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CONTEMPORÂNEA - Portugal Telecom

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OBRAS DA COLEÇÃO DE<br />

ARTE DA PORTUGAL TELECOM<br />

CONTEMPORÂNEA


No Centro de Arte Contemporânea Graça Morais estarão em exposição obras dos seguintes artistas<br />

Alice Geirinhas<br />

Álvaro Lapa<br />

Ana Vieira<br />

Ângelo de Sousa<br />

António Palolo<br />

Augusto Alves da Silva<br />

Cristina Lamas<br />

Eduardo Batarda<br />

Fernando Brito<br />

Fernando Calhau<br />

Gerardo Burmester<br />

Helena Almeida<br />

João Pedro Vale<br />

João Tabarra<br />

João Vieira<br />

João Vilhena<br />

Joaquim Bravo<br />

Joaquim Rodrigo<br />

Jorge Martins<br />

Jorge Molder<br />

Júlia Ventura<br />

Lourdes Castro<br />

Martinha Maia<br />

Miguel Leal<br />

Miguel Soares<br />

Paulo Mendes<br />

Pedro Cabral Santo<br />

Pedro <strong>Portugal</strong><br />

Pedro Proença<br />

Rita Barros<br />

Rui Serra<br />

Sancho Silva<br />

Xana


A Coleção de Arte Contemporânea da <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong>, de que a Fundação PT<br />

é curadora, conta com cerca de 160 peças de autores portugueses cuja escolha<br />

foi orientada por critérios baseados na qualidade estética e representatividade<br />

histórica das obras e dos currículos dos artistas, com o objectivo de proporcionar<br />

uma visão abrangente e continuada da contemporaneidade plástica portuguesa.<br />

Dos anos 60 até aos nossos dias, diversos são os autores que, através das mais<br />

variadas formas de expressão e multiplicidade de suportes, proporcionam uma<br />

visão abrangente da evolução da arte contemporânea, no nosso país.<br />

Integrada numa política de itinerância adotada pela Fundação PT, que tem levado<br />

vários núcleos de obras da coleção a diferentes regiões do país num total de<br />

oito exposições com cerca de 23.200 visitantes, esta mostra irá decorrer de 13<br />

de Abril a 23 de Junho no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Nela<br />

vão ser expostas 45 obras, de 33 artistas, das quais 6 nunca foram exibidas pela<br />

FPT.<br />

A Fundação <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong> agradece à Camara Municipal de Bragança esta<br />

parceria e a possibilidade que nos proporciona de, mais uma vez, podermos<br />

fazer chegar a um público mais vasto obras de artistas plásticos portugueses<br />

que têm marcado a arte contemporânea em <strong>Portugal</strong>.<br />

Como escreveu Leonardo da Vinci, “A arte diz o indizível; exprime o inexprimível,<br />

traduz o intraduzível”<br />

José Carlos de Oliveira Baldino<br />

Fundação <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong><br />

Administrador Delegado


Acolhemos com agrado, no centro de Arte Contemporânea Graça Morais, no<br />

seu núcleo de exposições temporárias, um conjunto significativo de obras de<br />

valiosa e diversificada coleção de Arte Contemporânea da <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong>,<br />

mediante protocolo de cooperação estabelecido entre o Município de Bragança<br />

e a Fundação PT, enquadrado na sua política de promoção cultural, via<br />

itinerância regional.<br />

Trata-se de uma boa oportunidade para, durante três meses, os residentes na<br />

região e os turistas de várias nacionalidades que visitam Bragança, estes últimos<br />

por razões em que a motivação cultural tem predominância, poderem desfrutar<br />

de momentos que os aproxima da variada e elevada sensibilidade artística, num<br />

universo representativo de criatividade da arte contemporânea portuguesa no<br />

último meio século, período de grandes tensões sociais e políticas, de grandes<br />

transformações também na área cultural, que a visão artística foi interpretando<br />

de forma particularmente sensível.<br />

No âmbito da responsabilidade social, a <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong>, ao garantir continuidade<br />

e abrangência para a sua coleção, assegura apoio para a sua atividade<br />

artística, protege o património cultural e evidencia o serviço público que presta,<br />

tendo outras dimensões que não só a económica.<br />

Diversas entidades privadas, algumas tiveram estatuto público, têm vindo a<br />

constituir boas e valiosas coleções de arte que cuidadamente preservam, enquanto<br />

valor patrimonial e cultural e que prestam serviços de interesse geral<br />

se impõe, garantem aos cidadãos oportunidade de as poderem apreciar, de<br />

preferência em espaços públicos próprios e de forma descentralizada.<br />

É esta visão de responsabilidade social que os dirigentes da <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong><br />

assumem, agora com a presente exposição em Bragança, uma das cidades que<br />

no país mais evoluiu em termos culturais na última década, demonstrando que<br />

a descentralização cultural também é uma via para a coesão e o desenvolvimento.<br />

