caderno de resumos - Faculdade de Ciências e Letras - Unesp
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CADERNO DE RESUMOS<br />
28, 29 e 30 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Araraquara, SP
Encontro sobre a Linguagem da Criança (2. : 2012 : Araraquara, SP)<br />
Sentido, corpo e discurso : <strong>ca<strong>de</strong>rno</strong> <strong>de</strong> <strong>resumos</strong> / II Encontro sobre a Linguagem da<br />
Criança, I Colóquio sobre Alfabetização do Núcleo <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Araraquara, Araraquara, 29-<br />
30 novembro 2012 (Brasil). – Documento eletrônico. - Araraquara : FCL - UNESP, 2012. –<br />
Modo <strong>de</strong> acesso: http://www.fclar.unesp.br/#!/pos-graduacao/stricto-sensu/linguistica-elingua-portuguesa/eventos/ii-encontro-sobre-a-linguagem-da-crianca---i-coloquio-sobrealfabetizacao/<br />
ISBN 978-85-87361-89-9<br />
1. Crianças - Linguagem -- Congressos. 2. Alfabetização. 3. Ensino. I. Colóquio sobre<br />
Alfabetização do Núcleo <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Araraquara (1. : 2012 : Araraquara, SP).<br />
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FCLAr – UNESP.
Comissão Organizadora:<br />
Alessandra Del Ré<br />
Márcia Romero Lopes<br />
Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
Eliza Maria Barbosa<br />
Alunos:<br />
Alessandra J. Vieira<br />
Amanda Oliveira<br />
Andressa S. Mogno<br />
Anna Carolina Mroczinski<br />
Francine Veríssimo<br />
Heitor Quimello<br />
Isabela Antunes <strong>de</strong> Oliveira<br />
Juliana Ferreira<br />
Laís Giovanna Paschoal<br />
Lucas Henrique da Silva<br />
Mara Nunes Nogueira Couto<br />
Marcela Miranda Morandini<br />
Maria Carolina Portero<br />
Nádia dos Santos Alves.<br />
Patrícia Falasca<br />
Patrícia Fernanda <strong>de</strong> Souza<br />
Paula Fernanda F. Carvalho<br />
Paula Bullio<br />
Rafaela Giacomin Bueno<br />
Rosângela Nogarini Hilário<br />
Roseli Vasconcellos<br />
Thaís Carolina Dias<br />
Thaís Rocha Barbieri Vatanabe.<br />
Verônica Leonardo<br />
Colaboradores:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
CAPES<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa – FCLAr-<br />
UNESP, campus Araraquara;<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Educação e Saú<strong>de</strong> na Infância e na<br />
Adolescência - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, campus Guarulhos;<br />
Núcleo <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Araraquara.
Sumário<br />
CONTRIBUIÇÕES DE UMA ABORDAGEM DIALÓGICA PARA O ESTUDO<br />
DA PRODUÇÃO DE ENUNCIADOS HUMORÍSTICOS POR CRIANÇAS<br />
PEQUENAS - ALESSANDRA DEL RÉ (FCLAR-UNESP) .................................... 8<br />
OS CRITÉRIOS UTILIZADOS PELO PROFESSOR NA ESCOLHA DE<br />
TEXTOS - ALINE C. P. DE SOUZA (FCLAR-UNESP), MARCELA M.<br />
MORANDINI(FCLAR-UNESP), THAIS CAROLINA DIAS(FCLAR-UNESP).. 8<br />
COMO A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA INTERFERE NA AQUISIÇÃO DA<br />
LÍNGUA ESCRITA E POSSÍVEIS MÉTODOS DE INTERVENÇÃO -<br />
ANDERSON DE LIMA SILVA(FCLAR-UNESP), ÉRICA PEREIRA (FCLAR-<br />
UNESP) ......................................................................................................................... 9<br />
A CONSTITUIÇÃO DE NOVAS IDENTIDADES NA APRENDIZAGEM DE<br />
LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM ESTUDO SOBRE CRIANÇAS BRASILEIRAS<br />
APRENDIZES DE INGLÊS - AMANDA DE OLIVEIRA SILVA (FCLAR-<br />
UNESP) ......................................................................................................................... 9<br />
DA FALA DA CRIANÇA AO FATO ENUNCIATIVO DE LINGUAGEM -<br />
CARMEM LUCI DA COSTA SILVA (UFRGS) .................................................... 10<br />
ALUNO COPISTA - CAROLINE CORBARI SERRA(FCLAR-UNESP),<br />
RAFAELA JARINA OLIVEIRA (FCLAR-UNESP), SUELEN<br />
BARDASI(FCLAR-UNESP) ..................................................................................... 10<br />
AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM, AQUISIÇÃO DE ESCRITA: IMPLICAÇÕES<br />
MÚTUAS - CLAUDEMIR BELINTANE (FE-USP) ............................................. 11<br />
ORALIDADE QUE LEVA À ESCRITA - CRISTIANE JESUS<br />
NASCIMENTO(FCLAR-UNESP), MUSLIM PAULINO E<br />
GONÇALVES(FCLAR-UNESP) ............................................................................. 11<br />
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E A METODOLOGIA<br />
DIALÉTICA DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR PARA<br />
AS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL - ELIZA MARIA BARBOSA<br />
(UNESP-FCLAR) ....................................................................................................... 12<br />
A SELEÇÃO DE TEXTOS PARA A ALFABETIZAÇÃO E OS INTERESSES<br />
DAS CRIANÇAS - FRANCINE VERÍSSIMO (FCLAR-UNESP/BAAE III),<br />
VERONICA LEONARDO (FCLAR-UNESP/BAAE III) ...................................... 13
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS COMENTÁRIOS DO PROFESSOR APÓS<br />
LEITURA EM SALA DE AULA - GISLENE RODRIGUES FERREIRA<br />
(FCLAR-UNESP) ....................................................................................................... 13<br />
A CRIANÇA E A PRODUÇÃO DE ENUNCIADOS IRÔNICOS:<br />
PRECOCIDADE? - HEITOR QUIMELLO (FCLAR-UNESP/PIBIC) ............... 13<br />
INSTÂNCIAS DA LÍNGUA NA FALA DA CRIANÇA - IRANI RODRIGUES<br />
MALDONADE (IEL/UNICAMP) ............................................................................ 14<br />
DIAGNÓSTICO DE ORALIDADE: DIFICULDADES DE ALUNOS DO 1º<br />
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I - ISADORA REBELLO JOAQUIM<br />
(FE-USP). .................................................................................................................... 14<br />
ANÁLISE SOBRE O IMPACTO DO PROGRAMA BOLSA<br />
ALFABETIZAÇÃO NA FORMAÇÃO DE LICENCIANDOS DA<br />
FCL/UNESP/ARARAQUARA - JULIANA FERREIRA (BOLSISTA DO<br />
NE/PROGRAD) ......................................................................................................... 15<br />
SONDAGEM AMPLIADA: SUBJETIVIDADE E HETEROGENEIDADE NA<br />
ALFABETIZAÇÃO - LAURA BATTAGLIA (FE-USP) ...................................... 15<br />
ALFABETIZANDO: O INTERESSE DOS ALUNOS PELA LEITURA FEITA<br />
PELA PROFESSORA - LUCAS HENRIQUE DA SILVA (FCLAR-UNESP),<br />
MARIA CAROLINE APARECIDA PORTERO (FCLAR-UNESP), PATRÍCIA<br />
FERNANDA DE SOUZA (FCLAR-UNESP) .......................................................... 16<br />
UM OLHAR DIFERENTE SOBRE A ALFABETIZAÇÃO - LUIZ CARLOS<br />
CAGLIARI (FCLAR-UNESP) ................................................................................. 16<br />
INFLUÊNCIAS DA LÍNGUA ORAL NO APRENDIZADO DA LÍNGUA<br />
ESCRITA - MAIARA HELENA DA SILVA PUGLIESI(FCLAR-UNESP),<br />
MONICA MARTINS OLIVEIRA(FCLAR-UNESP) ........................................... 17<br />
UM NOVO OLHAR SOBRE A UNIDADE LINGUÍSTICA: UMA PROPOSTA<br />
ENUNCIATIVA PARA OS ESTUDOS EM AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM -<br />
MÁRCIA CRISTINA ROMERO LOPES (EFLCH – UNIFESP) ........................ 18<br />
REDAÇÃO COOPERATIVA: A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO NA<br />
AQUISIÇÃO DA ESCRITA - MÔNICALEITE DE ARAUJO(FCLAR-UNESP)<br />
...................................................................................................................................... 18<br />
PRODUÇÃO DE TEXTOS NA ALFABETIZAÇÃO - NAIARA CRISTIANE<br />
CUNHA(FCLAR-UNESP), ISABELA ANTUNES DE OLIVEIRA (FCLAR-<br />
UNESP) ....................................................................................................................... 19
ATIVIDADES RELACIONADAS À LEITURA EM SALA DE AULA E SUA<br />
RELAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO LEITOR - RAÍRA DE<br />
AZEVEDO(FCLAR-UNESP), CINTIA CRISTINA FERREIRA(FCLAR-<br />
UNESP) ....................................................................................................................... 19<br />
O HOMEM NÃO NASCE NA NATUREZA, MAS NA CULTURA: ASSIM<br />
FALA UMA CRIANÇA - VALDIR DO NASCIMENTO FLORES (UFRGS) ... 20<br />
DIALOGISMO E MEMÓRIA EM PROCESSOS DE ESCRITURA EM ATO -<br />
EDUARDO CALIL (UFAL/NALINGUA) .............................................................. 20<br />
CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA MULTIMODAL PARA A<br />
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM - MARIANNE CARVALHO BEZERRA<br />
CAVALCANTE (UFPB) ........................................................................................... 21<br />
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO DOS SISTEMAS E DA HISTÓRIA DA<br />
ESCRITA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO - GLADIS MASSINI-<br />
CAGLIARI (UNESP-FCLAR/NALINGUA ............................................................ 21<br />
INTERAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS POR MEIO DA FALA: VISÃO<br />
FONOAUDIOLÓGICA - ZELITA CALDEIRA FERREIRA GUEDES<br />
(UNIFESP) .................................................................................................................. 21<br />
O PAPEL DA CRIANÇA NO INSTITUTO ORATORIA DE QUINTILIANO -<br />
MARLY DE BARI MATOS (PPGL-USP) .............................................................. 22<br />
CONTRIBUIÇÃO DA EXPERIÊNCIA PRÁTICA NA APRENDIZAGEM DA<br />
DOCÊNCIA: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA BOLSA<br />
ALFABETIZAÇÃO - ROSELI A. PARIZZI (UNESP-FCLAR) ......................... 22<br />
AQUISIÇÃO DA ESCRITA E ESTILO - NATÁLIA GRECCO (UNESP-<br />
FCLAR), MARINA CÉLIA MENDONÇA (UNESP-FCLAR) ............................. 23<br />
A LÍNGUA ESTRANGEIRA E O APRENDIZ: CONSIDERAÇÕES SOBRE<br />
SUBJETIVIDADE, IDENTIDADE E DESLOCAMENTOS - RAFAELA<br />
GIACOMIN BUENO (UNESP-FCLAR), PATÍCIA FALASCA (UNESP-<br />
FCLAR) ...................................................................................................................... 24<br />
MEMÓRIA E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA<br />
ALFABETIZAÇÃO - LARISSA DE PAULA FERREIRA (BOLSISTA<br />
PEJA/PIBID), JACQUELINE MICHELLE DE ASSIS BALMANT (BOLSISTA<br />
PEJA/PROEX) ........................................................................................................... 24<br />
INTRODUÇÃO E USO DA LETRA CURSIVA NA ALFABETIZAÇÃ -<br />
CAMILA LARIANE GONÇALVES BELGAMO ( PROJETO BOLSA-<br />
ALFABETIZAÇÃO) ................................................................................................. 25
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E<br />
ADULTOS - CASSIA REGINA DOS SANTOS (BOLSISTA PEJA/PROEX) ... 25<br />
A RELAÇÃO ENTRE A COMPREENSÃO E A MEMORIZAÇÃO NO<br />
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO - IZAC TRINDADE COELHO<br />
(BOLSISTA FUNDUNESP) ...................................................................................... 26<br />
O QUE ACONTECE COM AS CRIANÇAS QUANDO ELAS PRECISAM<br />
ESCREVER POR CONTA PRÓPRIA? - CAMILA QUADRE PEREZ<br />
(PROJETO BOLSA-ALFABETIZAÇÃO), CAROLINE DE LIRA MAURI<br />
(PROJETO BOLSA-ALFABETIZAÇÃO) ............................................................. 26<br />
CONTRIBUIÇÕES DA VISÃO HISTÓRICO-CULTURAL PARA OS<br />
ESTUDOS SOBRE ALFABETIZAÇÃO - FRANCISCO JOSÉ CARVALHO<br />
MAZZEU (UNESP-FCLAR) .................................................................................... 27<br />
O IRROMPER DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NA ESCRITA<br />
ALFABÉTICA - ROSELI VASCONCELLOS (UNESP-FCLAR) ...................... 28<br />
A INTERAÇÃO DINÂMICA ENTRE DISCURSOS: UMA ANÁLISE DA<br />
RETOMADA DA FALA DA CRIANÇA PELOS PAIS - PAULA CRISTINA<br />
BULLIO (UNESP-FCLAR) - ROSÂNGELA NOGARINI HILÁRIO (UNESP-<br />
FCLAR -FAPESP) ..................................................................................................... 28
CONTRIBUIÇÕES DE UMA ABORDAGEM DIALÓGICA PARA O<br />
ESTUDO DA PRODUÇÃO DE ENUNCIADOS HUMORÍSTICOS POR<br />
CRIANÇAS PEQUENAS<br />
Alessandra Del Ré (FCLAR-UNESP)<br />
O presente trabalho preten<strong>de</strong> mostrar as contribuições <strong>de</strong> se adotar uma abordagem<br />
