Através <strong>de</strong> Alta Impedância<br />

Neste método, o sistema é a<strong>terra</strong>do através <strong>de</strong> um reator ou resistor <strong>de</strong> alta impedância, cujo valor é<br />

igual ou ligeiramente menor do que o da reatância para <strong>terra</strong> capacitiva total do sistema. O método<br />

do a<strong>terra</strong>mento através <strong>de</strong> alta impedância limita a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> em 25 A ou me<strong>nos</strong>. O<br />

a<strong>terra</strong>mento através <strong>de</strong> alta resistência limita as sobretensões transitórias em valores seguros durante<br />

<strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>. O resistor <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento po<strong>de</strong> ser conectado no neutro <strong>de</strong> um transformador <strong>de</strong><br />

potência ou a<strong>terra</strong>mento, gerador ou barra <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento do gerador, ou através <strong>de</strong> uma conexão em<br />

<strong>de</strong>lta aberto (“broken <strong>de</strong>lta”) <strong>dos</strong> transformadores da distribuição [10].<br />

Figura 2<br />

Sistemas Solidamente A<strong>terra</strong><strong>dos</strong>: (a) Sistema Unia<strong>terra</strong>do a Três-Fios, (b) Sistema Unia<strong>terra</strong>do a<br />

Quatro-Fios, (c) Sistema Multia<strong>terra</strong>do a Quatro-Fios, (d) Diagrama Fasorial para Operação<br />

Normal, (e) Diagrama Fasorial para uma Falta à Terra<br />

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Da mesma forma que <strong>nos</strong> sistemas com neutro isolado, <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nestes sistemas <strong>de</strong>slocam a<br />

tensão do neutro do sistema sem modificar o triângulo <strong>de</strong> tensões entre fases. Novamente, este<br />

método <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento permite que a concessionária <strong>de</strong> energia elétrica continue operando o sistema<br />

durante <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> sustentadas.<br />

A <strong>de</strong>tecção não seletiva <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> é possível efetuando-se a medição da magnitu<strong>de</strong> da tensão<br />

<strong>de</strong> seqüência-zero e comparando o valor en<strong>contra</strong>do com o valor limite <strong>de</strong> sobretensão, ou medindo<br />

todas as três tensões fase-<strong>terra</strong> e comparando cada magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão com um valor limite <strong>de</strong><br />

subtensão. Para en<strong>contra</strong>r o alimentador sob <strong>de</strong>feito, você tem <strong>de</strong> usar elementos direcionais <strong>de</strong><br />

seqüência-zero sensíveis ou <strong>de</strong>sconectar alimentadores para <strong>de</strong>terminar quando a tensão <strong>de</strong><br />

seqüência-zero cai a um nível normal. O elemento direcional tradicional é o do tipo watimétrico<br />

[2][3], que respon<strong>de</strong> à componente em-fase, ou ativa, da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero em relação à<br />

tensão <strong>de</strong> seqüência-zero. Para sistemas a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> reatância, você po<strong>de</strong> também usar um<br />

elemento direcional varmétrico que respon<strong>de</strong> à componente reativa ou em quadratura da corrente <strong>de</strong><br />

seqüência-zero [2].<br />

As áreas típicas para aplicação do a<strong>terra</strong>mento através <strong>de</strong> alta resistência incluem geradores<br />

conecta<strong>dos</strong> em uma unida<strong>de</strong> gerador-transformador [10] e sistemas <strong>de</strong> média tensão da distribuição<br />

<strong>de</strong> usinas industriais [11].<br />

A<strong>terra</strong>mento Ressonante<br />

Neste método <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento, o sistema é a<strong>terra</strong>do através <strong>de</strong> um reator <strong>de</strong> alta impedância,<br />

perfeitamente sintonizado com a capacitância fase-<strong>terra</strong> total do sistema (ver Figura 3). O reator <strong>de</strong><br />

impedância variável é <strong>de</strong>nominado bobina <strong>de</strong> Petersen em homenagem a seu inventor, que<br />

introduziu o conceito em 1917. Ele é também conhecido como bobina <strong>de</strong> supressão <strong>de</strong> arco ou<br />

neutralizador <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>. A bobina é normalmente conectada ao neutro do transformador da<br />

distribuição ou a um transformador <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento zigzag. Os sistemas com este tipo <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento<br />

são freqüentemente referi<strong>dos</strong> como sistemas compensa<strong>dos</strong> ou com a<strong>terra</strong>mento ressonante. Quando a<br />

capacitância do sistema for igualada pela indutância da bobina, o sistema está totalmente<br />

compensado, ou a uma sintonia <strong>de</strong> 100%. Se a indutância do reator não se igualar à capacitância do<br />

sistema, o sistema está fora <strong>de</strong> sintonia. Ele po<strong>de</strong> estar sobrecompensado ou subcompensado,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da relação entre a indutância e a capacitância.<br />

Figura 3<br />

Sistema Compensado<br />

As instalações mais antigas usam um reator <strong>de</strong> baixo custo com valor fixo. Nestes sistemas, a<br />

condição <strong>de</strong> sintonia, seja um sistema subcompensado ou sobrecompensado, muda com a<br />

configuração da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição. Os reatores com comutação <strong>de</strong> tap permitem o controle manual<br />

ou automático das condições <strong>de</strong> sintonia. As instalações mo<strong>de</strong>rnas incluem um reator com núcleo<br />

móvel (êmbolo) equipado com um sistema <strong>de</strong> controle para propiciar uma sintonia <strong>de</strong> quase 100%<br />

para todas as condições <strong>de</strong> operação do sistema. Esses sistemas com êmbolos também propiciam um<br />

meio suave para regular a sintonia do sistema.<br />

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O a<strong>terra</strong>mento ressonante <strong>de</strong> um sistema po<strong>de</strong> reduzir a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> para<br />

aproximadamente 3 a 10% daquela <strong>de</strong> um sistema não a<strong>terra</strong>do. Para uma sintonia <strong>de</strong> 100%, as<br />

perdas ativas na bobina, os harmônicos do sistema e a corrente <strong>de</strong> dispersão ativa do sistema<br />

<strong>de</strong>terminam a magnitu<strong>de</strong> da corrente <strong>de</strong> falta [1]. Os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> compensação da corrente residual<br />

injetam uma corrente no sistema através do reator, durante a falta, reduzindo a corrente <strong>de</strong> falta a<br />

quase zero [12].<br />

A ação da auto-extinção do arco <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não somente da magnitu<strong>de</strong> da corrente <strong>de</strong> falta, mas<br />

também da taxa da tensão <strong>de</strong> restabelecimento transitória após a extinção do arco com sucesso na<br />

passagem da corrente pelo zero. Nos sistemas compensa<strong>dos</strong>, este tempo <strong>de</strong> restabelecimento da<br />

tensão é muito mais lento do que <strong>nos</strong> sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>.<br />

A <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> <strong>de</strong> alta impedância <strong>nos</strong> circuitos compensa<strong>dos</strong> da distribuição requer um<br />

dispositivo com uma entrada <strong>de</strong> corrente residual muito sensível. O método do direcional<br />

watimétrico, <strong>de</strong>scrito posteriormente neste paper, é o tipo <strong>de</strong> elemento direcional que é normalmente<br />

mais usado. Entretanto, a cobertura <strong>de</strong>sse elemento para <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> resistivas é limitada pelo ajuste<br />

do elemento <strong>de</strong> sobretensão <strong>de</strong> seqüência-zero <strong>de</strong> supervisão.<br />

As concessionárias que <strong>de</strong>sligam as linhas para <strong>faltas</strong> permanentes freqüentemente <strong>de</strong>tectam a falta<br />

através da medição da tensão <strong>de</strong> seqüência-zero e, em seguida, efetuam a mudança automática da<br />

condição <strong>de</strong> a<strong>terra</strong>mento do sistema. Esta operação <strong>de</strong> chaveamento tem o objetivo <strong>de</strong> melhorar a<br />

sensibilida<strong>de</strong> da proteção seletiva <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>. A operação <strong>de</strong> chaveamento tem uma<br />

temporização intencional <strong>de</strong> alguns segun<strong>dos</strong> para possibilitar que o sistema compensado efetue a<br />

extinção do arco para <strong>faltas</strong> temporárias. O valor nominal térmico da bobina <strong>de</strong> Petersen <strong>de</strong>fine essa<br />

temporização. Em alguns sistemas, [13] a prática é efetuar o bypass do reator através <strong>de</strong> um disjuntor<br />

monopolar. Uma outra alternativa é a <strong>de</strong> conectar um resistor em paralelo com a bobina <strong>de</strong> Petersen<br />

ou com um enrolamento auxiliar da bobina <strong>de</strong> Petersen. Um problema com esses méto<strong>dos</strong> é que a<br />

conexão do resistor reduz a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero sem necessariamente aumentar <strong>de</strong> forma<br />

significativa a magnitu<strong>de</strong> da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero da falta. O resultado é que a ação efetuada<br />

para aumentar a sensibilida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> po<strong>de</strong> reduzir a sensibilida<strong>de</strong> do elemento<br />

direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> watimétrico.<br />

ELEMENTOS DIRECIONAIS PARA PROTEÇÃO CONTRA FALTAS À TERRA EM<br />

SISTEMAS SOLIDAMENTE ATERRADOS E ATERRADOS ATRAVÉS DE BAIXA<br />

IMPEDÂNCIA<br />

Os mo<strong>de</strong>r<strong>nos</strong> sistemas da distribuição estão se tornando sistemas liga<strong>dos</strong> em anel ou com várias<br />

fontes <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração distribuída e à necessida<strong>de</strong> da<br />

ligação em anel <strong>dos</strong> sistemas para melhorar a confiabilida<strong>de</strong> na alimentação <strong>de</strong> cargas críticas no<br />

nível da distribuição.<br />

As <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> baixa impedância po<strong>de</strong>m<br />

gerar níveis eleva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> corrente que requerem a abertura do circuito. Os elementos direcionais<br />

po<strong>de</strong>m ser usa<strong>dos</strong> para fornecer proteção <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nesses sistemas.<br />

Os tradicionais relés direcionais <strong>de</strong> <strong>terra</strong> (“ground directional relays” – GRDs) respon<strong>de</strong>m às<br />

gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> seqüência-negativa ou seqüência-zero. Para esses GRDs convencionais, temos <strong>de</strong><br />

selecionar quais as gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> seqüência que vão ser usadas em cada aplicação e condições<br />

particulares <strong>de</strong> operação do sistema. Uma vez que você tenha selecionado um tipo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

GRD, com gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> operação e polarização fixas, os tradicionais GRDs vão usar essas<br />

gran<strong>de</strong>zas em todas as situações. Esta restrição po<strong>de</strong> resultar numa operação incorreta do elemento<br />

direcional diante <strong>de</strong> alterações nas configurações do sistema.<br />

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Um novo GRD, entretanto, seleciona as melhores gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> seqüência a serem usadas para <strong>faltas</strong><br />

à <strong>terra</strong> <strong>de</strong> acordo com as condições do sistema. Com esse novo GRD, é possível usar um elemento<br />

direcional <strong>de</strong> seqüência-negativa para uma falta e um elemento direcional polarizado por tensão <strong>de</strong><br />

seqüência-zero para a próxima falta à <strong>terra</strong>.<br />

Esse novo relé direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> consiste <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong> três elementos direcionais:<br />

Polarizado por Corrente <strong>de</strong> Seqüência-Zero (32I), Polarizado por Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Negativa<br />

(32Q) e Polarizado por Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Zero (32V). O novo relé usa elementos direcionais<br />

polariza<strong>dos</strong> por tensão <strong>de</strong> seqüência-negativa e seqüência-zero que superam os problemas <strong>de</strong><br />

confiabilida<strong>de</strong> e segurança <strong>dos</strong> tradicionais elementos polariza<strong>dos</strong> por tensão.<br />

Elemento Direcional Polarizado por Corrente (32I)<br />

O elemento 32I é o elemento direcional polarizado por corrente tradicional. As gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> entrada<br />

analógicas <strong>de</strong>sse elemento são a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> operação, 3I 0 , e a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> polarização, I POL [14]. O<br />

elemento 32I calcula um produto do tipo-torque baseando-se nas magnitu<strong>de</strong>s e no ângulo relativo<br />

das gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> entrada analógicas (Equação 1). O elemento 32I compara o resultado do cálculo do<br />

torque, T, com os valores limites presentes. Se T for positivo e estiver acima do valor limite positivo,<br />

o elemento é ativado para <strong>de</strong>clarar uma falta à <strong>terra</strong> na direção “à frente”. Se T for negativo e estiver<br />

abaixo do valor limite negativo, o elemento é ativado para <strong>de</strong>clarar uma falta à <strong>terra</strong> na direção<br />

reversa.<br />

On<strong>de</strong>:<br />

POL<br />

0<br />

( ∠I<br />

− ∠3I<br />

)<br />

T = I • 3I • cos<br />

Equação 1<br />

POL<br />

0<br />

I POL :<br />

3I 0 :<br />

Gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> polarização<br />

Gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> operação: 3I 0 = I A + I B + I C<br />

To<strong>dos</strong> os elementos direcionais confiáveis necessitam <strong>de</strong> supervisão. Nós habilitamos o elemento<br />

32I (o bit <strong>de</strong> Ativação 32IE é ativado) quando todas as seguintes condições forem verda<strong>de</strong>iras:<br />

• A corrente <strong>de</strong> seqüência-zero, I 0 , é maior do que a corrente <strong>de</strong> seqüência-positiva, I 1 , vezes<br />

o fator a 0 (I 0 > a 0 • I 1 ).<br />

O fator a 0 aumenta a segurança do elemento 32I para correntes <strong>de</strong> seqüência-zero que<br />

circulam <strong>de</strong>vido às assimetrias da linha, leve saturação do TC, etc. [15].<br />

• A gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> operação, 3I 0 , é maior do que o valor limite da sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50G.<br />

• A gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> polarização, I POL , é maior do que o valor limite <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> pré-ajustado.<br />

• A variável programável E32IV está ativada (lógica 1).<br />

A variável E32IV é <strong>de</strong>sativada para i<strong>de</strong>ntificar a isolação da fonte <strong>de</strong> seqüência-zero [16].<br />

A variável programável po<strong>de</strong> ser ajustada no local ou remotamente via comando ou contato<br />

<strong>de</strong> entrada. Com essa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle, os eventos que ocorrem localmente ou em<br />

partes remotas do sistema po<strong>de</strong>m controlar o relé para acomodar novas condições do<br />

sistema.<br />

Elemento Direcional Polarizado por Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Negativa (32Q)<br />

As gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> entrada analógicas <strong>de</strong>sse elemento [17] são a tensão <strong>de</strong> seqüência-negativa, V 2 , e a<br />

corrente <strong>de</strong> seqüência-negativa, I 2 . O elemento 32Q calcula a impedância <strong>de</strong> seqüência-negativa, Z2,<br />

vista pelo relé, através da Equação 2. Se Z2 estiver abaixo do valor limite <strong>de</strong> Z2F, o elemento 32Q<br />

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<strong>de</strong>clara uma falta na direção “à frente”. Se Z2 estiver acima do valor limite <strong>de</strong> Z2R, o elemento 32Q<br />