Reconhecemos e agradecemos a colaboração da Fundação PT.<br />

António Jorge Nunes<br />

Presidente da Câmara Municipal de Bragança


Alice Geirinhas<br />

Maria do Carmo, 1999 | serigrafia / tela | 104x82 cm cada (9 telas)


45 OBRAS DA COLEÇÃO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA PORTUGAL TELECOM<br />

Jorge da Costa<br />

Balizada entre os anos 60 e a atualidade e constituída por cerca de duas centenas<br />

de obras, a Coleção de Arte Contemporânea da <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong> é representativa<br />

não só de uma polifonia autoral, mas também dos vários movimentos<br />

artísticos, escolas e poéticas que foram marcando e reconfigurando a arte contemporânea<br />

portuguesa dos últimos anos.<br />

A par da presença de autores consagrados, ligados aos movimentos artísticos<br />

das décadas de 1960 e 1970, cujo trabalho se cruzou, em alguns casos, com as<br />

estéticas então dominantes na cena artística internacional, é expressiva a relação<br />

de obras associadas ao fluxo criativo dos artistas da geração mais recente,<br />

representativa dos mais emergentes e promissores territórios autorais, alguns<br />

ainda em construção.<br />

Constituída entre os anos de 1997 e 2004 (1) , a coleção, agrega ainda, numa cartografia<br />

abrangente e plural, um conjunto muito particular de obras da década<br />

de 1980 - um período dinâmico, marcado pela popularidade das artes plásticas<br />

e pela emergência de um grande número de artistas - e também a profusão de<br />

novos temas, estilos e percursos autorais da década seguinte, paradigmática da<br />

notória viragem discursiva que então se operou.<br />

O núcleo de obras que agora se apresenta deriva de uma criteriosa seleção, não<br />

só reveladora da pluralidade de trajetórias e opções plásticas dos artistas nela<br />

representados, mas também da diversidade de modos de operar, articulandose<br />

criações de domínios tão distintos como os da pintura e da escultura, do<br />

desenho e da fotografia, do vídeo e da instalação.<br />

Sem parâmetros cronológicos rígidos, pois, mais do que os vários movimentos,<br />

pretende-se o enfoque na individualidade de cada uma das obras, ainda<br />

que, nesta momentânea coexistência, algumas possam aparecer agrupadas a<br />

partir de movimentos estéticos com os quais surgem comummente conotados<br />

ou pelas soluções estéticas que preconizam, como acontece com o manifesto<br />

número de artistas que trabalham a fotografia ou recorrem, pela autorrepresentação,<br />

à performatividade do próprio corpo como instrumento direto ou<br />

suporte do ato criativo.<br />

Álvaro Lapa<br />

Que horas são que horas, 1975 | acrílico / contraplacado | 58,5x82 cm


Para além da componente visual, sobressai a derivação de obras de artistas que,<br />

deixando de estar presos à opticalidade, convocam, a partir de outros campos<br />

de possibilidades e de sentidos, uma forte carga sinestésica, reivindicada na explícita<br />

contaminação que as obras realizam entre si no espaço arquitetónico.<br />

Exemplo disso são as resultantes de uma vertente mais experiencial e experimental,<br />

reconfiguradas por vezes a partir do cruzamento de géneros ou resultantes<br />

do recurso a dispositivos como o som, a palavra escrita ou falada, o movimento,<br />

a luz ou até mesmo aos mais inusitados materiais ou pouco usuais na<br />

tradição artística.<br />

Pretexto para uma reflexão em torno das inúmeras questões que a arte do nosso<br />

tempo mantém em aberto, a presente exposição não deixará de preconizar e<br />

interpelar, num diálogo permeável e articulado, a experiência subjetiva do<br />

espectador, intercetada pela perceção das mais inesperadas experiências sensoriais.<br />

Integrada num programa de itinerâncias já realizadas em várias cidades do país,<br />

a mostra que agora se apresenta no CACGM, em Bragança, representa, até ao<br />

momento, o maior núcleo de obras da coleção, um total de 45, algumas exibidas<br />

pela primeira vez pela Fundação <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong>.<br />

