programas da qualidade e melhoria das operações em ... - Alka
programas da qualidade e melhoria das operações em ... - Alka
programas da qualidade e melhoria das operações em ... - Alka
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
PROGRAMAS DA QUALIDADE E MELHORIA DAS<br />
OPERAÇÕES EM LABORATÓRIOS<br />
DE ANÁLISES CLÍNICAS<br />
Dário Henrique Alliprandini<br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de São Carlos - Departº de Engenharia de Produção - PPG<br />
C.P. 676 - CEP 13565905 - São Carlos - SP<br />
Mário Eduardo Mieto Domingues<br />
Universi<strong>da</strong>de Federal de São Carlos - Departº de Engenharia de Produção - PPG<br />
C.P. 676 - CEP 13565905 - São Carlos - SP<br />
RESUMO<br />
This paper describes how clinical laboratories have improved their operations by a<br />
quality programme. It outlines some considerations about the mechanism that these<br />
companies have been adopted a quality programme. Three laboratories, that have<br />
a running quality programmes, were include in the research and the desired<br />
characteristics of a potencial method to fulfill the need of a reference qualty model<br />
for this kind of companies were indentified. Finally, some futher considerations are<br />
presented.<br />
Palavras chaves: Quality programmes; Service operations;<br />
Continuous improv<strong>em</strong>ent<br />
1. PROGRAMAS DA QUALIDADE EM LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />
Os laboratórios clínicos parec<strong>em</strong> ser um tipo de <strong>em</strong>presa interessante para se impl<strong>em</strong>entar<br />
<strong>programas</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, já que muitas técnicas propostas pela quali<strong>da</strong>de total já v<strong>em</strong> sendo<br />
utiliza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> laboratórios, principalmente as relaciona<strong>da</strong>s com a garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />
(McLaughlin & Kaluzny, 1994).<br />
O resultado do serviço prestado por esse tipo de <strong>em</strong>presa é comparado com controles<br />
externos e internos, procurando verificar probl<strong>em</strong>as e gerar soluções. Dessa forma as<br />
oportuni<strong>da</strong>des de <strong>melhoria</strong> tornam-se mais visíveis e pode-se aprimorar ca<strong>da</strong> vez mais a<br />
precisão dos resultados de diferentes técnicas que são <strong>em</strong>prega<strong>da</strong>s, transmitindo aos<br />
usuários uma confiança no serviço prestado. Realmente, a aplicação <strong>da</strong> sist<strong>em</strong>ática de<br />
<strong>melhoria</strong> contínua <strong>em</strong> ambientes de prestação de serviços de saúde mostrou-se bastante<br />
eficiente e eficaz, como relatado por Berwick (1989) e Scheckler (1992),<br />
O uso do resultado dos exames realizados nos laboratórios é um fator determinante na<br />
estruturação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des relaciona<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong>de. Um resultado não confiável pode<br />
gerar uma insatisfação ao cliente de tal grandeza que qualquer atributo adicional que<br />
acompanha o serviço - como instalações, cortesia, preços, facili<strong>da</strong>des, etc - não pode<br />
compensar.<br />
Assim, pensando-se <strong>em</strong> um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de para os laboratórios clínicos o princípio<br />
“satisfação total do cliente” deve ser tratado de forma estratifica<strong>da</strong>, determinando-se as
priori<strong>da</strong>des que dev<strong>em</strong> ser atendi<strong>da</strong>s no serviço. A partir disso, os processos dev<strong>em</strong> ser<br />
analisados e avaliados <strong>em</strong> relação às essas priori<strong>da</strong>des, determinando as ativi<strong>da</strong>des e ações a<br />
ser<strong>em</strong> incorpora<strong>da</strong>s a um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />
As técnicas a ser<strong>em</strong> adota<strong>da</strong>s são as mesmas já consagra<strong>da</strong>s no ambiente industrial, pois sua<br />
concepção básica não requer alterações, mas sim uma capaci<strong>da</strong>de de discernimento sobre as<br />
características inerentes ao setor <strong>em</strong> questão (Berwick; Godfrey & Roessner, 1990).<br />
2. OBJETIVOS E MÉTODO<br />
O objetivo deste trabalho é contribuir para responder as seguintes questões: como os<br />
laboratórios de análises clínicas estão incorporando <strong>programas</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> suas<br />
ativi<strong>da</strong>des? Como acontece a <strong>melhoria</strong> dos processos dentro dos <strong>programas</strong>? Além disso, o<br />