<strong>de</strong>clara uma falta na direção reversa.<br />

On<strong>de</strong>:<br />

*<br />

[ V2<br />

• ( 1∠θ<br />

L2 • I 2 ) ]<br />

Re<br />

Z2 = Equação 2<br />

I<br />

2<br />

2<br />

V 2 : Tensão <strong>de</strong> seqüência-negativa: V 2 = (V A + a 2 • V B + a • V C ) / 3<br />

I 2 : Corrente <strong>de</strong> seqüência-negativa: I 2 = (I A + a 2 • I B + a • I C ) / 3<br />

θ L2 :<br />

Ângulo da impedância <strong>de</strong> seqüência-negativa da linha<br />

Nós habilitamos o elemento 32Q (o bit <strong>de</strong> Ativação 32QE é ativado) quando todas as seguintes<br />

condições forem verda<strong>de</strong>iras:<br />

• A corrente <strong>de</strong> seqüência-negativa, I 2 , é maior do que a corrente <strong>de</strong> seqüência-zero, I 0 , vezes<br />

o fator k (I 2 > k • I 0 ).<br />

No caso <strong>de</strong> os elementos 32Q e 32V possuírem correntes <strong>de</strong> seqüência acima <strong>de</strong> seus<br />

limites mínimos <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente, o relé seleciona o elemento 32Q se I 2 > kI 0 .<br />

Esta verificação assegura que o relé use as gran<strong>de</strong>zas analógicas mais robustas mesmo se os<br />

ajustes da sensibilida<strong>de</strong> do relé não tiverem sido otimiza<strong>dos</strong>.<br />

• A corrente <strong>de</strong> seqüência-negativa, I 2 , é maior do que a corrente <strong>de</strong> seqüência-positiva, I 1 ,<br />

vezes o fator a 2 (I 2 > a 2 • I 1 ).<br />

O fator a 2 aumenta a segurança do elemento 32Q da mesma forma que o fator a 0 aumenta a<br />

segurança do elemento 32I.<br />

• A corrente <strong>de</strong> seqüência-negativa, 3I 2 , é maior do que o valor limite <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50F<br />

ou 50R. O relé impe<strong>de</strong> que <strong>de</strong>cisões direcionais erradas sejam tomadas para valores baixos<br />

<strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> 3I 2 , impondo a condição <strong>de</strong> que 3I 2 seja maior do que o limite <strong>de</strong> 50F ou 50R.<br />

Elemento Direcional Polarizado por Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Zero (32V)<br />

O elemento 32V é a analogia <strong>de</strong> seqüência-zero do elemento 32Q. A Equação 3 mostra o algoritmo<br />

usado para calcular Z0. O elemento 32V efetua as <strong>de</strong>cisões direcionais da mesma forma que o<br />

elemento 32Q. O elemento compara Z0 com os valores limites <strong>de</strong> Z0F e Z0R para <strong>de</strong>terminar a<br />

direção da falta à <strong>terra</strong>.<br />

*<br />

[ 0 • ( 1∠θ<br />

L0 • 3I 0 ) ]<br />

Re 3V<br />

Z0 = Equação 3<br />

3I<br />

2<br />

0<br />

On<strong>de</strong>:<br />

V 0 : Tensão <strong>de</strong> seqüência-zero: V 0 = (V A + V B + V C ) / 3<br />

I 0 : Corrente <strong>de</strong> seqüência-zero: I 0 = (I A + I B + I C ) / 3<br />

θ L0 : Ângulo da impedância <strong>de</strong> seqüência-zero da linha<br />

Nós habilitamos o elemento 32V (o bit <strong>de</strong> Ativação 32VE é ativado) quando todas as seguintes<br />

condições forem verda<strong>de</strong>iras:<br />

• A corrente <strong>de</strong> seqüência-zero, I 0 , é maior do que a corrente <strong>de</strong> seqüência-positiva, I 1 , vezes<br />

o fator a 0 (I 0 > a 0 • I 1 ).<br />

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As correntes <strong>de</strong> seqüência-zero circulantes, que são <strong>de</strong>vidas às assimetrias da linha, são<br />

normalmente menores do que as correntes <strong>de</strong> seqüência-negativa circulantes para gran<strong>de</strong><br />

parte das configurações <strong>dos</strong> condutores <strong>de</strong> fase [15]. Logo, o fator a 0 é normalmente menor<br />

do que o fator a 2 . Devido a este fato, po<strong>de</strong>mos ajustar o elemento 32V mais sensível do que<br />

o elemento 32Q nas aplicações <strong>de</strong> linhas não transpostas on<strong>de</strong> a saturação severa <strong>de</strong> TCs<br />

não é uma possibilida<strong>de</strong>.<br />

• A corrente residual, 3I 0 , é maior do que o valor limite da sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50F ou 50R.<br />

• A variável programável E32IV está ativada (lógica 1).<br />

O GRD usa o status <strong>dos</strong> bits <strong>de</strong> Ativação 32IE, 32QE e 32VE na lógica prioritária do relé para<br />

selecionar o elemento direcional mais favorável a ser usado. Essa lógica prioritária será explicada<br />

posteriormente neste paper.<br />

Operação <strong>dos</strong> Elementos 32Q e 32V para Faltas à Terra<br />

A forma com que os elementos 32Q e 32V <strong>de</strong>claram <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> na direção “à frente” e reversa é<br />

similar. Vamos analisar a operação do elemento 32Q para <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> na direção “à frente” e<br />

reversa em um sistema com duas fontes. A Figura 4 mostra a tensão <strong>de</strong> seqüência-negativa, V 2 , e a<br />

corrente <strong>de</strong> seqüência-negativa, I 2 , do relé para uma falta à <strong>terra</strong> no terminal remoto. I 2 é a<br />

contribuição <strong>de</strong> corrente proveniente da extremida<strong>de</strong> local. Observe que a corrente primária I 2 está<br />

entrando na marca <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> do TC. Na localização do relé, V 2 = –I 2 • Z S2 . Se os ângulos da<br />

impedância <strong>de</strong> seqüência-negativa, ∠Z S2 e θ L2 , forem iguais, a gran<strong>de</strong>za Z2 calculada é Z2 = –⏐Z S2 ⏐.<br />

A Figura 5 mostra as gran<strong>de</strong>zas do relé, V 2 e I 2 , para uma falta à <strong>terra</strong> reversa. A polarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> V 2 é a<br />

mesma que a <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> na direção “à frente”. Para <strong>faltas</strong> reversas, a corrente I 2 do relé é a<br />

contribuição da extremida<strong>de</strong> remota. A corrente primária I 2 está saindo da marca <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> do<br />

TC. Na localização do relé, V 2 = I 2 • (Z L2 + Z R2 ). Se os ângulos, ∠(Z L2 + Z R2 ) e θ L2 , forem iguais, a<br />

gran<strong>de</strong>za Z2 calculada é Z2 = ⏐ Z L2 + Z R2 ⏐.<br />

Figura 4<br />

Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Negativa, V 2 , e Corrente <strong>de</strong> Seqüência-Negativa, I 2 , do Relé para uma<br />

Falta à Terra na Extremida<strong>de</strong> Remota da Linha<br />

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Figura 5<br />

Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Negativa, V 2 , e Corrente <strong>de</strong> Seqüência-Negativa, I 2 , do Relé para uma<br />

Falta à Terra Atrás do Relé<br />

Após o cálculo <strong>de</strong> Z2, o relé compara Z2 com os valores limites das direções “à frente” e reversa<br />

(Z2F e Z2R, respectivamente) para efetuar a <strong>de</strong>claração da direção da falta. O limite <strong>de</strong> Z2F tem <strong>de</strong><br />

ser maior do que o resultado máximo <strong>de</strong> Z2 para <strong>faltas</strong> à frente (Z2F > Z2). O limite <strong>de</strong> Z2R tem <strong>de</strong><br />

ser menor do que o resultado mínimo <strong>de</strong> Z2 para <strong>faltas</strong> reversas (Z2R < Z2). O elemento 32V efetua<br />

uma comparação idêntica <strong>de</strong> Z0 com os limites <strong>de</strong> Z0F e Z0R. A Figura 6 mostra as características<br />

<strong>de</strong> operação <strong>dos</strong> elementos 32Q (Figura 6(a)) e 32V (Figura 6(b)), e também a impedância medida<br />

para <strong>faltas</strong> nas direções “à frente” e reversa. Para o elemento 32Q, nós usamos Z L1 ao invés <strong>de</strong> Z L2 na<br />

Figura 6(a). Lembre-se <strong>de</strong> que Z L1 = Z L2 para linhas.<br />

Uma das vantagens <strong>dos</strong> elementos 32Q e 32V é que a sensibilida<strong>de</strong> do elemento não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

magnitu<strong>de</strong> da tensão na localização do relé. Por essa razão, os elementos po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>dos</strong> em<br />

sistemas muito fortes, on<strong>de</strong> as magnitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> V 2 e V 0 são muito pequenas.<br />

Selecionando o Elemento Direcional Mais Favorável (“Best Choice Directional Element”)<br />

Cada um <strong>dos</strong> três elementos direcionais, 32I, 32Q e 32V, tem vantagens e <strong>de</strong>svantagens para<br />

diferentes condições do sistema [18]. O relé seleciona o elemento direcional mais favorável para<br />

uma configuração particular do sistema <strong>de</strong> acordo com a seqüência <strong>de</strong> processamento selecionada e<br />

com as variáveis <strong>de</strong> habilitação, 32IE, 32QE e 32VE.<br />

Figura 6<br />

Características <strong>de</strong> Operação <strong>dos</strong> Elementos Direcionais 32Q e 32V<br />

Um ajuste <strong>de</strong>nominado ORDER usa os bits <strong>de</strong> ativação <strong>de</strong>scritos anteriormente para <strong>de</strong>terminar a<br />

seqüência <strong>de</strong> processamento do elemento direcional. Designe os elementos <strong>de</strong> ativação 32I, 32V ou<br />

32Q para essas variáveis na seqüência <strong>de</strong>sejada. Por exemplo, se efetuarmos a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong><br />

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ORDER=32IE, 32QE, 32VE, a seqüência <strong>de</strong> processamento do elemento será ajustada da seguinte<br />

forma: primeiro o 32I, em seguida o 32Q e por último o 32V.<br />

Com esta seqüência <strong>de</strong> processamento, o relé usa 32I quando I POL e 3I 0 estiverem acima <strong>dos</strong> valores<br />

limites <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>. Se as correntes não exce<strong>de</strong>rem esses limites, a variável 32IE não é ativada.<br />

O relé, então, prossegue com o elemento 32Q e verifica o status <strong>de</strong> 32QE. Se 32QE não estiver<br />

ativada, o relé, em seguida, verifica o status <strong>de</strong> 32VE. O relé usa o fator k na variável 32QE para<br />

selecionar a corrente <strong>de</strong> seqüência mais confiável, I 2 ou I 0 , a ser usada na <strong>de</strong>cisão direcional.<br />

No modo <strong>de</strong> ajuste automático, o GDR fornece os ajustes para os elementos direcionais 32Q e 32V.<br />

Este recurso simplifica o procedimento <strong>de</strong> ajustes do relé.<br />

O relé seleciona os ajustes mais a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> a partir <strong>dos</strong> parâmetros forneci<strong>dos</strong> do sistema. Por<br />

exemplo, o relé usa os parâmetros da impedância da linha para ajustar os valores limites <strong>de</strong> Z2F,<br />

Z2R, Z0F e Z0R usa<strong>dos</strong> <strong>nos</strong> elementos 32Q e 32V.<br />

A Figura 6 mostra as impedâncias <strong>de</strong> seqüência calculadas, Z2 e Z0, para <strong>faltas</strong> à frente e reversa. Se<br />

assumirmos fontes infinitas em ambas as extremida<strong>de</strong>s da linha, a impedância da linha separa as<br />

impedâncias calculadas para <strong>faltas</strong> nas direções à frente e reversa. Para discriminar com segurança<br />

entre falta à frente e falta reversa, po<strong>de</strong>mos ajustar os limites para as direções à frente e reversa com<br />

um valor igual à meta<strong>de</strong> da impedância <strong>de</strong> seqüência da linha correspon<strong>de</strong>nte. O relé ajusta Z2F em<br />

Z L1 /2 Ω e Z2R em Z L1 /2+0,1 Ω. Z0F e Z0R são ajusta<strong>dos</strong> iguais a Z2F e Z2R, exceto que o relé usa a<br />

impedância <strong>de</strong> seqüência-zero da linha, Z L0 , ao invés da impedância <strong>de</strong> seqüência-positiva da linha,<br />

Z L1 . Esses ajustes <strong>dos</strong> limites do elemento direcional <strong>de</strong> tensão asseguram que o relé efetue as<br />

<strong>de</strong>cisões direcionais corretas para quaisquer condições <strong>de</strong> chaveamento da fonte.<br />

O modo automático do relé ajusta os fatores a 0 e a 2 em 0,1. Esses ajustes conservadores tornam os<br />

elementos direcionais seguros sob quase todas as configurações da linha <strong>de</strong> transmissão, ao mesmo<br />

tempo em que possibilitam ajustes sensíveis para 50F e 50R. O modo <strong>de</strong> seleção automática do relé<br />

ajusta 50F em 0,5 A e 50R em 0,25 A. O ajuste <strong>de</strong> 50R é mais sensível para <strong>faltas</strong> reversas do que<br />

para <strong>faltas</strong> à frente. Por exemplo, os esquemas <strong>de</strong> Bloqueio por Comparação Direcional<br />

(“Directional Comparison Blocking” – DCB) requerem que os elementos olhando na direção reversa<br />

sejam mais sensíveis do que os elementos olhando para a frente.<br />

ANÁLISE DOS SISTEMAS NÃO ATERRADOS DA DISTRIBUIÇÃO<br />

Nesta seção, vamos analisar o comportamento <strong>de</strong> sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> no estado <strong>de</strong> regime,<br />

usando tanto as componentes simétricas quanto as componentes <strong>de</strong> fase.<br />

Análise Trifásica<br />

A Figura 7 mostra uma representação simplificada <strong>de</strong> um sistema trifásico não a<strong>terra</strong>do da<br />

distribuição. A localização do relé <strong>de</strong>fine a linha protegida. Todas as outras linhas da distribuição são<br />

agrupadas em uma linha equivalente representando o restante do sistema da distribuição. Para<br />

simplificação <strong>de</strong> <strong>nos</strong>sa análise do estado <strong>de</strong> regime, consi<strong>de</strong>ramos fontes i<strong>de</strong>ais operando na<br />

freqüência nominal e sem carga, e <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ramos reatância, resistência e impedâncias série da<br />

linha. A justificativa para não consi<strong>de</strong>rar as cargas baseia-se no fato <strong>de</strong> que todas as cargas <strong>de</strong>sses<br />

sistemas têm <strong>de</strong> ser conectadas entre fases e, conseqüentemente, não geram nenhum <strong>de</strong>sbalanço <strong>de</strong><br />

seqüência-zero. Essas consi<strong>de</strong>rações não introduzem nenhum erro significativo <strong>nos</strong> resulta<strong>dos</strong> porém<br />

simplificam enormemente os cálculos.<br />

Na Figura 7, C AL , C BL e C CL representam as capacitâncias fase-<strong>terra</strong> da linha protegida, e C AS , C BS e<br />