Adscreve-se ainda, no catálogo que a documenta, em jeito de roteiro, uma<br />

sumária exegese sobre as obras e cada um dos 33 artistas aqui representados,<br />

optando-se, neste caso, por seguir uma ordem cronológica geracional:<br />

Com uma carreira artística iniciada tardiamente, Joaquim Rodrigo (Lisboa,<br />

1912 - 1996), pintor autodidata, introduz, a partir da década de 60, uma forte<br />

componente neofigurativa na sua pintura, alicerçada em representações de<br />

forma propositadamente simples, sobre fundos uniformes, de que é exemplo<br />

a obra Sem Título, de 1962. Dispostas em esquemas que traduzem narrativas<br />

indecifráveis, onde o contexto político e social se mistura com as memórias pessoais,<br />

o seu vocabulário pictórico, muito próximo do signo puro, passa a obedecer<br />

a regras próprias como o recurso a uma paleta de cores muito reduzida.<br />

As duas obras de Lourdes Castro, (Funchal, 1930) expressivas do trabalho<br />

que realiza no início da década de 1960, sublinham, numa aproximação aos<br />

princípios da assemblage (contextualizados pelo Novo Realismo), a condição<br />

supérflua dos objetos de uso quotidiano, que agrupa arbitrariamente para depois<br />

diluir e dissimular a partir do recurso à uniformização através da coloração<br />

monocromática da tinta de alumínio.<br />

Ana Vieira<br />

Pronomes, 2001 | Instalação sonora, feltro preto, estrutura em ferro (11 peças) | 165x120x70 cm


Ângelo de Sousa<br />

C-2-2-Q, 1998 | Acrílico s/ tela | 170x170 cm<br />

Ângelo de Sousa<br />

Cruz vermelha 4, 1998 | Acrílico s/ tela | 90x90 cm


António Palolo<br />

Sem título, 1997-1998 | acrílico / tela | 194x162 cm<br />

Ao mesmo tempo desmaterializa-os, evocando-os a partir da projeção da sua<br />

sombra, matéria de eleição no seu trabalho, retendo deles apenas a imagem<br />

aurática e essencial da sua condição de objeto.<br />

Artistas como Helena Almeida, (Lisboa, 1934) que rompem a partir dos anos 70<br />

com os métodos e disciplinas tradicionais e lidam com os grandes movimentos<br />

artísticos internacionais, adota a fotografia como medium privilegiado da sua<br />

obra, com o qual cruza outras áreas de expressão. Estudo para um enriquecimento<br />

interior, de 1977-1988, é paradigmático do trabalho da artista, série que<br />

tem por base uma sucessão de movimentos performativos em que utiliza o<br />

próprio corpo como elemento de mediação, que dissimula ou oculta através de<br />

uma mancha de cor azul que insinua movimento e sequencialidade.<br />

Com um trabalho particularmente intenso na área do desenho, Joaquim Bravo<br />

(Évora, 1935 – 1990, Lagos) sente a necessidade de o transferir para a tela. Os<br />

traços rápidos e bruscos, de composição ligeiramente abstrata, e a dinâmica do<br />

gesto, são, a par das suas referências da vanguarda internacional, matriz reguladora<br />

do seu trabalho. No início da década de 1980, de que são modelo as duas<br />

obras em exposição, a pintura de Joaquim Bravo assume a consolidação do seu<br />

vocabulário pessoal, mais intuitivo e poético, reivindicando a essencialidade comunicativa,<br />

sem metáforas nem narrativas.<br />

Os caracteres que titulam as obras PTGL e TLCM, ambas da série Alfabeto Latino<br />

e Grego que João Vieira (Vidago, 1936 – 2009, Lisboa) apresentara em 2000, são,<br />

como o corpo, o objeto dos exercícios picturais em torno dos quais desenvolveu<br />

uma carreira com mais de cinco décadas. A partir das mais diversas representações<br />

pictóricas e matéricas, chegando a converter as letras em protagonistas<br />

de ações performativas, João Vieira recorreu também ao plexiglas colorido para<br />

uma série de trabalhos onde os carateres, sem perderem o seu pendor de signo<br />

linguístico, se transformam simultaneamente em matéria pictórica.<br />

A literatura e a filosofia são presenças fortes no trabalho de Álvaro Lapa (Évora,<br />

1939 - 2006, Porto). A obra Que horas são que horas, de 1975, uma das séries<br />

apresentadas nesse mesmo ano na galeria Buchholz, em Lisboa, organiza-se a<br />

partir de um complexo sistema de signos e formas, onde a pintura e a escrita se<br />

coligam para dar corpo a campos tão ininteligíveis como secretos e particulares,<br />

elementos estruturantes de uma obra de forte pendor autobiográfico.<br />

Jorge Martins (Lisboa, 1940) desenvolve continuamente a sua obra, num cruzamento<br />

entre as disciplinas do desenho e da pintura, em torno das possibilidades<br />

da representação da luz; elemento que usa não só como meio para a<br />

perceção das formas, mas ele próprio tornado objeto de representação.