trabalho está sendo conduzido de forma a permitir a identificação de características que<br />
servirão de requisitos para a proposição de um modelo de referência para a estruturação de<br />
<strong>programas</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de neste tipo de <strong>em</strong>presa.<br />
A pesquisa está dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> duas fases. A primeira consiste na realização de um estudo<br />
exploratório <strong>em</strong> três laboratórios que possu<strong>em</strong> um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> an<strong>da</strong>mento.<br />
Por meio desse estudo pode-se responder às questões cita<strong>da</strong>s e iniciar o entendimento <strong>da</strong><br />
aplicação de <strong>programas</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> laboratórios de análises clínicas. Esta fase será a<br />
base para a geração de hipóteses a ser<strong>em</strong> testa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> estudos futuros, b<strong>em</strong> como fonte para<br />
o reconhecimento de características que permitirá a determinação de requisitos para a<br />
elaboração do modelo de referência a ser proposto.<br />
3. COMO OS LABORATÓRIOS ADOTAM PROGRAMAS DA QUALIDADE ?<br />
A palavra quali<strong>da</strong>de parecer ser defendi<strong>da</strong> pelos responsáveis dos laboratórios clínicos<br />
como sendo fun<strong>da</strong>mental, ou seja, como um atributo necessário de seus serviços. Porém,<br />
in<strong>da</strong>gando a diferentes profissionais do setor, o entendimento do que significa um programa<br />
<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de é interpretado como sendo a estruturação de um laboratório com<br />
equipamentos modernos e sofisticados, instrumentos precisos para realização de exames e<br />
instalações adequa<strong>da</strong>s. Isto é, o conhecimento do significado e dos benefícios de um<br />
programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de só são conhecidos dos laboratórios considerados líderes <strong>em</strong> sua<br />
região de atuação.<br />
A quanti<strong>da</strong>de de laboratórios clínicos <strong>em</strong> uma região geográfica pode ser considera<strong>da</strong><br />
grande, principalmente devido ao caráter liberal dos profissionais que atuam no setor. Isso<br />
proporciona que somente poucos possuam uma estrutura de porte que possa suportar e<br />
realmente maximizar os benefícios <strong>da</strong> implantação de um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />
Para a realização deste trabalho, após contatos mantidos com alguns laboratórios, foram<br />
escolhidos três deles que apresentavam um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> an<strong>da</strong>mento. Assim,<br />
foi aplicado um questionário dirigido que permitiu a verificação <strong>da</strong> forma pela qual eles<br />
adotaram e iniciaram seus <strong>programas</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Os resultados encontrados pod<strong>em</strong> ser<br />
sintetizados <strong>da</strong> seguinte forma:
• uma <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas (<strong>em</strong>presa A) cresceu de tal forma que se deparou com diferentes<br />
probl<strong>em</strong>as administrativos, principalmente a necessi<strong>da</strong>de de se criar uma estrutura<br />
administrativa que otimizasse e sustentasse seus processos. Assim, buscando uma<br />
metodologia que pudesse auxiliar nesse objetivo, chegou a um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />
total, que foi iniciado <strong>em</strong> 1993 e t<strong>em</strong> como objetivo a criação de uma base para a<br />
competição combina<strong>da</strong> de preço, quali<strong>da</strong>de de serviço e quali<strong>da</strong>de de atendimento.<br />
• A segun<strong>da</strong> <strong>em</strong>presa (<strong>em</strong>presa B) mostrou o interesse pela metodologia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de total<br />
a partir <strong>da</strong> percepção de que o atendimento, principalmente quanto ao t<strong>em</strong>po de espera,<br />
estava desagra<strong>da</strong>ndo seus clientes. Assim, iniciou um conjunto de ativi<strong>da</strong>des visando a<br />
<strong>melhoria</strong> do atendimento, usando o t<strong>em</strong>po de espera para um cliente ser atendido como<br />
indicador de des<strong>em</strong>penho para o programa. Essas ativi<strong>da</strong>des iniciaram <strong>em</strong> 1995 e<br />
serviram de base para uma proposição mais ambiciosa de um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de para<br />
todo o laboratório.<br />