dialógica para o estudo da produção <strong>de</strong> enunciados humorísticos por<br />
criançaspequenas. Ele se ancora nos trabalhos <strong>de</strong> Bakhtin e do Círculo (Bakhtin,<br />
1981, 1991, 1992, 1997), levando em conta reflexões sobre a formação socio-histórica<br />
da linguagem, o dialogismo, o sujeito e os gêneros do discurso, e em autores do<br />
âmbito da Aquisição da Linguagem com os quais se po<strong>de</strong> estabelecer um diálogo, a<br />
saber, Vygotsky (2005, 2007), Bruner (2004a, 2004b) e François (1994, 2004,<br />
2006).Em pesquisa anterior (Del Ré, 2003), propusemos uma tipologia do discurso<br />
humorístico baseada em adultos que riam <strong>de</strong> enunciados produzidos pelas crianças, e<br />
<strong>de</strong> crianças (4-6 anos) que riam <strong>de</strong> enunciados produzidos por elas mesmas, por<br />
outras crianças e, às vezes, também por adultos. Pu<strong>de</strong>mos verificar, entre outras<br />
constatações, a partir <strong>de</strong>ssa pesquisa que, ao contrário do que sustentavam alguns<br />
autores (Reddy, 1991; Behne, Carpenter, Call&Tomasello, 2005), é possível<br />
encontrar contra-exemplos que confirmam nossa hipótese <strong>de</strong> uma precocida<strong>de</strong><br />
envolvendo o discurso humorístico. Assim, dando continuida<strong>de</strong> ao estudo, passamos a<br />
dirigir nossa atenção ao que se passa na linguagem infantil antes dos 4anos (G. 1;8-<br />
4;0 anos). Neste trabalho, apresentaremos resultados preliminares <strong>de</strong>ssa pesquisa.<br />
OS CRITÉRIOS UTILIZADOS PELO PROFESSOR NA ESCOLHA DE<br />
TEXTOS<br />
Aline C. P. <strong>de</strong> Souza (FCLAR-UNESP)<br />
Marcela M. Morandini(FCLAR-UNESP)<br />
Thais Carolina Dias(FCLAR-UNESP)<br />
Orientadora: Eliza Maria Barbosa<br />
O objetivo da pesquisa é analisar os critérios utilizados pelo professor do segundo ano<br />
do ensino fundamental para escolha dos textos a serem trabalhados em sala <strong>de</strong> aula,<br />
sendo esta pesquisa inserida <strong>de</strong>ntro do tema “Leitura” do Projeto Bolsa Alfabetização.<br />
Nosso objeto <strong>de</strong> pesquisa resulta <strong>de</strong> um dos quatro eixos do Ler e Escrever que é:<br />
a oralida<strong>de</strong> com <strong>de</strong>stino escrito. Temos como objetivo, analisar o conjunto <strong>de</strong> ações<br />
<strong>de</strong>senvolvidas entre professor e aluno, durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura, visando<br />
i<strong>de</strong>ntificar as concepções que orientam as escolhas das professoras quanto ao material<br />
trabalhado.Para fins <strong>de</strong> análise, tomamos como referência as contribuições da<br />
Psicologia Histórico Cultural e do Materialismo Dialético. Os dados que serão<br />
apresentados resultam <strong>de</strong> análises <strong>de</strong> questionário entregue a três professores do<br />
segundo ano do ensino fundamental da re<strong>de</strong> estadual da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Araraquara/Matão<br />
e anotações do diário <strong>de</strong> campo. A pesquisa está em andamento e por essa razão os<br />
dados serão apresentados mais formalmente na apresentação <strong>de</strong>ste trabalho.<br />
8
COMO A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA INTERFERE NA AQUISIÇÃO DA<br />
LÍNGUA ESCRITA E POSSÍVEIS MÉTODOS DE INTERVENÇÃO<br />
An<strong>de</strong>rson <strong>de</strong> Lima Silva(FCLAR-UNESP)<br />
Érica Pereira (FCLAR-UNESP)<br />
Orientadores: Eliza Maria Barbosa<br />
Luiz Carlos Cagliari<br />
O nosso objeto <strong>de</strong> pesquisa se situa no eixo da oralida<strong>de</strong> e ortografia, tendo como<br />
foco i<strong>de</strong>ntificar como a variação linguística interfere na escrita das crianças. Temos<br />
como objetivo apresentar os recursos e elementos que temos mobilizado no sentido <strong>de</strong><br />
fazer as crianças compreen<strong>de</strong>rem as bases do funcionamento do sistema da língua e<br />
como ele está intrinsecamente ligado a fatores culturais, para então fazer intervenções<br />
no sentido <strong>de</strong> encaminhá-las na direção do domínio da varieda<strong>de</strong> lingüística mais<br />
prestigiada, tanto no campo da fala quanto no da escrita. A metodologia utilizada foi o<br />
levantamento <strong>de</strong> dados por meio <strong>de</strong> fotos <strong>de</strong> produções <strong>de</strong> textos escritos e respostas a<br />
exercícios propostos pela professora feitos pelas crianças em classe; além <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />
imagem e som <strong>de</strong> 10 crianças que representavam o quadro geral da sala - conversas<br />
informais entre os pesquisadores e as crianças, por dois dias, 10 minutos por dia com<br />
5 alunos, fora das aulas. Os resultados obtidos até o momento são parciais, já que a<br />
pesquisa ainda está em <strong>de</strong>senvolvimento. Os dados e as intervenções estão sendo<br />
pensados a partir das contribuições da teoria Histórico-Cultural e do Materialismo<br />
Dialético e pelas contribuições da sociolinguística e da fonética/ fonologia.<br />
A CONSTITUIÇÃO DE NOVAS IDENTIDADES NA APRENDIZAGEM DE<br />
LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM ESTUDO SOBRE CRIANÇAS<br />
BRASILEIRAS APRENDIZES DE INGLÊS<br />
Amanda <strong>de</strong> Oliveira Silva(FCLAR-UNESP)<br />
Orientadora: Alessandra Del Ré<br />
O objetivo principal do projeto é investigar a aprendizagem <strong>de</strong> LE por crianças<br />
pequenas <strong>de</strong> 4 a 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, observando como aprendizes tão jovens lidam com a<br />
nova realida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica apresentada pela LE. O projeto tentará encontrar marcas<br />
lingüísticas e discursivas do <strong>de</strong>slocamento i<strong>de</strong>ntitário vivenciado por esses sujeitos.<br />
Além disso, verificar-se-á quais po<strong>de</strong>m ser essas possíveis marcas. Uma hipótese é o<br />
uso <strong>de</strong> constante entoação diferente para a LM e a LE. O trabalho utiliza como base<br />
teórica Bakhtin (1926; 1999), Bauman (2005), Geraldi (2010), Marchenkova (2005),<br />
Revuz (1998), entre outros. Para que os objetivos sejam alcançados, foram realizadas<br />
filmagens em uma sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> inglês, totalizando 13 sessões coletadas <strong>de</strong> 50<br />
minutos cada. Partir-se-á da análise das filmagens para que a investigação do projeto<br />
possa ser <strong>de</strong>senvolvida. No momento, as análises ainda encontram-se em estágio<br />
inicial. Constatou-se, até agora, o uso <strong>de</strong> constante entoação diferente <strong>de</strong> uma das<br />
alunas observadas, a mais jovem (4 anos). Ela sempre pronunciava as palavras em<br />
inglês (LE) em tom muito baixo, mostrando certa instabilida<strong>de</strong>, enquanto que ao falar<br />
em português (LM) ela sempre falava em tom mais elevado, evi<strong>de</strong>nciando certo<br />
conforto ao falar na LM.<br />
9
DA FALA DA CRIANÇA AO FATO ENUNCIATIVO DE LINGUAGEM<br />
Carmem Luci da Costa Silva (UFRGS)<br />
O campo Aquisição da Linguagem tem a sua gênese marcada pela heterogeneida<strong>de</strong><br />
teórica e pelo compromisso com o empírico - a fala da criança. Ferdinand <strong>de</strong> Saussure<br />
(1916/2000) priorizou, como uma das tarefas da Linguística, a <strong>de</strong>limitação e a<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> si própria, elegendo, nessa <strong>de</strong>limitação, a língua como o seu objeto no<br />
conjunto heteróclito dos fatos da linguagem. Embora reconheça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
estudo do que nomeia aprendizagem da língua pelo indivíduo (SAUSSURE, op. cit.,<br />
p. 22), a fala da criança está ligada ao conjunto heteróclito <strong>de</strong> fatos da linguagem.<br />
Émile Benveniste, filiado a Saussure, <strong>de</strong>staca que estudar com espírito científico um<br />
objeto como a linguagem impõe ao pesquisador <strong>de</strong>limitar o que consi<strong>de</strong>ra fato <strong>de</strong><br />
linguagem a partir <strong>de</strong> critérios que o <strong>de</strong>finam como tal (BENVENISTE, 1966/1995).<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudo no campo aquisição da linguagem requer que se assuma dois<br />
compromissos: com o teórico e com o empírico. O primeiro compromisso permite ao<br />
pesquisador criar e adotar critérios para assumir o segundo compromisso, a fala da<br />
criança. A passagem do dado a fato <strong>de</strong> linguagem implica consi<strong>de</strong>rar a natureza do<br />
observável e o ponto <strong>de</strong> vista a ser adotado para <strong>de</strong>screvê-lo e para explicá-lo. No<br />
caso do observável falado, o ponto <strong>de</strong> vista direciona a coleta, a transcrição e a<br />
análise. Essas questões apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o pesquisador consi<strong>de</strong>rar as<br />
instâncias teórica e metodológica como inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Consi<strong>de</strong>rando as questões<br />
elencadas, este estudo preten<strong>de</strong> tratar dos critérios a serem eleitos para a constituição<br />
<strong>de</strong> um fato enunciativo <strong>de</strong> linguagem <strong>de</strong> criança. Para isso, abordará os princípios<br />
teórico-metodolológicos implicados na forma <strong>de</strong> abordagem da oralida<strong>de</strong> pelo viés<br />
linguístico-enunciativo <strong>de</strong> Émile Benveniste. Como a enunciação é um ato que está na<br />
<strong>de</strong>pendência daquele que é seu responsável, então todos os passos do processo <strong>de</strong><br />
investigação - coleta,transcrição e análise – são concebidos como atos <strong>de</strong><br />
enunciação.<br />
ALUNO COPISTA<br />
Caroline Corbari Serra(FCLAR-UNESP)<br />
Rafaela Jarina Oliveira (FCLAR-UNESP)<br />
Suelen Bardasi(FCLAR-UNESP)<br />
Orientador: Francisco Mazzeu<br />
O objetivo do trabalho é compreen<strong>de</strong>r as características dos alunos “copista” e buscar<br />
caminhos para melhorar seu domínio da leitura. Estão sendo utilizados para a<br />
pesquisa a análise <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os com ativida<strong>de</strong>s realizadas por 5 alunos que aparentam ser<br />
“copistas” <strong>de</strong> três escolas da re<strong>de</strong> estadual da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Araraquara, além <strong>de</strong><br />
observações realizadas nas salas <strong>de</strong> aula. A pesquisa faz parte do projeto Bolsa<br />
Alfabetização (Convenio FCL/SEE/FDE).<br />
[...] um fenômeno presente no dia-a-dia do processo <strong>de</strong><br />
aquisição da linguagem escrita das crianças das séries iniciais<br />
[...]. Trata-se do “aluno copista”, ou seja, aquele aluno que<br />
10
somente copia as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escrita sem, no entanto,<br />
compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fato o sentido do que está escrevendo. Os<br />
alunos copistas são aqueles que não apren<strong>de</strong>ram a escrever,<br />
mas <strong>de</strong>senvolveram a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> copiar as ativida<strong>de</strong>s da<br />
lousa, dos livros e dos <strong>ca<strong>de</strong>rno</strong>s dos colegas, entretanto não<br />
resolvem os problemas nem conseguem ler aquilo que<br />
copiaram.<br />
Foi observado que, entre os alunos analisados, nenhum <strong>de</strong>les conseguiu ler com<br />
autonomia. Eles copiam frases e palavras, porém não leem o que “escreveram”. Caso<br />
haja intervenção apontando e circulando sílabas, algumas vezes conseguem ler essas<br />
sílabas ou pequenas palavras com sílabas simples. Esses dados preliminares indicam a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um acompanhamento mais próximo <strong>de</strong>sses alunos e um apoio por<br />
meio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que promovam a leitura compreensiva <strong>de</strong> palavras e textos.<br />
AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM, AQUISIÇÃO DE ESCRITA:<br />