Cristina Lamas<br />

Sem título, 2004 | Esferográfica sobre papel | 100x70 cm<br />

Maioritariamente inscritos numa dimensão abstrata, especialmente a partir<br />

da década de 1980, os desenhos são também reveladores da apropriação de<br />

incontáveis referentes do quotidiano, ou da reinvenção de espaços, quase<br />

sempre pautados por efeitos ilusórios que resultam dessa virtuosa manipulação<br />

da luz.<br />

A mistura e a diversidade de géneros, perentória no trabalho de Ana Vieira,<br />

(Coimbra, 1940) nomeadamente nas suas instalações, reflete-se em Pronomes,<br />

um projeto de índole cenográfico de 2001, que se dispersa a partir de vários objetos,<br />

neste caso 11 capotes negros tradicionais de S. Miguel, ilha onde cresceu,<br />

e da incorporação de dispositivos sonoros. Herdeira de linguagens artísticas<br />

como o esvaziamento e a desmaterialização da imagem dos objetos ou figuras<br />

tão presente em Lourdes Castro, o seu trabalho acompanhou sempre de perto<br />

os novos paradigmas internacionais dos finais da década de 1960.<br />

Tendo abandonado a partir dos anos 80 o trabalho em aguarela e as figurações<br />

explícitas de densa narratividade e humor corrosivo, próximos da banda desenhada<br />

e de notória influência da Pop inglesa, Eduardo Batarda (Coimbra, 1943) retoma<br />

o trabalho a partir do acrílico, onde dominam a profusão de linhas horizontais,<br />

verticais e elípticas. As obras GK e Majora, ambas de 2004, correspondem<br />

a uma nova fase criativa de Batarda, cujas linhas se estendem a manchas<br />

abstratas e de onde sobressai, a partir do recurso a duas cores uniformes, a clara<br />

distinção entre fundo e forma.<br />

Vinculado a questões de autorrepresentação e da fotografia a preto e branco<br />

é também o trabalho de Jorge Molder, (Lisboa, 1947) aqui representado por<br />

uma obra de 1995, da série Inox. O artista constrói e equaciona a partir do recurso<br />

ao próprio corpo ou rosto, figuras ficcionadas, por vezes de aparência espectral,<br />

que, pela teia de relações que convocam e pela seriação, lhe conferem<br />

um cariz cinematográfico, mas que declinam qualquer estrutura narrativa.<br />

Próximos do conceptualismo e do pós-minimalismo são os trabalhos de<br />

Fernando Calhau (Lisboa, 1948 – 2002) onde, para além da fotografia, o desenho<br />

e o vídeo, explorou suportes muito variados como o néon, o acrílico e a<br />

chapa de ferro, dispositivos a quem sempre agregou a seriação monocromática<br />

e uma grande depuração formal, de que são exemplo as obras #49, de 1991 e<br />

#50, de 1988, aqui apresentadas.


Augusto Alves da Silva<br />

Série abrigo, 1999 | Ilfochrome (1/5) | 41 x 50 cm<br />

Augusto Alves da Silva<br />

Série abrigo, 1999 | Ilfochrome (1/5) | 41 x 50 cm


Eduardo Batarda<br />

Majora, 2004 | acrílico / papel | 40x30 cm<br />

Eduardo Batarda<br />

GK, 2004 | acrílico / papel | 40x30 cm


Fernando Brito<br />

CF08, 1988/97 | Fórmica contraplacado | 100x100x2,5 cm<br />

Fernando Brito<br />

CF12, 1988/97 | Fórmica contraplacado | 100x100x2,5 cm


Fernando Brito<br />

Sem título 1993 | Material Lego | 216x64,8x64,8 cm<br />

Fernando Brito<br />

Bycicle wheel remade, 2001 | alumínio sobre suporte de madeira | 150x57x32 cm


Fernando Calhau<br />

#49, 1991 | Carvão s/ papel | 100x70 cm<br />

Fernando Calhau<br />

#50, 1988 | Acrilico s/ tela e aço | 51x200 cm


Gerardo Burmester<br />

Sem título, 1991-1999 | madeira e couro | 60x60x10 cm<br />

Júlia Ventura (Lisboa, 1952) é também uma artista que, a par da pintura, organiza<br />

a sua obra a partir da seriação metódica de fotografias e da autorrepresentação.<br />

A teatralidade que infere a cada imagem, como se de pequenas ficções<br />

se tratasse, representando estados de espírito, impede, por outro lado, o espectador<br />

de acreditar na ingenuidade das emoções que regista. Às fotografias do seu<br />

rosto integra elementos como rosas, estereótipos do amor e do feminino, como<br />

na obra da série Geometrical reconstructions and figures with roses, de 1987.<br />

A obra de Gerardo Burmester (Porto, 1953), artista que faz uso de linguagens<br />

tão diversas como a performance, a pintura, a escultura, o desenho e a instalação,<br />

dá corpo à sensual utilização de materiais como o couro laminado e a madeira.<br />