• Já o terceiro laboratório (<strong>em</strong>presa C) despertou para a implantação de um programa <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong>de visando incr<strong>em</strong>entar seu potencial tecnológico. Ou seja, modernizar suas<br />
instalações e capacitar seu pessoal nas técnicas específicas utiliza<strong>da</strong>s na realização dos<br />
exames. Essa <strong>em</strong>presa mostrou uma visão limita<strong>da</strong> do programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de,<br />
considerando apenas suas características de controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Entretanto, percebeu<br />
que o investimento <strong>em</strong> quali<strong>da</strong>de poderia melhorar seu des<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> produtivi<strong>da</strong>de,<br />
conforme já mostrado no ambiente industrial (Hayes and Clark, 1986) e pretende iniciar<br />
um novo programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> 1997.<br />
Deve-se comentar, e é razoável admitir, que a pressão por redução dos preços e <strong>melhoria</strong><br />
<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de nos serviços de saúde deverá abrir um espaço para a adoção de <strong>programas</strong> <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong>de, podendo tornar-se uma opção importante para a sobrevivência, não só dos<br />
laboratórios clínicos, mas também de muitas organizações de serviço de saúde.<br />
4. O APERFEIÇOAMENTO DE PROCESSOS NOS PROGRAMAS DA<br />
QUALIDADE DOS LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />
Considerando que a base de sustentação dos <strong>programas</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong> um <strong>em</strong>presa é a<br />
<strong>melhoria</strong> contínua de seus processos, procurou-se verificar como é considerado e como<br />
acontece o aperfeiçoamento dos processos dentro dos laboratórios clínicos que estão<br />
iniciando um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />
Conscientes de que o aperfeiçoamento de seus processos levam ao melhor atendimento de<br />
seus clientes, os laboratórios estu<strong>da</strong>dos criaram mecanismos para aperfeiçoar seus<br />
processos. As considerações descritas a seguir resum<strong>em</strong> as principais observações<br />
realiza<strong>da</strong>s.<br />
Apenas um dos laboratórios (<strong>em</strong>presa A) realizou uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>ática para a<br />
<strong>melhoria</strong> de seus processos. Inicialmente, identificou seus processos, preparou equipes de<br />
funcionários para analisar ca<strong>da</strong> um deles e traçou objetivos para ca<strong>da</strong> processo e para a<br />
organização. O programa foi chamado de “Programa de Gestão Participativa” devido a<br />
intensa participação dos funcionários nas decisões sobre as ações de <strong>melhoria</strong>, chegando à<br />
participação nos resultados dessas <strong>melhoria</strong>s.
As outras duas <strong>em</strong>presas (B e C) criaram apenas uma conscientização sobre a necessi<strong>da</strong>de<br />
de se aperfeiçoar os processos que foram inseridos no programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, <strong>melhoria</strong> do<br />
controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de na realização dos exames <strong>em</strong> um deles e <strong>melhoria</strong> do atendimento ao<br />
cliente, <strong>em</strong> outro. Desse modo, as propostas de <strong>melhoria</strong>s eram informais e muitas vezes<br />
não chegavam a ser impl<strong>em</strong>enta<strong>da</strong>s <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po adequado, o que contribuiu para uma redução<br />
do entusiasmo dos funcionários quanto ao programa.<br />
É importante observar que a <strong>em</strong>presa “A” conseguiu que os grupos e os funcionários<br />
individualmente procedess<strong>em</strong> de forma objetiva <strong>em</strong> relação às ativi<strong>da</strong>des de <strong>melhoria</strong><br />
contínua. Ou seja, utilizam os objetivos estratégicos <strong>da</strong> organização para direcionar suas<br />
ações de <strong>melhoria</strong> de processos. Dessa forma, essa <strong>em</strong>presa se enquadra no primeiro estágio<br />
de habili<strong>da</strong>de <strong>em</strong> utilizar a <strong>melhoria</strong> contínua conforme modelo apresentado por Caffyn and<br />
Bessant (1996), quando a <strong>em</strong>presa consegue integrar suas ativi<strong>da</strong>des de <strong>melhoria</strong> contínua<br />
com suas estratégias.<br />
Quanto às outras duas <strong>em</strong>presas, pode-se notar que as ativi<strong>da</strong>des de <strong>melhoria</strong> não chegaram<br />