IMPLICAÇÕES MÚTUAS<br />
Clau<strong>de</strong>mir Belintane (FE-USP)<br />
A partir <strong>de</strong> vários registros das interações entre adultos e uma criança em fase <strong>de</strong><br />
aquisição da linguagem (GUS, 2 anos) e <strong>de</strong> registros obtidos no atendimento a uma<br />
criança (MAR, 6,5 anos) que já frequenta o primeiro ano do ensino fundamental, (em<br />
pleno processo <strong>de</strong> entrada na escrita alfabética) preten<strong>de</strong>-se estabelecer comparações<br />
com o objetivo <strong>de</strong> sustentar a hipótese básica do pesquisador: a ambiência <strong>de</strong> entrada<br />
na linguagem constitui um processo complexo no qual po<strong>de</strong>m ser localizados traços<br />
importantes que fundam as bases <strong>de</strong> entrada da criança na escrita. Além da análise<br />
dos dois casos e respectivas comparações, o pesquisador preten<strong>de</strong> também tecer<br />
algumas consi<strong>de</strong>rações teóricas sobre o encontro <strong>de</strong>sses dois processos, sobretudo<br />
evi<strong>de</strong>nciar a importância <strong>de</strong> se ampliar a visão para além do foco estrito que tenta<br />
reunir os elementos da língua. A abordagem procura discernir diversas modalida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> linguagem durante a análise dos corpus e ainda põe em relevo questões<br />
importantes da relação corpo-linguagem.<br />
ORALIDADE QUE LEVA A ESCRITA<br />
Cristiane Jesus Nascimento(FCLAR-UNESP)<br />
Muslim Paulino e Gonçalves(FCLAR-UNESP)<br />
Orientadora: Eliza Barbosa<br />
Como bolsistas do projeto Bolsa Alfabetização, vinculado ao programa Ler e<br />
Escrever da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong>senvolvemos uma<br />
pesquisa que tem por objetivo, discutir a produção <strong>de</strong> lista <strong>de</strong> palavras apresentadas<br />
pelo professor, pertencendo ao eixo “Oralida<strong>de</strong> que leva a escrita”. O objetivo da<br />
pesquisa é i<strong>de</strong>ntificar os recursos e critérios utilizados pelas professoras na escolha<br />
das palavras que comporão a lista, enten<strong>de</strong>ndo-os como algo que favorece ou<br />
imprimem dificulda<strong>de</strong>s às aprendizagens das crianças. Os dados são coletados por<br />
meio <strong>de</strong> observação dos elementos presentes na realização das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção<br />
11
<strong>de</strong> listas <strong>de</strong> palavras, realizando uma análise das estratégias adotadas pela professora,<br />
bem como a reação e <strong>de</strong>sempenho dos alunos durante as ativida<strong>de</strong>s. As análises serão<br />
realizadas pelas contribuições da teoria Histórico – Cultural e princípios do<br />
materialismo dialético, aplicados à produção do conhecimento. Parcialmente o que<br />
po<strong>de</strong>mos dizer dos resultados observados, é que: há carência <strong>de</strong> materiais no que diz<br />
respeito à produção das ativida<strong>de</strong>s relacionadas às listas; que as parcerias entre a<br />
professora e aluno-pesquisador promoveram um aprendizado mútuo e houveram<br />
melhorias no que diz respeito ao ensino/aprendizagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados alunos. O<br />
trabalho se encaixa no eixo Oralida<strong>de</strong> e Ortografia <strong>de</strong>ste evento.<br />
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E A METODOLOGIA<br />
DIALÉTICA DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR PARA<br />
AS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL<br />
Eliza Maria Barbosa (UNESP-FCLAR)<br />
Refletimos a partir das contribuições da Psicologia Histórico-Cultural e do<br />
Materialismo dialético à compreensão sobre a construção do conhecimento humano.<br />
Compreendida por autores como Vigotski e Leontiev, a interação é o processo que<br />
assegura aos homens, a passagem das funções psicológicas em seu estado elementar<br />
para um nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento superior. Discutimos alguns pressupostos teóricos<br />
indicadores <strong>de</strong> que a via da humanização das crianças e <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />
psíquico, é a apropriação cultural dos saberes que as condições <strong>de</strong> vida e educacionais<br />
ajudam-nas a realizar. Desta compreensão, <strong>de</strong>riva-se outra específica sobre a relação<br />
entre o ensino e aprendizagem das crianças pré-escolares, <strong>de</strong>monstrada na segunda<br />
parte da discussão que apresenta a experiência das ações <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong>senvolvidas<br />
junto às professoras <strong>de</strong> dois Centros <strong>de</strong> Recreação <strong>de</strong> um município do interior<br />
paulista. Os conteúdos das ativida<strong>de</strong>s apresentadas e discutidas compreen<strong>de</strong>m<br />
aspectos da aquisição da linguagem escrita e do uso voluntário da memória, por<br />
crianças <strong>de</strong> quatro e cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Os referidos Centros aten<strong>de</strong>m crianças <strong>de</strong><br />
zero a seis anos e o objetivo principal daquelas ações, é oferecer às professoras uma<br />
experiência <strong>de</strong> formação/reflexão <strong>de</strong> seus fundamentos da relação entre o ensino e a<br />
aprendizagem, contrastando-os com algumas implicações pedagógicas <strong>de</strong>correntes da<br />
teoria Histórico-Cultural, especialmente sobre o papel da educação no processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento da criança. Discutimos ainda os elementos que caracterizam as<br />
relações pedagógicas observadas. Tais elementos nos permitem qualificar as<br />
mediações e interações estabelecidas durante as ativida<strong>de</strong>s com as crianças.<br />
Esperamos que a discussão revele e reafirme uma vez a compreensão <strong>de</strong> que os<br />
conhecimentos espontâneos com as quais as crianças chegam a escola ou apren<strong>de</strong>m<br />
por meio <strong>de</strong> experiências basicamente empíricas foram suficientes para conduzi-las<br />
até ali, mas não serão igualmente suficientes para fazerem avançar para fases<br />
posteriores <strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong> apropriação <strong>de</strong> conhecimentos significativos,<br />
especialmente os que se referem ao processo <strong>de</strong> apropriação da linguagem escrita.<br />
A SELEÇÃO DE TEXTOS PARA A ALFABETIZAÇÃO E OS<br />
INTERESSES DAS CRIANÇAS<br />
Francine Veríssimo (FCLAR-UNESP/BAAE III)<br />
12
Veronica Leonardo (FCLAR-UNESP/BAAE III)<br />
Orientador: Francisco José Carvalho Mazzeu.<br />
Preten<strong>de</strong>mos com este trabalho, discutir o processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> textos para uso na<br />
alfabetização, buscando melhorias para esse processo. Embora existam controvérsias<br />
importantes, diversos autores têm <strong>de</strong>fendido o uso <strong>de</strong> textos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da<br />
alfabetização e essa tem sido a orientação oficial fornecida para as escolas estaduais<br />
<strong>de</strong> São Paulo. A metodologia utilizada nossa pesquisa baseou-se na realização <strong>de</strong><br />
entrevistas com seis crianças e três professoras do segundo ano do ensino<br />
fundamental <strong>de</strong> uma escola pública <strong>de</strong> Araraquara, sendo que as entrevistas com as<br />
professoras foram feitas no formato <strong>de</strong> Grupo Focal. Buscamos constatar com as<br />
entrevistas o ponto <strong>de</strong> vista das professoras em relação ao material proposto pela<br />
Secretaria Estadual da Educação <strong>de</strong> São Paulo, que faz parte do programa Ler e<br />
Escrever. Como resultado, pu<strong>de</strong>mos perceber dois pontos relevantes: a) existe<br />
interesse das crianças pela leitura, em especial pelo gênero textual contos <strong>de</strong> fadas,<br />
que foi o mais mencionado por elas; b) as crianças apresentaram particular interesse<br />
pelas histórias em quadrinhos e por personagens <strong>de</strong> televisão, o que <strong>de</strong>monstra a<br />
importante relação da escrita com a imagem, algo que po<strong>de</strong>ria ser melhor trabalhado<br />
nos livros do Programa Ler e Escrever, <strong>de</strong> forma a enriquecer o material.<br />
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS COMENTÁRIOS DO PROFESSOR APÓS<br />
LEITURA EM SALA DE AULA<br />
Gislene Rodrigues Ferreira (FCLAR-UNESP)<br />
Orientador: Roseli Parizzi<br />
Tem se discutido bastante a importância do diálogo após o texto lido/ ouvido para a<br />
alfabetização <strong>de</strong> alunos no ciclo inicial, tendo em vista que esta prática po<strong>de</strong> favorecer<br />
tanto o ensino da oralida<strong>de</strong> como o da escrita. A presente pesquisa motivada pela<br />
minha participação no Projeto Ler e Escrever, visa acompanhar como o professor<br />
trabalha os comentários após a leituran<strong>de</strong> textos em uma sala do 5º ano C, em uma<br />
escola publica do interior <strong>de</strong> São Paulo. Será utilizado como referencial teórico, entre<br />
outros, Lerner ( 2002), Gastaldi (2002). O trabalho caracteriza-se como uma pesquisa<br />
qualitativa, partindo <strong>de</strong> uma pesquisa bibliográfica sobre o tema e observações sobre<br />
as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura realizadas pela professora em sala <strong>de</strong> aula. Preten<strong>de</strong>-se com<br />
este estudo i<strong>de</strong>ntificar a importância do dialogo construído após a leitura com os<br />
alunos na construção <strong>de</strong> significados e na facilitação da compreensão e reescrita do<br />
aluno em diferentes gêneros <strong>de</strong> textos.<br />
A CRIANÇA E A PRODUÇÃO DE ENUNCIADOS IRÔNICOS:<br />
PRECOCIDADE?<br />
Heitor Quimello (FCLAR-UNESP/PIBIC)<br />
Orientadora: Alessandra Del Ré<br />
Este trabalho tem como objetivo analisar os dados <strong>de</strong> fala <strong>de</strong> uma criança (G.) em<br />
busca das primeiras produções <strong>de</strong> enunciados irônicos. Para tanto, preten<strong>de</strong>mos<br />
<strong>de</strong>senvolver um estudo longitudinal <strong>de</strong> cunho qualitativo. Trabalhos anteriores nos<br />
13
mostraram que a ironia está presente na fala da criança por volta dos seus 4 anos,<br />
sendo assim, buscamos olhar para os dados <strong>de</strong> (G.), num período anterior a essa<br />
ida<strong>de</strong>. A partir dos trabalhos <strong>de</strong> Bakhtin e do Círculo, tentamos enten<strong>de</strong>r as relações<br />
dialógicas, assim como, os movimentos discursivos responsáveis pelo<br />
<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento dos enunciados produzidos pela criança. Os trabalhos <strong>de</strong> Vygotsky,<br />
Bruner e François guiam nossas reflexões quanto ao processo <strong>de</strong> Aquisição da<br />
Linguagem. Os primeiros resultados obtidos mostraram que, ao tratar da ironia na fala<br />
da criança, necessitamos <strong>de</strong> uma análise mais ampla, que leve em conta relações<br />
como ironia-humor, ironia-zombaria, consi<strong>de</strong>rando ainda a entoação, o gestual e o<br />
contexto. Como consi<strong>de</strong>rações parciais, pu<strong>de</strong>mos encontrar, na fala da criança (por<br />
volta dos 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>), a produção <strong>de</strong> enunciados com características próprias à<br />
ironia, o que abre um caminho ainda maior a percorrer, em busca da categorização e<br />
da <strong>de</strong>finição do que seria ou não <strong>de</strong> fato, na fala da criança, um enunciado irônico.<br />
INSTÂNCIAS DA LÍNGUA NA FALA DA CRIANÇA<br />
Irani Rodrigues Maldona<strong>de</strong> (IEL/Unicamp)<br />
O trabalho tem como objetivo refletir, mais <strong>de</strong> perto, sobre as instâncias da língua na<br />
fala da criança. De acordo com a proposta das três posições da criança no processo <strong>de</strong><br />