Num claro exercício de sedução e utopia, as suas pinturas assumem a dimensão<br />

de “objetos-quadro”, cuja presença explícita da moldura lhe intensifica<br />

esse estatuto, aparentando-os, de algum modo, com a condição doméstica<br />

de mobiliário luxuoso.<br />

O trabalho, Sem Título, 1997/98, de António Palolo (Évora, 1956 – 2000, Lisboa),<br />

artista que desenvolveu a sua obra em consonância com as estéticas<br />

então dominantes no contexto artístico internacional - nomeadamente a Pop<br />

Art, o informalismo, o hard-edge ou a arte conceptual - corresponde ao período<br />

em que, tendo abandonado a figuração, produzia campos de cor a partir da<br />

utilização de bandas de rigorosa definição geométrica.<br />

Rita Barros (Lisboa, 1957) trabalha e vive há cerca de 30 anos em Nova Iorque<br />

no famoso Hotel Chelsea, um lugar de referência, de passagem e de criação de<br />

algumas das obras mais conhecidas de grandes nomes da cultura internacional,<br />

entre eles Andy Warhol que aí realizou o seu primeiro filme experimental,<br />

Chelsea Girls, primeiro grande sucesso deste artista Pop e uma referência do<br />

cinema experimental. O hotel foi vendido e entrou em obras em 2001, mas Rita<br />

Barros, como muitos artistas, continuaram a habitar o espaço, resultando daí o<br />

seu trabalho fotográfico Dispplacement2, de que fazem parte o Autorretrato:<br />

fifteen years; Chelsea Hotel, de 2000.<br />

Com uma criação artística muito diversificada, erigida a partir de meios tão diversos<br />

como a pintura, o desenho, a banda desenhada, o vídeo e a escultura,<br />

Fernando Brito (Pampilhosa da Serra, 1957) tem-se arredado, por vontade<br />

própria, dos circuitos expositivos nacionais. Aqui representado por quatro obras,<br />

entre elas Bicycle Well Remade, de 2001, consentânea do primeiro ready-made<br />

de Marcel Duchamp, e do diálogo que o artista matinha com as vanguardas do<br />

século XX, a que introduz, simultaneamente, elementos de irrisão.


Helena Almeida<br />

Estudo para um enriquecimento interior, 1977-1978 | 6 fotografias PB e acrílico | 52x42 cm cada<br />

Agindo a partir da máxima simplificação das formas, as duas pinturas de<br />

Ângelo de Sousa, (Maputo, 1958 - 2011, Porto) ambas de 1998, atestam a<br />

progressiva libertação da representação figural que marcou o seu trabalho da<br />

década de 1960, construindo a partir de linhas, geometrizadas e subtis que se<br />

cruzam, a projeção volumétrica dos planos. Numa aparente monocromia, mas<br />

repleta de nuances cromáticas, e na máxima depuração formal, as suas telas<br />

denunciam, a par da serialidade e da repetição, o crescente caráter minimal que<br />

pautou a sua obra.<br />

Com uma linguagem plástica de acentuado cromatismo, no trabalho de Xana<br />

(Lisboa, 1959) cruzam-se a pintura, o objeto e a instalação. Como em Lar doce<br />

lar - no quarto 2, uma obra de 1994, da exposição com o mesmo título que<br />

realiza no Centro Cultural de Belém, a sua pintura, onde importa a ilusão das<br />

formas, assume, por vezes, a dimensão de pintura-escultura, evocada a partir<br />

de estruturas tendencialmente padronizadas e recortadas, que, não obstante,<br />

sendo aparentemente abstrata, radica grandemente no real.<br />

A figuração metamórfica e ornamental do talentoso desenho de Pedro<br />

Proença (Angola, 1962) é construída ao sabor da imaginação, em narrativas<br />

non-sense. Da mistura de elementos, por vezes de pendor barroco, sejam formas<br />

humanas, vegetais e animais, Pedro Proença faz nascer depois outras que<br />

desdobra, fragmenta e expande em várias direções, conferindo-lhes múltiplas<br />

possibilidades de leitura.<br />

Associados a “um forte sentido lúdico da provocação e uma clara intenção de<br />

comentário irónico à atualidade artística”, (2) estão os Explicadismos de Pedro<br />

<strong>Portugal</strong> (Castelo Branco, 1963), obras que patenteiam o sistema de referenciais<br />

citados da banda desenhada, realizados a partir do recurso a um minucioso<br />

trabalho de composição, com os quais explicita os seus comentários críticos<br />

de pendor social, artístico e político; temas que estende a outras áreas da<br />

sua multifacetada obra.<br />

As duas paisagens naturais da série Abrigo, de 1999, de Augusto Alves da Silva<br />

(Lisboa, 1963) assemelham-se num primeiro olhar a meros “postais ilustrados”<br />

de uma qualquer paisagem de inverno, silenciosa, isenta de presença humana,<br />

que parecem resultar de um simples disparo automático. Mas o aturado rigor<br />

técnico, o cuidado tratamento da luz e o enquadramento dos planos contrariam<br />

de imediato essa primeira impressão sobre o trabalho de um dos mais importantes<br />

artistas portugueses da década de 1990. No seu trabalho fotográfico, principal<br />

meio, mas não único, onde aborda mais diversos temas, sempre numa linha sociológica,<br />

o excecional não surge de imediato, tem de ser demoradamente procurado.