a ser estrutura<strong>da</strong>. O principal fator para isso, é que os objetivos estratégicos não eram<br />
desdobrados a todos os níveis <strong>da</strong> <strong>em</strong>presa, b<strong>em</strong> como definidos de forma muito subjetiva<br />
por parte dos principais executivos. Esse comportamento certamente contribui<br />
negativamente para a sustentação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de <strong>melhoria</strong> dos processos e<br />
conseqüent<strong>em</strong>ente para o programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Assim, o estabelecimento dos objetivos<br />
estratégicos de forma criteriosa e sua difusão por to<strong>da</strong> a <strong>em</strong>presa deve ser um requisito para<br />
a estruturação de um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />
5. A NECESSIDADE DE UM MODELO DE REFERÊNCIA<br />
Os estudo de caso de natureza exploratório realizado permitiu a elaboração de um esboço<br />
inicial de um modelo que sirva de orientação na implantação de <strong>programas</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>em</strong><br />
laboratórios. Esta etapa está <strong>em</strong> fase inicial, sendo que um modelo mais completo e<br />
estruturado possa ser concebido.<br />
Os resultados esperados pod<strong>em</strong> ser divididos <strong>em</strong> duas partes. A primeira é uma lista de<br />
requisitos que dev<strong>em</strong> ser atendidos por um modelo de referência <strong>em</strong> programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />
A segun<strong>da</strong> é um esqu<strong>em</strong>a para o modelo proposto. Os principais requisitos identificados são<br />
mostrados neste artigo.<br />
É muito comum o início de um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de ou seguindo ex<strong>em</strong>plo de outras<br />
<strong>em</strong>presas, ou adotando roteiros propostos pela literatura e consultorias <strong>da</strong> área ou se<br />
aventurando na impl<strong>em</strong>entação de uma ou outra técnica de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Devido a<br />
isso, este trabalho procurou determinar os requisitos a partir do aprendizado observado nas<br />
<strong>em</strong>presas visita<strong>da</strong>s, b<strong>em</strong> como dos relatos e orientações <strong>da</strong> literatura.<br />
Isso significa que o que diferencia o sucesso <strong>da</strong> implantação de um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />
não é a adoção de um modelo já aplicado por outra <strong>em</strong>presa ou mesmo uma proposta de<br />
consultoria. Mas sim, o entendimento e avaliação dos processos <strong>da</strong> organização, seguido <strong>da</strong><br />
definição de metas para a <strong>melhoria</strong> de ca<strong>da</strong> um dos processos (Garvin, 1995) (Harrington,<br />
1993). As ferramentas são as mesmas e proporcionarão o devido sucesso se aplica<strong>da</strong>s com<br />
orientação nos processos e coerent<strong>em</strong>ente com as estratégias defini<strong>da</strong>s para as <strong>operações</strong><br />
(Alliprandini, 1996).
Os principais requisitos que um programa deve atender estão relacionados a seguir.<br />
1. Capacitação técnica atualiza<strong>da</strong> e continua<strong>da</strong>, tanto <strong>em</strong> relação aos recursos humanos<br />
quanto <strong>em</strong> relação aos equipamentos, materiais e técnicas utilizados;<br />
2. criação de uma sist<strong>em</strong>ática para estabelecimento dos objetivos de des<strong>em</strong>penho<br />
estratégico para as <strong>operações</strong>;<br />
3. conscientização <strong>da</strong> importância dos resultados dos serviços prestados <strong>em</strong> todos os níveis<br />
<strong>da</strong> <strong>em</strong>presa;<br />
4. entendimento dos processos <strong>da</strong> <strong>em</strong>presa;<br />
5. estratificação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des dos clientes e seu relacionamento com os processos <strong>da</strong><br />
<strong>em</strong>presa;<br />
6. estabelecimento de indicadores de des<strong>em</strong>penho para ca<strong>da</strong> processo, tanto internos<br />
quanto os externos;<br />
7. definição de metas para os processos, estabeleci<strong>da</strong>s a partir dos objetivos de des<strong>em</strong>penho<br />
<strong>da</strong> <strong>em</strong>presa;<br />
8. criação de uma dinâmica para a impl<strong>em</strong>entação <strong>da</strong> <strong>melhoria</strong> contínua, com o<br />
entendimento que ela é um processo de aprendizag<strong>em</strong>;<br />
9. criação de um ambiente de comprometimento.<br />