aquisição da linguagem (v. De Lemos, 2002), a terceira posição correspon<strong>de</strong>ria ao<br />
que, na literatura em aquisição da linguagem, aparece relacionado à “capacida<strong>de</strong><br />
metalinguística” da criança. Neste sentido, as (auto)correções e as modificações que<br />
acontecem na fala da criança tornam-se dados preciosos para análise, uma vez que é a<br />
própria criança que ao escutar-se, reconhece uma diferença entre a fala do outro e sua<br />
própria fala, interferindo na sua relação com a língua. Em etapa anterior da pesquisa,<br />
em 2012, duas situações em que a língua foi colocada em <strong>de</strong>staque na fala <strong>de</strong> uma<br />
criança brasileira foram analisadas: 1) aquela em que a mensagem se refere à própria<br />
mensagem e 2) aquela em que a mensagem se refere ao código, nos termos <strong>de</strong><br />
Jakobson (1974). Essas duas situações estão relacionadas ao <strong>de</strong>slocamento do sujeito<br />
no processo <strong>de</strong> aquisição da linguagem, porém <strong>de</strong> formas diferentes. Na primeira<br />
situação, a análise <strong>de</strong> dados mostrou que a criança se encontra frequentemente, na<br />
primeira posição da criança no processo <strong>de</strong> aquisição da linguagem <strong>de</strong> acordo com a<br />
proposta <strong>de</strong> De Lemos (2002), enquanto que na segunda situação, a criança se<br />
encontra na segunda ou terceira posição em seu trajeto <strong>de</strong> aquisição da linguagem.<br />
Tais consi<strong>de</strong>rações permitem problematizar, em alguns aspectos, a proposta teórica<br />
apesar <strong>de</strong> concordar que esta continua sendo uma alternativa à noção <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento na área <strong>de</strong> aquisição da linguagem.<br />
DIAGNÓSTICO DE ORALIDADE: DIFICULDADES DE ALUNOS DO 1º<br />
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I<br />
Isadora Rebello Joaquim (FE-USP).<br />
Orientador: Clau<strong>de</strong>mir Belintane<br />
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os recursos e elementos <strong>de</strong> análise<br />
para diagnosticar crianças no processo <strong>de</strong> alfabetização, utilizados no projeto “O<br />
14
<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> ensinar a leitura e a escrita no contexto do Ensino Fundamental <strong>de</strong> nove<br />
anos”, a fim <strong>de</strong> encaminha-las a ações pautadas nas suas dificulda<strong>de</strong>s.<br />
Compreen<strong>de</strong>mos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar a língua sem isolá-la <strong>de</strong> seu universo<br />
literário, e para isso procuramos inserir as crianças na leitura e escrita através da<br />
oralida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> narrativas da tradição oral, <strong>de</strong> parlendas, cantigas, brinca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> roda,<br />
etc. Logo, as sondagens que aplicamos são norteadas por esta concepção, na qual se<br />
enxerga um melhor <strong>de</strong>senvolvimento na aquisição da linguagem oral e escrita quando<br />
a criança está imersa no campo da oralida<strong>de</strong>. Neste processo, algumas crianças<br />
passam por entraves e são acompanhadas mais <strong>de</strong> perto. A dinâmica <strong>de</strong> atendimentos<br />
particulares aos alunos com dificulda<strong>de</strong> também será relatada no trabalho em questão,<br />
apontando um caso específico, no qual o aluno em foco apresenta afasias e<br />
complicações na aquisição da fala.<br />
ANÁLISE SOBRE O IMPACTO DO PROGRAMA BOLSA<br />
ALFABETIZAÇÃO NA FORMAÇÃO DE LICENCIANDOS DA<br />
FCL/UNESP/ARARAQUARA<br />
Juliana Ferreira (Bolsista do NE/PROGRAD)<br />
Orientador: Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
O presente trabalho tem o intuito analisar o impacto do Programa Bolsa Alfabetização<br />
na formação dos licenciandos. O programa criado em 2007 pela Secretaria da<br />
Educação do Estado <strong>de</strong> São Paulo, tem como um <strong>de</strong> seus objetivos aprimorar a<br />
formação inicial dos estudantes dos cursos <strong>de</strong> Pedagogia e <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, possibilitandolhes<br />
atuar como docentes da re<strong>de</strong> pública. Os licenciandos apoiam os professores no<br />
sentido <strong>de</strong> garantir que as crianças do 2º ano sejam alfabetizadas. A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Ciências e <strong>Letras</strong> <strong>de</strong> Araraquara/UNESP é conveniada ao programa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011e<br />
conta com a participação <strong>de</strong> 39 estudantes bolsistas, que atuam em 12 escolas do<br />
município <strong>de</strong> Araraquara e 06 escolas do município <strong>de</strong> Matão. Os estudantes,<br />
<strong>de</strong>nominados alunos pesquisadores (APs), uma vez inseridos na escola têm a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer a realida<strong>de</strong> escolar e, <strong>de</strong> forma continua, construir saberes<br />
que permitem a estes resolver problemas <strong>de</strong> suas praticas pedagógicas. As análises e<br />
as reflexões <strong>de</strong>ste estudo apoiam-se em uma ampla pesquisa bibliográfica sobre o<br />
processo <strong>de</strong> tornar-se professor e também em entrevistas com um grupo <strong>de</strong> 08 APs.<br />
Os resultados iniciais <strong>de</strong>sses dados indicam um impacto bastante positivo do<br />
programa na formação inicial <strong>de</strong>stes alunos.<br />
SONDAGEM AMPLIADA: SUBJETIVIDADE E HETEROGENEIDADE<br />
NA ALFABETIZAÇÃO<br />
Laura Battaglia (FE-USP)<br />
Orientador: Clau<strong>de</strong>mir Belintane<br />
Preten<strong>de</strong>-se discutir importância e amplitu<strong>de</strong> da sondagem no processo <strong>de</strong><br />
alfabetização infantil como elemento fundamental na <strong>de</strong>cisão dos manejos e<br />
planejamentos das ativida<strong>de</strong>s alfabetizadoras subsequentes, que pon<strong>de</strong>ram<br />
heterogeneida<strong>de</strong> e subjetivida<strong>de</strong> na aprendizagem. Pressupostos teóricos<br />
15
psicanalíticos consi<strong>de</strong>ram: 1) remanescentes mnêmicos subjetivos são elementos<br />
fundamentais para i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> grupal (reconhecimento e pertencimento sócio-cultural)<br />
e individual; 2) memória subjetiva, particular e intransferível, <strong>de</strong>termina<br />
particularida<strong>de</strong>s na apropriação e interpretação <strong>de</strong> textos orais e escritos,<br />
<strong>de</strong>terminantes do modo <strong>de</strong> alfabetização. Alfabetização é mais que função e domínio<br />
particular <strong>de</strong> leitura e escrita: é também meio <strong>de</strong> troca e constituição social. Casos<br />
explicitam que sondagem diagnóstica da alfabetização infantil não po<strong>de</strong> envolver<br />
somente leitura e escrita (senão que também oralida<strong>de</strong>, ativida<strong>de</strong>s gráficas,<br />
capacida<strong>de</strong>s relacionais) e não se inicia e se esgota no início do 1º. ano do EFI,<br />
abarcando análise <strong>de</strong> material da EI e esten<strong>de</strong>ndo-se permanentemente pelos dois<br />
primeiros anos letivos. Sondagem ampliada em tempo e varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos,<br />
permite atentar para a heterogeneida<strong>de</strong> grupal e para a subjetivida<strong>de</strong> dos modos <strong>de</strong><br />
aprendizagem, garantindo rendimento escolar sólido e interessado.<br />
ALFABETIZANDO: O INTERESSE DOS ALUNOS PELA LEITURA<br />
FEITA PELA PROFESSORA<br />
Lucas Henrique da Silva (FCLAR-UNESP)<br />
Maria Caroline Aparecida Portero (FCLAR-UNESP)<br />
Patrícia Fernanda <strong>de</strong> Souza (FCLAR-UNESP)<br />
Orientadora: Eliza Maria Barbosa<br />
Este trabalho é resultado da pesquisa realizada em turmas do 2º ano do ensino<br />
fundamental da Secretaria <strong>de</strong> Educação do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Como bolsistas do<br />
programa Bolsa Alfabetização do projeto “Ler e Escrever” recortamos para estudos<br />
uma das situações didáticas que <strong>de</strong>vem conter na rotina escolar que é a Leitura<br />
realizada pelo(a) professor(a) O objetivo é apresentar e discutir o interesse dos<br />
alunos pela leitura feita pela professora avaliando a pertinência pedagógica dos<br />
recursos utilizados pela mesma no sentido <strong>de</strong> formar leitores eficientes e conscientes,<br />
bem como indivíduos que fazem uso pleno do sistema <strong>de</strong> leitura e escrita. Os dados<br />
estão sendo coletados por meio <strong>de</strong> dois questionários, sendo um aplicado às<br />
professoras regentes e outro, aos alunos do 2º ano. Secundariamente, serão também<br />
utilizadas as anotações do <strong>ca<strong>de</strong>rno</strong> <strong>de</strong> bordo, observações nas salas <strong>de</strong> aula e materiais<br />
produzidos pelos alunos. Nossas primeiras observações e análises indicam<br />
parcialmente, que a atuação do professor possui papel <strong>de</strong>terminante na <strong>de</strong>finição do<br />
interesse do aluno pela leitura.<br />
UM OLHAR DIFERENTE SOBRE A ALFABETIZAÇÃO<br />
Luiz Carlos Cagliari (FCLAR-UNESP)<br />
Durante muitos anos, tenho falado, escrito e discutido questões importantes sobre o<br />
processo <strong>de</strong> alfabetização. O foco principal sempre foi as questões linguísticas e,<br />
eventualmente, também a questão mais abrangente da Educação no Brasil. Na minha<br />
comunicação, não há nada <strong>de</strong> novo que eu já não tenha tratado antes. Porém, partindo<br />
das questões linguísticas mais importantes, irei discutir, <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista<br />
cognitivo, o processo <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> aprendizagem. A questão linguística mais<br />
16
importante na alfabetização é, sem dúvida, a variação linguística, em todas as suas<br />
dimensões sociolinguísticas e também relativas à natureza, função e uso dos sistemas<br />
<strong>de</strong> escrita. A variação é impon<strong>de</strong>rável na mente do aprendiz. À semelhança do gato <strong>de</strong><br />
Schrödinger, é impossível dizer o que acontece. Somente através <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong><br />
outra natureza, po<strong>de</strong>-se fazer um julgamento exato do que aconteceu. A alfabetização<br />
sempre privilegiou o ensino. Consi<strong>de</strong>rações relativas à aprendizagem costumam<br />
também estar ligadas ao ensino, porque o ensino é a medida do que se apren<strong>de</strong>, na<br />
escola. Uma visão cognitiva do processo <strong>de</strong> aprendizagem, começa com a noção <strong>de</strong><br />
entropia. O <strong>de</strong>sarranjo causado por qualquer i<strong>de</strong>ia nova precisa voltar a uma situação<br />
<strong>de</strong> equilíbrio, para que o caos se torne um elemento aprendido e operacional. Esse<br />
olhar diferente sobre a alfabetização, certamente, necessita <strong>de</strong> elementos novos<br />
educacionais para sua implementação. No momento, estamos ainda olhando a mente<br />
do aprendiz, como quem está diante da caixa <strong>de</strong> Schrödinger. Nos últimos 30 anos, a<br />
linguística cognitiva, em particular a semântica cognitiva, tem <strong>de</strong>senvolvido uma<br />
teoria, cada vez mais sólida e a<strong>de</strong>quada para explicar a linguagem na mente das<br />
pessoas. As noções <strong>de</strong> sistema complexo e <strong>de</strong> categorização são um bom começo para<br />
se enten<strong>de</strong>r como a mente funciona. Mas, há outras questões importantes e<br />
fundamentais. O cérebro não é a mente. O cérebro recebe as informações vindas dos<br />
sentidos e as processa. Por exemplo, a cor roxa não existe na natureza, porque não há<br />
nenhuma frequência <strong>de</strong> onda simples ou composta que a gere. Porém, o cérebro<br />
resolveu "criar" uma cor, a partir <strong>de</strong> certos estímulos luminosos. O fato <strong>de</strong> o cérebro<br />
