Arquivo 3: Caracterização â (Download â PDF) - Fundação Florestal
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Plano de Manejo - Parque Estadual do Aguapeí Encarte 3<br />
3.3. CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES BIÓTICOS<br />
3.3.1. VEGETAÇÃO<br />
O Parque Estadual do Rio Aguapeí localiza-se em região ocidental do Estado<br />
de São Paulo e, segundo a classificação adotada pelo IBGE (VELOSO et al. 1991),<br />
a vegetação original da região corresponde ao tipo floresta estacional<br />
semidecidual, um dos sub-tipos do domínio da Mata Atlântica ou Domínio<br />
Morfoclimático Atlântico (AB' SABER, 1977).<br />
Este tipo florestal já recebeu outras denominações, como: floresta latifoliada<br />
da bacia do Paraná-Uruguai (VELOSO, 1962), mata atlântica de interior<br />
(RIZZINI, 1979), floresta latifoliada semicaducifólica (LEITÃO FILHO, 1982),<br />
floresta tropical latifoliada mesofítica perenifólia de terra firme (EITEN, 1983),<br />
floresta mesófila semidecídua (MARTINS, 1991, adaptado de RIZZINI, 1963).<br />
O bioma da Mata Atlântica ocupava originalmente 1,5 milhões de km 2<br />
(Fundação SOS Mata Atlântica & INPE 2001). Atualmente restam apenas cerca<br />
de 7% de área original, representada por fragmentos no litoral e remanescentes<br />
isolados no interior do Brasil (Ministério do Meio Ambiente 1999, Gascon et al.<br />
2000, Myers et al. 2000). A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais<br />
ricas em biodiversidade de plantas; apresenta uma flora altamente ameaçada e<br />
com alto grau de endemismo e por esta razão considerada um “hotspot” para a<br />
conservação da biodiversidade mundial (Myers et al. 2000). A riqueza e<br />
diversidade vegetais locais são elevadas (César & Leitão Filho 1990, Tabanez &<br />
Viana 2000, Silva-Júnior et al. 2004), além do mais, há grande variação florística<br />
ao longo de sua área de distribuição, que contribui para a elevada diversidade<br />
encontrada no bioma (Oliveira-Filho & Fontes 2000).<br />
Apesar da Mata Atlântica ser hoje protegida por lei (Código <strong>Florestal</strong> ou Lei<br />
nº. 4771 de setembro de 1965 e Decreto Federal nº. 750 de fevereiro de 1993),<br />
inúmeras atividades agrícolas e industriais são ainda desenvolvidas na sua área<br />
de ocorrência, tendo efeitos diretos e indiretos sobre a flora e fauna.<br />
Devido à intensa exploração a Mata Atlântica encontra-se hoje muito<br />
fragmentada, com fragmentos pequenos e isolados na paisagem,<br />
particularmente no interior do Brasil (Morellato & Haddad 2000, Silva & Tabarelli<br />
2000, Tabanez &Viana 2000). Estes fragmentos apresentam intensas alterações<br />
abióticas, levando às mudanças na estrutura e composição florística e<br />
comprometendo a estabilidade e o estabelecimento de populações de plantas<br />
(Oliveira-Filho et al 1997, Silva & Tabarelli 2000, Silva Júnior et al. 2004). No<br />
entanto, estes fragmentos assumem um importante papel ecológico, por atuar<br />
como corredores ecológicos para a flora e a fauna e garantir o fluxo genético de<br />
certos organismos entre fragmentos, além manter espécies representativas da<br />
heterogeneidade biótica do bioma (Machado & Fonseca 2000, Strier 2000,<br />
Tabanez &Viana 2000).<br />
Análise do Parque Estadual do Aguapeí 79