C CS são as capacitâncias fase-<strong>terra</strong> do sistema remanescente. Nós não representamos as capacitâncias<br />

entre fases do sistema na Figura 7 pois elas não contribuem para a corrente residual e, portanto, são<br />

irrelevantes para esta análise.<br />

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Usando o circuito da Figura 7, po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

r r r r r r<br />

I + I + I + I + I + I 0<br />

AL BL CL AS BS CS =<br />

Equação 4<br />

O elemento do relé me<strong>de</strong> a corrente residual 3I 0L da linha protegida. Da Equação 4:<br />

r r r r r r r<br />

3I = I + I + I = − I + I +<br />

Equação 5<br />

( )<br />

0L<br />

AL BL CL AS BS ICS<br />

Po<strong>de</strong>mos representar a ocorrência <strong>de</strong> uma falta sólida na fase A na direção “à frente”, no sistema da<br />

Figura 7, fechando a Chave S F . Neste caso, a corrente <strong>de</strong> falta I F é igual a I AL :<br />

r r r r r r<br />

I = I = − I + I + I + I + I<br />

Equação 6<br />

F<br />

AL<br />

( )<br />

BL<br />

CL<br />

AS<br />

BS<br />

CS<br />

A partir da Equação 6, vemos que a corrente residual medida pelo relé é, na verda<strong>de</strong>, a corrente<br />

residual alimentada pelo restante do sistema. Isto também <strong>nos</strong> mostra que, se a linha protegida fosse<br />

o único alimentador conectado à barra, a corrente residual medida pelo relé seria igual a zero (isto é:<br />

3I 0 = I AL – (I BL + I CL ) = 0). Para esta configuração <strong>de</strong> chaveamento, a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> uma falta à <strong>terra</strong> é<br />

facilmente executada por um simples elemento <strong>de</strong> sobretensão <strong>de</strong> seqüência-zero.<br />

Figura 7<br />

Representação Trifásica Simplificada <strong>de</strong> um Sistema Não A<strong>terra</strong>do<br />

Em um sistema simétrico sem <strong>faltas</strong>, a corrente residual para a linha protegida é zero, 3I OL = 0, e o<br />

neutro N do sistema está no potencial <strong>de</strong> <strong>terra</strong>, V NG = 0, (ver Figura 8(a)). A assimetria natural do<br />

sistema produz alguma corrente <strong>de</strong> neutro e <strong>de</strong>sloca o neutro do sistema do potencial <strong>de</strong> <strong>terra</strong> i<strong>de</strong>al,<br />

V NG = 0.<br />

Figura 8<br />

Diagramas Fasoriais <strong>de</strong> Tensão para o Sistema da Figura 7: (a) Sistema sem Defeito, (b)<br />

Sistema sob Defeito (Falta Sólida na Fase A, R F = 0)<br />

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Para uma falta sólida fase A-<strong>terra</strong>, R F = 0, em um sistema i<strong>de</strong>al sem perdas, o potencial da fase sob<br />

<strong>de</strong>feito é igual ao <strong>de</strong> <strong>terra</strong> (ver Figura 8(b)). A tensão fase-<strong>terra</strong> das duas fases boas remanescentes<br />

iguala-se à tensão fase-fase (V BG = V BA , V CG = V CA ) e a tensão do neutro para a <strong>terra</strong> iguala-se ao<br />

negativo da tensão fase-neutro da fonte correspon<strong>de</strong>nte à fase em falta (V NG = –V AN ).<br />

Análise <strong>de</strong> Componentes Simétricas<br />

A análise através das componentes <strong>de</strong> fase fornece uma representação exata do sistema não a<strong>terra</strong>do,<br />

a qual é válida mesmo para os sistemas assimétricos. Entretanto, os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à<br />

<strong>terra</strong> são normalmente basea<strong>dos</strong> nas gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> seqüência-zero. Logo, é também importante<br />

efetuar uma análise na área das componentes simétricas para sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> operando no<br />

estado <strong>de</strong> regime. Se consi<strong>de</strong>rarmos que um relé direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong><br />

fase está sendo alimentado por transformadores <strong>de</strong> corrente (TCs) <strong>de</strong> fase com relação alta, nós<br />

perceberemos imediatamente que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dimensionar a relação do TC <strong>de</strong> fase para<br />

sustentar a corrente <strong>de</strong> carga total vai, automaticamente, tornar tal arranjo me<strong>nos</strong> sensível do que<br />

aquele que usa TC somador do fluxo no núcleo, com relação mais baixa.<br />

A impedância <strong>de</strong> seqüência-zero <strong>de</strong> um sistema não a<strong>terra</strong>do tem uma magnitu<strong>de</strong> muita elevada. Este<br />

valor elevado <strong>nos</strong> permite ignorar as impedâncias <strong>de</strong> seqüência-positiva e seqüência-negativa, sem<br />

uma perda <strong>de</strong> precisão significativa, quando da avaliação <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> monofásicas. A Figura 9 mostra<br />

uma representação aproximada do diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero para a falta à <strong>terra</strong> na direção à frente<br />

no sistema <strong>de</strong>talhado da Figura 7 (Chave S F fechada). Nós assumimos que o sistema é simétrico (C AL<br />

= C BL = C CL = C L , C AS = C BS = C CS = C S ), e consi<strong>de</strong>ramos que a tensão <strong>de</strong> Thevenin, a tensão <strong>de</strong> préfalta<br />

no ponto da falta, é igual à tensão nominal fase-neutro do sistema, V nom .<br />

Figura 9 Diagrama <strong>de</strong> Seqüência-Zero para a Falta à Terra “à Frente” no Sistema da Figura 7<br />

Na Figura 9, observe que o relé me<strong>de</strong> V 0 em torno <strong>de</strong> XC 0S e a corrente I 0 através <strong>de</strong> XC 0S , on<strong>de</strong><br />

XC 0S é a reatância capacitiva <strong>de</strong> seqüência-zero do sistema remanescente da Figura 7. A corrente<br />

primária I 0 está entrando na marca <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> do TC. Na localização do relé, V 0 = –I 0 •(– jXC 0S ) =<br />

jXC 0S I 0 . Se o relé calcular Z0 <strong>de</strong> acordo com a Equação 3, com θ L0 = 90º, o valor resultante <strong>de</strong> Z0<br />

para essa falta à frente é +XC 0S .<br />

A Figura 10 mostra o diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero correspon<strong>de</strong>nte a uma falta reversa no sistema<br />

<strong>de</strong>talhado na Figura 7. O relé me<strong>de</strong> V 0 em torno da combinação série Z 0L – jXC 0L , e a corrente I 0<br />

através da mesma combinação série, on<strong>de</strong> Z 0L é a impedância <strong>de</strong> seqüência-zero da linha e XC 0L é a<br />

reatância capacitiva <strong>de</strong> seqüência-zero da linha protegida. A corrente primária I 0 está saindo da<br />

marca <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> do TC para essa falta reversa. Na localização do relé, V 0 = I 0 •(Z 0L – jXC 0L ).<br />

Normalmente, XC 0L >> Z 0L , portanto, uma aproximação a<strong>de</strong>quada é V 0 = – jXC 0L I 0 . O valor<br />

resultante <strong>de</strong> Z0 para a falta reversa é –XC 0L .<br />

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Figura 10 Diagrama <strong>de</strong> Seqüência-Zero para a Falta à Terra Reversa no Sistema da Figura 7<br />

A Figura 11(a) mostra o diagrama fasorial para <strong>faltas</strong> à frente e reversa no sistema mostrado na<br />

Figura 7. A Figura 11(b) mostra a característica do elemento direcional com patente pen<strong>de</strong>nte para<br />

sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> (32U). A função <strong>de</strong> um elemento direcional é <strong>de</strong>terminar as condições <strong>de</strong><br />

direção “à frente” e reversa: isto é, diferenciar +XC 0S <strong>de</strong> –XC 0L . Este novo elemento efetua esta<br />

diferenciação através <strong>de</strong> dois valores limites ajusta<strong>dos</strong> entre estes dois valores <strong>de</strong> impedância. Se a<br />

impedância medida estiver acima do limite para a condição “à frente” (e todas as condições <strong>de</strong><br />

supervisão forem atendidas), a falta é <strong>de</strong>clarada na direção “à frente”.<br />

Figura 11 Característica do Novo Elemento Direcional <strong>de</strong> Terra (32U) para Sistemas Não A<strong>terra</strong><strong>dos</strong><br />

O Desbalanço do Sistema Afeta a Sensibilida<strong>de</strong><br />

As imprecisões <strong>dos</strong> TCs po<strong>de</strong>m afetar <strong>de</strong> forma adversa a sensibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> elementos direcionais.<br />

De forma similar, se as capacitâncias fase-<strong>terra</strong> não forem iguais, o sistema gera gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong><br />

seqüência-zero estabilizadas ou sem a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito. Normalmente essas gran<strong>de</strong>zas são<br />

pequenas, porém em sistemas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte o efeito cumulativo <strong>de</strong> capacitâncias <strong>de</strong>siguais po<strong>de</strong><br />

gerar uma tensão consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> seqüência-zero. Para preservar a sensibilida<strong>de</strong> para resistências <strong>de</strong><br />

falta, não <strong>de</strong>ve ser usado um elemento <strong>de</strong> sobretensão <strong>de</strong> seqüência-zero para supervisionar o<br />

elemento direcional.<br />

Vamos analisar o efeito da supervisão por tensão <strong>de</strong> seqüência-zero na sensibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> relés <strong>de</strong><br />

<strong>terra</strong>. Para este exemplo, consi<strong>de</strong>re que a falta à <strong>terra</strong> na extremida<strong>de</strong> remota da linha mostrada na<br />

Figura 12 fornece uma corrente secundária <strong>de</strong> 5 mA para o relé em um sistema on<strong>de</strong> a tensão faseneutro<br />

nominal secundária é 66,4 V.<br />

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Da Figura 12(b):<br />

Figura 12 Exemplo da Sensibilida<strong>de</strong> do Sobretensão <strong>de</strong> Seqüência-Zero<br />

1<br />

= I •<br />

Equação 7<br />

jω⋅C<br />

V0<br />

0<br />

C<br />

I<br />

0<br />

= Equação 8<br />

jω⋅<br />

V0<br />

Em seguida, ajuste o valor mínimo <strong>de</strong> V 0 em 2 V para um cálculo inicial <strong>de</strong> C na Equação 8, dado o<br />

valor mínimo <strong>de</strong> I 0 <strong>de</strong> 5 mA. Se isto for efetuado para um sistema <strong>de</strong> 60 Hz, C = 6,63 µF. Em<br />

seguida, vamos avaliar um outro sistema similar, porém com o Disjuntor 3 (52-3) fechado para<br />

aumentar C. Consi<strong>de</strong>rando que este novo sistema somente gerou 5 mA secundários e a capacitância<br />

igualou-se a 13,26 µF, então ⏐V 0 ⏐= 1 V secundário. Fornecido um valor limite <strong>de</strong> 3V 0 <strong>de</strong> 6 V<br />

secundários, o relé que estiver usando sobretensão <strong>de</strong> seqüência-zero para supervisão não vai operar<br />

<strong>de</strong>vido a um ajuste incorreto da supervisão.<br />

Olhando novamente na Figura 12, po<strong>de</strong>mos calcular R F como:<br />

R<br />

V<br />

− V<br />

NOM 0<br />

F = Equação 9<br />

3•<br />

I 0<br />

Conforme mostrado na Equação 9, o aumento do valor limite <strong>de</strong> V 0 reduz o numerador e,<br />

conseqüentemente, reduz a cobertura disponível para resistência <strong>de</strong> falta, ou sensibilida<strong>de</strong>, para uma<br />

magnitu<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> I 0 fornecida. Uma alternativa para a supervisão <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 3V 0 é o<br />

requisito <strong>de</strong> que a relação da corrente residual pela corrente <strong>de</strong> seqüência-positiva ultrapasse um<br />

valor limite escalar mínimo. O benefício <strong>de</strong>ssa supervisão é que a sensibilida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> cada relé<br />

<strong>de</strong> alimentador não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sbalanço total do sistema.<br />

PERFORMANCE DO NOVO ELEMENTO DIRECIONAL PARA SISTEMAS NÃO<br />

ATERRADOS<br />

Para <strong>de</strong>monstrar a performance <strong>de</strong>ste novo elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> para sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>,<br />

nós mo<strong>de</strong>lamos um sistema <strong>de</strong> potência da distribuição usando o EMTP (“Electromagnetic<br />

Transients Program”). A Figura 13 mostra o sistema simulado e a localização da falta fase A-<strong>terra</strong><br />

com R F = 10 kΩ. To<strong>dos</strong> os sete alimentadores são linhas aéreas com comprimentos diferentes.<br />

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Figura 13 Diagrama Monofásico <strong>de</strong> um Sistema Não A<strong>terra</strong>do<br />

A Figura 14 mostra a corrente e tensão <strong>de</strong> seqüência-zero vistas pelo relé do Alimentador L400. O<br />

início da falta é no ciclo 18. A partir do gráfico superior (V 0 = 1,5 V), observe que o valor elevado <strong>de</strong><br />

R F restringiu a tensão 3V 0 disponível para somente 4,5 V secundários.<br />

Figura 14 Corrente e Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Zero da Linha L400 para uma Falta A-Terra na Extremida<strong>de</strong><br />

Remota da Linha, R F = 10 kΩ<br />

A Figura 15 mostra os resulta<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> cálculos do novo elemento direcional para essa falta (os<br />

resulta<strong>dos</strong> referentes ao período anterior ao início da falta são errôneos pois não existe corrente <strong>de</strong><br />

seqüência-zero <strong>de</strong> pré-falta). Observe que a <strong>de</strong>cisão direcional “à frente” é bastante estável após a<br />

magnitu<strong>de</strong> da corrente ter aumentado, ultrapassando o limite mínimo <strong>de</strong> 5 mA (indicado pela linha<br />

mais fina no gráfico).<br />

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Figura 15 O Novo Elemento Direcional (32U) do Relé da Linha L400, para Sistemas Não A<strong>terra</strong><strong>dos</strong>,<br />

Calcula a Direção “à Frente” In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da Resistência <strong>de</strong> Falta<br />

ANÁLISE DOS SISTEMAS COMPENSADOS DA DISTRIBUIÇÃO<br />

A análise da operação <strong>de</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong> da distribuição é importante para i<strong>de</strong>ntificar as<br />

alternativas disponíveis para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nesses sistemas. Nesta seção, vamos analisar o<br />

comportamento <strong>dos</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong> durante o estado <strong>de</strong> regime, consi<strong>de</strong>rando o uso tanto das<br />

componentes simétricas quanto das componentes <strong>de</strong> fase. Vamos também fazer um sumário do<br />

conteúdo <strong>de</strong> harmônicos e do comportamento transitório <strong>de</strong>sses sistemas.<br />

Análise Trifásica<br />

A Figura 16 mostra uma representação simplificada <strong>de</strong> um sistema trifásico compensado da<br />

distribuição, no qual to<strong>dos</strong> os alimentadores aparecem como um circuito simples. Novamente, para<br />

simplificação <strong>de</strong> <strong>nos</strong>sa análise do estado <strong>de</strong> regime, consi<strong>de</strong>ramos fontes i<strong>de</strong>ais operando na<br />

freqüência nominal e sem carga, e <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ramos reatância, resistência e impedâncias série da<br />

linha.<br />

Nós representamos a bobina <strong>de</strong> Petersen na Figura 16 como uma combinação paralela <strong>de</strong> uma<br />

indutância (L N ) e uma resistência (R N ). Essa configuração é o circuito paralelo equivalente da bobina<br />