criar interpretações é a função da mente. Portanto, o processo <strong>de</strong> aprendizagem não<br />
exatamente o que algumas pessoas acham que é. Está na hora <strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> ensino<br />
e <strong>de</strong> aprendizagem se aproveitarem <strong>de</strong>sses conhecimentos em benefício da Educação<br />
e, em particular, do processo <strong>de</strong> alfabetização.<br />
INFLUÊNCIAS DA LÍNGUA ORAL NO APRENDIZADO DA LÍNGUA<br />
ESCRITA<br />
Maiara Helena da Silva Pugliesi(FCLAR-UNESP)<br />
Monica Martins Oliveira(FCLAR-UNESP)<br />
Orientadora: Roseli A. Parizzi<br />
Partindo da compreensão da diferença existente entre língua oral e língua escrita e <strong>de</strong><br />
sua importância no processo <strong>de</strong> alfabetização, e tendo também a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vivenciar o cotidiano <strong>de</strong> duas turmas <strong>de</strong> 2º ano do Ensino Fundamental, como<br />
bolsistas do Programa Bolsa Alfabetização, <strong>de</strong>finimos, como objetivo <strong>de</strong><br />
investigação, a i<strong>de</strong>ntificação das características da escrita <strong>de</strong>sses alunos. Tomamos<br />
como ponto <strong>de</strong> partida para as análises as produções escritas <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula no gênero<br />
“bilhete”. O referencial teórico utilizado é sobretudo o do projeto “Ler e Escrever”,<br />
implementado na re<strong>de</strong> estadual, mas usamos também outros textos relacionados ao<br />
tema. Desenvolvemos uma investigação didática, na qual estão envolvidos o aluno<br />
alfabetizando, o professor e o aluno pesquisador. Desse modo, temos a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> coletar os dados no <strong>de</strong>correr da situação real do processo <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong><br />
aprendizagem na sala <strong>de</strong> aula. Os dados preliminares apontam a existência da<br />
hipossegmentação (junção <strong>de</strong> palavras) na escrita, o que po<strong>de</strong> indicar que os alunos<br />
ainda não compreen<strong>de</strong>m que a lingua escrita não é igual à lingua falada.<br />
17
UM NOVO OLHAR SOBRE A UNIDADE LINGUÍSTICA: UMA<br />
PROPOSTA ENUNCIATIVA PARA OS ESTUDOS EM AQUISIÇÃO DA<br />
LINGUAGEM<br />
Márcia Cristina Romero Lopes (EFLCH – UNIFESP)<br />
De muito a questão sobre quais categorias consi<strong>de</strong>rar na análise das produções<br />
linguísticas da criança vem sendo discutida. Que não se <strong>de</strong>ve tomar a gramática do<br />
adulto como parâmetro para o estabelecimento <strong>de</strong> tais categorias, isso já é um<br />
consenso. Contudo, há ainda um aspecto que, a nosso ver,merece reflexão, embora<br />
essa discussão já possa ter sido efetuada em outras circunstâncias: se a recusa da<br />
gramática do adulto por parâmetro é fato atestado, qual gramática – e, mais<br />
precisamente, qual concepção <strong>de</strong> língua – entra em seu lugar, sobretudo quando o que<br />
está em jogo, no tratamento dos dados, é a aquisição <strong>de</strong> marcas léxico-gramaticais do<br />
ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> seu funcionamento semântico? Para dar um único exemplo<br />
relacionado a unida<strong>de</strong>s ditas gramaticais, posto que as análises mais usuais do<br />
pretérito perfeito trazidas por diferentes referenciais teóricos não são suficientes para<br />
explicar sequer o que é observado na gramática do adulto, o estudioso da linguagem<br />
da criança <strong>de</strong>para-se, <strong>de</strong> saída, com uma falta, visto não existir uma concepção<br />
plausível do funcionamento <strong>de</strong>ste tempo verbal na qual se fundamentar. Com efeito,<br />
se se propuser a analisar as produções linguísticas das crianças a partir da <strong>de</strong>finição<br />
usual <strong>de</strong> pretérito perfeito, a tendência será a <strong>de</strong> tomar por parâmetro o sentido <strong>de</strong><br />
base que lhe é comumente atribuído – o <strong>de</strong> “fato do passado” –, o que está longe <strong>de</strong><br />
explicar até os valores semânticos observados nos usos; se, por outro lado, se se<br />
propuser a fazer a sua análise a partir <strong>de</strong> valores já <strong>de</strong>scritos nos usos, volta-se ao<br />
impasse inicial, já que muitas produções infantis – aliás, como outras produções – não<br />
são por eles abarcadas. Esses questionamentos iniciais permitem <strong>de</strong>linear o objeto<br />
<strong>de</strong>ste trabalho: se, nas línguas, lidamos com fenômenos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>,<br />
“uma complexida<strong>de</strong> em que não se po<strong>de</strong> separar a reflexão sobre o signo da reflexão<br />
sobre o sentido” (CULIOLI, 2003, p.138), ou se há, nos empregos da língua,<br />
necessariamente variação semântica, nota-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer um novo<br />
olhar sobre o que funda, semanticamente, a unida<strong>de</strong> linguística no que concerne o<br />
sistema linguístico. Essa discussão far-se-á tomando por ilustração os empregos<br />
referentes ao uso do pretérito perfeito observados nas interações das quais G. (2;10-<br />
26, Banco <strong>de</strong> dados NALíngua, UNESP-FCLAR) participa e ajuda a construir.<br />
REDAÇÃO COOPERATIVA: A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO NA<br />
AQUISIÇÃO DA ESCRITA<br />
MônicaLeite <strong>de</strong> Araujo(FCLAR-UNESP)<br />
Orientadora: Alessandra Del Ré<br />
Para um escritor principiante, a complexida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>vem ser realizadas<br />
conjuntamente para produzir um texto cria uma verda<strong>de</strong>ira dificulda<strong>de</strong> que po<strong>de</strong><br />
conduzi-lo a um impasse, cujos efeitos inibidores po<strong>de</strong>m ser nefastos. Parece-nos<br />
fundamental, portanto, ressaltar a importância do contexto <strong>de</strong> comunicação na<br />
aquisição da escrita, através do qual se cria um espaço on<strong>de</strong> a criança po<strong>de</strong> se<br />
18
exprimir, criar, explorar, questionar e construir um texto do qual se orgulha. Partindo<br />
<strong>de</strong>ssa hipótese, observamos crianças <strong>de</strong> 9 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, escrevendo em pares uma<br />
história <strong>de</strong> terror, sem rascunho, diretamente no computador. O procedimento<br />
utilizado foi o indutivo. Autores como Bakhtin (1984), Vygotsky (1985) e De<br />
Gaulmyn (1994), nos forneceram respaldo teórico. Os métodos <strong>de</strong>scritivos se<br />
inspiraram na análise do diálogo, na gramática do texto e na aquisição da linguagem.<br />
O objetivo é colocar em evidência a dinâmica da produção escrita, tornando visíveis<br />
alguns dos diferentes procedimentos implicados no processo redacional e as<br />
estratégias <strong>de</strong> escrita adotadas. Esse trabalho interativo solicita a busca <strong>de</strong> soluções<br />
partilhadas e leva as crianças a níveis mais elevados <strong>de</strong> funcionamento interpsíquico,<br />
uma vez que chamadas a uma reflexão sobre o próprio discurso, no nível da coerência<br />
(local e global) e das regras gramaticais.<br />
PRODUÇÃO DE TEXTOS NA ALFABETIZAÇÃO<br />
Naiara Cristiane Cunha(FCLAR-UNESP)<br />
Isabela Antunes <strong>de</strong> Oliveira (FCLAR-UNESP)<br />
Orientador: Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
Este resumo tem por objetivo, apresentar os resultados dos estudos e das ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>senvolvidas em uma sala <strong>de</strong> aula no 2º Ano do Ensino Fundamental por meio do<br />
projeto Bolsa Alfabetização, que é uma parceria entre a UNESP Araraquara e a re<strong>de</strong><br />
estadual <strong>de</strong> ensino.O <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s ocorreu mediante a seleção <strong>de</strong><br />
textos para serem usados na alfabetização. Foram trabalhados textos <strong>de</strong> diferentes<br />
gêneros, tais como: histórias em quadrinhos, parlendas e fábulas. O objetivo foi fazer<br />
com que esses alunos vivenciassem momentos <strong>de</strong> leitura e escrita e, através <strong>de</strong>sse<br />
processo, <strong>de</strong>senvolvessem sua criativida<strong>de</strong> e imaginação para produzirem seus<br />
próprios textos narrativos. A partir da aplicação <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s em sala <strong>de</strong> aulafoi<br />
possível notar as dificulda<strong>de</strong>s encontradas por essas crianças na produção <strong>de</strong>sse tipo<br />
<strong>de</strong> texto. Para melhorar a capacida<strong>de</strong> das crianças para explorar as inúmeras<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma narrativa estão sendo estudadas as técnicas sugeridas por<br />
RODARI no livro Gramática da Fantasia (1982). Os resultados obtidos no <strong>de</strong>correr<br />
das ativida<strong>de</strong>s propostas em sala <strong>de</strong> aula mostram que as crianças se envolvem com as<br />
histórias quando são estimuladas participar e a trabalhar modificando os textos. Com<br />
isso <strong>de</strong> po<strong>de</strong> perceber uma mudança positiva na rotina escolar <strong>de</strong>sses alunos.<br />
ATIVIDADES RELACIONADAS À LEITURA EM SALA DE AULA E SUA<br />
RELAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO LEITOR<br />
Raíra <strong>de</strong> Azevedo(FCLAR-UNESP)<br />
Cintia Cristina Ferreira(FCLAR-UNESP)<br />
Orientador: Roseli A. Parizzi<br />
As ativida<strong>de</strong>s que envolvem a prática da leitura, tanto pelo professor quanto pelo<br />
aluno, realizadas em sala <strong>de</strong> aula são <strong>de</strong> extrema importância para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do aluno leitor. Na escola <strong>de</strong>ve-se ler para as crianças todos os dias e incentivar a<br />
leitura <strong>de</strong>ntro e fora do ambiente escolar, a fim <strong>de</strong> se criar um hábito positivo.<br />
19
Partindo <strong>de</strong> nossa experiência como alunas pesquisadoras do projeto Bolsa<br />
Alfabetização em duas salas <strong>de</strong> 2º Ano do ensino fundamental <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> uma<br />
cida<strong>de</strong> do interior paulista, <strong>de</strong>senvolveremos uma pesquisa qualitativa, iniciando<br />
umlevantamento dos diferentes livros utilizados em sala <strong>de</strong> aula, observando as<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pela professora referentes à leitura e realizaremos uma<br />
entrevista semi-estruturada com os alunos para i<strong>de</strong>ntificar as preferências <strong>de</strong> gêneros<br />
textuais nesta fase <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. Nosso trabalho será fundamentado pelo livro <strong>de</strong><br />
Maria Alice Faria “Como usar a literatura infantil em sala <strong>de</strong> aula”, pelo artigo <strong>de</strong><br />
Giane C. Cardoso e Rita C.B. Pelozo “A importância da leitura na formação do<br />
indivíduo” e pelo material do Ler e Escrever.<br />
O HOMEM NÃO NASCE NA NATUREZA, MAS NA CULTURA: ASSIM<br />
FALA UMA CRIANÇA<br />
Valdir do Nascimento Flores (UFRGS)<br />
Este trabalho busca <strong>de</strong>senvolver uma reflexão a respeito da linguagem da criança a<br />
partir da relação homem, linguagem e cultura. Para tanto, eleva à condição <strong>de</strong> axioma<br />
a afirmação <strong>de</strong> Émile Benveniste, que serve <strong>de</strong> título a esta Conferência, presente em<br />
entrevista <strong>de</strong> 1968, transcrita em Problèmes <strong>de</strong> linguistiqueGènèrale II (1974),<br />
“Structuralisme et linguistique”: o homem não nasce na natureza, mas na cultura. A<br />
proposta é, enfim, sustentar que na língua se manifesta a condição do homem como<br />
ser falante e que essa condição é uma função essencial <strong>de</strong>sse homem, do homem que<br />
fala, o que a torna objeto <strong>de</strong> uma antropologia: uma antropologia da linguagem que<br />