João Pedro Vale<br />

Please don’t go!, 1999 | 5000 pastilhas elásticas com aroma de morango sobre alcatifa | 230x230 cm<br />

Alice Geirinhas (Évora, 1964) tem-se dedicado de modo muito particular à<br />

ilustração. Com uma linguagem gráfica muito peculiar, Geirinhas tem vindo<br />

a arquitetar a sua obra a partir de um amplo retrato sociológico do nosso país,<br />

refletindo sobre temas tão diversos como o papel da mulher, a família, sociedade<br />

ou mesmo da esfera política e cultural, incutindo-lhe por vezes a sátira e o humor,<br />

como em Maria do Carmo, de 1999, um peculiar e caricato retrato sobre a<br />

emigração portuguesa das décadas de 60 e 70.<br />

Tendo trabalhado anteriormente como repórter fotográfico e na primeira fase<br />

da sua carreira artística em dupla com João Louro, João Tabarra (Lisboa, 1966)<br />

utiliza a fotografia como instrumento predominante da sua obra criativa. O seu<br />

percurso a solo inicia-se precisamente com obras como João Ponte Diniz “pilha<br />

elétrica”, campeão de mínimos amadores boxe, 1943 e sting, de 1993-1994,<br />

onde, com um humor e uma ironia muito peculiares, constrói, a partir do plano<br />

social, encenações ambíguas e até desajustadas, cruzando o realismo fotográfico<br />

com cenários idílicos e irreais, capazes de estabelecer uma ligação entre<br />

o plano estético da arte e a condição humana.<br />

Na série de fotografias L`Art de Vivre (portrait), / ken c`est moi, Barbie c`est moi,<br />

Action man c`est moi, de 1997/98, Paulo Mendes (Lisboa, 1966)) mascara-se<br />

de brinquedo de plástico, simulando figuras como a do Ken, a Barbie e o Action<br />

Man, estereótipos de beleza e de outros ideais americanos, que veio a utilizar<br />

em vários projetos artísticos. Como um ator, veste a figura desses brinquedos<br />

ou das várias personagens que os próprios assumem, como a do soldado da<br />

ONU, com o intuito de criticar a ascendência que esses objetos, aparentemente<br />

inocentes, protagonizam na atual sociedade de consumo.<br />

A instalação sonora de Miguel Leal (Porto, 1967) Words that are strictly true<br />

seem to be paradoxical (remix), de 2001, resultante da reinterpretação e remistura<br />

de materiais utilizados numa peça anterior, reivindica não só uma relação<br />

com espaço, mas também o envolvimento físico do espectador. Oito calotes<br />

de acrílico colorido e sonorizados, suspensos do teto, projetam, a partir de 16<br />

altifalantes, a conversa entre um homem (Bruce) e uma mulher (Victoria); um<br />

diálogo baseado em textos clássicos do taoismo, sobre o “elogio da aleatoriedade<br />

e o desejo da contradição”. Os mais diversos dispositivos tecnológicos que vêm<br />

regendo e mediando, desde o início dos anos 90, o trabalho de Miguel Leal,<br />

reforçam este contínuo questionamento ente a relação da Arte e os processos<br />

sociais que, hoje, lhe dão visibilidade.


João Tabarra<br />

João Ponte Diniz “pilha eléctrica” campeão de mínimos amadores boxe, 1943 e Sting, 1993-1994 | fotografia a cores (tiragem única)<br />

| 4 módulos 174x53 cm | 2 módulos 174x103 cm<br />

O trabalho de Cristina Lamas (Lisboa, 1968) tem-se desenvolvido ao longo de<br />

vários anos em torno das potencialidades do desenho. O intricado de linhas<br />

com que constrói, a esferográfica, a obra Sem título, de 2004, traduzida em<br />

sucessivos planos de grelhas de distintas cores, reflete o rigor sistemático do<br />

fazer. Alimentado por incontáveis fontes, dos filmes às viagens, os desenhos de<br />