(na verda<strong>de</strong>, a resistência e a indutância da bobina estão em série). Essa mesma combinação po<strong>de</strong><br />

também representar o circuito equivalente para o caso em que conectamos um resistor em paralelo<br />

com a bobina <strong>de</strong> Petersen ou com um enrolamento auxiliar da bobina. Na Figura 16, C A , C B e C C<br />

representam as capacitâncias fase-<strong>terra</strong> do sistema. As resistências R A , R B e R C representam as<br />

resistências <strong>de</strong> dispersão fase-<strong>terra</strong>. Ambos os valores das capacitâncias e das resistências <strong>de</strong><br />

dispersão po<strong>de</strong>riam ser diferentes para as fases diferentes, especialmente para linhas aéreas, o que<br />

significa que o sistema po<strong>de</strong> ser assimétrico. Valores típicos das resistências <strong>de</strong> dispersão fase-<strong>terra</strong><br />

são aproximadamente <strong>de</strong>z a 20 vezes as reatâncias capacitivas fase-<strong>terra</strong> [3]. Nós não representamos<br />

as capacitâncias entre fases do sistema na Figura 16 pois elas não contribuem para a corrente residual<br />

e, portanto, são irrelevantes para esta análise.<br />

Po<strong>de</strong>mos representar a ocorrência <strong>de</strong> uma falta na fase A, no sistema da Figura 16, através do<br />

fechamento da Chave S F . R F representa a resistência <strong>de</strong> falta. Para <strong>faltas</strong> sólidas, R F = 0.<br />

Para discutirmos os princípios básicos do a<strong>terra</strong>mento ressonante [19], po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar todas<br />

as perdas ativas no circuito equivalente da Figura 16 (R N = R A = R B = R C → ∞). Usando o circuito da<br />

Figura 16, po<strong>de</strong>mos calcular a corrente através do a<strong>terra</strong>mento do sistema, I NG , usando as correntes<br />

<strong>de</strong> fase da seguinte forma:<br />

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r r r r<br />

ING + IAG<br />

+ IBG<br />

+ ICG<br />

= 0<br />

Equação 10<br />

r<br />

I<br />

NG<br />

r r r<br />

( I + I + I )<br />

= −<br />

Equação 11<br />

AG<br />

BG<br />

CG<br />

Figura 16 Representação Trifásica Simplificada <strong>de</strong> um Sistema A<strong>terra</strong>do Ressonante<br />

Num sistema simétrico sem <strong>de</strong>feito, a corrente no neutro é zero (I NG = 0) e o neutro N do sistema está<br />

no potencial <strong>de</strong> <strong>terra</strong> (V NG = 0), similar ao do diagrama fasorial <strong>de</strong> tensão do sistema não a<strong>terra</strong>do<br />

mostrado na Figura 8(a). A assimetria natural do sistema gera alguma corrente no neutro e <strong>de</strong>sloca o<br />

neutro do sistema do potencial <strong>de</strong> <strong>terra</strong> i<strong>de</strong>al, V NG = 0. Para uma falta sólida fase A-<strong>terra</strong> (R F = 0) em<br />

um sistema i<strong>de</strong>al sem perdas, o potencial <strong>de</strong> <strong>terra</strong> e da fase <strong>de</strong>feituosa são iguais. A tensão fase-<strong>terra</strong><br />

das duas fases boas remanescentes iguala-se à tensão fase-fase (V BG = V BA , V CG = V CA ) e a tensão<br />

neutro-para-<strong>terra</strong> iguala-se ao negativo da tensão fase-neutro da fonte correspon<strong>de</strong>nte à fase<br />

<strong>de</strong>feituosa (V NG = –V AN ).<br />

Para a falta sólida da Figura 16, calcule a corrente <strong>de</strong> falta total, I F :<br />

r r r r r<br />

I = I = −I<br />

− I + I<br />

Equação 12<br />

F<br />

AG<br />

NG<br />

( )<br />

BG<br />

CG<br />

Observe que I NG está 180 graus <strong>de</strong>fasada em relação a (I BG + I CG ) num sistema i<strong>de</strong>al sem perdas.<br />

Efetuando a seleção a<strong>de</strong>quada da indutância da bobina <strong>de</strong> Petersen, po<strong>de</strong>mos reduzir teoricamente a<br />

corrente <strong>de</strong> falta a zero. Esta é a condição <strong>de</strong> sintonia, ou compensação, na qual o sistema está em<br />

ressonância paralela:<br />

r<br />

I<br />

NG<br />

r r<br />

= I + I<br />

Equação 13<br />

BG<br />

CG<br />

Para um sistema fora <strong>de</strong> sintonia ou, em outras palavras, um sistema que não está 100% sintonizado,<br />

as duas condições possíveis <strong>de</strong> operação são:<br />

r<br />

I<br />

NG<br />

r r<br />

> I + I (sistema sobrecompensado) Equação 14<br />

BG<br />

CG<br />

r<br />

I<br />

NG<br />

r r<br />

< I + I (sistema subcompensado) Equação 15<br />

BG<br />

CG<br />

Em um sistema com perdas, a condição <strong>de</strong> sintonia <strong>de</strong> 100% não resulta numa condição <strong>de</strong> falta com<br />

zero ampere. Para esses sistemas, as perdas ativas do sistema e da bobina, e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> R F ,<br />

<strong>de</strong>terminam a magnitu<strong>de</strong> das correntes <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>.<br />

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Se R F ≠ 0, a corrente através da falta é somente uma porção da corrente na fase <strong>de</strong>feituosa (isto é, I F<br />

≠ I AG para uma falta na fase A). Po<strong>de</strong>mos representar o início da falta como uma alteração na<br />

admitância da fase <strong>de</strong>feituosa [19[[20]. Neste caso, a magnitu<strong>de</strong> do <strong>de</strong>slocamento da tensão <strong>de</strong><br />

neutro como resultado da falta é menor do que a tensão fase-neutro da fonte (V NG < V AN ).<br />

A tensão neutro-para-<strong>terra</strong> normalizada [12][19] para o sistema da Figura 16 é dada por:<br />

r r r v<br />

V<br />

2<br />

NG YA<br />

+ a YB<br />

+ aYC<br />

= − r r r r<br />

Equação 16<br />

V Y + Y + Y + Y<br />

nom<br />

N<br />

A<br />

B<br />

C<br />

On<strong>de</strong> V nom é a tensão nominal do sistema, a = 1 ∠ 120º, a 2 = 1 ∠ –120º, e<br />

r<br />

Y<br />

r<br />

Y<br />

A<br />

N<br />

= G<br />

= G<br />

A<br />

N<br />

+ jB<br />

+ jB<br />

A<br />

N<br />

=<br />

=<br />

1<br />

R<br />

A<br />

1<br />

R<br />

N<br />

+ jϖC<br />

1<br />

+<br />

jϖL<br />

A<br />

N<br />

(Admitância fase A-<strong>terra</strong>) Equação 17<br />

(Admitância do neutro) Equação 18<br />

R<br />

L<br />

N<br />

N<br />

R 2 + ϖ 2L2<br />

= Equação 19<br />

R<br />

R 2 + ϖ 2L2<br />

= Equação 20<br />

ϖ 2L<br />

on<strong>de</strong> R e L são a resistência e a indutância da bobina <strong>de</strong> Petersen, respectivamente.<br />

Para o sistema sob <strong>de</strong>feito (Chave S F da Figura 16 fechada), to<strong>dos</strong> os parâmetros permanecem<br />

inaltera<strong>dos</strong> exceto a admitância da fase A (Y A ). Representamos Y A para o sistema sob <strong>de</strong>feito como:<br />

r<br />

Y<br />

A<br />

=<br />

1<br />

R<br />

F<br />

+<br />

1<br />

R<br />

A<br />

+ jϖC<br />

A<br />

Equação 21<br />

Como resultado, a falta altera a magnitu<strong>de</strong> e a fase da tensão neutro-para-<strong>terra</strong>, V NG . Entretanto, as<br />

alterações <strong>de</strong> fase não são um indicador claro da falta e as mudanças <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser muito<br />

pequenas ou até negativas para <strong>faltas</strong> com alta resistência. Como resultado, as <strong>faltas</strong> po<strong>de</strong>m melhorar<br />

o equilíbrio do sistema ao invés <strong>de</strong> prejudicar o mesmo. Isto representa um limite para a<br />

sensibilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> baseada na magnitu<strong>de</strong> da tensão neutro-para-<strong>terra</strong>. A variação<br />

<strong>de</strong>ssa tensão, tensão neutro-para-<strong>terra</strong> incremental, é um indicador melhor da falta. O valor <strong>de</strong>ssa<br />

tensão está livre do <strong>de</strong>sbalanço normal do sistema na pré-falta; entretanto, a tensão po<strong>de</strong> ser afetada<br />

pelas operações <strong>de</strong> chaveamento no sistema tais como conexão ou <strong>de</strong>sconexão <strong>de</strong> linhas da<br />

distribuição, operações <strong>de</strong> comutação <strong>de</strong> tap ou pela inserção do resistor na bobina <strong>de</strong> Petersen.<br />

Análise <strong>de</strong> Componentes Simétricas<br />

Os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> são normalmente basea<strong>dos</strong> nas gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> seqüênciazero.<br />

Logo, é também importante efetuar uma análise na área das componentes simétricas <strong>dos</strong><br />

sistemas compensa<strong>dos</strong> operando no estado <strong>de</strong> regime.<br />

A impedância <strong>de</strong> seqüência-zero <strong>de</strong> um sistema compensado tem uma magnitu<strong>de</strong> muita elevada. Este<br />

valor elevado <strong>nos</strong> permite ignorar as impedâncias <strong>de</strong> seqüência-positiva e seqüência-negativa, sem<br />

uma perda <strong>de</strong> precisão significativa, quando da avaliação <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> monofásicas. Portanto, nós<br />

representamos a falta à <strong>terra</strong> conectando uma fonte equivalente <strong>de</strong> Thevenin em série com uma<br />

resistência no ponto da falta no diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero. A Figura 17 mostra uma representação<br />

aproximada do diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero para uma falta à <strong>terra</strong> no sistema <strong>de</strong>talhado na Figura 16.<br />

Nós assumimos que o sistema é simétrico (C A = C B = C C = C), <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ramos as resistências <strong>de</strong><br />

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dispersão (R A = R B = R C → ∞), e consi<strong>de</strong>ramos que a tensão <strong>de</strong> Thevenin, tensão <strong>de</strong> pré-falta no<br />

ponto da falta, é igual à tensão nominal fase-neutro do sistema, V nom .<br />

Figura 17 Representação da Seqüência-Zero <strong>de</strong> uma Falta à Terra no Sistema da Figura 16<br />

Da Figura 17, obtemos:<br />

V r 0<br />

1<br />

=<br />

Equação 22<br />

Vnom<br />

R F<br />

⎛ 1 ⎞<br />

1+<br />

+ j3R F<br />

⎜<br />

⎟<br />

ϖC<br />

−<br />

R<br />

N ⎝ 3ϖL<br />

N ⎠<br />

Para <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>, a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero do sistema iguala-se à tensão neutro-para-<strong>terra</strong> [10].<br />

Logo, a Equação 22 é a versão <strong>de</strong> seqüência-zero da Equação 16 para um sistema simétrico se nós<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rarmos as resistências <strong>de</strong> dispersão.<br />

A Figura 18(a) mostra o diagrama unifilar <strong>de</strong> um sistema radial compensado da distribuição, no qual<br />

a localização do relé <strong>de</strong>fine a linha protegida. Todas as outras linhas da distribuição são agrupadas<br />

em uma impedância equivalente representando o restante do sistema da distribuição.<br />

A Figura 18(b) é uma representação aproximada da seqüência-zero do sistema. C 0L e R 0L<br />

representam a capacitância e a resistência <strong>de</strong> dispersão <strong>de</strong> seqüência-zero da linha protegida,<br />

respectivamente. C 0S e R 0S são os valores correspon<strong>de</strong>ntes do remanescente do sistema. Neste caso,<br />

C 0 = C 0L + C 0S e 1/ R 0 = 1 / R 0L + 1 / R 0S , on<strong>de</strong> C 0 e R 0 são a capacitância e a resistência <strong>de</strong> dispersão<br />

<strong>de</strong> seqüência-zero do sistema, respectivamente.<br />

Novamente, representamos a falta através da conexão <strong>de</strong> uma fonte equivalente <strong>de</strong> Thevenin em<br />

série com a resistência. Na Figura 18(b), nós fechamos a Chave S F para representar uma falta à <strong>terra</strong><br />

na linha protegida (direção da falta “à frente” sob a perspectiva do relé) e fechamos a Chave S R para<br />

representar uma falta à <strong>terra</strong> em outro lugar do sistema (falta na direção reversa).<br />

Po<strong>de</strong>mos, também, representar <strong>de</strong> forma aproximada o <strong>de</strong>sbalanço no sistema através da conexão <strong>de</strong><br />

uma fonte equivalente <strong>de</strong> Thevenin em série com uma impedância no diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero.<br />

Na Figura 19(a), Z LU representa o <strong>de</strong>sbalanço da linha protegida e Z SU é a impedância <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbalanço<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao resto do sistema. No lado do relé, o <strong>de</strong>sbalanço inclui a assimetria do neutro do<br />

sistema primário e o <strong>de</strong>sbalanço adicional introduzido pelos transformadores <strong>de</strong> corrente.<br />

Na conexão residual típica do relé com três transformadores <strong>de</strong> corrente (TCs) <strong>de</strong> fase, a corrente <strong>de</strong><br />

seqüência-zero mensurável é corrompida pelos erros <strong>dos</strong> TCs; o erro do ângulo <strong>de</strong> fase do TC é<br />

particularmente influente neste caso. A conexão Holmgreen <strong>dos</strong> TCs é uma conexão residual do relé<br />

aos TCs <strong>de</strong> fase que são especialmente compatibiliza<strong>dos</strong> para reduzir o erro <strong>de</strong> medição da corrente<br />

residual.<br />

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Figura 18 Sistema Compensado da Distribuição: (a) Diagrama Unifilar, (b) Diagrama <strong>de</strong> Seqüência-Zero do<br />

Sistema<br />

Decididamente, a melhor solução é o TC somador <strong>de</strong> fluxo ou do tipo janela, pois ele transforma<br />

diretamente a corrente <strong>de</strong> seqüência-zero e, portanto, não incorpora o erro cumulativo <strong>dos</strong> TCs <strong>de</strong><br />

fase. Além disso, a relação do TC po<strong>de</strong> ser da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10:1, propiciando, <strong>de</strong>ssa forma, um aumento<br />

significativo da corrente secundária fornecida para o relé <strong>de</strong> proteção. Logo, o aumento da corrente<br />

<strong>de</strong> seqüência-zero significa uma maior sensibilida<strong>de</strong> para <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>.<br />

É possível <strong>de</strong>terminar as impedâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbalanço Z LU e Z SU ou suas admitâncias correspon<strong>de</strong>ntes<br />

Y LU e Y SU . O método <strong>de</strong> admitância para <strong>de</strong>tecção sensível <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> circuitos<br />

compensa<strong>dos</strong> da distribuição [4] requer que os instrumentos <strong>de</strong> proteção calculem esses valores das<br />

admitâncias do sistema na pré-falta para serem usa<strong>dos</strong> como uma referência. O mesmo cálculo é<br />

também uma referência para o método <strong>de</strong> compensação da corrente residual em sistemas ressonantes<br />