implica uma antropologia da enunciação.<br />
DIALOGISMO E MEMÓRIA EM PROCESSOS DE ESCRITURA EM ATO<br />
Eduardo Calil (UFAL/NALingua)<br />
Este trabalho tem por objetivo discutir a relação entre dialogismo e memória,<br />
consi<strong>de</strong>rando como objeto <strong>de</strong> investigação o processo <strong>de</strong> escritura em ato.<br />
Caracterizado enquanto um estudo <strong>de</strong> caráter etnolinguístico, propomos uma<br />
articulação entre as noções <strong>de</strong> “memória semântica” e “memória do objeto”. A<br />
articulação proposta tem como referência teórica a Genética <strong>de</strong> Textos e a Linguística<br />
da Enunciação, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a hipótese <strong>de</strong> que a condição dialógica e intersubjetiva do<br />
escrevente perfaz o conteúdo ativado durante a geração e formulação <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia.<br />
Para tal, analisamos os minutos iniciais <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> escritura <strong>de</strong> uma história<br />
inventada, efetivado (e filmado) em contexto escolar, do qual participam duas alunas<br />
recém-alfabetizadas (6 anos). O resgate <strong>de</strong>sta dinâmica revelou não apenas o modo<br />
como o título foi gerado e a importância do contexto letrado, mas principalmente, o<br />
papel do acaso e do imprevisível para a compreensão <strong>de</strong> seu funcionamento.<br />
CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA MULTIMODAL PARA A<br />
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM<br />
20
Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante (UFPB)<br />
Buscamos neste trabalho apresentar o papel da perspectiva multimodal para a<br />
compreensão do processo aquisisicional da linguagem. Para isso, partimos da visão <strong>de</strong><br />
que gesto e fala compõem uma mesma matriz significativa (KENDON, 1989;<br />
McNEILL, 2000) e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse olhar quando nos <strong>de</strong>bruçamos<br />
para os processos aquisicionais. Para <strong>de</strong>monstrar tal funcionamento trazemos dados<br />
<strong>de</strong> interação diversos: mãe-bebê entre 0 e 48 meses mãe-criança autista; mãe criança<br />
com síndrome <strong>de</strong> moebius; mãe criança cega. Buscamos com este mosaico <strong>de</strong> dados<br />
ilustrar como se dá a dinâmica interacional compartilhada por estas día<strong>de</strong>s e como<br />
olhar os dados aliando gesto e fala permite uma compreensão diferenciada da<br />
aquisição da linguagem.<br />
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO DOS SISTEMAS E DA HISTÓRIA DA<br />
ESCRITA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO<br />
Gladis Massini-Cagliari (UNESP-FCLAr/NALingua)<br />
Esta apresentação volta-se para questões relacionadas aos sistemas <strong>de</strong> escrita no<br />
processo da alfabetização. Embora o alfabético seja o sistema <strong>de</strong> escrita que mais<br />
usamos no nosso dia a dia, inseridos no nosso mundo <strong>de</strong> letramento, utilizamos<br />
também muitas formas <strong>de</strong> escrita i<strong>de</strong>ográfica, como os números, os sinais <strong>de</strong> trânsito,<br />
os ícones <strong>de</strong> variados tipos, etc. Por este motivo, são imprescindíveis trabalhos <strong>de</strong><br />
diferenciação dos diversos tipos <strong>de</strong> escrita que nos ro<strong>de</strong>iam. Além disso, faz-se<br />
necessária a distinção entre os tipos <strong>de</strong> escrita fonográfica: silábica, consonantal,<br />
alfabética e ortográfica. A complexida<strong>de</strong> do mundo da escrita é, ainda, intensificada<br />
pelo uso <strong>de</strong> diversos estilos <strong>de</strong> letras, o que torna a categorização gráfica dos<br />
caracteres por vezes muito complicada para o aprendiz, no momento da alfabetização<br />
– o que po<strong>de</strong> complicar seu processo <strong>de</strong> categorização funcional das letras,<br />
fundamental para o processo <strong>de</strong> leitura.<br />
INTERAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS POR MEIO DA FALA: VISÃO<br />
FONOAUDIOLÓGICA<br />
Zelita Cal<strong>de</strong>ira Ferreira Gue<strong>de</strong>s (UNIFESP)<br />
A comunicação é a característica mais importante do ser humano. Des<strong>de</strong> os primeiros<br />
momentos da vida, a criança se comunica com sua mãe por meio do olhar, do choro e<br />
do riso, para posteriormente fazê-lo pela fala e linguagem. Bruner (1998) afirma que<br />
antes da fala, a criança expressa sua comunicação por meio <strong>de</strong> gestos e outras formas,<br />
geralmente <strong>de</strong>monstradas pela mímica facial. A criança adquire a linguagem com o<br />
auxílio da percepção, com o uso da motricida<strong>de</strong>, e os conceitos sociais e da<br />
linguagem, assim como as regras gramaticais e lingüísticas são aprendidas por meio<br />
da interação social. Joanna Ryan (1974) explora o fato <strong>de</strong> que a mãe normalmente<br />
<strong>de</strong>cifra as vocalizações <strong>de</strong> seus filhos, por meio <strong>de</strong> interpretação, comentário,<br />
<strong>de</strong>volutiva, repetição e finalmente confirma o que a criança falou. Esta interação<br />
proporciona o <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem por meio do diálogo, da troca <strong>de</strong> turnos,<br />
21
que inicialmente é realizada por sons e imagens. Este é um importante período na vida<br />
do bebê, em que a musculatura da língua, dos lábios, das bochechas; os movimentos<br />
mandibulares; a percepção auditiva e visual para a fala é estimulada, para que em<br />
alguns meses, este bebê seja capaz <strong>de</strong> expressar as primeiras palavras com<br />
significado. A partir dos 2 anos as estruturas primárias passam a ter uma<br />
representação interna – as palavras passam a ter significados e conceitos. (Fernan<strong>de</strong>s,<br />
2008) Todo o processo dialógico que agora ocorre tem como propósito a<br />
comunicação, mas acaba favorecendo o <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem e favorece a<br />
correção dos padrões incorretos que, por ventura a criança vier a realizar. Trocas,<br />
omissões e distorções dos sons da fala po<strong>de</strong>m ocorrer por diferentes motivos e será do<br />
adulto a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduzir o alinhamento da produção <strong>de</strong> acordo com a<br />
Língua. A observação do <strong>de</strong>senvolvimento da fala é um excelente instrumento para a<br />
verificação se o mesmo ocorre com <strong>de</strong>senvoltura, ou se há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
interferência. Os processos fonológicos tem o seu período para o aparecimento e sua<br />
correção, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da dificulda<strong>de</strong> motora exigida para essa manifestação.<br />
Normalmente será o fonoaudiólogo, o profissional que se encarregará <strong>de</strong> avaliar e<br />
criar condições <strong>de</strong> acerto para aquelas crianças que apresentarem um padrão<br />
ina<strong>de</strong>quado, favorecendo a qualida<strong>de</strong> da execução da fala.<br />
O PAPEL DA CRIANÇA NO INSTITUTO ORATORIA DE QUINTILIANO<br />
Marly <strong>de</strong> Bari Matos (PPGL-USP)<br />
Ao longo dos séculos I e II d.C., importantes obras da literatura latina <strong>de</strong>stinaram a<br />
passagens extensas consi<strong>de</strong>rações sobre a formação recebida pelos pueri romanos. Em<br />
geral, os autores focalizaram a educação escolar ministrada aos meninos a partir do<br />
ensino do grammaticus, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando a etapa preliminar dos estudos gerida, via <strong>de</strong><br />
regra, pela mãe, pelas amas e pelo litterator. Nesse contexto, a Institutio Oratoria <strong>de</strong><br />
Quintiliano surge com uma inovação apontada pelo autor no prefácio da obra: tratar<br />
da fase que seria a mais significativa da formação do cidadão romano, a infância. Nos<br />
livros I e II, portanto, Quintiliano <strong>de</strong>dica-se a apresentar os meios pelos quais as amas<br />
e, posteriormente, o litterator <strong>de</strong>veriam introduzir o puer às primeiras letras e<br />
palavras, corrigindo-lhes os erros <strong>de</strong> dicção, escrita e leitura, <strong>de</strong>ixando ver o papel da<br />
criança no processo <strong>de</strong> aquisição da linguagem. Levando em consi<strong>de</strong>ração alguns dos<br />
dados coletados pelo grupo, faremos, aqui, uma leitura crítica <strong>de</strong> algumas passagens<br />
<strong>de</strong>ssa obra, buscando traçar um contraponto, entre as concepções antiga e mo<strong>de</strong>rna,<br />
do papel assumido pela criança <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> tal.<br />
CONTRIBUIÇÃO DA EXPERIÊNCIA PRÁTICA NA APRENDIZAGEM<br />
DA DOCÊNCIA: A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA BOLSA<br />
ALFABETIZAÇÃO<br />
Roseli A. Parizzi (UNESP-FCLAr)<br />
Muitos autores apontam que tornar-se professor po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um processo<br />
complexo, uma vez que, apren<strong>de</strong>r a ensinar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiências e conhecimentos<br />
diversos, que têm inicio antes da escolarização formal e prolonga-se por toda a vida<br />
22
profissional. A partir da premissa que a formação inicial <strong>de</strong>va ser valorizada não<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a importância <strong>de</strong> algumas necessida<strong>de</strong>s não supridas<br />
durante esse período. De alguma forma os professores constroem seus saberes no<br />
<strong>de</strong>correr <strong>de</strong> sua carreira docente. Acreditamos, <strong>de</strong> um lado, que a formação básica<br />
po<strong>de</strong> fornecer alguns elementos que favoreçam tal processo. De outro lado, essa<br />
formação está associada a um conjunto <strong>de</strong> fatores relacionados ao cotidiano escolar<br />
(Parizzi, 2000). A possibilida<strong>de</strong> dos alunos vivenciarem diariamente as experiências<br />
da sala <strong>de</strong> aula, proporcionada pelo Programa Bolsa Alfabetização, nos remeteu,<br />
enquanto orientadora, a um questionamento (mais contun<strong>de</strong>nte) sobre o papel e o<br />
lugar da formação básica oferecida nos cursos <strong>de</strong> licenciatura para o exercício docente<br />
na educação básica. Na tentativa <strong>de</strong> interpretar essa experiência, aproximando a<br />
formação básica recebida na universida<strong>de</strong> às rotinas e culturas escolares vivenciadas<br />
nas escolas parceiras, optamos pelo referencial <strong>de</strong> como a formação <strong>de</strong> professores<br />
po<strong>de</strong> ser construída <strong>de</strong>ntro da profissão docente (Nóvoa, 2003) e sua influência na<br />
formação dos alunos estagiários.<br />
AQUISIÇÃO DA ESCRITA E ESTILO<br />
Natália Grecco (UNESP-FCLAr)<br />
Marina Célia Mendonça (UNESP-FCLAr)<br />
Trabalhos que tratam <strong>de</strong> questões relacionadas ao estilo, geralmente, atêm-se às<br />
marcas próprias <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado autor em textos literários. Relacionar o estilo a textos<br />
<strong>de</strong> estudantes não é uma tarefa fácil; porém tem sido explorada no Brasil,<br />
principalmente a partir dos anos noventa. Exemplo é a pesquisa <strong>de</strong> Abaurre, Fiad e<br />
Mayrink-Sabinson. O trabalho das autoras é inovador ao propor uma metodologia<br />
diferenciada das existentes na época, que visavam os dados homogêneos, os quais<br />
<strong>de</strong>monstravam regularida<strong>de</strong>s. Elas, por sua vez, adotaram a proposta <strong>de</strong> análise<br />
indiciária proposta por Ginzburg. Aplicando esse paradigma à aquisição da escrita, as<br />
autoras propuseram um método <strong>de</strong> análise baseado no dado único, no singular. A<br />
partir <strong>de</strong>ssa metodologia, propuseram um conceito <strong>de</strong> estilo que consiste em<br />