Cristina Lamas são concebidos a partir de um moroso e obsessivo trabalho de<br />

artífice, onde sobressai a questão do detalhe.<br />

A atividade artística de Pedro Cabral Santo (Lisboa, 1968) abrange as áreas da<br />

escultura, da instalação e do vídeo, estabelecendo entre elas as mais diversas<br />

relações e combinações de meios técnicos, de modo a possibilitar que cada<br />

trabalho possa convocar múltiplas leituras, imprimindo-lhe, por vezes, uma<br />

forte componente crítica e de questionamento dos valores políticos e sociais<br />

da nossa contemporaneidade, como o poder e a identidade. A partir da obra<br />

Deep Blue, de 1999, Pedro Cabral Santo personifica no lápis de luz, de cor azul, a<br />

metáfora, sem rosto, mas precisa, que foi a censura à liberdade do Estado Novo.<br />

O percurso pictórico de Rui Serra (Elvas, 1970) é vincado por temas sobre a<br />

realidade política dos nossos dias, abordando questões como a guerra à escala<br />

da globalização ou as diversas formas de violência, utilizando técnicas de<br />

representação originárias do graffiti e das imagens reproduzidas pelos meios<br />

de comunicação social. Em obras como o díptico XIº Mandamento – admitir<br />

sempre o erro, de 1996, da série Dez Novos Mandamentos Visuais, Rui Serra<br />

retrata uma catástrofe nuclear a partir da simultânea citação da obra do pintor<br />

norte-americano Barnet Newman Who’s Afraid of Red, Yellow and Blue III.<br />

Vencedor do prémio BES Photo, em 2007, o trabalho de Miguel Soares (Braga,<br />

1970) radica em zonas tão diversas como o design, a videoarte, a instalação<br />

multimédia, a animação a 3D, a manipulação de jogos de computador ou a<br />

música eletrónica. A sua obra revela, por isso, um grande fascínio pelas inovações<br />

tecnológicas, a ficção científica ou as utopias futuristas. A fotografia surge<br />

na sua prática discursiva essencialmente como prolongamento dos vídeos<br />

de animação digital, meio através do qual apropria, cristaliza e manipula as<br />

paisagens virtuais ou pormenores dos seus filmes.<br />

Licenciado em Matemática Pura, em Dublin, Sancho Silva (Lisboa, 1973) é um<br />

dos artistas da nova geração que abordam a questão da problematização da<br />

perceção do espaço a partir de um lugar e de distintos pontos de vista, recorrendo<br />

à utilização dos mais variados dispositivos, como periscópios ou monumentais<br />

estruturas que transformam o espaço e desafiam o espetador a experienciar.


A ação do espectador é igualmente convocada pela obra Um anjo suburbano<br />

que subsiste como um paradoxo, de 1997, cuja aproximação ativará um dispositivo<br />

de movimento, que fará depois a arquitetura vibrar.<br />

Martinha Maia (São Mamede do Coronado, 1976) faz particular uso do desenho,<br />

onde intensifica o negro através de sucessivas camadas para atingir a<br />

máxima profundidade, propondo um diálogo/confronto entre planos de vazio<br />

e a saturação. Mas Martinha Maia trabalha outras linguagens como a performance,<br />

de que é exemplo a obra Fato, utilizado em setembro de 2004 na série<br />

de ações performativas que realiza na Galeria Municipal da Mitra, aqui documentada<br />

através de um vídeo.<br />

Capaz de provocar um forte apelo sensorial, a obra de João Pedro Vale (Lisboa,<br />

1976) Please, don`t Go!, de 1999, cujo título se inscreve em alto-relevo na própria<br />

peça, é também paradigmática do trabalho de acentuada matriz escultórica<br />

que vem desenvolvendo. A par do recurso a signos e objetos do quotidiano ou<br />

a materiais insólitos e inesperados, como é o tapete concebido a partir de 5.000<br />

pastilhas elásticas com aroma de morango, João Pedro Vale explora também a<br />

relação entre o objeto e o texto, integrando-lhe frases curtas e simples que não<br />

só interpelam diretamente o espectador, como conferem, como armadilhas,<br />

outras significações que se furtam à fisicalidade da obra.<br />

A par da prática de uma pintura reducionista, a obra de João Vilhena (Lisboa,<br />

1978) desenvolve-se a partir da fotografia, onde as referências à cultura literária<br />

e ao universo cinematográfico são uma constante.<br />

Partindo de fotografias tratadas digitalmente, Vilhena apropria-se de frammes<br />

de filmes e séries americanas, procurando importar para os dias de hoje cenas<br />

da “vida quase perfeita”. A obra Untitled JV, de 2002, ano em que realiza a sua 1ª<br />

exposição individual, centra-se num outro universo do seu trabalho: a representação<br />

de si mesmo em registos de encenação e teatralização.<br />

(1) - As obras que integram a Coleção de Arte Contemporânea da <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong> foram selecionadas<br />

por Marina Bairrão Ruivo e Pedro <strong>Portugal</strong> entre 1997 e 2004.<br />