[12]. Para calcular as admitâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sbalanço, é necessário ter as informações do sistema para<br />

duas condições diferentes <strong>de</strong> sintonia. Normalmente, isto significa que o instrumento <strong>de</strong> proteção<br />

tem <strong>de</strong> controlar a bobina <strong>de</strong> Petersen. Uma restrição óbvia para este requisito é que o instrumento<br />

<strong>de</strong> proteção tem <strong>de</strong> estar instalado <strong>de</strong>ntro da subestação, a não ser que seja incluído um sistema <strong>de</strong><br />

comunicação externa, rápido e seguro, no esquema <strong>de</strong> proteção.<br />

Uma nova abordagem para este problema é a exclusão do efeito do <strong>de</strong>sbalanço do diagrama <strong>de</strong><br />

seqüência-zero usando gran<strong>de</strong>zas incrementais, ou <strong>de</strong>lta [21]. As vantagens <strong>de</strong>sse método são que ele<br />

não requer o controle da bobina <strong>de</strong> Petersen e que ele usa as informações da linha protegida. Logo, o<br />

novo tipo <strong>de</strong> relé <strong>de</strong> proteção po<strong>de</strong> ser localizado em qualquer ponto do sistema sem a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>dica<strong>dos</strong>. A corrente (∆I 0 ) e a tensão (∆V 0 ) incremental <strong>de</strong> seqüência<br />

zero são:<br />

r r r<br />

∆V<br />

= V , −V<br />

Equação 23<br />

r<br />

∆I<br />

0 0 FALTA 0 ,<br />

PRÉ−FALTA<br />

r<br />

0 = I0<br />

, FALTA −I0<br />

,<br />

PRÉ−FALTA<br />

r<br />

Equação 24<br />

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Figura 19 Diagrama <strong>de</strong> Seqüência-Zero do Sistema da Figura 18(a) Consi<strong>de</strong>rando o Desbalanço do<br />

Sistema: (a) Gran<strong>de</strong>zas Totais, (b) Gran<strong>de</strong>zas Incrementais<br />

A Figura 19(b) <strong>de</strong>talha o diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero do sistema para gran<strong>de</strong>zas incrementais.<br />

Observe que somente são apresenta<strong>dos</strong> os componentes necessários para o cálculo das gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong><br />

falta. Os resulta<strong>dos</strong> são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da assimetria natural do sistema e <strong>dos</strong> erros <strong>dos</strong> TCs. Este<br />

último recurso possibilita que o relé que tenha esse novo meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> seja<br />

usado com TCs convencionais. Embora as gran<strong>de</strong>zas incrementais reduzam o erro <strong>de</strong> medição da<br />

corrente <strong>de</strong> seqüência-zero, este método não po<strong>de</strong> superar o problema da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero<br />

extremamente baixa sendo fornecida para o relé, resultante das relações altas usadas para os TCs <strong>de</strong><br />

fase.<br />

Faltas à Terra <strong>nos</strong> Sistemas Compensa<strong>dos</strong> da Distribuição<br />

O mecanismo da auto-extinção do arco <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> cabos subterrâneos não é tão eficaz como<br />

nas linhas aéreas pois os da<strong>nos</strong> à isolação do cabo são geralmente <strong>de</strong>finitivos. Mesmo se houver a<br />

auto-extinção do arco durante a passagem da corrente pelo zero, a isolação danificada vai falhar<br />

novamente quando a tensão instantânea fase-<strong>terra</strong> alcançar um nível maior do que o nível <strong>de</strong><br />

suportabilida<strong>de</strong> dielétrica. O resultado é o restabelecimento da falta. Faltas à <strong>terra</strong> restabelecidas<br />

produzem sobretensões repetitivas nas fases boas que po<strong>de</strong>m eventualmente causar <strong>de</strong>feitos nessas<br />

fases bem como gerar uma falta cross-country. Consi<strong>de</strong>rando a baixa probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autoeliminação<br />

das <strong>faltas</strong>, muitas concessionárias <strong>de</strong> energia elétrica abrem, sem religamento, as linhas<br />

subterrâneas da distribuição quando a proteção <strong>de</strong>tecta uma falta à <strong>terra</strong>. Uma outra solução é<br />

introduzir a compensação da corrente residual no sistema <strong>de</strong> controle da bobina <strong>de</strong> Petersen [12].<br />

Este sistema reduz a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> para zero, reduzindo, conseqüentemente, o mecanismo<br />

<strong>de</strong> reignição. Dessa forma, é possível operar o sistema com um cabo sob <strong>de</strong>feito.<br />

Em resumo, os tipos básicos <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong> da distribuição são <strong>faltas</strong><br />

com auto-extinção, <strong>faltas</strong> restabelecidas e <strong>faltas</strong> sustentadas. Faltas restabelecidas são <strong>faltas</strong> com<br />

auto-extinção que se tornam repetitivas como resultado do dano permanente à isolação. Faltas<br />

sustentadas incluem todas as <strong>faltas</strong> permanentes e algumas <strong>faltas</strong> temporárias não eliminadas pelo<br />

mecanismo <strong>de</strong> extinção <strong>de</strong> arco do a<strong>terra</strong>mento ressonante.<br />

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MÉTODOS DE DETECÇÃO DE FALTAS À TERRA NOS SISTEMAS COMPENSADOS DA<br />

DISTRIBUIÇÃO<br />

Os méto<strong>dos</strong> para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong> da distribuição po<strong>de</strong>m ser<br />

classifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong> acordo com os componentes <strong>dos</strong> sinais <strong>de</strong> entrada do relé que são usa<strong>dos</strong> para<br />

<strong>de</strong>tectar a falta. Para esta discussão, nós agrupamos os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> quatro classificações<br />

mostradas a seguir:<br />

1. Freqüência fundamental<br />

2. Baseado em harmônicos<br />

3. Baseado <strong>nos</strong> componentes transitórios<br />

4. Outros<br />

Os méto<strong>dos</strong> incluí<strong>dos</strong> <strong>nos</strong> primeiros dois grupos usam informações correspon<strong>de</strong>ntes ao estado <strong>de</strong><br />

regime do sistema da distribuição sob <strong>de</strong>feito; alguns <strong>de</strong>sses méto<strong>dos</strong> também requerem as<br />

informações <strong>de</strong> pré-falta do estado <strong>de</strong> regime. Os méto<strong>dos</strong> do grupo 3 utilizam informações sobre o<br />

processo transitório gerado pela falta. O grupo 4 inclui méto<strong>dos</strong> que usam basicamente as<br />

informações sobre o estado <strong>de</strong> regime, porém requerem ações <strong>de</strong> controle da bobina <strong>de</strong> Petersen seja<br />

por injeção <strong>de</strong> corrente ou saída temporária <strong>de</strong> sintonia.<br />

Detecção <strong>de</strong> Tensão<br />

As <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong> reduzem a tensão fase-<strong>terra</strong> da fase <strong>de</strong>feituosa e<br />

<strong>de</strong>slocam o neutro do sistema, aumentando a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero do sistema em gran<strong>de</strong> parte<br />

<strong>dos</strong> casos. Tanto a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero quanto a tensão fase-<strong>terra</strong> têm sido usadas como<br />

indicadores <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> [3][9]. Entretanto, para <strong>faltas</strong> com alta resistência, a alteração na tensão<br />

po<strong>de</strong> ser muito pequena. Alguns pesquisadores propuseram o uso da tensão <strong>de</strong> seqüência-zero<br />

incremental com o objetivo <strong>de</strong> aumentar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção [19].<br />

Um outro problema é que a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero tem quase o mesmo valor em toda a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

distribuição. As quedas <strong>de</strong> tensão causadas pelas correntes <strong>de</strong> seqüência-zero circulantes através das<br />

impedâncias <strong>de</strong> seqüência-zero das linhas e transformadores são muito pequenas quando comparadas<br />

às quedas <strong>de</strong> tensão nas impedâncias fase-<strong>terra</strong> do sistema. Em outras palavras, os méto<strong>dos</strong> para<br />

<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> basea<strong>dos</strong> em tensão não são seletivos. Eles <strong>de</strong>tectam a falta à <strong>terra</strong>, mas não<br />

<strong>de</strong>terminam o elemento <strong>de</strong>feituoso. É necessário, então, <strong>de</strong>sconectar e religar manualmente cada<br />

alimentador da subestação para localizar a falta. Essas interrupções curtas do serviço representam um<br />

problema na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia. Por essa razão, a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> tensão é normalmente usada como<br />

uma função <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> méto<strong>dos</strong> seletivos para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong><br />

da distribuição.<br />

Método Watimétrico<br />

Os méto<strong>dos</strong> seletivos para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> requerem informações <strong>de</strong> corrente. Os relés<br />

direcionais <strong>de</strong> seqüência-zero constituem uma solução tradicional [2][3][9]. Para sistemas não<br />

a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>, o relé varmétrico respon<strong>de</strong> à componente em quadratura (imaginária) da corrente <strong>de</strong><br />

seqüência-zero em relação à tensão <strong>de</strong> seqüência-zero [2][9]. Para sistemas compensa<strong>dos</strong>, o relé<br />

watimétrico usa a componente em-fase (real) da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero [2][3].<br />

Po<strong>de</strong>mos analisar esses méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> efetuando uma referência ao sistema <strong>de</strong>talhado<br />

da Figura 18(a). A Figura 18(b) mostra a representação aproximada da seqüência-zero para a versão<br />

balanceada do sistema.<br />

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Para uma falta na direção à frente, tal como com a Chave S F fechada e a Chave S R aberta na Figura<br />

18(b), a corrente <strong>de</strong> seqüência-zero do relé, I 0 , é:<br />

r<br />

I<br />

0<br />

r<br />

= −V<br />

0<br />

⎡⎛<br />

⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝<br />

1<br />

R<br />

0S<br />

+<br />

1<br />

3R<br />

N<br />

⎞ ⎛<br />

⎟ ⎜<br />

+ j<br />

ωC<br />

⎠ ⎝<br />

0S<br />

1<br />

−<br />

3ωL<br />

N<br />

⎞⎤<br />

⎟<br />

⎥<br />

⎠⎥⎦<br />

(Falta à frente) Equação 25<br />

Para uma falta reversa, tal como com a Chave S F aberta e a Chave S R fechada na Figura 18(b), a<br />

corrente do relé é:<br />

r<br />

I<br />

r ⎛ 1<br />

= V0<br />

⎜<br />

+ jω<br />

0L<br />

⎝ R 0L<br />

0 C<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

(Falta reversa) Equação 26<br />

Em sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> (R N = L N → ∞), a Equação 26 não muda. Para sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>, a<br />

Equação 25 assume a forma:<br />

r<br />

I<br />

r ⎛ 1<br />

= −V0<br />

⎜<br />

+ jω<br />

0S<br />

⎝ R 0S<br />

0 C<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

(Falta à frente) Equação 27<br />

Nos sistemas compensa<strong>dos</strong>, a direção da componente em quadratura <strong>de</strong> I 0 po<strong>de</strong> mudar para <strong>faltas</strong> à<br />

frente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições <strong>de</strong> sintonia do sistema (ver Equação 25). Essa direção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />

valores da capacitância <strong>de</strong> seqüência-zero equivalente das linhas não submetidas ao <strong>de</strong>feito, C 0S , e da<br />

indutância <strong>de</strong> seqüência-zero do equivalente paralelo da bobina <strong>de</strong> Petersen, 3L N . A Figura 20<br />

mostra o diagrama fasorial para <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> em sistemas compensa<strong>dos</strong>. Para <strong>faltas</strong> reversas, I 0<br />

apresenta o mesmo comportamento do que para sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>. Para <strong>faltas</strong> à frente, a<br />

posição angular <strong>de</strong> I 0 em relação a V 0 po<strong>de</strong> variar enormemente. A componente em quadratura <strong>de</strong> I 0<br />

é negativa, como <strong>nos</strong> sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> subcompensada (sistema subsintonizado), e<br />

positiva nas re<strong>de</strong>s sobrecompensadas. Por outro lado, o sinal da componente <strong>de</strong> I 0 em-fase, ativa, é<br />

sempre positivo para <strong>faltas</strong> reversas e negativo para <strong>faltas</strong> à frente. Po<strong>de</strong>mos usar um relé direcional<br />

watimétrico que tenha a seguinte gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> saída (* = conjugado complexo):<br />

r r<br />

W = Re[ V0 • I0<br />

*] = V0I<br />

0 cos ϕ0<br />

Equação 28<br />

Po<strong>de</strong>mos comparar W com os valores limites positivo e negativo (+ε e –ε). Logo, W < –ε indica uma<br />

falta à frente e W > ε indica uma falta reversa. A característica <strong>de</strong> operação do relé watimétrico é<br />

também representada na Figura 20.<br />

A Figura 21 <strong>de</strong>talha o diagrama lógico simplificado <strong>de</strong> um elemento watimétrico. A componente<br />

ativa <strong>de</strong> I 0 é muito pequena durante <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>, <strong>de</strong> forma que o relé <strong>de</strong>ve ser muito sensível (ε <strong>de</strong>ve<br />

ser muito pequeno). Para evitar operações incorretas do relé durante condições normais do sistema,<br />

acrescente uma função <strong>de</strong> partida respon<strong>de</strong>ndo à magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> V 0 . Logo, a sensibilida<strong>de</strong> do relé<br />

watimétrico é <strong>de</strong>terminada pela sensibilida<strong>de</strong> do elemento V 0 . O valor limite <strong>de</strong> V 0 <strong>de</strong>ve ser maior do<br />

que o valor <strong>de</strong> V 0 para <strong>de</strong>sbalanços normais do sistema. Um ajuste típico é o <strong>de</strong> 20% da tensão<br />

nominal do sistema.<br />

O método watimétrico tem sido usado por muitos a<strong>nos</strong> <strong>nos</strong> sistemas compensa<strong>dos</strong>. Ele é simples,<br />

seguro e confiável para <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> com baixa resistência. Entretanto, o requisito da <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> V 0<br />

limita a sensibilida<strong>de</strong> do método watimétrico para <strong>faltas</strong> com alta resistência. Um outro<br />

inconveniente é que o método é muito sensível aos problemas <strong>de</strong> precisão <strong>dos</strong> TCs. Em uma conexão<br />

residual típica do relé com três TCs, os erros do ângulo do TC po<strong>de</strong>m produzir uma mudança no<br />

sinal do elemento <strong>de</strong> saída, W. Uma calibração a<strong>de</strong>quada <strong>dos</strong> TCs é uma solução possível, porém os<br />

TCs somadores <strong>de</strong> fluxo são bastante recomenda<strong>dos</strong> para os relés watimétricos.<br />

Algumas concessionárias usam relés <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> seqüência-zero para <strong>de</strong>tectar <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong><br />

sistemas compensa<strong>dos</strong> e conectam automaticamente um resistor em paralelo com a bobina <strong>de</strong><br />

Petersen ou com um enrolamento auxiliar da bobina. Para <strong>faltas</strong> com alta resistência, a conexão do<br />

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resistor reduz a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero sem aumentar, necessariamente, a corrente <strong>de</strong> falta <strong>de</strong><br />

seqüência-zero; na verda<strong>de</strong>, a saída do elemento watimétrico é reduzida. A outra limitação <strong>de</strong>sse<br />

método é a sensibilida<strong>de</strong> reduzida resultante do uso da tensão <strong>de</strong> seqüência-zero para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />

<strong>faltas</strong>.<br />

Po<strong>de</strong>mos aplicar o método watimétrico para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> em to<strong>dos</strong> os tipos <strong>de</strong> sistemas<br />

da distribuição que tenham valores baixos <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong>. Isto inclui os sistemas com<br />

neutro isolado, a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> alta impedância e compensa<strong>dos</strong>. Entretanto, para os sistemas<br />

com neutro isolado o método varmétrico propicia maior sensibilida<strong>de</strong> do que o método watimétrico,<br />

uma vez que a componente em quadratura da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero é sempre maior do que a<br />

componente em-fase quando da ocorrência <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nesses sistemas.<br />

Figura 20 Diagrama Fasorial Típico para Faltas à Terra e Características <strong>de</strong> Operação do Relé Watimétrico<br />

(32W) em um Sistema Compensado<br />

Figura 21 Diagrama Lógico Simplificado <strong>de</strong> um Elemento do Relé Watimétrico (32W)<br />

NOVOS MÉTODOS DE DETECÇÃO DE FALTAS NOS SISTEMAS COMPENSADOS DA<br />

DISTRIBUIÇÃO<br />

Os componentes <strong>de</strong> tensão e corrente com a presença da freqüência fundamental fornecem<br />

informações mais confiáveis e significantes para a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> com alta resistência <strong>nos</strong><br />

sistemas compensa<strong>dos</strong> da distribuição. O conteúdo <strong>de</strong> harmônicos da corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> é<br />

pequeno e variável, especialmente para <strong>faltas</strong> com alta resistência.<br />

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Os componentes transitórios <strong>de</strong> tensão e corrente são severamente amorteci<strong>dos</strong> para <strong>faltas</strong> com alta<br />

resistência. Os méto<strong>dos</strong> que necessitam algum tipo <strong>de</strong> controle da bobina <strong>de</strong> Petersen ou injeção <strong>de</strong><br />

corrente propiciam alta sensibilida<strong>de</strong>, porém requerem equipamentos <strong>de</strong> alto custo.<br />

To<strong>dos</strong> os méto<strong>dos</strong> conheci<strong>dos</strong> que usam a freqüência fundamental e que proporcionam alta<br />

sensibilida<strong>de</strong> requerem informações <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os alimentadores e/ou algum tipo <strong>de</strong> controle da bobina<br />

<strong>de</strong> Petersen ou injeção <strong>de</strong> corrente. Por exemplo, o método da admitância requer informações <strong>de</strong><br />

to<strong>dos</strong> os alimentadores. O método da admitância também precisa do controle da bobina <strong>de</strong> Petersen<br />

ou injeção <strong>de</strong> corrente. O método watimétrico é uma boa solução para <strong>faltas</strong> com baixa resistência,<br />

porém tem limitações <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> com alta resistência.<br />

Po<strong>de</strong>mos propiciar a cobertura para alta resistência através da medição da condutância <strong>de</strong> seqüênciazero<br />

ou da resistência <strong>de</strong> seqüência-zero do alimentador protegido. Os novos méto<strong>dos</strong> que estamos<br />

introduzindo neste paper usam somente as informações do alimentador e não requerem controle da<br />

bobina <strong>de</strong> Petersen ou injeção <strong>de</strong> corrente. Os méto<strong>dos</strong> são a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> para dispositivos “standalone”<br />

<strong>de</strong> alta sensibilida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>m ser instala<strong>dos</strong> em qualquer ponto da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição.<br />

Uma aplicação típica é na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> um religador automático.<br />

Método da Condutância<br />

Nós usamos o sistema da distribuição <strong>de</strong>talhado na Figura 18(a) para <strong>de</strong>screver o método da<br />

condutância. Primeiro, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ramos o <strong>de</strong>sbalanço do sistema. A Figura 18(b) mostra o diagrama<br />

<strong>de</strong> seqüência-zero para o sistema equilibrado. As Equações 25 e 26 <strong>de</strong>screvem a corrente <strong>de</strong><br />

seqüência-zero do relé, I 0 , para <strong>faltas</strong> nas direções à frente e reversa. Po<strong>de</strong>mos, então, usar também<br />

as Equações 25 e 26 para calcular a admitância aparente <strong>de</strong> seqüência-zero, Y 0 , medida pelo relé<br />

para <strong>faltas</strong> à frente e reversa:<br />

r<br />

Y<br />

0<br />

r<br />

Y<br />

r<br />

I0<br />

= r<br />

V<br />

r<br />

I<br />

0<br />

⎡⎛<br />

= −⎢⎜<br />

⎢⎣<br />

⎝<br />

1<br />

1<br />

R<br />

0S<br />

+<br />

1<br />

3R<br />

0<br />

0 = r = + jωC<br />

0L<br />

V R<br />

0 0L<br />

N<br />

⎞ ⎛<br />

⎟ ⎜<br />

+ j<br />

ωC<br />

⎠ ⎝<br />

0S<br />

1<br />

−<br />

3ωL<br />

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N<br />

⎞⎤<br />

⎟<br />

⎥ (Falta à frente) Equação 29<br />

⎠⎥⎦<br />

(Falta reversa) Equação 30<br />

Obtendo a parte real das Equações 29 e 30, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar a condutância, G 0 , medida pelo relé<br />

para ambas as <strong>faltas</strong>:<br />

r<br />

⎡ I ⎤ ⎛ 1 1 ⎞<br />

G +<br />

⎣ ⎦<br />

( G )<br />

0<br />

0 = Re⎢<br />

r ⎥ = −⎜<br />

⎟ = − 0S G 0N<br />

V<br />

+<br />

R<br />

0<br />

0S 3R<br />

⎢ ⎥ ⎝<br />

N ⎠<br />

r<br />

⎡ I ⎤ 1<br />

G =<br />

⎣ ⎦<br />

0<br />

0 = Re⎢<br />

r ⎥ = G 0L<br />

⎢V<br />

R<br />

0 ⎥ 0L<br />

(Falta à frente) Equação 31<br />

(Falta reversa) Equação 32<br />

on<strong>de</strong> G 0L = 1/R 0L é a condutância <strong>de</strong> dispersão <strong>de</strong> seqüência-zero do alimentador protegido, G 0S =<br />

1/R 0S é a resistência <strong>de</strong> dispersão <strong>de</strong> seqüência-zero equivalente <strong>dos</strong> alimentadores restantes, e G 0N =<br />

1/3R N é a condutância <strong>de</strong> seqüência-zero correspon<strong>de</strong>nte ao equivalente paralelo da bobina <strong>de</strong><br />

Petersen.<br />

Po<strong>de</strong>mos usar um elemento <strong>de</strong> condutância respon<strong>de</strong>ndo à parte real da relação I 0 /V 0 para <strong>de</strong>tectar<br />

<strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>. O elemento compara a condutância medida, G 0 , com os valores limites positivo, ε, e<br />

negativo, –ε. Logo, G 0 < –ε indica uma falta à frente, e G 0 > ε indica uma falta reversa. Para <strong>faltas</strong> à<br />

frente (ver Equação 31), o elemento <strong>de</strong> condutância me<strong>de</strong> a condutância equivalente atrás do relé.<br />

Isto inclui a condutância <strong>dos</strong> alimentadores remanescentes e a do equivalente paralelo da bobina <strong>de</strong><br />

Petersen. Para <strong>faltas</strong> reversas (ver Equação 32), o elemento <strong>de</strong> condutância me<strong>de</strong> a condutância do<br />

alimentador protegido.


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O método da condutância é inerentemente direcional. Ele respon<strong>de</strong> ao sinal da parte real da<br />

admitância medida. Esta é uma vantagem quando da comparação com o método da admitância, o<br />

qual respon<strong>de</strong> à magnitu<strong>de</strong> da admitância e não usa informações <strong>de</strong> fase relevantes.<br />

O método da condutância respon<strong>de</strong> à relação corrente/tensão. Sua saída é relativamente<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das magnitu<strong>de</strong>s da tensão e corrente <strong>de</strong> seqüência-zero. Isso é uma vantagem <strong>de</strong>sse<br />

método em relação ao método watimétrico, o qual falha na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> com alta resistência<br />

causadas por valores baixos <strong>de</strong> ambos V 0 e I 0 . Lembre-se <strong>de</strong> que o elemento watimétrico é um<br />

elemento do tipo-produto e o elemento <strong>de</strong> condutância é um elemento do tipo-relação.<br />

Método da Condutância Incremental<br />

O método da condutância tradicional <strong>de</strong>scrito acima funciona bem <strong>nos</strong> sistemas equilibra<strong>dos</strong> e para<br />

erros peque<strong>nos</strong> <strong>dos</strong> TCs, tal como com o uso <strong>de</strong> TCs somadores <strong>de</strong> fluxo, por exemplo. Os<br />

<strong>de</strong>sbalanços <strong>dos</strong> TCs e do sistema introduzem erros na condutância medida e, por conseqüência,<br />

limitam a sensibilida<strong>de</strong>. Uma solução para este problema é o método da condutância incremental.<br />

Usamos a corrente, ∆I 0 (Equação 24), e a tensão, ∆V 0 (Equação 23) <strong>de</strong> seqüência-zero incremental<br />

para calcular a condutância <strong>de</strong> seqüência-zero incremental, ∆G 0 :<br />

∆G<br />

0<br />

r<br />

⎡ ∆I0<br />

= Re⎢<br />

r<br />

⎢⎣<br />

∆V0<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎥⎦<br />

Equação 33<br />

A Figura 19(b) mostra o diagrama <strong>de</strong> seqüência-zero do sistema da Figura 18(a) com gran<strong>de</strong>zas<br />

incrementais. Observe que este circuito é igual ao da Figura 18(b) para um sistema equilibrado.<br />

Então, os valores medi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ∆G 0 coinci<strong>de</strong>m com aqueles forneci<strong>dos</strong> para G 0 pelas Equações 31 e<br />

32:<br />

⎛ 1 1 ⎞<br />

∆ G ( 0S 0N )<br />

0 = −⎜<br />

⎟<br />

+ = − G +<br />

R<br />

G<br />

0S 3R<br />

(Falta à frente) Equação 34<br />

⎝<br />

N ⎠<br />

1<br />

∆ G = (Falta reversa) Equação 35<br />

0 = G 0L<br />

R 0L<br />

O elemento <strong>de</strong> condutância incremental (32C) compara a condutância incremental medida, a parte<br />

real da relação da corrente incremental/tensão incremental, com valores limites positivo e negativo<br />

para discriminar as <strong>faltas</strong> à frente das <strong>faltas</strong> reversas. Este é um método direcional do tipo-relação<br />

que não é afetado pelo <strong>de</strong>sbalanço do sistema e que po<strong>de</strong> ser usado com TCs convencionais. A<br />

Figura 22 <strong>de</strong>talha as condutâncias incrementais medidas para <strong>faltas</strong> nas direções à frente e reversa e a<br />

característica <strong>de</strong> operação do relé <strong>de</strong> condutância incremental (duas linhas cheias paralelas).<br />

Figura 22 Característica <strong>de</strong> Operação do Elemento <strong>de</strong> Condutância Incremental (32C)<br />

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A Figura 23 <strong>de</strong>talha o diagrama lógico simplificado <strong>de</strong> um elemento <strong>de</strong> condutância incremental. Ele<br />

mantém as vantagens <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> condutância incremental e não requer corrente e tensão <strong>de</strong><br />

seqüência-zero incremental como informações <strong>de</strong> entrada.<br />

Figura 23 Diagrama Lógico Simplificado <strong>de</strong> um Elemento <strong>de</strong> Condutância Incremental (32C)<br />

PERFORMANCE DO ELEMENTO DIRECIONAL EM UM SISTEMA COMPENSADO<br />

Para <strong>de</strong>monstrar a performance <strong>de</strong>ste novo elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong>, nós mo<strong>de</strong>lamos um sistema<br />

<strong>de</strong> potência da distribuição usando o EMTP e utilizamos os resulta<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong><br />

simulação do relé e um sistema <strong>de</strong> testes conectado ao relé. O sistema simulado inclui uma fonte<br />

trifásica equilibrada <strong>de</strong> 138 kV, um transformador abaixador 138/13 kV com conexão <strong>de</strong>lta-estrela,<br />

uma bobina <strong>de</strong> Petersen e três alimentadores. To<strong>dos</strong> os três alimentadores <strong>de</strong> linhas aéreas têm a<br />

mesma estrutura <strong>de</strong> torre (ver Figura 24) porém diferentes comprimentos <strong>de</strong> linha, conforme<br />

mostrado na Figura 25.<br />

Com uma sintonia <strong>de</strong> 100%, a corrente capacitiva total <strong>de</strong> seqüência-zero <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os alimentadores<br />

iguala-se à corrente indutiva fornecida pela bobina <strong>de</strong> Petersen na condição normal do sistema sem<br />

<strong>de</strong>feito. A bobina <strong>de</strong> Petersen tem uma indutância <strong>de</strong> 5,15 henries e uma relação X/R = 30.<br />

Devido à elevada impedância <strong>de</strong> seqüência-zero fornecida pelo sistema ressonante da bobina <strong>de</strong><br />

Petersen, os perfis <strong>de</strong> corrente e tensão da falta são quase idênticos para ambas as <strong>faltas</strong> próxima e<br />

remota.<br />

Cada um <strong>dos</strong> três alimentadores tem uma condutância <strong>de</strong> dispersão <strong>de</strong> cinco micro-siemens<br />

primários. A condutância shunt equivalente da bobina <strong>de</strong> Petersen é 5,72 micro-siemens primários.<br />

A partir <strong>de</strong> <strong>nos</strong>sa análise anterior, para uma falta à <strong>terra</strong> em qualquer ponto do sistema <strong>de</strong><br />

distribuição, o relé do alimentador sob <strong>de</strong>feito calcula uma condutância incremental que se iguala à<br />

soma negativa das condutâncias <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os alimentadores restantes mais a da bobina <strong>de</strong> Petersen.<br />

Essa soma negativa da condutância é –15,72 micro-siemens primários. Os relés que enxergam a falta<br />

como uma falta reversa calculam uma condutância incremental que se iguala à condutância <strong>de</strong><br />

dispersão própria do alimentador <strong>de</strong> cinco micro-siemens primários.<br />

Figura 24 Configuração da Torre do Sistema Simulado<br />

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Figura 25 Diagrama Unifilar do Sistema <strong>de</strong> Potência Simulado<br />

O primeiro exemplo simula uma falta fase A-<strong>terra</strong> no Alimentador 3. O sistema está, inicialmente, na<br />

condição <strong>de</strong> sintonia <strong>de</strong> 100%. A resistência <strong>de</strong> falta é <strong>de</strong> 80 kΩ primários. A falta é uma falta que se<br />

auto-extingue, com duração <strong>de</strong> um segundo. A Figura 26 mostra a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero, 3V 0 , e a<br />

corrente, IR, do Alimentador 3. A falta fase A-<strong>terra</strong> ocorre no ciclo 60 e é auto-extinta no ciclo 120.<br />

Na Figura 26, observe que a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero estabilizada, 3V 0 , é 26,1 V secundários.<br />

Lembre-se <strong>de</strong> que o elemento direcional watimétrico tradicional requer que ⏐3V 0 ⏐ ultrapasse 0,2<br />