consi<strong>de</strong>rar marcas <strong>de</strong> estilísticas aquelas que revelam o trabalho do sujeito com a<br />
linguagem, uma escolha do escrevente. Ressaltam que essa escolha não é totalmente<br />
livre, estando, por exemplo, no campo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição dada pelos gêneros do discurso.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que, na esfera escolar, as crianças são levadas a produzir <strong>de</strong>terminados<br />
gêneros, segundo <strong>de</strong>terminados parâmetros <strong>de</strong> linguagem e textualida<strong>de</strong>, as autoras<br />
<strong>de</strong>nominaram a homogeneida<strong>de</strong> exigida pela instituição <strong>de</strong> ensino como estilo escolar.<br />
A partir das pesquisas das autoras, nossa proposta é aprofundar a reflexão sobre<br />
alguns postulados bakhtinianos que interferem na questão do estilo. Temos como<br />
objetivo refletir sobre como a esfera <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> (em nosso caso, a escolar) interfere<br />
nos gêneros do discurso produzidos pela criança. Ao mesmo tempo, também po<strong>de</strong>mos<br />
perceber a emergência <strong>de</strong> um estilo individual que é revelado nos pequenos<br />
movimentos realizados pelas crianças <strong>de</strong>ntro do gênero imposto pela escola.<br />
A LÍNGUA ESTRANGEIRA E O APRENDIZ: CONSIDERAÇÕES SOBRE<br />
SUBJETIVIDADE, IDENTIDADE E DESLOCAMENTOS<br />
23
Rafaela Giacomin Bueno (UNESP-FCLAr)<br />
Patícia Falasca (UNESP-FCLAr)<br />
O presente trabalho busca mostrar uma aproximação das pesquisas em<br />
aquisição/aprendizagem <strong>de</strong> Língua Estrangeira (LE) com a perspectiva bakhtiniana <strong>de</strong><br />
estudos. Para tanto, trazemos dados <strong>de</strong> dois grupos <strong>de</strong> aprendizes <strong>de</strong> LE e buscamos<br />
pensar suas produções com base nos estudos <strong>de</strong> Bakhtin e dos <strong>de</strong>mais estudiosos que<br />
compuseram as reflexões do chamado círculo bakhtiniano. Pensamos que, encarando<br />
a língua como algo dinâmico e as contruções dos significados estando em<br />
reorganização nos discursos e sempre em relação com os <strong>de</strong>mais discursos presentes<br />
numa socieda<strong>de</strong>, a LE emerge no aprendiz a medida que ele <strong>de</strong>ixa-se tomar por tal<br />
língua, colocando-se em contato com ela e com o recorte da realida<strong>de</strong> por ela trazido.<br />
A língua, nesse ponto <strong>de</strong> vista, existe a partir <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos<br />
organizados, capazes <strong>de</strong> compartilhar signos i<strong>de</strong>ológicos, sendo a própria língua,<br />
i<strong>de</strong>ológica por natureza (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 2006, 1976). Ao mesmo tempo,<br />
a língua é essencialmente dialógica, à medida que todos os enunciados fazem parte <strong>de</strong><br />
uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> enunciados já ditos anteriormente e que suscitam outros diálogos,<br />
futuros. Nesse contexto, adquirir a língua materna (LM) é também a<strong>de</strong>ntrar na<br />
corrente <strong>de</strong> diálogos presentes na socieda<strong>de</strong> e, por meio da linguagem, a criança<br />
constitui-se enquanto sujeito no mundo. Assim, a LM é a base para a subjetivida<strong>de</strong> e<br />
as organizações psíquicas da criança. Tal subjetivida<strong>de</strong> está em constante<br />
reformulação ao longo da vida do sujeito, permitindo a ele a emergência <strong>de</strong> diferentes<br />
facetas, <strong>de</strong> acordo com os diálogos com os quais toma contato. Acreditamos que<br />
adquirir/apren<strong>de</strong>r uma LE seja entrar em contato com novos recortes da realida<strong>de</strong><br />
trazidos pela nova língua e pela corrente <strong>de</strong> discursos diferenciada, existente em sua<br />
socieda<strong>de</strong> falante nativa. Assim, tomando a noção <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> – formada na e<br />
pela LM – e a reorganização proposta pela LE, consi<strong>de</strong>ramos que seja necessária uma<br />
série <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos (FRANÇOIS, 2006, 1993) do aprendiz para que ele se<br />
coloque na língua que <strong>de</strong>seja apren<strong>de</strong>r. Desta forma, obervamos, partindo da<br />
perspectiva bakhtiniana <strong>de</strong> estudos, como se dão tais <strong>de</strong>slocamentos, pensando<br />
também na subjetivida<strong>de</strong> e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizes brasileiros adultos <strong>de</strong> inglês<br />
como LE e <strong>de</strong> uma criança brasileira aprendiz <strong>de</strong> espanhol em escola bilíngue.<br />
Pensando na relação dos sujeitos com a LE e nas implicações trazidas por ela,<br />
buscamos também pensar <strong>de</strong> que maneira a perspectiva bakhtiniana nos auxilia a<br />
enten<strong>de</strong>r os processos <strong>de</strong> aquisição/aprendizagem <strong>de</strong> línguas.<br />
MEMÓRIA E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA<br />
ALFABETIZAÇÃO<br />
Larissa <strong>de</strong> Paula Ferreira (bolsista PEJA/PIBID)<br />
Jacqueline Michelle <strong>de</strong> Assis Balmant (bolsista PEJA/PROEX)<br />
Orientador : Prof. Dr. Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
Na alfabetização, o aprendizado da leitura e da escrita é um processo muito complexo,<br />
pois exige uma superposição <strong>de</strong> conceitos e habilida<strong>de</strong>s motoras e cognitivas, tais<br />
como: a memorização e o conhecimento profundo das diferenças entre a oralida<strong>de</strong> e a<br />
linguagem escrita. Observa-se que a memória é um fator essencial para o<br />
aprendizado. Segundo Luria (1991), a memória po<strong>de</strong> ser entendida como “o registro,<br />
a conservação e a reprodução dos vestígios da experiência anterior, registro esse que<br />
24
dá ao homem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acumular informação e operar com os vestígios da<br />
experiência anterior após o <strong>de</strong>saparecimento dos fenômenos que provocaram tais<br />
vestígios”. Na experiência <strong>de</strong> alfabetização do PEJA – Programa <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong><br />
Jovens e Adultos, observamos que os educandos apresentam gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> para<br />
memorizar a relação dos fonemas com os grafemas. Para tentar superar essa<br />
dificulda<strong>de</strong> estão sendo realizadas ativida<strong>de</strong>s que tragam um sentido para essas<br />
relações. Também estão sendo utilizadas ativida<strong>de</strong>s que ativam a memória visual e<br />
ativida<strong>de</strong>s envolvendo música, que estimulam a memória auditiva. Conclui-se que o<br />
trabalho <strong>de</strong> reforçar a memória das relações fonema-grafema é fator importante no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da alfabetização, levando os educandos a compreen<strong>de</strong>rem melhor a<br />
leitura e o uso social da linguagem escrita.<br />
INTRODUÇÃO E USO DA LETRA CURSIVA NA ALFABETIZAÇÃO<br />
Camila Lariane Gonçalves Belgamo ( Projeto Bolsa-Alfabetização)<br />
Orientador: Prof. Dr. Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
Na alfabetização, o aprendizado da leitura e da escrita é um processo muito complexo,<br />
pois exige uma superposição <strong>de</strong> conceitos e habilida<strong>de</strong>s motoras e cognitivas, tais<br />
como: a memorização e o conhecimento profundo das diferenças entre a oralida<strong>de</strong> e a<br />
linguagem escrita. Observa-se que a memória é um fator essencial para o<br />
aprendizado. Segundo Luria (1991), a memória po<strong>de</strong> ser entendida como “o registro,<br />
a conservação e a reprodução dos vestígios da experiência anterior, registro esse que<br />
dá ao homem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acumular informação e operar com os vestígios da<br />
experiência anterior após o <strong>de</strong>saparecimento dos fenômenos que provocaram tais<br />
vestígios”. Na experiência <strong>de</strong> alfabetização do PEJA – Programa <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong><br />
Jovens e Adultos, observamos que os educandos apresentam gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> para<br />
memorizar a relação dos fonemas com os grafemas. Para tentar superar essa<br />
dificulda<strong>de</strong> estão sendo realizadas ativida<strong>de</strong>s que tragam um sentido para essas<br />
relações. Também estão sendo utilizadas ativida<strong>de</strong>s que ativam a memória visual e<br />
ativida<strong>de</strong>s envolvendo música, que estimulam a memória auditiva. Conclui-se que o<br />
trabalho <strong>de</strong> reforçar a memória das relações fonema-grafema é fator importante no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da alfabetização, levando os educandos a compreen<strong>de</strong>rem melhor a<br />
leitura e o uso social da linguagem escrita.<br />
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS<br />
E ADULTOS<br />
Cássia Regina dos Santos (bolsista PEJA/PROEX)<br />
Orientador: Prof. Dr. Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
O presente trabalho busca apresentar uma reflexão sobre um instrumento <strong>de</strong> avaliação<br />
da alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos utilizado no âmbito do Programa Brasil<br />
Alfabetizado (PBA) em Araraquara. Para a elaboração <strong>de</strong>sse instrumento foram<br />
tomadas como referências: as Matrizes <strong>de</strong> Avaliação do PBA/MEC, a última edição<br />
da “Provinha Brasil” usada para verificar a alfabetização <strong>de</strong> crianças, bem como as<br />
sugestões dos(as) alfabetizadores(as) que se reuniram com o propósito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater essa<br />
avaliação. Um dos elementos também consi<strong>de</strong>rado foi o próprio conceito <strong>de</strong><br />
25
Alfabetização. De acordo com a <strong>de</strong>finição da UNESCO, adotada por órgãos como o<br />
IBGE, uma pessoa alfabetizada <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> ler e escrever pelo menos um<br />
bilhete simples no idioma que conhece. Com base nesse conceito foi elaborada uma<br />
prova, envolvendo questões <strong>de</strong> múltipla escolha e questões dissertativas a ser<br />
realizada pelos adultos inscritos no PBA. Com a aplicação do instrumento será<br />
possível verificar se uma avaliação baseada na leitura, escrita e interpretação <strong>de</strong><br />
bilhetes, bem como em outras ativida<strong>de</strong>s relacionadas à prática social dos educandos<br />
adultos fornece informações a<strong>de</strong>quadas para a i<strong>de</strong>ntificação do sucesso <strong>de</strong>sse processo<br />
<strong>de</strong> ensino e dos pontos a serem revistos e aprofundados no caso dos alfabetizandos<br />
que não atingiram os resultados esperados.<br />
A RELAÇÃO ENTRE A COMPREENSÃO E A MEMORIZAÇÃO NO<br />
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO<br />
Izac Trinda<strong>de</strong> Coelho (Bolsista FUNDUNESP)<br />
Orientador: Prof. Dr. Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
O presente trabalho busca apresentar uma reflexão sobre um instrumento <strong>de</strong> avaliação<br />
da alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos utilizado no âmbito do Programa Brasil<br />
Alfabetizado (PBA) em Araraquara. Para a elaboração <strong>de</strong>sse instrumento foram<br />
tomadas como referências: as Matrizes <strong>de</strong> Avaliação do PBA/MEC, a última edição<br />
da “Provinha Brasil” usada para verificar a alfabetização <strong>de</strong> crianças, bem como as<br />
sugestões dos(as) alfabetizadores(as) que se reuniram com o propósito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater essa<br />
avaliação. Um dos elementos também consi<strong>de</strong>rado foi o próprio conceito <strong>de</strong><br />
Alfabetização. De acordo com a <strong>de</strong>finição da UNESCO, adotada por órgãos como o<br />