(2) - Alexandre Melo – Arte e Artistas em <strong>Portugal</strong>, Lisboa: Bertrand Editora, 2007, p.70


João Vieira<br />

PTGL, 1999 | elementos recortados em vidro acrílico | 80x80 cm<br />

João Vieira<br />

TLCM, 1999 | elementos recortados em vidro acrílico | 80x80 cm


João Vilhena<br />

Untitled JV,2002 | Lambda print, 2/3 | 240x125 cm<br />

Joaquim Rodrigo<br />

Sem título, 1962 | óleo / tela | 73x92 cm


Joaquim Bravo<br />

Sem título, 1987 | Acrílico s/ papel | 36x53 cm<br />

Joaquim Bravo<br />

Sem título., 1980/1990 | Acrílico s/ papel | 50x70 cm


Jorge Martins<br />

Sem título, 1979 | Grafite s/ papel | 103x66 cm<br />

Jorge Molder<br />

Sem título - série INOX (refª JMO12), 1995 | fotografia PB 3/3 | 102x102 cm


Júlia Ventura<br />

Da série “Geometrical reconstructions and figures with roses (nº5)” 2/2, 1987 | cibachrome / plexiglas | 75x107 cm<br />

Martinha Maia<br />

Fato, 2004 | REF: M.M. 08/10-04


Lourdes Castro<br />

Travessa oval, 1962 | colagem e objetos pintados de alumínio | 36x25x8 cm<br />

Lourdes Castro<br />

Figuras, objetos, fundo prateado, 1963 | tinta / platex | 44x60 cm


Miguel Leal<br />

Words that are stricty true seen to be paradoxical (remix), 2001 | 8 caixas em plexiglas colorido, 16 colunas de som, ferro roscado e 4CDs áudio,<br />

loop sonoro total 4, 33<br />

Miguel Soares<br />

Sem título (M)/(Mansion)/(Psi)/(QW)/(HG), 1998 | 5 caixas de luz em alumínio | 30x42x15 cm


Paulo Mendes<br />

L’Arte de Vivre (portrait), / ken c’est moi, Barbie c’est moi, Action man c’est moi, 1997/98 | Fotografia a cores, 12 partes, 4 fotos cada personagem |<br />

39,5x29,5 cm cada<br />

Pedro Cabral Santo<br />

Deep Blue, 1999 | materiais diversos | dimensões variáveis


Pedro <strong>Portugal</strong><br />

Explicadismo 1, 2004 | Acrílico e tinta-da-china s/ papel | 77x65 cm<br />

Pedro <strong>Portugal</strong><br />

Explicadismo 3, 2004 | Acrílico e tinta-da-china s/ papel | 62x75 cm


Pedro Proença<br />

Sem título, 1994 | tinta da china / papel | 150x100 cm<br />

Pedro Proença<br />

Unacceptable Truth, 1994 | tinta da china / papel | 150x100 cm


Rita Barros<br />

Auto retrato: fifteen years; Chelsea Hotel, 2000 | C print Edição de 15 | 40x50 cm<br />

Rui Serra<br />

XIº Mandamento – admitir sempre o erro, 1996 | Acrílico s/ tela | 195x420 cm


Sancho Silva<br />

Um anjo suburbano que subsiste como um paradoxo, 1997 | Ferro, motor elétrico, sensor de movimento<br />

Xana<br />

Lar doce lar – no quarto 2, 1994 | Acrílico, MDF | 183x275x4 cm


Agradecimentos<br />

As pastilhas elásticas<br />

de sabor a morango que integram a obra<br />

de João Pedro Vale - “Please don’t go!”, foram gentilmente oferecidas pela Kraft Foods.


Ficha técnica da exposição<br />

Comissário<br />

Jorge da Costa I CACGM<br />

Curadoria e gestão da Coleção de Arte Contemporânea da <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong><br />

Mónica Constantino | FPT<br />

Coordenação e Produção<br />

Jorge da Costa I CACGM<br />

Mónica Constantino | FPT<br />

Serviço Educativo<br />

Cláudia Pinto I Susana Pires | Carlos Martins I CACGM<br />

Montagem<br />

Paulo Ferreira I José Araújo I CMB<br />

Design Gráfico<br />

Direção de Comunicação e Imagem Corporativa<br />

da <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong><br />

Imagem da capa<br />

Exposição “Muros de Abrigo”<br />

Crédito fotográfico Paulo Costa.<br />

Tiragem<br />

500 Exemplares<br />

Edição<br />

Câmara Municipal de Bragança<br />

Fundação <strong>Portugal</strong> <strong>Telecom</strong>, 2013<br />

ISBN<br />

978-989-8344-21-2<br />

Depósito Legal<br />

???????<br />

Os textos foram escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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