V nom , ou 13,9 V nesta aplicação, para ser habilitado. Essa tensão estabilizada já representa 62% do<br />

limite <strong>de</strong> habilitação, 59RES. Observe, também, que ⏐3V 0 ⏐ durante a falta na fase A é até menor do<br />

que a tensão <strong>de</strong> seqüência-zero estabilizada do sistema. Nesta situação, o método watimétrico<br />

tradicional não é sensível o suficiente para <strong>de</strong>tectar essa falta <strong>de</strong> 80 kΩ.<br />

A Figura 27 mostra os cálculos do direcional <strong>de</strong> condutância e watimétrico e os ajustes <strong>dos</strong> limites<br />

para a direção à frente (FWD – “forward”) e reversa (REV – “reverse”) para um relé instalado no<br />

Alimentador 3. Observe que o elemento direcional <strong>de</strong> condutância incremental <strong>de</strong>tecta corretamente<br />

a falta <strong>de</strong> alta impedância: em outras palavras, ele gerou um resultado negativo que supera o valor<br />

limite <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à frente para a falta. Além disso, observe que o valor <strong>de</strong> condutância incremental<br />

durante a falta é <strong>de</strong> aproximadamente 157 micro-siemens secundários, um valor correto consi<strong>de</strong>rada<br />

a relação RTP para RTC <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. O elemento watimétrico calculou um valor <strong>de</strong> potência ativa <strong>de</strong><br />

seqüência-zero que indicou uma tendência para uma falta à frente (um valor negativo). Entretanto,<br />

esse valor <strong>de</strong> potência está um pouco longe <strong>de</strong> superar o limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à frente.<br />

Lembre-se que a magnitu<strong>de</strong> da tensão <strong>de</strong> seqüência-zero durante a falta é até menor do que a da<br />

tensão <strong>de</strong> seqüência-zero estabilizada do sistema, <strong>de</strong> forma que o elemento watimétrico não é ativado<br />

para esta falta.<br />

Figura 26 Gráficos <strong>de</strong> V e I <strong>de</strong> Seqüência-Zero para uma Falta A-Terra <strong>de</strong> 80 kΩ no Alimentador 3<br />

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Figura 27 Cálculos <strong>dos</strong> Elementos <strong>de</strong> Condutância e Watimétrico do Alimentador 3 para o Caso 1<br />

O segundo caso simula uma falta fase B-<strong>terra</strong> no Alimentador 1, que é uma falta reversa para o relé<br />

do Alimentador 3. A falta fase B-<strong>terra</strong> ocorre no ciclo 60 e se auto-extingue no ciclo 120. A<br />

resistência <strong>de</strong> falta é <strong>de</strong> 30 kΩ primários. O sistema está, inicialmente, 20% sobrecompensado. A<br />

Figura 28 mostra a tensão e corrente <strong>de</strong> seqüência-zero do Alimentador 3. Na figura, observe que a<br />

tensão <strong>de</strong> seqüência-zero estabilizada, 3V 0 , é 15,3 V secundários, um valor muito menor do que o do<br />

Caso 1 com um sistema 100% sintonizado. A magnitu<strong>de</strong> da tensão <strong>de</strong> seqüência-zero, ⏐3V 0 ⏐,<br />

durante a falta, é muito maior do que a tensão estabilizada, porém é ainda menor do que o limite <strong>de</strong><br />

habilitação do elemento watimétrico.<br />

A Figura 29 mostra os cálculos e os valores limites do direcional <strong>de</strong> condutância e watimétrico para<br />

o relé instalado no Alimentador 3. Observe que o elemento direcional <strong>de</strong> condutância incremental<br />

calcula um resultado positivo correto da condutância <strong>de</strong> aproximadamente 50 micro-siemens<br />

secundários, que está acima <strong>de</strong> seu limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> reversas. Portanto, o relé <strong>de</strong>tectou<br />

com sucesso uma falta reversa <strong>de</strong> alta impedância. O elemento watimétrico não é habilitado pelo<br />

elemento <strong>de</strong> sobretensão <strong>de</strong> seqüência-zero; seu valor <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> seqüência-zero também está<br />

abaixo do limite <strong>de</strong> falta reversa, e portanto o elemento falhou na <strong>de</strong>tecção da falta reversa.<br />

Figura 28 Gráficos <strong>de</strong> V e I <strong>de</strong> Seqüência-Zero para uma Falta B-Terra <strong>de</strong> 30 kΩ no Alimentador 1<br />

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Figura 29 Cálculos <strong>dos</strong> Elementos <strong>de</strong> Condutância e Watimétrico do Alimentador 3 para o Caso 2<br />

CONEXÃO MELHORADA DO TRANSFORMADOR DE TENSÃO EM DELTA ABERTO<br />

(“BROKEN DELTA”)<br />

Os relés mo<strong>de</strong>r<strong>nos</strong> aceitam muitas configurações diferentes para os transformadores <strong>de</strong> tensão (TPs):<br />

trifásica a quatro-fios, conexão em V (“open-<strong>de</strong>lta”) e <strong>de</strong>lta aberto (“broken <strong>de</strong>lta”). Este último tipo<br />

<strong>de</strong> conexão do TP é a<strong>de</strong>quado para as aplicações do elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> e é muito comum<br />

em gran<strong>de</strong> parte <strong>dos</strong> sistemas existentes não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e com a<strong>terra</strong>mento ressonante. Entretanto, essa<br />

conexão <strong>de</strong>lta aberto padrão po<strong>de</strong> apresentar um conjunto <strong>de</strong> problemas exclusivos além da ferroressonância.<br />

A Figura 30 mostra uma conexão tradicional do TP em <strong>de</strong>lta aberto.<br />

Embora a conexão do TP em <strong>de</strong>lta aberto não forneça tensão <strong>de</strong> seqüência-zero para medição<br />

durante <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>, a tensão <strong>de</strong> saída nominal para uma falta à <strong>terra</strong> sólida em um sistema não<br />

a<strong>terra</strong>do ou a<strong>terra</strong>do através da bobina <strong>de</strong> Petersen po<strong>de</strong> ser maior do que 360 V AC se a tensão<br />

nominal <strong>de</strong> cada transformador <strong>de</strong> fase do <strong>de</strong>lta aberto for 120 V LN . Tal valor elevado <strong>de</strong> tensão é<br />

maior <strong>de</strong> que a maioria <strong>dos</strong> valores nominais <strong>de</strong> entrada <strong>dos</strong> relés. Uma vez que a magnitu<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al da<br />

tensão <strong>de</strong> seqüência-zero <strong>de</strong> pré-falta é zero, é difícil <strong>de</strong>tectar um fusível queimado no TP.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que muitos elementos direcionais <strong>de</strong> <strong>terra</strong> requerem uma tensão <strong>de</strong> seqüência-zero<br />

mínima, um fusível queimado no TP po<strong>de</strong> prejudicar a proteção <strong>de</strong> <strong>terra</strong>.<br />

Muitas instalações requerem a preservação da conexão do TP em <strong>de</strong>lta aberto para os dispositivos <strong>de</strong><br />

controle existentes. Logo, o <strong>de</strong>safio é o <strong>de</strong> extrair os sinais <strong>de</strong> tensão trifásica a quatro fios da<br />

conexão <strong>de</strong>lta aberto existente. É também bastante <strong>de</strong>sejável ter um sistema <strong>de</strong> proteção aplicável<br />

numa instalação com conexão padrão do TP a quatro fios, trifásica. A Figura 31 mostra uma solução<br />

simples com patente pen<strong>de</strong>nte. Essa solução requer a conexão <strong>dos</strong> transformadores <strong>de</strong> entrada do relé<br />

conforme está mostrado. Através <strong>de</strong>ssa conexão, o relé po<strong>de</strong> medir cada tensão <strong>de</strong> fase e calcular o<br />

valor <strong>de</strong> 3V 0 necessário para o elemento direcional <strong>de</strong> seqüência-zero <strong>de</strong>scrito anteriormente.<br />

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Figura 30 Diagrama <strong>de</strong> Conexão Tradicional do TP em Delta Aberto (“Broken Delta”)<br />

Figura 31 Diagrama Unifilar e Diagrama da Nova Conexão do TP em Delta Aberto (“Broken Delta”)<br />

Os benefícios <strong>de</strong>ste novo método <strong>de</strong> conexão do TP são:<br />

• Nenhum transformador <strong>de</strong> entrada do relé tem <strong>de</strong> ser especificado para 360 V AC .<br />

• O sistema do relé po<strong>de</strong>, agora, verificar fusíveis queima<strong>dos</strong> no TP. Num relé que usa a conexão<br />

tradicional do <strong>de</strong>lta aberto em um sistema com pouco ou nenhum <strong>de</strong>sbalanço, o valor <strong>de</strong> 3V0<br />

mensurável antes e <strong>de</strong>pois do fusível queimado no secundário é o mesmo, zero volt.<br />

• O relé po<strong>de</strong> medir cada tensão <strong>de</strong> fase individual e calcular as componentes <strong>de</strong> seqüência<br />

necessárias. Isso permite que o relé use os mesmos TPs para os elementos <strong>de</strong> controle direcional<br />

<strong>de</strong> fase e <strong>terra</strong>.<br />

• O método não requer que sejam efetuadas alterações na fiação existente <strong>dos</strong> dispositivos que<br />

usam a saída da tensão do <strong>de</strong>lta aberto. Simplesmente acrescente cabos a partir das marcas <strong>de</strong><br />

polarida<strong>de</strong> das fases B e C <strong>dos</strong> secundários <strong>dos</strong> TPs para as respectivas entradas no relé.<br />

• O método propicia direcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fase dual a partir <strong>de</strong> TPs distintos: o Primário 1 po<strong>de</strong> usar<br />

esta nova conexão a partir <strong>de</strong> um sistema em <strong>de</strong>lta aberto (“broken <strong>de</strong>lta”) enquanto o Primário 2<br />

po<strong>de</strong> usar os TPs da conexão em V (“open-<strong>de</strong>lta”) existente para polarização.<br />

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SUMÁRIO DOS MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA FALTAS À TERRA<br />

A Tabela 2 sumariza os méto<strong>dos</strong> disponíveis basea<strong>dos</strong> na freqüência fundamental para relés “standalone”<br />

<strong>dos</strong> sistemas da distribuição. Para sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> baixa<br />

impedância, nós recomendamos o uso da lógica <strong>de</strong> escolha do melhor elemento direcional (“best<br />

choice directional element”). Esse elemento seleciona automaticamente o elemento direcional mais<br />

favorável, 32I, 32Q ou 32V, para cada configuração particular do sistema e condição <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong>.<br />

Para sistemas com neutro isolado, recomendamos usar o elemento <strong>de</strong> impedância <strong>de</strong> seqüência-zero,<br />

32U. Finalmente, para sistemas a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> alta resistência, sistemas a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong><br />

alta reatância e sistemas compensa<strong>dos</strong>, nós recomendamos usar uma combinação <strong>dos</strong> elementos<br />

watimétrico, 32W, e <strong>de</strong> condutância incremental, 32C. O elemento 32W propicia <strong>de</strong>tecção confiável<br />

<strong>de</strong> <strong>faltas</strong> com baixa resistência, até aproximadamente 10 kΩ. O elemento 32C adiciona a<br />

sensibilida<strong>de</strong> necessária para <strong>de</strong>tectar <strong>faltas</strong> com resistência muito elevada.<br />

Tabela 2 Sumário <strong>dos</strong> Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Proteção Contra Faltas à Terra para Relés “Stand-Alone” <strong>dos</strong> Sistemas<br />

<strong>de</strong> Média Tensão da Distribuição<br />

Método <strong>de</strong> A<strong>terra</strong>mento<br />

A<strong>terra</strong>mento Sólido e Através <strong>de</strong> Baixa<br />

Impedância<br />

Neutro Isolado<br />

A<strong>terra</strong>mento Através <strong>de</strong> Alta Resistência<br />

A<strong>terra</strong>mento Através <strong>de</strong> Alta Reatância<br />

Método <strong>de</strong> Detecção <strong>de</strong><br />

Faltas Disponível<br />

Método Recomendado<br />

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32I<br />

32Q<br />

32V<br />

32U<br />

32VAR<br />

32W<br />

32C<br />

32W<br />

32C<br />

32VAR<br />

32W<br />

32C<br />

32VAR<br />

Escolha do Melhor Direcional<br />

32U<br />

Combinação <strong>de</strong> 32W e 32C<br />

Combinação <strong>de</strong> 32W e 32C<br />

A<strong>terra</strong>mento Ressonante<br />

32W<br />

Combinação <strong>de</strong> 32W e 32C<br />

32C<br />

Legenda<br />

32I: Elemento Direcional Polarizado por Corrente<br />

32Q: Elemento Direcional Polarizado por Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Negativa<br />

32V: Elemento Direcional Polarizado por Tensão <strong>de</strong> Seqüência-Zero<br />

32U: Elemento <strong>de</strong> Impedância <strong>de</strong> Seqüência-Zero para Sistemas não A<strong>terra</strong><strong>dos</strong><br />

32VAR: Elemento Varmétrico<br />

32W: Elemento Watimétrico<br />

32C: Elemento <strong>de</strong> Condutância Incremental<br />

A Tabela 3 <strong>de</strong>talha os principais fatores limitantes da sensibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> elementos direcionais <strong>de</strong><br />

<strong>terra</strong>. A assimetria da linha gera correntes <strong>de</strong> seqüência-negativa e seqüência-zero para <strong>faltas</strong><br />

trifásicas [14]. Precisamos usar os ajustes <strong>de</strong> a 2 e/ou a 0 para evitar a operação incorreta <strong>dos</strong><br />

elementos 32I, 32Q, 32V e 32U. Os erros <strong>dos</strong> ângulos e magnitu<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> TPs e TCs produzem<br />

correntes e tensões <strong>de</strong> seqüência-zero e seqüência-negativa estabilizadas [15]. As gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong><br />

seqüência-zero e seqüência-negativa produzidas pelas <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>de</strong>vem se sobrepor a essas<br />

correntes e tensões estabilizadas. O <strong>de</strong>sbalanço total do sistema é o principal fator limitante da<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>nos</strong> elementos watimétrico, 32W, e varmétrico, 32VAR. A função <strong>de</strong> partida que<br />

respon<strong>de</strong> a V 0 nesses elementos precisa ser ajustada acima do valor <strong>de</strong> V 0 estabilizada <strong>de</strong>vido ao


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<strong>de</strong>sbalanço do sistema. O elemento 32C é altamente sensível. A sensibilida<strong>de</strong> inerente <strong>de</strong> um projeto<br />

do relé específico <strong>de</strong>termina a sensibilida<strong>de</strong> do elemento 32C.<br />

A Tabela 3 também mostra os requisitos básicos <strong>dos</strong> TPs e TCs para os elementos direcionais <strong>de</strong><br />

<strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas da distribuição. Na aplicação <strong>dos</strong> elementos 32I, 32Q e 32V, é altamente<br />

recomendado que sejam minimiza<strong>dos</strong> os problemas <strong>de</strong> saturação <strong>dos</strong> TCs <strong>de</strong> fase para evitar falsas<br />

correntes <strong>de</strong> seqüência-negativa e seqüência-zero para <strong>faltas</strong> trifásicas [15]. Recomendamos,<br />

também, usar os TCs somadores <strong>de</strong> fluxo para fornecer as informações da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero<br />

para os elementos 32U, 32W e 32C. Recomendamos usar os TPs Classe 2 ou melhores em todas as<br />

aplicações <strong>dos</strong> elementos direcionais <strong>de</strong> <strong>terra</strong> [15].<br />

