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Boletim Economia & Tecnologia - Revista Economia & Tecnologia ...

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OPINIÃO<br />

“Por que escovar os dentes pode fazer bem não apenas à sua saúde, mas<br />

também ao seu bolso” †<br />

Cláudio Djissey Shikida ∗<br />

Ari Francisco de Araujo Jr. ∗∗<br />

RESUMO - Blinder (1974) apresenta o, hoje clássico, modelo de capital humano ampliado<br />

para a escovação de dentes. Naquele artigo, entretanto, o autor trata como fixa a renda<br />

oriunda de atividades outras que não o trabalho. Neste artigo, uma extensão do modelo é<br />

apresentada, seguindo a própria sugestão do autor, através da reinterpretação da renda não<br />

oriunda do trabalho como herança. Tal variável dependeria, em parte, da escovação de dentes.<br />

Mostra-se que escovar os dentes influencia positivamente no montante herdado, mas ainda<br />

assim vale a pena trabalhar.<br />

Palavras-chave: Capital humano. Higiene bucal. Incentivos econômicos.<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

Em Blinder (1974) apresenta-se um bem-humorado modelo econômico de como a<br />

escovação de dentes influencia positivamente na geração de renda (inclusive com evidências<br />

econométricas). Entretanto, seu modelo é restrito no sentido de que a renda oriunda de<br />

outras fontes que não o trabalho remunerado é exógena. O próprio autor reconhece esta<br />

limitação e sugere que o modelo seja ampliado.<br />

Este artigo segue esta sugestão fazendo com que a renda oriunda do não-trabalho<br />

(por exemplo, “herança”) seja função da escovação de dentes. A dependência funcional da<br />

herança com a escovação de dentes pode ser justificada, por exemplo, se imaginarmos que<br />

escovar os dentes é uma boa proxy da beleza física que é importante tanto em alguns mercados<br />

† Este texto tem um tom propositalmente irônico, seguindo o estilo de sua principal referência, Blinder (1974).<br />

Originalmente, um dos autores teve acesso a este hilariante artigo por meio do prof. João Ricardo Faria<br />

(University of Texas at El Paso) ao qual agradecemos (embora, provavelmente, não esperasse que tudo terminasse<br />

assim). Também agradecemos ao editor deste periódico que aceitou correr o risco de publicar este artigo, dado o<br />

famoso senso de humor dos economistas. Entretanto, acreditamos que o leitor encontrará ao longo do texto<br />

várias pistas para desenvolvimento de trabalhos futuros, aplicando o raciocínio econômico a problemas<br />

aparentemente não-econômicos (e de maneira mais séria...).<br />

∗ Doutor em <strong>Economia</strong> PPGE-UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Professor do Ibmec<br />

Minas Gerais.<br />

∗∗ Mestre em <strong>Economia</strong> UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Professor do Ibmec Minas.<br />

___________________________________________________________________________________137<br />

<strong>Economia</strong> & <strong>Tecnologia</strong> – Ano 06, Vol. 21 – Abril/Junho de 2010

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