IBGE, uma pessoa alfabetizada <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> ler e escrever pelo menos um<br />
bilhete simples no idioma que conhece. Com base nesse conceito foi elaborada uma<br />
prova, envolvendo questões <strong>de</strong> múltipla escolha e questões dissertativas a ser<br />
realizada pelos adultos inscritos no PBA. Com a aplicação do instrumento será<br />
possível verificar se uma avaliação baseada na leitura, escrita e interpretação <strong>de</strong><br />
bilhetes, bem como em outras ativida<strong>de</strong>s relacionadas à prática social dos educandos<br />
adultos fornece informações a<strong>de</strong>quadas para a i<strong>de</strong>ntificação do sucesso <strong>de</strong>sse processo<br />
<strong>de</strong> ensino e dos pontos a serem revistos e aprofundados no caso dos alfabetizandos<br />
que não atingiram os resultados esperados.<br />
O QUE ACONTECE COM AS CRIANÇAS QUANDO ELAS PRECISAM<br />
ESCREVER POR CONTA PRÓPRIA?<br />
Camila Quadre Perez (Projeto Bolsa-Alfabetização)<br />
Caroline <strong>de</strong> Lira Mauri (Projeto Bolsa-Alfabetização)<br />
Orientador: Prof. Dr. Francisco José Carvalho Mazzeu<br />
O presente trabalho tem o intuito <strong>de</strong> analisar situações didáticas do cotidiano da sala<br />
<strong>de</strong> aula, focando especificamente o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> pequenos textos ser<br />
realizado <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte pelos alunos. Por meio do projeto Bolsa-<br />
Alfabetização, realizado através <strong>de</strong> convenio entre a FCL e a Secretaria Estadual da<br />
Educação veem sendo feitas observações em salas <strong>de</strong> alfabetização do 2º. ano (1ª.<br />
26
série) do ensino fundamental. Foi possível contatar que, quando os alunos são<br />
solicitados pela professora a “escrever por conta própria” algum texto, surgem<br />
diversas reações negativas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> choro até a falta <strong>de</strong> interesse em concluir a ativida<strong>de</strong><br />
proposta. Após a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> tais dificulda<strong>de</strong>s foram elaboradas e apresentadas<br />
ativida<strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> frases, que possam auxiliar os alunos e<br />
também o próprio professor nesse processo, <strong>de</strong> modo que as complexas operações<br />
necessárias para produzir um texto possam ser internalizadas pelas crianças e tornemse<br />
algo mais natural e possível <strong>de</strong> ser realizado por elas. Conclui-se pela importância<br />
<strong>de</strong> realizar ativida<strong>de</strong>s específicas <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> frases para uma melhor<br />
compreensão e fixação das estruturas próprias da escrita por parte das crianças, que se<br />
sentem ainda bastante inseguras quando se <strong>de</strong>param com situações <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
textos.<br />
CONTRIBUIÇÕES DA VISÃO HISTÓRICO-CULTURAL PARA OS<br />
ESTUDOS SOBRE ALFABETIZAÇÃO<br />
Francisco José Carvalho Mazzeu (UNESP-FCLAr)<br />
A abordagem histórico-cultural possui diversos representantes e vertentes que não<br />
formam um bloco monolítico. No entanto, apresenta uma sólida base comum<br />
sustentada pela concepção marxiana <strong>de</strong> mundo. Inspirados por essas i<strong>de</strong>ias, autores<br />
como: Vigotsky, Bakhtin, Lucaks, Saviani, <strong>de</strong>ntre outros, tem procurado aplicar essa<br />
concepção a campos específicos da ativida<strong>de</strong> humana (psicologia, linguagem,<br />
filosofia, educação, etc.) constituindo escolas e círculos <strong>de</strong> colaboradores. Nesses<br />
campos específicos, correntes como: o comportamentalismo e o construtivismo, o<br />
objetivismo abstrato e o subjetivismo i<strong>de</strong>alista, a pedagogia tradicional e o<br />
escolanovismo, o materialismo mecanicista e o i<strong>de</strong>alismo têm alimentado embates e<br />
<strong>de</strong>bates intermináveis e provocado muitas vezes um “movimento pendular” nos<br />
estudos e nas práticas. A concepção histórico-cultural, por sua vez, procura superar<br />
essas polarizações, bem como as dicotomias e dilemas teórico-práticos que <strong>de</strong>las<br />
<strong>de</strong>correm. No terreno da alfabetização, uma das <strong>de</strong>corrências <strong>de</strong>ssa abordagem é que<br />
não se po<strong>de</strong> separar a aprendizagem do ensino da língua. Conceber a aquisição da<br />
linguagem, especialmente da escrita, como um processo individual <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta, no<br />
qual a socieda<strong>de</strong> apenas fornece um ambiente favorável, po<strong>de</strong> ser tão unilateral<br />
quanto <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o conhecimento sobre a linguagem é passado às novas<br />
gerações apenas através do treino e da associação <strong>de</strong> estímulos. Portanto, se o<br />
educador não é aquele que transmite uma linguagem estática e acabada, com suas<br />
regras bem estabelecidas, tampouco é um mero facilitador da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
criança (ou adulto) que pesquisa a linguagem formulando hipóteses para <strong>de</strong>scobrir seu<br />
funcionamento. A chave para compreen<strong>de</strong>r a dialética <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem<br />
está em <strong>de</strong>senvolver conceitos como a mediação social, enten<strong>de</strong>ndo<br />
que a ativida<strong>de</strong> individual se <strong>de</strong>senvolve por meio da internalização das práticas<br />
sociais, as quais cada indivíduo, por sua vez, refrata e reelabora a partir do seu<br />
sistema <strong>de</strong> motivos e <strong>de</strong> sua biografia. Como o educador tem um papel ativo nesse<br />
processo, não cabe rejeitar os métodos <strong>de</strong> alfabetização (como faz o construtivismo),<br />
mas buscar novos métodos que não caiam no formalismo abstrato das propostas<br />
tradicionais. Diversos exemplos <strong>de</strong>sse esforço po<strong>de</strong>m ser apontados: a busca <strong>de</strong><br />
instrumentos <strong>de</strong> avaliação baseados no conceito <strong>de</strong> Zona <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Proximal, que superem a sondagem construtivista que se disseminou em muitas<br />
27
escolas, a busca <strong>de</strong> formas a<strong>de</strong>quadas para inserir Textos na alfabetização sem<br />
<strong>de</strong>scuidar do ensino sistemático das relações entre fonemas e letras, entre outros<br />
<strong>de</strong>safios teórico-práticos.<br />
O IRROMPER DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NA<br />
ESCRITA ALFABÉTICA<br />
Roseli Vasconcellos (UNESP-FCLAr)<br />
Proponho-me, neste trabalho, a focalizar a aquisição da escrita por crianças com<br />
paralisia cerebral (PC), por mim atendidas na área <strong>de</strong> Fonoaudiologia em uma clínicaescola<br />
integrada, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Esclareço que entre as quatro crianças<br />
selecionadas para a pesquisa, apenas uma oralizava. Além do atendimento clínico,<br />
esse grupo <strong>de</strong> crianças frequentava a sala <strong>de</strong> alfabetização da instituição, que<br />
acompanhei em uma ativida<strong>de</strong> semanal <strong>de</strong> uma hora <strong>de</strong> duração, com a proposta <strong>de</strong><br />
investir em práticas <strong>de</strong> leitura e reprodução dos textos lidos. Essa proposta surgiu <strong>de</strong><br />
uma inquietação minha diante das dificulda<strong>de</strong>s que uma <strong>de</strong>ssas crianças, em especial,<br />
apresentava em relação à aquisição da escrita, principalmente no que tocava à sua<br />
leitura e das queixas que a professora a mim dirigia. Observando as práticas<br />
<strong>de</strong>senvolvidas em sala <strong>de</strong> aula e as pequenas produções <strong>de</strong> textos solicitadas aos<br />
alunos, chamou a minha atenção o fato que eles eram pouco familiarizados com<br />
textos escritos e que não tinham acesso aos textos escritos lidos pelo professor. Diante<br />
do que pu<strong>de</strong> observar, fiz uma proposta <strong>de</strong> atuação na sala <strong>de</strong> aula, com o objetivo <strong>de</strong><br />
colocar essas crianças diante da escrita, naquilo que ela tem <strong>de</strong> particular. Esse<br />
trabalho se esten<strong>de</strong>u por três anos e ren<strong>de</strong>u resultados bastante surpreen<strong>de</strong>ntes, além<br />
<strong>de</strong> ter modificado a relação das crianças com os textos propostos e suas produções<br />
escritas. Minha filiação teórica ao Interacionismo Brasileiro em Aquisição da<br />
Linguagem tal como proposto por Cláudia De Lemos e a linha <strong>de</strong> pesquisa Aquisição,<br />
Patologias e Clínica <strong>de</strong> linguagem sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Maria Francisca Lier-<br />
DeVitto, que integro, levaram-me ao trabalho <strong>de</strong> Mota intitulado O quebra-cabeça da<br />
escrita (IEL/Unicamp,1995), em que me inspirei do ponto <strong>de</strong> vista teórico, para<br />
realizar o projeto com minhas crianças com PC. Em minha exposição oral analisarei<br />
dados <strong>de</strong> produções escritas <strong>de</strong>ssas crianças em diferentes momentos da intervenção<br />
proposta. Antecipo que em suas produções iniciais, chamam a atenção os cruzamentos<br />
entre fala e escrita, escrita e escrita e escrita e símbolos <strong>de</strong> sistemas gráfico-visuais<br />
implementados no atendimento clínico fonoaudiológico junto às crianças que não<br />
oralizam. É nesses cruzamentos - que produzem erros - que essas crianças aparecem<br />
como sujeitos: sujeitos que falam uma fala-escrita.<br />
A INTERAÇÃO DINÂMICA ENTRE DISCURSOS: UMA ANÁLISE DA<br />
RETOMADA DA FALA DA CRIANÇA PELOS PAIS<br />
Paula Cristina Bullio (UNESP-FCLAr)<br />
Rosângela Nogarini Hilário (UNESP-FCLAr -FAPESP)<br />
Este trabalho tem como objetivo refletir acerca da retomada do discurso <strong>de</strong> outrem no<br />
interior do diálogo, sendo este “outrem” a criança pequena, tendo seu discurso<br />
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etomado pelos pais. Para isto, fundamentamo-nos nas reflexões propostas por<br />
Bakhtin e seu Círculo, em especial na obra Marxismo e Filosofia da Linguagem<br />
(VOLOSHINOV, 2006). Para tanto, serão utilizados os dados <strong>de</strong> uma criança<br />
brasileira monolíngue (G.), dos 18 aos 36 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, gravados em situações<br />
naturais <strong>de</strong> interação entre os pais e a criança. Nesse sentido, partimos da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que<br />
a interação entre pais e criança revela muito sobre a constituição da subjetivida<strong>de</strong>,<br />
uma vez que a criança retoma, em seu discurso, características linguísticas da fala do<br />
adulto com quem interage, quais sejam, pronomes, verbos, frases feitas, entonação<br />
etc. Mas também o adulto interage com a criança colocando-se, muitas vezes, como<br />
ela, seja pela entonação, seja pelo uso dos pronomes em terceira pessoa. Nesse<br />
processo, cumpre refletir sobre essas retomadas e “encenações” como parte da<br />
interação verbal, em que os sujeitos ora se confun<strong>de</strong>m com o outro, ora se distanciam,<br />
tomando-o em sua alterida<strong>de</strong>. Em Bakhtin (2003), o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
subjetivida<strong>de</strong> se dá pelas relações com as palavras dos outros, em uma incorporação<br />
<strong>de</strong>ssas palavras, que <strong>de</strong> alheias, passam a próprias-alheias e, finalmente, a palavras<br />
próprias. O que se percebe na aquisição da linguagem é esse movimento entre o que é<br />
palavra do outro e o que é palavra própria, na perspectiva da criança. Interessante<br />
também é esse processo na fala do adulto, sobre o qual temos por objetivo refletir.<br />
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