Tabela 3 Fatores que Afetam a Sensibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> Elementos Direcionais <strong>de</strong> Terra para os Sistemas da<br />

Distribuição<br />

Elemento<br />

Fatores Limitantes da<br />

Sensibilida<strong>de</strong><br />

Requisitos <strong>dos</strong> TCs<br />

Requisitos <strong>dos</strong> TPs<br />

32I<br />

32Q<br />

-Assimetria da linha<br />

-Imprecisões <strong>dos</strong> TCs e TPs<br />

-Selecione os TCs <strong>de</strong><br />

fase para minimizar a<br />

saturação<br />

-Recomenda<strong>dos</strong> TPs<br />

Classe 2 ou melhor<br />

32V<br />

-Saturação <strong>dos</strong> TCs (somente 32V)<br />

32U<br />

-Assimetria da linha<br />

-Imprecisões <strong>dos</strong> TCs e TPs<br />

-Recomenda<strong>dos</strong> os TCs<br />

somadores <strong>de</strong> fluxo<br />

-Recomenda<strong>dos</strong> TPs<br />

Classe 2 ou melhor<br />

32W<br />

32VAR<br />

-Desbalanço total do sistema<br />

-Recomenda<strong>dos</strong> os TCs<br />

somadores <strong>de</strong> fluxo<br />

-Recomenda<strong>dos</strong> TPs<br />

Classe 2 ou melhor<br />

32C -Limites da sensibilida<strong>de</strong> do relé -Recomenda<strong>dos</strong> os TCs<br />

somadores <strong>de</strong> fluxo<br />

-Recomenda<strong>dos</strong> TPs<br />

Classe 2 ou melhor<br />

CONCLUSÕES<br />

1. Faltas à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> baixa impedância po<strong>de</strong>m<br />

produzir níveis eleva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> corrente que requerem a abertura da linha. Use elementos direcionais<br />

para fornecer proteção <strong>contra</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nesses sistemas. Nos sistemas da distribuição<br />

multia<strong>terra</strong><strong>dos</strong> a quatro fios, o relé me<strong>de</strong> a corrente <strong>de</strong> falta à <strong>terra</strong> combinada com a corrente <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sbalanço. Como resultado, a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> com alta resistência nesses sistemas é muito<br />

difícil.<br />

2. A seleção <strong>de</strong> um elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> fixo para todas as condições do sistema po<strong>de</strong><br />

sacrificar a confiabilida<strong>de</strong> e a sensibilida<strong>de</strong> da proteção <strong>nos</strong> sistemas solidamente a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> e<br />

a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> baixa impedância. O relé direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> <strong>de</strong>scrito neste paper inclui dois<br />

elementos <strong>de</strong> seqüência-zero e um elemento <strong>de</strong> seqüência-negativa. O relé seleciona<br />

automaticamente o melhor elemento direcional a ser usado para cada condição particular do<br />

sistema e <strong>de</strong> falta (patenteado).<br />

3. Os sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> são conecta<strong>dos</strong> à <strong>terra</strong> através <strong>de</strong> capacitâncias fase-<strong>terra</strong>. Faltas<br />

monofásicas <strong>de</strong>slocam o neutro do sistema porém <strong>de</strong>ixam intacto o triângulo <strong>de</strong> tensões entre<br />

fases. A auto-extinção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> nas linhas aéreas não a<strong>terra</strong>das somente é possível para<br />

valores baixos <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>.<br />

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4. Os relés <strong>de</strong> tensão trifásica ou <strong>de</strong> seqüência-zero po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>tectar <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas não<br />

a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>. Entretanto, este método não é seletivo. Um elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> varmétrico<br />

sensível é a solução tradicional para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> em sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong>.<br />

5. Um novo elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> para sistemas não a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> (patente pen<strong>de</strong>nte) me<strong>de</strong> a<br />

reatância <strong>de</strong> seqüência-zero e compara seu valor com dois valores limites ajustáveis. Para uma<br />

falta na direção à frente, o elemento me<strong>de</strong> a reatância capacitiva <strong>de</strong> seqüência-zero do sistema<br />

equivalente atrás do relé. Para <strong>faltas</strong> reversas, o novo elemento me<strong>de</strong> a combinação série da<br />

impedância série <strong>de</strong> seqüência-zero da linha protegida e a reatância capacitiva da linha. O novo<br />

elemento direcional incorpora uma lógica <strong>de</strong> supervisão <strong>de</strong> segurança que requer que a relação<br />

da corrente residual pela corrente <strong>de</strong> seqüência-positiva ultrapasse um valor limite escalar<br />

mínimo. O benefício <strong>de</strong>ssa supervisão, quando comparada à supervisão <strong>de</strong> segurança tradicional<br />

com 3V 0, é que a sensibilida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> cada relé <strong>de</strong> alimentador não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sbalanço<br />

total do sistema.<br />

6. Sistemas compensa<strong>dos</strong> são a<strong>terra</strong><strong>dos</strong> através <strong>de</strong> um reator <strong>de</strong> impedância variável que compensa<br />

a capacitância fase-<strong>terra</strong> do sistema. O sistema permanece operacional durante <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong>. O<br />

a<strong>terra</strong>mento ressonante propicia a auto-extinção do arco nas linhas aéreas para aproximadamente<br />

80% das <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> temporárias. Portanto, <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> que são eliminadas sem a abertura do<br />

disjuntor representam mais <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong> todas as <strong>faltas</strong> nas linhas aéreas.<br />

7. O método watimétrico é a solução mais usada para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>faltas</strong> à <strong>terra</strong> <strong>nos</strong> sistemas<br />

compensa<strong>dos</strong>. O elemento do relé respon<strong>de</strong> à componente em-fase (real) da corrente <strong>de</strong><br />

seqüência-zero em relação à tensão <strong>de</strong> seqüência-zero. O requisito para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> V 0 limita a<br />

sensibilida<strong>de</strong> do método watimétrico para <strong>faltas</strong> com alta resistência. To<strong>dos</strong> os méto<strong>dos</strong><br />

conheci<strong>dos</strong> basea<strong>dos</strong> na freqüência fundamental que propiciam alta sensibilida<strong>de</strong>, como por<br />

exemplo, o método da admitância, requerem informações <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os alimentadores e/ou algum<br />

tipo <strong>de</strong> controle da bobina <strong>de</strong> Petersen ou injeção <strong>de</strong> corrente.<br />

8. Po<strong>de</strong>mos fornecer cobertura para alta resistência medindo a condutância <strong>de</strong> seqüência-zero no<br />

alimentador protegido. Este método funciona bem <strong>nos</strong> sistemas equilibra<strong>dos</strong> e para erros<br />

peque<strong>nos</strong> <strong>dos</strong> TCs, tal como com o uso <strong>de</strong> TCs somadores <strong>de</strong> fluxo. Uma melhoria nesse método<br />

é calcular a condutância incremental como a parte real da relação da corrente <strong>de</strong> seqüência-zero<br />

incremental pela tensão <strong>de</strong> seqüência-zero incremental. O método da condutância incremental é<br />

inerentemente direcional, apresenta alta cobertura para resistência <strong>de</strong> falta e é aplicável no relé<br />

<strong>de</strong> alimentador “stand-alone”.<br />

9. Nós efetuamos inúmeros testes com simulação digital do novo elemento direcional <strong>de</strong> <strong>terra</strong> <strong>de</strong><br />

condutância incremental para sistemas compensa<strong>dos</strong> usando o EMTP. O elemento do relé<br />

operou corretamente mesmo para <strong>faltas</strong> com alta resistência. O novo elemento <strong>de</strong>tectou <strong>faltas</strong><br />

com valores <strong>de</strong> resistência maiores do que 60 kΩ.<br />

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REFERÊNCIAS<br />

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fevereiro <strong>de</strong> 1998.<br />

[2] AIEE Committee Report, “Sensitive Ground Protection”, AIEE Transactions, Vol. 69, 1950, pp.<br />

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[3] E. T. B. Gross, “Sensitive Fault Protection for Transmission Lines and Distribution Fee<strong>de</strong>rs”,<br />

AIEE Transactions, Vol. 60, novembro <strong>de</strong> 1941, pp. 968-972.<br />

[4] G. Druml, “Detecting High-Ohmic Earth Faults in Compensated Networks”, Proceedings of the<br />

International Symposium NMT, 1995.<br />

[5] Haefely Trench, EPSY-Earthfault Protection System: Summary of the Results of Earthfault<br />

Field Tests.<br />

[6] Ya. S. Guelfand, Protection of Distribution Networks, Moscow: Energoatomizdat, 1987 (russo).<br />

[7] A. M. Fe<strong>dos</strong>eev, Protective Relaying of Electrical Systems, Moscow: Energia, 1976 (russo).<br />

[8] D. Griffel, Y. Harmand e J. Bergeal, “New Neutral Earthing Technologies on MV Networks”,<br />

Revue Generale D’Electricite, Nº 11, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1994, pp. 35-44 (francês).<br />

[9] L. F. Hunt e J. H. Vivian, “Sensitive Ground Protection for Radial Distribution Fee<strong>de</strong>rs”, AIEE<br />

Transactions, Vol. 59, fevereiro <strong>de</strong> 1940, pp. 84-90.<br />

[10] J. L. Blackburn, Protective Relaying: Principles and Applications, Second Edition, Nova York:<br />

Marcel Dekker, Inc., 1998.<br />

[11] B. Bridger, “High-resistance grounding”, IEEE Transactions on Industry Applications, Vol. IA-<br />

19, Nº 1, janeiro/fevereiro <strong>de</strong> 1983, pp. 15-21.<br />

[12] K. M. Winter, “Swedish Distribution Networks—a New Method for Earthfault Protection in<br />

Cable and Overhead Systems”, Proceedings of the Fifth International Conference on Developments<br />

in Power System Protection—DPSP ’93, Reino Unido, 1993, IEE Conference Publication Nº 368,<br />

pp. 268-270.<br />

[13] A. Haman, “Petersen Coils as Applied to 41.6 kV Systems”, Proceedings of the 34 th Annual<br />

Minnesota Power Systems Conference, St. Paul, Minnesota, 6 a 8 <strong>de</strong> outubro, 1998.<br />

[14] J. Roberts e A. Guzman, “Directional Element Design and Evaluation”, Proceedings of the 21 st<br />

Annual Western Protective Relay Conference, Spokane, WA, outubro <strong>de</strong> 1994.<br />

[15] J. Roberts, E. O. Schweitzer III, R. Arora e E. Poggi, “Limits to the Sensitivity of Ground<br />

Directional and Distance Protection”, Proceedings of the 22 nd Annual Western Protective Relay<br />

Conference, Spokane, WA, outubro <strong>de</strong> 1995.<br />

[16] L. Blackburn, “Negative Sequence Relaying for Mutually Coupled Lines”, Proceedings of the<br />

1972 Conference for Protective Relay Engineers, Texas A&M University, College Station, TX, abril<br />

<strong>de</strong> 1972.<br />

[17] E. O. Schweitzer III e J. Roberts, “Distance Relay Element Design”, Proceedings of the 19 th<br />

Annual Western Protective Relay Conference, Spokane, WA, outubro <strong>de</strong> 1992.<br />

[18] A. Guzman, J. Roberts e D. Hou, “New Ground Directional Elements Operate Reliably for<br />

Changing System Conditions”, Proceedings of the 23 rd Annual Western Protective Relay<br />

Conference, Spokane, WA, 15 a 17 <strong>de</strong> outubro, 1996.<br />

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[19] V. Leitloff, L. Pierrat e R. Feuillet, “Study of the Neutral-to-Ground Voltage in a Compensated<br />

Power System”, European Transactions on Electrical Power Engineering, Vol. 4, Nº 2, março/abril<br />

<strong>de</strong> 1994, pp. 145-153.<br />

[20] V. Leitloff, R. Feuillet e L. Pierrat, “Determination of the Phase-to-Ground Admittance in a<br />

Compensated MV Power Distribution System”, Proceedings of the 28 th Universities Power<br />

Engineering Conference—UPEC ’93, Vol. 1, Stafford, Reino Unido, 21 a 23 <strong>de</strong> setembro, 1993, pp.<br />

73-76.<br />

[21] G. Benmouyal e J. Roberts, “Superimposed Quantities: Their True Nature and Their<br />

Application in Relays”, Proceedings of the 26 th Annual Western Protective Relay Conference,<br />

Spokane, WA, 26 a 28 <strong>de</strong> outubro, 1999.<br />

BIOGRAFIAS<br />

Jeff Roberts recebeu seu BSEE da Washington State University em 1985. Ele trabalhou para a<br />

Pacific Gas and Electric como Engenheiro <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Sistemas. Em 1988, ele ingressou na<br />

Schweitzer Engineering Laboratories, Inc. como Engenheiro <strong>de</strong> Aplicação. Posteriormente, ele se<br />

tornou o Gerente <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Aplicação. Atualmente, ele ocupa o cargo <strong>de</strong> Gerente <strong>de</strong><br />

Engenharia <strong>de</strong> Pesquisa. Ele escreveu diversos papers nas áreas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong><br />

distância, sensibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> elementos <strong>de</strong> distância e direcional, projeto <strong>dos</strong> elementos direcional e<br />

diferencial <strong>de</strong> linhas, projeto <strong>de</strong> esquemas <strong>de</strong> proteção e análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> eventos.<br />

O Sr. Roberts <strong>de</strong>tém mais <strong>de</strong> vinte patentes, adquiridas ou pen<strong>de</strong>ntes. Ele é também membro sênior<br />

do IEEE.<br />

Hector J. Altuve recebeu seu BSEE da Central University of Las Villas (UCLV), Cuba, em 1969 e<br />

seu PhD da Kiev Polytechnic Institute, USSR, em 1981. Ele foi professor na School of Electrical<br />

Engineering da UCLV <strong>de</strong> 1969 a 1993. Des<strong>de</strong> 1993, ele é professor do programa <strong>de</strong> PhD da<br />

Mechanical and Electrical Engineering School na Autonomous University of Nuevo Leon, em<br />

Monterrey, México. Ele é membro do Mexican National Research System, membro sênior do IEEE e<br />

um PES Distinguished Lecturer. Ele é autor e co-autor <strong>de</strong> diversos papers técnicos. De 1999-2000,<br />

ele foi Professor Visitante da Schweitzer na Washington State University.<br />

Daqing Hou recebeu seu BS e MS em Engenharia Elétrica da Northeast University, China, em 1981<br />

e 1984, respectivamente. Recebeu seu PhD em Engenharia Elétrica e Computacional da Washington<br />

State University em 1991. Des<strong>de</strong> 1990, ele está na Schweitzer Engineering Laboratories, Inc.,<br />

Pullman, Washington, USA, on<strong>de</strong> atualmente é o Gerente <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Desenvolvimento. Seu<br />

trabalho inclui mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> sistemas, simulação e processamento <strong>de</strong> sinais para relés digitais <strong>de</strong><br />

proteção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> potência. Sua área <strong>de</strong> pesquisas inclui sistemas lineares multivariáveis,<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> sistemas e processamento <strong>de</strong> sinais. Ele <strong>de</strong>tém várias patentes e têm diversas<br />

patentes pen<strong>de</strong>ntes. Ele é autor e co-autor <strong>de</strong> diversos papers técnicos e é membro sênior do IEEE.<br />

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