Parec<strong>em</strong> bastante óbvios os requisitos listados, porém o que se verificou na prática é que<br />
são esses requisitos que faltaram nas duas <strong>em</strong>presas (B e C), que enfrentam dificul<strong>da</strong>des <strong>em</strong><br />
seus <strong>programas</strong>, e estavam presentes na <strong>em</strong>presa A, que v<strong>em</strong> evoluindo a ca<strong>da</strong> dia o seu<br />
programa. Por ex<strong>em</strong>plo, a <strong>em</strong>presa A possui critérios estabelecidos para a capacitação de<br />
seu pessoal, tanto atuais quanto novos; o que não acontece nas outras <strong>em</strong>presas, onde esse<br />
processo é conduzido de forma subjetiva. Certamente, a estruturação de mecanismos dentro<br />
de um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de que cont<strong>em</strong>pl<strong>em</strong> esses requisitos garantirá, pelo menos, que a<br />
concepção do programa seja consistente.<br />
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Entre as considerações já comenta<strong>da</strong>s anteriormente, pode-se destacar as questões<br />
relaciona<strong>da</strong>s com a impl<strong>em</strong>entação de uma sist<strong>em</strong>ática de <strong>melhoria</strong> contínua e a capacitação<br />
dos recursos humanos. Elas parec<strong>em</strong> ser a fonte de energia para a condução e evolução de<br />
um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. A melhor capacitação do pessoal aju<strong>da</strong> a garantir que as ações<br />
desdobra<strong>da</strong>s do programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de estejam relaciona<strong>da</strong>s com as estratégias <strong>da</strong><br />
organização. Já a sist<strong>em</strong>ática estrutura<strong>da</strong> de <strong>melhoria</strong> contínua permite que seja iniciado o<br />
processo de aprendizag<strong>em</strong> organizacional.<br />
Na continui<strong>da</strong>de do trabalho, essas questões dev<strong>em</strong> ser transforma<strong>da</strong>s <strong>em</strong> hipóteses que<br />
poderão ser testa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um novo estudo de caso, propiciando a adequação do modelo de<br />
referência às reais necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas desse setor.<br />
O engajamento <strong>em</strong> um programa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de por modismo ou s<strong>em</strong> as considerações<br />
cita<strong>da</strong>s apenas promoverão o descrédito na abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, levando ao que Slack<br />
(1993) chamou de “ressaca <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de”.<br />
REFERÊNCIAS
Alliprandini, D.H. Metodologia para intervenção na manufatura com orientação nos<br />
processos e basea<strong>da</strong> nas abor<strong>da</strong>gens CIM e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. São Carlos, 1996. Tese de<br />
doutorado, Universi<strong>da</strong>de de São Paulo.<br />
Berwick, D.M. Continous improv<strong>em</strong>ent as na ideal in health care. New England Journal of<br />
Medicine, n.320, p.53-56, 1989.<br />
Berwick, D.M.; Godfrey, A.D.; Roessner, J. Melhorando a quali<strong>da</strong>de dos serviços<br />
médicos, hospitalares e de saúde. São Paulo, Makron Books do Brasil, 1995. Original <strong>em</strong><br />
inglês publicado pela Jossey-Bass In. Publishers, 1990.<br />
Caffyn, S and Bessant, J. A capability-based model for continous improv<strong>em</strong>ent.,<br />
Proceedings of 3th International Conference of the EUROMA, London, 1996.<br />
Garvin, D.A. Leveraging processes for strategic advantage. Harvard Business Review, v.73,<br />
n.5, p.77-90, 1995.<br />
Harrington, H,J. Aperfeiçoando processos <strong>em</strong>presariais: estratégia revolucionária para o<br />
aperfeiçoamento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de. São Paulo, Makron<br />
Books, 1993.<br />
Hayes, R.H.; Clark, K.B. Why some factories are more productive than others. Harvard<br />
Business Review, v.64, n.5, p.66-73, 1986.<br />
McLaughlin, C.P.; Kaluzny, ªD. Continous quality improv<strong>em</strong>ent in health care: theory,<br />
impl<strong>em</strong>entations and applications. New York, Aspen Publishers Inc., 1994.<br />
Schecker, W.E. Continous quality improv<strong>em</strong>ent in a hospital syst<strong>em</strong>: implications for<br />
hospital epid<strong>em</strong>iology. Infect Control and Hospital Epid<strong>em</strong>iology, v.13, n.5, p.288-292,<br />
1992.<br />
Slack, N. Vantag<strong>em</strong> competitiva <strong>em</strong> manufatura: atingindo competitivi<strong>da</strong>de nas <strong>operações</strong><br />
industriais. São Paulo, Atlas, 1993.